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A criança tem contato com a nudez desde que nasce. Seja no momento da
amamentação no seio, em que sua mãe está à vontade, seja brincando no
banho com outras crianças, primos, nos momentos de troca de fralda na
creche. A nudez em si é uma informação importante para a criança entender
como funciona o próprio corpo, seja dos seus pares ou de adultos.
Saber que existem diferenças entre meninos e meninas, entre os corpos das
crianças e dos adultos e saber estabelecer os limites sobre o que são partes
íntimas, que partes não devem ser tocadas por outras crianças ou adultos que
não sejam responsáveis pela sua higiene e cuidados diários, são
conhecimentos não só saudáveis, mas protetivos no que se refere à prevenção
da violência sexual. É possível aproveitar esses momentos para ensinar sobre
cultura, história e também sobre privacidade, o respeito ao corpo, os limites
quanto às partes íntimas que devem ser respeitados. É necessário apontar
nesse momento que crianças e adolescentes, assim como adultos, se
masturbam – e isso é perfeitamente natural e saudável. Faz parte da vivência
da própria sexualidade. Podem ser experiências para conhecer o próprio corpo
e explorá-lo. A criança passa a descobrir os seus órgãos genitais e o prazer
decorrente de tocá-los. De acordo com os estudos de Freud, realizados no
início do século passado e atuais até hoje, as crianças começam a ter noção
de seus corpos e no prazer com a manipulação dos órgãos genitais entre os 3
e 6 anos de idade. É a chamada fase fálica do desenvolvimento sexual. As
crianças, no entanto, ao contrário de adolescentes e adultos, não tem malícia
nestes atos, pois essa manipulação é principalmente sensorial (relativa aos
sentidos). Sentem apenas que aquela brincadeira é gostosa e relaxante. A
criança deve ter assegurados momentos de quietude com ela mesma, sem a
presença dos pais ou de outras pessoas. Nestes momentos ela deveria poder
lidar com seu corpo, suas fantasias, suas brincadeiras, à vontade. Já na
adolescência a masturbação ganha características próprias: "Já pode vir
acompanhada de fantasias. Nesta fase, o adolescente já sabe o que é sexo, os
hormônios estão à flor da pele. É mais do que manipulação, é desejo sexual.
Um jovem repreendido pode se sentir invadido e pode compreender de forma
equivocada, que sua relação de prazer com o próprio corpo é algo ruim,
vergonhoso, o que pode acarretar dificuldades com sua sexualidade e
relacionamentos no futuro. O RPG pode atuar como uma ferramenta lúdica de
educação sexual, que o senso comum tanto teme, mas é, na verdade, uma das
formas mais eficazes de enfrentamento da violência sexual. Não se refere
apenas ao conhecimento dos genitais e saber de onde vêm os bebês, mas aos
conceitos de autoproteção, consentimento, integridade corporal, sentimentos,
emoções, sonhos, identidade, tipos de toques que adultos estão autorizados ou
não em relação ao corpo da criança e do adolescente – tudo isso é educação
sexual. Quando fornecida com qualidade, material adequado a cada faixa
etária, a educação sexual é extremamente protetiva.