Sunteți pe pagina 1din 23

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 2
1. CONCEITO..................................................................................................................... 3
2. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ...................................................................................... 3
3. ESTRUTURA ................................................................................................................. 4
4. JUIZADOS ESPECIAIS ESTADUAIS ............................................................................ 5
4.1. Competência ........................................................................................................... 5
4.2. Capacidade de ser parte.......................................................................................... 6
4.3. Litisconsórcio e intervenção de terceiros ................................................................. 7
4.4. Procedimento .......................................................................................................... 8
4.5. Conciliadores e juízes leigos ................................................................................. 10
4.6. Atos processuais e pedidos ................................................................................... 10
4.7. Citações, intimações e revelia ............................................................................... 11
4.8. Da conciliação e da arbitragem.............................................................................. 12
4.9. Instrução, julgamento e provas .............................................................................. 13
4.10. Sentença e recurso ............................................................................................ 14
4.11. Extinção do processo sem resolução do mérito ................................................. 15
4.12. Execução e procedimentos ................................................................................ 15
5. JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS ............................................................................. 16
5.1. Competência ......................................................................................................... 17
5.2. Capacidade processual ......................................................................................... 17
5.3. Procedimento ........................................................................................................ 18
5.4. Atos processuais ................................................................................................... 18
5.5. Arbitragem e Juizado Federal ................................................................................ 19
5.6. Sentença ............................................................................................................... 19
5.7. Recursos ............................................................................................................... 19
5.8. Execução ............................................................................................................... 20
6. JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA ....................................................... 21
CONCLUSÃO...................................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 23
2

INTRODUÇÃO

Os Juizados Especiais foram criados como um instrumento de


democratização da Justiça. Existem para dar guarida aos antigos anseios de todos
os cidadãos, especialmente aos menos abastados, de uma justiça apta a
proporcionar uma prestação de tutela simples, rápida, econômica e segura. Os
Juizados Especiais Cíveis têm como intuito resolver causas de menor complexidade
com maior rapidez.

No Brasil, nos séculos de XVIII e XIX, já existiam as Ordenações Manuelinas,


na qual havia os Juízes de Vintena, julgadores paras pequenas contendas. A partir
de 1984, por meio da Lei n. 7.244, o Brasil, pela primeira vez disciplinou em lei
própria a competência e os procedimentos para a apreciação de pequenas
demandas, que eram chamados de “juizados de pequenas causas”, limitando para o
cível e facultando a presença de advogado.

Somente em 1988, a Constituição, em seu art. 24, X, previu expressamente a


criação dos Juizados Especiais, com competência concorrente à União, aos Estados
e ao Distrito Federal para legislar sobre a criação, funcionamento e processos.

Já em 2009, houve a criação de Juizados Especiais da Fazenda Pública no


âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

Atualmente, tais juizados julgam no âmbito cível e criminal.

O presente trabalho irá abordar sobre o Juizado Especial Cível com suas
características peculiares: como funciona, qual o seu procedimento, as suas
divisões, entre outros.
3

1. CONCEITO

Os juizados especiais cíveis julgam causas de menor complexidade,


apresentando ao jurisdicionado uma forma de solução de conflitos mais rápida e
desburocratizada.

Conforme a legislação, são consideradas causas cíveis de menor


complexidade aquelas cujo valor não exceda a 40 salários mínimos. Nas causas de
até 20 salários mínimos não é obrigatória a assistência de advogado; nas de valor
superior, a assistência é obrigatória.

2. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Os princípios fundamentais dos juizados estão previstos no art. 2º, da Lei n.


9.099/95, sendo eles:

1. Oralidade

O procedimento é eminentemente oral, minimizando a burocratização e


acelerando a solução de controvérsia. Na prática, os atos processuais acabam
sendo estritamente escritos, porém, com tal principio, reduzem-se ao máximo as
peças processuais escritas.

Todavia, a oralidade deve ser combinada com outros princípios, só existindo


quando o magistrado que julga o conflito presidir a colheita de provas, sendo
possível ao juiz a recordação do litígio.

2. Simplicidade

O juizado tem com finalidade facilitar a compreensão do procedimento


judicial, instituindo procedimento simplificado e facilmente assimilável às partes,
dispensando maiores formalidades e impedindo certos incidentes do procedimento
comum (reconvenções, ação declaratória incidental, vários recursos).

3. Informalidade

A ação proposta não depende de maiores formalidades além do nome,


qualificação, e endereço das partes, objeto da pretensão e seu valor em linguagem
simples e acessível. As intimações poderão ser feitas por qualquer meio idôneo de
4

comunicação e o juizado poderá funcionar em horário noturno, conforme lei


específica de cada comarca.

Desta maneira, desde que atendidas as garantias fornecidas aos litigantes,


todo ato processual deve ser reputado como válido, atingindo a sua finalidade.

4. Economia processual e celeridade

Exige uma solução célere, garantido uma resposta tempestiva ao cidadão, e


evitando os efeitos do tempo do processo sobre o direito postulado.

Tais princípios contribuem para a efetividade do processo, a qual será


atingida por meio de uma resposta jurisdicional mais barata e rápida, em
conformidade com a menor complexidade das causas que lhe são submetidas.

5. Priorização da conciliação ou transação

Objetiva atingir a pacificação social, fim último da jurisdição, se assemelhando


ao processo de juízo comum.

Tais juizados também estão subordinados à observância dos princípios do


contraditório, do devido processo legal, da imparcialidade, da persuasão racional e
do juiz natural.

3. ESTRUTURA

A Lei n. 9.099/95, procurou, na prática, estruturar os juizados com base nos


pilares da acessibilidade, da operosidade, da utilidade e da proporcionalidade.

6. Acessibilidade

A garantia da acessibilidade se opera por meio da regionalização da Justiça,


tornando-a mais próxima da sociedade, possibilitando a realização de atos
processuais em horário noturno, dispensando o pagamento de custas em primeiro
grau e implantando o serviço de assistência judiciária.

7. Operosidade
5

Devido à sua competência em causas de menores complexidades, há um


grande número de pessoas que procuram atendimento e resultados nos Juizados
Especiais. Há a participação popular na administração da Justiça.

8. Utilidade

Seu atendimento priorizou a rapidez como forma de tentar garantir a


efetividade do processo, havendo possibilidade de o pedido oral ser reduzido a
termo pela Secretaria.

9. Proporcionalidade

Um grande exemplo da proporcionalidade é ao permitir a citação da pessoa


jurídica mediante entrega da correspondência ao encarregado da recepção,
presumindo-se que o mesmo irá transmitir a notícia ao seu patrão.

4. JUIZADOS ESPECIAIS ESTADUAIS

Trata-se de um sistema ágil e simplificado de distribuição da Justiça pelo


Estado, cuidando das causas do cotidiano de toda a sociedade, não considerando a
situação econômica das pessoas.

4.1. Competência

A competência dos juizados estaduais está prevista nos arts. 3º e 4º, da


referida lei, podendo ser determinada pelo valor da causa ou matéria e se sujeita a
regra geral de foro.

De acordo com o valor da causa, há divergências doutrinárias quanto à


interpretação literal de “causas de menor complexidade”. Alguns doutrinadores
defendem que causas de menor complexidade seriam as que necessitam de perícia.
Já para outros, seria um critério aberto, independente de prova pericial ou não, mas
sim pelo critério econômico.

Em relação a esta questão, prepondera o Enunciado 54, do Fórum Nacional


dos Juizados Especiais (Fonaje), que menor complexidade deve-se ao “objeto da
prova e não em face do direito material”
6

Pela matéria, são de competência dos juizados a ação de despejo para uso
próprio e as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente a 40
salários mínimos, que estavam previstas no art. 275, II, do CPC/73, mas que
continuam em vigor até a edição de lei específica em contrário.

Compete, também, promover a execução de seus próprios julgados, ainda


que superem o patamar de 40 salários mínimos, devido ao acréscimo de juros,
correção monetária e astreintes, além da execução de títulos executivos
extrajudiciais, respeitando o valor de até 40 salários mínimos.

Matérias que possuem rito próprio e especial não são de competência dos
juizados especiais, como por exemplo a ação monitória. Também não são de
competência dos juizados especiais, as causas de natureza alimentar, falimentar,
fiscal e de interesse da Fazenda Pública, sendo de competência dos juizados
especiais específicos da Fazenda, e também as relativas a acidente de trabalho, a
resíduos (direito sucessório) e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de
cunho patrimonial, conforme o art. 3º, §2º, da referida lei.

Há a possibilidade de competência dos juizados cíveis para a execução de


sentença condenatória que gere obrigação de indenizar a vítima proferida por
juizado criminal, não ultrapassando do limite previsto.

No que concerne à regra geral do foro, conforme o art. 4º, a competência se


estabelece pelo foro do domicílio do réu ou, a critério do autor, onde exerça
atividade profissional ou econômica ou mantenha estabelecimento, filial, agência,
sucursal ou escritório; do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; e do domicílio
do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer
natureza.

Não haverá conexão ou continência entre o juizado especial e a justiça


comum, havendo apenas prevenção entre juizados, ficando prevento o juizado onde
houver sido distribuída a primeira ação.

4.2. Capacidade de ser parte

Para evitar a tramitação de causas de maior vulto, o legislador traçou diversas


limitações ao longo do texto da referida lei dos juizados. Em razão do art. 8º, não
7

podem postular o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as


empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.

Em síntese, têm capacidade para ser parte, como autor e réu, a pessoa física,
“livre”, capaz e não declarada insolvente, a pessoa jurídica de direito privado, o ente
despersonalizado dotado de capacidade processual, a microempresa e a empresa
de pequeno porte, de acordo com o art. 8º, §1º.

Conforme os Enunciados 9 e 72, do Fonaje, o condomínio e o espólio, desde


que não haja interesse de incapazes, poderão serem partes.

No art. 9º, há a previsão de que, independente do valor, para recorrer é


obrigatório contratar advogado. A necessidade de advogado só está presente nas
causas com valor superior a 20 salários mínimos e nos casos de recurso. Sendo o
valor inferior a 20 salários mínimos, não há necessidade de procurador, havendo
assistência judiciária por órgão instituído junto ao juizado, na forma da lei local (art.
9º, §1º).

O juiz irá alertar as partes da conveniência do patrocínio de advogado quando


a natureza da causa recomendar (art. 9º, §2º). Devido ao princípio da informalidade,
em exceção aos poderes especiais que são outorgados por escrito, não exige forma
escrita de procuração para o advogado representar seu cliente, basta o seu
comparecimento na audiência para constituir a sua representação para a causa.

4.3. Litisconsórcio e intervenção de terceiros

No procedimento sumaríssimo do juizado é possível a formação de


litisconsórcio tanto no polo ativo como no passivo, de acordo com as regras comuns
do CPC.

Quanto às formas de intervenção de terceiros, todas são vedadas, inclusive a


assistência, pois implicaria com os princípios da simplicidade e da celeridade,
resultando em incidentes. Porem, os litigantes não ficarão impedidos de demandar
por ação direta as pretensões que tiverem em face de terceiros.
8

4.4. Procedimento

Levando em conta todos os princípios, a citação e as intimações serão


realizadas da maneira mais informal possível, desde que a comunicação seja idônea
a atingir a sua finalidade, e os prazos contam-se sempre da ciência do ato e não da
juntada do comprovante aos autos.

Sendo assim, não se admite citação por edital, presumindo-se as partes


intimadas de todos os atos realizados em audiência, inclusive da sentença.

A petição inicial deve ser lavrada de forma simples. Assim, registrado o


pedido, a secretaria designará sessão de conciliação. Segundo a lei, a audiência
deverá ser designada dentre de 15 dias após o peticionamento inicial. A defesa
poderá ser apresentada até a audiência de instrução e julgamento, conforme o
Enunciado 10, Fonaje.

Se o autor não comparecer à audiência de conciliação ou qualquer outra, o


processo será extinto sem resolução de mérito. Diferentemente, o não
comparecimento do réu a qualquer dessas audiências, implica revelia. Importante
ressaltar que nas causas de valor superior a 20 salários mínimos, o réu deverá
apresentar contestação, escrita ou oral, sob pena de revelia, mesmo estando
presente.

A revelia admite a desconsideração da presunção de veracidade conforme a


convicção do juiz, de acordo com o art. 5º, e o ônus da impugnação especificada,
pois não se pode obrigar a parte leiga a impugnar todos os fatos e fundamentos,
acarretando um desequilíbrio processual.

Havendo a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo juiz.


Tal decisão, em princípio, é irrecorrível por força de preclusão lógica. Entretanto,
certos vícios formais poderão ensejar recurso visando anular a conciliação. Sem
êxito na tentativa de conciliação, reata a alternativa do juízo arbitral, de acordo com
o art. 24, da lei.

Iniciada a audiência de instrução e julgamento, sendo o momento para


produzir todas as provas, mesmo não sendo requeridas previamente, há a
apresentação da defesa, ouvindo-se os peritos, se houver, as partes – primeiro autor
9

e depois o réu – e, finalmente, as testemunhas (no máximo três) do autor e depois


do réu.

Essa audiência é contínua, devendo o juiz decidir de plano todos os


incidentes que possam impedir o seu prosseguimento e somente eles, ficando as
demais questões reservadas para a sentença.

Concluída a instrução, deve o juiz conferir a palavra às partes para as


alegações finais, haja vista a sua necessidade e utilidade, diante da novidade e da
concentração da prova.

A intimação da sentença será na própria sentença em que for proferida.

No tocante às despesas processuais, no primeiro grau de jurisdição, não há


pagamento de custas, taxas e despesas, nem a condenação do vencido em custas e
honorários advocatícios, salvo em caso de litigância de má-fé (art. 55, da lei).

Quanto aos recursos e aos meios de impugnação, a estrutura é composta por


um colegiado formado por três juízes togados de primeiro grau. Nesse caso,
independente do valor da causa, deve a parte estar assistida por advogado. Nesta
fase, será necessário efetuar o preparo do recurso, sob pena de deserção, salvo nos
casos de assistência judiciária gratuita, e o pagamento de honorários de
sucumbência e das despesas processuais.

Os despachos e as decisões interlocutórias são irrecorríveis, sendo as


sentenças não homologatórias impugnáveis por meio de embargos de declaração e
de recurso inominado, que se assemelha à apelação. Além disso, admite-se a
interposição de recurso extraordinário, não sendo possível a propositura da ação
rescisória.

Conforme o STF, não será admitido a impetração de mandado de segurança


para impugnar decisão interlocutória ou inércia do juízo de primeiro grau, por força
dos princípios da oralidade e celeridade.

É admitido medidas cautelares, no pensamento de que se são conferidos


meios de coerção e sub-rogação para atingir a satisfação da execução, deverá
admitir a tutela cautelar.
10

4.5. Conciliadores e juízes leigos

De praxe, os juizados são dirigidos por um juiz de direito, juntamente com


seus auxiliares. No entanto, em concordância com o princípio democrático, foi
inserida duas novas figuras ao rol de testemunhas: o conciliador e o juiz leigo.

De modo técnico, qualquer um poderá ser conciliador, independentemente de


formação jurídica, em conformidade com dois requisitos: gozar da capacidade plena
e ser alfabetizado.

Os juízes leigos terão que ser, necessariamente, advogados, com cinco anos
de exercício da advocacia.

Apesar de que tais juízes também poderão ser conciliadores, mas somente
eles poderão ser árbitros, conduzir a audiência de instrução e julgamento e proferir
decisão sobre causa, sujeita à homologação ou substituição do juiz togado.

A atuação dessas duas figuras depende de regulamentação por normas de


organização judiciária.

4.6. Atos processuais e pedidos

Os atos praticados nos juizados especiais são públicos, de forma que


qualquer interessado poderá acompanhar o processo. Ademais, em razão das
características de tais juizados, não é possível a decretação do segredo de justiça.

Diferentemente da justiça comum, que tais atos poderão ser praticados até às
20 horas, nos juizados permitem que os Tribunais definam, por meio de suas
normas de organização judiciária, as regras sobre a prática dos atos em horário
noturno, após as 20 horas.

Em relação aos prazos, devido à lacuna na lei dos juizados, aplicam-se as


regras gerais do CPC. Porém, conforme a doutrina e jurisprudência, no tocante as
regras especiais do CPC, a dobra de prazos será considerada em apenas duas
situações: no caso de litisconsorte com procuradores diferentes ou quando a parte é
assistida por órgão da Defensoria Pública.

Na sistemática dos juizados, o instrumento apto para iniciar o processo


chama-se de instrumento de pedido, que deverão constar a exposição resumida dos
11

fatos, permitindo o julgador compreender a causa que se pretende ver julgada. As


partes devem estar minimamente identificadas, seja por sua qualificação,
características ou local onde possam ser encontradas. A doutrina e a jurisprudência
têm dispensado a exigência de indicação de provas que pretende produzir, exceto
no caso de testemunhas que precisem ser intimadas.

A petição inicial pode ser apresentada por escrito ou oralmente. Neste último
caso, a secretaria do juizado terá que fazer a redução a termo da demanda
proposta, que pode ser realizada através de formulários.

A cumulação de pedidos só será admitida se houver conexão entre os


pedidos ou as causas de pedir, além de identidade das partes, que todas as causas
sejam admissíveis nos juizados, submetendo ao teto de 40 salários mínimos.

4.7. Citações, intimações e revelia

De acordo com o art. 18, da referida lei, há previsão expressa de que a


citação seja feita preferencialmente por carta, com aviso de recebimento – AR, em
mão própria.

No caso de pessoa jurídica, a citação será válida se a correspondência for


entregue ao funcionário encarregado da recepção, que deverá ser identificado no
comprovante de recebimento.

As regras de citação do CPC são aplicáveis de forma subsidiária, na qual a


contagem do prazo mínimo para a realização da audiência de conciliação se dá a
partir do efetivo recebimento da correspondência e não da juntada nos autos do seu
comprovante.

Na citação, além dos requisitos gerais, deverá constar a cópia do pedido


inicial, dia e hora para comparecimento em juízo e advertência quanto à
possibilidade de imediata convolação da sessão de conciliação em audiência de
instrução e julgamento, caso não há um acordo.

A lei prevê que a citação por oficial de justiça dispensa a expedição de


mandado, bastante a cópia da petição inicial e das eventuais decisões liminares do
juiz.
12

Se o réu não for encontrado ou localizado, encerra-se o procedimento sem


resolução de mérito, podendo o autor recorrer ao juízo singular, sem aproveitamento
dos atos praticados no juizado.

As intimações serão feitas pelas mesmas regras da citação, sendo a maioria


realizada em audiência. Caso a parte não compareça na audiência, deverão ser
materializadas por outros meios legitimados. Porém, conforme a jurisprudência, a
intimação do advogado constituído dispensa a comunicação à parte.

A revelia ocorre quando réu deixa de responder oportunamente à demanda


ou quando deixa de comparecer a qualquer das duas audiências. Ausente na de
conciliação, permite que o juiz profira sentença sem a realização da próxima
audiência.

De acordo com a posição majoritária, mesmo comparecendo o advogado, a


simples ausência da parte ou do seu preposto já implicaria revelia.

A revelia somente poderá ser decretada por um juiz togado.

4.8. Da conciliação e da arbitragem

A conciliação permite que as causas mais agudas do litígio sejam


consideradas e temperadas, viabilizando a eliminação do conflito. Caso seja obtida,
será homologada por sentença, que extingue o processo com julgamento de mérito,
não estando sujeita ao limite de 40 salários mínimos. Não é admitido recurso e se
caracteriza como título executivo judicial passível de execução definitiva.

Embora não muito utilizada na prática forense, o procedimento arbitral se


inicia com a escolha do árbitro pelas partes. Não estando presente ou indisponível
no momento da escolha, nova audiência será marcada. Estando presente, a sessão
é convolada em audiência de instrução e julgamento, independentemente de termo
de compromisso. No tocante à decisão, não caberá recurso, exceto aos embargos
de declaração.
13

4.9. Instrução, julgamento e provas

O juiz deverá abrir a audiência convidando as partes a, mais uma vez,


buscarem uma solução consensual para a causa. Não sendo realizado nenhum
acordo, o magistrado dará a palavra ao réu, apresentando a sua resposta.

Em seguida, o juiz deverá colher provas orais na seguinte ordem, conforme o


CPC: a contradita dos documentos apresentados em audiência, a perícia, o relato da
inspeção judicial, os depoimentos pessoais e a oitiva de testemunhas.

Dando seguimento, caso tenham sido produzidas provas naquele momento,


deverá ser facultadas às partes a apresentação de alegações finais, dentro da
audiência, sem a possibilidade de apresentação por memoriais. Por fim, deve o juiz
proferir a sentença em audiência.

Importante ressaltar que não é necessário o prévio requerimento de provas. O


juiz recebe o pedido de prova e formula imediatamente seu juízo de admissibilidade,
diante das partes.

As testemunhas deverão ser levadas em audiência pela parte, em princípio,


mas poderá requerer que sejam intimadas em até 05 dias antes da audiência.

A prova técnica é admissível, quando o exame do fato controvertido a exigir,


mas não assumirá a perícia nos moldes do CPC, sendo o perito convocado para a
audiência, em que apenas prestará informações.

As partes poderão, ainda, apresentar parecer técnico, obtido


extrajudicialmente.

Não é admitido a reconvenção, mas dá-se o feitio dúplice, pois ao réu é


permitido incluir na contestação pedido em face do autor, desde que fundado nos
mesmos fatos que constituem a controvérsia.

Em regra, o prazo para a contestação e para a manifestação sobre


documentos exibidos na audiência será de 10 minutos, prorrogáveis por igual
período.
14

4.10. Sentença e recurso

A sentença deverá ser sempre fundamentada e não proferir condenação


ilíquida.

A condenação não poderá exceder o limite estipulado na lei, sendo ineficaz


no que exceder ao limite, exceto se for sentença meramente homologatória de
transação, única hipótese que será plenamente eficaz. Tal limite não abrange juros
de mora, astreintes, e correção monetária.

A estrutura dos Juizados Especiais prevê um juízo recursal, sendo um órgão


colegiado composto de três juízes togados de primeiro grau. Dois foram os recursos
previstos nos juizados, conforme a legislação: o recurso inominado e os embargos
de declaração.

O recurso inominado assemelha-se à apelação, contrariando a sentença. O


prazo para interpor será de 10 dias, devendo efetuar o preparo no prazo de 48 horas
após a interposição do recurso, sob pena de deserção.

O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito


suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.

Não será cabível recurso adesivo de recurso inominado, conforme Enunciado


88 do Fonaje.

Os embargos de declaração serão interpostos contra sentença ou acórdão


que houver obscuridade, contradição, omissão ou erro material. Há a necessidade
das partes serem representadas por um advogado nos recursos, tendo em vista a
complexidade do tema. O efeito será interruptivo, conforme o CPC.

O recurso de agravo não é admitido. Quanto ao mandado de segurança, há


grandes divergências, porém o Supremo Tribunal Federal vedou tal impetração.
Também, não será cabível o recurso especial. Quanto ao recurso extraordinário, há
bastante divergências no que concerne ao seu cabimento, no entanto firmou-se a
orientação do STF no cabimento de tal recurso, por se tratar de matéria
constitucional.
15

O julgamento da turma poderá consistir em simples súmula, quando


confirmatório a sentença.

Não será admitida ação rescisória, sendo cabível apenas a ação anulatória,
por meio de ação autônoma de impugnação, quando configura da sentença nula ou
inexistente do juizado.

4.11. Extinção do processo sem resolução do mérito

As causas de extinção do processo sem resolução do mérito estão previstas


no art. 51, da referida lei, sendo: I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer
das audiências do processo; II - quando inadmissível o procedimento instituído por
esta Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação; III - quando for reconhecida a
incompetência territorial; IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos
no art. 8º desta Lei; V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença
ou não se der no prazo de trinta dias; VI - quando, falecido o réu, o autor não
promover a citação dos sucessores no prazo de trinta dias da ciência do fato.

Importante ressaltar que a extinção do processo não depende de prévia


intimação das partes.

4.12. Execução e procedimentos

Compete ao próprio juizado promover a execução dos seus julgados e dos


títulos executivos extrajudiciais.

Não sendo localizado o devedor, há duas posições doutrinárias para sanar o


problema: I – citação por edital (cabendo somente na fase executória); II – o
redirecionamento do exequente à Justiça comum, já munido de título executivo
judicial.

Deverá o conciliador propor a dação, o pagamento do débito a prazo, entre


outras medidas cabíveis.

Não cumprida voluntariamente a sentença, que determinar o pagamento de


quantia certa, e tendo havido solicitação do interessado, proceder-se à execução,
dispensada nova citação, com expedição de mandado de intimação para o
pagamento em 24 horas e de penhora e avaliação, que incluirá ao montante da
16

condenação a multa no percentual de 10% do valor a ser executado. Este montante


deverá ser apresentado por demonstrativo do débito atualizado até a data em que
for formulado o pedido de execução, com auxílio do servidor judicial, quando
necessário.

O interessado poderá, no pedido de execução, indicar os bens a serem


penhorados. Caso contrário, o Oficial de Justiça, possuindo conhecimentos
especializados para tanto, ao intimar o devedor, procederá imediatamente à penhora
e avalição dos bens que encontrar em seu nome. Não havendo tais conhecimentos,
será nomeado avaliador. A intimação ocorrerá pessoalmente, por mandato ou
correio e, também, na pessoa de seu advogado, ou, na falta deste, do seu
representante legal.

Em conformidade com o entendimento majoritário, não sendo encontrado o


devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo será extinto, devolvendo-se os
documentos ao autor ou exarando certidão descritiva do débito e suas
peculiaridades. Poderá haver o protesto do título, com a consequente negativação
do CPF do devedor.

Encontrados os bens penhoráveis e intimado o devedor, poderá este opor


embargos. Caso seja deferido o efeito suspensivo aos embargos, o exequente
poderá prosseguir com a execução se prestar, nos próprios autos, a caução a ser
arbitrada pelo juiz. Da sentença proferida nos embargos caberá recurso inominado a
ser apreciado pelo Conselho Recursal.

Ultrapassada a fase de embargos, poderá haver alienação extrajudicial de


bem penhorado, de venda do bem penhorado por preço inferior à avaliação e de
pagamento a prazo, mediante o oferecimento de garantias, para compra do bem
penhorado, e a possibilidade de dispensa da publicação de editais.

5. JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

A Lei n. 10.259/2001 regulamenta de forma específica os juizados em âmbito


federal, a partir da EC n. 22, de 1999. Será aplicada, de forma subsidiária, no que
couber, a Lei n. 9.099/95.
17

Em suas peculiaridades, o Juizado Federal funciona apenas com o juiz


togado e conciliadores, sem o auxílio de juízes leigos, reduzindo-se a mero rito
especializado dentro da Justiça encarregada das causas da União.

Todo o procedimento dos Juizados Especiais Federais localizados no Rio de


Janeiro e no Espírito Santo está previsto na Resolução n. 1, de 2007, do Tribunal
Regional Federal da 2ª Região, que reproduz a Lei n. 10.259/2001.

5.1. Competência

Tais juizados são competentes para processar, conciliar e julgar todas as


causas de competência da Justiça Federal no valor de até 60 salários mínimos,
incluindo todas as prestações vencidas e de doze parcelas vincendas, se a causa
versar sobre trato sucessivo.

Caso o título a ser executado esteja no limite previsto, mas não foi proferido
pelo próprio juizado, a execução não será de sua competência. Também estão
expressamente excluídas de sua competência as matérias previstas no art. 3º, §1º,
da Lei n. 10.259/2001.

A competência será absoluta onde existir os juizados federais. Onde não


houver, a causa poderá ser proposta no juízo federal mais próximo ou na vara
estadual, atuando em competência federal delegada.

Se for verificado que a pretensão ultrapassa o exigido, a parte será intimada


para renunciar o excedente ou se será extinto o feito sem julgamento do mérito.

5.2. Capacidade processual

É conferida legitimidade ativa às pessoas físicas, às microempresas e às


empresas de pequeno porte, devidamente comprovado, e passiva à União, às
autarquias, às fundações e às empresas públicas federais.

No caso de litisconsórcio necessário, poderão figurar no polo passivo as


pessoas jurídicas, privadas ou públicas. As pessoas jurídicas públicas serão
representadas em juízo por suas advocacias ou procuradorias.

Não haverá prazo em dobro para a Defensoria Pública.


18

As restrições previstas no art. 8º, da Lei n.9.099/95, não serão aplicadas.


Sendo assim, o incapaz poderá ser parte, sendo-lhe nomeado um curador se não
houver representante constituído.

O comparecimento independe de advogado.

5.3. Procedimento

Poucas são as diferenças em relação aos juizados estaduais, que atua como
regra geral.

As citações e intimações à União, como regra, são pessoais e devem ser


feitas à autoridade especificada, sob pena de nulidade, porém na prática dispensa
tal prerrogativa. É vedada a citação por edital. Na mesma linha, as citações das
demais entidades deverão ser feitas à autoridade máxima ou em sua sede.

As intimações serão realizadas na própria audiência, por publicação ou por


via postal, em exceção à União. Conforme com o Enunciado 73, do Fonajef, é
permitida a intimação telefônica, desde que realizada diretamente com a parte.

Em exceção a intimação da sentença, que deve ser pessoal, todas as demais


comunicações são realizadas por meio de advogados ou procuradores, facultando o
uso do meio eletrônico para tanto.

A entidade pública deverá oferecer toda a documentação até a realização de


conciliação, facilitando o procedimento.

Os representantes terão total poder para transigir.

5.4. Atos processuais

Todos os atos processuais regem-se também pelos princípios dos juizados


especiais e, de forma subsidiária, pelas normas dos juizados estaduais.

Porém, poderá ocorrer o julgamento de mérito tanto nos casos de


improcedência do pedido (quando já há entendimento de improcedência do pedido
naquele juízo), como nos casos de procedência do pedido (matéria unicamente de
direito).
19

O não oferecimento da contestação ou o não comparecimento na audiência


designada resultará revelia.

Será cabível o oferecimento de exceções de impedimento e de suspeição,


cujo processamento ocorrerá no TRF.

As provas documentais em poder da entidade pública deverão ser fornecidas


até a instalação da audiência de instrução e julgamento.

As perícias serão realizadas de forma sumária. Será cabível a produção de


laudo técnica extrajudicial.

5.5. Arbitragem e Juizado Federal

A Lei n. 10.259/2001 não faz qualquer menção à arbitragem. A previsão


expressa menciona, apenas, a figura do juiz togado e do conciliador.

Porém, devido a subsidiariedade da lei dos juizados estaduais, há uma


flexibilização da arbitragem diante dos interesses estatais.

5.6. Sentença

Segundo dispões o art. 5º, da Lei n. 9.099/95, o juiz ao examinar as provas,


dará especial valor às regras de experiência comum ou técnicas.

As regras de experiência não são formas de preencher lacuna no


ordenamento jurídico, mas apenas critérios de avaliação de provas. As regras de
experiência comuns são trazidas por provas regulares e as técnicas são exploradas
por perito.

5.7. Recursos

É permitido recurso apenas da sentença definitiva e das decisões proferidas


em relação às medidas de natureza antecipatória ou cautelar, podendo o relator
atribuir efeito suspensivo.

São quatro espécies recursais: o recurso inominado, os embargos de


declaração, o pedido de uniformização de interpretação da lei federal e o recurso
extraordinário.
20

Quando em sede recursal, será admitido o deferimento de tutela antecipada


de ofício.

Não será admitido, também, agravo de instrumento, recurso especial e ação


rescisória. Porém, será admitido a impetração de mandado de segurança para a
Turma Recursal.

Nos juizados federais a uniformização de jurisprudência tem a natureza de


recurso. Após o julgamento, o vencido formula pedido de uniformização, provocando
o pronunciamento do órgão competente. A uniformização é restrita a questões de
direito material.

Busca-se a uniformização da jurisprudência por três vias:

 Por recurso às Turmas em conflito da mesma região;


 Por recurso à Turma (nacional) de Uniformização, sob a presidência do
“Coordenador” da Justiça Federal;
 Por recurso ao Superior Tribunal de Justiça.

5.8. Execução

As prestações de fazer, não fazer entrega da coisa deverão ser cumpridas


pela autoridade pública logo após o trânsito em julgado da sentença. Não havendo
tal cumprimento de modo espontâneo, o magistrado expedirá ofício, com cópia da
sentença ou acordo, ordenando o seu imediato cumprimento.

Os pagamentos serão objeto de ordem específica do juiz. Expedindo o


comando, a autoridade terá o prazo de 60 dias, contados da requisição, para o
pagamento, depositando o valor junto à agência da Caixa Econômica Federal ou do
Banco do Brasil.

Não havendo o pagamento, será ordenado o sequestro de numerário


suficiente à satisfação do crédito, diretamente junto à conta do ente público
renitente.
21

6. JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA

Em 2009, a Lei n. 12.153 trouxe a previsão de criação dos Juizados Especiais


da Fazenda Pública.

A referida lei traz no ordenamento jurídico a possibilidade de particulares se


valerem do procedimento sumaríssimo para litigarem em face de Fazendas Públicas.

O limite também será de até 60 salários mínimos, com aplicação subsidiária


da Lei n. 9.099/95 no que for compatível.

São competentes para processar, conciliar e julgar todas as causas de


competência de interesse do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos
Municípios no valor de até 60 salários mínimos.

Estão expressamente excluídas de sua competência as matérias previstas no


art. 2º, §1º, da referida lei.

A competência será de caráter absoluto.

Terá legitimidade ativa os mesmos legitimados nos juizados federais, se


configurando no polo passivo as Fazendas Públicas municiais e estaduais.

O litisconsórcio deverá ocorrer apenas entre estado e município, sem


presença da União.

As citações, em regra, serão pessoalmente. As intimações das partes, exceto


da Fazenda Pública, são feitas na audiência, por publicação ou por via postal,
permitindo-se a intimação telefônica.

Os representantes das entidades públicas possuem expresso poder para


transigir ou desistir dos processos de competência dos Juizados.

Ademais, todos os procedimentos e recursos serão nos mesmos moldes dos


juizados especiais e federais, de forma subsidiária.
22

CONCLUSÃO

Após essa análise bastante especificada dos juizados especiais cíveis,


conclui que o rito não diminui a garantia do jurisdicionado, mas apenas é bem mais
adequado a determinadas situações concretas. Suas limitações não são
inconstitucionais, mas apenas compatibilizam garantias constitucionais que
presidem a atuação do autor e do réu no processo.

No que tange ao seu procedimento, é possível identificar grandes diferenças


em relação aos procedimentos contemplados pelo CPC, visando por um lado,
atender aos princípios norteadores explicitados e, por outro, fornecer mecanismos
adequados à proteção dos interesses abrangidos pela competência desse órgão.

As partes possuem possibilidade de demandas tanto no juizado especial


estadual, federal e da Fazenda Pública.

Por fim, alcança-se o escopo principal dessa Justiça, de simplificar os exames


dos processos de menor expressão econômica, ampliando o acesso à Justiça e
permitindo a atuação do Direito em relação às partes menos favorecidas nas
demandas.
23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERREIRA, Eduardo Aranha; GRANADO, Daniel Willian. Direito processual civil. 6


ed. São Paulo: Saraiva, 2019.

PINHO, Humberto Dalla B. Direito Processual Civil Contemporâneo 01. 8 ed. São
Paulo: Saraiva, 2018.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Juizados. Disponível em:


<http://www.tjsp.jus.br/Especialidade/Especialidade/Juizados>. Acesso em: 19 set.
2019.

S-ar putea să vă placă și