Sunteți pe pagina 1din 12

Boca quente

ECONOMIA DAS A extinção de 10 municípios da Bahia deve dar uma boa economizada nos recursos públicos. Só por
baixo, serão 10 prefeitos, 10 vices e 90 vereadores a menos. A briga vai ser boa, mas o governo Jair
BOAS Bolsonaro acertou na decisão.

O FIM
cleia viana/camara dos deputados osmar marrom martins

NA RADINHA
Única deputada federal do PSL na Dalva Sele Paiva deve, finalmente,
Bahia, Dayane Pimentel concederá en- conhecer o desfecho do processo mo-
trevista à Rádio Metrópole amanhã (8), vido pelo MP após as acusções que
às 8h. Neste horário, a emissora está ela fez contra Rui Costa. Depois de
ao vivo para mais de 300 municípios muita insistência, e até uma possível
da Bahia. A parlamentar vai falar do condenação à revelia, a ex-presiden-
governo federal e política para o ano te do Instituto Brasil apareceu. Nin-
de 2020. guém sabe de onde, mas apareceu.

A INTERNET LEMBRA NADA A COMEMORAR OPORTUNIDADE


O desabafo da deputada Joice Hassel- O óleo que aterroriza todo Brasil deve A eleição de 2020 é vista por quase todos
mann sobre os memes que fizeram com chegar ao sudeste. As manchas recente- os atores em Salvador como “uma janela
ela tem que ser levado a sério. Mas, como mente aparecem na ponta da Bahia, que de oportunidade”. A mais recente decla-
a internet não perdoa, um vídeo em que faz divisa com a região. A busca agora é ração nesse sentido partiu do deputado
a parlamentar aparece comparando a ex- para saber como elas voltam e reapare- estadual Paulo Câmara. O consenso é de
-presidente Dilma com uma vaca e dizen- cem, às vezes com mais força, em cidades que a imposição do nome de Bruno Reis,
do que ela está “gorda” voltou a circular. que já foram atingidas. ao lado de Neto, enfraquece o grupo.
vinicios loures/camara dos deputados bruno concha/secom

MAIS UM NO A rádio corredor no Palácio de Ondina dá quase como certa a nomeação de José Aras para a vaga de
desembargador no Tribunal de Justiça da Bahia. Dizem que a ideia de Rui é estabelecer um canal de
TRIBUNAL interlocução com o PGR Augusto Aras, parente do advogado baiano.

Jornal da

Publisher Editora KSZ Editor de Arte Paulo Braga Fotos Tácio Moreira
Diretor Executivo Chico Kertész Diagramação Dimitri Argolo Cerqueira Comercial (71) 3505-5022 Grupo Metrópole
Editor Alexandre Galvão e Matheus Simoni Redação Alexandre Galvão, James Martins e Matheus Simoni comercial@jornaldametropole.com.br Rua Conde Pereira Carneiro, 226
Pernambués CEP 41100-010
Projeto Gráfico Marcelo Kertész Revisão Alexandre Galvão e Matheus Simoni
Salvador, BA tel.: (71) 3505-5000

2 Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de novembro de 2019


@hapvidasaude @hapvidasaude /hapvida.saude www.hapvida.com.br

Com a união ao Oferecer acolhimento e medicina com amor, qualidade e

Grupo São Francisco, eficiência a cada vez mais pessoas. É isso que move quem
faz o Hapvida. Por isso, o sistema acaba de unir-se ao Grupo
o Sistema Hapvida São Francisco. Dois grupos que compartilham o mesmo

leva saúde para todas propósito: colocar a saúde do Brasil em primeiro lugar.
E tenha certeza: o resultado vai ser ainda mais compromisso
as regiões do Brasil. em receber você com todo carinho e atenção.

Um dos maiores sistemas de


saúde e odontologia do Brasil.
35 Hospitais

42 Prontos atendimentos

142 Clínicas médicas

118 Centros de diagnóstico


por imagem e coleta
laboratorial (Vida&Imagem)

Mais de 28 mil colaboradores

Mais de 12 mil médicos

Mais de 14 mil dentistas


credenciados em todo o Brasil

5,8 milhões de clientes


em todo o Brasil

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de novembro de 2019 3


Cidade

PALCO DO REGGAE E DO ABANDONO


Praça que recebeu shows antológicos amarga descaso do poder público e falta de investimento

Fotos Tácio Moreira lembra Albino Apolinário, fun-


Texto James Martins
dador do primeiro bar de reg-
redacao@jornaldametropole.com.br
gae do Pelourinho, pioneiro de
Inaugurada em 1999, em uma movimentação que levou
pleno Largo do Pelourinho, à revitalização do bairro. Hoje,
a Praça do Reggae comemo- porém, a Praça do Reggae é fo-
ra seus 20 anos da pior forma cada não pelo viés cultural, mas
possível. Fechado desde 2011, da Saúde Pública. “O mal cheiro
o equipamento foi abandona- que exala aí de dentro espanta
do após a promessa de uma os turistas e inferniza a vida da
reforma miraculosa e hoje é de- gente que trabalha aqui”, afir-
pósito de lixo, mato e dejetos. ma a trançadeira Bel do Pelô,

8
Quem vê tanta porcaria por trás que tem ponto bem em frente.
daquelas grades, nem imagina
que por ali já passaram artis-
tas como Gregory Isaacs, Denis
Brown, Edson Gomes, Israel Vi-
bration e outros grandes nomes ANOS
do gênero jamaicano. “A praça
vivia lotada, com gente saindo
pelo ladrão. Já teve show com é o tempo que a praça
está fechada para o
1.200 pessoas dentro, a lota- público de Salvador
ção máxima, e mais 3.000 fora”, Promessas foram muitas, mas praça cai no esquecimento; fachada tem imagens de um Pelourinho que não existe mais e vive na imaginação

4 Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de novembro de 2019


Cidade

GOVERNO NÃO DEU JEITO: POR MÁ GESTÃO, REGGAEIROS CITAM FALTA


DINHEIRO DO GOVERNO FEDERAL VOLTOU DE RESPEITO ÀS ORIGENS
4,4
Em 2009, o então presi- desperdiçado, basta lembrar “Falta respeito à nossa ori- Cravo, dono do Cravo Rastafá-
dente Luiz Inácio Lula da Silva que o mesmo plano direcionou gem. Eu divulgo o reggae há ri, hoje localizado na Rua das
anunciou um aporte financei- R$ 1,1 milhão para recuperação quase 30 anos, mantendo a or- Flores, mas que foi um dos três
ro de R$ 4,4 milhões que seria das instalações do Terreiro do dem e o respeito ao próximo. bares instalados na praça. Além
investido, através do PAC das Gantois e da Igreja São Pedro R$ MILHÕES Continuo na resistência, mas de cobrar maior mobilização dos
Cidades Históricas, em um pal- dos Clérigos. Aliás, a respon- perdi um público de mais de mil amantes da cultura rasta, ele faz
co móvel na Praça do Reggae. sabilidade sobre a praça é um pessoas por causa dessa má ges- questão de lembrar um momen-
foram destinados à
Por má gestão, o recurso não eterno jogo de empurra entre recuperação da praça, tão. No dia que derem espaço ao to marcante de quando o local
foi aplicado e retornou a Brasí- o Ipac e a Diretoria do Centro mas recurso voltou reggae novamente, o Pelô vol- funcionava: “Um lançamento de
lia. Para dar uma ideia do valor Antigo de Salvador, da Conder. ta a bombar”, desabafa Wilson Edy Vox e Banda Papoula”!

Nos tempos áureos, praça teve efervescência do reggae; artistas como Edson Gomes, Gregory Isaacs e tantos outros nomes baianos do ritmo jamaicano lotaram shows, que chegavam a ter mais gente do lado de fora do que dentro

RASTAMAN SOFRE SEM PALCO DE SHOWS LOCAL DE OUTROS RITMOS


Outro que ergue sua voz Sem falar que nem só de re- balão lá pra dentro. Sabe o que é
pela revitalização da Praça do ggae vivia a Praça do Reggae. O balão? É um saco cheio de mer-
Reggae é o cantor e compositor Cortejo Afro, por exemplo, rea- da. Devia cair na cabeça desses
Geraldo Cristal. Natural de Ca- lizou diversos ensaios no local. gestores incompetentes”, diz
choeira, berço do movimento Subiram ao palco Caetano Velo- Jorge Baratino, morador da re-
na Bahia, ele considera o aban- so, Arnaldo Antunes, Arto Lind- gião. No gradil, até as fotos que
dono “uma ignomínia”. “Não say e outros. “Hoje o que a gen- fingem estar tudo bem foram
tenho nem coragem de passar te vê é morador de rua jogando rasgadas. Nem disfarçam mais!
na frente”, diz. E lembra que o
local também serviu para even-
tos de reflexão, além da que a
música já traz naturalmente, Centenas de artistas
se apresentaram
organizados pelo sociólogo e
radialista Lino de Almeida. “Ele,

na Praça do Reggae
inclusive, apresentou direto da
praça o programa Rasta Reggae,
da Itaparica FM. Faz falta”. Natural de Cachoeira, Edson Gomes marcou presença com shows na Praça do Reggae

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de novembro de 2019 5


Cidade
Atuação “pavorosa” Reforma desordenada
Arquiteto Marcio Correia Campos avalia que Iphan não atua como No Santo Antônio Além do Carmo, é muito comum obras começa-
deveria. Para ele, a ação do órgão é “pavorosa” e conivente com a rem desordenadamente e serem abandonadas por risco de desaba-
destruição do patrimônio. mento na região.

A CONTA QUE SÓ FAZ AUMENTAR


Iphan responde matéria sobre descaso no Centro Histórico: resultado esbarra apenas em notificações
Fotos Tácio Moreira ral Brasileiro”. Diz também questão é que nossa matéria fiscalizar as violações, não seguiremos cobrando, tam-
Texto James Martins
que “os imóveis sinalizados em momento algum diz que as consegue impedir e nem bém ao Ipac e à Sedur, res-
redacao@jornaldametropole.com.br
na reportagem já possuem as obras foram feitas com au- tampouco devolver ao Pa- ponsáveis estadual e muni-
Sobre a matéria “O Pu- processos administrativos torização do Iphan, mas que trimônio as características cipal. Em entrevista à Rádio
xadinho do Iphan”, de nossa abertos conforme previsto na o Instituto, responsável por fundamentais. De modo que Metrópole, nesta segunda-
edição anterior, o órgão en- Portaria 187/2010 e contam -feira (4), o arquiteto Márcio
viou nota em resposta. No com acompanhamento do C. Campos chamou atenção
texto, o Instituto alega que Ministério Púbico Federal. Resposta do também para a necessidade

Iphan abre ainda


“segue empenhando esfor- Ambas as obras foram inicia- de sensibilizar a população
ços na fiscalização de seus das sem autorização do Iphan ante o valor do Patrimônio.

mais lacunas
conjuntos e bens tombados – procedimento necessário “Se a gente não reconhecer a
conforme sua missão de pro- pois são construções locali- importância, nenhum esfor-
teção do Patrimônio Cultu- zadas em área tombada”. A ço adiantará”, disse.
6 Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de novembro de 2019
Cidade
Emaranhado Prêmio da impunidade
A fiação emaranhada é alvo de fotografias dos turistas, que as usam Violações identificadas por órgão são “notificadas”. Ação mais enér-
como chacota. O pior é que a maioria dos fios (que já deviam estar gica não ocorre e problemas continuam a se multiplicar em área de
subterrâneos) nem sequer funcionam. preservação arquitetônica.

COELBA E OUTROS ENTES


TAMBÉM NEGLIGENCIAM
Por falar em divisão de roroso que já passou da hora
responsabilidades, ainda que de ser subterrâneo, a conces-
todas, ao fim e ao cabo, de- sionária ainda instala seus
semboquem na coordenação contadores nas fachadas
do Iphan mesmo, a Coelba é (mesmo tendo sido aciona-
outra empresa que demons- da em 2002 pelo Ministério
tra insensibilidade para com Público Estadual e acordado
o nosso legado arquitetô- não mais fazê-lo), algumas
nico-colonial. Além de não vezes agredindo também
resolver nunca a questão da azulejos antigos no Santo
fiação, um emaranhado hor- Antônio Além do Carmo.

Coelba ainda dá uma mãozinha: contador à mostra deixa descaso ainda mais evidente

INTERVENÇÕES DESVALORIZAM
“A vizinhança precisa o bairro for pasteurizado, dei-
compreender também que xará de despertar interesse e,
certas intervenções desva- inevitavelmente, passará a
lorizam seus próprios imó- valer menos. O Centro His-
veis. Não se trata de casinhas tórico é uma marca de nossa
quaisquer, que podem ser al- identidade e essa consciência
teradas apenas pela lógica da tem que se espalhar entre os
praticidade. É um Patrimônio moradores”, clama Milena
mesmo, com P maiúsculo. Se Palacios, que vive na região.

“Se o bairro for pasteurizado,


deixará de despertar
interesse e valerá menos”
Lixo, descaso e puxadinhos convivem harmoniosamente em área que deveria ajudar a dar mais vida cultural à capital do Estado – Milena Palacios, moradora
Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de novembro de 2019 7
Bahia

PERIGO PARA OS COFRES


Ligação da prefeitura de Feira de Santana com cooperativa rendeu multa no TCM; gestão tem que explicar gasto
opersaúde, Ativacoop e Coof-
reproducao google street view
Texto Alexandre Galvão
alexandre.galvao@metro1.com.br
saúde. A indicação do Tribunal
Denunciada no começo do era pela realização de concurso
ano pelo Ministério Público da público. As contas são de res-
Bahia e alvo da Polícia Federal, ponsabilidade de José Ronaldo
a Coofsaúde recebeu mais de (DEM) e Colberto Martins. O
R$ 285,6 milhões da prefeitu- primeiro deixou a gestão para
ra de Feira de Santana em um disputar o governo do Estado,
ano. A relação da cooperativa mas foi derrotado ainda em
com a gestão municipal ren- primeiro turno. Em resposta à
deu multa aplicada pelo Tribu- Corte de Contas, a dupla afir-
nal de Contas dos Municípios mou que há coerência nos atos
(TCM). De acordo com a Corte administrativos relacionados à
de Contas, a gestão de Colbert gestão do Programa de Saúde
Martins (MDB) não conseguiu da Família no município, pois,
comprovar a realização de ser- segundo ele, “há que se avaliar
viços que montam o valor de que o programa possui caráter
R$ 14 milhões. Ainda envol- temporário não podendo a ad-
vendo cooperativas, a relatoria ministração estabelecer núme-
registrou a contratação de ser- ro de contratações permanen-
vidores sem concurso público, tes (mediante concursos) para
por meio das cooperativas Co- atender programa.

Ex-prefeito e
atual gestor
foram multados
Segundo os procuradores do MP, servidores foram contratados, através de cooperativas, sem a realização de concurso públicos na cidade

lucio bernardo jr/camara dos deputados

PREFEITURA PODE CONTRATAR


SERVIDORES CONCURSADOS
Ao fazer opção por contra- despesa com pessoal da pre-
tar a cooperativa enrolada com feitura atingiu o montante de
a Justiça, a prefeitura deixou R$ 595 milhões, representando
de contar com servidores efeti- 45,52% da receita líquida do
vos. Diferentemente da maio- município, não extrapolando o
ria dos municípios da Bahia, limite máximo de 54%, estabe-
Feira de Santana tem margem lecido pela Lei de Responsabi-
para realizar novos contratos, lidade Fiscal. O Jornal da Me-
como mostra o próprio TCM trópole tentou contato com a
na análise das contas feita no Coofsaúde, através dos tele-
momento da autuação das ir- fones disponíveis na internet,
regularidade encontradas. “A mas não obteve sucesso. Atual prefeito não conseguiu comprovar a realização de serviços, que chegam ao montante de R$ 14 milhões; MP entra com denúncia

8 Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de novembro de 2019


Bahia
daniele rodrigues/metropress

MINISTÉRIO PÚBLICO APONTA ATUAÇÃO EM


SUPERFATURAMENTO DE CONTRATO TODA BAHIA
Segundo a denúncia do os seus contratos”. Ainda de
Ministério Público, feita em acordo com o órgão, a coo- Na ocasião da denúncia, o
janeiro deste ano, a Coof- perativa recebeu entre 2009 MP ressaltou que as irregu-
saúde era uma empresa tra- e 2018 um total aproximado laridades analisadas na ope-
vestida de cooperativa que de R$ 285,6 milhões do Fun- ração envolviam somente o
“inflava artificialmente os do Municipal de Saúde e da município de Feira de Santa-
seus custos operacionais Fundação Hospitalar de Fei- na, mas há suspeitas de des-
diretos e indiretos para ma- ra de Santana. Desse total, vios em vários municípios. A
quiar os seus lucros e justi- estima-se que tenham sido cooperativa tem contratos
ficar o arbitramento de va- superfaturados R$ 71,6 mi- com mais de 30 cidades. De
lores superestimados para lhões. acordo com os promotores
de Justiça responsáveis pela
investigação, foi constatado
MP apontou que a Coofsaúde recebeu, en-
tre 2007 e 2018, quase um R$
sobrepreço de R$ 71 1 bilhão proveniente de con-

milhões em Feira
tratos celebrados com diver-
sos municípios baianos e com
Procuradores apontam que Coofsaúde é uma empresa “travestida de cooperativa” em Feira o Governo do Estado.

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de novembro de 2019 9


Bahia

EDUCAÇÃO COM PREÇO MUITO AMARGO


Estudantes de medicina chegam a desembolsar R$ 12 mil em mensalidades no curso na Bahia
Foto Tácio Moreira ria se comprometido com a
Texto Matheus Simoni proposta apresentada pela
matheus.simoni@metro1.com.br
entidade, que envolve o Fun-
O alto valor das mensali- do de Financiamento Estu-
dades de medicina entrou na dantil (Fies).
mira de familiares dos futu- “Essa associação foi criada
ros médicos, que querem in- para fazer frente a uma situa-
tervenção do governo federal ção que estava escondida e só
para coibir novos aumentos. se revelou depois que o Fies
Na Bahia, de acordo com As- quebrou. (...). Hoje temos que
sociação de Pais e Estudantes conviver com mensalidades
de Medicina do Estado, a mé- de em torno de nove mil reais
dia das mensalidades chega a para um curso de medicina.
R$ 9 mil. Ao todo, 400 associa- Medicina é o único que tem
dos baianos da entidade plei- esse valor. Os demais cursos,
teiam a liberação de crédito todos estão abaixo de dois
junto ao Ministério da Educa- mil reais a mensalidade. To-
ção. No dia 11 de setembro, dos os demais cursos têm fi-
o presidente da associação, nanciamento, tem Fies, mas
Francisco Bacelar, se reuniu para Medicina não tem nada”,
com o ministro da Educação, reclama o representante do
Abraham Weintraub, que te- grupo.

“Todos os demais cursos têm


financiamento, mas para
Medicina não tem nada”
– Francisco Bacelar, da associação dos pais de estudantes Com Fies em baixa, estudantes fazem malabarismo para equilibrar contas e garantir a conclusão dos cursos, que ficam cada vez mais caros

MEC PROMETE AVALIAR CASO MENSALIDADES


reproducao/facebook

Segundo a associação, o mi-


nistro se mostrou favorável a
do Nordeste não pode, com eu
dando garantia real, dando uma
A R$ 12 MIL
Em Salvador, os valores va-
abraçar a ideia dos pais dos estu- casa, uma fazenda, um aparta-
dantes. A mudança no Fies teria mento, me emprestar dinheiro riam entre R$ 4,4 mil e R$ 12
como base o crédito junto aos para eu formar meu filho e po- mil. O Fies foi criado em 1999
bancos regionais. “Se o Banco der pagar isso com mais tran- pelo governo FHC, depois man-
do Nordeste libera dinheiro para quilidade?”, questiona o presi- tido e ampliado a partir de 2003,
eu botar energia solar, o Banco dente da associação. no governo Lula. Pais de alunos
que cursam medicina lutam
pela alteração de uma portaria,
que viabiliza a possibilidade de
Pais tentam crédito junto ao MEC. “Temos
colegas que, no 3º ano, não tem
liberação de crédito condições de pagar, e perde os 3

junto ao MEC
anos. Ou seja, jogou fora mais
de 300 mil reais e a faculdade
Pais de estudantes dos cursos de Medicina apelam para o MEC em busca de mudanças não devolve”, acrescenta.
10 Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de novembro de 2019
Entrevista
Miguel Cordeiro, artista plástico

“ESQUERDA ALIJOU GRANDES NOMES DO PENSAMENTO”


Campo ideológico teria deixado de lado quadros como Darcy Ribeiro, Ulysses Guimarães e Milton Santos
matheus simoni/metropress

O artista plástico Miguel disso. O pensamento de direi-


Cordeiro, criador do famoso ta, não estou falando de quem
personagem do grafite “Fausti- tem integridade, mas o grande
no”, criticou o campo ideológi- pensamento (humanista) era
co da esquerda, em entrevista uma coisa da esquerda. O que a
à Rádio Metrópole, por su- esquerda fez? A esquerda alijou
postamente excluir pensadores os grandes nomes da esquerda.
do campo do humanismo. Ele Quando a esquerda chegou ao
afirma que, quando a esquerda poder, você não ouve mais falar
chegou ao poder, teria deixado em Darcy Ribeiro, em Ulysses
de levar em conta nomes como Guimarães, em Milton Santos.
o antropólogo Darcy Ribeiro, Algumas pessoas falam. Mas a
o político opositor da ditadura esquerda alijou, tirou de campo,
militar Ulysses Guimarães e o todos esses caras, para entrar
geógrafo Milton Santos. um bando de gente incompe-
“A direita a gente nunca tente, burra e ignorante, tipo
espera nada, porque sempre Jean Wyllys, Gregório Duvivier,
foi uma porcaria. A gente sabe Márcia Tiburi”, narra.

Após quase 30 anos,


artista voltou a
investir nos muros

O SURGIMENTO DE FAUSTINO EM 1979 ‘FAUSTINO AUDITOR FISCAL’


Miguel conta que o persona-
reproducao/facebook

Ele relata que parou de gra- que de gerações, que se fez pre-
gem “Faustino” surgiu em 1979, fitar frases com o personagem sente, uma geração das antigas
puxado por uma onda de grafi- em 1985, mas depois de 30 anos, conhecia e o pessoal mais novo
teiros que criaram na esteira do em 2013 fez nova investida nos não sabia quem era esse cara. A
grafiteiro “Mancha” que escre- muros da cidade. Uma das novas pergunta era se eu tava fazendo
veu a frase “Abaixo a Ditacuja”, criações, “Faustino estuda para bullying ou trollando alguém. Aí
em Salvador. À época, o país concurso de auditor fiscal”, re- foi quando coloquei que ‘Faus-
vivia uma maior abertura demo- flete um desejo dele próprio de tino estuda para concurso de
crática, com o fim do AI-5, mas maior retorno financeiro do que auditor fiscal’”, conta Miguel,
ainda sob a ditadura militar. O o que tem na carreira artística. narrando uma de suas mais fa-
artista escolheu o nome do per- “Foi coisa sensacional, do cho- mosas gravuras.
sonagem aleatoriamente e pen-
sou em representar o universo
cafona, com frases como “Faus-
tino usa escovinha pata a pata”.
Embora estivesse no período da
Nome do ‘Faustino’
ditadura, ele afirma que não so- foi escolhido de
forma aleatória
freu censura porque fazia uma
crítica mais politico-existencial
e não ideológico. Grafite ainda não tinha o patamar de arte de rua e riscava os muros sem autorização

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de novembro de 2019 11


12 Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de novembro de 2019

S-ar putea să vă placă și