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Introdução
1)Formas de Inconstitucionalidade
Tal norma constitucional diz que o servidor público tem direito de greve,
mas em lei específica, se o legislador não faz a lei, existe uma
inconstitucionalidade por omissão do poder público.
a) Formal (Nomodinâmica)
a.2) Orgânica
1. Material (Nomoestática)
Pode ser Total, quando atinge toda uma lei ou todo um dispositivo ou
Parcial, onde pode atingir apenas uma palavra ou uma expressão, desde que
essas sejam autônomas e não modifiquem o sentido da norma.
Difuso, pode ser exercido por qualquer juiz ou tribunal, criado nos Estados
Unidos em 1803 no famoso caso Marbury versus Madison, já mencionado
anteriormente. No Brasil foi introduzido em 1891 com a primeira
constituição republicana.
Concentrado, é aquele reservado a um determinado órgão do Poder
Judiciário. O STF quando o parâmetro é a Constituição Federal. Na esfera
estadual, o Tribunal de Justiça. Surgiu em 1920 na Áustria, foi introduzido
no Brasil na Constituição de 1934 (Representação Interventiva), primeira
espécie de Controle Concentrado.
Pode ser Concreto, aquele que tem por finalidade principal a proteção de
direitos subjetivos, também conhecido por controle por via de exceção, por
via de defesa ou incidental. Neste controle, o objetivo principal é proteger o
direito subjetivo incidentalmente, terá que ser reconhecida a
inconstitucionalidade.
A ADI e ADC possuem caráter dúplice ou ambivalente, são ações que tem a
mesma natureza, mesma essência, o que muda é o sinal, ou seja, uma ADI
julgada procedente é a mesma coisa que uma ADC julgada improcedente,
(Lei 9.868/99, Art. 24). ADC, precisa de uma Controvérsia Judicial Relevante
como pressuposto de admissibilidade. A constitucionalidade das leis já se
presume, por isso só justifica a declaração de constitucionalidade da lei se
houver alguma controvérsia, senão o Supremo seria mero órgão de
consulta.
l- o Presidente da República;
ll- a Mesa do Senado Federal
VI o Procurador-Geral da República
4) Objeto
Por natureza é a essência daquele ato normativo impugnado. ADI e ADC: Lei
ou ato normativo (Art. 102, I, a). Quando se fala em Lei, o STF entende que
pode ser qualquer tipo de Lei a partir da (ADI 4049); qualquer tipo de lei
inclusive de efeitos concretos, o mesmo não ocorre em relação ao ato
normativo. O ato normativo tem que ter densidade normativa, precisa ser
geral e abstrato não pode ser de efeitos concretos.
Não podem ser objeto de ADI ou ADC, atos tipicamente regulamentares, que
regulamentam uma lei, não pode porque só é possível violação direta da
Constituição (ADI 3664).
Para a ADPF, não exige que o objeto seja lei ou ato normativo, ela admite
como objeto qualquer ato do Poder Público (Lei 9882/99 Artigo 1°). O objeto
é mais amplo nesse caso. Não se admite como objeto de ADPF: Atos
tipicamente regulamentares (ADPF 59), Súmulas comuns (ADPF 80-AGR),
Súmulas vinculantes (ADPF 147 AGR), súmulas comuns e súmulas
vinculantes exigem procedimento especifico, não teriam o caráter
subsidiário, PEC, a proposta de emenda não pode (ADPF 43-AGR), Veto
(ADPF 73) e Decisão Judicial transitada em julgado (ADPF 228 MC). Decisão
Judicial pode, mas se já estiver transitada em julgado não pode ser objeto de
ADPF.
A ADC é Lei ou ato normativo federal, ADI, Lei ou ato normativo federal e
estadual e ADPF, Ato do Poder Público federal, estadual e municipal. Distrito
Federal depende da essência da Lei, normas de conteúdo de lei estadual ou
lei de conteúdo municipal (Súmula 642).
5.1) Quórum
O Supremo Tribunal Federal tem 11 ministros, o quórum mínimo de
presença é de 8 ministros (Artigo 22 da Lei 9868/99 e Artigo 8° da Lei
9882/99). Para decisão o quórum é de maioria absoluta, ou seja, pelo menos
6 dos 8 ministros (Artigo 23 da Lei 9868/99). Na ADPF, embora não exista lei
tratando da temática, por analogia, este mesmo quórum é utilizado.
Na função legiferante, o Poder Legislativo pode fazer uma nova lei com o
mesmo conteúdo que o Supremo considerou inconstitucional e o Supremo
também pode alterar o entendimento. O chefe do executivo, Presidente,
Governador e Prefeito, não fica vinculado pela decisão do Supremo, apenas
no que diz respeito as atividades relacionadas ao processo legislativo,
quando ele exerce o papel legiferante. Por exemplo: Medida provisória,
veto, iniciativa de lei, celebração de tratado nos casos de atuação legislativa.
É estabelecida pelo (Artigo 97) que diz: “Somente pelo voto da maioria
absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial
poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público”.
Necessário que haja um ato para suspender a lei para todos, para evitar
tratamentos desiguais, ou seja, para quem não chegou no Supremo. Só pode
ocorrer quando há uma declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo,
não se aplica a atos pré-constitucionais, porque seria hipótese de não
recepção (RE 387271).
O Senado deve se ater aos exatos limites da decisão proferida pelo STF, não
pode ir nem além, nem ficar aquém da decisão do Supremo Tribunal
Federal, o Senado não faz controle de constitucionalidade, nesse caso, ele só
suspende, quem faz o controle é o Supremo Tribunal Federal.
Em relação aos órgãos administrativos tem prazo fixado de 30 dias, todavia,
havia um problema em relação a esse prazo, nem sempre é possível suprir a
omissão em trinta dias, tem situações mais complexas que em trinta dias
seria pouco. O legislador infraconstitucional estabeleceu um dispositivo
dando flexibilidade a Supremo Tribunal Federal para estabelecer esse
prazo, (Artigo 12-H, 51. Lei 8.868/99).
1. Mandado de Injunção
Nos TSE e TRE (Artigo 121, §4, V) ao estabelecer: “denegarem habeas corpus,
mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção”.
Não concretista: A decisão não tem efeito de suprimir omissão, não tem
efeito de concretizar a norma. A decisão proferida não é capaz de
estabelecer a norma concreta para suprir a omissão. O efeito seria o mesmo
da ADO, mais adotada pelo Supremo Tribunal Federal. Somente depois de
uns 15 anos o Supremo passou a adotar outras correntes e foi muito
criticada porque praticamente esvaziava o Mandado de Injunção, ficava
como uma ADO.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Constituição da República Federativa, 1988.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Positivo, 28. Ed. São Paulo:
Malheiros, 2007.
Autor
Ronaldo Ronaldo Paulino Filho
Paulino
Filho Mestre em Direito pela Universidade Católica de
Pernambuco, Especialista em Direito Constitucional,
Especialista em Direito Processual Civil, Advogado, Professor de Direito
e Pesquisador.
Site(s):
www.linkedin.com/in/ronaldo-paulino-filho-43478766/
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