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I.

A DINÂMICA DA TRANSFERÊNCIA/1912
A atuação da transferência e a sua relação com as forças que lhe dão causa.

1.1. O surgimento necessário da transferência na terapia analítica:


Disposição e Acaso, fatores constitucionais somados às experiências primeiras
infantis são determinantes no estabelecimento de um modus operandi por qualquer
indivíduo:
— As condições para o amor;
— As pulsões satisfeitas;
— Os objetivos propostos.
O que resulta em um comportamento estereotipado, de situações que se
repetem e de atitudes que se reeditam continuamente.
Uma parte desses impulsos se voltam par a realidade e se tornam conscientes,
outra parte desses impulsos libidinais permaneceu totalmente inconsciente ou
ganham espaço pela fantasia.
Assim, quem não encontra satisfação amorosa na realidade sempre se voltará
para toda pessoa que surgir em seu caminho com expectativas libidinais, em sua
porção tanto inconsciente quanto consciente. E o analista, por conseguinte, a isso não
escapa.

1.2. O papel da transferência no tratamento psicanalítico:


Portanto, a expectativa libidinal resultante da não satisfação encontrada quando
investida na pessoa do analista adquire proporções tais que, em grau menor, se
justificaria, no entanto, compreensível é que tal aconteça, levando-se em conta o
aspecto dual da expectativa: consciente e inconsciente.
Conforme dito anteriormente, o investimento libidinal se vincula a um modelo
criado por cada indivíduo e, assim, é o analista incluído em uma dessas “séries” ou
situações-clichês. Não se reduzindo a transferência, como é óbvio, a um só modelo,
podendo ser a imago paterna, materna, fraterna ou de qualquer outra pessoa, nem
consistindo em lugares fixos, ou seja, as situações são modificáveis.
O que se observa na experiência clínica é que os laços libidinais entre pulsão e
amor não são totalmente influentes sobre o desenvolvimento psíquico. Somente a
libido consciente investida na realidade dele participa.

1.3. Dois pontos a princípio inexplicáveis para o psicanalista:


1. Não é inteligível o fundamento pelo qual a transferência se faz mais intensa nos
neuróticos em análise do que naqueles que não se submetem a ela.
a. Em instituições onde os pacientes não são tratados analiticamente,
ocorrem as maiores intensidades e as mais indignas formas de
transferência — a servidão e a erotização.
2. É um enigma a transferência apresentar-se como a mais forte resistência ao
tratamento, enquanto fora da análise é portadora da cura.
a. Conforme observado na prática clínica, a despeito de o analisando
encontrar-se oferecendo resistência mediante a interrupção, ou seja,
mediante o seu silêncio, o abandono da associação livre, tal atitude, no
entanto, pode ser concebida enquanto transferência em processo do
analisando para com o analista. Quando assim se interpreta, a ausência
da associação livre é descartada ou é metaforizada pelo silêncio do
analisando, silêncio esse nunca resultante de um sentimento de
desprazer.
1.4. A transferência como resistência na psicanálise — as duas fontes da
resistência:
Paradoxalmente, se a transferência é meio de resistência, ao mesmo tempo,
apresenta-se como o método de tratamento psicanalítico para se alcançar a “cura”.
1.4.1. A descrição do lugar psicológico no tratamento:
A ocorrência do adoecimento neurótico é necessariamente antecedida por uma
redução da libido capaz de consciência e um aumento da libido inconsciente que
alimenta as fantasias da pessoa.
O processo psíquico, então, vivenciado pelo analisando no tratamento
psicanalítico, denomina-se, conforme Jung de introversão da libido /movimento de
fora para dentro/ensimesmamento autoerótico; por Ferenczi, de introjeção da libido
e, por Freud, de regressão da libido — um voltar à vida das imagos infantis — uma
resposta à questão insana: “Por que foram os dias passados melhores do que estes?”
A terapia analítica se faz, assim, pela via da regressão em busca da libido
inconsciente a fim de torná-la consciente e a serviço da realidade. Entretanto, trava-
se aqui um conflito psíquico entre as forças causadoras da regressão da libido — as
resistências — e o trabalho investigativo psicanalítico.
Saliente-se que o processo psíquico da introversão ou regressão da libido
somente é possível em razão de sua origem na realidade, ou seja, pela frustração da
satisfação, e por sua adequação ao momento. Essas resistências não são as únicas,
pois existem as resistências conscientes oriundas da libido consciente, não mais sob a
influência da realidade e, sim, da libido inconsciente, partícipes, portanto, do processo
de regressão.
Para libertar a libido consciente da atuação do inconsciente, o recalcamento de
suas pulsões e produções deverá ser eliminada. Aqui é o lugar onde a doença floresce
devido à forte resistência que o recalque oferece ao tratamento. Com efeito, de um
lado se posiciona a resistência tanto consciente quanto inconsciente em oposição à
cura, de outro, o tratamento que a busca.
O surgimento da transferência ocorre quando a associação livre atenta para a
resistência em sua origem inconsciente, aí onde ela vige com maior força, e se
insurge como compromisso entre as reivindicações da resistência e as do trabalho
investigativo. Nessa formação de compromisso é que se dá a transferência. Assim que
uma ideia ou sentimento está pronto para ser transferido do analisando para o
analista, dá-se a transferência e, mediante a interrupção da associação, ela se mostra
como resistência.
Na verdade, não se trata propriamente de uma resistência e, sim, de uma
transferência do analisando para com o analista. A possibilidade da transferência
existe enquanto satisfação da resistência. O tratamento segue, pois, de associação a
associação, de resistência a resistência, de transferência a transferência.
Quando o analista se aproxima de um paciente, a parte de sua patogenia capaz
de transferência é coagida a adentrar à consciência, onde se lhe declara resistência.
Ressalte-se, portanto, que existe um movimento recíproco entre Resistência e
Transferência.
1.4.2. A razão de ser a transferência um meio de resistência:
A razão é encontrada não em possíveis especulações ou substanciais
ponderações, porém na própria experiência clínica onde, repetidamente, se observa o
analisando se utilizar do mecanismo transferencial da resistência.
Ademais, para encontrar tal razão não se pode considerar apenas a
transferência, mas também, os seus tipos, quais sejam: a transferência positiva que
transfere sentimentos de amor e a transferência negativa que transfere sentimentos
de ódio.
Acrescente-se, ainda, que a transferência positiva se divide entre a
transferência dos sentimentos de afeto consciência e a transferência de uma parte
deles para o inconsciente.
Um acento da ordem do sexual se mostra aqui irrefutável, visto que o que é
empurrado para o inconsciente tem sua origem em fontes eróticas, o que leva,
necessariamente, à conclusão de que todos os afetos positivos estão atrelados à
gênesis da sexualidade e seu desenvolvimento se deve ao enfraquecimento da meta
sexual, ainda que apareça à nossa autopercepção consciente como não-sexual.
Segundo a psicanálise, o ser humano só conhece de modo natural objetos
sexuais. Portanto, para o inconsciente qualquer pessoa amada é passível de se tornar
também objeto sexual.
1.4.3. O desvelamento da relação entre transferência e resistência:
Na terapia analítica, só se torna resistência a transferência negativa ou a
transferência positiva de impulsos eróticos recalcados.
Se se fazem cessar a transferência negativa e a transferência positiva do
recalcado, o que resta é a transferência positiva consciente do não-recalcado,
expediente, mecanismo libertário (do latim, expedir, tirar os obstáculos,
desembaraçar) de cujos bons resultados mediados pela sugestão, a psicanálise se
apropria. Sugestão assente como a influência do analista, por um lado e a introjeção
do analisando, por outro e que se processa pela fenomenalidade da transferência.
1.4.4. A razão de os fenômenos de resistência da transferência surgirem
apenas na psicanálise:
Na verdade, não significa que eles não surjam num tratamento diferenciado,
mas, sim, que são avaliados como fenômenos de resistência da transferência e não
como resistência à cura.
Nas Instituições Psiquiátricas, a transferência negativa é até mais incidente,
enquanto a transferência erótica é atenuada e não revelada.
Para a cura, o que importa é que o paciente seja livre de suas angústias,
sintomas e inibições em sua existência e reintegrado à vida e não apenas que deixe a
Instituição no mesmo estado quando de sua internação ou que lá seja mantido,
entretanto, alienado da vida.

1.5. O fenômeno da Ambivalência na Psiconeurose e na Neurose Obsessiva


O termo cunhado por Bleuler de “ambivalência” refere-se ao fenômeno em
que tanto a transferência negativa quanto a positiva tomam como objeto uma mesma
pessoa.
Uma certa medida de ambivalência pode parecer até normal, porém, em alto
grau, é uma característica exclusiva dos neuróticos e é o que explica a sua
capacidade de pôr suas transferências a serviço da resistência
Uma das precondições da neurose obsessiva é a separação entre a
transferência negativa e a positiva
A impossibilidade de cura se esgota quando, nos paranoicos, a transferência se
torna essencialmente negativa.
Enquanto o psicótico e o paranoico se utilizam do mecanismo da projeção, o
neurótico e o neurótico obsessivo se servem do mecanismo da introjeção.
Tags: Psicose – Neurose – Psiconeurose – Neurose Obsessiva.

1.6. O aspecto psicológico da transferência como efeito da terapia


psicanalítica:
Quando a relação entre analisando e analista se transporta da dimensão real
para a dimensão fantasística, isso se deve ao controle que sobre ele exerce o
mecanismo de resistência da transferência.
1.6.1. As atitudes próprias do analisando quando de sua resistência
transferencial:
a) Ignora a regra fundamental da psicanálise: a transferência;
b) Ignora o método psicanalítico da associação livre: receber
acriticamente tudo que lhe venha à mente;
c) Ignora os objetivos propostos no início do tratamento;
d) Ignora a lógica formal silogística aristotélica que antes lhe havia
exercido influência.
Com efeito, é a situação psicológica onde o analisando cai sob o efeito da
terapia psicanalítica, que torna explicável esse mecanismo da resistência da
transferência. Como delimitar as características dessa situação psicológica se verá a
seguir.
O conflito psíquico que se instaura entre analisando e analista:
 Não desejam se lembrar os impulsos inconscientes, porém, desejam
ser o que são: atemporais e alucinatórios;
 O analisando deseja corporizar as suas paixões, indiferente à realidade;
 A terapia, em contrapartida, se propõe a tornar os impulsos
inconscientes em conscientes;
 O analista deseja que o analisando incorpore os impulsos inconscientes
no tratamento e na sua história, bem como, os submeta à apreensão
intelectual, reconhecendo-os segundo o seu valor psíquico.
Ressalte-se, pois, que é esse conflito entre analista e analisando, entre intelecto
e vida pulsional, entre conhecer e querer “dar corpo”/existencializar/materializar, se
processa nos interstícios, se não exclusivamente, no entanto, com maior incidência.
Todo e qualquer corpo, a princípio, é sem forma e vazio, e mergulhado na
escuridade. É, pois, o mecanismo da transferência, a despeito de seus possíveis
embaraços e de impor obrigatoriamente que se aceda a lugares inóspitos, que
possibilita ao psicanalista a atualização e a manifestação dos impulsos amorosos
olvidados, ignorados e recalcados pelo analisando.
Como poderia o analisando torna-se alguém capaz de encontrar a sua forma,
conhecer a dimensão do seu vazio e se tornar a sua própria luz, sem que faça a
“trans-fer-ência” (além – transpor – ser/ transpor além de si), ou seja, sem que esteja
em ausência, numa relação fantasística/imaginária com o analista (o sair do
analisando da dimensão real com o analista) ou simplesmente, sem que ocupe um
lugar figurativo/simbólico?
De outra forma, como liquidar/executar alguém, seu corpo-atopia (in absentia)
ou seu corpo-estátua (in effigie)?

 Neurose: conceito freudiano, a partir de 1893, empregado para designar uma doença
nervosa cujos sintomas simbolizam um conflito psíquico recalcado, de origem infantil.
 Divisão da neurose:
 Histeria e neurose obsessiva e neurose atual (neurose de angústia e a
neurastenia);
 Divisão da psiconeurose:
 Neurose de transferência e neurose narcísica.
 A causa da oposição entre neurose e psicose:
 A resposta do neurótico e a do psicótico originadas da clivagem do Ego
 Na neurose, há um conflito entre o Ego e o Id e a coabitação de uma atitude que
contraria a exigência pulsional com outra que leva em conta a realidade;
 Na psicose, há uma perturbação entre o Ego e a realidade exterior traduzida
na produção de uma realidade delirante e alucinatória — a loucura.
 Modelo clássico freudiano — a estrutura tripartite psíquica na clínica
psicanalítica:
 Neurose: efeito de um conflito com recalque;
 Psicose: reconstrução de uma realidade alucinatória;
 Perversão: renegação da castração, com uma fixação na sexualidade
infantil.
 Mecanismos de defesa da Neurose, Psicose e da Perversão,
respectivamente:
 Recalque: designa o processo que visa a manter no inconsciente todas as
ideias e representações ligadas às pulsões e cuja realização, produtora de
prazer, afetaria o equilíbrio do funcionamento psicológico do indivíduo,
transformando-se em fonte de desprazer. Freud considera o recalque o núcleo
constitutivo original do inconsciente. No Brasil também se usa
“recalcamento”.
 Forclusão: Jacques Lacan o forjou para designar um mecanismo específico
da psicose, através do qual se produz a rejeição de um significante
fundamental para fora do universo simbólico do sujeito. Não é integrado no
inconsciente, como no recalque, e retorna sob forma alucinatória no real do
sujeito. No Brasil também se usam “forclusão”, “repúdio”, “rejeição” e
“preclusão”.
 Denegação: mecanismo através do qual o sujeito exprime negativamente
um desejo ou uma ideia cuja presença ou existência ele recalca. No Brasil,
também se usam “negação” e “negativa”. Na perspectiva freudiana, a
denegação é diferente da renegação.

 Absentia, do latim, “ausência”, de absens, “o que está em outro lugar, ausente”; de


ab-, “fora, afastado”, mais esse, “ser, estar”.
 Effigies, em latim, “estátua, imitação de alguém, semelhança, imagem”; de effingere,
“moldar, retratar, modelar como”; de ex-, “para fora”, mais fingere, “modelar, dar
forma”.

 “Quando um sentenciado à morte não estava preso e não podia ser


capturado, era executado em efígie ou em estátua. O que acontecia era uma
encenação da execução (como, por exemplo, no caso de um boneco ser
queimado em um auto de fé), e o indivíduo era declarado legalmente morto,
inclusive com documentação comprobatória, de que se seguiam todos os
efeitos legais. Esse morto-vivo ou vivo-morto que escapulira da Justiça não
tinha mais direito algum e, ainda que continuasse a viver biologicamente, era
considerado morto, para a família e para a sociedade.”

 Associação livre:
 Método que consiste em exprimir indiscriminadamente todos os pensamentos que
ocorrem ao espírito, quer a partir de um elemento dado [palavra, número, imagem
de um sonho, qualquer representação], quer de forma espontânea.
 Sobre o termo livre:
 Mesmo a partir de um elemento dado (palavra indutora ou um elemento do sonho)
pode- se considerar “livre” o desenrolar das associações, na medida em que esse
desenrolar não é orientado e controlado por uma intenção seletiva.
 Essa “liberdade” acentua-se no caso de não ser fornecido qualquer ponto de partida
(a regra fundamental). O processo de associação livre é constitutivo da técnica
psicanalítica.)
 Na verdade, não se deve tomar liberdade no sentido de uma indeterminação: a
regra de associação livre visa em primeiro lugar eliminar a seleção voluntária dos
pensamentos, ou seja, segundo os termos da primeira tópica freudiana, pôr fora de
jogo a segunda censura (entre o consciente e o pré-consciente). Revela assim as
defesas inconscientes, quer dizer, a ação da primeira censura (entre o pré-
consciente e o inconsciente).
A traição das Imagens

Releitura de René Magritte, 1950 (Madame Recamier de David, 1800.

Madame Récamier por Jacques-Louis David – 1800 - Louvre.


Transferência – Magritte - 1966

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