Sunteți pe pagina 1din 19

Manual Prático de Polícia

Judiciária Militar

Conteúdo
1. Inquérito Policial Militar (IPM)............................................................................................... 3

1.1 O que é um Inquérito Policial Militar e quando deve ser produzido? ............................... 3

1.2 Como fazer uma capa ...................................................................................................... 7

1.3 Como ser nomeado encarregado: Portaria ou Despacho? .............................................. 10

1.4 Como fazer a nomeação de escrivão.............................................................................. 14

1.5 Como fazer os autos conclusos ...................................................................................... 16

1.6 Como fazer um despacho .............................................................................................. 17

1.7 Como fazer um recibo, certidão e juntada ..................................................................... 19

1.8 Como fazer uma intimação para civil ............................................................................. 21

1.9 Como requisitar a presença de um militar para depoimento ......................................... 26

1.10 Como fazer um interrogatório ..................................................................................... 27

1.11. Como fazer a prisão por parte do encarregado do IPM ............................................... 31

1.12. Como representar pela prisão preventiva ................................................................... 35

1.13 Como fazer um Termo de depoimento de testemunha ................................................ 36

1.13.1 Como fazer um depoimento registrado em vídeo (vídeo-audiência)? .................... 39

1.14 Como fazer uma acareação ......................................................................................... 40

1.15 Como fazer uma Deprecada ........................................................................................ 42

1.16 Como fazer um depoimento por vídeo conferência?.................................................... 43

1.17 Como requisitar uma perícia........................................................................................ 45

1.18 Como fazer um pedido de interceptação telefônica ..................................................... 48

1.19 Como fazer um Termo de Reconhecimento Fotográfico de Pessoas ............................. 52

1.20 Como fazer um Termo de Reconhecimento de Pessoas ............................................... 55

1.21. Como nomear um perito ad hoc ................................................................................. 58

1.22 Como fazer um Laudo Pericial ..................................................................................... 59

1.23 Como fazer um Relatório para encerrar o IPM? ........................................................... 60

2
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

1. Inquérito Policial Militar (IPM)

1.1 O que é um Inquérito Policial Militar e quando deve ser


produzido?

A Polícia Judiciária é o ramo da atividade policial que visa desenvolver


papéis que anteveem as ações do judiciário, em muitas das vezes sendo-lhe
imprescindível.

Dentro da atividade de Polícia Judiciária Militar, encontramos alguns


procedimentos típicos dessa atividade e dentre esses temos o Inquérito Policial.

O Inquérito Policial é uma peça investigativa típica das atividades de Polícia


Judiciária.

A Polícia Judiciária Militar é exercida por algumas autoridades e que


estão descritas no art. 7º do CPPM. Vejamos:

Código de Processo Penal Militar


Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos orças do art. 8º,
pelas seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições:
a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em todo o
território nacional e fora orç, em relação às orças e órgãos que
constituem seus Ministérios, bem como a militares que, neste caráter,
desempenhem missão oficial, permanente ou transitória, em país
estrangeiro;
b) pelo chefe do Estado-Maior das Fôrças Armadas, em relação a
entidades que, por disposição legal, estejam sob sua jurisdição;
c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha,
nos órgãos, orças e unidades que lhes são subordinados;
d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da
Esquadra, nos órgãos, orças e unidades compreendidos no âmbito da
respectiva ação de comando;
e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea,
nos órgãos e unidades dos respectivos territórios;
f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do
Ministério da Aeronáutica, nos órgãos e serviços que lhes são
subordinados;
g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou
serviços previstos nas leis de organização básica da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica;
h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios; (Grifos
nossos)

No caso das Polícias e Corpos de Bombeiros Militares a


AUTORIDADE DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR ORIGINÁRIA é dos

3
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

Comandantes de Unidades ou do próprio Comandante Geral. Vemos então que


a condição de ser militar é condição precedente ao exercício da Polícia Judiciária
Militar. Estão de fora portanto governadores, prefeitos, secretários de defesa
social e corregedores da Secretaria de Defesa Social 1.

O legislador federal definiu um rol EXEMPLIFICATIVO de atividades a


serem desenvolvidas pela Polícia Judiciária Militar:

CPPM. Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar:


a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão
sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria;
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do
Ministério Público as informações necessárias à instrução e julgamento
dos processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem
requisitadas;
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;
d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão
preventiva e da insanidade mental do indiciado;
e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob
sua guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições deste
Código, nesse sentido;
f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar
úteis à elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo;
g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as
pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de
inquérito policial militar;
h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de
apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade
civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido.

Observe que a primeira atribuição da Polícia Judiciária Militar é a


apuração do crime militar e sua autoria. Ou seja, dizer “quem fez” e “o que fez”,
face o disposto no Código Penal Militar. E é justamente aí que entra a figura do
Inquérito Policial Militar:

CPPM. Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de


fato, que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua
autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua
é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal.

Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal


os exames, perícias e avaliações realizados regularmente no curso do
inquérito, por peritos idôneos e com obediência às formalidades
previstas neste Código.
(Grifos nossos)

1
Assim é inconstitucional texto Lei estadual nº 11.929/01 que diz em seu art. 2º que “São atribuições
institucionais da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social: (...)VII - instaurar ou requisitar a
instauração de inquérito policial civil ou militar, acompanhando, nos casos de requisição, a apuração dos
ilícitos;”

4
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

Numa concepção lato sensu, podemos entender o Inquérito policial


um instrumento desenvolvido em todos os níveis policiais, seja, ela federal ou
estadual:

Gênero Espécies Quem faz


Polícia Federa
COMUM Polícia Civil
Exército
INQUÉRITO POLICIAL Marinha
MILITAR Aeronáutica
Polícia Militar
Bombeiro Militar
ATENÇÃO
Não confunda: Chamamos de Inquérito Policial Militar não porque são
realizados pela Polícia Militar mas porque são confeccionados em qualquer
esfera militar, federal ou estadual

São características do Inquérito:

 SIGILOSO: Não segue o rito da publicidade.

CPPM. Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode


permitir que dele tome conhecimento o advogado do indiciado.

É bom alertar que se um advogado solicitar vistas de um


Inquérito, deve-se ceder sempre:
Lei 8906, de 04/07/94
Art. 7º São direitos do advogado: (...) XIV - examinar, em qualquer
instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem
procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer
natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital;

 PROVISÓRIO: A decisão que for lavrada em desfavor do imputado


em sede de Inquérito não é definitiva. Ela só será definitiva quando
lhe suceder uma Ação Penal e nela decidir o Juiz.
 INFORMATIVA: Se diz informativa por razões semelhantes a
anterior. Isso porque as notícias trazidas nos autos de um IPM
deve novamente ser produzidas em juízo para estas sim serem
tomadas como prova cabais para condenar ou absolver o
imputado.
 ESCRITA: Porque tudo no IPM é reduzido a termo, ou seja,
descrito no papel.
 INQUISITORIAL: Ou seja, dispensa a aplicabilidade de recursos
que assegurem ao preso a ampla defesa e contraditório vez que o

5
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

papel do IPM é apenas subsidiar uma Ação Penal. Nessa sim é


que haverá o usufruto dessas garantias constitucionais.
 INDISPONÍVEL: O início de um Inquérito, obrigatoriamente deve
ser encerrado nas mãos da autoridade judiciária única competente
para determinar seu arquivamento. Também por esse princípio
deve-se compreender que no IPM não é possível transacionar sua
marcha. A sequencia da apuração deve sempre ser esta:

AUTORIDADE DE PJM PROMOTOR MILITAR JUIZ MILITAR

Ao final INDICIA ou NÃO Ao final DENUNCIA ou NÃO Decide se ARQUIVA ou


INDICIA DENUNCIA ou pede pra
não o IPM
voltar para novas diligências

Quanto ao prazo, assim definiu o legislador:

CPPM. Art 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o


indiciado estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se
executar a ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o
indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se instaurar o
inquérito.

Ainda sobre o prazo do IPM, o legislador definiu que:

CPPM. Art. 20 (...)


§ 1º Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela
autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames
ou perícias já iniciados, ou haja necessidade de diligência,
indispensáveis à elucidação do fato. O pedido de prorrogação deve ser
feito em tempo oportuno, de modo a ser atendido antes da terminação
do prazo.

§ 2º Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo


dificuldade insuperável, a juízo do ministro de Estado competente. Os
laudos de perícias ou exames não concluídos nessa prorrogação, bem
como os documentos colhidos depois dela, serão posteriormente
remetidos ao juiz, para a juntada ao processo. Ainda, no seu relatório,
poderá o encarregado do inquérito indicar, mencionando, se possível, o
lugar onde se encontram as testemunhas que deixaram de ser ouvidas,
por qualquer impedimento.

3º São deduzidas dos prazos referidos neste artigo as interrupções pelo


motivo previsto no § 5º do art. 10.

O parágrafo 5º do art. 10 é aquele referente a suspeição de oficial


superior ao encarregado quando se aguardará determinação da Autoridade de
Polícia Judiciária Militar Originária.

6
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

1.2 Como fazer uma capa

A Capa de um IPM é a peça responsável por preservar os


documentos constantes dos autos, motivo pelo qual deve ser confeccionada
preferencialmente em papel tipo cartolina, tamanho 48 x 32 ( A3+), gramatura
entre 180g/m² e 75g/m².

A cor da capa é importante para identificar o procedimento


especialmente quando incorporados ao Processo Criminal. Na maioria dos
estados a cor é cinza ou verde.

Deve-se evitar
qualquer tipo de
48cm
encadernamento. Isso porque,
por se tratar de um
procedimento pré-processual,
em seu desenvolvimento e

Vinco
Vinco
mesmo após seu término
documentos podem ser incluídos
ou manuseados, além de que
32cm
ele poderá fazer parte de outras
espécies de Processos, 2cm
especialmente o processo crime.

Outro procedimento a
observar é a dobra da capa.
Optamos por preferir dois
vincos, distanciados em 2cm, centralizados. Isso
favorecerá uma melhor distribuição dos documentos a serem incluídos nos
autos.

Outra observação importante a notar é a quantidade de páginas por


volume. Não há uma normatização única e geral, variando de estado a estado,
mas 200 ( duzentas ) folhas é o padrão adotado em sua maioria. Por referência
apontamos o art. 47 das normas de serviço da corregedoria geral da justiça
publicada no Provimento nº 50/89, de 04/09/1989, e ainda o art. 90, §1º, do
Provimento da Corregedoria Geral de Justiça de PE nº 20 de 20/11/2009
(Código de Normas dos Serviços Notariais e de Registro do Estado de
Pernambuco), publicado no DOPJ 30/11/2009.

Para que tal organização seja coerente, é importante que todas as


peças produzidas e que irão compor o volume sejam feitas em papel branco,
tamanho A4.

7
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

Importante desde já destacar é que embora faça parte dos autos, a capa
conta como se folha fosse mas sua numeração não é aposta .

Também devemos advertir que caso seja necessário a abertura de um novo


volume, nova capa deverá ser produzida.

Podemos dividir a capa em 03 ( três partes: Cabeçalho, dados indicativos e


autuação.

O cabeçalho deve ser colocado no alto da face que servirá de primeira


página deve ser colocado o timbre da Corporação, seguido do ordenamento hierárquico
da Organização Militar. Não se deve incluir o setor operacional onde está sendo
produzido

Pernambuco
Governo do Estado
Secretaria de Defesa Social
Polícia Militar de Pernambuco
11ºBPM – Batalhão 17 de Agosto
1ª Seção

A seguir devem ser apostos os dados indicativos, normalmente


apostos no centro da capa. São eles:

 Numeração do Procedimento (onde haja 2)

 Dados do encarregado: nome completo, OME, posto e matrícula.

 Dados do escrivão: nome completo, OME, posto e matrícula.

 Dados do indiciado: nome completo, OME, posto e matrícula.

 Dados do ofendido (se houver) : nome completo, OME, posto e


matrícula.

 Sinopse do fato. Aqui deve-se narrar sucintamente o fato, evitando-


se referir-se ao tipo penal onde se encontre.

2
Em Pernambuco, devemos destacar a que exsite e ´qe representado pelo SIGPAD – Sistema Integrado de
Gestão de Processos Administrativos Disciplinares.

8
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

Modelo de Capa

PERNAMBUCO
Governo do Estado
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO
11º BPM – Batalhão 17 de Agosto

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR


NUP nº 2015.1.0000153

ENCARREGADO: Cap PM Mat. 115231-0 José Fortunato

ESCRIVÃO: 3º Sgt PM Mat. 980023-2 Marcos José dos Santos

INDICIADO: Sd PM Mat. 970234-1 Natanael Bezerra Cruz

OFENDIDO: José Genivaldo de Lima

SINOPSE DO FATO: O imputado teria agredido fisicamente o ofendido durante abordagem


policial em 23/12/2015.

AUTUAÇÃO

Aos 27 dias do mês de janeiro do ano de 2015, nesta cidade de Recife-PE, no Quartel do
11ºBPM, autuo a Portaria e demais documentos a ela inclusos, que foram entregues pelo Sr. Cap
PM Marcos José dos Santos, Encarregado deste Inquérito Policial Militar do que, para constar ,
lavro o presente termo. Eu, 3º Sgt PM Marcos José dos Santos, servindo de Escrivão, que
escrevi e assino _____________.

Note que na parte inferior da capa, temos a autuação. Autuação é o


procedimento adotado pelo escrivão de dar forma ao Processo, gerando um livro
( o auto) capaz de receber todos os documentos e provas relacionadas ao objeto
demandado. É na autuação que o escrivão atestará ao encarregado que os
documentos originários estão prontos para ser instruídos.

9
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

1.3 Como ser nomeado encarregado: Portaria ou Despacho?

Há dois tipos de competências quando tratamos de Polícia Judiciária


3
Militar . Como vimos anteriormente, a primeira é aquela definida pelo próprio
Código de Processo Penal Militar no art. 7º. Chamamos essa de
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA. Mas ela pode ser transferida a terceiros. A essa
chamamos de COMPETÊNCIA DELEGADA que foi definida nos parágrafos 2º,
3º e 4º do art. 7º. Vejamos:

Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de


posto NÃO INFERIOR AO DE CAPITÃO ou CAPITÃO-TENENTE; e,
em se tratando de infração penal contra a segurança nacional, sê-lo-á,
sempre que possível, oficial superior, atendida, em cada caso, a sua
REGRA hierarquia, se oficial o indiciado.
GERAL CPPM. Art. 7º (...)
§ 2º Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial
militar, deverá aquela recair em OFICIAL DE POSTO SUPERIOR AO
DO INDICIADO, seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou
não, ou reformado.
1ª Hipótese § 3º Não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao
Excepcional do indiciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo posto, desde que
mais antigo.

2ª Hipótese § 4º Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece,


Excepcional para a delegação, a antiguidade de posto.
§ 5º Se o posto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de modo
3ª Hipótese
absoluto, a existência de outro oficial da ativa nas condições do § 3º,
Excepcional
caberá ao ministro competente a designação de oficial da reserva de
posto mais elevado para a instauração do inquérito policial militar; e, se
este estiver iniciado, avocá-lo, para tomar essa providência.

Assim basta ser Oficial Intermediário para ser designado encarregado


de IPM, independente do quadro a que pertença. Mas há uma observação do
legislador aposta no art. 10, §5º, do CPPM:

CPPM. Art. 10 (...) §5º.Se no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a existência de indícios
contra oficial de posto superior ao seu, ou mais antigo, tomará as providências necessárias para que
as suas funções sejam delegadas a outro oficial, nos termos do §2º do art. 7º

O art. 10 diz em seu caput que “O inquérito é iniciado mediante


portaria”, e em seguida passa a elencar os meios que podem provocar sua
edição. Assim não é possível ter um Inquérito iniciado por despacho pois foi o

3
Eis uma diferença a Polícia Judiciária comum pois o Delegado, embora tenha esse nome, tem a
competência originária dada pelo próprio legislador para instaurar o Inquérito Policial ( comum),
conforme art. 4º do CPP.

10
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

legislador que apontou que deverá ser confeccionado Portaria. Entretanto, por se
tratar de uma peça indiciária e sigilosa, não há obrigatoriedade de que este ato
seja publicado em Boletim da OME.

A portaria deverá ser elaborada conforme o critério de redação oficial


da Organização Militar expedidora, mas deve conter o seguinte texto:

Fl. nº 002
O carimbo de
folhas deve ser
________
Escrivão aposto no alto
à direita da
PERNAMBUCO folha.
Governo do Estado
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO ATENÇÃO
11º BPM – Batalhão 17 de Agosto Não se numera
o verso!

Portaria nº 395/15

Resolve: Instaura IPM e nomeia


encarregado

O Comandante do 11ºBPM, no uso de suas atribuições


conferidas pelo art. 144, §4º, parte final, e pelo art. 7º e 8º,a, do
CPPM, e, ainda, considerando a notícia crime referente aos delitos A partir de agora (
militares em tese perpetrados, RESOLVE: ou seja, na capa não
se faz) todo verso de
I - Instaurar inquérito Policial Militar, a fim de apurar as documento em
circunstâncias em que o Sd PM Mat. 970234-1 Natanael Bezerra branco deverá ser
Cruz teria agredido fisicamente o Sr. José Genivaldo de Lima riscado. Veja na
durante abordagem policial em 23/12/2015;
II – Delegar, nos termos do art. 7º, §2º do CPPM, poderes
próxima página
ao Cap PM Mat. 115231-0 José Fortunato para desenvolver as
funções de Encarregado do IPM.
III – Estabelecer o prazo inicial de 40 ( quarenta) dias.

Recife-PE, 26 de janeiro de 2015

O “recebido” é
Ten Cel PM Ronaldo José de Moraes optativo. Serve para
Comandante do 11ºBPM
Recebi em 27/12/2015
assinalar a data de
recebimento
Encarregado

11
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

Pode ser que a dinâmica administrativa da Unidade impeça a


lavratura de Portaria por parte da Autoridade Originária. Nesse caso, é o próprio
encarregado quem lavrará a Portaria e nesse caso o instrumento poderá servir
para substituir a nomeação do escrivão (que seria o próximo documento),
Fl. nº 002

________
Escrivão

PERNAMBUCO
Governo do Estado
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO
11º BPM – Batalhão 17 de Agosto

PORTARIA
(Do Encarregado)

Com as atribuições a mim delegadas pelo Ilmo. Sr. Cel


Fulano de Tal, e nos termos do art. 10, b, do Código de Processo
Penal Militar, resolvo baixar a presente Portaria para determinar a
instauração do presente Inquérito Policial Militar com vistas apurar
acusação em desfavor do Cb PM Mat. 9999099-9 tal tal tal,
suspeito de haver no dia tal feito tal coisa contra tais pessoas.
Diante dos fatos, nomeio como escrivão o Sgt PM Mat.
ssssss-s tal, determinando-lhe que proceda com as atribuições e
providências que lhe são inerentes nessa fase procedimental.

Recife-PE, 26 de janeiro de 2015

Cap PM Fulano de Tal


Encarregado do IPM

fazendo-se assim tudo em um ato só:

A partir da Portaria será comum termos folhas com verso em branco.


Compete ao escrivão tomar a cautela de riscar ou carimbar o verso. Vejamos como:

12
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

EM BRANCO

Procure colocar o
carimbo em uma
posição bem
centralizada,
equidistante.

Entretanto nada impede que normas administrativas imponham outros dados


que devem conter a Portaria de instauração. É o caso de Pernambuco onde o
Comandante Geral da PMPE baixou a seguinte diretriz:

Port. do Cmdo Geral PMPE nº 638, de 10/07/03


Pub. no SUNOR nº 036, de 14/07/03

Art. 1º. Os Comandantes, Chefes e Diretores deverão mencionar nas Portarias


de instauração de Processos Administrativos Disciplinares ( Processo de
Licenciamento ex officio, a bem da Disciplina e Sindicância) e de
Procedimentos investigatórios ( Inquérito Policial Militar) a narração sucinta do
fato e quando possível a autoria do mesmo.

Sugerimos quatro perguntas que devem ser respondidas na elaboração de


uma Portaria instauradora:

(1) Quem? Refere-se aos dados do acusado e ofendido.


(2) Quando? A data do ocorrido a apurar.
(3) Onde? Local.
(4) O que? O fato a ser apurado.

13
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

1.4 Como fazer a nomeação de escrivão

Caso não já tenha sido definido na Portaria, é possível nomear a


posteriori um escrivão, para o que definiu o legislador:
CPPM. Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo
encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação para
aquele fim, recaindo em segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado for
oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos demais casos.

Parágrafo único. O escrivão prestará compromisso de manter o sigilo do


inquérito e de cumprir fielmente as determinações deste Código, no exercício
da função.

O texto é simples. Vejamos.

Fl. nº 003

________
Escrivão

PERNAMBUCO
A partir de
agora, as folhas Governo do Estado
produzidas no SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
IPM devem ter POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO
11º BPM – Batalhão 17 de Agosto
essa
Inquérito Policial Militar
demarcação

NOMEAÇÃO DE ESCRIVÃO

No uso das atribuições que me confere o Art. 11 do Código de


Processo Penal Militar, designo para exercer as funções de Escrivão deste
IPM o 3º Sgt PM Mat. 980023-2 Marcos José dos Santos, para isso
prestando o solene compromisso legal, juntar a exordial e autuar
juntamente com ela as peças que a acompanham.

Recife-PE, 27 de janeiro de 2015

Cap PM José Fortunato


Encarregado do IPM

14
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

O escrivão, devidamente designado pela autoridade delegante ou pelo


encarregado do IPM, tem o dever de prestar toda assistência que se fizer
necessária ao encarregado do IPM. Ele desempenha um papel fundamental na
apuração da infração penal militar na medida em que é responsável pela reunião
e o ordenamento das peças do Inquérito Policial Militar. É dele a competência
de, dentre outros, digitar as oitivas, numerar, receber documentos e guardar os
autos em local protegido. O termo de nomeação de escrivão deve ser seguido
imediatamente do Termo de Compromisso:

Fl. nº 003

________
Escrivão

PERNAMBUCO
Governo do Estado
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO
11º BPM – Batalhão 17 de Agosto
Inquérito Policial Militar

TERMO DE COMPROMISSO

Aos vinte e sete dias do mês de janeiro de dois mil e quinze, eu, 3º
Sgt PM Mat. 980023-2 Marcos José dos Santos, com arrimo no que
preconiza o art. 11 do Código de Processo Penal Militar, perante o sr.
Encarregado, presto o compromisso de manter sigilo e fielmente cumprir
as determinações legais inerentes as funções de escrivão do Inquérito
Policial Militar instaurado por força da Portaria do Cmdo do 11ºBPM nº
395, de 26 de janeiro de 2015

3º Sgt PM Marcos José dos Santos


Escrivão

15
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

1.5 Como fazer os autos conclusos

Prestado o compromisso e autuado os documentos, a primeira parte


do IPM estará pronto, ou seja, “CONCLUSO”. Sempre que alguma determinação
for cumprida e encontrar-se pronta para nova movimentação, será necessário
que o escrivão diga isso nos autos.

O termo que marca a conclusão pode ser firmado de duas maneiras:

1) Através de termo próprio, ou; 2) Carimbando o verso da última folha

Fl. nº 004

________
Escrivão

PERNAMBUCO
Governo do Estado
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO
11º BPM – Batalhão 17 de Agosto
Inquérito Policial Militar
_____ CONCLUSÃO _____

Aos _27_ dias do mês de


_janeiro_ de _2015_, faço
TERMO DE CONCLUSÃO conclusos os autos ao Sr.
Encarregado.

_______________
Escrivão

Aos vinte e sete dias do mês de janeiro de


2015, eu, 3º Sgt PM Mat. 980023-2 Marcos José dos
Santos, faço conclusos os autos ao Sr. Encarregado do
IPM, do que para constar lanço o presente Termo. Procure colocar o
carimbo em uma
posição bem
centralizada,
equidistante.
3º Sgt PM Marcos José dos Santos
Escrivão

16
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

1.6 Como fazer um despacho

Concluso os autos, estes devem retornar ao Encarregado que o


observará e dará as primeiras determinações instrutórias. Chamamos de
Despachos ordinatórios.

Mais que procedimentos devem ser observados pelo Encarregado?


Observemos o que diz o Código de Processo Penal Militar:

CPPM. Art. 10 (...) § 2º O aguardamento da delegação não obsta que o


oficial responsável por comando, direção ou chefia, ou aquele que o
substitua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou determine
que sejam tomadas imediatamente as providências cabíveis, previstas
no art. 12, uma vez que tenha conhecimento de infração penal que lhe
incumba reprimir ou evitar.

Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal


militar, verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art.
10 deverá, se possível:
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado
e a situação das coisas, enquanto necessário;
b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação
com o fato;
c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244;
d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e
suas circunstâncias.

Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste:


Atribuição do seu encarregado
a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido;
b) ouvir o ofendido;
c) ouvir o indiciado;
d) ouvir testemunhas;
e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações;
f) determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito
e a quaisquer outros exames e perícias;
g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada,
destruída ou danificada, ou da qual houve indébita apropriação;
h) proceder a buscas e apreensões, nos termos dos arts. 172 a 184 e
185 a 189;
i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de
testemunhas, peritos ou do ofendido, quando coactos ou ameaçados
de coação que lhes tolha a liberdade de depor, ou a independência
para a realização de perícias ou exames.

Reconstituição dos fatos


Parágrafo único. Para verificar a possibilidade de haver sido a infração
praticada de determinado modo, o encarregado do inquérito poderá
proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública, nem atente contra a
hierarquia ou a disciplina militar.

17
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

Fl. nº 005

________
Escrivão

PERNAMBUCO
Governo do Estado
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO
11º BPM – Batalhão 17 de Agosto
Inquérito Policial Militar

DESPACHO nº 001

01. Oficie-se ao Sr. José Genivaldo de Lima, residente na rua 123, nº456, Bairro
Sem Fim, para na qualidade de Ofendido ser ouvido no presente IPM.
02. Intime-se o indiciado a fim de prestar suas declarações.
03. Oficie-se ao Srª Maria Angela de Lima, para ser ouvida na qualidade de
testemunha;
04. Expeça carta precatória ao Sr Comandante do 8º BPM, a fim de determinar,
em seu cumprimento, seja ouvido a testemunha Sofia Andrade Sampaio,
moradora daquela urbe, sobre os fatos que deram origem ao presente Inquérito.
05. Oficie-se ao Sr Diretor do Instituto de Medicina Legal requisitando-lhe o
Laudo Traumatológico realizado na vítima no dia do fato. Caso não tenha sido,
apresente-se o ofendido para ser submetido ao exame.
06. Providencie-se o Sr. Escrivão

Recife-PE, 28 de janeiro de 2015

Cap PM José Fortunato


Encarregado do IPM

Listamos abaixo apenas alguns exemplos de provas legais que


podem ser produzidos em sede de IPM: (a) Oitiva de Testemunhas; (b)
Acareação; (c) Interrogatório do imputado; (d) Reconstituição dos fatos; (e)
Reconhecimento fotográfico; (f) Reconhecimento pessoal; (g) Avaliação de
coisas ( em casos patrimoniais); (h) Exame residuográfico; (i) Exame
tanatoscópico; (j) Exame de corpo de delito; (k) Interceptação Telefônica; (l)
Documental ( para analisar se foi rasurado, adulterado, etc); (m) Perícia
Grafotécnica ( para comparar assinaturas, textos a mão, etc); (n) Perícia médica
para insanidade mental, etc. É no despacho que o encarregado escolhe as
provas que pretende produzir naquela fase da apuração. Daí porque ser
imprescindível que o encarregado reflita sobre o objeto apuratório para delimitar
no menor número de despachos possíveis todas as provas que vislumbra.

18
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

1.7 Como fazer um recibo, certidão e juntada

A feitura do IPM, além das diligências, é marcado por uma série de


atos cartoriais e dentre eles temos aqueles que marcam a evolução no tempo
dos atos e providências. Aí se destacam o RECEBIMENTO, CERTIDÃO e
JUNTADA.

O RECEBIMENTO nada mais é do que um registro do dia que os


autos retornam para o escrivão, após lançados os despachos ordinatórios do
encarregado. Caberá ao Escrivão providenciar o cumprimento de todas as
ordens. É para assinalar o dia que os autos retornaram para o domínio do
escrivão, que este lançará em folha própria, o RECEBIMENTO.

Já a CERTIDÃO é uma providencia cartorial que deve ser feita assim


que a última ordem do despacho for cumprida. Não se exige aqui que se tenha a
resposta pretendida mas a provocação da medida. Ou seja, a intimação para
comparecimento das testemunhas, o ofício de solicitação de perícia, etc.

Por fim teremos a JUNTADA. É importante destacar que a juntada


refere-se apenas aos documentos estranhos ao IPM. Assim, não se deve fazer
juntada de ofícios expedidos pelo próprio IPM mas apenas das respostas que se
juntarem aos autos. A data desse termo é a mesma do último documento (
resposta) recebido.

Outra observação importante acerca da “juntada” é que este


procedimento pode ser feito discricionariamente pelo escrivão quando de
respostas a expedientes do IPM elaborados em razão de despachos ordinatórios
do Encarregado. Entretanto, se for recebido um documento para incluir no IPM
mas que não decorra diretamente de um despacho, deve esse documento
passar pelo encarregado que determinará a punho, no canto direito superior
deste, a expressão “junte-se”, seguido de data e rubrica.

Todos esses três atos cartorários, típicos do escrivão de PJM, podem


ser substituídos por carimbos. Nestes casos, os textos devem ser suficientes
para assinalar nos autos a data em que se operam e devem ser apostos
preferencialmente na verso da folha de despachos correspondente. Não
dispondo dos carimbos, o jeito será lançar mão de uma folha com os termos.

19
Manual Prático de Polícia
Judiciária Militar

Fl. nº 006

________
Escrivão
PERNAMBUCO
Governo do Estado
SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO
11º BPM – Batalhão 17 de Agosto
Inquérito Policial Militar

RECEBIMENTO
Aos 28 dias do mês de janeiro do ano de 2015, nesta cidade de Recife-PE, no
Quartel do 11ºBPM, recebi do Sr. Cap PM José Fortunato, Encarregado do Inquérito,
os presentes autos, do que para constar lavrei o presente termo. Eu 3º Sgt PM Marcos
José dos Santos, servindo de escrivão que digitei e assino ___________.

CERTIDÃO
Aos 30 dias do mês de janeiro do ano de 2015, nesta cidade de Recife-PE, no
Quartel do 11ºBPM, certifico que cumpri o despacho nº 001, do que para constar lavrei
o presente termo. Eu 3º Sgt PM Marcos José dos Santos, servindo de escrivão que
digitei e assino ___________.

JUNTADA
Aos 07 dias do mês de fevereiro do ano de 2015, nesta cidade de Recife-PE,
no Quartel do 11ºBPM, juntei os documentos que adiante seguem, do que para
constar lavrei o presente termo. Eu 3º Sgt PM Marcos José dos Santos, servindo de
escrivão que digitei e assino ___________.

20

S-ar putea să vă placă și