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Janeiro 2015
1. INTRODUÇÃO
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Esse comportamento aparece de forma mais
significativa entre os consumidores mais
escolarizados e os pertencentes à Classe A/B,
sugerindo que as melhores práticas financeiras
são mais comuns dentre aqueles que tiveram mais
acesso à educação formal e/ou possuem maior
poder aquisitivo. Por outro lado, embora a maioria
garanta realizar o controle do orçamento, observa-
se que algumas práticas realmente efetivas -
o registro diário de receitas e despesas - são
adotadas por apenas 16% dos entrevistados.
7 em cada 10 pessoas
admitem sentir dificuldade para
manter um controle de seu
orçamento pessoal, sendo:
Somente quatro em cada dez pessoas
Falta de disciplina para (37%) não julgam que sua vida financeira
registrar os ganhos e 32% é organizada. Proporção similar (40%) foi
gastos com regularidade registrada entre os que garantem sentir-se
seguros para lidar com o próprio dinheiro,
Lembrar-se
dos gastos 16% indicando que a maioria das pessoas,
portanto, não está pronta para gerenciar
Falta de tempo 8% seus próprios recursos. Contribuem para
isso o baixo grau de conhecimento sobre
Preguiça 4% as temas úteis para a condução da vida
financeira, como juros no cartão de crédito
Não saber como fazer (com nota 7,0 numa escala que vai de 0 a
ou por onde começar 4% 10), juros cobrados em empréstimos (6,6)
e inflação (6,0), dentre outras.
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O estudo também traz revelações a respeito das fontes de conhecimento mais comuns por meio
das quais os consumidores adquirem informações sobre dinheiro. O conhecimento informal, em
conversas com familiares e amigos (48%) e a influência da mídia e formadores de opinião (46%
para revistas, jornais e noticiários) são as fontes mais utilizadas.
Dentre os atributos considerados importantes para uma vida financeira saudável, observa-se que
os brasileiros priorizam atitudes ligadas ao consumo, como pechinchar (nota 7,8 numa escala que
vai de 0 a 10) e pesquisar preços (8,6), ou seja: o foco é como consumir de forma mais eficaz,
quando o mais recomendável seria focar em ações para economizar todos os meses (7,0) e fazer o
controle do orçamento (7,0).
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2. ORÇAMENTO PESSOAL
Embora seja significativo o percentual dos que registram ganhos e despesas mensais, o estudo
mostra que o controle de cada item do orçamento, analisado separadamente, é sempre menor:
51% para os rendimentos, 49% para as reservas financeiras e 43% para os gastos não fundamentais,
por exemplo.
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Considerando o total da amostra,
16% afirmam registrar seus ganhos e
gastos diariamente. O percentual é um
pouco maior entre os homens (19%), as
16%
pessoas de 25 a 34 anos (21%), os mais
afirmam registrar seus ganhos
escolarizados (23%) e os pertencentes e gastos diariamente
à Classe A/B (23%).
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Lembrar-se dos gastos que não constam
69%
no extrato bancário é mais um obstáculo
observado na pesquisa, para 16% dos
das pessoas ouvidas entrevistados (19% entre as mulheres). 8%
admitem sentir algum tipo relatam a falta de tempo, enquanto 4%
admitem sentir preguiça para realizar a
de dificuldade para
tarefa e outros 4% dizem não saber por onde
controlar seu orçamento começar ou como fazer.
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3. GASTOS MENSAIS E EDUCAÇÃO FINANCEIRA
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Quando falta dinheiro no orçamento mensal, as estratégias mais comuns
(envolvendo endividamento) são as seguintes: comprar com o cartão de crédito
(19%), pedir emprestado a amigos/familiares (17%), utilizar o limite do cheque
especial (13%) e fazer empréstimos (13%). Também é significativo o percentual
de consumidores que faz uso de suas reservas financeiras (10%).
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Atitudes para uma vida financeira saudável:
consumidor pensa em consumir mais, ao invés de gastar menos
O estudo do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz perguntou aos consumidores quais são os atributos mais
importantes para definir uma vida financeira saudável. Itens relacionados ao consumo, como a
pesquisa de preços (8,6) e o ato de pechinchar (7,8), foram os mais citados. Por outro lado, ações
que poderiam trazer resultados mais eficazes, como economizar todos os meses (7,0) e fazer o
controle do orçamento, (7,0) anotando os gastos, são menos comuns entre as pessoas ouvidas.
7 8,6
Controlar o Pesquisar
orçamento preços
7 7,8
Economizar Pechinchar
todos os meses
10
Ao analisar os hábitos de compra dos
consumidores, o estudo revela que a maior
parte (65%) afirma avaliar sempre sua condição 31%
financeira, antes de adquirir um produto, Admitem que,
fazendo a compra apenas quando podem ocasionalmente,
(71% na Classe A/B). Outros 31% admitem que,
acabam comprando
ocasionalmente, acabam comprando sem poder
sem poder
(33% na Classe C/D/E).
52%
afirmam manter alguma
reserva financeira para
lidar com os gastos extras
que surgem no início do
ano, como as despesas com
as festas de final de ano,
impostos e material escolar
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Ao enfrentar alguma dificuldade
financeira, praticamente a
metade da amostra (48%) afirma
que conseguiria manter o mesmo
padrão de vida por, no máximo,
seis meses, sendo que 14% não
chegariam nem a um mês. Os
pertencentes à Classe A/B (18%)
e os mais escolarizados (16%)
são os mais capacitados para
manter o mesmo padrão, por um
período acima de 12 meses.
14% 48%
não chegariam manteriam por, no
nem a um mês máximo, 6 meses
51% 18%
recorreriam às garantem que fariam
reservas financeiras, empréstimos bancários
como poupança ou com familiares
ou aplicações e amigos
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4. CONHECIMENTOS FINANCEIROS
Apenas quatro em cada dez pessoas ouvidas sentem-se seguras para gerenciar/organizar o
próprio dinheiro. A sensação de insegurança é maior entre as mulheres (48%) e os pertencentes à
Classe C/D/E (49%). Esse aparente desconforto fica ainda mais claro quando os consumidores são
questionados sobre os conhecimentos que podem ajudar a lidar com a vida financeira.
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Ao falar sobre a fonte onde adquiriram seus conhecimentos para gerir o próprio dinheiro, 48%
informam que foi através de conversas com amigos e familiares, o que pode não ser muito
proveitoso, uma vez que é baixo o grau de conhecimento geral das pessoas sobre o tema. Outros
46% citam revistas, jornais e noticiários, enquanto 33% dizem utilizar informações de sites e blogs
especializados, comprovando o alcance e da influência da mídia e dos formadores de opinião,
enquanto fontes confiáveis de informação para os consumidores.
46%
muito organizada. E quando são perguntados
sobre as características que mais sobressaem nas
citam revistas, jornais e pessoas que têm uma vida financeira organizada
noticiários como fonte de e tranquila, a maioria dos entrevistados (66%) cita
a disciplina (75% entre a Classe A/B). Também são
conhecimento para gerir
considerados importantes o fato de o indivíduo ser
o próprio dinheiro econômico (48%), responsável (45%), organizado
33%
(41%) e controlado com seu orçamento mensal
(20%).
dizem utilizar informações Já os financeiramente desorganizados, na
de sites e blogs opinião dos consumidores ouvidos, são o oposto:
especializados consumistas (62%), indisciplinados (41%),
irresponsáveis (34%), desorganizados (29%) e
descontrolados com o orçamento mensal (21%).
Características de pesssoas
Financeiramente Financeiramente
organizadas desorganizadas
7 em cada
10 pessoas
De acordo com a pesquisa do SPC Brasil e Meu Bolso dizem sentir dificuldade
Feliz sobre educação Financeira, apesar de a maior para realizar o controle
parte dos brasileiros (59%), garantir que costuma do orçamento,
realizar o controle de seu orçamento pessoal, isso
sobretudo por admitir
acontece de forma efetiva em apenas 16% dos casos,
em que os registros das receitas e despesas são feitos
que não possuem a
diariamente. As formas de controle mais comuns são a disciplina necessária
planilha de computador (32%), as anotações em papel
(23%) e os aplicativos (4%).
De forma geral, as melhores práticas financeiras constituem hábitos mais frequentes entre os
consumidores mais escolarizados e com maior poder aquisitivo, tendência que pôde ser observada
ao longo de toda a pesquisa. Deste modo, considerando apenas os entrevistados que afirmam
realizar o controle diário de seu orçamento (16%), por exemplo, observam-se percentuais maiores
entre os pertencentes à Classe A/B (23%).
Lidar com o próprio dinheiro não é tarefa fácil para o brasileiro. Sete em cada dez pessoas (69%) dizem
sentir dificuldade para realizar o controle do orçamento, sobretudo por admitir que não possuem
a disciplina necessária (32%) para anotar os ganhos e gastos. Outras justificativas comuns incluem
lembrar-se dos gastos (16%), falta de tempo (8%), preguiça (4%) e desconhecimento (4%). Se forem
consideradas todas as razões ligadas ao comportamento e às atitudes/escolhas dos entrevistados,
pode-se concluir que 64% deles não priorizam a tarefa do controle mensal do orçamento.
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Ao lado disso, apenas quatro em cada dez pessoas
ouvidas dizem se sentir seguras para gerenciar/
organizar o próprio dinheiro. Embora exerçam com
frequência habilidades básicas, como fazer contas (nota
8,4 em uma escala que vai de 1 a 10), por exemplo, aos
consumidores faltam conhecimentos relativos a juros
cobrados no cartão de crédito (7,0), juros cobrados de
empréstimos (6,6) e inflação (6,0), dentre outros.
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A pesquisa do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz indica que os brasileiros, de modo geral,
entendem quais são os hábitos necessários para conduzir uma vida financeira saudável.
Os entrevistados valorizam atitudes conscientes, como pesquisar preços, anotar ganhos e
gastos, evitar compras por impulso, comprar à vista e evitar o endividamento, sempre que
possível etc.
Mas, ao mesmo tempo, esse comportamento está mais presente na fala do que no dia a dia
dos consumidores. Assim, nota-se que o ato de pechinchar (nota 7,8 numa escala que vai de
1 a 10) e a pesquisa de preços (8,6) são consideradas ações mais importantes que fazer o
controle do orçamento mensal (7,0) ou economizar todos os meses (7,0), por exemplo.
Ainda falando sobre as práticas relacionadas ao orçamento pessoal, o estudo sugere que
as atitudes típicas de uma vida financeira saudável estão ligadas à características da
personalidade do indivíduo e à cultura familiar do entrevistado: 42% afirmam que suas boas
práticas financeiras se devem ao seu “jeito de ser”, e 16% citam a criação dos pais. Passar por
experiências difíceis (42%) também constitui um relevante mecanismo de aprendizado para
lidar melhor com o dinheiro.
Finalmente, a pesquisa do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz sugere que os brasileiros ainda não
estão prontos para lidarem da melhor forma com seu próprio dinheiro. Ao invés do foco em
consumir mais, seria recomendável que os consumidores adotassem a postura de gastar menos.
A mudança é significativa e demanda, principalmente, mais conhecimento sobre temas como
modalidades de juros praticadas e a inflação, dentre outros. Além disso, é recomendável que
os consumidores passem a ver o controle do orçamento como parte importante de seu dia a
dia, e não apenas como tarefa árdua a ser feita apenas quando houver tempo.
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6. METODOLOGIA
Público alvo: residentes nas 27 capitais brasileiras, com idade igual ou superior a 18 anos,
de ambos os sexos e todas as classes sociais.
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