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10 - Agitação/Aeração
Variação de Escala em Processos Fermentativos
No Shaker se consegue estudar muitas variáveis, como pH, temperatura, substrato, concentração de inóculo.
➢ Mas a agitação não pode ser estudada em shaker, se consegue estudar apenas a agitação. Quando
se agita um shaker se está aerando mas a essa aeração não é possível dimensionar.
➢ Existem algumas sondas e shakers que tem alguns sensores mas na maioria das vezes se consegue
quantificar mas não dosar de uma forma eficiente.
O ar colocado no reator deve ser estéril: se pode comprar oxigênio puro para aerar o sistema mas
dependendo da molécula que se vai utilizar é mais barato usar o ar comprimido estéril.
Na foto da direita se tem um sistema de air lift, que é um sistema de agitação eficiente (apesar de não tão
potente quanto na agitação mecânica (foto da esquerda)), principalmente para células de cultivo animais.
Quando se usa a variação de escala?
A variação de escala é um processo onde primeiro, para se regular o sistema, é necessário extrair o maior
número de informações possíveis para que depois, quando se sai de uma escala pequena para uma escala
maior, se mantenha a mesma geometria, as mesmas configurações e as mesmas variáveis.
Para se conseguir simular em grande escala um processo de pequena escala se tem que ter:
➢ um processo que seja reprodutível em escala maior → deve-se fazer experiências para saber se o
processo dá certo. Algumas vezes, para que se tenha uma certa potência, será necessário um motor
muito grande e algumas vezes não compensa o gasto que se terá dependendo do valor agregado que
se terá no produto.
Na indústria farmacêutica a redução de escala é muito utilizada ⇒ é usada para rever alguns parâmetros e
otimizá-los: trocar o meio, o inóculo, etc para saber se o processo será viável.
Problemas
➔ Obter um grau de mistura perfeito é difícil → uma coisa é manter a uniformidade do sistema em um
biorreator pequeno, outra coisa é manter em uma grande escala e manter uma distribuição de
oxigênio eficiente também não é tão trivial assim → quando se aumenta a escala:
◆ o fluxo aumenta,
◆ já não será possível utilizar um oxigênio puro,
◆ se usarmos ar comprimido o filtro deve ser muito eficiente,
◆ não se pode usar uma aeração muito elevada pois tem um custo e não há filtro para lidar com
altos graus de aeração,
A geometria deve ser mantida tanto em um reator de pequena escala quanto de grande escala
● distância entre os impelidores do biorreator deve ser padrão
● a largura do reator
● a altura do impelidor
● distância entre as pás
● largura das chicanas, etc
Ao respeitar essa proporção de valores mínimos se consegue ter uma eficiência no escalonamento.
Ao mudar o tamanho do reator se pode mudar a aeração do sistema, a agitação, etc. Isso também se altera
alterando a geometria do reator.
Tipos de Impelidores
➢ O disco com pás planas é o tipo de impelidor mais usado → tem um fluxo e agitação perpendicular:
empurra o líquido para a lateral.
➢ Já a hélice terá um tipo de agitação paralela: o líquido vai para o fundo do reator.
O disco com 6 pás planas é o mais usado → geralmente usado para meios menos viscosos pois com esse
tipo de impelidor se causa uma maior turbulência → pode ser que o meio fique com muita espuma e isso não
é desejado. ⇒ em meios muito viscosos acaba sendo mais desejável usar o tipo hélice
➢ Apesar das desvantagens como o tipo hélice empurra o líquido para baixo ele acaba tendo uma
mistura bastante eficiente para o meio viscoso.
Qual deles poderia ser usado para um cultivo microbiano semi sintético?
➔ Geralmente se usa esse tipo de impelidor de Disco com pás planas para meios menos viscosos pois
nesse tipo de impelidor se causa uma maior turbulência
➔ Quando o líquido é mais viscoso dependendo da agitação que se usar se pode espumar muito
Deve-se atentar não somente à espécie do microrganismo mas também da linhagem ao qual pertence pois
diferentes linhagem podem ter diferentes reprodutibilidades dos rendimentos em um processo industrial.
Qual a principal importância da aeração em Bioprocessos?
São formadas bolhas de oxigênio e é necessário que essa bolha seja rompida para que o oxigênio fique no
meio → oxigênio tem baixa solubilidade em água → deve-se garantir que o oxigênio saia da bolha, do sistema
onde se tem uma película gasosa, atravesse a interface líquido/gás, atravesse a membrana estagnada, o
meio de cultivo, outra membrana estagnada, outra interface líquido/gás e, enfim, se ligue ao citoplasma da
célula ⇒ nesse processo quando o gás passa pela interface gás líquido essa é a zona de maior resistência.
Depois que ele passa por essa interface gás/líquido ele vai para o meio de cultura chega na célula.
Todo esse processo de ultrapassagem do oxigênio é calculado. Só que o ponto preponderante de resistência
é na interface gás líquido.
São feitos cálculos para prever essa resistência
O oxigênio vai se difundindo aos poucos. No início da calibração, se tem 100% do oxigênio, mas no marcador
será 0,0. No início ele estará zerado mas com o tempo esse oxigênio vai aumentando ⇒ a cada 5, 10
segundo se vai anotando valores de oxigênio está sendo dissolvido no meio.
Linearização fica ⇒ y = ax + b
a = KLa
Em teoria na verdade se tem 100% de oxigênio, mas a sonda lê esse 100% como 0. Depois, ele vai
diminuindo (na leitura da sonda) com o aumento da difusão do oxigênio.
Linearização fica ⇒ y = ax + b
a = KLa
KLa = coeficiente de transferência de oxigênio
No início o aparelho marca 0 → se fizermos o logarítmo neperiano de 100 - 0 = logaritmo neperiano de 100.
Se tem os valores obtidos para uma fermentação em um reator de 15L e em um reator de 300L e esses
valores são bastante parecidos.
Mas, o que é mais intrigante é que para que ele obtenha um KLa = 43 em um reator de 15L ele trabalha com
uma aeração X e uma agitação de 120rpm. Mas, no reator de 300L se trabalha com valores de agitação e
aeração menores ⇒ muitas vezes o que é esperado é o contrário já que em um reator maior se pensa que
seria necessário uma maior aeração e agitação para que se obtenha um grau de mistura adequado.
No de 300L se teve menor aeração e menor agitação que um reator de 15L → isso é bem contra
intuitivo → isso ocorre pelo número de impelidores e a distância entre os impelidores, que
influenciam na agitação.
Foi necessário uma menor aeração pois a distância entre impelidores no reator de 300L é menor, então a
bolha fica muito mais fácil de romper nesse reator e a menor agitação talvez seja pelo número de pás
existentes no reator, que permitem que em uma menor agitação se consiga o mesmo valor de KLa.