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Índice Resumo
1 À guisa de introdução 1 As telenovelas como O Bem Amado, Roque
2 O papel social e estético da teledrama- Santeiro, Porto dos Milagres e as minissé-
turgia 2 ries como Lampião e Maria Bonita, O paga-
3 Diversidade e qualidade das narrativas dor de promessas e O auto da compadecida
ficcionais 3 têm concedido formas de visibilidade e res-
4 Tradições históricas e traduções hiper- sonância ao Nordeste, espelhando as formas
midiáticas 5 do discurso, os tipos de sociabilidade e o es-
5 Cumplicidade e rivalidade entre o ci- tilo de vida dos nordestinos. Misturando os
nema e a televisão 7 mitos regionais, com os signos da cultura de
6 Pré-história das culturas locais e mo- massa, o imaginário pop do cinema e da pró-
derna tradução nordestina 8 pria televisão, a comunicação eletrônica ab-
7 Narcisismo e tribalização na experiên- sorve e irradia as novas expressões e sensibi-
cia cultural contemporânea 9 lidades das culturas locais, estratégias de po-
8 Tradução e transgressão das artes mi- litização do cotidiano e novos modos de re-
diáticas 10 conhecimento das identidades culturais. Ex-
9 Processos intermidiáticos e socieda- ploramos os modos como o cinema e a tele-
des multiculturais 11 visão, em conexão com as novas mídias e su-
10 Sincronicidade dos processos midiá- portes tecnológicos, favorecem um olhar so-
ticos e matrizes culturais 12 bre o imaginário nordestino.
11 Interfaces do Cinema e da Ficção Te-
levisiva 14 1 À guisa de introdução
12 Conjunção e rivalidade das artes tec-
nológicas 14 Tudo aquilo que os intérpretes, estudiosos
13 Para concluir 15 e explicadores da cultura brasileira tenta-
14 Bibliografia 16 ram ordenar, classificar, demonstrar, através
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das noções, conceitos e categorias, mostra-se sos estudiosos têm contribuído para uma in-
hoje, em diversas modulações, nas imagens vestigação rigorosa das relações entre a tele-
projetadas nas telas do cinema e da televisão. dramaturgia, a vida social e política, como
Há quase meio século a televisão tem atua- MELO (2002), LOPES (2004), BALOGH
lizado uma representação do nordeste brasi- (2005), LOBO (2000), RIBEIRO (2004), en-
leiro, com inteligência e sensibilidade. As tre outros. Em princípio estes estudos po-
telenovelas como Gabriela, Saramandaia e dem nortear a nossa argumentação, que se
Roque Santeiro e as minisséries como Lam- situa no campo da comunicação, enfatizando
pião e Maria Bonita, O Pagador de Promes- as artes tecnológicas do cinema e da tele-
sas e O auto da Compadecida têm conce- visão e epistemologicamente se define pelo
dido um nível importante de visibilidade e diálogo com os estudos culturais e se orienta
ressonância ao Nordeste, espelhando as for- pelas empiricidades que favorecem uma an-
mas do discurso, os tipos de sociabilidade e tropológica da comunicação. Ou seja, um
o estilo de vida dos nordestinos. Privilegia- olhar sobre o homem, a mulher e seus símbo-
mos a ficção televisiva seriada como um mo- los, nos tempos do trabalho e do lazer, face
tor eficaz na construção do imaginário cole- aos processos midiáticos, que atuam sobre as
tivo do Nordeste e, neste contexto, reconhe- formas do pensar, falar e agir.
cemos que a ficção do cinema concorre tam-
bém para a formação do imaginário, em suas
2 O papel social e estético da
dimensões locais e globais.
O enfoque do regional na teledramatur- teledramaturgia
gia não é dominante, mas é expressivo, pela O turbocapitalismo acelerou o processo de
competência técnica e decupagem estética; o globalização, forçando as identidades cul-
tema se tornou cult no repertório da acade- turais a virem à tona e surpreendentemente
mia, da mídia especializada e nas conversa- as culturas locais explodiram em sua exu-
ções diárias na esfera pública, no que res- berante visibilidade, quando bombardeadas
peita às questões individuais e coletivas, à pela legiferância da globalização.
ética, cidadania, gestão política, direitos hu- Sem pretender articular um discurso de
manos e responsabilidade social. Não existe verdade, como o telejornal, a teledrama-
ainda nenhum estudo científico sobre as re- turgia, ao explorar os enredos nordestinos,
presentações do Nordeste na ficção televisiva seduz a opinião pública, exibindo os ma-
seriada, há um estudo sobre o Nordeste no ci- tizes de uma culturalidade nordestina em
nema, intitulado Cangaço, o Nordeste no Ci- suas dimensões épicas e afetivas, românti-
nema Brasileiro (Caetano, 2005), e este deve cas e transgressivas. Como espécies raras
ser um primeiro ensaio sobre as imagens do da grande arte, há telenovelas e minisséries
Nordeste na cultura das mídias, enfatizando que têm o dom de saber apresentar a parte
as narrativas ficcionais do cinema e da te- de estranheza dos afetos humanos. Os gran-
ledramaturgia, com o objetivo de decifrar o des mestres da teledramaturgia empenhados
sentido das identidades culturais no contexto no refinamento de uma elaboração estética
da sociedade globalizada. do Nordeste têm tratado dos assuntos gra-
De maneira crítica e compreensiva, diver-
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farsa da boa preguiça, O santo e a porca, tesanais e eletrônicos, que respondem às ex-
O auto da compadecida), transposta para a pectativas de um público dos enredado, ao
televisão, recompõe alegoricamente um re- mesmo tempo, nas malhas da tradição e das
trato satírico, trágico e afirmativo da con- conexões urbanas.
dição nordestina. Aliás, ambos os enfo- As tensões e conflitos sociais do sertão são
ques difundem uma sensibilidade nordes- capturados pelo prisma das câmeras de TV,
tina que se reconhece e se irradia também numa minissérie como Lampião e Maria Bo-
na poética musical dos menestréis e canta- nita (1982), que desnuda as tramas sociais e
dores, como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, políticas do Nordeste, através de tecnologias
Zé Ramalho, Alceu Valença, Ednardo, Ge- audiovisuais poderosas que captam em vá-
raldo Azevedo, Elba Ramalho, Caetano, Gil, rias tonalidades o drama nordestino.
Gal Costa, Maria Bethânia, atualizando-se A concorrência das cadeias de televisão
na versatilidade de artistas como Carlinhos contribuiu para o rigor das representações
Brown, Chico Science, Lenine, Chico Cé- do cenário nordestino, como mostra a ficção
sar e Zeca Baleiro. Esta difusa sonoridade, Mandacaru (Carlos Alberto Ratton, 2005),
ao mesmo tempo regional, universal, local e realizada pela Rede Bandeirante; em que o
global, produto de conexões históricas, or- realismo das imagens capta as tensões soci-
ganiza uma comunidade simbólica, uma so- ais e políticas do Nordeste, nos anos 30, sob
ciabilidade musical, construída em sintonia a ótica dos cangaceiros.
permanente com as trilhas sonoras. Apostamos que a televisão, como um su-
Os seres imaginados da televisão promo- porte nacional privilegiado de arte tecno-
vem modalidades de identificação e perten- lógica, detém o poder de resgatar as ima-
cimento, experiências de reconhecimento e gens, sons e textos da tradição nordestina
gratificação. Isto se deve principalmente ao conferindo-lhes uma surpreendente atuali-
prestígio da ficção televisiva e do cinema dade. As narrativas ficcionais da TV não ces-
brasileiro nos mercados globais, a sua qua- sam de produzir novas aparências do regi-
lidade técnica, estética e destreza na cap- onal, que permanentemente se transfiguram
tação dos afetos, anseios e expectativas so- por meio das repetidas migrações e reterri-
ciais. A ficção brasileira além de ser um torializações de norte a sul do país. A fic-
produto apreciado pela crítica é amada pelo ção televisiva seriada tem produzido um re-
grande público que faz a sua catarse diária pertório importante que revela uma dimen-
diante das telenovelas. são pluralista, polifônica, barroca, transcen-
As narrativas ficcionais como O Auto da dental do Nordeste. Através dos audiovisu-
Compadecida (1999), Lisbela e o Prisio- ais podemos flagrar os estilos da vida social
neiro (2003), O coronel e o Lobisomem e política, a religiosidade e a carnavalização,
(2005), sob a direção de Guel Arraes, são as formas assumidas pela acelerada hibrida-
produtos híbridos realizados e exibidos na te- ção entre o popular, o folclórico, o massivo,
levisão e no cinema. Embalados na poética que distinguem a paisagem nordestina mar-
musical do Mangue Beat (de Pernambuco), cada por grandes diversidades, constituindo
reúnem simultaneamente imagens e sons ru- um conjunto multiforme das identidades in-
rais, urbanos, experimentais, inventivos, ar- dividuais e coletivas.
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soa, os mercados da moda, o artesanato lo- do realismo social, que se desloca do regio-
cal, a culinária típica e as suas manifestações nal ao universal, do local ao global e man-
culturais recentes em que se misturam o ar- tém uma força poética vigorosa ao retratar
caico e o ultramoderno. de maneira nobre e sensível uma realidade
Tieta do Agreste, uma adaptação do li- histórico-social, que permanece miserável,
vro de Jorge Amado, por Aguinaldo Silva, devastada pelas intempéries da natureza e
(1990), por sua vez, consiste num produto pela ineficácia das gestões governamentais,
bem sucedido da teledramaturgia pela cria- e sempre instigando novos olhares críticos
ção artística, que abre um espaço oportuno à e contemplativos no cinema, com Aruanda
revisitação dos recortes regionais. Repete- (Linduarte Noronha, 1959), O país do São
se aqui, um flagrante da utilização dos re- Saruê (Vladimir de Carvalho, 1971) até Ci-
cursos naturais de maneira predatória, a de- nema, aspirinas e urubus (Marcelo Gomes,
núncia exploração do trabalho braçal, a ira 2005) e na televisão com Gabriela (1975),
das autoridades locais ameaçadas pela lógica Senhora do Destino (2004) e Hoje é dia de
do progresso e do desenvolvimento. A crí- Maria (2005).
tica social reapareceria no enredo da tele-
novela Porto dos Milagres (2001), em que
9 Processos intermidiáticos e
os pescadores se organizam em cooperati-
vas, driblando a armadilhas dos atravessa- sociedades multiculturais
dores, além de satirizar às disputas místico- Há séries muito expressivas que chegam às
religiosas entre as beatas puritanas da igreja novas gerações através das linguagens audi-
católica e as filhas de santo no cenário de ovisuais e nos interessam aqui, na medida
uma suposta cidadela no litoral da Bahia. em pontuam novos processos intersemióti-
Num outro registro, encontramos a obra cos (falas, escutas, olhares) e intermidiáti-
de João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida cos (cinema, televisão, vídeo, DVD), defla-
Severina (1956), adaptada pela televisão, grando poéticas tecnológicas de qualidade
num Caso Especial (Walter Avancini, 1981), e naturalmente solicitam novas apreciações
mostrando as imagens do Nordeste focali- no campo da pesquisa. Seja pela sua força
zado por meio de uma ética-estética do re- poética, discursiva, imagética, seja pela po-
alismo social, revelando os signos da indig- tencialidade das inserções históricas que nos
nação e revolta. Retrata-se a pobreza, o in- aproximam das narrativas nordestinas, mi-
fortúnio dos homens e mulheres, mas isto se grando da literatura para os espaços imagís-
faz com dignidade; a força poética da nar- ticos, o que não deixa de estimular novos há-
rativa advém do modo como aqui se lança bitos de leitura.
um olhar sobre o homem, a terra e a luta É pertinente remontar aqui à figura do can-
pela sobrevivência, com respeito, compaixão gaceiro, uma referência incontornável nas
e delicadeza. Morte e Vida Severina retratou histórias do sertão nordestino, presentes no
as imagens sublimes do Nordeste Brasileiro, espectro de uma vasta literatura regionalista,
transformando o cenário de seca, fome, vio- mas igualmente transposta para a linguagem
lência e desolação em configurações poéticas do cinema, conforme podemos comprovar
arrebatadoras. Consiste num registro solene
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“carnavalização”, conforme escreve BAKH- gunda metade do século XX) de maneira si-
TIN (1981). multânea. O vídeo-cassete, o CD-ROM, o
Convém chamar a atenção dos intérpre- DVD - por sua vez - como eficazes meios in-
tes da história da cultura brasileira para a terativos têm permitido à novíssima geração
formação de uma moderna tradição no con- acessar aos diversos períodos na história da
texto das representações do Nordeste, no ci- cultura nordestina. Logo, convém aceitar o
nema, na televisão e em outras artes tecnoló- fato de que a natureza técnica da hipermídia
gicas como a internet, que geram constante- instiga novas molduras, representações, lei-
mente modalidades de cidadania e sociabili- turas e interpretações das culturalidades lo-
dade, conforme sugerem os estudos de BAR- cais.
BÉRO (2001). Os autores, pesquisadores e intérpretes
Um trabalho como O auto da Compade- contemporâneos têm ao seu dispor um reper-
cida, em suas diversas mediações poético- tório formidável de informações (imagens,
tecnológicas, é produto de uma experiên- sons e textos) que lhes permitem atualizar a
cia dialógica tramada entre gerações distin- história das culturas locais, usando inclusive
tas (de Ariano Suassuna e de Guel Arraes), as tecnologias globais. E o mais importante,
que ganha visibilidade e se torna mais aces- nessa experiência de releitura e interpreta-
sível através de linguagens sedutoras para as ção é que os novos sistemas de pensamento,
platéias midiatizadas, levando a uma com- as mediações tecnológicas e as ações sociais
preensão das maneiras específicas do pensar, interativas não cessam de produzir sentido,
falar e agir do Nordeste. adicionando novas camadas à espessura das
Cumpre notar a força poética das ficções significações nordestinas. Então, cumpre de-
televisivas em diálogo com o chamado “ci- cifrar o sentido das obras de arte tecnológi-
nema da retomada”, com Lisbela e o Pri- cas como O auto da compadecida, Lisbela
sioneiro (Guel Arraes, 2003) e O coronel e e o prisioneiro e O coronel e o Lobisomem,
o Lobisomem (2005), ambos originalmente que consistem em ícones reveladores das tra-
produtos televisivos, que refazem as tramas mas políticas, mitológicas, religiosas, histó-
intertextuais misturando os signos do cor- ricas e carnavalescas do Nordeste. Esta vi-
del, rockpop e processos folkmidiáticos, por gorosa produção ganha importância ao reco-
meio das narrativas ágeis do cinema, do vi- nhecermos que constitui uma parte privile-
deoclipe e da televisão, respondendo à sensi- giada do repertório audiovisual, completado
bilidade das novíssimas gerações, cujos refe- pelo cinema, pois a filmografia recente tem
renciais étnico-acústicos, audiovisuais, tele- apresentado outras visões do Nordeste; in-
máticos são produtos de um hibridismo cul- cluindo os documentários, ficções, adapta-
tural marcante. ções e roteiros originais.
Após a literatura e os audiovisuais, no ter-
ceiro tempo da história da cultura do Nor-
deste, as hipermídias apareceram oportuna-
mente possibilitando revisitações da tradição
cultural nordestina (do século XIX até os
anos 50) e a modernização regional (na se-
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política e cultural do Sul sobre o Norte, hoje e política, através do recurso da ficcionali-
se presta a uma rediscussão, pois as estra- dade; a exploração do imaginário midiático,
tégias de globalização se difundem em vá- eletrônico, telemático e informacional con-
rios sentidos e direções, e é oportuno se vis- siste numa forma atualizada de se debater a
lumbrar as oportunidades abertas pelos no- equação antiga envolvendo as estruturas do
vos fluxos midiáticos e informacionais, que poder e o campo da comunicação.
surpreendentemente, podem modificar, para
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