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2 Efeitos das políticas de avaliações, o accountability

O movimento ideológico de neoliberalização que tem seus efeitos econômicos e


políticos mais acentuados a partir da década de 1990, também projeta seus interesses em
larga escala na educação. Quando se encerra o governo FHC e temos a ascensão a
presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, alguns acreditavam que teríamos uma guinada
imediata contra todas as políticas neoliberais, porem isso não ocorre conforme o esperado.
A contínua interferência dessa ideologia mostra-se ainda mais aprofundada mediante a
criação da Prova Brasil e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
Mesmo quando “ao passo que a política de avaliação do ensino superior, com a
eliminação do Provão e a constituição do SINAES, parece caminhar no rumo certo, a
política de avaliação do Ensino Fundamental envereda por caminhos duvidosos”.
(FREITA, 2007, p. 967)
A criação dessas politicas tem um entrelaçamento a intenção de aferição e
eficiência, não apenas dos sistemas de ensino, mas na mesma proporção dos professores
e de suas práticas pedagógicas. A maneira com a qual essa aferição é conduzida é apenas
uma forma de prestação de contas, nas palavras de Amaury Patrick Gremaud, diretor
Avaliação da Educação Básica do INEP: “O objetivo é usar o sistema de avaliação para
prestar conta à sociedade[...] (Seminário realizado em Salvador, em julho de 2000). Nessa
ótica concordamos com Freitas:
“Por isso concluo que o IDEB é mais um instrumento regulatório do que um
definidor de critérios para uma melhor aplicação dos recursos da União
visando alterar indicadores educacionais. O resultado de cada município e de
cada estado será (e já está sendo) utilizado para ranquear as redes de ensino,
para acirrar a competição e para pressionar, via opinião pública, o alcance de
melhores resultados. Ou seja, a função do MEC assumida pelo governo Lula
mantém a lógica perversa vigente durante doze anos de FH”. (FREITAS, 2007,
p.697)

Essa política de accountability é um mecanismo operante das convicções liberais que,


dada a incapacidade e ineficiência das políticas econômica-sociais do sistema neoliberal,
não podem criar igualdade de resultados, haja vista a sua capacidade de remeter a fabula
meritocrática. Situação na qual, criam um engodo sob a égide da universalização do
acesso como forma de superação a necessidade da exigente universalização da qualidade,
conforme Freitas (2002). Ainda nesse sentido:
Eles não podem aceitar que uma espécie de “acumulação primitiva” (Marx) ou
um ethos (Bourdieu) cultural sequer interfira com a obtenção dos resultados
do aluno. Se aceitassem, teriam de admitir as desigualdades sociais que eles
mesmos (os liberais) produzem na sociedade e que entram pela porta da escola.
(FREITAS, 2007, p.698)

A mecânica estabelecida nesta conjuntura de testes não surge por mero acaso. A
importação da política do accountability de um país de supremacia neoliberalista, é feito
de forma completa, que segundo Freitas (2019) são os vetores de privatização da escola
pública para o mercado. Assim, o autor utiliza as ideias de Castro 2011, um defensor da
reforma empresarial na educação, para nos apresenta os procedimentos pelo qual a
reforma da educação, por viés de padronizações e testes se fez nas escolas estadunidenses
e fora incorporada a educação brasileira, como procedimentos positivos e necessários
para a ampliação e melhoramento de nossa educação. Esses procedimentos são divididos
por ele em três etapas: padronização através de bases nacionais curriculares, testes
censitários e responsabilização verticalizada. Por esses “alinhamentos” torna-se possível
a premiação de quem ensinou e a responsabilização/punição de quem não ensinou, uma
vez que a base estabelece o que as escolas devem ensinar.
“Uma vez instalado o ciclo, leis passam a regulamentar os processos de
responsabilização e definir como o cumprimento ou não das metas afeta o
acesso e recursos federais ou locais (editais de licitações específicos, acesso a
programas ou dotações especiais, bônus de mérito etc.) e define também a
responsabilização dos gestores”(FREITAS, 2018, p.78,79)

É certo que a punição no meio educacional nuca foi e nunca será algo duradouro
e nem mesmo eficaz. Porem para os empreendedores da educação, a punição é uma
vertente necessária para suas pretensões privatistas e mercadológicas. Sendo assim, a
competição, e a aferição de resultados promove a dinâmica perfeita.
O neoliberalismo, segundo Gentile (2009) “formula um conceito específico de
qualidade, decorrente das práticas empresariais é transferido, sem mediações, para o
campo educacional.” Para os novos liberais, a escola deve funcionar como uma empresa,
devendo todos os seus agentes cumprirem metas e adequar-se a padronizações
verticalizadas de cima para baixo. Neste contexto podemos perceber que não é levado em
conta por essa ideologia as situações condicionantes que, quase sempre se tornam
determinantes, externas e alheia as condições da escola.
Esse processo de prestação de contas (accountability) serve como pano de fundo
para despercebermos a realidade dos demais processos sociais: as desigualdades
socioeconômicas que o sistema capitalista produz. Quando WOOD (2003), nos brinda
com sua compreensão de que, capitalismo e democracia são incompatíveis, uma vez que
as práticas humanas convertidas em mercadoria deixam de ser acessíveis a todos,
deixando assim de ser democrática. Isso explica porque a universalização da qualidade é
impensável, sendo necessário assim, avaliar as escolas e não as políticas. Talvez por isso,
curiosamente, de todas as metas do PNE (Plano Nacional de Educação) a única que está
em pleno funcionamento seja a de mecanismo de avaliação, como a própria Prova Brasil.
A politica de responsabilização fazem com que professores e gestores, tanto se
tornem reféns de empresas que vendem serviços e sistemas que prometem “qualidade”
no ensino, como também, inibem a possibilidade de apropriação e construção de
currículos que sejam capazes de formar cidadãos com capacidade de transformação do
mundo e de suas condições. No momento em que a escola, na necessidade de cumprir os
acordos feitos pela união, estados e municípios, para não perderem recursos, voltam-se
apenas as disciplinas cobradas nos testes.

Referencias: FREITA, Luiz Carlos de, Educ. Soc. , Campinas, vol. 28, n. 100 - Especial, p.
965-987, out. 2007 Disponível em <http://www.cedes.unicamp.br>
: FREITA, Luiz Carlos de, A Reforma Empresarial da Educação: nova direita, velhas ideias,
São Paulo: Expressão Popular, 2018
GENTILE, Pablo, neoliberalismo e educação (Texto tirado do livro "Escola S.A.", Tomaz
Tadeu da Silva e Pablo Gentili - org.) 2014 Disponivel em <http://www.scridb.com.br>

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