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ILMO.

SENHOR PRESIDENTE DA COMISSÃO ESPECIAL ORGANIZADORA

Resposta referente ao Ofício nº 01/2019, do CMDCA.

ANTONIO CHARLES DOS SANTOS PEREIRA, brasileiro, casado,


professor, portador da cédula de identidade RG nº 0202600302001-5 e do CPF nº
003.024.273-84, residente e domiciliado à Rua Firmino Oliveira, Centro, Apicum-
Açu/MA, Cep: 65275-000, endereço eletrônico: charlespereira21@hotmail.com, por
seu advogado e bastante procurador ao final subscrito (doc. 1 – procuração), com
endereço profissional à rua São José, Olho D’ água, São Luís/MA, endereço
eletrônico: manoeladvrodrigues@gmail.com, telefone: (98) 984872124, com fulcro
no artigo 5º, incisos XXXIV, LIV, LV, LXXVIII da CRFB/98, Art. 139 da Lei
8.069/1990, Lei nº 9.504, Lei Municipal nº 058/2001, alterada pela Lei nº 229/2015
e a resolução 005 de 2019 do CMDCA, vem oferecer

CONTESTAÇÃO

aos fatos trazidos nos autos do procedimento de apuração de descumprimento de


condutas vedadas, consubstanciadas em requerimento de recurso ao Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), figurando como
súplices Josivaldo Silva (doc. 2), Fábio Almeida Pimentel (doc 3) e Erlem Vanne C.
de Sousa (doc 4), já qualificados no requerimento de recurso. Razão pela qual
passo a expor:

1. DOS FATOS

Constam dos requerimentos de recursos, que o senhor Antônio Charles


conduzia possíveis eleitores às sessões de votação em uma motocicleta de sua
propriedade. Aventaram, ainda, que um terceiro, sem vinculo direto com o pleito,
estaria, por conjectura, transportando eleitores em seu veículo. Ademais,
pretendeu-se amoldar a conduta do contraditor ao artigo 2º da resolução nº
005/2019, bem como, aludiu-se a áudios, imagens, e vídeos, os justificando como
corroborantes do bojo probatório, para o convencimento do órgão julgador. Por fim,
solicitou-se à comissão que apurassem os fatos e procedessem às medidas
cabíveis.

2. DA VERDADE DOS FATOS

O senhor Antônio Charles dos Santos Pereira, codinome Charles, participou


do pleito eleitoral, sob o número 13 e, com 261dos 2.356 votos válidos, foi eleito
legitimamente para compor o corpo de conselheiro tutelar deste município. A
votação que lhe conferiu o quarto lugar em quantidade de votos, expressa a
confiança do povo de Apicum-Açu no trabalho desenvolvido ao longo de anos pelo,
agora eleito, Charles. Apesar do trato requintado, do dantes candidato, no que
dizem respeito à observância dos termos legais que limitam os atos praticados
pelos candidatos, tanto na campanha quanto no dia da eleição, previsto na
resolução nº 005/2019, o senhor Charles está sendo alvo de três requerimentos de
recurso por seus opositores, que alegam que o candidato praticara atos
incontinentes à legislação atinente ao pleito eletivo. O que enseja, segundo os
requerentes, a impugnação do feito.
Ora, Excelentíssimo, no dia da eleição, o então, candidato Charles transitou
em sua moto pelas vias de Apicum-Açu, como o fizeram outros candidatos
também, pois se fez mister as diligências que visavam fiscalizar o bom andamento
da votação.
No entanto, em uma dessas andanças, o seu amigo, que é deficiente,
possuindo limitações quanto à mobilidade em função de ter uma perna amputada,
esperou do poder público, responsável por estruturar e fornecer meios para a
mobilidade desses cidadãos, a contrapartida logística para que o mesmo exercesse
o seu direito de votar. O que não aconteceu.
Ante tal descaso, o então candidato Charles o conduziu como sempre fez
em dias normais quando este se encontra em situação adversa. Quando da analise
dessa conduta, deve-se atentar para o que há de melhor no ser humano: o
sentimento de compaixão. Mesmo sabendo que o conduzido votaria em seu primo,
o então candidato Marcos Antônio, o senhor Charles não mediu esforços para
ajudá-lo a exercitar a plenitude da cidadania. A foto referente a este caso, consta
dos autos, e mostra um ser humano desassistido pelo poder público, tendo que se
“arranjar” em cima de uma motocicleta, para exercer o direito que lhe é assegurado
pela Constituição Federal.
Corta o coração, saber que alguns pretendentes ao cargo de conselheiro
municipal que possuem, dentre outras, a missão promover a luta pelos direitos dos
que vivem a margem da sociedade, inclusive, descobertos pelo próprio Estado,
carrearem aos autos essa imagem tão triste da nossa realidade. Como se não
bastasse a usaram como alegação de uma impugnação de mandato eletivo. Às
vezes, movido pelo sentimento de alteridade e empatia, o coração fala mais alto
que a razão. Desta forma, presume-se que pessoas assim não estão preparadas
para exercer a missão tão nobre atribuída aos conselheiros.
Quanto às imagens, áudios e vídeos, sugere-se que tudo esteja
devidamente certificado por uma autoridade pericial competente, para atestar a
autenticidade ou não do conteúdo de cada uma.

3. PRELIMINARMENTE

a. Da tempestividade

Em consonância com o que prediz o comando constitucional em seu artigo


5º, inciso LV – “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes”. O constituinte pugnou por oportunizar a parte
arguida em sede de processo administrativo, com os meios que o possibilitem o
gozo pleno da ampla defesa e do contraditório. Para se alcançar a plenitude, nesse
aspecto, buscou-se, então, definir prazo razoável para a defesa. Assim sendo, o
CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE –
CONANDA, por meio da resolução 170 de 2014, em seu artigo 11º, § 3º, inciso I,
estabelece que o Conselho Municipal notifique os candidatos, concedendo-lhes
prazo para apresentação de defesa. Subsumindo-se à resolução do CONANDA, a
resolução do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
(CMDCA), no seu artigo 5º elucida:

No prazo de 05 (cinco) dias úteis contados do recebimento da notícia da


infração às condutas vedadas previstas nesta Resolução, a Comissão
Eleitoral do CMDCA deverá instaurar procedimento administrativo para a
devida apuração de sua ocorrência, expedindo-se notificação ao (à)
infrator (a) para que, se o desejar, apresente defesa no prazo de 02
(dois) dias úteis contados do recebimento da notificação.

Portanto, como consta do Oficio nº 016/2019 - CMDCA, a data na qual o


contestante tomou ciência dos fatos contra si, foi no dia 10 de outubro de 2019,
quinta-feira. Desta forma, conta-se, considerando a resolução supra, dois dias
uteis, importando, para tanto, a apresentação da defesa na segunda-feira. Logo, a
presente contestação é tempestiva nos termos postos.

b. Da inépcia do requerimento de recurso

É cediço que a acusação deve ser feita de forma definida, isto é, indicando
a conduta e a forma como ela se deu, possibilitando à defesa manifestar-se
articuladamente quanto a todos os itens de acusação, o que não ocorre no
presente caso.

Sabe-se que subsidiariamente as normas atinentes às eleições previstas na


Lei 9.504/1997, são aplicáveis as eleições para conselheiros. Segundo a resolução
23.478/201 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em seu artigo 2º, da mesma
forma, quando não houver previsão, no que tange ao processo, busca-se guarida
ao Código de processo Civil, como se ver:

Art. 2º - Em razão da especialidade da matéria, as ações, os


procedimentos e os recursos eleitorais permanecem regidos pelas normas
específicas previstas na legislação eleitoral e nas instruções do Tribunal
Superior Eleitoral.
Parágrafo único. A aplicação das regras do Novo Código de Processo
Civil tem caráter supletivo e subsidiário em relação aos feitos que
tramitam na Justiça Eleitoral, desde que haja compatibilidade
sistêmica.

Com efeito, aduz no art. 330, §1° do CPC, que se considera inepta o pedido
quando, inciso “III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si”.
É evidente que os requerimentos padecem de inconsistências, pois se
discorre sobre suposições ora envolvendo terceiros, ora envolvendo o contestante,
sendo que não restou especificamente nas alegações dos requerentes, o
enquadramento do senhor Antônio Charles a uma das condutas vedadas previstas
no artigo 2º da resolução nº 005/2019. Fez-se menção genérica do artigo,
justamente por não encontrarem no corpo do mesmo uma conduta vedada, na qual
o contestante se enquadrasse.
Compulsando os autos, portanto, não se vislumbra o êxito dos
requerimentos de recurso. Atraindo, por conta dos vícios de inconsistência, o artigo
6º da resolução nº 005/2019, cuja observância é imprescindível, para evitar
injustiças e inviabilizar uma possível sanção baseada em provas não periciadas,
por exemplo. É o teor do artigo 6º:

A Comissão Eleitoral do CMDCA poderá no prazo de 05 (cinco) dias úteis


do término do prazo da defesa:
I - arquivar o procedimento administrativo se entender não configurada
a infração ou não houver provas suficientes da autoria, notificando-se via
endereço eletrônico com aviso de recebimento ou pessoalmente o
representado e o representante, se for o caso;

Desta forma, excelentíssimo, pugna pela observância dos preceitos legais


que assistem o contestante, pois deixa-lo sofrer as consequências de um processo
injusto, é promover o afastamento das garantias constitucionais no que respeita ao
pleito eleitoral.

4. DO DIREITO
a) Da não inadequação da conduta aos tipos contidos na resolução nº
005/2019

Constam do artigo 2º da resolução nº 005/2019 do CMDCA, o que se segue,


ipsis litteris:

NO DIA DO PROCESSO DE ESCOLHA


a.) usar alto-falantes e amplificadores de som ou promover comício ou
carreata;
b.) arregimentar eleitor ou fazer propaganda de boca de urna;
c.) até o término do horário de votação, contribuir, de qualquer forma,
para aglomeração de pessoas portando vestuário padronizado, de modo a
caracterizar manifestação coletiva, com ou sem utilização de veículos;
d.) fornecer aos(às) eleitores(as) transporte ou refeições;
e.) doar, oferecer, prometer ou entregar ao(à) eleitor(a), com o fim de
obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza,
inclusive emprego ou função pública, desde o registro de candidatura até o
dia da eleição, inclusive (captação de sufrágio);
f.) utilizar, nos trabalhos de votação, qualquer tipo de vestuário com
identificação dos candidatos.

Da análise superficial das acusações feitas pelos requerentes, percebe-se


que não há qualquer subsunção dos atos alegados ao parâmetro legal, senão,
vejamos:

1. Não há provas contundentes de que o então candidato Charles estava de


fato conduzindo pessoas e em troca eles votariam nele, pois o que
consta, diz respeito a terceiros inominados que tiveram a sua privacidade
violada, que supostamente, fizeram menção de praticar tais atos, o que
não se justifica pela materialidade das imagens e áudios, sendo que
ambos não gozam de credibilidade, como se verá adiante;
2. De modo diverso, segundo a Resolução nº 170, de 10 de dezembro de
2014 em seu artigo 11º, § 2º, a comissão especial, fará o
acompanhamento do processo eletivo, dispondo de todos os meios para
apurar os fatos tidos como dissonantes aos termos legais. Ocorre que no
dia da eleição, mesmo estando instrumentalizada, a comissão, por meio
dos seus membros, não lavrou nenhuma ata anotando alguma
anormalidade no processo de escolha dos candidatos. Portanto, resta
evidente que a própria comissão responsável por acompanhar a eleição,
ratifica a lisura do pleito eleitoral;
3. Desta forma, não se amoldando a conduta do então candidato Charles à
moldura legal, resta apenas o inconcebível: a impugnação se deu por
mera insatisfação dos que não alcançaram votos suficientes para se
elegerem. Resta por fim, mais uma vez, reiterada atitude
antidemocrática.

b) Da não autenticidade, insuficiência e inconsistência das provas.

Compulsando os autos do processo, se encontrou instrumentos que


margeiam o absurdo, dentre os quais, fotos e áudios. Na atual conjuntura, é
sedimentado nos tribunais superiores, os quais versam sobre processo
extrajudicial, o entendimento de que fotos, áudios e vídeos, precisam, para serem
validados, de um laudo pericial, para atestar a sua originalidade. Portanto, não há
que se falar em considerar tais “provas”, pois as mesmas não atestam a realidade
dos fatos.
As decisões tomadas nesse sentido visam dar segurança jurídica às
decisões, pois decidir com base em suposições é temerário. Outrossim, é
imprescindível para a formação do convencimento do órgão julgador, elementos
que não deixam duvidas sobre a sua veracidade. Desta forma, os áudios vídeos e
fotos, estão carentes de validação.
A necessidade de uma pericia técnica se justifica por causa dos inúmeros
programas e aplicativos de edição de vídeos, áudios e textos em aplicativos de
mensagens existentes e disponíveis na palma da mão de qualquer pessoa. Assim,
imagens editadas ou montagens, podem induzir a erro o julgador. Na mesma
esteira, áudios sem a respectiva comprovação pericial de autenticidade, não devem
ser acolhidos, pois há programas e aplicativos que recortam áudios e outros que
até simulam timbres de vozes. Do mesmo modo, os vídeos não gozam de
credibilidade perante o órgão julgador, pois podem sofrer as mesmas alterações
que os áudios e imagens.
Resta, portanto, a certeza de que se retirarão do bojo probatório as alegadas
provas viciadas, tanto quanto à sua materialidade, quanto por vicio de forma, pois
não houve nenhuma ordem judicial, para que o sigilo das informações de pessoas
fosse quebrado.
Por fim, urge colacionar jurisprudência para ratificar que prova não autentica
gera nulidade dos atos que dela decorre:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - PARCIAL INOVAÇÃO DE


TESE RECURSAL - AÇÃO REVISIONAL - CONTRATO
BANCÁRIO - ARRENDAMENTO MERCANTIL - AUSÊNCIA
DE PERÍCIA - FALTA DE PROVA IMPRESCINDÍVEL À
JUSTA E SEGURA COMPOSIÇAO DA LIDE - NULIDADE DA
SENTENÇA. - A apelação devolve ao tribunal o conhecimento
das questões suscitadas e discutidas no processo, não
merecendo conhecimento a parte da peça recursal que
contenha inovação, sob pena de ofensa aos princípios do
duplo grau de jurisdição, do devido processo legal, do
contraditório e da ampla defesa - É nula a sentença que
julga causa para cujo seguro deslinde mostra-se
indispensável a produção de prova pericial, que não foi
realizada. (TJ-MG - AC: 10114110102257001 MG, Relator:
Evandro Lopes da Costa Teixeira, Data de Julgamento:
27/06/2019, Data de Publicação: 09/07/2019).

c) Da individualização das condutas

Outro fato que vale ressaltar concerne à ausência de autoria das supostas
condutas vedada. Carrearam-se aos autos, áudios, imagens e vídeos, que embora
ilícitos, não tiveram qualificados os seus autores. É importante salientar que para
se alcançar a justiça é necessário vincular às consequências dos atos a quem os
praticou, pois a generalidade, não encontra guarida quando se está em jogo direito
adquirido, como no caso in tela. É o que se depreende do julgado a seguir:

Trata-se, em síntese, de verdadeira tentativa de responsabilização criminal


objetiva, a qual contraria as bases do moderno sistema penal baseado na
culpa. Não se pode admitir que qualquer pessoa responda por um fato
delituoso sem que ao menos lhe tenha dado causa de forma dolosa ou
culposa, sendo imprescindível, para isso, que se demonstre a sua
responsabilidade subjetiva, sem a qual não é legítima a imposição de
pena. RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 53.200 - RJ (2014/0284589-
5)

Convém, portanto, reiterar que os supostos atos praticados, estão, tão


somente, vinculados ao senhor conhecido como Ivo e ao já eleito Antônio Charles,
sendo que tem imagens e áudios que simplesmente foram colocados no processo,
mas sabe-se que possivelmente há pessoas diversas das acusadas. Resta por
fim, retirar do processo as provas cuja atribuição do conteúdo é de pessoa
estranha ao processo.

d) Da violação da privacidade, intimidade e quebra de sigilo das


comunicações telefônicas.

Quando da análise dos autos do processo de impugnação de mandato


eletivo, observou-se que não houve juntada de autorização judicial, para a quebra
do sigilo telemático de pessoas, inclusive, alheias ao processo.
O constrangimento sofrido por essas pessoas reclama indenização por
danos morais, mas isso é assunto para outro momento...
Assim, a análise dos dados armazenados nas conversas de whatsapp,
revela manifesta violação da garantia constitucional à intimidade e à vida privada,
razão pela qual se revela imprescindível autorização judicial devidamente
motivada, o que nem sequer foi requerido. A propósito:

PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.


TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO. DADOS
ARMAZENADOS NO APARELHO CELULAR. INAPLICABILIDADE DO
ART. 5°, XII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E DA LEI N. 9.296/96.
PROTEÇÃO DAS COMUNICAÇÕES EM FLUXO. DADOS
ARMAZENADOS. INFORMAÇÕES RELACIONADAS À VIDA PRIVADA E
À INTIMIDADE. INVIOLABILIDADE. ART. 5°, X, DA CARTA MAGNA.
ACESSO E UTILIZAÇÃO. NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL.
INTELIGÊNCIA DO ART. 3° DA LEI N. 9.472/97 E DO ART. 7° DA LEI N.
12.965/14. TELEFONE CELULAR APREENDIDO EM CUMPRIMENTO A
ORDEM JUDICIAL DE BUSCA E APREENSÃO. DESNECESSIDADE DE
NOVA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA ANÁLISE E UTILIZAÇÃO DOS
DADOS NELES ARMAZENADOS. RECURSO NÃO PROVIDO. I - O
sigilo a que se refere o art. 5º, XII, da Constituição da República é em
relação à interceptação telefônica ou telemática propriamente dita, ou
seja, é da comunicação de dados, e não dos dados em si mesmos.
Desta forma, a obtenção do conteúdo de conversas e mensagens
armazenadas em aparelho de telefone celular ou smartphones não se
subordina aos ditames da Lei n. 9.296/96. II - Contudo, os dados
armazenados nos aparelhos celulares decorrentes de envio ou
recebimento de dados via mensagens SMS, programas ou aplicativos
de troca de mensagens (dentre eles o "WhatsApp"), ou mesmo por
correio eletrônico, dizem respeito à intimidade e à vida privada do
indivíduo, sendo, portanto, invioláveis, no termos do art. 5°, X, da
Constituição Federal. Assim, somente podem ser acessados e
utilizados mediante prévia autorização judicial, nos termos do art. 3°
da Lei n. 9.472/97 e do art. 7° da Lei n. 12.965/14. III - A jurisprudência
das duas Turmas da Terceira Seção deste Tribunal Superior firmou-
se no sentido de ser ilícita a prova obtida diretamente dos dados
constantes de aparelho celular, decorrentes de mensagens de textos
SMS, conversas por meio de programa ou aplicativos ("WhatsApp"),
mensagens enviadas ou recebidas por meio de correio eletrônico,
obtidos diretamente pela polícia no momento do flagrante, sem
prévia autorização judicial para análise dos dados armazenados no
telefone móvel. [...] (RHC 77.232/SC, Rel. Ministro FELIX FISCHER,
QUINTA TURMA, julgado em 03/10/2017, DJe 16/10/2017)

Dessa forma, é imperioso o desentranhamento das provas ilícitas, pois a


exposição da intimidade das pessoas pode atrair a competência do poder judiciário
para corresponder proporcionalmente ao agravo.
Se faz constar, ainda, da instrumentalização desta contestação, Boletins de
Ocorrências gerados contra o senhor JOSIVALDO SILVA (doc ...) por crime de
Estelionato e Desacato, provas estas que, de fato, são dotadas de fé publica, por
se tratar de documento expedido pela autoridade policial. Desta forma, resta
comprovado que o senhor JOSIVALDO SILVA sequer pode figurar como suplente,
haja vista, incorrer em conduta vedada pelo ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE, nos seguintes termos:

Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão


exigidos os seguintes requisitos:
I - reconhecida idoneidade moral;
II - idade superior a vinte e um anos;
III - residir no município.
Por conta da suficiência probatória, se conclui que o incurso nas condutas
tipificadas no Código Penal, não merece se manter na eminência de assumir na
vacância de conselheiros, sendo que a sua conduta não se ajusta ao disposto no
Estatuto da Criança e do Adolescente.

5. DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, requer:

a) seja mantida o status quo da eleição do senhor Antônio Charles dos Santos
Pereira;
b) seja acatada as preliminares, sendo recebido com status de tempestiva a
presente contestação e, por conseguinte, declarada a inépcia do
requerimento, nos termos da preliminar. Se procedendo, portanto, o
arquivamento dos requerimentos de recurso, com supedâneo no artigo 6º,
inciso I, da Resolução nº 005/2019;
c) da negativa, proceder a retirada dos autos das provas carreadas sem
autorização judicial, pois, como demonstrado, violou-se a intimidade de
várias pessoas;
d) caso ainda resista alguma prova, que a mesma seja periciada, para fins de
confirmação de sua autenticidade e originalidade como defendido acima;
e) seja desentranhada do processo as provas que aludam a atos praticados
por terceiros estranhos ao processo;
f) seja acatada os Boletins de Ocorrências Lavrados contra o senhor Josivaldo
Silva, e que o mesmo suporte as consequências da legislação.

Por ser a mais absoluta expressão da verdade e da Justiça, aguardamos


deferimento.

Apicum-Açu, 14 de outubro de 2019.

Manoel Costa Rodrigues Neto


OAB/MA nº 21081

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