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ejesus Artigos 1
1. A REVITALIZAÇÃO DA LIDERANÇA
Não são poucas as igrejas que conhecemos que nos obrigam a fazer uma inevitável
pergunta: “Onde está a liderança?”. Um líder não é capaz somente pela sua boa reputação dentro
e fora da igreja, o que é deveras significativo. Mas também é preciso que ele capacite e equipe
novos líderes, que por sua vez capacitem e formem outros líderes.
A pessoa do pastor é fundamental para a formação de uma liderança capaz e
capacitadora. Existe boa literatura sobre administração eclesiástica que ajudarão o pastor neste
empreendimento. Uma das funções do pastor é equipar os santos. Investir na formação de uma
boa liderança é garantir o sucesso da igreja local. Para isso, a liderança deve ser constantemente
revitalizada, receber novas orientações, a fim de contribuir na formação de novos líderes.
Os líderes de igrejas que crescem concentram seus esforços em capacitar outras pessoas
para ministérios específicos. Líderes capacitadores formam colaboradores, e não meros
“ajudantes” ou “marionetes” com o intuito de alcançar seus próprios interesses. Pelo contrário, a
pirâmide de autoridade é invertida: os líderes ajudam cada cristão de sua igreja a chegar à
medida de plenitude intencionada por Deus para cada um. Eles capacitam, apóiam, motivam e
acompanham a todos individualmente para se tornarem aquilo que Deus tem em mente; a saber,
a varonilidade do Corpo de Cristo. “Líderes que se vêem como instrumentos para capacitar outros
cristãos e levá-los à maturidade espiritual, descobrem como esse aspecto leva ‘por si mesmo’ ao
crescimento” (C. A. Schwarz, O crescimento natural da igreja, p. 23). Em vez de fazer a maior
parte do trabalho, esses líderes investem a maior parte do tempo na formação de novos líderes
através do discipulado e do compartilhamento de tarefas. Assim, a energia investida por eles pode
multiplicar-se quase infinitamente.
Sendo assim, como revitalizar uma igreja cuja liderança está cansada e os liderados
insatisfeitos? Em nossa pouca experiência temos aprendido que o segredo do sucesso está no
investimento. Invista-se na liderança e na formação de novos líderes e a igreja como um todo
reagirá positivamente.
Quando fui pastor em uma das igrejas da Grande São Paulo, pude perceber um pouco da
força do que acabamos de dizer. Pegamos uma junta diaconal debilitada e sem muito
compromisso. Aos poucos (ir devagar é fundamental quando se chega em uma nova igreja)
fomos renovando a junta diaconal, trocando os “irrecuperáveis” por novos. Investimos na nova
liderança, viajamos com eles para um encontro de diáconos no Rio de Janeiro, recebemos
orientações específicas de líderes de juntas diaconais que estavam dando certo e em pouco
tempo a junta diaconal de nossa igreja se tornou uma das mais atuantes da Grande São Paulo.
Os diáconos reconquistaram a credibilidade da igreja, e a mesma se colocou à disposição para
ajudá-los no que fosse preciso. O que seria daquela igreja se todos os setores fossem
revitalizados? Infelizmente não foi possível continuar ali para ver os
resultados.
Minha proposta é: 1) Quando uma liderança está “viciada” é preciso ser trocada.
Geralmente não vale a pena tentar recuperá-la. É perda de tempo.
Tem que ser trocada. Aos poucos, mas precisa ser trocada. Revitalização nem sempre
significa tentar recuperar o que não tem jeito. Mudança também é revitalização. Existe muita
gente boa no ministério errado. 2) Tem muita gente nova na igreja que daria um bom líder. Meu
ex-professor, Dr. Elias Dantas, disse acertadamente que “o maior fenômeno de revitalização na
igreja é o crente novo”. E ele sabia o que estava dizendo porque levava isso a sério nas igrejas
que pastoreava.
Os paradigmas podem ser definidos como “verdades” que se fixaram na mente, indicando
um jeito de ser, viver ou fazer as coisas. Para um estudo interessante deste tema sugiro a leitura
do livro Quebrando Paradigmas/Ed René Kivitz. São Paulo: Abba Press, 1995.
Às vezes é preciso coragem para quebrar paradigmas que não funcionam mais e que,
portanto, já não têm nenhum valor prático.
À primeira vista parece fácil mudar aquilo que se tornou obsoleto. Mas nem sempre é tão
simples assim. Primeiro é preciso mudar a mentalidade dos acomodados e principalmente dos
saudosistas, daqueles que confundem inovação com inovacionismo; a boa tradição com
tradicionalismo.
O segredo do sucesso está num trabalho de conscientização sério e paciente.
Por uma questão de prudência e respeito com aqueles que não pensam como nós, é
preciso que os paradigmas sejam quebrados aos poucos. As idéias e conceitos devem ser
amadurecidos no meio da comunidade, sem atropelos, mas progressivamente. Uma coisa aprendi
em meu ministério pastoral: Se a igreja não “comprar” a nossa idéia, não será por meio de decreto
conciliar queconseguiremos qualquer êxito. Um diálogo franco, aberto e amigável é a chave do
sucesso.
As estruturas da igreja devem ser constantemente testadas por sua liderança, a fim de
serem revitalizadas e, desse modo, servirem melhor o organismo.
Tudo que não contribui para esse objetivo deve ser mudado ou eliminado.
Algumas coisas podem ser citadas como exemplos do que não devem passar pelo teste de
qualidade de uma igreja local: liderança inibidora, horário e duração do culto inadequados,
conceitos desmotivadores de administração das finanças, etc.
Por meio de um processo constante de avaliação e renovação, o surgimento de estruturas
enrijecidas é evitado em grande parte.
Conclusão:
Mais coisas poderiam ser ditas como parte integrante de um projeto de revitalização para a
igreja local, como por exemplo, a espiritualidade contagiante da igreja local com relacionamentos
marcados pelo amor fraternal, um culto inspirador, a formação de grupos familiares ou células,
etc. Entretanto, entendemos que a formação de uma liderança capacitadora, as estruturas da
igreja sendo funcionais e o compromisso missionário revitalizado, naturalmente resultarão em
novas realizações.