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CR15-3E
Elementos de Máquinas 2
Alegrete, 2019.
Lista de ilustrações
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2 PROJETO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1 Número de dentes das engrenagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2 Rotação, potência e torque nas árvores . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.3 Dimensões das engrenagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.4 Forças atuando nas engrenagens do projeto . . . . . . . . . . . . . . 15
3 DIMENSIONAMENTO DO DENTADO . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.1 Resistência ao desgaste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.1.1 Coeficiente elástico [𝐶𝑝 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.1.2 Fator de sobrecarga [𝐾𝑜 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.1.3 Fator dinâmico [𝐾𝑣 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.1.4 Fator de distribuição de carga [𝐾𝑚 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.1.5 Fator de tamanho [𝐾𝑠 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.1.6 Fator de condição de superfície [𝐶𝑓 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.1.7 Fator de tamanho para a resistência à cavitação [𝐶𝑠 ] . . . . . . . . . . . . 21
3.1.8 Fator de coroamento para a resistência à cavitação [𝐶𝑥𝑐 ] . . . . . . . . . . 21
3.1.9 Fator geométrico da resistência superficial [𝐼] . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.1.10 Tensão de desgaste ou contato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2 Coeficiente de segurança para resistência ao desgaste . . . . . . . . 24
3.2.1 Fator de temperatura [𝐾𝑇 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2.2 Fator de confiabilidade [𝐾𝑅 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2.3 Tensão de contato admissível [𝑆𝑐 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2.4 Fator de ciclagem para tensão de contato [𝑍𝑁 ] . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.2.5 Razão de dureza para a resistência à formação de cavidade [𝐶𝐻 ] . . . . . . 30
3.2.6 Tensões de contato permissíveis [𝑆𝑎𝑐 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.2.7 Fator de ciclagem para tensão para resistência à cavitação [𝐶𝐿 ] . . . . . . . 31
3.2.8 Fator de confiabilidade [𝐶𝑅 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.2.9 Coeficiente de segurança para desgaste no dentado [𝑆𝐻 ] . . . . . . . . . . 32
3.3 Dimensionamento para flexão do dentado . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.3.1 Fator geométrico [𝐽] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.3.2 Fator de tamanho para flexão [𝐾𝑠 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.3.3 Fator de curvatura ao longo do comprimento para resistência à flexão [𝐾𝑥 ] 37
3.3.4 Tensão de flexão no dentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.4 Coeficiente de segurança para flexão no dentado [𝑆𝐹 ] . . . . . . . . 38
3.4.1 Tensão de flexão admissível [𝑆𝑡 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.4.2 Fator de ciclagem para tensão de flexão [𝑌𝑁 ] . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.4.3 Fator de ciclagem de tensão para resistência à flexão [𝐾𝐿 ] . . . . . . . . . 41
3.4.4 Fator de confiabilidade [𝐾𝑅 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.4.5 Tensões de flexão permissíveis [𝑆𝑎𝑡 ] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.4.6 Coeficiente de segurança para flexão no dentado [𝑆𝐹 ] . . . . . . . . . . . . 42
3.5 Análise dos coeficientes de segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
6 LUBRIFICAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
6.1 Lubrificação dos Engrenamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
6.2 Lubrificão dos Mancais de Rolamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
7 CHAVETAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
8 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
9 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
10 REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
A MANCAIS SKF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
C VISTAS EXPLODIDAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
9
1 Introdução
2 Projeto
1. Transmissão por engrenagens com 3 estágios, acionada pela TDP de um trator mo-
delo 5060EN, da John Deere. Especificações adotadas conforme o fabricante (DE-
ERE, 2019);
Onde:
- 𝑖1 , 𝑖2 e 𝑖3 = Relação de engrenamento para os respectivos estágios 1, 2 e 3;
- 𝑁𝑃 ℎ = Número de dentes do pinhão helicoidal;
- 𝑁𝐺ℎ = Número de dentes da coroa helicoidal;
- 𝑁𝑃 𝑐 = Número de dentes do pinhão cônico;
- 𝑁𝐺𝑐 = Número de dentes da coroa cônica.
Foram adotados para todos os pinhões o número mínimo de dentes, ou seja, 18.
Tecnicamente tem-se 16 dentes como quantidade mínima mas, usualmente, trabalha-se
com 18 (segundo recomendação da AGMA). Com o número de dente dos pinhões deter-
minados, através das Eq. 2.1, 2.2 e 2.3 é possível determinar o número de dentes da coroa.
Portanto:
𝑁3 = 𝑁2 · 2 = 36 𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑁5 = 𝑁4 · 2, 5 = 45 𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑁7 = 𝑁6 · 3 = 54 𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑁2 18
(︂ )︂ (︂ )︂
𝑛𝐼𝐼 = 𝑛𝐼 · = 540 · = 270 𝑟𝑝𝑚 (2.6)
𝑁3 36
𝑁4 18
(︂ )︂ (︂ )︂
𝑛𝐼𝐼𝐼 = 𝑛𝐼𝐼 · = 270 · = 108 𝑟𝑝𝑚 (2.7)
𝑁5 45
𝑁6 18
(︂ )︂ (︂ )︂
𝑛𝐼𝑉 = 𝑛𝐼𝐼𝐼 · = 108 · = 36 𝑟𝑝𝑚 (2.8)
𝑁7 54
Tendo em vista as perdas energéticas que ocorrem na transmissão devido a co-
nexões nos engrenamentos, pares de rolamentos e os demais elementos que a compõem,
foram adotados fatores de eficiência para os engrenamentos e para os pares de mancais,
sendo eles 96% e 99%, respectivamente. Logo, as potências em cada árvore podem ser
determinadas através das Eqs. 2.9, 2.10, 2.11 e 2.12.
2
𝑃𝐼𝐼 = 𝑃𝑇 𝐷𝑃 · 𝜂𝑚 · 𝜂𝑒 = 11032, 5 · 0, 992 · 0, 96 = 10380, 44𝑊 (2.10)
3
𝑃𝐼𝐼𝐼 = 𝑃𝑇 𝐷𝑃 · 𝜂𝑚 · 𝜂𝑒2 = 11032, 5 · 0, 993 · 0, 962 = 9865, 57𝑊 (2.11)
4
𝑃𝐼𝑉 = 𝑃𝑇 𝐷𝑃 · 𝜂𝑚 · 𝜂𝑒3 = 11032, 5 · 0, 994 · 0, 963 = 9376, 23𝑊 (2.12)
A AGMA recomenda que a espessura das engrenagens deve estar contida entre 3𝜋𝑚
e 5𝜋𝑚. Para isso, a Tabela 4 foi utilizada para expressar o motivo dos valores adotados
para a espessura de cada par engrenado.
𝑊𝑟 = 𝑊𝑡 · tan 𝜑𝑡 (2.22)
𝑊𝑎 = 𝑊𝑡 · tan 𝜓 (2.23)
A Tabela 5 apresenta todos os esforços calculados através das Eqs. 2.21, 2.22, 2.23,
2.24, 2.25 e 2.26 sobre as árvores analisadas.
3 Dimensionamento do dentado
Duas equações fundamentais são previstas pela AGMA, uma para resistência ao
desgaste e uma para tensão flexional.
Onde:
√
- 𝐶𝑝 = Coeficiente elástico [ 𝑀 𝑃 𝑎];
- 𝑊𝑡 = Carga transmitida [𝑁 ];
- 𝐾𝑜 = Fator de sobrecarga [adimensional];
- 𝐾𝑣 = Fator dinâmico [adimensional];
- 𝐾𝑚 = Fator de distribuição de carga [adimensional];
Capítulo 3. Dimensionamento do dentado 17
𝐾𝑜 = 1, 25
6, 1 + 𝑉 6, 1 + 𝜋 · 𝑑2 · 𝑛𝐼 · 1000−1 · 60−1
𝐾𝑣1 = = = 1, 33 (3.3)
6, 1 6, 1
𝐾𝑣𝑐 = 1, 07
Sabendo que ambos os membros estão montados entre mancais, 𝐾𝑚𝑏 = 1, tem-se:
𝐾𝑠 = 1
- Engrenagens cônicas:
Não depende desse fator.
Capítulo 3. Dimensionamento do dentado 21
𝐶𝑓 = 1
𝐶𝑠 = 0, 00492 · 63 + 0, 4375 = 0, 75
𝐶𝑥𝑐 = 1, 5
Em que 𝑎 = 𝑚, 𝑟𝑃 e 𝑟𝐺 são os raios primitivos e 𝑟𝑏𝑃 e 𝑟𝑏𝐺 são os raios dos círculos de base
do pinhão e da coroa, respectivamente. Os raios dos círculos de base são determinados
através da Eq. 3.11.
𝑟𝑏𝑖 = 𝑟𝑖 · 𝑐𝑜𝑠𝜑𝑡 (3.11)
Para uma melhor visualização dos fatores calculados, a Tabela 9 foi desenvolvida.
- Engrenagens cônicas:
Para as engrenagens cônicas o fator geométrico da resistência superficial é deter-
minado através da Figura 6. Entrando com o número de dentes do pinhão cônico (18
dentes) e com o número de dentes da coroa cônica (45 dentes) é possível determinar o 𝐼.
Capítulo 3. Dimensionamento do dentado 23
𝐼 = 0, 0785
Onde:
- 𝑆𝑐 = Tensão de contato admissível [𝑀 𝑃 𝑎];
- 𝑍𝑁 = Fator de ciclagem para tensão de contato [adimensional];
- 𝐶𝐻 = Fator de razão de dureza para a resistência à formação de cavidades
[adimensional];
Capítulo 3. Dimensionamento do dentado 25
𝐾𝑇 = 1
𝐾𝑅 = 1
- Engrenagens cônicas:
Não depende deste fator.
𝑆𝑐 = 2, 41 · 𝐻𝐵 + 237 𝑀 𝑃 𝑎 (3.14)
Logo, a tensão admissível (𝑆𝑐 ) pode ser determinada através da Eq. 3.14. Os re-
sultados estão dispostos na Tabela 15.
Capítulo 3. Dimensionamento do dentado 28
- Engrenagens cônicas
Não depende desse fator.
O fator de ciclagem é determinado através da Eq. 3.16 que foi extraída da Figura
8.
Logo:
𝑍𝑁 = 1, 4488 · 𝑁 −0,023 (3.16)
- Engrenagens cônicas
Não depende desse fator.
Onde:
- 𝑊𝑡 = Carga transmitida [𝑁 ];
- 𝐾𝑜 = Fator de sobrecarga [adimensional];
- 𝐾𝑣 = Fator dinâmico [adimensional];
- 𝐾𝑚 = Fator de distribuição de carga [adimensional];
- 𝐾𝑠 = Fator de tamanho [adimensional];
Capítulo 3. Dimensionamento do dentado 34
- 𝑚 = Módulo [𝑚𝑚];
- 𝑏 = Largura de face [𝑚𝑚];
- 𝐽 = Fator geométrico [adimensional];
- 𝐾𝑥 = Fator de curvatura ao longo do comprimento para resistência à flexão
[adimensional].
- Engrenagens cônicas
Já para as engrenagens cônicas o fator geométrico 𝐽 é determinado através da
Figura 13.
Capítulo 3. Dimensionamento do dentado 36
𝐾𝑠ℎ = 1
- Engrenagens cônicas
Para as engrenagens cônicas o fator de tamanho para flexão é determinado através
da Eq. 3.22.
𝐾𝑠 = 0, 4867 + 0, 008339 · 𝑚 1, 6 ≤ 𝑚 ≤ 50 𝑚𝑚 (3.22)
Capítulo 3. Dimensionamento do dentado 37
Onde:
- 𝑆𝐹 = Coeficiente de segurança à flexão no dentado [adimensional];
- 𝑆𝑡 = Tensão de flexão admissível [𝑀 𝑃 𝑎];
- 𝑌𝑁 = Fator de ciclagem para tensão de flexão [adimensional];
- 𝐾𝑇 = Fator de temperatura [adimensional];
- 𝐾𝑅 = Fator de confiabilidade [adimensional];
- 𝜎 = Tensão de flexão [𝑀 𝑃 𝑎].
Já para as engrenagens cônicas deve-se utilizar a Eq. 3.24.
𝑆𝑎𝑡 · 𝐾𝐿
𝑆𝐹 = (3.24)
𝐾𝑇 · 𝐾 𝑅 · 𝜎
Onde:
- 𝑆𝐹 = Coeficiente de segurança para flexão no dentado [adimensional];
- 𝑆𝑎𝑡 = Tensão de flexão admissível [𝑀 𝑃 𝑎];
- 𝐾𝐿 = Fator de ciclagem [adimensional];
- 𝐾𝑇 = Fator de temperatura [adimensional];
- 𝐾𝑅 = Fator de confiabilidade [adimensional];
- 𝜎 = Tensão de flexão [𝑀 𝑃 𝑎].
- Engrenagens cônicas
Não depende desse fator.
- Engrenagens helicoidais
O fator de ciclagem é determinado através da Figura 15.
Como todos os ciclos são maiores que 107 e adotando uma postura não conserva-
dore, tem-se:
𝑌𝑁 = 1, 3558 · 𝑁 −0,0178 (3.26)
- Engrenagens cônicas
Não depende desse fator.
Capítulo 3. Dimensionamento do dentado 41
- Engrenagens cônicas
Para as engrenagens cônicas o fator de confiabilidade é determinado através da
Eq. 3.28.
𝐾𝑅𝑐 = 𝐶𝑅2 (3.28)
𝐾𝑅𝑐 = 12 = 1
Pode-se perceber que o componente que está sobre maior risco, ou componente
crítico, é a engrenagem 6 devido a resistência ao desgaste.
44
4.1 Árvore I
4.1.1 Diagrama de esforços
A árvore I suporta a engrenagem 2 que possui largura de 46 mm. São usados dois
mancais nas extremidades com 43 mm de espessura cada. Considerando folgas entre esses
elementos, adota-se um comprimento de árvore de 118 mm, sendo do centro de um mancal
até o centro de outro.
Considerando as cargas da engrenagem 2 calculadas anteriormente, o software
FTool foi utilizado para a determinação dos diagramas. Dessa forma, a Figura 17 apresenta
os diagramas de corpo livre, de esforço axial, de esforço cortante e de momento fletor
obtidos no plano xy.
√︁
𝑀𝑅 = 2 + 𝑀2
𝑀𝑥𝑦 (4.1)
𝑥𝑧
Onde:
- 𝑀𝑅 = Momento resultante [𝑁 𝑚𝑚];
- 𝑀𝑥𝑦 = Momento crítico no plano xy [𝑁 𝑚𝑚];
- 𝑀𝑥𝑧 = Momento crítico no plano xz [𝑁 𝑚𝑚].
Substituindo os valores dos momentos críticos na Eq. 4.1, tem-se o valor do mo-
mento resultante na árvore I.
√
𝑀𝑅 = 1220002 + 1580002 = 199619, 64 𝑁 𝑚𝑚
𝑀𝑎 = 𝑀𝑅 = 199619, 64 𝑁 𝑚𝑚
𝑇𝑚 = 𝑀𝑡1 = 193150 𝑁 𝑚𝑚
Com base nesses valores, pode-se determinar a tensão normal devido a amplitude
de momento (𝜎𝑀𝑎 ) e a tensão cisalhante devido ao torque médio (𝜏𝑇𝑚 ), conforme as Eq.
4.2 e 4.3, respectivamente.
32 · 𝑀𝑎
𝜎𝑀𝑎 = · 𝐾𝑓 (4.2)
𝜋 · 𝑑3
Onde:
- 𝜎𝑀𝑎 = Tensão normal devido a amplitude de momento [𝑀 𝑃 𝑎];
- 𝑀𝑎 = Amplitude de momento [𝑁 𝑚𝑚];
- 𝑑 = Diâmetro da árvore [𝑚𝑚];
- 𝐾𝑓 = Concentrador de tensão para momento [adimensional].
16 · 𝑇𝑚
𝜏𝑇𝑚 = · 𝐾𝑓 𝑠 (4.3)
𝜋 · 𝑑3
Capítulo 4. Dimensionamento das árvores 48
Onde:
- 𝜏𝑇𝑚 = Tensão cisalhante devido ao torque médio [𝑀 𝑃 𝑎];
- 𝑇𝑚 = Torque médio [𝑁 𝑚𝑚];
- 𝑑 = Diâmetro da árvore [𝑁 𝑚𝑚];
- 𝐾𝑓 𝑠 = Concentrador de tensão para torque [adimensional].
Os valores dos concentradores de tensão podem ser aproximados de acordo com os
valores presentes na Tabela 36.
𝐾𝑓 = 1, 7
𝐾𝑓 𝑠 = 1, 5
32 · 199619, 64
𝜎𝑀𝑎 = · 1, 7 = 432, 08 𝑀 𝑃 𝑎
𝜋 · 19, 953
16 · 193150
𝜏𝑇𝑚 = · 1, 5 = 184, 44 𝑀 𝑃 𝑎
𝜋 · 19, 953
As tensões equivalentes de von Mises são apresentas nas Eq. 4.4 e 4.5.
√︁
2
𝜎𝑒𝑞𝑎 = 𝜎𝑀 𝑎
+ 3 · 𝜏𝑇𝑎 (4.4)
Onde:
- 𝜎𝑒𝑞𝑎 = Amplitude de tensão equivalente [𝑀 𝑃 𝑎];
Capítulo 4. Dimensionamento das árvores 49
√︁
2
𝜎𝑒𝑞𝑚 = 𝜎𝑀 𝑚
+ 3 · 𝜏𝑇𝑚 (4.5)
Onde:
- 𝜎𝑒𝑞𝑚 = Tensão equivalente média [𝑀 𝑃 𝑎];
- 𝜎𝑀𝑚 = Tensão normal devido momento médio [𝑀 𝑃 𝑎];
- 𝜏𝑇𝑚 = Tensão cisalhante devido ao torque médio [𝑀 𝑃 𝑎].
Como o momento médio e a amplitude de torque são iguais a zero, as tensões
geradas por eles também são iguais a zero. Assim, substituindo os valores de tensão
normal devido a amplitude de momento e tensão cisalhante devido ao torque médio nas
Eq. 4.4 e 4.5, tem-se os valores das tensões equivalentes.
√︁
𝜎𝑒𝑞𝑎 = 432, 082 + 3 · 02 = 432, 08 𝑀 𝑃 𝑎
√︁
𝜎𝑒𝑞𝑚 = 02 + 3 · 184, 442 = 319, 46 𝑀 𝑃 𝑎
𝑆𝑒′ = 0, 5 · 𝑆𝑈 𝑇 (4.6)
Onde:
- 𝑆𝑒′ = Limite de fadiga do ensaio de flexão rotativa [𝑀 𝑃 𝑎];
- 𝑆𝑈 𝑇 = Resistência de tração [𝑀 𝑃 𝑎].
Aplicando o 𝑆𝑈 𝑇 do material escolhido na Eq. 4.6, tem-se o valor do 𝑆𝑒′ .
𝑘𝑎 = 𝑎 · 𝑆𝑈𝑏 𝑇 (4.7)
Capítulo 4. Dimensionamento das árvores 50
Onde:
- 𝑘𝑎 = Fator de superfície [adimensional];
- 𝑎 = Parâmetro do fator de superfície [adimensional];
- 𝑏 = Parâmetro do fator de superfície [adimensional];
- 𝑆𝑈 𝑇 = Resistência de tração [𝑀 𝑃 𝑎].
Os parâmetros “𝑎” e “𝑏” do fator de superfície são determinados de acordo com a
Tabela 37.
𝑘𝑎 = 1, 58 · 2240−0,085 ∼
= 0, 820
𝑘𝑏 = 1, 24 · 𝑑−0,107 (4.8)
Onde:
- 𝑘𝑏 = Fator de tamanho [adimensional];
- 𝑑 = Diâmetro da árvore [𝑚𝑚].
Como o diâmetro da árvore adotado é de 19,95 mm, tem-se o valor do fator de
tamanho.
A maior parte dos dados relacionados a análise em fadiga são baseados em valores
médios, por isso torna-se necessário considerar um fator de confiabilidade (BUDYNAS,
2011). Por se tratar de um dimensionamento inicial, não existem dados suficientes re-
lacionados a desvios-padrão e confiabilidade. Dessa forma, adota-se o valor do fator de
confiabilidade (𝑘𝑒 ) como 1.
O limite de fadiga corrigido (𝑆𝑒 ) é conhecido como o limite de tensão no qual não
ocorre ruptura, qualquer que seja o número de ciclos (BUDYNAS, 2011). Esse limite é
determinado pela Eq. 4.9.
𝑆𝑒 = 𝑘𝑎 · 𝑘𝑏 · 𝑘𝑐 · 𝑘𝑑 · 𝑘𝑒 · 𝑆𝑒′ (4.9)
Onde:
- 𝑆𝑒 = Limite de fadiga corrigido [MPa];
- 𝑘𝑎 = Fator de superfície [Adimensional];
- 𝑘𝑏 = Fator de tamanho [Adimensional]; - 𝑘𝑐 = Fator de carga [Adimensional];
- 𝑘𝑑 = Fator de temperatura [Adimensional];
- 𝑘𝑒 = Fator de confiabilidade [Adimensional];
- 𝑆𝑒′ = Limite de fadiga do ensaio de flexão rotativa [MPa].
Substituindo o valor do 𝑆𝑒′ e dos fatores de correção na Eq. 4.9, tem-se o valor do
𝑆𝑒 .
1 𝜎𝑒𝑞𝑎 𝜎𝑒𝑞𝑚
= + (4.10)
𝐶𝑆 𝑆𝑒 𝑆𝑈 𝑇
Onde:
- 𝐶𝑆 - Coeficiente de segurança [Adimensional];
- 𝜎𝑒𝑞𝑎 - Amplitude de tensão equivalente [MPa];
- 𝜎𝑒𝑞𝑚 - Tensão equivalente média [MPa];
- 𝑆𝑒 - Limite de fadiga corrigido [MPa];
- 𝑆𝑈 𝑇 - Resistência de tração [MPa].
Substituindo os valores na Eq. 4.10, tem-se o coeficiente de segurança da árvore I.
1 432, 08 319, 46
= + → 𝐶𝑆𝐼 = 1, 503
𝐶𝑆𝐼 826, 64 2240
4.2 Árvore II
4.2.1 Diagrama de esforços
A árvore II suporta a engrenagem 3 que possui largura de 46 mm e a engrenagem 4
que possui largura de 63 mm. São usados dois mancais com 42,5 mm de espessura cada, o
Capítulo 4. Dimensionamento das árvores 53
primeiro em uma extremidade e o segundo entre as duas engrenagens, para evitar a ocor-
rência de interferência com as outras árvores. Considerando folgas entre esses elementos,
adota-se um comprimento de árvore de 161 mm, sendo do centro de um mancal até o
ponto em que se aplica as cargas na engrenagem 4.
Considerando as cargas das engrenagens 3 e 4 calculadas anteriormente, o software
FTool foi utilizado para a determinação dos diagramas. Dessa forma, a Figura 22 apresenta
os diagramas de corpo livre, de esforço axial, de esforço cortante e de momento fletor
obtidos no plano xy.
√
𝑀𝑅 = 1700002 + 3550002 = 393605, 13 𝑁 𝑚𝑚
1 436, 20 310, 90
= + → 𝐶𝑆𝐼𝐼 = 1, 472
𝐶𝑆𝐼𝐼 807, 13 2240
√
𝑀𝑅 = 7000002 + 13330002 = 1505619, 14 𝑁 𝑚𝑚
1 407, 36 180, 35
= + → 𝐶𝑆𝐼𝐼𝐼 = 1, 636
𝐶𝑆𝐼𝐼𝐼 767, 55 2240
4.4 Árvore IV
4.4.1 Diagrama de esforços
A árvore IV suporta a engrenagem 7 que possui largura de 66 mm. São usados
dois mancais nas extremidades com 57,2 mm de espessura cada. Considerando folgas entre
esses elementos, adota-se um comprimento de árvore de 213 mm, sendo do centro de um
mancal até o centro de outro.
Considerando as cargas da engrenagem 7 calculada anteriormente, o software
FTool foi utilizado para a determinação dos diagramas. Dessa forma, a Figura 28 apre-
senta os diagramas de corpo livre, de esforço axial, de esforço cortante e de momento
fletor obtidos no plano xy.
1 381, 63 514, 21
= + → 𝐶𝑆𝐼𝑉 = 1, 376
𝐶𝑆𝐼𝑉 767, 55 2240
𝑃0 = 0, 6 · 𝐹𝑟 + 0, 5 · 𝐹𝑎 (5.1)
Onde:
- 𝑃0 = Carga estática equivalente do rolamento [N];
- 𝐹𝑟 = Carga radial no mancal de rolamento [N];
- 𝐹𝑎 = Carga axial no mancal de rolamento [N].
As cargas radiais e axiais nos mancais são as reações de apoio obtidas nos diagra-
mas da árvore I.
𝑀 𝑎𝑛𝑐𝑎𝑙 𝐴 : 𝐹𝑟 = 173 𝑁 𝐹𝑎 = 0 𝑁
Aplicando esses valores de cargas radiais e axiais na Eq. 5.1, tem-se as cargas
estáticas equivalentes dos rolamentos.
𝑃 = 𝑋 · 𝐹𝑟 + 𝑌 · 𝐹𝑎 (5.2)
Onde:
- 𝑃 = Carga dinâmica equivalente do rolamento [N];
- 𝑋 = Fator de carga radial [Adimensional];
- 𝐹𝑟 = Carga radial no mancal de rolamento [N];
- 𝑌 = Fator de carga axial [Adimensional];
- 𝐹𝑎 = Carga axial no mancal de rolamento [N].
Os fatores de cargas radial e axial são obtidos com base na Tabela 42.
Capítulo 5. Especificação dos mancais 64
É necessário dividir a carga axial pela carga estática limite do rolamento para
obter os fatores de carga.
𝑀 𝑎𝑛𝑐𝑎𝑙𝐴 : 𝑋 = 0 𝑌 = 1, 88
𝑀 𝑎𝑛𝑐𝑎𝑙𝐵 : 𝑋 = 0, 46 𝑌 = 1, 71
Aplicando os valores das cargas radiais, cargas axiais e dos fatores de carga na
equação 2, tem-se as cargas dinâmicas equivalentes dos rolamentos.
6 Lubrificação
Onde:
- 𝐶/𝑃 = Razão de carga [𝑎𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙];
– 𝐶 = Carga Dinâmica Limite [𝑁 ];
– 𝑃 = Carga dinâmica equivalente [𝑁 ];
– 𝑛 = rotação da árvore [𝑟𝑝𝑚];
– 𝑑𝑚 = Diâmetro médio dos rolamentos [𝑚𝑚].
Adota-se que a temperatura não passará de 100 ∘ C. Os diâmetros médios são obti-
dos nos catálogos dos mancais escolhidos da SKF. Os demais parâmetros foram definidos
nas seções anteriores. Dessa forma, a Tabela 59 apresenta os parâmetros de operação dos
rolamentos.
7 Chavetas
8 Resultados
9 Conclusão
Com todos os parâmetros do projeto definido, a Tabela 64 foi montada para ana-
lisar os coeficientes de segurança que envolvem todo o projeto.
Onde:
- CS para RD = coeficiente de segurança para resistência ao desgaste;
- CS para RF = coeficiente de segurança para resistência à flexão;
- CS para VF = coefieiciente de segurança para vida e fadiga segundo Goodman.
Vale ressaltar, mais uma vez, que o coeficiente de segurança para resistência ao
desgaste foi elevado ao quadrado devido ao motivo explicado na seção 3.5, ou seja, o coe-
ficiente de segurança para resistência à flexão é proporcional a 𝑊𝑡 , enquanto o coeficiente
√
de segurança para resistência ao desgaste é proporcional a 𝑊𝑡 . Logo, ao decidir se a
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flexão ou o desgaste é o fator de risco para o funcionamento deve-se comparar 𝑆𝐻 com
𝑆𝐹 .
Analisando a Tabela 64, pode-se perceber que os componentes que estão sobre
maior risco, ou componentes críticos, são a engrenagem 6 devido ao desgaste e a árvore
IV devido a vida em fadiga.
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10 Referências
<https://www.skf.com/br/products/bearings-units-housings/ball-bearings/insert
-bearings/loads/index.html>. Acessado em: 02/06/2019.
SKF. Fatores de Cálculo. Disponível em:
<https://www.skf.com/pages/jsp/catalogue-table.jsp?id=tcm:82-136533>. Acessado
em: 02/06/2019.
SKF. Catálogo de Lubrificantes SKF. Disponível em:
<https://www.skf.com/binary/82-99598/ 13238PTBR_GreaseSelectionChart.pdf>.
Acessado em: 03/06/2019.
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A Mancais SKF
C Vistas Explodidas