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Farfetch

Mestrado em Gestão e Estratégia Industrial

Estratégia e Internacionalização de Empresa

Docente: Professor Nuno Crespo

Dalila Sousa | 44999


Daniela Marques | 43520
Diogo Pereira | 44111
Patrícia Louro Paralta | l49447

Dezembro - 2017
Índice
BI da Empresa

Capítulo 1: A Génese da Empresa


Capacidades e trajetória do(s) sócio(s) fundador(es)
Como surgiu a ideia de criação da empresa?
Principais apoios (financeiros e não financeiros) para a criação da empresa
Existência de incentivos

Capítulo 2: História da Empresa


Principais momentos de referência da evolução da empresa
Evolução da estratégia da empresa
Estratégia planeada versus estratégia emergente na evolução da empresa
Principais produtos/serviços
Evolução dos produtos/serviços ao longo do tempo
Principais clientes iniciais

Capítulo 3: Processo de internacionalização


Aspetos mais relevantes do processo de internacionalização
Evolução dos principais mercados/localizações internacionais
Evolução dos modos de operação internacional
Principais alianças internacionais
Adaptação dos produtos/serviços aos mercados internacionais

Capítulo 4: Perspetivas Futuras


Principais orientações estratégicas
Perspetivas de evolução das atividades internacionais da empresa
Novos produtos/serviços a lançar (no mercado doméstico ou internacional)

Capítulo 5: Análise e Discussão


Identificação do tipo de empresa (born global, international new venture,
borderless, exportadora tradicional…)
Análise do caso estudado face à literatura sobre internacionalização
Análise da lógica da estratégia de internacionalização seguida pela empresa
Análise dos principais desafios defrontados pela empresa

Capítulo 6: Conclusões do Trabalho


Breve síntese do trabalho realizado
Principais conclusões obtidas

Referências

Anexo
BI da Empresa

Data e local de fundação


4 de Outubro de 2008 em Londres, Inglaterra.

Sócio(s) fundador(es)
José Neves.

Fontes de financiamento inicial


Poupanças pessoais, recursos partilhados com a sua outra empresa (Swear) e cash
flow do seu negócio anterior de tecnologia.

Ano de início da atividade internacional


2008.

Volume de negócios (VN) e peso das exportações no VN nos últimos 3 anos


Confidencial...

Subsidiárias no Estrangeiro
Além dos três escritórios que a Farfetch tem em Portugal, esta tem também
escritórios em Londres, Nova Iorque, Los Angeles, São Paulo, Xangai, Moscovo,
Hong Kong e Tóquio
Capítulo 1: A Génese da Empresa

Capacidades e trajetória do(s) sócio(s) fundador(es)

O sócio fundador, José Neves, começou a programar com apenas 9 anos.


Aos 19 anos entrou no curso de Economia na Universidade do Porto. Ainda antes
de o ter concluído, criou uma empresa de produção e desenvolvimento de software,
que trabalhava essencialmente para fábricas de sapatos. Daí nasceu a sua outra
grande paixão, para além da programação, desenhar sapatos. Aos 21 anos, criou a
sua própria marca de calçado, a Swear, e abriu a primeira loja da marca em
Londres. José sempre teve o desejo de juntar, as duas áreas de que tanto gostava,
a tecnologia e a moda, o que conseguiu com a Farfetch.

Como surgiu a ideia de criação da empresa?

A ideia para a criação da empresa surgiu quando o seu sócio fundador, José
Neves, estava na semana da moda de Paris, em Outubro de 2007, a promover a
sua marca de calçado e constatou que: primeiro, as empresas que mais estavam a
crescer eram as que tinham apostado no e-commerce; segundo, havia muitas
empresas que, pela sua dimensão, falta de know-how ou incapacidade financeira,
nem sabiam como começar o negócio online, e por isso, estavam a ficar para trás;
por último, nenhuma das grandes plataformas de e-commerce existentes, como a
Amazon e o Ebay, seria compatível com a indústria de moda de luxo. Ao dar-se
conta destas constatações, José Neves, pensou que se conseguisse criar uma
plataforma que reunisse as melhores marcas e boutiques multimarca num site
verdadeiramente global e fácil de utilizar, isso seria uma boa proposta não só para o
consumidor, como também para as pequenas e médias empresas, que assim
conseguiriam ter acesso a audiências globais.
Ao regressar a Portugal, José e a equipa de engenheiros da sua empresa de
programação começaram a desenvolver a plataforma, e, em paralelo, foram
assinados contratos com as primeiras 25 empresas que a integraram. No dia 4 de
outubro de 2008 de foi lançada a Farfetch.
Principais apoios (financeiros e não financeiros) para a criação da empresa

Em termos financeiros, o José Neves não teve qualquer apoio, uma vez que
(e como referido acima) ele utilizou poupanças pessoais, recursos partilhados com a
sua outra empresa (Swear) e cash flow do seu negócio anterior de tecnologia.

Existência de incentivos

Foi decidido perguntar à própria Farfetch se esta teve algum tipo de


incentivos para a sua criação.
«​Tiveram algum incentivo para a criação da Farfetch?​​»
A Farfetch não contou com qualquer incentivo para a sua criação. Apenas,
mais tarde conseguiu «(...) o apoio de investidores que ao longo destes 9 anos de
atividade da empresa acreditaram no modelo de negócios e na capacidade e
potencial de crescimento da empresa.»1

1
​Retirado das questões colocadas à empresa. O questionário encontra-se em Anexo.
Capítulo 2: História da Empresa

Principais momentos de referência da evolução da empresa

2008 – ​Começo da empresa em Londres.


2010 – Primeiro financiamento de 4,5 milhões USD por parte da Advent Venture
Parteners, com o objetivo de expansão para os mercados Brasileiro, Norte
Americano e Europeu.
2014 –​​ Expansão para o mercado Chinês;
2015 –​​ Aquisição da boutique Browns Londrina;
Desenvolvimento da Farfetch Black & White e da “Store of the Future” (Loja
do Futuro);
Financiamento de 86 milhões USD por parte do DST;
Investimentos série E no valor de 195 milhões de USD;
A Farfetch tornou-se um unicórnio: sendo uma start-up a valer mais de 1 mil
milhões de USD.
2016 –​​ Investimentos série F no valor de 110 milhões de USD.
2017 – A JD.com Inc. (empresa de e-commerce chinesa) comprou uma parte da
Farfetch por 397 milhões de USD.

Evolução da estratégia da empresa

As estratégias tomadas pela Farfetch têm em vista a sua presença global. A


empresa conta com escritórios em 11 cidades, têm o envio expresso para os seus
parceiros em 190 países. Também se pode verificar o seu aumento de presença a
nível mundial através do seu site, traduzido para 10 línguas - Inglês, Francês,
Japonês, Mandarim, Português, Coreano, Alemão, Russo e Espanhol - e da sua
aposta no serviço ao cliente.
Um dos objetivos da criação da Farfetch era poder fazer chegar os produtos
de luxo às pessoas sem que estas tivessem que se deslocar às lojas físicas,
tornando-se também vantajoso para os seus parceiros sem escala para se
encontrarem em vários mercados.
Para isso, construíram uma plataforma ​e-commerce para produtos de luxo
que fosse diferente, pois, na opinião de José Neves, os produtos de luxo «(…) têm
de ter uma distribuição seletiva, têm de ser vendidos ao lado de outras marcas e
produtos semelhantes, para uma demografia específica, com respeito por uma certa
estética (…)»2.
Na estratégia da Farfetch, podemos encontrar semelhanças à estratégia da
Apple, no sentido em que ambas têm plataformas semifechadas. Isto é, a Farfetch é
a única responsável pela organização e a curadoria do seu site, sendo que as todas
marcas são apresentadas de igual forma, para o cliente final. A empresa
apresenta-se como uma marca de lifestyle e tenta sempre proporcionar a melhor
experiência aos seus clientes.
A Farfetch procura a eficiência nas suas operações, as localizações dos seus
escritórios estão distribuídas estrategicamente de forma a conseguir potenciar o
valor de cada país. Por exemplo no Porto a marca desenvolve as componentes de
engenharia, em Guimarães onde são fotografados os produtos, os escritórios em
Londres a nível pessoal e networking.

Estratégia planeada versus estratégia emergente na evolução da empresa

É de se notar que, desde o início da sua criação, a Farfetch tem procurado


tornar-se a melhor loja de e-commerce que liga os seus parceiros - marcas de luxo -
aos potenciais clientes que procuram produtos deste género. Desta forma, todas as
decisões tomadas têm como objetivo a esta estratégia.
Se se for analisar a sua expansão, pode-se verificar que a Farfetch tem
conseguido cumprir com o seu objetivo de expansão, não só por ter conseguido
aumentar o seu volume de negócios, como também por se ter expandido para mais
mercados.
Desta forma, pode-se afirmar que a estratégia planeada e a estratégia
emergente têm estado alinhadas uma com a outra.

2
​Retirado de:
https://www.publico.pt/2016/09/11/tecnologia/entrevista/o-negocio-de-mil-milhoes-de-jose-neves-1743732
Principais produtos/serviços

A Farfetch vende produtos de luxo de mais de 700 boutiques e marcas, como


roupa, calçado, malas e acessórios para mulher, homem e criança.
Esta providencia todo o serviço de logística através de empresas de
transporte subcontratadas, bem como todo o serviço ao cliente, desde a encomenda
ao pós venda, sendo, também, responsáveis pela produção dos materiais
fotográficos e curadoria presentes no site.

Evolução dos produtos/serviços ao longo do tempo

A Farfetch manteve-se fiel à sua ideia inicial até aos dias de hoje, sendo que,
o que alterou em termos de valor para o cliente, foi a gama de produtos
apresentados. Isto deve-se ao facto de irem ganhando a confiança do mercado e de
irem criando cada vez mais parcerias, tanto com marcas de luxo de renome, como
com novos designers em ascensão.
Em 2015, a Farfetch desenvolveu uma nova plataforma: “Farfetch Black &
White”, que traz uma maior opção de escolha aos seus parceiros. As marcas
parceiras tanto podem apresentar a sua boutique no site principal da Farfetch ou
utilizar a sua plataforma (ou seja, a tecnologia da Farfetch) para acionar os seus
próprios websites de e-commerce.
E foi desenvolvida a “Store of the Future” (SoF) - ainda na sua versão Beta -
que procura armazenar informação sobre os seus consumidores e melhorar as
interações humanas (entre os compradores e os parceiros da Farfetch). A ideia
central do SoF é o ‘Log-in Universal’ (“​Universal Log-in”​) - um conceito que pode ser
selecionado na app da Farfetch, onde existe partilha de dados: todos os
comportamentos e preferências de compra (online e em loja física) do comprador
são armazenados para que as lojas que frequenta lhe possam oferecer uma
experiência mais personalizada.
Principais clientes iniciais

Quando a Farfetch começou, as suas operações eram logo mundiais, ou


seja, pessoas de todo o mundo poderiam comprar os produtos oferecidos através
do seu site. Desta forma, não teve clientes que se destacaram no início das suas
operações. O que se pode sublinhar é que o número de clientes a nível mundial tem
vindo a aumentar ao longo dos anos.
Capítulo 3: Processo de internacionalização

Aspetos mais relevantes do processo de internacionalização

A maior vantagem que a Farfetch oferece é a possibilidade de ter uma oferta infinita,
visto que não possui investimento em stock. Tem também a possibilidade de ter
parcerias com diversas boutiques, o que aumenta a possibilidade de oferta de
produtos no site e, consequentemente, o faturamento, visto que este está
diretamente relacionado ao número de produtos oferecidos.

Evolução dos principais mercados/localizações internacionais

A Farfetch começou com algumas boutiques europeias (de que é exemplo a


Giulio’s, uma loja de artigos de moda de luxo, situada em Cambridge), entregando
os seus produtos no mundo inteiro.
Um ano/um ano e meio depois, estabeleceu parcerias com boutiques dos
EUA e do Brasil, sendo que os produtos das norte americanas começaram logo a
ser distribuídos para todo o mundo, enquanto que os das brasileiras ficaram
restringidos ao mercado local durante os 3 primeiros anos.
Decidimos, também, salientar a expansão para o mercado Chinês. A Farfetch
decidiu lançar-se neste mercado em 2014, por considerar ser uma grande aposta,
sendo que apenas dois anos depois este representava 12% das vendas da
empresa.

Evolução dos modos de operação internacional

A Farfetch é uma plataforma que agrega o inventário dos seus parceiros - as


marcas e boutiques -, sem manter esse inventário. Em vez disso, o algoritmo da
Farfetch dirige os pedidos para os seus parceiros que detêm o inventário e que
estão ligadas a uma rede local de atendimento. Um pedido colocado por um cliente
é direcionado a uma determinada boutique com base na proximidade, custo de
entrega e custo de atendimento da boutique. A plataforma limita-se, então, a gerir a
logística da venda online.
Assim, a Farfetch simplesmente assume o papel de representante do
exportador (as marcas e boutiques multimarca com as quais mantém uma parceria),
com o objetivo de facilitar as vendas dos seus produtos, sem que em momento
algum compre esses produtos.
Por esta razão, consideramos que a Farfetch optou sempre pelo mesmo
modo de operação internacional, a exportação direta, assumindo o papel de agente.

Principais alianças internacionais

Uma aliança muito importante para o processo de internacionalização da


Farfetch foi com a JD.com, um dos maiores retalhistas electrónicos da China. Esta
permitiu à Farfetch ter acesso: à sua rede de logística (principalmente ao seu
serviço de transporte premium); aos pagamentos online e às ferramentas de
microcrédito para clientes; aos recursos das redes sociais (como o WeChat); e a
grandes volumes de dados acerca do mercado chinês. Além disso, esta parceria
ajudou a Farfetch a combater o mercado de produtos contrafeitos presente na
China.

Adaptação dos produtos/serviços aos mercados internacionais

A Farfetch apresenta a mesma gama de produtos em todos os mercados


onde se encontra, no entanto, adapta os seus serviços a nível local. Uma das suas
maiores vantagem é a possibilidade dos produtos serem comprados na moeda local
com todos os impostos incluídos, em qualquer país do mundo. Para além disso, o
site também está adaptado para as línguas locais e de momento estão a aumentar
ainda mais a oferta de sites totalmente traduzidos para 10 línguas.
Também é importante sublinhar que, para poder formar parcerias no Brasil, a
​ ma vez
empresa decidiu criar uma boutique que foi chamada de ​Destination Brazil. U
que no Brasil existe um grande número de pequenas boutiques com poucos
produtos, seria difícil para os clientes internacionais encontrar e identificar esses
produtos no site da Farfetch. Assim, a Farfetch decidiu criar esta grande boutique
para reunir os produtos de todas as pequenas boutiques, de modo a facilitar o
acesso à oferta brasileira.
Capítulo 4: Perspetivas Futuras

Principais orientações estratégicas

A principal orientação estratégica da marca é continuar com o espírito de


startup, um espírito revolucionário e inovador. A empresa afirma, também, que «(...)
procura ser a plataforma número 1 para venda de moda de luxo em todos os
mercados.»3. Para além disto, a Farfetch espera, num futuro próximo, alargar a
possibilidade das entregas serem feitas no próprio dia a todos os países nos quais
ela opera.

Perspetivas de evolução das atividades internacionais da empresa

É desconhecido a forma como a Farfetch planeia evoluir a sua atividade.


Contudo, ao analisar a sua evolução da sua atividade ao longo dos anos, verifica-se
que a Farfetch tem procurado expandir, cada vez mais, o número de parceiros e
também de clientes. Prova disso é o desenvolvimento do Farfetch Black & White e
do “Store of the Future” (previamente explicadas) e também a inclusão de lojas de
mono-marcas de designers ao seu modelo (como a paulsmith.com).

Novos produtos/serviços a lançar (no mercado doméstico ou internacional)

«​Irão brevemente lançar algum serviço novo?


Infelizmente, como pode compreender, novidades ao nível de produtos e
serviços não podemos ainda revelar.»4
O José Neves, segundo Cipriano Sousa - CTO no Porto, «(...) é cheio de
ideias, mesmo existindo algumas coisas que não podem ser realizadas.». Como tal,
pode-se esperar que, em breve, lance novos tipos de serviço que complementem e
melhorem as experiências dos clientes e o alcance das marcas e boutiques a estes.

3
​Retirado de:
https://www.publico.pt/2016/09/11/tecnologia/entrevista/o-negocio-de-mil-milhoes-de-jose-neves-1743732
4
​Retirado das questões colocadas à empresa. O questionário encontra-se em Anexo.
Capítulo 5: Análise e Discussão

Identificação do tipo de empresa (born global, international new venture,


borderless, exportadora tradicional…)

Podemos constatar que a Farfetch é uma born global.


Justificação tendo em conta as características da empresa e a literatura
Uma empresa born global é uma “empresa que, desde a sua formação,
possui interesse em ter grande parte de suas receitas resultantes da venda de seus
produtos no mercado internacional” (Marian et al., 2016, pp. 94-95).
Considerámos a Farfetch uma born global, pois optou por se internacionalizar
no momento inicial da empresa e a maior percentagem das suas receitas ocorre das
vendas dos seus produtos no mercado internacional. A Farfetch optou por
internacionalizar “tudo, desde parceiros, a escritórios e ao serviço prestado ao
cliente final.”.

Análise do caso estudado face à literatura sobre internacionalização

O pensamento da Farfetch, desde o início, foi um a nível global, não se


podendo destacar nenhum tipo de mercado alvo, parceiro ou cliente. Apenas se
pode destacar a ideia de criar uma plataforma de uma gama superior, inexistente,
que pretendia satisfazer boutiques e clientes, facilitando o acesso a canais de
distribuição online. Porém, os mercados de luxos podem ser considerados como
nicho e a sua restrição a nível nacional não seria vantajoso para a Farfetch, daí o
seu pensamento começar a nível global.
A razão pela qual a Farfetch se estabelece desde início num plano
internacional é pelo seu portfolio de produtos que trazem um vantagem competitiva
nesse mesmo plano.
Do ponto de vista da cadeia de valor da Farfetch, reconhece-se que o facto de ter
nascido born global permitiu ter acesso a recursos, parceiros e clientes que não
poderia ter a nível nacional (logística à entrada e de saída).
O local da sede, Londres, proporcionou uma proximidade com uma cultura
mais cosmopolita e no qual a empresa conseguiria criar mais contactos para a sua
expansão. Num registo mais recente, as formas de operar em mercados
internacionais são diferentes das do começo. Nesta fase mais recente, registam-se
as oportunidades de cooperação que surgiram e facilitaram a entrada em novos
mercados.
A Farfetch destaca-se pelo sua estratégia global pura (definição de Michael
Porter), os escritórios que a Farfetch tem espalhados pelo mundo têm um objectivo
bastante concreto. As actividades da cadeia de valor estão concentradas nos países
que podem potencializar esse valor. Por exemplo, em Guimarães é o local onde são
feitas as sessões fotográficas, no Porto por ser um centro tecnológico ideal para a
parte de software, Londres por ser cosmopolita. Todas estas actividades estão
altamente coordenadas, conectando software, Webdesign, marketing, recursos
humanos, I&D, etc. até ao produto final e às vendas. O globo é visto como uma
unidade de análise na procura de clientes e formas de chegar o produto a eles
através do site e distribuição, mas também a nível de novas parcerias e alianças.
Segundo a metodologia de Bartlett&Ghoshal, conclui-se que a Farfetch
segue um modelo Transnacional, onde surge uma rede integrada de constante
partilha e de fluxos de informação entre unidades que dependem umas das outras.

“Uma organização empresarial que, desde o ínicio, procura obter uma vantagem
competitiva significativa do uso de recursos e da venda de produtos para vários
países”
Oviatt & McDougall, 1994

Análise da lógica da estratégia de internacionalização seguida pela empresa

A identificação da empresa como born global, mostra que esta tomou passos
diferentes para a sua internacionalização, uma vez que, desde a sua criação, a
Farfetch tem como objetivo chegar aos vários mercados internacionais.
O fundador, José Neves, apresenta-se como uma parte fundamental de todas
as estratégias tomadas pela empresa desde o seu nascimento. O know-how de
José Neves a nível da programação do site e do setor de moda, teve um grande
impacto no modo de atuação da empresa perante os mercados, uma vez que já
compreendia de forma que a sua plataforma e o seu negócio teria que ser
construído de forma a conseguir prosperar a nível mundial, em vez de começar no
seu mercado doméstico. Também a escolha do local da sede foi um ponto
estratégico na fase de internacionalização, pois permitiu uma maior visualização da
marca.

Conforme com a análise da empresa anteriormente realizada, é fácil


compreender que, desde a sua criação, a Farfetch procurou ter um maior alcance
em termos de clientes, que sempre foram mundiais. Mas também procurou
aumentar o seu negócio e o seu conceito através de maiores parcerias e da
inclusão de boutiques de novos países.O facto de haver experiência anterior por
parte do fundador, permitiu que houvesse uma alavanca no processo de
internacionalização.
Esta incessante procura por uma expansão, levou ao melhoramento e ao
desenvolvimento de novas tecnologias complementares à sua plataforma. Isto
deve-se ao facto de se querer adaptar às, cada vez maiores, exigências dos clientes
(sobretudo das ligações à tecnologia), mas também há sua procura pela
diferenciação, podendo-se destacar.

Análise dos principais desafios defrontados pela empresa

Pode-se afirmar que a Farfetch tem enfrentado vários desafios, com diferente
impacto na sua atividade.
Logo no momento da sua criação, a Farfetch deparou-se com dois grandes
desafios. Um deles foi conseguir convencer marcas e boutiques a se juntarem a
esta nova plataforma de comércio online de artigos de luxo, o que José Neves
conseguiu,em grande parte, devido aos conhecimentos e contactos que detinha na
indústria da moda de luxo. O outro foi a obtenção de financiamento, pois, apenas
duas semanas depois da criação da Farfetch a Lehman Brothers faliu, pelo que as
janelas de financiamento ficaram completamente fechadas até 2010.
Outro desafio que a Farfetch tem vindo a enfrentar está relacionado com a
concorrência. Apesar de não existirem muitos concorrentes diretos, há um que se
destaca pelo facto dos consumidores considerarem que há muito pouca diferença
imediata com a Farfetch, a Net-a-Porter. No entanto, como a Farfetch não possui
qualquer tipo de stock, o custo de estabelecer novas parcerias com marcas e
boutiques é mais baixo, o que lhe confere uma grande vantagem face à
Net-a-Porter.
Por último, tal como sublinhado pelo próprio CEO, há a preferência por parte
dos consumidores pelas lojas físicas ao invés das lojas online. Isto é algo que a
Farfetch tem tentado combater, nomeadamente com o desenvolvimento do “Store of
the Future”, mas que, nos próximos anos, ainda se espera que continue a ser um
desafio para a Farfetch.
Capítulo 6: Conclusões do Trabalho

Breve síntese do trabalho realizado

Primeiramente, foi feita uma pequena pesquisa para decidir que start-up
portuguesa seria estudada. Por rapidamente se ter constatado que a Farfetch era
um autêntico caso de sucesso de uma start-up portuguesa, que desde cedo
procurou a internacionalização do seu negócio, optámos por escolhê-la como objeto
de estudo para o nosso trabalho.
Após isso, fez-se uma pesquisa inicial para perceber que informação havia
disponível. Também se entrou em contacto com a empresa para uma entrevista.
Em relação à entrevista, foi dito que apenas seria possível responderem a
perguntas enviadas por e-mail (ao contrário do que tinha sido requisitado – uma
entrevista pessoal, ou através de Skype). Devido a existirem na internet várias
entrevistas feitas ao próprio CEO da Farfetch, foi decidido enviar apenas algumas
perguntas que pudessem ajudar na realização do trabalho. As perguntas feitas, e as
suas respostas, são apresentadas em anexo.
Também foi feita uma vasta pesquisa, e uma seleção de informação –
entrevistas dadas pelo próprio José Neves, artigos escritos por jornais acerca da
empresa, duas teses, entre outras fontes –, onde foi possível retirar uma vasta
informação que auxiliou na construção da monografia.
Por fim, foi analisado todos os materiais disponibilizados pelo professor
acerca da matéria teórica para auxiliar na estrutura do capítulo 5.

Principais conclusões obtidas

Uma grande impressão que a Farfetch deixa é o seu crescimento até ao


ponto de se tornar um unicórnio, estando avaliada acima dos mil milhões de dólares.
É de se afirmar que a Farfetch é um caso de sucesso que merece ser reconhecido.
Outro ponto de conclusão, é o seu começo. Como para qualquer empresa, foi
muito difícil para a Farfetch conseguir os seus parceiros, uma vez que o conceito da
empresa poderia trazer algumas incertezas para o mercado em que se coloca. Mas,
após o seu início, e com as suas grandes taxas de crescimento, a Farfetch
conseguiu alargar o seu alcance, através de novos parceiros, investidores e
clientes.
É de se notar que o modelo apresentado pela Farfetch é de uma difícil
análise, mais devido ao facto de que o que é oferecida por esta é um serviço que
consegue unir boutiques e clientes de todo o mundo.
É também de se sublinhar o grande crescimento e expansão que a Farfech
conseguiu apesar de todos os desafios que teve que apresentar, como os desafios
da recessão que tiveram que enfrentar no seu início.
A Farfetch procura alcançar o mundo inteiro e tem trabalhado muito nesse
sentido (o que se pode observar com a tradução do site para 10 línguas, por
exemplo). Mas além disso, tem procurado inovar e desenvolver novas tecnologias
sempre, nunca se querendo estagnar e ter as coisas dadas como certas, como a
título de exemplo, com a ​Farfetch Black & White​ e a ​Store of the Future​.
Referências

Referências utilizadas no trabalho, incluindo artigos em revistas académicas,


notícias media e informação pesquisada na internet.

Internet:
➔ https://www.publico.pt/2016/09/11/tecnologia/entrevista/o-negocio-de-mil-milh
oes-de-jose-neves-1743732
➔ https://www.publico.pt/2016/09/11/tecnologia/reportagem/no-cerebro-do-unico
rnio-portugues-1743770
➔ https://www.publico.pt/2017/06/22/economia/noticia/farfetch-ganha-novo-inve
stidor-e-reforca-ataque-ao-mercado-chines-1776520
➔ http://observador.pt/2015/03/04/farfetch-empresa-que-jose-neves-lidera-foi-av
aliada-em-mil-milhoes-de-dolares/
➔ https://www.ft.com/content/cf9452fe-d0f1-11e5-831d-09f7778e7377
➔ http://visao.sapo.pt/web-summit/2016-11-09-Jose-Neves-lider-da-Farfetch-O-
CEO-tem-a-profissao-mais-solitaria-do-mundo
➔ https://www.farfetch.com/pt/careers
➔ http://sicnoticias.sapo.pt/especiais/web-summit/2016-11-02-Jose-Neves-fund
ador-da-Farfetch
➔ http://www.telegraph.co.uk/luxury/mens-style/jos-neves-how-the-founder-of-fa
rfetch-is-politely-taking-over-th/
➔ https://fashionista.com/2015/09/farfetch-black-and-white
➔ https://www.businessoffashion.com/articles/bof-exclusive/inside-farfetchs-stor
e-of-the-future
➔ http://www.thedrum.com/news/2017/04/18/farfetch-has-created-operating-syst
em-bricks-and-mortar-retail-its-new-store-the
➔ https://techcrunch.com/2017/06/21/jd-com-invests-397m-into-luxury-marketpla
ce-farfetch-as-part-of-a-new-strategic-partnership/
Literatura:
➔ MONTEIRO, Ana; PINTO, Liliana; RIBEIRO, Maria; AU-YONG-OLIVEIRA,
Manuel. ​A internacionalização e o caso de uma plataforma online de artigos
têxteis de luxo.​ 2016
(https://repositorio.utad.pt/bitstream/10348/7545/1/Casos%20de%20estudo%20em
%20Estrategia%20e%20Marketing.pdf9#page=120)
➔ DA ROSA, Renata Ferreira. ​Ecommerce as internationalization strategy: An
exploratory study based on premium fashion Brazilian brands: case study of
Farfetch​. São Paulo, 2016
(http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/15954/Renata%20Rosa
%20-%20Ecommerce%20as%20Internationalization%20Strategy.pdf?sequence=3&i
sAllowed=y)

Matéria da Unidade Curricular:


➔ Slides, de vários capítulos, fornecidos pelo professor
Anexo

Perguntas colocadas à empresa Farfetch, que foram respondidas pela


Andreia Gomes, a 28/11/2017.

«​Tiveram algum incentivo para a criação da Farfetch?


Não, a Farfetch contou com o apoio de investidores que ao longo destes 9 anos de
atividade da empresa acreditaram no modelo de negócios e na capacidade e
potencial de crescimento da empresa.»

«​Quais são as principais orientações estratégicas?


A Farfetch pretende ser a plataforma número 1 para venda de moda de luxo em
todos os mercados.»

«​De que forma controlam a vossa cadeia logística a nível nacional e


internacional?
A empresa tem parcerias de referência mundial para a operação logística e uma
equipa interna de Operações que articula todo um processo de elevada
complexidade, à escala mundial, para levar os produtos de parceiros (marcas e
boutiques) de 40 países, para clientes em todo o mundo (190 países).»

«​Irão brevemente lançar algum serviço novo?


Infelizmente, como pode compreender, novidades ao nível de produtos e serviços
não podemos ainda revelar.»

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