Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Conceitos Básicos
Poder – capacidade de influenciar o comportamento de outras pessoas. Poder não pode ser apropriado.
O que define o poder é o seu exercício e a sua influencia sobre o comportamento das pessoas.
Recursos e bens são meios que podem e frequentemente são usados para influenciar o comportamento
de outras pessoas.
Poder não se detém, se exerce.
Poder supõe:
Sujeito – indivíduo, grupo ou organização que exerce o poder.
Objeto - indivíduo, grupo ou organização sobre o qual o poder é exercido.
Meio – bem ou recurso que o sujeito utiliza para exercer o poder sobre o objeto
Fim – objetivo ou finalidade com que o poder é exercido pelo sujeito sobre o objeto
Tipologia Clássica – define o poder baseada no interesse em favor do qual o poder é exercido:
Poder Paterno – exercido pelo pai sobre o filho NO INTERESSE do filho
Poder Despótico - exercido pelo senhor sobre o escravo NO INTERESSE do senhor
Poder Político - exercido pelos governantes sobre os governados NO INTERESSE de ambos
Tipologia Aristotélica – agrega a variável número de governantes à tipologia das formas de poder
Governo de um só
Governo de poucos
Governo de muitos
Bom governo para Aristóteles – sempre orientado para satisfazer os interesses de todos – governantes e
governados, podendo ser exercido por 1 ou mais indivíduos como mostrado abaixo.
Mau governo para Aristóteles – formas de governos degeneradas, orientadas para satisfazer o interesse
do(s) governantes(s):
Por um só individuo – exercido pelo tirano que exerce o poder em seu próprio interesse em detrimento
dos interesses dos governados => no caso da Tirania
Por uma minoria – pelos mais ricos que exerce o poder em seu próprio interesse em detrimento dos
interesses dos mais pobres => no caso da oligarquia
Pela maioria - que exerce o poder em seu próprio interesse em detrimento dos interesses das minorias
=> no caso da democracia
Democracia – definição atual - poder exercido por uma maioria que respeita os interesses das minorias
Tipologia Moderna – construída a partir dos meios pelos quais o poder é exercido:
Poder Econômico – exercido por todo aquele que “se vale da posse de certos bens” necessários ou
considerados necessários numa situação de escassez para induzir aqueles que os não possuem a certos
comportamentos. Ex: proprietário de terra induzindo os trabalhadores rurais sem terra a trabalhar de
uma determinada forma, bancos exerce poder econômico sobre empresas quando lhes empresta
dinheiro em troca de pagamentos periódicos e taxa de juros.
Poder Ideológico – baseado na influencia que as ideias formuladas de certa maneira ou emitidas em
certas circunstâncias por uma pessoa revestida de autoridade e difundida por certos meios têm sobre o
comportamento dos comandados. Ex: religião e seus sacerdotes exercem poder ideológicos sobre seus
fieis por meio de palavras que condicionam comportamentos; lideres políticos e sindicais exercem
poder ideológico ao influenciar o comportamento das pessoas através de ideias e palavras, meios de
comunicação influenciam quando incorporam argumentos e raciocínios veiculados por aqueles meios
e agem de acordo com eles.
Poder Político – fundamentado na posse dos instrumentos através dos quais se exerce a força física,
isto é, através de armas de qualquer espécie e grau, O Estado exerce força sobre o individuo quando o
obriga a:
o Pagar imposto – se não cumprir pode arrestar seus bens ou ser preso;
o Cumprir as leis – caso não cumpra o individuo pode ser multado, privado de direitos, preso
ou mesmo executado.
o Matar ou morrer – em caso de guerra, o individuo pode ser forçado a conquistar ou defender
territórios arriscando a própria vida e exterminando a de outros.
O que caracteriza Estado e o poder político que é por ele exercido são o monopólio do uso LEGITIMO da
força física sobre os indivíduos que integram a sociedade.
Se não houver uma instancia ÚNICA que exerça a forma física sobre seus membros não se pode falar
rigorosamente que existe Estado.
Deve haver certa dose de consentimento dos dominados para se falar de Estado e exercício de poder
político.
Partidos, sindicatos, associações AGEM politicamente, mas suas ações têm por objetivo influenciar o
Estado, mas NÃO exercem o poder política, isto é utilizam a força de forma LEGITIMA e EXCLUSIVA
no lugar do Estado.
Partidos só exercem o poder político de fato quando têm o controle do Estado.
Não existe um "padrão" para o relacionamento entre o executivo e os demais poderes e entre o
estado/governo e a sociedade => forma como este relacionamento se dá é determinada por circunstâncias
históricas e culturais e depende das ações que os atores governamentais (governantes e gestores) e os
atores da sociedade civil irão realizar.
Política => constituída pelos conflitos de interesse e as negociações entre executivo, legislativo e
judiciário e os conflitos e/ou negociações entre Estado/governo e sociedade.
Administração pública - exerce poder sobre a sociedade, definindo normas e garantindo que elas sejam
respeitadas => capacidade de definir normas e garantir sua aplicação depende de algum grau de
compromisso entre os representantes do Estado e sociedade para que as normas sejam reconhecidas como
legítimas.
Capacidade de exercer poder sobre a sociedade depende do corpo administrativo responsável pelo
funcionamento do aparato estatal => governo destituído de quadros administrativos competentes
tende a ser menos capaz de garantir que normas sejam cumpridas.
Capacidade de o político realizar um programa governamental bem-sucedido dependerá de
quadros técnicos; mas os quadros técnicos pouco poderão realizar se não tiverem condições
políticas para que seus programas sejam implementados.
Ordenamento Jurídico – conjunto de normas primárias dirigidas aos membros do grupo e de normas
secundárias dirigidas a funcionários especializados.
Poder é uno e indivisível => as funções é que podem ser divididas pelas diferentes instituições do
governo.
Estados Unitários – constituídos de uma única esfera de organização político-administrativa, => Única
ordem política, única ordem jurídica e única ordem administrativa. Pode haver autoridades locais e até
mesmo regionais, mas não gozam de autonomia política e não tem prerrogativa de governarem segundo
suas próprias normas e de formularem suas próprias políticas. Ex: França, Israel, Chile.
Estados Federativos – possuem diferentes centros de poder e efetiva autonomia das diferentes esferas de
governo umas em relação às outras, e pode haver separação entre os Poderes Executivos, Poder
Legislativos e Poder Judiciário nas várias esferas subnacionais.
Republica – a mais alta função da estrutura hierárquica de poder é ocupada por uma única pessoa ou um
grupo de pessoas resultado da escolha do povo por meio de eleições diretas e indiretas. No passado
adotado por Estados pequenos pela impossibilidade de realizar a votação em grandes territórios, mas na
antiguidade adotado em Roma e Atenas.
Monarquia - o topo da hierarquia se dá por direito hereditário, portanto sem a intervenção da escolha
popular. Mais usado em Estados pequenos como Principado de Mônaco, e em grandes Estados no passado.
Império – forma de organização que apareceu em respostas a expansão do Estado sobre amplos
territórios, abrangendo diferentes culturas e realidade políticas distintas. Ex: Rússia, Império Romano.
Poder Legislativo – função de elaborar e aprovar as leis que serão seguidas por toda a coletividade. (mais
importante para Rousseau)
Poder Judiciário – função de mediar a relação entre aquele que manda (governante) e aquele que legisla
(assembleia) (mais importante para Montesquieu)
Administração Pública – conjunto de atividades exercidas pelo Estado tendo em vista a realização do
interesse público. Existem duas abordagens que na verdade são complementares, pois a Administração
Pública sempre exerce o poder para prestar serviços à sociedade.
Direito Administrativo => considera finalidade da Administração Publica – abordagem
prescritiva “O que deve ser” => Prestação de serviço para a coletividade
Ciência Política => considera instrumentalmente- abordagem descritiva “O que é” - Meio pelo
qual Estado exerce seu poder
Estado - instrumento da sociedade através do qual ela busca alcançar seus objetivos fundamentais
Estado – Teorias Básicas
Teoria Histórica – origem em Aristóteles, Vico, Hegek e Marx – Estado como fenômeno
histórico decorrente da luta pela apropriação do excedente => grupo poderoso vê que pode se
apropriar desse excedente não pelo exercício da força, mas por um sistema administrativo e de
comunicações que organize a produção e a distribuição sobre um determinado território
aproveitando-se dos ganhos de eficiência do comercio e da divisão de trabalho que essa ordem
possibilita.
Teoria Contratualista - Hobbes – Estado como um contrato voluntário no qual os indivíduos
cedem sua liberdade ao monarca absoluto em troca de segurança (origem da democracia
moderna)
Teoria Normativa – não se preocupam em explicar o Estado, mas em definir como o governo do
Estado é e deve ser exercido e estão relacionadas principalmente com a tradição republicana que
vem de Cícero e passa por Maquiavel, Montesquieu e Madison.
Objetivos do Estado:
Cunho político - ordem ou estabilidade social, objetivo principal do Estado e necessário para
alcançar os outros objetivos, a liberdade e a justiça social.
Cunho econômico - desenvolvimento econômico ou a busca do bem estar.
Requisito para promoção desses quatro objetivos => ser um bom Estado e haver democracia que
proveja legitimidade ao Estado
Estado-Nação
Sociedade
Estado e suas instituições
Território
Marxismos e liberalismo – se estruturaram combatendo ideias dominantes e a ordem vigentes à sua época,
propondo novas e mais justas formas de organização da sociedade.
Liberalismo – reflexões e proposições desenvolvidas por filósofos ingleses e franceses dos séculos XVII
e XVIII em oposição ao poder conservador e ao poder absoluto exercido pelas monarquias hereditárias da
Europa
Filósofos de maior influência => Thomas Hobbes, John Locke, Montesquieu e Rousseau
Valores fundamentais => igualdade e liberdade
Funda-se na corrente filosófica jusnaturalismo que busca no individuo e não no grupo a origem
do direito e da ordem pública legitima
Todos os indivíduos são iguais, independente das suas condições sociais, e dotado de direitos
universais e irrevogáveis.
Todos os indivíduos têm direito à liberdade e à propriedade
Todo poder é legitimo independente de sua forma tem de respeitar o direito à liberdade e à
propriedade
A função do Estado é a de garantir a segurança, a liberdade e a propriedade dos indivíduos.
O poder do Estado funda-se em uma relação de representação entre governantes e governados.
Propunham bases alternativas ao direito divino de legitimar o exercício do poder político.
Utilizando o método racional propuseram separação do Estado e sociedade civil e da esfera pública da
esfera política => referencias básicas do Estado de Direito no mundo contemporâneo
Rejeitaram a historia como fonte de conhecimento da natureza e dos fundamentos de uma ordem
política legitima => usaram estritamente a razão
Rompeu com a tradição como fonte de legitimação do poder => base de justificação da dominação
dos reis e principais na Europa até o século XVIII
Estado de Natureza = estágio em que a humanidade ainda não vivia organizada em sociedade, e não
submetida ao poder do Estado.
Indivíduos gozariam da mais plena liberdade e poderia usufruir de tudo aquilo que pudessem possuir
Inexistência de convenções estabelecidas entre os homens determinando e diferenciado o certo e
errado => Não haveria “bem” nem mal, noção de justo ou injusto.
Todos os indivíduos são naturalmente iguais e igualmente portadores de determinados direitos
naturais aos quais não se pode renunciar, como o direito da liberdade e propriedade.
Sem comprovação histórica => arqueologia e antropologia nunca apresentaram qualquer indicio que o
homem tenha vivido isolado
Hobbes
O estado de natureza seria também o estado de guerra generalizado de todos contra todos, em que o
homem seria o lobo do próprio homem
Causa da origem da vida em sociedade e sob domínio do Estado => por segurança e proteção dos
bens e vida de cada um
Origem do Estado => celebração de pacto entre os homens, levada pela condição miserável da
humanidade no estado da natureza => através desse pacto cada individuo teria se comprometido com
os demais a transferir o seu direito natural de utilizar a própria força para se defender e satisfizer os
seus desejos em prol do Estado (o Leviatã) => troca da liberdade natural pela liberdade civil e sua
independência pela segurança
Montesquieu
Não concordava com Hobbes sobre a concepção de estado de natureza como estado de guerra =>
acreditava que a vida em sociedade que tornou os homens desiguais e os colocou em guerra
Rousseau
O homem no estado de natureza seria o bom selvagem, incapaz de fazer mal a seus semelhantes =>
conflitos passaram a surgir quando os homens passaram a se diferenciar entre si, sobretudo com o
advento e o desejo de propriedade, que vai do amor entre os sexos (e consequentemente o ciúme) à
posse de bens materiais.
Locke
A vida no estado de natureza era boa e não teria se degenerado em estado de guerra. Os homens
teriam trocado o estado de natureza pelo estado civil porque sua vida sob este iria ser mais segura.
Marxismo – estruturou-se como critica a sociedade burguesa e à ordem liberal vigente no século XIX
tendo por base o pensamento de Marx e Engels, mas sem conseguir se impor, se tornando um forte
concorrente, mas não substituto
Dinâmica das sociedades passa a ser compreendida e analisada a partir das relações estabelecidas
entre os grupos sociais, no caso do marxismo, as classes sociais, e não em indivíduos abstratos e
atemporais.
Historia colocada em plano secundário pelos jusnaturalistas volta a ser objeto central da reflexão
Base do pensamento de Marx => historia como material de trabalho, dialética como método e o
materialismo como perspectiva de análise da historia
Historia é dotada de finalidade e de um motor que é a luta de classes que a conduz a certo fim e que
independe da consciência do homem => não é um movimento linear para seu fim, mas se desenvolve
por meio de contradições (dialeticamente) => se dá no plano concreto das relações humanas e de
produção da riqueza social, no plano material e não no plano das ideias.
Método de trabalho:
o Materialismo dialético – quando se contrapõe à dialética hegeleriana, qualificada por ele como
idealista
o Materialismo histórico – quando se contrapões ao chamado “materialismo vulgar”, corrente
filosófica alemã alternativa ao idealismo
Classes fundamentais de uma sociedade em cada período da historia são aquelas ligadas ao modo de
produção dominante.
Modo de produção – resulta da combinação de dois fatores:
o Forças produtivas – trabalho humano e os meios de produção
o Relações de produção – estabelecidas entre diferentes classes sociais e que envolvem a
propriedade sobre os fatores de produção e sobre o produto do trabalho e o mando e controle sobre
o processo de produção
O Capital – obra mais importante de Marx
o Interesse era dissecar e compreender a lógica e o funcionamento do modo de produção capitalista
que emergiu na sociedade europeia ao longo de séculos e quer era o então modo de produção
dominante no continente
o Oferecia uma teoria geral da historia da humanidade o que o levou a examinar os modos de
produções anteriores ou estranhos à civilização ocidental
Comunismo Primitivo – modo de produção vigente antes do surgimento das primeiras civilizações =>
homens viviam na mais absoluta igualdade, mas também premidos pela escassez e miséria
o Humanidade viva em tribos
o Não havia Estado, classes sociais e nem propriedades
o A produção e o consumo eram coletivos => tudo o que era produzido era imediatamente
consumido não havendo excedentes de produção a serem acumulados.
A produção do excedente somente se tornou possível com a invenção da agricultura e da divisão
social do trabalho => trouxe a divisão do grupo social em diferentes classes sociais as quais se
apropriam de forma desigual do da riqueza produzida => surgiram as classes dominantes e uma ou
mais classes dominadas e para assegurar a dominação de uma classe sobre a outra o Estado
Principal razão para surgimento do Estado => para garantir a dominação da classe dominante sobre a
classe dominada
Comunismo Primitivo => Luta de Classes
3. Feudal
Europa
Classes fundamentais: nobreza, senhora das terras e servos da gleba
Dominação dos nobres sobre os servos foi exercida por meio de um sistema complexo de
obrigações e direitos mútuos e desiguais fundamentado no uso da terra, que eram um bem comum
e não na propriedade da nobreza.
Servos da gleba eram consideravam como uma emanação da terra onde nasceram e inseparáveis
dela => senhores controlavam a terra e exerciam poder sobre os servos que se encontravam sobre
ela se apropriando de sua produção.
4. Capitalista
Europa
Classes fundamentais: burguesia, proprietária de todos os meios de produção, e o proletariado,
destituído de toda propriedade, exceto sua força de trabalho.
Diferente dos outros modos de produção, os trabalhadores são formalmente livres e vendem
voluntariamente sua força de trabalho para os burgueses em troca de um salário contratado entre
as partes no mercado.
Mostrava que a igualdade formal entre burgueses e proletários perante o Estado e no mercado
mascarava a real dominação e exploração dos proletários pelos burgueses => aos proletários
destituídos de posses só restava vender a sua força de trabalho à burguesia para sobreviver => sem
liberdade de escolha.
Fetichismo da mercadoria – significa que as relações de dominação entre classes sociais adquirem a
aparência de troca entre coisas no mercado, segundo uma dinâmica e lógica regidas pela lei impessoal
de oferta e demandam aparentemente independente da vontade e da ação das pessoas.
Ideologia => visão do mundo dominado pelo fetichismo da mercadoria e vigente nas sociedades
liberais do século XIX
Ideologia dominante – ideologia da sua classe dominante, por exemplo, no caso do capitalismo a
ideologia dominante era da burguesia.
Relação Direta entre representação do que os homens têm a realidade e sua inserção econômica
na sociedade – estrutura determina a superestrutura => inserção concreta dos homens no processo
econômico é determinante de sua forma de ver e conceber o mundo.
Objetivo do capitalista => não é acumular riqueza para usufruir dos bens que ela proporciona, mas
reinvestir no seu negocio e produzir e acumular cada vez mais.
Consequência da lógica de acumulação:
o Tendência a concentração do capital – através da concorrência capitalistas cujas empresas são
mais produtivas eliminam do mercado as menos produtivas => oligopólio => monopólio
o Redução proporcional do numero de trabalhadores e aumento de desempregados
Combinação dessas consequências, levadas às ultimas consequências, conduziriam o fim do
capitalismo e a duas alternativas, o socialismo e a barbárie.
o Desaparecimento do mercado por conta do monopólio
o Tendência de investir cada vez mais em máquinas, tecnologia para poder sobreviver no mercado
ao invés de na força de trabalho que é a fonte da criação do valor.
Barbárie – resultado natural da crescente acumulação da riqueza nas mãos de uns poucos e da
extensão da miséria => capitalismo tende a dissolver classes sociais em apenas duas, os dos
proprietários capitalistas, cada vez em menor numero e mais roços e a dos proletariados, cada vez
mais numerosos e mais miseráveis.
Socialismo – depende de ação deliberada do proletariado => tem que se organizar em partido político
e tomar o poder e a partir do Estado implantar uma ordem social, conforme os interesses de classe que
também seriam os interesses da maioria.
Classe – grupo de homens e mulheres que se encontram em condições econômicas idênticas, mas que
não tem consciência dos seus próprios interesses.
O socialismo era apenas fase transitória do capitalismo ao comunismo durante o qual o proletariado
usaria toda a força do Estado para acabar com a sociedade de classes => missão era restabelecer a
igualdade inicial entre os homens, sem a existência de classes e sem a existência do Estado que
perderia sua função.
Para Marx o capitalismo desempenhou papel progressista na historia ao libertar o homem das
condições de dominação existentes nas sociedades tradicionais, soltando as amarras que impediam o
pleno desenvolvimento das forças produtivas nas sociedades humanas => criou as condições para o
aumento crescente da riqueza social e consequente superação do quadro de escassez que a
humanidade era submetida.
o A burguesia foi revolucionaria e cumpriu seu papel histórico, mas a partir do ponto que parou de
trazer qualquer progresso a humanidade deixaram de ser revolucionário para se tornar reacionários.
AP2
Autocracia – todos os regimes políticos fechados à influência popular na escolha dos governantes =>
designam todos os regimes autorreferenciados, em que o grupo no poder monopoliza o acesso ao
exercício do governo.
Regime Autocrático Totalitário – caracterizado pelo constante recurso ao terror e pela pretensão de
controlar totalmente os indivíduos e a sociedade => são aqueles em que o grupo governante não só detém
o monopólio do acesso ao exercício do governo, como também pretende exercer o controle total sobre a
sociedade. Ex: Alemanha hitlerista, Itália fascista e o regime comunista da URSS.
Essencialmente antiliberais - não reconhecem qualquer esfera da vida social livre da intervenção do
Estado => claro que essa pretensão totalitária nunca se realizou inteiramente; caso contrário, uma vez
implantando o totalitarismo em uma sociedade, esta nunca mais conseguiria se ver livre dele, pois se
encontraria totalmente controlada pelo Estado. Resta alguma esfera de liberdade para os indivíduos,
como decidir com quem se casar ou a profissão a exercer.
Regime de partido único - instituem um único partido como meio de acesso ao poder e controle do
Estado, excluindo qualquer caminho alternativo de chegada ao poder, e barrando o caminho para o
surgimento e expressão de qualquer forma de pluralismo. O partido único representa tudo e a todos –
daí a origem do termo “totalitarismo”
Ideologia revolucionária – Ingrediente distintivo dos regimes totalitários => vontade deliberada de
modificar radicalmente a sociedade instituída pelos partidos únicos que monopolizam o poder sob os
regimes totalitários se caracterizam também por serem portadores de uma ideologia revolucionária
que orienta a ação do Estado e com a qual pretendem conquistar o apoio das massas. Ex: Para os
nazistas e fascistas, o racismo era um ingrediente fundamental da sua ideologia, enquanto para o
comunismo era a luta de classes.
Combinação entre ideologia e terror – nenhuma divergência da linha ideológica adotada pelo
partido único é admitida, todo crítico ou opositor do regime é considerado inimigo. Ex: milícias de
grupos fascistas e nazistas organizadas dentro do partido para intimidar e usar força física contra seus
opositores, SS e Gestapo, KGB.
Principais divergências entre regimes totalitários:
Quanto ao recrutamento dos quadros e militantes do partido – nos partidos comunistas a milícia
era recrutada, mas não exclusivamente na classe operaria já nos regimes nazifascista o partido
mobilizava as massas populares;
Quanto à relação das classes dirigentes em relação ao partido
o Na Itália e na Alemanha, antes que Mussolini e Hitler tomassem o poder, uma parte das classes
dirigentes, composta por grandes industriais e banqueiros, era francamente favorável aos
partidos fascista e nazista. No entanto, em nenhum país, os partidos comunistas tiveram o
apoio ou contaram com a simpatia das classes dirigentes, uma vez que aqueles se opunham
frontalmente à ordem burguesa e pregavam o combate e extinção das classes proprietárias dos
meios de produção.
Regime Autocrático Autoritários => mantêm estrito controle sobre o governo, mas diferentemente do
totalitarismo, o autoritarismo não pretende exercer controle total sobre a sociedade, nem faz uso do
terror de modo tão constante e brutal, reservando aos indivíduos algumas esferas de liberdade e
independência.
Exemplo: China – regime híbrido de elementos totalitários (partido único), e autoritários (como o
monopólio do acesso ao controle do governo associado a alguma liberdade de mercado) - regime
totalitário que foi progressivamente se transformando em autoritário
o Ascensão de Deng Xiaoping ao poder, pôs-se fim à Revolução Cultural e começaram lentas
reformas do sistema econômico chinês em direção ao capitalismo => economia de mercado –
na qual o direito à propriedade privada é garantido pelo Estado, e o investimento privado e o
enriquecimento individual não só são permitidos como estimulados – com um controle estrito
do sistema político e de acesso ao governo pelo partido único comunista.
Exemplos:
o Ditaduras pessoais e, sobretudo, as ditaduras militares: Antonio Salazar, ditador de Portugal
por 37 anos até quando a Revolução dos Cravos colocou fim a ditadura, Francisco Franco,
ditador da Espanha durante 34 anos só terminando com sua morte.
o Regimes autoritários dos países da AL e Brasil - chegaram a instituir um regime de terror
de Estado, mas não se encontrava combinado com qualquer ideologia revolucionária de
nenhum regime autoritário pretendeu controlar totalmente a sociedade.
o Independentemente do grau de violência e de repressão política empregados, em ambos os
regimes A escolha dos governantes é autocrática, isto é, independente da expressão da
vontade popular e decidida exclusivamente pelo alto escalão das forças armadas; e além
de autocráticos, ambos os regimes, em maior ou menor medida, desrespeitavam as regras
básicas do Estado de Direito
o Não foi implantado um sistema de partido único, mas a atividade dos diferentes partidos
anteriormente em funcionamento foi, simplesmente, suspensa (exceto Brasil) e a escolha
dos governantes dava-se exclusivamente dentro das forças armadas
o Não agiam movidos por qualquer ideologia revolucionária, ao contrário, eles se
pretendiam contrarrevolucionários => queriam impedir que se promovesse qualquer
mudança na ordem social capitalista instituída
o Ao invés de pretender mobilizar as massas populares por meio de uma ideologia
revolucionária, como faziam os regimes totalitários, os regimes autoritários latino-
americanos pretendiam desmobilizá-las, reprimindo qualquer tentativa de
manifestação popular.
o Brasil
o Ao contrário dos outros regimes autoritários da América Latina, a atividade dos partidos
políticos não chegou a ser suspensa => se a ausência de um sistema de partidos fosse
uma característica distintiva dos regimes autoritários, o regime militar brasileiro não
poderia ser assim classificado
o O regime autoritário também conviveu com uma ordem constitucional e com um
parlamento em funcionamento, ao contrário dos países vizinhos e o Congresso Nacional
foi mantido aberto e em funcionamento durante praticamente todo o período do regime
militar, e eleições para deputados federais e senadores ocorreram regularmente a
cada quatro anos.
Estado de Direito - Todos, do mais simples cidadão ao mais alto magistrado – se encontram submetidos
ao ordenamento legal. Todo Estado de Direito caracteriza-se ainda: por uma hierarquia legal, no topo da
qual se encontra a constituição; pela divisão e equilíbrio dos poderes do Estado; e pela garantia dos
direitos fundamentais dos indivíduos.
Regime Liberais - Regimes liberais tornaram-se predominantes na Europa Ocidental durante o século
XIX, e suas instituições e práticas foram diretamente inspiradas nas ideias e teorias dos pensadores
iluministas dos séculos XVII e XVIII. A implantação dos regimes liberais na Europa resultou de um
longo e tortuoso período de lutas contra o poder absoluto dos monarcas
Liberais eram muito críticos em relação à democracia e a julgavam incompatível com os princípios de
uma sociedade liberal.
o Liberalismo defende os direitos naturais, sendo a propriedade um deles, cuja defesa deve ser o
objetivo da organização política => Para garantir o direito dos proprietários não se pode
usar o sufrágio universal, que retira a classe dos não proprietários mais numerosa dos
processos de decisão dando o poder aos proprietários.
Nos países onde autocracias liberais se encontravam estabelecidas que surgiram as primeiras
democracias do mundo contemporâneo na passagem do século XIX para o século XX.
Direitos civis:
o Liberdade de expressão - direito de todo indivíduo de exprimir livremente as suas ideias
políticas, filosóficas e morais => todo indivíduo está obrigado a obedecer as leis, ou seja,
encontra-se submetido ao império da lei; mas nenhum indivíduo se encontra obrigado a
concordar com elas, podendo manifestar livremente o seu pensamento e a sua discordância em
relação a tudo o que não lhe parecer justo ou adequado. O respeito ao direito dos indivíduos
exprimirem livremente a sua opinião diferencia claramente o regime liberal dos regimes
autoritários, no qual há frequentemente censura sobre os meios de comunicação e sobre a
imprensa e, por vezes, até a figura criminal do delito de opinião.
o Liberdade de reunião - direito assegurado aos indivíduos de associarem-se em clubes e
igrejas levou ao reconhecimento do direito de promover manifestações públicas, participar de
comícios, organizar sindicatos e de formar partidos políticos => direito dos indivíduos de
reunirem-se livremente nos regimes liberais é uma condição lógica para o exercício da
liberdade de culto, pois como poderia haver liberdade de religião sem que houvesse também
liberdade de reunião. Essa liberdade tipicamente liberal é severamente restringida em regimes
autoritários.
o Liberdade de religião => direito dos indivíduos de participar de qualquer culto e de professar
livremente a sua fé. A tolerância religiosa e a separação entre Estado e religião emergiram no
Ocidente como solução de consenso após séculos de conflitos entre católicos e protestantes, e
entre as diversas denominações do protestantismo entre si. Nos regimes liberais do século
XIX, a liberdade de religião passou a ser garantida a todos os indivíduos, inclusive naqueles
países em que Estado e a religião não chegaram a se separar, como na Grã-Bretanha, onde o
anglicanismo segue sendo a religião oficial do Estado, e a rainha, ou o rei, a autoridade
suprema da religião anglicana.
o Liberdade de ir e vir - direito dos indivíduos de circular livremente pelo território =>
mobilidade dos indivíduos no território é um direito eminentemente liberal e que só foi
assegurado a todos a partir do surgimento dos regimes liberais
o Direito à propriedade - nos regimes liberais, todo indivíduo tem direito ilimitado a
propriedade, e nenhum tipo de propriedade pode ser vetado a qualquer indivíduo. Excetuando
a propriedade de um ser humano sobre outro, que constitui a relação de escravidão e fere os
princípios básicos de liberdade e igualdade que constituem o liberalismo, todos os demais bens
existentes sobre a terra ou a serem produzidos pela ação humana são passíveis de apropriação
individual na forma da lei.
Direitos políticos:
o Direito à representação política e direito a voto limitado aos homens instruídos e
proprietários de bens
Na arquitetura político-institucional dos regimes liberais, foram criados mecanismos
de participação indireta dos governados nos negócios do governo => não apenas o
governo governa como representante do povo, independentemente de ter sido escolhido
por este ou não, como no caso das monarquias hereditárias como também governa
prestando contas a uma assembleia de representantes eleitos pelo povo. A
representação popular pela via eleitoral é uma criação dos regimes liberais
Nos regimes liberais regimes liberais impuseram restrições ao acesso das classes
populares à participação eleitoral, por meio de mecanismos como o voto censitário que
estabelecia patamares mínimos de renda para que os cidadãos pudessem votar, e renda
ainda mais elevada para poderem se candidatar aos cargos eletivos e o voto plural –
que conferia peso maior ao voto dos eleitores mais educados => apenas uma minoria
composta de indivíduos do sexo masculino, educados ou proprietários de bens podiam
participar das eleições => regimes liberais são autocracias, uma vez que a maioria
dos governados não tinha qualquer influência sobre a indicação do governo, nem
dispunha de qualquer instrumento de controle dos governantes.
o Direito das minorias - garantia de liberdade para as minorias reunirem-se e manifestarem-se
livremente, impedindo uma eventual maioria tiranizar a minoria ou exterminá-la, perpetuando-
se no poder. Também é a defesa dos direitos das minorias que mantém o pluralismo em uma
sociedade, permitindo em um momento futuro, a depender da vontade do eleitor, que a minoria
de hoje venha a se tornar maioria, e vice-versa.
Com a consolidação dos regimes liberais ao longo do século XIX e com o
enraizamento do princípio do respeito ao direito das minorias na cultura política de
algumas sociedades europeias, abriu-se o caminho para a democratização dos regimes
liberais => Na virada do século XIX para o século XX, após uma longa luta dos
trabalhadores pelo direito ao voto, diversas sociedades liberais europeias tornaram-se
democráticas ao adotar o sufrágio universal masculino.
Democracia
Democracia antiga - o povo exercia o seu poder diretamente e sem intermediários ou representantes,
votando em praça pública as questões do Estado que estavam em discussão e sobre as quais cabia a ele
deliberar => democracia direta
Eleição de representantes era o método aristocrático => seleção de uns poucos (os melhores, que em
grego significa aristos) dentre o grande número.
Usava o sorteio como método de extrair, do grande número, uns poucos para exercerem
temporariamente algumas funções administrativas do Estado e que não exigiam conhecimentos ou
habilidades específicas => todos os cidadãos tinham chances iguais de virem a exercer alguma
função a serviço do Estado, enquanto pelo método da eleição a igualdade entre os cidadãos ficaria
comprometida, pois, no processo eletivo, os cidadãos acabariam discriminando os melhores do
restante do povo.
Democracia moderna - povo participa das decisões do governo indiretamente, isto é, por meio de seus
representantes eleitos => democracias representativas.
Método típico de seleção dos governantes => eleitoral
Segundo Schumpeter a democracia dos modernos tem um caráter aristocrático e seletivo sendo um
sistema de competição entre elites, sendo a elite formada não somente pelos mais ricos, mas também
por todos que tem uma posição de destaque na sociedade. Ao invés de conceber a democracia como
um sistema por meio do qual o povo delibera sobre questões de interesse coletivo, que corresponde à
versão popular de que a democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo, ele a entende
como um procedimento por meio do qual as diversas elites de uma sociedade disputam o voto
popular, com o objetivo de exercer as funções de governo.
Regime democrático - aquele por meio do qual todos os cidadãos participam em igualdade de condições
de eleições periódicas, livres e justas para a escolha de seus governantes
Requisito básico de um regime democrático - as eleições por meio das quais os governantes são
selecionados devem ocorrer em um ambiente de liberdade, e que o seu resultado seja apurado de forma
justa, pois sem liberdade e sem lisura nos processos eleitorais, os resultados das eleições não podem ser
considerados como representativos da vontade da maioria
Regimes Democráticos Liberais - regimes em que o governo resulta da escolha da maioria por meio de
eleições periódicas, livres e justas e que, ao mesmo tempo, conservam todas as características dos regimes
liberais quanto às regras básicas de organização do Estado e os direitos civis e políticos dos seus
cidadãos.
Democracia segundo Schumpeter – sistema político em que, além da livre competição entre elites pelo
voto dos eleitores, prevalece também o império da lei, as liberdades individuais de manifestação e as de
imprensa, possibilitando que a minoria venha a se tornar maioria e ocupar o governo. Segundo
Schumpeter, sua concepção de democracia é mais realista do que aquela que a define como “governo do
povo” e apresenta a vantagem de dar destaque à importância vital da liderança na vida política,
negligenciada pela concepção tradicional de democracia
Democracia segundo Robert Dahl – democracia designa o sistema político ideal, e poliarquia designa
os sistemas políticos abertos à influência popular existentes no mundo real.
Ambos concordam que uma série de procedimentos adotados nos regimes liberais democráticos são
centrais e essenciais para considerá-los democracia (para Schumpeter), ou poliarquia (para Dahl).
Como Shumpeter, Dalh também enumera uma série de condições e características para que se possa
considerar um regime poliárquico, entre as quais caberia destacar:
o Maioria dos adultos em uma sociedade tenha direito a voto e o exerça livre de coerção;
o Os votos de cada membro da comunidade eleitora possuam o mesmo peso, e não pesos
diferentes conforme a renda e a educação do eleitor como aconteciam nas sociedades liberais
do século XIX;
o Autoridades não eleitas do Estado encontrem-se subordinadas aos líderes eleitos, e que esses,
por sua vez, estejam subordinados aos não líderes, isto é, à votação popular;
o Que existam fontes alternativas de informação disponíveis para a população e livres de
constrangimento;
o Garantia do direito de oposição àqueles que aceitarem e respeitarem todas essas regras.
A diferença entre os dois é que Schumpeter põe em destaque o caráter elitista da competição
eleitoral, enquanto Dahl põe em relevo o caráter pluralista do exercício do poder. O termo
“poliarquia” (poli = vários, arquia = poder) designa que o poder encontra-se distribuído nas mãos de
várias pessoas e não concentrado nas mãos de um só, como na monarquia, ou igualmente distribuído
pelo povo, como na definição clássica de democracia. Segundo Dahl, o que de fato se observa nas
modernas sociedades capitalistas consideradas democráticas é que, apesar da extrema desigualdade na
distribuição do exercício e do controle do poder, nenhuma liderança exerce um alto grau de controle
sobre as demais.
Parlamentarismo Presidencialismo
Papel de chefe de Estado e chefe do governo Papel de chefe de Estado e chefe de governo é
exercido por pessoas diferentes. Chefia do exercido pelo presidente, que é eleito
governo sempre exercida pelo primeiro- diretamente pelo povo.
ministro, sempre um parlamentar, enquanto a
chefia do Estado, cargo protocolar, exercida
pode um rei ou presidente.
Mandato parlamentar com duração máxima, Mandato parlamentar com tempo rigidamente
mas não rigidamente estabelecido, pois é definido.
facultado ao governo dissolver o parlamento e
convocar novas eleições.
Regimes Democráticos Não Liberais - observa-se em todo o mundo: na Europa Oriental, Ásia, África e
América Latina.
São democracias por conta da forma de constituição dos governos, isto é, pelo voto popular, em
eleições periódicas, livres e justas.
Diferencia-se das democracias liberais democráticas pela ausência de uma, ou de várias das
características dos regimes liberais, principalmente quanto à separação entre os poderes.
Democracia delegativa – nome dado ao regime democrático que surgiu no mundo nos anos 1990, em
que todo o poder é delegado aos presidentes, nesses regimes o governante é eleito por procedimentos
democráticos, mas exerce o poder sem limites claramente definidos. Ex: Argentina e Peru e mais
recentemente, Venezuela, Equador e Bolívia.
Exemplos:
Menem na Argentina – legislava por decretos, usurpando as atribuições legislativas do Congresso.
Democracias quase tirânicas, como na Bielo-Rússia, sob o governo de Aleksandr Lukashenko –
onde os Poderes Legislativo e Judiciário são fracos e as liberdades civis e econômicas
extremamente limitadas.
Peru sob o governo de Alberto Fujimori, eleito e reeleito pelo voto popular, o parlamento foi
dissolvido e a vigência da constituição suspensa.
Representação popular - meio dos quais os votos individuais dos cidadãos – dados a um determinado
candidato ou partido, resultam em representantes eleitos para exercer as funções e os Poderes Executivo e
Legislativo do Estado.
Situação Brasil
Essas três regras básicas só passaram a existir a partir da legislação eleitoral estabelecida em 1932,
quando inclusive foi adotada a extensão do sufrágio às mulheres.
No Império, o voto era censitário dependente da renda do eleitor e na Primeira República, o voto não
era secreto o que coibia a livre expressão da vontade dos eleitores.
O sufrágio universal masculino foi introduzido na Primeira Republica, mas era reservado aos
indivíduos alfabetizados, em uma sociedade composta por uma alta proporção de analfabetos,
excluindo os analfabetos que passaram a votar a partir de 1988.
Brasil - combinação de pleitos regidos pelo princípio majoritário, e pleitos regidos pelo sistema
proporcional.
Representação majoritária - cargos executivos – presidente, governadores de Estado e prefeitos – e
para o Senado Federal.
Representação Proporcional - para os cargos legislativos da Câmara dos Deputados, Assembleia
Legislativa, Câmara Distrital e Câmara de Vereadores.
Esse sistema tem como grande virtude a representação parlamentar das minorias
Lista fechada
Bem mais simples do que o de lista aberta.
Quem define a ordem dos candidatos a serem eleitos com os votos dados ao partido é a direção
partidária, e não o eleitor.
Tem a grande virtude de ser mais compreensível para o eleitor, mas tem o defeito de não lhe permitir
interferir na composição da bancada do partido que escolheu para votar.
Fortalece os partidos como instâncias decisórias e torna previsível a composição da bancada a ser
eleita, mas impede a renovação dos quadros parlamentares do partido, dando um poder enorme às
suas lideranças e facilitando a sua permanência no controle da organização => controle das
oligarquias, isto é, da burocracia partidária sobre os partidos, torna-se ainda maior.
Sistema mais antigo e mais amplamente utilizado no mundo contemporâneo. Seu funcionamento obedece
à mesma lógica e às mesmas regras aplicáveis às eleições majoritárias para os cargos executivos.
Um candidato de cada partido disputa os votos dos eleitores de uma determinada circunscrição
eleitoral.
Dois sistemas:
o Sistema de escrutínio em turno único – adotado geralmente, em países onde apenas dois grandes
partidos disputam as eleições => eleito o candidato que receber o maior número de votos.
o Sistema de escrutínio em dois turnos - adotado em sistemas pluripartidários => no caso de
nenhum candidato conseguir a maioria dos votos na primeira votação, haveria um segundo turno
de eleição para escolher um dentre os dois mais votados
Desvantagem é que uma expressiva parte dos eleitores pode ficar sem representação no parlamento =>
exclusão da representação de algumas minorias e a sobrerrepresentação da maioria.
Vantagem é a governabilidade => sistema majoritário garante ao governo um amplo apoio
parlamentar para governar, contrariamente ao sistema proporcional, em que, raramente, o governo
escolhido nas urnas dispõe de maioria parlamentar.
o Exemplo: Grã-Bretanha – sistema eleitoral é majoritário de turno único. Uma vez apurados os
votos, os britânicos sabem exatamente qual será o seu governo e quem será o seu primeiro-
ministro. Se o vencedor for o partido X, então todo o governo será composto pelos Xs e o
chefe do governo, o primeiro-ministro, será o líder do partido majoritário que por sua vez
também foi eleito parlamentar pela sua circunscrição.
Sistemas de partidos
Não existe uma arquitetura política que seja a mais desejável em qualquer circunstância e aplicável a
todas as sociedades. Cada sociedade, de acordo com a sua experiência, costumes e valores, acaba
desenvolvendo um conjunto de instituições políticas (que englobam o sistema de governo e o sistema
eleitoral) mais adequado à sua dinâmica.
A polarização e oposição entre direita e esquerda é inerente aos regimes democráticos, que têm nos
partidos políticos os veículos de acesso dos diferentes grupos em disputa na sociedade ao exercício do
poder do Estado, e nos diferentes sistemas eleitorais os métodos de seleção daqueles que exercerão,
temporariamente, o poder político. Ainda que no mundo contemporâneo as noções de esquerda e direita
possam ter perdido o significado e clareza que tinham décadas atrás – tanto no Brasil como no restante do
mundo – a polarização política permanece