Área de Pesquisa: Enhenharia de Minas

 Planeamento Mineiro e Economia Mineral

Plano de Pesquisa

Tema: Estudos de reconciliação de mineração e produção de Tantalite na Mina da HAMC Morrua,

Zambézia

Introdução

A reconciliação é um procedimento comum realizado na maioria das minas. Inúmeros geólogos e

engenheiros passam horas na frente de planilhas comparando as reservas planeadas ao que
realmente foi produzido. O resultado é geralmente um conjunto de factores que são aplicados para
estimativas futuras, no sentido de adequar as previsões as melhores formas de como a operação
poderá ser realizada (Morley,2003).

Embora muito realizdos em grandes minas do mundo inteiro, poucos relatórios são feitos e ou
disponibilizados a comunidade cientifica para avaliação das metodologias usadas, e em
Moçambique em concreto, pouco ou quase nada se conhece acerca do assunto, sendo que este
trabalho será potencial pioneiro.

Estudos de reconciliação comparam as predições de quantidade de recurso mineral e as reservas

estimadas pelos geólogos, a partir dos resultados de produção .

Segundo (Morley e Thompson, 2006), os principais enfoques da reconciliação são para:

 Medir a performance das operações versus as metas estabelecidas e fornecer indicadores

chave;
 Comparar as toneladas de minério previstas, teor médio e quantidade de metal produzidos
pelo modelador de recurso, ou, o modelo estabelecido pelos valores de “grade contro
model”, a tonelagem processada e a quantidade de metal produzida pela planta;
 Certificar a precisão na avaliação de recurso mineral e fornecer melhorias no processo de
estimação;
Assim sendo, questões como essas podem ser claramente respondidas:

1- Qual é a percentagem total real da reserva a ser minerada;

2- Como é que a tonelagem total diluída levada a planta comparar-se-á a total estimada;
3- Qual será a percentagem total do metal que será levada a planta de processamento.
4- Qual é a percentagem do recurso (metal contido) calculado que será entregue a planta de
processamento consoante o teor de corte estabelecido.

Com essas questões respondidas em cada fase de monitoramento, as variâncias entre o input e
output são investigados e são esclarecidas as razões e o entendimento do que deverá ser feito para
melhoria dos resultados.

Contextualização

A mina de Morrua localiza-se na parte nordeste da província Zambézia em Moçambique, cujos

depósitos minerais consistem em pegmatitos do tipo LCT (Lítio, Césio e tantálio), com
mineralizações de tântalo (tantalite e microlite), assim como mineralizações de lítio (espodumena,
lepidolite e kunzite). As mineralizações também incluem o berilo que ocorre nas suas variedades
industriais e gemológica (morganite).

A interpretação geológica e as estimativas de recursos produzidas pela SRK são baseadas em

quantidade significativa de dados de furos, todos colectados entre 1979-82 pela Direção Nacional
de Geologia (DNG) em mais de 10 000 metros, tendo feito 133 perfurações e recentemente 24
furos pela HAMC Lda em parceria com a JIL totalizando uma área de 1320 metros.

A SRK indicou um recurso de 4,65 Mt com um teor médio de 510 ppm de tântalo e 1,69 Mt com
teor médio de 470 ppm também de tântalo, ambos definidos pelo código JORC (SRK Consulting,
2005, GEOLOGY, MINING, TAILINGS DISPOSAL AND ENVIRONMENTAL INPUT TO
THE MORRUA TANTALITE PROJECT FEASIBILITY STUDY).

Desde o ano de 2018 até então a mina atravessa momentos de crise de teores. Fala-se também do
elevado custo de extração e de processamento com nivel de recuperacao de tantalo abaixo do
previsto nos estudos de viabilidade económica, acumulando prejuizos na ordem de milhões de
meticais.
O cenário mais agravante foi em março do ano corrente quando a mina teve de comprar tantalite
das associações de garimpeiros sazonais para fechar o contentor e enviar ao cliente na data
estabelecida.

A falta de reconciliação entre as predições e os valores de produção são causados por uma parte
pelos erros nas estimativas de tonelagem e teor do material extraído, bem como má avaliação do
material processado. Manter esses erros pequenos e imparciais é um aspecto importante de uma
operação eficiente, cujo objectivo principal é obter o beneficio máximo de exploração do recurso
mineral. Essas flutuações nas reconciliações trimestrais podem também mascarar suteis, mas
problemas economicamente importantes que podem levar anos para serem identificados e
resolvidos.

Referencias Bibliografia

1. Blucher, I. D. (2002). “Reconciliation – Towards an Ideal Process”, in Proceedings of

value Tracking Symposium, Brisbane, Queensland, Australia, pp. 187-189.

2. Crownright, Michael Stuart (2005) - A REVIEW OF THE RARE-ELEMENT

PEGMATITES OF THE ALTO LIGONHA PEGMATITE PROVINCE, NORTHERN
MOZAMBIQUE AND EXPLORATION GUIDELINES;

3. RICHARD BURT, P. Eng (1996) – DUMP SAMPLING AND ANALYSIS – MORRUA

MINE, MOZAMBIQUE.

4. Risk, R., Mark, P.D. and Helm, S. (2010). Mine Reconciliation for better or worse!,
Snowden Mining, Canada, 8 pp.

5. SRK Consulting, Engineers and Scientists (2005) – GEOLOGY, MINING, TAILINGS

DISPOSAL AND ENVIRONMENTAL INPUT TO THE MORRUA TANTALITE
PROJECT FEASIBILITY STUDY;
6. Thomas, M. and Snowden, V. (1990). “Improving Reconciliation and Grade Control”, AIG Bulletin,
Volume 10, pp. 49-59.