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Marítimo
AUTORES: Godofredo Mendes Vianna e Lucas Leite Marques
COLABORADORAS: Ana Carolina Alhadas e Luíza Bruxellas
GRADUAÇÃO
2018.1
Direito Marítimo
Organizadores:
Professores: Godofredo Mendes Vianna e
Lucas Leite Marques
Assistentes de pesquisa: Ana Carolina Alhadas
e Luíza Bruxellas
Promulgação
Título Data Decreto
Data
nº
Convenção sobre a Organização
Marítima Consultiva
Intergovernamental (IMCO)
06/03/1948 52.493 23/09/1963
Atualmente Convenção Relativa à
Criação da Organização Marítima
Internacional (IMO)
Emendas aos Artigos 17 e
18 da Convenção sobre a
15/09/1964 64.988 13/08/1969
Organização Marítima Consultiva
Intergovernamental
Convenção para a Facilitação do
Tráfego Marítimo Internacional. 09/04/1965 80.672 07/11/1977
(FAL-65)
Emenda ao Artigo 28 da Convenção
sobre a Organização Marítima 28/09/1965 64.989 13/08/1969
Consultiva Intergovernamental
Convenção Internacional sobre
05/04/1966 66.103 22/01/1970
Linhas de Carga. (LL-66)
Protocolo de Emenda à Convenção
para a Unificação de Certas Regras
27/05/1967 87.975 22/12/1982
em Matéria de Assistência e
Salvamento Marítimos de 1910
Convenção Internacional sobre
Medida de Arqueamento de Navios, 23/06/1969
1969. (TONNAGE-69)
Convenção Internacional sobre
Responsabilidade Civil em Danos
29/11/1969 79.437 28/03/1977
Causados por Poluição por Óleo,
1969 (CLC-69)
Convenção sobre o Regulamento
Internacional para Evitar 10
Atos Multilaterais Assinados pelo Bra-
20/10/1972 80.068 02/08/1977 sil no Âmbito da Organização Marítima
Abalroamento no Mar, 1972. Internacional, retirado do site: <www2.
mre.gov.br/dai/imo.htm>. Acesso em:
(COLREG-72) e (RIPEAM-72) 19 ago. 2011.
O instituto surgiu em 1926 como órgão auxiliar da extinta Liga das Na-
ções. É uma organização intergovernamental independente, sediada em 11
Para saber mais sobre a Unidroit,
Roma. Tem como objetivo a harmonização e coordenação do direito priva- consultar o site: <http://www.uni-
droit.org/about-unidroit/overview>
do. O Brasil tornou-se um membro em 18 de junho de 1940. Acesso em: 20 jul. 2015.
5. Regras de Roterdã23
bro de 1910. Entrou em vigor em: 01 de março de 1913. O Brasil ratificou. Status das ratificações das conven-
ções marítimas internacionais de
• International convention for the unification of certain rules relating to Bruxelas em: <http://www.comi-
temaritime.org/Uploads/pdf/CMI-
the Limitation of the liability of owners of sea-going vessels and protocol -SRMC.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2015.
of signature Brussels, 25 de agosto de 1924. Entrou em vigor em 02 de aspx?src=TREATY&mtdsg_no=XI-D-
-8&chapter=11&lang=en#EndDec>.
junho de 1931. O Brasil ratificou. Acesso em 20.jul.2015
CASO GERADOR
QUESTÕES DE AUTOMONITORAMENTO
REFERÊNCIAS
Bibliográficas
1 Utilizadas
Eletrônicas
Jurisprudenciais
Legislativas
1. Navio e embarcação
27
SIMAS, Hugo. Compêndio de direito
marítimo brasileiro. São Paulo: Saraiva
Navio de Cruzeiro Plataforma de exploração de petróleo & Cia Editores, 1938, p. 48.
28
Art. 3º do Decreto n° 15.788/22.
Assim, é correto afirmar que o navio é uma espécie cujo gênero é a embarcação. 29
Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário.
hipoteca naval35. 31
“[...] os navios, por força do art. 82
do Código Civil/1916, são considera-
Registre-se que as características de navio semelhantes aos bens imóveis dos bens móveis.” (STJ – Resp. no.
792.444/RJ).
estão especificamente adstritas à previsão legal expressa. 32
LACERDA, José Candido Sampaio de.
Curso de direito privado da navegação.
Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1984,
3ª ed. rev. e atual. por Aurélio Pitanga
1.2 Características do navio Seixas Filho, p.53.
33
Lei n° 7.652/1988.
1.2.1.2 Classe
São aqueles pertencentes aos entes privados, como, por exemplo, os porta-
-contêineres, os petroleiros, os de transporte de gás, entre outros, integrando
o ramo civil das atividades marítimas.
A Lei nº 9.432/1997 define, nos incisos de seu art. 2º, os tipos de navega-
ção que um navio pode ser classificado. São eles:
VII - Navegação de apoio portuário: a realizada exclusivamente nos portos e
terminais aquaviários, para atendimento a embarcações e instalações portuárias;
VIII - Navegação de apoio marítimo: a realizada para o apoio logístico a
embarcações e instalações em águas territoriais nacionais e na Zona Econômica,
que atuem nas atividades de pesquisas e lavras de minerais e hidrocarbonetos;
[...]
1.6 Armador
[...]
viços de transportes, seja nos serviços de pesca, ou nos de re- Armar uma embarcação significa
40
1.6.2 Armador-locatário
1.8 Fretador
1.9 Afretador
1.10 NVOCC
--- X ---
[...]
[...]
-X-
1.12.2 Transitários
1.12.5 Reboque
Rebocadores operando
1.12.6 Praticagem
[...]
O prático é o profissional habilitado que, tendo conhecimen-
to de posicionamento de rochas e rochedos submersos, bancos
de areia, marés e correntes de maré, e, normalmente autoriza-
do pelo órgão governamental competente, assessora os capi-
tães de navios nos serviços de praticagem54.
-X-
-X-
1.14.1 Intermodalidade
1.14.2 Multimodalidade
CASO GERADOR
QUESTÕES DE AUTOMONITORAMENTO
REFERÊNCIAS
Bibliográficas
1 Utilizadas
KOVATS, L. J. The Law of Tugs and Towage. Londres: Barry Rose (Publishers)
Ltd, 1980.
Jurisprudencial
Legislativa
ROTEIRO DE ESTUDO
• Setembro de 2000: vazam 4 mil litros de óleo bruto dos porões do car-
gueiro Cantagalo, da Transpetro, que estava atracado no terminal da
baía da Ilha Grande, em Angra dos Reis (Rio de Janeiro).
• 18 de outubro de 2001: o navio petroleiro Norma da frota da Trans-
petro, que carregava nafta, chocou-se em uma pedra na baía de Parana-
guá, litoral paranaense, vazando 392 mil litros do produto e atingindo
uma área de 3 mil metros quadrados.
• 20 de março de 2004: cerca de dois mil litros de petróleo vazaram de
um navio desativado, Meganar, pertencente a uma empresa privada, na
Baía de Guanabara, próximo a Niterói, no Rio de Janeiro.
• 15 de novembro de 2004: o navio de bandeira chilena Vicunã, carre-
gado com 11 mil toneladas de metanol, explodiu três vezes e afundou
totalmente com pelo menos metade da carga em seu interior. Acredita-
-se que possam ter vazado entre 3 e 4 milhões de litros de três tipos de
combustíveis, sendo considerado o maior vazamento em 20 anos na Baía
de Paranaguá/PR. Além do impacto no ambiente aquático causado pelas
explosões, houve mortes dos tripulantes e de muitas espécies da fauna ma-
rinha. Os pescadores locais foram proibidos de pescar e, por esse motivo,
o governo do Estado repassou cerca de 1,7 milhão às famílias dos pesca-
dores. Cada pescador recebeu um salário mínimo enquanto a pesca nos
locais atingidos esteve proibida. A mancha de óleo atingiu mais de 30 km
e uma equipe de pessoas foi treinada para auxiliar na limpeza e salvamen-
to de espécies atingidas pelo óleo. A Cattalini, o P&I, a agência marítima
da embarcação e a Sociedad Naviera Ultragas, proprietária da embarca-
ção, foram multadas em R$ 250 mil diários, cada uma, na ocasião.
• 16 de novembro de 2011: o navio plataforma FPSO Cidade de São
Paulo, de propriedade da empresa Modec, ao efetuar a troca de água
de lastro acabou ocasionando o vazamento de 10 mil litros de óleo na
baía de Ilha Grande, em Angra dos Reis/RJ. O INEA aplicou multa
equivalente a R$ 10 milhões.
• 27 de junho de 2012: o navio Mercante Seawind, de bandeira pana-
menha, transportava granito para Itália quando teve de ancorar em
Fortaleza para abastecer o combustível. Em virtude de irregularidades
detectadas pela Capitania dos Portos e por questões relativas à Justiça
do Trabalho, o navio ficou retido no por 11 meses no porto, quando
começou a afundar em 27/06/12. Em consequência, houve um derra-
mamento de 8 mil litros de óleo.
• 05 de abril de 2013: durante o abastecimento de um navio, uma das
válvulas do Terminal TEBAR (Terminal Marítimo Almirante Barro-
so) da TRANSPETRO em São Sebastião/SP apresentou um problema
que ocasionou o vazamento de 3.500 litros de óleo no mar. A empresa
foi multada em R$ 10 milhões pela Companhia Ambiental do Estado
de São Paulo (Cetesb).
Lei Federal nº 7.347 de 24/07/85: Ação Civil Pública por Danos Cau-
sados ao Meio Ambiente - Institui a Ação Civil Pública de Responsabili-
dade por Danos Causados ao Meio Ambiente, ao Consumidor, a Bens e
Direitos de Valor Artístico, Estético, Histórico e Paisagístico. Estas ações
objetivam responsabilizar e obrigar o poluidor a reparar o dano gerado.
A lei disciplina as Ações Civis Públicas que podem ser propostas pelo
Ministério Público, pela União, Estados e Municípios ou por autarquias,
empresas públicas, fundações, sociedades de economia mista ou associa-
ções de defesa ao meio ambiente.
3. Responsabilidade ambiental
3.4 Responsabilidades
Percebe-se, portanto, que a letra da lei pressupõe uma advertência anterior e, so-
mente se não sanada (intencionalmente ou por negligência), poderá receber multa.
A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou
outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado. E o valor
da multa de que trata este Capítulo será fixado no regulamento desta Lei e
corrigido periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação
pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 e o máximo de R$ 50.000.000,00.
Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental
serão revertidos a vários fundos, conforme dispuser o órgão arrecadador.
Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbi-
co, quilograma ou outra medida pertinente, de acordo com o
objeto jurídico lesado.
Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixa-
do no regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com
base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo
o mínimo de R$ 50,00 e o máximo de R$ 50.000.000,00.
Nesse particular, caso não apresente defesa, o autuado arcará com o ônus
da arbitrária penalidade aplicada pela Autoridade Marítima, pois eventual
multa aplicada não terá por escopo as consequências ambientais advindas do
incidente, mas meramente a ocorrência do incidente por si só.
Importante destacar que o processo é regido pela NORMAM n° 09 (Por-
taria nº 261 de 23/12/2011), que estabelece o procedimento de inquéritos
administrativos sobre acidentes e fatos da navegação.
4.4 Dragagem
86
DPC. NORMAM 11. Disponível em:
<https://www.dpc.mar.mil.br/
normam/N_11/normam11.pdf>.
REFERÊNCIAS
Bibliográficas
1 Utilizadas
POLIDO, Walter. Seguros para riscos ambientais. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2005.
Eletrônicas
Legislativas
ROTEIRO DE ESTUDO
1. Seguros Marítimos
variar de acordo com o bem segurado; bilateral, pois gera direitos e obriga- FIÚZA, César. Direito Civil – Curso
88
1.4 Resseguro
1.5 Retrocessão
1.6.1 O LLOYD’S
Lloyd’s atualmente
Em conformidade com os riscos predeterminados nas Condições Gerais, tráfego ou comércio ilícito ou clan-
destino, ou em violação de bloqueio,
foram estabelecidas três coberturas básicas para o Seguro de Casco e Máqui- e a Seguradora não admitirá qualquer
pedido de indenização de prejuízos
nas: Cobertura 1 – Perda Total (PT), Assistência e Salvamento (AS), Avaria proximamente causados ou atribuíveis
àqueles riscos, quer tal emprego ocorra
Grossa (AG); Cobertura Básica 2 – Perda Total (PT), Assistência e Salva- com a conivência do Segurado, arma-
mento (AS), Avaria Grossa (AG), Responsabilidade Civil por Abalroação dor ou administrador da embarcação,
quer decorra de sua negligência carac-
(RCA); Cobertura Básica 3 – Perda Total (PT), Assistência e Salvamento terizada ou omissão culposa (subitem
5.2.1) em relação ao disposto na alínea
(AS), Avaria Grossa (AG), Responsabilidade Civil por Abalroação (RCA), “c” do item 5.2 da Cláusula 5.
6.5 – Desvio de Rota – Nos seguros
Avaria Particular (AP); por viagem, a agravação dos riscos
Depreende-se da análise do sumário das Coberturas Básicas que a Co- resultante do desvio ou prolongamen-
to voluntário da rota originalmente
bertura Básica 1 é a garantia mínima a ser concedida, sendo que há amplia- prevista na apólice e os prejuízos daí
decorrentes só terão cobertura me-
ções nas outras duas. diante o cumprimento do disposto no
item 1.2 da Cláusula 1 (COBERTURA);
salvo em caso de força maior, como
1.8.1 Perda Total (PT) medida de segurança para o navio e/ou
sua carga, ou para prestação de socorro
ou assistência a outra embarcação em
apuros e/ou visando ao salvamento de
A Perda Total da embarcação, para fins do Seguro Casco e Máquinas, vida humana em perigo.
pode ser considerada Real ou Construtiva. 6.6 – Roeduras por Vermes, etc. – Esta
apólice não cobre os danos causados a
A Perda Total Real ocorre quando: a) o objeto segurado é destruído ou tão embarcação ou seus pertences por roe-
duras ou perfurações por vermes, inse-
extensamente danificado que deixa de ter as características da coisa segurada; tos ou outros bichos, nem as despesas
b) o Segurado fica irremediavelmente privado do objeto ou interesse segu- de substituição das partes afetadas;
quanto aos prejuízos consequentes
rado; ou c) o objeto segurado é dado como desaparecido após um período daqueles danos e apenas quando ca-
racterizado o “vício oculto”, aplica-se o
razoável de efetivas buscas e pesquisas sem resultados positivos.95 disposto no item 6.2.
6.7 – Quarentena e Estadia em Porto –
A Perda Total Construtiva ocorre quando o custo da preservação, recupe- Nenhuma reclamação ou indenização
ração, reparação e/ou reconstrução do objeto segurado for igual ou superior será admitida sob esta apólice com base
em despesas de invernada ou quarente-
a 75% de seu valor ajustado. na por motivos sanitários ou regulamen-
tares. Em caso de sinistro coberto por
No cálculo do percentual de 75% acima mencionado não deve ser con- esta apólice, as despesas de estadia só
serão indenizáveis quando e na medida
siderado o valor que possa ter o objeto segurado ou o que dele restar após o em que compreendidas em condição
sinistro, nem a contribuição que se tornaria exigível de terceiros a título de particular anexa à presente apólice. Em
nenhuma outra hipótese caberá qual-
Avaria Grossa, porém, deve-se computar os custos das operações de salva- quer indenização a título de demora ou
estadia da embarcação no porto.
mento ou remoção que se fariam necessárias e a contribuição que caberia à 6.8 – Lucros Cessantes – Acham-se ex-
embarcação em caso de Avaria Grossa. cluídos da cobertura concedida por esta
apólice os lucros cessantes, ou perdas
equivalentes sofridas pelo Segurado
ou beneficiário deste seguro, seja qual
1.8.2 Assistência e Salvamento (AS) for sua causa, origem ou conceituação
e ainda que decorrentes de sinistro co-
berto por esta apólice.
A cobertura de Assistência e Salvamento refere-se: a) à remuneração ou 6.9 – Poluição – A poluição que venha
a ser causada pela embarcação segura-
recompensa devida pelo Segurado a quem atuando por iniciativa própria da, ou que dela se origine, bem como
as multas, prejuízos, danos e responsa-
ou mediante acordo firmado em termos usualmente aceitos pelos segu- bilidades que dela resultarem, acham-
radores tenha salvado ou participado do salvamento da embarcação ou -se totalmente excluídas da cobertura
concedida por esta apólice.
do objeto segurado quando em situação de grave perigo real de se perder 6.10 – Riscos de Radioatividade –
Ressalvado o disposto na alínea “e”
totalmente ou quando na iminência de sofrer ou gerar outros prejuízos do item 1.3 da Cláusula 1, a presente
apólice não dá qualquer cobertura aos
indenizáveis sob apólice pactuada; b) às despesas razoáveis e necessárias, riscos de radioatividades e às responsa-
inerentes a tais operações, bem como aos danos por elas causados à em- bilidades decorrentes.
6.11 – Roubo e Furto – Não estão
barcação ou objeto segurado.96 compreendidos na cobertura, nem
Importante destacar que se os serviços de salvamento, reboque ou ou- equiparados à pilhagem e a predação,
para fins desta apólice, o roubo e/ou
tra assistência, forem prestados por embarcação pertencente, no todo ou em furto de peças, pertences ou provisões
da embarcação ou de sua tripulação,
parte, ao mesmo armador, ou que seja por este administrada, o valor de tais nem o da própria embarcação, pratica-
do por tripulantes ou por outrem.
serviços e a responsabilidade da Seguradora serão igualmente apurados por 6.12 – Riscos de Guerra, Greves e Corre-
arbitramento, como se as embarcações fossem de inteira propriedade e admi- latos – Acham-se igualmente excluídos
da cobertura, salvo disposição expressa
nistração de armadores diferentes. em contrário nas cláusulas ou condições
particulares anexas a esta apólice ou
que a ela venham a incorporadas por
1.8.3 Avaria Grossa (AG) endosso e apenas na medida em que
tais cláusulas ou condições particulares
revoguem e prevaleçam sobre as exclu-
sões objeto desta cláusula e unicamente
A cobertura de Avaria Grossa abrange a quota de contribuição da embar- enquanto permaneçam em vigor.
I – qualquer perdas, danos ou despesas
cação segurada e do frete (este quando em risco e objeto de seguro específico) proximamente causados por, resultantes
que for apurada na repartição da Avaria Grossa. de, ou incorridas em consequência de:
a) captura, sequestro, arresto, reten-
Saliente-se que, em nenhuma hipótese, haverá cobertura securitária para ção ou detenção ou qualquer tentativa
nesse sentido;
despesas e prejuízos quando feitos ou suportados visando exclusivamente ao b) hostilidade ou operações bélicas
salvamento e preservação da carga e somente a esta beneficiarem. ou equivalentes tenha ou não havido
uma declaração de guerra; ressalvado
Importante destacar que a cobertura concedida a título de Avaria Grossa que estas exclusões não se aplicam em
casos de abalroação ou de contato com
aeronaves, foguetes ou mísseis simila-
res, ou com quaisquer objetos fixos ou
[...] entende-se absolutamente livre de reclamação por Avaria flutuantes que não minas, torpedos ou
Particular e de danos ao casco da embarcação segurada por ato engenhos de guerra semelhantes, de
mau tempo, de encalhe, incêndio ou
de Avaria Grossa, porém a contribuição da embarcação em explosão que não causados diretamente
por ato hostil de ou contra uma potência
Avaria Grossa será indenizável quando esta se originar da per- beligerante e independentemente da
natureza da viagem ou do serviço que
da de, ou de dano ao equipamento, túneis de amarras, caldei- a embarcação segurada ou qualquer
ras, maquinaria, máquinas e motores auxiliares e de refrigera- outra embarcação nela envolvida esteja
executando; e ressalvando ainda que
ção, revestimentos térmicos, instalações elétricas, controles de a expressão “potência”, na forma aqui
empregada inclui qualquer autoridade
direção (excluído o leme), âncoras, amarras, cabos, mastros, mantendo força naval, terrestre ou aérea
guindastes, vergas, velas, botes e respectivas conexões, bem em associação com uma potência;
II – qualquer perda, dano, responsabili-
como de qualquer dano causado à embarcação ou a seu equi- dade ou despesa causada por qualquer
pessoa agindo maliciosamente ou por
pamento para extinção de incêndio a bordo, ou por contatos motivação política e que se origine:
a) de detonação de um explosivo;
com outras embarcações que lhe estejam prestando assistência b) de qualquer arma de guerra.
ou participando de seu salvamento.97 III - qualquer perda, dano, responsa-
bilidade ou despesa que se origine de
qualquer arma de guerra empregando
fissão e/ou fusão atômica ou nuclear ou
1.8.4 Responsabilidade Civil por Abalroação (RCA) outra reação semelhante ou força ou
matéria-radioativa.
1.10 DPEM
QUESTÕES DE AUTOMONITORAMENTO
REFERÊNCIAS
Bibliográficas Utilizadas
FIUZA, César. Direito Civil – Curso Completo. 5. ed. Rio de Janeiro: Del
Rey, 2002.
Jurisprudenciais
Legislativas
ROTEIRO DE ESTUDO
1. Histórico / Introdução
VIII - (VETADO):
a) (VETADO);
b) (VETADO); e
c) (VETADO);
Cabe destacar ainda que, a Nova Lei designou como terminal de uso privado
apenas as instalações portuárias localizadas fora da área do porto organizado.
Importante ressaltar ainda a distinção que a lei trouxe em relação aos con-
ceitos de concessão e arrendamento, deixando claro que a concessão é cessão
onerosa do próprio porto organizado (administração e exploração de sua infra-
estrutura), enquanto que o arrendamento é a cessão onerosa de área localizada
dentro do porto organizado, portanto, cessão de apenas uma parcela do porto
que pode ser denominada como instalação portuária ou terminal de uso públi-
co, ambas cedidas à iniciativa privada mediante procedimento licitatório.
De acordo com o artigo 17 da nova lei dos portos, a administração do porto
poderá ser exercida diretamente pela: i) União; ii) pela delegatária (transferên-
cia através de convenio para Municípios, Estados ou Consórcios Públicos) ou
iii) pela entidade concessionária do porto organizado (por meio de licitação).
A nova lei dos portos, Lei nº 12.815 de 2013 praticamente repete o mo-
delo aplicado a partir de 1993 e em seu artigo 32 prevê que, os operadores
portuários deverão constituir, em cada porto organizado, um órgão de gestão
de mão de obra do trabalho portuário destinado a:
• manter, com exclusividade, o cadastro do trabalhador portuário e o
registro do trabalhador portuário avulso;
• treinar e habilitar profissionalmente o trabalhador portuário, inscre-
vendo-o no cadastro;
• selecionar e registrar o trabalhador portuário avulso;
• estabelecer o número de vagas, a forma e a periodicidade para acesso ao
registro do trabalhador portuário avulso;
• expedir os documentos de identificação do trabalhador portuário; e
• arrecadar e repassar aos beneficiários os valores devidos pelos operado-
res portuários relativos à remuneração do trabalhador portuário avulso.
• Aplicar aos TPAs, quando couber: a) repreensão verbal ou por escrito;
b) suspensão do registro pelo período de 10 (dez) a 30 (trinta) dias;
ou c) cancelamento do registro;
• Formar profissionalmente o trabalhador portuário e o trabalhador por-
tuário avulso; 118
Conforme disposto na Lei nº
• Promover treinamento multifuncional do trabalhador portuário e do 8.630/1993, art. 25 e hoje tratado na
Lei nº 12.815/2013 em seu art. 32 e
trabalhador portuário avulso; e seguintes.
mais serviços correlatos, nas operações de carregamento e descarga Lei nº 12.815/2013, Artigo 33, § 2º;
122
terpretações: (i) os trabalhadores que possuam apenas o cadastro no OGMO elencadas no artigo 40,§2º da nova lei
dos portos, ver o julgado: BRASIL. Tri-
não poderiam ser contratados com vínculo empregatício a prazo indetermina- bunal Regional do Trabalho. Segunda
do, a exclusividade se daria apenas aos trabalhadores registrados; e (ii) não po- Região. RO n. 00020823120125020445.
Sexta Turma. Julgado em 11 de feverei-
deria haver a contratação a vínculo, de trabalhadores fora do sistema portuário, ro de 2014.
ou seja, que não fossem registrados no OGMO; (iii) que lançado edital para
contratação a vinculo empregatício, não havendo trabalhadores portuários
avulsos registrados e nem cadastrados interessados na contratação a vínculo,
poderia o empregador contratar trabalhadores fora do sistema do OGMO.
Quanto à contratação fora do sistema OGMO, há jurisprudência pací-
fica no TST no sentido de que a contratação deve ser feita prioritariamente
com trabalhadores avulsos registrados e cadastrados, de forma que apenas
quando as vagas ofertadas não forem preenchidas será lícita a contratação
fora do OGMO.126
A dificuldade de empregar mão de obra avulsa se dá em grande parte em
razão da ausência de subordinação, de vinculação direta, pois a cada opera-
ção, em turno de seis horas, há a escalação de trabalhadores diferentes para a
execução dos serviços. Logo, não há uma vinculação pautada na confiança e
comprometimento que se pretende obter na relação de trabalho, no relacio-
namento entre o empregador e empregado.
Ademais, para cada operação de seis horas, o operador portuário fica obri-
gado a requisitar junto ao OGMO um terno de trabalhadores de cada cate-
goria. A expressão “terno” é a designação histórica para equipe de trabalhado-
res, cujo número de componentes não é pré-definido na lei, pois esta optou
por tratar a matéria como parte da negociação coletiva entre os interessados
(trabalhador portuário avulso e operador portuário),.No entanto, o consenso
acerca do número adequado de trabalhadores a compor o terno para cada
operação não é tarefa fácil.
No passado a adoção do regime de trabalho avulso se justificava pela pou-
ca frequência de navios e operações realizadas, mas com o crescimento e
desenvolvimento da atividade portuária, esta modalidade de contratação pas-
sou a ter menor relevância.
Atualmente, alguns operadores portuários vêm optando por desenvolver o
trabalho portuário utilizando exclusivamente trabalhadores com vínculo em-
pregatício, deixando de utilizar o trabalho portuário na modalidade avulsa.
Essa opção tem causado a insatisfação de várias das categorias de traba-
Ver: TST. AIRR 232-07.2010.5.01.0067.
lhadores portuários, que por meio dos seus Sindicatos e também em ações
126
Ainda, de acordo com o art. 11 da portaria supracitada, o PDZ tem como 128
Lei 12.815/2013, Art 17º §2º. A com-
objetivo geral promover a modernização do porto e sua integração com os petência para elaborar o plano Geral de
Outorgas - PGO é da Secretaria de Portos
demais meios de transporte. da Presidência da República conforme
Decreto nº 8.033/2013, Art. 2º, I.
Dentro dos portos organizados, a autoridade portuária interage com ou-
129
A Portaria SEP nº 206/2014 alterou
tras autoridades, quais sejam: autoridade marítima (Capitania dos Portos) o Anexo I da Portaria SEP 03/2014. Já a
e autoridade aduaneira (Receita Federal), esta interação está expressamente Portaria SEP nº 499/2014 além de modi-
ficar o Anexo I alterou também a redação
prevista na Lei, nos seguintes termos: do art. 2º,PÚ, art. 3º,PÚ e art. 9º,§1º.
A nova Lei dos Portos, Lei nº 12.815 de 2013, através do seu artigo 20,
alterou de forma substancial a competência do CAP, pois antes o Conselho
detinha poderes de deliberação, mas com a nova lei, passou a ser apenas um
órgão consultivo da administração do porto.
Ademais, a lei reservou para regulamento próprio a previsão das atribuições, o
funcionamento, bem como a composição dos conselhos de autoridade portuária.
A competência atual do CAP está presvista no art. 36,§1º do Decreto
8.033/13, de onde se extrai que cabe ao CAP sugerir:
Quanto a sua composição, o CAP deixou de ser formado por quatro blo-
cos para ter assegurada a participação apenas da classe empresarial, dos tra-
balhadores portuários e do poder público, ficando excluída a participação
dos usuários (os clientes, empresas que necessitam dos portos para escoar ou
receber as suas cargas) como bloco próprio.
A composição dos novos CAPs deveobservar o regramento previsto no
Parágrafo Terceiro, do artigo, 20 da nova Lei dos Portos que dispõe da se-
guinte forma:
ção do poder concedente, realizar a abertura de processo de chamada pública Para as regras de autorização de
134
I - a região geográfica na qual será implantada a instalação portuária; Decreto nº 8.033/2013, art. 27,pará-
135
grafo único.
II - o perfil das cargas a serem movimentadas; e 136
Em relação ao procedimento sancio-
III - a estimativa do volume de cargas ou de passageiros a ser movimenta- nador de competência da ANTAQ, ver a
Resolução da ANTAQ nº 3259 de 30 de
do nas instalações portuárias. janeiro de 2014.
permanente sobre a qualificação e formação do trabalhador portuário avulso e Portaria da Secretaria de Portos nº
e sua adequação aos modernos processos de movimentação de carga, bem 110, de 2 de agosto de 2013.
como prevê a criação do Sine-Porto a ser instituído pelo Ministério do Tra- 146
Decreto nº 8.033/2013, Art. 36 e
seguintes.
balho e Emprego com o objetivo de identificar e organizar a oferta de mão de 147
Decreto nº 8.033/2013, Art. 36 e
obra qualificada para o setor portuário.147 seguintes.
7. Conclusão
QUESTÕES DE AUTOMONITORAMENTO
REFERÊNCIAS
Bibliográficas
Jurisprudenciais
Normativas
Sítios Eletrônicos
ROTEIRO DE ESTUDO
1. Do Tribunal Marítimo
Quando há uma explosão em um navio, com sérios danos materiais, a per- 154
Lei n° 2.180/1954 - “Art. 20. Não
da total da embarcação e vítimas fatais, ocorrerá uma competência concor- corre a prescrição contra qualquer
dos interessados na apuração e nas
rente entre o Tribunal Marítimo, no deslinde técnico do acidente da navega- consequências dos acidentes e fatos
ção, com a justiça civil (indenização às famílias das vítimas, por exemplo) e da navegação por água enquanto não
houver decisão definitiva do Tribunal
criminal (morte dos tripulantes). Marítimo.”
ção for constatado que o evento não se caracterizou como tal. NORMAM 9, item 0108, alínea a.
158
Após a apreciação do relatório do inquérito, os autos serão encaminhados NORMAM 9, item 0111, alínea a.
159
ao Tribunal Marítimo por meio de um ofício especial de remessa. NORMAM 9, item 0111, alínea a.
160
5.2.1 Instauração
161
Lei n° 2.180/1954 – “Art 41. O proces-
A instauração do processo administrativo pode ocorrer por iniciativa pú- so perante o Tribunal Marítimo se inicia:
a) em virtude de representação do in-
blica, privada ou por decisão do próprio Tribunal,161 conforme o disposto no teressado;
b) por iniciativa da Procuradoria;
artigo 41 da Lei nº 2.180/1954, sendo instaurado por exposição escrita e cir- c) por decisão do próprio Tribunal.”
cunstanciada por meio de portaria, representação, auto de infração, petição e 162
Lei n° 2.180/1954 – “Art. 41. O proces-
despacho da autoridade competente. so perante o Tribunal Marítimo se inicia:
I - por iniciativa da Procuradoria;
Provocado por iniciativa pública, o processo inicia-se com a represen- II - por iniciativa da parte interessada;
III - por decisão do próprio Tribunal.
tação da Procuradoria Especial da Marinha, ou por meio da decisão do § 1º O caso do número II dar-se-á:
próprio Tribunal Marítimo. Pela iniciativa privada, o processo inicia-se a) por meio de representação, devi-
damente instruída, quando se tratar
por requerimento ou petição do interessado. Nesse particular, caso a PEM de acidente ou fato da navegação, no
decorrer dos 30 dias subsequentes ao
entenda pelo arquivamento dos autos, poderá a parte interessada requerer prazo de 180 dias da sua ocorrência, se
até o final deste, não houver entrado no
a instauração do processo.162 Tribunal o inquérito respectivo;
Uma vez instaurado o processo por recebimento da denúncia ou sendo b) Por meio de representação, nos au-
tos de inquérito, dentro do prazo de
negado o arquivamento do inquérito a pedido da Procuradoria Especial da dois meses, contado do dia em que os
autos voltarem da Procuradoria, quan-
Marinha, se procederá a citação do acusado, conforme previsto no art. 42 da do a promoção for pelo arquivamento,
Lei nº 2.180/1954.163 ou ainda no curso do processo dentro
do prazo de três meses, contado do dia
da abertura da instrução, ou até a data
de seu encerramento, se menor for a
5.2.2 Defesa sua duração. [...]
163
Lei n° 2.180/1954 – “Art. 42. Rece-
Respeitando-se o devido processo legal, a defesa nos autos do processo bido o inquérito ou a representação
de que trata o artigo precedente será
administrativo está prevista no art. 56 da Lei nº 2.180/1954,164 devendo ser imediatamente feita a sua distribuição,
cabendo ao relator designado ordenar,
interposta de forma escrita, especificando os meios de provas que se pretende em seguida a notificação, por edital,
produzir, no prazo de quinze dias contados a partir da notificação, sendo de todos os possíveis interessados no
acidente ou fato em apuração.”
obrigatoriamente subscrita por advogado constituído nos autos, conforme 164
Lei n° 2.180/1954 – “Art. 56. Dentro
determina o art. 31 da mesma lei.165 em quinze dias da notificação poderá o
notificado oferecer defesa escrita, jun-
tando e indicando os meios de prova
5.2.3 Instrução que entender convenientes.
Parágrafo único. A decisão do Tribunal
Marítimo só poderá versar sobre os
fatos constantes da representação ou
A instrução, assim como em qualquer procedimento judicial, é a fase com- da defesa.”
probatória que visa a elucidar os fatos. É nesta fase que se dará o depoimento 165
Lei n° 2.180 – “Art. 31. O patrocínio
pessoal do representado, as inquirições das testemunhas envolvidas no caso, das causas no Tribunal Marítimo é priva-
tivo dos advogados e solicitadores provi-
todas as inspeções e perícias técnicas necessárias, juntada de documentos, sionados, inscritos em qualquer seção da
Ordem dos Advogados do Brasil.
dentre outras diligências inerentes à instrução do processo. Parágrafo único. As proibições e im-
pedimentos de advocacia no Tribunal
Marítimo regem-se pelo disposto no
5.2.4 Relatório Regulamento da Ordem dos Advoga-
dos do Brasil.”
166
Lei n° 2.180/1954 – “Art. 65. Finda
O relatório é a fase que sucede à instrução do feito. Assim, após as alega- a instrução, será aberta vista dos autos
por dez dias, sucessivamente, ao autor
ções finais das partes, no prazo de dez dias sucessivos, iniciando-se pela acu- e ao representando para que aduzam,
sação e, em seguida, com vista dos autos à defesa do representado, conforme por escrito, alegações finais, e em
seguida serão os autos conclusos ao
determina o art. 65 da Lei nº 2.180/1954,166 os autos serão conclusos ao juiz relator para pedido de julgamento.”
relator, que terá, então, o prazo de dez dias para a elaboração do relatório e
o pedido de inclusão do processo em pauta para julgamento, nos termos do
art. 67 da Lei nº 2.180/1954,167 devendo sanar, nesta oportunidade, qual-
quer irregularidade ou omissão processual, bem como ordenar diligências
necessárias ao esclarecimento da causa sob análise.
Em observância aos limites objetivos da coisa julgada administrativa, a
conclusão dos fatos estabelecidos na fundamentação do relatório e os moti-
vos determinantes para a conclusão da decisão, bem como as questões preju-
diciais decididas incidentalmente no curso processual não farão coisa julgada
administrativa, uma vez que se aplica, subsidiariamente, a regra do art. 469
do Código de Processo Civil.168
5.2.5 Julgamento
Ademais, a Lei estipula em seu art. 121, § 5° que multa aplicada pelo Tri-
bunal pode variar de onze a quinhentas e quarenta e três Unidades Fiscais de
Referência (UFIR), ressalvada a elevação do valor máximo nos casos previstos
na lei, podendo ainda tal multa ser aumentada em 10 vezes caso trate-se de
pessoa jurídica. Por fim, cumpre-se observar que o valor da UFIR foi conge-
lado no valor de R$ 1,604.
6.3 Secretaria
O naufrágio ocorre quando uma embarcação afunda nas águas, sem que
esta possa emergir por meios próprios, devido à entrada de água na embar-
cação, adernamento, emborcamento, alagamento etc. O encalhe significa
o contato do fundo da embarcação com o fundo do mar, dificultando a
movimentação da embarcação. A colisão é o choque da embarcação contra
qualquer objeto que não seja outra embarcação. Já a abalroação é o choque
de uma embarcação com outra embarcação. O acidente denominado água-
-aberta decorre de abertura abaixo da linha d’água permitindo a entrada
de água nos espaços internos da embarcação, provocada por quaisquer fa-
lhas que comprometam a vedação da embarcação. Considera-se explosão a
combustão brusca ocasionando abrupta pressão. Quanto ao incêndio, diz-se
de destruição causada por fogo decorrente, por exemplo, de combustão de
materiais a bordo. A varação significa fazer encalhar, intencionalmente, em-
barcação que apresenta quaisquer falhas técnicas / operacionais que compro-
metam sua locomoção, visando a evitar maiores danos à mesma, tais como o
naufrágio. Denomina-se alijamento o ato de lançar ao mar objetos carrega-
dos pela embarcação a fim de melhorar seu deslocamento ou beneficiar sua
estabilidade. Finalmente, a arribada significa levar a embarcação a um porto
ou lugar que não seja de escala ou de destino, que não tenha sido previsto no
planejamento da viagem.
Em sua apuração e julgamento, o Tribunal Marítimo avalia se o acidente
ocorreu por uma razão “justificada”, como caso fortuito decorrente de força
maior; se decorrente de causa “injustificada”, isto é, ocasionada por defeito na
embarcação ou por negligência de tripulante; ou, ainda, se resultou de ato volun-
tário, devido à vontade ou interesse do Capitão, dos tripulantes ou do armador.
Consideram-se também acidentes da navegação quaisquer avarias ou de-
feitos no navio, ou nas suas instalações, que ponham em risco a embarcação,
as vidas, as mercadorias e os bens transportados, conforme o artigo 14, alínea
“b” da Lei n° 2.180/1954.177
Ressalte-se que, embora defeito ou avaria não provoque um acidente
(como um naufrágio ou um incêndio), o mesmo já é considerado como um
acidente da navegação, devendo, portanto, ser processado e julgado pelo Tri-
bunal Marítimo.
Enquanto na ocorrência de um acidente da navegação configura-se um
acontecimento material relacionado a um dano, os fatos da navegação se ca-
racterizam por uma ocorrência de natureza formal, vinculada à ideia de risco. “Art. 14. Consideram-se acidentes da
177
navegação:
Conforme alínea “a” do art. 15 da Lei n° 2.180/1954,178 são considerados b) avaria ou defeito no navio, nas suas
instalações, que ponha em risco a em-
“fatos da navegação”: a deficiência de equipagem, mau emparelhamento da barcação, as vidas e fazendas a bordo.”
embarcação, impropriedade da embarcação para o serviço em que é utilizada. 178
“Art. 15. Consideram-se fatos da na-
vegação:
Ressalte-se que a falta ou deficiência quanto à quantidade e à qualificação de a) mau aparelhamento ou improprie-
tripulantes, em desacordo com as exigências regulamentares, é caracterizada dade da embarcação para o serviço
em que é utilizada e a deficiência da
como deficiência de equipagem. equipagem;”
7.3 Da Arribada
borca, mas, também, quando se verifica o abalroamento ou colisão com obje- 180
CAMPOS, João Vicente. Dos Sinistros
Marítimos. Rio de Janeiro: Forense,
to flutuante ou submerso, ou desaparece, sem notícias, por mais de um ano. 1961. p. 139.
QUESTÕES DE AUTOMONITORAMENTO
REFERÊNCIAS
Bibliográficas
1 Utilizadas
______. Prática do Processo Civil. 4. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1947.
Eletrônicas
Jurisprudenciais
Legislativas
1. Tipos de Contratos
3. Contratos e a Lei
Todo contrato deve ser regido por um sistema legal. Quando o contrato
não mencionar o sistema legal regente haverá disputa sobre esta definição.
Este problema se agrava quando o contrato tem natureza internacional.
É oportuno citar que a lei brasileira de arbitragem (Lei 9.307/1996) ad-
mite a eleição de lei estrangeira para reger contratos que envolvam empresas
brasileiras.
As funções da lei no contrato são:
a) Assegurar o pacta sunt servanda (o contrato faz lei entre as partes). Este im-
portante princípio contratual é o que traz a necessária segurança jurídica
para que os negócios possam prosperar;
b) Orientar o modo de interpretar os contratos;
c) Suprir as lacunas do texto contratual, uma vez que não existe contrato
com redação perfeita;
d) Garantir a execução de sentenças judiciais ou laudos arbitrais que deter-
minem a uma parte contratante prestar obrigação a outra.
O contrato também deve definir de que forma as disputas contratuais
serão resolvidas.
4.3 Viagem
4.4 Portos
4.5 Frete
Nesta cláusula está estipulada a faixa de datas (laydays) que o navio deverá
chegar ao porto de carregamento.
Se o navio chegar antes da data inicial do laydays, a sua chegada não será
considerada, não havendo início da contagem do tempo de estadia.
Se o navio chegar fora da faixa, o afretador poderá cancelar o contrato, ou
alterá-la, a seu critério.
O fretador deverá informar antecipadamente o seu atraso, e o afretador
deverá decidir por uma nova faixa ou cancelar o contrato.
O atraso na chegada pode ensejar indenização se houver má-fé.
4.7 Sobrestadia
4.9 Subafretamento
Esta cláusula só se aplica nas situações em que a lei americana rege o con-
trato, ou atrai competência para jurisdicionar determinadas situações.
Pela lei americana os danos à carga, ocorridos no abalroamento entre dois
navios, são indenizados inteiramente.
Imagine-se a seguinte situação: o navio “A” com carga “A” abalroa navio “B”
com carga “B”, havendo danos em ambas as cargas. A contribuição da culpa de
cada um dos navios em relação ao acidente foi definida em juízo ou regulação.
Pelo USCOGSA, lei americana que incorpora as Regras de Haia-Visby,
há excludente de responsabilidade do navio A em relação à carga A em caso
de negligência da navegação.
Assim, para que a carga “A” seja indenizada na totalidade, o navio “B” te-
ria que pagar pela sua parcela de culpa, e também pela parcela do navio “A”.
O navio B, por sua vez, cobraria do navio “A”, através de direito de regres-
so, a parcela que deveria ser paga pelo navio “A”.
No fim das contas, o navio “A” teria que arcar com os danos da carga “A”,
apesar de sua exclusão de responsabilidade, dada pelo USCOGSA.
A cláusula Both to blame visa a restituir a direção do USCOGSA, operan-
do no sentido de fazer com que o dono da carga “A” restitua ao navio “A” a
parcela em que não caberia indenização.
a) Descrição do navio;
b) Condições do navio;
c) Portos;
d) Laydays e Laycan;
e) Agente;
f) Subafretamento;
g) Bills of Lading;
h) Exclusões de responsabilidade;
i) Exposição do navio a áreas de guerra;
j) Both to blame;
k) Avaria grossa;
l) Paramount;
m) Lien; e
n) Lei e foro.
5.6 Combustíveis
5.7 Off-Hire
6.3 Reentrega
6.4 Estoques
6.6 Seguros
7.2 Portos
7.5 Programação
7.6 Formulário
8. Contratos de Transporte
8.1 Carga
8.2 Navio
8.3 Portos
8.4 Frete
QUESTÕES DE AUTOMONITORAMENTO
CASO GERADOR
REFERÊNCIAS
Bibliográficas
1 Utilizadas
COOK, Julian et all. Voyage Charters. Londres: Lloyd’s of London Press, 2001.
ROTEIRO DE ESTUDO
1. Introdução
ou parte dele, para que este o utilize numa ou mais viagens, única ou conse-
cutivas, previamente fixadas para o transporte de determinadas mercadorias.
Trata-se de um verdadeiro contrato de depósito, sendo facultado ao
contratante fretar todo o navio (full cargo), parte do navio (part cargo) ou
apenas um espaço do navio (space charter).
Neste caso, tanto a gestão náutica, quanto a gestão comercial do
navio ficarão a cargo do transportador. Todavia, cabe observar que a
contratação do transporte por viagem não implica arrendamento do
navio pelo afretador.
Muito embora figure como a modalidade menos utilizada, o transporte
por viagem representa algumas vantagens comerciais para o embarcador,
na medida em que este não ficará sujeito às instabilidades do mercado.
porte é emitido “ao portador”, não é indicado o nome do destinatário. Pode SCHMITTHOFF. Export Trade: The Law
188
3. Legislação aplicável
4. Direitos e obrigações
4.1 Transportador
4.2 Embarcador
5. Cláusulas especiais
Como se vê, a acepção jurídica do termo avaria é bem mais ampla do que
o seu significado comum, pois compreende não só o dano causado à carga
ou ao navio, como também as despesas extraordinárias realizadas durante a
expedição marítima.
Não obstante as inúmeras classificações doutrinárias, chamamos de ava-
rias simples ou particulares as avarias comumente incorridas apenas na carga.
Em geral, as avarias simples encontram-se enumeradas no artigo 766 do
Código Comercial.
6.3 Prescrição
QUESTÕES DE AUTOMONITORAMENTO
CASO GERADOR
REFERÊNCIAS
Bibliográficas
1 Utilizadas
VENOSA, Silvio. Direito Civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos
contratos. 3. ed. V. 2. São Paulo: Atlas, 2003.
Eletrônicas
Jurisprudenciais
Legislativas
1. Disputa marítima
1.1 Conceito
Contratos de afretamento:
• navegabilidade (seaworthiness);
• atrasos no delivery ou redelivey;
• bad performance (velocidade e/ou consumo);
• inadimplementos contratuais (ex: não pagamento das taxas de afretamen-
to x off-hire);
(v) qualquer uma das partes poderá avisar o tribunal que con-
cordaram com a mediação. O procedimento de arbitragem
prosseguirá durante a condução da mediação, mas o tribunal
poderá levar em conta o cronograma da mediação ao estabele-
cer o cronograma dos passos da arbitragem.
(vi) salvo acordo ou especificação em contrário nas condições
da mediação, cada uma das partes arcará com seus próprios
custos incorridos na mediação e as partes compartilharão
igualmente os custos e as despesas do mediador.
(vii) o processo de mediação será realizado sem prejuízo do
procedimento arbitral e correrão de forma confidencial, e ne-
nhuma informação e nenhum documento serão divulgados ao
tribunal durante o processo, salvo até onde sejam divulgáveis
por lei e pelos procedimentos que governam a arbitragem.
Cláusula similar e alternativa submetendo as disputas à arbi-
tragem em Nova Iorque, com base nas regras da SMA.
Exceção a essas jurisdições de adesão: conhecimentos marí-
timos (geralmente foro judicial e lei do domicílio do arma-
dor/carrier – adesão – controvérsia nos tribunais nacionais e
estrangeiros).
Lei Brasileira:
Lei de Arbitragem (LA n° 9.307/1996) – regras sobre procedimentos, exe-
cução e reconhecimento de decisões brasileiras e estrangeiras. Regras e pro-
cedimentos similares aos da convenção de Nova Iorque e da UNCITRAL.
Inglaterra - Londres:
• Importante centro do comércio marítimo mundial;
• Atividade marítima altamente segurada - mercado securitário do Lloyds
– P&I Clubs, seguros e resseguros de casco e máquinas, trade disruption;
• O grupo internacional de P&I – relevância e influência na escolha da
jurisdição inglesa. Cobertura defence;
• Universidades tradicionais em direito marítimo (ex: Southampton, UCL,
Swansea, Cardiff, dentre outras);
• LMAA – respeitada câmara arbitral – small claims procedures (até US$
50.000,00);
• Decisões das cortes inglesas (authorities) sobre matéria marítima retroa-
gem ao século XIX – grande acervo jurisprudencial. Case law system;
• Exemplo: 120 decisões sobre colisão – recente pesquisa;
• Côrtes especializadas em 1ª e 2ª instância - notória especialização - Lon-
don High Court – custos semelhantes à arbitragem e maior celeridade;
• Mediação (ADR) – adotada para situações de contratos de longo prazo
e durante a própria vigência dos mesmos e durante o processo arbitral
(vide: cláusula LMAA) – breves notas sobre a mediação;
• Merchant Shipping Act 1855 (início de operação do primeiro P&I) e o
Arbitration Act 1996;
• 70% das arbitragens marítimas são realizadas em Londres (conferência da
IBA - março de 2007 – Hamburgo);
• Pontos negativos da arbitragem em Londres: altos custos – decisão é ape-
lável – irregularidade processual, violação à lei matéria de interesse públi-
co (art.67/69 a.a.);
• Outras jurisdições arbitrais reconhecidas: Nova Iorque (SMA – publi-
cidade das decisões), Hamburgo, Paris (Chambre Arbitrale Maritime de
Paris - Camp) e, mais recentemente, Cingapura. Curiosidade: Chile (ar-
bitragem compulsória) - breves considerações sobre outras jurisdições.
Conferência de Hamburgo-IBA. Competição. Forum shopping.
2. Arresto de navios
Embora o Brasil não tenha ratificado nenhuma convenção que trate es-
pecificamente sobre o tema de arresto de embarcações, não se pode deixar
de mencionar a Convenção de Bruxelas de 1926, “Convenção Internacional
para Unificação de Certas Regras Relativas aos Privilégios e Hipotecas Marí-
timas”, promulgada por meio do Decreto nº 351, de 1 de outubro de 1935.
A principal diferença entre essas duas categorias ocorre pelos requisitos es-
pecíficos para suas concessões. Enquanto a tutela de urgência, descrita nos ar-
tigos 300 a 310 do Código de Processo Civil de 2015, será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo, na tutela de evidência, expressa
no artigo 311 do CPC/15, não será necessária tal demonstração.
Assim, o fundamento para sua aplicação é justamente evitar o prolonga-
mento desnecessário do processo, sendo possível quando: (i) ficar caracteri-
zado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da
parte, (ii) as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documen-
talmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em
súmula vinculante, (iii) se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova
documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada
a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa, ou, por
fim, (iv) a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz
de gerar dúvida razoável.
Tendo em vista que o instituto do arresto encontra respaldo na tutela de
urgência, iremos nos atentar mais para tal modalidade, a qual pode ser divi-
dida em antecipada, pelos artigos 303 e 304 do CPC/15, ou cautelar, pelos
artigos 305 a 310 do mesmo código.
A fim de realizar tal distinção, o que se deve ter em mente é justamente
a natureza satisfativa que a concessão de eventual tutela irá gerar perante o
pedido principal.
Na tutela de urgência antecipada, a sua própria concessão satisfaz o pedi-
do da demanda principal, sendo, contudo, uma vez deferida, ainda necessária
a complementação da argumentação no prazo de quinze dias sob pena de
extinção do processo sem resolução do mérito.
Já na tutela de urgência cautelar, que abrange o arresto, a sua concessão
não satisfaz a pretensão principal. Nesse sentido, inobstante o artigo 301
mencionar expressamente o arresto como tutela de urgência de natureza cau-
telar, tal classificação se faz possível por própria dedução lógica.
Conforme visto anteriormente, o arresto de embarcações visa assegurar o
pagamento de eventual dívida e, assim, não se pretende deter ou possuir a
própria embarcação arrestada, como aconteceria no instituto do sequestro.
O arresto de embarcações se insere na tutela de urgência cautelar sendo o
pedido principal o pagamento do crédito, não estando, portanto, satisfeita a
pretensão pelo próprio arresto.
A tutela cautelar, conforme visto acima, poderá ser realizada em caráter
antecedente ou incidental. A respeito desta primeira, os artigos 305 a 310 do
novo Código de Processo Civil, detalham o novo procedimento a ser adota-
do para sua aplicação.
lei federal brasileira. Assim, ao entrar em vigor, uma Convenção revoga leis
anteriores que conflitem com suas disposições e pode igualmente ser revoga-
da por uma lei nacional conflitante subsequente. Esta foi a posição adotada
pelo Supremo Tribunal Federal em um julgamento de 1977.
Assim, no caso de conflito entre quaisquer disposições da Convenção de
Bruxelas de 1926 e do CCB, a Convenção deverá prevalecer, não devido a
um status mais elevado, mas simplesmente porque a Convenção foi aprovada
e sancionada em data posterior à do CCB.
A única Convenção Internacional que possui relação com o arresto de
navios ratificada pelo Brasil é a Convenção de Bruxelas para a Unificação de
Certas Regras Relativas a Alienações e Hipotecas Marítimas de 1926, que
rege a execução de hipotecas marítimas, foi ratificada e promulgada pelo Go-
verno Brasileiro no Decreto n° 351 de 1º de outubro de 1935.
O Governo Brasileiro não possui tradição de ratificar Convenções de Ar-
resto. O Brasil não ratificou as Convenções de Arresto de 1952 nem a de
1999, apesar de ter assinado esta última. Na verdade, parece ser muito pouco
provável que o Brasil ratificará tais Convenções já que em 2001, o Consultor
Jurídico do Ministério das Relações Exteriores recomendou contra a ratifica-
ção, argumentando que o arresto disposto nas Convenções violava a ordem
pública interna e as exigências processuais gerais para arrestos contidas no
CPC e no Código Comercial Brasileiro. A recomendação do Consultor Ju-
rídico invocou conceitos totalmente superados incluindo o disposto no art.
482 do Código Comercial há muito declarado inconstitucional pelo Supre-
mo Tribunal Federal.
A falha do Brasil em ratificar a Convenção de Arresto de 1999 é um re-
trocesso, já que nossa legislação processual sobre o arresto de navios está
ultrapassada e esta seria uma boa oportunidade para atualizá-la. Além disso,
se o Brasil adotasse a Regra nº 2 da Convenção de Arresto de 1999, seria um
importante avanço para o Direito Marítimo Brasileiro já que, como veremos
mais adiante, atualmente é extremamente difícil arrestar uma embarcação no
Brasil como garantia de reclamação ou arbitragem a ser submetida à jurisdi-
ção de outro país.
Por fim, deve-se observar que o CPC não dispõe que os Tribunais brasi-
leiros possam ser escolhidos para solucionar conflitos entre estrangeiros sob
condições de forum shopping.
É uma tutela cautelar de garantia da futura execução por quantia certa, atra-
vés da qual se apreendem (“embargam-se”) judicialmente bens do devedor.
Pressupõe um pedido principal (ação na qual o mérito causal será deci-
dido), podendo ser preparatória ou incidental. Se for preparatória o pedido
principal deverá ser apresentado em 30 dias da efetivação da medida.
2.5.2 Introdução
O Tribunal emitirá uma decisão juntamente com a ordem final a ser res-
peitada para pagamentos a credores.
No Brasil, a venda judicial encerra qualquer reclamação existente sobre a em-
barcação na data de venda, consoante artigo 477 do Código Comercial Brasileiro.
Deve ser observado que a embarcação não está proibida de operar em
águas territoriais brasileiras até o leilão mas deve manter todos seguros de
casco e máquinas e os certificados de classe em pleno efeito e vigor. É muito
pouco provável que um juiz conceda autorização para navegar em águas in-
ternacionais sem que tenha sido prestada alguma garantia.
Um fiel depositário, que é uma pessoa física brasileira e representante dos
interesses da embarcação, será nomeado e pessoalmente responsabilizado
pela manutenção e custódia da embarcação até que esta seja leiloada e, se a
embarcação eventualmente fugir para águas internacionais de má fé, poderá
ser indiciado e condenado pela Justiça Criminal.
QUESTÕES DE AUTOMONITORAMENTO
REFERÊNCIAS
Bibliográficas
1 Utilizadas
ANJOS, José Haroldo dos & GOMES, Carlos Rubens Caminha. Curso de
direito marítimo. Rio de Janeiro: Renovar, 1992.
Legislativas
Lei n° 9.307/1996
Constituição Federal de 1988
Código de Processo Civil
Código Comercial
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
Emendas 55 e 56 ao Projeto de Lei nº. 1.572/2011
FICHA TÉCNICA