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Noção
Prática geral acompanhada de convicção de obrigatoriedade.
“Prática” = uma série de comportamentos, ações ou abstenções, que ocorrem na
realidade com um determinado sentido; estes comportamentos têm de ter relevância
jurídico-internacional
Pressupostos (para que seja uma prática)
1. Estadualidade
Cabe aos Estados criar o DIP costumeiro, logo, apenas os atos
praticados por Estados podem relevar neste sentido
Outros atores internacionais que podem dar o seu contributo material:
2. Publicidade
Transparência
Apenas podem constituir prática costumeira os atos praticados pelos
Estados de forma pública, assumindo-os abertamente
Excluídos: atos dissimulados
Composição
2) Reiteração
A prática costumeira deve ser reiterada
É a reiteração que permite a generalização da prática: testa o grau de adesão à
prática
É impossível determinar em abstrato o nível de reiteração exigido e o período de
tempo que tal implica: basta que seja tempo suficiente ara mostrar a consistência
do costume
3) Consistência (= coerência)
Os Estado apoiantes devem ser coerentes na sua adesão (não podem,
verbalmente, apoiar a norma costumeira e, na prática, terem atos que a
contrariam, tal como também não podem invocar a norma costumeira apenas
quando lhes convém)
Necessidade que a generalidade dos Estados seja coerente
≠ reiteração: é preciso reiteração para testar a consistência, mas pode haver
reiteração sem consistência
A opinio iuris
A jurisprudência presume a existência desta opinio iuris sempre que estejamos perante
uma prática pública que seja:
i) Geral
ii) Reiterada
iii) Consistente
Espécies de costume
1. Universal: vincula todos os sujeitos de DIP ou com capacidade para cumprir o
costume ou violá-lo
Ao rejeitarmos a regra do objetor persistente, somos forçados a concluir
que estas normas costumeiras vinculam todos os Estados existentes e
que, se se mantiverem em vigor, vincularão os futuros Estados
2. Não universal: isto sucede quando não houve apoio numa prática generalizada,
reiterada e consistente a nível universal, contudo, a nível regional tais requisitos
foram respeitados pelos Estados que integram a região
Costumes regionais: “região” deve aqui ser entendido enquanto conceito
cultural (cultura jurídica), embora possa também ter relevância o
elemento geográfico (ex. pode haver um costume regional que abranja
países da UE e os EUA, embora não tendo relevância geográfica, neste
costume há a partilha da mesma cultura jurídica = “região”)
Também quanto a costumes regionais se rejeita a teoria do objetor
persistente: a única diferença relativamente às regras dos costumes
universais é o seu âmbito, a natureza é exatamente igual, assim como a
sua vinculatividade
Face a Estados terceiros? A regra é a sua não vinculatividade; exceções:
i) Regras regionais quanto à utilização de certos espaços comuns
(ex. exercício do direito de passagem inofensiva pelo mar
territorial que atribuam direitos especiais aos Estados costeiros-
podem invocá-los perante Estados terceiros)
ii) Direitos territoriais atribuídos pelo DIP costumeiro