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A evolução da relação médico - paciente

A relação vital entre paciente e médico, que reflecte o equilíbrio entre o conhecimento
cientifico especializado e a compaixão humana, é a base de prestação de cuidados aos
pacientes. A práctica médica tem evoluído no sentido de incorporar tecnologias avançadas,
fármacos inovadores e ferramentas de diagnóstico de alta tecnologia mas, na sua essência,
permanece uma interacção entre duas pessoas; o comportamento comunicativo, educacional,
persuasivo de apoio e de preocupação por parte do medico é fundamental na prestação dos
cuidados. Para as pessoas com problemas o médico é, em muitos casos, o primeiro contacto. A
relação não é uma simples transação comercial; é uma interacção inerentemente benevolente
durante a qual uma pessoa coloca a sua vida nas mãos de outra, é um pacto de confiança e
respeito.

A American Medical Association definiu o pacto de confiança entre paciente e médico numa
declaração que afirma: "pelas suas tradições e a sua própria natureza, a medicina é uma forma
especial de actividade humana – uma actividade que não pode ser realizada de forma eficaz
sem características de humildade, honestidade, integridade intelectual, compaixão e
eliminação do interesse pessoal excessivo. As suas características definem os médicos como
membros de uma comunidade moral dedicada a algo que não o seu interesse pessoal. A nossa
primeira obrigação deve ser a de servir aquelas pessoas que procuram a nossa ajuda e confiam
em nós para a fornecer. Os médicos, como prestadores de cuidados de saúde, não são, e
nunca deverão ser, empresários comerciais ou fiscalizadores de políticas fiscais contrarias à
confiança depositada."

A medicina deve seguir a ciência, mas também segue a vertente humanitária, uma vez que
uma abordagem humanista trata cada indivíduo como uma pessoa única. Quando funciona da
melhor forma, esta relação proporciona ao paciente os avanços científicos mais recentes e o
humanismo do profissional de saúde. Não existe nenhuma tensão entre boa ciência e
humanismo na mesma acção. A arte da medicina e a ciência da medicina não são antagonistas.

A relação médico-paciente em constante evolução

Dois seres humanos completamente diferentes entram nesta relação com o mesmo objectivo
de enfrentar a doença; para alcançar a comunicação intima necessária, ambas as partes têm
de superar as diferenças éticas, sociais, culturais, económicas e pessoais para a conquista da
saúde.

Os doentes não são entidades permutáveis; cada doente é um ser social e psicologicamente
complexo, com uma personalidade e caracter individual, cultura, etc., tal como os médicos não
são “fornecedores” permutáveis, mas entidades igualmente complexas que diferem na sua
vontade e capacidades para entrar numa relação com doentes e no equilíbrio que estabelecem
entre questões tecnológicas e humanistas. Tem de existir uma reciprocidade nesta díade. A
relação também esta a evoluir porque as decisões são cada vez mais feitas em conjunto, com a
participação do paciente. Os pacientes passaram de simples receptores passivos de cuidados
médicos para serem parceiros activos nas tomadas de decisão. Os pacientes querem estar
envolvidos, mas nem sempre querem ser responsáveis.

Os papeis do paciente e médico na tomada de decisão podem variar com a gravidade da


doença. A doença grave pode exigir decisões imediatas tomadas por um medico assertivo.
Doenças menos graves levam a uma maior cooperação por parte do paciente e melhor
orientação medica. E, com a doença crónica, os médicos apoiam pacientes informados e
activos numa terapêutica planeada em conjunto, em que o paciente assume uma grande parte
das responsabilidades. A cumplicidade na tomada de decisão é geralmente aceite na teoria,
mas na práctica, os doentes podem não estar suficientemente informados para participarem;
as discussões que levam às decisões incluem menos do que dois dos seis elementos descritos
na tomada de decisão informada: a decisão, alternativas, riscos e benefícios, incertezas
relacionadas, avaliação do grau de compreensão da decisão e preferência do paciente.

As relações mais duradouras tendem a funcionar melhor. A qualidade do estilo de participação


na tomada de decisão aumentou com a duração da relação medico paciente. A relação
médico-paciente tem vindo a mudar porque, em geral, os pacientes já não lidam apenas com
um médico de cuidados primários, mas estabelecem frequentemente varias relações com
médicos especialistas para alem da relação com o médico de cuidados primários. O trabalho
sobre os cuidados continuados tem agora de ser partilhado entre médico e paciente, o que
deixa uma enorme tarefa a nível educacional, quer seja o enfermeiro, o assistente social ou o
médico a realizá-la. Para tornar esta relação mais útil para os pacientes no futuro será preciso
uma preparação para a situação em que os pacientes realizarão os seus próprios exames; as
pessoas medirão a sua própria tensão arterial, organização das visitas, resultados dos testes,
medicamentos... A investigação nesta área tem mostrado que os doentes apreciam que o
médico comunique numa base de igualdade com o paciente, pergunte uma serie de questões,
responda às questões do paciente, despenda parte do seu tempo para explicar condições e
permita que os doentes participem nas decisões sobre o seu tratamento.

Os doentes têm direitos, mas também têm responsabilidades; é fundamental que comecem a
assumir responsabilidade pelos seus cuidados. Na definição de responsabilidades dos
pacientes para com o seus médicos, incluem-se algumas como dar tempo à relação, ser
responsável pelo historial medico, respeitar a confidencialidade da comunicação, estar
receptivo para partilhar a tomada de decisão, levantar questões, respeitar o médico, não
ultrapassar as fronteiras morais da relação, envolver a família nos cuidados de saúde. Da
mesma forma, existem uma série de responsabilidades que o médico deve assumir na relação,
como actuar com a mais elevada competência profissional, actuar independentemente da
etnia, grupo, raça, classe ou sexo do paciente, aprender as técnicas de comunicação, permitir
que os doentes levantem os tópicos importantes para eles, reconhecer os outros papeis do
paciente, a sua vivência e situação económica na escolha do tratamento, trabalhar em
conjunto com outros profissionais, ajudar os pacientes a compreender e assimilar os
desenvolvimentos médicos, ser responsável, respeitar a confidencialidade e respeitar o doente
e outros membros da família.

O ensino da medicina deve reforçar o conceito de que o médico não é apenas um repositório
de factos científicos, mas uma pessoa com interesse e preocupação pelas pessoas, que esta a
desenvolver a maturidade emocional para colocar as necessidades dos outros em primeiro
lugar. As qualidades pessoais são um dos factores mais importantes em todos os aspectos da
vida de um indivíduo, incluindo o sucesso como medico. Compreender a individualidade do
paciente deve ser o objectivo do medico. A classificação em grupos de diagnóstico deve ser
visto como um primeiro passo no processo de conhecimento do doente. O treino e a formação
devem fornecer conhecimentos especializados sobre cada doença, não só as suas
características biológicas como a adaptação emocional e do estilo de vida necessários para os
doentes. Os estudantes de medicina devem aprender a lidar com o sofrimento, sentimento de
impotência e morte. Os médicos actuais necessitam de uma educação que tenha em conta a
explosão de conhecimentos. Para exercer medicina no séc. XXI são necessárias qualificações
profissionais de nível mundial, assim como curiosidade, energia académica e competência
cientifica para avaliar futuros avanços na medicina. Vários programas inovadores no ensino da
medicina esta a tentar criar melhores médicos; aumentar a sensibilidade e a compaixão das
pessoas que escolhem ser médicos é o objectivo de vários programas que fomentam os
instintos humanitários dos estudantes.

Uma vez que o sistema continua a evoluir, existem uma serie de factores a considerar quando
os governantes e políticos concebem os sistemas do futuro, como aliviar parte da pressão dos
médicos relativamente ao tempo, encorajar o papel do medico como defensor dos pacientes,
encorajar o estabelecimento de cuidados integrados e abrangentes, encorajar a continuidade
na relação dos médicos com os pacientes, a gestão dos cuidados de saúde num sistema que
preserva a qualidade dos cuidados, alargar o acesso aos cuidados de saúde para os milhões de
doentes sem seguro, permitir níveis razoáveis de variação na práctica medica, para responder
às características únicas de cada doente, encorajar mudanças na experiência dos cuidados de
saúde que respeitem os doentes, definir padrões para as técnicas de comunicação e apoiar a
educação em curso.

Todas estas recomendações se resumem a um principio básico: uma boa relação médico-
paciente é fundamental para a qualidade dos cuidados de saúde. É uma peça fundamental sob
a qual se pode construir um sistema sólido.

Fonte: The Pfizer Journal – Evolução da Relação Médico-Doente, Um equilibrio entre


humanismo e ciência, 1998

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