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CAMPINAS
2017
ANA FLÁVIA DE PAULA ROSADO
ÇLP
PUC-CAMPINAS
2017
FOLHA DE CORREÇÃO DO DIÁRIO DE BORDO 1- 2017
Psicopatologia II - Profa Marly e Equipe de Monitores:
Caio, Camila,Isabella,Mariana, Maria Elisa, Nádia,Vanessa, Victória
ASPECTOS DO CONTEÚDO(1,5)
Boa integração T e P 1,5
(Ref básica e complem, respondeu questionamentos,relacionou conceitos e filme)
Media integração T e P 1,0
(Faltou um ítem descrito acima)
Pouca integração T e P 0,5
(Faltou dois itens descritos acima)
Não integrou Teoria e Prática 0
(Só teoria ou só filme, não relacionou)
MONITOR____________________________________________
DOCENTE_____________________________________________
ALUNO_______________________________________________
1. CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE
Campo: Cinema
Estratégia: Análise de Filme
Título do Filme: Ensinando a Viver
Data da Exibição do Filme: 31/08/2017
Ficha técnica do filme:
- Ano: 2007
- País: Estados Unidos da América
- Diretor e Atores Principais: Menno Meyjes, John Cusack, Bobby Coleman,
Amanda Peet, Sophie Okonedo e Oliver Platt.
- Gênero: Comédia; Drama.
Tema de psicopatologia a ser analisado: Normal x Patológico na infância.
2. NARRATIVA DA EXPERIÊNCIA
Quando descobri qual era o filme que iriamos assistir me dei conta de
que já o havia visto em outro momento da vida e comecei a pensar nas questões
de psicopatologias que nele existiam – falhei. Meu primeiro contato com o filme foi
como uma espectadora leiga na psicologia que apenas enxergava a trama como
uma ficção dramática do cinema norte-americano, contudo, dessa segunda vez
assisti com outros olhos e pude desde o início encontrar aspectos diversos das
teorias psicológicas que já tive contato – em especial temas da psicopatologia e
da abordagem psicanalítica.
Dennis é um garoto incomum, que foi abandonado em um orfanato e
considerado difícil de adoção por suas atitudes. Foi diagnosticado por psiquiatras
como inábil a fazer amizades sem que as pessoas ao seu redor ao menos
tivessem tirado um tempo para de fato tentar fazer amizade com o garoto. Dennis
acredita ser marciano e vive excluído das demais pessoas até que conhece
David.
David perdeu sua mulher e com isso deixou de lado o desejo que
compartilhava com ela de adotar uma criança, até que recebe uma ligação do
orfanato falando sobre um garoto que consideravam ser “o filho ideal” para ele.
É a partir desse cenário que se desenvolve uma história de amor,
confiança e paciência entre os personagens. David pouco a pouco nota as falhas
pelas quais Dennis passou até o momento e começa a se dedicar a supri-las,
modificando assim a realidade em que o garoto vive e se compreende.
O que mais me marcou no filme foram as pequenas atitudes de David
que mostravam o quanto ele estava realmente disposto a se tornar pai de Dennis
e ajudá-lo a se reconhecer no mundo e ser feliz na sua realidade. Ao chegarem
pela primeira vez em casa, David leva o garoto para seu quarto e notando a
estranheza dele o tranquiliza sugerindo que entendesse aquele quarto como uma
caixa maior (pois era em uma caixa de papelão no orfanato que Dennis se sentia
seguro e em sua zona de conforto).
É muito bonito ver o desenvolvimento da relação afetiva entre David e
Dennis que no início era algo quase mecânico, em que David precisava sempre
se esforçar para que houvesse o contato, e ao fim chegaram ao ponto de se
abraçarem e demonstrarem verdadeiramente amar um ao outro, além de cenas
que deixam claro o quanto se divertem e aprenderam a ser felizes juntos.
Dennis passa grande parte do filme observando, fotografando e
anotando sobre o comportamento humano e a terra, alegando estar estudando
para aprender a ser humano e parte de uma família. E apesar de toda análise que
isso gera, de modo mais superficial me faz entender a realidade de uma criança
adotada, que se vê em um ambiente totalmente novo e diferente ao qual precisa
aprender a se adaptar e do qual deve descobrir como fazer parte.
O garoto não conhece muitas coisas e por essa razão tenta controlar
sua realidade a partir daquilo que conhece, por exemplo, só quer comer cereais
de milho por ser o que já conhece e tem a garantia de gostar, mas se recusa (por
um tempo) a tentar comer outras comidas que sejam diferentes e novas. Isso é
outra demonstração da evolução de Dennis em relação a sua compreensão de
mundo, da realidade em que vive e de si mesmo.
Durante o filme Dennis diz se lembrar de quando foi abandonado na
grama em frente ao que parece ser um observatório e isso me deixou chateada,
por perceber que um evento dessa natureza é tão traumático que afeta para
sempre a vida de uma criança (ainda que tenha sido apenas uma ficção). E fiquei
muito emocionada ao fim do filme, quando Dennis questiona o porquê de terem o
abandonado e David diz que devem ter sido idiotas por não perceber a criança
extraordinária, de coração tão grande e cheio de amor como Dennis. O abraço
emocionado deles, agora realmente pai e filho, marca todo afeto que
desenvolveram e como a relação deles cresceu uma vez que ambos se
dispuseram a se conhecer e entender um ao outro em sua individualidade. Isso
era tudo que Dennis precisava, de alguém que o amasse exatamente como ele
era e que o aceitasse dessa maneira, buscando atravessar as barreiras
defensivas que ele tinha colocado em si mesmo depois de ter sido abandonado.
3. QUESTIONAMENTOS
- A ideia que Dennis tem de ser um marciano pode ter relação com um ambiente
insuficientemente bom (ausência da mãe suficientemente boa)?
- Quando David ensina baseball a Dennis isso pode ser considerada uma forma
de apresentação de objetos, a qual deveria ser feita pela mãe suficientemente
boa juntamente com o handling e o holding?
- Ao criar uma realidade de marciano pode-se dizer que Dennis utiliza de um
mecanismo de defesa para lidar com seu abandono?
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ainda que o diário tenha sido feito com uma história fictícia a
experiência me permitiu uma visão mais prática das teorias que foram estudadas,
tanto com relação ao que é considerado normal e patológico na infância, quanto
em relação a conceitos da abordagem psicanalítica.
Apesar de não ser um prontuário clínico, um olhar mais crítico para o
filme me possibilitou enxergar cenas que descrevessem relação da criança com o
mundo ao seu redor e diversas informações que se espera encontrar em
prontuários – por exemplo, o abandono de Dennis e em que aspectos de sua vida
isso afeta atualmente.
Por fim, ressalto a importância de ter feito algo mais próximo da
realidade de atuação do psicólogo, uma vez que pude analisar uma história à luz
da abordagem psicanalítica – com a qual mais me identifico.
6. REFERÊNCIAS