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PROFA. ALEXANDRA
João Pacheco de Oliveira buscou realizar uma etnografia dos processos sociais
envolvidos no estabelecimento das terras indígenas, dando ênfase ao processo de
terriorialização entre os índios do Nordeste, sendo interessante observar que a etnografia
de João Pacheco, trás à tona a necessidade de uma etnogênese, onde se estabelece a
emergência de novas identidades tal qual a reinvenção de etnias já reconhecidas, junto a
um processo de reoorganização social que implica no que presume em seu artigo sobre
os índios do nordeste, “uma nova unidade sociocultural, mediante ao estabelecimento de
uma identidade étnica diferenciadora, junto a constituição dos mecanismos políticos
especializados, a redefinição do controle social sobre os recursos ambientais, e ainda
reelaboração da cultura e da relação com o passado”, demostrando como aponta o autor
em menção a Fredrik Barth, “as diferenças culturais para fábricar e refabricar a
individualidade de uma comunidade diante outras com que esta em processo de
interação permanente, sendo essa mesma indivualidade uma parte de estrutural da
organização, demostrando que os elemento definidores de um grupo étnicos
consolidam-se aos limites que seriam construídos por eles mesmos (a própria
comunidade)(PACHECO, 1998, p. 55)”.
João Pacheco ainda demonstra que “antes do final do século XIX já não se
falava mais em povos e culturas indígenas no Nordestem pois destituídos de seus
antigos territórios, não são mais reconhecidos como coletividades, mas referidos
individualmente como “remanescentes” ou descendentes”, e dando continuidade ele
demonstra que “cada grupo étnico repensa a “mistura” e afirma-se como uma
coletividade precisamente quando se apropria dela segundo os interesses e crenças
priorizados. É da resolução simbólica e coletiva dessa contradição que decorre a força
política e emocional da etnicidade.” (PACHECO, 1998p. 64)
Eliane Cantarino por outro lado atuante na realização de pesquisa e laudos sobre
os processos sociais envolvendo o processo de etnicidade,( no qual observa o processo,
como, “organização política de grupos que reeinvidicam o reconhecimento dos
territórios que ocupam [CANTARINI, 2005, p. 92] ), em seu texto “Os Quilombos e as
Fronteiras da Antropologia”, pauta nos emergentes grupos idenficados no Artigo 68 do
ADCT como “remancentes quilombolas”, demostrando como eles determinam seu
campo ações a produção de uma identidade coletiva, tal qual suas ações são orientadas
através da constituição ADCT, a designá-los ao etnônimo “remanescente quilombolas”.
tem informado nossa reflexões sobre os grupos que orientam suas ações pelo
reconhecimento territorial das áreas que ocupam e fazem uso do termo
remanescente de quilombo, inscrito na legislação, como gancho no qual
penduram signos étnicos carregados de metáforas, inclusive biológicas, e
referidos a uma afirmação positiva dos esteriótipos de uma identidade racial,
para reinvidicar os direitos de uma cidadania diferenciada ao Estado
brasileiro”(CANTARINO, 2005, p. 99).
Ambos os autores revelam algumas atenções que devemos pautar, e que ao meu
ver tornam-se imprencidível na compreensão de etnicidade, identidade étnica e coletiva,
os cuidados ao uso de etnônimos que podem vir a ser maneiras esteriótipá-los, e
presunção de uma identidade através de perpectiva de marco temporal, histórico linear.
Tamanho mínimo: 2 páginas. Prazo de envio por email: 04 de setembro de 2019 (4ª
feira), às 13 horas.