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UNIDADE 1

2:

Limite e Continuidade Disciplina 2

23
24
Limite e Continuidade

Metas da Aula

• Estabelecer a noção de limite, a partir de exemplos


• Visualizar o limite no gráfico
Disciplina 2
• Calcular limites
• Estabelecer condições para o cálculo de um limite especial:
A derivada

A noção de limite de funções constitui a base do Cálculo Dife-


rencial. Nesta parte, estudaremos este conceito, aproveitando, inici-
almente, o lado intuitivo e culminando com uma definição de limite
mais elaborada.
Já que falamos em intuição, considere um objeto móvel que se
desloca, ao longo de uma reta, no sentido de um ponto P fixado à
sua frente, distante, digamos 1.000 metros. Suponha que, por alguma
razão, a cada segundo, contado a partir de agora, o objeto percorre a
metade da distância entre ele e o ponto P . Para ser mais claro, por
exemplo, no primeiro segundo ele percorre 500 metros, no segundo
seguinte ele percorre 250 metros, no terceiro segundo ele percorre mais

t=0s t=1s t=2s P

250 m
500 m

1000 m

125 metros,e assim sucessivamente. O leitor atento certamente já


deduziu que, no n-ésimo segundo, a distância entre o objeto e o ponto
P é D = 1.000
2n
metros. Em que tempo o objeto móvel atingirá o ponto
P ? A resposta é simples: nunca! Sempre haverá entre o objeto e
P , pelo menos a metade da distância entre eles, atingida no segundo
anterior. Mais formalmente, D = 1.000 2n
> 0, para todo valor de n.
Entretanto, algo notável deve ser dito: qualquer ponto X 6= P situado
entre o objeto móvel e o ponto P será deixado para trás pelo nosso
objeto. Portanto, mesmo não atingindo P , com o passar do tempo, o
objeto estará cada vez mais próximo deste ponto. Em outras palavras,
o limite do ponto móvel é P .
Em se tratando de funções reais, estaremos interessados em estu-
dar o comportamento de seus valores, quando estes se aproximam de
um certo valor limite, desde que sua variável independente x esteja
suficientemente próxima de um número real a, mesmo que a função
não esteja definida aı́. Em outras palavras, iremos estudar o limite de
uma função f , que depende de x, quando x se aproxima de a.
A distância entre dois números reais é medida usando o valor ab-
soluto da diferença entre eles, isto é, dados s, t ∈ R, a distância entre
eles é d(s, t) = |s − t|. Portanto, antes de estudarmos limite, é con-
veniente estalecermos logo as propriedades básicas do valor absoluto.

Proposição 2.1 Dados s, t, u ∈ R e  > 0, temos que


(i) |s| ≥ 0, e |s| = 0 se, e somente se, s = 0;
(ii) |st| = |s||t|;
(iii) |s + t| ≤ |s| + |t|;

Educação à Distância 25
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Limite e Continuidade

(iv) ||s| − |t|| ≤ |s − t|;


(v) |s−t| <  ⇔ t− < s < t+ ⇔ s ∈ (t−, t+), onde (t−, t+)
é o intervalo aberto centrado em t de raio ;
(vi) d(s, t) ≤ d(s, u) + d(u, t).

 

Demonstração

Vejamos a prova de (iii), onde usaremos (ii).Temos que

(s + t)2 = s2 + 2st + t2 ≤ s2 + 2|st| + t2 = s2 + 2|s||t| + t2 .

Logo,
(s + t)2 ≤ (|s| + |t|)2 .
Extraindo a raiz quadrada de ambos os membros, a desigualdade
segue-se. Assim, fica provado (iii). Para (vi) observe que

d(s, t) = |s−t| = |(s−u)+(u−s)| ≤ |s−u|+|u−s| = d(s, u)+d(u, t),

onde usamos (iii).

Exemplo 2.2 Vamos considerar a função f : R −→ R definida por

y = f (x) = 2x − 1.

Podemos obter valores de y tão próximos de 3 quanto quisermos, bas-


tando para isso tomarmos valores de x suficientemente próximos de 2.
y

Vamos descobrir para que valores de x, perto de 2, vale:

2, 9 < y < 3, 1.

Temos:

2, 9 < y < 3, 1 ⇒ 2, 9 < 2x − 1 < 3, 1 ⇒ 1, 95 < x < 2, 05.

Logo,

3 − 0, 1 < y < 3 + 0, 1 para 2 − 0, 05 < x < 2 + 0, 05,

ou seja,

−0, 1 < f (x) − 3 < 0, 1 quando − 0, 05 < x − 2 < 0, 05.

26 Educação à Distância
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Limite e Continuidade

Usando o valor absoluto, isto é o mesmo que

|f (x) − 3| < 0, 1 quando |x − 2| < 0, 05.

Portanto, a distância de f (x) a 3 fica menor do que 0, 1, se consi-


deramos os x que distam de 2 menos de 0, 05. Agora, vamos ver
se é possı́vel tornar os valores de f um pouco mais próximos de
3. Vamos fazer suas distâncias a 3 menores do que 0, 001, isto é,
|(2x − 1) − 3| < 0, 001, ou 2, 99 < 2x − 1 < 3, 01. Um cálculo sim-
ples mostra que isto é possı́vel, se 2 − 0, 005 < x < 2 + 0, 005, ou
|x − 2| < 0, 005. Portanto,
Disciplina 2
|x − 2| < 0, 005 ⇒ |f (x) − 3| < 0, 01.

É claro que se x = 2, f (x) = 3, mas isto não importa agora. O


que importa, isto sim, é que valores próximos de 2 produzem para f
valores próximos de 3. Generalizando os argumentos acima, imagine
que queremos fazer as distâncias dos valores de f (x) a 3 bem peque-
nas. Já fizemos menores do que 0, 1 e 0, 001, considerando x em um
intervalo adequado. Agora vamos fazê-las menores que  > 0, uma
distância arbitrária, que imaginamos bem pequena. O problema é,
então, determinar um número real δ > 0 tal que

|x − 2| < δ ⇒ |f (x) − 3| < .

ou
2 − δ < x < 2 + δ ⇒ 3 −  < f (x) = 2x − 1 < 3 + .
Partindo de
3 −  < 2x − 1 < 3 + ,
deduzimos que
2 − /2 < x < 2 + /2.
Podemos, portanto, escolher δ = /2. De fato,

2 − /2 < x < 2 + /2 ⇒ 4 −  < 2x < 4 +  ⇒ 3 −  < f (x) < 3 + .



Logo, para cada  > 0 dado, existe, por exemplo, δ = , de modo que
2
2 − δ < x < 2 + δ =⇒ 3 −  < f (x) < 3 + ,

ou, usando o valor absoluto,

|x − 2| < δ =⇒ |f (x) − 3| < .

Este resultado pode ser escrito assim: limx→2 f (x) = 3, e diremos que
o limite de f quando x tende a 1 é 3.

Exercı́cios de Aprendizagem 2.1

Considere f como no exemplo anterior. Ache δ > 0 de modo que

|x − 1| < δ =⇒ |f (x) − 1| < .

Qual o limite de f quando x tende a 1?

Exemplo 2.3 Considere a função g definida em R − {2} por

(2x − 1)(x − 2)
g(x) = .
x−2
x−2
Como x−2 = 1, sempre que x 6= 2, vemos que g coincide com f , do
exemplo anterior, em seu domı́nio R − {2}. Portanto, seu limite em

Educação à Distância 27
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Limite e Continuidade

x = 2 existe e deve ser 3, isto é: limx→2 g(x) = 3.

Note, agora, que,


lim g(x) = −1, lim g(x) = 1, e lim g(x) = 0.
x→0 x→1 x→ 1
2

E, quando x se aproxima de 2, o que ocorre com os corresponden-


tes valores de g(x)? Quando x se aproxima de 2, ou por valores
menores que 2 (pela esquerda) ou por valores maiores que 2 (pela di-
reita), mantendo-se diferente de 2, notamos que g(x) toma valores tão
próximos de 3 quanto quisermos. Então, lim g(x) = 3 embora não
x→2
exista g(2).
Exemplo 2.4 Consideremos h : R −→ R definida por

 (2x − 1)(x − 2)
, se x 6= 2
h(x) = x−2
 5, se x = 2
Note que a diferença entre h e g, do exemplo anterior, é que conhece-
mos o valor de h em x = 2. Temos limx→2 h(x) = 3, mas h(2) = 5, e,
portanto, limx→2 h(x) 6= f (2).

Observando os exemplos anteriores, notamos que a frase “x tende


a a”, x → a, quer dizer: x se aproxima de a por valores maiores que a
ou por valores menores que a, mantendo-se diferente de a. Portanto,
quando calculamos limx→a f (x), não precisamos considerar o valor
que f possa atingir em x = x0 , caso este exista.

28 Educação à Distância
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Limite e Continuidade

Limite
Agora, vamos formalizar a noção de limite.

Definição 2.5 Dada uma função f definida num intervalo I ⊂ R,


exceto, possivelmente, em a, dizemos que o limite de f (x) quando x
tende a a é L, e escreveremos

lim f (x) = L,
x→a

se para cada número real  > 0 dado arbitrariamente, existe um Disciplina 2


número δ > 0, que pode depender de , tal que para x ∈ I com

(a − δ < x < a + δ e x 6= a) =⇒ L −  < f (x) < L +  .

Em outras palavras,

∀  > 0, ∃ δ > 0 tal que x ∈ I e 0 < |x − a| < δ =⇒ |f (x) − L| < .

Convém observar que a definição de limite permite provar que

lim f (x) = L,
x→a

mas não indica como obter L. Além disso, são grandes as dificulda-
des que surgem ao aplicá-la para funções um pouco mais elaboradas.
Veremos agora algumas propriedades que eliminam parte dessas difi-
culdades.

Teorema 2.6 [Propriedades dos Limites] Consideremos duas fun-


ções f, g : I −→ R tendo limite em um certo ponto a ∈ I, digamos
limx→a f (x) = L e limx→a g(x) = S. Então, valem os seguintes resul-
tados:
(i) [Limite da soma] Quando x tende a a, a função soma de f
com g, definida por f (x) + g(x), tende a L + S, ou seja,

lim (f (x) + g(x)) = L + S,


x→a

isto é, o limite da soma é a soma dos limites, desde que as


parcelas tenham limite.
(ii) [Limite do produto] Quando x tende a a, a função produto
de f por g, definida f (x)g(x) tende a LS, ou seja,

lim (f (x)g(x)) = LS,


x→a

isto é, o limite do produto é o produto dos limites, desde que


os fatores tenham limite.
(iii) [Limite do quociente] Quando x tende a a, se S 6= 0, a função
quociente de f por g, fg tende a L
S
, ou seja,

f (x) L
lim = ,
x→a g(x) S

isto é, o limite do quociente é o quociente dos limites, desde que


o numerador e o denominador tenham limite, e este último seja
não-nulo.

Educação à Distância 29
Livro de Conteúdo
Limite

Demonstração

Vejamos a prova de (i). Seja  > 0. Temos que existem δ1 > 0


e δ2 > 0 tais que

x ∈ I, 0 < |x − a| < δ1 =⇒ |f (x) − L| < ,
2
e

x ∈ I, 0 < |x − a| < δ2 =⇒ |g(x) − S| <.
2
(Note que aplicamos simplesmente a definição de limite para f e
g, obtendo δ1 e δ2 , a partir de /2.) Tomando δ = min{δ1 , δ2 } as
duas implicações obtidas ocorrem simultaneamente, isto é,
 
x ∈ I, 0 < |x − a| < δ =⇒ |f (x) − L| < e |g(x) − S| < .
2 2
Logo, se x ∈ I, 0 < |x − a| < δ, então
 
|f (x) + g(x) − (L + S)| ≤ |f (x) − L| + |g(x) − S| < + = .
2 2
Isto significa que limx→a (f (x) + g(x)) = L + S.

Exemplo 2.7

lim (3x) = lim 3 · lim x = 3 · (−2) = −6.


x→−2 x→−2 x→−2

Exemplo 2.8
     
lim x3 = lim (x · x · x) = lim x · lim x · lim x = 23 = 8.
x→2 x→2 x→2 x→2 x→2

Exemplo 2.9

lim (2x2 − 3x + 3) = lim 2x2 + lim (−3x) + lim 3 = 2 + (−3) + 3 = 2.


x→1 x→1 x→1 x→1

Exemplo 2.10 Se m e b são constantes quaisquer, então

lim (mx + b) = ma + b.
x→a

Exemplo 2.11 Se f é dada pelo polinômio

f (x) = an xn + an−1 xn−1 + · · · + a1 x + a0 ,

temos limx→a f (x) = f (a).

Exemplo 2.12

x+1 lim (x + 1) 6 3
x→5
lim = = = .
x→5 x−1 lim (x − 1) 4 2
x→5

Exemplo 2.13
x2 − 1 (x − 1)(x + 1)
lim = lim = lim (x + 1) = 2.
x→1 x−1 x→1 (x − 1) x→1

Exemplo 2.14 Dada


x2 − 1,
(
se x < 1
f (x) = x
, se x ≥ 1,
2
temos que
x
lim f (x) = lim (x2 − 1) = −1 e lim f (x) = lim = 1.
x→0 x→0 x→2 x→0 2

30 Educação à Distância
Livro de Conteúdo
Limite e Continuidade

Exercı́cios de Aprendizagem 2.2

Calcule os seguintes limites.


x2 + x − 1
(a) lim .
x→0 x2 + 1
2
x −4 Disciplina 2
(b) lim .
x→2 x − 2
3
x −8
(c) lim .
x→2 x − 2

x − 1030
30
(d) lim .
x→10 x − 10
n n
x −a
(e) lim , onde n ∈ N.
x→a x − a

Exemplo 2.15 Consideremos


( 2
x −1 , se x < 1
f (x) = x
, se x ≥ 1.
2
Temos que:
x
lim f (x) = lim (x2 − 1) = −1 e lim f (x) = lim = 1.
x→0 x→0 x→2 x→2 2
y

Notamos que, quando x se aproxima de 1 pela direita, f (x) se apro-


xima de 1/2 e quando x se aproxima de 1 pela esquerda, f (x) se
aproxima de zero. Neste caso, dizemos que não existe lim f (x). En-
x→1
tretanto, podemos falar nos limites laterais:
1
(i) lim f (x) = , onde x → 1+ , e diremos que o limite à direita
x→1+ 2
de f em x = 1 é 1/2;
(ii) lim f (x) = 0, e diremos que o limite à esquerda de f em x = 1
x→1−
é 0.
Notamos que, quando x se aproxima de 1 pela direita, f (x) se apro-
xima de 1/2 e quando x se aproxima de 1 pela esquerda, f (x) se
aproxima de zero, dizemos que não existe lim f (x).
x→1

Educação à Distância 31
Livro de Conteúdo
Limites Infinitos e no Infinito

Limites Laterais
Nesta seção, abordaremos a noção de limite lateral com um pouco
mais de rigor.

Definição 2.16 Seja f definida em um intervalo aberto (a, c), para


algum c > a. Diremos que L ∈ R é o limite à direita de f em x = a,
o que será denotado por lim f (x) = L, se
x→a+

∀  > 0, ∃ δ > 0 tal que a < x < a + δ =⇒ |f (x) − L| < .

Definição 2.17 Seja f definida em um intervalo aberto (b, a), para


algum b < a. Diremos que L ∈ R é o limite à esquerda de f em x = a,
o que será denotado por lim f (x) = L, se
x→a−

∀  > 0, ∃ δ > 0 tal que a − δ < x < a =⇒ |f (x) − L| < .


Exemplo 2.18 Defina f (x) = x − 4 que, claro, está definida para
x ≥ 4. Temos que lim f (x) = 0. Entretanto, não faz sentido falar
x→4+
no limite à esquerda em a = 4, posto que f não está definida para
valores de x menores do que 4, e próximos a 4. O gráfico de f vem a
seguir.
y


y= x−4

Exemplo 2.19 Se

−1, se x > 0
f (x) = 0, se x = 0
1, se x < 0,

então lim f (x) = −1, lim f (x) = 1. Em particular, observe que f


x→0− x→0+
não tem limite em a = 0.
y

O seguinte teorema relaciona as noções de limite e limites laterais,


e sua prova será deixada como exercı́cio.

Teorema 2.20

lim f (x) = L ⇔ lim f (x) = lim f (x) = L.


x→a x→a− x→a+

32 Educação à Distância
Livro de Conteúdo
Limite e Continuidade

Limites Infinitos e no Infinito


1
Consideremos f (x) = x
(x 6= 0), x 6= 0, cujo gráfico mostramos
abaixo.
y

Disciplina 2

Observamos que à medida que x cresce, atingindo cada vez mais va-
lores positivos, os valores de f se aproximam, e se mantêm próximos
a zero. Este fato será indicado por

lim f (x) = 0,
x→+∞

o que leremos: o limite de f (x) quando x tende a mais infinito é zero.


Analogamente, à medida que x decresce, assumindo valores negativos,
os valores de f se aproximam, e se mantêm próximos a zero. Este fato
será indicado por
lim f (x) = 0,
x→−∞

o que leremos: o limite de f (x) quando x tende a menos infinito é


zero.
Ainda olhando para o gráfico de f , agora para valores de x perto
de zero com x > 0, notamos que f atinge valores cada vez maiores.
Representaremos isto, escrevendo

lim f (x) = +∞.


x→0+

De modo análogo, podemos também escrever:

lim f (x) = −∞.


x→0−

Vejamos agora outro exemplo. Vamos estudar


1
g(x) = ,
(x − 1)(x − 2)2
que, claro, está bem definida para x 6= 1 e x 6= 2. O seu gráfico é
y

1
y= (x−1)(x−2)

Observe que
(i) lim g(x) = 0.
x→+∞

Educação à Distância 33
Livro de Conteúdo
Limites Infinitos e no Infinito

(ii) lim g(x) = 0.


x→−∞

(iii) lim g(x) = +∞.


x→1−

(iv) lim g(x) = −∞.


x→1+

(v) lim g(x) = +∞.


x→2−

(vi) lim g(x) = +∞.


x→2+

Os resultados em (v) e (vi) permitem escrever lim g(x) = +∞, signi-


x→2
ficando que os limites laterais são infinitos e iguais a +∞.
Agora, formalizaremos as noções de limites infinitos.

Definição 2.21 Seja f definida em algum conjunto D contendo um


intervalo aberto (a, c), para algum c > a. Diremos que o limite
à direita de f em x = a é mais infinito, o que será denotado por
lim f (x) = +∞, se
x→a+

∀ M > 0, ∃ δ > 0 tal que a < x < a + δ =⇒ f (x) > M.

Definição 2.22 Seja f definida em algum conjunto D contendo um


intervalo aberto (b, a), para algum b < a. Diremos que o limite à
esquerda de f em x = a é mais infinito, o que será denotado por
lim f (x) = +∞, se
x→a+

∀ M > 0, ∃ δ > 0 tal que a − δ < x < a =⇒ f (x) > M.

Definição 2.23 Seja f definida em algum conjunto D contendo um


intervalo aberto (a, c), para algum c > a. Diremos que o limite à
direita de f em x = a é menos infinito, o que será denotado por
lim f (x) = −∞, se
x→a+

∀ M > 0, ∃ δ > 0 tal que a < x < a + δ =⇒ f (x) < −M.

Definição 2.24 Seja f definida em algum conjunto D contendo um


intervalo aberto (b, a), para algum b < a. Diremos que o limite à
esquerda de f em x = a é menos infinito, o que será denotado por,
lim f (x) = +∞, se
x→a+

∀ M > 0, ∃ δ > 0 tal que a − δ < x < a =⇒ f (x) < −M.

Definição 2.25 Dada a função f , definida num conjunto D contendo


intervalos (b, a) e (a, b) , para alguns b < a < c, dizemos que o limite
de f (x) quando x tende a a é +∞, e escreveremos

lim f (x) = +∞,


x→a

se, para cada número real M > 0 dado arbitrariamente, existe um


número δ > 0, que pode depender de M , tal que para x ∈ I com

a − δ < x < a + δ e x 6= a =⇒ f (x) > M.

Em outras palavras,

∀ M > 0, ∃ δ > 0 tal que x ∈ I e 0 < |x − a| < δ =⇒ f (x) > M.

Para os limites no infinito, nós temos as definições.

34 Educação à Distância
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Limite e Continuidade

Definição 2.26 Dada a função f definida num conjunto D contendo


um intervalo do tipo [a, +∞) dizemos que o limite de f (x) quando x
tende a +∞ é L, e escreveremos

lim f (x) = L,
x→+∞

se, para cada número real  > 0 dado arbitrariamente, existe um


número N > 0, que pode depender de , tal que para x ∈ D com

N < x =⇒ L −  < f (x) < L +  .


Disciplina 2
Em outras palavras,

∀  > 0, ∃ N > 0 tal que x ∈ D e N < x =⇒ |f (x) − L| < .

Definição 2.27 Dada a função f definida num conjunto D contendo


um intervalo do tipo (−∞, a], dizemos que o limite de f (x) quando x
tende a −∞ é L, e escreveremos

lim f (x) = L,
x→−∞

se para cada número real  > 0 dado arbitrariamente, existe um


número N > 0, que pode depender de , tal que para x ∈ D com

x < −N =⇒ L −  < f (x) < L +  .

Em outras palavras

∀  > 0, ∃ N > 0 tal que x ∈ D e x < −N =⇒ |f (x) − L| < .

Agora, convidamos o leitor para definir lim f (x) = ±∞.


x→±+∞

1 − x2 ,

se x < 1
Exemplo 2.28 Para a função f (x) = , temos
x, se x > 1

lim f (x) = −∞ e lim f (x) = +∞ .


x→−∞ x→+∞

Educação à Distância 35
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Funções Contı́nuas

Exercı́cios de Aprendizagem 2.3

Calcule os seguintes limites no infinito.


x3 + x − 1
(a) lim .
x→+∞ x2 + 1
x2 − 4
(b) lim .
x→+∞ 2x2 + 2

p(x)
(c) lim , onde
x→+∞ q(x)

p(x) = an xn + an−1 xn−1 + an−2 xn−2 + · · · + a0

e
q(x) = bn xn + bn−1 xn−1 + bn−2 xn−2 + · · · + b0
são dois polinômios de grau n.

Funções Contı́nuas
Comecemos examinando os dois gráficos abaixo. Inicialmente,
consideremos o gráfico de
 3
x − 1, se − 1 ≤ x ≤ 2
f (x) =
4x + 1, se 2 < x ≤ 4

Agora, vejamos o gráfico de g(x) = x3 − 2.


y

Podemos observar que a curva y = f (x) dá um “salto”em x = 2.


Em geral, se o gráfico de uma função é uma curva que não apresenta
“saltos” ou “furos”, como no caso da curva y = g(x), dizemos que a
função é contı́nua em todos os pontos de seu domı́nio.

Definição 2.29 Uma função f : I −→ R definida no intervalo I é


dita contı́nua em x = a ∈ I, se existe lim f (x) e este limite coincide
x→a
com o valor da função em a, ou seja: lim f (x) = f (a). f é contı́nua
x→a
em I, ou simplesmente contı́nua, se ela é contı́nua em todos os pontos
de I.

Isto significa que f é contı́nua num ponto a somente quando se veri-


ficam as três condições seguintes:
(i) Existe f (a).
(ii) Existe lim f (x).
x→a

36 Educação à Distância
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Limite e Continuidade

(iii) lim f (x) = f (a).


x→a

Exemplo 2.30 São contı́nuas as seguintes funções:


(i) f (x) = an xn + an−1 xn−1 + · · · + a1 x + a0 , x ∈ R.
(ii) g(x) = |x|, x ∈ R.

(iii) r(x) = x, x ≥ 0.
(iv) h(x) = 2x , x ∈ R.
(v) l(x) = cos x, x ∈ R.
(vi) s(x) = sen x, x ∈ R.
Abaixo, vemos os gráficos de r e h.
Disciplina 2
y

y = 2x


y= x

x x

Exemplo 2.31 A função f (x) = |x|


x
, x ∈ R∗ , é contı́nua. Entretanto,
se quisermos estendê-la a todo R, deveremos defini-la em x = 0. A
nova função obtida assim nunca será contı́nua em x = 0. Por quê?
y

Exercı́cios de Aprendizagem 2.4

Em cada caso, determine o valor da constante a para que f seja


uma função contı́nua. Feito isto, esboce o gráfico de f .
 2
x , se x ≤ 1
(a) f (x) =
x + a, se x > 1.
se x ≤ π2

sen x,
(b) f (x) = π
2
− x + a, se x > π2 .

Operações com Funções Contı́nuas


Enunciaremos, agora, alguns resultados sobre as operações com
funções contı́nuas.
Teorema 2.32 Seja I ⊂ R um intervalo. Se f, g : I −→ R são funções
contı́nuas no ponto a ∈ I, então as seguintes aplicações são contı́nuas
em a.
(i) [Soma]

f + g : D −− −→
−− R
x −−−−−→ (f + g)(x) = f (x) + g(x);

Educação à Distância 37
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Operações com Funções Contı́nuas

(ii) [Produto]

f g : D −− −→
−− R
x −−−−−→ (f g)(x) = f (x)g(x);

(iii)
1
: D −− −→
−− R
f
1 1
x −−−−−→ (x) = ,
f f (x)
se f (x) 6= 0, para todo x ∈ I.

Demonstração

Vejamos a prova de (i). Como f e g são contı́nuas em a, vem


que limx→a f (x) = f (a) e limx→a g(x) = g(a). Usando o item (i)
do teorema 2.6 , obtemos que

lim (f + g)(x) = lim f (x) + lim g(x) = f (a) + g(a) = (f + g)(a).


x→a x→a x→a

Logo, obtemos a continuidade de f + g em a.

Vejamos mais uma peça útil para a verificação da continuidade de


certas funções, a partir do conhecimento da continuidade de outras.

Teorema 2.33 Considere f : I ⊂ R −→ R, g : J ⊂ R −→ R, com


f (I) ⊂ J, a ∈ I e b = f (a) ∈ J. Se f é contı́nua em a e g é contı́nua
em b, então g ◦ f é contı́nua em a.

Demonstração

Seja  > 0. Como g é contı́nua em b = f (a), existe δ1 > 0 tal


que
y ∈ E, ky − bk < δ1 =⇒ kg(y) − g(b)k < .
Já a continuidade de f em a produz δ > 0 tal que

x ∈ D, kx − ak < δ =⇒ kf (x) − f (a)k = kf (x) − bk < δ1 .

Logo, se y = f (x), para x ∈ D e kx − ak < δ, vale

ky − bk = kf (x) − f (a)k < δ1 ,

a qual implica que

kg(y) − g(b)k = kg(f (x)) − g(f (a))k = k(g ◦ f )(x) − (g ◦ f )(a)k < .

Em resumo, temos que

x ∈ D, kx − ak < δ =⇒ k(g ◦ f )(x) − (g ◦ f )(a)k < ,

isto é, g ◦ f é contı́nua em a.

Exemplo 2.34 A função h(x) = (g ◦ f )(x) = g(f (x)) = 2cos x é con-


tinua porque é a composta de g(x) = 2x com f (x) = cos x que são

38 Educação à Distância
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Limite e Continuidade

contı́nuas. Em particular, lim h(x) = 2. De fato,


x→0

lim h(x) = h(0) = 2cos 0 = 2.


x→0

Também temos

π π
lim h(x) = h( ) = 2cos 2 = 20 = 1.
x→ π
2 2

Disciplina 2

Exercı́cios de Aprendizagem 2.5

Em cada caso, ache D, o maior domı́nio de h, e justifique sua


continuidade aı́.

(a) h(x) = x2 − 1.

(b) h(x) = 1 − x2 .

Limites Trigonométricos Fundamentais


Nesta seção, estudaremos dois limites especiais que desempenharão
papel importante nos capı́tulos seguintes.
sen x
Vamos considerar a função f (x) = , definida em R − {0}.
x
Não chegaria a ser um problema o cálculo de limites como:

sen x 1 2
lim f (x) = lim = π = ,
x→ π
2
π x 2
π
x→
2
sen x
lim f (x) = lim = 0,
x→π x→π x √ √
2
sen x 2 2 2
lim f (x) = limπ = π = ,
x→ π4
x→ 4 x 4
π
sen x
lim f (x) = lim = sen 1,
x→1 x→1 x
posto que f é o quociente de funções contı́nuas, e, nos pontos onde
os limites foram avaliados, o denominador x não se anula. Mas, e em
x = 0, senx x tem limite? Consideremos a seguinte tabela.

sen x
x sen x
x

0, 10 0, 0998333 0, 99833
0, 09 0, 0898785 0, 99865
0, 08 0, 0799147 0, 99893
0, 07 0, 0699428 0, 99917
0, 06 0, 0599640 0, 99940
0, 05 0, 0499792 0, 99958
0, 04 0, 0399893 0, 99973
0, 03 0, 0299955 0, 99985
0, 02 0, 0199987 0, 99993
0, 01 0, 0099998 0, 99998

Educação à Distância 39
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Limites Trigonométricos Fundamentais

sen x 1
y= x y= x

É isso mesmo que ocorre, ou seja, temos o seguinte teorema.


Teorema 2.35
sen x
lim = 1.
x→0 x

Demonstração

Na figura abaixo, vemos o arco x, seu seno, seu cosseno e


π
sua tangente. Na figura, para 0 < x < , vemos dois triângulos
2
retângulos: um de base cos x e altura sen x e o outro de base 1
e altura tg x. Vemos, também, um setor circular de ângulo cen-
tral x. Comparando as três áreas, dos triângulos e a do setor,
vem que
sen x cos x x tan x
< < .
2 2 2

sen x tg x
x

cos x

2
Multiplicando por sen x
(note que sen x > 0), obtemos
x 1
1< < .
sen x cos x
Como lim 1 = 1 e
x→0
1
lim = 1,
x→0 cos x
concluı́mos que
x
lim =1
x→0+ sen x
e, portanto,
sen x
lim = 1.
x
x→0+
Para concluir, observe que para x < 0, temos
sen x sen −x sen −x
=− = .
x x −x
Portanto, pondo u = −x,
sen x sen u
lim = lim = 1,
x→0− x u→0+ u
o que prova o teorema.

40 Educação à Distância
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Limite e Continuidade

Outro limite importante, e que pode ser obtido do limite anterior,


aparece no teorema abaixo.

Teorema 2.36
cos x − 1
lim = 0.
x→0 x

Demonstração
Disciplina 2
Começamos observando que
x x
cos x − 1 cos( 2 + 2 ) − 1 cos2 ( x2 ) − sen2 ( x2 ) − 1
= =
x x x
sen2 ( x2 ) sen2 ( x2 )
=−2 =− x
x 2

Logo, podemos escrever


cos x − 1 sen u
= − sen u ,
x u
x
onde u = 2
. Portanto,

cos x − 1 sen u sen u


lim = − lim sen u = lim sen u lim = 0·1 = 0.
x→0 x u→0 u u→0 u→0 u
o que prova o teorema.

cos x−1
y= x 1
y= x

Exercı́cios de Aprendizagem 2.6

Use os resultados desta seção para verificar os seguintes limites.


tg x
(a) lim = 1.
x
x→0
(cos x − 1) sen x
(b) lim = 0.
x→0 x2

Educação à Distância 41
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Limites Trigonométricos Fundamentais

42 Educação à Distância
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UNIDADE 2:

Sugestões e Respostas Disciplina 2

43
44
Sugestões e Respostas

2-1 Voltar δ = /2 e lim f (x) = 1.


x→2

2-2 Voltar
(a) −1.
(b) 4. Use o fato que x2 − 4 = (x − 2)(x + 2), e que, para o
cálculo do limite, deve-se supor que x 6= 2.
(c) 12. Use o fato que x3 − 8 = (x − 2)(x2 + 2x + 4), e que, Disciplina 2
para o cálculo do limite, deve-se supor que x 6= 2.
(d) 1029 30. Use o fato que x30 −1030 = (x−10)(x29 +x28 10+
x27 102 +· · ·+1029 ), e que, para o cálculo do limite, deve-se
supor que x 6= 10.
(e) nan−1 . Fatore xn − an .

2-3 Voltar
 
x3 +x−1 1+ 12 − 13
x x
(a) +∞. Escreva x2 +1
=x 1+ 12
e passe ao limite
x
1
observando que lim = 0, se k ∈ N.
x→+∞ xk
 
x2 −2 1− 22
x
(b) 1/2. Escreva 2x 2 +1 = 2+ 1 e passe ao limite obser-
x2
1
vando que lim = 0, se k ∈ N.
x→+∞ xk

(c) abnn . Ponha xn em evidência no numerador e no denomi-


p(x)
nador de q(x)
.

2-4 Voltar
(a) a = 0.
(b) a = 1.

2-5 Voltar
(a) Observe que D é determinado por x2 − 1 ≥ 0. Logo,
D = (−∞, −1] ∪ [1, −∞). h = g ◦ f , onde f (x) = x2 − 1

e g(x) = x.

(b) D = [−1, 1]. h = g ◦ f , onde f (x) = 1 − x2 e g(x) = x.

2-6 Voltar
tg x 1 sen x
(a) Escreva x
= cos x x
.

Educação à Distância 45
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Sugestões e Respostas

46 Educação à Distância
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