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Wellington B. Souza
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Instituto de Matemática e Estatı́stica – Universidade de São Paulo
São Paulo – Brasil – Departamento de Ciência da Computação
MAC5743 – Computação Móvel
wbsouza@ime.usp.br
Resumo. Este trabalho é uma introdução sobre os conceitos de uma rede sem
fio de sensores subterrâneos e suas aplicações para monitoramento de diversas
situações no solo. Também serão abordados os desafios a serem resolvidos para
tornar o emprego desta tecnologia mais comum. Em linhas gerais, é um resumo
do artigo Wireless Underground Sensor Networks: Research challenges.
1. Introdução
As redes sem fio de sensores subterrâneos (WUSN - Wireless Underground Sensor
Networks) são dispositivos eletrônicos implantados abaixo da superfı́cie do solo, com
o objetivo de monitoramento de diversas condições subterrâneas. Estes dispositivos
devem ser autônomos (self-contained) e facilmente implantados com todos os sensores
necessários, memória, processador, antena e fonte de energia.
A tecnologia atual das redes de sensores subterrâneos requer implantação dos sen-
sores abaixo da superfı́cie, e coletores de dados na superfı́cie ligados por cabo. No en-
tanto, esta abordagem tem alguns problemas que as redes sem fio de sensores subterrâneos
podem resolver de maneira mais elegante:
Os benefı́cios das redes sem fio de sensores subterrâneos parecem muito claros.
Embora pareçam similares às redes de sensores terrestres, o ambiente subterrâneo é hostil
para a comunicação sem fio. Assim, com base nas arquiteturas de redes de sensores
terrestres será necessário fazer adaptações tanto no hardware quanto nos protocolos de
comunicação.
2. Aplicações
Os autores criaram quatro classificações para as redes sem fio de sensores sub-
terrâneos: monitoramento de ambiente, monitoramento de infra-estrutura, determinação
de localização e monitoramento de segurança.
Sensores subterrâneos também podem ser utilizados para monitorar a saúde es-
trutural de componentes subterrâneos tais como pontes, prédios, barragens, etc. Sensores
sem fio podem ser implantados nos componentes chave da infra-estrutura subterrânea para
monitorar stresse e pressão sobre estes componentes.
Adicionalmente, as WUSN podem ser utilizadas para aplicações militares para monito-
ramento de infra-estrutura de um campo minado. Existem trabalhos com sensores sem
fio para desarmamento de minas na ocasião da passagem de um tanque de guerra, com
posterior re-acionamento das minas. Com a implantação de sensores subterrâneos, os os
mesmos podem se comunicar entre si a fim de transmitir informações para acionar ou
desativar as minas.
A tecnologia WUSN também pode ser utilizada para localizar pessoas ruı́nas de
desastres. Suponha que um prédio corre risco de desabamento, se as pessoas entrarem
no prédio munidos de sensores de localização, como por exemplo salva vidas retirando
moradores. Se ocorrer um desastre, estes sensores podem enviar a localização destas
pessoas para que a busca por sobreviventes ocorra de maneira rápida e precisa. Embora
esta não seja exatamente uma aplicação subterrânea, podemos tirar proveito da tecnologia
para esta finalidade, pois a natureza densa dos destroços são semelhantes às condições do
solo.
Em áreas rurais onde é necessário maior segurança a tecnologia WUSN pode per-
mitir que um sistema de monitoramento seja facilmente implantado sem a necessidade de
infra-estrutura, pois são auto-suficientes em energia.
3. Desafios
As WUSNs possuem uma área de pesquisa muito atraente em função da natureza
única do ambiente subterrâneo. Pela severidade imposta pelo canal subterrâneo, pelas
considerações que devem ser levadas em conta, como por exemplo o tamanho da antena
do dispositivo, o canal subterrâneo nos força a repensar os paradigmas das redes de senso-
res terrestres. Pelo menos três considerações precisam ser levadas em conta especialmente
para este ambiente: economia de energia, design da topologia, design da antena.
3.1. Economia de Energia
Dependendo do objetivo da aplicação, as WUSN devem permanecer funcionando por
anos para que faça sentido. Este desafio é bastante importante em função das perdas que
ocorrem no ambiente subterrâneo, pois as WUSN precisam de rádios com maior potência
que as redes de sensores terrestres. Assim, a principal preocupação é com a economia de
energia no design de WUSNs.
A vida útil das WUSN dependem diretamente da carga de energia, mas infeliz-
mente a reposição ou troca da carga de energia fica bastante dificultada e cara, pois os
equipamentos são implantados abaixo da superfı́cie. Enquanto a recarga de baterias em
sensores terrestres podem ser induzidas, a recarga de dispositivos implantados no solo
será muito mais difı́cil, senão impossı́vel.
Todos os sensores implantados abaixo da superfı́cie exceto pelo sorvedouro, que pode
ser implantado abaixo ou acima da superfı́cie conforme ilustrado na figura 2. Similar
ao que acontece nas redes de sensores terrestres, o sorvedouro em uma WUSN é o nó
onde todos os dados são recebidos. Topologias subterrâneas podem ser de profundi-
dade única (single-depth), onde todos os sensores estão na mesma profundidade, ou
profundidade múltipla (multi-depth), onde os sensores são implantados em profundi-
dades variadas. Tanto o protocolo de comunicação como o sensor do dispositivo em
uma topologia de profundidade múltipla requerem considerações especiais para garan-
tir que os dados possam ser roteados de maneira eficiente para o sorvedouro na superfı́cie.
Além disso, os dispositivos também podem ser acionados indevidamente por pes-
soas ou pelo excesso de movimento de objetos. Os dispositivos implantados mais profun-
damente podem sofrer com o excesso de pressão exercido pelo solo.
Os sensores irão notificar dados com pouca frequência, assim podem operar com
baixo consumo de energia, mas grandes perı́odos de tempo de inatividade pode prejudicar
o sincronismo da rede. Por natureza estes dispositivos possuem restrições com o consumo
de energia, no entanto ocorrem altas taxas de erros na transmissão de dados. No entanto,
a teletransmissão de pacotes pode introduzir overhead com os acknowledgements.
Na camada de enlace também temos alguns problemas em aberto tais como: esta-
belecer tradeoffs entre o overhead de um protocolo baseado em TDMA e a economia de
energia para eliminar colisões, sincronismo por intervalos de tempo mais longos, deter-
minar o tamanho ótimo dos pacotes para o ambiente subterrâneo.
5.3. Camada de Rede
Os protocolos de Redes Ad-hoc geralmente se dividem em três categorias:
• Proativas (overhead de sinais para manter rotas);
• Reativas (overhead de sinais para manter rotas);
• Geográficas (mais apropriada para WUSN, coordenadas já são conhecidas)
Em uma rede hı́brida, o consumo de energia pode ser melhor aproveitado.
Referências
Akyildiz, I. F. and Stuntebeck, E. P. (2006). Wireless underground sensor networks:
Research challenges. Ad Hoc Networks, 4(6):669–686.