Sunteți pe pagina 1din 13

Redes de sensores sem fio subterrâneos

Wellington B. Souza
1
Instituto de Matemática e Estatı́stica – Universidade de São Paulo
São Paulo – Brasil – Departamento de Ciência da Computação
MAC5743 – Computação Móvel
wbsouza@ime.usp.br

Resumo. Este trabalho é uma introdução sobre os conceitos de uma rede sem
fio de sensores subterrâneos e suas aplicações para monitoramento de diversas
situações no solo. Também serão abordados os desafios a serem resolvidos para
tornar o emprego desta tecnologia mais comum. Em linhas gerais, é um resumo
do artigo Wireless Underground Sensor Networks: Research challenges.

1. Introdução
As redes sem fio de sensores subterrâneos (WUSN - Wireless Underground Sensor
Networks) são dispositivos eletrônicos implantados abaixo da superfı́cie do solo, com
o objetivo de monitoramento de diversas condições subterrâneas. Estes dispositivos
devem ser autônomos (self-contained) e facilmente implantados com todos os sensores
necessários, memória, processador, antena e fonte de energia.

A comunicação sem fio é realizada em substâncias densas tais como solo ou


rocha, o que torna um desafio maior que a transmissão de dados pelo ar. Adicionalmente
ainda existe o requisito de economia de energia, para garantir maior vida útil para estes
dispositivos. Embora haja fontes alternativas de energia, ainda não é possı́vel produzir
energia suficiente para o funcionamento correto dos dispositivos.

A tecnologia atual das redes de sensores subterrâneos requer implantação dos sen-
sores abaixo da superfı́cie, e coletores de dados na superfı́cie ligados por cabo. No en-
tanto, esta abordagem tem alguns problemas que as redes sem fio de sensores subterrâneos
podem resolver de maneira mais elegante:

• Ocultabilidade - Dependendo da aplicação o uso de cabos e equipamentos na su-


perfı́cie torna-se problemático. Na agricultura por exemplo, o uso de equipamen-
tos utilizados na mecanização do solo poderiam danificar cabos e equipamentos de
superfı́cie. Assim, as WUSNs são mais apropriadas, pois correm menor risco de
serem danificadas, além do que estão mais protegidas contra de atos vandalismo
e podem ser empregadas em jardins e campos sem comprometer a estética, pois
ficam abaixo da superfı́cie;
• Fácil Implantação - Sensores cabeados são mais difı́ceis de serem implantados e
expandidos, pois será necessário conectar os dispositivos abaixo da superfı́cie com
os existentes na superfı́cie. Sensores sem fio são mais fáceis instalar, bastando
apenas colocar no local desejado e garantir que existe a comunicação entre os
dispositivos;
• Pontualidade dos Dados - Os coletores de dados que normalmente são ligados aos
sensores cabeados, passam por longos perı́odos armazenando dados sem sincro-
nismo, ao passo que os sensores sem fio possuem a capacidade de transmissão, e
podem enviar os dados para um sistema central, possibilitando maior pontualidade
na entrega das informações;
• Confiabilidade - Em um coletor de dados podem ter dezenas de sensores liga-
dos, representando um risco, pois se este equipamento for danificado, uma grande
área poderá deixar de ser coberta, podendo ser catastrófico para uma aplicação de
monitoramento. Redes de sensores sem fio, possuem mecanismos independen-
tes dispensando o uso de coletores de dados. Além disso, o equipamento pode
notificar que está com problemas para que possa ser corrigido precisamente.
• Cobertura e Densidade - Sensores subterrâneos normalmente são implantados
próximos aos coletores de dados para minimizar a distância de comunicação com
cabos. Nesse sentido, cobrir uma grande área com sensores torna-se uma tarefa
mais difı́cil. Em uma rede de sensores sem fio é possı́vel implantá-los indepen-
dente da localização dos coletores de dados;

Os benefı́cios das redes sem fio de sensores subterrâneos parecem muito claros.
Embora pareçam similares às redes de sensores terrestres, o ambiente subterrâneo é hostil
para a comunicação sem fio. Assim, com base nas arquiteturas de redes de sensores
terrestres será necessário fazer adaptações tanto no hardware quanto nos protocolos de
comunicação.

2. Aplicações
Os autores criaram quatro classificações para as redes sem fio de sensores sub-
terrâneos: monitoramento de ambiente, monitoramento de infra-estrutura, determinação
de localização e monitoramento de segurança.

2.1. Monitoramento de Ambientes


Conforme mencionado anteriormente, os sensores sem fio podem ser utilizados na
agricultura para monitoramento das condições do solo, como por exemplo para medir o
percentual de água e sais mineiras a fim de fornecer a dosagem exata de fertilizantes e
irrigação. Como os sensores sem fio são mais facilmente implantados, podemos chegar
em soluções mais refinadas. Ao invés de fornecer a irrigação para um campo inteiro,
podemos fornecer a irrigação de maneira mais controlada, pois com a implantação
de diversos sensores temos uma boa cobertura da área. Desta forma cada sensor fica
responsável por uma pequena área, de forma que quando a umidade cair para um nı́vel
abaixo do normal, o sensor pode acionar um sistema de fornecimento de irrigação
somente para o local onde é necessário. Seguindo esta ideia, na configuração de jardins
podemos implantar sensores individuais por planta.

O ocultamento fornecido pelas WUSN também é uma caracterı́stica favorável


em relação aos sensores de superfı́cie terrestres. Em aplicações de monitoramento de
gramados, jardins, campos de esportes; o uso de equipamentos na superfı́cie compro-
meteria a estética e aumentaria a quantidade de obstáculos. Sensores subterrâneos são
particularmente úteis para monitoramento das condições do solo em de campos de
esporte tais como campos de futebol, basebol, golf, tênis. Para todos estes esportes as
más condições do gramado influenciam negativamente.

Figura 1. WUSN implantada para monitoramento de campo de golf

O monitoramento de presença e concentração de substâncias tóxicas é outra


aplicação importante para as WUSN, particularmente para o monitoramento do solo em
regiões próximos a rios e lagos, mananciais hı́dricos, etc; pois componentes quı́micos
tóxicos podem contaminar a água fornecida e/ou afetar toda a cadeia alimentar. Nestes
casos o uso de uma rede hı́brida pode ser necessária para permitir o uso de sensores na
água também.

Adicionalmente as WUSN podem também podem ser utilizadas para medir


as propriedades do solo, a fim de fazer previsões sobre deslizamentos de encostas,
permitindo avisar sobre os riscos, bem como a evacuação das pessoas quando houver
risco de deslisamentos.

As WUSN também podem ser utilizadas para monitoramento da qualidade do ar


em minas de carvão, para medir a quantidade de monóxido de carbono e a presença de
gases que podem provocar explosões. Estes gases devem ser constantemente monitora-
dos. Neste caso é necessário o uso de uma rede hı́brida com sensores que capturam as
partı́culas no ar dentro dos túneis e enviam para a superfı́cie. No entanto, ao invés de
transmitir os dados por longas distâncias horizontalmente, podemos utilizar as WUSN
para transmitir os dados verticalmente para a superfı́cie de maneira rápida.

2.2. Monitoramento de Infra-Estrutura


Atualmente temos uma grande quantidade de Infra-Estrutura subterrânea, tais como
oleodutos, gasodutos, dutos de água, esgoto entre outros. As WUSN podem ser utilizadas
para monitoramento em todos estes casos. Uma rede sensores subterrâneos podem
monitorar constantemente o solo para identificar vazamentos para que possam ser
corrigidos antes de trazer maiores problemas.

Sensores subterrâneos também podem ser utilizados para monitorar a saúde es-
trutural de componentes subterrâneos tais como pontes, prédios, barragens, etc. Sensores
sem fio podem ser implantados nos componentes chave da infra-estrutura subterrânea para
monitorar stresse e pressão sobre estes componentes.
Adicionalmente, as WUSN podem ser utilizadas para aplicações militares para monito-
ramento de infra-estrutura de um campo minado. Existem trabalhos com sensores sem
fio para desarmamento de minas na ocasião da passagem de um tanque de guerra, com
posterior re-acionamento das minas. Com a implantação de sensores subterrâneos, os os
mesmos podem se comunicar entre si a fim de transmitir informações para acionar ou
desativar as minas.

2.3. Determinação de Localização


Sensores subterrâneos estacionários que sabem sua localização podem servir como um
guia para serviços baseados em localização. Estes sensores podem ser implantados
abaixo da superfı́cie de auto-estradas, podendo enviar informações de localização para
os carros, e estes por sua vez repassá-las aos motoristas. Diversos serviços podem ser
fornecidos por uma rede de sensores deste tipo, tais como notificação de limites da
rodovia, semáforos, condições de trânsito, etc.

Informações de localização também podem auxiliar sistemas autônomos. Por


exemplo, uma unidade de fertilização autônoma pode receber informações de sensores
subterrâneos sobre as condições do solo, de forma a orientá-la se há condições de tráfego
sob o solo, se o mesmo não oferece riscos de atolamento, e qual a melhor rota a ser
utilizada.

A tecnologia WUSN também pode ser utilizada para localizar pessoas ruı́nas de
desastres. Suponha que um prédio corre risco de desabamento, se as pessoas entrarem
no prédio munidos de sensores de localização, como por exemplo salva vidas retirando
moradores. Se ocorrer um desastre, estes sensores podem enviar a localização destas
pessoas para que a busca por sobreviventes ocorra de maneira rápida e precisa. Embora
esta não seja exatamente uma aplicação subterrânea, podemos tirar proveito da tecnologia
para esta finalidade, pois a natureza densa dos destroços são semelhantes às condições do
solo.

2.4. Monitoramento de Segurança


As WUSN podem ser utilizadas para monitoramento de presença e movimento de
pessoas e objetos. Para isso os dispositivos devem ser implantados abaixo do local a
ser monitorado. Estes dispositivos utilizam sensores de presença, que são acionados
por pressão, acústica ou magneticamente para determinar a presença de uma pessoa ou
objeto. Esta aplicação tem um apelo muito forte para segurança residencial e comercial,
pois vez identificada a presença de intrusos e o sistema acionado, o intruso provavelmente
não saberá como para desabilitar o sistema pois os sensores estão ocultos.

Em larga escala, as WUSNs podem ser bastante úteis para patrulhamento de


fronteiras. Sensores sem fio acionados por pressão implantados próximos à superfı́cie ao
longo da fronteira podem acionar as autoridades para a ocorrência de travessia ilegal na
fronteira. Cada dispositivo deve ser programado com a informação exata de localização
para facilitar as buscas no local.

Em áreas rurais onde é necessário maior segurança a tecnologia WUSN pode per-
mitir que um sistema de monitoramento seja facilmente implantado sem a necessidade de
infra-estrutura, pois são auto-suficientes em energia.

3. Desafios
As WUSNs possuem uma área de pesquisa muito atraente em função da natureza
única do ambiente subterrâneo. Pela severidade imposta pelo canal subterrâneo, pelas
considerações que devem ser levadas em conta, como por exemplo o tamanho da antena
do dispositivo, o canal subterrâneo nos força a repensar os paradigmas das redes de senso-
res terrestres. Pelo menos três considerações precisam ser levadas em conta especialmente
para este ambiente: economia de energia, design da topologia, design da antena.
3.1. Economia de Energia
Dependendo do objetivo da aplicação, as WUSN devem permanecer funcionando por
anos para que faça sentido. Este desafio é bastante importante em função das perdas que
ocorrem no ambiente subterrâneo, pois as WUSN precisam de rádios com maior potência
que as redes de sensores terrestres. Assim, a principal preocupação é com a economia de
energia no design de WUSNs.

A vida útil das WUSN dependem diretamente da carga de energia, mas infeliz-
mente a reposição ou troca da carga de energia fica bastante dificultada e cara, pois os
equipamentos são implantados abaixo da superfı́cie. Enquanto a recarga de baterias em
sensores terrestres podem ser induzidas, a recarga de dispositivos implantados no solo
será muito mais difı́cil, senão impossı́vel.

Opcionalmente em redes de sensores terrestres podem ser equipadas com células


solares como uma fonte de energia alternativa, mas no caso das WUSN isso não é
possı́vel. Pesquisadores tem buscado fontes alternativas para obtenção de energia, tais
como variações de temperaturas e vibrações sı́smicas. Mas a energia fornecida por estas
alternativas são insuficientes para o funcionamento normal dos dispositivos. O estado da
arte para o uso racional da energia seria encontrar uma forma de armazenar a energia
obtida de meios alternativos ao longo do tempo, de maneira que pudesse ser utilizada
futuramente.

A economia de energia deve ser o principal objetivo no design das WUSN. É


possı́vel aumentar a vida útil do dispositivo, com uma carga maior de energia entretanto,
aumentaria tamanho dos dispositivos e os custos com implantação. Nesse sentido, a
economia de energia deve ser alcançada através do uso eficiente do hardware e dos
protocolos.

3.2. Design da Topologia


O design de uma topologia apropriada para WUSNs tem importância crı́tica para o funci-
onamento da rede e conservação de energia. As topologias WUSN provavelmente serão
significativamente diferentes das demais. Por exemplo a localização do dispositivo irá
depender do esforço necessário para realizar a escavação necessária para a implantação.

As topologias tridimensionais serão bastante comuns em WUSNs, com disposi-


tivos implantados em profundidades variáveis dependendo da aplicação. A aplicação irá
definir regras importantes sobre a topologia, entretanto, a minimização do uso de energia
e custo de implantação também devem ser considerados no design. Deve-se encontrar um
ponto de equilı́brio entre estas considerações para produzir um design otimizado. Segue
abaixo as principais considerações para produzir um bom design da topologia:
• Objetivo da aplicação - O local de implantação dos sensores dependem de qual
fenômeno precisam monitorar. Isso irá indicar a profundidade que devem ser
implantados. Algumas aplicações necessitam implantação muito densa de senso-
res sobre uma pequena área, enquanto outras podem estar interessadas em medir
fenômenos em grandes áreas usando baixa densidade de sensores. Aplicações
de segurança por exemplo, irão precisar de implantações de forma mais densa de
sensores de pressão, enquanto que sensores para monitoramento do solo pode pre-
cisar de menor quantidade de dispositivos, pois as diferenças nas propriedades do
solo em distâncias muito pequenas podem não ser interessantes.
• Minimização do uso de energia - Uma topologia desenhada de forma inteligente
pode ajudar a conservar energia nas WUSNs. Uma vez que a atenuação de sinal
é proporcional à distância entre o transmissor e o receptor, o uso de energia pode
ser minimizado por uma topologia projetada para fazer muitos saltos de pequenas
distâncias, ao invés de poucos saltos de longa distância.
• Custo - Diferentemente dos sensores terrestres, onde a implantação consiste ape-
nas em distribuir fisicamente os dispositivos, a implantação de sensores sub-
terrâneos requer um trabalho mais elaborado e de maior custo, uma vez que de-
pende de escavações de acordo com a profundidade necessária para a implantação
do sensor. Além disso, também existem custos adicionais quando houver esgota-
mento da carga de energia dos dispositivos, sendo necessário a recarga da fonte
de energia ou a substituição dos dispositivos. Assim, quando o custo é um fator
importante, a profundidade de implantação dos dispositivos deve ser vista com
cuidado, e o número de dispositivos deve ser diminuı́do, balanceando sempre
os conflitos com a estratégia sugerida para de economia de energia através da
implantação densa. Nesse sentido, é necessário estabelecer um tradeoff apropri-
ado para a situação.
Com as considerações anteriores em mente, os autores do artigo sugerem duas to-
pologias possı́veis para as WUSNs para atender a maior parte das aplicações que utilizam
sensores subterrâneos: topologia subterrânea e topologia hı́brida.

3.2.1. Topologia subterrânea

Todos os sensores implantados abaixo da superfı́cie exceto pelo sorvedouro, que pode
ser implantado abaixo ou acima da superfı́cie conforme ilustrado na figura 2. Similar
ao que acontece nas redes de sensores terrestres, o sorvedouro em uma WUSN é o nó
onde todos os dados são recebidos. Topologias subterrâneas podem ser de profundi-
dade única (single-depth), onde todos os sensores estão na mesma profundidade, ou
profundidade múltipla (multi-depth), onde os sensores são implantados em profundi-
dades variadas. Tanto o protocolo de comunicação como o sensor do dispositivo em
uma topologia de profundidade múltipla requerem considerações especiais para garan-
tir que os dados possam ser roteados de maneira eficiente para o sorvedouro na superfı́cie.

A profundidade que cada dispositivo é implantado depende do tipo de aplicação.


Os sensores de presença por exemplo devem ser colocados próximos à superfı́cie, en-
quanto que os sensores de água devem ser implantados em um profundidade próximo do
que são as raı́zes das plantas. Esta topologia minimiza (ou elemina em caso de um sorve-
douro subterrâneo) o equipamento na superfı́cie, fornecendo o ocultamento máximo para
a rede.

Figura 2. Topologia subterrânea

3.2.2. Topologia hı́brida

É uma mistura de sensores de superfı́cie e sensores subterrâneos conforme mostra a figura


3. Como os dados podem ser propagados pelo ar com menor perda que pelo solo, os sen-
sores acima da superfı́cie necessitam de menor potência para transmissão que os sensores
subterrâneos. Numa topologia hı́brida os dados podem ser roteados abaixo do solo em
poucos saltos até chegar em uma rede na superfı́cie.
Além disso, dispositivos terrestres são mais acessı́veis para troca da fonte de
energia quando necessário. Nesse sentido, a comunicação mais dispendiosa em ener-
gia elétrica deve feita por dispositivos acima da superfı́cie. A desvantagem da topologia
hı́brida é que não é completamente oculta como uma rede de topologia estritamente sub-
terrânea.

Figura 3. Topologia hı́brida

Uma topologia hı́brida também pode consistir de sensores subterrâneos e um sor-


vedouro móvel terrestre que se move pela superfı́cie acima de uma rede subterrânea e co-
leta os dados dos sensores terrestres ou repetidores. Na ausência de repetidores terrestres,
dispositivos mais profundos podem rotear os dados para dispositivos mais próximos da
superfı́cie, os quais tem capacidade de comunicação tanto com dispositivos acima da su-
perfı́cie como com dispositivos subterrâneos. Desta maneira os dados serão armazenados
até que um sorvedouro móvel passe em um raio de alcance dos dispositivos subterrâneos.
Esta topologia deve promover economia de energia na rede pela redução no número de
saltos para chegar até um sorvedouro, pois todo dispositivo próximo a superfı́cie pode
agir como um sorvedouro. Na agricultura, sorvedouros móveis já são usados com sucesso
para redes terrestres.

3.3. Design da Antena


A escolha de uma antena adequada para dispositivos WUSN é outro problema desafiante.
Os principais desafios são:

• Requisitos variáveis - Diferentes tipos de dispositivos podem servir para


propósitos diferentes, assim podem precisar de antenas com diferentes carac-
terı́sticas. Dispositivos mais próximos da superfı́cie irão agir como transmissores
de dados dos dispositivos mais profundos. Os sensores implantados com maiores
profundidades precisam agir como repetidores tanto na direção vertical como na
horizontal.
• O tamanho da antena - Muda de acordo com a frequência em MHz. Baixas
frequências necessitam de uma antena maior para transmitir os dados de maneira
eficiente. Ex: 100 MHz necessita de uma antena de 0,75m (quarter-wavelength).
No entanto, claramente este é um desafio para as Redes sem fio subterrâneas se
precisarmos manter os dispositivos pequenos.
• Orientação da Direção - Futuras pesquisas deverão se identificar se é mais ade-
quado utilizar uma antena multi-direcional ou um grupo de antenas direcionais
independentes para dispositivos WUSN. A comunicação com uma única antena
multi-direcional provavelmente será um desafio, pois os dispositivos poderão ser
implantados em diferentes profundidades e a experiência ainda é nula de como
será a radiação em cada extremidade. Isto implica que com uma orientação verti-
cal os dispositivos devem ser emparelhados (vertical e horizontalmente).
As considerações no design da antena também vão variar de acordo com a tecnolo-
gia da camada fı́sica que será utilizada. O foco deste estudo é em ondas eletromagnéticas,
entretanto ainda é necessário encontrar outras tecnologias mais adequadas para este am-
biente.

3.4. Ambiente Hostil


O ambiente subterrâneo está longe de ser um local ideal para dispositivos eletrônicos:
Água, temperaturas extremas, animais, insetos e escavações. Os dispositivos devem
resistir a todos estes fatores, além disso devem ser pequenos;. A tecnologia para forne-
cimento de energia deve ser escolhida cuidadosamente levando em conta as variações de
temperatura no ambiente da implantação e balanceando tudo isso com o tamanho ideal
(pequeno se possı́vel).

Além disso, os dispositivos também podem ser acionados indevidamente por pes-
soas ou pelo excesso de movimento de objetos. Os dispositivos implantados mais profun-
damente podem sofrer com o excesso de pressão exercido pelo solo.

4. O canal de Comunicação Subterrâneo


O canal de comunicação é um dos fatores que tornam o uso de redes sem fio subterrâneas
um desafio. Embora a comunicação digital subterrânea pareça ser inexplorada, a
propagação de ondas EM no solo e rocha tem sido estudada extensivamente por radares
longo alcance. Nesta sessão teremos uma visão geral descrevendo as propriedades do
canal eletromagnético subterrâneo, os efeitos das propriedades do solo sobre este canal.

Embora haja estudos da propagação de ondas eletromagnética, um modelo com-


preensivo de canal subterrâneo ainda não existe. Foram identificados 5 principais fatores
que podem trazer impactos nas ondas EM da comunicação subterrânea:
• Grande perda de sinal - Dependendo da composição do solo;
• Reflexão e Refração - Na superfı́cie quando o sinal passa da terra para o ar;
• Multi-Path fading - Dispersão de sinal ocorre com mais frequência próximo à
superfı́cie;
• Velocidade de Propagação - Muito baixa quando comparando com o ar;
• Ruı́dos - Linhas elétricas, luz, motores elétricos, etc;
A composição do solo incluindo água, tamanho das partı́culas, densidade tempe-
ratura, tudo combina para formar uma complexa constante dielétrica ! r . Este parâmetro
afeta diretamente a atenuação de qualquer sinal eletromagnético passando pelo solo. A
água no solo é de longe o parâmetro mais significante a ser considerado quando se fala
em perda de sinal através do solo.

Os solos são classificados pelo diâmetro das partı́culas. Os solos arenosos


produzem menores perdas que os argilosos. Além disso, solos densos também aumentam
as perdas por atenuação. Adicionalmente, o aumento da temperatura no solo também
fará com que ocorra maior perda de sinal.

Parâmetro Mudança Efeito na


atenuação do Sinal
% de água ↑ ↑
temperatura ↑ ↑
densidade do solo ↑ ↑
% de areia ↑ ↓
% de argila ↑ ↑

Tabela 1. Propriedades do Solo e seus efeitos na atenuação de sinal

4.1. Alternativas para a camada fı́sica


Uma possı́vel alternativa às ondas EM para comunicação subterrânea é a Indução
Magnética (IM), podendo trazer diversos benefı́cios:
• Mı́dias densas como por exemplo o solo e a água causam pouca variação na taxa
de atenuação de campos magnéticos (contrário do que ocorre no ar);
• Detectores de presença podem acionar qualquer receptor ativo via carga induzida
de uma bobina;
• IM resolve o problema de design da antena, pois a transmissão e recepção podem
ser feitos por uma bobina;
• Outra alternativa para as ondas EM são as ondas sı́smicas. A comunicação via
ondas sı́smicas foi demonstrada com sucesso tanto em solo como em rocha em
distâncias de 1 Km. No entanto, frequências de ondas sı́smicas podem afetar o
ar, e gerar ondas sı́smicas gasta muita energia;
5. Arquitetura de Comunicação
Nesta sessão falaremos sobre os protocolos das WUSN. A figura 4 ilustra a pilha de
protocolos e suas camadas, cruzando as informações sobre o gerenciamento de energia e
gerenciamento de tarefas.

Figura 4. Pilha de Protocolos

Os desafios encontrados particularmente nas WUSN, não podem ser aplicados


para os protocolos das redes de sensores terrestres. Mas, é necessário rever e modificar
cada uma das camadas a fim de torná-las mais eficientes.

5.1. Camada Fı́sica


A camada fı́sica de comunicação representa um desafio importante para WUSNs, pois
propagar ondas através do solo causa muitas perdas, principalmente em solos contendo
água. Outro desafio importante é o uso de uma antena eficiente, que consiga receber
e transmitir dados em um meio como o solo. O uso de Indução Magnética e Ondas
Sı́smicas podem ajudar a criar uma camada fı́sica combinando com o que já existe.

Existem alguns problemas em aberto para tornar eficiente o uso de indução


magnética, esquema de modulação visando economia de energia, estabelecimento de um
tradeoff entre confiabilidade e capacidade, mais ainda, é necessário um estudo teórico
sobre a capacidade do canal de comunicação subterrâneo.

5.2. Camada de Enlace


Os protocolos MAC existentes para a Camada Data Link são inadequados, estes proto-
colos foram projetados para uso em redes sem fio terrestres. Para melhorar a vida útil
dos dispositivos, o número de transmissões deve ser minimizado. As colisões causam
retransmissões, assim o uso de um protocolo RTS/CTS introduz um overhead muito alto.
O esquema baseado em TDMA para eliminar as colisões criam um timeslot, mas também
tem um overhead alto para as WUSN.

Os sensores irão notificar dados com pouca frequência, assim podem operar com
baixo consumo de energia, mas grandes perı́odos de tempo de inatividade pode prejudicar
o sincronismo da rede. Por natureza estes dispositivos possuem restrições com o consumo
de energia, no entanto ocorrem altas taxas de erros na transmissão de dados. No entanto,
a teletransmissão de pacotes pode introduzir overhead com os acknowledgements.

Na camada de enlace também temos alguns problemas em aberto tais como: esta-
belecer tradeoffs entre o overhead de um protocolo baseado em TDMA e a economia de
energia para eliminar colisões, sincronismo por intervalos de tempo mais longos, deter-
minar o tamanho ótimo dos pacotes para o ambiente subterrâneo.
5.3. Camada de Rede
Os protocolos de Redes Ad-hoc geralmente se dividem em três categorias:
• Proativas (overhead de sinais para manter rotas);
• Reativas (overhead de sinais para manter rotas);
• Geográficas (mais apropriada para WUSN, coordenadas já são conhecidas)
Em uma rede hı́brida, o consumo de energia pode ser melhor aproveitado.

Também na camada de rede existem problemas em aberto tais como a criação de


protocolos mais versáteis para aplicações de sensores especificamente para as WUSN
tais como monitoramento de presença e de pressionamento, equacionando o problema de
consumo de energia. Além disso é necessário examinar um protocolo de múltiplas rotas
para lidar com as falhas nos equipamentos.

5.4. Camada de Transporte


Na Camada de transporte, com as altas taxas de perda o canal é necessário re-examina-la.
O objetivo principal é salvar os recursos escassos do sensor e melhorar a eficiência da
rede. Um bom protocolo de transporte deverá ser capaz de identificar corretamente
eventos do sensor na rede O Controle de congestionamento, controle de fluxo, tudo isso
com recursos de memória limitados para transmissão de dados.

Além disso, a maioria das implementações de TCP são inadequados para as


WUSN, pois o controle de fluxo é baseado em um mecanismo de quadros. É necessário
não utilizar um mecanismo baseado em quadros, mas ainda ter um controle de mensagens
que possa se adaptar a taxa de transmissão.

Na camada de transporte também existem assuntos em aberto:


• Desenvolvimento de novos mecanismos para inferir a perda de pacotes de maneira
mais eficiente;
• Propostas de novas métricas de confiabilidade devem ser definidas para eventos
de transporte;
• Update policies para notificação dos sensores devem ser criadas para evitar con-
gestionamentos da rede e melhorar a eficiência de throughput bem como a confi-
abilidade em bandas limitadas como o ambiente subterrâneo;
• Uma taxa de perda de dados para as As redes de sensores sem fio subterrâneos
deve ser estabelecido a fim de economizar energia e prolongar a vida útil dos
dispositivos.
6. Conclusão
As redes de sensores sem fio subterrâneos é uma tecnologia recente, com diversas
aplicações. No entanto, possui diversos problemas em aberto que compreendem desde
o projeto da topologia, design da antena, fornecimento de energia, até a melhoria da
eficiência para comunicação no meio subterâneo.
Por se tratar de uma tecnologia inovadora ainda há poucas pesquisas sobre o as-
sunto. Para tornar-se viável é essencial pesquisas sobre o canal de comunicação sub-
terrâneo, criação de novos protocolos de comunicação adaptados para o meio subterrâneo,
alternativas mais apropriadas para o fornecimento de energia objetivando aumentar a vida
útil dos sensores, antenas de maior alcance e com menor consumo de energia. Nesse sen-
tido as redes de sensores sem fio subterrâneos representam uma área muito promissora
para pesquisas.

Referências
Akyildiz, I. F. and Stuntebeck, E. P. (2006). Wireless underground sensor networks:
Research challenges. Ad Hoc Networks, 4(6):669–686.

S-ar putea să vă placă și