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Ano 8
Nº 39
Set/Dez 2011
ISSN 0100-1485
entrevista
Gutemberg de Souza
Pimenta, consultor sênior
da PETROBRAS
inibidores
inibidores de
de corrosão
corrosão
Sumário
Conselho Científico 10
M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRN
M.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTEC ABRACO Informa
M.Sc. Hélio Alves de Souza Júnior
Dra. Idalina Vieira Aoki – USP
Dra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTEC
Dr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPE 12
Dr. Luís Frederico P. Dick – UFRGS
M.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPT Notícias do Mercado
Dra. Olga Baptista Ferraz – INT
Dr. Pedro de Lima Neto – UFC
Dr. Ricardo Pereira Nogueira – Univ. Grenoble – França 14
Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ
Inibidores de Corrosão
Conselho Editorial
Eng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRO Soluções para proteger o meio ambiente
Dra. Célia A. L. dos Santos – IPT
Dra. Denise Souza de Freitas – INT
Dr. Ladimir José de Carvalho – UFRJ 29
Eng. Laerce de Paula Nunes – IEC
Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ Gestão de Processos & Projetos
Simone Maciel – ABRACO
Dra. Zehbour Panossian – IPT
Revisão Técnica 34
Dra. Zehbour Panossian (Supervisão geral) – IPT
Dra. Célia A. L. dos Santos (Coordenadora) – IPT Opinião
M.Sc. Anna Ramus Moreira – IPT O desafio da conversão no meio digital
M.Sc. Sérgio Eduardo Abud Filho – IPT
M.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. – IPT Fernando Laudino
Redação e Publicidade
Aporte Editorial Ltda.
Rua Emboaçava, 93
São Paulo – SP – 03124-010
Fone/Fax: (11) 2028-0900
aporte.editorial@uol.com.br
Artigos Técnicos
Diretores
João Conte – Denise B. Ribeiro Conte 20 30
Editor Coloração e estabilidade térmica Estudo eletroquímico de tintas de
Alberto Sarmento Paz – Vogal Comunicações das camadas fosfatizadas fundo pigmentadas com zinco
redacao@vogalcom.com.br
Por Zehbour Panossian e Por Alberto Pires Ordine
Repórteres Célia A. L. dos Santos e Fernando de Loureiro Fragata
Henrique A. Dias e Carlos Sbarai
Projeto Gráfico/Edição 24
Intacta Design – info@intactadesign.com Artefatos de medidas em reativação
Gráfica potenciocinética
Ar Fernandez Por Ivan Napoleão Bastos
e Marcos Paulo M. de Carvalho
Esta edição será distribuída em janeiro de 2012.
Carta ao leitor
Boa leitura!
Os editores
Entrevista
Gutemberg de
Souza Pimenta
raduado em Engenharia projeto PETROBRAS e ANP riais. Através do apoio das empre-
Mecânica pela Pontifícia (Agência Nacional de Petróleo) sas, ganhamos mais um veículo
Universidade Católica do nas Universidades e Institutos de para trazer os seus especialistas do
Rio de Janeiro – PUC – RJ e Pesquisas no Brasil, participou exterior. Todos estes conjuntos de
Mestre em Engenharia Metalúr- ativamente nas atividades desen- ações estão levando a ABRACO a
gica e Ciência dos Materiais pela volvidas pela ABRACO, já tendo ter a cada ano uma posição de des-
Universidade Federal do Rio de ocupado os cargos de Presidente, taque cada vez maior.
Janeiro – COPPE, o Consultor Diretor Técnico e Financeiro.
Sênior da PETROBRAS Gutem- Hoje, além de coordenar o IN- Quais são os principais desta-
berg de Souza Pimenta está à TECORR 2012, também ocupa ques da edição 2012 do IN-
frente da Comissão Organizado- o cargo de Diretor de Eventos da TERCORR? Quais seriam seus
ra do INTERCORR 2012, que NACE Brasil. Para falar um pou- argumentos para os profissio-
será realizado entre os dias 14 e co mais sobre o evento, Gutem- nais do setor participarem do
18 de maio, na cidade de Salva- berg atendeu a Revista Corrosão evento?
dor (BA). Gutemberg atua na & Proteção. Gutemberg – Primeiro, podemos
atividade de corrosão desde dizer que este deverá ser um dos
1979, quando ingressou no O INTERCORR é hoje o mai- maiores eventos já realizados pela
Centro de Pesquisas da PETRO- or evento técnico internacional ABRACO. Só para fazer um com-
BRAS – CENPES. Em 2000, de corrosão organizado no Bra- parativo, estamos utilizando uma
passou a ocupar o cargo atual. sil. Na sua opinião, quais os mo- infraestrutura do tamanho da
Coordenador e executor de tivos que fizeram o evento ga- COTEQ, evento que tem a parti-
diversos projetos de pesquisas nhar tal dimensão? cipação da ABRACO, ABENDI e
aplicadas na área de produção de Gutemberg – Este foi um trabalho ABM. O evento assumiu este porte
petróleo, refino e transporte de de muitos anos, promovendo con- porque as últimas edições indica-
petróleo e seus derivados, a partir gressos de alta qualidade técnica ram um crescimento contínuo na
de 2001 passou também a traba- em âmbito nacional, o que veio participação de empresas e de pes-
lhar em projetos e programas de mais tarde ganhar o respeito inter- quisadores na atividade de corro-
biocombustíveis, especialmente nacional. Os comitês técnicos de são. Outro destaque é o momento
em biodiesel e etanol. renome, formados não só no Brasil, que vivemos hoje na atividade de
Autor de diversos papers de mas também no exterior, tiveram petróleo, com a descoberta e início
corrosão em congressos Nacio- uma grande participação para o da exploração do pré-sal. Todos
nais (ABRACO, ABENDE, seu reconhecimento internacional, têm conhecimento de que o petró-
ABM, entre outros) e Interna- indicando palestrantes de grande leo nesta formação é considerado
cionais (NACE, ICC, Eurocorr destaque para as conferências ple- muito corrosivo. Isto faz com que
entre outros), administra cursos nárias, mesas-redondas e palestras várias empresas, institutos e uni-
em diversas entidades na discipli- técnicas. Contribuiu também para versidades desenvolvam inúmeros
na de corrosão, monitoração e o sucesso do INTERCORR a par- projetos de P&D nesta área. Tenho
suas medidas preventivas. Res- ticipação das empresas associadas à certeza de que o tema do pré-sal irá
ponsável pela implantação da ABRACO que estiveram presentes atrair muitos pesquisadores e
Rede de Materiais e Corrosão, em todas as exposições empresa- empresas para o evento.
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Entrevista39:Entrevista36 12/27/11 11:22 AM Page 2
O evento se caracteriza por um novidades também nessa área? parâmetros: espaço, número de
forte viés técnico. Algum tema Gutemberg – Estamos informati- trabalhos, expositores e público
vai merecer destaque especial zando todas as etapas do evento: visitante. Estamos investindo
nesta edição? recebimento e aprovação dos resu- muito em qualidade e conheci-
Gutemberg – Além dos trabalhos mos e trabalhos técnicos, colocando mento técnico que propiciarão a
que envolvem o pré-sal, também um site cada vez mais rico em realização de um grande evento
estamos dando ênfase a outros te- informações e deixando assim o em 2012.
mas importantes, como: corrosão e evento bem transparente. Não
degradação na Construção Cívil; podemos ficar de olhos fechados O Brasil, em virtude de seu
discussão do fenômeno de corrosão para as novas tecnologias de apoio e crescimento econômico expres-
sob tensão, que é um dos mecanis- divulgação. Com o crescimento téc- sivo, assume hoje posição im-
mos de corrosão que mais preocupa nico de nosso pessoal interno é de se portante em quaisquer debates
as empresas em vista das dificulda- esperar que o evento esteja cada vez internacionais. Como isso se
des de sua monitoração; e a discus- mais informatizado. Ainda tere- reflete no INTERCORR e tam-
são do tema biocorrosão. Existem, mos outras novidades até a data de bém em todo o setor de óleo e
ainda, outros temas de grande rele- sua realização. gás nacional?
vância para a corrosão que estamos
definindo e que serão divulgados
no site da ABRACO (www.abra-
co.org.br/intercorr), tão logo te-
nhamos a confirmação dos pesqui-
sadores para proferir as palestras.
“ O papel da ABRACO é identificar a demanda
tecnológica atual, conhecer os pesquisadores
e empresas que estão na linha de frente
e promover o intercâmbio tecnológico e a
Depois de dois eventos conse-
cutivos em Fortaleza, o IN- confrater nização entre os participantes
TERCORR 2012 passa a ter
como sede Salvador. Essa pre-
sença marcante no Nordeste
brasileiro tem algum motivo
especial?
Gutemberg de Souza Pimenta
Eventos Envolvidos
32º Congresso Brasileiro de Corrosão
4th International Corrosion Meeting
18º Concurso de Fotografia de Corrosão e Degradação de Materiais
32º Exposição de Tecnologias para Prevenção e Controle da Corrosão
E mais!
• Palestras Técnicas
• Mesas Redondas
• Trabalhos Técnicos: Oral / Pôster
• Minicursos
• Mais de 300 resumos de trabalhos recebidos
Chamada de Trabalhos
Envio de trabalhos Técnicos 16 de fevereiro de 2012
Análise de Trabalhos Técnicos 12 de março de 2012
Aproveite e divulgue sua empresa em um dos mais importantes eventos de corrosão da América Latina.
Entre em contato conosco e saiba como tornar-se um patrocinador e/ou expositor.
Informações
ABRACO – Associação Brasileira de Corrosão
Tel.: +55 (21) 2516-1962 - Fax: +55 (21) 2233-2892
E-mail: eventos@abraco.org.br
www.abraco.org.br/intercorr2012
AnuncioIntercorr:Associados35 12/27/11 1:48 PM Page 2
ABRACO Informa
Santos Offshore Oil & Gas Expo – A edição 2011, realizada no Mendes Convention Center, em
Santos, São Paulo, entre 18 e 21 de outubro, reuniu fornecedor de serviços e produtos para o mer-
cado de petróleo e gás, e foi um sucesso de público interessado em discutir os caminhos do merca-
do onshore e offshore no país, principalmente os assuntos relacionados à Bacia de Santos, maior
descoberta da PETROBRAS, que atrai para a região interessados em conhecer e fornecer para a
extensa cadeia produtiva de petróleo e gás.
Durante quatro dias de evento, o visitante pôde conferir os estandes das empresas expositoras e
participar de eventos paralelos como: a Rodada de Negócios promovida pelo Sebrae, PETROBRAS
e Prominp, Conferência com temas atuais sobre setor de Petóleo e Gás, o Canal Fornecedor da
PETROBRAS, além de encontros promovidos pelos expositores do evento para lançar e promover
novos produtos e serviços.
Bernardi Ltda.
Fundada em 15 de dezembro de 1997, a empresa Bernardi Ltda. con-
quistou credibilidade no mercado industrial, com ampla experiência na área
de pintura e isolamento térmico. Ao longo de sua carreira industrial adotou
critérios rigorosos de qualidade, com mão de obra especializada e equipa-
mentos de alta tecnologia, priorizando de maneira efetiva a segurança e a
preservação ambiental.
Mais informações: Tel.: (42) 3271-5501
Notícias do Mercado
expandir o projeto para outras áreas da WEG e demais fábricas estão espalhadas por Rio Grande
mostrar para os nossos clientes o caminho para do Sul (Gravataí), Santa Catarina (Blumenau,
obter resultados mais eficientes”, explica João Guaramirim, Itajaí e Joaçaba), São Paulo (São
Alfredo Silveira, gerente do departamento de Paulo, São Bernardo do Campo e Hortolândia),
Melhoria Continua e Meio Ambiente da WEG. Amazonas (Manaus), Espírito Santo (Linhares).
Fundada em 1961, a WEG atua principal- No exterior, a WEG possui unidades fabris na
mente no setor de bens de capital e é um dos Argentina, México, Portugal, África do Sul,
maiores fabricantes mundiais de equipamentos China e Índia, além de instalações de distribuição
eletro-eletrônicos, atuando em cinco linhas prin- e comercialização nos EUA, Venezuela, Co-
cipais: Motores, Energia, Transmissão & Dis- lômbia, Chile, Alemanha, Inglaterra, Bélgica,
tribuição, Automação e Tintas. Com mais de 24 França, Espanha, Itália, Suécia, Austrália, Japão,
mil colaboradores, atingiu faturamento bruto de Cingapura, Índia, Rússia e nos Emirados Árabes
R$ 5,3 bilhões em 2010. Unidos.
No país, o grupo tem sua sede e principais
unidades industriais em Jaraguá do Sul/SC. Suas Mais informações: www.weg.net
Inibidores de Corrosão
m vista dos grandes problemas oriundos da corrosão nas últi- “Trabalhos com moléculas en-
mas décadas, as empresas, por meio dos vários sistemas de pro- capsuladas vêm sendo desenvol-
teção, têm investido na solução dos problemas que tanto afetam vidos no nosso grupo de pesqui-
as unidades industriais, tais como, nos processos de decapagem, nos sis- sa sob a responsabilidade da pro-
temas de resfriamento, equipamentos, peças etc. Segundo a doutora do fessora Idalina V. Aoki”, conclui
Laboratório de Eletroquímica e Corrosão do Departamento de En- Isabel C. Guedes.
genharia Química da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Segundo Anna Ramus Mo-
– USP, Isabel C. Guedes, dentre as várias formas de proteção existentes, reira, do Laboratório de Corro-
o uso de inibidores de corrosão está presente em diferentes setores são e Proteção do Instituto de
industriais. “Embora existam substâncias já consagradas como Pesquisas Tecnológicas – IPT, os
inibidores de corrosão, a maioria apresenta elevados índices de toxidez. inibidores voláteis de corrosão
Assim sendo, nos últimos anos, passou a prevalecer a preocupação com têm sido usados desde o século
o meio ambiente”, afirma Isabel C. Guedes. XIX. “O primeiro de todos tinha
“Embora os inibidores de corrosão sejam substâncias que, quando por base aminas de cadeia pe-
adicionadas ao meio, podem inibir ou até cessar o processo corrosivo, quena, tendo sido usado a partir
devem ser tomado cuidados especiais quanto ao seu uso, prevalecen- de 1920 na proteção anticorrosi-
do a responsabilidade ambiental. Com o intuito de proteger o meio va de tubos de aço e de caldeiras.
ambiente a comunidade científica tem procurado dar a sua colabo- Algum tempo depois, a cânfora
ração e, portanto, vem investindo em pesquisas que possam identificar foi utilizada na proteção de ma-
substâncias capazes de agir como inibidores de corrosão, isto é, mini- teriais militares fabricados em
mizando o processo corrosivo e que, ao mesmo tempo, sejam ambi- ferro e o vapor da naftalina foi
entalmente amigáveis. Com este objetivo, existem grupos de pes- um efetivo inibidor volátil de
quisas, tanto no Brasil como no exterior que vêm investindo em pro- corrosão para o aço em atmos-
dutos naturais. A literatura mostra que alguns extratos naturais têm feras contendo vapor de ácido
demonstrado boa eficiência como inibidores de corrosão principal- clorídrico. Durante a Segunda
mente para ligas ferrosas em meio ácido”, revela Isabel C. Guedes. Guerra Mundial, os inibidores
O Laboratório de Eletroquímica e Corrosão do Departamento de voláteis de corrosão passaram a
Engenharia Química da Escola Politécnica da USP também está tra- ser largamente utilizados, resul-
balhando com extratos naturais, cujos resultados demonstram ser tando no desenvolvimento de
promissores, tanto para meio ácido quanto para meios em torno da duas formulações eficientes con-
neutralidade. “Existe uma preocupação adicional que é o fato dos hecidas como nitrato de dici-
extratos naturais serem formados por uma mistura de vários compos- cloexilamônio e carbonato de ci-
tos de difícil identificação. Entendo que é fundamental continuarmos cloexilamina, as quais foram
trabalhando para identificar qual ou quais desses compostos atuam extensamente usadas até os anos
como inibidores de corrosão. Com a identificação destes elementos, 50. O uso comercial dos inibi-
seria necessário o estudo individual dos compostos presentes nesses dores voláteis de corrosão teve
extratos, o que poderia garantir seu uso em escala industrial. Salienta- início em 1970 e, desde então,
se que os grupos que estão trabalhando com esse material já estão eles tem recebido extenso reco-
dando uma grande contribuição”, explica Isabel C. Guedes. nhecimento, sendo largamente
Outra novidade é a de trabalhar com moléculas inibidoras de cor- usados nos dias de hoje”, comen-
rosão encapsuladas, que têm a função de ser liberadas da cápsula ao ta Anna Ramus Moreira.
sofrerem estímulo específico como: alteração do pH, danos mecânicos “O mecanismo de ação de
ou a incidência de raios ultravioleta, com aplicação em diversos seg- um inibidor volátil de corrosão
mentos da indústria, destacando-se a automotiva, a óleo e gás e a linha (IVC) ocorre através de duas eta-
branca. Assim, essas substâncias passam a agir somente quando soli- pas. Inicialmente pela transfe-
citadas, além de trazer benefícios ambientais, pois mesmo quando os rência de um inibidor de sua fase
inibidores apresentam algum nível de toxicidade, estes por encon- original (geralmente sólida) para
trarem-se encapsulados não são tão prejudiciais ao meio ambiente. a superfície metálica. A primeira
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condição para a boa eficiência de mesmo que o IVC pudesse protegê-la. As duas condições citadas estão
um IVC é a capacidade deste de parcialmente relacionadas à pressão de vapor do inibidor, parcial-
atingir a superfície metálica a ser mente à distância existente entre o inibidor e a superfície metálica e
protegida. A volatilidade refere- parcialmente à qualidade de acesso às superfícies a serem protegidas”,
se, simplesmente, a um meio de esclarece Anna Ramus Moreira.
transporte. A segunda condição Sobre a interação com a superfície metálica, Anna Ramus Moreira,
é a de que a taxa de transferência informa que uma questão de extrema importância para a eficiência de
da molécula não seja muito len- inibição está relacionada à condição em que a superfície metálica se
ta, pois neste caso o ataque à su- encontra. Para um resultado ideal, a interação IVC/superfície metáli-
perfície metálica ocorreria antes ca deve ser perfeita e, para tal, a superfície a ser protegida deve estar
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www.ckltda.com.br – ckltda@ckltda.com.br
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Artigo Técnico
Introdução das sobre metais ferrosos obtidos mar camadas mais escuras
Este artigo revisa duas carac- a partir de banhos à base de fos- (METALS HANDBOOK,
terísticas importantes das cama- fato diácido de zinco são acin- 1987, p.434).
das fosfatizadas: a coloração e a zentados, variando de cinza claro Camadas muito escuras, de
estabilidade térmica. A coloração a cinza escuro. A razão deste fato aspecto decorativo agradável são
Por Zehbour pode variar bastante, devido é atribuída à formação da subca- formadas quando se utilizam
Panossian principalmente à espessura da mada nos instantes iniciais de banhos à base de fosfato diácido
camada de fosfato. A estabilida- contato do substrato com o ba- de manganês.
de térmica é discutida porque vá- nho de fosfatização. Um outro A coloração das camadas de
rios processos industriais utili- fato interessante é que quanto fosfato de ferro obtidas a partir
zam a etapa de secagem, seja da mais fina a camada, mais escura de banhos à base de metais alca-
própria camada fosfatizada, seja ela é devido à maior influência linos ou de amônio depende for-
da camada de tinta aplicada so- da coloração da subcamada. À temente da massa de fosfato por
Célia A. L. bre o metal fosfatizado. medida que a camada vai au- área (HAMILTON, 1979).
dos Santos mentando de espessura, ela vai se Quando muito finas apresentam
Introduction tornando mais clara, pois a sub- coloração iridescente (por exem-
This article reviews two im- camada vai perdendo gradativa- plo cinza amarelado, ou, cinza
portant characteristics of the phos- mente a sua influência. azulado, ou, rosa dourado, ou,
phated coatings: the color and the Outro fator que influencia a violeta dourado) e quando mais
thermal stability. The color can coloração da camada fosfatizada grossas (1 g/m2) apresentam
vary greatly mainly due to the é a presença de íons ferrosos no coloração cinza.
thickness of the phosphated coa- banho: Freeman, 1988, afirma Na Tabela 1, apresentam-se
ting. The thermal stability is dis- que camadas fosfatizadas obtidas um resumo da coloração dos di-
cussed because several industrial a partir de banhos novos apre- ferentes tipos de camadas fosfati-
processes using the drying stage to sentam uma coloração cinza zadas indicadas por normas in-
the coating phosphated itself or to mais clara. À medida que os ba- ternacionais.
the paint applied on the metal nhos ficam ricos em íons ferro-
phosphated. sos, as camadas obtidas vão fi- Estabilidade térmica
cando mais escuras. As mais cla- O comportamento de cama-
A coloração das camadas fos- ras são aquelas formadas sobre o das fosfatizadas frente a altas
fatizadas obtidas a partir de ba- zinco a partir de banhos à base temperaturas é um parâmetro
nhos contendo metais pesados de fosfato diácido de zinco isen- importante visto que uma das
varia desde cinza claro até preto. to de íons ferrosos. Se nestes ba- maiores aplicações é como base
Observando a coloração dos nhos, íons ferrosos estão presen- para pintura e muitas tintas são
compostos cristalinos com as tes a camada será mais escura. curadas em estufas. Além disso,
quais as camadas fosfatizadas são A coloração da camada de são muitos os processos de fosfa-
formadas, verifica-se que as ca- fosfato depende também do teor tização que adotam o estágio de
madas fosfatizadas assumem co- de carbono no substrato: cama- secagem.
loração diferente dos compostos das à base de fosfato de zinco são Os compostos que constitu-
que lhe deram origem. Isto pode tanto mais escuras quanto maior em as diferentes camadas fosfati-
ser explicado pela variação do o teor carbono do substrato de zadas contêm água de hidrata-
tamanho de cristais, presença de aço (METALS HANDBOOK, ção, as quais podem ser perdidas,
impurezas presentes na camada e 1987, p.434). O tipo de acelera- em maior e menor grau, quando
pela influência do próprio subs- dor interfere na coloração: acele- as camadas fosfatizadas são sub-
trato. Por exemplo, tanto a fosfo- radores fortes tendem a formar metidas a altas temperaturas.
filita como a hopeíta são brancas camadas mais claras enquanto os Estudos realizados (Saison, cita-
e as camadas fosfatizadas forma- aceleradores fracos tendem a for- do por RAUSCH, 1990, p.106)
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com amostra de hopeíta subme- te reidratadas quando, após o • camadas de fosfato de manga-
tida a uma pressão parcial de aquecimento, coloca-se a ca- nês, também perdem água de
vapor d’água de 13,0 x 102 Pa mada em contato com água. hidratação porém em muito
(13 mbar) mostraram que: Esta reidratação não é acompa- menor grau do que as camadas
• a 65 °C, não ocorre perda de nhada pela recuperação dos constituídas por hopeíta e fos-
água; cristais originais: os cristais de fofilita;
• a hopeíta perde duas das suas hopeíta desidratadas e reidrata- • um aquecimento a 200 °C
quatro moléculas de água de das sofrem trincamento, prova- durante uma hora, não causa
hidratação quando aquecida a: velmente como resultado das diminuição de desempenho
85 °C, durante 780 s; 90 °C, tensões introduzidas no proces- para camadas fosfatizadas a
durante 420 s; 95 °C, durante so de desidratação/reidratação base de fosfato de manganês,
240 s min; 100 °C, durante (SERVAIS et al, 1988); porém, nas camadas a base de
150 s; 105°C, durante 90 s. • camadas fosfatizadas ricas em fosfato de zinco, causa a dimi-
Estudos mostraram ainda hopeíta começam a perder nuição de desempenho.
que ocorre a reidratação da ho- água de hidratação a partir de McGarvey & Chamberlain
peíta à temperatura ambiente e 80 °C. Acima de 200 °C, ocor- (citado por RAUSCH, 1990,
esta reidratação é tanto mais rá- re a perda total de água com p.107) estudaram a perda de
pida quanto menor for a perda formação de fosfatos anidros. A água de camadas fosfatizadas
de água de hidratação durante o perda de água continua ocor- expostas ao ar e imersas em óleo.
aquecimento. Em contrapartida rendo até 400 °C. Acima desta Estes autores verificaram que o
se a desidratação for severa (por temperatura, começa a ser ob- óleo inibe a perda de água. Este
exemplo: 14400 s – 4 horas a servado ganho de massa; fato foi comparado com as cama-
150 °C) a reidratação ocorre • camadas fosfatizadas ricas em das de tinta: a interface camada
muito lentamente e não é efi- fosfofilita começam a perder fosfatizada/tinta assemelha-se à
ciente, ou seja, ocorre apenas água de hidratação a partir de interface camada fosfatizada/
parcialmente (SERVAIS et al, 100 °C. A perda de água conti- óleo, podendo-se concluir que a
1988; RAUSCH, 1990, p106). nua ocorrendo até 400 °C. perda de água é inibida quando
Estudos realizados com ca- Acima desta temperatura, co- peças fosfatizadas e pintadas são
madas fosfatizadas mostraram meça a ser observado ganho de curadas em estufa. De fato, estu-
que (LORIN, 1974, p.66-67; massa. Ao contrário da hopeí- dos mostraram que as tempera-
FREEMAN, 1988, p.40-41): ta, a desidratação da fosfofilita turas adotadas e o tempo de
• camadas fosfatizadas constituí- é irreversível; aquecimento durante a cura de
das de hopeíta pura perdem • acima de 600 °C, camadas tintas aplicadas sobre camadas
duas moléculas de água de hi- contendo hopeíta e fosfofilita, fosfatizadas apesar de causarem
dratação entre 70 °C e 140 °C. começam a sofrer sublimação. alguma perda de água de hidrata-
As duas moléculas de água res- Nestas condições a fosfofilita é ção, não interferem no desempe-
tantes são perdidas na faixa de o composto menos estável; nho das camadas fosfatizadas
temperatura entre 190 °C e • a desidratação da fosfofilita pintadas (FREEMAN, 1988,
240 °C. A perda de água é tende a tornar a camada fosfa- p.40-41). Alguns autores afir-
acompanhada por opacidade, tizada amorfa, enquanto que mam até que há uma certa me-
aparecimento de estrias parale- durante a desidratação da ho- lhora de desempenho (RODZE-
las e ruptura dos cristais. Ca- peíta é verificada uma transfor- WICH, 1974).
madas fosfatizadas ricas em ho- mação cristalográfica do Mesmo durante o estágio de
peíta que foram desidratadas Zn3(PO4).4H2O para aquecimento em que as camadas
podem ser parcial ou totalmen- Zn3(PO4).2H2O; fosfatizadas são expostas direta-
C & P • Setembro/Dezembro • 2011 21
Celia39:Cristiane 12/27/11 9:58 AM Page 3
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• Documentação Técnica
dos Produtos
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• Artigos Técnicos
• Estudo de Casos
• Responsabilidade Ambiental
• ITALTECNO no Mundo
• Previsão do Tempo
• Cotação do Dólar
• Promoções e Lançamentos
Artigo Técnico
Introdução interaction between the interfacial cia, fio espiralado de platina co-
As curvas de reativação po- impedance and the potentiostat’s mo contraeletrodo e pelos cor-
tenciocinética são amplamente impedance. Samples of UNS pos de prova do aço em análise
usadas para caracterizar eletro- S30400 austenitic stainless steel, como eletrodos de trabalho. O
quimicamente a ocorrência de sensitized at 650 ºC for four hours, equipamento utilizado foi um
Por Ivan sensitização em aços inoxidáveis. were submitted to double-loop elec- potenciostato Versastat 3, dota-
Napoleão Bastos Entretanto, pouca atenção é dada trochemical potentiokinetic reacti- do de módulo de corrente de até
à caracterização das próprias cur- vation tests (DL-EPR). Intense cur- 2 A, da fabricante Princeton Ap-
vas de reativação. Neste trabalho rent oscillations were found in plied Research (PAR). A taxa de
apresentamos curvas de reativa- potentials close to -0.2 V vs SCE. varredura de potencial inicial-
ção levantadas sob diversas con- These artefacts were vanished after mente adotada foi a prescrita
dições experimentais e que mos- 15 h using the chronoamperometry pela norma (1,67 mV/s), sendo
tram uma interação da impedân- technique, revealing that this beha- reduzida para 1,00 mV/s após
Marcos Paulo M. cia interfacial com a do próprio vior could be at least partially con- constatação experimental de
de Carvalho potenciostato. Assim, corpos de trolled by the electrochemistry. The que esta pequena redução não
prova do aço austenítico (UNS introduction of external resistances afeta os resultados do ensaio. A
S30400), sensitizados a 650 °C avoids these oscillations, thus it taxa de amostragem durante a
por quatro horas, foram submeti- demonstrates that this result was varredura e a cronoamperome-
dos a ensaios de reativação poten- caused by the coupling between the tria foi de 1,0 Hz. As resistên-
ciocinética eletroquímica por du- employed potentiostat’s impedance cias externas, acopladas em série
plo loop (DL-EPR). Usando a and the interface’s electrochemical com o eletrodo de trabalho,
técnica de cronoamperometria, impedance. tiveram precisão de 1 %.
foi encontrada uma região de
potencial, próxima de -0,2 V vs Procedimento experimental Resultados e discussão
ECS, na qual surgem oscilações O procedimento experimen- Oscilações em sistemas ele-
de corrente muito intensas e que tal adotado neste trabalho ba- troquímicos ocorrem em diversos
desaparecem ao fim de 15 h de seou-se nas prescrições da norma sistemas e sempre despertam
medida, revelando serem, pelo ASTM G 108, com discretas interesse, pois sua dinâmica e seu
menos parcialmente, controladas modificações. Os corpos de pro- mecanismo eletroquímico são
pela eletroquímica. Com a intro- va foram preparados a partir do bastante complexos e, por isto, o
dução de resistências externas aço UNS S30400, embutido sob conhecimento dessas flutuações é
que eliminam tais oscilações, foi pressão em anéis de politetrafluo- ainda limitado. Alguns sistemas
possível concluir que aquelas são retileno. Uma amostra foi sub- mais conhecidos são ferro em
resultado da interação elétrica da metida a tratamento térmico de ácido sulfúrico (GERALDO et
interface eletroquímica com o 650 ºC por quatro horas para al., 1998), cobre em ácido tri-
potenciostato utilizado. que o material fosse sensitizado. fluoracético (POTKONJAK et
Os eletrólitos foram soluções al., 2010) dentre outros (HUD-
Introduction aquosas de 0,5 mol/L de H2SO4 SON et al., 1994). Para o sistema
Potentiokinetic reactivation e 0,01 mol/L de KSCN, manti- aço inoxidável em meio ácido
curves are widely used for the elec- das a uma temperatura de 30,0 com tiocianato de potássio, que
trochemical evaluation of stainless ± 0,1 ºC, por banho termostati- tradicionalmente é empregado
steel sensitization degree. However, zado, e desaeradas por 30 min para detecção da sensitização, foi
little attention has been paid to the com N2 anidro antes de cada relatado anteriormente pela lite-
analysis of the reactivation curves ensaio. O sistema de três eletro- ratura (LOU et. al., 1995) a
themselves. Thus, this paper presents dos foi composto por um eletro- ocorrência de oscilações na região
the reactivation curves under seve- do de calomelano saturado de transição ativa-passiva.
ral experimental conditions and the (ECS) como eletrodo de referên- Apesar do interesse em ele-
24 C & P • Setembro/Dezembro • 2011
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Figura 1 – Curva EPR aço UNS S30400 sensitizado a 650 ºC por 4 h, com (a) e sem KSCN (b)
troquímica e em corrosão estar sistema metal-eletrólito, dando ções contendo apenas 0,5 mol/L
centrado em oscilações de origem ensejo a esta investigação. Ob- de H2SO4 (portanto, sem adição
eletroquímica, outros fenômenos servando a Figura 1b, nota-se do KSCN) produziram curvas
podem induzir a ocorrência de que a ausência do tiocianato eli- de formato típico, com densida-
oscilações, tais como acoplamen- mina essas oscilações. des máximas de corrente da
tos elétricos (BABA et al., 2000), No entanto, a eliminação de ordem de 2,5 % em relação às
constituindo um artefato de possíveis interferências de natu- densidades registradas na presen-
medida, que acomete diversos reza eletrônica devidas ao poten- ça do tiocianato e sem oscilação
procedimentos de interesse em ciostato deu origem ao estudo de corrente na região de transi-
corrosão (TRANA et elli, 2010; das oscilações de corrente na fai- ção, ou seja, a corrente decresce
BASTOS et al., 2000; BAYETA xa de transição entre o pico de sem qualquer pico.
et al., 1999). Para esclarecer as corrente de ativação e a corrente Outro possível interferente,
possibilidades da origem das osci- de passivação. Os ensaios DL- as bolhas do gás nitrogênio usa-
lações observadas por Lou e EPR foram repetidos em três das para a desaeração da solução,
Ogura, 1995, foram realizados equipamentos, de dois fabrican- foi investigado. O procedimento
ensaios eletroquímicos de reativa- tes diferentes (PAR e Omni- experimental adotado, neste ca-
ção eletroquímica em condições metra). Os resultados obtidos so, foi o levantamento de curvas
normais e também com modifi- foram os mesmos, afastando ini- DL-EPR em duas condições:
cações forçadas devido ao acopla- cialmente a hipótese de flutua- uma mantendo o borbulhamen-
mento célula eletroquímica-po- ções, oriundas da interação entre to do gás durante o ensaio e ou-
tenciostato. a impedância eletroquímica e o tra, interrompendo-se o fluxo de
As curvas DL-EPR obtidas aparato eletrônico de medida, nitrogênio ao início da coleta de
apresentaram um formato típico porém em outro equipamento, dados (em ambas situações, as
amplamente descrito na literatu- não dotado do módulo de cor- soluções foram previamente de-
ra e foram usadas na determina- rente 2 A, não surgiram as osci- saeradas por 30 min com fluxo
ção do grau de sensitização. lações. Além disto, a retirada do constante de nitrogênio gasoso
Além dessas características, a tiocianato elimina as flutuações, anidro). Novamente, os resulta-
curva do aço sensitizado apresen- conforme mostrado na Figura dos foram iguais, descartando
ta uma oscilação de corrente 1b, o que, em princípio, reforça qualquer influência do gás nitro-
bem determinada na faixa de po- a suposição de ser, de fato, um gênio como agente capaz de criar
tencial de transição entre o pico evento, pelo menos parcialmen- alterações da resistência do ele-
da corrente de ativação e a faixa te, controlado eletroquimica- trólito e provocar flutuações de
de passivação. Tais resultados po- mente. O parâmetro investigado corrente.
dem ser vistos na Figura 1a. A que revelou ser extremamente Desde que o potencial per-
presença destas oscilações de cor- relevante para o fenômeno das maneça dentro da faixa de tran-
rente em uma faixa estreita e oscilações de corrente e para a sição ativa-passiva, as oscilações
bem definida de potencial nas própria técnica de reativação de corrente são um fenômeno
curvas do UNS S30400 consti- potenciocinética eletroquímica de longa duração. O tempo mé-
tuiu-se em comportamento não foi a presença dos íons tiocianato dio de duração das oscilações é
esperado, sobretudo pela rara (SCN-) em solução. Os ensaios de 15 h, depois do qual já não se
ocorrência na literatura para este DL-EPR realizados com solu- observam as flutuações mostra-
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das na Figura 2. Durante este outra que surge, dentre as pri- dos picos de alta intensidade su-
tempo, as oscilações apresentam meiras, que corresponde a flu- peram as próprias densidades
padrões temporais bem nítidos e tuações rápidas (valor de pico relativas às correntes de ativação.
reprodutíveis. A duração e os pa- 60 mA/cm2 e período de 7 s), De fato, os valores máximos das
drões periódicos das oscilações claramente observáveis na Fi- flutuações superam o valor da
indicam que o comportamento gura 3. Inicialmente, os tempos densidade de corrente estacioná-
da corrente está associado a fenô- de recorrência dos picos de alta ria (Ipico estacionário ~ 75 mA/cm2 e
menos eletroquímicos que ocor- intensidade aumentam com o Ipico oscilação ~ 120 mA/cm2).
rem precisamente entre as regi- tempo de ensaio. Na Figura 5, Para avaliar a estabilidade
ões da curva de polarização onde realizada em triplicata, mostra- dessas oscilações foram acopladas
há a transição entre os potenciais se a evolução da frequência de resistências externas em série
de ativação e de passivação do recorrência. A amplitude tam- com o eletrodo de trabalho a fim
aço, cuja resistência é negativa. bém tende a aumentar até 10 % de eliminar as oscilações de cor-
Logo, a sensitização do aço não é do tempo total de ocorrência rente em todos os valores de
a causa determinante do surgi- das flutuações. Depois desta fa- resistência estudados (Figura 6).
mento das oscilações, visto que, se, a amplitude reduz-se lenta- A elevação da impedância total
em ambos os casos, elas foram mente até desaparecer comple- do sistema correspondente ao
observadas (ver Figuras 3 e 4). tamente em aproximadamente eletrodo de trabalho proporcio-
Durante as oscilações, as flu- 15 h. O valor máximo dos picos nada pelo acréscimo do resistor,
tuações apresentam-se duas é 120 mA/cm2 e, após isto, há mesmo quando os valores são
grandes componentes: uma de uma queda suave até 85 mA/cm2 pequenos, mostrou-se suficiente
alta intensidade (valor de pico quando, subitamente, as oscila- para criar uma diferença entre as
120 mA/cm2 e tempo de recor- ções cessam. Ressalta-se que as impedâncias do potenciostato e
rência de superior a 50 s) e densidades máximas de corrente do sistema metal-eletrólito-resis-
Figura 6 – Efeito dos resistores externos nos DL-EPR Figura 7 – Correlação entre as resistências externas
em aço UNS S30400 sensitizado aplicadas ao eletrodo de trabalho com a declividade
(em módulo) da função E vs i na faixa de transição
ativa-passiva dos ensaios DL-EPR
CEP (Controle Estatístico do Processo) é uma sigla que repre- custos trabalhistas totais destes
senta uma das metodologias mais utilizadas para melhoria e profissionais, e ainda contando
monitoramento da performance dos processos de uma organi- com muito maior especialização
zação e é largamente utilizada no Brasil desde a década de 80, quando em estatística, o que realmente
as montadoras de veículos a consideraram como uma prática obri- faz a diferença na aplicação bem
gatória para a conquista de desempenhos excelentes de seus processos sucedida do CEP. Por Orlando
industriais. A implementação desta técnica do Dr. William Edward O que não se pode tercei- Pavani Júnior
Deming tornou-se coqueluche, preponderantemente no segmento rizar é a parte relativa à inter-
automotivo, a ponto destes forçarem 100% de seus fornecedores a uti- pretação dos estudos estatísticos
lizarem esta técnica como o único meio efetivamente infalível de aper- e a decorrente tomada de deci-
feiçoar seus processos industriais a ponto de garantir a tão almejada são para ações de aperfeiçoa-
Qualidade Assegurada, ou posteriormente, Fornecimento com Zero mento dos processos estudados,
Defeito! no entanto, mesmo esta parte
Os fornecedores de componentes e serviços para o segmento auto- do processo é potencialmente
motivo logo se adaptaram designando profissionais de sua força de tra- alavancada pelas empresas espe-
balho para fazerem cursos e mais cursos sobre CEP, criando uma classe cializadas na terceirização do
de profissionais que se especializaram em implementar o CEP nas CEP uma vez que tem uma re-
organizações, cuidando de tudo que fosse considerado mandatório lação mais transparente e me-
pelas montadoras. nos submissa com as lideranças
O que se observou ao longo de todos estes anos é que, infeliz- da empresa, conduzindo pes-
mente, o CEP e sua implementação ficou delegada apenas a estes soalmente as reuniões de análise
profissionais, rotulados como Coordenadores de CEP (ou outro cargo crítica e contribuindo definiti-
com título assemelhado), de tal forma que a técnica em si ficou fada- vamente nas interpretações dos
da a ser utilizada como mero meio de atender aos auditores das mon- estudos e na sugestão de ações
tadoras (que fazem visitas periódicas para verificar se a técnica é de melhoria mais adequadas.
mesmo utilizada) garantindo assim a continuidade dos fornecimentos. Ultimamente, o assunto do
O trabalho deste profissional focou restrito a realizar treinamentos aos CEP tem retornado à ordem do
outros profissionais da empresa (treinamentos estes oportunizados de dia de diversas organizações
maneira pífia e quase que para cumprir tabela), além da mera geração através de outros nomes tais
de gráficos estatísticos, na grande maioria das vezes dotados de erros como: SEIS SIGMA, LEAN
relevantes (devido à falta de experiência na área de estatística e na apli- SIGMA etc. Este regresso, inde-
cação das diversas técnicas disponíveis). pendentemente do rótulo mo-
A tendência atual das organizações bem-sucedidas é delegar as derno com que a denominam, se
responsabilidades deste profissional a empresas especializadas em tra- deve à relevância da estatística no
tamento estatístico de dados através do CEP, terceirizando as funções processo decisório eficaz e na
eminentemente técnicas e ficando apenas com a tarefa de interpretar importância da gestão baseada
os dados fornecidos e tomar as ações de aperfeiçoamento, ações estas em evidências.
que infelizmente não acontecem quando a empresa opta em respon-
sabilizar uma única pessoa para cuidar do CEP como um todo.
A falta de especialização em estatística aplicada destes profissionais,
contratados especialmente para a implementação de CEP (ou
aproveitados internamente com treinamento externo de, no máximo,
40 horas e nada mais) e a falta de acesso amplo e irrestrito dos mes-
mos à Alta Direção são os principais responsáveis pelos erros sis-
temáticos de aplicação das técnicas relativas ao CEP, gerando falta de Adm. M.Sc. Prof. Orlando Pavani Jr.
credibilidade dos estudos estatísticos gerados e participação quase que Consultor Titulado CMC pelo
nula da Alta Direção nas reuniões de interpretação e tomada de ação. IBCO/ICMCI e Diretor da Solutty, empresa
As tarefas técnicas e táticas do CEP são perfeitamente tercei- de soluções em gestão comercial –
rizáveis, até com reduções de custos relevantes quando comparado aos pavani@gaussconsulting.com.br
Artigo Técnico
(1) O teor de zinco metálico, no caso da tinta em pó, foi determinado pelo método de evolução de hidrogênio [NBR 6639 (3)].
Nas tintas líquidas, foi calculado a partir do teor de zinco metálico no pigmento e do teor de sólidos em massa.
dos corpos de prova, com 5 % Figura 2) apresentou o pior um desempenho superior desta
de área de aço exposta. O desempenho e, com apenas 8 em relação às demais, visto que
ensaio era encerrado tão logo se meses de exposição, revelava os valores de potencial se man-
obser vava corrosão vermelha corrosão vermelha na incisão e tiveram na região de proteção
(ferrugem) na área exposta de vários pontos de corrosão na (abaixo de – 800 mV, ECS) por
aço. Observa-se que a tinta em superfície. Assim, em todos os mais tempo, retardando o apa-
pó KZ apresentou desempenho ensaios, verificou-se a relação recimento de corrosão verme-
muito inferior ao das tintas direta do desempenho anticor- lha do aço, apesar do teor de
líquidas. Este comportamento rosivo com o teor de zinco zinco metálico na película seca
pode ser atribuído ao menor metálico na película seca, con- ser comparável ao da tinta
teor de zinco metálico na pelí- siderando-se as tintas com o MCU73, por exemplo (Tabela
cula seca da tinta KZ. Aquela mesmo tipo de resina. 1). Nos ensaios de exposição
com maior teor de zinco metá- em névoa salina e de exposição
lico na película seca, no caso, a Efeito do tipo de resina natural, este comportamento
MCU85, foi a que apresentou A tinta N1661, bastante co- também foi observado (ORDI-
melhor desempenho, seguida nhecida no mercado brasileiro e NE, 2011).
pela EP.Zn e, por sua vez, normatizada pela PETRO- Dessa forma, o seu desem-
seguida pela MCU73. BRAS, possui uma resina à base penho não pode ser explicado
No ensaio de exposição em de silicato de etila e teor míni- pelo efeito do teor de zinco
câmara de névoa salina mo de 75 % de zinco metálico metálico na película seca, mas,
(ORDINE, 2011) regis tra- na película seca. Observando sim, pelo fato da tinta N1661
ram-se os tempos de apareci- novamente a Figura 1, e consi- conter uma resina híbrida e as
mento de corrosão vermelha derando agora também a tinta características de umectação
(do substrato) na incisão dos N1661 nesta análise, verifica-se das partículas de seu pigmento
corpos de prova. A tinta KZ
apresentou o pior desempe-
nho, pois após 192 h de expo-
sição, constatou-se a presença
de corrosão vermelha na inci-
são. Quanto às tintas MCU85,
EP.Zn e MCU73, a primeira
apresentou um desempenho
superior (1440 h) ao da segun-
da (1104 h), e esta, superior ao
da terceira (840 h). O desem-
penho destes revestimentos em
laboratório também foi coe-
rente com aquele obtido no
ensaio acelerado de exposição
atmosférica, após 50 meses, Figura 1 – Medidas de potencial, em relação ao eletrodo de calomelano
como mostra a Figura 2. A saturado (ECS), ao longo do tempo, nos corpos de prova com 5 % de
tinta KZ (não incluída na área de aço exposta
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serem inferiores às das resinas mais baixo de zinco metálico tiva e pode-se supor que o pro-
orgânicas. Com isso, tem-se na película, tinha apresentado cesso de fabricação das tintas em
uma maior área superficial de potencial de –982 mV, ECS. pó pigmentadas com zinco tem
zinco ativa e, como consequên- Com uma investigação adicio- influência bastante significativa
cia, melhores características de nal, verificou-se que, superfi- nas propriedades finais da pelí-
proteção, sob o ponto de vista cialmente, a camada de revesti- cula. Isto foi confirmado com os
galvânico. Outra explicação diz mento da tinta WZ encontra- resultados da Figura 3, em que a
respeito à massa específica da va-se bastante resistiva e, após tinta WZ, com superfície lixa-
resina etil silicato de zinco, após um lixamento da superfície, da, apresentou potencial dentro
hidrólise com a umidade do ar. que reduziu a espessura em da faixa de proteção até, aproxi-
Como esta é maior do que a das torno de 10 %, o potencial madamente, o quadragésimo
resinas orgânicas tradicionais, ficou entre –900 mV, ECS e dia e potenciais mais eletronega-
para um mesmo teor de pig- –1000 mV, ECS, ou seja, no tivos que os da tinta KZ, o que
mento, a resina de etil silicato processo de fusão da película de é coerente com o teor mais ele-
de zinco tende a deixar a pelícu- tinta, há a formação de uma vado de zinco metálico na pelí-
la com uma Concentração camada superficial muito resis- cula (63 %) na tinta WZ.
Volumétrica de Pigmento
(CVP) mais elevada, portanto
deixando uma maior área de
zinco para reagir.
Efeito da formação da
película
Na Tabela 2, mostram-se as
características de duas tintas em
pó e os respectivos valores de
potencial de eletrodo de corpos
de prova revestidos, após três
horas de imersão em solução de
NaCl 3,5 %.
No caso da tinta WZ, obser-
vou-se potencial de – 440 mV, Figura 3 – Medidas de potencial, em relação ao eletrodo de calomelano
ECS, o que não era esperado, saturado (ECS), ao longo do tempo, nos corpos de prova sem área de aço
visto que a tinta KZ, com teor exposta
32 C & P • Setembro/Dezembro • 2011
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(*) Determinado pelo método de evolução de hidrogênio [NBR 6639 (3)]. (**) Em relação ao eletrodo de calomelano saturado.
Opinião
Fernando Laudino
s números crescentes de disso, algumas servem melhor para um segmento do que para outro.
vendas no comércio eletrô- Conheça os tipos de plataforma disponíveis no mercado:
nico aumentam considera- Pronta – Apesar de possuir poucas opções de personalização e um
velmente as expectativas de novos plano mensal de pageviews, é ideal para iniciantes e pequenas e médias
empresários para esse mercado, empresas, pois possui baixo custo por se tratar de um servidor compar-
mas para conquistar a tão falada tilhado, além de atualizações automáticas. Muita atenção na adesão a
conversão no meio digital é pre- este serviço. É importante calcular um número aproximado de visitas
ciso ter conhecimento e se dedi- que o site terá para contratar o plano, caso contrário, o custo poderá ser
car de forma integral para esta muito maior do que o previsto.
nova função. Personalizada – Apesar da implementação demorada e um alto
Investir em uma loja virtual é custo inicial e mensal a plataforma atende qualquer tipo de necessida-
tão trabalhoso quanto montar de e alto nível de personalização, atualização sobre demanda e servidor
uma loja física. Em alguns casos, semidedicado ou dedicado.
o investimento no mundo digital Open Source – É uma plataforma gratuita com código aberto (qual-
é também similar ao demandado quer programador pode alterar). Possui um tempo maior de imple-
no offline. E, assim, como qual- mentação (necessita um programador experiente ou empresa consoli-
quer empresa, é fundamental ter dada no mercado), o que o torna altamente personalizável.
muito claro quanto se pode in- Cada plataforma de e-commerce tem suas peculiaridades, seja na
vestir e qual público pretende navegabilidade do painel de controle seja nas funções que oferecem.
atingir. É ilusório pensar que Porém, algumas funcionalidades como cadastro de produtos, acompa-
com pouco ou quase nenhum nhamento de pedidos, busca de produtos, cálculo de frete automático,
investimento é possível montar relatórios, controle de estoque, integração com gateway de pagamento,
um e-commerce. Outro mito é não podem faltar.
que muitas pessoas acham que Com o site no ar, produtos e público alvo definidos, é hora de
com noções básicas de programa- desenvolver um trabalho contínuo, que engloba desde o aperfeiçoa-
ção conseguirão montar a sua mento frequente do design e dos textos, até o monitoramento de cam-
loja virtual, colocar produtos a panhas e estratégias de marketing.
venda e alcançar retorno. Investir em Selos de Confiança e Certificados de Segurança, telefo-
Com o público alvo e o pro- nes e Chat, aperfeiçoar as fotos, entender as reais necessidades do con-
duto definido, é necessário esta- sumidor, são alguns dos fatores fundamentais para um e-commerce de
belecer a filosofia da empresa, sucesso. Além disso, os vídeos são uma forte tendência nas lojas virtuais
desenhar uma estratégia de co- e precisam ser explorados.
municação, conhecer as platafor- Caso a empresa tenha uma loja offline, colocar o telefone e o ende-
mas existentes, escolher a agência reço traz mais credibilidade para seu comércio virtual. Informações ver-
de comunicação que irá auxiliar dadeiras em “Quem Somos” e a divulgação clara e objetiva da política
neste trabalho, desenvolver estra- de troca e das formas de pagamento criarão uma relação transparente
tégias de marketing digital e estar com seus consumidores e um número maior de interessados em seus
preparado para ações contínuas produtos. Explore os produtos, crie banners para cada categoria, desen-
de aperfeiçoamento e fidelização. volva ações de alto impacto e invista sempre em conhecimento.
Na hora de definir a platafor-
ma, é fundamental saber quanto Fernando Laudino
se pode investir. Existem plata- Diretor de Negócios da Internet Innovation
formas para todos os bolsos, além Contato: www.internetinnovation.com.br
Empresas Associadas