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ATUALIZAÇÃO PEDAGÓGICA
A
expansão do Ensino Técnico no Brasil, fator importante para
melhoria de nossos recursos humanos, é um dos pilares do
desenvolvimento do País. Esse objetivo, dos governos esta-
duais e federal, visa à melhoria da competitividade de nossos produtos
e serviços, vis-à-vis com os dos países com os quais mantemos relações
comerciais.
Diretora Superintendente
Laura Laganá
Vice-Diretor Superintendente
Emilena Lorezon Bianco
REALIZAÇÃO
Unidade do Ensino Médio e Técnico
Coordenador
Almério Melquíades de Araújo
Parecer Técnico
Ursula Caroline Salvaterra Batista
Revisão de Texto
Aline Perrotti
O texto percorre caminhos que nos levam a entender seu contexto históri-
co e sua pertinência atual; discute a formação do estudante e do profissio-
nal do século XXI e o papel do professor até chegar no seu cerne, de fato, as
Metodologias Ativas. O material conceitua e expõe as inúmeras potenciali-
dades desses métodos, os delineando como uma das opções que o docente
possui para desenvolver seu trabalho de educador.
Referências Bibliográficas: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
“POR QUE?” E “PORQUÊ!”
DAS METODOLOGIAS ATIVAS
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
sador francês René Descartes (1637) , uma figura tão emblemática quanto
suas obras. Ao longo da história é notável que a liberdade de exercer o di-
reito de pensar vem se transformando, ora mais inclusiva ora menos, bem
como as estratégias para estabelecer o raciocínio e exercer julgamentos.
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METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
ACIOLE (2016) cita DEMO (2002) e MORIN (2002) para levantar a necessi-
dade de induzir os estudantes e futuros profissionais a saberes antes não
valorizados, mas agora tidos como necessários para estes é preciso:
Em outras palavras, induzir o estudante e/ou futuro profissio-
nal a: aprender a pensar, inclusive o novo, reinventar-se, saber
trabalhar coletivamente, ter iniciativa, gostar de certa dose de
risco, ter intuição, saber comunicar-se, saber resolver conflitos,
ser flexível, reunir competências capazes de torná-lo apto para
enfrentar, de forma autônoma, solidária e crítica, as necessi-
dades e exigências sociais no contexto atual e futuro. (DEMO,
2002; MORIN, 2002 apud ACIOLE 2016)
No entanto estes saberes podem ter sido reprimidos por anos de uma
educação que não prezava por estes princípios e agora, em uma forma-
ção profissionalizante, o professor desse nível de ensino acaba tendo que
iniciar um processo de construção e desconstrução de saberes para possi-
bilitar o desenvolvimento das habilidades e competências almejadas.
“A sala de aula tradicional é um subproduto do industrialismo, idealizada
na concepção da linha de montagem e com propósito de treinar os alunos
segundo as conformidades do modelo industrial.” (VALENTE, 2007 apud
VALENTE, 2014). Desta forma, para novos objetivos educacionais nascem,
também, novas metodologias de ensino, metodologias que permitam ao
estudante se aprouver deste saberes que possibilitarão seu protagonismo
profissional e social.
É possível ainda dizer que saberes como esses não perpassam apenas as
necessidades profissionais, atualmente os vínculos sociais não são mais os
mesmos. Um grande exemplo disso é o papel social que as mulheres vêm
ocupando no mercado de trabalho e nas relações interpessoais. Estas vem
rompendo estigmas socioculturais e se empoderando ao se colocarem no
papel de comunicadoras, de tomarem suas próprias decisões e não aceitarem
repressões e violências – antes romantizadas e aceitas pela sociedade.
METODOLOGIAS ATIVAS:
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tarefas manuais e criativas associadas aos conteúdos ensinados, sempre
com base na Democracia em todos os espaços escolares.
Mestre do trabalho e do bom senso, assim ficou conhecido Freinet criador de
inúmeras atividades e princípios utilizados atualmente, como aulas-passeio
(ou estudos de campo), dos cantinhos pedagógicos, da troca de correspon-
dência entre escolas, ou ainda do jornal escolar. O ponto de tangência dos
dois autores? A Democracia como grande princípio e forma de ação.
Assim, retira-se de textos de autoria de John Dewey e Célestin Freinet frag-
mentos que norteiam o entendimento das Abordagens Ativas em duas das
suas origens mais aclamadas e com resultados práticos e significativos. A
escolha desses autores se baseia na sua tangência filosófica em torno da
democracia e como a Educação está ligada intimamente a esta.
A seguir, por meio do recurso de uma entrevista fictícia busca-se construir
uma narrativa cujo objetivo é trazer um panorama das teorias dos autores
John Dewey e Célestin Freinet
Em itálicos as citações originais (DEWEY, 2010 e FREINET, 2010, respecti-
vamente) dos textos, entre colchetes observações e curiosidades para o
entendimento do texto (para suprir os contextos necessários), ao fim de
cada citação a página do texto na fonte original.
Começamos com John Dewey, pelo critério de ano de nascimento.
As entrevistas...
Mais uma vez, pois, repetimos que a escola tem de repudiar o antigo
sistema, para adotar como unidade do seu programa a “experiência”
real em vez da “lição”, se é que deseja satisfazer sua finalidade. (DEWEY,
2010, p. 61)
E, quanto à compartimentação em disciplinas? É possível
empregar essa nova educação com o currículo atual?
A escola classifica ainda cada uma das matérias. Os fatos são retirados
de seu lugar original e reorganizados em vista de algum princípio geral.
Ora, a experiência infantil [do estudante] nada tem de ver com tais classifi-
cações; as coisas não chegam ao seu espírito sob esse aspecto. Somente
os laços vitais de afeição, e os de sua própria atividade prendem e unem a
variedade de suas experiências sociais. (DEWEY, 2010, p. 71)
METODOLOGIAS ATIVAS:
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to de uma; a espontaneidade é o que se busca na outra. Voltam-se
os carinhos aqui para o que é antigo, para a conservação do que o
passado conquistou com esforço e labor; novidade, mudança e pro-
gresso vencem acolá todas as afeições. Inércia e rotina por um lado,
caos e anarquia do outro, são as mútuas acusações condenatórias. A
escola que faz da criança o centro de tudo é acusada de desprezar a
autoridade sagrada do dever; por sua vez, ela ataca na sua opositora a
supressão da individualidade pelo despotismo tirânico.
METODOLOGIAS ATIVAS:
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Estes pontos que você levantou nos levam à importância do
pensamento e autonomia do estudante, que vai de encontro à
sua ideia de pensamento reflexivo, pode nos falar mais um pouco
sobre essa ideia?
METODOLOGIAS ATIVAS:
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– Venha beber, estou dizendo!
– Ah! Você acha que é assim que se lida com um cavalo? Ele é menos
estúpido que os homens, sabe? Ele não está com sede...
– Pode matá-lo, mas ele não beberá. Talvez ele finja que está bebendo,
mas vai cuspir em você a água que está sorvendo... Trabalho perdido,
meu velho!
METODOLOGIAS ATIVAS:
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E, qual a importância do meio para se “andar de bicicleta”, como
a realidade em que o estudante está inserido pode influenciar no
aprendizado?
Não gostam do trabalho se o esforço que têm de fazer não está ligado
à sua vida profunda, a todo o seu comportamento não só econômico
e social, mas também psíquico. (FREINET, 2010, p. 62)
Tudo isso porque nos jogaram para frente como se o ideal, o devo-
tamento, o amor pelas crianças bastassem para o sucesso de uma
educação generosa e sensata. Viram apenas o problema educadores,
sem levar em conta os problemas crianças e escolas, furtando-se aos
sacrifícios materiais, financeiros e sociais que teriam tornado férteis nos-
sa boa vontade e nosso devotamento. Como um lavrador que colo-
cassem autoritariamente diante de seu campo e no qual despejassem
um palavrório solene sobre a nobreza do ofício de semeador, sobre o
esplendor das safras douradas, e a quem não fornecessem nem adu-
bo para fertilizar e corrigir uma terra ingrata, nem arado aperfeiçoado,
nem animais de tiro sólidos para abrir a terra para a semeadura, para
arejá-la e fecundá-la.
Num caso desses, não é uma reforma dos educadores que devemos
enfatizar: no dia em que a organização da escola, seu equipamento
e o aprimoramento das técnicas permitirem uma atividade agradável,
dinâmica e produtiva [...] o papel dos professores ficará consideravel-
mente simplificado. (FREINET, 2010, p. 99)
Mas, muitos professores já passam muitos “trabalhos” aos
estudantes, mas o tempo da escola obriga a garantir o currículo e
seu conteúdo.
Vocês dão uma aula aos alunos; impõem-lhes um trabalho e vêm ve-
rificar logo em seguida, com uma miopia de burocrata, o efeito pro-
duzido, como as crianças da cidade que enfiam na terra uma muda,
regam-na apressadamente e vêm no dia seguinte ver se as frutas
cresceram. Vocês gritam, intimidam, punem, porque suas palavras,
seus raciocínios e suas demonstrações não acarretaram uma mudança
imediata no pensamento e na ação dos que os escutam. O operário,
pago por peça, pode medir minuto a minuto o avanço de seu trabalho;
o pedreiro pode assobiar constatando que, de pedra em pedra, sua
parede não para de subir. Sei que é repousante, que é estimulante tes-
temunhar como eles, a cada instante, a cada dia, o resultado de nosso
esforço inteligente. Não somos, nem vocês nem nós, esses trabalhado-
res pagos por peça, e abriríamos mão da empresa se não tivéssemos
a luminosa certeza de que, lenta e pacientemente, com nossa ajuda,
com nossa intervenção generosa, as flores nascerão e a seara ficará
dourada. (FREINET, 2010, p. 103)
METODOLOGIAS ATIVAS:
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Concebemos nossa reforma em três fases, as quais distinguiremos
apenas por comodidade de explicação, mas que na realidade deverão
interpenetrar-se e completar-se:
1. A experimentação, sempre que isso for possível, que pode ser tanto ob-
servação, comparação, controle, quanto prova, pelo material escolar, dos
problemas que a mente se formula e das leis que ela supõe ou imagina.
Findo esse panorama, fica claro que muitas das discussões contempo-
râneas sobre as metodologias ativas são releituras, nem sempre férteis,
como as construídas pela escola nova, que para além dos autores citados,
possui inúmeros pensadores que construíram longo arcabouço teórico e
prático.
Contudo, as abordagens ativas sofrem inúmeras críticas, muitas delas ra-
zoáveis e necessárias aos novos tempos, principalmente para não se cair
na armadilha de utilizar estas concepções em outros tempos e contextos.
Talvez a maior crítica – que este texto na sua totalidade leva em conta
26 e em boa parte supera – consiste que para a Escola Nova, o educando
deve construir seus saberes com base na sua consciência e no seu conhe-
cimento, sobressaindo-se a individualidade (aluno no centro do processo
METODOLOGIAS ATIVAS:
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METODOLOGIAS ATIVAS:
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conteúdo também não pretende ser erradicada. O que as metodologias
ativas propõem é um maior leque de possibilidades que o indivíduo com
seu potencial criativo, comunicativo e colaborativo seja mais considerado
nesse processo; e que os momentos expositivos aconteçam, só que alia-
dos às experiências mais íntimas do estudante com o conhecimento.
Ainda que sejam admitidas essas questões, o que significa colocar o foco
no aprendiz e o professor deixar de apenas transmitir o conhecimento?
Como já foi problematizado anteriormente, a forma como se tem acesso à
informação não é a mesma do passado, muito se modificou se considerar-
mos somente a última década que dirá em mais tempo. Essa necessidade
de revisão do papel do professor parte do pressuposto que os estudan-
tes terão acesso às informações sem intermédio da escola, e que se o pa-
pel do professor se resumir apenas a transmitir informações advindas do
período de sua formação acadêmica, esta situação pode gerar inclusive
de uma desvalorização do profissional – que pode a vir ser considerado
desatualizado.
METODOLOGIAS ATIVAS:
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questão que aliar o conhecimento às práticas pedagógicas não é uma op-
ção para o professor, mas uma habilidade inerente à profissão, a qual não
pode ser dissociada da mesma.
METODOLOGIAS ATIVAS:
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os nomes de destaque, observa-se a Finlândia como um país que vem
despontado nos rankings do PISA há algum tempo e o porquê de seu su-
cesso educacional, de forma geral, está em alguns pontos abordado por
Nogueira (2013):
1. Todas as crianças têm direito ao mesmo ensino. Não importa se é o
filho do premiê ou do porteiro;
2. Todas as escolas são públicas, e oferecem, além do ensino, serviços
médicos e dentários, e também comida;
3. Os professores são extraídos dos 10% mais bem colocados entre os
graduados;
4. As crianças têm um professor particular disponível para casos em
que necessitem de reforço;
5. Nos primeiros anos de aprendizado, as crianças não são submeti-
das a nenhum teste;
6. Os alunos são instados a falar mais que os professores nas salas de
aula. (NOGUEIRA, 2013)
Mas, você sabia que esses bons salários e prestígio são sujeitos ao de-
sempenho do professor? Junto da valorização há o rigor de seleção dos
profissionais segundo Nogueira (2013) “Os professores são extraídos dos
10% mais bem colocados entre os graduados”. Neste sistema os profes-
sores são mantidos em avaliação podendo ter seu salário aumentado ou
diminuído de acordo com seu desempenho e estes são constantemente
avaliados para verificar-se em que nível se encontram. Reflita:
Fonte: INEP
disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/guest/acoes-internacionais/pisa/resultados> acesso em 20 de jun. 2019.
METODOLOGIAS ATIVAS:
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se e a participação dos estudantes, é sugerido:
Organizar as situações de aprendizagem partindo de questões
que sejam desafiadoras e, reconhecendo a diversidade cultural,
estimulem o interesse e a curiosidade científica dos alunos e possi-
bilitem definir problemas, levantar, analisar e representar resulta-
dos; comunicar conclusões e propor intervenções. (BRASIL, 2017)
A BNCC do Ensino Médio, por sua vez, também preconiza questões como
enfrentamento de desafios e argumentação, objetivos que podem ser al-
cançados através de atividades que permitam ao estudante desenvolver
tais capacidades. É preciso considerar que:
No Ensino Médio, a área de Ciências da Natureza e suas
Tecnologias propõe que os estudantes possam construir e uti-
lizar conhecimentos específicos da área para argumentar, pro-
por soluções e enfrentar desafios locais e/ou globais, relativos
às condições de vida e ao ambiente. (BRASIL, 2018)
Apesar do comparativo na área de Ciências da Natureza, discussões so-
bre gerar maior ação interativa em projetos perpassam as demais áreas
de ensino, com incentivo a trabalhos colaborativos, respeito aos conhe-
cimentos prévios dos estudantes, valorização da cultura e das formas de
linguagem. As BNCC’s, como documentos oficiais a serem seguidos, reco-
nhecem a legitimidade de novas demandas ao passo que esperam que o
Brasil alcance resultados mais próximos de países com melhores índices,
bem como que supere a si mesmo historicamente, ofertando uma educa-
ção de melhor qualidade.
De encontro a essas demandas têm-se as metodologias ativas como uma
possibilidade de intervenção na educação tradicional, a qual se inserida
no projeto pedagógico das instituições educacionais em um trabalho en-
volvendo gestores, professores, estudantes e a comunidade escolar, de
forma geral, pode ser um primeiro passo para alçar novos vôos nas dife-
rentes realidades do país, já que podem representar:
Caminhos e soluções didático pedagógicas foram criadas e
passaram a ser conhecidas como Metodologias Ativas, onde
os alunos juntos e em uma relação horizontal com professor,
utilizam recursos e técnicas que estimulam o desenvolvimento
de novas e significativas aprendizagens. (BRITO; DE CAMPOS,
2019)
DEFINIÇÕES E REFLEXÕES
estudante.
METODOLOGIAS ATIVAS:
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Algum feriado, reunião, ou atividade escolar coincidiu com suas aulas em
determinada turma e roubou tempo do seu planejamento. O que fazer
para dar conta dos assuntos que precisam ser abordados no componente
curricular se torna um dilema.
Supondo que você decida passar pelos conteúdos de forma rápida, opta
por aulas puramente expositivas em alguns conteúdos iniciais, esperando
conseguir tempo para alcançar e trabalhar mais detalhadamente os pos-
teriores. Algum tempo depois você percebe que o desenvolvimento dos
estudantes nos temas posteriores não está tendo um bom desempenho.
E agora? Não se trata de culpabilizar o professor, mas uma gestão diferen-
te do tempo e das aulas poderia render diferentes resultados.
Vozes e escolhas!
METODOLOGIAS ATIVAS:
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METODOLOGIAS ATIVAS:
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enxergue o acesso à tecnologia como uma preocupação da educação –
“os estudantes não saem do celular” afirmam muitos professores. E, não
é pra menos, com tanta oferta de informação e interação, uma aula que
se distancia de propostas mais sociais e tecnológicas pode entrar em uma
competição desleal com os smartphones, por exemplo:
As críticas sobre o isolamento que as tecnologias digitais oca-
sionam não podem ser consideradas em uma ação escolar re-
almente integrada, na qual as tecnologias como um fim em si
mesmas não se sobreponham à discussão nem à articulação de
ideias que podem ser proporcionadas em um trabalho colabo-
rativo. (BACICH; MORAN, 2015)
Mas qual seria o papel das TDIC frente à busca por uma aprendizagem
mais ativa?
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
metodologias ativas podem ocorrer sem tecnologia digital.
Uma afirmação importante sobre a qual vale a pena refletir é que: “Se as
pessoas são aceitas e consideradas, tendem a desenvolver uma atitude
de mais consideração em relação a si mesmas” (ROGERS, 1983), ou seja,
considerar a realidade dos estudantes, de sua comunidade, sua cultura
e persistir em desafiá-los é uma necessidade da Educação. O ato de não
desistir, de possibilitar uma aprendizagem ativa fora de um contexto fa-
vorável ao uso de tecnologias é um ato de resistência pedagógica, que
tem a capacidade de modificar como os estudantes encaram suas pró-
prias possibilidades de vida e pode direcionar suas ações para um maior
desenvolvimento pessoal.
PARA AGIR: ESTRATÉGIAS
PARA UTILIZAR
METODOLOGIAS ATIVAS
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METODOLOGIAS ATIVAS:
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Fonte: os autores
os autores
I) ABPROB
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METODOLOGIAS ATIVAS:
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Mas, como trabalhar com projetos? Existem disciplinas que se voltam to-
talmente para elaboração de projetos, mas as disciplinas e componentes
curriculares comuns também podem trabalhar a ABProj. Pode ser um
trabalho desenvolvido ao longo de um bimestre ou semestre com dedi-
cação exclusiva das aulas, ou pode acontecer sem a interrupção das de-
mais atividades, e o professor e os estudantes organizarem momentos de
trabalho em classe para dar prosseguimento e orientação ao mesmo. O
tempo de duração também pode ser muito variável, de semanas a todo
ano letivo, a depender dos objetivos e do planejamento.
Para ele outra variedade da abordagem é que ela pode ter um caráter
mais focado em uma disciplina ou área ou interdisciplinar. Ou seja, pode
ter o foco em um único componente curricular ou transitar por vários, ser
coordenada por um único professor ou contar com ajuda de vários pro-
fessores de áreas distintas, ainda assim, sempre mantendo um professor
responsável como orientador.
Os projetos também podem ser de natureza distinta, MOURA e BARBOSA
(2015) ao citarem Wanderley (1999) e Higino (2002), propõe:
Projeto construtivo: tem em vista construir algo novo, introduzin-
do alguma inovação, propor uma solução nova para um problema
ou situação. Possui a dimensão da inventividade, seja na função, na
forma ou no processo.
Projeto investigativo: destina-se ao desenvolvimento de pesqui-
sa sobre uma questão ou situação, mediante o emprego do méto-
do científico.
Projeto didático (ou explicativo): procura responder questões do
tipo: “Como funciona? Para que serve? Como foi construído?” Busca
explicar, ilustrar, revelar os princípios científicos de funcionamento
de objetos, mecanismos, sistemas etc. (MOURA; BARBOSA, 2015)
METODOLOGIAS ATIVAS:
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fessor equalizar os critérios que observará nos projetos através de uma
rubrica de qualidade, uma ferramenta que especifica os critérios a serem
atingidos, esse instrumento é abordado no capítulo 4.3.
Abaixo é apresentada uma proposta em sete etapas para inspirar e instru-
mentalizar os professores que desejam fazer uso dessa abordagem.
I) Definir um problema
Por exemplo, para ensinar sobre princípios dos 5Rs (Repensar, Reduzir,
Recusar, Reutilizar e Reciclar), a professora resolveu conhecer o entorno
da comunidade e ver como as pessoas lidam com o consumo e com o lixo.
II) Transformar o problema em uma pergunta
sam ter o direito de escolha. Também, é preciso falar sobre a forma como
espera que o trabalho seja estruturado em termos de registro, e se além
dos possíveis produtos deseja um registro escrito como um trabalho aca-
dêmico seguindo as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas).
Na prática.
Uma hipótese é uma afirmação, uma resposta, que será testada para veri-
ficar sua validade, sobre a pergunta utilizada como exemplo uma possível
hipótese seria: “é possível reduzir o consumo de lixo através da proibição
de embalagens plásticas na região”.
A hipótese não se encaixa apenas em projetos de natureza investigati-
va, projetos construtivos podem ter como hipótese que a resposta para
a questão é a construção de algo, para os didáticos é uma afirmação vol-
tada para o estudo e explicação de algo. Este momento é pautado no
conhecimento que os estudantes já possuem, e mediante o mesmo po-
derão avaliar a que precisam se dedicar em busca de melhor conhecer e
compreender seu objeto de estudo.
Na prática
METODOLOGIAS ATIVAS:
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Por exemplo, o professor define quatro categorias: Tecnologia, Lógica e
Cálculo, Meio Ambiente e Natureza e Artes. Escreve com giz os temas em
quatro espaços diferentes convida os estudantes a ocuparem o espaço
em que se identificam como habilidosos, ou se têm predileção pelo tema.
Caso haja muitos estudantes se direcionando para o mesmo espaço peça
que alguns deles escolham uma segunda área que, também, consideram
possível. Depois, o professor pode pedir que se organizem de forma a te-
rem um grupo misto, ou seja, evitar repetir pessoas com a mesma habili-
dade, ou o próprio professor pode ir recrutando integrantes para formar
os grupos
O cronograma:
Cronograma de trabalho
Meses
METODOLOGIAS ATIVAS:
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5 X X
6 X X
Fonte: os autores.
Perceba, a forma que o grupo do exemplo escolheu para reduzir o lixo foi
trocar as embalagens de plástico por um material que se degradaria em
menos tempo deixando menos lixo pelo bairro. Para isso, eles produziram
um material que ajudaria os comerciantes locais a optar pela troca, o que
não garante que eles o farão.
Um projeto apresenta potencialidades e limitações, as quais podem e de-
vem ser assumidas. O projeto não precisa ser a solução definitiva, mas
uma contribuição importante que pode ser complementada por outras
ações e projetos. Muitas vezes em um primeiro momento os estudantes
vão desejar realizar milhares de etapas com o objetivo de “mudar o mun-
do” e cabe ao professor orientador auxiliá-los a escolher o recorte mais
adequado e completo possível.
VI) Aplicação do plano de ação e intervenção do professor.
Uma das queixas do professor sobre o ensino por projetos é “onde fica a
aula expositiva-dialogada?” ou “como trabalhar o conteúdo?”, a respos-
ta é: em meio ao projeto. Como assim? À medida que as dúvidas forem
surgindo, o professor elucida os conhecimentos através de exposição dia-
logada, vai para a lousa e discute um conceito que o ajudará a prosseguir,
isso sem tirar dos estudantes a responsabilidade da pesquisa. Haverão
momentos em que os estudantes se sentirão “parados” frente a uma etapa
do projeto, e mesmo pesquisando não compreenderão alguns conceitos
necessários para prosseguir, neste momento o professor entra em ação e
prepara uma aula expositiva-dialogada. Esta aula pode ser apenas para
um grupo ou para toda a turma, caso seja para toda a turma pode ser
composta de vários conceitos levantados pelos grupos.
Como a base tecnológica (conteúdo) em questão são os 5Rs, nas aulas pa-
ralelas esse é um dos temas que o professor trabalha e, frequentemente,
nestas aulas os submete à atividades que se relacionam aos projetos.
VII) Apresentação e compartilhamento
Na prática
METODOLOGIAS ATIVAS:
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isso GASQUE e CUNHA (2010) esclarecem que:
O processo de ensino-aprendizagem realizado por meio de
projetos favorece o pensamento reflexivo. [...] Quando bem
conduzido, o resultado é a construção de uma situação de
aprendizagem em que os próprios estudantes começam a
participar do processo de criação, buscando respostas às suas
dúvidas. Essa forma de trabalho permite vincular os conteúdos
a serem apreendidos com os conteúdos e procedimentos de
busca e de uso da informação. (GASQUE; CUNHA, 2010)
STEM E STEAM
Quando se discute ABProj é comum ouvir falar também a sigla STEM que
vem da língua inglesa representando as palavras Science, Technology,
Engineering and Mathematics, ou seja ciência, tecnologia, engenharia e
matemática. Esse conceito foi trazido pela National Academy of Sciences
dos Estados Unidos como uma proposta para atrair o interesse dos estu-
dantes para áreas científicas e tecnológicas (BACICH; MORAN, 2018). Se
trata da união dessas diferentes áreas do conhecimento para organizar
e promover a aprendizagem (VASQUEZ; SNEIDER; COMER, 2013), uma
aprendizagem ativa envolvendo interdisciplinaridade, colaboração, auto-
nomia e criatividade.
No entanto, os objetivos de gerar uma aprendizagem ativa através da
união dessas áreas precisam de mais do que a presença de algum concei-
to de cada uma delas em uma única aula teórica. Uma vez que, nesse caso,
pouco se modificaria de aulas expositivas isoladas, e assim elementos que
possibilitam espaço para argumentação e criatividade não estariam ga-
rantidos. Nesse contexto, outra área do conhecimento foi recrutada para
transpor essa interdisciplinaridade e, por si só, representar a si mesma
como conhecimento: a Arte.
A Arte vem contribuir, em suas diversas áreas, com princípios de: lingua-
gem, ergonomia, habilidades manuais, estética e questões sociais incluin-
do sua ligação com História, Filosofia, Política, Psicologia e Sociologia.
Com a sua chegada o termo ganha mais uma letra surgindo o método
STEAM (Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics), a autora
Georgette Yakman tem um trabalho pioneiro na produção acadêmica so-
bre STEAM.
METODOLOGIAS ATIVAS:
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3. Estruture a proposta
Na prática
FLIPPED CLASSROOM
Esta abordagem surge como uma resposta à realidade atual. Antes a única
fonte de conhecimento e informação era o professor e os livros didáticos.
Hoje, sabe-se que, em especial através da internet e das TDIC, junto a uma
análise crítica é possível encontrar materiais e informações de qualidade,
e assim o estudante tem a possibilidade de adiantar alguns conhecimen-
tos em casa para o professor poder trabalhá-los com atividades pedagó-
gicas partindo de um ponto mais adiantado do conteúdo em questão. 55
Segundo o Flipped Classroom Field Guide (201-?), existem quatro regras de
ouro para aplicação da Flipped Classroom (The Golden Rules of Flipping):
METODOLOGIAS ATIVAS:
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1 - Atividades Envolventes. É necessário que as atividades em sala de
aula envolvam uma quantidade considerável de perguntas, resolução de
problemas e outras atividades de aprendizagem ativa, que levem os alu-
nos a aplicar e ampliar os conceitos trabalhados em casa e não apenas
repetir o que já viram fora da sala de aula;
2 - Feedback das atividades. Dar feedback em tempo real. Após realizar
a atividade o professor comenta o desempenho e permite que tirem dú-
vidas. Uma das grandes premissas dessa abordagem é o estudante poder
tirar suas dúvidas. Expor os educandos a uma atividade e não dar o fee-
dback é uma forma de perder consideravelmente o objetivo da mesma;
3 - Participação como critério de avaliação. A conclusão do trabalho
fora da aula e a participação nas atividades em aula devem ser conside-
radas como critérios de avaliação, valendo nota para reforçar tanto a pre-
sença como as atividades online como partes do processo de aprendiza-
gem. Existem suportes online onde se pode verificar o acesso e podem
auxiliá-lo nesse processo;
PEER INSTRUCTION
METODOLOGIAS ATIVAS:
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Apesar de toda a didática e preparação do professor para ministrar sua
aula, por vezes alguns estudantes terão dificuldades em compreender al-
guns conteúdos e as falas do professor. Assim sendo, recorrerão a algum
colega que tenha compreendido, e por conta de um exemplo ou palavra
diferente que o colega utilize o estudante será capaz de compreender o
que o professor disse anteriormente.
METODOLOGIAS ATIVAS:
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tudo prévio tende a auxiliar o desenvolvimento da aula baseada em Peer
Instruction.
ROTAÇÃO
Fonte: Os autores.
A figura 6 demonstra três estações formadas por carteiras escolares, em
cada uma delas há uma atividade designada. As estações são montadas
com os materiais que os estudantes precisarão para realizá-la e com um
cartão instrucional que explique, de forma intuitiva, o que precisam fazer
em cada estação. Enquanto isso o professor caminha pela sala, observa
e interage. Neste caso a sala foi dividida em três grupos e foi definido o
tempo de 10 minutos para cada atividade. O professor disponibilizou um
cronômetro que permitia aos estudantes acompanharem o tempo restan-
te para a atividade. Observe o que compõe cada estação:
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
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Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
Figura 13. Representação do envelope com orientações da Estação 3.
Fonte: Os autores. 63
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
findados os dez minutos, tendo terminado a atividade ou não, os estu-
dantes precisam mudar de estação. Há materiais de registro para todos os
grupos e os mesmo podem ser levados pelo grupo consigo na troca de
estação, ou deixados sob a estação para posterior discussão, o professor
decide.
64
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Fonte: Os autores.
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Há alguns anos, as discussões a respeito da necessidade do caráter investi-
gativo no ensino, em especial nas áreas relacionadas às ciências da nature-
za, têm aumentado: “os estudantes têm um melhor desenvolvimento de
sua compreensão conceitual e podem aprender mais acerca da natureza
da Ciência se participarem de investigações científicas” (HODSON, 1992).
Nesse cenário a abordagem de Ensino por Investigação, ou Aprendizagem
Baseada em Investigação como chamam alguns autores, tem ganhado
destaque nas discussões sobre metodologias ativas de Ensino.
FERRAZ e SASSERON (2013) afirmam:
“Compreendemos que atividades de natureza investigativa
são fundamentais em planejamentos que almejam aproximar
os estudantes de valores sociais, culturais e históricos que se
engendram na Ciência enquanto conhecimento legitimado”.
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Para acessar o conteúdo completo e as orientações deste plano acesse o
site dos planos de aula e procure pelo plano Sistema Reprodutor Feminino
ou pelo código CIE8_07VE02
Disponível em: https://novaescola.org.br/plano-de-aula/1870/sistema-
-reprodutor-feminino. Acesso em: 19 ago 2019.
I. O Contexto
69
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Fonte: Plano de aula Nova Escola, MONTEFERRANTE (2018)
Disponível em: <https://novaescola.org.br/plano-de-aula/2239/tedio-isso-e-coisa-da-sua-cabeca-
a-visao-da-neurociencia-sobre-a-adolescencia>. Acesso em: 18 de agosto de 2019.
Instrução por pares, rotação por estações, sala de aula invertida, estudo
de caso, desafios, jogos, quiz, oficina STEAM, são alguns exemplos de es-
tratégias que podem ser escolhidas para compor a atividade do momento
de experimentação, que ocorre antes mesmo de o professor sistematizar
o conteúdo. É comum os professores estranharem essa inversão visto que
o experimento sempre acontece após a explicação, a sistematização do
professor, mas “dessa maneira, não é uma construção de conhecimento.
O aluno já vai receber a informação correta e depois vai só testar” argu-
menta Lilian em entrevista para PEREIRA (2018). Testar, criar argumentar e
a partir disso organizar o aprendizado é uma caminho para que os estu-
dantes alcancem uma construção ativa do conhecimento.
A figura 18 demonstra que para o plano de aula em questão a autora es-
colheu uma atividade de rotação por estações e preparou três atividades
distintas para que ao fim delas os estudantes tivessem contato com as in-
formações e elaborassem hipóteses sobre: o reconhecimento das mudan-
ças, a compreensão dos motivos fisiológicos de ocorrem e verificassem
quais partes anatômicas estão envolvidas no processo.
70
IV. Sistematização
Para realizar uma aula nessa estrutura, antes o professor se dedica à cons-
trução de um plano de aula seguindo estas orientações e caso deseje
pode ampliar ou aprofundar o conteúdo no restante do tempo ou através
de outras aulas e atividades. O aprofundamento pode ser uma atividade 71
voluntária que o professor prepare e os estudantes que se interessarem
poderão desenvolvê-la em casa e a discutirem com o professor em aula.
METODOLOGIAS ATIVAS:
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Professores de áreas que não tenham tanta relação com as ciências natu-
rais podem se inspirar na estrutura ou em princípios que esta apresente.
A contextualização em uma aula de ciências exatas pode se dar por meio
de exemplos reais de aplicação do cálculo a ser aprendido. Ou, ainda, le-
vantar uma pergunta norteadora em uma aula de ciências humanas. E, as
mais diversas possibilidades que o professor possa identificar.
O que você pretende com essa abordagem deve ser o primeiro ponto
a se considerar, pois deste dado é que partirá todo o planejamento da
atividade.
A forma mais tradicional é pedir para que os estudantes representam um
conceito que já construíram através de uma discussão, mas não precisa
ser utilizada apenas para esse fim de verificação de um conceito. Pode,
também, ser uma forma de expressar hipóteses iniciais dos estudantes
sobre determinado assunto.
2. A relação com o conteúdo a ser aprendido
Olá!
Acabamos de conhecer uma importante obra da literatura brasileira “O Cortiço” que
representa o movimento Realismo. Nesta atividade o desafio de vocês é representar
uma cena cotidiana pensando na linguagem que esse movimento literário, o Realismo,
faz uso. 73
Um de vocês será o dono de uma venda e o outro um empregado e estarão discutindo
sobre a organização do local.
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
O dono da venda é um velho, bravo, que não respeita clientes ou funcionários e está
determinado a descontar do pagamento do seu funcionário o valor de um produto
que estragou.
O empregado é um jovem pobre que precisa do dinheiro para pagar o aluguel onde
ele e sua mãe vivem e tenta ser educado ao convencer que não pode receber menos e
que seus serviços são valiosos.
Vocês tem 15 minuto para pensar na encenação e 5 para representar, com a encenação
seus colegas devem ser capazes de reconhecer em qual contexto de escola literária se
passa a história.
Fonte: os autores.
Dar voz aos estudantes e criar um espaço que garanta a democracia nos
processos criativos faz parte das etapas de quase todas as abordagens ati-
vas de ensino. Uma das ferramentas mais conhecidas para levantamento
de ideias é a de Brainstorm, que vem do inglês e significa “tempestade ce-
rebral”. Seu nome vem de encontro ao que é realizado em sua execução,
pois é um momento em que se levanta ideias para uma pergunta ou um
problema, desta maneira, também é chamada de “chuva de ideias”.
Com menos propostas o grupo discute uma a uma e define se uma delas
é a escolha ou se a junção de algumas. Seguindo o exemplo os últimos 5
minutos se destinam a essa etapa.
Essa ferramenta cabe em vários momentos para pensar temáticas, es-
tratégias, ferramentas, etc. Vale colocar em prática com os estudantes e,
também, no planejamento docente, o objetivo é gerar e estruturar ideias
(DE BRITO; PEREIRA, 2004). Quando precisar criar algo comece com um
momento quantitativo, depois qualitativo e, por fim, escolha.
ESQUEMAS REGISTRO 75
Discutir e argumentar merecem destaque dentro do planejamento, algu-
mas estratégias podem auxiliar no direcionamento, organização e registro
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
dessas discussões orais como o Mapa da Empatia e o Mapa de Intersecção.
O Mapa da Empatia costuma ser utilizado para discussões sociais em que
se analisa as sensações e percepções do grupo para que os estudantes
possam se colocar no lugar do outro. A figura 15 demonstra como é or-
ganizado fisicamente esse mapa, sendo comum o uso de cartolina para as
demarcações e post-its para registrar as ideias.
Figura 21. Mapa da Empatia.
AQUÁRIO
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
O professor, a partir da problematização (ou competência/habilidade a
ser desenvolvida) desenvolve um questão norteadora, um tema signifi-
cativo que os estudantes tenham conhecimentos prévios (mesmo não-
-acadêmicos), e desenha um círculo de cinco a oito cadeiras, se possível
no centro da sala, com as outras carteiras perfazendo círculos maiores e
concêntricos. Ou, na inviabilidade, somente o círculo menor na frente da
sala. O educador transmite as instruções iniciais e a conversa tem início
no círculo interno, somente quem está no “aquário” tem direito a fala, aos
outros cabe “observar”, porém, uma cadeira fica vazia no aquário, onde
algum observador pode “mergulhar” e interagir momentaneamente (per-
guntando, questionando, comentando), mas de forma breve e logo se
retira, deixando novamente a cadeira vaga para outro estudante. O con-
trole do tempo depende da proposta do professor, pode ser livre ou pré-
-determinado. Opcionalmente alguém da turma pode estar anotando as
falas em uma lousa ou flipchart para posteriormente construir um texto
coletivo ou outra forma de sistematização.
78 Ocorrem novas rotações até todos os grupos passarem por todas as me-
sas com os representantes.
Uma vez visitadas todas as “mesas” o grupo volta para a sua mesa e, jun-
METODOLOGIAS ATIVAS:
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RECONHECIMENTO DO ENTORNO
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
organização desses dados segundo o objetivo da atividade. Por exemplo
se o objetivo da atividade era analisar o contexto para responder uma
pergunta, os estudantes organizam os dados para fim de gerar respostas
e depois debatê-las.
Informa que o grupo vencedor será aquele que tiver argumentos mais
consistentes e pautados em dados corretamente referenciados. Para o dia
do debate o professor pode convidar outros professores e até profissio-
nais de áreas relacionadas ao tema para compor a banca de avaliação.
Observe um exemplo de estrutura de debate:
Preparação
3º Etapa fechamento
∙∙ Ambos os grupos terão 5 minutos para pensar em considera-
ções finais do debate e depois mais 5 minutos para cada um
dizer suas considerações finais; 81
∙∙ A banca se reúne e decide qual grupo se sobressaiu na argu-
mentação e em preparo em relação às pesquisas, afastados
METODOLOGIAS ATIVAS:
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dos alunos;
∙∙ A banca revela o vencedor e pontua sobre os argumentos,
caso sejam profissionais de outras áreas dão contribuições so-
bre o assunto.
Esse tipo de atividade lembra um júri, a divisão dos grupos não precisa ser
feita segundo o que acreditam, o que levará os estudantes a estudarem
argumentos contra e a favor do mesmo assunto. Com isso estarão desen-
volvendo habilidades de argumentação, pesquisa e também habilidades
sociais para compreender que em toda questão há argumentos opostos
que podem ser debatidos com honestidade e respeito sem agressividade
ou desdém pela opinião do outro.
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
zado para a realidade dos estudantes e do professor. Segundo BACICH e
MORAN (2018) sobre o planejamento e a escolha dentre esta diversidade
metodológica pode-se fazer uma analogia com um cardápio alimentar,
em que uma receita única repetida sempre não é capaz de gerar uma ali-
mentação saudável e prazerosa, porém como afirmam os autores:
Na educação formal, há muitas combinações possíveis, com
variações imensas na aplicação e resultados, que vamos expe-
rimentando de forma dinâmica e constante, reavaliando-as e
reinventando-as de acordo com a conveniência para obter os
resultados desejados. (BACICH; MORAN, 2018)
http://vark-learn.com/questionario/
ENVOLVENDO OS DOCENTES E DISCENTES
Há pessoas que demonstram pouco apreço por determinadas tarefas,
como lavar a louça do jantar por exemplo. No entanto, para muitas pesso-
as, lavar a louça é possível de ser feito ao mesmo tempo em que se assiste
TV. Ou ainda, ao mesmo tempo programar na mente o fim de semana,
ou conversar sobre um assunto sem relação alguma com as panelas, en-
tre outras atividades paralelas. Entretanto, há outras atividades nas quais
você precisa estar imerso e disposto a vivenciar aquele momento. Quando
se é professor, para muitos profissionais, o seu trabalho está relacionado
a essa total imersão, não há descanso ou redirecionamento de sua mente
enquanto trabalha, você precisa estar ali de “corpo e mente”.
Ainda que esse envolvimento seja inerente à atividade, por vezes o pro-
fessor é tentado a se desligar daquele momento em sala de aula, enquan- 85
to aplica alguma atividade. Por exemplo, para resolver alguma burocra-
cia, preparar algo para a aula seguinte, o que pode acontecer em alguns
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
momentos. Ainda assim, é importante ressaltar que o envolvimento do
professor é sem dúvida a melhor forma de pedir aos seus estudantes que
façam o mesmo, se envolvam de forma plena em sua aula, e é sob esse
contexto que será iniciada a discussão sobre o envolvimento dos docen-
tes e discentes como uma forma de contornar limitações no processo de
ensino através de abordagens ativas.
PROPOSTAS AVALIATIVAS: A
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
RUBRICA DE QUALIDADE
Como uma boa paroxítona, sendo “bri” a sílaba tônica, lê-se: ru-BRI-ca,
no sentido de avaliação rubrica se trata de uma importante ferramenta
avaliativa, em que segundo Ludke (2003) “parte de critérios estabelecidos
especificamente para cada curso, programa ou tarefa a ser executada pe-
los alunos e estes eram avaliados em relação a esses critérios”.
A rubrica, de forma simples nada mais é do que uma série de critérios
com estratégias de pontuação, se apresentam comumente em forma de
tabela, observe a figura 18. Ela propõe um modelo ilustrativo de rubrica,
apresentando os ítens básicos de sua composição, sendo eles os critérios
e um sistema de pontuação pautado em níveis de qualidade.
Figura 24. Exemplo de estrutura de rubrica
88
Fonte: Os autores.
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
cenário a rubrica de qualidade pode auxiliá-lo na avaliação. Apesar de ser
mais utilizada para avaliar projetos a rubrica de qualidade pode ser utili-
zada para avaliar as mais diversas produções e trabalhos desenvolvidos
pelos estudantes como debates (e outras discussões orais), seminários (e
apresentações de forma geral), construção de produtos (cartazes e ma-
quetes por exemplo), entre outros.
O ERRO É O CAMINHO
Após ter sido discutido todo o enredo que justifica e encoraja a imple-
mentação das metodologias ativas, chega a hora de traçar um plano pe-
dagógico e aplicá-lo. Durante a preparação estima-se o tempo baseado
no que espera da participação dos educandos, e pode-se até imaginar
quem será o primeiro a interagir. Pensar em uma organização da sala e
de materiais, e manter preparadas em mente as falas e o que se pretende
enfatizar.
Os erros que fazem com que não se alcance os resultados esperados po-
dem estar relacionados a vários aspectos. Como já foi abordado é natural
que haja uma resistência inicial por parte dos estudantes, que descon-
fiem, problematizem, e nisto cabe ao professor criar um ambiente gene-
roso e democrático para que os estudantes entendam os objetivos das
propostas e assumam com você essa missão. Para envolver seus estudan-
tes a maior dica é: mostre-se envolvido! Demonstre nas suas instruções
e na interação com seus estudantes que se importa com o potencial pe-
dagógico desta atividade e que você estará participando e colaborando
com eles em todo processo. Além da resistência, cada tipo de abordagem
requer um planejamento específico, de tempo, de materiais didáticos e
paradidáticos ou consumíveis, do espaço, dentre outras questões e só a
vivência vai gerando experiência para uma gestão mais eficiente de todos
esses aspectos.
Sobre o tempo, esse costuma ser um fator crítico, pode acontecer de o
professor planejar as etapas das atividades e não dar tempo de finalizá-las
ou de os estudantes terminarem muito rápido a atividade e o professor
não ter planejado algo para o restante da aula.
Quando falta tempo, caso perceba que o fim da aula está chegando e pro-
vavelmente não dará tempo de todas as etapas serem realizadas pense
em uma forma de fazer um fechamento. Deve-se explicar que as etapas
seguintes serão desenvolvidas na próxima aula. O que importa é não per-
der dados necessários para continuá-la e que os estudantes sintam que é
possível fazê-lo, que não acreditem que perderam tempo se envolvendo
em algo que não será finalizado ou que seus objetivos não eram passíveis
de sucesso. Para isso pense em uma estratégia, por exemplo, se os estu-
dantes estão produzindo algo, dê instruções para que guardem o material
91
de forma segura e que registrem as possíveis ideias que tiveram para as
etapas que ainda não se concretizaram. Lembre a eles que registrar as
ideias é importante pra se lembrar de onde partir no próximo encontro.
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Se sobrar tempo, é importante pensar em formas de como aproveitar o
tempo restante para que o estudante não se sinta sem nada pra fazer por
um longo tempo ou que a atividade não foi bem elaborada pelo profes-
sor. Por exemplo, após uma atividade em grupos promova um período
de discussão em roda sobre as vivências atuais, suas dificuldades e per-
cepções e as expectativas sobre as vivências futuras. Caso os grupos não
tenham compartilhado entre si suas produções você pode pedir que se
visitem, elaborar algum tipo de registro disso também é interessante. Ter
pré-planejada uma forma de expandir o assunto é bom, e perceber como
explorar a vivência realizada através da discussão e compartilhamento
também é enriquecedor.
92
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
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99
METODOLOGIAS ATIVAS:
DO ENSINO CRIATIVO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
GABRIELA APRIGIA MONTEFERRANTE DELIBERALI
Mestranda pelo Programa de Ensino de Ciências e Matemática da Universidade
Federal de São Paulo, Unifesp; Graduada em Licenciatura em Ciências com Habilitação
em Biologia pela Unifesp; Pesquisadora no Laboratório de Experimentação e Ensino
em Fisiologia (LExEF) da Unifesp. Professora de Ciências para o Ensino Fundamental
I e II, também na área de Biologia para o Ensino Médio e Técnico pelo Centro Estadual
de Educação Tecnológica Paula Souza - SP (CEETEPS) na ETEC Sales Gomes. Tem
experiência na área de Formação de Professores, atuando como formadora na
empresa Esperançar: Metodologias Ativas de Ensino. Também possui experiência
em desenvolvimento, aplicação e coordenação de Oficinas Pedagógicas Sócio-
Construtivistas para ensino Básico (incluindo o ensino integral), Técnico e Superior.
Autora de materiais de educação na área Ensino de Ciências por Investigação,
tendo composto o Time de Autores da Associação Nova Escola e materiais sobre
abordagens ativas para a formação docente.
2019