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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ - CAMPUS PARANAVAÍ

CAMILA CARDOSO/ MYRELA GABRIELLA MÜLLER

OP. TÓPICOS DE HISTÓRIA DA AMÉRICA

PARANAVAÍ, 2017
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ - UNESPAR


CAMPUS PARANAVAÍ

CAMILA CARDOSO E MYRELA G. MÜLLER

OP. TÓPICOS DE HISTÓRIA DA AMÉRICA

Ditadura Militar no Cone Sul

Pesquisa realizada com auxilio dos textos


estudados em sala sobre a repressão na Ditadura
Militar do Cone Sul e outros arquivos, com o
objetivo de investigar e adentrar as repressões
com base na vivência de duas militantes, Lillian
Celiberti e Soledad Barrett Viedma.

Prof. David Netto

Paranavaí, 2017
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INTRODUÇÃO
Não é novidade nenhuma afirmar que a mulher foi/é reprimida em muitos
tempos históricos, tanto pela população, quanto pelo próprio Estado, e não foi
diferente durante as ditaduras, sejam elas uruguaias, brasileiras, chilenas, entre
outras.
Neste texto procuramos, a partir da analise do sequestro de Soledade Barrett
e Lilián Celiberti demonstrar a forma como a repressão nas ditaduras latino-
americanas atuou de maneira mais ou menos integrada, analisando a trajetória de
vida de ambas e como contribuíram na luta contra a ditadura militar.
Ao avaliar estes exemplos é possível compreender, ao contrário da afirmação
dos Estados envolvidos, que de fato houve integração da repressão em todos os
lugares nos quais fora aplicada a Ditadura e que esse período foi marcado por vários
desaparecidos e mortos políticos pela força militar do Estado e a força militar
clandestina.
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A partir de 1964, o Brasil foi o pioneiro, de um processo de ordem movido


pelo Estado e por seus militares, que viria a consolidar uma ditadura que duraria 21
anos.
Os demais países latino-americanos passaram por conflitos internos que os
levaram a viver processos de tomada de poder semelhantes, ocasionando a
ditadura. Como, por exemplo, no Chile, no Paraguai, no Uruguai, entre outros países
localizados no Cone Sul e na América Latina. Em especial, será destacado o caso
de duas militantes, uma paraguaia e outra uruguaia, para demonstrar a ação da
repressão no contexto em que viviam, e salientar a integração dos países ditadores.
Nesse período, muitas pessoas foram mortas, desapareceram
temporariamente, ou nunca voltaram a aparecer, e isso fazia parte do sistema de
repressão adotado por essas ditaduras, que tiveram início no Cone Sul. O Estado,
por sua vez, não assumiu todo desaparecimento ocasionado por este sistema.
Os representantes políticos de quase todos os países da América Latina,
temendo que as revoluções ocorressem de forma similar às ocorridas em Cuba,
adotaram a Doutrina de Segurança Nacional (DSN), que influenciaria esses locais a
aplicar regimes autoritários com maior ou menor intensidade, tornando o militarismo
como poder central após a derrubada do até então presidente, tendo apoio de
minorias conservadoras até partidos de direita. A partir do momento em que a DSN
foi implantada, em cada lugar iniciou-se um longo processo na qual puniria e
torturaria pessoas que fossem contra sua implantação, levando-as até ao
assassinato, de fato, não tinham mais o direito de expressar-se. Desde a música até
o teatro foi minuciosamente observado e punido caso fossem ou parecessem ser
contra o regime.
Milhares de pessoas tiveram que deixar os países nos quais viviam e exilar-se
em outro lugar, pois, em seus lugares de origem foram caçadas, torturadas,
ameaçadas. Tal ação envolvia até a família, desta forma, para que não fossem
assassinadas ou para não colocarem suas famílias em risco, exilavam-se em outros
lugares como Cuba, e até no Brasil, no qual, a partir de 1975, já sofria leve pressão
da população contra o Estado.
Todo o processo de Ditadura no Cone Sul estava interligado diante do mesmo
sistema, desta forma, aqueles que procuravam exilar-se em outros países, eram
procurados também por órgãos do Estado de onde estavam. Essa operação de
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comunicação entre os países na qual adotaram as DSN foi denominada de


Operação Condor.
A Operação Condor tinha por objetivo realçar a busca de exilados, presos
políticos e todos os opositores que se negavam a aceitar as imposições do regime
ditatorial, quando encontrados pelo Estado, sofriam, muitas vezes por órgãos
clandestinos, o que Padrós denominou de Desaparecimento Forçado. Para o autor
“‘desaparecimento forçado’ [...] consiste no sequestro ilegal e clandestino de
pessoas praticado por órgãos governamentais. Entretanto, o Estado rejeita qualquer
responsabilidade sobre tais atos...”.
Vítima desse desaparecimento ocasionado pela Operação Condor foi a
uruguaia Lilían Celiberti, sequestrada em Porto Alegre, no Brasil, e torturada com
água e eletricidade, permaneceu em cárcere privado em sua residência durante três
dias, até ser encontrada por repórteres da revista Veja, dando-a visibilidade e
salvando sua vida. Com relação à Operação Condor, a uruguaia afirma ter sido uma
“expressão planejada de um fundamentalismo genocida que foi parte da doutrina
que animou exércitos latino-americanos nas décadas de 60 e 70”.
O sequestro de Lilían Celiberti ocorreu com o objetivo de descobrir o
paradeiro de Hugo Cores, líder do Partido da Vitória do Povo (PVP), mesmo
procurado político que teria ligado à revista Veja constando o desaparecimento dos
uruguaios.
Lílian estava acompanhada de seu colega Universindo Rodríguez Diáz,
ambos vieram ao Brasil com o intuito de encontrar uruguaios desaparecidos.
Relatando sua campanha, disse: “Pegávamos seus depoimentos, sistematizávamos
e apresentávamos para divulgar porque não se tinha tanta consciência do
desaparecimento forçado como método de repressão”.
Apesar de muitos autores constatarem que a Operação Condor, no Brasil, só
mostrou as garras a partir de 1975, a interação com outros países para a procura e
tortura de presos políticos se deu muito antes, como o caso de Soledade Barrett
Viedma. Nascida no Paraguai tornou-se militante de vários grupos opostos à
Ditadura Militar. Exilou-se no Uruguai com seus pais e após a instalação do Regime
Militar no Uruguai, que segundo o Movimento de Justiça e Direitos Humanos
contabilizou 413 desaparecidos e 5.925 presos políticos, mudou-se à Cuba, lugar
onde conheceu e integrou-se à grupos que lutavam contra a Ditadura de toda
América Latina.
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Em sua segunda ou terceira visita ao Brasil, no ano de 1973, seria torturada e


morta por um grupo clandestino de assassinos contra opositores da Ditadura.
Soledad foi terrivelmente morta com mais cinco colegas numa chácara localizada no
Recife (Brasil), alegaram serem terroristas que teriam invadido o Brasil. O lugar em
que foram mortos ficaria conhecido como o cruel “Massacre da Chácara São Bento”.
Desta forma, acabaria a vida da jovem Soledad. Ao fazerem exames com seu corpo,
constatariam a existência de um feto, que também seria vítima da Ditadura Militar e
de suas integrações.
Em suma, a Ditadura Militar, tanto no Cone Sul, quanto em grande parte da
América Latina, torturou, assassinou e desapareceu com milhares de pessoas que,
em muitos casos, morreram lutando contra esse processo. A integração desses
países, ocasionado pela denominada Operação Condor, acarretou de forma que
aumentasse o número desses mortos. Muitos militares foram culpados e presos,
anos depois, por seus feitos como, por exemplo, o General Jorge Rafael Videla, que
durante o período de Ditadura, assumiu o poder na Argentina após o golpe que
derrubou Maria Estela de Perón. Videla recebeu prisão perpétua pela morte de 31
prisioneiros. No Brasil, apesar das mortes apresentadas acima, até a atualidade não
houve punições, somente o reconhecimento de Carlos Alberto Ustra, declarado pela
Justiça Federal como torturador.
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REFERÊNCIAS

PADRÓS, Enrique Serra. A Política dos Desaparecimentos e o Terror de Estado. A


política de Desaparecimento como Modalidade Repressiva das Ditaduras de
Segurança Nacional. Rio Grande do Sul. 2005.

MENDES, Ricardo. Ditaduras civil-militares no Cone Sul e a Doutrina de


Segurança Nacional. Tempo e Argumento. 2013

CAMBAÚVA, Daniella. JOSÉ, Waldemar. Lilián Celiberti Três Décadas Depois.


Carta Maior. 2012.

SUL 21. Operação condor fortaleceu as garras da ditadura no cone sul.


Disponível em: <http://www.sul21.com.br/jornal/operacao-condor-fortaleceu-as-
garras-da-ditadura-no-cone-sul>.

CARTA MAIOR. Lilián celiberti três décadas depois. Disponível em:


<http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/Lilian-Celiberti-tres-
decadas-depois%0D%0A/5/25009>.

DOCUMENTOS REVELADOS. Soledad barrett, uma heroína latino-americana.


Disponível em: <https://www.documentosrevelados.com.br/imprensa-
clandestina/soledad-barrett-uma-heroina-latinoamericana/>.
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ANEXOS

 Soledad Barrett, morta em Recife no ano de 1973.

 Marcas feitas por neo-nazistas em Soledad Barrett


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 Lilián Celiberti, em entrevista ao “Diario Vecinos”

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