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SBA: Controle & Automação, Vol. I, N" 4,pp.

313-321

COMPENSAÇÃO ESTÁTICA DE REATIVOS


Urna Solução para Problemas de Operação de Sistemas Elétricos

Sigmar Maurer Deckmann

UNICAMP - FEE - DSCE


Caixa Postal, 6101 - Campinas, S.P

Resumo
O artigo focaliza alguns problemas de operaçao de sistemas de energia
elétrica, ligados ã operação de cargas especiais, responsáveis pela geração
de harmônicos, flutuações de tensão, desequilíbrio de fases e baixo fator de
potência. O objetivo é mostrar a crescente importância que á compensação rea
tiva está assumindo na solução desses problemas, em função da possibilidade
do controle preciso e rápido da potência reativa em larga escala, utilizando
dispositivos controláveis de eletrônica de potência e tecnologias de proces-
samento e controle digitais. Atraves de um exemplo de aplicação mostra-se a
atuação de um compensador estático tipo Reator Controlado por Tiristores na
redução de flutuações rápidas de tensão.

REACTIVE STATIC COMPENSATION


A Solution for Power Systems Operation Problems

Abstract
The article focuses some operational problems of electric energy sys-
tems, related with the operation of abnormal loads, which are responsible
for harmonics generation, voltage fluctuations, phase disbalancing, and low·
power factors. The objective is to emphasize the increasing importance of
the reactive compensation in the solution of these problems. This is due to
the ability of precise and fast control of large scale reactive power
through the controlable power electronic devices and the technology of
digital processing and controlo An example of application illustrates the
performance of a static compensator of the Tyristor Controlled Reactor Type
in reducing the fast voltage fluctuations.

1. INTRODUÇÃO ~~ - dos avanços tecnológicos alcança-


dos, principalmente nas áreas de
Compensação reativa está se constituindo eletrônica de potência e controle
cada vez mais em um recurso indispensável de processos, que resultaram em so-
para garantir a necessária qualidade de ser- luções tecnicas para viabilizar o
viço para a operação de sistema de energia controle efetivo da potência reati-
elétrica (SEE). A qualidade de serviço pode va em níveis de MVAR.
ser traduzida basicamente pela continuidade
de suprimento,pureza da forma de onda e fir-
meza da tensão e da frequência do sistema Será mostrado neste trabalho que grande
parte dos problemas enfrentados pelas empre-
CA.
sas do setor elétrico e que são causados
O papel cada vez mais importante que a pela operação das chamadas cargas especiais
compensaçao reativa está assumindo é conse- podem ser resolvidos através da compensação
quência de dois fatores preponderantes: reativa, utilizando os recursos hoje dispo-
níveis da eletrônica de potência e do proces
~ - do conhecimento e reconhecimento sarnento e controle digitais. -
das potenciais melhorias que o con-
trole da injeção e do fluxo de po-
tência reativa podem introduzir na 2. CARGAS ESPECIAIS - FONTES DE PROBLEMAS
operação do sistema elétrico, aumen PARA A OPERAÇAO DE SEE
t~n~o seu desempenho estático e di~
nam~co; O consumidor convencional de energia elé
313
trica recebe sua conta de energia computada i - A manutenção, pelo consumidor, de um
em função do consumo medio de potência ativa FP medio em 0.85 implica em um supri
durante o mês" Ê pressuposto que o comporta- mento, pela concessionária, de po~
mento instantâneo da carga não se afasta tência reativa media de 62% da potê~
muito dessa media e que tais variações não cia ativa consumida;
causam perturbações aos demais consumidores.
O consumo de potência reativa só e taxado ii - A transferência de potência reativa
quando ocorrer a violação do limite de fator através do sistema de suprimento cau
de potência (FP) medio mínimo de 0.85, so- sa queda de tensão, prejudicando o
frendo a conta um acrescimo a título de mul- próprio consumidor e eventualmente
ta por baixo fator de potência. Esse proble- outros, ligados no mesmo a1imenta-
ma e enfrentado particularmente pelas indús- dor.
trias cuja carga, composta por motores de in
dução não compensados, pode gerar baixos fa~
Esses problemas têm sido encarados, ate
tores de potência durante a operação.
recentemente, do ponto de vista estático,sen
Atraves do registro de cargas em setores do recomendado o uso de compensação reatI
industriais típicos constatou-se que e praxe va tanto para as cargas e para o sistema de
nas indústrias atender às exigências legais transmissão, atraves da instalação de bancos
mínimas, ou seja, operar a carga de forma de capacitores, reatores, compensadores sín-
que o FP médio diário alcance 0.85. A figura cronos e transformadores com derivações.
1 mostra alguns desses registros obtidos de
Mais recentemente, com o uso intensivo
Andrade (1987).
de energia elétrica em processos industriais,
estimulado pelas crises de combustíveis fós-

'k!1
seis e pelas melhorias alcançadas com a auto
mação industrial, têm surgido problemas de~

.,.l~
~"
F 1
correntes da operação das cargas de grande
porte, não-lineares, variáveis e desequili-
P
•• "d"" d,,,." ," bradas. Em tais cargas especiais, constituí-
. 6 12 18 HORAS das por fornos a arco, pontes retificadoras,
conversores estáticos, sistemas de aciona-
mento por chaveamento, etc., as caracterís-

::~~~
ticas dinâmicas passaram a se tornar predo-
minantes, exigindo compensadores reativos
cada vez mais rápidos e eficazes para garan-
. G 12 18 HORAS tir a qualidade de serviço das concessioná-
rias.
FP MEDI O/MENSAL = .90
Os principais problemas enfrentados pela
IND. META LÚRGICA operação do sistema e1etrico e que podem ser
relacionados com a operação dessas cargas
especiais são

a) Aumento do nível de distorção da onda de


tensão na rede, consequente do nível de
harmônicos gerados pelas correntes dessas
cargas não-lineares;

b) Aumento do nível de desequilíbrio de fa-

~ ·::L",,,;~~
ses, devido,p.ex., à operação independen-
te das fases em fornos a arco e sistemas
de tração monofásica;
. G 12 18 HORAS c) Flutuação da tensão devido à variação
FP MEDIO MENSAL • .86 irregular da corrente da carga, podendo
provocar efeito de cintilação luminosa
IND. AÇUCAREIRA ("lamp flicker") em toda região vizinha;

d) Sobre tensões e sobrecorrentes em pontos


susceptíveis a ressonâncias serie e para-
Fig. 1 - Curvas típicas de consumo.
le1a para as correntes harmônicas;

Essas curvas mostram que nao se pode e) Atuação errônea do sistema de proteção em
ignorar o comportamento dinâmico das car- consequência da distorção harmônica e flu-
gas, mesmo quando os valores medios pre- tuações de tensão e corrente;
vistos estão satisfeitos. Mesmo desprezan-
do as variações em torno dos valores medios f) Aumento de perdas nos sistemas de trans-
observados, a praxe acima mencionada con- missão, transformadores e rede de distri-
duz a pelo ménos duas constatações que afe- buição, tanto pela presença de correntes
tam significativamente a operação do sis- harmônicas como pelo aumento de fluxo de
tema : reativos para a carga;
314
g) Redução da margem de estabilidade do sis-
tema de geração e transmissão, possibili-
a -
tando o aparecimento de oscilações que po
dem levar ao colapso do sistema interli~
gado.

Todos esses problemas já estão sendo en-


frentados em maior ou menor escala pelas di- c b
versas empresas do setor eletrico brasileiro
nos últimos 10 anos. Em cada um desses casos
verifica-se que o controle reativo pode au- (a ) (b)
xiliar na solução dos problemas exigindo,
~orem, o domínio tecnológico, em diferentes
areas corno : Fig. 2 - a) Circuito trifásico desequili-
brado com compensador reativo;
b) Circuito equivalente resultan-
- construção de reatores de alta capacida- te.
de e baixas perdas;

construção de capacitores compactos e


baixas perdas; Miller (1984) resume essa compensaçao
atraves do seguinte princípio
- construção de válvulas de semicondutores
controláveis;
a - Qualquer carga trifásica desbalanceada,
linear e não aterrada, pode ser transfor
- desenvolvimento de controladores rápi-
mada em uma carga trifásica real balan~
dos analógicos e digitais;
ceada, sem alterar a transferência de po
tência ativa entre a fonte e a carga~
desenvolvimento de sensores, transduto-
atraves da conexão de uma rede de compen
res e filtros de sinais analógicos e di-
sação ideal em paralelo. -
gitais;
b - A rede de compensação ideal pode ser pu-
desenvolvimento de esquemas de controle
ramente reativa.
e algoritmos computacionais adequados
para cada aplicação.
Essa importante característica do compe~
sador reativo ideal, no entanto, permanece
Já se dispõe hoje no Brasil de um nível ate hoje quase inexplorada, senãó desconhe-
suficiente de experiência nessas áreas isola cida. A razão para isso e simples: a falta,
damente, permitindo que se promova a incor- até pouco tempo, de solução tecnológica para
poração dessas experiências na solução dos viabilizar um compensador ajustável para as
problemas relacionados com a compensação es- condições variáveis das cargas.
tática de reativos em sistemas de energia
eletrica. Para se poder aplicar o princípio do com
pensador ideal a uma carga variável e dese~
quilibrada, é necessário que a rede de com-
pensação admita parâmetros reativos variá-
3. O COMPENSADOR REATIVO IDEAL veis com controle independente por fase. As
três fontes clássicas de reativos são os ban
Steinmetz (1917), um dos precurso- cos de capacitores, os reatores e as máqui~
res da atual conceituação e formulação usada nas srncronas. Todos apresentam dificuldades
para modelagem e análise de sistemas de cor- com relação ã controlabilidade da potência
rentes eletricas senoidais, responsável pela reativa fornecida ou consumida.
introdução da análise fasorial e da represen
No caso dos bancos capacitivos as princi
tação de grandezas eletricas por variáveis
pais dificuldades com respeito ao controle
complexas, foi quem estabeleceu pela primei-
são devidas a :
ra vez, no começo deste século, as condi-
ções de compensação reativa ideal, necessá-
rias para equilibrar uma dada carga trifá-- i - variaçao descontínua em face do
sica. chaveamento de unidades discretas
Essas condições, representadas pela equa na associação série-paralela dos
çao 1, refereú~se á situação mostrada na fi~ capacitores;
gura 2.
ii - trans~tor~os de tensão e corrente
durante o chaveamento dos capacit~
BC -B + (G G ) /13 res;
ab ab ca bc
iii - possibilidade de excitação de cor-
BC -B + (G G ) /13 (1) rentes harmônicas devido a não-li-
bc bc ab ca
nearidades magnéticas (ferro-resso
BC nância) ou da carga (fornos a ar~
ca
-B
ca
+ (G
bc
- G )
ab
/13
co, pontes chaveadas, etc.).
315
Os reatores, por sua vez, são equipamen- Com o desenvolvimento de dispositivos
tos de construção similar a dos transforma- semicondutores controláveis para altas po-
dores de potência, apresentando os problemas tências, mais especificamente as válvulas de
de não-linearidade e perdas típicas desses tiristores, tornou-se possível obter virtual
equipamentos. Sofrem também da restrição do mente o controle contínuo e independente da
controle descontínuo através da mudança dis- susceptância em cada fase do compensador. Em
creta de derivações. função dessa tecnologia resultaram, entre
outros, os Reatores Controlados por Tiristo-
As máquinas síncronas, ao contrário, per
res (RCT) e os Capacitores Chaveados por Ti-
mite~ o controle contínuo de reativos abran~
ristores (CCT). Nos dois casos a insersão
gendo dois quadrantes: para cargas induti-
dos elementos reativos so ocorre quando os
vas e capacitivas. Mesmo assim, essa fonte
tiristores são disparados pelo sinal de con-
de reativos não é adequada para operar como
trole. Existem diferenças fundamentais entre
compensador reativo ideal pelas seguintes
o RCT e o CCT. No RCT o controle do disparo
limitações
pode variar continuamente na faixa de condu-
ção do par tiristor-reator, i.é., para ângu-
i - a resposta a ação de controle é len
ta, da ordem de centenas de milise~ los entre 90 0 e 180 0 , relativos ã onda de ten
são. Durante o bloqueio do tiristor a corren
gundos, devido às constantes de tem
te é nula resultando uma corrente descontí~
po do sistema de excitação;
nua no RCT, o que introduz um significativo
ii - a máquina síncrona não permite o conteúdo harmônico, que necessita ser fil-
controle independente por fase. trado.

iL
. ic

-[9
..

-I
(o) (d )

'VC

oll---+----'~-+-f----"---'------
I
I I
W~
90" lSOo

(b) (e )

I/' cx, <.oc. 2 < cx 3


I .~"

I t/
,Caract.rístlca da RCT

Reta de carga
Ponta/ de '" \
, \, \ \ \ Reta de coroa
do sistema
o peraçáo "" \
1 / .\ da sIstema para 82 ,,\ \
11/ ~\
11// Ponta de aperaçaa

o
11/ para 01'2
'" o

(C) (f )

Fig. 3 - a) Circuito por fase do RCT sem perdas;


b) Tensão e corrente no RCT para 90 0 < a < 180 0 ;
c) Característica estática de operação do RCT;
d) Circuito por fase do CCT de 3 estágios;
e) Tensão e corrente no CCT para disparo em v v co ;
f) Característica estática do CCT.
316
No CCT, para minimizar as sobrecorrentes do sistema de suprimento no chamado Ponto de
e sobretensões de chaveamento dos capacito- Atoplamento Comum (PAC) , que corresponde ao
res, o disparo dos tiristores só pode ser ponto de interligação da carga perturbadora
feito quan~o. o nível de tensão no tiristor com os demais consumidores, conforme mostra-
estiver prox~mo da tensão remanescente da do na figura 4.
carga previa do capacitor. Essa restrição
Considerando as perdas desprezíveis no
evita o surgimento de distorção harmônica no
sistema de transmissão, pode-se relacionar
CCT, porem torna o controle demasiado lento
as variações de tensão em um ponto k qual-
para algumas aplicações como na redução das
quer da rede com as variações de potência
flutuações de tensão, responsáveis pela cin-
reativa nesse ponto, através da equação 2:
tilação luminosa ("lamp flicker").

. 100% (2)
4. UMA APLICAÇÃO - O RCT PARA REDUÇÃ-o BE CIN-
TILAÇAO
onde
A fim de ilustrar o potencial uso da con
pensaçã'o estática de reativos', será mostrada variação percentual da tensao;
a aplicação de um reator controlado por ti- variação da potência reativa;
ristores (RCT) no controle de flutuaçoes de
tensão capazes de gerar cintilação luminosa. potência de curto-circuito local.
Essa experiência descreve os resultados de
uma pesquisa sobre compensação estática
Essa equação mostra a possibilidade de
(Deckmann, 1986) e na qual foram desenvolvi-
se regular a tensão através do controle da
dos os protótipos de um medidor de cintila-
injeção de potência reativa local. Esse e o
ção e duas versões de compensador RCT : um
princípio básico da compensação reativa.
com controles analógicos ( Benavides,
1986) e outro com controles digitais por mi- A percepção do efeito de cintilação de-
crocomputador ( Borjas, 1987). pende da frequência das flutuações da ten-
são. A figura 5 mostra a curva de sensibili-
Inicialmente e caracterizado o fenômeno
dade normalizada, obtida através de testes
da cintilação e depois são apresentados
de percepção, realizadas com observadores
alguns resultados alcançados usando o RCT im
plementado. Maiores detalhes sobre os siste~ submetidos ao efeito dessas flutuações. Apre
senta também as curvas do limiar de percep~
mas implementados podem ser encontrados nas
ção para flutuações senoidais e de onda qua-
referências mencionadas.
drada (UIE, 1982).

5. O EFEITO DA CINTILAÇÃO LUMINOSA

Um dos distúrbios causados pela operação AV % Li miar


de
de cargas variáveis e o surgimento de varia- percepção
ções perceptíveis da intensidade luminosa,
3 Limiar para L.imiar para
associadas às flutuações da tensão de supri- senóide - - -ondQ,quâdrodO
mento. Esse efeito de cintilação e particu-
larmente intenso na fase inicial de fusao
....
2
nos fornos elétricos a arco e pode criar in~
cômodo visual para os consumidores em toda a ~
r~giã'o suprida pela mesma rede de transmis- 0.6 :ii
o;;
sao. 04 ~
Ul

O nível dessas flutuaçoes depende da ri- Q.2 ,;


oi
gidez elêtrica do sistema de suprimento em 20 30
relação às fontes de tens,ãO. Uma forma sim- frequência Hz
plificada para se tratar esse problema con-
siste em analisar o equivalente de Thevenin
Fig. 5 - Curva de sensibilidade e limiar
de percepção.

z. PAC

±,,." . ."., A máxima sensibilidade ocorre para flu-


tuações em torno de 8.8Hz sendo o limiar de
percepção nesse caso de 0.2% de variação da
tensão. Constata-se que o olho humano é ex-
tremamente sensível às variações de tensão
nessa faixa de frequências, exigindo um rigo
roso controle da tensão de suprimento, parã
cargas do tipo fornos a arco, que produzem
Fig. 4 - Circuito simplificado para análise um espectro de variações exata~ente nessa
das flutuações de tensão no PAC. faixa.
317
V
0.6
circuito de disparo dos tiristores usan
do optoacopladores;
0.5
- circuito de controle analógico com 2 ma
0.4
lhas independentes;

0.3 • controle PID por realimentação de

0.2
f\ erro de tensão;
controle direto pelas variações

0.1
i~ k .....
--.. .-..
da corrente de carga;
controle misto: PID e direto.
o
O 2. 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Hz interfaces para controle por microcom-
putador usando
Fig. 6 - Espectro de flutuação de tensão conversores A/D e D/A;
causado por forno a arco. processamento de amostras dos si-
nais de tensão e corrente para
controle digital PID e direto;
6. ESQUEMA DE COMPENSAÇÃO IMPLEMENTADO
b) Carga variavel :
Para testar a eficacia do compensa~or
reativo, tipo RCT, na redução de flutuaçoes - reator não saturavel controlado por 2
de tensão na faixa de percepção da cintila- tiristores em antiparalelo;
ção luminosa, foi implementado um sistema - circuito de disparo dos tiristores com
monofasico, para laboratório (llOVca, 1KVA) ajuste do ponto de operação;
contendo :
- gerador de ruído para simular variação
a) Compensador reativo da carga;
- .eator nao saturavel controlado por 2 - filtro para reproduzir o espectro de
tiristores em antiparalelo; forno a arco típico.

PAC

TENSÃO
REDE
120V
60Hz

PTO. PTO. • I
OPERAÇÃO OPERAÇAO I
CONTROLE
.,---+-+-+--t-----oi ANALÓGICO
PIO
DIRETO
MISTO

CONTROLE
DIGITAL
PIO
OIRElO

COMPENSADOR REATIVO I
----~

Fig. 7 - Sistema de compensaçao para flutuações de tensao.

318
c) Sistema de medição : ção do efeito de cintilação foram implemen-
tados visando obter respostas para algumas
- processador analógico da tensão variá- questões básicas, como por exemplo:
v~l para obtenção da flutuação da ten-
sao; a) Como reproduzir, a nível de laboratório,
- filtro de ponderação para simular a ca- as características de flutuação de tensão
racterística lâmpada-olho-cérebro; de cargas variáveis responsáveis pelo
efeito da cintilação em particular?
- conversor A/D para digitalizar sinal de
"flicker"; b) Quais as dificuldades associadas ao pro-
- microcomputador para aquisição e pro- cessamento da tensão de suprimento para
cessamento de amostras do sinal de quantificar o nível de cintilação?
"flicker";
c) Qual a correlação entre os vários métodos
- sistemas de gravação em fita magnética propos tos para essa medição?
e registro gráfico em traçador X - t e
impressora gráfica. d) Como se comportam os controles clássicos
por realimentação de erro (PID) e o con-
A figura 7 mostra o esquema básico do trole direto ("Feedforward") na redução
sistema desenvolvido. das flutuações de tensão?

e) Qual o desempenho do controle digital uti


lizando um microcomputador para realizar
7. RESULTADOS ALCANÇADOS as mesmas funções?
Os sistemas para simulação da carga va-
riável, compensação estática reativa e medi- Estas são apenas algumas das questões

I- COMPENSADOR ATUANDO -I
,,O

0.5

a) Atuação do Controle Realimentado (PID).

H li v (volts)

';-1' -r-,--C-~'
~
11' fltll
,,~:
i.
I-I-_--COMPENSADOR

i
ATUANDO

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b) Atuação do Controle Direto.

k /), v f vol!!.] I" COMPENSADOR ATUANDO "I

0,0 0
~ I : i !; I i I' i \ i !.
50 100
I I: I II
1>:1
I, I !;
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',! i !
t(•)

c) Atuação do Controle Combinado (PIO + Direto) .

Fig. 8 - Atuação do RCT com controle analógico.


319
para as quais se obteve importantes subsí-
fofA .. (voltsJ
dios. O próprio processo de implementação,
I
espe:i~lmente na fase de desenvolvimento do . G./.,60",. G n ,o·,
2,oHI-I-t-+++;-'"
protot1po, se constituiu numa sucessão de \--'_+-' .i.-+--: J .. : I
e ,./e e /.t[ T 1 ~" 16,J
problemas a serem resolvidos. Serão tratadas (I)
r}} C> le e M[ n n: 5, J
aqui apenas algumas das questões básicas men -t+-+., ; iI !
cionadas acima. Para maiores detalhes ver re I
',0' .
! I
ferêneias [2J a [6J.
Em primeiro lugar, sao apresentadas cur-
vas que mostram, na figura 8, a evolução no
tempo do sinal de cintilação, associado às
flutuações aleatórias da tensão geradas pela
carga variável, com e sem a atuação do com-
pensador RCT, usando o controle analógico. a) Atuação do Controle Analógico (PID + Di-
Resultados similares foram obtidos com o con reto).
trole digital.
Como se pode observar, o controle direto
é mais eficiente que o realimentado, e a com
binação de ambos aumenta ainda mais a efic~
cia do controle. As razões levantadas para
Hd V (yolt.1
isso sao as seguintes
I ~II I ~~1I1
1.0
- o controle realimentado utiliza o sinal " 1I
de erro de tensão como variável de con- ~I •
trole. Isto exige ganhos diretos relati- I
vamente elevados, uma vez que as flutua- r1'
ções a serem atenuadas representam menos
0.5
de 1% da tensão fundamental;

o caráter aleatório das variações da car II


I "I
ga nao permitem a separação de outras O 25 flhzl
fontes de ruídos;

o controle direto monitora a corrente da


carga variável para gerar o sinal de con b) Atuação do Controle Digital (Direto).
trole. Uma vez que as excursões da cor=
rente podem alcançar 100%, os ganhos
Fig. 9 - Controles analógico e digital
desse controle são baixos e os ruídos
do RCT.
externos passam a ser menos significa-
tivos;

- a alta eficiência do controle combinado


resulta do fato do controle realimentado (sistema trifásico) consecutivamente (se-
e direto serem independentes e, portan- quenciamento no tempo) pelo mesmo controla-
to, terem atuações complementares. dor no caso de carga variável desequilibra-
da, o que não é possível com o controle ana
lógico, que exigiria um controlador para ca=
A figura 9 mostra o espectro de cintila- da fase.
ç~o luminosa contido nas flutuações de ten-
sao antes e depois da compensação pelo RCT,
utilizando controle analógico e digital.
Pode-se notar que a eficácia do RCT é 8. CONCLUSÕES
muito boa em toda a faixa de percepção de
cintilação (O - 30Hz). Isto mostra que há
Neste artigo se procurou mostrar que
possibilidade de resposta em meio ciclo de
muitos dos problemas enfrentados hoje pela
60Hz para o controle de potência reativa
operação de SEE podem ser minimizados atra-
através do RCT, o que é muito mais rápido do
vés do controle e compensação adequada da po
que a capacidade de resposta de qualquer
tência reativa. Em geral esse controle pode
outro dispositivo, particularmente dos com-
e deve ser feito próximo do local de origem
pensadores síncronos, que não respondem em
do problema. Existe tecnologia disponível
menos de 20 - 30 ciclos.
hoje que permite que se faça esse controle
Pode-se verificar ainda que o controle de forma precisa, rápida e em grande escala.
digital, usando um microcomputador de 8 bits Esse é um campo no qual as áreas de conheci-
e frequência de relógio de apenas lMHz, pra- mentos básicos acerca dos dispositivos de
ticamente conferiu ao controle direto o mes- energia elétrica, de eletrônica de potência,
mo desempenho do controle analógico. Uma van de processamento de sinais e de controle de
tagem do controle por microcomputador, que processos podem se associar para produzir um
ficou evidente pela pesquisa, é a possibili- domínio tecnológico que nos custará cada vez
dade de se realizar a supervisão das 3 fases mais caro fora do país.
320
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