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Protestantismo como negação dos princípios da Reforma

Protestante
André Vinicius Souza Castro

Que os que se chamam protestantes redescubram a tradição esquecida que


eles invocam e rejeitam. Triste, mas o fato é que nós, protestantes, nos
tornamos animais domésticos: mansos, ruminantes, amigos dos mesmos
caminhos, como vacas que, às mesmas horas, andam pelas mesmas trilhas
rumo aos mesmos destinos. 1

O grande profeta da reforma, Lutero, não fixou as doutrinas, nem as tratou


como questão primaria, mas os seus seguidores em resposta à contrarreforma,
conhecidos como ortodoxos, que o fizeram.2 Mesmo carregando firmes convicções, o
elemento espiritual era considerado mais importante que o doutrinário.3 Em contraste
a isso, o mais conhecido dos seus seguidores, Calvino, se preocupa muito mais com
a formulação de um sistema teológico formal.4
É importante reafirmar que Lutero não era irracionalista, ele simplesmente se
rebelava contra qualquer tentativa de transformar as substâncias da fé em categorias
da razão.5 Tanto em luteranos quanto em calvinistas, vemos que a sistematização da
teologia foi uma necessidade de se distanciar do pensamento católico vigente. 6
Para Costa (2000) o objetivo essencial da reforma é a volta às escrituras
sagradas7, dessa forma o livre exame é uma condição sine qua non para o exercício
da fé reformada, já que é a escritura que valida a doutrina, não o contrário.
Cairns (1995) vai dizer que:

A autoridade da Igreja Romana foi substituída pela autoridade da Bíblia, de


leitura livre a qualquer um. O crente, individualmente, seria agora o seu
próprio sacerdote e o mentor de sua própria vida religiosa em comunhão com
Deus, depois de aceitar Seu Filho como seu Salvador, pela fé somente.8

1
(Alves, Dogmatismo e tolerancia 1982, 7)
2
(Tillich, Historia do pensamento cristão 2000, 227)
3
(Tillich, Historia do pensamento cristão 2000, 274)
4
(Cairns 1995, 251)
5
(Tillich, Historia do pensamento cristão 2000, 274)
6
(Cairns 1995, 241)
7
(Costa 2000, 16)
8
(Cairns 1995, 223)

1
É importante mostrar a diferença entre o pensamento da reforma e os
pensamentos que os seus herdeiros defenderam. Os ortodoxos por exemplo
nasceram logo após a reforma.9
Em 1929 Paul Tillich publicou um texto falando sobre a “Gestalt” (forma)
protestante e adverte “O futuro do protestantismo corre o enorme perigo de permitir
que o espírito profético da teologia original da crise seja abusado em favor do
restabelecimento de certa ortodoxia encastelada em suas certezas e alheia ao
protesto protestante” 10
Parece que esse evangelho de certezas encasteladas que Tillich crítica, foi
identificado por Rubem Alves, ao analisar seu contexto presbiteriano da década de
80, ele denomina um tipo de protestantismo, chamado de PRD, “protestantismo de
reta doutrina.”
se caracteriza pelo fato de privilegiar a concordância com uma serie de
formulações doutrinarias, tidas como expressões da verdade, e que deve ser
afirmada sem nenhuma sombra de dúvida, como condição para participação
da comunidade eclesial.11

Esse “protestantismo de reta doutrina” pode ser identificado em várias frentes


protestantes, não só no brasil como indica Armstrong (2001)

Desde o final do século XIX os fundamentalistas americanos reagiram ao


desafio da modernidade com a tentativa de racionalizar inteiramente sua fé.
Ressaltaram as virtudes da razão e do bom senso; organizaram o mundo em
compartimentos estanques.12

Segundo Alves (2005) a proximidade física individuo-texto, tão celebrada pelos


protestantes, não necessariamente leva a proximidade entra a consciência que lê e a
significação do texto.13 A palavra sugere um significado, mas não é um fato que me é
dado. A significação é algo que eu arranco do texto pela minha interpretação. Pela
necessidade sistematizadora do PRD, não se pode deixar a interpretação a cargo da
consciência individual. No mesmo intuito do magisterium católico, os protestantes

9
(Tillich, Historia do pensamento cristão 2000, 272)
10
(Tillich, A Era Protestante 1992, 225)
11
(Alves, Religião e Repressão 2005, 43)
12
(Armstrong 2001, 393)
13
(Alves, Religião e Repressão 2005, 135)

2
criaram as confissões. Estabelecendo uma leitura uniforme do texto, que deve ser
seguida e creditada.
Não existe livre exame, a paixão protestante por certezas o levou a criar uma
“alternativa funcional” 14, na mesma lógica sistematizam-te que sua maior inimiga. Já
que são domados a fazer as mesmas perguntas ao texto, sempre tem as mesmas
repostas e conclusões.
Alves (2005) vai dizer que a fé do PRD é uma fé em buscas de certezas, o que
contradiz a própria noção de fé, que nasce de uma experiência inteiramente
emocional15. Segundo Tillich (2000)

Fé, para Lutero, era receber Deus quando Deus se dá a nós. Distinguia este
tipo de fé de fé histórica (fides histórica), que reconhece os fatos históricos.
Fé é a aceitação do dom de Deus, da presença da graça de Deus que nos
envolve.16

Para Alves (2005) dentro do “PRD” “O que se busca? Um conhecimento que


torne desnecessária a fé, um conhecimento em que não haja nem dúvida nem risco.”17
A problemática de se transformar a fé em dogma é que a subjetividade e trocada por
fundamentos18, o mundo se solidifica, e quem pensa diferente não é somente outro,
mas inimigo da sua verdade.
Parece notável como a necessidade sistematizam-te do protestantismo, o
aproximou do que ele tanto criticava na igreja católica romana. A liberdade do livre
exame foi trocada pela leitura uniforme das confissões e a fé intrinsecamente
subjetiva, foi trocada pelo dogma padrão, cristalizando as experiências na repetição
daquilo que foi entendido no passado. Pela sua paixão por certezas o protesto
protestante foi trocado pelo encastelamento ortodoxo, tão parecido com tudo aquilo
que a reforma tanto repudiava.

14
(Alves, Religião e Repressão 2005, 136)
15
(Alves, Religião e Repressão 2005, 114)
16
(Tillich, Historia do pensamento cristão 2000, 245)
17
(Alves, Religião e Repressão 2005, 112)
18
(Alves, Religião e Repressão 2005, 111)

3
Bibliografia
Alves, Rubem. Dogmatismo e tolerancia. São paulo: Paulinas, 1982.
—. Religião e Repressão . São Paulo: Loyola, 2005.
Armstrong, Karen. Em nome de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
Cairns, Earle E. O cristianismo Através dos Séculos . São paulo: Vida Nova, 1995.
Cordeiro, Juliana Guedes. Os varios rotos do Fundamentalismo . São leopoldo : Cebi, 2009.
Costa, Hermister Maia P. da. O Pensamento Cristão . São paulo: Mackenzie, 2000.
Ovo, Ivo Pedro. O Outro é o demônio . 1996: Paulus, 1996.
Shaull, Richard. A reforma protestante e a teologia da libertação. São Paulo: Pendao Real,
1993.
Tillich, Paul. A Era Protestante . São paulo: Batira Gráfica e Editora S.A., 1992.
—. Historia do pensamento cristão . São Paulo: ASTE, 2000.

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