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FUNDO DE POPULAÇÃO DAS MINISTÉRIO DA FAMÍLIA, DA MULHER

NAÇÕES UNIDAS – UNFPA E DOS DIREITOS HUMANOS


SECRETARIA DOS DIREITOS DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Estudo Gerenciamento de Crises, Riscos e Conflitos

Fevereiro de 2019.
Produto 9: Relatório   descritivo   contendo   plano   de   aplicação   dos   protocolos   e
desenho   de   suas   respectivas   ferramentas   de   monitoramento   considerando
2

necessidades   de   recursos   humanos,   logísticos   e   financeiros   para   aplicação,   bem


como   capacitações   necessárias   à   implementação   do   protocolo   incluindo
sistematização das informações para realização de formações.

Consultoras: Anelise Gregis Estivalet


CONTRATO Nº: 071/2018
Heridane Patrícia Ferreira
CONTRATO Nº: 072/2018

Fevereiro de 2019.

ÍNDICE
3

Lista de Siglas .................................................................................................................. 04


Lista de Figuras ................................................................................................................ 05
Lista de Quadros .............................................................................................................. 06
1. Apresentação ............................................................................................................. 07
2. Metodologia .............................................................................................................. 08
3. Introdução ................................................................................................................. 09
3.1. Metodologia de Gestão de Riscos ...................................................................... 10
3.2. Gestão de ameaça à segurança em Unidades de Internação .............................. 21
3.3. Característica de uma crise e os fatores que favorecem sua culminância .......... 24
4. Plano de Aplicação .................................................................................................... 33
5. Capacitações necessárias à implementação do protocolo .......................................... 56
6. Referências ................................................................................................................ 58

LISTA DE SIGLAS
4

CAD – Comissão de Avaliação Disciplinar


CD – Conselho Disciplinar
CEC – Causador de Evento Crítico
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
ENS – Escola Nacional de Socioeducação
IML – Instituto Médico Legal
ONU – Organização das Nações Unidas
PM – Polícia Militar
PNUD - Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento
PPCAAM - Programa de Proteção à Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte
SAMU – Serviço de Atencimento Móvel de Urgência
SEST – Serviço de Saúde do Trabalhador
SGD – Sistema de Garantia de Direitos
SNDCA/MDH - Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do
Ministério dos Direitos Humanos
SINASE – Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
STF – Superior Tribunal Federal

LISTA DE FIGURAS
5

FIGURA 1 – FERRAMENTAS ESTRUTURANTES DE UM MODELO DE GESTÃO


DE CRISE
FIGURA 2 – RELAÇÃO MÍNIMA DE AÇÕES NECESSÁRIAS À ELABORAÇÃO
DO PLANO DE CONTINUIDADE OPERACIONAL E DO PLANO DE
EMERGÊNCIA

LISTA DE QUADROS
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QUADRO I – CONCEITOS SOBRE RISCOS E CRISES EM UNIDADES DE


PRIVAÇÃO DE LIBERDADE
QUADRO II – PLANO DE APLICAÇÃO
QUADRO III – CAPACITAÇÕES NECESSÁRIAS

1. Apresentação
7

A presente consultoria propõe-se à realização do Estudo de Gerenciamento


de Crises, Riscos e Conflitos, produzido a partir da cooperação entre o Programa
das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD), o Fundo de População das
Nações Unidas (UNFPA) e a Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente do Ministério dos Direitos Humanos (SNDCA/MDH). Este estudo tem
por objetivo elaborar protocolos para gerenciamento de crises e conflitos buscando
contribuir para a eliminação da violência institucional no Sistema Socioeducativo.
O Produto IX contém relatório descritivo contendo plano de aplicação dos
protocolos e desenho de suas respectivas ferramentas de monitoramento
considerando necessidades de recursos humanos, logísticos e financeiros para
aplicação, bem como capacitações necessárias à implementação do protocolo
incluindo sistematização das informações para realização de formações.

2. Metodologia
8

O   presente   produto   foi   desenvolvido   a   partir   dos   materiais   coletados   para


produção dos produtos anteriores (I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII). Portanto, os dados
foram coletados por meio de pesquisa sistemática realizada através de mapeamento de
campo realizado entre os meses de outubro de 2018 a janeiro de 2019 junto às 27 (vinte e
sete) unidades da federação. Para elaboração do quadro descritivo contendo o plano de
aplicação   dos   protocolos   realizou­se   análise   de   conteúdo   dos   documentos   coletados
durante a pesquisa sistemática junto às 27 unidades  da federação. Realizou­se, ainda,
coleta  de informações  e de  conceitos  através  de  revisão bibliográfica de literaturas  e
legislação pertinente ao tema de gerenciamento de riscos, crises e conflitos no sistema
socioeducativo.
Para a construção do quadro descritivo nos baseamos nos documentos de unidades
federativas que já possuem protocolos de contingência e/ou de segurança. Aqueles que
possuem   normativas   de   gerenciamento   de   crises   em   seus   protocolos   de   segurança
também foram considerados.

3. Introdução
9

O presente produto aglutina os resultados agregados nos produtos anteriores (I,


II, III, IV, V, VI, VII e VIII). Portanto, aqui serão apresentados os conceitos e
definições já trabalhados e que são de fundamental entendimento para o documento
aqui proposto.
O conceito de gestão de riscos e crises remete aos produtos e resultados
gerados, preservados ou entregues que devem apresentar respostas efetivas e úteis às
necessidades ou às demandas de interesse das instituições, assim como devem
modificar aspectos do conjunto da instituição ou de alguns grupos específicos
reconhecidos como destinatários legítimos.
Considera-se que as atividades de qualquer instituição envolvem riscos, assim
como as instituições dos sistemas socioeducativos estão, potencialmente, vulneráveis
a crises que, se não gerenciadas adequadamente, poderão comprometer a capacidade
de existência, funcionamento e preservação da instituição. Essas devem estabelecer,
manter, monitorar e aprimorar seus sistemas de gestão de riscos, crises e controles
internos com vistas à identificação, à avaliação, ao tratamento, ao monitoramento e à
análise crítica de riscos que possam impactar a implementação da estratégia e a
consecução dos objetivos da instituição no cumprimento da sua missão. A gestão de
riscos e crises deve ser um processo de natureza permanente, estabelecido,
direcionado e monitorado pela instituição, que contempla atividades de identificar,
avaliar e gerenciar potenciais eventos que possam afetar a instituição, destinado a
fornecer segurança razoável quanto à realização de seus objetivos.
Com efeito, se ocorre um evento não previsto, com potencial para impactar os
resultados esperados, o que faz a diferença para o desempenho é se a instituição se
preparou ou não para isso. Uma gestão de riscos e crises eficaz pode tanto reduzir a
probabilidade de ocorrência de um evento adverso quanto o seu impacto nos objetivos
da instituição. Pode também auxiliá-la a identificar e aproveitar oportunidades que
favoreçam os resultados.
A busca de objetivos nas instituições envolve riscos e crises decorrentes da
natureza de suas atividades, de realidades emergentes, de mudanças nas
circunstâncias e nas demandas sociais, e da própria dinâmica da administração
institucional, bem como das exigências de cumprimento de requisitos legais e
regulatórios e da necessidade de transparência.
Nesse contexto, o gerenciamento de riscos e crises é um elemento essencial
para um bom gerenciamento, pois contribui para reduzir as incertezas que envolvem a
10

definição da estratégia e dos objetivos das instituições públicas e, por conseguinte, o


alcance de resultados em benefício do público atendido e da sociedade.
A gestão de riscos e crises, quando corretamente implementada e aplicada de
forma sistemática, estruturada e oportuna, fornece informações que dão suporte às
decisões de alocação e uso apropriado dos recursos e contribuem para a otimização do
funcionamento institucional. Como consequência, aumentam a eficiência e a eficácia
na gestão, proteção e entrega de serviços públicos efetivos, na forma de benefícios
que impactam diretamente na vida do público atendido e outras partes interessadas.

3.1. Metodologia de Gestão de Riscos

A Metodologia de Gestão de Riscos e Crises objetiva estabelecer e estruturar as


etapas necessárias para a operacionalização da Gestão de Riscos e Crises. Esse
gerenciamento pressupõe, no mínimo, as seguintes etapas:
I – entendimento do contexto: etapa em que são identificados os objetivos
relacionados ao processo institucional e definidos os contextos externo e interno a
serem levados em consideração ao gerenciar riscos e crises;
II – identificação de riscos: etapa em que são identificados possíveis riscos
para objetivos associados aos processos institucionais e riscos que se materalizados
resultarão em crises;
III – análise de riscos: etapa em que são identificadas as possíveis causas e
consequências do risco;
IV – avaliação de riscos: etapa em que são estimados os níveis dos riscos
identificados;
V – priorização de riscos: etapa em que são definidos quais riscos terão suas
respostas priorizadas, levando em consideração os níveis calculados na etapa anterior;
VI – definição de respostas aos riscos e crises: etapa em que são definidas as
respostas aos riscos e crises, de forma a adequar seus níveis às orientações
estabelecidas para os processos institucionais, além da escolha das medidas de
controle associadas a essas respostas; e
VII – comunicação e monitoramento: etapa que ocorre durante todo o
processo de gerenciamento de riscos e crises e é responsável pela integração de todas
as instâncias envolvidas, bem como pelo monitoramento contínuo da própria Gestão
de Riscos e Crises, com vistas a sua melhoria.
11

QUADRO I - CONCEITOS SOBRE RISCOS E CRISES EM UNIDADES DE


PRIVAÇÃO DE LIBERDADE
CONCEITOS DESCRIÇÃO

- Corresponde a eventos críticos que colocam em perigo todos que


Riscos convivem nas unidades de Socioeducação (DEGASE, 2013, p.
14).
- Situação a respeito da qual uma determinada decisão tem de ser
Crise tomada, ocasião para discernir os elementos do passado e do
presente no sentido da construção de futuro (ENS, 2015, p. 50).
Controle - Relativo à fiscalização, monitoramento ou contenção.
- O Conflito é destinado a resolver dualismos divergentes, é uma
Conflito maneira de conseguir algum tipo de unidade, mesmo que seja
através da aniquilação de uma das partes em litígio.
- Eventos críticos que podem desencadear conflitos e riscos no
ambiente das Unidades de Internação.
Situação Limite - Aquelas em que há desrespeito à integridade física, moral ou
psicológica (ENS, 2015, p. ).

- Remete aos produtos e resultados gerados, preservados ou


entregues que devem apresentar respostas efetivas e úteis às
Gestão de Riscos necessidades ou às demandas de interesse das instituições, assim
e Crises como devem modificar aspectos do conjunto da instituição ou de
alguns grupos específicos reconhecidos como destinatários
legítimos.
- Violência praticada por instituições – seja a escola, o Estado,
Violência uma fábrica ou a família –, que têm como função social transmitir
Institucional ou impor normas de regulação de conduta aos indivíduos
(BLASCO apud AZEVEDO, 2017, p. 581).
12

- Doutrina que estabelece que crianças e adolescentes são sujeitos


de direitos e que é dever da família, da comunidade, da sociedade
em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a
Proteção Integral efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária. (BRASIL, 1990).
- Diz respeito ao ato ou efeito de tornar seguro, condição daquele
ou daquilo que se confia. A palavra tem relação com a qualidade
da satisfação de determinadas necessidades universais como ser
Segurança
cuidado, ser protegido, amparado, garantido, abrigado, confiado,
acolhido, acautelado, de estar livre ou fora de perigo (ENS, 2015,
p. 10).
- Diz respeito a todas as ações adotadas depois que a equipe toma
Contingência
conhecimento da situação de emergência.
- Corresponde à uma operação segura dos processos da instituição,
Protocolo seja internamente, para os empregados e os(as) jovens em privação
de liberdade, seja externamente, para a comunidade.
- Procedimentos e técnicas de segurança aplicadas em situações-
Protocolo de
limites para prevenção e contenção de agravos nas Unidades de
Segurança
Internação.
- Conjunto de condições necessárias para que a privação de
liberdade possa ocorrer com a preservação do patrimônio e da
Segurança integridade física, moral e psicológica dos(as) adolescentes em
Socioeducativa cumprimento de medida, assim como das pessoas com atividade
profissional ou em convivência nas unidades de privação de
liberdade (ENS, 2015, p. 11).
- Em um sentido mais amplo, podemos citar a definição que
Lascoux propõe sobre a mediação como a arte da comunicação: “a
mediação baseia-se na arte da linguagem para permitir a criação
Mediação de
ou recriação da relação” (apud ENS, 2018, p.01).
Conflitos
- A mediação é estabelecida como caminho intermediário entre os
métodos informais de resolução de conflitos e métodos formais
(ENS, 2018, p. 01).
13

- Teoria/filosofia que objetiva tratar a questão criminal voltada


Justiça para a reparação do dano causado às vítimas e à reconstrução das
Restaurativa relações humanas afetadas pelo delito (CARAVELLAS, 2009, p.
121).
Direitos -Conjunto de direitos inerentes à pessoa humana, independente de
Humanos raça, cor, sexo, nacionalidade, etnia , idioma, religião etc.
- Dever da família, da sociedade e do Estado assegurar, com
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à
Garantia de
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
Direitos
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária (BRASIL, 1990).
- Processo de formação continuada da comunidade socioeducativa
Qualificação e demais atores do Sistema de Garantia de Direitos envolvidos no
atendimento às Unidades de Internação.
- Profissionais de atuação direta nas Unidades de Internação que
desenvolvam tanto tarefas relativas à preservação da integridade
física e psicológica dos adolescentes e dos funcionários quanto às
Agentes
atividades pedagógicas. Este enfoque indica a necessidade da
Socioeducativos
presença de profissionais para o desenvolvimento de atividades
pedagógicas e profissionalizantes específicas (CONANDA, 2006,
p. 45).
Violência - Uso intencional da força ou poder em uma forma de ameaça ou
efetivamente, contra si mesmo, outra pessoa ou grupo ou
comunidade, que ocasiona ou tem grandes probabilidades de
ocasionar lesão, morte, dano psíquico, alterações do
desenvolvimento ou privações (OMS, 2002).
- Relação de alteridade que tem como característica o uso da força,
o recurso à coerção, e que atinge, com dano, o outro – é uma
relação social inegociável, posto que atinge, no limite, as
condições de sobrevivência, materiais e simbólicas, daquele
percebido como outro, anormal ou desigual, pelo agente da
violência. A violência é antecedida, ou justificada, prévia ou
posteriormente, por uma violência simbólica, que se exerce
mediante modos de subjetivação dos agentes sociais envolvidos na
14

relação (TAVARES DOS SANTOS, 2009).

- Práticas interventivas que visam evitar o surgimento de situações


Ações de crise/limite, por meio da utilização de técnicas que promovam o
Preventivas diálogo, participação e empoderamento da comunidade
socioeducativa.
- A Medida de Convivência Protetora é reservada para
Convivência socioeducandos que, por situações específicas, não podem
Protetora integrar-se com os demais internos de outros módulos (DF, 2016,
art. 137).
- Projetos bem-sucedidos que apresentam impacto positivo na vida
Boas práticas das pessoas, bem como no ambiente institucional, social e cultural
em que foram concebidos e aplicados (Rodrigues, 2018).
- Exige o emprego de esforços na busca de soluções que consigam
diminuir as possibilidades de erros em um cenário tão complexo,
Boa Gestão
envolto por inúmeras condições e fatores que mudam a cada
momento (SILVA, apud DE SOUZA e LIN, 2011, p. 03).
- É o acompanhamento contínuo ou periódico de um programa ou
política pública. É realizado por meio da coleta e análise
sistemática de dados e informações sobre a execução da política
pública com a finalidade de verificar se o desenvolvimento de sua
implementação está de acordo com os padrões esperados, ou seja,
de acordo com os objetivos e metas inicialmente planejados
(VAITSMAN, RODRIGUES e PAES-SOUSA, 2006; CEPAL,
15

1997).

- Refere-se ao conjunto de procedimentos técnicos para produzir


informação e conhecimento, em perspectiva interdisciplinar, para
desenho ex-ante (prévio), implementação e validação ex-post
(posterior) de programas e projetos sociais, por meio das
diferentes abordagens metodológicas da pesquisa social, com a
Avaliação
finalidade de garantir o cumprimento dos objetivos de programas e
projetos (eficácia), seus impactos mais abrangentes em outras
dimensões sociais, ou seja, para além dos públicos-alvo atendidos
(efetividade) e a custos condizentes com a escala e complexidade
da intervenção (eficiência) (Januzzi, 2014).
- São as ações realizadas que geram determinados produtos a partir
Processos
de determinados recursos.
- É o conjunto de elementos objetivos constituintes de um evento.
Entre esses elementos, destacam-se: os fatos desencadeadores, o
grau de articulação e organização dos insurgentes, o perfil da(s)
liderança(s), a motivação e o intento, o grau de adesão dos demais
internos, a existência ou não de reféns, as facções existentes, os
Cenário
objetos que possam ser usados como arma, o vigor e a
agressividade, a intensidade com que os rebelados dominam os
espaços físicos da unidade, a existência ou não de articulação da
insurgência com grupos criminosos externos à unidade.” (IASP,
2006, p. 17).
- Corresponde à toda forma de detenção ou prisão, assim como a
internação em outro estabelecimento público ou privado, de onde
Privação de
não se permita a saída livre do(a) jovem, ordenado por qualquer
Liberdade
autoridade judicial, administrativa ou outra autoridade pública
(Nações Unidas, 2002a, item 11, “b”).
Internação - Medida privativa de liberdade.
16

- Instrumento auxiliar para o desenvolvimento adequado e


Disciplina harmônico e para proteger a individualidade e toda a coletividade
dos eventuais processos de desorganização (ENS, 2015, p. 21).

As instituições que realizam a execução de medidas socioeducativas estão tem um


desafio constante, em razão de seu público-alvo, caracterizado pela complexidade
justamente pela etapa etária do público atendido, assim como pela natureza da própria
privação de liberdade, que faz com que seu público desenvolva uma série de conflitos
pessoais e relacionais:
Esses conflitos, de acordo com as circunstâncias que os
abrangem, podem ser agravados pela ingerência institucional e
despreparo profissional, potencializando assim as possibilidades
de ocorrência de eventos críticos marcados por situações de
violência e ruptura da ordem institucional, pondo em risco a
garantia dos direitos fundamentais de toda a comunidade
socioeducativa envolvida (CEARÁ, 2016).

Independente das causas de sua origem, as possibilidades de ocorrência de


situações-limite estão potencialmente presentes no cotidiano das instituições. A
capacidade de gerenciamento de crises não está fora da instituição. No entanto, a
ocorrência desse tipo de evento deveria ser excepcional, pois o a busca está concentrada
no desenvolvimento das atividades pautada pela garantia de todos os direitos
fundamentais. Essa capacidade requer uma abordagem sistêmica 1, que cria estruturas e
processos vinculados à efetivação dos princípios, como também capacita seus
profissionais para trabalharem segundo tais estruturas e processos e que deve ser avaliada
e desenvolvida de forma contínua, intencional e permanente. A figura 1 representa essas
correlações, que combinadas constituem os elementos estruturantes do modelo de gestão:

Figura 1 - Ferramentas estruturantes de um modelo de gestão de crise

Planos de Emergência
Protocolo Institucional
Protocolo Interinstitucional

1 Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Gestão. Programa Nacional de


Gestão Pública e Desburocratização – PQGF; Instruções para Avaliação da Gestão Pública – 2010; Brasília;
MP, SEGES. Versão 1/2010, p. 14: Pensamento Sistêmico - Entendimento das relações de interdependência
entre os diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo,
com foco na sociedade. As organizações públicas são vistas como sistemas vivos, integrantes de
ecossistemas complexos que devem interagir com o meio e se adaptar. Assim, é importante que o seu
sistema de gestão seja dinâmico e capaz de contemplar a organização como um todo para rever e consolidar
os seus objetivos e suas estratégias, observando o alinhamento e a interconexão dos seus componentes, ou
seja, a consistência entre os seus objetivos, planos, processos, ações e as respectivas mensurações.
17

Plano de continuidade operacional


Parâmetros para condições excepcionais de
operação e/ou retomada de operação

Programa de Gestão de Crise

Fonte: adaptado de CEARÁ, 2016.

A prática de tais capacidades oportuniza oportunidades de sinergia com outros


processos de gestão organizacionais desenvolvidos pela instituição:
A Gestão de Crise, portanto, não é apenas um conjunto de
técnicas e ações gerenciais operacionalmente estabelecidas, mas
é, principalmente, um processo interativo que se caracteriza pela
participação proativa de toda a comunidade socioeducativa para a
tomada de decisões necessária à manutenção da segurança, à
resolução de situações-limite e à recuperação da normalidade
institucional depois de uma crise (CEARÁ, 2016).

Em virtude das complexidades que envolvem o surgimento de uma crise e toda


sua complexidade, torna-se essencial que as instituições públicas desenvolvam
habilidades e competências organizacionais que possibilitem a execução de ações
preventivas e emergenciais constituintes de um programa de gestão de crises. Um aspecto
fundamental da ação imediata pós instauração da crise é a capacidade de resposta, a qual
deve ser considerada assim que o evento se instaure. Portanto, a resposta ao evento está
relacionada à capacidade de identificar e tomar medidas imediatas quando do seu
surgimento buscando limitar a extensão dos danos já causados e de com o intuito de
contê-los. Assim, evita-se sua propagação e, além disso, possibilita que as atividades
subsequentes do gerenciamento de crise tenham uma base mais consistente e menos
crítica para sua resolução. Para que isso torne-se possível é preciso estabelecer,
primeiramente, ações prévias, imediatas e posteriores ao surgimento de situações desta
natureza, conforme relacionadas na figura 1. A figura 2 apresenta os requisitos essenciais
para elaboração de planos de ação para os programas de gestão de crise:
18

Figura 2 – Relação mínima das ações necessárias à elaboração do Plano de Continuidade


Operacional e do Plano de Emergência
SITUAÇÃO
DESEJADA SITUAÇÃO DE CRISE

AÇÕES AÇÕES AÇÕES


PRÉVIAS Resposta a emergência
IMEDIATAS POSTERIORES
como pré-requisito
para o
Padronização dos Reduzir a do
reestabelecimento
Acionar o Planode
probabilidade
controle de
operacional Realizar exames
procedimentos
Emergência.
surgimento
Conter
Reduzire seus de
Isolar novas
impactos.
a Crise. periciais
operacionais.
ameaças.
19

Elaboração dos
manuais Elaborar relatórios de
operacionais situação

Formação e
Instaurar processos de
capacitação
sindicância e (ou)
continuada
demais procedimentos
administrativos e
judiciais necessários.
Monitoramento e
avaliação das
rotinas
institucionais
Reportar a ocorrência
às autoridades,
Elaboração do familiares e mídia.
Plano de
Gerenciamento de
Segurança e do
Plano de Analisar e avaliar os
Emergência fatos geradores da
crise, suas
Aquisição e
consequências e as
manutenção de
ações a serem tomadas
equipamentos e
em todos os níveis da
materiais de
instituição.
suporte
logístico.
Antecipação das
situações de crise,
controle da rotina Proceder à
operacional e reformulação das ações
preparação para prévias se necessário.
resposta a
emergência.
Retroalimentação do
Fonte: adaptado de CEARÁ, 2016. sistema.

Com o objetivo de garantir a segurança no


ambiente socioeducativo é necessário observar que o conceito de Segurança
Socioeducativa está dividido em duas formas de atuação: a prevenção e a intervenção.
Cada procedimento exige ações específicas, quais sejam respectivamente:
 Ações preventivas: trata-se do agrupamento das rotinas e procedimentos usuais
nas Unidades de atendimento que indicam a normalidade de suas atividades. O objetivo
concentra-se na identificação, gestão e prevenção do risco.
20

 Ações interventivas: correspondem ao enfrentamento de episódio anormal


denominadas, nesse documento, ações interventivas diante de situações de crise, ou seja,
são situações indesejáveis ou imprevisíveis devido os casos fortuitos ou de força maior,
em que será necessário pôr em prática as medidas previamente definidas para minimizar
os seus efeitos (CEARÁ, 2016).

As ações preventivas e interventivas devem:

 Ser previamente identificadas;


 Devidamente descritas;
 Ter seus procedimentos entregues aos responsáveis;
 Ser testadas regularmente para verificar sua eficácia;
 Estar em documento em local de fácil acesso.

3.2. Gestão de ameaça à segurança em Unidades de Internação

Os padrões de segurança necessários e desejáveis ao funcionamento das Unidades


de Atendimento Socioeducativo devem ser orientados pelo disposto na Constituição
Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente, no Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (Lei nº 12.594 de 18 de janeiro de 2012), nas Normativas Internacionais
21

emanadas das Nações Unidas, e nas recomendações gerais oriundas de organismos de


defesa dos Direitos Humanos.
As atividades de segurança não têm a razão de ser em si mesmas e nem
apresentam predominância sobre as demais atividades. De forma distinta, a razão de sua
existência reside em garantir o cenário, o ambiente, o espaço e o tempo necessários e
favoráveis aos atores – adolescentes e socioeducadores – para contracenarem,
construindo e reconstruindo as suas histórias de vida.
Assim, a segurança atua de forma proativa e, muitas vezes, impositiva a fim de
inibir manifestações indesejadas, reduzindo o potencial lesivo dos acontecimentos e
eliminando fatores de risco presentes nos cenários. Por outro lado, ela caminha junto aos
acontecimentos de forma interativa, participativa e integrada, garantindo com a sua
presença atenta e constante o desenvolvimento estável e tranquilo das atividades.
Por tratar da segurança dos adolescentes e dos servidores, considera que o
primeiro passo para a prevenção e o enfrentamento de situações-limite nas unidades de
privação de liberdade é o reconhecimento da existência dos riscos, o seu potencial
desagregador e os danos que pode trazer para cada um e para todos. Os riscos existem,
são reais e podem transformar-se em eventos críticos que colocam em perigo todos que
convivem na unidade socioeducativa. Reconhecer os riscos e perigos existentes é a
condição básica para começar a se preparar para superá-los de maneira consequente.
Por certo, é fundamental o investimento nas medidas de prevenção das situações
limite, tais como motins, fugas, invasões, incêndios, agressões, depredações e outras
ocorrências desse tipo. No entanto, a realidade tem demonstrado que é quase impossível
torná-las inexistentes num estabelecimento de privação de liberdade de adolescentes em
conflito com a lei. Elas estão potencialmente presentes e podem eclodir a qualquer
momento, em qualquer lugar, envolvendo uma, duas, dez pessoas, atingindo um ou mais
setores e, até mesmo, a unidade toda.
A adoção das medidas de contenção e segurança, como a de todas as demais
medidas aplicadas no âmbito da comunidade socioeducativa, deve apoiar-se no binômio
direitos fundamentais e segurança-cidadã, sem permitir que os direitos dos adolescentes
sejam ameaçados ou violados, por medidas arbitrárias e violentas, nem que as medidas
sejam frágeis e/ou descumpridas, trazendo risco para a segurança dos adolescentes e
socioeducadores, propondo assim um conceito de “Segurança Socioeducativa”.
Quanto maior for à presença educativa dos socioeducadores, menor será o risco de
eclosão de uma crise. Contenção não é imobilização. São ações mais contundentes para
prevenir situações danosas à própria vida ou à vida dos outros. A adoção de medidas para
22

prevenção e enfrentamento de situações-limites é o próximo passo para a estruturação de


uma comunidade socioeducativa e a atuação correta de seus socioeducadores: medidas
para impedir o surgimento de situações críticas e medidas para enfrentá-las, quando a
prevenção tiver sido insuficiente para impedi-las e a crise tiver eclodido no interior da
Unidade.
Para isso, o agente socioeducativo deve conhecer e aplicar as normas de segurança
da Unidade e/ou Programa de Atendimento do qual está vinculado. As medidas de
contenção são orientadas pelo SINASE, no sentido de serem usadas tão somente como
recurso para situações extremas que envolvem risco à integridade dos socioeducandos e
socioeducadores da Unidade.

O processo de gestão de uma situação de risco compreende três conceitos


fundamentais a sua implementação:
1. Gestão de Riscos e Crises no Sistema Socioeducativo: entendido como um
processo de monitoramento e operacionalização de decisões relacionadas à prevenção,
contenção e controle de fatores de risco à integridade física e moral da comunidade
socioeducativa, bem como do funcionamento institucional.

2. Segurança: diz respeito ao ato ou efeito de tornar seguro, condição daquele ou


daquilo que se confia. A palavra tem relação com a qualidade da satisfação de
determinadas necessidades universais como ser cuidado, ser protegido, amparado,
garantido, abrigado, confiado, acolhido, acautelado, de estar livre ou fora de perigo (ENS,
2015, p. 10).
3. Ameaça: Indícios de situações de risco, que podem ser desencadeadas de modo
iminente afetando o funcionamento regular da instituição socioeducativa.
Na interseção desses conceitos consideramos que a gestão de ameaças à segurança
institucional prevê um conjunto de técnicas situadas no âmbito das ações preventivas, que
tem por finalidade dirimir conflitos básicos de menor potencial ofensivo na comunidade
socioeducativa.
Compreende-se situações de menor potencial ofensivo como aquelas que podem
ser desenvolvidas pela própria comunidade socioeducativa, através de mediação de
diálogos institucionais, conciliações propositivas, bem como o uso de técnicas dialógicas
e da comunicação não-violenta, oriundas da Justiça Restaurativa, como estratégias
possíveis e eficazes nestes espaços, (KOZEN, 2018).
O reconhecimento do risco também se constitui um passo essencial para a tomada
de decisões assertivas nos espaços socioeducativos (KOZEN, 2018). É necessário ao
23

socioeducador estar atento às transformações do clima institucional, debruçando-se sobre


a possível situação de ameaça para compreender sua origem e o modo de minimizar seus
impactos.
Vale salientar que no processo de gestão de ameaças à dinâmica institucional é
extremante necessário e deve contar com a colaboração dos diversos atores do Sistema de
Garantia de Direitos (SGD), isso tendo em vista que as ações socioeducativas precisam
ultrapassar os muros das unidades e garantir a participação familiar e comunitária nesse
processo como forma de minimizar os tensionamentos gerados pela condição restritiva de
liberdade.
Portanto, apresentamos no presente produto as características necessárias a
identificação de uma situação de crise, seus indicadores de avaliação e os recursos
acionáveis para contenção e controle de situações-limite.

3.3. Características de uma crise e os fatores que favorecem sua culminância

O conceito de crise é aqui abordado como uma situação a respeito da qual uma
determinada decisão tem de ser tomada, ocasião para discernir os elementos do passado e
do presente no sentido da construção de futuro (ENS, 2015, p. 50).
A crise também compreende um momento novo de grandes transformações para o
organismo, onde sua culminância está diretamente relacionada com o suporte necessário
24

ao organismo para o enfrentamento do novo que se apresenta. Ou seja, do ponto de vista


do desenvolvimento institucional a situação de crise faz parte do ciclo natural da
organização. O grande diferencial se dará na forma como o organismo estará preparado
para reconhecê-la e se mostrar proativo na sua resolutividade ou na diminuição dos seus
impactos.
Konzen destaca que entre os fatores que podem estar relacionados a uma situação
de crise estão:
(1) o desconhecimento ou a falta de um senso comum sobre a
missão e os propósitos institucionais; (2) a insuficiência de regras
para a execução das rotinas; (3) a intensa polarização entre
diferentes linhas de ação; (4) a quebra dos padrões do
atendimento e da rotina pela substituição não pactuada; (5) a
predominância da cultura da culpa que reforça atitudes defensivas
entre os diferentes atores da comunidade, geradora de rivalidades
e do acobertamento de falhas; (6) a supremacia do modelo
correcional repressivo; (7) a ausência de lideranças positivas; (8)
a interrupção no fornecimento de insumos, equipamentos ou
produtos, necessários ao desenvolvimento das atividades; ou, por
último (9), o treinamento insuficiente, escassez crônica de pessoal
e ausência, omissão e negligência nos processos de supervisão
(2018, p. 52).

Para início da mediação do conflito ou situações-limite, cabe lembrar as


considerações, segundo Hampton (1991, p. 296), que, embora o termo conflito denote
quase sempre situações desagradáveis, tais como competição, oposição, desarmonia,
discordância, incompatibilidade, luta e discussão, que normalmente sugerem que
nenhuma solução boa é possível, ou que o conflito necessariamente prejudicará algumas
pessoas ou alguns interesses, nem sempre o conflito deve ser analisado apenas de maneira
pessimista. Segundo esse autor, “conflito é o processo que começa quando uma parte
percebe que a outra parte frustrou ou vai frustrar seus interesses”. Follet (Apud Hampton,
1991, p. 290) afirma: “Nós não devemos ter medo do conflito, porém devemos
reconhecer que existe um modo destrutivo e um modo construtivo de proceder em tais
momentos”. Um aspecto negativo a ser citado é a enorme quantidade de energia desviada
para fora da consecução dos propósitos organizacionais, em função da dinâmica
destrutiva do conflito. Além disso, o conflito também faz com que o fluxo de
comunicação e de informações seja distorcido, com alguns participantes falando apenas
com aqueles de quem gostam e com os que concordam com eles. Por outro lado, em
alguns momentos são tomadas decisões pouco qualificadas, ocorrendo aceitações
unilaterais de decisões impostas.
25

A falta de interação ou a exigência de interações inadequadas contribuem para que


decisões desacertadas e não compartilhadas sejam tomadas. Quanto aos aspectos
positivos do conflito, segundo Brow (apud Hampton, 1991), pode-se citar “a expansão do
entendimento dos assuntos, mobilização dos recursos e energia das partes, esclarecimento
das soluções competitivas e busca criativa de alternativa e maior habilidade para trabalhar
em conjunto do futuro”. Assim, é possível provocar as pessoas de modo que uma energia
seja gerada, bem como certo nível de estímulo e tensão, que ajudarão a buscar a melhor
alternativa para solução do conflito. Não ignore sinais de alerta. Resolva problemas
potencialmente sérios da primeira vez, antes de se tornarem situações-limite. A garantia
do bem-estar e da segurança nas aplicações das medidas socioeducativas também
contemplam a arte de negociar.

3.3.1. Classificação das situações de risco em uma unidade socioeducativa:

a. Motim sem refém;


b. Motim com refém de adolescente;
c. Motim com refém externo (servidor ou visitante);
d. Motim com risco de rompimento da estrutura, possibilitando a fuga;
e. Ocorrência com artefato explosivo;
f. Tentativa de suicídio;
g. Morte de adolescente ou de terceiros;
h. Tentativa de resgate ou ataque externo;
i. Fuga constatada;
j. Outras situações

3.3.2. Características de uma crise:

- Imprevisibilidade;
- Compressão de tempo;
- Ameaça de vida;
- Necessidade:
1- Postura organizacional não rotineira,
26

2- Planejamento analítico,
3- Capacidade de implementação e considerações legais especiais.

3.3.3. Contenção do local da crise:

Consiste em evitar que ela se alastre, isto é, impedir que o CEC (Causador de
Evento Crítico) aumente o número de reféns se for o caso e/ou vítimas, que amplie a área
sob seu controle, conquiste posições mais seguras ou melhores guarnecidas.

3.3.3.1. Isolamento do local

Estabelecendo-se perímetros diferenciados de concentração entre servidores, de


modo que na denominada área de risco — área mais próxima do evento crítico — fique
somente o negociador, que poderá ser agente de apoio socioeducativo, o coordenador de
equipe ou o diretor do Centro de Atendimento. O diretor regional e o responsável da
Superintendência de Segurança e Disciplina, quando presentes, devem analisar a
evolução da negociação tendo como base os aspectos positivos e negativos; podem,
conforme análise, assumir a negociação passando os outros a auxiliá-los.
Os outros servidores que não estão participando da negociação devem ser
afastados do campo de visão dos adolescentes, pois poderão atrapalhar com outros tipos
de comentários e gestos. Tudo isso facilitará a ação do negociador que, aplicando as
técnicas que serão exploradas posteriormente, conduzirá a ocorrência a um final o mais
satisfatório possível sob a ótica de preservação da vida, da integridade física e da
dignidade das pessoas. As pessoas envolvidas na negociação e quem mais estiver
trabalhando nessa função não poderão em hipótese nenhuma deixar o local até que o
restabelecimento da ordem e as providências administrativa, de manutenção e policial
sejam tomadas.
Portanto, em síntese, o processo de negociação consiste em conduzir os
adolescentes à calma, estabelecendo uma relação de confiança entre eles e o negociador,
de forma a convencer os adolescentes de que a melhor solução é o diálogo para o
restabelecimento da ordem.

3.3.4. Tipos de negociação


27

Negociação real é o processo de convencimento de rendição dos adolescentes por


meios pacíficos com técnicas de convencimento e análise de reivindicações.
Negociação tática é o processo de coleta e análise de informações para suprir as
demais alternativas caso seja necessária, ou mesmo para preparar o ambiente, reféns e
adolescentes para esse emprego. Nesse trabalho, deverão ser utilizados recursos
eletrônicos e tecnológicos diversos.
Com o surgimento de uma situação-limite é bastante provável que se desencadeie
situações de indisciplina, que nos toma de atenção, principalmente as que surpreendam
com uma rebelião com tomada de reféns, criando um impasse e colocando vidas em
risco. Nesses momentos estarão em jogo interesses opostos ou entendimentos diversos.
Não se trata de verificar se as posições assumidas são legais ou éticas, trata-se de encarar
como um fato que não apresenta uma solução aparente ou imediata. As características
mais perturbadoras decorrentes da intervenção nesses casos são o desfecho imprevisível,
a compressão do tempo e a ameaça existente a uma ou mais vidas.
É necessária, então, uma postura organizacional definida para negociar essas
situações críticas. A ação não pode ser isolada nem deve ficar na dependência de que um
gesto individual resolva o problema. Daí decorre a importância de ter um negociador. E
de estar capacitado a gerenciar crises, conflitos e situações limite, priorizando a
negociação, pois a sociedade tem uma expectativa quanto à resolução do problema e
espera a ação adequada da Instituição.
O objetivo específico da figura do negociador é promover as conversações com os
adolescentes, objetivando dissuadi-los ao mesmo tempo em que coleta informações
gerais, com a finalidade de reduzir possibilidades de riscos para a vida, o
restabelecimento da normalidade e o estabelecimento de uma cultura de paz.

3.3.5. Mediação de conflitos e situações-limite

Mediação sugere partes em oposição e que a diferença pode ser resolvida por
acordo, no pressuposto de que tudo é suscetível de acerto, de negociação ou de transação,
desde que cada um se disponha a ceder um pouco, após o que tudo ficará devidamente
resolvido. Conflito é um processo resultante da ação e do comportamento de pessoas,
associado à agressividade, ao confronto físico e verbal e a sentimentos negativos,
28

considerado prejudicial ao bom relacionamento entre as pessoas e, consequentemente, ao


bom funcionamento das organizações. Em uma visão mais positiva, um processo em que
uma das partes envolvidas percebe que a outra parte frustrou ou irá frustrar os seus
interesses. Situações-limite são aquelas situações em que há desrespeito à integridade
física, moral ou psicológica em acontecimentos como brigas, quebradeiras, motins,
tentativas de fuga, invasões, incêndios, agressões físicas e verbais ou outras ocorrências
desse tipo. A eclosão de uma situação-limite efetiva-se na existência de diferentes grupos
de pessoas — o conflito pode surgir da experiência de frustração de uma ou ambas as
partes, na sua incapacidade de atingir uma ou mais metas. A elaboração de planejamento
preventivo de mediação de conflito exige medidas de contenção do local do evento de
modo a limitar os espaços dos adolescentes através dos postos de serviço, evitando que
haja o domínio de outros locais do Centro de Atendimento e para que possa haver um
diálogo entre as partes, visando ao abrandamento da situação, culminando com a solução
do evento.
Na doutrina internacional de gerenciamento de crise, enfatiza-se a alegação de que
“quem gerencia não negocia e quem negocia não gerencia”, por analisarem que o poder
de mando e a observação da hierarquia funcional, local e temporalidade muitas vezes
podem desencadear a perda fundamental do que se pode ou não ser negociado,
sinalizando para a diminuição do leque de atributos psicológicos do ambiente da crise,
valorizando-se assim hierarquicamente as exigências dos tomadores de reféns. O
conveniente é trabalhar em determinado local, fora do alcance dos amotinados ou do
local do evento, onde se pode reunir os gestores da operação, com poder de mando e
decisão; para que possam avaliar as reivindicações, as possibilidades do atendimento, as
condições táticas e primordialmente quanto andam as negociações para o término do
evento. Considerando que em muitas vezes as situações-limite ou conflitos possam
aparecer de um momento inusitado, em que haja a necessidade de decisões imediatas
pelos profissionais presentes, a negociação deve ser imediata
e verdadeira, respeitando as possibilidades e o vínculo firmado com os adolescentes.
3.3.5.1. Primeiro interventor

É o primeiro servidor que chega a uma ocorrência típica de crise e seu papel é
aplicar os princípios do gerenciamento, contendo, isolando e iniciando o contato para
preservar vidas e aplicar a lei. Do primeiro interventor virá às possibilidades de resolução
de uma crise com menor esforço possível ou então criará diversas situações
complicadoras para a resolução.
29

3.3.5.2. Refém
A pessoa capturada e mantida por uma ou várias pessoas para forçar o
cumprimento de exigências a uma terceira parte, com conhecimento e presença da
autoridade policial militar.

3.3.5.3. Vítima
A diferença em relação ao refém é que, na situação com vítima, não existe uma
exigência concreta negociável e existe uma relação vincular entre CEC (Causador de
Evento Crítico) e vítima, quer seja amizade, relação de trabalho ou familiar.

3.3.6. Isolamento do ponto crítico

Ponto crítico é o ponto central (epicentro) da crise, onde se encontram o CEC


(Causador de Evento Crítico), os reféns e/ou vítimas.
Os perímetros devem ser isolados em:
- Perímetro Interno: local onde fica o ponto crítico da crise, é uma zona de
controle absoluto onde só pode permanecer o CEC (Causador de Evento Crítico), os
servidores designados, policiais se já estiverem dentro da ocorrência, os reféns e/ou
vítimas;
- Perímetro Externo: zona tampão entre o perímetro interno e o público, tendo
como finalidade limitar o acesso de pessoas não autorizadas. Nessa zona deve ter acesso à
equipe de Gerenciamento de Crise, os grupos de apoio, caso sejam necessários médicos,
psicólogos, engenheiros, técnicos, policiais especializados, policiais explosivistas, serviço
de inteligência, etc.), equipe de negociadores, enfim todas as pessoas envolvidas
tecnicamente na resolução da crise.

3.3.7. Coleta de informações

O primeiro interventor deverá coletar informações com testemunhas (servidores,


reféns liberados) mantendo sua segurança e buscando interferir o mínimo possível na
crise:
- Quantos adolescentes causadores da crise, quantos reféns e/ou vítimas;
- Quem são os adolescentes envolvidos;
30

- Onde se localiza a situação;


- Quem são os reféns e/ou vítimas;
- O que causou a crise;
- Exigências do(s) adolescente(s) causador (es) da crise;
- Características do ponto crítico;
- Se há armamento com os adolescentes e de quais tipos;
- Estado de saúde dos envolvidos;
- Se houve disparo de arma de fogo.

3.3.8. Contatos iniciais

O primeiro interventor deverá:


 Manter-se abrigado (construção, árvore, carro);
 Dar prioridade de comunicação ao(s) adolescente(s) envolvido(s);
 Não interromper a comunicação do(s) adolescente(s) causador(es) da crise,
mesmo que faça(m) insultos e agressões verbais;
 Identificar-se ao adolescente(e) causador(es) da crise;
 Ouvir mais e falar apenas o necessário;
 Utilizar termos positivos;
 Informar que serão assegurados os direitos e garantias constitucionais;
 Tentar reduzir o nível de agressividade e estresse;
 Demonstrar que está preocupado com todos os envolvidos (adolescentes, reféns
ou vítimas);
 Buscar ganhar tempo até a chegada dos recursos especializados;
 Demonstrar interesse sobre toda a comunicação do adolescente(s) causador (es)
da crise;
 Demonstrar que está anotando as exigências do adolescente(s) causador(es) da
crise;

Esclarecer ao(s) adolescente(s) envolvido(s) e causador(s) da crise que está sendo feito
contato inicial. O primeiro interventor não tem poder decisório.

3.3.9. O Negociador

A negociação é fundamental no gerenciamento de situação-limite. Dada à primazia, não


deve ser confiada a qualquer um. Somente inicie uma negociação se tiver:
• maturidade emocional;
31

• aceitar ser exposto a abusos e ao ridículo;


 ouvir declarações insultuosas, sem respostas temperamentais;
 ser capaz de manter a serenidade quando os adolescentes tiverem perdido a deles;
• ter credibilidade dos adolescentes;
 ter facilidade de se comunicar com pessoas de variados tipos de comportamento;
 ter bom raciocínio lógico, senso comum e ser experiente com o trabalho com
adolescentes;
 ter habilidade para manipular situações de incerteza e aceitar responsabilidades
mesmo sem ter poder de mando;

3.3.10. Restabelecimento da ordem

É o momento posterior à situação-limite ou conflito, em que providências deverão


ser adotadas, visando à normalidade. Tais providências podem ser tomadas mesmo antes
do término do evento, sempre com vistas ao levantamento, diagnóstico e proposta de
restauração/
recuperação dos danos pessoais, patrimoniais e de meio ambiente, adotando alguns
procedimentos, a saber:
• proceder a retirada dos feridos, servidores ou adolescentes, providenciando
cuidados médicos;
• recolher os adolescentes e proceder à rigorosa revista e contagem;
• revistar minuciosamente o Centro de Atendimento, visando detectar
irregularidades;
• vistoriar portas, portões, grades e janelas;
• identificar líderes e isolá-los, se necessário;
• avaliação dos danos para os reparos necessários na área física (hidráulica,
elétrica, comunicação, alvenaria, serralheria etc.);
• a limpeza e retirada de entulhos;
• o restabelecimento das atividades de fornecimento de alimentação e lavanderia;
• por determinação do diretor quando necessário, preservar o local para realização
da perícia, pela Polícia Científica;
• o restabelecimento das comunicações de praxe com as autoridades e órgãos
competentes.

A negociação de crises com reféns é uma área que exige constante


aperfeiçoamento técnico-profissional, e a sua importância é mensurada constantemente
32

durante o desenrolar dos mais diversos conflitos envolvendo vidas, inclusive, naqueles
em que o próprio agente é a provável vítima. As estatísticas têm demonstrado que a
solução negociada, quando eficientemente conduzida, apresenta resultados superiores aos
das soluções de força, que são quase sempre com consequências traumatizantes para
aqueles que se encontram na condição de reféns. É importante lembrar sempre que o
sucesso na negociação de um incidente com reféns não é resultado de uma ação heroica
de um negociador, ou ainda de uma instituição isolada, mas sim o resultado de um
trabalho profissional em equipe devidamente coordenada. Tem-se,
dessa forma, uma tomada de decisão balanceada ou um processo decisório
compartilhado.
33

4. Plano de Aplicação

No Plano de Aplacação é fundamental a padronização dos procedimentos operacionais, levando em conta a especificidade de cada
Unidade, objetivando minimizar as possíveis falhas na condução dos procedimentos. Entendem-se como condições seguras aquelas que garantem
a integridade física, moral e psicológica dos adolescentes, funcionários e visitantes e que promovem a confiabilidade e a estabilidade nas relações
interpessoais e intersetoriais de trabalho. Essas condições requerem a sistematização e a normatização das tarefas e procedimentos,
fundamentalmente daqueles referentes ao acesso e movimentação de pessoas, veículos e materiais nas dependências do estabelecimento.

QUADRO II – PLANO DE APLICAÇÃO


Nível Descrição Protocolos de Ação Medidas a serem adotadas
34

(Proteção) (Acionamento de Recursos Internos e Externos)


É aquele cuja ameaça à segurança é - Composição de círculos restaurativos com estímulo Acionamento de recursos internos:
inferior à capacidade de resposta do a participanção dos adolescentes e familiares; - Coordenação sóciopedagógica;
coordenador e dos educadores sociais - Utilização de técnicas de comunicação não- - Técnicos do Programa de Atendiment
presentes na unidade. violenta; Socioeducativo.
- Utilização de espaço de proteção nas Unidades de
Elementos que compõem um evento Internação; Acionamento de recursos externos:
simples: - Requisição de tratamento médico, psicológico ou - Família;
- Ameaças verbais; psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; - Lideranças Comunitárias;
- Desacatos; - Inclusão em programa oficial ou comunitário de - Serviços de atendimento com abordagem d
- Agressões indiretas (atirar comida, auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e mediação e resolução de conflitos e afins.
chinelo, urina, fezes, água); toxicômanos.
- Danos ou destruição de materiais
Evento pedagógicos ou de consumo;
Simples - Tentativa ou destruição de patrimônio
público (pequeno dano estrutural,
destruição pontual, sem prejuízos no
funcionamento do estabelecimento);
- Atentado contra a própria integridade
física resultando em escoriações ou
lesões leves;
- Agressão a terceiro sem resultar em
lesão;
- Inexistência de armas brancas
(artefatos cortantes, perfurantes ou
impactantes);
- Nº de participantes: 1-3.
35

Evento É aquele cuja ameaça à segurança é - Utilização de espaço de proteção nas Unidades de Acionamento de recursos internos:
Complexo superior à capacidade de resposta do Internação; - Dirigentes institucionais;
coordenador e dos educadores sociais - Retirada imediata do adolescente da situação de - Técnicos do Programa de Atendiment
presentes na unidade. perigo iminente por meio de força especializada; Socioeducativo.
- Inclusão do adolescente em Programa de Proteção
Sua resolução é possível pela à Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte – Acionamento de recusrsos externos:
coordenação dos setores da unidade PPCAAM; - Polícia Militar;
e/ou pela atuação do seu diretor. - Uso da força especializada por parte da Polícia - Corpo de Bombeiros;
Militar para contenção da situação de conflito com - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
Elementos que compõem um evento capacidade de negociação. SAMU.
complexo: - Maior apelo à intervenção verbal tendo em vista o
- Todos os elementos do evento simples baixo potencial ofensivo.
que não tenham resolução mediante
mera presença ou a aplicação de
advertência verbal;
- Agressão resultando em lesão corporal
leve, sem ameaça à vida;
- Existência de armas brancas;
- Destruição extensa do patrimônio
público (consideráveis danos à
estrutura física da unidade prejudicando
o funcionamento de um setor);
- Evento restrito a um setor específico
da unidade (alojamento, ala, setor,
quadra, campo, pátio ou solário);
- Ação protagonizada por um grupo
restrito de internos (evento não
generalizado);
- Existência de refém, sem flagrante
ameaça à vida, sem sevícias, sem uso de
violência, com possibilidade de
negociação não-especializada;
36

- Incêndio de pequena proporção


passível de ser extinto com recursos da
unidade.
- Nº de participantes: 4-6
37

É aquele cuja ameaça à segurança é - Utilização de espaço de proteção nas Unidades de Acionamento de recursos externos:
superior à capacidade de resposta de Internação;
todos os setores da unidade. - Uso da algema como meio físico para a contenção - Polícia Militar;
do adolescente (BRASIL, STF, 2010); - Corpo de Bombeiros;
Sua resolução só é alcançada com a - Retirada imediata do adolescente da situação de - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
cooperação entre a unidade e perigo iminente por meio de força especializada; SAMU.
instituições de Segurança Pública. - Inclusão do adolescente em Programa de Proteção
à Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte –
Elementos que compõem evento crítico: PPCAAM;
- Elementos do evento complexo que - Uso da força especializada por parte da Polícia
não puderam ser solucionados pela Militar para contenção da situação de conflito com
equipe da unidade; - Existência de capacidade de negociação;
armas de fogo; - Maior apelo à intervenção de contato tendo em
- Destruição extensa do patrimônio vista o alto potencial ofensivo.
público (inutilização de uma área da
Evento unidade);
Crítico - Evento disseminado em diversos
setores da unidade;
- Número de insurgentes duas vezes
superior ao número de educadores
presentes no estabelecimento;
- Existência de refém(ns), com flagrante
ameaça à vida;
- Sevícias contra “seguros” (sob ameaça
à sua integridade física) ou reféns;
- Incêndio em grande área da unidade,
não controlável pelos funcionários;
- Perda de controle de 50% ou mais do
estabelecimento;
- Morte.
- Nº de participantes: 7 ou mais.
a) Protocolos de ação que garantem os direitos de adolescentes em
cumprimento de medidas socioeducativas

Inúmeras são as situações que ocorrem numa Unidade de Medida Socioeducativa,


no dia-a-dia, que podem desestabilizar o equilíbrio das relações e influir no grau de
segurança existente. Esta variável é parte integrante da condição de trabalho da própria
Unidade. Tal complexidade é de fácil compreensão na medida em que se trata de uma
instituição que funciona 24h por dia, constituída de equipes distintas de agentes de
segurança, socioeducadores, monitores, instrutores e profissionais da que se revezam em
turnos diferenciados. Agregam-se a estes, diferentes profissionais técnicos do quadro
próprio e outros, ainda, pertencentes ao quadro de professores das escolas estaduais
internas, de colaboradores de serviços religiosos, profissionais da Polícia Militar,
voluntários, entre outros.
O cumprimento da medida socioeducativa é compulsório para o adolescente e,
como tal, a perspectiva de fuga é uma possibilidade constante, inerente à natureza desta
relação. Estão presentes também as relações de poder, de disputa de espaços, da formação
de grupos, da exteriorização da agressividade, da abstinência às drogas etc. Participam,
ainda, deste contingente humano os adolescentes - e seus históricos de vida -, seus
familiares - com seus dramas família - e a influência das relações e vinculações com
grupos externos, envolvidos com uma gama diversificada de experiências delituosas. No
caso em que a crise venha a ocorrer efetivamente, a resposta da instituição deve ocorrer
considerando o conjunto de ações descritas a seguir.

As ações diante de crise

As Ações diante da crise fazem parte tecnicamente de um Plano de Contingência


Operacional. Uma vez que as ações preventivas tenham falhado são necessárias atitudes
objetivas diante da anormalidade, evitando a sua permanência prolongada, fazendo com a
unidade volte a funcionar plenamente, ou num estado minimamente aceitável, o mais
rápido possível, proporcionando as garantias de integridade física da comunidade
socioeducativa.
39

a) Falta de água
Nos casos em que ocorrer falta de água por esgotamento da capacidade dos
reservatórios das Unidades caberá a direção da unidade ou chefe de equipe, quando for o
caso, solicitar aos órgãos públicos competentes a devida reposição. Para tanto a direção
terá, em local de fácil acesso, previamente organizada, uma relação de telefones
emergenciais para este fim.
Se constatado que o defeito é no sistema hidráulico da unidade competira ao
servidor responsável pela manutenção tomar as devidas providencias. Na
impossibilidade, deverão ser acionados os plantões da Diretoria Administrativa.

b) Falta de energia elétrica


Nos casos em que ocorrer falta de energia elétrica persistente caberá à direção da
unidade ou chefe de equipe, quando for o caso, solicitar aos órgãos públicos competentes
a devida reposição. Para tanto a direção terá, em local de fácil acesso, previamente
organizada, uma relação de telefones emergenciais para este fim.
Caberá ao Supervisor de Plantão:
 Tomar conhecimento das condições de funcionamento do gerador ou iluminação
de emergência, no momento;
 Avaliar a necessidade de interrupção das atividades do Plano Coletivo da
Unidade, encaminhando os adolescentes aos seus dormitórios;
 Determinar a conferência dos mesmos;
 Solicitar o mesmo procedimento à guarda externa ou do serviço de policiamento
no perímetro externo, salientando as condições de acesso restrito à Unidade, permitindo
somente aos servidores convocados, membros da direção da instituição, ambulâncias,
membros do Corpo de Bombeiros/Policia Militar e/ou pessoas autorizadas pelo Diretor
ou pessoa de maior poder hierárquico da Unidade, presente no momento, a fim de evitar
desmandos;
 Concentrar equipes de socioeducadores, em estado de alerta, diante de possíveis
atos de indisciplina;
Se constatado que o defeito é no sistema elétrico da Unidade, competirá ao
servidor responsável pela manutenção tomar as devidas providências. Na
impossibilidade, deverão ser acionados os plantões da diretoria Administrativa.
40

c) Incêndio
Em caso de ocorrência de incêndio na unidade o Diretor, coordenação técnica
e/ou coordenação de segurança deverão ordenar:
a) o uso dos extintores de incêndio da unidade, apropriados ao combate de
princípios de incêndio, de acordo com a classificação de materiais;
b) fazer acionar o alarme de incêndio;
c) promover a evacuação da área atingida pelo sinistro;
d) desligar a fonte de energia elétrica da área atingida pelo fogo;
e) chamar o Corpo de Bombeiros que deve constar da relação de telefones
emergenciais previamente organizadas pela direção para este fim que deve estar em local
de fácil acesso;
f) interromper as atividades e determinar o recolhimento dos adolescentes aos
seus dormitórios ou outro local;
g) concentrar equipe de segurança, em estado de alerta, diante de possíveis atos de
indisciplina dos adolescentes;
h) determinar a conferência das condições das instalações físicas, existência ou
não de estoques e/ou objetos que possam ferir terceiros;
i) solicitar auxílio das unidades vizinhas, quando houver e/ou proceder a
convocação de servidores da unidade que não estejam de plantão, quando a equipe de
Agentes de Segurança presente for insuficiente para restabelecer a normalidade;
j) solicitar à guarda externa ou do serviço de ronda do policiamento;
j) solicitar à guarda externa ou do serviço de ronda do policiamento no perímetro
externo, promover acesso restrito à unidade, permitido somente aos servidores
convocados, membros da direção da Fundação, ambulâncias, membros do Corpo de
Bombeiros/Polícia Militar e/ou pessoas autorizadas pelo Diretor ou pessoa de maior
poder hierárquico da Unidade, presente no momento, a fim de evitar desmandos;
k) cabe ao Diretor determinar ao setor de saúde a avaliação preliminar da
condição de feridos e/ou queimados, quando houver;
l) encaminhar para atendimento externo, se for o caso;
m) comunicar os fatos aos plantões da Diretoria Administrativa e Direção da
Unidade, respectivamente, que encarregar-se-ão de informar à Presidência;
n) comunicar a ocorrência à Vara Cível da Criança e do Adolescente;
o) determinar a conferência dos adolescentes;
41

p) determinar que seja realizado o registro da ocorrência na Delegacia


Especializada ou Distrital (área) detalhando os fatos (se há indícios de autoria do incêndio
etc) e os envolvidos, solicitando o encaminhamento dos mesmos – adolescentes e
servidores - ao Instituto Médico Legal, se houver lesões ou queixa de lesões não visíveis.
Em nenhuma hipótese o adolescente será acompanhado ou conduzido por servidor que
tenha se envolvido diretamente nos fatos;
q) apurar as circunstâncias, solicitando os devidos registros nos livros de
ocorrência da ala e chefia de equipe, respectivamente;
r) constatado o dano ao patrimônio, isolar o local, pedir perícia técnica;
s) cabe ao coordenador de segurança determinar a transferência para o
Atendimento Especial ou restringir o convívio dos adolescentes participantes e/ou
fomentadores da fuga, de acordo com a normatização existente, inclusive aquelas
adotadas para o Conselho Disciplinar;
t) encaminhar Relatório Circunstanciado dos fatos e das providências tomadas à
Diretoria Presidente da Fundação e à Vara Cível da Infância, Criança e do Adolescente,
no primeiro dia útil após a ocorrência.
Os extintores de incêndio são classificados segundo o tipo de material que está
queimando, a saber:
a) CLASSE “A” – materiais sólidos, de fácil combustão, que queimam em
superfície e profundidade, deixando resíduos e armazenando calor. Ex: madeira, papel,
plásticos, borrachas, etc;
b) CLASSE “B” – materiais inflamáveis e combustíveis, que queimam na
superfície, sem deixar resíduos. Ex: gasolina, óleos, GLP, etc;
c) CLASSE “C” – materiais elétricos, equipamentos e/ou instalações elétricas
energizadas. Ex: motores elétricos, computadores, estufas, aquecedores, cafeteiras etc;
d) CLASSE “D” – materiais combustíveis, metais que pegam fogo, também
denominados de materiais pirofóricos. Ex: magnésio, alumínio etc encontrados, por
exemplo, em aros de rodas de automóveis.
Cabe ao Diretor, Assistente de Direção ou Coordenador de Segurança determinar
servidor responsável pelo controle de validade das cargas, com apoio da Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e Serviço de Saúde do Trabalhador (SEST).
42

d) AGRESSÃO FÍSICA
A Agressão Física Coletiva a servidor ou adolescente é entendida como aquela em
que participam duas ou mais pessoas, em confronto físico que possa resultar em lesão ou
vias de fato.
Cabe ao Diretor, Assistente de Direção ou Coordenador de Segurança,
respectivamente, nos casos de lesão corporal de servidor ou adolescente:
a) determinar ao setor de saúde a avaliação preliminar da condição do agredido;
b) encaminhar para atendimento externo, se for o caso;
c) concentrar equipe de Agentes de Segurança, em estado de alerta, diante de
possíveis atos de indisciplina dos adolescentes;
d) avaliar a necessidade de interrupção das atividades do plano coletivo, bem
como o recolhimento dos adolescentes;
e) determinar a conferência dos adolescentes;
f) determinar que seja realizado o registro da ocorrência na Delegacia
Especializada ou Distrital (área) detalhando os fatos e os envolvidos, solicitando o
encaminhamento dos mesmos – adolescentes e servidores – ao Instituto Médico Legal
(IML), se houver lesões ou queixa de lesões não visíveis. Em nenhuma hipótese o
adolescente será acompanhado ou conduzido por servidor que tenha se envolvido
diretamente nos fatos;
g) transferir para o Atendimento Especial ou restringir o convívio dos
adolescentes participantes e/ou fomentadores da agressão, de acordo com a normatização
existente, inclusive aquelas adotadas pela Conselho Disciplinar;
h) comunicar a ocorrência ao Juizado da Infância e da Juventude, por ocasião da
conclusão da(s) CD(s);
i) apurar as circunstâncias, solicitando os devidos registros nos livros de
ocorrência da ala e chefia de equipe, respectivamente;
j) determinar a apreensão dos objetos usados como armas e encaminhá-los à
Delegacia de Polícia;
Nos casos em que houver homicídio, tentado ou consumado, bem como suicídio
cabe ao Diretor, Assistente de Direção e Coordenador de Segurança da
Unidade/Supervisor de Segurança, respectivamente:
a) determinar ao setor de saúde da unidade a avaliação dos sinais vitais e/ou a
condição de óbito, prestando os primeiros atendimentos;
43

b) providenciar o encaminhamento a atendimento externo, se for o caso,


acionando o serviço de ambulância do município, cujo telefone deve constar previamente
em lista de telefones de emergência em local de fácil acesso;
c) em caso de óbito, isolar o local, até o exame da perícia técnica;
d) concentrar equipe de Agentes de Segurança, em estado de alerta, diante de
possíveis atos de indisciplina dos adolescentes;
e) avaliar a necessidade de interrupção das atividades do plano coletivo, bem
como o recolhimento dos adolescentes;
f) comunicar os fatos aos plantões da Diretoria Administrativa, que encarregar-se-
ão de informar à Presidência;
g) comunicar a ocorrência à Vara Cível;
h) transferir para o Atendimento Especial ou restringir o convívio dos
adolescentes participantes e/ou fomentadores do episódio, de acordo com a normatização
existente, inclusive aquelas adotadas pelo Conselho Disciplinar/ Regimento Interno;
i) chamar a Polícia Militar para início dos procedimentos policiais, cujo telefone
deve constar da relação de telefones emergenciais, previamente organizada pela direção
para este fim, que deve estar em local de fácil acesso;
j) determinar que seja realizado o registro da ocorrência na Delegacia
Especializada ou Distrital (área) detalhando os fatos e os envolvidos, solicitando a
presença do Instituto Médico Legal. Em nenhuma hipótese o adolescente será
acompanhado ou conduzido por servidor que tenha se envolvido diretamente nos fatos;
k) determinar o contato com a família da vítima, através da equipe técnica da
unidade, informando-a sobre o ocorrido, bem como providenciar os serviços fúnebres,
com apoio do plantão da Diretoria Administrativa, se for o caso;
l) determinar a conferência dos adolescentes;
m) apurar as circunstâncias, solicitando os devidos registros nos livros de
ocorrência da ala e chefia de equipe, respectivamente;
n) encaminhar o(s) adolescente(s) participantes, testemunhas ou fomentadores do
episódio à Delegacia de Polícia Civil, se solicitado pelo plantonista, acompanhado(s) pelo
advogado da unidade;
o) cabe ao diretor determinar a gerente de medida Socioeducativa, nos casos em
que houver participação ou autoria de adolescente maior de 18 anos, autuado em
flagrante delito, devidamente homologado pelo juiz de plantão, de solicitar a autorização
do Juiz da Vara competente para encaminhá-lo a estabelecimento prisional;
44

p) Encaminhar Relatório Circunstanciado dos fatos e das providências à Diretoria


Executiva e ao Juizado da Infância e da Juventude, no primeiro dia útil após a ocorrência.

e) Evasão
É considerada evasão a retirada organizada ou desordenada por parte do
adolescente que cumpre medida socioeducativa do local onde estiver mantido, na qual
haja ou não rompimento ou destruição de obstáculo, com ou sem dano ao patrimônio e/ou
grave ameaça a terceiro que se oponha.
Em caso de fuga caberá ao diretor e coordenação de segurança
a) fazer imediatamente o comunicado a guarda externa;
b) avaliar a necessidade de evacuação ou não dos funcionários da Unidade, devendo a
Equipe de Segurança da Unidade assim determinar e proceder, quando ocorrer evasão em
massa, nestes casos, sendo difícil de se fazer previsão da progressão dos insurgentes,
nestas situações devem a equipe de funcionários procurar local seguro e afastado da
Unidade, de modo que não fique posicionados em possíveis rotas de evasões, ainda, que
não possibilite serem avistados pelos evadidos;
c) comunicar o ocorrido, igualmente, à Unidade de Polícia Ostensiva local (PM),
repassando dados de identificação do(s) fugitivo(s), tais como cor, altura, idade,
vestuário, sinais corpóreos (tatuagens, cicatrizes, manchas e sinais).
 O telefone da PM deve constar da lista de telefones de emergência previamente
formulada e posta em local de fácil acesso. Nenhum documento referente ao adolescente
pode ser fornecido sem autorização judicial;
 Concentrar equipe de Segurança, em estado de alerta, diante de possíveis atos de
indisciplina dos adolescentes;
d) Avaliar em conjunto com a equipe técnica a necessidade de interrupção das atividades
do planto coletivo, bem como recolhimento dos adolescentes aos seus dormitórios;
e) determinar a conferência dos adolescentes;
f) comunicar os fatos imediatamente ao plantão da Diretoria Presidente da Fundação e à
Vara Cível da Criança e do Adolescente;
g) apurar as circunstâncias em que se deu a fuga, solicitando os devidos registros nos
livros de ocorrência da ala e chefia de equipe, respectivamente;
h) cabe ao Diretor da Unidade, preferencialmente, determinar que seja realizado o
registro da ocorrência na Delegacia Especializada ou plantonista;
45

i) solicitar perícia técnica do dano ao patrimônio e apreender os objetos danificados, se


for o caso, encaminhando-os à Delegacia de Polícia;
j) determinar o contato com a família do adolescente evadido, através da equipe técnica
da unidade, informando-a sobre o ocorrido, bem como estimular a apresentação
espontânea do mesmo na unidade, no prazo de 48h da fuga;
k) cabe ao Diretor da unidade encaminhar o relatório do evento à Diretoria Presidente da
Fundação e ao Juizado da Infância e da Juventude, no primeiro dia útil após a ocorrência,
tanto no Interior do Estado quanto na Capital.
OBSERVAÇÃO: Nos casos de induzimento à fuga, tentativa ou facilitação cabe ao
Diretor, Coordenações Técnica e de Segurança da Unidade, em conjunto:
a) avaliar a necessidade de interrupção das atividades do plano coletivo, bem como o
recolhimento dos adolescentes aos seus dormitórios;
b) determinar a conferência dos adolescentes;
c) comunicar os fatos imediatamente ao plantão da Diretoria Presidente da Fundação e à
Vara Cível da Criança e do Adolescente;
d) apurar as circunstâncias, solicitando os devidos registros nos livros de ocorrência da
ala e chefia de equipe, respectivamente;
e) determinar que seja realizado o registro da ocorrência na Delegacia Especializada ou
Distrital (área);
f) cabe ao coordenador de Segurança da Unidade determinar a transferência para o
Atendimento Especial ou restringir o convívio dos adolescentes participantes e/ou
fomentadores da fuga, de acordo com a normatização existente, inclusive aquelas
adotadas pelo Regimento Interno.
g) cabe ao Diretor da unidade encaminhar relatório do evento à Diretoria Presidente, à
Vara Cível da Criança e do Adolescente e ao Delegado da área, (prestando se necessário
Registro de Ocorrência Policial) no primeiro dia útil após a ocorrência.

f) Desordem Coletiva
A desordem coletiva é entendida como toda a manifestação do adolescente em
grupo, que tenha o objetivo de subverter a ordem institucional e/ou descumprir a medida
socioeducativa, tais como: bate-grades, gritarias generalizadas, etc.
Nos casos de desordem coletiva cabe ao Diretor, Coordenador de segurança e/ou
coordenador técnico da Unidade, respectivamente:
46

a) avaliar a proporção da manifestação, identificando, se possível, as suas causas,


condições das instalações físicas, existência de estoques e/ou objetos que possam ferir
terceiros (apreensão dos objetos);
b) fazer o comunicado ao coordenador geral de segurança;
c) concentrar equipe de Agentes de Segurança, em estado de alerta, diante de possíveis
atos de indisciplina;
d) Interromper temporariamente as atividades do plano coletivo, bem como o
recolhimento dos adolescentes aos seus dormitórios ou outro local;
e) empreender esforços para reverter à situação, através de abordagem verbal;
f) solicitar auxílio das unidades vizinhas, quando houver e/ou proceder a convocação de
servidores da unidade que não estejam de plantão, quando a equipe de socioeducadores
presente for insuficiente para restabelecer a normalidade;
g) comunicar os fatos aos plantões da Diretoria Administrativa e da Gerência
Socioeducativa, respectivamente, que encarregar-se-ão de informar à Presidência;
h) o diretor da Unidade poderá solicitar a presença da Polícia Militar (PM), nos casos em
que avaliar a gravidade, principalmente diante da iminência de agravamento das
circunstâncias, perda de patrimônio, indícios da presença de armas ou objetos usados
como tal, reportando-se à Diretoria Presidente e nas situações com elevada complexidade
e gravidade deverá comunicar ao Juiz titular da Vara as decisões relativas ao emprego da
Polícia Militar ou outra força nas soluções de crises;
i) determinar a conferência dos adolescentes;
j) determinar que seja realizado o registro da ocorrência na Delegacia Especializada ou
Distrital (área) detalhando os fatos e os envolvidos, solicitando o encaminhamento dos
mesmos – adolescentes e servidores – ao Instituto Médico Legal, se houver lesões ou
queixa de lesões não visíveis, bem como os objetos apreendidos. Em nenhuma hipótese o
adolescente será acompanhado ou conduzido por servidor que tenha se envolvido
diretamente nos fatos;
k) apurar as circunstâncias, solicitando os devidos registros nos livros de ocorrência da
ala e chefia de equipe, respectivamente;
l) em caso de dano ao patrimônio, isolar local, fotografar detalhadamente o local, pedir
perícia técnica caso necessário e apreender objetos danificados ou usados como armas;
m) transferir para o Atendimento Especial ou restringir o convívio dos adolescentes
participantes e/ou fomentadores da desordem, de acordo com a normatização existente,
inclusive aquelas adotadas pelo Conselho Disciplinar.
47

n) encaminhar Relatório Circunstanciado dos fatos e das providências tomadas à


Diretoria da Instituição e Delegacia Especializada, além de registrar e permitir avaliação
do evento à Vara Cível da Criança e do Adolescente, no primeiro dia útil após a
ocorrência, se houver lesões, apreensão de objetos usados como armas ou dano ao
patrimônio.

g) Grave perturbação da ordem institucional

É considerada grave perturbação da ordem institucional toda a manifestação


coletiva, armada ou não, promovida por adolescentes, como objetivo de subverterem a
ordem institucional e/ou descumprirem a Medida Socioeducativa que receberam,
impossibilitando que o corpo funcional restabeleça o vínculo e o controle das atividades
normais da Unidade.
– Se a grave perturbação da ordem institucional for cometida por adolescente entre 12 e
17 anos, será tipificado como ato infracional. Se a idade do jovem for igual ou maior que
18 anos, será considerado crime.
– Nos casos de ocorrência de grave perturbação da ordem institucional caberá ao Diretor,
Coordenação Técnica e de Segurança, respectivamente:
a) avaliar a proporção da manifestação, se possível, identificando as prováveis causas;
b) concentrar equipe de agentes de segurança, em estado de alerta, retirando-a da área
conflagrada;
c) avaliar a necessidade de interrupção das atividades do Plano Coletivo, bem como o
deslocamento de adolescentes que não estejam envolvidos no evento;
d) solicitar à guarda externa ou do serviço de ronda do policiamento no perímetro
externo, promover acesso restrito à unidade, permitido somente aos servidores
convocados, membros da direção da Fundação, ambulâncias, membros do Corpo de
Bombeiros/Polícia Militar e/ou pessoas autorizadas pelo Diretor ou pessoa de maior
poder hierárquico da Unidade, presente no momento, a fim de evitar desmandos;
e) cabe ao Diretor da unidade solicitar o apoio da Polícia Militar (PM) para cercamento
do perímetro externo da unidade;
f) empreender esforços para reverter a situação, na perspectiva da retomada do controle
da instituição, sem a intervenção direta da Força Policial Militar (PM);
48

g) solicitar auxílio das unidades vizinhas, quando houver ou proceder a convocação de


servidores da unidade que não estejam de plantão, quando a equipe de Agentes de
Segurança presente for insuficiente para restabelecer a normalidade;
h) comunicar os fatos a Diretoria Administrativa, que encarregar-se-ão de informar à
Presidência;
i) comunicar a ocorrência à Vara Cível da Criança e do Adolescente;
j) cabe ao Diretor da unidade ou o seu substituto legal avaliar e requerer a autorização da
intervenção da Força Policial Militar – Policia Militar (PM), junto ao Comando da PM,
nos casos em que não for possível a retomada do controle da instituição, reportando-se
imediatamente após à Direção da Instituição;
k) nos casos em que houver a existência de reféns, o gerenciamento das operações deverá
ser imediatamente repassado pelo Diretor da Unidade ao Comando da Força Policial
Militar - Polícia Militar (PM);
l) A avaliação criteriosamente pela Equipe de Segurança da Unidade, tem o objetivo de
avaliar entre outros aspectos, nível de insurgência, a capacidade de resposta ao evento,
em caso negativo, deverá a equipe de Segurança providenciar a evacuação de todos os
funcionários das Unidades;
k) Nas situações que seja necessário a evacuação dos funcionários da Unidade, deve a
Equipe de Segurança, orientar os funcionários para procurar local seguro e afastado da
Unidade, de modo que não fiquem posicionados em possíveis rotas de evasões, ainda,
que não possibilite serem avistados pelos evadidos;
m) Deve o Diretor avaliar a possibilidade de restabelecimento da rotina administrativa ou
não, no caso em que seja possível identificar a impossibilidade, deve o Diretor, dar
providências para que somente permaneçam aqueles estritamente necessários, e adotar
para que os demais funcionários sejam liberados sem prejuízo de seus vencimentos;

Após controlar a grave perturbação da ordem institucional

l) determinar ao setor de saúde a avaliação do estado físico e emocional dos adolescentes


e servidores participantes dos acontecimentos;
m) determinar o encaminhamento a atendimento externo, quando for o caso, acionando o
serviço de ambulância do município, se for preciso, cujo telefone deve constar
previamente em lista de telefones de emergência em local de fácil acesso;
n) em caso de óbito, proceder no que couber, isolando a área para a perícia técnica;
49

o) providenciar na vistoria e avaliação dos locais atingidos, verificando a possibilidade do


retorno dos adolescentes aos dormitórios;
p) organizar a revista dos dormitórios e pertences dos adolescentes, instalando-os no local
e realizando a conferência dos mesmos.
A revista deverá ser feita exclusivamente por Agentes de Segurança da Instituição,
mesmo que a Força Policial Militar - (PM) esteja fazendo a segurança interna e externa;
q) determinar a conferência dos adolescentes;
r) determinar a apreensão dos objetos usados como armas e encaminhá-los à Delegacia de
Polícia;
s) transferir para o Atendimento Especial ou restringir o convívio dos adolescentes
participantes e/ou fomentadores do episódio, de acordo com a normatização existente,
inclusive aquelas adotadas pelo Conselho Disciplinar/Regimento Interno;
t) informar aos adolescentes sobre as medidas e rotinas que irão vigorar em decorrência
dos fatos;
u) determinar o contato com as famílias dos adolescentes, em especial vítimas ou feridos,
através da equipe técnica da unidade informando-as sobre o ocorrido, bem como sobre o
dia e a forma em que ocorrerá a visitação pós-evento;
w) determinar que seja realizado o registro da ocorrência na Delegacia Especializada ou
Distrital (área) detalhando os fatos e os envolvidos, agredidos e agressores, tanto de
adolescentes quanto de servidores, solicitando encaminhamento ao instituto Médico
Legal (IML) daqueles que apresentarem lesões ou queixa de lesões não visíveis. Em
nenhuma hipótese o adolescente será acompanhado ou conduzido por servidor que tenha
se envolvido diretamente nos fatos;
 apurar as circunstâncias, solicitando os devidos registros nos livros de ocorrência
da ala e chefia de equipe, respectivamente;

x) cabe ao diretor determinar a Gerência de medidas Socieoeducativas, nos casos em que


houver participação ou autoria de adolescente maior de 18 anos, autuado em flagrante
delito, devidamente homologado pelo juiz de plantão, de solicitar a autorização do Juiz da
Vara Competente das Medidas Socioeducativas para encaminhá-lo a estabelecimento
prisional.
y) cabe ao Diretor da unidade encaminhar o Relatório Circunstanciado dos fatos e das
providências à Diretoria Presidente e à Vara Cível no primeiro dia útil após a ocorrência.
e) Medidas a serem adotadas em cada fase do gerenciamento de crise
50

1) Fase de Informação

1.1. Aspectos intraunidade


- Indicar o primeiro interventor da crise;
- Estabelecer perímetro da área afetada – perímetro interno;
- Estabelecer perímetro da área de suporte – perímetro externo;
- Conter a expansão do evento;
- Evacuar pessoal não fundamental;
- Restringir o acesso de pessoas à unidade;
- Convocar funcionários de reforço;
- Estabelecer central de gerenciamento de eventos críticos;
- Estabelecer posto de comando tático;
- Retirar materiais de suporte à insurgência;
- Interromper as atividades de rotina;
- Reorganizar funcionários atuantes na crise;
- Coletar informações.

Supervisão e os Coordenadores de unidades deverão obter o máximo possível de


informações sobre a insurgência. Em especial, obter as seguintes informações:
- Local da crise: a ala onde está o principal foco de tumulto e por onde se dissemina;
- Número de indivíduos insurgentes: o número exato ou estimativo dos internos
envolvidos;
- Existência de reféns;
- Identificar e numerar pessoas nessa situação;
- Armamentos e equipamentos: identificar e numerar itens que os rebelados utilizam para
ameaçar, agredir, arrombar portas e grades;
- Lideranças: quem organizou ou fomentou o tumulto;
- Objetivos: qual o objetivo da insurgência e os bens ameaçados;
- Outras informações julgadas importantes: outros detalhes que influam na tomada de
decisão.

1.2. Estabelecer funcionário relator de crise:


51

- Um funcionário deverá registrar, por escrito, todo o desenvolvimento da crise,


informando os indivíduos envolvidos e as ações impetradas. O relatório deverá ser
apresentado aos gerentes da crise na fase de encerramento.

1.3. Aspectos Extraunidade


- Informar ao responsável pela Instituição da instauração de crise;
- Solicitar apoio da Polícia Militar;
- Comunicar à Autoridade Judicial, Ministério Público e Defensoria Pública;
- Solicitar apoio do Corpo de Bombeiros;
- Solicitar apoio dos Serviços de Saúde Móvel de Emergência.

2. Fase de avaliação:

- Estabelecer um núcleo de comando.


- Atribuições dos Gerentes de Crise:
Compete à Supervisão da unidade, Gerência de Unidades, Equipes de Contenção e
Polícia Militar, desde que devidamente autorizada, a responsabilidade pelas decisões
estratégicas da gestão de crise. À Supervisão da unidade caberá a coordenação das
atividades operacionais dos funcionários.
O comandante da missão responderá pelas decisões táticas da ação policial.
- Respeitar a hierarquia de gerenciamento de crise;
- Organizar informações;
- Levantar as informações faltantes;
- Avaliar a situação;
- Monitorar o gerenciamento de crise.

3. Fase de organização

- Competência para autorizar a intervenção;


- Elaborar tática de intervenção da Equipe de Contenção;
- Elaborar tática de intervenção da Grupo de Intervenção Tática e/ou Força Policial;
- Organizar funcionários de apoio à intervenção;
- Organizar funcionários de restabelecimento do funcionamento;
- Acionar a assessoria de comunição para prestar as informações à Imprensa;
52

4. Fase de intervenção:

- Efetuar os procedimentos organizados.

5. Fase de encerramento:

- Retirar as forças interventivas, com a devida identificação das participantes;


- Retornar à normalidade institucional:
. Roupas e alimentos: deverão ser fornecidos a todos os socioeducandos o mais rápido
possível;
. Atendimento médico: os casos devem ser avaliados e priorizados, conforme a urgência;
. Medidas disciplinares: não serão aplicadas neste dia;
. Atividades pedagógicas: interrompidas até segunda ordem;
. Atendimentos técnicos: poderão ser interrompidos ou acionados a qualquer tempo pela
Direção da unidade;
. Limpeza dos espaços: os acessos e espaços de suporte ao trabalho dos funcionários
deverão ser organizados e limpos;
. Deslocamentos: os deslocamentos de socioeducandos deverão ser evitados e, quando
imprescindíveis, deverão ocorrer com maior cautela;
. Atividades cotidianas da unidade: só serão restabelecidas após aprovação da Direção.
- Informar autoridades competentes;
- Registrar em livro de ocorrências;
- Realizar o registro de ocorrências;
- Fotografar os espaços danificados;
- Registrar armamento apreendido;
- Solicitar Exame de Corpo de Delito.

6. Fase de análise:

- Elaborar relatório final da crise;


- Elaborar relatório sintético da crise;
- Avaliar a ação da equipe;
- Agradecer aos órgãos componentes da rede de crise;
53

- A assessoria de comunicação deverá elaborar a nota oficial e avaliar a necessidade de


encaminhamento à imprensa local.

Procedimentos para situações de crise:

a) Avaliar a proporção da manifestação, se possível, identificando as prováveis causas;


b) Concentrar equipe de agentes de segurança socioeducativos, em estado de alerta,
retirando-a da área conflagrada;
c) Avaliar a necessidade de interrupção das atividades cotidianas, bem como o
deslocamento de socioeducandos que não estejam envolvidos no evento;
d) Solicitar à guarda externa ou ao serviço de ronda do policiamento no perímetro externo
promover acesso restrito à unidade, permitido somente aos servidores convocados,
membros da direção da instituição, ambulâncias, membros do Corpo de
Bombeiros/Polícia Militar e/ou pessoas autorizadas pelo Diretor ou pessoa de maior
poder hierárquico do Departamento, presente no momento, a fim de evitar desmandos;
e) Cabe ao Gerente de Unidades solicitar o apoio da Polícia Militar (PM) para
cercamento do perímetro externo da unidade;
f) Empreender esforços para reverter a situação, na perspectiva da retomada do controle
da unidade, sem a intervenção direta da Força Policial Militar;
g) Solicitar auxílio das unidades vizinhas, quando houver, ou proceder à convocação de
servidores da unidade que não estejam de plantão, quando a equipe de agentes de
segurança socioeducativos presente for insuficiente para restabelecer a normalidade;
h) Comunicar os fatos aos plantões à Gerência de Unidades e administradores;
i) Comunicar a ocorrência ao Juizado da Infância e da Juventude;
j) Determinar ao setor de saúde a avaliação do estado físico e emocional dos
socioeducandos e servidores participantes dos acontecimentos;
k) Determinar o encaminhamento a atendimento externo, quando for o caso, acionando o
serviço de ambulância do município, se for preciso, cujo telefone deve constar
previamente em lista de telefones de emergência em local de fácil acesso;
l) Providenciar a vistoria e avaliação dos locais atingidos, verificando a possibilidade do
retorno dos socioeducandos aos dormitórios;
m) Organizar a revista dos dormitórios e pertences dos socioeducandos, instalando-os no
local e dos mesmos. A revista deverá ser feita exclusivamente pelos agentes de segurança
54

socioeducativosda unidade, mesmo que a Força Policial Militar esteja fazendo a


segurança interna e externa;
n) Determinar a conferência dos socioeducandos;
o) Determinar a apreensão dos objetos usados como armas e encaminhá-los à Delegacia
de Polícia;
p) Transferir para o Atendimento Especial ou restringir o convívio dos socioeducandos
participantes e/ou fomentadores do episódio, de acordo com a normatização existente,
inclusive aquelas adotadas para a Comissão de Avaliação Disciplinar (CAD);
q) Informar aos socioeducandos sobre as medidas e rotinas que irão vigorar em
decorrência dos fatos.

f) Observações acerca dos recursos para implementação do protocolo

1. Recursos Humanos

Diante das observações elencadas acima, evidencia-se a necessidade de preparo da


comunidade socioeducativa frente a situações-limites. A promoção de formações
continuadas no viés do fomento às técnicas em Justiça Restaurativa e o estímulo à
participação ativa dos(as) adolescentes, inclusive na avaliação de rotinas de segurança, é
essencial para manutenção da dinâmica institucional.
Outro ponto relevante é a observância dos recursos humanos necessários para o
acompanhamento satisfatórios dos(as) adolescentes inseridos(as) nos programas de
atendimento. Ressalta-se aqui que a realidade brasileira compreende um universo de
instituições em sistema se superlotação, onde a escassez de recursos humanos torna-se
um dos maiores pivôs de deflagração de cenários de crise.

2. Recursos Logísticos/Materiais/Financeiros

Quanto aos recursos materiais/logísticos/financeiros, evidenciamos a precarização


das unidades de internação, que fogem os parâmetros necessários para implantação
regular dos programas de atendimento socioeducativo. Esse também constitui-se um dos
fatores de promoção de crise. Portanto, faz-se necessária a observância aos padrões
estabelecidos pelo SINASE que compreendem a manutenção da dinâmica institucional
formatada numa perspectiva de minimização das situações-limites.
55

Torna-se imprescindível também a formatação de um sistema de acionamento dos


recursos externos eficaz que facilite a comunicação, com a implantação de Conselhos
Gestores de Segurança para o monitoramento e acionamento de recursos em prol da
redução dos impactos gerados por uma crise institucional.
5. Capacitações necessárias à implementação do protocolo incluindo sistematização das informações para realização de formações

SUGESTÃO DE MATRIZ PEDAGÓGICA

QUADRO III - CAPACITAÇÕES NECESSÁRIAS


PROPOSTA DE AÇÃO OBJETIVOS INSTRUCIONAIS
Operacionalizar mudanças conceituais, procedimentais e comportamentais,
Trabalhar questões relacionadas aos direitos humanos, adolescência,
que ensejem o discernimento e a objetividade nas ações cotidianas e nos
equidade, mediação de conflitos, incêndios, primeiros socorros.
momentos de situações limites do atendimento.
Capacitar os socioeducadores em técnicas de defesa pessoal, imobilização Realizar o uso progressivo da força em situações limites enquanto
e mediação de conflitos. estratégias de segurança minimizadoras do caráter coercitivo e danoso das
ações de segurança no âmbito socioeducativo.
Proporcionar a troca de informações e experiências, educação para paz,
comunicação não violenta, maternidade e paternidade responsável, Promover a qualificação e execução das políticas intersetoriais, visando à
atividades lúdicas, atividades de orientação sobre o funcionamento da multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.
Justiça da Infância e Juventude e do Sistema de Justiça brasileiro de uma Disseminar competências entre adolescentes, servidores, familiares e
maneira geral. Capacitar sobre os procedimentos operacionais gestores para mediar conflitos e instaurar processos e práticas restaurativas
padronizados para os relacionamentos com Polícias Militar e Civil, em momentos e ambientes de tensão e conflitos.
Defensoria Pública e Justiça da Infância e da Juventude.
Criar e implementar ações em segurança nas unidades de privação de
liberdade para a organização de métodos e procedimentos cotidianos de
Conscientizar e formar no âmbito do sistema de garantia de direitos.
prevenção de situações críticas de violação de direitos e de ordem na
perspectiva da mediação de conflitos.
Contribuir para a melhoria das relações de trabalho no âmbito da
A valorização do diálogo entre gestores e servidores, o uso da mediação
comunidade socioeducativa. Implantar práticas restaurativas para a
de conflitos e as práticas restaurativas no cotidiano do trabalho.
prevenção e mediação de conflitos nas unidades.
Levantar, categorizar e estudar, de maneira aprofundada, as ocorrências Traçar estratégias para diminuição de ocorrências buscando reduzí-las, bem
que vitimizam adolescentes e servidores. como garantindo resultados e retornos às mesmas.
Capacitar sobre as normas instituídas e procedimentos padronizados de Atuar na prevenção e enfrentamento de situações-limite e assegurar que a
segurança para as unidades socioeducativas. atuação dos profissionais de segurança esteja em consonância com os
57

parâmetros do Projeto Político Pedagógico das unidades. Promover uma


atuação adequada e objetiva frente a situações limite (gerenciamento de
crises, negociação e resolução de conflitos). Garantir a segurança de todos
que atuam diretamente no atendimento socioeducativo, com orientações às
ações do cotidiano, solução e gerenciamento de conflitos.
Qualificar a abordagem de segurança pública, referenciado na educação
Qualificar o Atendimento Socioeducativo da Parametrização do SINASE.
em direitos humanos e princípios da Socioeducação em convenio de
parceira técnica com a Escola Estadual e Nacional de Socioeducação.
Fomentar, nas unidades e serviços de atendimento socioeducativo, a
discussão a respeito da discriminação racial e de gênero, bem como da
violência no âmbito familiar e sociocomunitária.
Capacitar sobre o protocolo de abordagem, condução e atendimento de Garantir a humanização do atendimento (abordagem, acolhimento,
adolescente em conflito com a lei pelos agentes da Segurança Pública e encaminhamento e atendimento).
do Sistema de Justiça, visando à garantia dos direitos individuais e
garantias processuais previstas nos Capítulos II e III, da nº Lei 8.069/1990
(ECA) e no Título II, da Lei 12.594/2012 (SINASE).
Padronização e capacitação sobre os atos normativos e procedimentos
Respeito à dignidade dos revistados e garantia de realização dos
padrão e sistemático de revista dos adolescentes, das instalações físicas
procedimentos corretos.
das unidades socioeducativas e das visitas.
Tornar os agentes de Segurança Socioeducativo como sujeitos ativos no
Conhecimento sobre o trabalho realizado pelos mecanismos de combate à
processo de prevenção e combate à tortura e a violência institucional.
tortura.
6. Referências

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula Vinculante 11. Acesso em 25 de novembro


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