Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Definir e conceituar conflitos.
•• Diferenciar as situações favoráveis e desfavoráveis relacionadas a conflitos.
•• Compreender as diferentes correntes e abordagens que tratam do conflito.
•• Discutir sobre os problemas relacionados à falta de abordagem.
•• Compreender sobre situações problemáticas nas organizações.
PLANO DE ESTUDO
Caro(a) aluno(a), quem já não pronunciou a palavra conflito pelo menos uma
vez na vida? Quem não viveu, pelo menos alguma vez, algum conflito pessoal
ou no ambiente de trabalho?
Cotidianamente, temos que lidar com situações nas quais temos incerte-
zas sobre como agir, o caminho a seguir, a melhor escolha, a circunstância que
mais nos favorece e as várias opções que temos, no que diz respeito ao dilema
entre o racional ou o emocional.
É comum ouvirmos as pessoas se manifestando nas redes sociais, expondo
as suas ideias e dúvidas sobre a vida, a sociedade, a família e o trabalho. Estamos
constantemente tendo que lidar com nossas opiniões pessoais que nem sempre
estão em sintonia com as opiniões dos outros, quer seja as de nossos familiares,
amigos, colegas de trabalho, chefes, clientes ou fornecedores. A isso podemos
atribuir o nome de conflito.
Nem sempre nós nos conhecemos a ponto de dizer o que nos incomoda
na relação com outras pessoas, pois é possível que isso não esteja muito claro
e preciso para cada um de nós.
Se já é difícil nos autoanalisarmos sobre as nossas limitações na relação com
o outro, imagine quantos equívocos aqueles que lidam com pessoas nas orga-
nizações podem cometer ao desconhecerem os efeitos positivos e negativos
da existência dos conflitos. Um líder pode ter sua equipe desmotivada e desfo-
cada caso trate o conflito como algo desprezível, algo a ser evitado, algo a ser
eliminado por completo da sua equipe de trabalho.
Teremos a chance de conhecer os principais conceitos sobre conflitos, de
forma que o gestor possa distingui-los e reconhecê-los nas situações de sua
ocorrência no cotidiano das organizações. Também, após as discussões aqui
trazidas, você terá condições de analisar os efeitos positivos e negativos dos
conflitos nas organizações, sabendo, inclusive, dos resultados prejudiciais às
equipes de trabalho quando os conflitos não são diagnosticados e tratados.
Começamos agora uma discussão importante para todos: gestores, futuros
gestores; sujeitos vivos, ativos e em constante processo de aprendizagem.
introdução
6 Pós-Universo
Definições
e conceitos
Pós-Universo 7
fatos e dados
Em 16/05/2014, cerca de 1.500 pessoas protestaram na cidade de São Paulo
contra a realização da Copa do Mundo de futebol no Brasil. Batizada de
15M, a manifestação teve participação do Comitê Popular da Copa de São
Paulo, de diversos movimentos sociais e grupos de estudantes. Em direção
ao estádio do Pacaembu, manifestantes entraram em conflito com a Polícia
Militar na Rua da Consolação. Lojas, agências bancárias, lixeiras e cabines
da polícia foram depredadas. Estima-se que pelo menos 4 pessoas ficaram
feridas. A polícia contou com 1,5 mil homens e 8 pessoas foram detidas.
Baseado em: MEIRELES, Felipe. Protesto contra Copa termina em conflito e
Rua da Consolação vira campo de batalha. Uol (online), 2014.
Distúrbios são problemas que podem ser visualizados no lugar e no tempo, já
dilema é entendida como uma expressão ou mudança de avaliações incompatíveis,
tanto entre pessoas como dentro do discurso de uma única pessoa. Eles são tipica-
mente reproduzidos ao invés de resolvidos, muitas vezes com a ajuda de negação
ou reformulação. Por outro lado, conflito toma a forma de resistência, desacordo, ar-
gumento e crítica. Conforme De Dreu e Van de Vliert (1997, p. 1 apud ENGESTRÖM;
SANNINO, 2011, p. 374),
““
conflitos ocorrem quando um indivíduo ou um grupo se sente negativamente
afetado por outro indivíduo ou grupo, por exemplo, por causa da divergência
de interesses ou devido a comportamento incompatível entre os indivíduos.
saiba mais
Engeström (1987) desenvolveu uma forma triangular para explicar os rela-
cionamentos básicos em sistemas de mediação de uma atividade humana,
propondo assim o Sistema de Atividade como unidade básica de análise
de uma atividade, o qual incorpora a unidade para compreensão das ações
humanas. Além da compreensão de que o sujeito se utiliza de artefatos cul-
turais na transformação do objeto, incluem-se também os elementos sociais,
regras, divisão do trabalho e comunidade como sendo elementos necessá-
rios para analisar o contexto de uma atividade.
Veja mais detalhes acessando o link: <http://old.angrad.org.br/_resources/_
circuits/article/article_993.pdf>.
quadro resumo
Conflito é um estado psicológico caracterizado pela oposição de indiví-
duos, de forças, de ideias, de grupos ou de organizações que pode ou não
resultar em estímulos aos sujeitos nele envolvidos a desenvolverem com-
portamentos de ajustamento e adaptação visando superá-los, amenizá-los
ou convivê-los nas várias esferas sociais de seu surgimento.
Foi a partir da segunda metade dos anos de 1970 e início dos anos de 1980 que as
publicações sobre gestão começaram a tratar sobre o conflito nas organizações. Os
pesquisadores começaram a perceber que os gerentes gastavam muito tempo tentan-
do resolver atritos. Nesse sentido, depois desse assunto ter sido ocultado da realidade
das organizações, passou a figurar entre os assuntos essenciais da formação de base
em gestão, haja vista a atual valorização do conflito como potencializador de aprendi-
zado e crescimento aos trabalhadores e às organizações. (RAHIM, 1981; QUINN, 2003).
A partir de então, teóricos organizacionais têm defendido que o conflito possui
aspectos positivos às organizações, contribuindo na geração de oportunidades para
o desenvolvimento organizacional. O conflito, apesar de aparentemente prejudicial
seria, caso corretamente administrado, uma espécie de mola propulsora para ativida-
des importantes, como a inovação, a mudança e a aprendizagem nas organizações
(ARAÚJO; GUIMARÃES; ROCHA, 2005). Conforme Rondeau (1996, p. 206), a existência
de um conflito em uma organização ocorre quando um indivíduo ou grupo
““
perceber um outro como um obstáculo à satisfação de suas preocupações,
o que provocará nele um sentimento de frustração, que poderá levá-lo, pos-
teriormente, a reagir em face de outra parte.
Chegamos ao final deste conteúdo. Fica claro que, mesmo que tenhamos uma
base cultural ou biológica comum, estamos suscetíveis a diferenças de opinião e
comportamentos. Cabe a nós, então, reconhecermos a existência de conflitos no
ambiente e agirmos de forma a utilizarmos seus benefícios favoravelmente.
saiba mais
Funcionários com valores diferentes geram conflitos em empresas
Três gerações de funcionários convivem na empresa BIX. Sérgio pertence à
geração Y, de jovens até 30 anos e que possui a característica de ter pressa
para conseguir reconhecimento e crescimento profissional e quando não
estão satisfeitos, mudam de emprego com facilidade. Já Carmelo e Walmir são
subordinados de Sérgio, ambos fazem parte da geração dos que possuem
mais de 45 anos, a chamada geração “Baby Boomers”, que valoriza a expe-
riência, o saber e o tempo de empresa. Mas o “menino” chegou pra ser o
chefe. E isto, para um “Baby Boomer”, é um sério motivo de questionamento.
O presidente da empresa, Luiz Lima, é da geração X, dos que possuem mais
de 30 anos e menos de 45 anos. Sua geração valoriza muito a carreira, e tem
medo dos que possuem mais energia e inovação, tal como os da geração
Y. Em sua experiência na empresa, Luiz já observou casos na empresa de
pessoas da geração X que não aceitavam que uma ideia melhor, uma ino-
vação surgisse da geração Y.
Os jovens da geração Y possuem um currículo mais atualizado, são mais
abertos a novos modelos de trabalho, executam várias tarefas ao mesmo
tempo, mas possuem pouca paciência para reuniões mais longas. Os mais
velhos podem se incomodar com algumas situações provocadas pelos Y,
como ouvir música ou acessar as redes sociais enquanto trabalham. “Esses
caçulas do mercado de trabalho têm energia, desenvoltura, intimidade com
a tecnologia. E isso tudo pode deixar os mais velhos inseguros, principal-
mente a geração X, aquela que fica no meio das outras duas.”
Considerando as descrições acima e dentro deste contexto, o conflito entre
as gerações atrapalha a produção da empresa, principalmente pelo clima
ruim entre os funcionários, considerando que a empresa tem gastos, perde
talentos e fica com a vaga aberta enquanto procura alguém para o lugar
caso haja demissões.
Baseado em: TURCI, Fabio. Funcionários com valores diferentes geram con-
flitos em empresas. G1, 2010.
12 Pós-Universo
Efeitos negativos e
efeitos positivos
do conflito
Pós-Universo 13
Você já parou para pensar o quanto é importante que os policiais tenham con-
fiança entre eles para enfrentarem situações de perigo? O trabalho desenvolvido
por esses profissionais requer certas habilidades, como uma boa comunicação, além
da segurança e confiança entre os próprios membros, de forma que eles consigam
exercer uma atividade policial tendo apoio dos demais, sentindo-se seguros também
individualmente em situações em que suas vidas são ameaçadas.
“Um dos maiores valores do conflito é a sua natureza reveladora (...) pela
qual as próprias diferenças socialmente importantes são registradas para
o enriquecimento de todos os envolvidos” (FOLLETT, 1924, p. 301).
Perspectiva: racional,
natural, dos sistemas
abertos e crítica
sobre conflitos
16 Pós-Universo
Como você já deve ter percebido, o conflito nem sempre foi tratado como algo bom
ou importante para a organização, pelo contrário. Somente recentemente se con-
siderou o conflito como algo favorável a ponto de trazer mudança e inovação às
organizações. Vamos agora conhecer algumas das fases que contribuíram para que
o conflito tivesse o atual entendimento.
Na consideração de que o conflito não deveria existir, se existisse, era em decor-
rência de uma deficiência na organização, a perspectiva racional surge inspirada
na organização científica do trabalho de Taylor e no desenvolvimento das organiza-
ções burocráticas de Max Weber.
Rondeau (1996) considera que, nesse período da organização científica do tra-
balho, havia um esforço em reduzir a ocorrência do conflito por meio de diferentes
mecanismos estruturais. Alguns dos mecanismos prescritos para solucionar confli-
tos são:
I. prescrição detalhada das tarefas, das regras e dos métodos de cada um dos
trabalhadores na execução do trabalho;
Muitos ainda têm como principal preocupação diária encontrar comida suficiente
para saciar a fome, enquanto outros estão preocupados com os novos lançamentos
de produtos ou, quem sabe, na dieta para reduzir os quilos a mais.
Você já se sentiu indignado diante de outra injustiça ou situação problemáti-
ca que faz com que as pessoas se tornem “melhores” ou “piores” na atual sociedade
capitalista? Na supervalorização das posses materiais e dos padrões impostos pela
sociedade? Dentro dessa perspectiva, os conflitos também podem ser considerados
como reflexos do modo de vida capitalista nas organizações, fundamentado pela
concorrência, competição, individualismo e busca pelo lucro.
A perspectiva crítica considera que as organizações representam o espaço social,
onde os conflitos nascem diante do incentivo dado pelos seus dirigentes à busca
dos padrões de excelência no desempenho grupal, melhores resultados individuais
cobrados por meio de formas comparativas incitadoras à rivalidade, estímulo à ma-
nifestação de poder, em decorrência de relações hierárquicas em que muitos são
submetidos ao poder nem sempre democrático de alguns poucos, e distribuição
desigual da contrapartida resultante do emprego da força de trabalho entre os pro-
dutores de valores.
Para Pondy (1967), cada relação de conflito é composta de uma sequência de
episódios entrelaçados, já que cada episódio demonstra uma sequência ou padrões
de desenvolvimento, e a relação de conflito pode ser caracterizada por padrões está-
veis que surgem por meio de uma série de episódios. Esse autor também considera
que o conflito pode ser funcional ou disfuncional para o indivíduo e para a organi-
zação, devido ao fato de que ele pode ter raízes nos indivíduos ou no seu contexto
organizacional, entretanto, a intenção de solução de um conflito precisa ser aborda-
da com cautela.
Por fim, Pondy (1967) alerta que o conflito está intimamente ligado à estabilida-
de da organização em que ele se manifesta, e não apenas no sentido usual de que
é positivo por poder gerar estabilidade, mas no sentido de uma forma muito mais
complexa, pois é uma variável-chave nos ciclos de feedback que caracterizam o com-
portamento organizacional.
Dessa forma, o autor dá indícios de que o conflito pode ser um forte aliado na am-
pliação dos processos de comunicação dentro das organizações, de forma que ele seja
usado para ampliar as discussões sobre pontos-chave que precisam ser revistos, me-
lhorados e evitados no comportamento organizacional de uma empresa, por exemplo.
Pós-Universo 19
Manifestações e
consequências
dos conflitos
20 Pós-Universo
•• Conflito latente:
II. uma outra situação possível de caracterizar como sendo um conflito latente
é a necessidade demandada por um grupo ou por indivíduos em uma or-
ganização por autonomia. Essa situação ocorre quando uma das partes ou
procura exercer controle sobre uma atividade que a outra parte considera
como sendo de sua atribuição, ou procura isolar-se de tal controle;
•• Conflito percebido:
Neste estágio, as pessoas estão conscientes de sua existência, mas uma outra parte
pode frustrar o comportamento dirigido a uma meta.
Por exemplo, quando o gerente de qualidade é o encarregado de dizer que um
grupo precisa ser mais cauteloso na certificação de produtos, diante das várias recla-
mações sobre a qualidade do produto por parte do cliente.
O gerente de produção, ao ser alertado dessa situação, torna-se ciente de que
existe um conflito com o produto da empresa e, a partir de então, cabe a ele estabe-
lecer padrões mais rigorosos de qualidade para que não haja redução do volume de
Pós-Universo 21
•• Conflito sentido:
•• Conflito manifesto:
•• Conflito residual:
É o estágio em que um conflito é dado como resolvido, porém alguma hostilidade resi-
dual ainda permanece em uma dada situação, fazendo com que um conflito que havia
sido ajustado volte para a fase inicial, ou seja, o conflito torna-se latente novamente.
Conflito percebido:
Conflito latente: os sujeitos ficam alertas
não há um conflito e começam a analisá-lo.
claro, mas existe O conflito se intensifica
a chance de sua na medida em que
ocorrência diante os sujeitos tentam
de diversos fatores. descobrir as causas
do conflito. Conflito sentido:
os sujeitos passam a agir de
forma emocionada entre si.
O “nós” contra “eles” passa
a ser estabelecido. O que
antes poderia ser considerado
um problema passa a ser um
intenso conflito.
Conflito manifesto:
Conflito residual: os sujeitos se voltam uns
o conflito é resolvido, contra os outros. Brigas
porém resquícios de e agressões são comuns,
situações do passado fazendo com que a
acabam por motivar efetividade organizacional
novos conflitos. seja comprometida
Para as pessoas
Diante do alto custo pessoal e emocional, os envolvidos em um conflito podem ter
dificuldades de relacionamento com os demais membros de um grupo ou equipe.
Além disso, a incidência de reforços negativos e práticas comportamentais desalinha-
das e desajustadas podem favorecer o aparecimento de doenças psicossomáticas,
afetando a saúde física e mental dos sujeitos.
Os envolvidos em um determinado conflito podem sentir-se impotentes e
desprotegidos, contribuindo para a fragilização das relações, da confiança e do com-
prometimento organizacional.
A insatisfação nos interesses e nas necessidades de um grupo ou de indivíduos fa-
vorece a desmotivação e a descontinuidade do trabalho, causando impactos severos
na rotatividade da organização.
Além desses fatores, conflitos mal resolvidos podem ter forte impacto na autoes-
tima das pessoas, contribuindo para que os problemas de ordem profissional passem
a interferir nos comportamentos individuais, deflagrando uma espécie de deteriora-
ção na imagem pessoal e profissional por influência dos aspectos de ordem moral
que não são resolvidos a contento.
Pós-Universo 23
Para as organizações
Se os funcionários envolvidos em uma organização sofrem com os conflitos mal re-
solvidos, consequentemente o local de trabalho terá dificuldades principalmente
com a comunicação, haja vista que o diálogo e o bom clima podem sofrer desgas-
tes internos prejudiciais ao andamento das atividades.
Os canais de informação se fecham e/ou eles são utilizados apenas para intimi-
dar os envolvidos em um conflito. A intimidação, por sua vez, influencia na ideia de
que a solução só pode ser conquistada por meio da força e exercício do poder, ins-
taurando um ambiente hostil e truculento.
Cresce o ressentimento entre as pessoas e isso também contribui para que o
convívio e a inter-relação entre equipes e pessoas tenham limitações na troca de in-
formações e condução fluida das atividades.
Dessa forma, o desempenho organizacional se torna baixo, as pessoas e grupos
produzem menos e suas atitudes e comportamentos passam a ser incontroláveis e
imprevisíveis.
Além da falta de comprometimento, confiança e lealdade, há o custo financei-
ro com os processos de recrutamento, seleção, treinamento e processos trabalhistas
que afeta não só as finanças da organização, mas também a sua imagem perante os
clientes, fornecedores e acionistas.
Diante da intensificação da rapidez em oferecer novidades ao mercado, trazer
soluções imediatas e eficazes - muitas vezes balizadas pelos conceitos de eficiência
e eficácia - a sensação de que não estamos nos atualizando suficientemente para
atender a essas exigências do mercado e das organizações pode ocupar as nossas
mentes em um dilema entre o que sabemos fazer e o que temos de fazer. Diante
desse contexto, compreender e administrar os conflitos que atravessam o nosso co-
tidiano pode não estar nas nossas listas de prioridades. Assim, vamos “tocando o
barco”, ou seja, tratamos o conflito não como algo a ser refletido e dependente de
nossa tomada de decisão frente aos rumos que queremos dar a ele. Fazemos de conta
que não estamos sentindo ou, talvez, não saibamos identificá-lo como deveríamos.
Tratá-lo superficialmente ou não encará-lo pode vitimar as pessoas e a própria orga-
nização, haja vista o seu crescimento e expansão na vida social das pessoas (física e
mental) e nas rotinas e relações entre os sujeitos das organizações.
atividades de estudo
(( ) Conflitos mal resolvidos podem comprometer a saúde física e mental dos fun-
cionários de uma empresa.
(( ) O comprometimento organizacional é reduzido e os funcionários podem de-
sempenhar suas atividades de forma não satisfatória.
(( ) Em ambientes organizacionais em que os conflitos são bem administrados, os
funcionários passam a ter maior possibilidade de participação nas decisões, favo-
recendo no levantamento de soluções alternativas para os problemas.
(( ) A criatividade, a disposição em implementar mudanças e o crescimento são
algumas das vantagens do conflito.
A sequência correta é:
a) F-F-V-V
b) V-V-V-V
c) F-V-V-F
d) V-V-V-F
e) F-F-F-F
atividades de estudo
A) O conflito deve ser considerado como pertinente aos integrantes de uma orga-
nização, pois cada um deles pode possuir objetivos diferentes no momento em
que trabalham.
B) O conflito tem a função de desenvolver a criatividade e a aprendizagem
organizacional.
C) Se há conflito, é porque a organização possui alguma deficiência.
D) Os conflitos nascem diante do sistema econômico atual da maioria dos países.
(( ) Perspectiva racional
(( ) Perspectiva relacional
(( ) Perspectiva dos sistemas abertos
(( ) Perspectiva crítica
Quando os conflitos são naturalizados, os funcionários podem ser estimulados à inovação, à cria-
tividade, ao crescimento, à participação nos processos de busca por soluções aos problemas,
além de favorecer o estímulo à lealdade e ao comprometimento organizacional. Por outro lado,
os conflitos podem contribuir para a desmotivação, perda de confiança, estresse, baixo desem-
penho e baixa comunicação.
O gestor pode se beneficiar dos conflitos quando ele sabe diagnosticá-los, pode começar a imple-
mentar formas de amenizá-los, evitá-los ou, quem sabe, eliminá-los. Além disso, uma importante
ferramenta para gestão organizacional é saber as formas de manifestação dos conflitos, de forma
que o gestor possa se antecipar nas etapas de seu desdobramento e, acima de tudo, conseguir
encontrar meios de transformar os problemas decorrentes do conflito em “mola propulsora” para
o desenvolvimento não só das organizações, mas também das pessoas que nelas estão direta-
mente envolvidas.
Considerações Finais
Por meio desta primeira unidade foi possível conhecer os principais conceitos que envolvem o
tema conflito, destacando os seus pontos positivos e negativos para as organizações e para as
pessoas.
Saber dos prejuízos aos indivíduos e às organizações é importante e necessário para a organi-
zação ter a consciência dos seus possíveis prejuízos materiais e humanos, porém, conhecer as
formas de manifestação do conflito pode favorecer ao gestor o diagnóstico e os possíveis des-
dobramentos para o ambiente organizacional, contribuindo para um processo gerencial mais
consciente e responsável.
referências
BUELENS, M.; BROECK, H. An analysis of differences in work motivation between public an private
organizations. Public Administration Review, p. 65-74, jan./feb 2007.
CARDOSO, Maurício. Um caso real de conflito entre o resultado exigido e a qualificação profis-
sional. Visão do Empreendedor. 2010. Disponível em: <http://www2.rj.sebrae.com.br/boletim/
um-caso-real-de-conflito-entre-o-resultado-exigido-e-a-qualificacao-profissional/>. Acesso em:
14 out. 2014.
CARVALHAL, Eugênio do; André Neto, Antônio; Andrade, Gersem Martins de. Negociação e ad-
ministração de conflitos. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
MEIRELES, Felipe. Protesto contra Copa termina em conflito e Rua da Consolação vira campo de
batalha. Uol (online), 2013. Disponível em: <http://espn.uol.com.br/post/410997_protesto-con-
tra-copa-termina-em-conflito-e-rua-da-consolacao-vira-campo-de-batalha-bike-e-legal>. Acesso
em: 14 out. 2014.
referências
QUINN, Robert E. et al. Competências Gerenciais: princípios e aplicações. Rio de Janeiro: Elsevier,
2003.
ROBBINS, S.P. Managing Organizational Conflict. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1974, p. 31-55.
RONDEAU, Alain. A gestão dos conflitos nas organizações. In: CHANLAT, Jean François (Org.). O
indivíduo na organização: dimensões esquecidas. São Paulo: Atlas, 1996. (v. 3).
SCOTT, R. W. Organizations: Rational, Natural and Open Systems. 4. ed. New Jersey, 1998.
TURCI, Fabio. Funcionários com valores diferentes geram conflitos em empresas. G1, 2010.
Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2010/11/funcionarios-de-valores-
-diferentes-geram-conflitos-em-empresas.html>. Acesso em: 19 ago. 2013.
resolução de exercícios
1. b) 2 - 1 - 3 - 2
2. b) V-V-V-V
3. d) C-A-B-D
4. ( ) No conflito residual, os gestores devem saber que o conflito não seguirá adiante,
pois sua incidência e efeitos são mínimos.