Isenção de imposto de importação sobre encomenda internacional

Tipo documento: CAPA PROCESSO
Evento: abertura
PROCESSO
Nº 5043235-70.2016.4.04.7000
Capa: Parte 1
Capa do Processo
Nº do Processo: 5043235-70.2016.4.04.7000 Data de autuação: 26/09/2017 13:40:11 Situação: BAIXADO
Órgão Julgador: GAB. 11 (Des. Federal ROGER RAUPP RIOS) Colegiado: 1ª Turma Relator(a): ROGER RAUPP
RIOS
Competência: Tributário (Turma) Classe da ação: Remessa Necessária Cível
Processos relacionados:
5043235-70.2016.4.04.7000/PR | Originário | MANDADO DE SEGURANÇA | PRCTB06
Assuntos
Código Descrição Principal

031407 Liberação de mercadorias, Procedimentos Fiscais, DIREITO TRIBUTÁRIO Sim
Partes e Representantes
PARTE AUTORA PARTE RÉ

UNIÃO - FAZENDA NACIONAL (00.394.460/0216-
ALVARO JOSE REMEDI AYRES (023.342.290-08) -
53) - Entidade
Pessoa Física
Procurador(es):
RAFAEL DIAS DEGANI PRFN-4R
CARMEN ADELINA AYRES LLAGUNO RS031499
MPF
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (03.636.198/0001-92)
Informações Adicionais
R$ Nível de Sigilo do Sem Sigilo Não há

Valor da Causa: 323,90 (Nível 0)
Anexos Eletrônicos: anexos
Processo:
Ação Coletiva de subst.
Não Agravo Retido: Não Doença Grave: Não
processual:
Efeito Suspensivo: Não Grande devedor: Não Idoso: Não
Penhora no rosto dos

Justiça Gratuita: Deferida Originário Eletrônico: Não Não
autos:
Penhora/apreensão de
Não Petição Urgente: Não Reconvenção: Não
bens:
Recurso de Competência Vista Ministério
Não Não
Delegada: Público:
PÁGINA DE SEPARAÇÃO
(Gerada automaticamente pelo sistema.)
Evento 1
Evento:
DISTRIBUIDO_POR_SORTEIO__GAB11_
Data:
26/09/2017 13:40:11
Usuário:
E042235091.JFPR - CAMILA GARCIA VILLAÇA LOURENÇO - SERVIDOR DE SECRETARIA (VARA 1O GR
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
1
Evento 2
Evento:
INTIMACAO_ELETRONICA___EXPEDIDA_CERTIFICADA___VISTA_AO_MPF_P_PARECER
Data:
26/09/2017 14:34:38
Usuário:
FST - FABIANO SIKINOWSKI SAUTE - DIRETOR GABINETE/SECRETARIA
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
2
Mpf:
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Prazo:
10 Dias
Status:
FECHADO
Data Inicial:
10/10/2017 00:00:00
Data Final:
24/10/2017 23:59:59
Procurador Citado/Intimado:
FÁBIO BENTO ALVES
Suspensões e Feriados:
Dia De Nossa Senhora Aparecida: 12/10/2017
Evento 3
Evento:
INTIMACAO_ELETRONICA___CONFIRMADA___REFER__AO_EVENTO__2
Data:
06/10/2017 23:59:59
Usuário:
SECJF - SISTEMA DE PROCESSO ELETRÔNICO -
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
3
Evento 4
Evento:
PARECER___REFER__AO_EVENTO__2
Data:
23/10/2017 16:25:36
Usuário:
MPFPRR13814 - RAQUEL DAL MAGRO DOMINGUES - ANALISTA PROCURADORIA
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
4
Processo 5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4, Evento 4, PARECER1, Página 1

PROCURADO RI A REGIONAL DA REPÚBLICA NA 4ª REGIÃO
Colenda 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

Processo n.º 50432357020164047000
Requerente: Álvaro José Remedi Ayres
Requerido: União – Advocacia-Geral da União
Relator: Des. Fed. Roger Raupp Rios
PARECER
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO DO DECRETO-LEI Nº 1.804/1980.
PORTARIA MF Nº 156/1999 E IN/SRF Nº 96/1999. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE.
1. A controvérsia cinge-se a possibilidade de isenção do imposto de importação no caso de
remessa postal internacional de valor não superior a US$100,00.
2. Ao regulamentar o Decreto-Lei nº 1.804/1980, tanto a Portaria MF nº 156/1999 como a
IN/SRF nº 96/1999, extrapolaram os limites legais impostos, diminuindo o valor de isenção de
US$100,00 para US$50,00.
3. A autoridade administrativa não pode, por intermédio de ato administrativo, extrapolar os
limites previstos em lei, sob pena de violação ao princípio da legalidade tributária (art. 150, inc. I,
da Constituição).
4. No caso concreto, o impetrante adquiriu um Smartphone, produto para uso pessoal, no valor
total de US$ 41,26, e considerando que a requerente é pessoa física e o valor da mercadoria por
ela importada é inferior a US$ 100,00, não deve haver incidência do imposto de importação.
5. Desprovimento da remessa necessária.
Dos fatos
Trata-se de remessa necessária em mandado de segurança no qual se pretende

que “seja determinada a imediata Liberação do produto objeto da encomenda nº
RF410101340CN pela Agência dos Correios de Santana do Livramento/RS (Localizada à
Rua Rivadavia Corrêa, nº 980, Centro, Santana do Livramento/RS, e-mail
rsacsantanadolivramento@correios.com.br), independentemente do pagamento dos
impostos cobrados pelo impetrado (condicionado ao depósito judicial), devendo ser dito
órgão informado da decisão para que adote as medidas cabíveis” (Evento 1- INIC1).
O MPF em 1ª Instância opinou pelo prosseguimento do processo (Evento 18-

PROMOÇÃO1).
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Documento eletrônico assinado digitalmente por WALDIR ALVES
Procurador Regional da República - Processo: 50432357020164047000
Procuradoria Regional da República - 4ª Região - www.prr4.mpf.gov.br
Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, 800 - CEP 90010-350 - Porto Alegre -
RS 1

O juízo a quo concedeu a segurança, e “nos termos do art. 487, I, do CPC,

reconhecendo a inexigibilidade do imposto de importação sobre a encomenda n.
RF410101340SG, nos termos da fundamentação” (Evento 43- SENT1).
Dos fundamentos
O Decreto-Lei nº 1.804/1980, dispõe em seus arts. 1º e 2º sobre a isenção do

imposto de importação dos bens contidos em remessas de valor até cem dólares:
“Art. 1º Fica instituído o regime de tributação simplificada para a cobrança do imposto de
importação incidente sobre bens contidos em remessas postais internacionais, observado o
disposto no artigo 2º deste Decreto-lei.
(...)
§ 4º Poderão ser estabelecidos requisitos e condições para aplicação do disposto neste artigo.
Art. 2º O Ministério da Fazenda, relativamente ao regime de que trata o art. 1º deste Decreto-Lei,
estabelecerá a classificação genérica e fixará as alíquotas especiais a que se refere o § 2º do
artigo 1º, bem como poderá:
I - dispor sobre normas, métodos e padrões específicos de valoração aduaneira dos bens
contidos em remessas postais internacionais;
II - dispor sobre a isenção do imposto de importação dos bens contidos em remessas de valor
até cem dólares norte-americanos, ou o equivalente em outras moedas, quando destinados a
pessoas físicas.”
Posteriormente, a Portaria MF nº 156/1999 e a IN/SRF nº 96/1999,

regulamentaram a isenção prevista no referido Decreto-Lei, respectivamente:
“Art. 1º - O regime de tributação simplificada - RTS, instituído pelo Decreto-Lei nº 1.804, de 3 de
setembro de 1980, poderá ser utilizado no despacho aduaneiro de importação de bens
integrantes de remessa postal ou encomenda aérea internacional no valor de até US$ 3.000,00
(três mil dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda, destinada a
pessoa física ou jurídica, mediante o pagamento do Imposto de Importação calculado com a
aplicação da alíquota de 60% (sessenta por cento) independentemente da classificação tarifária
dos bens que compõem a remessa ou encomenda.
(...)
§ 2º - os bens que integrarem remessa postal internacional no valor de até US$ 50,00 (cinquenta
dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda, serão
desembaraçados com isenção do Imposto de Importação, desde que o remetente e o
destinatário sejam pessoas físicas.
Art. 2º - O Regime de Tributação Simplificada consiste no pagamento do Imposto de Importação
calculado à alíquota de sessenta por cento.
(...)
§ 2º - Os bens que integrem remessa postal internacional de valor não superior a US$ 50,00
(cinquenta dólares dos Estados Unidos da América) serão desembaraçados com isenção do
Imposto de Importação desde que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas.”
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RS 2

Entretanto, verifica-se que ao regulamentar o Decreto-Lei nº 1.804/1980, tanto a

Portaria MF nº 156/1999 como a IN/SRF nº 96/1999, extrapolaram os limites legais
impostos, diminuindo o valor de isenção de US$100,00 para US$50,00.
Com efeito, a autoridade administrativa não pode, por intermédio de ato

administrativo, extrapolar os limites previstos em lei, sob pena de violação ao princípio da
legalidade tributária (art. 150, inc. I, da Constituição).
No caso concreto, o impetrante adquiriu um Smartphone, produto para uso

pessoal, no valor total de US$41,26, sem cobrança de frete (Evento 1- OUT4). Assim,
considerando que o requerente é pessoa física e o valor da mercadoria por ele importado
é inferior a US$100,00, não deve haver incidência do imposto de importação.
Dessa forma, deve ocorrer a manutenção da sentença que afastou a exigência do

imposto de importação sobre o bem importado pelo impetrante, conforme já decidiu o
TRF/4ª Região:
“TRIBUTÁRIO E ADUANEIRO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO. REMESSA POSTAL.
PORTARIA MF Nº 156/99 E IN SRF 96/99. ILEGALIDADE.
1. Conforme disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art. 2º, II, as remessas de até US$ 100,00
(cem dólares), quando destinadas a pessoas físicas, são isentas do Imposto de Importação.
2. A Portaria MF 156/99 e a IN 096/99, ao exigir que o remetente e o destinatário sejam pessoas
físicas, restringiram o disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80.
3. Não pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato administrativo, ainda que
normativo (portaria), extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei, pois está vinculada
ao princípio da legalidade.” (TRF/4ª Região, AC nº 5024722-88.2015.404.7000, 2ª Turma, Rel. p/
Acórdão Juiz Fed. João Batista Lazzari, v.m., j. 24.2.2016, DEJF/TRF4 de 24.2.2016)
TRIBUTÁRIO. REGIME DE TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA (RTS). IMPOSTO DE

IMPORTAÇÃO. DECRETO-LEI 1.804/80. ISENÇÃO DE ATÉ 100 DÓLARES. PORTARIA MF Nº
156/99. IN SRF 096/99 ISENÇÃO DE ATÉ 50 DÓLARES. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE. ART. 176 DO CTN.
1. Conforme disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art. 2º, II, as remessas de até cem dólares,
quando destinadas a pessoas físicas, são isentas do Imposto de Importação.
2. A Portaria MF 156/99 e a IN 096/99, ao exigir que o remetente e o destinatário sejam pessoas
físicas, restringiram o disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80.
3. Não pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato administrativo, ainda que
normativo (portaria), extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei, pois está vinculada
ao princípio da legalidade.” (TRF/4ª Região, AC nº 5017591-62.2015.404.7000, 2ª Turma, Rel. p/
Acórdão Juíza Fed. Carla Evelise Justino Hendges, v.m., j. 4.2.2016, DEJF/TRF4 de 4.2.2016)
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RS 3

Da conclusão
Diante do exposto, o Ministério Público Federal opina pelo desprovimento da

remessa necessária, pois ao regulamentar o Decreto-Lei nº 1.804/1980, tanto a Portaria
MF nº 156/1999 como a IN/SRF nº 96/1999, extrapolaram os limites legais impostos,
diminuindo o valor de isenção de US$100,00 para US$50,00, ao que a autoridade
administrativa não pode, por intermédio de ato administrativo, extrapolar os limites
previstos em lei, sob pena de violação ao princípio da legalidade tributária (art. 150, inc. I,
da Constituição), conforme já decidiu o TRF/4ª Região.
Porto Alegre/RS, 23 de outubro de 2017.

Procurador Regional da República WALDIR ALVES.
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RS 4
Evento 5
Evento:
PAUTA_DE_JULGAMENTOS_INCLUSAO_PELO_RELATOR___DO_DIA_13_12_2017_SEQ__110
Data:
24/11/2017 17:36:52
Usuário:
MCD - MARIA CECÍLIA DRESCH DA SILVEIRA - DIRETOR GABINETE/SECRETARIA
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
5
Evento 6
Evento:
INTIMACAO_ELETRONICA___EXPEDIDA_CERTIFICADA___PAUTA
Data:
24/11/2017 17:36:52
Usuário:
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
6
Evento 7
Evento:
JULGAMENTO___MANTIDA_A_SENTENCA
Data:
13/12/2017 14:16:44
Usuário:
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
7
Processo 5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4, Evento 7, EXTRATOATA1, Página 1
Poder Judiciário
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 13/12/2017
REMESSA NECESSÁRIA CÍVEL Nº 5043235-70.2016.4.04.7000/PR

RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ROGER RAUPP RIOS
PRESIDENTE: DESEMBARGADOR FEDERAL ROGER RAUPP RIOS
PARTE AUTORA: ALVARO JOSE REMEDI AYRES (IMPETRANTE)
ADVOGADO: CARMEN ADELINA AYRES LLAGUNO
PARTE RÉ: UNIÃO - FAZENDA NACIONAL (INTERESSADO)
MPF: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (MPF)
Certifico que este processo foi incluído na Pauta do dia 13/12/2017, na seqüência
110, disponibilizada no DE de 28/11/2017.
Certifico que a 1ª Turma , ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão

realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A 1ª Turma, por unanimidade, decidiu negar provimento à remessa necessária, COM
RESSALVA DE ENTENDIMENTO PESSOAL DO JUIZ FEDERAL MARCELO DE NARDI.
RELATOR DO ACÓRDÃO : DESEMBARGADOR FEDERAL ROGER RAUPP RIOS

VOTANTE: DESEMBARGADOR FEDERAL ROGER RAUPP RIOS
VOTANTE: JUIZ FEDERAL MARCELO DE NARDI
VOTANTE: JUIZ FEDERAL ALEXANDRE ROSSATO DA SILVA ÁVILA
MARIA CECÍLIA DRESCH DA SILVEIRA
Secretária
MANIFESTAÇÕES DOS MAGISTRADOS VOTANTES
Ressalva em 09/12/2017 13:01:35 - GAB. 13 (Juiz Federal MARCELO

DE NARDI) - Juiz Federal MARCELO DE NARDI.
Acompanho o Relator, com ressalva de posição pessoal divergente,

já manifestada em sentenças de Juizado Especial Federal.
Evento 8
Evento:
JUNTADA___JULGAMENTO
Data:
13/12/2017 16:15:55
Usuário:
RRR - ROGER RAUPP RIOS - MAGISTRADO
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
8
Processo 5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4, Evento 8, ACOR1, Página 1
Poder Judiciário
EMENTA
TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPOSTO DE

IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO. REMESSA POSTAL. DECRETO-LEI N.º
1.804/1980. PORTARIA MF N.º 156/99 E IN SRF N.º 96/99.
ILEGALIDADE. DECRETO Nº 1.789/96.
1. Conforme disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art. 2º, II, as

remessas de até cem dólares, quando destinadas a pessoas físicas, são isentas
do Imposto de Importação.
2. A Portaria MF 156/99 e a IN 096/99, ao reduzir o valor para

cinquenta dólares e ao exigir que tanto o remetente quanto o destinatário
sejam pessoas físicas, restringiram o disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80.
3. Não pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato

administrativo, ainda que normativo, extrapolar os limites claramente
estabelecidos em lei, eis que vinculada ao princípio da legalidade.
4. O inciso V do art. 41 do Decreto 1.789/96 prevê a inexistência de

cobertura cambial da remessa como condição para dispensa da formalização
do despacho de importação e não para isenção de que trata o art. 2º, II do
Decreto-Lei nº 1.804/80.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima

indicadas, a Egrégia 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por
unanimidade, decidiu negar provimento à remessa necessária, COM RESSALVA
DE ENTENDIMENTO PESSOAL DO JUIZ FEDERAL MARCELO DE NARDI, nos
termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte
integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 13 de dezembro de 2017.

Processo 5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4, Evento 8, ACOR1, Página 2
Documento eletrônico assinado por ROGER RAUPP RIOS, Desembargador Federal Relator , na
forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº
17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no
endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do
código verificador 40000287485v4 e do código CRC e23f9f32.
Informações adicionais da assinatura:

Signatário (a): ROGER RAUPP RIOS
Data e Hora: 13/12/2017 16:15:54
5043235-70.2016.4.04.7000 40000287485 .V4

Processo 5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4, Evento 8, RELVOTO2, Página 1
Poder Judiciário
RELATÓRIO
Trata-se de mandado de segurança em que o impetrante pretende o

afastamento da exigência do imposto de importação sobre a remessa postal
internacional referente à encomenda nº RF410101340CN, eis que inserida nas
isenções do Decreto-lei 1.804/80.
No Evento 3, foi parcialmente deferido o pedido de liminar "para que

a autoridade impetrada deixe de exigir o imposto de importação, bem como,
inexistindo óbices diversos daqueles aqui analisados, autorizar a retirada da
encomenda n. RF410101340SG (...)".
Nas informações prestadas pela autoridade coatora

(INF_MAND_SEG1 - Evento 37), foi consignado que: a) o Decreto-Lei nº 1.804/80
instituiu o regime de tributação simplificada para a cobrança do Imposto de
Importação incidente sobre bens contidos em remessas postais internacionais,
podendo ser estabelecidos requisitos e condições, cabendo ao Ministério da
Fazenda dispor sobre a isenção do Imposto de Importação dos bens contidos
em remessas de valor até cem dólares norte americanos, quando destinados a
pessoas físicas; b) por meio da Portaria MF nº 156/99 foram estabelecidos
requisitos e condições para a aplicação do Regime de Tributação Simplificada,
dispondo que serão desembaraçados com isenção do Imposto de Importação
os bens que integrem remessa postal internacional no valor de até US$ 50,00
(cinquenta dólares americanos) ou o equivalente em outra moeda desde que o
remetente e o destinatário sejam pessoas físicas; c) de acordo com o Decreto
nº 1.789/96, se a remessa postal possui cobertura cambial, ou seja, se é fruto
de compra, não se aplica a isenção, mesmo que a encomenda tenha sido
enviada por uma pessoa física para outra.
Regularmente processado, sobreveio sentença (Evento 43)

confirmando a liminar e concedendo, em definitivo, a segurança, reconhecendo
a inexigibilidadedo imposto de importação sobre a encomenda nº
RF410101340SG. Sem condenação em honorários advocatícios. Custas
processuais ex lege.
Transcorrido in albis o prazo para interposição de recursos, subiram

os autos a esta Corte por força da remessa necessária (art. 14, §1º da Lei
12.016/2009).
O Ministério Público Federal atuante neste grau de jurisdição opinou

pelo desprovimento da remessa necessária (Evento 4).
É o relatório.
VOTO
Da isenção no Regime de Tributação Simplificada
Controverte-se no feito acerca da possibilidade de isenção do

Imposto de Importação no Regime de Tributação Simplificada, incidente sobre
bens que integrem remessa postal internacional no valor de até US$ 100,00
(cem dólares norte-americanos), seja o remetente pessoa física, seja pessoa
jurídica.
A tributação das remessas postais e das encomendas aéreas

internacionais obedece ao Regime de Tributação Simplificada, instituído pelo
Decreto-Lei nº 1.804/80, que dispõe:
Art. 2º - O Ministério da Fazenda, relativamente ao regime de que trata o art.

1º deste decreto-Lei, estabelecerá a classificação genérica e fixará as
alíquotas especiais a que se refere o § 2º do art. 1º, bem como poderá:
(...)
II - dispor sobre a isenção do imposto sobre a importação dos bens contidos

em remessas de valor de até cem dólares norte americanos, ou o equivalente
em outras moedas, quando destinados a pessoas físicas.
A Portaria MF 156/99, dispõe:
Art. 1º - O regime de tributação simplificada - RTS, instituído pelo Decreto-Lei

nº 1.804, de 3 de setembro de 1980, poderá ser utilizado no despacho
aduaneiro de importação de bens integrantes de remessa postal ou
encomenda aérea internacional no valor de até US$ 3.000,00 (três mil
dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda,
destinada a pessoa física ou jurídica, mediante o pagamento do Imposto de
Importação calculado com a aplicação da alíquota de 60% (sessenta por
cento) independentemente da classificação tarifária dos bens que compõem a
remessa ou encomenda.
(...)
§2º - os bens que integrarem remessa postal internacional no valor de até

US$ 50,00 (cinquenta dólares dos Estados Unidos da América) ou o
equivalente em outra moeda, serão desembaraçados com isenção do Imposto
de Importação, desde que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas.
A IN SRF 096/99, em seu art. 2º, dispõe:
Art. 2º - O Regime de Tributação Simplificada consiste no pagamento do

Imposto de Importação calculado à alíquota de sessenta por cento.
(...)
§ 2º - Os bens que integrem remessa postal internacional de valor não

superior a US$ 50,00 (cinquenta dólares dos Estados Unidos da América)
serão desembaraçados com isenção do Imposto de Importação desde que o
remetente e o destinatário sejam pessoas físicas.
Verifica-se que o Decreto-Lei nº 1.804/80 (recepcionado pela

Constituição Federal de 1988 com status de lei ordinária), estabelece, em seu
art. 2º, II, que as remessas de até cem dólares são isentas do imposto de
importação quando destinados a pessoas físicas, nada mencionando sobre o
remetente, tampouco fazendo distinção entre remessas com e sem cobertura
cambial.
Posteriormente, a Portaria MF nº 156/99 e a IN SRF 096/99

passaram a exigir que tanto o destinatário quanto o remetente fossem pessoas
físicas e diminuiu o valor da isenção para o limite de US$ 50,00 (cinquenta
dólares).
Entendo que não pode a autoridade administrativa, por intermédio

de ato administrativo, ainda que normativo (portaria ou instrução normativa),
extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei, eis que vinculada ao
princípio da legalidade (art. 150, § 6º, CF).
Não havendo no Decreto-Lei restrição relativa à condição de pessoa

física do remetente, tal exigência não poderia ter sido introduzida por ato
administrativo. Da mesma forma, tendo a lei estabelecido a isenção a bens
com valor de até US$ 100,00 (cem dólares) ou o equivalente em outras
moedas, não pode ato administrativo reduzi-lo, sob pena de clara violação ao
princípio da legalidade.
Cumpre destacar, ainda, que o inciso V do art. 41 do Decreto

1.789/1996 prevê a dispensa da formalização do despacho de
importação para desembaraço de mercadorias "destinadas a pessoas físicas,
contendo bens que não revelem por sua natureza ou quantidade, destinação
comercial, possível emprego industrial ou utilização na prestação de serviço e
não tenham cobertura cambial" desde que observados os limites de valor
estabelecido pela legislação. A inexistência de cobertura cambial (pagamento)
é requisito para dispensa da formalização do despacho de importação, mas não
para isenção de que trata o art. 2º, II da Decreto-Lei 1.804/80. De qualquer
forma, seria outro caso de restrição claramente indevida, eis que não prevista
na lei.
Do caso concreto
O impetrante busca a isenção do imposto de importação incidente

sobre um celular marca Blackview modelo A5 adquirido pela internet (site
"Aliexpress") no valor de US$ 41,26, equivalente a R$ 147,03 (OUT3 e
FATURA5 - Evento 1).
Em verificação não invasiva efetuada pelos agentes da Receita

Federal, a mercadoria foi avaliada em US$ 100,00 (equivalente a R$ 323,00),
valor com base no qual foi calculado o imposto de importação, de R$ 194,34

(OUT4 - Evento 37).
Impetrado o presente mandado de segurança, a autoridade fiscal

reconheceu o valor de US$ 41,26 como efetivamente pago e retificou a Nota de
Tributação Simplificada (NTS), passando a exigir o recolhimento do Imposto de
Importação no montante de R$ 77,50 (INF_MAND_SEG1 e OUT3 - Evento 1).
Manteve a exigência em razão da qualidade de pessoa jurídica do remetente e
a existência de cobertura cambial da remessa.
Todavia, como destacado no tópico anterior, tais limitações não

subsistem, considerando a inexistência de previsão legal.
Assim, considerando que o impetrante é pessoa física e busca a

isenção do imposto de importação incidente sobre mercadorias com valor
inferior a US$ 100,00 (cem dólares norte-americanos), tal postulação encontra
amparo na legislação em análise, especialmente porque a Portaria na qual se
fundamenta a exigência do tributo está em clara contraposição quanto ao que
determina a legislação de regência da matéria, violando o princípio da
legalidade.
Da mesma forma, enfrentando feito similar, esta Corte manifestou-

se contrariamente a pretensão da parte recorrente, in verbis:
TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO.

ISENÇÃO. REMESSA POSTAL. DECRETO-LEI N.º 1.804/1980. PORTARIA MF N.º
156/99 e IN SRF N.º 96/99. ILEGALIDADE. 1. Conforme disposto no Decreto-Lei
nº 1.804/80, art. 2º, II, as remessas de até cem dólares, quando destinadas a
pessoas físicas, são isentas do Imposto de Importação. 2. A Portaria MF
156/99 e a IN 096/99, ao exigir que o remetente e o destinatário sejam
pessoas físicas, restringiram o disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80. 3. Não
pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato administrativo, ainda
que normativo (portaria), extrapolar os limites claramente estabelecidos em
lei, pois está vinculada ao princípio da legalidade. (TRF4, AC 5019988-
60.2016.404.7000, PRIMEIRA TURMA, Relator JORGE ANTONIO MAURIQUE,
juntado aos autos em 17/03/2017)
TRIBUTÁRIO E ADUANEIRO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO. REMESSA

POSTAL. PORTARIA MF Nº 156/99 E IN SRF 96/99. ILEGALIDADE. 1. Conforme
disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art. 2º, II, as remessas de até US$
100,00 (cem dólares), quando destinadas a pessoas físicas, são isentas do
Imposto de Importação. 2. A Portaria MF 156/99 e a IN 096/99, ao exigir que o
remetente e o destinatário sejam pessoas físicas, restringiram o disposto no
Decreto-Lei nº 1.804/80. 3. Não pode a autoridade administrativa, por
intermédio de ato administrativo, ainda que normativo (portaria), extrapolar
os limites claramente estabelecidos em lei, pois está vinculada ao princípio da
legalidade. (TRF4 5034644-22.2016.404.7000, SEGUNDA TURMA, Relatora
LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH, juntado aos autos em 28/06/2017)
Assim, deve ser mantida a decisão do juízo a quo, de modo a

reconhecer a inexigibilidade do imposto de importação sobre a encomenda n.
RF410101340SG.
Ante o exposto, voto por negar provimento à remessa necessária.

Documento eletrônico assinado por ROGER RAUPP RIOS, Desembargador Federal Relator , na
forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº
17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no
endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do
código verificador 40000287484v8 e do código CRC a1771ed2.
Informações adicionais da assinatura:

Signatário (a): ROGER RAUPP RIOS
Data e Hora: 13/12/2017 16:15:54
5043235-70.2016.4.04.7000 40000287484 .V8

Evento 9
Evento:
REMESSA_INTERNA_COM_ACORDAO___GAB11__>_ST1
Data:
13/12/2017 16:15:57
Usuário:
RRR - ROGER RAUPP RIOS - MAGISTRADO
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
9
Evento 10
Evento:
JUNTADO___VIDEO_DA_SESSAO_DE_JULGAMENTO
Data:
14/12/2017 13:13:40
Usuário:
SIM - SIMONE GLASS ESLABÃO - SERVIDOR GABINETE/SECRETARIA
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
10
Processo 5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4, Evento 10, VIDEO1, Página 1
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Evento 11
Evento:
INTIMACAO_ELETRONICA___EXPEDIDA_CERTIFICADA___JULGAMENTO
Data:
14/12/2017 14:29:55
Usuário:
CVD - GABRIELA VENCATO SCHAEFFER - ESTAGIÁRIO
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
11
Parte autora:
ALVARO JOSE REMEDI AYRES
Prazo:
15 Dias
Status:
FECHADO
Data Inicial:
24/01/2018 00:00:00
Data Final:
16/02/2018 23:59:59
CARMEN ADELINA AYRES LLAGUNO
SUSPENSÃO DE PRAZOS: 07/01/2018 a 20/01/2018
RECESSO JUDICIÁRIO: 25/12/2017
NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES: 02/02/2018
CARNAVAL: 12/02/2018
CARNAVAL: 13/02/2018
Evento 12
Evento:
Data:
14/12/2017 14:29:59
Usuário:
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
12
Mpf:
Prazo:
30 Dias
Status:
FECHADO
Data Inicial:
23/01/2018 00:00:00
Data Final:
06/03/2018 23:59:59
WALDIR ALVES
Evento 13
Evento:
Data:
14/12/2017 14:30:03
Usuário:
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
13
Parte rÉ:
UNIÃO - FAZENDA NACIONAL
Prazo:
30 Dias
Status:
FECHADO
Data Inicial:
24/01/2018 00:00:00
Data Final:
07/03/2018 23:59:59
RAFAEL DIAS DEGANI
Evento 14
Evento:
Data:
19/12/2017 00:21:11
Usuário:
MPFPRR558 - WALDIR ALVES - PROCURADOR
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
14
Evento 15
Evento:
CIENCIA_COM_RENUNCIA_AO_PRAZO___REFER__AO_EVENTO__12
Data:
19/12/2017 00:21:27
Usuário:
MPFPRR558 - WALDIR ALVES - PROCURADOR
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
15
Evento 16
Evento:
Data:
20/12/2017 20:18:48
Usuário:
1204849 - NAIRA PIECZKOSCKI REGIS DE MOURA - PROCURADOR
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
16
Evento 17
Evento:
CIENCIA_COM_RENUNCIA_AO_PRAZO___REFER__AO_EVENTO__13
Data:
20/12/2017 20:19:05
Usuário:
1204849 - NAIRA PIECZKOSCKI REGIS DE MOURA - PROCURADOR
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
17
Evento 18
Evento:
Data:
24/12/2017 23:59:59
Usuário:
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
18
Evento 19
Evento:
LAVRADA_CERTIDAO___SUSPENSAO_DO_PRAZO___MOTIVO__FERIADO_NACIONAL_EM_12_02_201
Data:
02/01/2018 13:33:38
Usuário:
AAV - ALEXANDRE ALLEGRETTI VENZON - ADMINISTRADOR DO SISTEMA
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
19
Evento 20
Evento:
LAVRADA_CERTIDAO___SUSPENSAO_DO_PRAZO___MOTIVO__FERIADO_NACIONAL_EM_13_02_201
Data:
02/01/2018 14:42:00
Usuário:
AAV - ALEXANDRE ALLEGRETTI VENZON - ADMINISTRADOR DO SISTEMA
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
20
Evento 21
Evento:
RENUNCIA_AO_PRAZO___REFER__AO_EVENTO__11
Data:
08/01/2018 12:39:54
Usuário:
RS031499 - CARMEN ADELINA AYRES LLAGUNO - ADVOGADO
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
21
Evento 22
Evento:
TRANSITO_EM_JULGADO
Data:
08/01/2018 12:45:55
Usuário:
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
22
Processo 5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4, Evento 22, CERT1, Página 1
Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Processo: 5043235-70.2016.4.04.7000
Parte(s):
ALVARO JOSE REMEDI AYRES - PARTE AUTORA
UNIÃO - FAZENDA NACIONAL - PARTE RÉ
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL - MPF
CERTIDÃO
CERTIFICO que a decisão/acórdão transitou em julgado em 08/01/2018.
SISTEMA DE PROCESSO ELETRÔNICO

Evento 23
Evento:
BAIXA_DEFINITIVA___REMETIDO_A_O____PRCTB06
Data:
08/01/2018 12:45:55
Usuário:
Processo:
5043235-70.2016.4.04.7000/TRF4
Sequência Evento:
23

Isenção de imposto de importação sobre encomenda internacional

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Tipo documento: CAPA PROCESSO

Competência: Tributário (Turma) Classe da ação: Remessa Necessária Cível

Código Descrição Principal

PARTE AUTORA PARTE RÉ

R$ Nível de Sigilo do Sem Sigilo Não há

Penhora no rosto dos

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Colenda 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

Trata-se de remessa necessária em mandado de segurança no qual se pretende

O MPF em 1ª Instância opinou pelo prosseguimento do processo (Evento 18-

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

O juízo a quo concedeu a segurança, e “nos termos do art. 487, I, do CPC,

O Decreto-Lei nº 1.804/1980, dispõe em seus arts. 1º e 2º sobre a isenção do

Posteriormente, a Portaria MF nº 156/1999 e a IN/SRF nº 96/1999,

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Entretanto, verifica-se que ao regulamentar o Decreto-Lei nº 1.804/1980, tanto a

Com efeito, a autoridade administrativa não pode, por intermédio de ato

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Dessa forma, deve ocorrer a manutenção da sentença que afastou a exigência do

TRIBUTÁRIO. REGIME DE TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA (RTS). IMPOSTO DE

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Diante do exposto, o Ministério Público Federal opina pelo desprovimento da

Porto Alegre/RS, 23 de outubro de 2017.

EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 13/12/2017

REMESSA NECESSÁRIA CÍVEL Nº 5043235-70.2016.4.04.7000/PR

Certifico que a 1ª Turma , ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão

RELATOR DO ACÓRDÃO : DESEMBARGADOR FEDERAL ROGER RAUPP RIOS

MANIFESTAÇÕES DOS MAGISTRADOS VOTANTES

Ressalva em 09/12/2017 13:01:35 - GAB. 13 (Juiz Federal MARCELO

Acompanho o Relator, com ressalva de posição pessoal divergente,

TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPOSTO DE

1. Conforme disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art. 2º, II, as

2. A Portaria MF 156/99 e a IN 096/99, ao reduzir o valor para

3. Não pode a autoridade administrativa, por intermédio de ato

4. O inciso V do art. 41 do Decreto 1.789/96 prevê a inexistência de

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima

Porto Alegre, 13 de dezembro de 2017.

Informações adicionais da assinatura:

5043235-70.2016.4.04.7000 40000287485 .V4

Trata-se de mandado de segurança em que o impetrante pretende o

No Evento 3, foi parcialmente deferido o pedido de liminar "para que

Nas informações prestadas pela autoridade coatora

Regularmente processado, sobreveio sentença (Evento 43)

Transcorrido in albis o prazo para interposição de recursos, subiram

O Ministério Público Federal atuante neste grau de jurisdição opinou

Da isenção no Regime de Tributação Simplificada

Controverte-se no feito acerca da possibilidade de isenção do

A tributação das remessas postais e das encomendas aéreas

Art. 2º - O Ministério da Fazenda, relativamente ao regime de que trata o art.

II - dispor sobre a isenção do imposto sobre a importação dos bens contidos

A Portaria MF 156/99, dispõe:

Art. 1º - O regime de tributação simpliﬁcada - RTS, instituído pelo Decreto-Lei

§2º - os bens que integrarem remessa postal internacional no valor de até

A IN SRF 096/99, em seu art. 2º, dispõe:

Art. 2º - O Regime de Tributação Simpliﬁcada consiste no pagamento do

§ 2º - Os bens que integrem remessa postal internacional de valor não

Veriﬁca-se que o Decreto-Lei nº 1.804/80 (recepcionado pela

Posteriormente, a Portaria MF nº 156/99 e a IN SRF 096/99

Entendo que não pode a autoridade administrativa, por intermédio

Não havendo no Decreto-Lei restrição relativa à condição de pessoa

Cumpre destacar, ainda, que o inciso V do art. 41 do Decreto

O impetrante busca a isenção do imposto de importação incidente