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Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás

CREA-GO
Agente de Fiscalização e Assistente

Administrativo

JL081-N9
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você
conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.

OBRA

Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás

Agente de Fiscalização e Assistente Administrativo

EDITAL Nº 1, DE 19 DE JULHO DE 2019

AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Noções de Informática - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil
Raciocínio Lógico e Matemático - Profº Ovidio Lopes da Cruz Netto
Legislação e Ética na Administração Pública - Profº Ricardo Razaboni
Legislação do Sistema CONFE/CREA - Profª Mariela Cardoso
Sistema de Gestão da Qualidade - Profª Mariela Cardoso

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Leandro Filho

DIAGRAMAÇÃO
Thais Regis
Renato Vilela

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados ................................................................................................... 01
Reconhecimento de tipos e gêneros textuais .................................................................................................................................. 11
Domínio da ortografia oficial .................................................................................................................................................................. 12
Domínio dos mecanismos de coesão textual . Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição,
de conectores e de outros elementos de sequenciação textual ............................................................................................... 18
Emprego de tempos e modos verbais ................................................................................................................................................. 24
Domínio da estrutura morfossintática do período. Emprego das classes de palavras ....................................................... 24
Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração ......................................................................................... 66
Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração ....................................................................................... 66
Emprego dos sinais de pontuação ........................................................................................................................................................ 75
Concordância verbal e nominal ............................................................................................................................................................... 78
Regência verbal e nominal ........................................................................................................................................................................ 85
Emprego do sinal indicativo de crase .................................................................................................................................................. 90
Colocação dos pronomes átonos ......................................................................................................................................................... 92
Reescrita de frases e parágrafos do texto ........................................................................................................................................... 92
Significação das palavras .......................................................................................................................................................................... 92
Substituição de palavras ou de trechos de texto ............................................................................................................................. 92
Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto ................................................................................................ 92
Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade ........................................................................................ 92
Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República) ................................................. 98
Aspectos gerais da redação oficial ....................................................................................................................................................... 98
Finalidade dos expedientes oficiais ...................................................................................................................................................... 98
Adequação da linguagem ao tipo de documento .......................................................................................................................... 98
Adequação do formato do texto ao gênero ..................................................................................................................................... 98

NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de informática: 01
tipos de computadores, conceitos de hardware e de software, instalação de periféricos................................................
Edição de textos, planilhas e apresentações (ambiente Microsoft Office, versões 2010, 2013 e 365)......................... 06
Noções de sistema operacional (ambiente Windows, versões 7, 8 e 10)................................................................................. 35
Redes de computadores: conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet....... 42
Programas de navegação: Mozilla Firefox e Google Chrome....................................................................................................... 42
Programa de correio eletrônico: MS Outlook..................................................................................................................................... 42
Sítios de busca e pesquisa na Internet................................................................................................................................................... 42
Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas................................... 57
Segurança da informação: procedimentos de segurança.............................................................................................................. 57
Noções de vírus, worms e pragas virtuais............................................................................................................................................. 59
Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispyware etc.)................................................................................................. 59
Procedimentos de backup........................................................................................................................................................................... 63
SUMÁRIO
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Operações, propriedades e aplicações (soma, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação)................ 01
Princípios de contagem e probabilidade. Arranjos e permutações. Combinações................................................................... 19
Conjuntos numéricos (números naturais, inteiros, racionais e reais) e operações com conjuntos..................................... 29
Razões e proporções (grandezas diretamente proporcionais, grandezas inversamente proporcionais, porcentagem
regras de três simples e compostas)........................................................................................................................................................... 33
Equações e inequações..................................................................................................................................................................................... 42
Sistemas de medidas.......................................................................................................................................................................................... 48
Volumes................................................................................................................................................................................................................... 54
Compreensão de estruturas lógicas. Lógica de argumentação (analogias, inferências, deduções e conclusões).
Diagramas lógicos................................................................................................................................................................................................ 57

LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Ética e função pública. Ética no setor público............................................................................................................................................ 01


Lei nº 8.429/1992 e suas alterações............................................................................................................................................................... 05
Lei nº 9.784/1999 e suas alterações (Processo administrativo)........................................................................................................... 07
Acesso à Informação: Lei nº 12.527/2011;................................................................................................................................................... 10
Decreto nº 7.724/2012........................................................................................................................................................................................ 12
Lei nº 8.666/1993: normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços (inclusive
de publicidade), compras, alienações e locações no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.................................................................................................................................................................................................... 24
Decreto nº 5.450/2005 e Lei nº 10.520/2002: Aquisições e contratações por Pregão Eletrônico............................................... 65
Decreto nº 7.892/2013: Sistema de Registro de Preços............................................................................................................................... 73
SUMÁRIO
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA
Lei nº 4.950-A/1966...................................................................................................................................................................................................... 01
Lei nº 5.194/1966.......................................................................................................................................................................................................... 01
Lei nº 6.496/1977.......................................................................................................................................................................................................... 03
Lei nº 6.619/1978.......................................................................................................................................................................................................... 04
Lei nº 6.838/1980.......................................................................................................................................................................................................... 05
Lei nº 6.839/1980.......................................................................................................................................................................................................... 05
Lei nº 7.410/1985........................................................................................................................................................................................................... 06
Lei nº 8.195/1991........................................................................................................................................................................................................... 07
Decreto nº 23.196/1933.............................................................................................................................................................................................. 07
Decreto nº 23.569/1933.............................................................................................................................................................................................. 08
Resoluções CONFEA nº 218/1973; nº 336/1989; nº 413/1997; nº 1.002/2002; nº 1.004/2003; nº 1.007/2003; nº
1.008/2004; nº 1.019/2006; nº 1.024/2009; nº 1.025/2009; nº 1.047/2013; nº 1.050/2013; nº 1.059/2014; nº 1.073/2016;
nº 1.090/2017................................................................................................................................................................................................................. 11

SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE

Normas ABNT: NBR ISO 9000:2015 e NBR ISO 9001:2015........................................................................................................................... 01


ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados ...................................................................................................................... 01


Reconhecimento de tipos e gêneros textuais ...................................................................................................................................................... 11
Domínio da ortografia oficial ...................................................................................................................................................................................... 12
Domínio dos mecanismos de coesão textual . Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de
conectores e de outros elementos de sequenciação textual .......................................................................................................................... 18
Emprego de tempos e modos verbais ........................................................................................................................................................................ 24
Domínio da estrutura morfossintática do período. Emprego das classes de palavras ......................................................................... 24
Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração ............................................................................................................. 66
Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração ............................................................................................................ 66
Emprego dos sinais de pontuação .............................................................................................................................................................................. 75
Concordância verbal e nominal ................................................................................................................................................................................. 78
Regência verbal e nominal ............................................................................................................................................................................................ 85
Emprego do sinal indicativo de crase ........................................................................................................................................................................ 90
Colocação dos pronomes átonos ............................................................................................................................................................................... 92
Reescrita de frases e parágrafos do texto ............................................................................................................................................................... 92
Significação das palavras ............................................................................................................................................................................................... 92
Substituição de palavras ou de trechos de texto .................................................................................................................................................. 92
Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto .................................................................................................................. 92
Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade .............................................................................................................. 92
Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República) ...................................................................... 98
Aspectos gerais da redação oficial ............................................................................................................................................................................... 98
Finalidade dos expedientes oficiais .......................................................................................................................................................................... 98
Adequação da linguagem ao tipo de documento .............................................................................................................................................. 98
Adequação do formato do texto ao gênero .......................................................................................................................................................... 98
É sugerido pelo autor que...
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE De acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS. ção...
O narrador afirma...

Interpretação Textual Erros de interpretação

Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela- - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
cionadas entre si, formando um todo significativo capaz contexto, acrescentando ideias que não estão no
de produzir interação comunicativa (capacidade de codi- texto, quer por conhecimento prévio do tema quer
ficar e decodificar). pela imaginação.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com ção apenas a um aspecto (esquecendo que um
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para texto é um conjunto de ideias), o que pode ser
a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa in- insuficiente para o entendimento do tema desen-
terligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento volvido.
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
de seu contexto original e analisada separadamente, po- contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con-
derá ter um significado diferente daquele inicial. clusões equivocadas e, consequentemente, errar a
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- questão.
rências diretas ou indiretas a outros autores através de
citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Observação: Muitos pensam que existem a ótica do
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas em
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A uma prova de concurso, o que deve ser levado em consi-
partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fun- deração é o que o autor diz e nada mais.
damentações), as argumentações (ou explicações), que
levam ao esclarecimento das questões apresentadas na Coesão e Coerência
prova.
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
Normalmente, em uma prova, o candidato deve: relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
- Identificar os elementos fundamentais de uma ar- si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de
gumentação, de um processo, de uma época (nes- um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
te caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o
quais definem o tempo). que se vai dizer e o que já foi dito.
- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
ças entre as situações do texto. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre
- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com eles, está o mau uso do pronome relativo e do prono-
uma realidade. me oblíquo átono. Este depende da regência do verbo;
- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer tam-
- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala-
bém de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
vras.
semântico, por isso a necessidade de adequação ao an-
tecedente.
Condições básicas para interpretar
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literá- terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
rio (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), lei- coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
tura e prática; conhecimento gramatical, estilístico (qua- existe um pronome relativo adequado a cada circunstân-
lidades do texto) e semântico; capacidade de observação cia, a saber:
e de síntese; capacidade de raciocínio. que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
mas depende das condições da frase.
Interpretar/Compreender qual (neutro) idem ao anterior.
quem (pessoa)
Interpretar significa: cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. o objeto possuído.
LÍNGUA PORTUGUESA

Através do texto, infere-se que... como (modo)


É possível deduzir que... onde (lugar)
O autor permite concluir que... quando (tempo)
Qual é a intenção do autor ao afirmar que... quanto (montante)
Exemplo:
Compreender significa Falou tudo QUANTO queria (correto)
Entendimento, atenção ao que realmente está escrito. Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
O texto diz que... aparecer o demonstrativo O).

1
Dicas para melhorar a interpretação de textos Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acre-
dito em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do gosto especial.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transfor-
candidatos na disputa, portanto, quanto mais in- mou. De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A ci-
formação você absorver com a leitura, mais chan- dade, minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia.
ces terá de resolver as questões. Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrom- diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com
pa a leitura. as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar
- Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia
forem necessárias. insuspeitada.
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me pare-
conclusão). ce, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato que,
- Volte ao texto quantas vezes precisar. mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou in-
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as teiramente.
do autor. Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fiz outra des-
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor coberta temporã.
compreensão. Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes,
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom da
cada questão. flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia Bra-
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. va, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente con-
- Observe as relações interparágrafos. Um parágra- segui boiar.
fo geralmente mantém com outro uma relação de
continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifi- Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os oito
que muito bem essas relações. anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso e esfor-
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, ço, vocês que não mais se surpreendem com a sensação
a ideia mais importante. de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas vocês se
- Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou “in-
esqueceram de como tudo isso é bom.
correto”, evitando, assim, uma confusão na hora da
Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a
resposta – o que vale não somente para Interpreta-
ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das
ção de Texto, mas para todas as demais questões!
montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao
- Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia principal,
ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança
leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e
- Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
isso, curiosamente, não é fácil.
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos,
etc., chamados vocábulos relatores, porque reme- Essa experiência me sugeriu algumas considerações so-
tem a outros vocábulos do texto. bre a vida em geral.
Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de apren-
SITES der ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente,
Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos. de um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre incor-
com/materiais/portugues/como-interpretar-textos> porando novidades que nos transformam. Somos gene-
Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/ ticamente elaborados para lidar com o novo, mas não
09-dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em- só. Também somos profundamente modificados por ele.
-provas> A cada momento da vida, quando achamos que tudo já
Disponível em: <http://www.portuguesnarede. aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de nós
com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um. uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa capaz
html> de boiar é diferente daquelas que afundam como pedras.
Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/cursi- Suspeito que isso tenha importância também para os re-
nho/questoes/questao-117-portugues.htm> lacionamentos.
Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já
está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a
se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro,
em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar-se
1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística – tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria frustra-
AOCP-2015) ção e a nossa fúria, em permitir que o parceiro floresça,
LÍNGUA PORTUGUESA

em dar atenção aos detalhes dele. Penso, sobretudo, em


O verão em que aprendi a boiar conquistar, aos poucos, a ansiedade e insegurança que
Quando achamos que tudo já aconteceu, novas ca- nos bloqueiam o caminho do prazer, não apenas no sen-
pacidades fazem de nós pessoas diferentes do que tido sexual. Penso em estar mais tranquilo na companhia
éramos do outro e de si mesmo, no mundo.
Assim como boiar, essas coisas são simples, mas preci-
IVAN MARTINS sam ser aprendidas.

2
Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais
na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles
boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos
afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tem- objetivo nos relacionamentos.
po, relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas no-
se combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral, vas, inclusive agir com o raciocínio nas relações amo-
a relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada rosas = incorreta – ser mais emoção.
apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos,
relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculos porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que
que tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando,
um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção e não pensando em algo ruim.
relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de for-
ma relaxada e consciente um grande amor. 2. (BACEN – TÉCNICO – CONHECIMENTOS BÁSICOS –
Na minha experiência, esse aprendizado não se fez ra- ÁREA 1 e 2 – CESPE-2013)
pidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque
eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coi- Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval.
sas do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações Suas consequências sobre a economia das famílias e das
emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações empresas são imprevisíveis. Os agentes econômicos rela-
afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser. cionam-se em suas operações de compra, venda e troca
Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas de mercadorias e serviços de modo que cada fato econô-
águas do amor e do sexo. Nos custa boiar. mico, seja ele de simples circulação, de transformação ou
A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo se de consumo, corresponde à realização de ao menos uma
aprende, mesmo as coisas simples que pareciam impos- operação de natureza monetária junto a um intermediá-
síveis. rio financeiro, em regra, um banco comercial que recebe
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de me- um depósito, paga um cheque, desconta um título ou
lhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilida-
de do sistema que intermedeia as operações monetárias,
no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com
portanto, é fundamental para a própria segurança e esta-
mais prazer, com mais intensidade e menos medo.
bilidade das relações entre os agentes econômicos.
O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se
A iminência de uma crise bancária é capaz de afetar e
pode tentar boiar.
contaminar todo o sistema econômico, fazendo que os
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-mar-
titulares de ativos financeiros fujam do sistema financeiro
tins/noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html
e se refugiem, para preservar o valor do seu patrimônio,
em ativos móveis ou imóveis e, em casos extremos, em
De acordo com o texto, quando o autor afirma que “To- estoques crescentes de moeda estrangeira. Para se evitar
dos os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de esse tipo de distorção, é fundamental a manutenção da
credibilidade no sistema financeiro. A experiência brasileira
a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar com o Plano Real é singular entre os países que adotaram
e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais cal- políticas de estabilização monetária, uma vez que a rever-
ma, com mais prazer, com mais intensidade e menos são das taxas inflacionárias não resultou na fuga de capitais
medo. líquidos do sistema financeiro para os ativos reais.
b) ser necessário agir com mais cautela nos relaciona- Pode-se afirmar que a estabilidade do Sistema Financei-
mentos amorosos para que eles não se desfaçam. ro Nacional é a garantia de sucesso do Plano Real. Não
c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterio- existe moeda forte sem um sistema bancário igualmente
so com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam forte. Não é por outra razão que a Lei n.º 4.595/1964, que
vividos intensamente. criou o Banco Central do Brasil (BACEN), atribuiu-lhe si-
d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, in- multaneamente as funções de zelar pela estabilidade da
clusive agir com o raciocínio nas relações amorosas. moeda e pela liquidez e solvência do sistema financeiro.
e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém Atuação do Banco Central na sua função de zelar pela
sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode estabilidade do Sistema Financeiro Nacional. Internet: <
acontecer. www.bcb.gov.br > (com adaptações).

Resposta: Letra A. Ao texto: (...) tudo se aprende, Conclui-se da leitura do texto que a comparação entre
mesmo as coisas simples que pareciam impossíveis. / “crise bancária” e “vendaval” embasa-se na impossibili-
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de dade de se preverem as consequências de ambos os fe-
LÍNGUA PORTUGUESA

melhorar = sempre há tempo para boiar (aprender). nômenos.


Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para ten-
tar relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com ( ) CERTO ( ) ERRADO
mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e
menos medo = correta. Resposta: Certo. Conclui-se da leitura do texto que
Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos rela- a comparação entre “crise bancária” e “vendaval” em-
cionamentos amorosos para que eles não se desfaçam basa-se na impossibilidade de se preverem as conse-
= incorreta – o autor propõe viver intensamente. quências de ambos os fenômenos.

3
Voltemos ao texto: Uma crise bancária pode ser com- De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema bancá-
parada a um vendaval. Suas consequências sobre a eco- rio, a reserva fracional foi criada com o objetivo de
nomia das famílias e das empresas são imprevisíveis.
a) tornar ilimitada a produção de dinheiro.
3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) b) proteger os bens dos clientes de bancos.
c) impedir que os bancos fossem à falência.
Lastro e o Sistema Bancário d) permitir o empréstimo de mais dinheiro
e) preservar as economias das pessoas.
[...]
Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro deposita- Resposta: Letra D. Ao texto: (...) Com o tempo, os
do nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade banqueiros se deram conta de que ninguém estava
de ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse interessado em trocar dinheiro por ouro e criaram ma-
metal é limitado, isso garantia que a produção de dinhei- nobras, como a reserva fracional, para emprestar mui-
ro fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros to mais dinheiro do que realmente tinham em ouro
se deram conta de que ninguém estava interessado em nos cofres.
trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a re- Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro = in-
serva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do correta
que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises, Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos = in-
como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar correta
suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos, Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência =
deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas incorreta
economias seguramente guardadas. Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro =
Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão- correta
-ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e Em “e”, preservar as economias das pessoas = incor-
principalmente de valores em contas bancárias, já não reta
tendo nenhuma riqueza material para representar, é cria-
do a partir de empréstimos. Quando alguém vai até o 4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em A leitura do texto permite a compreensão de que
sua conta é gerado naquele instante, criado a partir de
uma decisão administrativa, e assim entra na economia. a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos.
Essa explicação permaneceu controversa e escondida b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imagi-
por muito tempo, mas hoje está clara em um relatório do nário.
Bank of England de 2014. c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes.
Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”.
criado assim, inventado em canetaços a partir da conces- e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados.
são de empréstimos. O que torna tudo mais estranho e
perverso é que, sobre esse empréstimo, é cobrada uma Resposta: Letra A.
dívida. Então, se eu peço dinheiro ao banco, ele inventa Em “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os
números em uma tabela com meu nome e pede que eu bancos = correta
devolva uma quantidade maior do que essa. Para pagar Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é
a dívida, preciso ir até o dito “livre-mercado” e trabalhar, imaginário = nem todo
lutar, talvez trapacear, para conseguir o dinheiro que o Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros
banco inventou na conta de outras pessoas. Esse é o di- clientes = deve ao banco, este paga/empresta a ou-
nheiro que vai ser usado para pagar a dívida, já que a tros clientes
única fonte de moeda é o empréstimo bancário. No fim, Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre-
os bancos acabam com todo o dinheiro que foi inventa- -mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre-
do e ainda confiscam os bens da pessoa endividada cujo -mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear.
dinheiro tomei. Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes endi-
Assim, o sistema monetário atual funciona com uma vidados = desde que não paguem a dívida
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. Es-
cassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante
porque é gerada pela simples manipulação de bancos de
dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e po-
der sem precedentes: um mundo onde o patrimônio de
80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde o 1%
LÍNGUA PORTUGUESA

mais rico tem mais do que os outros 99% juntos.


[...]
Disponível em https://fagulha.org/artigos/inventan-
do-dinheiro/
Acessado em 20/03/2018

4
5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEI- nobres, como o ouro e a prata, os signos monetários pas-
RO GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge saram a ser valorizados também pela nobreza dos metais
abaixo, publicada no momento da intervenção nas ati- neles empregados.
vidades de segurança do Rio de Janeiro, em março de Embora a evolução dos tempos tenha levado à substi-
2018. tuição do ouro e da prata por metais menos raros ou
suas ligas, preservou-se, com o passar dos séculos, a as-
sociação dos atributos de beleza e expressão cultural ao
valor monetário das moedas, que quase sempre, na atua-
lidade, apresentam figuras representativas da história, da
cultura, das riquezas e do poder das sociedades.
A necessidade de guardar as moedas em segurança le-
vou ao surgimento dos bancos. Os negociantes de ouro
e prata, por terem cofres e guardas a seu serviço, passa-
ram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de
seus clientes e a dar recibos escritos das quantias guar-
dadas. Esses recibos passaram, com o tempo, a servir
como meio de pagamento por seus possuidores, por ser
Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO mais seguro portá-los do que portar dinheiro vivo. Assim
pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a surgiram as primeiras cédulas de “papel moeda”, ou cé-
seguinte informação: dulas de banco; concomitantemente ao surgimento das
cédulas, a guarda dos valores em espécie dava origem a
a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes co- instituições bancárias.
metidos no Rio; Casa da Moeda do Brasil: 290 anos de História,
b) a tarefa da investigação criminal não está sendo bem- 1694/1984.
-feita;
c) a linguagem do personagem mostra intimidade com Depreende-se do texto que duas características das
o interlocutor; moedas se mantiveram ao longo do tempo: a veiculação
d) a presença do orelhão indica o atraso do local da char- de formas em sua superfície e a associação de seu valor
ge; monetário a atributos como beleza.
e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a pre-
sença do Exército. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Letra D. Resposta: Errado. Depreende-se do texto que duas


características das moedas se mantiveram ao longo do
tempo: a veiculação de formas em sua superfície e a
associação de seu valor monetário a atributos como
beleza = errado (é o inverso).
Texto: (...) a associação dos atributos de beleza e ex-
pressão cultural ao valor monetário das moedas, que
quase sempre, na atualidade, apresentam figuras re-
NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a se- presentativas da história, da cultura, das riquezas e do
guinte informação: poder das sociedades.
Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos cri-
mes cometidos no Rio = inferência correta 7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo
Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está sen- Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse termo
do bem-feita = inferência correta denota, além da agressão física, diversos tipos de impo-
Em “c”, a linguagem do personagem mostra intimida- sição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar
de com o interlocutor = inferência correta ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de
Em “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local determinados indivíduos e, ainda, o desgaste causado
da charge = incorreta pelas condições de trabalho e condições econômicas”. A
Em “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam manchete jornalística abaixo que NÃO se enquadra em
a presença do Exército = inferência correta nenhum tipo de violência citado nesse segmento é:

6. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR – a) Presa por mensagem racista na internet;
LÍNGUA PORTUGUESA

CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014) b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana;


c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico;
As primeiras moedas, peças representando valores, ge- d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia;
ralmente em metal, surgiram na Lídia (atual Turquia), no e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo.
século VII a.C. As características que se desejava ressaltar
eram transportadas para as peças por meio da panca- Resposta: Letra C. Em “a”: Presa por mensagem ra-
da de um objeto pesado, em primitivos cunhos. Com o cista na internet = como a repressão política, familiar
surgimento da cunhagem a martelo e o uso de metais ou de gênero

5
Em “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura vene- Em “d”: punirem-se os responsáveis por excessos.
zuelana = como a repressão política, familiar ou de gê- Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve.
nero = incorreto
Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa eletrô- Ao texto: (...) há sempre o risco de excessos, a serem
nico = não consta na Manchete acima devidamente contidos e seus responsáveis, punidos,
Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na conforme estabelecido na legislação. / É o que precisa
Rússia = como a repressão política, familiar ou de gê- acontecer... = precisa acontecer a punição dos exces-
nero sos.
Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do trabalho
escravo = o desgaste causado pelas condições de tra- 9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – CES-
balho PE-2018)
8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – Texto CG1A1AAA
ÁREA JURÍDICA – FGV-2018)
A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos
Oportunismo à Direita e à Esquerda
políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós, in-
dependentemente de idade, sexo, estrato social, crença
Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos
religiosa etc. é chamado à criação de um mundo pacifica-
o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas
leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime do, um mundo sob a égide de uma cultura da paz.
de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem de- Mas, o que significa “cultura da paz”?
vidamente contidos e seus responsáveis, punidos, con- Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças
forme estabelecido na legislação. e os adultos da compreensão de princípios como liber-
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos cami- dade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância,
nhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da igualdade e solidariedade. Implica uma rejeição, indivi-
ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em dual e coletiva, da violência que tem sido percebida na
se beneficiar do barateamento do combustível. sociedade, em seus mais variados contextos. A cultura da
Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico paz tem de procurar soluções que advenham de dentro
para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de elei- da(s) sociedade(s), que não sejam impostas do exterior.
ção, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado
faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para em sentido negativo, quando se traduz em um estado
desgastar governantes e reforçar seus projetos de po- de não guerra, em ausência de conflito, em passividade
der, por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o e permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese,
que está delimitado pelo estado democrático de direito, condenada a um vazio, a uma não existência palpável,
defendido pelos diversos instrumentos institucionais de difícil de se concretizar e de se precisar. Em sua concep-
que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público, ção positiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a
Forças Armadas etc. prática da não violência para resolver conflitos, a prática
A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de do diálogo na relação entre pessoas, a postura democrá-
suprimento que mantêm o sistema produtivo funcionan- tica frente à vida, que pressupõe a dinâmica da coope-
do, do qual depende a sobrevivência física da população. ração planejada e o movimento constante da instalação
Isso não pode ser esquecido e serve de alerta para que as de justiça.
autoridades desenvolvam planos de contingência. Uma cultura de paz exige esforço para modificar o pen-
O Globo, 31/05/2018. samento e a ação das pessoas para que se promova a
paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa
“É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos ca-
de ser, então, a temática principal. Não que ela vá ser
minhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo,
esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e
da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados
em se beneficiar do barateamento do combustível.” Se- temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso, a
gundo esse parágrafo do texto, o que “precisa aconte- ideologia que o alimenta, precisa impregná-lo de pala-
cer” é vras e conceitos que anunciem os valores humanos que
decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A vio-
a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento. lência já é bastante denunciada, e quanto mais falamos
b) garantir-se o direito de reunião e de greve. dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio
c) lastrear leis e regras na Constituição. social. É hora de começarmos a convocar a presença da
d) punirem-se os responsáveis por excessos. paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos.
Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à ges-
LÍNGUA PORTUGUESA

e) concluírem-se as investigações sobre a greve.


tão de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencial-
Resposta: Letra D. Em “a”: manter-se o direito de livre mente violentos e reconstruir a paz e a confiança en-
expressão do pensamento. = incorreto tre pessoas originárias de situação de guerra é um dos
Em “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. = exemplos mais comuns a serem considerados. Tal missão
incorreto estende-se às escolas, instituições públicas e outros lo-
Em “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incor- cais de trabalho por todo o mundo, bem como aos par-
reto lamentos e centros de comunicação e associações.

6
Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento susten-
tado e o respeito pelos direitos humanos, reforçando as instituições democráticas, promovendo a liberdade de expres-
são, preservando a diversidade cultural e o ambiente.
É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento — direitos humanos — democracia” que podemos vislumbrar a
educação para a paz.
Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educativas: desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc. Educ.
(Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com adaptações).

De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos “gestão de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser concebidos
como

a) obstáculos para a construção da cultura da paz.


b) dispensáveis para a construção da cultura da paz.
c) irrelevantes na construção da cultura da paz.
d) etapas para a construção da cultura da paz.
e) consequências da construção da cultura da paz.

Resposta: Letra D. Em “a”: obstáculos para a construção da cultura da paz. = incorreto


Em “b”: dispensáveis para a construção da cultura da paz. = incorreto
Em “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz. = incorreto
Em “d”: etapas para a construção da cultura da paz.
Em “e”: consequências da construção da cultura da paz. = incorreto
Ao texto: Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar erradicar a
pobreza e reduzir as desigualdades = etapas para construção da paz.

10. (PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP-2013) Leia o cartum de Jean Galvão

(https://www.facebook.com/jeangalvao.cartunista)

Considerando a relação entre a fala do personagem e a imagem visual, pode-se concluir que o que o leva a pular a
onda é a necessidade de

a) demonstrar respeito às religiões.


b) realizar um ritual místico.
c) divertir-se com os amigos.
d) preservar uma tradição familiar.
e) esquivar-se da sujeira da água.

Resposta: Letra E. Em “a”: demonstrar respeito às religiões. = incorreto


LÍNGUA PORTUGUESA

Em “b”: realizar um ritual místico. = incorreto


Em “c”: divertir-se com os amigos. = incorreto
Em “d”: preservar uma tradição familiar. = incorreto
Em “e”: esquivar-se da sujeira da água.
O personagem pula a onda para que não seja atingido pelo lixo que se encontra no mar.

7
11. (PM-SP - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR – VUNESP-2015) Leia a tira.

(Folha de S.Paulo, 02.10.2015. Adaptado)

Com sua fala, a personagem revela que

a) a violência era comum no passado.


b) as pessoas lutam contra a violência.
c) a violência está banalizada.
d) o preço que pagou pela violência foi alto.

Resposta: Letra C. Em “a”: a violência era comum no passado. = incorreto


Em “b”: as pessoas lutam contra a violência. = incorreto
Em “c”: a violência está banalizada.
Em “d”: o preço que pagou pela violência foi alto. = incorreto
Infelizmente, a personagem revela que a violência está banalizada, nem há mais “punições” para os agressivos.

12. (PM-SP - ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR [INTERIOR] – VUNESP-2017) Leia a charge.

(Pancho. www.gazetadopovo.com.br)
É correto associar o humor da charge ao fato de que

a) os personagens têm uma autoestima elevada e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de completo confi-
namento.
b) os dois personagens estão muito bem informados sobre a economia, o que não condiz com a imagem de criminosos.
c) o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos personagens, pois eles demonstram preocupação com a
aparência.
d) o aumento dos preços de cosméticos não surpreende os personagens, que estão acostumados a pagar caro por eles
nos presídios.
e) os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes para os personagens, dada a condição em que se encontram.

Resposta: Letra E. Em “a”: os personagens têm uma autoestima elevada e são otimistas, mesmo vivendo em uma
situação de completo confinamento. = incorreto
Em “b”: os dois personagens estão muito bem informados sobre a economia, o que não condiz com a imagem de
LÍNGUA PORTUGUESA

criminosos. = incorreto
Em “c”: o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos personagens, pois eles demonstram preocupação com
a aparência. = incorreto
Em “d”: o aumento dos preços de cosméticos não surpreende os personagens, que estão acostumados a pagar caro
por eles nos presídios. = incorreto
Em “e”: os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes para os personagens, dada a condição em que se
encontram.

8
Pela condição em que as personagens se encontram, o O humor da tira é conseguido através de uma quebra de
aumento no preço dos cosméticos não os afeta. expectativa, que é:

13. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS- a) o fato de um adulto colecionar figurinhas;
TIÇA AVALIADOR – FGV-2018) b) as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos;
c) a falta de muitas figurinhas no álbum;
Texto 1 – Além do celular e da carteira, cuidado com d) a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho;
as figurinhas da Copa e) uma criança ajudar a um adulto e não o contrário.
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018
Resposta: Letra B. Em “a”: o fato de um adulto cole-
A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo cionar figurinhas; = incorreto
uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais Em “b”: as figurinhas serem de temas sociais e não
afoitos pelos cromos possam até roubá-los, muitos jor- esportivos;
naleiros estão levando seus estoques para casa quando Em “c”: a falta de muitas figurinhas no álbum; = incor-
termina o expediente. Pode parecer piada, mas há até reto
boatos sobre quadrilhas de roubo de figurinha espalha- Em “d”: a reclamação ser apresentada pelo pai e não
dos por mensagens de celular. pelo filho; = incorreto
Sobre a estrutura do título dado ao texto 1, a afirmativa Em “e”: uma criança ajudar a um adulto e não o con-
adequada é: trário. = incorreto
O humor está no fato de o álbum ser sobre um tema
a) as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do incomum: assuntos sociais.
celular e da carteira nos roubos urbanos;
b) as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à car- 15. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) Obser-
teira como alvo de desejo dos assaltantes; ve a charge abaixo.
c) o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que
vendem as figurinhas da Copa;
d) os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa
nas bancas de jornais;
e) as figurinhas da Copa se transformaram no alvo prin-
cipal dos ladrões.

Resposta: Letra B. Em “a”: as figurinhas da Copa


passaram a ocupar o lugar do celular e da carteira nos
roubos urbanos; = incorreto
Em “b”: as figurinhas da Copa se somaram ao celular e
à carteira como alvo de desejo dos assaltantes;
Em “c”: o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros
que vendem as figurinhas da Copa; = incorreto
Em “d”: os ladrões passaram a roubar as figurinhas da
Copa nas bancas de jornais; = incorreto
Em “e”: as figurinhas da Copa se transformaram no
alvo principal dos ladrões. = incorreto
O título do texto já nos dá a resposta: além do celular
e da carteira, ou seja, as figurinhas da Copa também
passaram a ser alvo dos assaltantes.
No caso da charge, a crítica feita à internet é:
14. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS-
TIÇA AVALIADOR – FGV-2018) a) a criação de uma dependência tecnológica excessiva;
b) a falta de exercícios físicos nas crianças;
c) o risco de contatos perigosos;
d) o abandono dos estudos regulares;
e) a falta de contato entre membros da família.

Resposta: Letra A. Em “a”: a criação de uma depen-


dência tecnológica excessiva;
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “b”: a falta de exercícios físicos nas crianças; = in-


correto
Em “c”: o risco de contatos perigosos; = incorreto
Em “d”: o abandono dos estudos regulares; = incorreto
Em “e”: a falta de contato entre membros da família. =
incorreto
Através da fala do garoto chegamos à resposta: de-
pendência tecnológica - expressa em sua fala.

9
16. (TJ-SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FGV- Resposta: Letra D. As imagens mostram um con-
2018) Observe a charge a seguir: traste entre o desenvolvimento do computador e do
homem; enquanto aquele vai se tornando mais “fino,
elegante”, este fica sedentário, engorda. A palavra
“antitética” significa “oposta, oposição”.

18. (TRF-2.ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


ADMINISTRATIVA – CONSULPLAN-2017)

A charge acima é uma homenagem a Stephen Hawking,


destacando o fato de o cientista:

a) ter alcançado o céu após sua morte;


b) mostrar determinação no combate à doença;
c) ser comparado a cientistas famosos;
d) ser reconhecido como uma mente brilhante;
e) localizar seus interesses nos estudos de Física.

Resposta: Letra D. Em “a”: ter alcançado o céu após A produção da obra acima, Os Retirantes (1944), foi rea-
sua morte; = incorreto lizada seis anos depois da publicação do romance Vidas
Em “b”: mostrar determinação no combate à doença; Secas. Nessa obra, ao abordar a miséria e a seca clara-
= incorreto mente vistas através da representação de uma família de
Em “c”: ser comparado a cientistas famosos; = incor- retirantes, Cândido Portinari
reto
Em “d”: ser reconhecido como uma mente brilhante; a) apresenta uma temática, assim como a descrição dos
Em “e”: localizar seus interesses nos estudos de Física. personagens e do ambiente, de forma sutil e dinâmica.
= incorreto b) permite visualizar a degradação da figura humana e
Usemos a fala de Einstein: “a mente brilhante que es- o retrato da figura da morte afugentada pelos perso-
távamos esperando”. nagens.
c) apresenta elementos físicos presentes no cotidiano
17. (TJ-PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FUNÇÃO ADMI- dos retirantes vítimas da seca e aspectos relacionados
NISTRATIVA – IBFC-2017) à desigualdade social.
d) utiliza a linguagem não verbal com o objetivo de cons-
Texto II truir uma imagem cuja ênfase mística se opõe aos fa-
tos da realidade observável.

Resposta: Letra C. Em “a”: apresenta uma temática,


assim como a descrição dos personagens e do am-
biente, de forma sutil e dinâmica.
Em “b”: permite visualizar a degradação da figura hu-
mana e o retrato da figura da morte afugentada pelos
personagens.
Em “c”: apresenta elementos físicos presentes no co-
A observação dos elementos não verbais do texto é res- tidiano dos retirantes vítimas da seca e aspectos rela-
ponsável pelo entendimento do humor sugerido. Nesse cionados à desigualdade social.
sentido, a evolução do homem e do computador, através Em “d”: utiliza a linguagem não verbal com o objetivo
LÍNGUA PORTUGUESA

de tais elementos, deve ser entendida como: de construir uma imagem cuja ênfase mística se opõe
aos fatos da realidade observável.
a) complementar. A obra retrata, de forma nada sutil, os elementos físi-
b) semelhante. cos de uma família vítima da seca.
c) conflitante.
d) antitética.
e) idealizada.

10
revelados por uma carga ideológica constituída de
RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS argumentos e contra-argumentos que justificam
a posição assumida acerca de um determinado
TEXTUAIS.
assunto: A mulher do mundo contemporâneo
luta cada vez mais para conquistar seu espaço no
mercado de trabalho, o que significa que os gêneros
TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL estão em complementação, não em disputa.

A todo o momento nos deparamos com vários GÊNEROS TEXTUAIS


textos, sejam eles verbais ou não verbais. Em todos
São os textos materializados que encontramos em
há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a
nosso cotidiano; tais textos apresentam características sócio-
essência daquilo que está sendo transmitido entre
comunicativas definidas por seu estilo, função, composição,
os interlocutores. Estes interlocutores são as peças conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita culinária,
principais em um diálogo ou em um texto escrito. e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, piada,
É de fundamental importância sabermos classificar debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc.
os textos com os quais travamos convivência no nosso A escolha de um determinado gênero discursivo
dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos depende, em grande parte, da situação de produção,
textuais e gêneros textuais. ou seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são
Comumente relatamos sobre um acontecimento, os locutores e os interlocutores, o meio disponível para
um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos veicular o texto, etc.
nossa opinião sobre determinado assunto, descrevemos Os gêneros discursivos geralmente estão ligados
algum lugar que visitamos, fazemos um retrato a esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por
verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou exemplo, são comuns gêneros como notícias, reportagens,
ver. É exatamente nessas situações corriqueiras que editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação
classificamos os nossos textos naquela tradicional científica são comuns gêneros como verbete de dicionário
tipologia: Narração, Descrição e Dissertação. ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário,
conferência.
As tipologias textuais se caracterizam pelos
aspectos de ordem linguística REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
Os tipos textuais designam uma sequência definida Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. –
pela natureza linguística de sua composição. São São Paulo: Saraiva, 2010.
observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, Português – Literatura, Produção de Textos &
relações logicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, Gramática – volume único / Samira Yousseff Campedelli,
argumentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo. Jésus Barbosa Souza. – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de
ação demarcados no tempo do universo narrado, SITE
como também de advérbios, como é o caso de http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-
antes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em textual.htm
seu carro quando ele apareceu. Depois de muita
conversa, resolveram...
B) Textos descritivos – como o próprio nome indica,
descrevem características tanto físicas quanto EXERCÍCIOS COMENTADOS
psicológicas acerca de um determinado indivíduo
ou objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados
1. (TJ-DFT – CONHECIMENTOS BÁSICOS – TÉCNICO
no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os
cabelos mais negros como a asa da graúna...” JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – CESPE –
C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar 2015)
um assunto ou uma determinada situação que se
almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das razões Ouro em Fios
de ela acontecer, como em: O cadastramento irá se
prorrogar até o dia 02 de dezembro, portanto, não se A natureza é capaz de produzir materiais preciosos,
esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o benefício. como o ouro e o cobre - condutor de ENERGIA ELÉTRICA.
D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para isso.
LÍNGUA PORTUGUESA

modalidade na qual as ações são prescritas de forma Enquanto cientistas e governos buscam novas fontes de
sequencial, utilizando-se de verbos expressos no energia sustentáveis, faça sua parte aqui no TJDFT:
imperativo, infinitivo ou futuro do presente: Misture - Desligue as luzes nos ambientes onde é possível
todos os ingrediente e bata no liquidificador até criar usar a iluminação natural.
uma massa homogênea. - Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado.
E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam- - Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do
se pelo predomínio de operadores argumentativos, ambiente.
- Utilize o computador no modo espera.

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Fique ligado! Evite desperdícios. 2. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
Energia elétrica. 2008) O gênero textual apresentado permite o emprego
A natureza cobra o preço do desperdício. da linguagem coloquial, como ocorre, por exemplo, em
Internet: <www.tjdft.jus.br> (com adaptações) “Qualquer um, não sendo irremediavelmente burro” e “um
tijolo de burrice”.
Há no texto elementos característicos das tipologias ex-
positiva e injuntiva. ( ) CERTO ( ) ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRADO O gênero é a crônica, conta fatos do dia a dia de ma-


neira descontraída, o que permite a utilização de uma
Texto injuntivo – ou instrucional – é aquele que passa linguagem mais próxima do leitor; a informalidade.
instruções ao leitor. O texto acima apresenta tal ca- GABARITO OFICIAL: CERTO
racterística.
GABARITO OFICIAL: Certo

DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL.


Leia o texto a seguir e responda à questão..

Como nasce uma história


(fragmento) Ortografia

Quando cheguei ao edifício, tomei o elevador que A ortografia é a parte da Fonologia que trata da cor-
serve do primeiro ao décimo quarto andar. Era pelo reta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som
menos o que dizia a tabuleta no alto da porta. devem ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma
— Sétimo — pedi. língua são grafados segundo acordos ortográficos.
A porta se fechou e começamos a subir. Minha A maneira mais simples, prática e objetiva de apren-
atenção se fixou num aviso que dizia: der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras,
É expressamente proibido os funcionários, no ato da familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras
subida, utilizarem os elevadores para descerem. é necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções
Desde o meu tempo de ginásio sei que se trata e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de
de problema complicado, este do infinito pessoal. etimologia (origem da palavra).
Prevaleciam então duas regras mestras que deveriam ser
rigorosamente obedecidas. Uma afirmava que o sujeito, 1. Regras ortográficas
sendo o mesmo, impedia que o verbo se flexionasse. Da
outra infelizmente já não me lembrava. A) O fonema S
Mas não foi o emprego pouco castiço do infinito São escritas com S e não C/Ç
pessoal que me intrigou no tal aviso: foi estar ele  Palavras substantivadas derivadas de verbos com
concebido de maneira chocante aos delicados ouvidos radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender
de um escritor que se preza. - pretensão / expandir - expansão / ascender - as-
Qualquer um, não sendo irremediavelmente burro, censão / inverter - inversão / aspergir - aspersão /
entenderia o que se pretende dizer neste aviso. Pois um submergir - submersão / divertir - diversão / im-
tijolo de burrice me baixou na compreensão, fazendo com pelir - impulsivo / compelir - compulsório / repelir
que eu ficasse revirando a frase na cabeça: descerem, no - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
ato da subida? Que quer dizer isto? E buscava uma forma sentir - sensível / consentir – consensual.
simples e correta de formular a proibição:
É proibido subir para depois descer. São escritos com SS e não C e Ç
É proibido subir no elevador com intenção de descer.  Nomes derivados dos verbos cujos radicais ter-
É proibido ficar no elevador com intenção de descer, minem em gred, ced, prim ou com verbos ter-
quando ele estiver subindo. minados por tir ou - meter: agredir - agressivo /
Se quiser descer, não tome o elevador que esteja imprimir - impressão / admitir - admissão / ceder
subindo. - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão /
Mais simples ainda: regredir - regressão / oprimir - opressão / compro-
Se quiser descer, só tome o elevador que estiver meter - compromisso / submeter – submissão.
descendo.  Quando o prefixo termina com vogal que se junta
De tanta simplicidade, atingi a síntese perfeita do que
LÍNGUA PORTUGUESA

com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simé-


Nelson Rodrigues chamava de óbvio ululante, ou seja, a trico - assimétrico / re + surgir – ressurgir.
enunciação de algo que não quer dizer absolutamente  No pretérito imperfeito simples do subjuntivo.
nada: Se quiser descer, não suba. Exemplos: ficasse, falasse.
Fernando Sabino. A volta por cima. Rio de Janeiro:
Record, São escritos com C ou Ç e não S e SS
1995, p. 137-140. (Com adaptações.)  Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açú-
car.

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 Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: São escritas com J e não G
cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique.  Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
 Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça,  Palavras de origem árabe, africana ou exótica:
uçu, uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, car- jiboia, manjerona.
niça, caniço, esperança, carapuça, dentuço.  Palavras terminadas com aje: ultraje.
 Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção
/ deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção. D) O fonema ch
 Após ditongos: foice, coice, traição. São escritas com X e não CH
 Palavras derivadas de outras terminadas em -te,  Palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba-
to(r): marte - marciano / infrator - infração / ab- caxi, xucro.
sorto – absorção.  Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu,
lagartixa.
B) O fonema z  Depois de ditongo: frouxo, feixe.
São escritos com S e não Z  Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
 Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é Exceção: quando a palavra de origem não derive de
substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárqui- outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
cos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa,
princesa. São escritas com CH e não X
 Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me-  Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo,
tamorfose. chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, sal-
 Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, sicha.
quis, quiseste.
 Nomes derivados de verbos com radicais termi- E) As letras “e” e “i”
nados em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão /  Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem.
empreender - empresa / difundir – difusão. Com “i”, só o ditongo interno cãibra.
 Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís  Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar
- Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho. são escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Es-
 Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. crevemos com “i”, os verbos com infinitivo em
 Verbos derivados de nomes cujo radical termina -air, -oer e -uir: trai, dói, possui, contribui.
com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar
– pesquisar.
FIQUE ATENTO!
São escritos com Z e não S
 Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de Há palavras que mudam de sentido quan-
adjetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – do substituímos a grafia “e” pela grafia “i”:
beleza. área (superfície), ária (melodia) / delatar
Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori- (denunciar), dilatar (expandir) / emergir
gem não termine com s): final - finalizar / concreto (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de
– concretizar. estância, que anda a pé), pião (brinquedo).
 Consoante de ligação se o radical não terminar
com “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
Exceção: lápis + inho – lapisinho.
#FicaDica
C) O fonema j
Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto
São escritas com G e não J
à ortografia de uma palavra, há a possibili-
 Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
dade de consultar o Vocabulário Ortográfi-
gesso.
 Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, co da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado
gim. pela Academia Brasileira de Letras. É uma
 Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com obra de referência até mesmo para a criação
poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, de dicionários, pois traz a grafia atualizada
bege, foge. das palavras (sem o significado). Na Internet,
 o endereço é www.academia.org.br.
Exceção: pajem.
LÍNGUA PORTUGUESA

 Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, 2. Informações importantes


litígio, relógio, refúgio.
 Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fu- Formas variantes são as que admitem grafias ou pro-
gir, mugir. núncias diferentes para palavras com a mesma significa-
 Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, ção: aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/quatorze,
surgir. dependurar/pendurar, flecha/frecha, germe/gérmen, in-
 Depois da letra “a”, desde que não seja radical ter- farto/enfarte, louro/loiro, percentagem/porcentagem, re-
minado com j: ágil, agente. lampejar/relampear/relampar/relampadar.

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Os símbolos das unidades de medida são escritos Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos
sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar que expressam movimento = Aonde você vai?
plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg,
20km, 120km/h. 3. MAU / MAL

Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se
como qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um
Na indicação de horas, minutos e segundos, não mau elemento.
deve haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h,
22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três mi- Mal = pode ser usado como
nutos e trinta e quatro segundos). 1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”,
O símbolo do real antecede o número sem espaço: “logo que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu.
R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma bar- 2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi
ra vertical ($). mal na prova?
3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou
ALGUNS USOS ORTOGRÁFICOS ESPECIAIS pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal
não compensa.
1. Por que / por quê / porquê / porque
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
POR QUE (separado e sem acento)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
É usado em:
1. interrogações diretas (longe do ponto de interro- Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
gação) = Por que você não veio ontem? reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale Paulo: Saraiva, 2010.
a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
que faltara à aula ontem. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” = CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Ignoro o motivo por que ele se demitiu. Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira
Yousseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo:
POR QUÊ (separado e com acento) Saraiva, 2002.

Usos: SITE
1. como pronome interrogativo, quando colocado no http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/
fim da frase (perto do ponto de interrogação) = ortografia
Você faltou. Por quê?
2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por
quê? 4. Hífen

PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico) O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado
para ligar os elementos de palavras compostas (como
Usos: ex-presidente, por exemplo) e para unir pronomes áto-
1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale nos a verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente
a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na escri- para fazer a translineação de palavras, isto é, no fim de
ta (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até ponto uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/sa;
final) = Compre agora, porque há poucas peças. compa-/nheiro).
2. como conjunção subordinativa causal, substituível
por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu por- A) Uso do hífen que continua depois da Reforma
que se antecipou. Ortográfica:

PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico) 1. Em palavras compostas por justaposição que for-
mam uma unidade semântica, ou seja, nos termos
Usos: que se unem para formam um novo significado:
1. como substantivo, com o sentido de “causa”, “ra- tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-
zão” ou “motivo”, admitindo pluralização (porquês). Ge- -coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva,
LÍNGUA PORTUGUESA

ralmente é precedido por artigo = Não sei o porquê da arco-íris, primeiro-ministro, azul-escuro.
discussão. É uma pessoa cheia de porquês. 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer,
2. ONDE / AONDE abóbora-menina, erva-doce, feijão-verde.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
Onde = empregado com verbos que não expressam cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-núme-
a ideia de movimento = Onde você está? ro, recém-casado.

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4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas al- 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando
gumas exceções continuam por já estarem con- o segundo elemento começar com “o”: cooperação,
sagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedi-
mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia, ção, coexistir, etc.
queima-roupa, deus-dará. 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram no-
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte ção de composição: pontapé, girassol, paraquedas,
Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas paraquedista, etc.
combinações históricas ou ocasionais: Áustria- 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: ben-
-Hungria, Angola-Brasil, etc. feito, benquerer, benquerido, etc.
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su-
per- quando associados com outro termo que é Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas correspon-
iniciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super- dentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
-racional, etc. não havendo hífen: pospor, predeterminar, predetermina-
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-di- do, pressuposto, propor.
retor, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
-humano, super-realista, alto-mar.
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação,
antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
etc.
ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se,
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
10. Nas formações em que o prefixo tem como se- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-he- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
pático, geo-história, neo-helênico, extra-humano, Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
semi-hospitalar, super-homem.
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudopre- SITE
fixo termina com a mesma vogal do segundo ele- http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/
mento: micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, au- ortografia
to-observação, etc.

O hífen é suprimido quando para formar outros ter-


mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar. EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (Polícia Federal – Escrivão de Polícia Federal – Ces-


#FicaDica pe – 2013 – adaptada)
Lembrete da Zê!
A fim de solucionar o litígio, atos sucessivos e concatena-
Ao separar palavras na translineação (mu-
dos são praticados pelo escrivão. Entre eles, estão os atos
dança de linha), caso a última palavra a ser
de comunicação, os quais são indispensáveis para que
escrita seja formada por hífen, repita-o na
os sujeitos do processo tomem conhecimento dos atos
próxima linha. Exemplo: escreverei anti-in-
acontecidos no correr do procedimento e se habilitem a
flamatório e, ao final, coube apenas “anti-”.
exercer os direitos que lhes cabem e a suportar os ônus
Na próxima linha escreverei: “-inflamatório”
que a lei lhes impõe.
(hífen em ambas as linhas). Devido à diagra-
Disponível em: <http://jus.com.br> (com adaptações).
mação, pode ser que a repetição do hífen na
translineação não ocorra em meus conteú-
No que se refere ao texto acima, julgue os itens seguin-
dos, mas saiba que a regra é esta!
tes.
Não haveria prejuízo para a correção gramatical do texto
B) Não se emprega o hífen: nem para seu sentido caso o trecho “A fim de solucionar
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo o litígio” fosse substituído por Afim de dar solução à de-
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em manda e o trecho “tomem conhecimento dos atos acon-
“r” ou “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas tecidos no correr do procedimento” fosse, por sua vez,
consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom, substituído por conheçam os atos havidos no transcurso
microssistema, minissaia, microrradiografia, etc. do acontecimento.
LÍNGUA PORTUGUESA

2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-


fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se ( ) CERTO ( ) ERRADO
com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coedu-
cação, autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétri- Resposta: Errado. “A fim” tem o sentido de “com a
co, plurianual, autoescola, infraestrutura, etc. intenção de”; já “afim”, “semelhança, afinidade”. Se a
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos primeira substituição fosse feita, o trecho estaria in-
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” correto gramatical e coerentemente. Portanto, nem há
inicial: desumano, inábil, desabilitar, etc. a necessidade de avaliar a segunda substituição.

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Acentuação Gráfica i, is: táxi – lápis – júri
us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
Quanto à acentuação, observamos que algumas pa- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
lavras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora fórceps
se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
Por isso, vamos às regras! ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
1. Regras básicas

A acentuação tônica está relacionada à intensida- #FicaDica


de com que são pronunciadas as sílabas das palavras.
Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que
como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas esta palavra apresenta as terminações das
com menos intensidade, são denominadas de átonas. paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi- (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim
cadas como: ficará mais fácil a memorização!

Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre


a última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju –
papel C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona quan-
Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima síla- do a sua antepenúltima sílaba é tônica (mais forte).
ba: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível Quanto à regra de acentuação: todas as proparoxí-
Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúlti- tonas são acentuadas, independentemente de sua
ma sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus terminação: árvore, paralelepípedo, cárcere.

Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são 2.2 Regras especiais
os chamados monossílabos. Estes são acentuados quan-
do tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
- ré. abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
2 Os acentos palavras paroxítonas.

A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a”


e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas FIQUE ATENTO!
letras representam as vogais tônicas de palavras Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem
como pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o” indi- em uma palavra oxítona (herói) ou monos-
ca, além da tonicidade, timbre aberto: herói – céu sílaba (céu) ainda são acentuados: dói, es-
(ditongos abertos). carcéu.
B) acento circunflexo – (^) Colocado sobre as letras
“a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fe-
chado: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs.
C) acento grave – (`) Indica a fusão da preposição “a” Antes Agora
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles assembléia assembleia
D) trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi total-
mente abolido das palavras. Há uma exceção: é idéia ideia
utilizado em palavras derivadas de nomes próprios geléia geleia
estrangeiros: mülleriano (de Müller)
jibóia jiboia
E) til – (~) Indica que as letras “a” e “o” representam
vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã apóia (verbo apoiar) apoia
paranóico paranoico
2.1 Regras fundamentais
2.3 Acento Diferencial
A) Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas
terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém.
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
LÍNGUA PORTUGUESA

Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:


diferenciar classes gramaticais entre determinadas pala-
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
vras e/ou tempos verbais. Por exemplo:
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito per-
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo feito do Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do
Indicativo do mesmo verbo).
B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
terminadas em: terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,

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mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se, Repare:
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposi- O menino crê em você. / Os meninos creem em você.
ção. Elza lê bem! / Todas leem bem!
Os demais casos de acento diferencial não são mais Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti- garotos deem o recado!
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes grama- Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!
ticais são definidos pelo contexto. Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm
Polícia para o trânsito para que se realize a operação à tarde!
planejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, con-
junção (com relação de finalidade). As formas verbais que possuíam o acento tônico na
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
“e” ou “i” não serão mais acentuadas:
#FicaDica
Quando, na frase, der para substituir o “por” Antes Depois
por “colocar”, estaremos trabalhando com apazigúe (apaziguar) apazigue
um verbo, portanto: “pôr”; nos demais ca-
averigúe (averiguar) averigue
sos, “por” é preposição: Faço isso por você.
/ Posso pôr (colocar) meus livros aqui? argúi (arguir) argui

Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pes-


2.4 Regra do Hiato
soa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm
(verbo vir). A regra prevalece também para os verbos
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, segun-
conter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles contêm,
da vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém
acento: saída – faísca – baú – país – Luís – eles convêm.
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato
quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
verem seguidas do dígrafo nh: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
ra-i-nha, ven-to-i-nha. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vie- Paulo: Saraiva, 2010.
rem precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, forman- SITE
do hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxí- http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao.
tonas): htm

Antes Agora
bocaiúva bocaiuva EXERCÍCIOS COMENTADOS
feiúra feiura
1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Cespe
Sauípe Sauipe
– 2014) Os termos “série” e “história” acentuam-se em
conformidade com a mesma regra ortográfica.
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
abolido: ( ) CERTO ( ) ERRADO

Antes Agora Resposta: Certo. “Série” = acentua-se a paroxítona


terminada em ditongo / “história” - acentua-se a pa-
crêem creem
roxítona terminada em ditongo
lêem leem Ambas são acentuadas devido à regra da paroxítona
vôo voo terminada em ditongo.

enjôo enjoo Observação: nestes casos, admitem-se as separações


“sé-ri-e” e “his-tó-ri-as”, o que as tornaria proparoxí-
LÍNGUA PORTUGUESA

tonas.
#FicaDica
2. (Anatel – Técnico Administrativo – cespe – 2012)
Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do acento
verbos que, no plural, dobram o “e”, mas gráfico tem justificativas gramaticais diferentes.
que não recebem mais acento como antes:
CRER, DAR, LER e VER. ( ) CERTO ( ) ERRADO

17
Resposta: Errado. Análise = proparoxítona / mínimos capítulo ou de uma parte precedida por subtítulo. Nessa
= proparoxítona. Ambas são acentuadas pela mesma situação, pode ter vários parágrafos. Em redações mais
regra (antepenúltima sílaba é tônica, “mais forte”). comuns, que em média têm de 25 a 80 linhas, a introdu-
ção será o primeiro parágrafo.
3. (Ancine – Técnico Administrativo – cespe – 2012)
Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” recebem Desenvolvimento
acento gráfico com base na mesma regra de acentuação
gráfica. A maior parte do texto está inserida no desenvolvi-
mento, que é responsável por estabelecer uma ligação
( ) CERTO ( ) ERRADO entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são
elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sus-
Resposta: Certo. Indivíduo = paroxítona terminada tentam e dão base às explicações e posições do autor. É
em ditongo; diária = paroxítona terminada em diton- caracterizado por uma “ponte” formada pela organização
go; paciência = paroxítona terminada em ditongo. Os das ideias em uma sequência que permite formar uma
três vocábulos são acentuados devido à mesma regra. relação equilibrada entre os dois lados.
O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
4. (Ibama – Técnico Administrativo – cespe – 2012) As determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo com que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
a mesma regra de acentuação gráfica. tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
( ) CERTO ( ) ERRADO Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o
escritor já deve ter uma ideia clara de como será a con-
Resposta: Errado. Pó = monossílaba terminada em clusão. Daí a importância em planejar o texto.
“o”; só = monossílaba terminada em “o”; céu = mo- Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
nossílaba terminada em ditongo aberto “éu”. mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido
em capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apre-
sentar-se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
Os principais erros cometidos no desenvolvimento
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO são o desvio e a desconexão da argumentação. O primei-
TEXTUAL. EMPREGO DE ELEMENTOS DE ro está relacionado ao autor tomar um argumento se-
REFERENCIAÇÃO, SUBSTITUIÇÃO E REPETI- cundário que se distancia da discussão inicial, ou quando
ÇÃO, DE CONECTORES E DE OUTROS ELE- se concentra em apenas um aspecto do tema e esquece
o seu todo. O segundo caso acontece quando quem re-
MENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL.
dige tem muitas ideias ou informações sobre o que está
sendo discutido, não conseguindo estruturá-las. Surge
também a dificuldade de organizar seus pensamentos e
Estrutura Textual definir uma linha lógica de raciocínio.

Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a Conclusão


capacidade que temos de pensar. Por meio do pensa-
mento, elaboramos todas as informações que recebemos Considerada como a parte mais importante do texto,
e orientamos as ações que interferem na realidade e or- é o ponto de chegada de todas as argumentações ela-
ganização de nossos escritos. O que lemos é produto de boradas. As ideias e os dados utilizados convergem para
um pensamento transformado em texto. essa parte, em que a exposição ou discussão se fecha.
Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen- Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma
sar, quando escrevemos sempre procuramos uma manei- brecha para uma possível continuidade do assunto; ou
ra organizada do leitor compreender as nossas ideias. A seja, possui atributos de síntese. A discussão não deve
finalidade da escrita é direcionar totalmente o que você ser encerrada com argumentos repetitivos, como por
quer dizer, por meio da comunicação. exemplo: “Portanto, como já dissemos antes...”, “Con-
Para isso, os elementos que compõem o texto se sub- cluindo...”, “Em conclusão...”.
dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. Sua proporção em relação à totalidade do texto deve
Todos eles devem ser organizados de maneira equilibrada. ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das
características de textos bem redigidos.
Introdução Os seguintes erros aparecem quando as conclusões
ficam muito longas:
LÍNGUA PORTUGUESA

Caracterizada pela entrada no assunto e a argumen- � O problema aparece quando não ocorre uma ex-
tação inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa ploração devida do desenvolvimento, o que gera
etapa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. uma invasão das ideias de desenvolvimento na
O seu tamanho raramente excede a 1/5 de todo o tex- conclusão.
to. Porém, em textos mais curtos, essa proporção não é � Outro fator consequente da insuficiência de fun-
equivalente. Neles, a introdução pode ser o próprio tí- damentação do desenvolvimento está na conclu-
tulo. Já nos textos mais longos, em que o assunto é ex- são precisar de maiores explicações, ficando bas-
posto em várias páginas, ela pode ter o tamanho de um tante vazia.

18
� Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no incoerência é resultado do mau uso dos elementos de
texto em que o autor fica girando em torno de coesão textual. Na organização de períodos e de pará-
ideias redundantes ou paralelas. grafos, um erro no emprego dos mecanismos gramati-
� Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeita- cais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Cons-
mente dispensáveis. truído com os elementos corretos, confere-se a ele uma
� Quando não tem clareza de qual é a melhor con- unidade formal.
clusão, o autor acaba se perdendo na argumenta- Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enun-
ção final. ciado não se constrói com um amontoado de palavras e
orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de
Em relação à abertura para novas discussões, a con- dependência e independência sintática e semântica, reco-
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguin- bertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam
tes fatores: estes princípios”.
� Para não influenciar a conclusão do leitor so- Não se deve escrever frases ou textos desconexos –
bre temas polêmicos, o autor deixa a conclusão em
é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as
aberto.
frases estejam coesas e coerentes formando o texto. Re-
� Para estimular o leitor a ler uma possível con-
lembre-se de que, por coesão, entende-se ligação, rela-
tinuidade do texto, o autor não fecha a discussão
de propósito. ção, nexo entre os elementos que compõem a estrutura
� Por apenas apresentar dados e informações so- textual.
bre o tema a ser desenvolvido, o autor não deseja
concluir o assunto. Formas de se garantir a coesão entre os elementos
� Para que o leitor tire suas próprias conclusões, de uma frase ou de um texto
o autor enumera algumas perguntas no final do
texto. � Substituição de palavras com o emprego de sinô-
nimos - palavras ou expressões do mesmo campo
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o associativo.
autor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técni- � Nominalização – emprego alternativo entre um
ca é um roteiro, em que estão presentes os planejamen- verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente
tos. Naquele devem estar indicadas as melhores sequên- (desgastar / desgaste / desgastante).
cias a serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais � Emprego adequado de tempos e modos verbais:
enxuto possível. Embora não gostassem de estudar, participaram da
aula.
SITE � Emprego adequado de pronomes, conjunções,
Disponível em:
preposições, artigos:
<http://producao-de-textos.info/mos/view/Carac-
ter%C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/>
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
Coesão e Coerência
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito
Na construção de um texto, assim como na fala, usa- por elas.
mos mecanismos para garantir ao interlocutor a com- � Uso de hipônimos – relação que se estabelece
preensão do que é dito, ou lido. Estes mecanismos lin- com base na maior especificidade do significado
guísticos que estabelecem a coesão e retomada do que de um deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e
foi escrito - ou falado - são os referentes textuais, que móvel (mais genérico).
buscam garantir a coesão textual para que haja coerên- � Emprego de hiperônimos - relações de um termo
cia, não só entre os elementos que compõem a oração, de sentido mais amplo com outros de sentido mais
como também entre a sequência de orações dentro do específico. Por exemplo, felino está numa relação
texto. Essa coesão também pode muitas vezes se dar de de hiperonímia com gato.
modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores � Substitutos universais, como os verbos vicários.
que os participantes do processo têm com o tema.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima- Verbo vicário é aquele que substitui outro já utilizado
ginária - composta de termos e expressões - que une no período, evitando repetições. Geralmente é o verbo
os diversos elementos do texto e busca estabelecer rela- fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. Faço porque
ções de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego preciso. O “faço” foi empregado no lugar de “estudo”,
LÍNGUA PORTUGUESA

de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, evitando repetição desnecessária.


substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de
pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se A coesão apoiada na gramática se dá no uso de co-
frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto nectivos, como pronomes, advérbios e expressões ad-
– decorre daí a coerência textual. verbiais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse jus-
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou tifica-se quando, ao remeter a um enunciado anterior,
o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa a palavra elidida é facilmente identificável (Exemplo.: O

19
jovem recolheu-se cedo. Sabia que ia necessitar de todas a) redução da poluição / banimento da circulação de car-
as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, ros / erosão dos monumentos;
assim, estabelece a relação entre as duas orações). b) banimento da circulação de carros / erosão dos monu-
mentos / redução da poluição;
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- c) erosão dos monumentos / redução da poluição / bani-
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou mento da circulação de carros;
ao próprio discurso. Exercem, por excelência, essa fun- d) redução da poluição / erosão dos monumentos / ba-
ção de progressão textual, dada sua característica: são nimento da circulação de carros;
elementos que não significam, apenas indicam, remetem e) erosão dos monumentos / banimento da circulação de
aos componentes da situação comunicativa. carros / redução da poluição.
Já os componentes concentram em si a significação.
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: Resposta: Letra E. “A prefeitura da capital italiana
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais in- anunciou que vai banir a circulação de carros a diesel
dicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes no centro a partir de 2024. O objetivo é reduzir a po-
demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, luição, que contribui para a erosão dos monumentos”.
bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento Primeiro ocorreu a erosão dos monumentos (=1) de-
da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterio- vido à poluição; optou-se pelo banimento da circula-
ridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste ção dos carros (=2) para que a poluição diminua (=3),
momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, o que preservará os monumentos.
há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante,
no próximo ano, depois de (futuro).” 2. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO –
CESGRANRIO-2018) A ideia a que o pronome destaca-
A coerência de um texto está ligada: do se refere está adequadamente explicitada entre col-
1. à sua organização como um todo, em que devem chetes em:
estar assegurados o início, o meio e o fim;
2. à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um
a) “Ela é produzida de forma descentralizada por mi-
texto técnico, por exemplo, tem a sua coerência
lhares de computadores, mantidos por pessoas que
fundamentada em comprovações, apresentação
‘emprestam’ a capacidade de suas máquinas para criar
de estatísticas, relato de experiências; um texto
bitcoins” [computadores]
informativo apresenta coerência se trabalhar com
b) “No processo de nascimento de uma bitcoin, que é
linguagem objetiva, denotativa; textos poéticos,
chamado de ´mineração´, os computadores conecta-
por outro lado, trabalham com a linguagem figura-
dos à rede competem entre si” [bitcoin]
da, livre associação de ideias, palavras conotativas.
c) “O nível de dificuldade dos desafios é ajustado pela
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA rede, para que a moeda cresça dentro de uma faixa
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa. limitada, que é de até 21 milhões de unidades” [rede]
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá- d) “Elas são guardadas em uma espécie de carteira, que
tica – volume único – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. é criada quando o usuário se cadastra no software.”
[espécie ]
SITE e) “Críticos afirmam que a moeda vive uma bolha que em
Disponível em: <http://www.mundovestibular.com. algum momento deve estourar.” [bolha]
br/articles/2586/1/COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/
Paacutegina1.html> Resposta: Letra E. Em “a”: “Ela é produzida de forma
descentralizada por milhares de computadores, man-
tidos por pessoas que (= as quais – retoma o termo
“pessoas”)
Em “b”: “No processo de nascimento de uma bitcoin,
EXERCÍCIOS COMENTADOS que é chamado de ‘mineração’ (= o qual - retoma o
termo “processo de nascimento”)
1. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO Em “c”: “O nível de dificuldade dos desafios é ajustado
GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) pela rede, para que a moeda cresça dentro de uma
faixa limitada, que é de até 21 milhões de unidades” =
Texto 2 retoma o termo “faixa limitada”
Em “d”: “Elas são guardadas em uma espécie de cartei-
LÍNGUA PORTUGUESA

“A prefeitura da capital italiana anunciou que vai banir a ra, que é criada (= a qual – retoma “carteira”)
circulação de carros a diesel no centro a partir de 2024. O Em “e”: “Críticos afirmam que a moeda vive uma bolha
objetivo é reduzir a poluição, que contribui para a erosão que (= a qual) em algum momento deve estourar.”
dos monumentos”. [bolha] = correta
(Veja, 7/3/2018)

A ordem cronológica dos fatos citados no texto 2 é:

20
3. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES- No fim das contas, vale um lembrete que pode ajudar a
GRANRIO-2018-ADAPTADA) conter os impulsos na hora de comprar um novo smar-
O vício da tecnologia tphone ou alguma novidade de mercado: compare o efeito
momentâneo da dopamina com o impacto de imaginar
Entusiastas de tecnologia passaram a semana com os como ficarão as faturas do seu cartão de crédito com a
olhos voltados para uma exposição de novidades eletrô- nova compra.
nicas realizada recentemente nos Estados Unidos. Entre O choque ao constatar o rombo em seu orçamento pode
as inovações, estavam produtos relacionados a experi- ser suficiente para que você decida pensar duas vezes a
ências de realidade virtual e à utilização de inteligência respeito da aquisição.
artificial — que hoje é um dos temas que mais desperta DANA, S. O Globo. Economia. Rio de Janeiro, 16 jan. 2018.
interesse em profissionais da área, tendo em vista a am- Adaptado.
pliação do uso desse tipo de tecnologia nos mais diver-
sos segmentos. A ideia a que a expressão destacada se refere está expli-
Mais do que prestar atenção às novidades lançadas no citada adequadamente entre colchetes em:
evento, vale refletir sobre o motivo que nos leva a uma a) “relacionados a experiências de realidade virtual e à
ansiedade tão grande para consumir produtos que pro- utilização de inteligência artificial — que hoje é um
metem inovação tecnológica. Por que tanta gente se dis- dos temas que mais desperta interesse em profissio-
põe a dormir em filas gigantescas só para ser um dos nais da área” [experiências de realidade virtual]
primeiros a comprar um novo modelo de smartphone? b) “tendo em vista a ampliação do uso desse tipo de tec-
Por que nos dispomos a pagar cifras astronômicas para nologia nos mais diversos segmentos” [inteligência
comprar aparelhos que não temos sequer certeza de que artificial]
serão realmente úteis em nossas rotinas? c) “a compra de uma novidade tecnológica atende a essa
A teoria de um neurocientista da Universidade de Oxford última necessidade citada” [segurança]
(Inglaterra) ajuda a explicar essa “corrida desenfreada” d) “O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o
por novos gadgets. De modo geral, em nosso processo mais novo lançamento tecnológico dispara em nosso
evolutivo como seres humanos, nosso cérebro aprendeu cérebro a liberação de um hormônio chamado dopa-
a suprir necessidades básicas para a sobrevivência e a mina” [mapeamento cerebral]
perpetuação da espécie, tais como sexo, segurança e sta- e) “Ele é liberado quando nosso cérebro identifica algo
tus social. que represente uma recompensa.” [impulso cerebral]
Nesse sentido, a compra de uma novidade tecnológica
atende a essa última necessidade citada: nós nos senti- Resposta: Letra B. Ao texto:
mos melhores e superiores, ainda que momentaneamen- Em “a”: “relacionados a experiências de realidade vir-
te, quando surgimos em nossos círculos sociais com um tual e à utilização de inteligência artificial — que hoje
produto que quase ninguém ainda possui. é um dos temas que mais desperta interesse em pro-
Foi realizado um estudo de mapeamento cerebral que fissionais da área” [experiências de realidade virtual]
mostrou que imagens de produtos tecnológicos ativa- Nesse caso, a resposta se encontra na alternativa: in-
vam partes do nosso cérebro idênticas às que são ativa- teligência artificial
das quando uma pessoa muito religiosa se depara com Em “b”: “tendo em vista a ampliação do uso desse tipo
um objeto sagrado. Ou seja, não seria exagero dizer que de tecnologia nos mais diversos segmentos” [inteli-
o vício em novidades tecnológicas é quase uma religião gência artificial]
para os mais entusiastas. Texto: Entre as inovações, estavam produtos relaciona-
O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o mais dos a experiências de realidade virtual e à utilização de
novo lançamento tecnológico dispara em nosso cére- inteligência artificial — que hoje é um dos temas que
bro a liberação de um hormônio chamado dopamina, mais desperta interesse em profissionais da área, tendo
responsável por nos causar sensações de prazer. Ele é em vista a ampliação do uso desse tipo de tecnologia
liberado quando nosso cérebro identifica algo que repre- nos mais diversos segmentos.= correta
sente uma recompensa. Em “c”: “a compra de uma novidade tecnológica aten-
de a essa última necessidade citada” [segurança]
O grande problema é que a busca excessiva por recom-
pensas pode resultar em comportamentos impulsivos, Texto: (...) suprir necessidades básicas para a sobrevi-
que incluem vícios em jogos, apego excessivo a redes vência e a perpetuação da espécie, tais como sexo, se-
sociais e até mesmo alcoolismo. No caso do consumo, gurança e status social. / Nesse sentido, a compra de
podemos observar a situação problematizada aqui: gasto uma novidade tecnológica atende a essa última neces-
excessivo de dinheiro em aparelhos eletrônicos que nem sidade citada... = status social
LÍNGUA PORTUGUESA

sempre trazem novidade –– as atualizações de modelos Em “d”: “O ato de seguir esse impulso cerebral e com-
de smartphones, por exemplo, na maior parte das vezes prar o mais novo lançamento tecnológico dispara em
apresentam poucas mudanças em relação ao modelo nosso cérebro a liberação de um hormônio chamado
anterior, considerando-se seu preço elevado. Em outros dopamina” [mapeamento cerebral]
casos, gasta-se uma quantia absurda em algum aparelho (...) vício em novidades tecnológicas é quase uma re-
novo que não se sabe se terá tanta utilidade prática ou ligião para os mais entusiastas. / O ato de seguir esse
inovadora no cotidiano. impulso cerebral e comprar

21
Em “e”: “Ele é liberado quando nosso cérebro identi- Resposta; Letra D. Ainda hoje é o utilizado o termo
fica algo que represente uma recompensa.” [impulso “patrício” para se referir aos portugueses. “Patrício”
cerebral] significa “da mesma pátria”.
(...) a liberação de um hormônio chamado dopamina,
responsável por nos causar sensações de prazer. Ele é 5. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) To-
liberado = dopamina das as frases abaixo apresentam elementos sublinhados
que estabelecem coesão com elementos anteriores (aná-
4. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO AMBIEN- fora); a frase em que o elemento sublinhado se refere a
TE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018) um elemento futuro do texto (catáfora) é:

Texto I a) “A civilização converteu a solidão num dos bens mais


preciosos que a alma humana pode desejar”;
Portugueses no Rio de Janeiro b) “Todo o problema da vida é este: como romper a pró-
pria solidão”;
O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração portu- c) “É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de
guesa até meados dos anos cinquenta do século passa- viver com alguém que saiba pensar”;
do, quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa do d) “O homem ama a companhia, mesmo que seja apenas
mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um décimo a de uma vela que queima”;
de sua população urbana. Ali, os portugueses dedicam- e) “As pessoas que nunca têm tempo são aquelas que
-se ao comércio, sobretudo na área dos comestíveis, produzem menos”.
como os cafés, as panificações, as leitarias, os talhos,
além de outros ramos, como os das papelarias e lojas Resposta: Letra B. Em “a”: “A civilização converteu a
de vestuários. Fora do comércio, podem exercer as mais solidão num dos bens mais preciosos que a alma hu-
variadas profissões, como atividades domésticas ou as de mana pode desejar” = retoma “bens preciosos”
barbeiros e alfaiates. Há, de igual forma, entre os mais Em “b”: “Todo o problema da vida é este: como romper
afortunados, aqueles ligados à indústria, voltados para a própria solidão” = o pronome se refere ao período
construção civil, o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de que virá (= catáfora)
bebidas. Em “c”: “É sobretudo na solidão que se sente a vanta-
A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação gem de viver com alguém que saiba pensar” = retoma
de guetos, denota uma tendência para a sua concentra- “solidão”
Em “d”: “O homem ama a companhia, mesmo que seja
ção em determinados bairros, escolhidos, muitas das ve-
apenas a de uma vela que queima” = retoma “com-
zes, pela proximidade da zona de trabalho. No Centro da
panhia”
cidade, próximo ao grande comércio, temos um grupo
Em “e”: “As pessoas que nunca têm tempo são aque-
significativo de patrícios e algumas associações de por-
las que produzem menos” = retoma “pessoas”
te, como o Real Gabinete Português de Leitura e o Liceu
Literário Português. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio 6. (MPE-AL - TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO –
de Sá, Catumbi e Tijuca, outro ponto de concentração FGV-2018)
da colônia, se localizam outras associações portuguesas,
como a Casa de Portugal e um grande número de casas Não Faltou Só Espinafre
regionais. Há, ainda, pequenas concentrações nos bairros
periféricos da cidade, como Jacarepaguá, originalmente A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos.
formado por quintas de pequenos lavradores; nos subúr- Mostrou também danos morais.
bios, como Méier e Engenho Novo; e nas zonas mais pri- Aconteceu num mercadinho de bairro em São Paulo. A
vilegiadas, como Botafogo e restante da zona sul carioca, dona, diligente, havia conseguido algumas verduras e
área nobre da cidade a partir da década de cinquenta, avisou à clientela. Formaram-se uma pequena fila e uma
preferida pelos mais abastados. grande discussão. Uma senhora havia arrematado todos
PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro: salazaristas e os dez maços de espinafre. No caixa, outras freguesas
opositores em manifestação na cidade. In: ALVES, Ida et alii. 450 perguntaram se ela tinha restaurante. Não tinha. Obser-
Anos de Portugueses no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Ofi cina varam que a verdura acabaria estragada. Ela explicou que
Raquel, 2017, pp. 260-1. Adaptado. ia cozinhar e congelar. Então, foram ao ponto: caramba,
“No Centro da cidade, próximo ao grande comércio, temos havia outras pessoas na fila, ela não poderia levar só o
um grupo significativo de patrícios e algumas associações que consumiria de imediato?
de porte”. No trecho acima, a autora usou em itálico a “Não, estou pagando e cheguei primeiro”, foi a resposta.
LÍNGUA PORTUGUESA

palavra destacada para fazer referência aos Compras exageradas nos supermercados, estoques do-
mésticos, filas nervosas nos postos de combustível – teve
muito comportamento na base de cada um por si.
a) luso-brasileiros
Cabem nessa categoria as greves e manifestações opor-
b) patriotas da cidade
tunistas. Governo, cedendo, também vou buscar o meu
c) habitantes da cidade – tal foi o comportamento de muita gente.
d) imigrantes portugueses Carlos A. Sardenberg, in O Globo, 31/05/2018.
e) compatriotas brasileiros

22
“A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos. para toda a sociedade. Porém, a inovação é verdadeira
Mostrou também danos morais”. A palavra ou expressão somente quando está fundamentada no conhecimento.
do primeiro período que leva à produção do segundo A capacidade de inovação depende da pesquisa, da ge-
período é ração de conhecimento. É necessário investir em pesqui-
sa para devolver resultados satisfatórios à sociedade. No
a) a crise. entanto, os resultados desse tipo de investimento não
b) não trouxe. são necessariamente recursos financeiros ou valores eco-
c) apenas. nômicos, podem ser também a qualidade de vida com
d) danos sociais. justiça social.
e) (danos) econômicos. Luís Afonso Bermúdez. O fermento tecnológico. In: Darcy. Re-
vista de jornalismo científico e cultural da Universidade de Brasília,
Resposta; Letra C. 1.º período: A crise não trouxe novembro e dezembro de 2009, p. 37 (com adaptações).
apenas danos sociais e econômicos.
2.º período: Mostrou também danos morais. Subentende-se da argumentação do texto que o pro-
A expressão que nos dá a ideia de que haverá mais nome demonstrativo, no trecho “desse tipo de investi-
informações que complementarão a primeira “tese” mento”, refere-se à ideia de “fermento do crescimento
apresentada é “apenas”. econômico e social de um país”.

( ) CERTO ( ) ERRADO
7. (IBGE – RECENSEADOR – FGV-2017)
Resposta: Errado. Ao trecho: (...) É necessário inves-
Texto 3 – “Silva, Oliveira, Faria, Ferreira... Todo mundo
tir em pesquisa para devolver resultados satisfatórios
tem um sobrenome e temos de agradecer aos romanos à sociedade. No entanto, os resultados desse tipo de
por isso. Foi esse povo, que há mais de dois mil anos investimento = investir em pesquisa / desse tipo de
ergueu um império com a conquista de boa parte das investimento.
terras banhadas pelo Mediterrâneo, o inventor da moda.
Eles tiveram a ideia de juntar ao nome comum, ou pre- 9. (MPU – ANALISTA DO MPU – CESPE-2015)
nome, um nome.
Por quê? Porque o império romano crescia e eles preci- Texto I
savam indicar o clã a que a pessoa pertencia ou o lugar
onde tinha nascido”. (Ciência Hoje, março de 2014) Na organização do poder político no Estado moderno,
à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a
“Todo mundo tem um sobrenome e temos de agradecer preservação da liberdade humana, de maneira a coibir
aos romanos por isso”. (texto 3) O pronome “isso”, nesse a desordem do estado de natureza, que, em virtude do
segmento do texto, se refere a(à): risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes,
exige a existência de um poder institucional. Mas a con-
a) todo mundo ter um sobrenome; quista da liberdade humana também reclama a distri-
b) sobrenomes citados no início do texto; buição do poder em ramos diversos, com a disposição
c) todos os sobrenomes hoje conhecidos; de meios que assegurem o controle recíproco entre eles
d) forma latina dos sobrenomes atuais; para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia
e) existência de sobrenomes nos documentos. nas sociedades estatais. A concentração do poder em um
só órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exer-
Resposta: Letra A. Todo mundo tem um sobrenome cício da liberdade. É que, como observou Montesquieu,
e temos de agradecer aos romanos por isso = ter um “todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai
sobrenome. até onde encontra limites. Para que não se possa abusar
do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o
poder limite o poder”.
8. (MPU – ANALISTA – ANTROPOLOGIA – CESPE-2010)
Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza
Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar a
as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se
eficiência, a produtividade e a competitividade nos pro-
concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua
cessos gerenciais e nos produtos e serviços das organi- separação; ninguém se arriscava a apresentar, sob a for-
zações. Ou seja, é o fermento do crescimento econômico ma de sistema coerente, as consequências de conceitos
e social de um país. Para isso, é preciso criatividade, ca- diversos”. Pensador francês do século XVIII, Montesquieu
pacidade de inventar e coragem para sair dos esquemas situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo
tradicionais. Inovador é o indivíduo que procura respos- de origem baconiana, não abandonando o rigor das
tas originais e pertinentes em situações com as quais ele certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém,
se defronta. É preciso uma atitude de abertura para as
LÍNGUA PORTUGUESA

refugindo às especulações metafísicas que, no plano da


coisas novas, pois a novidade é catastrófica para os mais idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a
céticos. Pode-se dizer que o caminho da inovação é um explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade
percurso de difícil travessia para a maioria das institui- civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos.
ções. Inovar significa transformar os pontos frágeis de Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Minis-
um empreendimento em uma realidade duradoura e lu- tério Público em função da proteção dos direitos humanos. Tese de
crativa. A inovação estimula a comercialização de produ- doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9. Internet: <www.teses.usp.
tos ou serviços e também permite avanços importantes br> (com adaptações).

23
No trecho “controle recíproco entre”, o pronome “eles” faz Estes elementos formadores da palavra recebem o
referência a “ramos diversos”. nome de morfemas. Através da união das informações
contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
( ) CERTO ( ) ERRADO tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tor-
Resposta: Errado. Ao período: (...) reclama a distri- nar claro”.
buição do poder em ramos diversos, com a dispo-
sição de meios que assegurem o controle recíproco Morfemas = são as menores unidades significativas
entre eles para o advento de um cenário de equilíbrio que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
e harmonia.
1. Classificação dos morfemas
10. (PC-PI – AGENTE DE POLÍCIA CIVIL – 3.ª CLAS-
SE – NUCEPE-2018 - ADAPTADA) Alguém apaixonado A) Radical, lexema ou semantema – é o elemento
sempre atrai novas oportunidades, se destaca do grupo, é portador de significado. É através do radical que
promovido primeiro, é celebrado quando volta de férias, podemos formar outras palavras comuns a um
é convidado para ser padrinho ou madrinha e para ser grupo de palavras da mesma família. Exemplo:
companhia em momentos prazerosos. Quanto melhor vi- pequeno, pequenininho, pequenez. O conjunto de
vemos, mais motivos surgem para vivermos bem. A pros- palavras que se agrupam em torno de um mesmo
peridade é um ciclo que se retroalimenta. O importante é radical denomina-se família de palavras.
decidir fazer parte dele. B) Afixos – elementos que se juntam ao radical antes
Em: O importante é decidir fazer parte dele, a palavra (os prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo:
Dele retoma, textualmente, beleza (sufixo), prever (prefixo), infiel (prefixo).
C) Desinências - Quando se conjuga o verbo amar,
a) ciclo. obtêm-se formas como amava, amavas, amava,
b) Alguém. amávamos, amáveis, amavam. Estas modificações
c) padrinho. ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexio-
d) grupo. nado em número (singular e plural) e pessoa (pri-
e) apaixonado. meira, segunda ou terceira). Também ocorrem se
modificarmos o tempo e o modo do verbo (ama-
Resposta: Letra A. Voltemos ao período: va, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
A prosperidade é um ciclo que se retroalimenta. O im-
concluir que existem morfemas que indicam as fle-
portante é decidir fazer parte dele.
xões das palavras. Estes morfemas sempre surgem
no fim das palavras variáveis e recebem o nome de
desinências. Há desinências nominais e desinên-
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS. cias verbais.
C.1 Desinências nominais: indicam o gênero e o
número dos nomes. Para a indicação de gênero, o
português costuma opor as desinências -o/-a: ga-
“Prezado Candidato, o tópico acima será aborda- roto/garota; menino/menina. Para a indicação de
do na íntegra no tópico: Domínio da estrutura mor- número, costuma-se utilizar o morfema –s, que in-
fossintática do período. Emprego das classes de pa- dica o plural em oposição à ausência de morfema,
lavras.” que indica o singular: garoto/garotos; garota/ga-
rotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso
dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de
DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁ- plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/re-
vólveres; cruz/cruzes.
TICA DO PERÍODO. EMPREGO DAS CLASSES
C.2 Desinências verbais: em nossa língua, as desi-
DE PALAVRAS.
nências verbais pertencem a dois tipos distintos.
Há desinências que indicam o modo e o tempo
(desinências modo-temporais) e outras que indi-
ESTRUTURA DAS PALAVRAS cam o número e a pessoa dos verbos (desinência
número-pessoais):
As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vis-
ta de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividi- cant-á-va-mos:
LÍNGUA PORTUGUESA

mos em seus menores elementos (partes) possuidores de cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência
sentido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituí- modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do in-
da por três elementos significativos: dicativo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a
In = elemento indicador de negação primeira pessoa do plural)
Explic – elemento que contém o significado básico da
palavra cant-á-sse-is:
Ável = elemento indicador de possibilidade cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência

24
modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do 2.2. Derivação por Acréscimo de Afixos
subjuntivo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza
a segunda pessoa do plural) É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (de-
rivadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A
D) Vogal temática derivação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge A) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o por acréscimo de prefixo.
radical às desinências, é chamado de vogal temá- In feliz / des leal
tica. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo Prefixo radical prefixo radical
o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temá-
tica) que se acrescentam as desinências. Tanto os B) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida
verbos como os nomes apresentam vogais temá- por acréscimo de sufixo.
ticas. No caso dos verbos, a vogal temática indica Feliz mente / leal dade
as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e Radical sufixo radical sufixo
(da 2.ª conjugação = escrever) e –i (3.ª conjugação
= partir). C) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acrés-
cimo simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassín-
D.1 Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, tese formam-se principalmente verbos.
quando átonas finais, como em mesa, artista, per- En trist ecer
da, escola, base, combate. Nestes casos, não pode-
Prefixo radical sufixo
ríamos pensar que essas terminações são desinên-
cias indicadoras de gênero, pois mesa e escola, por
En tard ecer
exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a estas
prefixo radical sufixo
vogais temáticas que se liga a desinência indica-
dora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes
Há dois casos em que a palavra derivada é formada
terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, ca-
qui, por exemplo) não apresentam vogal temática. sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
regressiva e a derivação imprópria.
D.2 Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que
caracterizam três grupos de verbos a que se dá o 2.3. Derivação
nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal
temática é -a pertencem à primeira conjugação; • Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à se- redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo,
gunda conjugação e os que têm vogal temática -i na formação de substantivos derivados de verbos.
pertencem à terceira conjugação. janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
(substantivo) – deriva de pescar (verbo)
E) Interfixos
São os elementos (vogais ou consoantes) que se in- • Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é
tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes- obtida pela mudança de categoria gramatical da
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por palavra primitiva. Não ocorre, pois, alteração na
exemplo: forma, mas somente na classe gramatical.
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “por-
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento. quê” deriva da conjunção porque)
2. Formação das Palavras Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva
do verbo olhar).
Há em Português palavras primitivas, palavras deriva-
das, palavras simples, palavras compostas.
A) Palavras primitivas: aquelas que, na língua por- #FicaDica
tuguesa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
B) Palavras derivadas: aquelas que, na língua por- A derivação regressiva “mexe” na estrutura
tuguesa, provêm de outra palavra: pedreiro, flori- da palavra, geralmente transforma verbos
cultura. em substantivos: caça = deriva de caçar, sa-
C) Palavras simples: aquelas que possuem um só ra- que = deriva de sacar
dical: azeite, cavalo. A derivação imprópria não “mexe” com a
D) Palavras compostas: aquelas que possuem mais
palavra, apenas faz com que ela pertença a
de um radical: couve-flor, planalto.
uma classe gramatical “imprópria” da qual
As palavras compostas podem ou não ter seus ele-
LÍNGUA PORTUGUESA

mentos ligados por hífen. ela realmente, ou melhor, costumeiramen-


te faz parte. A alteração acontece devido à
2.1. Processos de Formação de Palavras presença de outros termos, como artigos,
por exemplo:
Na Língua Portuguesa há muitos processos de for- O verde das matas! (o adjetivo “verde” pas-
mação de palavras. Entre eles, os mais comuns são a de- sou a funcionar como substantivo devido à
rivação, a composição, a onomatopeia, a abreviação e o presença do artigo “o”)
hibridismo.

25
2.4. Composição b) palavra primitiva
c) palavra derivada
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais d) neologismo
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de
composição: justaposição e aglutinação. Resposta: Letra C. en + triste + ido (com consoante
A) Justaposição: ocorre quando os elementos que de ligação “c”) = ao radical “triste” foram acrescidos o
formam o composto são postos lado a lado, ou prefixo “en” e o sufixo “ido”, ou seja, “entristecido” é
seja, justapostos: para-raios, corre-corre, guarda- palavra derivada do processo de formação de palavras
-roupa, segunda-feira, girassol. chamado de: prefixação e sufixação. Para o exercício,
B) Composição por aglutinação: ocorre quando os basta “derivada”!
elementos que formam o composto aglutinam-se
e pelo menos um deles perde sua integridade so- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
nora: aguardente (água + ardente), planalto (plano SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
+ alto), pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
acre). CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. –
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir São Paulo: Saraiva, 2010.
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras: li-
teratura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.
Abreviação – é a redução de palavras até o limite
permitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu SITE
(pneumático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). Disponível em: http://www.brasilescola.com/gramati-
ca/estrutura-e-formacao-de-palavras-i.htm
Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras ini-
ciais: p. ou pág. (para página), Sr. (para senhor). CLASSES DE PALAVRAS

Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se Adjetivo


reduzem locuções substantivas próprias às suas letras
iniciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas im- É a palavra que expressa uma qualidade ou caracterís-
puras), que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas tica do ser e se relaciona com o substantivo, concordan-
puras); DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (si- do com este em gênero e número.
glas impuras). As praias brasileiras estão poluídas.
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos
Hibridismo: é a palavra formada com elementos (plural e feminino, pois concordam com “praias”).
oriundos de línguas diferentes: automóvel (auto: grego;
móvel: latim); sociologia (socio: latim; logia: grego); sam- 1. Locução adjetiva
bódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego).
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mes-
EXERCÍCIOS COMENTADOS ma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição +
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Lo-
cução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo).
1. (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊN- Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem
CIA SOCIAL – SUPERIOR - CEPERJ/2014) A palavra “in- freio (paixão desenfreada).
fraestrutura” é formada pelo seguinte processo:
Observe outros exemplos:
a) sufixação
b) prefixação
c) parassíntese de águia aquilino
d) justaposição de aluno discente
e) aglutinação de anjo angelical
Resposta: Letra B. Infra = prefixo + estrutura – temos de ano anual
a junção de um prefixo com um radical, portanto: de-
LÍNGUA PORTUGUESA

de aranha aracnídeo
rivação prefixal (ou prefixação).
de boi bovino
2. (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG – de cabelo capilar
AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – MÉDIO de cabra caprino
- IBFC/2014) O vocábulo “entristecido” é um exemplo de:
de campo campestre ou rural
a) palavra composta

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Estados e cidades brasileiras:
de chuva pluvial
de criança pueril
Alagoas alagoano
de dedo digital
Amapá amapaense
de estômago estomacal ou gástrico
Aracaju aracajuano ou aracajuense
de falcão falconídeo
Amazonas amazonense ou baré
de farinha farináceo
Belo Horizonte belo-horizontino
de fera ferino
Brasília brasiliense
de ferro férreo
Cabo Frio cabo-friense
de fogo ígneo
Campinas campineiro ou campinense
de garganta gutural
de gelo glacial 4. Adjetivo Pátrio Composto
de guerra bélico Na formação do adjetivo pátrio composto, o primei-
de homem viril ou humano ro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente,
erudita. Observe alguns exemplos:
de ilha insular
África afro- / Cultura afro-americana
de inverno hibernal ou invernal
Alemanha germano- ou teuto-/Competições
de lago lacustre
teuto-inglesas
de leão leonino
América américo- / Companhia américo-africana
de lebre l eporino
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
de lua lunar ou selênico
China sino- / Acordos sino-japoneses
de madeira lígneo
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
de mestre magistral
Europa euro- / Negociações euro-americanas
de ouro áureo
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
de paixão passional
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
de pâncreas pancreático
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
de porco suíno ou porcino
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
dos quadris ciático
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
de rio fluvial
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros
de sonho onírico
de velho senil 5. Flexão dos adjetivos
de vento eólico O adjetivo varia em gênero, número e grau.
de vidro vítreo ou hialino
6. Gênero dos Adjetivos
de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico Os adjetivos concordam com o substantivo a que se
referem (masculino e feminino). De forma semelhante
Observação: aos substantivos, classificam-se em:
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo corres-
pondente, com o mesmo significado: Vi as alunas da 5ª A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o
série. / O muro de tijolos caiu. masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e
má.
2. Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática): Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função feminino somente o último elemento: o moço norte-a-
LÍNGUA PORTUGUESA

dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuan- mericano, a moça norte-americana.
do como adjunto adnominal ou como predicativo (do Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
sujeito ou do objeto).
B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o mas-
3. Adjetivo Pátrio (ou gentílico) culino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. no feminino: conflito político-social e desavença político-
Observe alguns deles: -social.

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7. Número dos Adjetivos Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de In-
ferioridade
A) Plural dos adjetivos simples
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/supe-
ruins, boa e boas. rior, grande/maior, baixo/inferior.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a pa- Observe que:
lavra que estiver qualificando um elemento for, original-  As formas menor e pior são comparativos de su-
mente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. perioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais
Exemplo: a palavra cinza é, originalmente, um substanti- mau, respectivamente.
vo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcio-  Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
nará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo: cami- (melhor, pior, maior e menor), porém, em compa-
sas cinza, ternos cinza. rações feitas entre duas qualidades de um mesmo
Motos vinho (mas: motos verdes) elemento, deve-se usar as formas analíticas mais
Paredes musgo (mas: paredes brancas). bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). exemplo:
B) Adjetivo Composto Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- elementos.
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Ape- Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
nas o último elemento concorda com o substantivo a que duas qualidades de um mesmo elemento.
se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In-
Caso um dos elementos que formam o adjetivo com- ferioridade
posto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo Sou menos passivo (do) que tolerante.
composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra “rosa”
é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver qua- B) Superlativo
lificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso O superlativo expressa qualidades num grau muito
se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou rela-
composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo
tivo e apresenta as seguintes modalidades:
composto inteiro ficará invariável. Veja:
B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a quali-
Camisas rosa-claro.
dade de um ser é intensificada, sem relação com outros
Ternos rosa-claro.
seres. Apresenta-se nas formas:
Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.  Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. palavras que dão ideia de intensidade (advérbios).
Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Observação:  Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre
invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, Observe alguns superlativos sintéticos:
vestidos cor-de-rosa.
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- benéfico - beneficentíssimo
mentos flexionados: crianças surdas-mudas.
bom - boníssimo ou ótimo
8. Grau do Adjetivo comum - comuníssimo
cruel - crudelíssimo
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a in-
tensidade da qualidade do ser. São dois os graus do ad- difícil - dificílimo
jetivo: o comparativo e o superlativo. doce - dulcíssimo

A) Comparativo fácil - facílimo


Nesse grau, comparam-se a mesma característica fiel - fidelíssimo
atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais caracte-
LÍNGUA PORTUGUESA

rísticas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade
de igualdade, de superioridade ou de inferioridade. de um ser é intensificada em relação a um conjunto de
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade seres. Essa relação pode ser:
No comparativo de igualdade, o segundo termo da com-  De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
paração é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão. todas.
 De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Su-
todas.
perioridade

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O superlativo absoluto analítico é expresso por meio  de igualdade: tão + advérbio + quanto (como):
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, Renato fala tão alto quanto João.
antepostos ao adjetivo.  de inferioridade: menos + advérbio + que (do
O superlativo absoluto sintético se apresenta sob que): Renato fala menos alto do que João.
duas formas: uma erudita - de origem latina – e outra  de superioridade:
popular - de origem vernácula. A forma erudita é cons- A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
tituída pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos fala mais alto do que João.
-íssimo, -imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo; A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato
a popular é constituída do radical do adjetivo português fala melhor que João.
+ o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo B) Grau Superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- O superlativo pode ser analítico ou sintético:
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: Re-
– cheíssimo. nato fala muito alto.
muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS de modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala al-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São tíssimo.
Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Observação:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- comuns na língua popular.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
A criança levantou cedinho. (muito cedo)
SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ 2. Classificação dos Advérbios
morf32.php
De acordo com a circunstância que exprime, o advér-
bio pode ser de:
Advérbio A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, aco-
lá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde,
Compare estes exemplos: perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, de-
O ônibus chegou. fronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures,
O ônibus chegou ontem. aquém, embaixo, externamente, à distância, à dis-
tância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à
esquerda, ao lado, em volta.
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o
B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente,
tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e
antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora,
do próprio advérbio.
sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constan-
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei
temente, entrementes, imediatamente, primeira-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio
mente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes,
(bem) à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um ad- quando, de quando em quando, a qualquer mo-
jetivo (claros) mento, de tempos em tempos, em breve, hoje em
dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acres- C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, de-
centar ideia de: pressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às cla-
Tempo: Ela chegou tarde. ras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
Lugar: Ele mora aqui. poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em
Modo: Eles agiram mal. geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em
Negação: Ela não saiu de casa. vão e a maior parte dos que terminam em “-men-
Dúvida: Talvez ele volte. te”: calmamente, tristemente, propositadamente,
pacientemente, amorosamente, docemente, escan-
1. Flexão do Advérbio dalosamente, bondosamente, generosamente.
LÍNGUA PORTUGUESA

D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto,


Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- efetivamente, certo, decididamente, deveras, indu-
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, bitavelmente.
porém, admitem a variação em grau. Observe: E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
A) Grau Comparativo F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, pro-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo vavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo,
modo que o comparativo do adjetivo: quem sabe.

29
G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em ex-
Aonde vai? Perguntei aonde ia.
cesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto,
quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, Donde vens? Pergunto donde vens.
nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, Quando voltas? Pergunto quando voltas.
extremamente, intensamente, grandemente, bem
(quando aplicado a propriedades graduáveis). 5. Locução Adverbial
H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Quando há duas ou mais palavras que exercem fun-
Brando, o vento apenas move a copa das árvores. ção de advérbio, temos a locução adverbial, que pode
I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam- expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordi-
bém. Por exemplo: O indivíduo também amadurece nariamente por uma preposição. Veja:
durante a adolescência. A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto,
J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por para dentro, por aqui, etc.
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
aos meus amigos por comparecerem à festa. C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão,
em geral, frente a frente, etc.
D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
Saiba que: hoje em dia, nunca mais, etc.
Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo,
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei o adjetivo e outro advérbio:
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos Chegou muito cedo. (advérbio)
tarde possível. Joana é muito bela. (adjetivo)
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, De repente correram para a rua. (verbo)
em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
calma e respeitosamente. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
3. Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Há palavras como muito, bastante, que podem apare- O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
cer como advérbio e como pronome indefinido. bio: Cheguei primeiro.
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. adverbial desempenham na oração a função de adjunto
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advér-
bio. Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
#FicaDica
verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
Como saber se a palavra bastante é advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefi- dade e de tempo, respectivamente.
nido (varia, sofre flexão)? Se der, na frase, para
substituir o “bastante” por “muito”, estamos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
diante de um advérbio; se der para substituir Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
1. Estudei bastante para o concurso. (estudei Paulo: Saraiva, 2010.
muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
2. Estudei bastantes capítulos para o concurso. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
(estudei muitos capítulos) = pronome indefinido SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
4. Advérbios Interrogativos
morf75.php
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referen-
tes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Artigo
LÍNGUA PORTUGUESA

O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-


Interrogação Direta Interrogação Indireta -se como o termo variável que serve para individualizar
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu. ou generalizar o substantivo, indicando, também, o gê-
nero (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Onde mora? Indaguei onde morava. Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
Por que choras? Não sei por que choras. riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns]).

30
A) Artigos definidos – São usados para indicar se- ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SAC-
res determinados, expressos de forma individual: O CONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi.
concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
muito. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres de reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
modo vago, impreciso: Uma candidata foi aprova- Paulo: Saraiva, 2010.
da! Umas candidatas foram aprovadas!
SITE
1. Circunstâncias em que os artigos se manifestam: http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm

Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do


numeral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal con- Conjunção
teúdo.
Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos) Além da preposição, há outra palavra também inva-
admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de riável que, na frase, é usada como elemento de ligação:
Janeiro, Veneza, A Bahia... a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou duas
Quando indicado no singular, o artigo definido pode palavras de mesma função em uma oração:
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
No caso de nomes próprios personativos, denotando O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso São Paulo.
do artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
Pedro é o xodó da família.
No caso de os nomes próprios personativos estarem 1. Morfossintaxe da Conjunção
no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
os Incas, Os Astecas... As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do
artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”. 2. Classificação da Conjunção
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- De acordo com o tipo de relação que estabelecem,
dos. (qualquer classe) as conjunções podem ser classificadas em coordenati-
Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa- vas e subordinativas. No primeiro caso, os elementos
cultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso. ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro.
Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da uni-
A utilização do artigo indefinido pode indicar uma dade de sentido que cada um dos elementos possui. Já
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela
ter é uns vinte anos. conjunção depende da existência do outro. Veja:
O artigo também é usado para substantivar palavras Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o por- Podemos separá-las por ponto:
quê de tudo isso. / O bem vence o mal. Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.

2. Há casos em que o artigo definido não pode ser Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
usado: quentemente, orações coordenadas) coordenativa –
Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas “mas”. Já em:
conhecidas: O professor visitará Roma. Espero que eu seja aprovada no concurso!
Não conseguimos separar uma oração da outra, pois
Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre- a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração
sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período te-
bela Roma. mos uma oração subordinada substantiva objetiva direta
(ela exerce a função de objeto direto do verbo da oração
Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria principal).
sairá agora?
Exceção: O senhor vai à festa? 3. Conjunções Coordenativas
Após o pronome relativo “cujo” e suas variações: Esse
LÍNGUA PORTUGUESA

é o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o can- São aquelas que ligam orações de sentido completo
didato cuja nota foi a mais alta. e independente ou termos da oração que têm a mesma
função gramatical. Subdividem-se em:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e
Paulo: Saraiva, 2010. não), não só... mas também, não só... como também,
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- bem como, não só... mas ainda.

31
A sua pesquisa é clara e objetiva. B) Concessivas: introduzem uma oração que expres-
Não só dança, mas também canta. sa ideia contrária à da principal, sem, no entanto,
impedir sua realização. São elas: embora, ainda
B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por
expressando ideia de contraste ou compensação. mais que, posto que, conquanto, etc.
São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
no entanto, não obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. C) Condicionais: introduzem uma oração que indica
a hipótese ou a condição para ocorrência da princi-
C) Alternativas: ligam orações ou palavras, expres- pal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não
sando ideia de alternância ou escolha, indicando ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
fatos que se realizam separadamente. São elas: ou, Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, tal-
vez... talvez.
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário. #FicaDica
Você deve ter percebido que a conjunção
D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
condicional “se” também é conjunção inte-
que expressa ideia de conclusão ou consequência.
grante. A diferença é clara ao ler as orações
São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por
que são introduzidas por ela. Acima, ela nos
conseguinte, por isso, assim.
dá a ideia da condição para que recebamos
Marta estava bem preparada para o teste, portanto
um telefonema (se for preciso ajuda). Já na
não ficou nervosa.
oração: Não sei se farei o concurso. Não
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.
há ideia de condição alguma, há? Outra coi-
sa: o verbo da oração principal (sei) pede
E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração
complemento (objeto direto, já que “quem
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São
não sabe, não sabe algo”). Portanto, a oração
elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.
em destaque exerce a função de objeto di-
Não demore, que o filme já vai começar.
reto da oração principal, sendo classificada
Falei muito, pois não gosto do silêncio!
como oração subordinada substantiva obje-
4. Conjunções Subordinativas
tiva direta.
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma de-
las dependente da outra. A oração dependente, intro- D) Conformativas: introduzem uma oração que ex-
duzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome prime a conformidade de um fato com outro. São
de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha elas: conforme, como (= conforme), segundo, con-
começado quando ela chegou. soante, etc.
O baile já tinha começado: oração principal O passeio ocorreu como havíamos planejado.
quando: conjunção subordinativa (adverbial tempo-
ral) E) Finais: introduzem uma oração que expressa a fi-
ela chegou: oração subordinada nalidade ou o objetivo com que se realiza a oração
principal. São elas: para que, a fim de que, que, por-
As conjunções subordinativas subdividem-se em in- que (= para que), que, etc.
tegrantes e adverbiais: Toque o sinal para que todos entrem no salão.

Integrantes - Indicam que a oração subordinada por F) Proporcionais: introduzem uma oração que ex-
elas introduzida completa ou integra o sentido da prin- pressa um fato relacionado proporcionalmente à
cipal. Introduzem orações que equivalem a substantivos, ocorrência do expresso na principal. São elas: à
ou seja, as orações subordinadas substantivas. São elas: medida que, à proporção que, ao passo que e as
que, se. combinações quanto mais... (mais), quanto me-
Quero que você volte. (Quero sua volta) nos... (menos), quanto menos... (mais), quanto me-
nos... (menos), etc.
Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exer- O preço fica mais caro à medida que os produtos es-
ce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo casseiam.
com a circunstância que expressam, classificam-se em:
Observação:
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Causais: introduzem uma oração que é causa da São incorretas as locuções proporcionais à medida
ocorrência da oração principal. São elas: porque, em que, na medida que e na medida em que.
que, como (= porque, no início da frase), pois que,
visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde G) Temporais: introduzem uma oração que acrescen-
que, etc. ta uma circunstância de tempo ao fato expresso na
oração principal. São elas: quando, enquanto, antes
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios. que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde

32
que, sempre que, assim que, agora que, mal (= as- Psiu!
sim que), etc. contexto: alguém pronunciando esta expressão na
rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te cha-
A briga começou assim que saímos da festa. mando! Ei, espere!”

H) Comparativas: introduzem uma oração que ex- Psiu!


pressa ideia de comparação com referência à ora- contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-
ção principal. São elas: como, assim como, tal como, nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silên-
como se, (tão)... como, tanto como, tanto quanto, do cio!”
que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (com-
binado com menos ou mais), etc. Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. puxa: interjeição; tom da fala: euforia
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
puxa: interjeição; tom da fala: decepção
I) Consecutivas: introduzem uma oração que expres- As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
sa a consequência da principal. São elas: de sorte
que, de modo que, sem que (= que não), de forma A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo ale-
que, de jeito que, que (tendo como antecedente na gria, tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito interes-
oração principal uma palavra como tal, tão, cada, sante!
tanto, tamanho), etc. B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do minha frente.
exame.
As interjeições podem ser formadas por:
 simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
FIQUE ATENTO!  palavras: Oba! Olá! Claro!
Muitas conjunções não têm classificação  grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu
única, imutável, devendo, portanto, ser clas- Deus! Ora bolas!
sificadas de acordo com o sentido que apre-
sentam no contexto (destaque da Zê!). 1. Classificação das Interjeições

Comumente, as interjeições expressam sentido de:


A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Atenção! Olha! Alerta!
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua!
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva!
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
Paulo: Saraiva, 2010. Ânimo! Adiante!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!
SITE H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamen-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
te! Essa não! Chega! Basta!
morf84.php
I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Quei-
Interjeição ra Deus!
J) Desculpa: Perdão!
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo- K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena!
ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin- L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê!
guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus!
maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz!
sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios!
decorrente de uma situação particular, um momento ou Puxa! Pô! Ora!
um contexto específico. Exemplos: O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me,
LÍNGUA PORTUGUESA

Hum! Esse pudim estava maravilhoso! Deus!


hum: expressão de um pensamento súbito = inter- Q) Silêncio: Psiu! Silêncio!
jeição R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!

O significado das interjeições está vinculado à ma- Saiba que:


neira como elas são proferidas. O tom da fala é que dita As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não so-
o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto frem variação em gênero, número e grau como os no-
em que for utilizada. Exemplos: mes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e

33
voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al- palavras consideradas numerais porque denotam quan-
gumas interjeições sofrem variação em grau. Não se trata tidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos:
de um processo natural desta classe de palavra, mas tão década, dúzia, par, ambos(as), novena.
só uma variação que a linguagem afetiva permite. Exem-
plos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. 1. Classificação dos Numerais

2. Locução Interjetiva A) Cardinais: indicam quantidade exata ou determi-


nada de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns car-
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma dinais têm sentido coletivo, como por exemplo:
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem século, par, dúzia, década, bimestre.
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus!
Toda frase mais ou menos breve dita em tom excla- B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém
mativo torna-se uma locução interjetiva, dispensando ou alguma coisa ocupa numa determinada se-
análise dos termos que a compõem: Macacos me mor- quência: primeiro, segundo, centésimo, etc.
dam!, Valha-me Deus!, Quem me dera!
1. As interjeições são como frases resumidas, sinté-
ticas. Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava por #FicaDica
essa!) / Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe)
2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, ante-
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras penúltimo, final e penúltimo também indi-
classes gramaticais podem aparecer como inter- cam posição dos seres, mas são classificadas
jeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / Fora! como adjetivos, não ordinais.
Francamente! (Advérbios)
3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
-frase” porque sozinha pode constituir uma men- C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade,
sagem. Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! Silêncio! ou seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois
Fique quieto! quintos, etc.
4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi- D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação
tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: dos seres, indicando quantas vezes a quantidade
Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-ta- foi aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
que! Quá-quá-quá!, etc. 2. Flexão dos numerais
5. Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
com a sua homônima “oh!”, que exprime admira- uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/
ção, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/
do “oh!” exclamativo e não a fazemos depois do quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão,
“ó” vocativo. Por exemplo: “Ó natureza! ó mãe pie- variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais
dosa e pura!” (Olavo Bilac) cardinais são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa primeiro segundo milésimo
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá- primeira segunda milésima
tica – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus primeiros segundos milésimos
Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
primeiras segundas milésimas
SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
morf89.php atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do es-
forço e conseguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
NUMERAL flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses
triplas do medicamento.
Numeral é a palavra variável que indica quantidade Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes- número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa deter- duas terças partes.
LÍNGUA PORTUGUESA

minada sequência. Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma


Os numerais traduzem, em palavras, o que os núme- dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
ros indicam em relação aos seres. Assim, quando a ex- É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
pressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização
trata de numerais, mas sim de algarismos. de sentido. É o que ocorre em frases como:
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem “Me empresta duzentinho...”
a ideia expressa pelos números, existem mais algumas É artigo de primeiríssima qualidade!

34
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)

3. Emprego e Leitura dos Numerais

Os numerais são escritos em conjunto de três algarismos, contados da direita para a esquerda, em forma de cente-
nas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma separação através de ponto ou espaço correspondente a um ponto:
8.234.456 ou 8 234 456.

Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar exagero intencional, constituindo a figura de linguagem conhe-
cida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
No português contemporâneo, não se usa a conjunção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em mil novecentos
e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhentos
reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo;

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)

#FicaDica
Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por associação. Ficará mais fácil!

Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma
e outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua uti-
lização exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é
dispensado caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
LÍNGUA PORTUGUESA

três terceiro triplo, tríplice terço


quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo

35
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
LÍNGUA PORTUGUESA

http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, nor-
malmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na

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estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e 2. Relações semânticas (= de sentido) estabeleci-
possuem valores semânticos indispensáveis para a com- das por meio das preposições:
preensão do texto. Destino = Irei a Salvador.
Modo = Saiu aos prantos.
1. Tipos de Preposição Lugar = Sempre a seu lado.
Assunto = Falemos sobre futebol.
A) Preposições essenciais: palavras que atuam ex- Tempo = Chegarei em instantes.
clusivamente como preposições: a, ante, perante, Causa = Chorei de saudade.
após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, Fim ou finalidade = Vim para ficar.
por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para Instrumento = Escreveu a lápis.
com. Posse = Vi as roupas da mamãe.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes Autoria = livro de Machado de Assis
gramaticais que podem atuar como preposições, Companhia = Estarei com ele amanhã.
ou seja, formadas por uma derivação imprópria: Matéria = copo de cristal.
como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segun- Meio = passeio de barco.
do, senão, visto. Origem = Nós somos do Nordeste.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va- Conteúdo = frascos de perfume.
lendo como uma preposição, sendo que a última Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
palavra é uma (preposição): abaixo de, acerca de, Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com,
em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por locuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução
cima de, por trás de. prepositiva por trás de.
A preposição é invariável e, no entanto, pode unir-se
a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
gênero ou em número. Exemplo: por + o = pelo / por + SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
a = pela. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Essa concordância não é característica da preposição, Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
mas das palavras às quais ela se une. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Esse processo de junção de uma preposição com ou- Paulo: Saraiva, 2010.
tra palavra pode se dar a partir dos processos de: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
 Combinação: união da preposição “a” com o ar- ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
tigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde,
aos. Os vocábulos não sofrem alteração. SITE
 Contração: união de uma preposição com outra http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
palavra, ocorrendo perda ou transformação de fo-
nema: de + o = do, em + a = na, per + os = pelos, Substantivo
de + aquele = daquele, em + isso = nisso.
 Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposi- Substantivo é a classe gramatical de palavras variá-
ção + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal veis, as quais denominam todos os seres que existem,
do pronome “aquilo”). sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e
fenômenos, os substantivos também nomeiam:
 lugares: Alemanha, Portugal
#FicaDica  sentimentos: amor, saudade
 estados: alegria, tristeza
O “a” pode funcionar como preposição,  qualidades: honestidade, sinceridade
pronome pessoal oblíquo e artigo. Como  ações: corrida, pescaria
distingui-los? Caso o “a” seja um artigo, virá
precedendo um substantivo, servindo para
1. Morfossintaxe do substantivo
determiná-lo como um substantivo singular
e feminino: A matéria que estudei é fácil!
Nas orações, geralmente o substantivo exerce fun-
ções diretamente relacionadas com o verbo: atua como
Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto di-
LÍNGUA PORTUGUESA

termos e estabelece relação de subordinação entre eles. reto ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda,
Irei à festa sozinha. funcionar como núcleo do complemento nominal ou do
Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é arti- aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do obje-
go; o segundo, preposição. to ou como núcleo do vocativo. Também encontramos
Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de
lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem-
apostila. = Nós a trouxemos. penhadas por grupos de palavras.

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2. Classificação dos Substantivos
Substantivo coletivo Conjunto de:
A) Substantivos Comuns e Próprios assembleia pessoas reunidas
Observe a definição: alcateia lobos
Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas
casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, acervo livros
toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma antologia trechos literários selecionados
cidade (em oposição aos bairros).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas arquipélago ilhas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada banda músicos
cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substan- bando desordeiros ou malfeitores
tivo comum.
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de banca examinadores
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, batalhão soldados
homem, mulher, país, cachorro.
Estamos voando para Barcelona. cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da
espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – cacho frutas
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de cancioneiro canções, poesias líricas
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. colmeia abelhas
B) Substantivos Concretos e Abstratos concílio bispos
B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa o congresso parlamentares, cientistas
ser que existe, independentemente de outros seres.
Observação: elenco atores de uma peça ou filme
Os substantivos concretos designam seres do mundo esquadra navios de guerra
real e do mundo imaginário.
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, enxoval roupas
Brasília. falange soldados, anjos
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas- fauna animais de uma região
ma.
feixe lenha, capim
B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa se- flora vegetais de uma região
res que dependem de outros para se manifestarem ou
existirem. Por exemplo: a beleza não existe por si só, frota navios mercantes, ônibus
não pode ser observada. Só podemos observar a beleza girândola fogos de artifício
numa pessoa ou coisa que seja bela. A beleza depende
horda bandidos, invasores
de outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra bele-
za é um substantivo abstrato. junta médicos, bois, credores, exa-
Os substantivos abstratos designam estados, quali- minadores
dades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem júri jurados
ser abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida
(estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade legião soldados, anjos, demônios
(sentimento). leva presos, recrutas
 Substantivos Coletivos malta malfeitores ou desordeiros
manada búfalos, bois, elefantes,
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha,
outra abelha, mais outra abelha. matilha cães de raça
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. molho chaves, verduras
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. multidão pessoas em geral
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- nuvem insetos (gafanhotos, mosqui-
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, tos, etc.)
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mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas penca bananas, chaves
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um subs-
tantivo no singular (enxame) para designar um conjunto pinacoteca pinturas, quadros
de seres da mesma espécie (abelhas). quadrilha ladrões, bandidos
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, ramalhete flores
mesmo estando no singular, designa um conjunto de se- rebanho ovelhas
res da mesma espécie.

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repertório peças teatrais, obras musicais Pertencem ao gênero feminino os substantivos que
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
réstia alhos ou cebolas A história sem fim
romanceiro poesias narrativas Uma cidade sem passado
As tartarugas ninjas
revoada pássaros
sínodo párocos 5. Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
talha lenha
1. Substantivos Biformes (= duas formas): apresen-
tropa muares, soldados tam uma forma para cada gênero: gato – gata, ho-
turma estudantes, trabalhadores mem – mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única
vara porcos forma, que serve tanto para o masculino quanto
para o feminino. Classificam-se em:
3. Formação dos Substantivos A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo
se faz mediante a utilização das palavras “macho”
A) Substantivos Simples e Compostos e “fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a macho e o jacaré fêmea.
terra. B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
O substantivo chuva é formado por um único ele- pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha,
mento ou radical. É um substantivo simples. a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros:
A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um indicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o
único elemento. colega e a colega, o doente e a doente, o artista e
a artista.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois
Substantivos de origem grega terminados em ema
elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é compos- ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o
to. sintoma, o teorema.
A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por  Existem certos substantivos que, variando de
dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, pas- gênero, variam em seu significado:
satempo. o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça
(líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro) e
B) Substantivos Primitivos e Derivados a capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma (ca-
B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva beleira, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de au-
de nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. mento); o moral (estado de espírito) e a moral (ética; con-
B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origina clusão); o praça (soldado raso) e a praça (área pública);
de outra palavra. O substantivo limoeiro, por exemplo, é o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora).
derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
6. Formação do Feminino dos Substantivos Bifor-
4. Flexão dos substantivos mes

O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
- aluna.
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
 Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
ao masculino: freguês - freguesa
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo:  Substantivos terminados em -ão: fazem o femini-
meninão / Diminutivo: menininho no de três formas:
1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
A) Flexão de Gênero 2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- 3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão -
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram sultana
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.  Substantivos terminados em -or:
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Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora


feminino. Pertencem ao gênero masculino os substanti- troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz
vos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns.  Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
Veja estes títulos de filmes: cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poe-
tisa / duque - duquesa / conde - condessa / profeta
O velho e o mar - profetisa
Um Natal inesquecível  Substantivos que formam o feminino trocando o
Os reis da praia -e final por -a: elefante - elefanta

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 Substantivos que têm radicais diferentes no mas- maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o
culino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca proclama, o pernoite, o púbis.
 Substantivos que formam o feminino de maneira Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata,
especial, isto é, não seguem nenhuma das regras a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a
anteriores: czar – czarina, réu - ré libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).

7. Formação do Feminino dos Substantivos Uni- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
formes gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
Epicenos: telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema,
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o tra-
coma, o hematoma.
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma
forma para indicar o masculino e o feminino. Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exce-
Alguns nomes de animais apresentam uma só for- ções, nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro
ma para designar os dois sexos. Esses substantivos são Preto. / A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Ale-
chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando gre. / Uma Londres imensa e triste.
houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
palavras macho e fêmea.
A cobra macho picou o marinheiro. 10. Gênero e Significação
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Muitos substantivos, como já mencionado anterior-
mente, têm uma significação no masculino e outra no fe-
8. Sobrecomuns:
minino. Observe: o baliza (soldado que à frente da tropa,
Entregue as crianças à natureza.
indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o
que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (par-
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o te do corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzen-
A criança chorona chamava-se João. ta), a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro),
A criança chorona chamava-se Maria. a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma
(cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro),
Outros substantivos sobrecomuns: a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma na administração da crisma e de outros sacramentos), a
boa criatura. crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de cura (ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe
Marcela faleceu (vasta planície de vegetação), o guia (pessoa que guia ou-
tras), a guia (documento, pena grande das asas das aves),
9. Comuns de Dois Gêneros: o grama (unidade de peso), a grama (relva), o caixa (fun-
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. cionário da caixa), a caixa (recipiente, setor de pagamen-
tos), o lente (professor), a lente (vidro de aumento), o mo-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? ral (ânimo), a moral (honestidade, bons costumes, ética),
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma o nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente (a fonte),
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor), maria-
A distinção de gênero pode ser feita através da análi- -fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala (poncho), a
se do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o subs- pala (parte anterior do boné ou quepe, anteparo), o rádio
tantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga (remador),
um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa; a voga (moda).
repórter francês - repórter francesa.
B) Flexão de Número do Substantivo
A palavra personagem é usada indistintamente nos
dois gêneros. Entre os escritores modernos nota-se acen-
Em português, há dois números gramaticais: o singu-
tuada preferência pelo masculino: O menino descobriu
lar, que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural,
nas nuvens os personagens dos contos de carochinha.
LÍNGUA PORTUGUESA

que indica mais de um ser ou grupo de seres. A caracte-


Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino: rística do plural é o “s” final.
O problema está nas mulheres de mais idade, que não
aceitam a personagem. 11. Plural dos Substantivos Simples
Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó “n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
)pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural).

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Exceção: cânon - cânones. substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
Os substantivos terminados em “m” fazem o plural substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
em “ns”: homem - homens. feitos
Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. mens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
O plural de caráter é caracteres.
Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam- B) Flexiona-se somente o segundo elemento,
-se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; quando formados de:
caracol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
cônsul e cônsules. palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de alto-falantes
duas maneiras: palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-
1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis -recos
2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
C) Flexiona-se somente o primeiro elemento,
Observação: quando formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água-
A palavra réptil pode formar seu plural de duas ma-
-de-colônia e águas-de-colônia
neiras: répteis ou reptis (pouco usada).
substantivo + preposição oculta + substantivo = ca-
valo-vapor e cavalos-vapor
Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de substantivo + substantivo que funciona como deter-
duas maneiras: minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o
1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave,
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã,
2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam in- peixe-espada - peixes-espada.
variáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
D) Permanecem invariáveis, quando formados de:
Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
de três maneiras. verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os
1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações saca-rolhas
2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães
3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos 13. Casos Especiais

Observação: o louva-a-deus e os louva-a-deus


Muitos substantivos terminados em “ão” apresentam
dois – e até três – plurais: o bem-te-vi e os bem-te-vis
aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos o bem-me-quer e os bem-me-queres
ancião – anciões/anciães/anciãos
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
charlatão – charlatões/charlatães
corrimão – corrimãos/corrimões
14. Plural das Palavras Substantivadas
guardião – guardiões/guardiães
vilão – vilãos/vilões/vilães
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
classes gramaticais usadas como substantivo apresen-
Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: tam, no plural, as flexões próprias dos substantivos.
o látex - os látex. Pese bem os prós e os contras.
O aluno errou na prova dos noves.
12. Plural dos Substantivos Compostos Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.

A formação do plural dos substantivos compostos Observação:


depende da forma como são grafados, do tipo de pa- Numerais substantivados terminados em “s” ou “z”
lavras que formam o composto e da relação que esta- não variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos
belecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen seis e alguns dez.
comportam-se como os substantivos simples: aguar-
dente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/pontapés,
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malmequer/malmequeres. 15. Plural dos Diminutivos

O plural dos substantivos compostos cujos elementos Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” fi-
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas nal e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
e discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
A) Flexionam-se os dois elementos, quando forma-
dos de: animai(s) + zinhos = animaizinhos

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botõe(s) + zinhos = botõezinhos ovo ovos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos poço poços
farói(s) + zinhos = faroizinhos porto portos
tren(s) + zinhos = trenzinhos posto postos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas tijolo tijolos
flore(s) + zinhas = florezinhas
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
mão(s) + zinhas = mãozinhas sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros,
papéi(s) + zinhos = papeizinhos etc.
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
Observação:
funi(s) + zinhos = funizinhos Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos molho (ó) = feixe (molho de lenha).
Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
pai(s) + zinhos = paizinhos norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
pé(s) + zinhos = pezinhos Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
pé(s) + zitos = pezitos
Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probida-
16. Plural dos Nomes Próprios Personativos de, bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas com sentido de plural:
sempre que a terminação preste-se à flexão. Aqui morreu muito negro.
Os Napoleões também são derrotados. Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
As Raquéis e Esteres. improvisadas.

17. Plural dos Substantivos Estrangeiros C) Flexão de Grau do Substantivo

Substantivos ainda não aportuguesados devem ser Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
escritos como na língua original, acrescentando-se “s” as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
(exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os 1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho conside-
shorts, os jazz. rado normal. Por exemplo: casa
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de 2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tama-
acordo com as regras de nossa língua: os clubes, os cho- nho do ser. Classifica-se em:
pes, os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, Analítico = o substantivo é acompanhado de um ad-
os réquiens. jetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Observe o exemplo: Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in-
Este jogador faz gols toda vez que joga. dicador de aumento. Por exemplo: casarão.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tama-
18. Plural com Mudança de Timbre nho do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjeti-
Certos substantivos formam o plural com mudança vo que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
de timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in-
fato fonético chamado metafonia (plural metafônico). dicador de diminuição. Por exemplo: casinha.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Singular Plural
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
corpo (ô) corpos (ó) Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
esforço esforços Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
fogo fogos Paulo: Saraiva, 2010.
LÍNGUA PORTUGUESA

forno fornos CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,


Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
fosso fossos
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
imposto impostos São Paulo: Saraiva, 2002.
olho olhos
SITE
osso (ô) ossos (ó) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
morf12.php

42
Pronome A) Pronome Reto
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen-
Pronome é a palavra variável que substitui ou acom- tença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos
panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma flores.
forma. Os pronomes retos apresentam flexão de número,
O homem julga que é superior à natureza, por isso o gênero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa úl-
homem destrói a natureza... tima a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do
Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é
superior à natureza, por isso ele a destrói... assim configurado:
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de ter- 1.ª pessoa do singular: eu
mos (homem e natureza). 2.ª pessoa do singular: tu
Grande parte dos pronomes não possuem significa- 3.ª pessoa do singular: ele, ela
dos fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação 1.ª pessoa do plural: nós
dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a 2.ª pessoa do plural: vós
referência exata daquilo que está sendo colocado por 3.ª pessoa do plural: eles, elas
meio dos pronomes no ato da comunicação. Com ex-
ceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os de- Esses pronomes não costumam ser usados como
mais pronomes têm por função principal apontar para as complementos verbais na língua-padrão. Frases como
pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando- “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu
-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude até aqui”- comuns na língua oral cotidiana - devem ser
dessa característica, os pronomes apresentam uma for- evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
ma específica para cada pessoa do discurso. mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] -me até aqui”.
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
Frequentemente observamos a omissão do pronome
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se
reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias
fala]
formas verbais marcam, através de suas desinências, as
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem
boa viagem. (Nós)
se fala]
B) Pronome Oblíquo
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência sentença, exerce a função de complemento verbal
através do pronome seja coerente em termos de gênero (objeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (ob-
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, jeto indireto)
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da Observação:
nossa escola neste ano. O pronome oblíquo é uma forma variante do prono-
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordân- me pessoal do caso reto. Essa variação indica a função
cia adequada] diversa que eles desempenham na oração: pronome reto
[neste: pronome que determina “ano” = concordância marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o
adequada] complemento da oração. Os pronomes oblíquos sofrem
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = con- variação de acordo com a acentuação tônica que pos-
cordância inadequada] suem, podendo ser átonos ou tônicos.

Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, 2. Pronome Oblíquo Átono


demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tô-
nica fraca: Ele me deu um presente.
1. Pronomes Pessoais
Lista dos pronomes oblíquos átonos
São aqueles que substituem os substantivos, indi- 1.ª pessoa do singular (eu): me
2.ª pessoa do singular (tu): te
LÍNGUA PORTUGUESA

cando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala


ou escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
os pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar 1.ª pessoa do plural (nós): nos
a quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer 2.ª pessoa do plural (vós): vos
referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala. 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
ou do caso oblíquo.

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go, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
FIQUE ATENTO! frequentemente exercem a função de adjunto adverbial
Os pronomes o, os, a, as assumem formas es- de companhia: Ele carregava o documento consigo.
peciais depois de certas terminações verbais: A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
1. Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, Ela veio até mim, mas nada falou.
o pronome assume a forma lo, los, la ou las, Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de
ao mesmo tempo que a terminação verbal é inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na
suprimida. Por exemplo: prova, até eu! (= inclusive eu)
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
dizer + a = dizê-la por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pes-
soais são reforçados por palavras como outros, mesmos,
2. Quando o verbo termina em som nasal, o próprios, todos, ambos ou algum numeral.
pronome assume as formas no, nos, na, nas. Você terá de viajar com nós todos.
Por exemplo: Estávamos com vós outros quando chegaram as más
viram + o: viram-no notícias.
repõe + os = repõe-nos Ele disse que iria com nós três.
retém + a: retém-na
tem + as = tem-nas 3. Pronome Reflexivo

São pronomes pessoais oblíquos que, embora fun-


B.2 Pronome Oblíquo Tônico cionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedi- sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe
dos por preposições, em geral as preposições a, para, de a ação expressa pelo verbo.
e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a Lista dos pronomes reflexivos:
função de objeto indireto da oração. Possuem acentua- 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me
ção tônica forte. lembro disso.
Lista dos pronomes oblíquos tônicos: 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo.
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo = Gui-
2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo lherme já se preparou.
3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela Ela deu a si um presente.
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco Antônio conversou consigo mesmo.
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas 1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio.
2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes
Observe que as únicas formas próprias do pronome com esta conquista.
tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se
As demais repetem a forma do pronome pessoal do caso conheceram. / Elas deram a si um dia de folga.
reto.
As preposições essenciais introduzem sempre prono-
mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso #FicaDica
reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
O pronome é reflexivo quando se refere à
língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
mesma pessoa do pronome subjetivo (sujei-
forma:
to): Eu me arrumei e saí.
Não há mais nada entre mim e ti.
É pronome recíproco quando indica reci-
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
procidade de ação: Nós nos amamos. / Olha-
Não há nenhuma acusação contra mim.
mo-nos calados.
Não vá sem mim.
O “se” pode ser usado como palavra exple-
tiva ou partícula de realce, sem ser rigoro-
Há construções em que a preposição, apesar de surgir
samente necessária e sem função sintática: Os
anteposta a um pronome, serve para introduzir uma ora-
exploradores riam-se de suas tentativas. / Será
ção cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo
que eles se foram?
pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um prono-
me, deverá ser do caso reto.
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
LÍNGUA PORTUGUESA

Não vá sem eu mandar. C) Pronomes de Tratamento


A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!” São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
está correta, já que “para mim” é complemento de “fá- monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (por-
cil”. A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil tanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira
para mim! pessoa. Alguns exemplos:
A combinação da preposição “com” e alguns prono- Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
mes originou as formas especiais comigo, contigo, consi- Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais

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Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e reli- Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
giosos em geral seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente supe-
rior à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, ou
professores de curso superior, ministros de Estado e de
Tribunais, governadores, secretários de Estado, presiden- Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
te da República (sempre por extenso) teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades 4. Pronomes Possessivos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, ofi- São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
ciais até a patente de coronel, chefes de seção e funcio- (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
nários de igual categoria (coisa possuída).
Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do
de direito singular)
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento
cerimonioso NÚMERO PESSOA PRONOME
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
singular primeira meu(s), minha(s)
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se- singular segunda teu(s), tua(s)
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são em-
pregados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, singular terceira seu(s), sua(s)
no tratamento familiar. Você e vocês são largamente em- plural primeira nosso(s), nossa(s)
pregados no português do Brasil; em algumas regiões, a plural segunda vosso(s), vossa(s)
forma tu é de uso frequente; em outras, pouco emprega-
da. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, plural terceira seu(s), sua(s)
ultraformal ou literária.
Note que:
Observações: A forma do possessivo depende da pessoa gramatical
1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de a que se refere; o gênero e o número concordam com o
tratamento que possuem “Vossa(s)” são emprega- objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição
dos em relação à pessoa com quem falamos: Es- naquele momento difícil.
pero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este
encontro. Observações:
2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito 1. A forma “seu” não é um possessivo quando resul-
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram tar da alteração fonética da palavra senhor: Muito
que Sua Excelência, o Senhor Presidente da Repúbli- obrigado, seu José.
ca, agiu com propriedade. 2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam
3. Os pronomes de tratamento representam uma for- posse. Podem ter outros empregos, como:
ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlo- A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
cutores. Ao tratarmos um deputado por Vossa Ex- B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 anos.
celência, por exemplo, estamos nos endereçando à C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem
excelência que esse deputado supostamente tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
para poder ocupar o cargo que ocupa. 3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Ex-
2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita celência trouxe sua mensagem?
com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes 4. Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi-
possessivos e os pronomes oblíquos empregados vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus
em relação a eles devem ficar na 3.ª pessoa. livros e anotações.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro- 5. Em algumas construções, os pronomes pessoais
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhe- oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou
cidos. seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos)
5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos 6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró-
ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo,
para que não ocorra redundância: Coloque tudo
LÍNGUA PORTUGUESA

ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhi-


da inicialmente. Assim, por exemplo, se começa- nos respectivos lugares.
mos a chamar alguém de “você”, não poderemos
usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, ver- 5. Pronomes Demonstrativos
bo na terceira pessoa.
São utilizados para explicitar a posição de certa pa-
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos lavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação
teus cabelos. (errado) pode ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso.

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A) Em relação ao espaço: Também aparecem como pronomes demonstrativos:
Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da  o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que”
pessoa que fala: e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s),
Este material é meu. aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disses-
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da te.)
pessoa com quem se fala: Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
Esse material em sua carteira é seu? indiquei.)

Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está  mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): va-
distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com riam em gênero quando têm caráter reforçativo:
quem se fala: Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
Aquele material não é nosso. Eu mesma refiz os exercícios.
Vejam aquele prédio! Elas mesmas fizeram isso.
Eles próprios cozinharam.
B) Em relação ao tempo: Os próprios alunos resolveram o problema.
Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
relação à pessoa que fala:  semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.
Esta manhã farei a prova do concurso!  tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria.
1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po- eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este.
rém relativamente próximo à época em que se situa a (ou então: este solteiro, aquele casado) - este se re-
pessoa que fala: fere à pessoa mencionada em último lugar; aquele,
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! à mencionada em primeiro lugar.
2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afastamen- irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
to no tempo, referido de modo vago ou como tempo 3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de,
remoto: em com pronome demonstrativo: àquele, àquela,
Naquele tempo, os professores eram valorizados. deste, desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no
que estava vendo. (no = naquilo)
C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se
falará ou escreverá): 6. Pronomes Indefinidos
Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se fa- São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discur-
lará: so, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, quantidade indeterminada.
ortografia, concordância. Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
-plantadas.
Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pes-
fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou: soa de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja- forma imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um
mos! ser humano que seguramente existe, mas cuja identida-
de é desconhecida ou não se quer revelar. Classificam-se
Este e aquele são empregados quando se quer fazer em:
referência a termos já mencionados; aquele se refere ao
termo referido em primeiro lugar e este para o referido A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o
por último: lugar do ser ou da quantidade aproximada de se-
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Pau- res na frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano,
lo; este está mais bem colocado que aquele. (= este [São beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
Paulo], aquele [Palmeiras]) Algo o incomoda?
Quem avisa amigo é.
ou
B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Pau- ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de
lo; aquele está mais bem colocado que este. (= este [São quantidade aproximada. São eles: cada, certo(s),
LÍNGUA PORTUGUESA

Paulo], aquele [Palmeiras]) certa(s).


Cada povo tem seus costumes.
Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou Certas pessoas exercem várias profissões.
invariáveis, observe:
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), Note que:
aquela(s). Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pro-
Invariáveis: isto, isso, aquilo. nomes indefinidos adjetivos:

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algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Menos palavras e mais ações.
Alguns se contentam pouco.

Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e invariáveis. Observe:


 Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pou-
ca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros,
quantos, algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
 Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo, cada.

*Qualquer é composto de qual + quer (do verbo querer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plural é
feito em seu interior).
Todo e toda no singular e junto de artigo significa inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
Trabalho todo dia. (= todos os dias)

São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja
quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
Cada um escolheu o vinho desejado.

7. Pronomes Relativos

São aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as
orações subordinadas adjetivas.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = oração subordinada adjetiva).

O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome demonstrativo o, a, os, as.
Não sei o que você está querendo dizer.
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso.
Quem casa, quer casa.

Observe:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
quantas.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
Note que:
O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substi-
tuído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)

O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter várias classificações) são pronomes relativos.
Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições:
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou
LÍNGUA PORTUGUESA

encantado: o sítio ou minha tia?).


Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-se
o qual / a qual)
O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou
de ser poeta, que era a sua vocação natural.
O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o consequente
(o ser possuído, com o qual concorda em gênero e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo” equivale
a do qual, da qual, dos quais, das quais.

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Existem pessoas cujas ações são nobres.
(antecedente) (consequente)

Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pronome: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-se a)

“Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:

Emprestei tantos quantos foram necessários.


(antecedente)

Ele fez tudo quanto havia falado.


(antecedente)
O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre precedido de preposição.

É um professor a quem muito devemos.


(preposição)

“Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa
onde morava foi assaltada.
Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em que: Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.

Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:


 como (= pelo qual) – desde que precedida das palavras modo, maneira ou forma:
Não me parece correto o modo como você agiu semana passada.

 quando (= em que) – desde que tenha como antecedente um nome que dê ideia de tempo:
Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.

Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase.


O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste esporte.
= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de gente
que conversava, (que) ria, observava.

8. Pronomes Interrogativos

São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações),
quanto (e variações).
Com quem andas?
Qual seu nome?
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.

O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo
quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia lhe ajudar.
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos de preposição.
A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava fazendo.
LÍNGUA PORTUGUESA

B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que eu estava fazendo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

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CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira nessa viagem.
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
São Paulo: Saraiva, 2002. clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompa-
nharia nessa viagem).
SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
morf42.php A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
forem possíveis:
9. Colocação Pronominal  Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos  Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal:
pronomes oblíquos átonos na frase. Não era minha intenção machucá-la.

 Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não


#FicaDica se inicia período com pronome oblíquo).
Pronome Oblíquo é aquele que exerce a fun- Vou-me embora agora mesmo.
ção de complemento verbal (objeto). Por isso, Levanto-me às 6h.
memorize:  Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
OBlíquo = OBjeto! no concurso, mudo-me hoje mesmo!
 Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
proposta fazendo-se de desentendida.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono- 10. Colocação pronominal nas locuções verbais
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas
devem ser observadas na linguagem escrita.  Após verbo no particípio = pronome depois do
verbo auxiliar (e não depois do particípio):
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. Tenho me deliciado com a leitura!
A próclise é usada: Eu tenho me deliciado com a leitura!
 Quando o verbo estiver precedido de palavras Eu me tenho deliciado com a leitura!
que atraem o pronome para antes do verbo. São elas:  Não convém usar hífen nos tempos compostos e
nas locuções verbais:
A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém,
Vamos nos unir!
jamais, etc.: Não se desespere!
Iremos nos manifestar.
B) Advérbios: Agora se negam a depor.
 Quando há um fator para próclise nos tempos
C) Conjunções subordinativas: Espero que me expli-
compostos ou locuções verbais: opção pelo uso
quem tudo!
do pronome oblíquo “solto” entre os verbos = Não
D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se
esforçou. vamos nos preocupar (e não: “não nos vamos preo-
E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportu- cupar”).
nidade.
F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. 11. Emprego de o, a, os, as
 Orações iniciadas por palavras interrogativas:
Quem lhe disse isso?  Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral,
 Orações iniciadas por palavras exclamativas: os pronomes: o, a, os, as não se alteram.
Quanto se ofendem! Chame-o agora.
 Orações que exprimem desejo (orações optativas): Deixei-a mais tranquila.
Que Deus o ajude.
 A próclise é obrigatória quando se utiliza o pro-  Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoan-
nome reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o tes finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
material amanhã. / Tu sabes cantar? (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
verbo. A mesóclise é usada:
Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-  Em verbos terminados em ditongos nasais (am,
LÍNGUA PORTUGUESA

turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam em, ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se
precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos: para no, na, nos, nas.
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em Chamem-no agora.
prol da paz no mundo. Põe-na sobre a mesa.
Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
lizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma
palavra que justificasse o uso da próclise, esta prevalece-
ria. Veja: Não se realizará...

49
#FicaDica FIQUE ATENTO!
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que O verbo pôr, assim como seus derivados
significa “antes”! Pronome antes do verbo! (compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conju-
Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, gação, pois a forma arcaica do verbo pôr era
em Inglês – que significa “fim, final!). Prono- poer. A vogal “e”, apesar de haver desapareci-
me depois do verbo! do do infinitivo, revela-se em algumas formas
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do do verbo: põe, pões, põem, etc.
verbo
2. Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acen-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São to tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo,
Paulo: Saraiva, 2010. por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico
não cai no radical, mas sim na terminação verbal (fora do
radical): opinei, aprenderão, amaríamos.
SITE
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao- 3. Classificação dos Verbos
-pronominal-.html
Classificam-se em:
Observação: Não foram encontradas questões A) Regulares: são aqueles que apresentam o radi-
abrangendo tal conteúdo. cal inalterado durante a conjugação e desinências
idênticas às de todos os verbos regulares da mes-
ma conjugação. Por exemplo: comparemos os ver-
bos “cantar” e “falar”, conjugados no presente do
VERBO
Modo Indicativo:
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número,
tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o canto falo
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo cantas falas
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre
canta falas
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenôme-
no (choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). cantamos falamos
cantais falais
1. Estrutura das Formas Verbais
cantam falam
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
os seguintes elementos:
#FicaDica
A) Radical: é a parte invariável, que expressa o signi-
ficado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal- Observe que, retirando os radicais, as desi-
-ava; fal-am. (radical fal-) nências modo-temporal e número-pessoal
B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que mantiveram-se idênticas. Tente fazer com
indica a conjugação a que pertence o verbo. Por outro verbo e perceberá que se repetirá o
exemplo: fala-r. São três as conjugações: fato (desde que o verbo seja da primeira
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática conjugação e regular!). Faça com o verbo
- E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir). “andar”, por exemplo. Substitua o radical
C) Desinência modo-temporal: é o elemento que “cant” e coloque o “and” (radical do verbo
designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: andar). Viu? Fácil!
falávamos (indica o pretérito imperfeito do indicativo)
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo) B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alte-
D) Desinência número-pessoal: é o elemento que rações no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei,
LÍNGUA PORTUGUESA

designa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o fizesse.


número (singular ou plural):
Observação:
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas
(indica a 3.ª pessoa do plural.) para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/
corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais altera-
ções não caracterizam irregularidade, porque o fonema
permanece inalterado.

50
C) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Os principais são adequar, precaver, compu-
tar, reaver, abolir, falir.
D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
principais verbos impessoais são:

1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais).
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)

2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo)


Faz invernos rigorosos na Europa.
Era primavera quando o conheci.
Estava frio naquele dia.

3. Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, ama-
nhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido
figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal,
ou seja, terá conjugação completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.

6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência
a sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como
hipotético, tornando-se, tais verbos, pessoais.

7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
São unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais
(cacarejar, cricrilar, miar, latir, piar).

Os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?
Principais verbos unipessoais:

 Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

 Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
LÍNGUA PORTUGUESA

Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que,
além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é
empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

51
Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular
Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

FIQUE ATENTO!
Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/
dito, escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois,
fui) e ir (fui, ia, vades).

H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo prin-
cipal (aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é
expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar todos!
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

4. Conjugação dos Verbos Auxiliares


LÍNGUA PORTUGUESA

4.1. SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias

52
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

4.2. SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

4.3. SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

4.4. SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

4.5. ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.


estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam
LÍNGUA PORTUGUESA

4.6. ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas

53
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

4.7. ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

4.8. HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

4.9. HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

4.10. HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
LÍNGUA PORTUGUESA

haverdes
Haverem

54
4.11. TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

4.12. TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
Tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já
implícita no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:
 Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a refle-
xibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço
da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respec-
tivos pronomes):
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende, Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arrependem.
 Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto re-
presentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele
mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os
pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa: A garota penteou-me.

Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à
do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular.

5. Modos Verbais
LÍNGUA PORTUGUESA

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro.
Existem três modos:
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

55
6. Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adje-
tivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

A) Infinitivo
A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de subs-
tantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exem-
plo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:


Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!
Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

C) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o re-
sultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames,
os candidatos saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função
de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)
LÍNGUA PORTUGUESA

8. Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
tempos.

A) Tempos do Modo Indicativo

56
Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

B) Tempos do Modo Subjuntivo

Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse
o jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Tabelas das Conjugações Verbais

1. Modo Indicativo

1.1. Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

1.2. Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaSTE vendeSTE partISTE STE


cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

57
1.3. Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

1.4. Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

1.5. Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

1.6. Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
LÍNGUA PORTUGUESA

cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS


cantarIAM venderIAM partirIAM

58
1.7. Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

1.8. Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

1.9. Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaREM vendeREM partiREM R EM


C) Modo Imperativo

1. Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

59
Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo
Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

2. Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

 No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem,
pedido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
 O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

3. Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

 O verbo parecer admite duas construções:


Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

 O verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LÍNGUA PORTUGUESA

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php

60
VOZES DO VERBO

Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três as
vozes verbais:

A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo:
Ele fez o trabalho.
sujeito agente ação objeto (paciente)

B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo:


O trabalho foi feito por ele.
sujeito paciente ação agente da passiva

C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
O menino feriu-se.

#FicaDica
Não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro)

1. Formação da Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.
A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte maneira:
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo:
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os alunos pintarão a escola)
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)

Observações:
 O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a pre-
posição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados.
 Pode acontecer de o agente da passiva não estar explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
 A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação
das frases seguintes:

Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)


O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito perfeito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz ativa)

Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)


O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indicativo)

Ele fará o trabalho. (futuro do presente)


O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)

 Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
LÍNGUA PORTUGUESA

B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, seguido
do pronome apassivador “se”. Por exemplo:
Abriram-se as inscrições para o concurso.
Destruiu-se o velho prédio da escola.

Observação:
O agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética.

61
1.1 Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva Resposta: Letra E. Questão que envolve correlação
verbal. Realizando as alterações solicitadas, segue
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar como ficariam (em destaque):
substancialmente o sentido da frase. Em “a”: tivessem acrescentado – trariam − contribui-
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa) riam
Sujeito da Ativa objeto Direto Em “b”: acrescentassem – trariam − contribuiriam
Em “c”: tinham acrescentado – trouxeram − contri-
A apostila foi comprada pelo concurseiro. buíram
(Voz Passiva) Em “d”: acrescentassem – trariam − contribuíram
Sujeito da Passiva Agente da Passiva
Em “e”: tenham acrescentado – trouxeram − Contri-
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva;
buíram = correta
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo
ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo
tempo. 2. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA APOIO
Os mestres têm constantemente aconselhado os alu- ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE MEDICINA DO
nos. TRABALHO – FCC – 2012) Está inadequado o emprego
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pe- do elemento sublinhado na seguinte frase:
los mestres.
a) Sou ateu e peço que me deem tratamento similar ao
Eu o acompanharei. que dispenso aos homens religiosos.
Ele será acompanhado por mim. b) A intolerância religiosa baseia-se em preconceitos de
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não que deveriam desviar-se todos os homens verdadeira-
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: mente virtuosos.
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
c) A tolerância é uma virtude na qual não podem prescin-
Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
dir os que se dizem homens de fé.
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou refle-
xiva, porque o sujeito não pode ser visto como agente, d) O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito de nada
paciente ou agente paciente. fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.
e) Respeito os homens de fé, a menos que deixem de
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS fazer o mesmo com aqueles que não a têm.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Resposta: Letra C.Corrigindo o inadequado:
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- Em “a”: Sou ateu e peço que me deem tratamento si-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São milar ao que dispenso aos homens religiosos.
Paulo: Saraiva, 2010. Em “b”: A intolerância religiosa baseia-se em precon-
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- ceitos de que deveriam desviar-se todos os homens
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. verdadeiramente virtuosos.
Em “c”: A tolerância é uma virtude na qual (de que)
SITE
não podem prescindir os que se dizem homens de fé.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
Em “d”: O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito
morf54.php
de nada fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.
Em “e”: Respeito os homens de fé, a menos que dei-
xem de fazer o mesmo com aqueles que não a têm.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
3. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA APOIO
1. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE MEDICINA DO
TRATIVA – FCC – 2012) As vitórias no jogo interior talvez TRABALHO – FCC – 2012)
não acrescentem novos troféus, mas elas trazem recom- Transpondo-se para a voz passiva a construção Os ateus
pensas valiosas, [...] que contribuem de forma significa- despertariam a ira de qualquer fanático, a forma ver-
tiva para nosso sucesso posterior, tanto na quadra como bal obtida será:
fora dela.
a) seria despertada.
Mantêm-se adequados o emprego de tempos e modos b) teria sido despertada.
verbais e a correlação entre eles, ao se substituírem os
c) despertar-se-á.
LÍNGUA PORTUGUESA

elementos sublinhados na frase acima, na ordem dada,


d) fora despertada.
por:
e) teriam despertado.
a) tivessem acrescentado − trariam − contribuírem
b) acrescentassem − têm trazido − contribuírem Resposta: Letra A. Os ateus despertariam a ira de
c) tinham acrescentado − trarão − contribuiriam qualquer fanático
d) acrescentariam − trariam− contribuíram Fazendo a transposição para a voz passiva, temos: A
e) tenham acrescentado − trouxeram − Contribuíram ira de qualquer fanático seria despertada pelos ateus.

62
4. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- Em “a”: A nenhuma de nossas escolhas podem deixar
TRATIVA – ESPECIALIDADE SEGURANÇA JUDICIÁ- de corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.
RIA – FCC – 2012) Em “b”: Não se poupam os que governam de refletir
...ela nunca alcançava a musa. sobre o peso de suas mais graves decisões.
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma Em “c”: Aos governantes mais responsáveis não ocor-
verbal resultante será: re tomar decisões sem medir suas consequências. =
Isso não ocorre aos governantes – uma oração exerce
a) alcança-se. a função de sujeito (subjetiva)
b) foi alcançada. Em “d”: A toda decisão tomada precipitadamente cos-
c) fora alcançada. tumam sobrevir consequências imprevistas e injustas.
d) seria alcançada. Em “e”: Diante de uma escolha, ganham prioridade,
e) era alcançada. recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta
a dor humana.
Resposta: Letra E. Temos um verbo na voz ativa, então
teremos dois na passiva (auxiliar + o verbo da oração 7. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – ANALISTA JUDICIÁRIO –
da ativa, no mesmo tempo verbal, forma particípio): ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC – 2016 ) ... para quem
A musa nunca era alcançada por ela. O verbo “alcan- Manoel de Barros era comparável a São Francisco de As-
çava” está no pretérito imperfeito, por isso o auxiliar sis...
tem que estar também (é = presente, foi = pretérito O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da
perfeito, era = imperfeito, fora = mais que perfeito, frase acima está em:
será = futuro do presente, seria = futuro do pretérito).
a) Dizia-se um “vedor de cinema”...
5. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA APOIO b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no es-
ESPECIALIZADO – ESPECIALIDADE MEDICINA DO paço...
TRABALHO – FCC – 2012) Aos poucos, contudo, fui che-
gando à constatação de que todo perfil de rede social é um c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e
Charles Baudelaire.
retrato ideal de nós mesmos.
d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Bar-
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra al-
ros na literatura...
teração seja feita na frase, o elemento grifado pode ser
e) ... para depois casá-las...
substituído por:
Resposta: Letra A. “Era” = verbo “ser” no pretérito im-
a) ademais.
perfeito do Indicativo. Procuremos nos itens:
b) conquanto.
Em “a”: Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo
c) porquanto.
Em “b”: Porque não seria = futuro do pretérito do In-
d) entretanto. dicativo
e) apesar. Em “c”: Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfei-
to do Indicativo
Resposta: Letra D. Contudo é uma conjunção adver- Em “d”: Quase meio século separa = presente do Indi-
sativa (expressa oposição). A substituição deve utilizar cativo
outra de mesma classificação, para que se mantenha a Em “e”: para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar
ideia do período. A correta é entretanto. elas)
6. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- 8. (TRT 20.ª REGIÃO-SE – ANALISTA JUDICIÁRIO –
TRATIVA – FCC – 2012) O verbo indicado entre pa- ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC – 2016) Aí conheci o
rênteses deverá flexionar-se no singular para preencher escritor e historiador de sua gente, meu saudoso amigo
adequadamente a lacuna da frase: Alcino Alves Costa. E foi dele que ouvi oralmente a his-
tória de Zé de Julião. Considerando-se a norma-padrão
a) A nenhuma de nossas escolhas...... (poder) deixar de da língua, ao reescrever-se o trecho acima em um único
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos. período, o segmento destacado deverá ser antecedido
b) Não se...... (poupar) os que governam de refletir sobre de vírgula e substituído por
o peso de suas mais graves decisões.
c) Aos governantes mais responsáveis não...... (ocorrer) a) perante ao qual
tomar decisões sem medir suas consequências. b) de cujo
d) A toda decisão tomada precipitadamente...... (cos-
LÍNGUA PORTUGUESA

c) o qual
tumar) sobrevir consequências imprevistas e injustas. d) frente à quem
e) Diante de uma escolha,...... (ganhar) prioridade, reco- e) de quem
menda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
humana. Resposta: Letra E. Voltemos ao trecho: ... meu saudoso
amigo Alcino Alves Costa. E foi dele que ouvi oralmente...
Resposta: Letra C. Flexões em destaque e sublinhei os = a única alternativa que substitui corretamente o tre-
termos que estabelecem concordância: cho destacado é “de quem ouvi oralmente”.

63
9. (TRT 14.ª REGIÃO-RO E AC – TÉCNICO JUDICIÁ- 12. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
RIO – FCC – 2016) “Isto pode despertar a atenção de ou- FCC – 2016) O modelo ainda dominante nas discussões
tras pessoas que tenham documentos em casa e se dis- ecológicas privilegia, em escala, o Estado e o mundo...
ponham a trazer para a Academia, que é a guardiã desse Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma
tipo de acervo, que é muito difícil de ser guardado em verbal resultante será:
casa, pois o tempo destrói e aqui temos a melhor técnica
de conservação de documentos”, disse Cavalcanti. a) é privilegiado.
O termo sublinhado faz referência a b) sendo privilegiadas.
c) são privilegiados.
a) pessoas. d) foi privilegiado.
b) acervo. e) são privilegiadas.
c) Academia.
d) tempo. Resposta: Letra C. Há um verbo na ativa, então tere-
e) casa. mos dois na passiva (auxiliar + o particípio de “privi-
legia”) = O Estado e o mundo são privilegiados pelo
Resposta: Letra B. Ao trecho: a guardiã desse tipo de modelo ainda dominante.
acervo, que (o qual) é muito difícil de ser guardado...
13. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – TÉCNICO JUDICIÁRIO
10. (TRT 14.ª REGIÃO-RO E AC – TÉCNICO JUDICIÁ- – FCC – 2016) Empregam-se todas as formas verbais de
RIO – FCC – 2016) O marechal organizou o acervo... acordo com a norma culta na seguinte frase:
A forma verbal está corretamente transposta para a voz
passiva em: a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento
não poderia receber qualquer tipo de retificação.
a) estava organizando b) Os documentos com assinatura digital disporam de
b) tinha organizado algoritmos de criptografia que os protegeram.
c) organizando-se c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam
d) foi organizado contar com a proteção de uma assinatura digital.
e) está organizado d) Quem se propor a alterar um documento criptogra-
fado deve saber que comprometerá sua integridade.
Resposta: Letra D. Temos: sujeito (o marechal), verbo e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem
na ativa (organizou) e objeto (o acervo). Como há um comprometer a integridade dos documentos.
verbo na ativa, ao passarmos para a passiva teremos
dois (o auxiliar no mesmo tempo que o verbo da ativa Resposta: Letra E. Em “a”: Para que se mantesse
+ o particípio do verbo da voz ativa = organizado). O (mantivesse) sua autenticidade, o documento não po-
objeto exercerá a função de sujeito paciente, e o su- deria receber qualquer tipo de retificação.
jeito da ativa será o agente da passiva (ufa!). A frase Em “b”: Os documentos com assinatura digital dispo-
ficará: O acervo foi organizado pelo marechal. ram (dispuseram) de algoritmos de criptografia que os
protegeram.
11. (TRT 20.ª REGIÃO-SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – Em “c”: Arquivados eletronicamente, os documentos
FCC – 2016) Precisamos de um treinador que nos ajude poderam (puderam) contar com a proteção de uma
a comer... assinatura digital.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o Em “d”: Quem se propor (propuser) a alterar um docu-
sublinhado acima está também sublinhado em: mento criptografado deve saber que comprometerá
sua integridade.
a) [...] assim que conseguissem se virar sem as mães ou Em “e”: Não é possível fazer as alterações que convie-
as amas... rem sem comprometer a integridade dos documentos
b) Não é por acaso que proliferaram os coaches. = correta
c) [...] país que transformou a infância numa bilionária in-
dústria de consumo... 14. (TRT 21.ª REGIÃO-RN – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
d) E, mesmo que se esforcem muito [...] FCC – 2017) Sessenta anos de história marcam, assim, a
e) Hoje há algo novo nesse cenário. trajetória da utopia no país.
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma
Resposta: Letra D. verbal resultante será:
que nos ajude = presente do Subjuntivo
Em “a”: que conseguissem = pretérito do Subjuntivo a) foram marcados.
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “b”: que proliferaram = pretérito perfeito (e tam- b) foi marcado.


bém mais-que-perfeito) do Indicativo c) são marcados.
Em “c”: que transformou = pretérito perfeito do Indi- d) foi marcada.
cativo e) é marcada.
Em “d”: que se esforcem = presente do Subjuntivo
Em “e”: há algo novo nesse cenário = presente do In- Resposta: Letra E. Temos um verbo (no tempo pre-
dicativo sente) na ativa, então teremos dois na passiva (auxi-

64
liar [no tempo presente] + particípio de “marcam”) = 17. (PC-SP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP –
Assim, a trajetória da utopia do país é marcada pelos 2014) As formas verbais conjugadas no modo impera-
sessenta anos de história. tivo, expressando ordem, instrução ou comando, estão
destacadas em
15. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
– SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP – 2017) Consi- a) Mas há outros cujas marcas acabam ficando bem ní-
dere as seguintes frases: tidas na memória: são aqueles donos de qualidades
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos. incomuns.
Segundo, não memorize apenas por repetição. b) Voltei uns cinquenta minutos depois, cauteloso, e
Terceiro, rabisque! quase não acreditei no que ouvi.
Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos c) – Ei rapaz, deixe ligado o microfone, largue isso aí, vá
empregados nessas frases está em destaque em: pro estúdio e ponha a rádio no ar.
d) Bem, o fato é que eu era o técnico de som do horário,
precisava “passar” a transmissão lá para a câmara, e o
a) [...] o acesso rápido e a quantidade de textos fazem
locutor não chegava para os textos de abertura, pu-
com que o cérebro humano não considere útil gravar
blicidade, chamadas.
esses dados [...]
e) ... estremecíamos quando ele nos chamava para qual-
b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem- quer coisa, fazendo-nos entrar na sua sala imensa, já
-número de informações. suando frio e atentos às suas finas e cortantes pala-
c) [...] após discar e fazer a ligação, não precisamos mais vras.
dele...
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em Resposta: Letra C. Aos itens:
que morou quando era criança? Em “a”: há = presente / acabam = presente / são =
e) É o que mostra também uma pesquisa recente condu- presente
zida pela empresa de segurança digital Kaspersky [...] Em “b”: Voltei = pretérito perfeito / acreditei = preté-
rito perfeito
Resposta: Letra D. Os verbos das frases citadas estão Em “c”: deixe / largue / vá / ponha = verbos no modo
no Modo Imperativo (expressam ordem). Vamos aos imperativo afirmativo (ordens)
itens: Em “d”: era = pretérito imperfeito / precisava = pretéri-
Em “a”: ... o acesso rápido e a quantidade de textos to imperfeito / chegava = pretérito imperfeito
fazem = presente do Indicativo Em “e”: fazendo-nos = gerúndio / suando = gerúndio
Em “b”: Na internet, basta um clique = presente do
Indicativo 18. (PC-SP – AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP – 2013)
Em “c”: ... após discar e fazer a ligação, não precisamos Em – O destino me prestava esse pequeno favor: comple-
= presente do Indicativo tava minha identificação com o resto da humanidade, que
Em “d”: Pense rápido: = Imperativo tem sempre para contar uma história de objeto achado;
Em “e”: É o que mostra também uma pesquisa = pre- – o pronome em destaque retoma a seguinte palavra/
sente do Indicativo expressão:

16. (PC-SP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLI- a) o resto da humanidade.


CIAL – VUNESP – 2014) Assinale a alternativa em que a b) esse pequeno favor.
c) minha identificação.
palavra em destaque na frase pertence à classe dos adje-
d) O destino.
tivos (palavra que qualifica um substantivo).
e) completava.
a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de eu-
Resposta: Letra A. Completava minha identificação
tanásia... com o resto da humanidade, que (a qual) tem sempre
b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte... para contar uma história de objeto achado = pronome
c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar relativo que retoma o resto da humanidade.
a morte.
d) Ela é proibida por lei no Brasil,... 19. (PC-SP – AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP – 2013)
e) E como seria a verdadeira boa morte? Considere o trecho a seguir.
É comum que objetos ____________ esquecidos em locais
Resposta: Letra E. Em “a”: Existe grande confusão = públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados
substantivo
LÍNGUA PORTUGUESA

se as pessoas __________ a atenção voltada para seus per-


Em “b”: o médico ou alguém causa ativamente a mor- tences, conservando-os junto ao corpo.
te = pronome Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva-
Em “c”: prolonga o processo de morrer procurando mente, as lacunas do texto.
distanciar a morte = substantivo
Em “d”: Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo a) sejam ... mantesse
Em “e”: E como seria a verdadeira boa morte? = ad- b) sejam ... mantém
jetivo c) sejam ... mantivessem

65
d) seja ... mantivessem Em “b”: Ele tem dezesseis anos = numeral
e) seja ... mantêm Em “c”: Eu queria que ele morresse logo = advérbio
Em “d”: com a crueldade adicional de dar esperança às
Resposta: Letra C. Completemos as lacunas e depois famílias = substantivo
busquemos o item correspondente. A pegadinha aqui Em “e”: E o inferno não atinge só os terminais = subs-
é a conjugação do verbo “manter”, no presente do tantivo
Subjuntivo (mantiver):
É comum que objetos sejam esquecidos em locais pú-
blicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se
as pessoas mantivessem a atenção voltada para seus
RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORA-
pertences, conservando-os junto ao corpo.
ÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO. RELA-
20. (PC-SP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLI- ÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES
CIAL – VUNESP – 2013) Nas frases – Não vou mais à E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO.
escola!… – e – Hoje estão na moda os métodos audio-
visuais. – as palavras em destaque expressam, correta e
respectivamente, circunstâncias de Frase, oração e período

a) dúvida e modo. 1. Sintaxe da Oração e do Período


b) dúvida e tempo.
c) modo e afirmação. Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para
d) negação e lugar. estabelecer comunicação. Normalmente é composta por
e) negação e tempo. dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obriga-
toriamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trove-
Resposta: Letra E. jou muito ontem à noite.
“não” – advérbio de negação / “hoje” – advérbio de Quanto aos tipos de frases, além da classificação em
tempo. verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nomi-
nais (sem a presença de verbos), feita a partir de seus
21. (PC-SP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP – elementos constituintes, elas podem ser classificadas a
2013) Assinale a alternativa que completa respectiva- partir de seu sentido global:
mente as lacunas, em conformidade com a norma-pa- A) frases interrogativas = o emissor da mensagem
drão de conjugação verbal. formula uma pergunta: Que dia é hoje?
Há quem acredite que alcançará o sucesso profissional B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou
quando __________ um diploma de mestrado, mas há
faz um pedido: Dê-me uma luz!
aqueles que _________ de opinião e procuram investir em
C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um es-
cursos profissionalizantes.
tado afetivo: Que dia abençoado!
D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A
a) obtiver … divirgem
prova será amanhã.
b) obter … divergem
c) obtesse … devirgem
d) obter … divirgem Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo
e) obtiver … divergem (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
sujeito e predicado.
Resposta: Letra E. Há quem acredite que alcançará o O sujeito é o termo da frase que concorda com o ver-
sucesso profissional quando obtiver um diploma de bo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara
mestrado, mas há aqueles que divergem de opinião e algo”, “o tema do que se vai comunicar”; o predicado é a
procuram investir em cursos profissionalizantes. parte da frase que contém “a informação nova para o ou-
vinte”, é o que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema,
22. (PC-SP – AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP – constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
2014) Considerando que o adjetivo é uma palavra que Quando o núcleo da declaração está no verbo (que
modifica o substantivo, com ele concordando em gênero indique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo
e número, assinale a alternativa em que a palavra desta- significativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo
cada é um adjetivo. estiver em um nome (geralmente um adjetivo), teremos
um predicado nominal (os verbos deste tipo de predica-
a) ... um câncer de boca horroroso, ... do são os que indicam estado, conhecidos como verbos
de ligação):
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Ele tem dezesseis anos...


c) Eu queria que ele morresse logo, ... O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às fa- (predicado verbal)
mílias. A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú-
e) E o inferno não atinge só os terminais. cleo é “fácil” (predicado nominal)
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
Resposta: Letra A. por uma ou mais orações, formando um todo, com sen-
Em “a”: um câncer de boca horroroso = adjetivo tido completo. O período pode ser simples ou composto.

66
Período simples é aquele constituído por apenas O sujeito composto é o sujeito determinado que
uma oração, que recebe o nome de oração absoluta. apresenta mais de um núcleo.
Chove. Alimentos e roupas custam caro.
A existência é frágil. Ela e eu sabemos o conteúdo.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso. O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.

Período composto é aquele constituído por duas ou Além desses dois sujeitos determinados, é comum
mais orações: a referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
Cantei, dancei e depois dormi. “antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do
Quero que você estude mais. sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido
pela desinência verbal ou pelo contexto.
1.1. Termos da Oração Abolimos todas as regras. = (nós)
Falaste o recado à sala? = (tu)
1.1.1 Termos essenciais Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri-
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na se-
O sujeito e o predicado são considerados termos es- gunda do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os
senciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis pronomes não estejam explícitos.
para a formação das orações. No entanto, existem ora- Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implíci-
ções formadas exclusivamente pelo predicado. O que to na desinência verbal “-mos”
define a oração é a presença do verbo. O sujeito é o ter- Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na de-
mo que estabelece concordância com o verbo. sinência verbal “-ais”
O candidato está preparado.
Os candidatos estão preparados. Mas:
Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida- Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós
to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno- Vós cantais bem! = sujeito simples: vós
minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo, O sujeito indeterminado surge quando não se quer -
estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo ou não se pode - identificar a que o predicado da oração
no singular: candidato = está). refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso
A função do sujeito é basicamente desempenhada contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
por substantivos, o que a torna uma função substantiva Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermi-
da oração. Pronomes, substantivos, numerais e quais- nado de duas maneiras:
quer outras palavras substantivadas (derivação impró-
pria) também podem exercer a função de sujeito. A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs- o sujeito não tenha sido identificado anteriormen-
tantivo) te:
Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem- Bateram à porta;
plo: substantivo) Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
nistro.
Os sujeitos são classificados a partir de dois elemen-
tos: o de determinação ou indeterminação e o de núcleo Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
do sujeito. ou composto:
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- Os meninos bateram à porta. (simples)
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
pode ser simples ou composto. B) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é cido do pronome “se”. Esta é uma construção típi-
possível identificar claramente a que se refere a concor- ca dos verbos que não apresentam complemento
dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não direto:
interessa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Precisa-se de mentes criativas.
Estão gritando seu nome lá fora. Vivia-se bem naqueles tempos.
Trabalha-se demais neste lugar. Trata-se de casos delicados.
O sujeito simples é o sujeito determinado que apre- Sempre se está sujeito a erros.
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abai- de indeterminação do sujeito.
xo, sublinhei os núcleos dos sujeitos:
LÍNGUA PORTUGUESA

Nós estudaremos juntos. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo pre-
A humanidade é frágil. dicado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A
Ninguém se move. mensagem está centrada no processo verbal. Os princi-
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve pais casos de orações sem sujeito com:
uma derivação imprópria, tranformando-o em substan-  os verbos que indicam fenômenos da natureza:
tivo) Amanheceu.
As crianças precisam de alimentos saudáveis. Está trovejando.

67
 os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a ou-
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tro nome da oração por meio de um verbo (o verbo de
tempo em geral: ligação).
Está tarde. Nos predicados nominais, o verbo não é significativo,
Já são dez horas. isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre-
Faz frio nesta época do ano. dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado
Há muitos concursos com inscrições abertas. do sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar,
Predicado é o conjunto de enunciados que contém andar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como
a informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvin- elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele
te. Nas orações sem sujeito, o predicado simplesmente relacionadas.
enuncia um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o A função de predicativo é exercida, normalmente, por
predicado é aquilo que se declara a respeito deste su- um adjetivo ou substantivo.
jeito. Com exceção do vocativo - que é um termo à par-
te - tudo o que difere do sujeito numa oração é o seu O predicado verbo-nominal é aquele que apresen-
predicado. ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No
Chove muito nesta época do ano. predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir
Houve problemas na reunião. ao sujeito ou ao complemento verbal (objeto).

Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi- O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
cado. Na segunda oração, “problemas” funciona como nificativo, indicando processos. É também sempre por
objeto direto. intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com
As questões estavam fáceis! o termo a que se refere.
Sujeito simples = as questões O dia amanheceu ensolarado;
Predicado = estavam fáceis As mulheres julgam os homens inconstantes.
Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento. No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
Sujeito = uma ideia estranha duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de
Predicado = passou-me pelo pensamento ligação. Este predicado poderia ser desdobrado em dois:
um verbal e outro nominal.
Para o estudo do predicado, é necessário verificar O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.
se seu núcleo é um nome (então teremos um predicado
nominal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se con- No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
siderar também se as palavras que formam o predicado o complemento homens com o predicativo “inconstan-
referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da tes”.
oração.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres 1.2 Termos integrantes da oração
de opinião.
Predicado Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
complemento nominal são chamados termos integrantes
O predicado acima apresenta apenas uma palavra da oração.
que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras se
ligam direta ou indiretamente ao verbo. Os complementos verbais integram o sentido dos
A cidade está deserta. verbos transitivos, com eles formando unidades signifi-
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere- cativas. Estes verbos podem se relacionar com seus com-
-se ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como plementos diretamente, sem a presença de preposição,
elemento de ligação (por isso verbo de ligação) entre o ou indiretamente, por intermédio de preposição.
sujeito e a palavra a ele relacionada (no caso: deserta = O objeto direto é o complemento que se liga direta-
predicativo do sujeito). mente ao verbo.
Houve muita confusão na partida final.
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo Queremos sua ajuda.
significativo um verbo:
Chove muito nesta época do ano. O objeto direto preposicionado ocorre principalmen-
Estudei muito hoje! te:
Compraste a apostila? A) com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
LÍNGUA PORTUGUESA

referentes a pessoas:
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam (o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
processos. na-se: objeto direto preposicionado)

O predicado nominal é aquele que tem como nú- B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
cleo significativo um nome; este atribui uma qualidade de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero
ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo cansar a Vossa Senhoria.

68
C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise. O poeta português deixou uma obra inacabada.
(sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica O poeta deixou-a inacabada.
a crise) (inacabada precisou ser repetida, então: predicativo
O objeto indireto é o complemento que se liga indi- do objeto)
retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
Gosto de música popular brasileira. Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
Necessito de ajuda. substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se
relaciona apenas ao substantivo.
1.2.1 Objeto Pleonástico O aposto é um termo acessório que permite ampliar,
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um
É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos. termo que exerça qualquer função sintática: Ontem, se-
Normalmente, as frases em que ocorrem objetos gunda-feira, passei o dia mal-humorado.
pleonásticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o
objeto, antecipado para o início da oração; em seguida, Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tem-
ele é repetido através de um pronome oblíquo. É à repe- po “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao
tição que se dá o nome de objeto pleonástico. termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: Se-
“Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçal- gunda-feira passei o dia mal-humorado.
ves Dias) O aposto pode ser classificado, de acordo com seu
valor na oração, em:
objeto pleonástico A) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação
Ao traidor, nada lhe devemos. com o mundo.
B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
O termo que integra o sentido de um nome chama-se coisas: amor, arte, ação.
complemento nominal, que se liga ao nome que comple- C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e so-
ta por intermédio de preposição: nho, tudo forma o carnaval.
A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a pala- D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fi-
xaram-se por muito tempo na baía anoitecida.
vra “necessária”
Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O vocativo é um termo que serve para chamar, in-
vocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não
1.3 Termos acessórios da oração e vocativo
mantendo relação sintática com outro termo da oração.
A função de vocativo é substantiva, cabendo a substan-
Os termos acessórios recebem este nome por serem
tivos, pronomes substantivos, numerais e palavras subs-
explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad- tantivadas esse papel na linguagem.
junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o voca- João, venha comigo!
tivo – este, sem relação sintática com outros temos da Traga-me doces, minha menina!
oração.
1.4 Períodos Compostos
O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- 1.4.1 Período Composto por Coordenação
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função O período composto se caracteriza por possuir mais
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais de uma oração em sua composição. Sendo assim:
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma ora-
a pé àquela velha praça. ção)
Estou comprando um protetor solar, depois irei à
O adjunto adnominal é o termo acessório que deter- praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas
mina, especifica ou explica um substantivo. É uma fun- orações)
ção adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um
que exercem o papel de adjunto adnominal na oração. protetor solar. (Período Composto = três verbos, três
Também atuam como adjuntos adnominais os artigos, os orações).
numerais e os pronomes adjetivos. Há dois tipos de relações que podem se estabelecer
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu entre as orações de um período composto: uma relação
amigo de infância. de coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas
LÍNGUA PORTUGUESA

O adjunto adnominal se liga diretamente ao subs- em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco
tantivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o de informações, marcado pela pontuação final), mas têm,
predicativo do objeto se liga ao objeto por meio de um ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
verbo. Estou comprando um protetor solar, depois irei à
O poeta português deixou uma obra originalíssima. praia. (Período Composto)
O poeta deixou-a. Podemos dizer:
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: 1. Estou comprando um protetor solar.
adjunto adnominal) 2. Irei à praia.

69
Separando as duas, vemos que elas são independentes. Tal período é classificado como Período Composto por
Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindé-
ticas.
A) Coordenadas Assindéticas
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas.
Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.

B) Coordenadas Sindéticas
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
denativa, que dará à oração uma classificação. As orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!

 Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas principais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
só... como, assim... como.
Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
Comprei o protetor solar e fui à praia.

 Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretanto,
porém, no entanto, ainda, assim, senão.
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
Li tudo, porém não entendi!

 Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...
seja.
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.

 Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por conse-
guinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo).
Passei no concurso, portanto comemorarei!
A situação é delicada; devemos, pois, agir.

 Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verdade,
pois (anteposto ao verbo).
Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo.
Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.

1.4.2 Período Composto Por Subordinação

Quero que você seja aprovado!


Oração principal oração subordinada
Observe que na oração subordinada temos o verbo “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular do
presente do subjuntivo, além de ser introduzida por conjunção. As orações subordinadas que apresentam verbo em
qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por conjunção,
chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.

Podemos modificar o período acima. Veja:


Quero ser aprovado.
Oração Principal Oração Subordinada

A análise das orações continua sendo a mesma: “Quero” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su-
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso, a
conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa
das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) são chamadas de orações reduzidas ou implícitas (como no
LÍNGUA PORTUGUESA

exemplo acima).

Observação:
As orações reduzidas não são introduzidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente,
introduzidas por preposição.
A) Orações Subordinadas Substantivas
A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção integran-
te (que, se).

70
Não sei se sairemos hoje.
Oração Subordinada Substantiva

Temos medo de que não sejamos aprovados.


Oração Subordinada Substantiva

Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também introduzem as orações subordinadas substantivas, bem
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como).

O garoto perguntou qual seu nome.


Oração Subordinada Substantiva

Não sabemos quando ele virá.


Oração Subordinada Substantiva

1.4.3 Classificação das Orações Subordinadas Substantivas

Conforme a função que exerce no período, a oração subordinada substantiva pode ser:
1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal:
É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Sujeito

É fundamental que você compareça à reunião.


Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

#FicaDica
Observe que a oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim, temos um
período simples:
É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a função de sujeito.

Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal:


 Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo
- É claro - Está evidente - Está comprovado
É bom que você compareça à minha festa.
 Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado,
Ficou provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
 Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - acontecer
Convém que não se atrase na entrevista.
Observação:
Quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa do
singular.

2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto do verbo da oração principal:


Todos querem sua aprovação no concurso.
Objeto Direto

Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem isso)


Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas (desenvolvidas) são iniciadas por:
 Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
 Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
LÍNGUA PORTUGUESA

pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.


 Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
não sei por que ela fez isso.

3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.

Meu pai insiste em meu estudo.


Objeto Indireto

71
Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste nisso)
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Observação:
Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

4. Completiva Nominal = completa um nome que pertence à oração principal e também vem marcada por prepo-
sição.
Sentimos orgulho de seu comportamento.
Complemento Nominal

Sentimos orgulho de que você se comportou. (= Sentimos orgulho disso.)


Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

As orações subordinadas substantivas objetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações
subordinadas substantivas completivas nominais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma da outra, é ne-
cessário levar em conta o termo complementado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o complemento nominal:
o primeiro complementa um verbo; o segundo, um nome.

5. Predicativa = exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre depois do verbo
ser.
Nosso desejo era sua desistência.
Predicativo do Sujeito

Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo era isso)
Oração Subordinada Substantiva Predicativa

6. Apositiva = exerce função de aposto de algum termo da oração principal.


Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
Aposto
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
Oração subordinada substantiva apositiva reduzida de infinitivo

(Fernanda tinha um grande sonho: isso)

Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )

B) Orações Subordinadas Adjetivas


Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.
Esta foi uma redação bem-sucedida.
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)

O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:
Esta foi uma redação que fez sucesso.
Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva

Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita
pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma fun-
ção sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso, “redação”
é sujeito, então o “que” também funciona como sujeito).
LÍNGUA PORTUGUESA

#FicaDica
Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser substitu-
ído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.

72
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas exerce a função de adjunto adverbial do verbo da ora-
ção principal. Assim, pode exprimir circunstância de tem-
Quando são introduzidas por um pronome relativo e po, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando
apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvol- subordinativas (com exclusão das integrantes, que intro-
vidas. Além delas, existem as orações subordinadas ad- duzem orações subordinadas substantivas). Classifica-se
jetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que
relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apre- a introduz (assim como acontece com as coordenadas
sentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, sindéticas).
gerúndio ou particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. Oração Subordinada Adverbial
No primeiro período, há uma oração subordinada ad- A oração em destaque agrega uma circunstância de
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada ad-
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito verbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos aces-
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração su- sórios que indicam uma circunstância referente, via de
bordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há prono- regra, a um verbo. A classificação do adjunto adverbial
me relativo e seu verbo está no infinitivo. depende da exata compreensão da circunstância que ex-
prime.
1. Classificação das Orações Subordinadas Adjeti- Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
vas minha vida.
Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
Na relação que estabelecem com o termo que carac- minha vida.
terizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar
de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem
ou especificam o sentido do termo a que se referem, in- No primeiro período, “naquele momento” é um ad-
dividualizando-o. Nestas orações não há marcação de
junto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal
pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restriti-
“senti”. No segundo período, este papel é exercido pela
vas. Existem também orações que realçam um detalhe ou
oração “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração
amplificam dados sobre o antecedente, que já se encon-
subordinada adverbial temporal. Esta oração é desenvol-
tra suficientemente definido. Estas orações denominam-
vida, pois é introduzida por uma conjunção subordina-
-se subordinadas adjetivas explicativas.
tiva (quando) e apresenta uma forma verbal do modo
Exemplo 1:
indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que
possível reduzi-la, obtendo-se:
passava naquele momento.
Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de mi-
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
nha vida.
A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
No período acima, observe que a oração em desta-
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não
que restringe e particulariza o sentido da palavra “ho-
é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por
mem”: trata-se de um homem específico, único. A oração
uma preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).
limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos
os homens, mas sim àquele que estava passando naque-
Observação:
le momento.
A classificação das orações subordinadas adverbiais
Exemplo 2:
é feita do mesmo modo que a classificação dos adjun-
tos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela
O homem, que se considera racional, muitas vezes age
oração.
animalescamente.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
2. Classificação das Orações Subordinadas Adver-
biais
Agora, a oração em destaque não tem sentido restri-
tivo em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas
A) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
explicita uma ideia que já sabemos estar contida no con-
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do
ceito de “homem”.
que se declara na oração principal. Principal conjunção
subordinativa causal: porque. Outras conjunções e locu-
Saiba que:
LÍNGUA PORTUGUESA

ções causais: como (sempre introduzido na oração ante-


A oração subordinada adjetiva explicativa é separa-
posta à oração principal), pois, pois que, já que, uma vez
da da oração principal por uma pausa que, na escrita,
que, visto que.
é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito
pontuação seja indicada como forma de diferenciar as
forte.
orações explicativas das restritivas; de fato, as explicativas
Já que você não vai, eu também não vou.
vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
C) Orações Subordinadas Adverbiais
sindética explicativa é que esta “explica” o fato que acon-
Uma oração subordinada adverbial é aquela que

73
teceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apre- E) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais
senta a “causa” do acontecimento expresso na oração à comparativas estabelecem uma comparação com a
qual ela se subordina. Repare: ação indicada pelo verbo da oração principal. Prin-
1. Faltei à aula porque estava doente. cipal conjunção subordinativa comparativa: como.
2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. Ele dorme como um urso. (como um urso dorme)
Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa) Você age como criança. (age como uma criança age)
que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o
fato de estar doente impediu-me de ir à aula. No • geralmente há omissão do verbo.
exemplo 2, a oração sublinhada relata um fato que
aconteceu depois, já que primeiro ela chorou, de- F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou
pois seus olhos ficaram vermelhos. seja, apresenta uma regra, um modelo adotado
para a execução do que se declara na oração prin-
cipal. Principal conjunção subordinativa conforma-
B) Consecutiva = exprime um fato que é consequên- tiva: conforme. Outras conjunções conformativas:
cia, é efeito do que se declara na oração principal. como, consoante e segundo (todas com o mesmo
São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, valor de conforme).
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas Fiz o bolo conforme ensina a receita.
estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que. Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
Principal conjunção subordinativa consecutiva: que direitos iguais.
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
concretizando-os. se declara na oração principal. Principal conjunção
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Redu- subordinativa final: a fim de. Outras conjunções fi-
zida de Infinitivo) nais: que, porque (= para que) e a locução conjun-
tiva para que.
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
como necessário para a realização ou não de um Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
fato. As orações subordinadas adverbiais condicio- H) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
nais exprimem o que deve ou não ocorrer para que seja, um fato simultâneo ao expresso na oração
se realize - ou deixe de se realizar - o fato expresso principal. Principal locução conjuntiva subordina-
na oração principal. tiva proporcional: à proporção que. Outras locu-
Principal conjunção subordinativa condicional: se. ções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, des- passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...
de que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, (maior), quanto maior...(menor), quanto menor...
sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). (maior), quanto menor...(menor), quanto mais...
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, (mais), quanto mais...(menos), quanto menos...
certamente o melhor time será campeão. (mais), quanto menos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões acer-
távamos.
D) Concessiva = indica concessão às ações do verbo À medida que lia mais culto ficava.
da oração principal, isto é, admitem uma contra-
dição ou um fato inesperado. A ideia de conces- I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
são está diretamente ligada ao contraste, à quebra expresso na oração principal, podendo exprimir
de expectativa. Principal conjunção subordinativa noções de simultaneidade, anterioridade ou poste-
concessiva: embora. Utiliza-se também a conjun- rioridade. Principal conjunção subordinativa tem-
ção: conquanto e as locuções ainda que, ainda poral: quando. Outras conjunções subordinativas
quando, mesmo que, se bem que, posto que, ape- temporais: enquanto, mal e locuções conjuntivas:
sar de que. assim que, logo que, todas as vezes que, antes que,
Só irei se ele for. depois que, sempre que, desde que, etc.
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita. Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando ter-
Compare agora com: minou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
Irei mesmo que ele não vá.
3. Orações Reduzidas
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
LÍNGUA PORTUGUESA

irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. As orações subordinadas podem vir expressas como
A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial reduzidas, ou seja, com o verbo em uma de suas formas
concessiva. nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem conec-
Observe outros exemplos: tivo subordinativo que as introduza.
Embora fizesse calor, levei agasalho. É preciso estudar! = reduzida de infinitivo
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em- É preciso que se estude = oração desenvolvida (pre-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo) sença do conectivo)

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Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam sim, ela fica mais perto de nós. E para muitos pode servir
“desenvolvidas” – como no exemplo acima. de caminho não apenas para a vida, que ela serve de
É preciso estudar = oração subordinada substantiva perto, mas para a literatura. Por meio dos assuntos, da
subjetiva reduzida de infinitivo composição solta, do ar de coisa sem necessidade que
É preciso que se estude = oração subordinada subs- costuma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo
tantiva subjetiva dia. Principalmente porque elabora uma linguagem que
fala de perto ao nosso modo de ser mais natural. Na sua
4. Orações Intercaladas despretensão, humaniza; e esta humanização lhe permi-
te, como compensação sorrateira, recuperar com a outra
São orações independentes encaixadas na sequência mão certa profundidade de significado e certo acaba-
do período, utilizadas para um esclarecimento, um apar- mento de forma, que de repente podem fazer dela uma
te, uma citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou tra- inesperada, embora discreta, candidata à perfeição.
vessões. Antonio Candido. A vida ao rés do chão. In: Recortes. São
Nós – continuava o relator – já abordamos este as- Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 23 (com adapta-
sunto. ções).
As formas verbais “imagina” (R.1), “atribuir” (R.4) e “ser-
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA vir” (R.8) foram utilizadas como verbos transitivos indi-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa retos.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, ( ) CERTO ( ) ERRADO
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – Resposta: Errado.
São Paulo: Saraiva, 2002. imagina uma literatura = transitivo direto
atribuir o Prêmio Nobel a um cronista = bitransitivo
(transitivo direto e indireto)
SITE pode servir de caminho = intransitivo
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/
frase-periodo-e-oracao

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO.


EXERCÍCIOS COMENTADOS
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
1. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE – 2013 –
servem para compor a coesão e a coerência textual, além
ADAPTADA) Jogadores de futebol de diversos times en-
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.
traram em campo em prol do programa “Pai Presente”,
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
nos jogos do Campeonato Nacional em apoio à campanha
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação
que visa reduzir o número de pessoas que não possuem o
depende, em certos momentos, da intenção do autor do
nome do pai em sua certidão de nascimento. (...)
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamen-
A oração subordinada “que não possuem o nome do pai
te relacionados ao contexto e ao interlocutor.
em sua certidão de nascimento” não é antecedida por vír-
gula porque tem natureza restritiva.
1. Principais funções dos sinais de pontuação
( ) CERTO ( ) ERRADO
A) Ponto (.)
 Indica o término do discurso ou de parte dele, en-
Resposta: Certo. A oração restringe o grupo que par-
cerrando o período.
ticipará da campanha (apenas os que não têm o nome
 Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com-
do pai na certidão de nascimento). Se colocarmos uma panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final
vírgula, a oração se tornará “explicativa”, generalizan- de período, este não receberá outro ponto; neste
do a informação, o que dará a entender que TODAS as caso, o ponto de abreviatura marca, também, o fim
pessoas não têm o nome do pai na certidão. de período. Exemplo: Estudei português, matemári-
ca, constitucional, etc. (e não “etc..”)
2. (Instituto Rio Branco – Admissão à Carreira de Di-  Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
plomata – cespe – 2014 – adaptada) ponto, assim como após o nome do autor de uma
LÍNGUA PORTUGUESA

citação:
A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma 
literatura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o Haverá eleições em outubro
brilho universal dos grandes romancistas, dramaturgos O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napo-
e poetas. Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a leão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
um cronista, por melhor que fosse. Portanto, parece mes-  Os números que identificam o ano não utilizam
mo que a crônica é um gênero menor. ponto nem devem ter espaço a separá-los, bem como os
“Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque, sendo as- números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.

75
B) Ponto e Vírgula (;)
 Separa várias partes do discurso, que têm a mesma importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão
pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
(VIEIRA)
 Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon-
tanhas, frio e cobertor.
 Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, decreto de lei, etc.
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola;
Caminhada na praia;
Reunião com amigos.

C) Dois pontos (:)


 Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:
 Antes de um aposto = Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.
 Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a rotina de
sempre.
 Em frases de estilo direto
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão?

D) Ponto de Exclamação (!)


 Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me casar com você!
 Depois de interjeições ou vocativos
Ai! Que susto!
João! Há quanto tempo!

E) Ponto de Interrogação (?)


 Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo)

F) Reticências (...)
 Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis, canetas, cadernos...
 Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
 Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este mal... pega doutor?
 Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa, depois, o coração falar...

G) Vírgula (,)

Não se usa vírgula


Separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se diretamente entre si:
1. Entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado

2. Entre o verbo e seus objetos:


O trabalho custou sacrifício aos realizadores.
V.T.D.I. O.D. O.I.

Usa-se a vírgula:

1. Para marcar intercalação:


A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço.
B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
LÍNGUA PORTUGUESA

C) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não que-
rem abrir mão dos lucros altos.

2. Para marcar inversão:


A) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fecha-
das.
B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982.

76
3. Para separar entre si elementos coordenados da cadeira das vítimas, testemunhas e réus para minha
(dispostos em enumeração): cadeira de juíza. A toga não me blindou daqueles relatos
Era um garoto de 15 anos, alto, magro. sofridos, aflitos. As angústias dos que se sentavam à mi-
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e ani- nha frente, por diversas vezes, me escoltaram até minha
mais. casa e passaram a ser companheiras de noites de insônia.
Não havia outra solução a não ser escrever. Era preciso
4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós que- colocar no papel e compartilhar a dor daquelas pessoas
remos comer pizza; e vocês, churrasco. que, mesmo ao fim do processo e com a sentença prola-
tada, não me deixavam esquecê-las.
5. Para isolar: Foram horas, dias, meses, anos de oitivas de mães, filhas,
A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole bra- esposas, namoradas, companheiras, todas tendo em co-
sileira, possui um trânsito caótico. mum a violência no corpo e na alma sofrida dentro de
B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. casa. O lar, que deveria ser o lugar mais seguro para essas
mulheres, havia se transformado no pior dos mundos.
Observações: Quando finalmente chegavam ao Judiciário e se sen-
Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres- tavam à minha frente, os relatos se transformavam em
são latina et coetera, que significa “e outras coisas”, seria desabafos de uma vida inteira. Era preciso explicar, justi-
dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o ficar e muitas vezes se culpar por terem sido agredidas.
acordo ortográfico em vigor no Brasil exige que empre- A culpa por ter sido vítima, a culpa por ter permitido, a
guemos etc. predecido de vírgula: Falamos de política, culpa por não ter sido boa o suficiente, a culpa por não
futebol, lazer, etc. ter conseguido manter a família. Sempre a culpa.
As perguntas que denotam surpresa podem ter com- Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma for-
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: ça externa como se somente nós, juízes, promotores e
Você falou isso para ela?! advogados, pudéssemos não apenas cessar aquele ciclo
de violência, mas também lhes dar voz para reagir àquela
Temos, ainda, sinais distintivos: violência invisível.
 a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- Rejane Jungbluth Suxberger. Invisíveis Marias: histórias
ração de siglas (IOF/UPC); além das quatro paredes. Brasília: Trampolim, 2018 (com
 os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas adaptações).
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira O trecho “juízes, promotores e advogados” explica o sen-
opção aos parênteses, principalmente na matemá- tido de “nós”.
tica;
 o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a ( ) CERTO ( ) ERRADO
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para subs-
tituir um nome que não se quer mencionar. Resposta: Certo. Ao trecho: (...) Aquelas mulheres che-
gavam à Justiça buscando uma força externa como se
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS somente nós, juízes, promotores e advogados, pudésse-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- mos não apenas cessar aquele ciclo de violência (...). Os
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São termos entre vírgulas servem para exemplificar quem
Paulo: Saraiva, 2010. são os “nós” citados pela autora (juízes, promotores,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa advogados).
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
2. (SERES-PE – Agente de Segurança Penitenciária –
SITE Cespe – 2017 – adaptada)
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-vir- Texto 1A1AAA
gula.htm
Após o processo de redemocratização, com o fim da di-
tadura militar, em meados da década de 80 do século
passado, era de se esperar que a democratização das
EXERCÍCIOS COMENTADOS instituições tivesse como resultado direto a consolidação
da cidadania — compreendida de modo amplo, abran-
1. (STJ – Conhecimentos Básicos para o Cargo 1 – Ces- gendo as três categorias de direitos: civis, políticos e
LÍNGUA PORTUGUESA

pe – 2018 – adaptada) sociais. Sobressaem, porém, problemas que configuram


mais desafios para a cidadania brasileira, como a violên-
Texto CB1A1CCC cia urbana — que ameaça os direitos individuais — e o
desemprego — que ameaça os direitos sociais.
As audiências de segunda a sexta-feira muitas vezes re- No Brasil, o crime aumentou significantemente a partir
velaram o lado mais sórdido da natureza humana. Eram de 1980, impacto do processo de modernização pelo
relatos de sofrimento, dor, angústia que se transportavam qual o país passou. Isso sugere que o boom do consumo
colocou em circulação bens de alto valor e, consequente-

77
mente, aumentou as oportunidades para o crime, inclusi- gerente executivo de pesquisas da Confederação Nacio-
ve porque a maior mobilidade de pessoas torna o espaço nal da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, para explicar
social mais anônimo, menos supervisionado. a melhora das expectativas. O termo em destaque não
Nesse contexto, justiça criminal passa a ser cada vez mais está exercendo a função de vocativo, já que não é uti-
dissociada de justiça social e reconstrução da sociedade. lizado para evocar, chamar o interlocutor do diálogo.
O objetivo em relação à criminalidade torna-se bem me- Sua função é de aposto – explicar quem é o gerente
nos ambicioso: o controle. A prisão ganha mais impor- executivo da CNI.
tância na modernidade tardia, porque satisfaz uma dupla
necessidade dessa nova cultura: castigo e controle do 4. (Caixa Econômica Federal – Médico do Trabalho –
risco. Essa postura às vezes proporciona controle, porém cespe – 2014 – adaptada) A correção gramatical do tre-
não segurança, pois o Estado tem o poder limitado de cho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as
manter a ordem por meio da polícia, sendo necessário mais comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso
dividir as tarefas de controle com organizações locais e se inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”.
com a comunidade.
Jacqueline Carvalho da Silva. Manutenção da ordem ( ) CERTO ( ) ERRADO
pública e garantia dos direitos individuais: os desafios da
polícia em sociedades democráticas. In: Revista Brasileira Resposta: Certo. Não se deve colocar vírgula entre
de Segurança Pública. São Paulo, ano 5, 8.ª ed., fev. – sujeito e predicado, a não ser que se trate de um apos-
mar./2011, p. 84-5 (com adaptações). to (1), predicativo do sujeito (2), ou algum termo que
requeira estar separado entre pontuações. Exemplo: O
No primeiro parágrafo do texto 1A1AAA, os dois-pontos Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
introduzem Os meninos, ansiosos (2), chegaram!
a) uma enumeração das “categorias de direitos”.
b) resultados da “consolidação da cidadania”.
c) um contra-argumento para a ideia de cidadania como
algo “amplo”. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL.
d) uma generalização do termo “direitos”.
e) objetivos do “processo de redemocratização”.

Resposta: Letra A. Recorramos ao texto (faça isso Os concurseiros estão apreensivos.


SEMPRE durante seu concurso. O texto é a base para Concurseiros apreensivos.
encontrar as respostas para as questões!): (...) abran-
gendo as três categorias de direitos: civis, políticos e No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na
sociais. Os dois-pontos introduzem a enumeração dos terceira pessoa do plural, concordando com o seu su-
direitos; apresenta-os. jeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo
“apreensivos” está concordando em gênero (masculino)
3. (Aneel – Técnico Administrativo – cespe – 2010) Vão e número (plural) com o substantivo a que se refere: con-
surgindo novos sinais do crescente otimismo da indús- curseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa,
tria com relação ao futuro próximo. Um deles refere-se número e gênero se correspondem. A correspondência
às exportações. “O comércio mundial já está voltando a de flexão entre dois termos é a concordância, que pode
se abrir para as empresas”, diz o gerente executivo de ser verbal ou nominal.
pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
Renato da Fonseca, para explicar a melhora das expec-
tativas dos industriais com relação ao mercado externo. 1. Concordância Verbal
Quanto ao mercado interno, as expectativas da indústria
não se modificaram. Mas isso não é um mau sinal, pois É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
elas já eram francamente otimistas. Há algum tempo, a seu sujeito.
pesquisa da CNI, realizada mensalmente a partir de 2010,
registra grande otimismo da indústria com relação à de- 1.1. Sujeito Simples - Regra Geral
manda interna. Trata-se de um sentimento generalizado. O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
Em todos os setores industriais, a expressiva maioria dos em número e pessoa. Veja os exemplos:
entrevistados acredita no aumento das vendas internas. A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h.
O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adapta- 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
ções).
LÍNGUA PORTUGUESA

Os candidatos à vaga chegarão às 12h.


O nome próprio “Renato da Fonseca” está entre vírgulas 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
por tratar-se de um vocativo.
1.1.1. Casos Particulares
( ) CERTO ( ) ERRADO
A) Quando o sujeito é formado por uma expressão
Resposta: Errado. Recorramos ao texto (lembre-se de
partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de,
fazer a mesma coisa no dia do seu concurso!): (...) diz o
metade de, a maioria de, a maior parte de, grande

78
parte de...) seguida de um substantivo ou prono- Qual de nós é capaz?
me no plural, o verbo pode ficar no singular ou no Algum de vós fez isso.
plural.
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. E) Quando o sujeito é formado por uma expressão
Metade dos candidatos não apresentou / apresenta- que indica porcentagem seguida de substantivo, o
ram proposta. verbo deve concordar com o substantivo.
25% do orçamento do país será destinado à Educação.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos 85% dos entrevistados não aprovam a administração
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vân- do prefeito.
dalos destruiu / destruíram o monumento. 1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova.
Observação:
Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a  Quando a expressão que indica porcentagem não
unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque é seguida de substantivo, o verbo deve concordar
aos elementos que formam esse conjunto. com o número.
25% querem a mudança.
B) Quando o sujeito é formado por expressão que 1% conhece o assunto.
indica quantidade aproximada (cerca de, mais de,
menos de, perto de...) seguida de numeral e subs-  Se o número percentual estiver determinado por
tantivo, o verbo concorda com o substantivo. artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-
Cerca de mil pessoas participaram do concurso. -á com eles:
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenida- Os 30% da produção de soja serão exportados.
de. Esses 2% da prova serão questionados.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últi- F) O pronome “que” não interfere na concordância;
mas Olimpíadas. já o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa
do singular.
Observação: Fui eu que paguei a conta.
Quando a expressão “mais de um” se associar a ver- Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
bos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório:
Sou eu quem faz a prova.
Mais de um colega se ofenderam na discussão. (ofende-
Não serão eles quem será aprovado.
ram um ao outro)
G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve as-
C) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
sumir a forma plural.
ral, a concordância deve ser feita levando-se em
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan-
conta a ausência ou presença de artigo. Sem arti- taram os poetas.
go, o verbo deve ficar no singular; com artigo no Este candidato é um dos que mais estudaram!
plural, o verbo deve ficar o plural.
Os Estados Unidos possuem grandes universidades.  Se a expressão for de sentido contrário – nenhum
Estados Unidos possui grandes universidades. dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no
Alagoas impressiona pela beleza das praias. singular:
As Minas Gerais são inesquecíveis. Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. Nem uma das que me escreveram mora aqui.
D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou  Quando “um dos que” vem entremeada de subs-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, tantivo, o verbo pode:
muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou 1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atraves-
“de vós”, o verbo pode concordar com o primeiro sa o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio
pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o que faça o mesmo).
pronome pessoal. 2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão po-
Quais de nós são / somos capazes? luídos (noção de que existem outros rios na mesma
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? condição).
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino-
vadoras. H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
Observação: Vossa Excelência está cansado?
LÍNGUA PORTUGUESA

Veja que a opção por uma ou outra forma indica a Vossas Excelências renunciarão?
inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz
ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso de acordo com o numeral.
não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de Deu uma hora no relógio da sala.
tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. Deram cinco horas no relógio da sala.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido esti- Soam dezenove horas no relógio da praça.
ver no singular, o verbo ficará no singular. Baterão doze horas daqui a pouco.

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Observação: 1.2.1. Casos Particulares
Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino,
torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.  Quando o sujeito composto é formado por nú-
cleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas. no singular.
Soa quinze horas o relógio da matriz. Descaso e desprezo marca seu comportamento.
A coragem e o destemor fez dele um herói.
J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do sin-  Quando o sujeito composto é formado por núcleos
gular. São verbos impessoais: Haver no sentido de dispostos em gradação, verbo no singular:
existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que indi- Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um se-
cam fenômenos da natureza. Exemplos: gundo me satisfaz.
Havia muitas garotas na festa.
Faz dois meses que não vejo meu pai.  Quando os núcleos do sujeito composto são uni-
dos por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no
Chovia ontem à tarde.
plural, de acordo com o valor semântico das con-
junções:
1.2. Sujeito Composto
Drummond ou Bandeira representam a essência da
poesia brasileira.
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao ver- Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
bo, a concordância se faz no plural: Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de
Pai e filho conversavam longamente. “adição”. Já em:
Sujeito Juca ou Pedro será contratado.
Pais e filhos devem conversar com frequência. Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
Sujeito píada.

B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguin- no singular.
te maneira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece
sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece  Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem
sobre a terceira (eles). Veja: outro”, a concordância costuma ser feita no sin-
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. gular.
Primeira Pessoa do Plural (Nós) Um ou outro compareceu à festa.
Nem um nem outro saiu do colégio.
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)  Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou
no singular: Um e outro farão/fará a prova.
Pais e filhos precisam respeitar-se.  Quando os núcleos do sujeito são unidos por
Terceira Pessoa do Plural (Eles) “com”, o verbo fica no plural. Nesse caso, os nú-
cleos recebem um mesmo grau de importância e
Observação: a palavra “com” tem sentido muito próximo ao de
Quando o sujeito é composto, formado por um ele- “e”.
O pai com o filho montaram o brinquedo.
mento da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), é
O governador com o secretariado traçaram os planos
possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural
para o próximo semestre.
(eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar
O professor com o aluno questionaram as regras.
de “tomaríeis”.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se
C) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: O pai com o filho montou o brinquedo.
em vez de concordar no plural com a totalidade do sujei- O governador com o secretariado traçou os planos
to, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo para o próximo semestre.
do sujeito mais próximo. O professor com o aluno questionou as regras.
Faltaram coragem e competência.
Faltou coragem e competência.
LÍNGUA PORTUGUESA

Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito


Compareceram todos os candidatos e o banca. composto. O sujeito é simples, uma vez que as expres-
Compareceu o banca e todos os candidatos. sões “com o filho” e “com o secretariado” são adjuntos
adverbiais de companhia. Na verdade, é como se hou-
D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concor- vesse uma inversão da ordem. Veja:
dância é feita no plural. Observe: “O pai montou o brinquedo com o filho.”
Abraçaram-se vencedor e vencido. “O governador traçou os planos para o próximo semes-
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. tre com o secretariado.”

80
“O professor questionou as regras com o aluno.”
Casos em que se usa o verbo no singular:
Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.

Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não somente”...,
“não apenas... mas também”, “tanto...quanto”, o verbo ficará no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.

Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é feita
com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na vida das pessoas.

1.2.2 Outros Casos


O Verbo e a Palavra “SE”
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas de particular interesse para a concordância verbal:
A) quando é índice de indeterminação do sujeito;
B) quando é partícula apassivadora.
Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se” acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de
ligação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular:
Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.

Quando pronome apassivador, o “se” acompanha verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos:
Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas.

#FicaDica
Para saber se o “se” é partícula apassivadora ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar a
frase para a voz passiva. Se a frase construída for “compreensível”, estaremos diante de uma partícula apas-
sivadora; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja:
Precisa-se de funcionários qualificados.
Tentemos a voz passiva:
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice
de indeterminação do sujeito.
Agora:
Vendem-se casas.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para
eu passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Percebeu semelhança? Agora é só memorizar!)

O Verbo “Ser”

A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordância
pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do sujeito.

Quando o sujeito ou o predicativo for:


LÍNGUA PORTUGUESA

A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER concorda com a pessoa gramatical:
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas.
A esperança dos pais são eles, os filhos.
B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro no plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural:
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros!

81
Quando o verbo SER indicar Concordância Nominal

 horas e distâncias, concordará com a expressão A concordância nominal se baseia na relação entre
numérica: nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
É uma hora. ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
São quatro horas. adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilô- normalmente, o substantivo funciona como núcleo de
metros. um termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adno-
 datas, concordará com a palavra dia(s), que pode minal.
estar expressa ou subentendida: A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
Hoje é dia 26 de agosto. seguintes regras gerais:
Hoje são 26 de agosto. A) O adjetivo concorda em gênero e número quando
 Quando o sujeito indicar peso, medida, quantida- se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas
de e for seguido de palavras ou expressões como denunciavam o que sentia.
pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER
fica no singular:
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso. B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos,
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. a concordância pode variar. Podemos sistematizar
Duas semanas de férias é muito para mim. essa flexão nos seguintes casos:

 Quando um dos elementos (sujeito ou predica-  Adjetivo anteposto aos substantivos:


tivo) for pronome pessoal do caso reto, com este O adjetivo concorda em gênero e número com o
concordará o verbo. substantivo mais próximo.
No meu setor, eu sou a única mulher. Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Aqui os adultos somos nós. Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Encontramos caído o prendedor e a roupa.
Observação:
Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) repre- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
sentados por pronomes pessoais, o verbo concorda com parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
o pronome sujeito. As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
Eu não sou ela. Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Ela não é eu.
 Adjetivo posposto aos substantivos:
O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
 Quando o sujeito for uma expressão de sentido
ou com todos eles (assumindo a forma masculina
partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plu-
plural se houver substantivo feminino e masculi-
ral, o verbo SER concordará com o predicativo.
no).
A grande maioria no protesto eram jovens.
A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
O resto foram atitudes imaturas.
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfei-
O Verbo “Parecer” tos.
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução ver- A indústria oferece atendimento e localização perfei-
bal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias: tos.
 Ocorre variação do verbo PARECER e não se fle-
xiona o infinitivo: As crianças parecem gostar do Observação:
desenho. Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza,
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos
 A variação do verbo parecer não ocorre e o infini- dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado
tivo sofre flexão: no plural masculino, que é o gênero predominante quan-
As crianças parece gostarem do desenho. do há substantivos de gêneros diferentes.
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
aas crianças) jetivo fica no singular ou plural.
A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s).
LÍNGUA PORTUGUESA

FIQUE ATENTO!
Com orações desenvolvidas, o verbo PARE- C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
CER fica no singular. Por exemplo: As pare- O adjetivo fica no masculino singular, se o substanti-
des parece que têm ouvidos. (Parece que as vo não for acompanhado de nenhum modificador:
paredes têm ouvidos = oração subordinada Água é bom para saúde.
substantiva subjetiva). O adjetivo concorda com o substantivo, se este for
modificado por um artigo ou qualquer outro determina-
tivo: Esta água é boa para saúde.

82
D) O adjetivo concorda em gênero e número com os  Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encon- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto
trou-as muito felizes. o verbo como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
E) Nas expressões formadas por pronome indefinido Esta salada é ótima.
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição A educação é necessária.
DE + adjetivo, este último geralmente é usado no São precisas várias medidas na educação.
masculino singular: Os jovens tinham algo de mis-
terioso. Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso -
F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem Quite
função adjetiva e concorda normalmente com o
nome a que se refere: Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
Cristina saiu só. mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
Seguem anexas as documentações requeridas.
Cristina e Débora saíram sós.
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Observação:
Seguem inclusos os papéis solicitados.
Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou “ape- Estamos quites com nossos credores.
nas”, tem função adverbial, ficando, portanto, invariável:
Eles só desejam ganhar presentes. Bastante - Caro - Barato - Longe

Estas palavras são invariáveis quando funcionam


#FicaDica como advérbios. Concordam com o nome a que se refe-
rem quando funcionam como adjetivos, pronomes adje-
Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. tivos, ou numerais.
Se a frase ficar coerente com o primeiro, As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
trata-se de advérbio, portanto, invariável; se Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
houver coerência com o segundo, função de (pronome adjetivo)
adjetivo, então varia: Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo As casas estão caras. (adjetivo)
Ele está só descansando. (apenas descan- Achei barato este casaco. (advérbio)
sando) - advérbio Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula
depois de “só”, haverá, novamente, um ad- Meio - Meia
jetivo:
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo,
descansando) concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi
meia porção de polentas.
Quando empregada como advérbio permanece inva-
G) Quando um único substantivo é modificado por riável: A candidata está meio nervosa.
dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usa-
das as construções:
 O substantivo permanece no singular e coloca-se #FicaDica
o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura Dá para eu substituir por “um pouco”, assim
espanhola e a portuguesa. saberei que se trata de um advérbio, não
 O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo de adjetivo: “A candidata está um pouco
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e nervosa”.
portuguesa.

1. Casos Particulares Alerta - Menos

É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per- Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
mitido sempre invariáveis.
 Estas expressões, formadas por um verbo mais um Os concurseiros estão sempre alerta.
adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se
LÍNGUA PORTUGUESA

Não queira menos matéria!


referem possuir sentido genérico (não vier prece-
dido de artigo). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
É proibido entrada de crianças. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
Em certos momentos, é necessário atenção. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
No verão, melancia é bom. Paulo: Saraiva, 2010.
É preciso cidadania. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Não é permitido saída pelas portas laterais. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

83
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Preservando-se a correção gramatical do texto CB3A-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. 2BBB, os termos “não há” e “não existem” poderiam ser
substituídos, respectivamente, por
SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. a) não existe e não têm.
php b) não existe e inexiste.
c) inexiste e não há.
d) inexiste e não acontece.
e) não tem e não têm.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Resposta: Letra C.
1. (Polícia Federal – Escrivão de Polícia Federal – Ces- Busquemos o contexto:
pe – 2013) Formas de tratamento como Vossa Excelência - sem direitos humanos reconhecidos e protegidos,
e Vossa Senhoria, ainda que sejam empregadas sempre não há democracia = poderíamos substituir por “não
na segunda pessoa do plural e no feminino, exigem fle- existe”, inexiste (verbo “haver” empregado com o sen-
xão verbal de terceira pessoa; além disso, o pronome tido de “existir”)
possessivo que faz referência ao pronome de tratamento - sem democracia, não existem as condições míni-
também deve ser o de terceira pessoa, e o adjetivo que mas para a solução pacífica dos conflitos = sentido
remete ao pronome de tratamento deve concordar em de “existir”. Poderíamos substituir por inexiste, mas no
gênero e número com a pessoa — e não com o pronome plural, já que devemos concordar com “as condições
— a que se refere. mínimas”. A única “troca” adequada seria o verbo “ha-
ver” – que pode ser utilizado com o sentido de “exis-
( ) CERTO ( ) ERRADO tir”. Teríamos: sem direitos humanos reconhecidos e
protegidos, inexiste democracia; sem democracia, não
Resposta: Certo. Afirmações corretas. As concordân- há as condições mínimas para a solução pacífica dos
cias verbal e nominal ao se utilizar pronome de trata- conflitos.
mento devem ser na terceira pessoa e concordar em
gênero (masculino ou feminino) com a pessoa a quem 3. (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Co-
mércio Exterior – Analista Técnico Administrativo –
se dirige: “Vossa Excelência está cansada(o)?” – con-
cespe – 2014) Em “Vossa Excelência deve estar satisfeita
cordará com quem está se falando: uma mulher ou um
com os resultados das negociações”, o adjetivo estará cor-
homem / “Vossa Santidade trouxe seus pertences?” /
retamente empregado se dirigido a ministro de Estado
“Vossas Senhorias gostariam de um café?”.
do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve con-
cordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
2. (Prefeitura de São Luís-MA – Conhecimentos Bási-
Excelência”.
cos Cargos de Técnico Municipal – Nível Médio – Ces-
pe – 2017) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Texto CB3A2BBB Resposta: Errado. Se a pessoa, no caso o ministro, for
do sexo feminino (ministra), o adjetivo está correto;
O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos mas, se for do sexo masculino, o adjetivo sofrerá fle-
estão na base das Constituições democráticas modernas. xão de gênero: satisfeito. O pronome de tratamento
A paz, por sua vez, é o pressuposto necessário para o re- é apenas a maneira como tratar a autoridade, não re-
conhecimento e a efetiva proteção dos direitos humanos gendo as demais concordâncias.
em cada Estado e no sistema internacional. Ao mesmo
tempo, o processo de democratização do sistema in- 4. (Abin – Agente Técnico de Inteligência – cespe –
ternacional, que é o caminho obrigatório para a busca 2010 – adaptada) (...) Da combinação entre velocida-
do ideal da paz perpétua, não pode avançar sem uma de, persistência, relevância, precisão e flexibilidade surge
gradativa ampliação do reconhecimento e da proteção a noção contemporânea de agilidade, transformada em
dos direitos humanos, acima de cada Estado. Direitos principal característica de nosso tempo.
humanos, democracia e paz são três elementos funda- A forma verbal “surge” poderia, sem prejuízo gramati-
mentais do mesmo movimento histórico: sem direitos cal para o texto, ser flexionada no plural, para concordar
humanos reconhecidos e protegidos, não há democra- com “velocidade, persistência, relevância, precisão e fle-
cia; sem democracia, não existem as condições mínimas xibilidade”
para a solução pacífica dos conflitos. Em outras palavras,
a democracia é a sociedade dos cidadãos, e os súditos se
LÍNGUA PORTUGUESA

( ) CERTO ( ) ERRADO
tornam cidadãos quando lhes são reconhecidos alguns
direitos fundamentais; haverá paz estável, uma paz que Resposta: Errado. O verbo está concordando com o
não tenha a guerra como alternativa, somente quando termo “combinação”, por isso deve ficar no singular.
existirem cidadãos não mais apenas deste ou daquele
Estado, mas do mundo. 5. (Tribunal de Contas do Distrito Federal-df – Conhe-
Norberto Bobbio. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. cimentos BÁSICOS – ANALISTA DE ADMINISTRAÇÃO
Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 1 (com adaptações). PÚBLICA – ARQUIVOLOGIA – cespe – 2014 – adapta-

84
da) (...) Há décadas, países como China e Índia têm envia- A) Verbos Intransitivos
do estudantes para países centrais, com resultados muito Os verbos intransitivos não possuem complemento.
positivos.(...) É importante, no entanto, destacar alguns detalhes re-
A forma verbal “Há” poderia ser corretamente substituída lativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompa-
por Fazem. nhá-los.

( ) CERTO ( ) ERRADO Chegar, Ir


Normalmente vêm acompanhados de adjuntos ad-
Resposta: Errado. O verbo “fazer”, quando empre- verbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas
gado no sentido de tempo passado, não sofre flexão. para indicar destino ou direção são: a, para.
Portanto, sua forma correta seria: “faz décadas”
Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL. Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar

Comparecer
Regência Verbal e Regência nominal O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido
por em ou a.
Dá-se o nome de regência à relação de subordina- Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
ção que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um último jogo.
nome (regência nominal) e seus complementos.
B) Verbos Transitivos Diretos
1. Regência Verbal = Termo Regente: VERBO Os verbos transitivos diretos são complementados
por objetos diretos. Isso significa que não exigem prepo-
A regência verbal estuda a relação que se estabele- sição para o estabelecimento da relação de regência. Ao
ce entre os verbos e os termos que os complementam empregar esses verbos, lembre-se de que os pronomes
(objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (ad- oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses
juntos adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após
regência, o que corresponde à diversidade de significa- formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos,
nas (após formas verbais terminadas em sons nasais),
dos que estes verbos podem adquirir dependendo do
enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais,
contexto em que forem empregados.
objetos indiretos.
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
contentar.
donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, au-
agrado ou prazer”, satisfazer. xiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar,
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, pre-
“agradar a alguém”. judicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver,
visitar.
O conhecimento do uso adequado das preposições Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência como o verbo amar:
verbal (e também nominal). As preposições são capazes Amo aquele rapaz. / Amo-o.
de modificar completamente o sentido daquilo que está Amo aquela moça. / Amo-a.
sendo dito. Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Cheguei ao metrô. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei no metrô.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no Observação:
segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos
A voluntária distribuía leite às crianças. adnominais):
A voluntária distribuía leite com as crianças. Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (ob-
LÍNGUA PORTUGUESA

reira)
jeto indireto: às crianças); na segunda, como transitivo Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto mor)
adverbial). C) Verbos Transitivos Indiretos
Para estudar a regência verbal, agruparemos os ver- Os verbos transitivos indiretos são complementados
bos de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de dife- gem uma preposição para o estabelecimento da relação
rentes formas em frases distintas. de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de

85
terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos Informe os novos preços aos clientes.
são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se uti- Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os no-
lizam os pronomes o, os, a, as como complementos de vos preços)
verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que Na utilização de pronomes como complementos, veja
não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos as construções:
tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos prono- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
mes átonos lhe, lhes. Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou
sobre eles)
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
Consistir - Tem complemento introduzido pela pre- Observação:
posição “em”: A modernidade verdadeira consiste em di- A mesma regência do verbo informar é usada para os
reitos iguais para todos. seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.

Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple- Comparar


mentos introduzidos pela preposição “a”: Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. as preposições “a” ou “com” para introduzir o comple-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. mento indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com
o) de uma criança.
Responder - Tem complemento introduzido pela pre-
posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar Pedir
“a quem” ou “ao que” se responde. Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente
Respondi ao meu patrão. na forma de oração subordinada substantiva) e indireto
Respondemos às perguntas. de pessoa.
Respondeu-lhe à altura. Pedi-lhe favores.
Objeto Indireto Objeto Direto
Observação:
O verbo responder, apesar de transitivo indireto quan-
do exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
analítica: Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
O questionário foi respondido corretamente. tantiva Objetiva Direta
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoria-
mente. A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na lín-
Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus comple- gua culta. No entanto, é considerada correta quando a
mentos introduzidos pela preposição “com”. palavra licença estiver subentendida.
Antipatizo com aquela apresentadora.
Simpatizo com os que condenam os políticos que go- Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em
vernam para uma minoria privilegiada. casa.

D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos Observe que, nesse caso, a preposição “para” intro-
duz uma oração subordinada adverbial final reduzida de
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acom- infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
panhados de um objeto direto e um indireto. Merecem
destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São Preferir
verbos que apresentam objeto direto relacionado a coi- Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto
sas e objeto indireto relacionado a pessoas. indireto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Agradeço aos ouvintes a audiência. Prefiro trem a ônibus.
Objeto Indireto Objeto Direto
Observação:
Paguei o débito ao cobrador. Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
Objeto Direto Objeto Indireto termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil ve-
zes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito prefixo existente no próprio verbo (pre).
com particular cuidado:
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi-
LÍNGUA PORTUGUESA

Agradeço a você. / Agradeço-lhe. cado


Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Há verbos que, de acordo com a mudança de transi-
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
tividade, apresentam mudança de significado. O conhe-
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
cimento das diferentes regências desses verbos é um re-
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
curso linguístico muito importante, pois além de permitir
Informar
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto a correta interpretação de passagens escritas, oferece
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Den-
tre os principais, estão:

86
Agradar No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransiti-
Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari- vo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração
nhos, acariciar, fazer as vontades de. reduzida de infinitivo.
Sempre agrada o filho quando.
Aquele comerciante agrada os clientes. Muito custa viver tão longe da família.
Verbo Intransitivo Oração Subordinada
Agradar é transitivo indireto no sentido de causar Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
introduzido pela preposição “a”. Custou-me (a mim) crer nisso.
O cantor não agradou aos presentes. Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
O cantor não lhes agradou. tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indire- A Gramática Normativa condena as construções que
to: O cantor desagradou à plateia. atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
pessoa: Custei para entender o problema.
Aspirar = Forma correta: Custou-me entender o problema.
Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, ins-
pirar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Implicar
Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (As- A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
pirávamos a ele) implicavam um firme propósito.
Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- B) ter como consequência, trazer como consequência,
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”.
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Como transitivo direto e indireto, significa compro-
meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
Aspiravam a ela)
econômicas.
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transiti-
Assistir
vo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
quem não trabalhasse arduamente.
tar assistência a, auxiliar.
Namorar
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
anos.
Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
Obedecer - Desobedecer
ciar, estar presente, caber, pertencer.
Sempre transitivo indireto:
Assistimos ao documentário.
Todos obedeceram às regras.
Não assisti às últimas sessões.
Ninguém desobedece às leis.
Essa lei assiste ao inquilino.
Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem
No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa
Proceder
conturbada cidade.
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
Chamar
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, so-
adverbial de modo.
licitar a atenção ou a presença de. As afirmações da testemunha procediam, não havia
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha- como refutá-las.
má-la. Você procede muito mal.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
Chamar no sentido de denominar, apelidar pode Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere pre- sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introdu-
dicativo preposicionado ou não. zido pela preposição “a”) é transitivo indireto.
A torcida chamou o jogador mercenário. O avião procede de Maceió.
A torcida chamou ao jogador mercenário. Procedeu-se aos exames.
A torcida chamou o jogador de mercenário. O delegado procederá ao inquérito.
LÍNGUA PORTUGUESA

A torcida chamou ao jogador de mercenário.


Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal: Querer
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide. Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
vontade de, cobiçar.
Custar Querem melhor atendimento.
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado Queremos um país melhor.
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adver- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
bial: Frutas e verduras não deveriam custar muito. estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.

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Visar
Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.

No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

Esquecer – Lembrar
Lembrar algo – esquecer algo
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alte-
ração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos
tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

Simpatizar - Antipatizar
São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será com-
pletiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
LÍNGUA PORTUGUESA

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de


Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

88
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de
Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; pa-
ralelamente a; relativa a; relativamente a.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (POLÍCIA FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – CESPE – 2014 – ADAPTADA)


O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das
estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e culturais de todos os Estados e sociedades. Suas consequências
infligem considerável prejuízo às nações do mundo inteiro, e não são detidas por fronteiras: avançam por todos os
cantos da sociedade e por todos os espaços geográficos, afetando homens e mulheres de diferentes grupos étnicos,
independentemente de classe social e econômica ou mesmo de idade. Questão de relevância na discussão dos efeitos
adversos do uso indevido de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos — geralmente
de caráter transnacional — com a criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a soberania nacional e afetam a
estrutura social e econômica interna, devendo o governo adotar uma postura firme de combate ao tráfico de drogas,
LÍNGUA PORTUGUESA

articulando-se internamente e com a sociedade, de forma a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de prevenção e
repressão e garantir o envolvimento e a aprovação dos cidadãos.
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>.

Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição “com”, em “com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência do
vocábulo “conexos”.

( ) CERTO ( ) ERRADO

89
Resposta: Errado. Ao texto: (...) Questão de relevância Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
na discussão dos efeitos adversos do uso indevido de mais vividos.
drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos Nas situações em que o nome geográfico se apresen-
crimes conexos — geralmente de caráter transnacional tar modificado por um adjunto adnominal, a crase está
— com a criminalidade e a violência. confirmada.
O termo está se referindo à associação – associação Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
do tráfico de drogas e crimes conexos (1) com a crimi- praias.
nalidade (2) (associação daquilo [1] com isso [2])

#FicaDica
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a
Campinas. = Volto de Campinas. (crase pra
quê?)
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)
A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a”
com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos
pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo Quando o nome de lugar estiver especificado, ocor-
e com o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as rerá crase. Veja:
quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se demar- Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
cada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
à qual, às quais. Irei à Salvador de Jorge Amado.
O uso do acento indicativo de crase está condiciona-
do aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo
regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - regente exigir complemento regido da preposição “a”.
que exige complemento regido pela preposição “a”, e o Entregamos a encomenda àquela menina.
termo regido é aquele que completa o sentido do termo (preposição + pronome demonstrativo)
regente, admitindo a anteposição do artigo a(s).
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela Iremos àquela reunião.
contratada recentemente. (preposição + pronome demonstrativo)
Após a junção da preposição com o artigo (destaca-
dos entre parênteses), temos: Sua história é semelhante às que eu ouvia quando
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contrata- criança. (àquelas que eu ouvia quando criança)
da recentemente. (preposição + pronome demonstrativo)

A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-


O verbo referir, de acordo com sua transitividade, verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento
classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos grave:
referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposi-  locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às
ção a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + pressas, à vontade...
o pronome demonstrativo aquela (àquela).  locuções prepositivas: à frente, à espera de, à pro-
cura de...
Observações importantes:  locuções conjuntivas: à proporção que, à medida
Alguns recursos servem de ajuda para que possamos que.
confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns:
 Substitui-se a palavra feminina por uma masculina Cuidado: quando as expressões acima não exercerem
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
crase está confirmada. Eu adoro a noite!
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
 No caso de nomes próprios geográficos, substi- preposição.
tui-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso re-
LÍNGUA PORTUGUESA

sulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da Casos passíveis de nota:


crase.
 A crase é facultativa diante de nomes próprios fe-
Faremos uma visita à Bahia.
mininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada)
 Também é facultativa diante de pronomes posses-
sivos femininos: O diretor fez referência a (à) sua
Não me esqueço da viagem a Roma.
empresa.

90
 Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja Os livros foram entregues a mim.
ficará aberta até as (às) dezoito horas. Dei a ela a merecida recompensa.
 Constata-se o uso da crase se as locuções prepo-
sitivas à moda de, à maneira de apresentarem-se  Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos
implícitas, mesmo diante de nomes masculinos: à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o
Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à uso da crase está confirmado no “a” que os antece-
moda de Luís XV) de, no caso de o termo regente exigir a preposição.
 Não se efetiva o uso da crase diante da locução Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia.
adverbial “a distância”: Na praia de Copacabana,  Não ocorre crase antes de nome feminino utiliza-
observamos a queima de fogos a distância. do em sentido genérico ou indeterminado:
Estamos sujeitos a críticas.
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos Refiro-me a conversas paralelas.
uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedes-
tre foi arremessado à distância de cem metros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
-, faz-se necessário o emprego da crase. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ensino à distância. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
Ensino a distância. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
 Em locuções adverbiais formadas por palavras re- Paulo: Saraiva, 2010.
petidas, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor. SITE
Eu o seguirei passo a passo. http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-cra-
se-.html
Casos em que não se admite o emprego da crase:

Antes de vocábulos masculinos.


As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Esta caneta pertence a Pedro. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Antes de verbos no infinitivo. 1. (POLÍCIA FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA FEDE-
Ele estava a cantar. RAL – CESPE – 2014 – ADAPTADA) O acento indicativo
Começou a chover.
de crase em “à humanidade e à estabilidade” é de uso
facultativo, razão por que sua supressão não prejudicaria
Antes de numeral.
a correção gramatical do texto.
O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Observações:
RESPOSTA: Errado. Retomemos o contexto: (...) O
 Nos casos em que o numeral indicar horas – fun-
cionando como uma locução adverbial feminina – uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e
ocorrerá crase: Os passageiros partirão às dezenove persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das
horas. estruturas e valores políticos (...).
 Diante de numerais ordinais femininos a crase está O uso do acento indicativo de crase é obrigatório, já
confirmada, visto que estes não podem ser empre- que os termos “humanidade” e “estabilidade” comple-
gados sem o artigo: As saudações foram direciona- mentam o nome “ameaça” – “ameaça a quê? a quem?”
das à primeira aluna da classe. = a regência nominal pede preposição.
 Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando
essa não se apresentar determinada: Chegamos to- 2. (TCE-PA – CONHECIMENTOS BÁSICOS – AUDI-
dos exaustos a casa. TOR DE CONTROLE EXTERNO – EDUCACIONAL –
CESPE – 2016)
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto
adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos Texto CB1A1BBB
exaustos à casa de Marcela.
 Não há crase antes da palavra “terra”, quando essa Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com
indicar chão firme: Quando os navegantes regressa- o funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou que
LÍNGUA PORTUGUESA

ram a terra, já era noite. estouraram o limite de gastos com pessoal fixado pela
Contudo, se o termo estiver precedido por um de- Lei Complementar n.º 101/2000, denominada Lei de Res-
terminante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. ponsabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando sua própria
Paulo viajou rumo à sua terra natal. legislação destinada a assegurar, como alegam, maior ri-
O astronauta voltou à Terra. gor na gestão de suas finanças. Querem uma nova lei de
responsabilidade fiscal para, segundo argumentam, for-
 Não ocorre crase antes de pronomes que reque- talecer a estrutura legal que protege o dinheiro público
rem o uso do artigo. do mau uso por gestores irresponsáveis.

91
Examinando-se a situação financeira dos estados que
preparam sua versão da lei de responsabilidade fiscal, COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS.
fica difícil aceitar a argumentação. Desde maio de 2000,
quando entrou em vigor a LRF, esses estados, como os
demais, estão sujeitos a regras precisas para a gestão do
dinheiro público, para a criação de despesas e, em par- “Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado
ticular, para os gastos com pessoal. Por que, tendo des- na íntegra no tópico: Domínio da estrutura morfos-
cumprido algumas dessas regras, estariam interessados sintática do período. Emprego das classes de pala-
vras.”
em torná-las ainda mais rigorosas?
Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis
pelo dinheiro público que, por alguma razão, não a cum-
priram. De que adiantaria, então, tornar a lei mais rigoro- REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS
sa, se nem nas condições atuais esses responsáveis estão DO TEXTO. SIGNIFICAÇÃO DAS PALA-
sendo capazes de cumpri-la? O problema não está na VRAS. SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS
lei. Mudá-la pode ser o pretexto não para torná-la mais OU DE TRECHOS DE TEXTO. REORGA-
rigorosa, mas para atribuir-lhe alguma flexibilidade que NIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES
a desfigure. O verdadeiro problema é a dificuldade do E DE PERÍODOS DO TEXTO. REESCRITA
setor público de adaptar suas despesas às receitas em
DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E
queda por causa da crise.
NÍVEIS DE FORMALIDADE.
Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adapta-
ções).
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE ES-
O emprego do acento grave em “às receitas” decorre da TRUTURAS
regência do verbo “adaptar” e da presença do artigo de-
finido feminino determinando o substantivo “receitas”. “Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase
leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um
texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmente
( ) CERTO ( ) ERRADO
devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar e,
posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo,
Resposta: Certo. Texto: O verdadeiro problema é a di- do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem
ficuldade do setor público de adaptar suas despesas às acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e
receitas em queda por causa da crise = quem adapta, a experiência de vida antecedem o ato de escrever.
adapta algo/alguém A algo/alguém. Obtido um razoável conhecimento sobre o que ire-
mos escrever, feito o esquema de exposição da matéria,
3. (FNDE – TÉCNICO EM FINANCIAMENTO E EXE- é necessário saber ordenar as ideias em frases bem es-
CUÇÃO DE PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIO- truturadas. Logo, não basta conhecer bem um determi-
NAIS – CESPE – 2012) O emprego do sinal indicativo de nado assunto, temos que o transmitir de maneira clara
crase em “adequando os objetivos às necessidades” justi- aos leitores.
fica-se pela regência do verbo adequar, que exige com-
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso
plemento regido pela preposição “a”, e pela presença de aliado para organizarmos as ideias de maneira clara em
artigo definido feminino antes de “necessidades”. frases. Para tanto, é necessário ter alguma noção de sin-
taxe. “Sintaxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte
( ) CERTO ( ) ERRADO da gramática que estuda a disposição das palavras na
frase e a das frases no discurso, bem como a relação ló-
RESPOSTA: Certo. Adequar o quê? – os objetivos gica das frases entre si”; ou em outras palavras, sintaxe
(objeto direto) – adequar o quê a quê? – a + as (=às) quer dizer “mistura”, isto é, saber misturar as palavras de
necessidades – objeto indireto. A explicação do enun- maneira a produzirem um sentido evidente para os re-
ciado está correta. ceptores das nossas mensagens. Observe:
1. A desemprego globalização no Brasil e no na está
Latina América causando.
4. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA-SE – TÉCNICO JUDICIÁ-
2. A globalização está causando desemprego no Brasil
RIO – CESPE – 2014 – ADAPTADA) No trecho “deu e na América Latina.
início à sua caminhada cósmica”, o emprego do acento
LÍNGUA PORTUGUESA

grave indicativo de crase é obrigatório. Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização
( ) CERTO ( ) ERRADO de “uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem
relação inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe
RESPOSTA: Errado. “deu início à sua caminhada ocorreu de maneira perfeita e o sentido está claro para
cósmica” – o uso do acento indicativo de crase, neste receptores de língua portuguesa inteirados da situação
caso, é facultativo (antes de pronome possessivo). econômica e cultural do mundo atual.

92
1. A Ordem dos Termos na Frase A globalização nasceu no século XX. (idem)
Há ainda frases nominais que não possuem verbos:
Leia novamente a frase contida no item 2. Note que cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a or-
ela é organizada de maneira clara para produzir sentido. dem direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os ter-
Todavia, há diferentes maneiras de se organizar grama- mos existentes nelas.
ticalmente tal frase, tudo depende da necessidade ou da
vontade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, Levando em consideração a ordem direta, podemos
porém, acrescentado ênfase a algum dos seus termos. estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula:
Significa dizer que, ao escrever, podemos fazer uma série
de inversões e intercalações em nossas frases, confor- Se os termos estão colocados na ordem direta não
me a nossa vontade e estilo. Tudo depende da maneira haverá a necessidade de vírgulas. A frase 2 é um exem-
como queremos transmitir uma ideia, do nosso estilo. plo disto:
Por exemplo, podemos expressar a mensagem da frase A globalização está causando desemprego no Brasil e
2 da seguinte maneira: na América Latina.
No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
sando desemprego. Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma, mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a
apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase regra básica n.º1 para a colocação da vírgula. Veja:
a alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repa- A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira”
re que, para obter a clareza tivemos que fazer o uso de causam desemprego…
vírgulas. (três núcleos do sujeito)
Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado
e o que mais nos auxilia na organização de um período, A globalização causa desemprego no Brasil, na Améri-
pois facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a ca Latina e na África.
vírgula ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando pro- (três adjuntos adverbiais)
duzimos frases complexas. Com isto, “entregamos” frases
bem organizadas aos nossos leitores. A globalização está causando desemprego, insatisfa-
O básico para a organização sintática das frases é a ção e sucateamento industrial no Brasil e na América Lati-
ordem direta dos termos da oração. Os gramáticos es- na. (três complementos verbais)
truturam tal ordem da seguinte maneira:
B) Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa-
SUJEITO + VERBO+ COMPLEMENTO VERBAL+ rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu
CIRCUNSTÂNCIAS
complemento, nem o complemento e as circunstâncias,
ou seja, não devemos separar com vírgula os termos da
A globalização + está causando+ desemprego + no
oração. Veja exemplos de tal incorreção:
Brasil nos dias de hoje.
O Brasil, será feliz.
A globalização causa, o desemprego.
Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem
todas contêm todos estes elementos, portanto cabem
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre
algumas observações:
A) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.) os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas,
normalmente são representadas por adjuntos adverbiais assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan- a regra básica n.º 2 para a colocação da vírgula. Dito em
do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe outras palavras: quando intercalamos expressões e frases
a tendência a colocar os adjuntos nos começos das fra- entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos
ses: com vírgulas. Vejamos:
“No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas A globalização, fenômeno econômico deste fim de sé-
minhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos culo XX, causa desemprego no Brasil.
e outros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o
existe…” sujeito e o verbo.
Outros exemplos:
Observações: A globalização, que é um fenômeno econômico e cul-
Tais construções não estão erradas, mas rompem com tural, está causando desemprego no Brasil e na América
a ordem direta; Latina.
LÍNGUA PORTUGUESA

É preciso notar que em Língua Portuguesa, há mui- Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
tas frases que não têm sujeito, somente predicado. Por As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Fri- quentemente um papel semelhante ao do aposto expli-
burgo. São quatro horas agora; cativo, por isto são também isoladas por vírgula.
Outras frases são construídas com verbos intransiti- A globalização causa, caro leitor, desemprego no Bra-
vos, que não têm complemento: sil…
O menino morreu na Alemanha. (sujeito +verbo+ ad- Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o
junto adverbial) seu complemento.

93
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável, quando, ocasionalmente, podem ser substituídas,
no Brasil… uma pela outra, em deteminado enunciado (aguadar e
Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não esperar).
pertence ao assunto: globalização, da frase principal, tal
oração é apenas um comentário à parte entre o comple- Observação:
mento verbal e os adjuntos). A contribuição greco-latina é responsável pela
Observação: existência de numerosos pares de sinônimos: adversário e
A simples negação em uma frase não exige vírgula: A antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo;
globalização não causou desemprego no Brasil e na Amé-
contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo;
rica Latina.
transformação e metamorfose; oposição e antítese.
C) Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-
-a, tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra n.º Antônimos
3 da colocação da vírgula.
No Brasil e na América Latina, a globalização está cau- São palavras que se opõem através de seu significado:
sando desemprego… ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar;
No fim do século XX, a globalização causou desempre- mal - bem.
go no Brasil…
Observação:
Nota-se que a quebra da ordem direta frequente- A antonímia pode se originar de um prefixo de
mente se dá com a colocação das circunstâncias antes
sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer;
do sujeito. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstân-
cias, em gramática, são representadas pelos adjuntos ad- simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e
verbiais. Muitas vezes, elas são colocadas em orações discórdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista
chamadas adverbiais que têm uma função semelhante e anticomunista; simétrico e assimétrico.
a dos adjuntos adverbiais, isto é, denotam tempo, lugar,
etc. Exemplos: Homônimos e Parônimos
Quando o século XX estava terminando, a globalização
começou a causar desemprego. - Homônimos = palavras que possuem a mesma gra-
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de- fia ou a mesma pronúncia, mas significados dife-
senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos paí- rentes. Podem ser
ses pobres.
Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
go no Brasil. A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e
diferentes na pronúncia:
Observação: rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher
Quanto à equivalência e transformação de estruturas, (subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia
um exemplo muito comum cobrado em provas é o enun- (subst.) e denuncia (verbo); providência (subst.) e
ciado trazer uma frase no singular e pedir a passagem providencia (verbo).
para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a
mudança de tempos verbais. B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e
diferentes na escrita:
SITE
acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmonizar)
http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/ e consertar (reparar); cela (compartimento) e sela
(arreio); censo (recenseamento) e senso ( juízo); paço
(palácio) e passo (andar).
SIGNIFICADO DAS PALAVRAS C) Homógrafas e homófonas simultaneamente
(ou perfeitas): São palavras iguais na escrita e na
Semântica é o estudo da significação das palavras pronúncia:
e das suas mudanças de significação através do tempo caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e
ou em determinada época. A maior importância está em cedo (adv.); livre (adj.) e livre (verbo).
distinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia)
e homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). - Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
rém de formas relativamente próximas. São pala-
vras parecidas na escrita e na pronúncia: cesta (re-
LÍNGUA PORTUGUESA

Sinônimos
ceptáculo de vime; cesta de basquete/esporte) e
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto sesta (descanso após o almoço), eminente (ilustre)
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - e iminente (que está para ocorrer), osso (substan-
abolir. tivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/ou verbo
Duas palavras são totalmente sinônimas quando “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
são substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (medida) e cumprimento (saudação), autuar (pro-
(cara e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas cessar) e atuar (agir), infligir (aplicar pena) e in-

94
fringir (violar), deferir (atender a) e diferir (diver- Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo
gir), suar (transpirar) e soar (emitir som), aprender percebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade
(conhecer) e apreender (assimilar; apropriar-se de), de algo. Possibilidades de várias interpretações levando-
tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a movi- se em consideração as situações de aplicabilidade. Há
mento, trânsito), mandato (procuração) e mandado uma infinidade de exemplos em que podemos verificar a
(ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mer- ocorrência da polissemia:
gulhar, afundar). O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
Hiperonímia e Hiponímia Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
Hipônimos e hiperônimos são palavras que perten- sobrevivência
cem a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo O passarinho foi atingido no bico.
o hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
hiperônimo, mais abrangente. computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipô- comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
nimo, criando, assim, uma relação de dependência se- de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
mântica. Por exemplo: Veículos está numa relação de hi- que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão”
peronímia com carros, já que veículos é uma palavra de ou “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões
significado genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. é o formato quadriculado que têm.
Veículos é um hiperônimo de carros.
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em Polissemia e homonímia
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
a repetição desnecessária de termos. comum. Quando a mesma palavra apresenta vários
significados, estamos na presença da polissemia. Por
Parônimos: São palavras parecidas na escrita e na outro lado, quando duas ou mais palavras com origens
pronúncia: Coro e couro, cesta e sesta, eminente e imi- e significados distintos têm a mesma grafia e fonologia,
nente, tetânico e titânico, atoar e atuar, degradar e de- temos uma homonímia.
gredar, cético e séptico, prescrever e proscrever, descri- A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
ção e discrição, infligir (aplicar) e infringir (transgredir), significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não
osso e ouço, sede (vontade de beber) e cede (verbo ceder), é polissemia porque os diferentes significados para a
comprimento e cumprimento, deferir (conceder, dar de- palavra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma
ferimento) e diferir (ser diferente, divergir, adiar), ratificar palavra polissêmica: pode significar o elemento básico
(confirmar) e retificar (tornar reto, corrigir), vultoso (volu- do alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia de
moso, muito grande: soma vultosa) e vultuoso (congestio- um determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes
nado: rosto vultuoso). significados estão interligados porque remetem para o
mesmo conceito, o da escrita.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Polissemia e ambiguidade
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
na interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado
Cochar - Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
pode ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma
– São Paulo: Saraiva, 2010.
interpretação. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
colocação específica de uma palavra (por exemplo, um
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase:
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada
Portuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
frequentemente são felizes.
Neste caso podem existir duas interpretações
SITE
diferentes:
Disponível em: <http://www.coladaweb.com/
As pessoas têm alimentação equilibrada porque
portugues/sinonimos,-antonimos,-homonimos-e-
são felizes ou são felizes porque têm uma alimentação
paronimos>
equilibrada.
LÍNGUA PORTUGUESA

De igual forma, quando uma palavra é polissêmica,


POLISSEMIA ela pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma
interpretação. Para fazer a interpretação correta é muito
Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir importante saber qual o contexto em que a frase é
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de proferida.
um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra, Muitas vezes, a disposição das palavras na construção
mas que abarca um grande número de significados do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo,
dentro de seu próprio campo semântico. comicidade. Repare na figura abaixo:

95
interpretações, dependendo do contexto em que esteja
inserida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que
vão além do sentido original da palavra, ampliando sua
significação mediante a circunstância em que a mesma
é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
Como no exemplo da palavra “pau”: em seu sentido co-
notativo ela pode significar castigo (dar-lhe um pau), re-
provação (tomei pau no concurso).
A conotação tem como finalidade provocar sentimen-
tos no receptor da mensagem, através da expressividade
e afetividade que transmite. É utilizada principalmente
(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- numa linguagem poética e na literatura, mas também
cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, anúncios publicitários, entre outros. Exemplos:
mas duas seriam:
Você é o meu sol!
Corte e coloração capilar
ou Minha vida é um mar de tristezas.
Faço corte e pintura capilar Você tem um coração de pedra!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza #FicaDica
Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010. Procure associar Denotação com
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Dicionário: trata-se de definição literal,
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. quando o termo é utilizado com o sentido
que consta no dicionário.
SITE
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
gramatica/polissemia.htm>
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Exemplos de variação no significado das palavras: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
literal)
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido Paulo: Saraiva, 2010.
figurado)
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado) SITE
As variações nos significados das palavras ocasionam http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota-
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo cao/
(conotação) das palavras.
A) Denotação
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando
apresenta seu significado original, independentemente
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significa- EXERCÍCIOS COMENTADOS
do mais objetivo e comum, aquele imediatamente reco-
nhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado 1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) Um
que aparece nos dicionários, sendo o significado mais li- ex-governador do estado do Amazonas disse o seguinte:
teral da palavra. “Defenda a ecologia, mas não encha o saco”. (Gilberto
A denotação tem como finalidade informar o recep- Mestrinho) O vocábulo sublinhado, composto do radi-
tor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo cal-logia (“estudo”), se refere aos estudos de defesa do
um caráter prático. É utilizada em textos informativos, meio ambiente; o vocábulo abaixo, com esse mesmo ra-
como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bu- dical, que tem seu significado corretamente indicado é:
las de medicamentos, textos científicos, entre outros. A
LÍNGUA PORTUGUESA

palavra “pau”, por exemplo, em seu sentido denotativo é a) Antropologia: estudo do homem como representante
apenas um pedaço de madeira. Outros exemplos: do sexo masculino;
O elefante é um mamífero. b) Etimologia: estudo das raças humanas;
As estrelas deixam o céu mais bonito! c) Meteorologia: estudo dos impactos de meteoros sobre
a Terra;
B) Conotação d) Ginecologia: estudo das doenças privativas das mu-
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando lheres;
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes e) Fisiologia: estudo das forças atuantes na natureza.

96
Resposta: Letra D. Em “a”: Antropologia: Ciência que 4. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR-
se dedica ao estudo do homem (espécie humana) em GO 33 – TÉCNICO ADMINISTRATIVO - Nível Médio –
sua totalidade CESPE-2013)
Em “b”: Etimologia: Ciência que investiga a origem das Há um dispositivo no Código Civil que condiciona a edi-
palavras procurando determinar as causas e circuns- ção de biografias à autorização do biografado ou des-
tâncias de seu processo evolutivo cendentes. As consequências da norma são negativas.
Em “c”: Meteorologia: Estudo dos fenômenos atmosfé- Uma delas é a impossibilidade de se registrar e deixar
ricos e das suas leis, principalmente com a intenção de para a posteridade a vida de personagens importantes
prever as variações do tempo. na formação do país, em qualquer ramo de atividade.
Em “d”: Ginecologia: estudo das doenças privativas das Permite-se a interdição de registros de época, em prejuí-
mulheres = correta zo dos historiadores e pesquisadores do futuro.
Em “e”: Fisiologia: Ciência que trata das funções orgâ- Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo,
nicas pelas quais a vida se manifesta o relato da vida do poeta Manoel Bandeira e dos
escritores Mário de Andrade e Guimarães Rosa. Tanto no
2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LEGIS- jornalismo quanto na literatura não pode haver censura
LATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Na verdade, todos os prévia. Publicada a reportagem (ou biografia), os que
anos a imprensa nacional destaca os inaceitáveis números se sentirem atingidos que recorram à justiça. É preciso
da violência no país”. O vocábulo “inaceitáveis” equivale seguir o padrão existente em muitos países, em que há
ao “que não se aceita”. A equivalência correta abaixo in- biografias “autorizadas” e “não autorizadas”.
dicada é: Reclamações posteriores, quando existem, são
encaminhadas ao foro devido, os tribunais.
a) tinta indelével / que não se apaga; O alegado “direito à privacidade” é argumento frágil
b) ação impossível / que não se possui; para justificar o veto a que a historiografia do país seja
c) trabalho inexequível / que não se exemplifica; enriquecida, como se não bastasse o fato de o poder
d) carro invisível / que não tem vistoria; de censura concedido a biografados e herdeiros ser um
e) voz inaudível / que não possui audiência. atentado à Constituição.
O Globo, 23/9/2013 (com adaptações).
Resposta: Letra A. Em “a”: tinta indelével / que não se
apaga = correta A palavra “sonegado” está sendo empregada com o
Em “b”: ação impossível = que não é possível sentido de reduzido, diminuído.
Em “c”: trabalho inexequível = que não se executa
Em “d”: carro invisível = que não se vê ( ) CERTO ( ) ERRADO
Em “e”: voz inaudível = que não se ouve
Resposta: Errado. (...) Permite-se a interdição de regis-
3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010) tros de época, em prejuízo dos historiadores e pesqui-
A pobreza é um dos fatores mais comumente respon- sadores do futuro.
sáveis pelo baixo nível de desenvolvimento humano Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o rela-
e pela origem de uma série de mazelas, algumas das to da vida do poeta Manoel Bandeira e dos escritores
quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso Mário de Andrade e Guimarães Rosa = o sentido é o
do trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas de “impedido”.
sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde 5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014) O
o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga termo destacado na passagem do primeiro parágrafo –
crianças e adolescentes a participarem do processo de Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na hora
produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem da compra. – tem sentido equivalente a
e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do a) impetuosidade.
Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil b) empatia.
foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado, c) relutância.
ele continua sendo grave problema nos países mais po- d) consentimento.
bres. e) segurança.
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com
adaptações). Resposta: Letra C. Mesmo com tantas opções, ainda há
A palavra “chaga”, empregada com o sentido de ferida resistência na hora da compra.
LÍNGUA PORTUGUESA

social, refere-se, na estrutura sintática do parágrafo, a Em “a”: impetuosidade (força) = incorreto


“pobreza”. Em “b”: empatia = incorreto
Em “c”: relutância (resistência).
( ) CERTO ( ) ERRADO Em “d”: consentimento (aceitação) = incorreto
Em “e”: segurança = incorreto
Resposta: Errado. (...) É o caso do trabalho infantil. A A substituição que manteria o sentido do período é “ain-
chaga encontra terreno = refere-se a “trabalho infantil”. da há relutância”.

97
� Fique focado no enunciado que a banca está
CORRESPONDÊNCIA OFICIAL (CONFOR- pedindo, não redija um texto lindo, mas que está
totalmente fora do tema. Nunca fuja do tema
ME MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊN-
proposto;
CIA DA REPÚBLICA). ASPECTOS GERAIS � Use sinônimos, evite repetir as mesmas palavras;
DA REDAÇÃO OFICIAL. FINALIDADE DOS � Tenha seus argumentos fundamentados. Seja
EXPEDIENTES OFICIAIS. ADEQUAÇÃO DA coeso e coerente;
LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO. � Algo comum no mundo dos concurseiros é o
ADEQUAÇÃO DO FORMATO DO TEXTO AO grande temor pela redação nas provas. Muitas
GÊNERO. vezes o candidato prepara-se para a prova objetiva
e deixa a redação de lado, perdendo grandes
chances de passar. A única maneira eficaz de
aprender a fazer uma boa redação é treinando.
Uma boa redação é aquela que permite uma leitura Faça redações sobre diversos temas, leia e releia
prazerosa, natural, de fácil compreensão. Para fazer bons quantas vezes precisar, e lembre-se: a prática pode
textos é fundamental ter o hábito de leitura, utilizar todas levar à perfeição;
as regras da língua Portuguesa e as técnicas de redação � Além dessas dicas é preciso saber, principalmente,
a seu favor. as regras de acentuação gráfica, pontuação,
� Organize seus argumentos sobre o tema proposto ortografia e concordância.
e os escreva de forma compreensível. Organize os
argumentos em ordem crescente, ou seja, deixe o Estrutura da Redação
argumento mais forte para o final;
� Nas dissertações em que é necessário defender Um texto é composto de três partes essenciais:
algo, não fique “em cima do muro”, coloque introdução, desenvolvimento e conclusão. O correto
claramente sua posição, pois muitas vezes os é haver um elo entre as partes, como se formassem
corretores estão interessados em avaliar sua a costura do texto. Na introdução é onde o tema
capacidade de opinar, refletir e argumentar; abordado é apresentado, não deve ser muito extensa, e
� Escreva com clareza; aconselha-se que tenha apenas um parágrafo de quatro
� Seja objetivo e fiel ao tema; a seis linhas. O desenvolvimento é o “corpo” do texto,
� Escolha sempre a ordem direta das frases (sujeito a parte mais importante dele. É onde se expõe o ponto
+ predicado); de vista, e argumenta de uma forma lógica para que o
� Evite períodos e parágrafos muito longos; leitor acompanhe seu raciocínio. Nesta parte do texto
� Elimine expressões difíceis ou desnecessárias do faz-se uso de, no mínimo, dois parágrafos. A conclusão
é o fechamento. Mas é válido lembrar que a introdução,
texto;
desenvolvimento e conclusão são ligados e dependentes
� Não use termos chulos, gírias e regionalismos;
entre si para que a coesão e coerência textual sejam
� Esteja sempre atualizado em tudo que acontece
mantidas e o texto faça sentido.
no mundo;
� Leia muito. A leitura enriquece o vocabulário, você A) Introdução
olha visualmente as palavras e envia para a sua A introdução (dependendo do número máximo de
memória a forma correta de escrevê-las; linhas) deve ter argumentos, dos quais você falará
� Treine fazer redação com temas que poderão estar no desenvolvimento. Então, deixe para explicar o
relacionados com as provas de concursos públicos, assunto da introdução depois. Apenas coloque os
ou então faça com temas da atualidade e notícias argumentos de forma conexa e, o mais importante,
constantes nos meios de comunicação; apenas os coloque se tiver certeza de que falará
� Seja crítico de si mesmo, revise os textos de treino, sobre eles depois.
retire os excessos, deixe seu texto “enxuto”;
� Cronometre o tempo que é gasto nas suas B) Desenvolvimento
redações de treino e tente sempre diminuir o O desenvolvimento (dependendo do número máximo
tempo gasto na próxima; de linhas) deve ter, no mínimo, dois parágrafos.
� Não ultrapasse as margens, nem o limite de linhas Cada parágrafo deve ter entre 2 a 4 linhas. O
estabelecido na prova; ideal seria três linhas, pois quanto mais linhas,
� Mantenha o mesmo padrão de letra do início maiores as chances de você escrever algo confuso.
ao fim do texto. Não inicie com letra legível e Os parágrafos devem tratar dos argumentos
arredondada, por exemplo, e termine com ela apresentados na introdução. Cada parágrafo, ao
LÍNGUA PORTUGUESA

ilegível e “apressada”. Isso dará uma péssima menos, referente a um deles.


impressão para o examinador da banca quando
for ler; C) Conclusão
� Não faça marcas, rabiscos, não suje e nem amasse A conclusão não traz nenhum argumento novo. Ela
sua redação; Tenha o máximo de asseio possível; ressalta o que já foi dito, ou traz uma POSSÍVEL
� Faça as redações de provas anteriores do concurso solução.
que você prestará;

98
A necessidade de se diminuir a maioridade penal, nas
FIQUE ATENTO! condições atuais, de fato, se mostra gritante. Contudo, no
Na dissertação NUNCA usamos: eu, nós, dia que o país investir em educação e não em formas de
temos, devemos, podemos, iremos, sei, sa- conter os efeitos gerados pela falta desta, talvez, sequer
bemos, e palavras conjugadas da mesma seja necessária qualquer pena.
forma. Isto porque ela deve ser escrita na
3.ª pessoa do singular. O certo seria: sabe- Planejando a Dissertação
-se, deve-se, importante se faz, tem-se.
“Todo mundo”, “todo o planeta”, “todas as Veja a seguir outro tipo de roteiro. Siga os passos:
pessoas”, “todos”: tais palavras devem ser � Interrogue o tema;
evitadas, pois a dissertação não admite ge- � Responda-o de acordo com a sua opinião;
neralização. Logo, devemos usar “a maioria”, � Apresente um argumento básico;
“grande parte”, “parcela da população”, “um � Apresente argumentos auxiliares;
significativo número”, etc. “Com certeza”, � Apresente um fato-exemplo;
“obviamente”, “definitivamente”: são pala- � Conclua.
vras que também devem ser evitadas. A dis-
sertação consiste numa argumentação, na Vamos supor que o tema de redação proposto seja:
qual se é exposto um pensamento, o qual Nenhum homem vive sozinho. Tente seguir o roteiro:
poderá ser refutado por outro pensamento. 1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum
homem vive sozinho?
2. Procure responder a essa pergunta de um modo
Exemplo de uma redação. O texto trata da redução da simples e claro, concordando ou discordando (ou
maioridade no Brasil. concordando em parte e discordando em parte):
essa resposta é o seu ponto de vista.
A INTRODUÇÃO é a seguinte: 3. Pergunte a você mesmo o porquê de sua resposta,
Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometidos uma causa, um motivo, uma razão para justificar
por infratores menores de dezoito anos. As penas a eles sua posição: aí estará o seu argumento principal.
aplicadas são relativamente pequenas e não os inibem de 4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem
praticar novos delitos. A maioria destes jovens, contudo, a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua
SÃO de regiões periféricas e não têm o devido acesso á posição. Estes serão os argumentos auxiliares.
educação. 5. Em seguida, procure algum fato que sirva de
Lembra-se da regra dos assuntos (pelo menos três) da exemplo para reforçar a sua posição. Este fato-
introdução? Então... vamos ver quais serão os assuntos. exemplo pode vir de sua memória visual, das
Assunto 1: na sociedade atual, muitos crimes vêm coisas que você ouviu, do que você leu. Pode ser
sendo cometidos por infratores menores de dezoito anos um fato da vida política, econômica, social. Pode
Assunto 2: As penas a eles aplicadas são relativamente ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante
pequenas e não os inibe de praticar novos delitos expressivo e coerente com o seu ponto de vista.
Assunto 3: A maioria destes jovens, contudo, são de O fato-exemplo geralmente dá força e clareza à
regiões periféricas e não têm o devido acesso á educação argumentação. Além disso, pessoaliza o nosso
texto, diferenciando-o dos demais.
Agora, construamos o texto, abordando cada assunto 6. A partir desses elementos, você terá o rascunho de
em um parágrafo do desenvolvimento. sua redação.
Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometidos
por infratores menores de dezoito anos. As penas a eles SITES
aplicadas são relativamente pequenas e não os inibem de Disponível em: <http://www.okconcursos.com.br/
praticar novos delitos. A maioria destes jovens, contudo, como-passar/dicas-para-concurso/330-como-fazer-
É de regiões periféricas e não TEM o devido acesso á uma-boa-redacao#.Upoqg9Kfsfh>
educação. Disponível em: <http://capaciteredacao.forum-livre.
É de se notar que o crescente número de infrações com/t5097-explicacao-como-fazer-uma-redacao>
realizadas por crianças e adolescentes, aparentemente, Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
só tende a aumentar, tal como vem acontecendo. Crimes secoes/Redacao/Redacao2.php>
como roubo e tráfico se mostram cada vez mais presente
nas ações destes jovens. (assunto 1) O que é Redação Oficial
Se, por um lado, o número de crimes praticados por eles
aumenta, por outro, diminui a severidade das medidas. O Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a
LÍNGUA PORTUGUESA

grande problema de medidas tão brandas consiste no fato maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos
de estas não cumprirem um de seus importantes deveres: e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista
o de inibir a ocorrência de novas infrações. (assunto 2) do Poder Executivo.
A falta de estudo e de condições sociais favoráveis, A redação oficial deve caracterizar-se pela
certamente, é um ponto que fortalece o envolvimento impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem,
com ações infratoras. Dispersos, tratados com descaso e clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
sem perspectiva, muitos jovens veem no crime a possível Fundamentalmente esses atributos decorrem da
solução para seus problemas. (assunto 3) Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração

99
pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Nesse sentido, a redação oficial, da qual se deve
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e extrair uma única interpretação, há de procurar ser
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, compreensível por todo e qualquer cidadão brasileiro.
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência Com esses cuidados, é possível aprimorar um item
(...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamental na profissionalização do servidor, na
fundamentais de toda administração pública, claro está racionalização do trabalho e na redução dos custos.
que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a
comunicações oficiais. maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos
Não se concebe que um ato normativo de qualquer e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista
natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou do Poder Executivo.
impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido A redação oficial deve caracterizar-se pela
dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem,
requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável concisão, formalidade e uniformidade, clareza e
que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. precisão, objetividade, coesão e coerência.
A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e
concisão.
Além de atender à disposição constitucional, a forma FIQUE ATENTO!
dos atos normativos obedece a certa tradição. Há normas
para sua elaboração que remontam ao período de nossa Essas quatro ultimas características foram
história imperial, como, por exemplo, a obrigatoriedade acrescentadas no novo manual de redação ofi-
– estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro cial.
de 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o
número de anos transcorridos desde a Independência. Vejamos:
Essa prática foi mantida no período republicano. Precisão: o atributo da precisão complementa a
Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, clareza e caracteriza-se Por:
uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) - articulação da linguagem comum ou técnica para a
aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre perfeita compreensão da ideia veiculada no texto.
permitir uma única interpretação e ser estritamente Mas cuidado, a linguagem técnica é permitida, desde
impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível que usada de forma que não haja dúvidas na informação.
de linguagem. - manifestação do pensamento ou da ideia com as
Nesse quadro, fica claro também que as comunicações mesmas palavras, evitando o emprego de sinônimos
oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre com proposito meramente estilístico.
um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor - escolha de expressão ou palavra que não confira
dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no duplo sentido ao texto.
caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) –
ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de Objetividade: ser objetivo é ir diretamente ao assunto
forma homogênea (o público). que se deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias.
Outros procedimentos rotineiros na redação de Para conseguir isso, é fundamental que o redator saiba
comunicações oficiais foram incorporados ao longo do de antemão qual é a ideia principal e quais são as
tempo, como as formas de tratamento e de cortesia, secundarias.
certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes,
etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para Coesão e coerência: é indispensável que o texto tenha
comunicações oficiais, regulados pela Portaria n.º 1 do coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão,
Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937. a ligação, a harmonia entre os elementos de um texto.
Acrescente-se, por fim, que a identificação que se Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando
buscou fazer das características específicas da forma se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os
oficial de redigir não deve ensejar o entendimento de parágrafos estão entrelaçados, dando continuidade uns
que se proponha a criação – ou se aceite a existência – de aos outros.
uma forma específica de linguagem administrativa, o que
coloquialmente e pejorativamente se chama burocratês.
Este é antes uma distorção do que deve ser a redação #FicaDica
oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês Todo o texto precisa estar conectado, para
do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção isso, fique atento à regência nominal e verbal,
de frases. usando das preposições corretas de acordo
A redação oficial não é, portanto, necessariamente com a intenção do texto.
LÍNGUA PORTUGUESA

árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade


básica – comunicar com impessoalidade e máxima
clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da Fundamentalmente esses atributos decorrem da
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração
jornalístico, da correspondência particular, etc. pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos
As comunicações oficiais devem primar pela Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
objetividade, transparência, clareza, simplicidade e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade. impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência

100
(...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios a linguagem adequada. O mesmo se dá com os
fundamentais de toda administração pública, claro está expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de
que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e informar com clareza e objetividade.
comunicações oficiais. As comunicações que partem dos órgãos públicos
Não se concebe que um ato normativo de qualquer federais devem ser compreendidas por todo e
natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo,
ou impossibilite sua compreensão. A transparência há que evitar o uso de uma linguagem restrita a
do sentido dos atos normativos, bem como sua determinados grupos. Não há dúvida que um texto
inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de marcado por expressões de circulação restrita, como a
Direito: é inaceitável que um texto legal não seja gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico,
entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, tem sua compreensão dificultada.
necessariamente, clareza e concisão. Ressalte-se que há necessariamente uma distância
Além de atender à disposição constitucional, a forma entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente
dos atos normativos obedece a certa tradição. Há normas dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração
para sua elaboração que remontam ao período de nossa de costumes, e pode eventualmente contar com outros
história imperial, como, por exemplo, a obrigatoriedade elementos que auxiliem a sua compreensão, como os
– estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns
de 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua
número de anos transcorridos desde a Independência. escrita incorpora mais lentamente as transformações,
Essa prática foi mantida no período republicano. tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas
Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, de si mesma para comunicar.
uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) A língua escrita, como a falada, compreende
aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça.
permitir uma única interpretação e ser estritamente Por exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos
impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível valer de determinado padrão de linguagem que incorpore
de linguagem. expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um
Nesse quadro, fica claro também que as comunicações parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do
oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há
um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz
dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público da língua, a finalidade com que a empregamos.
(no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu
– ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de caráter impessoal, por sua finalidade de informar com
forma homogênea (o público). o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso
Acrescente-se, por fim, que a identificação que se do padrão culto da língua. Há consenso de que o
buscou fazer das características específicas da forma padrão culto é aquele em que a) se observam as regras
oficial de redigir não deve ensejar o entendimento de da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário
que se proponha a criação – ou se aceite a existência – de comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante
uma forma específica de linguagem administrativa, ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto
o que coloquialmente e pejorativamente se chama na redação oficial decorre do fato de que ele está
burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas
redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias
e clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a
construção de frases. pretendida compreensão por todos os cidadãos.
A redação oficial não é, portanto, necessariamente Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a
árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade simplicidade de expressão, desde que não seja confundida
básica – comunicar com impessoalidade e máxima com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do
clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada,
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de
jornalístico, da correspondência particular, etc. linguagem próprios da língua literária.
Apresentadas essas características fundamentais da Pode-se concluir, então, que não existe propriamente
redação oficial, passemos à análise pormenorizada de um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso
cada uma delas. do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É
claro que haverá preferência pelo uso de determinadas
- Uso do padrão culto de linguagem expressões, ou será obedecida certa tradição no
LÍNGUA PORTUGUESA

A necessidade de empregar determinado nível de emprego das formas sintáticas, mas isso não implica,
linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, necessariamente, que se consagre a utilização de uma
de um lado, do próprio caráter público desses atos forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático,
e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua
oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, compreensão limitada.
ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou A linguagem técnica deve ser empregada apenas
regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso
só é alcançado se em sua elaboração for empregada indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos,

101
e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, que adquirimos sobre certos assuntos, em decorrência
são de difícil entendimento por quem não esteja com de nossa experiência profissional, muitas vezes, faz com
eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de que os tomemos como de conhecimento geral, o que
explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça,
órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos precise os termos técnicos, o significado das siglas e das
cidadãos. abreviações e os conceitos específicos que não possam
ser dispensados.
- Clareza e precisão A revisão atenta exige tempo. A pressa com que
são elaboradas certas comunicações quase sempre
Clareza compromete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso,
oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que com sua indesejável repercussão no texto redigido.
possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se A clareza e a precisão não são atributos que se atinjam
concebe que um documento oficial ou um ato normativo por si sós: elas dependem estritamente das demais
de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, características da redação oficial, apresentadas a seguir.
que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A
transparência é requisito do próprio Estado de Direito: é - Objetividade
inaceitável que um texto oficial ou um ato normativo não Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja
seja entendido pelos cidadãos. O princípio constitucional abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir
da publicidade não se esgota na mera publicação do isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual
texto, estendendo-se, ainda, à necessidade de que o é a ideia principal e quais são as secundárias.
texto seja claro. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe
Para a obtenção de clareza, sugere-se: em todo texto de alguma complexidade: as fundamentais
a) utilizar palavras e expressões simples, em seu sen- e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o
tido comum, salvo quando o texto versar sobre sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas
assunto técnico, hipótese em que se utilizará no- existem também ideias secundárias que não acrescentam
menclatura própria da área; informação alguma ao texto, nem têm maior relação com
b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas, o
as orações na ordem direta e evitar intercalações
que também proporcionará mais objetividade ao texto.
excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambi-
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto
guidade, sugere-se a adoção da ordem inversa da
com o assunto e com as informações, sem subterfúgios,
oração;
sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que
c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo
a objetividade suprime a delicadeza de expressão ou
o texto;
torna o texto rude e grosseiro.
d) não utilizar regionalismos e neologismos;
e) pontuar adequadamente o texto;
- Concisão
f) explicitar o significado da sigla na primeira referên-
cia a ela; e A concisão é antes uma qualidade do que uma
g) utilizar palavras e expressões em outro idioma ape- característica do texto oficial. Conciso é o texto que
nas quando indispensáveis, em razão de serem de- consegue transmitir o máximo de informações com
signações ou expressões de uso já consagrado ou o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma
de não terem exata tradução. Nesse caso, grafe-as entendê-la como economia de pensamento, isto é, não
em itálico, conforme orientações do subitem 10.2 se deve eliminar passagens substanciais do texto com
deste Manual. o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se,
exclusivamente, de excluir palavras inúteis, redundâncias
Precisão e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
O atributo da precisão complementa a clareza e Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve
caracteriza-se por: evitar caracterizações e comentários supérfluos, adjetivos
a) articulação da linguagem comum ou técnica para a e advérbios inúteis, subordinação excessiva. A seguir, um
perfeita compreensão da ideia veiculada no texto; exemplo1 de período mal construído, prolixo:
b) manifestação do pensamento ou da ideia com as 1 O exemplo de período mal construído foi elaborado,
mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia com para fins didáticos, a partir do exemplo de período
propósito meramente estilístico; e bem construído, por sua vez, extraído da Exposição de
c) escolha de expressão ou palavra que não confira Motivos Interministerial no 51/MCTI/MRE/MPOG, de 21
duplo sentido ao texto. de dezembro de 2011 (BRASIL, 2011a).
LÍNGUA PORTUGUESA

É indispensável, também, a releitura de todo o texto Exemplo:


redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos Apurado, com impressionante agilidade e precisão,
obscuros provém principalmente da falta da releitura, naquela tarde de 2009, o resultado da consulta à população
o que tornaria possível sua correção. Na revisão de acreana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria
um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil da população daquele distante estado manifestou-se
compreensão por seu destinatário. O que nos parece pela efusiva e indubitável rejeição da alteração realizada
óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio pela Lei no 11.662/2008. Não satisfeita, inconformada e

102
indignada, com a nova hora legal vinculada ao terceiro - Impessoalidade
fuso, a maioria da população do Acre demonstrou que a A impessoalidade decorre de princípio constitucional
ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco (Constituição, art. 37), e seu significado remete a dois
horas a menos que em Greenwich. aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que a
Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessários, administração pública proceda de modo a não privilegiar
abusou-se no emprego de adjetivos (impressionante, ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja,
esmagadora, ampla, inconformada, indignada), o que lhe sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da
confere carga afetiva injustificável, sobretudo em texto pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a
oficial, que deve primar pela impessoalidade. Eliminados ação administrativa ser exercida por intermédio de seus
os excessos, o período ganha concisão, harmonia e servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal.
unidade: A redação oficial é elaborada sempre em nome do
Exemplo: serviço público e sempre em atendimento ao interesse
Apurado o resultado da consulta à população geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos
acreana, verificou-se que a maioria da população se dos expedientes oficiais não devem ser tratados de outra
manifestou pela rejeição da alteração realizada pela Lei forma que não a estritamente impessoal.
no 11.662/2008. Não satisfeita com a nova hora legal Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal
vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população do que deve ser dado aos assuntos que constam das
Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar comunicações oficiais decorre:
ao quarto fuso, estando cinco horas menos que em a) da ausência de impressões individuais de quem
Greenwich. comunica: embora se trate, por exemplo, de um
expediente assinado por Chefe de determinada
- Coesão e coerência Seção, a comunicação é sempre feita em nome do
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável
Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia padronização, que permite que as comunicações
entre os elementos de um texto. Percebe-se que o texto elaboradas em diferentes setores da administração
tem coesão e coerência quando se lê um texto e se pública guardem entre si certa uniformidade;
verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão b) da impessoalidade de quem recebe a comunica-
entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. ção: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a concebido como público, ou a uma instituição pri-
coerência de um texto são: referência, substituição, elipse vada, a outro órgão ou a outra entidade pública.
e uso de conjunção. Em todos os casos, temos um destinatário conce-
A referência diz respeito aos termos que se relacionam bido de forma homogênea e impessoal; e
a outros necessários à sua interpretação. Esse mecanismo c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado:
pode dar-se por retomada de um termo, relação com o se o universo temático das comunicações oficiais
que é precedente no texto, ou por antecipação de um se restringe a questões que dizem respeito ao in-
teresse público, é natural não caber qualquer tom
termo cuja interpretação dependa do que se segue.
particular ou pessoal.
Exemplos:
Não há lugar na redação oficial para impressões pes-
O Deputado evitou a instalação da CPI da corrupção.
soais, como as que, por exemplo, constam de uma carta
Ele aguardou a decisão do Plenário.
a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mes-
O TCU apontou estas irregularidades: falta de
mo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta
assinatura e de identificação no documento.
da interferência da individualidade de quem a elabora.
A substituição é a colocação de um item lexical no A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de
lugar de outro(s) ou no lugar de uma oração. que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais
Exemplos: contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária
O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder impessoalidade.
Executivo federal propôs reduzir as alíquotas.
O ofício está pronto. O documento trata da exoneração - Formalidade e padronização
do servidor. As comunicações administrativas devem ser sem-
Os governadores decidiram acatar a decisão. Em pre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma
seguida, os prefeitos fizeram o mesmo. (BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as comunica-
A elipse consiste na omissão de um termo recuperável ções feitas em meio eletrônico (por exemplo, o e-mail , o
pelo contexto. documento gerado no SEI!, o documento em html etc.),
Exemplo: quanto para os eventuais documentos impressos.
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os É imperativa, ainda, certa formalidade de tratamento.
LÍNGUA PORTUGUESA

particulares. (Na segunda oração, houve a omissão do Não se trata somente do correto emprego deste ou da-
verbo “regulamenta”). quele pronome de tratamento para uma autoridade de
Outra estratégia para proporcionar coesão e coerência certo nível, mais do que isso: a formalidade diz respeito
ao texto é utilizar conjunção para estabelecer ligação à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual
entre orações, períodos ou parágrafos. cuida a comunicação.
Exemplo: A formalidade de tratamento vincula-se, também,
O Embaixador compareceu à reunião, pois identificou à necessária uniformidade das comunicações. Ora, se
o interesse de seu Governo pelo assunto. a administração pública federal é una, é natural que as

103
comunicações que expeça sigam o mesmo padrão. O es- Registro das entradas
tabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma- Geralmente esta fase da correspondência concentra-
nual, exige que se atente para todas as características da se num só departamento. Tiram-se cópias dos originais
redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação recebidos, para um exemplar ficar no departamento e o
dos textos. outro seguir para o respectivo destino. Mas a tiragem
A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes para das cópias não pode ser feita sem antes ser colocado
o texto definitivo, nas exceções em que se fizer necessá- o respectivo carimbo da entrada contendo a data e o
ria a impressão, e a correta diagramação do texto são número da entrada. Nos serviços públicos e nas empresas,
indispensáveis para a padronização. Consulte o Capítulo mas tradicionalistas, utiliza-se o Livro de Registo para a
II, “As comunicações oficiais”, a respeito de normas es- correspondência recebida.
pecíficas para cada tipo de expediente. Em razão de seu
caráter público e de sua finalidade, os atos normativos e Distribuição
os expedientes oficiais requerem o uso do padrão culto A distribuição da correspondência pode ser feita
do idioma, que acata os preceitos da gramática formal de diversas formas, mas sempre de forma a poder ser
e emprega um léxico compartilhado pelo conjunto dos controlada. E, para esse efeito utiliza-se o chamado
usuários da língua. O uso do padrão culto é, portanto, livro de protocolo. Muitas vezes é utilizada uma guia
imprescindível na redação oficial por estar acima das di- de remessa de documentos que os descreve e agrupa
ferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas, regionais; por destinos, acompanhando-os até a recepção. Aí é
dos modismos vocabulares e das particularidades lin- assinado um duplicado que comprova a entrega.
guísticas.
Resposta ou Arquivo
Recomendações:
Depois de ser lida, a correspondência deve ser
- a língua culta é contra a pobreza de expressão e não
convenientemente tratada.
contra a sua simplicidade;
O que significa que:
- o uso do padrão culto não significa empregar a lín- • Se não for necessário dar sequência ao assunto,
gua de modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem a correspondência vai imediatamente para o
próprias do estilo literário; arquivo, com a devida indicação no canto superior
- a consulta ao dicionário e à gramática é imperativa esquerdo e a assinatura do ordenante;
na redação de um bom texto. • Se é necessária uma resposta, devem ser feitas
Pode-se concluir que não existe propriamente um pa- as anotações necessárias para a sua execução
drão oficial de linguagem, o que há é o uso da norma ou, então, se for o caso, o próprio destinatário
padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que encarregar-se-á de a escrever.
haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,
ou será obedecida certa tradição no emprego das formas Não esquecer que:
sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se • Toda a correspondência urgente deve ter uma
consagre a utilização de uma forma de linguagem bu- resposta imediata;
rocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve • Não se deve adiar a resolução de assuntos
ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. pendentes, tornando-os eternamente esquecidos.
A execução de uma carta resposta implica
Classificação da correspondência disponibilidade de tempo e disponibilidade mental.
• Patente
• Confidencial ou secreta Portanto, a redação da carta deve ser executada
por uma pessoa experiente, de forma a minimizar as
A correspondência confidencial ou secreta nunca perdas de tempo e conseguir uma boa qualidade de
deve ser aberta, mas sim conduzida diretamente á comunicação.
A resposta pode ser executada de diversas formas:
direção. É conveniente, contudo, registrar a sua entrada,
• Ditado direto, em que o processador de texto
de preferência em livro próprio.
executa diretamente o texto que lhe é transmitido;
A correspondência particular, como é lógico, também
• Ditado indireto, onde o processador de texto
não deve ser aberta, mas sim dirigida aos respectivos
executa o texto através de uma minuta, um registro
destinatários.
que estenografou ou um registro gravado.
A correspondência dita patente, é que vai entrar no
circuito de tratamento. Assinatura
Depois de finalizada a correspondência deve ser de
Abertura novo lida e em seguida assinada. A organização das
A abertura da correspondência é importante referir
LÍNGUA PORTUGUESA

grandes empresas implica que o correio e expedição


a forma como se faz e os cuidados a ter para evitar a esteja pronto até determinada hora, de forma a ser
inutilização do conteúdo. levado a despacho.
Antes de se abrir as cartas deve-se colocar o conteúdo
para um dos cantos dos sobrescritos e em seguida Registro de saída
abre-se pelas arestas opostas. Isto porque as cartas são O registro das saídas também é normalmente feito
normalmente mal dobradas e quando são inseridas nos em livro próprio. Devem ser tiradas cópias aos originais e
subscritos ficam, por vezes, coladas no interior. encaminhadas devidamente.

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Expedição e Arquivo b) Comercial: que inclui toda espécie de cartas e do-
Antes da correspondência ser inserida no sobrescrito cumentos ligados a transações comerciais, indus-
deve-se verificar se: triais e também financeiras, tais como assuntos
• A carta está datada e assinada; bancários, investimentos, empréstimos, câmbios,
• Contém o material referido em anexo; etc.
• O endereço corresponde ao do sobrescrito. E por c) Oficial: quando provém de instituições do serviço
fim... público, tanto civis como militares, ou a elas se diri-
• Toda a correspondência que é expedida da empresa ge. Abrange atos dos poderes legislativo, executivo
deve possuir em arquivo a respectiva cópia; e judiciário, requerimento dos cidadãos, avisos à
• Quando a correspondência for registrada, população, etc.
juntamente com a cópia, deve ser arquivado um
exemplar do talão de aceitação; Por vezes, é difícil distinguir o tipo de determinadas
• No caso do registro ser com aviso de recepção, cartas, quando seu assunto concerne a duas esferas sociais
este, após ser devolvido pelo destinatário com a diversas, como uma carta de um cidadão, solicitando um
respectiva assinatura, deve também ser arquivado favor comercial a um amigo pertencente a essa área de
com a cópia da correspondência. atividades. A distinção recomendável é utilizar nas cartas
Para se redigir uma boa correspondência, é necessária particulares uma linguagem mais espontânea, mais rica
objetividade na exposição do pensamento, é preciso em calor humano (salvo em comunicados impressos,
buscar por clareza, coerência, concisão, nas palavras tais como convites, participações, que serão lidos não
empregadas, e assim estabelecer uma melhor relação só pelos interessados, mas por outras pessoas fora do
entre as ideias. círculo de amizade do remetente), deixando para as
cartas comerciais o estilo utilitário, direto, sem apelar para
aspectos afetivos, e para cartas ou documentos oficiais
"Se escrever cartas é um sinal de boa reservar uma formulação impessoal, mais distanciada e
educação, escrever corretamente é prova de formal, que veicule a mensagem de forma clara, mas sem
boa instrução e inteligência". (Jane S. Singer) pessoalizá-la. Dessa forma, um pedido a um governador
de Estado, por exemplo, sempre se fará mencionando-se
o cargo e não familiarmente o “prezado fulano”.
Há vários tipos de correspondência, e cada uma
possui suas características, com suas normas e técnicas. Atos Oficiais
O estilo e as técnicas aplicadas em correspondências Os atos oficiais são entendidos como atos de caráter
se atualizaram, tornando-se muito mais complexas. O normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos
estilo depende dos conhecimentos dominados pelo cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos
redator, e este é aperfeiçoado pelas técnicas, que serão públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração
apresentadas ao longo do trabalho. for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá
Em suma, corresponder-se implica um ato de ir até com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a
outrem: seja para expor-lhe problemas, alegrias, seja de informar com clareza e objetividade. A necessidade
para fazer-lhe pedidos, convencer, dar-lhe boas ou más de empregar determinado nível de linguagem nos atos
notícias. Da habilidade social do remetente virá seu e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio
sucesso com o destinatário. Será preciso conhecer os caráter público desses atos e comunicações; de outro, de
códigos de comportamento deste para que a mensagem sua finalidade.
surta efeito. As comunicações que partem dos órgãos públicos
federais devem ser compreendidas por todo e qualquer
Tipos de Correspondência cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar
Quando se fala de correspondência, pensa-se logo o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos.
em uma simples carta, em mensagem escrita para trata- Não há dúvida que um texto marcado por expressões
se de assuntos íntimos entre pessoas cujas relações são de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos
bastante estreitas. Contudo a carta hoje tornou outros vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão
rumos, não perdendo suas características especiais. A dificultada.
correspondência tomou rumos diferentes, em diversas A língua escrita, como a falada, compreende
áreas. Pode ser utilizada no estabelecimento de contatos diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça.
utilitários, como os de um industrial e seus compradores, O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter
ou os que dizem respeito à comunicação comercial, impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo
bancária, judicial e de tantas instituições sociais. de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão
LÍNGUA PORTUGUESA

Usualmente, divide-se a correspondência em: culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é
a) Particular: quando é trocada entre pessoas mais aquele em que:
ou menos íntimas, sobre assuntos da vida priva- Observam-se as regras da gramática formal;
da, tais como notícias do quotidiano, da família, Emprega-se um vocabulário comum ao conjunto dos
de viagens, agradecimentos, convites, pêsames. A usuários do idioma.
espécie mais particular de todas é a chamada carta É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso
de amor, onde se expressam as nuanças do senti- do padrão culto na redação oficial decorre do fato de
mento mais humano de todos. que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas

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ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das da Prefeitura ou ainda destes para com a Administração
idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, Estadual, Federal e Empresas Privadas.
que se atinja a pretendida compreensão por todos os Telegrama: Forma de correspondência em que são
cidadãos. transmitidas comunicações de absoluta urgência e com
Lembrar-se que o padrão culto nada tem contra a reduzido número de palavras, uma vez que a sua principal
simplicidade de expressão, desde que não seja confundida característica é a síntese.
com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do Requerimento – deriva-se do verbo requerer, que, de
padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, acordo com seu sentido denotativo, significa solicitar,
nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de pedir, estar em busca de algo. E principalmente, que o
linguagem própria da língua literária. pedido seja deferido, ou seja, aprovado.
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente
um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do ATOS ENUNCIATIVOS
padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que Apostila: Documento que complementa um ato
haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, oficial, em geral ligado à vida funcional dos servidores
ou será obedecida certa tradição no emprego das formas públicos, fixando vantagens pecuniárias, retificando ou
sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que alterando nomes ou títulos.
se consagre a utilização de uma forma de linguagem O ato deve ser publicado e registrado no
burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, assentamento funcional. É sempre assinado pelo titular
deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão do órgão expedidor.
limitada. Despacho: Nota escrita pela qual uma autoridade dá
solução a um pedido ou encaminha a outra autoridade
Os atos administrativos são classificados como: pedido para que decida sobre o assunto.
O despacho pode ser interlocutório ou decisório:
ATOS DE CORRESPONDÊNCIA O Interlocutório é breve e baseado em informações ou
Aviso: Comunicação pela qual os titulares de órgãos, parecer, e consta do corpo do processo (quando houver).
entidades e presidentes de comissões da Administração Em geral é manuscrito e assinado pela autoridade
do Município comunicam ao público assunto de seu competente, podendo, contudo, ser elaborado e assinado
interesse e solicitam a sua participação. por outros servidores desde que lhes seja delegada
Carta: Forma de correspondência por meio da qual competência. Nesse caso, inicia-se pela expressão: “De
os dirigentes da Administração Municipal se dirigem a ordem”.
personalidades e entidades públicas e particulares para O decisório defere ou indefere solicitações.
tratar de assunto oficial. Parecer: Manifestação de órgãos ou entidades sobre
Circular: Correspondência oficial de igual teor, assuntos submetidos à sua consideração. É um ato
expedida por dirigentes de órgãos e entidades e chefes administrativo usado com mais frequência por conselhos,
de unidades administrativas a vários destinatários. comissões, assessorias e equivalentes.
Exposição de Motivos: Correspondência por meio da
Relatório: Documento em que se relata ao superior
qual os secretários e autoridades de nível hierárquico
imediato a execução de trabalhos concernentes a
equivalente expõem assuntos da Administração
determinados serviços ou a um período relativo ao
Municipal para serem solucionados por atos do Prefeito.
exercício de cargo, função ou desempenho de atribuições.
Quando a exposição de motivos tratar de assuntos
que envolvam mais de uma Secretaria, esta deverá ser
ATOS NORMATIVOS
assinada pelos Secretários envolvidos.
Decreto: Ato emanado do Poder Público, com força
Além do caráter informativo, a exposição de motivos
obrigatória, que se destina a assegurar ou promover a
pode propor medidas ou submeter projeto de ato
normativo à apreciação da autoridade competente. ordem política, social, jurídica e administrativa. É por
Memorando: Correspondência utilizada pelas chefias meio de decretos que o chefe do Governo determina a
no âmbito de um mesmo órgão ou entidade para expor observância de regras legais.
assuntos referentes a situações administrativas em geral. Ordem de Serviço: Ato pelo qual os titulares
Pode ser usado no mesmo nível hierárquico ou em nível de Coordenações, Departamentos, Presidentes de
hierárquico diferente. Comissões, além de outras autoridades de nível
Mensagem: Instrumento de comunicação oficial do hierárquico equivalente, determinam providências a
Prefeito para o Presidente da Câmara Municipal, expondo serem cumpridas por unidades orgânicas e/ou servidores
sobre matérias que dependem de deliberação da Câmara. subordinados.
A mensagem versa sobre os seguintes assuntos, entre Portaria: Ato pelo qual o Prefeito ou os Secretários
outros: encaminhamento de projeto de lei complementar (por delegação do Prefeito) expedem determinações
LÍNGUA PORTUGUESA

ou financeira; pedido de autorização para o Prefeito e o gerais ou especiais a seus subordinados; ou designam
Vice-Prefeito se ausentarem do Município por mais de 15 servidores para substituições eventuais e execução de
dias; encaminhamento das contas referentes ao exercício atividades.
anterior; abertura da sessão legislativa; comunicação de Resolução: Ato emanado de órgãos colegiados, tendo
sanção de veto. como característica fundamental o estabelecimento de
Ofício: Meio de comunicação utilizado entre normas, diretrizes e orientações para a consecução dos
dirigentes de órgãos e entidades e titulares de unidades objetivos.

106
É válida para assuntos normativos ou de Atestado: Documento em que se comprova um fato
reconhecimento de excepcionalidade. e se afirma a existência ou inexistência de uma situação
Edital: Ato de caráter obrigatório, emitido pelos de direito da qual se tenha conhecimento em favor de
titulares de órgãos e entidades e presidentes de alguém.
comissões, que se destina a fixar condições e prazos Certidão: Documento oficial onde se transcrevem
para a legitimação de ato ou fato administrativo, a ser dados de assentamentos funcionais com absoluta
concretizado pela Administração Municipal. precisão.
Regimento: Ato que indica a categoria e a finalidade A certidão deve ser escrita sem abertura de
dos órgãos e entidades, detalha sua estrutura em unidades parágrafos, emendas ou rasuras. Quando houver engano
organizacionais, especifica as respectivas competências, ou omissão, o certificante o corrigirá com “digo”, colocado
define as atribuições de seus dirigentes e indica seus imediatamente após o erro.
relacionamentos interno e externo. Os regimentos serão Declaração: Documento de manifestação
postos em vigor por decreto do Prefeito, referendado administrativa, declaratório da existência ou não de um
pelo titular da Secretaria a que diga respeito o ato. direito ou de um fato.
Regulamento: Ato que explica a execução de uma lei
ou provê situação ainda não disciplinada por lei. Tem sua Os atos administrativos são compostos pelos
aprovação por decreto do Prefeito. seguintes elementos:
1. Competência - É a condição primeira para a vali-
ATOS DE AJUSTE dade do ato administrativo. Nenhum ato pode ser
Contrato: Acordo bilateral firmado por escrito entre a realizado validamente sem que o agente disponha
administração pública e particulares, vislumbrando, de um de poder legal para praticá-lo.
lado, o objeto do acordo, e de outro, a contraprestação 2. Finalidade - É o objetivo de interesse público a atin-
correspondente (remuneração). gir. Não se compreende ato administrativo sem fim
Convênio: Acordo firmado por entidades públicas, ou público.
entre estas e organizações particulares, para realização 3. Forma - A forma em que se deve exteriorizar o
ato administrativo constitui elemento vinculado
de objetivos de interesse comum dos partícipes.
e indispensável à sua perfeição. A inexistência da
Termo Aditivo: Ato lavrado para complementar um
forma induz à inexistência do ato administrativo.
ato originário - contrato ou convênio - quando verificada
A forma normal do ato administrativo é a escrita,
a necessidade de alteração de uma das condições
embora atos existam consubstanciados em ordens
ajustadas.
verbais, e até mesmo em sinais convencionais,
como ocorre com as instruções momentâneas de
ATOS COMPROBATÓRIOS
superior a inferior hierárquico, com as determi-
Alvará: Documento firmado por autoridade
nações da polícia em casos de urgência e com a
competente, certificando, autorizando ou aprovando sinalização do trânsito. No entanto, a rigor, o ato
atos ou direitos. escrito em forma legal não se exporá à invalidade.
Ata: Documento que registra, com o máximo de 4. Motivo - O motivo ou a causa é a situação de direito
fidelidade, o que se passou em uma reunião, sessão ou de fato que determina ou autoriza a realização
pública ou privada, congresso, encontro, convenção e do ato administrativo. O motivo como elemento
outros eventos, para comprovação, inclusive legal, das integrante da perfeição do ato, pode vir expresso
discussões e resoluções havidas. em lei, como pode ser deixado a critério do admi-
A ata é lavrada por um secretário, indicado pelos nistrador. Em se tratando de motivo vinculado pela
membros da reunião. Sua redação obedece sempre às lei, o agente da administração, ao praticar o ato,
mesmas normas, quer se trate de instituições oficiais ou fica na obrigação de justificar a existência do mo-
entidades particulares. Escreve-se seguidamente, sem tivo, sem o qual o ato será inválido ou pelo menos
rasuras e sem entrelinhas, evitando-se os parágrafos ou invalidável por ausência da motivação.
espaços em branco. 5. Objeto - O objeto do ato administrativo é a criação,
A linguagem utilizada na redação é bastante sumária a modificação ou a comprovação de situações jurí-
e quase sem oportunidade de inovações, exatamente por dicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades
sua característica de simples resumo de fatos. Também, sujeitas à atuação do Poder Público. Neste sentido,
em decorrência disso, os verbos são empregados sempre o objeto identifica-se com o conteúdo do ato e por
no tempo passado e, tanto quanto possível, devem ser meio dele a administração manifesta o seu poder
evitados os adjetivos. Os números fundamentais, datas e a sua vontade ou atesta simplesmente situações
e valores, de preferência, são escritos por extenso. A pré-existentes.
redação deve ser fiel, clara e precisa com relação aos
LÍNGUA PORTUGUESA

fatos ocorridos, sem que o relator emita opinião sobre AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
eles. Registra-se, quando for o caso, na ata do dia, as
retificações feitas à anterior. Concordância com os pronomes de tratamento
Para os erros constatados no momento da redação, Os pronomes de tratamento apresentam certas
consoante o tipo de ata, emprega-se a partícula peculiaridades quanto às concordâncias verbal, nominal
retificativa “digo”. Se forem notados erros após a redação, e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa
há o recurso da expressão “em tempo”. gramatical (à pessoa com quem se fala), levam a

107
concordância para a terceira pessoa. Os pronomes Vossa cerimoniosa, empolada, difícil de escrever e pronunciar,
Excelência ou Vossa Senhoria são utilizados para se e em desuso. Já não existe hoje em dia distanciamento
comunicar diretamente com o receptor. tão grande entre a pessoa do reitor e o corpo docente
e discente. É, pois, perfeitamente aceita hoje em dia a
#OBS.: fórmula >Vossa Excelência (V. Exa.). A invocação pode ser
Quanto às formas de tratamento não foi alterado simplesmente Senhor Reitor, Excelentíssimo Senhor Reitor.
nessa última atualização do manual.
Pronomes de Tratamento
Concordância de gênero O uso de pronomes e locuções pronominais de
tratamento tem larga tradição na língua portuguesa.
Com as formas de tratamento, faz-se a concordância De acordo com Said Ali, após serem incorporados ao
com o sexo das pessoas a que se referem: português os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento
• Vossa Senhoria está sendo convidado (homem) a direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia à palavra”,
assistir ao III Seminário da NOVA. passou-se a empregar, como expediente linguístico de
• Vossa Excelência será informada (mulher) a respeito distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no
das conclusões do III Seminário da NOVA. tratamento de pessoas de hierarquia superior. Prossegue
o autor:
Concordância de pessoa “Outro modo de tratamento indireto consistiu em
fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou qualidade
Embora tenham a palavra “Vossa” na expressão, eminente da pessoa de categoria superior, e não a ela
as formas de tratamento exigem verbos e pronomes própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei
referentes a elas na terceira pessoa: com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...);
• Vossa Excelência solicitou... assim usou-se o tratamento ducal de vossa excelência e
• Vossa Senhoria informou... adotaram-se na hierarquia eclesiástica vossa reverência,
• Temos a satisfação de convidar Vossa Senhoria vossa paternidade, vossa eminência, vossa santidade.”
e sua equipe para... Na oportunidade, teremos a A partir do final do século XVI, esse modo de
honra de ouvi-los... tratamento indireto já estava em voga também para
os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa mercê
A pessoa do emissor evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E
O emissor da mensagem, referindo-se a si mesmo, o pronome vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa
poderá utilizar a primeira pessoa do singular ou a tradição que provém o atual emprego de pronomes de
primeira do plural (plural de modéstia). Não pode, no tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às
entanto, misturar as duas opções ao longo do texto: autoridades civis, militares e eclesiásticas.
• Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência... Umas das características do estilo da correspondên-
• Temos a honra de comunicar a Vossa Excelência... cia oficial e empresarial é a polidez, entendida como o
• Cabe-me ainda esclarecer a Vossa Excelência... ajustamento da expressão às normas de educação ou
• Cabe-nos ainda esclarecer a Vossa Excelência... cortesia.
A polidez se manifesta no emprego de fórmulas
Emprego de Vossa (Excelência, Senhoria, etc.) Sua de cortesia (“Tenho a honra de encaminhar” e não,
(Excelência, Senhoria, etc.) simplesmente, “Encaminho...”; “Tomo a liberdade de
• Vossa (Excelência, Senhoria, etc.), é tratamento sugerir...” em vez de, simplesmente, “Sugiro...”); no
direto - usa-se para dirigir-se a pessoa com quem se fala, cuidado de evitar frases agressivas ou ásperas (até uma
ou a quem se dirige a correspondência (equivale a você): carta de cobrança pode ter seu tom amenizado, fazendo-
Na expectativa do atendimento do que acaba de ser se menção, por exemplo, a um possível esquecimento...);
solicitado, apresento a Vossa Senhoria nossas atenciosas no emprego adequado das formas de tratamento,
saudações. dispensando sempre atenção respeitosa a superiores,
• Sua (Excelência, Senhoria, etc.): em relação à colegas e subalternos.
pessoa de quem se fala (equivale a ele fala): Na abertura No que diz respeito à utilização das formas de
do Seminário, Sua Excelência o Senhor Reitor da PUCRS tratamento e endereçamento, deve-se considerar não
falou sobre o Plano Estratégico. apenas a área de atuação da autoridade (universitária,
judiciária, religiosa, etc.), mas também a posição
Abreviatura das formas de tratamento hierárquica do cargo que ocupa.
A forma por extenso demonstra maior respeito, maior Breve História dos Pronomes de Tratamento
deferência, sendo de rigor em correspondência dirigida O uso de pronomes e locuções pronominais de
ao Presidente da República. Fique claro, no entanto, tratamento tem larga tradição na língua portuguesa.
LÍNGUA PORTUGUESA

que qualquer forma de tratamento pode ser escrita por De acordo com Said Ali, após serem incorporados ao
extenso, independentemente do cargo ocupado pelo português os pronomes latinos tue vos, “como tratamento
destinatário. direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra”,
passou-se a empregar, como expediente linguístico de
Vossa Magnificência distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no
É assim que manuais mais antigos de redação ensinam tratamento de pessoas de hierarquia superior. Prossegue
a tratar os reitores de universidades. Uma forma muito o autor:

108
“Outro modo de tratamento indireto consistiu em
fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou qualidade FIQUE ATENTO!
eminente da pessoa de categoria superior, e não a ela Aqui temos outra mudança.
própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei O manual atualizado traz a possibilidade de
com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); se utilizar o vocativo “prezado/a”, quando o ofi-
assim usou-se o tratamento ducal de vossa excelência e cio estiver sendo direcionado para PARTICULAR.
adotaram-se na hierarquia eclesiástica vossa reverência, Senhor Governador... (para autoridades)
vossa paternidade, vossa eminência, vossa santidade.” Prezado fulano de tal... (para particular)
A partir do final do século XVI, esse modo de
tratamento indireto já estava em voga também para
os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa mercê Como visto, o emprego destes obedece a secular
evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E tradição. São de uso consagrado:
o pronome vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
tradição que provém o atual emprego de pronomes de
tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às a) do Poder Executivo;
autoridades civis, militares e eclesiásticas. Presidente da República;
Vice-Presidente da República;
Concordância com os Pronomes de Tratamento Ministros de Estado;
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à Distrito Federal;
concordância verbal, nominal e pronominal. Embora Oficiais-Generais das Forças Armadas;
se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com Embaixadores;
quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), Secretários-Executivos de Ministérios e demais
levam a concordância para a terceira pessoa. É que o ocupantes de cargos de natureza especial;
verbo concorda com o substantivo que integra a locução Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o Prefeitos Municipais.
substituto»; «Vossa Excelência conhece o assunto». b) do Poder Legislativo:
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos Deputados Federais e Senadores;
a pronomes de tratamento são sempre os da terceira Ministro do Tribunal de Contas da União;
pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto» (e não Deputados Estaduais e Distritais;
«Vossa ... vosso...”). Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da
pessoa a que se refere, e não com o substantivo que c) do Poder Judiciário:
compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for Ministros dos Tribunais Superiores;
homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, Membros de Tribunais;
“Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, Juízes;
“Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve
estar satisfeita”. d) outros: Auditores da Justiça Militar.
O vocativo a ser empregado em comunicações
Emprego dos Pronomes de Tratamento dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor,
Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de seguido do cargo respectivo:
tratamento adota a segunda pessoa do plural, de maneira Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual se Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso
dirige. Na redação oficial, é necessário atenção para o Nacional,
uso dos pronomes de tratamento em três momentos Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo
distintos: no endereçamento, no vocativo e no corpo Tribunal Federal.
do texto. No vocativo, o autor dirige-se ao destinatário
no início do documento. No corpo do texto, pode-se As demais autoridades serão tratadas com o vocativo
empregar os pronomes de tratamento em sua forma Senhor, seguido do cargo respectivo:
abreviada ou por extenso. O endereçamento é o texto Senhor Senador,
utilizado no envelope que contém a correspondência Senhor Juiz,
oficial. Senhor Ministro,
Senhor Governador,
LÍNGUA PORTUGUESA

Vocativo No envelope, o endereçamento das comunicações


O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência,
comunicações oficiais, o vocativo será sempre seguido terá a seguinte forma:
de vírgula.
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, A Sua Excelência o Senhor
utiliza-se a expressão Excelentíssimo Senhor ou Fulano de Tal
Excelentíssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos Ministro de Estado da Justiça
de vírgula. 70.064-900 – Brasília. DF

109
A Sua Excelência o Senhor
Senador Fulano de Tal
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF

Senhor Ministro,
Submeto a Vossa Excelência projeto (...)

Em comunicações oficiais, ESTÁ ABOLIDO O USO DO TRATAMENTO DIGNÍSSMO (DD), às autoridades arroladas na
lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida
evocação.
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado e o
endereçamento que deve constar no envelope são:

Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, no 123
70.123 – Curitiba. PR

Senhor Fulano de Tal,

Escrevo a Vossa Senhoria (...)


Como se depreende do exemplo acima, FICA DISPENSADO O EMPREGO DO SUPERLATIVO ILUSTRÍSSIMO para
as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de
tratamento Senhor.
Acrescente-se que DOUTOR NÃO É FORMA DE TRATAMENTO, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente.
Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído
curso universitário de doutorado. É costume indevido designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis
em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.
Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comunicações dirigidas a
reitores de universidade.

Corresponde-lhe o vocativo:

Magnífico Reitor,

Agradeço a Vossa Magnificência por (...)

Os pronomes de tratamento e vocativos para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são:
Em comunicações dirigidas ao Papa:

Santíssimo Padre,

Rogo a Vossa Santidade que (...)

Em comunicações aos Cardeais:


Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,

Rogo a Vossa Eminência ( Reverendíssima ) que (...)

Em comunicações a Arcebispos e Bispos:


Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Arcebispo / Bispo,

Rogo a Vossa Excelência Reverendíssima que (...)


LÍNGUA PORTUGUESA

Em comunicações a Monsenhores, Côneco e superiores religiosos:


Reverendíssimo Senhor Monsenhor / Cônego / Superior religioso

Rogo a Vossa ( Senhoria ) Reverendíssima que (...)

Em comunicações a Sacerdotes, Clérigos e Demais religiosos:

110
Reverendo Sacerdote / Clérigo / Demais religiosos,

Rogo a Vossa Reverência que (...)

Veja o quadro a seguir, que:


• Agrupa as autoridades em universitárias, judiciárias, militares, eclesiásticas, monárquicas e civis;
• Apresenta os cargos e as respectivas fórmulas de tratamento (por extenso, abreviatura singular e plural);
• Indica o vocativo correspondente e a forma de endereçamento.

Autoridades Universitárias

Cargo ou
Por Extenso Abreviatura Singular Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento
Função
Ao Magnífico Reitor
V. Mag. as
ou V. Magnífico Reitor
ou
Magas.
Vossa Magnificência
V. Mag.ª ou V. Maga. ou
Reitores ou Ao Excelentíssimo
V. Exa. ou V. Ex.ª ou
Vossa Excelência Senhor Reitor
Excelentíssimo
Nome
V.Ex.as ou V.Exas. Senhor Reitor
Cargo
Endereço
Ao Excelentíssimo
Excelentíssimo Senhor Vice-Reitor
Vice-Reitores Vossa Excelência V.Ex.ª, ou V.Exa. V.Ex.as ou V. Exas. Senhor Vice- Nome
Reitor Cargo
Endereço
Assessores
Ao Senhor
Pró-Reitores
V.S.ª ou Nome
Diretores Vossa Senhoria V.S. ou V.Sas.
as
Senhor + cargo
V.Sa. Cargo
Coord. de
Endereço
Departamento

Autoridades Judiciárias

Abreviatura Abreviatura
Cargo ou Função Por Extenso Vocativo Endereçamento
Singular Plural
Auditores
Curadores
Defensores Públicos
Ao Excelentíssimo Senhor
Desembargadores
Vossa V.Ex.as ou V. Excelentíssimo Nome
Membros de Tribunais V.Ex.ª ou V. Exa.
Excelência Exas. Senhor + cargo Cargo
Presidentes de
Endereço
Tribunais
Procuradores
Promotores
Ao Meritíssimo Senhor Juiz
Meritíssimo
Meritíssimo Senhor Juiz ou
Juiz
M.Juiz ou V.Ex.ª, V.
Juízes de Direito ou V.Ex.as ou Ao Excelentíssimo Senhor
Exas.
Vossa Juiz
Excelência Excelentíssimo Nome
Senhor Juiz Cargo
LÍNGUA PORTUGUESA

Endereço

111
Autoridades Militares

Abreviatura
Cargo ou Função Por Extenso Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento
Singular
Ao Excelentíssimo Senhor
Oficiais Generais Vossa Excelentíssimo Nome
V.Ex.ª ou V. Exa. V.Ex.as, ou V. Exas.
(até Coronéis) Excelência Senhor Cargo
Endereço
Ao Senhor
Vossa Nome
Outras Patentes V.S.ª ou V. Sa. V.S.as ou V. Sas. Senhor + patente
Senhoria Cargo
Endereço
Autoridades Eclesiásticas

Abreviatura
Cargo ou unção Por Extenso Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento
Singular
A Sua Excelência
Reverendíssima
Vossa Excelência V.Ex.ª Rev. ou V.
ma
V.Ex. Rev. ou V.
as mas
Excelentíssimo
Arcebispos Nome
Reverendíssima Exa. Revma. Exas. Revmas. Reverendíssimo
Cargo
Endereço
A Sua Excelência
Reverendíssima
Vossa Excelência V.Ex.ª Rev.maou V. V.Ex.asRev.mas ou V. Excelentíssimo
Bispos Nome
Reverendíssima Exa. Revma. Exas. Revmas. Reverendíssimo
Cargo
Endereço
A Sua Eminência
Vossa Eminência V.Em.ª, V. Ema. V.Em.as, V. Emas. Eminentíssimo
Reverendíssima
ou Vossa ou ou Reverendíssimo
Cardeais Nome
Eminência V.Em.ª Rev.ma, V. V.EmasRev.mas ou V. ou Eminentíssimo
Cargo
Reverendíssima Ema. Revma. Emas. Revmas. Senhor Cardeal
Endereço
Ao Reverendíssimo
Cônego
Vossa V. Rev.ma V. Rev.mas Reverendíssimo
Cônegos Nome
Reverendíssima ou V. Revma. V. Revmas. Cônego
Cargo
Endereço
Ao Reverendíssimo
Frade
Vossa V. Rev.ma V. Rev.mas Reverendíssimo
Frades Nome
Reverendíssima ou V. Revma. ou V. Revmas. Frade
Cargo
Endereço
A Reverendíssima Irmã
Vossa V. Rev.ma V. Rev.mas Reverendíssimo Nome
Freiras
Reverendíssima ou V. Revma. ou V. Revmas. Irmã Cargo
Endereço
Ao Reverendíssimo
Monsenhor
Vossa V. Rev.ma V. Rev.mas Reverendíssimo
Monsenhores Nome
Reverendíssima ou V. Revma. ou V. Revmas. Monsenhor
Cargo
Endereço
A Sua Santidade o
Papa Vossa Santidade V.S. - Santíssimo Padre
Papa
Ao Reverendíssimo
Padre / Pastor
LÍNGUA PORTUGUESA

ou
Sacerdotes em Vossa V. Rev.ma V. Rev.mas Reverendo Padre / Ao Reverendo Padre /
geral e pastores Reverendíssima ou V. Revma. ou V. Revmas. Pastor Pastor
Nome
Cargo
Endereço

112
Autoridades Monárquicas

Cargo ou Abreviatura Abreviatura


Por Extenso Vocativo Endereçamento
Função Singular Plural
A Sua Alteza Real
Nome
Arquiduques Vossa Alteza V.A. VV. AA. Sereníssimo + Título
Cargo
Endereço
A Sua Alteza Real
Nome
Duques Vossa Alteza V.A. VV. AA. Sereníssimo + Título
Cargo
Endereço
A Sua Majestade
Vossa Nome
Imperadores V.M. VV. MM. Majestade
Majestade Cargo
Endereço
A Sua Alteza Real
Nome
Príncipes Vossa Alteza V.A. VV. AA. Sereníssimo + Título
Cargo
Endereço
A Sua Majestade
Vossa Nome
Reis V.M. VV. MM. Majestade
Majestade Cargo
Endereço

Autoridades Civis

Abreviatura Abreviatura
Cargo ou Função Por Extenso Vocativo Endereçamento
Singular Plural
Chefe da Casa Civil e da

Casa Militar

Cônsules

Deputados

Embaixadores

Governadores Ao Excelentíssimo
Senhor
Vossa V.Ex.ª ou V.Ex.as Excelentíssimo
Ministros de Estado Nome
Excelência V. Exa. ou V. Exas. Senhor + Cargo
Cargo
Prefeitos Endereço

Presidentes da
República

Secretários de Estado

Senadores

Vice-Presidentes de
Repúblicas
LÍNGUA PORTUGUESA

Ao Senhor
Demais autoridades
Vossa V.S.ª ou V.S.as Nome
não contempladas com Senhor + Cargo
Senhoria V. Sa. ou V. Sas. Cargo
tratamento específico
Endereço

Forma de Diagramação
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte forma de apresentação:

113
FIQUE ATENTO!
- conforme as ultimas mudanças no manual de redação oficial, deve ser utilizada fonte do tipo Calibri ou
Carlito (antes era a Times New Roman), de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de
rodapé;
- é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso,
as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”);
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda;
- o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo 3,0 cm de largura;
- o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
- deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco;
- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo,
bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento;
- a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada
apenas para gráficos e ilustrações;
- todos os tipos de documento do padrão ofício devem ser impressos em papel de tamanho A4, ou seja,
29,7 x 21,0 cm;
- deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para con-
sulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos;
- para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do docu-
mento + número do documento + palavraschave do conteúdo.

Fechos para Comunicações


O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário.
Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministério da Justiça, de
1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego
de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e
tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.

Identificação do Signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem
trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve
ser a seguinte:

(espaço para assinatura)


Nome
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República

(espaço para assinatura)


Nome
Ministro de Estado da Justiça

Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para
essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.
LÍNGUA PORTUGUESA

O Padrão Ofício
Antes das ultimas alterações do Manual de Redação, tínhamos 3 tipos de expediente: Ofício, Aviso e Memorando.
A distinção básica anterior entre os três era:
a) aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia;
b) ofício: era expedido para e pelas demais autoridades; e
c) memorando: era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão.

114
FIQUE ATENTO!
De acordo com essas alterações, os tipos memorando e aviso foram abolidos e passou-se a utilizar o termo
ofício nas três hipóteses.

A diagramação proposta para esse expediente é denominada padrão ofício.


A seguir, será apresentada a estrutura do padrão ofício, de acordo com a ordem com que cada elemento aparece
no documento oficial.

Partes do documento no padrão ofício

Cabeçalho
O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do documento, centralizado na área determinada pela formatação.
No cabeçalho deverão constar os seguintes elementos:
a) brasão de Armas da República: no topo da página. Não há necessidade de ser aplicado em cores. O uso de marca
da instituição deve ser evitado na correspondência oficial para não se sobrepor ao Brasão de Armas da República.
b) nome do órgão principal;
c) nomes dos órgãos secundários, quando necessários, da maior para a menor hierarquia; e
d) espaçamento: entrelinhas simples (1,0).

Exemplo:

Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrônico oficial
da instituição, podem ser informados no rodapé do documento, centralizados.
5.1.2 Identificação do expediente
Os documentos oficiais devem ser identificados da seguinte maneira:
a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com todas as letras maiúsculas;
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, padronizada como No;
c) informações do documento: número, ano (com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que expede o documento,
da menor para a maior hierarquia, separados por barra (/); e
d) alinhamento: à margem esquerda da página.

Exemplo:
OFÍCIO N° 652/2018/SAA/SE/MT

Local e data do documento


Na grafia de datas em um documento, o conteúdo deve constar da seguinte forma:
a) composição: local e data do documento;
b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o documento, seguido de vírgula. Não se deve utilizar a
LÍNGUA PORTUGUESA

sigla da unidade da federação depois do nome da cidade;


c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do mês e em numeração cardinal para os demais dias do
mês. Não se deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês;
d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;
e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem direita da página.

Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de 2018.

115
Endereçamento
O endereçamento é a parte do documento que informa quem receberá o expediente.
Nele deverão constar os seguintes elementos:
a) vocativo: na forma de tratamento adequada para quem receberá o expediente;
b) nome: nome do destinatário do expediente;
c) cargo: cargo do destinatário do expediente;
d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, dividido em duas linhas:
primeira linha: informação de localidade/logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão,
informação do setor;
segunda linha: CEP e cidade/unidade da federação, separados por espaço simples. Na separação entre cidade e
unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso de ofício ao mesmo órgão,
não é obrigatória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da cidade/unidade da federação; e
e) alinhamento: à margem esquerda da página.

O pronome de tratamento no endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa
Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Excelência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”.
Quando o tratamento destinado ao receptor for Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é “Ao Senhor”
ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A Sua Senhoria a Senhora”.

Exemplos:

A Sua Excelência o Senhor À Senhora Ao Senhor


[Nome] [Nome] [Nome]
Ministro de Estado da Justiça Diretora de Gestão de Pessoas Chefe da Seção de Compras
Esplanada dos Ministérios Bloco T SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I Diretoria de Material, Seção
70064-900 Brasília/DF 70070-030 Brasília. DF Brasília — DF

Assunto
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta.
Ele deve ser grafado da seguinte maneira:
a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não
se deve utilizar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser destacado em negrito;
d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto; e
e) alinhamento: à margem esquerda da página.

Exemplos:
Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão julho/2018.
Assunto: Aquisição de computadores.

Texto do documento
O texto do documento oficial deve seguir a seguinte padronização de estrutura:
I – nos casos em que não seja usado para encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte
estrutura:
a) introdução: em que é apresentado o objetivo da comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, Tenho
o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a forma direta: Informo, Solicito, Comunico;
b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas
devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; e
c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto.

II – quando forem usados para encaminhamento de documentos, a estrutura é modificada:


a) introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do docu-
mento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encaminhar,
indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário e assunto
LÍNGUA PORTUGUESA

de que se trata) e a razão pela qual está sendo encaminhado; e

Exemplos:
Em resposta ao Ofício n o 12, de 1o de fevereiro de 2018, encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de abril de 2018,
da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, do Presidente da
Confederação Nacional da Indústria, a respeito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.

116
b) desenvolvimento: se o autor da comunicação de- a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado
sejar fazer algum comentário a respeito do docu- em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha
mento que encaminha, poderá acrescentar pará- acima do nome do signatário;
grafos de desenvolvimento. Caso contrário, não b) cargo: cargo da autoridade que expede o docu-
há parágrafos de desenvolvimento em expediente mento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas.
usado para encaminhamento de documentos. As preposições que liguem as palavras do cargo
devem ser grafadas em minúsculas; e
III – tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser
do documento deve ser formatado da seguinte maneira: centralizada na página.
a) alinhamento: justificado; Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a
b) espaçamento entre linhas: simples; assinatura em página isolada do expediente. Transfira
c) parágrafos: para essa página ao menos a última frase anterior ao
- espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após fecho.
cada parágrafo;
- recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem Exemplo:
esquerda; (espaço para assinatura)
- numeração dos parágrafos: apenas quando o NOME
documento tiver três ou mais parágrafos, desde o Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da
primeiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o República
fecho; (espaço para assinatura)
d) fonte: Calibri ou Carlito; NOME
- corpo do texto: tamanho 12 pontos; Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas
- citações recuadas: tamanho 11 pontos; e
- notas de Rodapé: tamanho 10 pontos; Numeração das páginas
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fon- A numeração das páginas é obrigatória apenas a
tes indicadas, pode-se utilizar as fontes Symbol e partir da segunda página da comunicação.
Wingdings; Ela deve ser centralizada na página e obedecer à
seguinte formatação:
Fechos para comunicações a) posição: no rodapé do documento, ou acima da
O fecho das comunicações oficiais objetiva, além área de 2 cm da margem inferior; e
da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o b) fonte: Calibri ou Carlito.
destinatário. Os modelos para fecho anteriormente
utilizados foram regulados pela Portaria no 1, de 1937, Formatação e apresentação
do Ministério da Justiça, que estabelecia quinze padrões. Os documentos do padrão ofício devem obedecer à
Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los, este seguinte formatação:
Manual estabelece o emprego de somente dois fechos a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
diferentes para todas as modalidades de comunicação b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de lar-
oficial: gura;
a) Para autoridades de hierarquia superior a do reme- c) margem lateral direita: 1,5 cm;
tente, inclusive o Presidente da República: Respei- d) margens superior e inferior: 2 cm;
tosamente, e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierar- da margem superior do papel;
quia inferior ou demais casos: Atenciosamente, f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações documento;
dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito g) impressão: na correspondência oficial, a impressão
e tradição próprios. pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse
caso, as margens esquerda e direita terão as dis-
O fecho da comunicação deve ser formatado da tâncias invertidas nas páginas pares (margem es-
seguinte maneira: pelho);
a) alinhamento: alinhado à margem esquerda da pá- h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta
gina; em papel branco, reservando-se, se necessário, a
b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem impressão colorida para gráficos e ilustrações;
esquerda; i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem
c) espaçamento entre linhas: simples; abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com
LÍNGUA PORTUGUESA

d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após uso de itálico, sublinhado, letras maiúsculas, som-
cada parágrafo; e breado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra
e) não deve ser numerado. forma de formatação que afete a sobriedade e a
padronização do documento;
Identificação do signatário j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente ser grafadas em itálico;
da República, todas as demais comunicações oficiais k) arquivamento: dentro do possível, todos os docu-
devem informar o signatário segundo o padrão: mentos elaborados devem ter o arquivo de texto

117
preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, pre-
ferencialmente, formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no
serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira:
tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do con-
teúdo

Exemplo:
Ofício 123_2018_relatório produtividade anual

Seguem exemplos de Ofício:


LÍNGUA PORTUGUESA

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LÍNGUA PORTUGUESA

119
LÍNGUA PORTUGUESA

120
Tipos de documentos

FIQUE ATENTO!
Como vimos acima, os tipos memorando e aviso foram abolidos e passou-se a utilizar o termo ofício para todos
LÍNGUA PORTUGUESA

os tipos, porém, conforme as alterações do manual, esse ofício pode apresentar algumas variações.

Essa variação não é obrigatória: PODE-SE acrescentar-se um “sobrenome” ao oficio. Vejamos abaixo as possíveis
variações:
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um órgão
receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente.

121
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente
para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo
expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
Exemplos:
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC
OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE

Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas
ou nomes dos órgãos que receberão o expediente.

Exposição de Motivos

Definição e finalidade
Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:
a) propor alguma medida;
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou
c) informá-lo de determinado assunto.
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que o
assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos os ministros envolvidos,
sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica das
exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano civil.

Forma e estrutura
As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:
a) apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou infor-
mar ao Presidente da República algum assunto;
b) indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se solucionar
o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes sobre o assunto
informado, quando for esse o caso; e
c) na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar o
problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.

As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº 9.191,
de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de mérito que
permitam a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição
de ato normativo, tem como propósito:
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;
b) ensejar avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que podem ter a adoção da medida ou a edição
do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de proposições normativas no
âmbito do Poder Executivo;
c) conferir transparência aos atos propostos;
d) resumir os principais aspectos da proposta; e
e) evitar a devolução a proposta de ato normativo para complementação ou reformulação da proposta.

A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos


ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário.
LÍNGUA PORTUGUESA

122
Exemplo de exposição de motivos:

LÍNGUA PORTUGUESA

123
#FicaDica
A exposição de motivos deve estar adequados ao sistema SIDOF (Sistema de Geração e Tramitação de Do-
cumentos Oficiais)

O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a
elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de motivos
com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
LÍNGUA PORTUGUESA

Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, são substituídos pela assinatura eletrônica que
informa o nome do ministro que assinou a exposição de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico
da Pasta.

Mensagem
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da administração

124
pública; para expor o plano de governo por ocasião d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vi-
da abertura de sessão legislativa; para submeter ao ce-Presidente da República se ausentarem do país
Congresso Nacional matérias que dependem de por mais de 15 dias:
deliberação de suas Casas; para apresentar veto; enfim, Trata-se de exigência constitucional (Constituição,
fazer comunicações do que seja de interesse dos Poderes art. 49, caput, inciso III e art. 83), e a autorização é da
Públicos e da Nação. competência privativa do Congresso Nacional. O
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia,
ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma
caberá a redação final. comunicação a cada Casa do Congresso, enviando-lhes
mensagens idênticas.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao
Congresso Nacional têm as seguintes finalidades: e) Encaminhamento de atos de concessão e de reno-
vação de concessão de emissoras de rádio e TV:
a) Encaminhamento de proposta de emenda consti- A obrigação de submeter tais atos à apreciação do
tucional, de projeto de lei ordinária, de projeto de Congresso Nacional consta no inciso XII do caput do art.
lei complementar e os que compreendem plano 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a
plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos outorga ou a renovação da concessão após deliberação
do Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o).
anuais e créditos adicionais:
Descabe pedir na mensagem a urgência prevista na
Os projetos de lei ordinária ou complementar são
Constituição, art. 64, uma vez que o § 1o do art. 223 já
enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de
define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga ou
urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). O projeto pode renovação, acompanha a mensagem o correspondente
ser encaminhado sob o regime normal e, mais tarde, ser processo administrativo.
objeto de nova mensagem, com solicitação de urgência.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício
membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada anterior:
com ofício do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil O Presidente da República tem o prazo de 60 dias
da Presidência da República ao Primeiro-Secretário após a abertura da sessão legislativa para enviar ao
da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua Congresso Nacional as contas referentes ao exercício
tramitação (Constituição, art. 64, caput). anterior (Constituição, art. 84, caput, inciso XXIV), para
Quanto aos projetos de lei que compreendem plano exame e parecer da Comissão Mista permanente
plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e (Constituição, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos
créditos adicionais, as mensagens de encaminhamento Deputados realizar a tomada de contas (Constituição, art.
dirigem-se aos membros do Congresso Nacional, e 51, caput, inciso II) em procedimento disciplinado no art.
os respectivos ofícios são endereçados ao Primeiro- 215 do seu Regimento Interno.
Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da
Constituição impõe a deliberação congressual em sessão g) Mensagem de abertura da sessão legislativa:
conjunta, mais precisamente, “na forma do regimento Deve conter o plano de governo, exposição sobre a
comum”. E, à frente da Mesa do Congresso Nacional, está situação do País e a solicitação de providências que julgar
o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § necessárias (Constituição, art. 84, inciso XI). O portador
5o), que comanda as sessões conjuntas. da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da
República. Esta mensagem difere das demais, porque vai
b) Encaminhamento de medida provisória: encadernada e é distribuída a todos os congressistas em
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da forma de livro.
Constituição, o Presidente da República encaminha
h) Comunicação de sanção (com restituição de autó-
Mensagem ao Congresso, dirigida a seus Membros, com
grafos):
ofício para o Primeiro-Secretário do Senado Federal,
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso
juntando cópia da medida provisória.
Nacional, encaminhada por ofício ao Primeiro-Secretário
da Casa onde se originaram os autógrafos. Nela se
c) Indicação de autoridades: informa o número que tomou a lei e se restituem dois
As mensagens que submetem ao Senado Federal exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais
a indicação de pessoas para ocuparem determinados o Presidente da República terá aposto o despacho de
cargos (magistrados dos tribunais superiores, ministros sanção.
do Tribunal de Contas da União, presidentes e diretores
do Banco Central, Procurador-Geral da República, chefes
LÍNGUA PORTUGUESA

i) Comunicação de veto:
de missão diplomática, diretores e conselheiros de Dirigida ao Presidente do Senado Federal
agências etc.) têm em vista que a Constituição, incisos III (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem informa sobre a
e IV do caput do art. 52, atribui àquela Casa do Congresso decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições
Nacional competência privativa para aprovar a indicação. vetadas, e as razões do veto. Seu texto é publicado na
O curriculum vitae do indicado, assinado, com a íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário das
informação do número de Cadastro de Pessoa Física, demais mensagens, cuja publicação se restringe à notícia
acompanha a mensagem. do seu envio ao Poder Legislativo.

125
j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo:
- Apreciação de intervenção federal (Constituição, art. 36, § 2º).
- Encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos (Constituição, art.
49, caput, inciso I);
- Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação
(Constituição, art. 155, § 2o, inciso IV);
- Proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, caput, inciso
VI);
- Pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, caput, inciso V);
- Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, art. 57, § 6o);
- Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República (Constituição, art. 52, inciso XI, e art. 128,
§ 2o);
- Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84, inciso XIX);
- Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constituição, art. 84, inciso XX);
- Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
- Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constituição, art. 137);
- Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
- Proposta de modificação de projetos de leis que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orçamentos anuais e créditos adicionais (Constituição, art. 166, § 5o);
- Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência de veto,
emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § 8o);
- Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art.
188, § 1o).

Forma e estrutura
As mensagens contêm:
a) brasão: timbre em relevo branco
b) identificação do expediente: MENSAGEM No, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com
o recuo de parágrafo dado ao texto;
d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo; e
e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signatário.
LÍNGUA PORTUGUESA

126
Exemplo de mensagem:

Correio eletrônico (e-mail)

#FicaDica
Correio eletrônico ainda é o meio mais célere (rápido) de envio de documentos, devendo atentar às
LÍNGUA PORTUGUESA

características de uma correspondência oficial, mesmo sendo ele digital.

A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática comum, não só em âmbito privado, mas também
na administração pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos. Dependendo do contexto, pode
significar gênero textual, endereço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica.
Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se
evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.

127
Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores Fecho
públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações
extensão “.gov.br”, por exemplo. oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso
Como sistema de transmissão de mensagens de abreviações como “Att.”, e de outros fechos, como
eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade, transformou- “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente
se na principal forma de envio e recebimento de usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem
documentos na administração pública. ser utilizados em e-mails profissionais.
O correio eletrônico, em algumas situações, aceita
Valor documental uma saudação inicial e um fecho menos formais. No
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos
24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor deve ser formal, como a que se usaria em qualquer outro
documental, isto é, para que possa ser aceito como documento oficial.
documento original, é necessário existir certificação
digital que ateste a identidade do remetente, segundo Bloco de texto da assinatura
os parâmetros de integridade, autenticidade e validade Sugere-se que todas as instituições da administração
jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – pública adotem um padrão de texto de assinatura. A
ICP-Brasil. assinatura do e-mail deve conter o nome completo, o
O destinatário poderá reconhecer como válido o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
e-mail sem certificação digital ou com certificação digital
fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questionamento, será Exemplo:
obrigatório a repetição do ato por meio documento Maria da Silva
físico assinado ou por meio eletrônico reconhecido pela Assessora
ICP-Brasil. Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil
Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor (61)XXXX-XXXX
a aceitação de documento eletrônico que não atenda os
parâmetros da ICP-Brasil. Anexos
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e
Forma e estrutura imagens de diversos formatos é uma das vantagens do
Um dos atrativos de comunicação por correio e-mail. A mensagem que encaminha algum arquivo deve
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
padronização da mensagem comunicada. No entanto, Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele é
devem-se observar algumas orientações quanto à sua realmente indispensável e se seria possível colocá-lo no
estrutura. corpo do correio eletrônico.
Deve-se evitar o tamanho excessivo e o
Campo “Assunto” reencaminhamento de anexos nas mensagens de
O assunto deve ser o mais claro e específico possível, resposta.
relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim,
quem irá receber a mensagem identificará rapidamente Os arquivos anexados devem estar em formatos
do que se trata; quem a envia poderá, posteriormente, usuais e que apresentem poucos riscos de segurança.
localizar a mensagem na caixa do correio eletrônico. Quando se tratar de documento ainda em discussão,
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramente o os arquivos devem, necessariamente, ser enviados, em
conteúdo completo da mensagem para que não pareça, formato que possa ser editado.
ao receptor, que se trata de mensagem não solicitada/
lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um assunto mais Recomendações
preciso seria “Agendamento de reunião sobre a Reforma - Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso
da Previdência”. de confirmação de leitura. Caso não esteja disponível,
deve constar da mensagem pedido de confirmação de
Local e data recebimento;
São desnecessários no corpo da mensagem, uma vez - Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos
que o próprio sistema apresenta essa informação. computadores, mantêm-se a recomendação de tipo de
fonte, tamanho e cor dos documentos oficiais: Calibri ou
Saudação inicial/vocativo Carlito, tamanho 12, cor preta;
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado - Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem
por uma saudação. Quando endereçado para outras ser utilizados, pois não são apropriados para mensagens
instituições, para receptores desconhecidos ou para
LÍNGUA PORTUGUESA

profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da


particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os mensagem eletrônica;
demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou - A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada
“Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado com o mesmo cuidado com que se revisam outros
Senhor”, “Prezada Senhora”. documentos oficiais;
Exemplos: - O texto profissional dispensa manifestações
Senhor Coordenador, emocionais. Por isso, ícones e emoticons não devem ser
Prezada Senhora, utilizados;

128
- Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”, usuais das
conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;
- Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois denota
agressividade de parte do emissor da comunicação.
- Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil e de logotipos
do ente público junto ao texto da assinatura.
- Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor do
destinatário.

FIQUE ATENTO!
Telegrama e Fax - Foram abolidos do Manual de Redação

No Manual de Redação Oficial, temos ainda um capítulo que trata dos ELEMENTOS DE ORTOGRAFIA E
GRAMÁTICA.
Nesta seção aplicam-se os princípios da ortografia e de certos capítulos da gramática à redação oficial. Em sua
elaboração, levou-se em conta amplo levantamento feito das dúvidas mais frequentes com relação à ortografia, à
sintaxe e à semântica. Buscou-se, assim, dotar o Manual de uma parte eminentemente prática, à qual se possa recorrer
sempre que houver incerteza quanto à grafia de determinada palavra, à melhor forma de estruturar uma frase, ou à
adequada expressão a ser utilizada.
As noções gramaticais apresentadas neste capítulo referem-se à gramática formal, entendida como o conjunto de
regras fixado a partir do padrão culto de linguagem. Optou-se, assim, pelo emprego de certos conceitos da Gramática
dita tradicional (ou normativa). A aplicação de conceitos da Gramática gerativa implicaria, forçosamente, em discussão
de teoria linguística, o que não parece apropriado em um Manual que tem óbvia finalidade prática.
Sublinhemos, no entanto, que a Gramática tradicional, ou mesmo toda teoria gramatical, são sempre secundárias
em relação à gramática natural, ao saber intuitivo que confere competência linguística a todo falante nativo. Não há
gramática que esgote o repertório de possibilidades de uma língua, e raras são as que contemplam as regularidades
do idioma.
Saliente-se, por fim, que o mero conhecimento das regras gramaticais não é suficiente para que se escreva bem. No
entanto, o domínio da correção ortográfica, do vocabulário e da maneira de estruturar as frases certamente contribui
para uma melhor redação. Tenha sempre presente que só se aprende ou se melhora a escrita escrevendo.

Ao acessar o link a seguir terá acesso a todo o conteúdo do Manual, podendo assim analisar a parte gramatical
abordada pelo mesmo, sendo que, dentre os conteúdo gramaticais que sugerimos uma atenção maior é o que se refere
ao uso do hífen.
Vamos aqui fazer uma breve abordagem sobre esse assunto e segue o link para análise do conteúdo do Manual na
íntegra:
http://www.licitotus.com.br/manual-de-redacao-oficial-e-atualizado-pela-casa-civil-da-presidencia-da-republica/

Hífen
O hífen é usado em palavras compostas, com pronomes oblíquos e para separar sílabas. Exemplos: abre-alas, pós-
moderno, encantei-lhe, amai-vos, a-le-gri-a, sa-ú-de.

Prefixos e Elementos de Composição


Usa-se o hífen com diversos prefixos e elementos de composição. Veja o quadro a seguir:

Usa-se hífen com os prefixos: Quando a palavra seguinte começa por:


H / VOGAL IDÊNTICA À QUE TERMINA O PREFIXO
Exemplos com H: ante-hipófise,
anti-higiênico, anti-herói,
contra-hospitalar, entre-hostil,
extra-humano, infra-hepático,
Ante-, Anti-, Contra-, Entre-, Extra-, Infra-, Intra-,
sobre-humano, supra-hepático,
LÍNGUA PORTUGUESA

Sobre-, Supra-, Ultra-


ultra-hiperbólico.
Exemplos com vogal idêntica:
anti-inflamatório, contra-ataque,
infra-axilar, sobre-estimar,
supra-auricular, ultra-aquecido.

129
H/R
Exemplos: hiper-hidrose, hiper-raivoso, inter-humano,
Hiper-, Inter-, Super-
inter-racial,
super-homem, super-resistente.
B-H-R
Exemplos: sub-bloco, sub-hepático,
Sub- sub-humano, sub-região.
Obs.: as formas escritas sem hífen e sem “h”, como por
exemplo “subumano” e “subepático” também são aceitas.
B - R - D (Apenas com o prefixo “Ad”)
Exemplos: ab-rogar (pôr em desuso),
Ab-, Ad-, Ob-, Sob- ad-rogar (adotar)
ob-reptício (astucioso), sob-roda
ad-digital
DIANTE DE QUALQUER PALAVRA
Ex- (no sentido de estado anterior), Sota-, Soto-, Vice-,
Exemplos: ex-namorada, sota-soberania (não total), soto-
Vizo-
mestre (substituto), vice-reitor, vizo-rei.
DIANTE DE QUALQUER PALAVRA
Exemplos: pós-graduação, pré-escolar,
pró-democracia.
Pós-, Pré-, Pró- (tônicos e com significados próprios)
Obs.: se os prefixos não forem autônomos, não haverá
hífen. Exemplos: predeterminado, pressupor, pospor,
propor.
H / M / N / VOGAL
Exemplos: circum-meridiano,
Circum-, Pan- circum-navegação, circum-oral,
pan-americano, pan-mágico,
pan-negritude.
H / VOGAL IDÊNTICA À QUE TERMINA O PREFIXO
Pseudoprefixos (diferem-se dos prefixos por Exemplos com H: geo-histórico,
apresentarem elevado grau de independência e mini-hospital, neo-helênico,
possuírem uma significação mais ou menos delimitada, proto-história, semi-hospitalar.
presente à consciência dos falantes.) Exemplos com vogal idêntica:
Aero-, Agro-, Arqui-, Auto-, Bio-, Eletro-, Geo-, Hidro-, arqui-inimigo, auto-observação,
Macro-, Maxi-, Mega, Micro-, Mini-, Multi-, Neo-, Pluri-, eletro-ótica, micro-ondas,
Proto-, Pseudo-, Retro-, Semi-, Tele- micro-ônibus, neo-ortodoxia,
semi-interno, tele-educação.

#Importante

1) Não se utilizará o hífen em palavras iniciadas pelo prefixo ‘co-’. Ele irá se juntar ao segundo elemento, mesmo
que este se inicie por ‘o’ ou ‘h’. Neste último caso, corta-se o ‘h’. Se a palavra seguinte começar com ‘r’ ou ‘s’, dobram-
se essas letras.
Exemplos: coadministrar, coautor, coexistência, cooptar, coerdeiro corresponsável, cosseno.

2) Com os prefixos pre- e re- não se utilizará o hífen, mesmo diante de palavras começadas por ‹e›.
Exemplos: preeleger, preexistência, reescrever, reedição.

3) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar por r ou
s, estas consoantes serão duplicadas e não se utilizará o hífen.
Exemplos: antirreligioso, antissemita, arquirrivalidade, autorretrato, contrarregra, contrassenso, extrasseco,
infrassom, eletrossiderurgia, neorrealismo, etc.
LÍNGUA PORTUGUESA

FIQUE ATENTO!
Não confunda as grafias das palavras autorretrato e porta-retrato. A primeira é composta pelo prefixo
auto-, o que justifica a ausência do hífen e a duplicação da consoante ‘r’. ‘Porta-retrato’, por outro lado,
não possui prefixo: o elemento ‘porta’ trata-se de uma forma do verbo “portar”. Assim, esse substantivo
composto deve ser sempre grafado com hífen.

130
4) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo Conheça algumas diferenças de significação que o
terminar em vogal e o segundo elemento começar por uso (ou ausência) do hífen pode provocar:
vogal diferente, não se utilizará o hífen.
Exemplos: antiaéreo, autoajuda, autoestrada, Significado sem uso do Significado com uso
agroindustrial, contraindicação, infraestrutura, hífen do hífen
intraocular, plurianual, pseudoartista, semiembriagado,
ultraelevado, etc. Ao meio-dia = às 12h

5) Não se utilizará o hífen nas formações com os


prefixos des- e in-, nas quais o segundo elemento tiver Meio dia = metade do dia
perdido o “h” inicial.
Exemplos: desarmonia, desumano, desumidificar,
inábil, inumano, etc.

6) Não se utilizará o hífen com a palavra não, ao Pão duro = pão envelhecido
possuir função prefixal.
Exemplos: não violência, não agressão, não
comparecimento. Pão-duro = sovina

Lembre-se:
Não se utiliza o hífen em palavras que possuem os
elementos “bi”, “tri”, “tetra”, “penta”, “hexa”, etc.
Exemplos: bicampeão, bimensal, bimestral, bienal, Cara suja = rosto sujo
Cara-suja = espécie de
tridimensional, trimestral, triênio, tetracampeão, periquito
tetraplégico, pentacampeão, pentágono, etc.

Observações:
- Em relação ao prefixo “hidro”, em alguns casos pode
haver duas formas de grafia.
Exemplos:
“Hidroavião” e “hidravião”;
“hidroenergia” e “hidrenergia”
Copo de leite = copo com
- No caso do elemento “socio”, o hífen será utilizado leite Copo-de-leite = flor
apenas quando houver função de substantivo (= de
associado).
Exemplos: sócio-gerente / socioeconômico

- Travessão e Hífen
Não confunda o travessão com o hífen: o travessão é
um sinal de pontuação mais longo do que o hífen.

- Hífen e translineação
Havendo coincidência de fim de linha com o hífen, Para ter acesso ao conteúdo completo da parte
deve-se, por clareza gráfica, repeti-lo no início da linha gramatical, acesse nosso site e adquira nossos materiais
seguinte. de Língua Portuguesa para complementar seus estudos.
Exemplos: ex-
- alferes
guarda-
-chuva
Por favor, diga-
EXERCÍCIOS COMENTADOS
-nos logo o que aconteceu.
1. (PC-PE – CONHECIMENTOS GERAIS – CESPE – 2016)
De acordo com o Manual de Redação da Presidência da
República (MRPR), o aviso e o ofício são
LÍNGUA PORTUGUESA

a) modalidades de comunicação entre unidades adminis-


trativas de um mesmo órgão.
b) instrumentos de comunicação oficial entre os chefes
dos poderes públicos.
c) documentos que compartilham a mesma diagrama-
ção, uma vez que seguem o padrão ofício.

131
d) expedientes utilizados para o tratamento de assuntos 3. (ANTAQ – Especialista em Regulação de Serviços
oficiais entre órgãos da administração pública e par- de Transportes Aquaviários – Superior - CESPE/2014)
ticulares. Considerando aspectos estruturais e linguísticos das
e) correspondências usualmente remetidas por particula- correspondências oficiais, julgue os itens que se seguem,
res a órgãos do serviço público. de acordo com o Manual de Redação da Presidência da
República.
De acordo com o Manual: O tratamento Digníssimo deve ser empregado para
O Padrão Ofício todas as autoridades do poder público, uma vez que a
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes dignidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes
pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e de cargos públicos.
o memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-
( ) CERTO ( ) ERRADO
se adotar uma diagramação única, que siga o que
chamamos de padrão ofício.
Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/
forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...)
manual.htm
afinal, a dignidade é condição primordial para que tais
GABARITO OFICIAL: C cargos públicos sejam ocupados.
Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_
2. (PC-PE – CONHECIMENTOS GERAIS – CESPE – 2016) oficial_publicacoes_ver.php?id=2
Considerando as disposições do MRPR, assinale a opção GABARITO OFICIAL: ERRADO
que apresenta o vocativo adequado para ser empregado
em um expediente cujo destinatário seja um Delegado 5. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO
de Polícia Civil. – MÉDIO - CESPE/2014) Em toda comunicação oficial,
exceto nas direcionadas a autoridades estrangeiras,
a) Magnífico Delegado, deve-se fazer uso dos fechos Respeitosamente ou
Atenciosamente, de acordo com as hierarquias do
b) Digníssimo Delegado,
destinatário e do remetente.
c) Senhor Delegado,
d) Excelentíssimo Senhor Delegado, ( ) CERTO ( ) ERRADO
e) Ilustríssimo Senhor Delegado,
Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual
Manual de Redação: estabelece o emprego de somente dois fechos
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo diferentes para todas as modalidades de comunicação
Senhor, seguido do cargo respectivo: oficial:
Senhor Senador, A) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
Senhor Juiz, da República: Respeitosamente,
B) para autoridades de mesma hierarquia ou de
Senhor Ministro,
hierarquia inferior: Atenciosamente,
Senhor Governador, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações
(...) dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do rito e tradição próprios, devidamente disciplinados
tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas no Manual de Redação do Ministério das Relações
na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que Exteriores.
se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária GABARITO OFICIAL: CERTO
sua repetida evocação.
(...) 4. (ANP – CONHECIMENTO BÁSICO PARA TODOS
Como se depreende do exemplo acima, fica OS CARGOS – CESPE/2013) Na redação de uma
ata, devem-se relatar exaustivamente, com o máximo
dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo
de detalhamento possível, incluindo-se os aspectos
para as autoridades que recebem o tratamento de
subjetivos, as discussões, as propostas, as resoluções e
Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso
as deliberações ocorridas em reuniões e eventos que
do pronome de tratamento Senhor.
exigem registro.
Acrescente-se que doutor não é forma de
tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo ( ) CERTO ( ) ERRADO
indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o
apenas em comunicações dirigidas a pessoas que Ata é um documento administrativo que tem a
tenham tal grau por terem concluído curso universitário
LÍNGUA PORTUGUESA

finalidade de registrar de modo sucinto a sequência


de doutorado. É costume designar por doutor os de eventos de uma reunião ou assembleia de pessoas
bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e com um fim específico. É característica da Ata
em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor apresentar um resumo, cronologicamente disposto,
confere a desejada formalidade às comunicações. de modo infalível, de todo o desenrolar da reunião.
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/ (Fonte: https://www.10emtudo.com.br/aula/ensino/a_
manual.htm redacao_oficial_ata/)
GABARITO OFICIAL: C GABARITO OFICIAL: ERRADO

132
6. (Tribunal de Justiça/SE – Técnico Judiciário –
CESPE/2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas
direcionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer HORA DE PRATICAR!
uso dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamente,
de acordo com as hierarquias do destinatário e do 1. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR
remetente. – CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014-ADAP-
TADA)
( ) CERTO ( ) ERRADO
A busca de uma convenção para medir riquezas e trocar
Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual mercadorias é quase tão antiga quanto a vida em so-
estabelece o emprego de somente dois fechos ciedade. Ao longo da história, os mais diversos artigos
diferentes para todas as modalidades de comunicação foram usados com essa finalidade, como o chocolate,
oficial: entre os astecas, e o bacalhau seco, entre os noruegue-
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente ses, tendo cabido aos gregos do século VII a.C. a criação
da República: Respeitosamente, de uma moeda metálica com um valor padronizado pelo
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de Estado. “Foi uma invenção revolucionária. Ela facilitou o
hierarquia inferior: Atenciosamente, acesso das camadas mais pobres às riquezas, o acúmulo
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações de dinheiro e a coleta de impostos – coisas muito difíceis
dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a de fazer quando os valores eram contados em bois ou
rito e tradição próprios, devidamente disciplinados imóveis”, afirma a arqueóloga Maria Beatriz Florenzano,
no Manual de Redação do Ministério das Relações da Universidade de São Paulo. A segunda grande revo-
Exteriores. lução na história do dinheiro, o papel-moeda, teve uma
GABARITO OFICIAL: CERTO origem mais confusa. Existiam cédulas na China do ano
960, mas elas não se espalharam para outros lugares e
7. (ANTAQ – Especialista em Regulação de Serviços de caíram em desuso no fim do século XIV.
Transportes Aquaviários – CESPE/2014) Considerando As notas só apareceram na Europa – e daí para o mundo
aspectos estruturais e linguísticos das correspondências – em 1661, na Suécia. Há quem acredite que cartões de
oficiais, julgue os itens que se seguem, de acordo com o crédito e caixas eletrônicos em rede já representam uma
Manual de Redação da Presidência da República. terceira revolução monetária. “Com a informática, o di-
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para nheiro se transformou em impulsos eletrônicos invisíveis,
todas as autoridades do poder público, uma vez que a livres do espaço, do tempo e do controle de governos e
dignidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes corporações”, afirma o antropólogo Jack Weatherford, da
de cargos públicos. Faculdade Macalester, nos Estados Unidos da América.
Internet: <http://super.abril.com.br> (com adaptações).
( ) CERTO ( ) ERRADO
A expressão “essa finalidade” refere-se ao trecho “para
Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a medir riquezas e trocar mercadorias”.
forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...)
afinal, a dignidade é condição primordial para que tais ( ) CERTO ( ) ERRADO
cargos públicos sejam ocupados.
Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ 2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LEGIS-
oficial_publicacoes_ver.php?id=2 LATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Por outro lado, nas
GABARITO OFICIAL: ERRADO sociedades complexas, a violência deixou de ser uma fer-
ramenta de sobrevivência e passou a ser um instrumento
da organização da vida comunitária. Ou seja, foi usada
para criar uma desigualdade social sem a qual, acreditam
alguns teóricos, a sociedade não se desenvolveria nem se
complexificaria”. A utilização do termo “ou seja” introduz:

a) uma informação sobre o significado de um termo an-


teriormente empregado;
b) a explicação de uma expressão de difícil entendimen-
to;
c) uma outra maneira de dizer-se rigorosamente a mes-
LÍNGUA PORTUGUESA

ma coisa;
d) acréscimo de um esclarecimento sobre o que foi dito
antes;
e) a ênfase de algo que parece importante para o texto.

133
3. (PREFEITURA DE PAULÍNIA-SP – AGENTE DE FISCA- 4. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014)
LIZAÇÃO – FGV-2016) Os produtos ecológicos estão dominando as prateleiras
do comércio. Mesmo com tantas opções, ainda há resis-
Descaso com saneamento deixa rios em estado de tência na hora da compra. Isso acontece porque o custo
alerta de tais itens é sempre mais elevado, em comparação com
o das mercadorias tradicionais. Com os temas ambien-
A crise hídrica transformou a paisagem urbana em muitas tais cada vez mais em pauta, é normal que a consciência
cidades paulistas. Casas passaram a contar com cisternas ecológica tenha aumentado entre os brasileiros. Se por
e caixas-d’água azuis se multiplicaram por telhados, la- um lado o consumidor deseja investir em produtos me-
jes e até em garagens. Em regiões mais nobres, jardins e nos agressivos ao meio ambiente, por outro ele não está
portarias de prédios ganharam placas que alertam sobre disposto a pagar mais de cinco por cento acima do valor
a utilização de água de reúso. As pessoas mudaram seu normal. É o que mostra uma pesquisa realizada pela Pro-
comportamento, economizaram e cobraram soluções. teste – Associação de Consumidores. A análise foi feita a
As discussões sobre a gestão da água, nos mais diversos partir de um levantamento realizado em 2012. De acordo
aspectos, saíram dos setores tradicionais e técnicos e ga- com a Proteste, quase metade dos entrevistados afirma-
nharam espaço no cotidiano. Porém, vieram as chuvas, ram que deixaram de comprar produtos devido às más
as enchentes e os rios urbanos voltaram a ficar tomados condutas ambientais da companhia. Dos entrevistados,
por lixo, mascarando, de certa forma, o enorme volume 72% disseram que, na última compra, levaram em consi-
de esgoto que muitos desses corpos de água recebem deração o comportamento da empresa, em especial, sua
diariamente. atitude em relação ao meio ambiente. Ainda assim, 60%
É como se não precisássemos de cada gota de água des- afirmam que raramente ou nunca têm informações sobre
ses rios urbanos e como se a água limpa que consumi- o impacto ambiental do produto ou do comportamento
mos em nossas casas, em um passe de mágica, voltasse da empresa. Já 81% das pessoas acreditam que o rótulo
a existir em tamanha abundância, nos proporcionando o de sustentabilidade e responsabilidade social é apenas
luxo de continuar a poluir centenas de córregos e milha-
uma estratégia de marketing das empresas.
res de riachos nas nossas cidades. Para completar, todo
(Ciclo vivo, 16.05.2013, http://zip.net/brl0k1. Adaptado)
esse descaso decorrente da falta de saneamento se re-
verte em contaminação e em graves doenças de veicu-
O termo Isso, em destaque no primeiro parágrafo, refe-
lação hídrica.
re-se ao fato de
Dados do monitoramento da qualidade da água – que
realizamos em rios, córregos e lagos de onze Estados
a) o consumidor demonstrar resistência na hora de com-
brasileiros e do Distrito Federal – revelaram que 36,3%
prar produtos ecológicos.
dos pontos de coleta analisados apresentam qualidade
ruim ou péssima. Apenas 13 pontos foram avaliados com b) os consumidores ficarem confusos com tantas opções
qualidade de água boa (4,5%) e os outros 59,2% estão de produtos ecológicos.
em situação regular, o que significa um estado de alerta. c) os produtos ecológicos estarem dominando as prate-
Nenhum dos pontos analisados foi avaliado como ótimo. leiras do comércio brasileiro.
Divulgamos esse grave retrato no Dia Mundial da Água d) o custo dos produtos ecológicos ser sempre excessiva-
(22 de março), com base nas análises realizadas entre mente elevado no Brasil.
março de 2015 e fevereiro de 2016, em 289 pontos de e) a oferta de produtos ecológicos ser maior em compa-
coleta distribuídos em 76 municípios. ração com a de mercadorias tradicionais.
(MANTOVANI, Mário; RIBEIRO, Malu. UOL Notícias,
abril/2016.) 5. (PC-SP - PERITO CRIMINAL – VUNESP-2013)

“Porém, vieram as chuvas, as enchentes e os rios urbanos Veteranos criminosos


voltaram a ficar tomados por lixo, mascarando, de cer-
ta forma, o enorme volume de esgoto que muitos desses A Guerra do Vietnã se faz presente até hoje. De acordo
corpos de água recebem diariamente”. Sobre os compo- com uma dissertação de Jason Lindo e Charles Stoecker,
nentes desse segmento do texto, assinale a afirmativa a violência vivida e praticada pelos soldados dos EUA no
correta. Vietnã se manifesta até hoje em sua vida civil. A proba-
bilidade de um veterano branco ser preso por um crime
a) A forma verbal “vieram” se refere a “chuvas”, “enchen- violento é significativamente mais alta do que para al-
tes” e “rios”. guém que não tenha sido convocado naquele período
b) O adjetivo “enorme” indica uma quantidade específica. – apesar de os tribunais serem mais lenientes com ve-
c) O termo “corpos de água” se refere a chuvas e enchen- teranos em transgressões menos graves do que com os
LÍNGUA PORTUGUESA

tes. não combatentes.


d) A expressão “de certa forma” indica uma quantidade Os autores do texto presumem que o trauma de guerra
aproximada. não modifica tanto a personalidade, mas diminui o limiar
e) O particípio “tomados” se refere exclusivamente a do senso de violência dos ex-soldados. Desde os anos
“rios”. 1960, o Exército dos Estados Unidos vem promovendo
o “Programa de Dessentivização” – um esforço para au-
mentar o limite do que é suportável para os ex-soldados.

134
Isso é feito especialmente por meio de simulações de cerne aos homens, não podemos dizer que às mulhe-
guerra muito realistas, ________ o inimigo se parece com res foi reservada a violência? Alguém terá coragem de
um iraquiano. dizer que isso é natural sem ferir princípios morais que
(Geo, N.º 40, 2012) sustentam a sociedade como um todo? Sabemos que a
violência contra as mulheres é uma constante cultural. Ela
Em conformidade com a norma-padrão da língua portu- é física e simbólica, psíquica e econômica e se aprovei-
guesa, a lacuna na última frase do texto deve ser preen- ta da naturalização da suposta fragilidade das mulheres
chida com: construída por séculos de discursos e práticas misóginas.
Misoginia é o ódio contra as mulheres apenas porque
a) nas quais. são mulheres. [...]
b) aonde. Na ausência de questionamento, o machismo aparece
c) para a qual. como culto da ignorância útil na manutenção da domi-
d) que. nação que depende do confinamento das mulheres na
e) cujo. esfera da vida doméstica para que se mantenham longe
do poder. O machismo se mostra como o que há de mais
6. (ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO arcaico em termos de ética e política. O machismo é uma
BRANCO-SP - QUADRO AUXILIAR DE OFICIAIS DA forma de autoritarismo que volta à cena em nossa época.
POLÍCIA MILITAR – 2015) Enquanto isso, a violência doméstica simplesmente cres-
ce e as mulheres continuam afastadas do poder. Mas por
... folgávamos de imaginar a dor da separação, se houves- quanto tempo?
se separação, a tristeza de um e de outro, à proporção que Ao longo da história, a consciência da condição das
o mar, como uma toalha elástica, se fosse dilatando entre mulheres entre a violência e o poder teve um de seus
nós; e, semelhantes às crianças, que se achegam ao regaço
momentos mais importantes na conquista do voto pelas
das mães, para fugir a uma simples careta, fugíamos do
sufragistas. Hoje, o direito à candidatura e à eleição, o
suposto perigo, apertando-nos com abraços.
direito a ser votada, nos mostra um outro mundo pos-
No contexto, os termos se, como e para, em destaque, sível. [...]
estabelecem, respectivamente, relações de Marcia Tiburi, 5 de abril de 2017 Disponível em: <ht-
tps://revistacult.uol.com.br/home/mulheres-e-poder-
a) dúvida, qualidade e concessão. contra-o-culto-da-ignorancia-machista> (adaptado)
b) dúvida, comparação e negação.
c) condição, comparação e finalidade. A sequência semântica argumentativa é iniciada no 4.º
d) concessão, intensidade e finalidade. parágrafo por “Mesmo assim” cuja significação no con-
e) condição, qualidade e concessão. texto permite afirmar que

7. (TJ-MG – OFICIAL JUDICIÁRIO – COMISSÁRIO DA a) mantém-se a direção do significado expresso pela in-
INFÂNCIA E DA JUVENTUDE – CONSULPLAN-2017) formação anterior.
b) tal expressão pode ser substituída por “então”, conec-
Mulheres e poder contra o culto da ignorância ma- tor de igual valor.
chista c) diante da menção de um determinado ponto de vista,
há uma contrariedade.
A representação das mulheres no parlamento brasileiro d) por se tratar de um novo parágrafo, não há qualquer
é uma questão fundamental em nossa cultura política. A tipo de relação com o anterior.
desproporção é espantosa tendo cerca de 90% dos car-
gos ocupados por homens e apenas cerca de 10% por 8. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS-
mulheres. TIÇA AVALIADOR – FGV-2018) “A Copa do Mundo da
Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas mu- Rússia só começa no dia 22 de junho, mas a febre dos
lheres ocupando cargos nos espaços de poder em ge- álbuns com os jogadores das seleções já se espalhou e che-
ral. No mundo da iniciativa privada os números não são gou até ao plenário de uma assembleia legislativa brasi-
diferentes. Mulheres trabalham demais, são maioria em leira”. Nesse segmento inicial há a utilização de uma con-
algumas profissões, mas ocupam pouquíssimos cargos
junção adversativa (MAS), que opõe as seguintes ideias:
de poder. Como se fosse um direito natural, o poder é
reservado aos homens em todos os níveis enquanto as
a) apesar de a Copa ser na Rússia, ela já começou em
mulheres sofrem sob estereótipos e idealizações também
outros países da Europa;
naturalizados.
b) apesar de ser um assunto popular, as figurinhas estão
LÍNGUA PORTUGUESA

O ato de naturalizar corresponde a um procedimento


moral e cognitivo que se torna hábito. Por meio dele, em várias assembleias legislativas;
passamos a acreditar que as coisas são como são e não c) apesar de ser uma competição mundial, o tema passou
poderiam ser de outro modo. Nem poderiam ser ques- a ser uma febre no país sede da Copa;
tionadas. d) apesar de não ser um assunto “sério”, a Copa do Mun-
Mesmo assim, há questões básicas relativas ao que cha- do é tema discutido em várias assembleias legislativas;
mamos de sociedade patriarcal às quais ninguém pode e) apesar de a Copa só começar futuramente, ela já co-
se furtar. Nessa mesma sociedade em que o poder con- meçou em uma assembleia legislativa brasileira.

135
9. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) No segundo parágrafo do texto CG2A2AAA, a forma ver-
bal “fazê-lo” remete a

a) “o resultado final”
b) “embasar tanto a postura dos que votam em branco
quanto a dos que votam nulo”
c) “voto em branco ou nulo”
d) “apresentar voto em branco ou nulo”
e) “comparecer às urnas no dia das eleições”

11. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL


I – CESGRANRIO-2018)

Na internet, mentiras têm pernas longas

O humor da tira é trazido pela frase do menino, que mar- Diz o velho ditado que “a mentira tem pernas curtas”,
ca a influência da internet, mas a charge tem uma incoe- mas nestes tempos de internet parece que a situação se
rência, que é: inverteu, pelo menos no mundo digital. Pesquisadores
mostram que rumores falsos “viajam” mais rápido e mais
a) o menino mostra uma idade que ainda não permite o “longe”, com mais compartilhamentos e alcançando um
controle da internet; maior número de pessoas, nas redes sociais, do que in-
b) os pais mostram uma completa distância do universo formações verdadeiras.
dos internautas; Foram reunidos todos os rumores nas redes sociais - fal-
c) a absoluta falta de autoridade dos pais diante de um sos, verdadeiros ou “mistos”. Esses rumores foram acom-
menino tão jovem; panhados, chegando a um total de mais de 4,5 milhões
d) na fala do menino não haveria sinais da presença da de postagens feitas por cerca de 3 milhões de pessoas,
internet; formando “cascatas” de compartilhamento.
e) as palavras do menino contrariarem a observação dos Ao compararem os padrões de compartilhamento des-
pais. sas milhares de “cascatas”, os pesquisadores observaram
que os rumores “falsos” se espalharam com mais rapidez,
10. (TRE-BA – CONHECIMENTOS GERAIS PARA TO- aumentando o número de “degraus” da cascata - e com
DOS OS CARGOS DE NÍVEL MÉDIO – CESPE-2017-A- maior abrangência do que os considerados verdadeiros.
DAPTADA) A tendência também se manteve, independentemente
do tema geral que os rumores abordassem, mas foi mais
Texto CG2A2AAA forte quando versavam sobre política do que os demais,
na ordem de frequência: lendas urbanas; negócios; terro-
Em sua definição, o voto em branco é aquele que não rismo e guerras; ciência e tecnologia; entretenimento; e
se dirige a nenhum candidato entre os que disputam as desastres naturais.
eleições. São considerados, portanto, votos estéreis, por- Uma surpresa provocada pelo estudo revelou o perfil de
que não produzem frutos. Os votos nulos, por sua vez, quem mais compartilha rumores falsos: usuários com
são aqueles que, somados aos votos em branco, com- poucos seguidores e novatos nas redes.
põem a categoria dos votos estéreis, inválidos ou, como — Vivemos inundados por notícias e muitas vezes as
denominou o Tribunal Superior Eleitoral, votos apolíticos. pessoas não têm tempo nem condições para verificar
Logo, os votos em branco e os nulos são votos que, a se elas são verdadeiras — afirma um dos pesquisado-
princípio, não produzem resultado nem influenciam no res. Isso não quer dizer que as pessoas são estúpidas. As
resultado do pleito. redes sociais colocam todas as informações no mesmo
Ao comparecer às urnas no dia das eleições, o eleitor nível, o que torna difícil diferenciar o verdadeiro do falso,
que apresentar voto em branco ou nulo pode fazê-lo por uma fonte confiável de uma não confiável.
diversas razões. Esses motivos podem embasar tanto a BAIMA, Cesar. Na internet, mentiras têm pernas longas.
postura dos que votam em branco quanto a dos que vo- O Globo. Sociedade. 09 mar. 2018. Adaptado.
tam nulo, pois o resultado final é o mesmo: invalidar o
voto. Assim sendo, não é razoável diferenciar o voto em No trecho “independentemente do tema geral que os ru-
branco do voto nulo. Deve-se considerar a essência do mores abordassem”, a palavra que pode substituir rumo-
ato, a sua real motivação, que é a invalidação. É evidente res, por ter sentido equivalente, é:
LÍNGUA PORTUGUESA

que não se sabe, ao certo, a razão que motiva cada elei-


tor a votar em branco ou nulo; entretanto, em ambos os a) assuntos
casos, não há dúvida quanto à invalidade do voto por b) boatos
ele dado. c) debates
Renata Dias. Os votos brancos e nulos no estado demo- d) diálogos
crático de direito: a legitimidade das eleições majoritárias e) temas
no Brasil. In: Estudos eleitorais, v. 8, n.º 1, jan./abr. 2013, p.
36-8 (com adaptações).

136
12. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) O A palavra só, presente na fala do personagem, tem o
período abaixo em que os dois termos sublinhados NÃO mesmo sentido em:
podem trocar de posição é:
a) Só vence quem concorre.
a) A arte é a mais bela das mentiras; b) Mariana veio só, infelizmente.
b) O importante na obra de arte é o espanto; c) Pedro estava só, quando cheguei.
c) A forma segue a emoção; d) A mulher, por estar só, sentiu-se amedrontada.
d) A obra de arte: uma interrupção do tempo; e) O marujo, só, resolveu passear pela praia.
e) Na arte não existe passado nem futuro.
15. (CONCURSO INTERNO DE SELEÇÃO PARA O CURSO
13. (MPU – TÉCNICO – SEGURANÇA INSTITUCIONAL DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS PM/2014) Leia a tira.
E TRANSPORTE – CESPE-2015)

TEXTO II

A partir de uma ação do Ministério Público Federal


(MPF), o Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2)
determinou que a Google Brasil retirasse, em até 72 ho-
ras, 15 vídeos do YouTube que disseminam o preconcei-
to, a intolerância e a discriminação a religiões de matriz
africana, e fixou multa diária de R$ 50.000,00 em caso de
descumprimento da ordem judicial. Na ação civil pública,
a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/
RJ) alegou que a Constituição garante aos cidadãos não
apenas a obrigação do Estado em respeitar as liberdades,
mas também a obrigação de zelar para que elas sejam
respeitadas pelas pessoas em suas relações recíprocas.
Para a PRDC/RJ, somente a imediata exclusão dos vídeos
da Internet restauraria a dignidade de tratamento, que,
(Folha de S.Paulo, 13.09.2013)
nesse caso, foi negada às religiões de matrizes africanas.
Corroborando a visão do MPF, o TRF2 entendeu que a
No plano da linguagem verbal, o efeito de humor da
veiculação de vídeos potencialmente ofensivos e fomen-
tadores do ódio, da discriminação e da intolerância con- charge decorre do emprego com duplo sentido da pa-
tra religiões de matrizes africanas não corresponde ao lavra
legítimo exercício do direito à liberdade de expressão. O
tribunal considerou que a liberdade de expressão não se a) Amor.
pode traduzir em desrespeito às diferentes manifesta- b) você.
ções dessa mesma liberdade, pois ela encontra limites no c) parar.
próprio exercício de outros direitos fundamentais. d) impulso.
Internet: <http://ibde.org.br> (com adaptações).
16. (TJ-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FUNÇÃO JUDI-
No trecho “adulterar ou destruir dados”, a palavra “adul- CIÁRIA – IBFC-2017)
terar” está sendo empregada com o sentido de alterar
prejudicando.

( ) CERTO ( ) ERRADO

14. (ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO


BRANCO-SP – TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO PO-
LICIAL MILITAR – VUNESP-2010) Analise a charge.

O humor do texto orienta-se pela relação entre os ele-


mentos verbais e não-verbais. Quanto aos primeiros,
LÍNGUA PORTUGUESA

destaca-se a ambiguidade, ou seja, a possibilidade de


mais de uma interpretação do seguinte termo:

a) “claro”.
b) “chefe”.
c) “fiz”.
d) “retirada”.
(www.arionaurocartuns.com.br) e) “sustentável”.

137
17. (TRE-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI- 19. (CAMAR - CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS
NISTRATIVA – FCC-2017-ADAPTADA) O Centro de Me- DA AERONÁUTICA PARA O ANO DE 2016) De acordo
mória Eleitoral do TRE-SP foi criado em agosto de 1999 com seu significado, o conjunto de características for-
e tem por objetivo a execução de ações... O segmento mais e sua posição estrutural no interior da oração, as
sublinhado estará corretamente substituído, com o sen- palavras podem pertencer à mesma classe de palavras
tido preservado, por: ou não. Estabeleça a relação correta entre as colunas a
seguir considerando tais aspectos (considere as palavras
a) visa à em destaque).
b) propõe-se da
c) promove à (1) advérbio
d) reivindica à (2) pronome
e) promulga a (3) conjunção
(4) substantivo
18. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018)
( ) “Não há prisão pior [...]”
TEXTO - Ressentimento e Covardia ( ) “O lugar de estudo era isso.”
( ) “E o olho sem se mexer [...]”
Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os ( ) “Ora, se eles enxergavam coisas tão distantes, [...]”
usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma ( ) “Emília respondeu com uma pergunta que me espan-
legislação específica que coíba não somente os usos mas tou.”
os abusos deste importante e eficaz veículo de comu-
nicação. A maioria dos abusos, se praticados em outros A sequência está correta em
meios, seriam crimes já especificados em lei, como a da
imprensa, que pune injúrias, difamações e calúnias, bem a) 1 – 4 – 2 – 3 – 2
como a violação dos direitos autorais, os plágios e outros b) 2 – 1 – 3 – 3 – 4
recursos de apropriação indébita. c) 3 – 4 – 1 – 3 – 2
No fundo, é um problema técnico que os avanços da in- d) 4 – 2 – 4 – 1 – 3
formática mais cedo ou mais tarde colocarão à disposi-
ção dos usuários e das autoridades. Como digo repetidas 20. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015)
vezes, me valendo do óbvio, a comunicação virtual está Assinale a alternativa em que o termo destacado é um
em sua pré-história. pronome indefinido.
Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na
internet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas e a) “Ele não exige fatos...”.
escritores em geral, os mais comuns são os textos atribuí- b) “Era um ídolo para mim.”.
dos ou deformados que circulam por aí e que não podem c) “Discordo dele.”.
ser desmentidos ou esclarecidos caso por caso. Um jor- d) “... espécie de carinho consigo mesmo.”.
nal ou revista é processado se publicar sem autorização e) “O bom humor está disponível a todos...”.
do autor um texto qualquer, ainda que em citação longa
e sem aspas. Em caso de injúria, calúnia ou difamação, 21. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015)
também. E em caso de falsear a verdade propositada- Em “Mas o bom humor de ambos os tornava parecidos.”,
mente, é obrigado pela justiça a desmentir e dar espaço os termos destacados são, respectivamente,
ao contraditório.
Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a lei a) artigo e pronome.
do cão em nome da liberdade de expressão, que é mais b) artigo e preposição.
expressão de ressentidos e covardes do que de liberda- c) preposição e artigo.
de, da verdadeira liberdade. d) pronome e artigo.
(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – e) preposição e pronome.
adaptado)
22. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
A internet tem produzido uma série de neologismos se- – FGV-2017)
mânticos, ou seja, vocábulos antigos a que foram acopla-
dos sentidos novos; NÃO está nesse caso: Texto 1 - “A democracia reclama um jornalismo vigoroso
e independente. A agenda pública é determinada pela
a) sítio; imprensa tradicional. Não há um único assunto relevan-
b) navegar; te que não tenha nascido numa pauta do jornalismo de
LÍNGUA PORTUGUESA

c) deletar; qualidade. Alguns formadores de opinião utilizam as


d) arquivo; redes sociais para reverberar, multiplicar e cumprem as-
e) provedor. sim relevante papel mobilizador. Mas o pontapé inicial é
sempre das empresas de conteúdo independentes”.
(O Estado de São Paulo, 10/04/2017)

138
O texto 1, do Estado de São Paulo, mostra um conjunto b) Conforme o grau de influência e importância interna-
de adjetivos sublinhados que poderiam ser substituídos cional, classificou-se as 50 maiores cidades em três
por locuções; a substituição abaixo que está adequada é: diferentes classes, a maior parte delas na Europa.
c) Há quase duzentos anos, atribuem-se às cidades a
a) independente = com dependência; responsabilidade de motor propulsor do desenvolvi-
b) pública = de publicidade; mento e a condição de lugar privilegiado para os ne-
c) relevante = de relevância; gócios e a cultura.
d) sociais = de associados; d) Em centros com grandes aglomerações populacionais,
e) mobilizador = de motivação. realiza-se negócios nacionais e internacionais, além
de um atendimento bastante diversificado, como jor-
23. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP-2014) nais, teatros, cinemas, entre outros.
Considerando que o adjetivo é uma palavra que modifica e) Em todos os estudos geopolíticos, considera-se as ci-
o substantivo, com ele concordando em gênero e núme- dades globais como verdadeiros polos de influência
ro, assinale a alternativa em que a palavra destacada é internacional, devido à presença de sedes de grandes
um adjetivo. empresas transnacionais e importantes centros de
pesquisas.
a) ... um câncer de boca horroroso, ...
b) Ele tem dezesseis anos... 27. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
c) Eu queria que ele morresse logo, ... I – CESGRANRIO-2018) A palavra destacada atende às
d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às fa- exigências de concordância da norma-padrão da língua
mílias. portuguesa em:
e) E o inferno não atinge só os terminais.
a) Atualmente, causa impacto nas eleições de vários paí-
24. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI- ses as notícias falsas.
NISTRATIVA – AOCP-2015) Assinale a alternativa cujo
b) A recomendação de testar a veracidade das notícias
“que” em destaque funciona como pronome relativo.
precisam ser seguidas, para não prejudicar as pessoas.
c) O propósito de conferir grandes volumes de dados re-
a) “É uma maneira de expressar a vontade que a gente
sultaram na criação de serviços especializados.
tem. Acho que um voto pode fazer a diferença”.
d) Os boatos causam efeito mais forte do que as notícias
b) “Ele diz que vota desde os 18...”.
reais porque vem acompanhados de títulos chamati-
c) “Acho que um voto pode fazer a diferença”.
vos.
d) “... e acreditam que um voto consciente agora pode
influenciar futuramente na vida de seus filhos e netos”. e) Os resultados de pesquisas recentes mostram que 67%
e) “O idoso afirma que sempre incentivou sua família a das pessoas consultam os jornais diariamente.
votar”.
28. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO AM-
25. (TRF-1.ª Região – ANALISTA JUDICIÁRIO – INFOR- BIENTE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018)
MÁTICA – FCC- 2014-ADAPTADA) No período O livro
explica os espíritos chamados ‘xapiris’, que os ianomâmis Texto I
creem serem os únicos capazes de cuidar das pessoas e
das coisas, a palavra grifada tem a função de pronome Portugueses no Rio de Janeiro
relativo, retomando um termo anterior. Do mesmo modo
como ocorre em: O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração por-
tuguesa até meados dos anos cinquenta do século pas-
a) Os ianomâmis acreditam que os xamãs recebem dos sado, quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa
espíritos chamados “xapiris” a capacidade de cura. do mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um déci-
b) Eu queria escrever para os não indígenas não acharem mo de sua população urbana. Ali, os portugueses dedi-
que índio não sabe nada. cam-se ao comércio, sobretudo na área dos comestíveis,
c) O branco está preocupado que não chove mais em como os cafés, as panificações, as leitarias, os talhos,
alguns lugares. além de outros ramos, como os das papelarias e lojas
d) Gravou 15 fitas em que narrou também sua própria de vestuários. Fora do comércio, podem exercer as mais
trajetória. variadas profissões, como atividades domésticas ou as de
e) Não sabia o que me atrapalhava o sono. barbeiros e alfaiates. Há, de igual forma, entre os mais
afortunados, aqueles ligados à indústria, voltados para
26. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRAN- construção civil, o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de
LÍNGUA PORTUGUESA

RIO-2018) De acordo com as exigências da norma-pa- bebidas.


drão da língua portuguesa, o verbo destacado está cor- A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação
retamente empregado em: de guetos, denota uma tendência para a sua concentra-
ção em determinados bairros, escolhidos, muitas das ve-
a) No mundo moderno, conferem-se às grandes metró- zes, pela proximidade da zona de trabalho. No Centro da
poles importante papel no desenvolvimento da eco- cidade, próximo ao grande comércio, temos um grupo
nomia e da geopolítica mundiais, por estarem no topo significativo de patrícios e algumas associações de por-
da hierarquia urbana. te, como o Real Gabinete Português de Leitura e o Liceu

139
Literário Português. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio b) Se às crônicas de Rubem Braga viessem a faltar sua
de Sá, Catumbi e Tijuca, outro ponto de concentração marca autoral inconfundível, elas terão deixado de
da colônia, se localizam outras associações portuguesas, constituir textos clássicos desse gênero.
como a Casa de Portugal e um grande número de casas c) Caso um dia venham a surgir, simultaneamente, talen-
regionais. Há, ainda, pequenas concentrações nos bairros tos à altura de um Rubem Braga, esse gênero terá al-
periféricos da cidade, como Jacarepaguá, originalmente cançado uma relevância jamais vista.
formado por quintas de pequenos lavradores; nos subúr- d) Não seria fácil, de fato, que venha a se equilibrar, na
bios, como Méier e Engenho Novo; e nas zonas mais pri- cabeça de um jovem cronista de hoje, os valores de
vilegiadas, como Botafogo e restante da zona sul carioca, sua experiência pessoal com os de sua comunidade.
área nobre da cidade a partir da década de cinquenta, e) Tanto uma padaria como um banheiro poderiam ofe-
preferida pelos mais abastados. recer matéria para uma boa crônica, desde que não
PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro: sala- falte ao cronista recursos de grande imaginação.
zaristas e opositores em manifestação na cidade. In:
ALVES, Ida et alii. 450 Anos de Portugueses no Rio de 31. (PC-BA – DELEGADO DE POLÍCIA – VUNESP-2018)
Janeiro. Rio de Janeiro: Ofi cina Raquel, 2017, pp. 260-1. A concordância está em conformidade com a norma-pa-
Adaptado. drão na seguinte frase:

a) São comuns que a adaptação de livros para o cinema


O texto emprega duas vezes o verbo “haver”. Ambos es-
suscitem reações negativas nos fãs do texto escrito.
tão na 3.ª pessoa do singular, pois são impessoais. Esse
b) Cabem aos leitores completar, com a imaginação, as
papel gramatical está repetido corretamente em:
lacunas que fazem parte da estrutura significativa do
texto literário.
a) Ninguém disse que os portugueses havia de saírem c) Aos esforços envolvidos na leitura soma-se a imagina-
da cidade. ção, a que a linguagem literária apela constantemente.
b) Se houvessem mais oportunidades, os imigrantes fi- d) Algumas pessoas mantém o hábito de só assistirem à
cariam ricos. adaptação de uma obra depois de as terem lido, para
c) Haveriam de haver imigrantes de outras procedências não ser influenciadas.
na cidade. e) Há livros que dispõe de uma infinidade de adaptações
d) Os imigrantes vieram de Lisboa porque lá não haviam para o cinema, as quais tende a compor seu repertório
empregos. de leituras.
e) Os portugueses gostariam de que houvesse mais ofer-
tas de trabalho. 32. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL
– VUNESP-2014) Assinale a alternativa que preenche,
29. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR correta e respectivamente, as lacunas da frase, de acordo
– CESGRANRIO-2018) A concordância da forma verbal com a norma-padrão da língua portuguesa.
destacada foi realizada de acordo com as exigências da _________ situações _________ a batalha contra as doenças
norma-padrão da língua portuguesa em: torna-se um fracasso.

a) Com o crescimento da espionagem virtual, é necessá- a) Existe ... em que


rio que se promova novos estudos sobre mecanismos b) Existem ... em que
de proteção mais eficazes. c) Existem ... a qual
b) O rastreamento permanente das invasões cibernéticas d) Existem ... em cuja
de grande porte permite que se suspeitem dos hac- e) Existe ... as quais
kers responsáveis.
c) Para atender às demandas dos usuários de celulares, é 33. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU-
NESP-2014) Assinale a alternativa correta quanto à con-
preciso que se destinem à pesquisa tecnológica mui-
cordância.
tos milhões de dólares.
d) Para detectar as consequências mais prejudiciais da
a) Como as pessoas não são obrigado a produzir provas
guerra virtual pela informação, necessitam-se de es- contra si mesmo, aquelas que recusasse os procedi-
tudos mais aprofundados. mentos dificilmente seria condenada.
e) Se o crescimento das redes sociais assumir uma pro- b) Como as pessoas não são obrigadas a produzir provas
porção incontrolável, é aconselhável que se estabele- contra si mesmo, aquelas que recusasse os procedi-
ça novas restrições de utilização pelos jovens. mentos dificilmente seriam condenadas.
c) Como as pessoas não é obrigada a produzir provas
30. (PC-AP – DELEGADO DE POLÍCIA – FCC-2017) As
LÍNGUA PORTUGUESA

contra si mesmas, aquelas que recusasse os procedi-


normas de concordância e a adequada articulação entre mentos dificilmente seria condenada.
tempos e modos verbais estão plenamente observadas d) Como as pessoas não são obrigadas a produzir provas
na frase: contra si mesmas, aquelas que recusassem os procedi-
mentos dificilmente seriam condenadas.
a) É comum que se assinale numa crônica os aspectos do e) Como as pessoas não são obrigada a produzir provas
cotidiano que o escritor resolvesse analisar e interpre- contra si mesma, aquelas que recusassem os procedi-
tar, apesar das dificuldades que encerram tal desafio. mentos dificilmente seriam condenada.

140
34. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR-PI – CURSO DE a) ao … com … na
OFICIAIS – ENGENHEIRO CIVIL – NUCEPE-2014) Assi- b) ao … em … à
nale a alternativa em que as regras da concordância fo- c) do … com … na
ram cumpridas. d) com o … em … para
e) com o … para … à
a) Se houvessem mais bombeiros, certamente o número
de incêndios diminuiria. 38. (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS –
b) A maioria dos incêndios é provocada por falta de cui- 2014) Assinale a assertiva cuja regência verbal está cor-
dado das pessoas. reta:
c) Sem dúvida, no Brasil, falta condições para que os
bombeiros possam trabalhar dignamente. a) Ela queria namorar com ele.
d) Não existe soluções fáceis para a precariedade das b) Já assisti a esse filme.
condições de trabalho dos bombeiros. c) O caminhoneiro dormiu no volante.
e) Já fazem muitos anos que se sabe das péssimas condi- d) Quando eles chegam em Campo Grande?
ções de trabalho dos bombeiros! e) A moça que ele gosta é aquela ali.

35. (TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU- 39. (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS –
NESP-2018) Assinale a alternativa em que, ao contrário 2014) A regência nominal está correta em:
da construção “aquela rapaz”, segue-se a lei fundamental
da concordância, de acordo com a norma-padrão. a) É preferível um inimigo declarado do que um amigo
falso.
a) Quando o despacho chegou, a primeira coisa que o b) As meninas têm aversão de verduras.
advogado fez foi conferir os documentos anexos. c) Aquele cachorro é hostil para com desconhecidos.
b) Era um dia ensolarado, e não se sabe como foi atrope- d) O sentimento de liberdade é inerente do ser humano.
lado aquela mulher em uma avenida tranquila.
e) Construiremos portos acessíveis de qualquer navio.
c) Parece-me que este ano está chovendo muito, mas
ainda assim há menas chuvas do que em anos ante-
40. (INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS
riores.
– SECRETÁRIA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia
d) As crianças brincavam no jardim, colhendo flores colo-
trechos da letra da música dos compositores José Carlos
rida e presenteando-se num gesto emocionante.
Figueiredo, Antônio Carlos Marques Pinto e José Ubaldo
e) Quando entraram na casa abandonada, uma cobra es-
Avila para responder à questão.
tava escondido ali. Assustaram-se, pois era um bicho
perigoso.
Você abusou
36. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- Me magoa, maltrata e quer desculpa
DIO - VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que Me retruca, me trai e quer perdão
a substituição dos trechos destacados na passagem – O Me ofende, me fere e não tem culpa
paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere es-
tendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois Jesus Cristo, eu não sei quem tem razão.
metros quadrados de chão. – está de acordo com a nor- Esse fogo, essa farsa, essa desgraça
ma-padrão de crase, regência e conjugação verbal. Me corrompe e corrói meu coração
Há momentos que eu paro e acho graça
a) prefere mais estendê-la do que desistir – põe à dis-
posição. Procuro, e não acho a solução.
b) prefere estendê-la à desistir – ponham a disposição. Você abusou,
c) prefere estendê-la a desistir – põe a disposição.
d) prefere estendê-la do que desistir – põem a disposi- Tirou partido de mim, abusou
ção. Mas não faz mal
e) prefere estendê-la a desistir – ponham à disposição. É tão normal ter desamor
É tão cafona sofrer dor
37. (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO - SP – FARMA- Que eu já não sei
CÊUTICO - SUPERIOR - VUNESP – 2017 - adaptada) Se é meninice ou cafonice o meu amor.
Leia as frases.
As previsões alusivas ............. aumento da depressão são Que me perdoem, se eu insisto neste tema
alarmantes.
LÍNGUA PORTUGUESA

Os sentimentos de tédio ou de tristeza são inadequada- Se o quadradismo dos meus versos,


mente convertidos .......... estados depressivos. Vai de encontro aos intelectos,
Qualquer situação que possa ser um obstáculo ............ feli- Que não usam o coração,
cidade é considerada doença. Como expressão...
Para que haja coerência com a regência nominal estabe- Quanto à regência verbal ou nominal, assinale a alternativa
lecida pela norma-padrão, as lacunas das frases devem que apresenta uma frase da letra da música, reescrita, de
ser preenchidas, respectivamente, por: acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

141
a) A dor que ele se refere é a da traição. Nas reescritas abaixo, em qual alternativa ocorreu danos
b) Ela traiu aquele que merecia seu verdadeiro amor. à norma culta?
c) Ele tem esperança que seja encontrada solução para
seu caso amoroso. a) compareceram a projeção de dez filmes.
d) Muitos casos amorosos o perdão não deve ser nega- b) viram a projeção de dez filmes.
do. c) assistiram aos dez filmes.
e) Algumas pessoas têm convicção que sofrer por amor d) foram assistir à projeção de dez filmes.
é cafonice. e) presenciaram a projeção de dez filmes.

41. (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO 45. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO AM-
RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - BIENTE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018) De acordo com
IADES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos desta- as normas da linguagem padrão, a colocação pronominal
cados no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no ele- está INCORRETA em:
vador”, fossem empregados, respectivamente, Esquecer e
gostar, a nova redação, de acordo com as regras sobre a) Virgínia encontrava-se acamada há semanas.
regência verbal e concordância nominal prescritas pela b) A ferida não se curava com os remédios.
norma-padrão, deveria ser c) A benzedeira usava uma peruca que não favorecia-a.
d) Imediatamente lhe deram uma caneta-tinteiro verme-
a) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador. lha.
b) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador. e) Enquanto se rezavam Ave-Marias, a ferida era circun-
c) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no elevador. dada.
d) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no elevador.
e) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador. 46. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) A
frase em que se deveria usar a forma EU em lugar de
42. (PETROBRAS – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA MIM é:
TODOS OS CARGOS – NÍVEL SUPERIOR – CESGRAN-
RIO/2014 - adaptada) No trecho “podemos utilizar essa a) Um desejo de minha avó fez de mim um artista;
mesma abordagem no nosso organismo, sem necessaria-
b) Há muitas diferenças entre mim e a minha futura mu-
mente nos limitarmos a meios tradicionais, como edu-
lher;
cação e desenvolvimento cultural.”, o verbo limitar, no
c) Para mim, ver filmes antigos é a maior diversão;
sentido de restringir, exige a presença da preposição “a”.
d) Entre mim viajar ou descansar, prefiro o descanso;
Essa exigência de preposição também se observa na re-
e) Separamo-nos, mas sempre de mim se lembra.
gência da forma verbal destacada em:
47. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LE-
a) A eliminação de doenças consideradas incuráveis re-
GISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018-ADAPTADA) O
presenta a principal meta da tecnologia moderna.
segmento em que a substituição do termo sublinhado
b) A tentativa de criação de seres humanos superdotados
confirma a nova perspectiva da ciência atual. por um pronome pessoal foi feita de forma adequada é:
c) As pesquisas sobre o futuro da humanidade conduzem
a descobertas inimagináveis há poucos anos. a) “deixou de ser uma ferramenta de sobrevivência” / dei-
d) Os desafios éticos acompanham a possibilidade de xou de ser-lhe;
programar filhos capazes de se tornarem gênios. b) “podemos definir violência” / podemos defini-la;
e) Os novos tempos resgatam a crença de que haverá c) “Hoje, esse termo denota, além de agressão física, di-
invenções importantes para prevenir as doenças. versos tipos de imposição” / denota-los;
d) “Consideremos o surgimento das desigualdades” /
43. (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUN- consideremos-lo;
CAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a e) “ao nos referirmos à violência” / ao nos referirmo-la.
norma culta da língua quanto à regência verbal.
48. (MPU – Conhecimentos Básicos para os Cargos de
a) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. 11 a 26 – CESPE-2013)
b) Eu esqueci do seu nome. Recordar algo nunca ocorrido é comum e pode aconte-
c) Você assistiu à cena toda? cer com pessoas de qualquer idade. Muitos indivíduos
d) Ele chegou na oficina pela manhã. sequer percebem que determinadas lembranças foram
e) Sempre obedeço as leis de trânsito. criadas, pois as cenas e até os sons evocados pelo cé-
LÍNGUA PORTUGUESA

rebro surgem com a mesma nitidez e o mesmo grau de


44. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS/ detalhamento das memórias reais.
AL – TÉCNICO DE LABORATÓRIO – ANATOMIA E De acordo com alguns neurocientistas, quando a pessoa
NECROPSIA – COPEVE/2014) Considere o trecho se recorda de uma sequência de eventos, o cérebro re-
sublinhado em: “Apenas trinta e cinco pessoas assistiram constrói o passado juntando os “tijolos” de dados, mas
à projeção de dez filmes de dois minutos de duração cada somente o ato de acessar as lembranças já modifica e
um, no dia 28/12/1895” (História Viva, janeiro/2005). distorce a realidade.

142
Um neurocientista de uma equipe que pesquisa esse as- Tudo isso para celebrar um Meninozinho envolto em po-
sunto afirma que se busca reforçar a ideia de que a me- bres panos, deitado numas palhas, há cerca de dois mil
mória não pode ser considerada um papel carbono, ou anos, num abrigo de animais, em Belém.
seja, de que ela não reproduz fielmente um acontecimen- (Cecília Meireles, Quatro Vozes. Adaptado)
to. “Nossa esperança é que, ao propor uma explicação
neural para o processo de geração das falsas memórias, De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
haja aplicações práticas nas cortes de justiça, por exem- as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
plo”, diz o cientista. “Jurados e magistrados precisam de pectivamente, com:
evidências de que, por mais real que aparente ser, um
fato recordado por uma testemunha pode não ser verda- a) Se enche … movem-se
deiro. A memória humana não é como uma memória de b) Se enchem … se movem
computador, não está certa o tempo todo.” c) Enchem-se … se move
O neurocientista relatou que quase três quartos dos pri- d) Enche-se … move-se
meiros 250 americanos que tiveram suas condenações e) Enche-se … se movem
penais anuladas graças ao exame de DNA haviam sido
vítimas de falso testemunho ocular. Um psicólogo en- 51. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013)
trevistado afirmou que, dependendo de como se conduz Assinale a alternativa correta quanto à colocação prono-
uma acareação, ela pode confundir a pessoa interrogada. minal, de acordo com a norma-padrão da língua portu-
guesa.
Correio Braziliense, 26/7/2013 (com adaptações).
a) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situação
O trecho “a memória não pode ser considerada um papel
de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
carbono” poderia ser corretamente reescrita da seguinte
b) O homem se indignou quando propuseram-lhe que
forma: não pode-se considerá-la papel carbono.
abrisse a bolsa que encontrara.
c) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos
( ) CERTO ( ) ERRADO
restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
d) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que
49. (PC-MS – DELEGADO DE POLÍCIA – FAPEMS-2017) eles sejam sempre trazidos junto ao corpo.
De acordo com os padrões da língua portuguesa, assina- e) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma ten-
le a alternativa correta. dência natural das pessoas em devolvê-los a seus do-
nos.
a) A frase: “Ela lhe ama” está correta visto que “amar”
se classifica como verbo transitivo direto, pois quem 52. (CONCURSO INTERNO DE SELEÇÃO PARA O CUR-
ama, ama alguém. SO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - PM/2014) A fra-
b) Em: “Sou te fiel”, o pronome oblíquo átono desem- se – Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto.
penha função sintática de complemento nominal por – está corretamente reescrita quanto à flexão verbal, à
complementar o sentido de adjetivos, advérbios ou pontuação e à colocação pronominal em:
substantivos abstratos, além de constituir emprego de
ênclise. a) Se remordia, o amigo, no seu canto, sem que nada
c) No exemplo: “Demos a ele todas as oportunidades”, o visse.
termo em destaque pode ser substituído por “Demo b) O amigo, sem que nada vesse, se remordia no seu can-
lhes” todas as oportunidades”, tendo em vista o em- to.
prego do pronome oblíquo como complemento do c) Remordia-se, no seu canto, o amigo, sem que nada
verbo. visse.
d) Em: “Não me ..incomodo com esse tipo de barulho”, d) Se remordia no seu canto o amigo, sem que nada ves-
te.mos.um clássico emprego de mesóclise. se.
e) Na frase: “Alunos, aquietem-se! “, o termo destacado
exemplifica o uso de próclise. 53. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017-
ADAPTADA) Assinale a alternativa em que o trecho está
50. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU- reescrito conforme a norma-padrão da língua portugue-
NESP-2014) sa, com a expressão destacada substituída pelo pronome
correspondente.
Compras de Natal
a) ... o prazer de contar aquelas histórias... → ... o prazer
A cidade deseja ser diferente, escapar às suas fatalidades.
LÍNGUA PORTUGUESA

de contar-nas...
__________ de brilhos e cores; sinos que não tocam, balões b) ... meio século sem escrever livros. → ... meio século
que não sobem, anjos e santos que não __________ , estre- sem escrevê-los.
las que jamais estiveram no céu. c) ... puxo a mesinha... → ... puxo-lhe...
As lojas querem ser diferentes, fugir à realidade do ano d) ... livro que reúne entrevistas e textos de Ernest He-
inteiro: enfeitam-se com fitas e flores, neve de algodão mingway... → ... livro que reúne-as...
de vidro, fios de ouro e prata, cetins, luzes, todas as coi- e) O médico que atendia pacientes... → O médico que
sas que possam representar beleza e excelência. lhe atendia...

143
54. (TRE-PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI- bitante carga tributária a que estão submetidas as empre-
NISTRATIVA – FCC-2017) A substituição do elemento sas”, não se deve empregar acento indicativo de crase,
sublinhado pelo pronome correspondente, com os ne- devendo ocorrer o mesmo na frase:
cessários ajustes no segmento, foi realizada de acordo
com a norma padrão em: a) Entregue o currículo as assistentes do diretor.
b) Recorra a esta empresa sempre que precisar.
a) quem considera o amor abstrato = quem lhe consi- c) Avise aquela colega que chegou sua correspondência.
dera abstrato d) Refira-se positivamente a proposta filosófica da com-
b) consideram o amor algo ingênuo e pueril = conside- panhia.
ram-lhe algo ingênuo e pueril e) Transmita confiança aqueles que observam seu de-
c) parece que inviabiliza o amor = parece que inviabili- sempenho.
za-lhe
d) o ressentimento é cego ao amor = o ressentimento 58. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO –
lhe é cego CESGRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão da
e) o amor não vê a hipocrisia = o amor não lhe vê língua portuguesa, o sinal grave indicativo da crase deve
ser empregado na palavra destacada em:
55. (FUNDASUS-MG – ANALISTA EM SERVIÇO PÚBLI-
CO DE SAÚDE - ANALISTA DE SISTEMA – AOCP-2015) a) A intenção da entrevista com o diretor estava relacio-
Observe o excerto: “Entre os fatores ligados à relação do nada a programação que a empresa pretende desen-
volver.
aluno com a instituição e com os colegas, gostar de ir à
b) As ações destinadas a atrair um número maior de
escola (...)” e assinale a alternativa correta com relação
clientes são importantes para garantir a saúde finan-
ao emprego do acento utilizado nos termos destacados.
ceira das instituições.
c) As instituições financeiras deveriam oferecer condi-
a) Trata-se do acento grave, empregado para indicar a ções mais favoráveis de empréstimo a quem está fora
supressão do advérbio “a” com o pronome feminino do mercado formal de trabalho.
“a” que acompanha os substantivos “relação” e “esco- d) As pessoas interessadas em ampliar suas reservas fi-
la”. nanceiras consideram que vale a pena investir na nova
b) Trata-se do acento agudo, empregado para indicar a moeda virtual.
nasalidade da vogal “a” que acompanha os substanti- e) Os participantes do seminário sobre mercado financei-
vos “relação” e “escola”. ro foram convidados a comparar as importações e as
c) Trata-se do acento circunflexo, empregado para assi- exportações em 2017.
nalar a vogal aberta “a” que acompanha os substanti-
vos “relação” e “escola”. 59. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
d) Trata-se do acento agudo, empregado para indicar a CESGRANRIO-2018) O emprego do acento indicativo
supressão da preposição “a” com o artigo feminino “a” de crase está de acordo com a norma-padrão em:
que acompanha os substantivos “relação” e “escola”.
e) Trata-se do acento grave, empregado para indicar a a) O escritor de novelas não escolhe seus personagens
junção da preposição “a” com o artigo feminino “a” à esmo.
que acompanha os substantivos “relação” e “escola”. b) A audiência de uma novela se constrói no dia à dia.
c) Uma boa história pode ser escrita imediatamente ou
56. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE à prazo.
DADOS – FGV-2010) Na frase “é ingênuo creditar a pos- d) Devido à interferências do público, pode haver mu-
tura brasileira apenas à ausência de educação adequa- danças na trama.
da” foi corretamente empregado o acento indicativo de e) O novelista ficou aliviado quando entregou a sinopse
crase. à emissora.

60. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-


Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase
GRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão da lín-
está corretamente empregado.
gua portuguesa, o acento grave indicativo da crase deve
ser empregado na palavra destacada em:
a) O memorando refere-se à documentos enviados na
semana passada. a) Os novos lançamentos de smartphones apresentam,
b) Dirijo-me à Vossa Senhoria para solicitar uma audiên- em geral, pequena variação de funções quando com-
cia urgente. parados a versões anteriores.
c) Prefiro montar uma equipe de novatos à trabalhar com b) Estudantes do ensino médio fizeram uma pesquisa
pessoas já desestimuladas.
LÍNGUA PORTUGUESA

junto a crianças do ensino fundamental para ver como


d) O antropólogo falará apenas àquele aluno cujo nome elas se comportam no ambiente virtual.
consta na lista. c) O acesso dos jovens a redes sociais tem causado enor-
e) Quanto à meus funcionários, afirmo que têm horário mes prejuízos ao seu desempenho escolar, conforme
flexível e são responsáveis. o depoimento de professores.
d) Os consumidores compulsivos sujeitam-se a ficar ho-
57. (BADESC – TÉCNICO DE FOMENTO A – FGV-2010) ras na fila para serem os primeiros que comprarão os
De acordo com as regras gramaticais, no trecho “a exor- novos lançamentos.

144
e) As pessoas precisam ficar atentas a fatura do cartão tra entre parênteses, o sinal indicativo de crase deverá ser
de crédito para não serem surpreendidas com valores acrescentado em:
muito altos.
a) ... que uma educação liberal, ao alcance de todos...
61. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU- (dispor de todos)
NESP-2014) b) ... por meio dos quais se transmitem as humanidades...
A cada ano, ocorrem cerca de 40 mil mortes; segundo − (ciências humanas)
especialistas, quase metade delas está associada _____ c) ... a todas as camadas sociais. − (qualquer classe social)
bebidas alcoólicas. Isso revela a necessidade de um com- d) ... se nos referimos a coisas completamente diferen-
bate efetivo _____ embriaguez ao volante. tes... − (uma coisa completamente diferente)
e) ... são um obstáculo a indivíduos independentes. (cria-
As lacunas do trecho devem ser preenchidas, correta e ção de indivíduos independentes)
respectivamente, com:
65. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
a) às … a I – CESGRANRIO-2018) O sinal de dois-pontos (:) está
b) as … à empregado de acordo com a norma-padrão da língua
c) à … à portuguesa em:
d) às … à
e) à … a a) A diferença entre notícias falsas e verdadeiras é maior
no campo da política: é menor nas publicações rela-
62. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013) De cionadas às catástrofes naturais.
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o b) A explicação para a difusão de notícias falsas é que
acento indicativo de crase está corretamente empregado os usuários compartilham informações com as quais
em: concordam: pois não verificam as fontes antes.
c) As informações enganosas são mais difundidas do que
a) A população, de um modo geral, está à espera de que, as verdadeiras: de acordo com estudo recente feito
com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes. por um instituto de pesquisa.
b) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensa- d) As notícias falsas podem ser desmascaradas com o
rem a sua postura. uso do bom senso: mas esperar isso de todo mundo é
c) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à puni- quase impossível.
ções muito mais severas. e) As revistas especializadas dão alguns conselhos: não
d) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida entre em sites desconhecidos e não compartilhe notí-
dos demais motoristas e de pedestres. cias sem fonte confiável.
e) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da
nova lei para que ela possa funcionar. 66. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
I – CESGRANRIO-2018) A vírgula está empregada cor-
63. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017) retamente em:
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva-
mente, as lacunas do texto a seguir. a) A divulgação de histórias falsas pode ter consequên-
cias reais desastrosas: prejuízos, financeiros e cons-
Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de atendi- trangimentos às empresas.
mento _____ presos da Casa de Detenção, em São Paulo, b) As novas tecnologias, criaram um abismo ao separar
o médico oncologista Drauzio Varella chega ao fim de quem está conectado de quem não faz parte do mun-
uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de “Es- do digital.
tação Carandiru” (1999), que mostra ________ entranhas c) As pessoas tendem a aceitar apenas as declarações que
daquela que foi ________maior prisão da América Latina, confirmam aquilo que corresponde, às suas crenças.
e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que tra- d) Os jornalistas devem verificar as fontes citadas, cruzar
balham no sistema prisional, Varella agora faz um retrato dados e checar se as informações refletem a realidade.
das detentas da Penitenciária Feminina da Capital, tam- e) Os consumidores de notícias não agem como cientis-
bém na capital paulista, onde cumprem pena mais de tas porque não estão preocupados em conferir, pon-
duas mil mulheres. tos de vista alternativos.
(https://oglobo.globo.com. Adaptado)
67. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
a) à … às … a GRANRIO-2018) A vírgula foi plenamente empregada
b) a … as … a
LÍNGUA PORTUGUESA

de acordo com as exigências da norma-padrão da língua


c) a … às … a portuguesa em:
d) à … às … à a) A conexão é feita por meio de uma plataforma especí-
e) a … as … à fica, e os conteúdos, podem ser acessados pelos dis-
positivos móveis dos passageiros.
64. (TRF-4.ª REGIÃO – TÉCNICO ADMINISTRATIVO b) O mercado brasileiro de automóveis, ainda é muito
– ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC-2014-ADAPTADA) grande, porém não é capaz de absorver uma presença
Substituindo-se o elemento grifado pelo que se encon- maior de produtos vindos do exterior.

145
c) Depois de chegarem às telas dos computadores e ce- estabelecem não apenas as relações de sentido, mas
lulares, as notícias estarão disponíveis em voos inter- também o desafio de o leitor divisar e compartilhar, as
nacionais. escolhas produzidas pelo escritor.
d) Os últimos dados mostram que, muitas economias b) Para Edward Said, a linguagem é o terreno de onde
apresentam crescimento e inflação baixa, fazendo com partem os humanistas uma vez que é nela, que se
que os juros cresçam pouco. estabelecem não apenas as relações de sentido, mas
e) Pode ser que haja uma grande procura de carros im- também o desafio, de o leitor divisar e compartilhar, as
portados, mas as montadoras vão fazer os cálculos e escolhas produzidas pelo escritor.
ver, se a importação vale a pena. c) Para Edward Said, a linguagem, é o terreno de onde
partem os humanistas, uma vez que é nela que se es-
68. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010) tabelecem, não apenas as relações de sentido, mas
Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e também o desafio de o leitor divisar e compartilhar as
traficantes que possam ser encontrados em uma rua es- escolhas produzidas pelo escritor.
cura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os d) Para Edward Said a linguagem é o terreno, de onde
danos que tais criminosos causam são minúsculos quan- partem os humanistas, uma vez que é nela que se
do comparados com os de criminosos respeitáveis, que estabelecem não apenas as relações de sentido mas,
vestem colarinho branco e trabalham para as organiza- também, o desafio de o leitor divisar, e compartilhar as
ções mais poderosas. Estima-se que as perdas provoca- escolhas produzidas pelo escritor.
das por violações das leis antitrust — apenas um item de e) Para Edward Said, a linguagem é o terreno de onde
uma longa lista dos principais crimes do colarinho bran- partem os humanistas, uma vez que é nela que se
co — sejam maiores que todas as perdas causadas pelos estabelecem não apenas as relações de sentido, mas
crimes notificados à polícia em mais de uma década, e também o desafio de o leitor divisar e compartilhar as
as relativas a danos e mortes provocadas por esse crime escolhas produzidas pelo escritor.
apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela in-
dústria do asbesto (amianto), dos perigos representados 71. (TRF-3.ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA
por seus produtos provavelmente custou tantas vidas ADMINISTRATIVA – FCC-2016-ADAPTADA) Sem que
quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos se altere o sentido da frase, todas as vírgulas podem ser
nos Estados Unidos da América durante uma década in- substituídas por travessão, EXCETO em:
teira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, tam-
bém provocam, a cada ano, mais mortes do que essas. a) Não se trata de defender a tradição, família ou pro-
James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São priedade...
Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações). b) Fiquei um pouco desconcertado pela atitude do meu
amigo, um homem...
Não haveria prejuízo para o sentido original do texto c) Mas, como eu ia dizendo, estava voltando da Europa...
nem para a correção gramatical caso a expressão “a cada d) ... como precipitada, entre nós, de que estaria morto...
ano” fosse deslocada, com as vírgulas que a isolam, para e) Mas a música brasileira, ao contrário de outras artes,
imediatamente depois de “e”. já traz...

( ) CERTO ( ) ERRADO 72. (TRF-1.ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – INFOR-


MÁTICA – FCC-2014-ADAPTADA)
69. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VU- ... a resposta a um problema que sempre atormentou ad-
NESP-2014) Assinale a alternativa cuja frase está correta ministradores: o recrutamento e a retenção de talentos.
quanto à pontuação.
O segmento introduzido pelos dois-pontos apresenta
a) O médico, solidário e comovido, apertou minha mão e sentido
entendeu o pedido de minha mãe.
b) A diferença entre parada cardíaca e morte, não é ensi- a) restritivo.
nada, aos médicos nas faculdades. b) explicativo.
c) Prof. Alvariz, chefe da clínica sabia qual a diferença en- c) conclusivo.
tre, parada cardíaca e morte. d) comparativo.
d) O aborto de fetos anencéfalos motivo de muita revol- e) alternativo.
ta, foi bastante contestado.
e) Iniciei assim que o velhinho teve uma parada cardíaca, 73. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA
os processos de reanimação. DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE
LÍNGUA PORTUGUESA

- SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010 - ADAP-


TADA) “– Mas não é minha cabeça que eles querem de-
70. (TRF-4.ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA golar a cada jogo, François.” O uso da vírgula destacada
ADMINISTRATIVA – FCC-2014) Quanto à pontuação, a neste trecho tem a função de:
frase inteiramente correta é:
a) Separar o aposto.
a) Para Edward Said, a linguagem, é o terreno de onde b) Delimitar o sujeito.
partem os humanistas uma vez que, é nela, que se c) Delimitar uma nova oração.

146
d) Separar o vocativo.
e) Marcar uma pausa forte.
GABARITO
74. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR-
GO 33 – NÍVEL MÉDIO – CESPE-2013) 1 Certo
O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do es-
tado brasileiro e da democracia. A sua história é marcada 2 D
por processos que culminaram na sua formalização insti- 3 E
tucional e na ampliação de sua área de atuação.
4 A
No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito
lusitano. Não havia o Ministério Público como instituição. 5 A
Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e as Ordena- 6 C
ções Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores
7 C
de justiça, atribuindo a eles o papel de fiscalizar a lei e
de promover a acusação criminal. Existiam os cargos de 8 E
procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa) e de 9 D
procurador da Fazenda (defensor do fisco).
A Constituição de 1988 faz referência expressa ao Minis- 10 D
tério Público no capítulo Das Funções Essenciais à Justiça. 11 B
Define as funções institucionais, as garantias e as veda- 12 C
ções de seus membros. Isso deu evidência à instituição,
tornando-a uma espécie de ouvidoria da sociedade bra- 13 Certo
sileira. 14 A
Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações). 15 D
Em “No período colonial, o Brasil foi orientado”, a vírgula 16 E
após “colonial” é utilizada para isolar aposto. 17 A
18 C
( ) CERTO ( ) ERRADO
19 A
20 E
21 A
22 C
23 A
24 A
25 D
26 C
27 E
28 E
29 C
30 C
31 C
32 B
33 D
34 B
35 A
36 E
37 B
LÍNGUA PORTUGUESA

38 B
39 C
40 B
41 E
42 C

147
43 C ANOTAÇÕES
44 A
45 C
46 D ________________________________________________

47 B _________________________________________________
48 Errado _________________________________________________
49 B
_________________________________________________
50 E
51 D _________________________________________________
52 C _________________________________________________
53 B
_________________________________________________
54 D
_________________________________________________
55 E
56 D _________________________________________________
57 B _________________________________________________
58 A
_________________________________________________
59 E
60 E _________________________________________________

61 D _________________________________________________
62 A _________________________________________________
63 B
_________________________________________________
64 E
65 E _________________________________________________
66 D _________________________________________________
67 C
_________________________________________________
68 Certo
_________________________________________________
69 A
70 E _________________________________________________
71 A _________________________________________________
72 B
_________________________________________________
73 D
74 Errado _________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA

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_________________________________________________

148
ÍNDICE

NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de informática: tipos de
computadores, conceitos de hardware e de software, instalação de periféricos...........................................................................................01
Edição de textos, planilhas e apresentações (ambiente Microsoft Office, versões 2010, 2013 e 365)..................................................06
Noções de sistema operacional (ambiente Windows, versões 7, 8 e 10)..........................................................................................................35
Redes de computadores: conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet...............................42
Programas de navegação: Mozilla Firefox e Google Chrome................................................................................................................................42
Programa de correio eletrônico: MS Outlook..............................................................................................................................................................42
Sítios de busca e pesquisa na Internet............................................................................................................................................................................42
Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas............................................................57
Segurança da informação: procedimentos de segurança.......................................................................................................................................57
Noções de vírus, worms e pragas virtuais.....................................................................................................................................................................59
Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispyware etc.).........................................................................................................................59
Procedimentos de backup...................................................................................................................................................................................................63
Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais
CONCEITOS BÁSICOS E MODOS DE para o entendimento de informática em concursos públicos.
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS, Hardware, são os componentes físicos do computador,
FERRAMENTAS, APLICATIVOS E ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos peri-
PROCEDIMENTOS DE INFORMÁTICA: féricos, que podem ser de entrada, saída, entrada-saída ou
apenas saída, além da CPU (Unidade Central de Processa-
TIPOS DE COMPUTADORES, CONCEITOS DE
mento)
HARDWARE E DE SOFTWARE, INSTALAÇÃO Software, são os programas que permitem o funciona-
DE PERIFÉRICOS. mento e utilização da máquina (hardware), é a parte lógica
do computador, e pode ser dividido em Sistemas Operacio-
nais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de Programação.
A Informática é um meio para diversos fins, com isso O primeiro software necessário para o funcionamento
acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A de um computador é o Sistema Operacional (Sistema Ope-
sua utilização passou a ser um diferencial para pessoas racional). Os diferentes programas que você utiliza em um
e empresas, visto que, o controle da informação passou computador (como o Word, Excel, PowerPoint etc) são os
a ser algo fundamental para se obter maior flexibilidade aplicativos. Já os utilitários são os programas que auxiliam
na manutenção do computador, o antivírus é o principal
no mercado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor
exemplo, e para finalizar temos as Linguagens de Progra-
integrar sua área de atuação com a informática, atingirá,
mação que são programas que fazem outros programas,
com mais rapidez, os seus objetivos e, consequentemen-
como o JAVA por exemplo.
te, o seu sucesso, por isso em quase todos editais de con-
Importante mencionar que os softwares podem ser li-
cursos públicos temos Informática.
vres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes ca-
racterísticas:
• O usuário pode executar o software, para qualquer
#FicaDica uso.
Informática pode ser considerada como • Existe a liberdade de estudar o funcionamento do
significando “informação automática”, ou seja, a programa e de adaptá-lo às suas necessidades.
utilização de métodos e técnicas no tratamento • É permitido redistribuir cópias.
automático da informação. Para tal, é preciso • O usuário tem a liberdade de melhorar o programa
uma ferramenta adequada: O computador.
e de tornar as modificações públicas de modo que a
A palavra informática originou-se da junção de comunidade inteira beneficie da melhoria.
duas outras palavras: informação e automática.
Esse princípio básico descreve o propósito Entre os principais sistemas operacionais pode-se des-
essencial da informática: trabalhar informações tacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes versões, o
para atender as necessidades dos usuários de Macintosh (Apple) e o Linux (software livre criado pelo fin-
maneira rápida e eficiente, ou seja, de forma landês Linus Torvalds), que apresenta entre suas versões o
automática e muitas vezes instantânea. Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras.
É o principal software do computador, pois possibilita
que todos os demais programas operem.
O que é um computador?
O computador é uma máquina que processa dados,
orientado por um conjunto de instruções e destinado a #FicaDica
produzir resultados completos, com um mínimo de inter-
Android é um Sistema Operacional desenvolvido
venção humana. Entre vários benefícios, podemos citar: pelo Google para funcionar em dispositivos
: grande velocidade no processamento e disponibili- móveis, como Smartphones e Tablets. Sua
zação de informações; distribuição é livre, e qualquer pessoa pode
: precisão no fornecimento das informações; ter acesso ao seu código-fonte e desenvolver
: propicia a redução de custos em várias atividades aplicativos (apps) para funcionar neste Sistema
: próprio para execução de tarefas repetitivas; Operacional.
iOS, é o sistema operacional utilizado pelos
Como ele funciona? aparelhos fabricados pela Apple, como o iPhone
Em informática, e mais especialmente em computado- e o iPad.
res, a organização básica de um sistema será na forma de:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, memó-


rias, processadores (CPU) e disco de armazenamento
HDs, CDs e DVDs)
Os gabinetes são dotados de fontes de alimentação de
energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão de reset,
baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD, saídas de ven-
tilação e painel traseiro com recortes para encaixe de pla-
cas como placa mãe, placa de som, vídeo, rede, cada vez
Figura 1: Etapas de um processamento de dados. mais com saídas USBs e outras.

1
No fundo do gabinete existe uma placa de metal onde será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é possível
verificar se será possível ou não fixar determinada placa mãe em um gabinete, pois eles têm que ser proporcionais aos
furos encontrados na placa mãe para parafusá-la ou encaixá-la no gabinete.

#FicaDica
Placa-mãe, é a placa principal, formada por um conjunto de circuitos integrados (“chip set“) que reconhece e
gerencia o funcionamento dos demais componentes do computador.

Se o processador pode ser considerado o “cérebro” do computador, a placa-mãe (do inglês motherboard) represen-
ta a espinha dorsal, interligando os demais periféricos ao processador.
O disco rígido, do inglês hard disk, também conhecido como HD, serve como unidade de armazenamento perma-
nente, guardando dados e programas.
Ele armazena os dados em discos magnéticos que mantêm a gravação por vários anos, se necessário.
Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus dados gravados ou acessados por um braço móvel composto
por um conjunto de cabeças de leitura capazes de gravar ou acessar os dados em qualquer posição nos discos.
Dessa forma, os computadores digitais (que trabalham com valores discretos) são totalmente binários. Toda infor-
mação introduzida em um computador é convertida para a forma binária, através do emprego de um código qualquer
de armazenamento, como veremos mais adiante.
A menor unidade de informação armazenável em um computador é o algarismo binário ou dígito binário, conheci-
do como bit (contração das palavras inglesas binarydigit). O bit pode ter, então, somente dois valores: 0 e 1.
Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o bit pouco pode representar isoladamente; por essa razão, as
informações manipuladas por um computador são codificadas em grupos ordenados de bits, de modo a terem um
significado útil.
O menor grupo ordenado de bits representando uma informação útil e inteligível para o ser humano é o byte (leia-
-se “baite”).
Como os principais códigos de representação de caracteres utilizam grupos de oito bits por caracter, os conceitos
de byte e caracter tornam-se semelhantes e as palavras, quase sinônimas.
É costume, no mercado, construírem memórias cujo acesso, armazenamento e recuperação de informações são
efetuados byte a byte. Por essa razão, em anúncios de computadores, menciona-se que ele possui “512 mega bytes de
memória”; por exemplo, na realidade, em face desse costume, quase sempre o termo byte é omitido por já subentender
esse valor.
Para entender melhor essas unidades de memórias, veja a imagem abaixo:

Figura 2: Unidade de medida de memórias

Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura 3 é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você sobe
basta multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos abaixo:
Destacar essa tabela
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Transformar 16422282522 kilobytes em terabytes:


Transformar 4 gigabytes em kilobytes:
16422282522 / 1024 = 16037385,28 megabytes
4 * 1024 = 4096 megabytes
16037385,28 / 1024 = 15661,51 gigabytes
4096 * 1024 = 4194304 kilobytes.
15661,51 / 1024 = 15,29 terabytes.

USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta de entrada mais usada atualmente.
Além de ser usado para a conexão de todo o tipo de dispositivos, ele fornece uma pequena quantidade de energia.
Por isso permite que os conectores USB sejam usados por carregadores, luzes, ventiladores e outros equipamentos.
A fonte de energia do computador ou, em inglês é responsável por converter a voltagem da energia elétrica, que
chega pelas tomadas, em voltagens menores, capazes de ser suportadas pelos componentes do computador.

2
Monitor de vídeo Contém um conjunto de restritos de células de me-
Normalmente um dispositivo que apresenta informa- mória chamados registradores que podem ser lidos e
ções na tela de LCD, como um televisor atual. escritos muito mais rapidamente que em outros dispo-
Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados sitivos de memória. Os registradores são unidades de
de touchscreen), onde podemos escolher opções tocan- memória que representam o meio mais caro e rápido de
do em botões virtuais, apresentados na tela. armazenamento de dados. Por isso são usados em pe-
quenas quantidades nos processadores.
Impressora Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos
Muito popular e conhecida por produzir informações RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Com-
impressas em papel. plex Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]:
Atualmente existem equipamentos chamados im- ... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento,
pressoras multifuncionais, que comportam impressora, enquanto que a maior parte das arquiteturas CISC per-
scanner e fotocopiadoras num só equipamento. mite que outras operações também façam referência à
Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuá- memória.
rios de computadores atualmente. Possuem um clock interno de sincronização que de-
Ele não precisar recarregar energia para manter os fine a velocidade com que o processamento ocorre. Essa
dados armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao velocidade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008):
contrário dos antigos disquetes. É utilizado através de Em um computador, a velocidade do clock se refere
uma porta USB (Universal Serial Bus). ao número de pulsos por segundo gerados por um os-
Cartões de memória, são baseados na tecnologia cilador (dispositivo eletrônico que gera sinais), que de-
flash, semelhante ao que ocorre com a memória RAM termina o tempo necessário para o processador executar
do computador, existe uma grande variedade de formato uma instrução. Assim para avaliar a performance de um
desses cartões. processador, medimos a quantidade de pulsos gerados
São muito utilizados principalmente em câmeras em 1 segundo e, para tanto, utilizamos uma unidade de
fotográficas e telefones celulares. Podem ser utilizados
medida de frequência, o Hertz.
também em microcomputadores.

#FicaDica
BIOS é o Basic Input/Output System, ou Sistema
Básico de Entrada e Saída, trata-se de um
mecanismo responsável por algumas atividades
consideradas corriqueiras em um computador,
mas que são de suma importância para o correto
funcionamento de uma máquina.

Se a BIOS para de funcionar, o PC também para! Ao


iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para detectar e
identificar todos os componentes de hardware conecta-
dos à máquina.
Só depois de todo esse processo de identificação é Figura 3: Esquema Processador
que a BIOS passa o controle para o sistema operacional e
o boot acontece de verdade. Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM com seus circuitos que recebem e transmite dados para
(Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não desempenhar tarefas como emissão de áudio, conexão à
são voláteis, mantendo os dados gravados após o desli- Internet e a outros computadores e, como não poderia
gamento do computador. faltar, possibilitar a saída de imagens no monitor.
As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard-
conteúdo. Atualmente, existem variações que possibili- ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa
tam a regravação dos dados por meio de equipamentos mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que
especiais. Essas memórias são utilizadas para o armaze- não estão implementados nesses chips, da própria mo-
namento do BIOS. therboard. Geralmente esse fato implica na redução da
O processador que é uma peça de computador que velocidade, mas hoje essa redução é pouco considerada,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

contém instruções para realizar tarefas lógicas e mate- uma vez que é aceitável para a maioria dos usuários.
máticas. O processador é encaixado na placa mãe atra- No entanto, quando se pretende ter maior potência
vés do socket, ele que processa todas as informações do de som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de
computador, sua velocidade é medida em Hertz e os fa- imagens e uma rede mais veloz, a opção escolhida são as
bricantes mais famosos são Intel e AMD. placas off board. Vamos conhecer mais sobre esse termo
O processador do computador (ou CPU – Unidade e sobre as placas de vídeo, som e rede:
Central de Processamento) é uma das partes principais Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
do hardware do computador e é responsável pelos cál- lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas
culos, execução de tarefas e processamento de dados. podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na

3
placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes
na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de EXERCÍCIOS COMENTADOS
dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens,
o resultado do processamento de vários outros dados.
Você já deve ter visto placas de vídeo com especi-
ficações 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o
número, maior será a quantidade de dados que passarão
por segundo por essa placa, o que oferece imagens de
vídeo, por exemplo, com velocidade cada vez mais próxi-
ma da realidade. Além dessa velocidade, existem outros
itens importantes de serem observados em uma placa
de vídeo: aceleração gráfica 3D, resolução, quantidade de
cores e, como não poderíamos esquecer, qual o padrão
de encaixe na placa mãe que ela deverá usar (atualmente
seguem opções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens
um a um:
Placas de som são hardwares específicos para traba-
lhar e projetar a sons, seja em caixas de som, fones de
ouvido ou microfone. Essas placas podem ser onboard,
ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou of-
fboard, conectadas em slots presentes na placa mãe. São
dispositivos de entrada e saída de dados, pois tanto per-
mitem a inclusão de dados (com a entrada da voz pelo
microfone, por exemplo) como a saída de som (através
das caixas de som, por exemplo).
Placas de rede são hardwares específicos para inte-
Considerando a figura acima, que ilustra as propriedades
grar um computador a uma rede, de forma que ele possa
de um dispositivo USB conectado a um computador com
enviar e receber informações. Essas placas podem ser on-
sistema operacional Windows 7, julgue os itens a seguir
board, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou
offboard, conectadas em slots presentes na placa mãe.
1) Escrivão de Polícia CESPE 2013
As informações na figura mostrada permitem inferir que
#FicaDica o dispositivo USB em questão usa o sistema de arquivo
NTFS, porque o fabricante é Kingston.
Alguns dados importantes a serem observados
em uma placa de rede são: a arquitetura de rede ( ) Certo ( ) Errado
que atende os tipos de cabos de rede suportados
e a taxa de transmissão.
Resposta: Errado - Por padrão os pendrives (de baixa
capacidade) são formatados no sistema de arquivos
Periféricos de computadores FAT, mas a marca do dispositivo ou mesmo a janela
Para entender o suficiente sobre periféricos para con- ilustrada não apresenta informações para afirmar sobre
curso público é importante entender que os periféricos qual sistema de arquivos está sendo utilizado.
são os componentes (hardwares) que estão sempre liga-
dos ao centro dos computadores. 2) Escrivão de Polícia CESPE 2013
Os periféricos são classificados como: Ao se clicar o ícone , será mostrado, no
Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a Resumo das Funções do Dispositivo, em que porta USB o
informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner, dispositivo está conectado.
microfone, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador
Biométrico, Touchpad e outros. ( ) Certo ( ) Errado
Dispositivos de Saída: É responsável em receber a in-
formação do computador. Exemplos: Monitor, Impresso- Resposta: Certo - Ao se clicar no ícone citado será de-
ras, Caixa de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros. monstrada uma janela com informações/propriedades
Dispositivo de Entrada e Saída: É responsável em do dispositivo em questão, uma das informações que
transmitir e receber informação ao computador. Exem- aparecem na janela é a porta em que o dispositivo USB
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

plos: Drive de Disquete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, mo- foi/está conectado.
dem, Pen-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dispositivo
de Som e outros. 3) Escrivão de Polícia CESPE 2013
Um clique duplo em fará
#FicaDica que seja disponibilizada uma janela contendo funcionali-
dades para a formatação do dispositivo USB.
Periféricos sempre podem ser classificados em
três tipos: entrada, saída e entrada e saída. ( ) Certo ( ) Errado

4
Resposta: Errado - O Clique duplo para o caso da ilus- Resposta: Errado - O uso dos processadores era algo
tração fará abrir a janela de propriedades do dispositivo. que até um tempo atrás ficava restrito a desktops, no-
A respeito de tipos de computadores e sua arquitetura tebooks e, em uma maior escala, a servidores, mas com
de processador, julgue os itens subsequentes a popularização de smartphones e tablets esse cenário
mudou. Grandes players como Samsung, Apple e NVI-
4) Escrivão de Polícia CESPE 2013 DIA passaram a fabricar seus próprios modelos, conhe-
Diferentemente de um processador de 32 bits, que não cidos como SoCs (System on Chip), que além da CPU
suporta programas feitos para 64 bits, um processador incluem memória RAM, placa de vídeo e muitos outros
de 64 bits é capaz de executar programas de 32 bits e componentes.
de 64 bits.
8) Delegado de Polícia CESPE 2004
( ) Certo ( ) Errado Ao se clicar a opção , será executado um programa
que permitirá a realização de operações de criptografia
Resposta: Certo - Se o programa for especialmente pro- no arquivo para protegê-lo contra leitura indevida.
jetado para a versão de 64 bits do Windows, ele não
funcionará na versão de 32 bits do Windows. (Entretan- ( ) Certo ( ) Errado
to, a maioria dos programas feitos para a versão de 32
bits do Windows funciona com uma versão de 64 bits Resposta: Errado - WinZip é um dos principais progra-
do Windows.) mas para compactar e descompactar arquivos de seu
computador. Perfeito para organizar e economizar es-
5) Escrivão de Polícia CESPE 2013 paço em seu disco rígido.
Um processador moderno de 32 bits pode ter mais de
um núcleo por processador. 9) Delegado de Polícia CESPE 2004
A comunicação entre a CPU e o monitor de vídeo é feita,
( ) Certo ( ) Errado na grande maioria dos casos, pela porta serial.

Resposta: Certo - O processador pode ter mais de um ( ) Certo ( ) Errado


núcleo (CORE), o que gera uma divisão de tarefas, eco-
nomizando energia e gerando menos calor. EX. dual Resposta: Errado - As portas de vídeo mais comuns são:
core (2 núcleos). Os tipos de processador podem ser de VGA, DVI, HDMI
32bits e 64 bits
10) Delegado de Polícia CESPE 2004
6) Escrivão de Polícia CESPE 2013 Alguns tipos de mouse se comunicam com o computa-
Se uma solução de armazenamento embasada em hard dor por meio de porta serial.
drive externo de estado sólido usando USB 2.0 for subs-
tituída por uma solução embasada em cloud storage, ( ) Certo ( ) Errado
ocorrerá melhoria na tolerância a falhas, na redundância
e na acessibilidade, além de conferir independência fren- Resposta: Certo - A interface serial ou porta serial,
te aos provedores de serviços contratados. também conhecida como RS-232 é uma porta de co-
municação utilizada para conectar pendrives, modems,
( ) Certo ( ) Errado mouses, algumas impressoras, scanners e outros equi-
pamentos de hardware. Na interface serial, os bits são
Resposta: Errado - Não há “maior independência frente transferidos em fila, ou seja, um bit de dados de cada
aos provedores de serviço contratados”, pois o acesso vez.
aos dados dependerá do provedor de serviços de nuvem
no qual seus dados ficarão armazenados, qualquer que
seja a nuvem. Independência para mudar de fornece-
dor, quando existente, não implica em dizer que o usu-
ário fica independente do fornecedor que esteja usando
no momento.

Acerca de conceitos de hardware, julgue o item seguinte.


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

7) Papiloscopista CESPE 2012


Diferentemente dos computadores pessoais ou PCs tra-
dicionais, que são operados por meio de teclado e mou-
se, os tablets, computadores pessoais portáteis, dispõem
de recurso touchscreen. Outra diferença entre esses dois
tipos de computadores diz respeito ao fato de o tablet
possuir firmwares, em vez de processadores, como o PC.

( ) Certo ( ) Errado

5
EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AMBIENTE MICROSOFT OFFICE,
VERSÕES 2010, 2013 E 365).

Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 6: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 7.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 7: Extensões de Arquivos ligados ao Word

#FicaDica
As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de
cada guia quebram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um co-
mando ou exibem um menu de comandos.

6
Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo
da imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

Figura 8: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo
do grupo, contendo mais opções de formatação.
As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.
Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquer-
da, direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar
o botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua.
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha dese-
jada, pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua.
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado”.
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o
restante do parágrafo selecionado.
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionar-
mos a tecla Tab.

Figura 9: Réguas
4. Grupo edição

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e
selecionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que dese-
jamos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada em
minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e palavra
maiúscula.
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos
localizar a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção
não estiver marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o
caractere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e
“término”).

7
Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

Para localizar digite exemplo


Qualquer caractere único ? s?o localiza salvo e sonho.
Qualquer sequência de caracteres * t*o localiza tristonho e término.
<(org) localiza
O início de uma palavra < organizar e organização,
mas não localiza desorganizado.
(do)> localiza medo e cedo, mas não
O final de uma palavra >
localiza domínio.
Um dos caracteres especificados [] v[ie]r localiza vir e ver
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere único neste intervalo [-] Os intervalos devem estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere único, exceto os caracteres no F[!a-m]rro localiza forro, mas não localiza
[!x-z]
intervalo entre colchetes ferro.
Exatamente n ocorrências do caractere ou expressão ca{2}tinga localiza caatinga, mas não
{n}
anterior catinga.
Pelo menos n ocorrências do caractere ou expressão
{n,} ca{1,}tinga localiza catinga e caatinga.
anterior
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
{n,m}
caractere ou expressão anterior 100 e 1000.
Uma ou mais ocorrências do caractere ou expressão ca@tinga localiza
@
anterior catinga e caatinga.

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 10: Estilos de Tabela

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formatações de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e de-
mais itens presentes na mesma. Além de escolher um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do sombrea-
mento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de uma
tabela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Escolher entre várias opções de borda”, para exibir a seguinte tela:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 11: Bordas e sombreamento

8
Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Defi- 6. Grupo Links:
nição”, escolhemos como será a borda da nossa tabela:
- Nenhuma: retira a borda; Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web,
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa; uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador para
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabe- atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador pode
la iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais se tornar um link dentro do próprio documento.
campos de opção; Referência cruzada: referência tabelas.
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções Grupo cabeçalho e rodapé:
da janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e Insere cabeçal
as bordas internas permanecem iguais. hos, rodapés e números de páginas.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas
da tabela, uma cor e uma largura. Grupo texto:
- Visualização: através desse recurso, podemos definir
bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exemplo,
podemos escolher um estilo e, em visualização, clicar na
borda superior; escolher outro estilo e clicar na borda in-
ferior; e assim colocar em cada borda um tipo diferente
de estilo, com cores e espessuras diferentes, se assim de-
sejarmos.

A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz re-


cursos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A di-
ferença é que se trata de criar bordas na página de um Figura 13: Grupo Texto
documento e não em uma tabela.
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-formata-
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que das. As caixas de texto são espaços próprios para inser-
envolve vários tipos de desenhos. ção de textos que podem ser direcionados exatamente
Alguns desses desenhos podem ser formatados onde precisamos. Por exemplo, na figura “Grupo Texto”,
com cores de linhas diferentes, outros, porém não per- os números ao redor da figura, do 1 até o 7, foram adi-
mitem outras formatações a não ser o ajuste da largura. cionados através de caixas de texto.
Podemos aplicar as formatações de bordas da página 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reuti-
no documento todo ou apenas nas sessões que dese- lizáveis, incluindo campos, propriedades de documentos
jarmos, tendo assim um mesmo documento com bordas como autor ou quaisquer fragmentos de texto pré-for-
em uma página, sem bordas em outras ou até mesmo mado.
bordas de página diferentes em um mesmo documento. 3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
como base para a assinatura de um documento.
5. Grupo Ilustrações: 4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no do-
cumento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no
início de cada parágrafo. É uma opção de formatação
decorativa, muito usada principalmente, em livros e re-
vistas. Para inserir a letra capitular, basta clicar no pará-
grafo desejado e depois na opção “Letra Capitular”. Veja
o exemplo:

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

Figura 12: Grupo Ilustrações 7. Guia revisão

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto 7.1. Grupo revisão de texto
uma imagem que esteja salva no computador ou em ou-
tra mídia, como pendrive ou CD.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras


que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para co-
municar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar
dados.
Figura 14: Grupo revisão de texto

9
1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando
pesquisas em materiais de referência como jornais, enci- #FicaDica
clopédias e serviços de tradução.
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre Por exemplo, a palavra informática. Se
algumas palavras é possível realizar sua tradução para clicarmos com o botão direito do mouse
outro idioma. sobre ela, um menu suspenso nos será
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar mostrado, nos dando a opção de escolher
a correção de ortografia e gramática. a palavra informática. Clicando sobre ela, a
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os palavra do texto será substituída e o texto
caracteres, parágrafos e linhas de um documento. ficará correto.
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte-
rar a palavra selecionada por outra de significado igual
ou semelhante. 8. Grupo comentário:
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para
outro idioma. Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser-
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica ve como comentário do texto selecionado, onde é possível
e gramatical do documento. Assim que clicamos na op- realizar exclusão e navegação entre os comentários.
ção “Ortografia e gramática”, a seguinte tela será aberta:
9. Grupo controle:

Figura 16: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações


feitas no documento como formatações, inclusões, ex-
clusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no próprio
documento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de
exibir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de
marcação a ser exibido ou ocultado no documento.
Figura 15: Verificar ortografia e gramática
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já
busca trechos do texto ou palavras que não se enqua- 10. Grupo alterações:
drem no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais
e ortográficas. Na parte de cima da janela “Verificar or-
tografia e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou pa-
lavra considerada inadequada. Em baixo, aparecerão as
sugestões. Caso esteja correto e a sugestão do Word não
se aplique, podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a
regra apresentada esteja incorreta ou não se aplique ao
trecho do texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

regra”; caso a sugestão do Word seja adequada, clicamos


em “Alterar” e podemos continuar a verificação de orto-
grafia e gramática clicando no botão “Próxima sentença”.
Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, Figura 17: Grupo alterações
indicando que o Word a considera incorreta, podemos
apenas clicar com o botão direito do mouse sobre ela e 1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a
verificar se uma das sugestões propostas se enquadra. próxima alteração proposta.
2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que
seja aceita ou rejeitada.

10
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que
possa ser rejeitada ou aceita.
#FicaDica
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave-
gação para aceitação ou rejeição. Perguntas de intervalos de impressão são
constantes em questões de concurso!
Para imprimir nosso documento, basta clicar no botão
do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Imprimir”.
Este procedimento nos dará as seguintes opções: Word 2013
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso-
ra, o número de cópias e outras opções de configuração Vejamos abaixo alguns novos itens implementados na
antes de imprimir. plataforma Word 2013:
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para a
para a impressora configurada como padrão e não abre leitura de documentos perceberá rapidamente a diferença,
opções de configuração. pois seu novo Modo de Leitura conta com um método que
abre o arquivo automaticamente no formato de tela cheia,
- Visualização da Impressão – promove a exibição do ocultando as barras de ferramentas, edição e formatação.
documento na forma como ficará impresso, para que Além de utilizar a setas do teclado (ou o toque do dedo nas
possamos realizar alterações, caso necessário. telas sensíveis ao toque) para a troca e rolagem da página
durante a leitura, basta o usuário dar um duplo clique sobre
uma imagem, tabela ou gráfico e o mesmo será ampliado,
facilitando sua visualização. Como se não bastasse, clicando
com o botão direito do mouse sobre uma palavra desco-
nhecida, é possível ver sua definição através do dicionário
integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um do-
cumento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe
Acrobat. Em seu novo formato, o Word é capaz de conver-
ter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de edita-
do, salvá-lo novamente no formato original. Esta façanha,
contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o uso de
arquivos PDF está sendo cada vez mais corriqueiro no am-
biente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata normal-
mente a colaboração de outras pessoas na criação de um
documento, ou seja, os comentários realizados neste, como
se cada um fosse um novo tópico. Com o Word 2013 é pos-
sível responder diretamente o comentário de outra pessoa
clicando no ícone de uma folha, presente no campo de lei-
tura do mesmo. Esta interação de usuários, realizada através
dos comentários, aparece em forma de pequenos balões à
margem documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus documen-
tos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por e-mail
tornou-se um grande diferencial da nova plataforma Office
Figura 18: Imprimir 2013. O responsável por esta apresentação online é o Office
Presentation Service, porém, para isso, você precisa estar lo-
As opções que temos antes de imprimir um arquivo gado em uma Conta Microsoft para acessá-lo. Ao terminar
estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher a o arquivo, basta clicar em Arquivo / Compartilhar / Apre-
impressora, caso haja mais de uma instalada no compu- sentar Online / Apresentar Online e o mesmo será enviado
tador ou na rede, configurar as propriedades da impres- para a nuvem e, com isso, você irá receber um link onde
sora, podendo estipular se a impressão será em alta qua- poderá compartilhá-lo também por e-mail, permitindo aos
lidade, econômica, tom de cinza, preto e branca, entre demais usuários baixá-lo em formato PDF.
outras opções. Ocultar títulos em um documento: apontado como uma
Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja, dificuldade por grande parte dos usuários, a rolagem e edi-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá- ção de determinadas partes de um arquivo muito extenso,
gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou com vários títulos, acabou de se tornar uma tarefa mais fácil
um intervalo de páginas. Podemos determinar o número e menos desconfortável. O Word 2013 permite ocultar as
de cópias e a forma como as páginas sairão na impres- seções e/ou títulos do documento, bastando os mesmos
são. Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos estarem formatados no estilo  Títulos  (pré-definidos pelo
se sairão primeiro todas as páginas de número 1, depois Office). Ao posicionar o mouse sobre o título, é exibida uma
as de número 2, assim por diante, ou se desejamos que espécie de triângulo a sua esquerda, onde, ao ser clicado,
a segunda cópia só saia depois que todas as páginas da o conteúdo referente a ele será ocultado, bastando repe-
primeira forem impressas. tir a ação para o mesmo reaparecer.

11
Enfim, além destas novidades apresentadas existem outras tantas, como um layout totalmente modificado, focado
para a utilização do software em tablets e aparelhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também, abre
um amplo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de assegurar toda esta
relação online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de segurança para seus
aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft. 
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e down-
load de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu
conteúdo sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada. 
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instala-
do pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou
baixar fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem
acessados e contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, mi-
nutos Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso
pagando uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém,
aqui estamos falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.
Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 19: Versões Office 365

14. LibreOffice Writer

O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como
base o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou
seja, é multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

-  O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Appli-
cations (ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML.  Os formatos para Writer, Calc e Impress
utilizam o mesmo “prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer
→ .odt (Open Document Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presen-
tations).
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades
do aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Writer.

12
Figura 20: Tela do Libreoffice Writer
 
O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lin-
guagem LibreOffice Basic). 
 O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As
principais teclas de atalho do Writer são:
Destacar essa tabela devido a recorrência em cair atalhos em concurso

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 21: Atalhos Word x Writer

13
Excel 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 23: Tela Principal do Excel 2013

Barra de Títulos:
A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:
Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os co-
mandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e,
para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 24: Faixa de Opções

14
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:
A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões
de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Figura 25: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:


Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar
à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta bar-
ra, clicando na seta lateral. Na janela apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais
Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

Figura 26: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de
Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas
teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

Figura 27: Barra de Status


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

15
Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.

Figura 28: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontal-
mente, e assim poder visualizar toda a sua planilha.

Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, na qual você fará a inserção de dados
e fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas
com letras (A, B, C, etc.).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 29: Planilha de Cálculo

16
Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda
a coluna é selecionada.

Figura 30: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde
as opções deste menu são as seguintes:
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado
e, após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido
recortadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatação das células (tal procedimento
será visto detalhadamente adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, neces-
sários para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no
cabeçalho de uma linha, esta ficará selecionada.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 31: Cabeçalho de linha

#FicaDica
Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a
célula A1. Na Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

17
Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

Figura 32: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao
contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após
dar um “Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.

Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já
eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessi-
tar. Para criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as planilhas,
basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.
Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de traba-
lho diferentes, utilizando as guias de planilhas.
Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.

Figura 33: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

os dados nela contidos.


-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados
importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (planilha: o
principal documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica. Uma
planilha consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de trabalho.) ou
da pasta de trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou
parte de uma planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É necessário digitar
as letras maiúsculas e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a proteção da planilha,
quando necessário.

18
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de
planilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impressas
juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.

Figura 34: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias
de suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos
que ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos ou números
comuns de uma fórmula.

Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes formas
de fazê-lo:

Figura 35: Soma simples

Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.


Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência até o
último valor.
Após a sequência de células a serem somadas, clicar no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
A última forma que veremos é a função soma digitada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é fundamental:
= nome da função (
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1 - Sinal de igual.
2 – Nome da função.
3 – Abrir parênteses.

Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno lembrete sobre a função que iremos usar, e nele é possível clicar
e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo a seguir, a função = soma(B2:B4).
Lembre-se, basta colocar a célula que contém o primeiro valor, em seguida os dois pontos (:) e por último a célula
que contém o último valor.

19
Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois va- Inteiro: Com essa função podemos obter o valor in-
lores, por isso não precisamos de uma função específica. teiro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2).
Tendo dois valores em células diferentes, podemos Lembramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) com a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a
seguir a fórmula = B2-B3. Arredondar para cima: Com essa função, é possível
arredondar um número com casas decimais para o nú-
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, proce- mero mais distante de zero.
demos de forma semelhante à subtração. Clicamos no Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação que, dígitos)
para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último Onde:
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se
seguinte função: deseja arredondar núm.
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo va-
lor da célula C2.

Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de


forma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos
no primeiro número, digitamos o sinal de divisão que,
para o Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
Figura 37: Início da função arredondar para cima
Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial
a maior idade digitada no intervalo de células de A2 até da função, o Excel nos mostra que temos que selecio-
A5. A função digitada será = máximo(A2:A5). nar o num, ou seja, a célula que desejamos arredondar
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver dígitos para a qual queremos arredondar.
qual é o maior valor. No caso a resposta seria 10. Na próxima figura, para efeito de entendimento, dei-
xaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos
Mínimo: Mostra o menor valor existente em um in- na coluna C:
tervalo de células selecionadas.
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi- A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será = mesmo conceito.
mínimo (A2:A5). Resto: Com essa função podemos obter o resto de
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver = mod (núm;divisor)
qual é o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00. Onde:
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar
Média: A função da média soma os valores de uma o resto.
sequência selecionada e divide pela quantidade de valo- divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o
res dessa sequência. número.
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
Foi digitado “= média )”, depois, foram selecionados
os valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter
for pressionada, o resultado será automaticamente colo-
cado na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for altera-
do, recalculam o valor final.
Figura 38: Exemplo de digitação da função MOD
Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
planilha. Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente:
1,5 e 1.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o


valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o nú-
mero sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Figura 36: Exemplo função hoje Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja
obter.
Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.

20
Figura 39: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias).
Sua sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.

No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial
o dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

Figura 40: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 41: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.
A sintaxe dessa função é a seguinte:
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta

21
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:
verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a res- =SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10)
posta da pergunta for falsa, define o resultado. MULHERES:
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI-
queremos colocar uma mensagem se o funcionário rece- NO, ENTÃO
be um salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
ou abaixo do valor mínimo determinado em R$ 724,00. TERVALO D3 ATÉ D10
Assim, temos a condição: MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então Traduzindo a condição em variáveis teremos:
ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
RESULTADO NA CÉLULA E3 onde devemos digitar a fórmula
Traduzindo a condição em variáveis teremos: Intervalo para análise: C3:C10
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é Critério: “FEMININO”
onde devemos digitar a fórmula Intervalo para soma: D3:D10
Teste lógico: C3>=724 Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
Valor_se_verdadeiro: “Acima” =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
Valor_se_falso: “Abaixo”
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos: Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”) tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de
registros, SE determinada condição for verdadeira. A sin-
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as taxe desta função é a seguinte:
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e =CONT.SE(intervalo;“critérios”)
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: = : significa a chamada para uma fórmula/função
E4 ↑ =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”) CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
E5 ↑ =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
E6 ↑ =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”) dos dados
E7 ↑ =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
E8 ↑ =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
“intervalo”
E9 ↑ =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”)
Usando a planilha acima como exemplo, queremos
E10 ↑ =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”)
saber quantas pessoas ganham R$ 1.200,00 ou mais, e
mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma
abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determina-
D15. Para isso precisamos criar a seguinte condição:
da condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a
seguinte:
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) R$ 1.200,00 ou MAIS:
=Significa a chamada para uma fórmula/função SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
SomaSe: função SOMASE OU IGUAL A 1.200,00, ENTÃO
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
dos dados MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava-
liados a fim de chegar à condição verdadeira Traduzindo a condição em variáveis teremos:
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
cada a condição para soma dos valores onde devemos digitar a fórmula
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar Intervalo para análise: C3:C10
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar Critério: >=1200
o resultado na célula D16. E também queremos somar Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
os salários das funcionárias mulheres e mostrar o resul- =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
tado na célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte MENOS DE R$ 1.200,00:
condição: SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
HOMENS: NOR QUE 1200, ENTÃO
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCU- CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
LINO, ENTÃO MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

INTERVALO D3 ATÉ D10 Traduzindo a condição em variáveis teremos:


MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
onde devemos digitar a fórmula
Traduzindo a condição em variáveis teremos: Intervalo para análise: C3:C10
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é Critério: <1200
onde devemos digitar a fórmula Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:
Intervalo para análise: C3:C10 =CONT.SE(C3:C10;”<1200”)
Critério: “MASCULINO”
Intervalo para soma: D3:D10

22
Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200)
não entraria na contagem.

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.

Figura 42: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 43: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre outras
opções de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 44: Formatando a planilha (Passo 1)

23
Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos
mudar o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as for-
matações.

Figura 45: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser rea-
lizado vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está
escrito geral e escolher.

Figura 46: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 47: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito
útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente)
ou classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação cres-
cente ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá
classificar os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão
alterados. Nas versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

dos dados junto com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.

Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da
nossa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e
visualizar somente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

24
Grupo ferramentas de dados:
- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores inválidos
para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapida-
mente e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 48: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido

Figura 49: Gráfico de Colunas – 3D


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na
página, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.

#FicaDica
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do
Office 365, que podem ser comprados conforme figura 39.

25
LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Docu-
ment Spreadsheet).
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada
pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:

Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retor-
nará a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

Figura 50: Exemplo de Operação no Calc

Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_pla-
nilha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito
usando o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, plani-
lhas, gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

26
PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova
apresentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos ele-
mentos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

Figura 52: Tela Principal do PowerPoint 2013

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao
iniciar o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo
de atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 53: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da
tela e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

de acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será
exibida uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

27
Figura 54: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o
menu Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além
da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre
o ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na
sua apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom
e os botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 55: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando
os antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresenta-
ção. Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado
o Modo de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a
apresentação).

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe como
começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa iniciar a
criação de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por temas (é
necessário estar conectado à internet).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 56: Modelos e temas online

28
Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão
vários modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 57: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo
em seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA
APRESENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender
às suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor
como funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação,
assim:
Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de
Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Figura 58: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Exibição de Slides: Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções,
no menu ‘EXIBIÇÃO’.

29
Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

Figura 59: Modo de Exibição ‘Normal’.

#FicaDica
Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela,
ou utilize as teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a
construção do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides
pra você.

Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estruturação
de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos de
animação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 60: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode
ocultar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

30
Alterando o Design: A utilização destes recursos é muito simples, bastan-
O design de um slide é a apresentação visual do mes- do clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja
mo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O utilizar.
PowerPoint disponibiliza vários temas prontos para apli- Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’
car ao design de sua apresentação. e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver
Para inserir um Tema de design pronto nos slides aces- a utilização dos recursos de Conteúdo.
se a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta late- Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta la-
ral para visualizar todos os temas existentes. teral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecio- opções. Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
nado. O tema será aplicado em todos os slides. Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mos-
Variantes -> Cores e Variantes -> Fontes: ainda na trado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro
guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, al- do slide possui diversas opções de tipo de conteúdo que
terando cores e fontes, criando novos temas de cores.
se pode utilizar.
Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções.
As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:
Passe o mouse sobre cada tema para visualizar o efeito na
apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê um
• Escolher Elemento Gráfico SmartArt
clique com o mouse para aplicá-la à apresentação.
• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para


enriquecer seus conhecimentos e, em consequência,
criar apresentações muito mais interessantes. O funcio-
namento de cada item é semelhante aos já abordados.

Agora é com você!


Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procuran-
do utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de
Figura 61: Variantes de Temas de Design conteúdo. Desta forma, você estará aprendendo ainda
mais utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.
Variantes -> Efeitos: os efeitos de tema especificam
como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas Animação dos Slides: A animação dos slides é um
e imagens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar dos últimos passos da criação de uma apresentação.
a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapida- Essa é uma etapa importante, pois, apesar dos inúmeros
mente a aparência dos objetos. recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável
exagerar na utilização dos mesmos, pois além de tornar
Layout de Texto: a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que
O primeiro slide criado em nossa apresentação é um estão assistindo, ao invés de dar foco ao conteúdo da
‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da apresentação, passam a dar foco para as animações.
palestra ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo
pois trata-se do slide inicial.
Transições: A transição dos slides nada mais é que
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para
a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher
adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação.
entre diversas transições prontas, através da faixa de op-
A apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”.
ções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adi-
cionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da em- apresentação e clique nesta opção.
presa em que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao Escolha uma das transições prontas e veja o que
tema da apresentação. acontece. Explore os diversos tipos de transições, ape-
Formate o texto da forma como desejar, selecionando nas clicando sobre elas e assistindo os efeitos que elas
o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando so- produzem. Isso pode ser bastante divertido, mas depen-
bre a ‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações. dendo do intuito da apresentação, o exagero pode tor-
Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. nar sua apresentação pouco profissional.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Será criado um novo slide com layout diferente do an- Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o
terior. Isso acontece porque o programa entende que o avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao
próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e Clicar com o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você
assim sucessivamente para a criação da sua apresentação. também pode aplicar som durante a transição.

Layouts de Conteúdo: Animações: As animações podem ser definidas para


Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua
figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe apresentação você pode optar em ir abrindo o texto
de mídia (que podem ser animações, imagens, sons, etc.). conforme trabalha os assuntos.

31
Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma
das caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 62: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te
agradar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

Figura 63: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção
de animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o
anterior. Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.
Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer
juntos após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos
aparecerão ao mesmo tempo na tela.
Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presen-
tations).
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide.
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.

- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substi-
tuir, Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides,
Layout de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em
objetos e na transição de slides.

32
Resposta: CERTO. A opção Inserir, Ilustrações, Imagem
possibilita a inserção de imagens no documento, sejam
EXERCÍCIOS COMENTADOS elas armazenadas no computador, na rede ou na Inter-
net (no 2013 é possível na opção Imagens on-line, no
1. (ESCRIVÃO – DE POLÍCIA – CESPE 2013) Título, as- 2010 não).
sunto, palavras-chave e comentários de um documento
são metadados típicos presentes em um documento pro- 5. (AGENTE – CESPE – 2014) Para criar um documento
duzido por processadores de texto como o BrOffice e o no Word 2013 e enviá-lo para outras pessoas, o usuário
Microsoft Office. deve clicar o menu Inserir e, na lista disponibilizada, sele-
cionar a opção Iniciar Mala Direta.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: CERTO. Quando um determinado documento
de texto produzido tanto pelo BrOffice quanto pelo Mi- Resposta: ERRADO. A mala direta é usada para criar
crosoft Office ele fica armazenado em forma de arquivo correspondências em massa que podem ser personali-
em uma memória especificada no momento da gravação zadas para cada destinatário. É possível adicionar ele-
deste. Ao clicar como botão direito do mouse no arquivo mentos individuais a qualquer parte de uma etiqueta,
de texto armazenado e clicar em propriedades é possível carta, envelope, ou e-mail, desde a saudação até o con-
por meio da guia Detalhes perceber os metadados “Títu- teúdo do documento, inclusive imagens. O Word preen-
lo, assunto, palavras-chave e comentários”. che automaticamente os campos com as informações
do destinatário e gera todos os documentos individuais.
2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que Contudo, não envia um arquivo a outros usuários como
um usuário disponha de um computador apenas com Li- diz a questão.
nux e BrOffice instalados. Nessa situação, para que esse
computador realize a leitura de um arquivo em formato 6. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, ao se se-
de planilha do Microsoft Office Excel, armazenado em um lecionar uma palavra, clicar sobre ela com o botão direito
pendrive formatado com a opção NTFS, será necessária a do mouse e, na lista disponibilizada, selecionar a opção
definir, será mostrado, desde que estejam satisfeitas to-
conversão batch do arquivo, antes de sua leitura com o
das as configurações exigidas, um dicionário contendo
aplicativo instalado, dispensando-se a montagem do sis-
significados da palavra selecionada.
tema de arquivos presente no pendrive.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: CERTO. A inclusão do dicionário no botão
Resposta: ERRADO. Um pendrive formatado com o
direito na versão Word 2013 é novidade, mas já é an-
sistema de arquivos NTFS será lido normalmente pelo
tiga no Word pelo comando Shift + F7(dicionário de
Linux, sem necessidade de conversão de qualquer natu- sinônimos).
reza. E o fato do suposto arquivo estar em formato Excel
(xls ou xlsx) é indiferente também, já que o BrOffice é
capaz de abrir ambos os formatos.

3. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) O BrOffice 3, que


reúne, entre outros softwares livres de escritório, o editor
de texto Writer, a planilha eletrônica Calc e o editor de
apresentação Impress, é compatível com as plataformas
computacionais Microsoft Windows, Linux e MacOS-X

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO. O BrOffice 3 faz parte de um con-


junto de aplicativos para escritório livre multiplataforma
chamado OpenOffice.org.
Distribuída para Microsoft Windows, Unix, Solaris, Linux
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

e Mac OS X, mantida pela Apache Software Foundation.

4. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, a partir de


opção disponível no menu Inserir, é possível inserir em um
documento uma imagem localizada no próprio compu-
tador ou em outros computadores a que o usuário esteja
conectado, seja em rede local, seja na Web.

( ) CERTO ( ) ERRADO

33
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Para en-
contrar todas as ocorrências do termo “Ibama” no docu-
mento em edição, é suficiente realizar o seguinte proce-
dimento: aplicar um clique duplo sobre o referido termo;
clicar sucessivamente o botão .

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: ERRADO. O botão mostrado na questão não


deve ser utilizado para encontrar ocorrências de um de-
terminado termo no documento que se está editando,
tal recurso pode ser conseguido através do botão Loca-
lizar ou do atalho CTRL+L.

Considerando a figura acima, que ilustra uma janela do


Word 2000 contendo parte de um texto extraído e adap-
tado do sítio http://www.funai.gov.br, julgue os itens sub-
sequentes. A figura acima mostra uma janela do Excel 2002 com uma
planilha em processo de edição. Com relação a essa figu-
7. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Conside- ra e ao Excel 2002, e considerando que apenas a célula
re o seguinte procedimento: selecionar o trecho “Funai, C2 está formatada como negrito, julgue o item abaixo.
(...) Federal”; clicar a opção
Estilo no menu ; na janela decorrente dessa ação, 10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) É possí-
marcar o campo todas em maiúsculas; clicar OK. Esse vel aplicar negrito às células B2, B3 e B4 por meio da se-
procedimento fará que todas as letras do referido trecho guinte sequência de ações, realizada com o mouse: clicar
fiquem com a fonte maiúscula. a célula C2; clicar ; posicionar o ponteiro sobre o centro
da célula B2; pressionar e manter pressionado o botão
( ) CERTO ( ) ERRADO esquerdo; posicionar o ponteiro no centro da célula B4;
liberar o botão esquerdo.
Resposta: ERRADO. O procedimento correto é: selecio- Em um computador cujo sistema operacional é o Windo-
nar o trecho “Funai, (...) Federal”; clicar a opção FONTE ws XP, ao se clicar, com o botão direito do mouse, o ícone
no menu FORMATAR na janela decorrente dessa ação, , contido na área de trabalho e referente a determi-
marcar o campo Todas em maiúsculas; clicar OK. nado arquivo, foi exibido o menu mostrado na figura ao
lado. A respeito dessa figura e do Windows XP, julgue os
8. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) As infor- itens a seguir.
mações contidas na figura mostrada permitem concluir
que o documento em edição contém duas páginas e,
caso se disponha de uma impressora devidamente ins-
talada e se deseje imprimir apenas a primeira página do
documento, é suficiente realizar as seguintes ações: clicar
a opção Imprimir no menu ; na janela aberta em
decorrência dessa ação, assinalar, no campo apropriado,
que se deseja imprimir a página atual; clicar OK.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO. A opção para imprimir documentos


assim como para efetuar as devidas configurações da
( ) CERTO ( ) ERRADO
impressão podem ser feitas através do Menu Arquivo
/ Imprimir ou utilizando-se do atalho CTRL+P.
Resposta: CERTO. Com o botão “Pincel” é possível co-
piar toda a formatação de uma célula para outra célu-
la, e o procedimento correto foi descrito na questão.

34
so aleatório) no computador, normalmente 4 GB ou mais.
NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL Nesses casos, como um sistema operacional de 64 bits
(AMBIENTE WINDOWS, VERSÕES 7, 8 E 10). pode processar grandes quantidades de memória com
mais eficácia do que um de 32 bits, o sistema de 64 bits
poderá responder melhor ao executar vários programas
ao mesmo tempo e alternar entre eles com frequência”.
Windows Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é
reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse
O Windows assim como tudo que envolve a informá- caso, é possível instalar:
tica passa por uma atualização constante, os concursos - Sobre o Windows XP;
públicos em seus editais acabam variando em suas ver- - Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista
sões, por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto (Win Vista), também 32 bits;
as versões do Windows quanto do Linux. - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um - Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
software, um programa de computador desenvolvido por - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
programadores através de códigos de programação. Os - Win 7 em um computador e formatar o HD durante
Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, a insta- lação;
são considerados como a parte lógica do computador, - Win 7 em um computador sem SO;
uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada
apenas quando o computador está em funcionamento. O Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual
Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a
o primeiro a ser instalado na máquina. chave do produto, que é um código que será solicitado
Quando montamos um computador e o ligamos pela durante a instalação.
primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algu- Vamos adotar a opção de instalação com formatação de
mas rotinas presentes nos chipsets da máquina. Para uti- disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Corporation:
lizarmos todos os recursos do computador, com toda a - Ligue o seu computador, de forma que o Windows
qualidade das placas de som, vídeo, rede, acessarmos a seja inicializado normalmente, insira do disco de instala-
Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do hard- ção do Windows 7 ou a unidade flash USB e desligue o
ware, temos que instalar o SO. seu computador.
Após sua instalação é possível configurar as placas - Reinicie o computador.
para que alcancem seu melhor desempenho e instalar - Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
os demais programas, como os softwares aplicativos e isso, e siga as instruções exibidas.
utilitários. - Na página de Instalação Windows, insira seu idioma
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e ge- ou outras preferências e clique em avançar.
rencia os demais programas. - Se a página de Instalação Windows não aparecer e
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits o programa não solicitar que você pressione alguma te-
e 64 bits está na forma em que o processador do com- cla, talvez seja necessário alterar algumas configurações
putador trabalha as informações. O Sistema Operacional do sistema. Para obter mais informações sobre como fa-
de 32 bits tem que ser instalado em um computador que zer isso, consulte. Inicie o seu computador usando um
tenha o processador de 32 bits, assim como o de 64 bits disco de instalação do Windows 7 ou um pen drive USB.
tem que ser instalado em um computador de 64 bits. - Na página Leia os termos de licença, se você acei-
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, se- tar os termos de licença, clique em aceito os termos de
gundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais me- licença e em avançar.
mória que as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda - Na página que tipo de instalação você deseja? cli-
a reduzir o tempo despendido na permuta de processos que em Personalizada.
para dentro e para fora da memória, pelo armazenamen- - Na página onde deseja instalar Windows? clique em
to de um número maior desses processos na memória de opções da unidade (avançada).
acesso aleatório (RAM) em vez de fazê-lo no disco rígido. - Clique na partição que você quiser alterar, clique na
Por outro lado, isso pode aumentar o desempenho geral opção de formatação desejada e siga as instruções.
do programa”. - Quando a formatação terminar, clique em avançar.
- Siga as instruções para concluir a instalação do
Windows 7 Windows 7, inclusive a nomenclatura do computador e a
configuração de uma conta do usuário inicial.
Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito Conceitos de organização e de gerenciamento de in-
em computador e clique em Propriedades. formações; arquivos, pastas e programas.
2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema.
Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7, arquivos, ícones ou outras pastas.
você precisará de um processador capaz de executar uma Arquivos – são registros digitais criados e salvos por
versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um siste- meio de programas aplicativos. Por exemplo, quando
ma operacional de 64 bits ficam mais claros quando você abrimos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a sal-
tem uma grande quantidade de RAM (memória de aces- vamos no computador, estamos criando um arquivo.

35
Ícones – são imagens representativas associadas a Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e
programas, arquivos, pastas ou atalhos. agora criaremos mais duas pastas dentro dela:
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo. procedimento: botão direito, Novo, Pasta.

1. Criação de pastas (diretórios) 2. Área de trabalho:

Figura 67: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos


quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome
Figura 64: Criação de pastas de área de trabalho, pois a ideia original é que ela sir-
va como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e
#FicaDica documentos para dar início ou continuidade ao trabalho.
Clicando com o botão direito do mouse em Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra
um espaço vazio da área de trabalho ou outro de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:
apropriado, podemos encontrar a opção pasta.
Clicando nesta opção com o botão esquerdo
do mouse, temos então uma forma prática de
criar uma pasta. Figura 68: Barra de tarefas

1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato


com todos os outros programas instalados, programas
que fazem parte do sistema operacional e ambientes de
configuração e trabalho. Com um clique nesse botão,
abrimos uma lista, chamada Menu Iniciar, que contém
opções que nos permitem ver os programas mais aces-
sados, todos os outros programas instalados e os recur-
Figura 65: Criamos aqui uma pasta sos do próprio Windows. Ele funciona como uma via de
chamada “Trabalho”. acesso para todas as opções disponíveis no computador.
Por meio do botão Iniciar, também podemos:
- desligar o computador, procedimento que encerra
o Sistema Operacional corretamente, e desliga efetiva-
mente a máquina;
- colocar o computador em modo de espera, que
reduz o consumo de energia enquanto a máquina estiver
ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos casos em que
vamos nos ausentar por um breve período de tempo da
frente do computador;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- reiniciar o computador, que desliga e liga automa-


ticamente o sistema. Usado após a instalação de alguns
programas que precisam da reinicialização do sistema
para efetivarem sua instalação, durante congelamento
de telas ou travamentos da máquina.
- realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com
nome e senha de outro usuário, tendo assim um ambien-
Figura 66: Tela da pasta criada te com características diferentes para cada usuário do
mesmo computador.

36
Nessa janela, é possível configurarmos a data e a
hora, determinarmos qual é o fuso horário da nossa re-
gião e especificar se o relógio do computador está sin-
cronizado automaticamente com um servidor de horário
na Internet. Este relógio é atualizado pela bateria da pla-
ca mãe, que vimos na figura 26. Quando ele começa a
mostrar um horário diferente do que realmente deveria
mostrar, na maioria das vezes, indica que a bateria da
placa mãe deve precisar ser trocada. Esse horário tam-
bém é sincronizado com o mesmo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, po-
demos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e
depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma
vez sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão
delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão
para lixeira o que foi excluído, sendo possível a restaura-
ção, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo,
um arquivo enviado para a lixeira, podemos, após abri-la,
restaurar o que desejarmos.

Figura 69: Menu Iniciar – Windows 7

Na figura acima temos o menu Iniciar, acessado com


um clique no botão Iniciar.
2) Ícones de inicialização rápida: São ícones coloca-
dos como atalhos na barra de tarefas para serem acessa-
dos com facilidade.
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de
idioma que está sendo usada pelo teclado. Figura 71: Restauração de arquivos
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são enviados para a lixeira
configurados para entrar em ação quando o computa-
dor é iniciado. Muitos deles ficam em execução o tempo A restauração de objetos enviados para a lixeira pode
todo no sistema, como é o caso de ícones de programas ser feita com um clique com o botão direito do mouse
sobre o item desejado e depois, outro clique com o es-
antivírus que monitoram constantemente o sistema para
querdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente
verificar se não há invasões ou vírus tentando ser exe-
o arquivo para seu local de origem.
cutados.
5) Propriedades de data e hora: Além de mostrar o
relógio constantemente na sua tela, clicando duas vezes,
com o botão esquerdo do mouse nesse ícone, acessa- #FicaDica
mos as Propriedades de data e hora.
Outra forma de restaurar é usar a opção
“Restaurar este item”, após selecionar o objeto.

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho


muito grande, são excluídos sem irem antes para a Li-
xeira. Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma
mensagem, ou perguntando se realmente deseja enviar
aquele item para a Lixeira, ou avisando que o que foi se-
lecionado será permanentemente excluído. Outra forma
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

de excluir documentos ou pastas sem que eles fiquem


armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho Shif-
t+Delete.
A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro
cantos da tela para proporcionar melhor visualização de
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e
Figura 70: Propriedades de data e hora com ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado
(canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).

37
Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos
que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
está marcada.

Figura 74: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu


Iniciar

Pela figura acima podemos notar que é possível a


aparência e comportamento de links e menus do menu
Iniciar.

Figura 72: Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:


Por meio do clique com o botão direito do mouse na
barra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, pode- Figura 21: Barra de Ferramentas
mos acessar a janela “Propriedades da barra de tarefas e
do menu iniciar”. 3. Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alte-


rar configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Bo-
tão Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encon-
tramos as seguintes opções:
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sis-
tema e da segurança”, permite a realização de backups e
restauração das configurações do sistema e de arquivos.
Possui ferramentas que permitem a atualização do Siste-
ma Operacional, que exibem a quantidade de memória
RAM instalada no computador e a velocidade do proces-
sador. Oferece ainda, possibilidades de configuração de
Firewall para tornar o computador mais protegido.
- Rede e Internet: mostra o status da rede e possibi-
lita configurações de rede e Internet. É possível também
Figura 73: Propriedades da barra de definir preferências para compartilhamento de arquivos
tarefas e do menu iniciar e computadores.
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover
Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros:
hardwares como impressoras, por exemplo. Também
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela


permite alterar sons do sistema, reproduzir CDs automa-
seja posicionada em outros cantos da tela que não seja o
ticamente, configurar modo de economia de energia e
inferior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão
atualizar drives de dispositivos instalados.
esquerdo do mouse pressionado.
- Programas: através desta opção, podemos realizar
- Ocultar automaticamente a barra de tarefas – ocul-
a desinstalação de programas ou recursos do Windows.
ta (esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui al-
aproveitamento da área da tela pelos programas abertos,
teramos senhas, criamos contas de usuários, determina-
e a exibe quando o mouse é posicionado no canto infe-
rior do monitor. mos configurações de acesso.

38
- Aparência: permite a configuração da aparência da A organização de tela do Windows 8 funciona como
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, menu o antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com
iniciar e barra de tarefas. imagens animadas. Cada mosaico representa um aplica-
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para tivo que está instalado no computador. Os atalhos dessa
alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de nú- área de trabalho, que representam aplicativos de versões
meros e moedas. anteriores, ficam com o nome na parte de cima e um pe-
- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o com- queno ícone na parte inferior. Novos mosaicos possuem
putador às necessidades visuais, auditivas e motoras do tamanhos diferentes, cores diferentes e são atualizados
usuário. automaticamente.
A tela pode ser customizada conforme a conveniência
3.1. Computador do usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela,
mas podem ser encontrados clicando com o botão direi-
to do mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que
#FicaDica um desses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique
com o botão direito sobre o ícone e vá para a opção Fixar
Através do “Computador” podemos na Tela Inicial.
consultar e acessar unidades de disco e outros
dispositivos conectados ao nosso computador. 1. Charms Bar

O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa


Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em Com- e esse recurso possibilita “esconder” algumas configura-
putador. A janela a seguir será aberta: ções e aplicações. É uma barra localizada na lateral que
pode ser acessada colocando o mouse no canto direito e
inferior da tela ou clicando no atalho Tecla do Windows +
C. Essa função substitui a barra de ferramentas presente
no sistema e configurada de acordo com a página em
que você está.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na bus-
ca em configurações. Depois escolha a opção tela inicial
e em seguida escolha a cor da tela. O usuário também
pode selecionar desenhos durante a personalização do
papel de parede.

2. Redimensionar as tiles

Figura 76: Computador Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou-
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão
Observe que é possível visualizarmos as unidades de direito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
disco, sua capacidade de armazenamento livre e usada. Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser
Vemos também informações como o nome do computa- destacar no computador.
dor, a quantidade de memória e o processador instalado
na máquina. 3. Grupos de Aplicativos

Windows 8 Pode-se criar divisões e grupos para unir programas


parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos
É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o podem ser renomeados.
Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celula-
res, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente no 4. Visualizar as pastas
layout, que acabou surpreendendo milhares de usuários
acostumados com o antigo visual desse sistema. A interface do programas no computador podem ser
A tela inicial completamente alterada foi a mudança vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado
que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas as a lado. Para passar de um painel para outro é necessário
aplicações do computador que ficavam no Menu Iniciar e usar a barra de rolagem que fica no rodapé.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

também é possível visualizar previsão do tempo, cotação


da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as pequenas 5. Compartilhar e Receber
miniaturas que aparecem em sua tela inicial para ter aces-
so aos programas que mais utiliza. Comando utilizado para compartilhar conteúdo, en-
Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro de viar uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção
uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer um Compartilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há
painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando uma também a opção Dispositivo que é usada para receber
das pastas e não encontre algum comando, clique com o e enviar conteúdos de aparelhos conectados ao compu-
botão direito do mouse para que esse painel apareça. tador.

39
6. Alternar Tarefas

Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os


programas abertos no desktop e os aplicativos novos do
SO. Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma
lista na lateral esquerda que mostra os aplicativos mo-
dernos.

7. Telas Lado a Lado

Esse sistema operacional não trabalha com o conceito


de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao
mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompa-
nhar o Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do Figura 77: Tela do Windows 10
computador.
O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes ver-
8. Visualizar Imagens sões (com destaque para as duas primeiras):
O sistema operacional agora faz com que cada vez
que você clica em uma figura, um programa específico 1. Windows 10
abre e isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar
isso é preciso ir em Programas – Programas Default – Se- É a versão de “entrada” do Windows 10, que possui a
lecionar Windows Photo Viewer e marcar a caixa Set this maioria dos recursos do sistema. É voltada para Desktops
Program as Default. e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Surface 3.

9. Imagem e Senha 2. Windows 10 Pro

O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao Além dos recursos da versão de entrada, fornece pro-
invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, teção de dados avançada e criptografada com o BitLoc-
acesse a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo ker, permite a hospedagem de uma Conexão de Área de
em seguida clique em More PC settings. Acesse a opção Trabalho Remota em um computador, trabalhar com má-
Usuários e depois clique na opção “Criar uma senha com quinas virtuais, e permite o ingresso em um domínio para
imagem”. Em seguida, o computador pedirá para você realizar conexões a uma rede corporativa.
colocar sua senha e redirecionará para uma tela com um
pequeno texto e dando a opção para escolher uma foto. 3. Windows 10 Enterprise
Escolha uma imagem no seu computador e verifique se a
imagem está correta clicando em “Use this Picture”. Você Baseada na versão 10 Pro, é disponibilizada por meio
terá que desenhar três formas em touch ou com o mou- do Licenciamento por Volume, voltado a empresas.
se: uma linha reta, um círculo e um ponto. Depois, finalize
o processo e sua senha estará pronta. Na próxima vez, 4. Windows 10 Education
repita os movimentos para acessar seu computador.
Baseada na versão Enterprise, é destinada a atender
10. Internet Explorer no Windows 8 as necessidades do meio educacional. Também tem seu
método de distribuição baseado através da versão aca-
Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da pá- dêmica de licenciamento de volume.
gina inicial, você terá acesso ao software sem a barra de
ferramentas e menus. 5. Windows 10 Mobile

Windows 10 Embora o Windows 10 tente vender seu nome fanta-


sia como um sistema operacional único, os smartphones
O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que com o Windows 10 possuem uma versão específica do
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no sistema operacional compatível com tais dispositivos.
mundo dos Sistemas Operacionais, uma das suas mis-
sões é ficar com um visual mais de smart e touch. 6. Windows 10 Mobile Enterprise
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Projetado para smartphones e tablets do setor cor-


porativo. Também estará disponível através do Licencia-
mento por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do
Windows 10 Mobile com funcionalidades direcionadas
para o mercado corporativo.

40
7. Windows 10 IoT Core Resposta: Errado. O comando para a atualização é
“sudo apt-get upgrade”. O comando para instalar pa-
IoT vem da expressão “Internet das Coisas” (Internet cotes é “sudo apt-get install nome_do_pacote”. O co-
of Things). A Microsoft anunciou que haverá edições do mando é “apt-get” e não “aptget”. O comando sudo
Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile Enterprise realmente permite a usuários comuns obter privilégios
destinados a dispositivos como caixas eletrônicos, ter- de outro usuário como o administrador
minais de autoatendimento, máquinas de atendimento
para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core 3. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Em computado-
será destinada para dispositivos pequenos e de baixo res com sistema operacional Linux ou Windows, o aumen-
custo. to da memória virtual possibilita a redução do consumo
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro- de memória RAM em uso, o que permite executar, de for-
soft indica como requisitos básicos dos computadores: ma paralela e distribuída, no computador, uma quantida-
• Processador de 1 Ghz ou superior; de maior de programas.
• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para
64bits); ( ) CERTO ( ) ERRADO
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600 Resposta: Errado. O que torna esta alternativa mais
ou maior. eficaz é o uso da memória em um dispositivo alterna-
tivo (para o PC não “travar”), e não uma redução de
consumo de memória RAM em uso, visto que esta op-
EXERCÍCIOS COMENTADOS ção foi projetada para ajudar quando a memória RAM
do PC for insuficiente para a execução de demasiados
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere programas.
que o usuário de um computador com sistema opera-
cional Windows 7 tenha permissão de administrador e 4. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Tanto no siste-
deseje fazer o controle mais preciso da segurança das ma operacional Windows quanto no Linux, cada arquivo,
conexões de rede estabelecidas no e com o seu compu- diretório ou pasta encontra-se em um caminho, podendo
tador. Nessa situação, ele poderá usar o modo de segu- cada pasta ou diretório conter diversos arquivos que são
rança avançado do firewall do Windows para especificar gravados nas unidades de disco nas quais permanecem
precisamente quais aplicativos podem e não podem fa- até serem apagados. Em uma mesma rede é possível haver
zer acesso à rede, bem como quais serviços residentes comunicação e escrita de pastas, diretórios e arquivos en-
podem, ou não, ser externamente acessados. tre máquinas com Windows e máquinas com Linux.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Um firewall (em português: Parede Resposta: Certo. O sistema Linux e o sistema Windows
de fogo) é um dispositivo de uma rede de computa- conseguem compartilhar diretórios/pastas entre si pois
dores que tem por objetivo aplicar uma política de utilizam se do protocolo, o SMB.CIFS.
segurança a um determinado ponto da rede. O fire-
wall pode ser do tipo filtros de pacotes, proxy de apli- 5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No
cações, etc. Os firewalls são geralmente associados a Windows, não há possibilidade de o usuário interagir com
redes TCP/IP. o sistema operacional por meio de uma tela de computa-
Este dispositivo de segurança existe na forma de soft- dor sensível ao toque.
ware e de hardware, a combinação de ambos é cha-
mada tecnicamente de “appliance”. A complexidade ( ) CERTO ( ) ERRADO
de instalação depende do tamanho da rede, da polí-
tica de segurança, da quantidade de regras que con- Resposta: Errado. As versões mais recentes do Windo-
trolam o fluxo de entrada e saída de informações e do ws existe este recurso. Para usá-lo há a necessidade de
grau de segurança desejado. que a tela seja sensível ao toque.

2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) A instalação e 6. (AGENTE – CESPE – 2014) Comparativamente a com-
a atualização de programas na plataforma Linux a serem putadores com outros sistemas operacionais, computado-
efetuadas com o comando aptget, podem ser acionadas res com o sistema Linux apresentam a vantagem de não
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

por meio das opções install e upgrade, respectivamente. perderem dados caso as máquinas sejam desligadas por
Em ambos os casos, é indispensável o uso do comando meio de interrupção do fornecimento de energia elétrica.
sudo, ou equivalente, se o usuário não for administrador
do sistema. ( ) CERTO ( ) ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Errado. Nenhum sistema operacional pos-


sui a vantagem de não perder dados caso a máquina
seja desligada por meio de interrupção do forneci-
mento de energia elétrica.

41
7. (AGENTE – CESPE – 2014) As rotinas de inicialização GRUB e LILO, utilizadas em diversas distribuições Linux, podem
ser acessadas por uma interface de linha de comando.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. É possível acessar as rotinas de inicialização GRUB e LILO para realizar a sua configuração, assim
como é possível alterar as opções de inicialização do Windows (em Win+Pause, Configurações Avançadas do Siste-
ma, Propriedades do Sistema, Inicialização e Recuperação).

8. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere que um usuário de login joao_jose esteja usando o Windows
Explorer para navegar no sistema de arquivos de um computador com ambiente Windows 7. Considere ainda que,
enquanto um conjunto de arquivos e pastas é apresentado, o usuário observe, na barra de ferramentas do Windows
Explorer, as seguintes informações: Bibliotecas > Documentos > Projetos. Nessa situação, é mais provável que tais ar-
quivos e pastas estejam contidos no diretório C:\Bibliotecas\Documentos\Projetos que no diretório C:\Users\joao_jose\
Documents\Projetos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. O correto é “C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos”. Há possibilidade das pastas estarem em


outro diretório, se forem feitas configurações customizadas pelo usuário. Mesmo na configuração em português o
diretório dos documentos do usuário continua sendo nomeado em inglês: “documents”. Portanto, a afirmação de
que o diretório seria “C:\biblioteca\documentos\projetos” não está correta. O item considera o comportamento
padrão do sistema operacional Windows 7, e, portanto, a afirmação não pode ser absoluta, devido à flexibilidade
inerente a este sistema software. A premissa de que a informação fosse apresentada na barra de ferramentas não
compromete o entendimento da questão.”

9. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No ambiente Linux, é possível utilizar comandos para copiar arqui-
vos de um diretório para um pen drive.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. No ambiente Linux, é permitida a execução de vários comandos por meio de um console. O co-
mando “cp” é utilizado para copiar arquivos entre diretórios e arquivos para dispositivos.

10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se clicar a opção , será exibida uma janela por meio da
qual se pode verificar diversas propriedades do arquivo, como o seu tamanho e os seus atributos.
Em computadores do tipo PC, a comunicação com periféricos pode ser realizada por meio de diferentes interfaces.
Acerca desse assunto, julgue os seguintes itens.

( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo. Dentre as diversas opções que podem ser consultadas ao se ativar as propriedades de um arquivo
estão as opções: tamanho e os seus atributos.

REDES DE COMPUTADORES: CONCEITOS BÁSICOS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E


PROCEDIMENTOS DE INTERNET E INTRANET.
PROGRAMAS DE NAVEGAÇÃO: MOZILLA FIREFOX E GOOGLE CHROME.
PROGRAMA DE CORREIO ELETRÔNICO: MS OUTLOOK.
SÍTIOS DE BUSCA E PESQUISA NA INTERNET.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

REDES DE COMPUTADORES

Redes de Computadores refere-se à interligação por meio de um sistema de comunicação baseado em transmis-
sões e protocolos de vários computadores com o objetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa ligação é
chamada de estações de trabalho (nós, pontos ou dispositivos de rede).
Atualmente, existe uma interligação entre computadores espalhados pelo mundo que permite a comunicação en-
tre os indivíduos, quer seja quando eles navegam pela internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessário utilizar
recursos como impressoras para imprimir documentos, reuniões através de videoconferência, trocar e-mails, acessar às
redes sociais ou se entreter por meio de jogos, etc.

42
Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, Topologia de Estrela – modelo em que existe um pon-
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à inter- to central (concentrador) para a conexão, geralmente um
net nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, hub ou switch;
o crescimento das redes de computadores também tem Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em
seu lado negativo. A cada dia surgem problemas que automação industrial e na década de 1980 pelas redes
prejudicam as relações entre os indivíduos, como pirata- Token Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores
ria, espionagem, phishing - roubos de identidade, assun- são entreligados formando um anel e os dados são pro-
tos polêmicos como racismo, sexo, pornografia, sendo pagados de computador a computador até a máquina de
destacados com mais exaltação, entre outros problemas. origem;
Há muito tempo, o ser humano sentiu a necessida- Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri-
de de compartilhar conhecimento e estabelecer relações meiras conexões feitas pelas redes Ethernet. Refere- se a
com pessoas a distância. Na década de 1960, durante computadores conectados em formato linear, cujo cabea-
a Guerra Fria, as redes de computadores surgiram com mento é feito sequencialmente;
objetivos militares: interconectar os centros de comando Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas
dos EUA para com objetivo de proteger e enviar dados. estão interligadas por um mesmo canal através de paco-
tes endereçados (unicast, broadcast e multicast).
1. Alguns tipos de Redes de Computadores
3. Cabos
Antigamente, os computadores eram conectados em
distâncias curtas, sendo conhecidas como redes locais. Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura
Mas, com a evolução das redes de computadores, foi ne- física utilizada para conectar computadores em rede, es-
cessário aumentar a distância da troca de informações tando relacionados a largura de banda, a taxa de trans-
entre as pessoas. As redes podem ser classificadas de missão, padrões internacionais, etc. Há vantagens e des-
acordo com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet, DSL, Token vantagens para a conexão feita por meio de cabeamento.
ring, etc.), a extensão geográfica (LAN, PAN, MAN, WLAN, Os mais utilizados são:
etc.), a topologia (anel, barramento, estrela, ponto-a- Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por sua
-ponto, etc.) e o meio de transmissão (redes por cabo de
velocidade, pode ser feito sob medida, comprados em lo-
fibra óptica, trançado, via rádio, etc.).
jas de informática ou produzidos pelo usuário;
Veja alguns tipos de redes:
Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância
Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se
maior na transmissão de dados, apesar de serem flexíveis,
comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Bluetooth;
são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento ISA,
Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em
suporte não encontrado em computadores mais novos;
que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala,
Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e de
um prédio ou um campus de universidade;
Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network – difícil instalação. São velozes e imunes a interferências
MAN) – quando a distância dos equipamentos conec- eletromagnéticas.
tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de
10km. Ex.: TV à cabo;
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network – #FicaDica
WAN) – rede que faz a cobertura de uma grande área Após montar o cabeamento de rede é necessário
geográfica, geralmente, um país, cerca de 100 km; realizar um teste através dos testadores de
Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re- cabos, adquirido em lojas especializadas.
des espalhadas pelo mundo podendo ser interconecta- Apesar de testar o funcionamento, ele não
das a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem detecta se existem ligações incorretas. É preciso
maiores, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet; que um técnico veja se os fios dos cabos estão
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area na posição certa.
Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio 4. Sistema de Cabeamento Estruturado
para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para
grandes distâncias. Para que essa conexão não prejudique o ambiente de
trabalho, em uma grande empresa, são necessárias várias
2. Topologia de Redes conexões e muitos cabos, sendo necessário o cabeamen-
to estruturado.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Astopologias das redes de computadores são as es- Por meio dele, um técnico irá poupar trabalho e tem-
truturas físicas dos cabos, computadores e componen- po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção
tes. Existem as topologias físicas, que são mapas que da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos-
mostram a localização de cada componente da rede que sibilitam que vários conectores possam ser inseridos em
serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo um único local, sem a necessidade de serem conectados
modo que os dados trafegam na rede: diretamente no hub.
Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas es- Além disso, o sistema de cabeamento estruturado
tão interconectadas por pares através de um roteamento possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os
de dados; cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um con-

43
centrador de tomadas, favorecendo a manutenção das na década de 60, criaram um projeto que pudesse conec-
redes. Eles são adaptados e construídos para serem inse- tar os computadores de departamentos de pesquisas e
ridos em um rack. bases militares, para que, caso um desses pontos sofres-
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto se algum tipo de ataque, as informações e comunicação
do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é não seriam totalmente perdidas, pois estariam salvas em
pensada de forma a realizar a sua expansão. outros pontos estratégicos.
Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o cabea- O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma co-
mento de rede. Ele poderá transformar os sinais recebi- nexão a longa distância e possibilitava que as mensagens
dos e enviá-los para outros pontos da rede. Apesar de fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
serem transmissores de informações para outros pontos, de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da
eles também diminuem o desempenho da rede, podendo informação poderia ser realizado por várias rotas, assim,
haver colisões entre os dados à medida que são anexas caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados
outras máquinas. Esse equipamento, normalmente, en- poderiam seguir por outro caminho garantindo a entre-
contra-se dentro do hub. ga da informação, é importante mencionar que a maior
Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar to- distância entre um ponto e outro, era de 450 quilôme-
dos os dados da rede e compartilhá-los entre as outras tros. No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as
estações (máquinas). Nesse momento nenhuma outra
barreiras de distância, passando a interligar e favorecer
máquina consegue enviar um determinado sinal até que
a troca de informações de computadores de universi-
os dados sejam distribuídos completamente. Eles são uti-
dades dos EUA e de outros países, criando assim uma
lizados em redes domésticas e podem ter 8, 16, 24 e 32
portas, variando de acordo com o fabricante. Existem os rede (NET) internacional (INTER), consequentemente seu
Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes e Empilháveis. nome passa a ser, INTERNET.
Bridges: É um repetidor inteligente que funciona como A evolução não parava, além de atingir fronteiras
uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede, além de rela- continentais, os computadores pessoais evoluíam em
cionar diferentes arquiteturas. forte escala alcançando forte potencial comercial, a
Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub, mas Internet deixou de conectar apenas computadores de
que funciona como uma ponte: ele envia os dados apenas universidades, passou a conectar empresas e, enfim,
para a máquina que o solicitou. Ele possui muitas portas usuários domésticos. Na década de 90, o Ministério das
de entrada e melhor performance, podendo ser utilizado Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do
para redes maiores. Brasil trouxeram a Internet para os centros acadêmicos
Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes e comerciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando
e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona conta de todos os setores sociais até atingir a amplitude
como um tipo de ponte na camada de rede do modelo de sua difusão nos tempos atuais.
OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de interco- Um marco que é importante frisar é o surgimento
nexão de sistemas abertos para conectar máquinas de di- do WWW que foi a possibilidade da criação da interfa-
ferentes fabricantes), identificando e determinando um IP ce gráfica deixando a internet ainda mais interessante e
para cada computador que se conecta com a rede. vantajosa, pois até então, só era possível a existência de
Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de dados textos.
na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os rotea- Para garantir a comunicação entre o remetente e o
dores estáticos, capaz de encontrar o menor caminho para destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido
tráfego de dados, mesmo se a rede estiver congestionada; como o pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que
e os roteadores dinâmicos que encontram caminhos mais são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMIS-
rápidos e menos congestionados para o tráfego. SION CONTROL PROTOCOL (Protocolo de Controle de
Modem: Dispositivo responsável por transformar a Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo
onda analógica que será transmitida por meio da linha te-
de Internet) são conjuntos de regras que tornam possí-
lefônica, transformando-a em sinal digital original.
vel tanto a conexão entre os computadores, quanto ao
Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes de
entendimento da informação trocada entre eles.
computadores, como por exemplo, envio de arquivos ou
e-mail. Os computadores que acessam determinado ser- A internet funciona o tempo todo enviando e rece-
vidor são conhecidos como clientes. bendo informações, por isso o periférico que permite a
Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunicação conexão com a internet chama MODEM, porque que ele
entre os computadores da rede. Cada arquitetura de rede MOdula e DEModula sinais, e essas informações só po-
depende de um tipo de placa específica. As mais utilizadas dem ser trocadas graças aos protocolos TCP/IP.
são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em anel).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1. Protocolos Web
Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet
e Intranet, busca e pesquisa na Web, mecanismos de Já que estamos falando em protocolos, citaremos
busca na Web. outros que são largamente usados na Internet:
- HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de
O objetivo inicial da Internet era atender necessida- transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para
des militares, facilitando a comunicação. A agência nor- trocar informações na Internet. Quando digitamos um
te-americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PRO- site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
JECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano, Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br

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Onde: - POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermí- Correios permite, como o seu nome o indica, recuperar
dia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter o seu correio num servidor distante (o servidor POP). É
texto, som, imagem, filmes e links. necessário para as pessoas não ligadas permanentemen-
- URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão te à Internet, para poderem consultar os mails recebidos
de recursos, serve para endereçar um recurso na web, offline. Existem duas versões principais deste protocolo,
é como se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de o POP2 e o POP3, aos quais são atribuídas respectiva-
acessar um determinado site. mente as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde: comandos textuais radicalmente diferentes, na troca de
e-mails ele é o protocolo de entrada.
Faz a solicitação de um arquivo de - IMAP (Internet Message Access Protocol): É um pro-
http:// tocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece muitas
hiper mídia para a Internet.
mais possibilidades, como, gerir vários acessos simultâ-
Estipula que esse recurso está na neos e várias caixas de correio, além de poder criar mais
rede mundial de computadores critérios de triagem.
www
(veremos mais sobre www em um - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo
próximo tópico). padrão para envio de e-mails através da Internet. Faz a
É o endereço de domínio. Um validação de destinatários de mensagens. Ele que veri-
endereço de domínio representará fica se o endereço de e-mail do destinatário está corre-
novaconcursos tamente digitado, se é um endereço existente, se a caixa
sua empresa ou seu espaço na
Internet. de mensagens do destinatário está cheia ou se recebeu
sua mensagem, na troca de e-mails ele é o protocolo de
Indica que o servidor onde esse site saída.
está - UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua
.com
hospedado é de finalidades na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). Permi-
comerciais. te que a aplicação escreva um datagrama encapsulado
.br Indica queo servidor está no Brasil. num pacote IP e transportado ao destino. É muito co-
mum lermos que se trata de um protocolo não confiável,
Encontramos, ainda, variações na URL de um site, isso porque ele não é implementado com regras que ga-
que demonstram a finalidade e organização que o criou, rantam tratamento de erros ou entrega.
como:
.gov - Organização governamental 2. Provedor
.edu - Organização educacional
.org - Organização O provedor é uma empresa prestadora de serviços
.ind - Organização Industrial que oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é
.net - Organização telecomunicações necessário conectar-se com um computador que já este-
.mil - Organização militar ja na Internet (no caso, o provedor) e esse computador
.pro - Organização de profissões deve permitir que seus usuários também tenham acesso
.eng – Organização de engenheiros a Internet.
E também, do país de origem: No Brasil, a maioria dos provedores está conectada
.it – Itália à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros
.pt – Portugal computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
.ar – Argentina que é a conexão física que interliga o provedor de aces-
.cl – Chile so com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida
.gr – Grécia como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet
no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse
Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos uma avenida de três pistas e os links como se fossem as
que se trata de um site hospedado em um servidor dos ruas que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link
Estados Unidos. como o backbone possui uma velocidade de transmis-
- HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Se- são, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados.
melhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo).
transmitidos através de uma conexão criptografada e Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso,
que se verifique a autenticidade do servidor e do cliente que fornecerá um nome de usuário, uma senha de aces-
so e um endereço eletrônico na Internet.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

através de certificados digitais.


- FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de trans-
ferência de arquivo, é o protocolo utilizado para poder 3. Home Page
subir os arquivos para um servidor de internet, seus pro-
gramas mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla e Lee- Pela definição técnica temos que uma Home Page é
chFTP, ao criar um site, o profissional utiliza um desses um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de com-
programas FTP ou similares e executa a transferência dos putadores rodando um Navegador (Browser), que per-
arquivos criados, o manuseio é semelhante à utilização mite o acesso às informações em um ambiente gráfico
de gerenciadores de arquivo, como o Windows Explorer, e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de
por exemplo. informações dentro das Home Pages.

45
Assim, não demorou muito a surgir um novo concei-
#FicaDica to, que tem interessado um número cada vez maior de
empresas, hospitais, faculdades e outras organizações
O endereço de Home Pages tem o seguinte interessadas em integrar informações e usuários: a intra-
formato: net. Seu advento e disseminação promete operar uma
http://www.endereço.com/página.html revolução tão profunda para a vida organizacional quan-
Por exemplo, a página principal do meu pro- to o aparecimento das primeiras redes locais de compu-
jeto de mestrado: tadores, no final da década de 80.
http://www.youtube.com/canaldoovidio
1. O que é Intranet?

4. Plug-ins O termo “intranet” começou a ser usado em meados


de 1995 por fornecedores de produtos de rede para se
Os plug-ins são programas que expandem a capaci- referirem ao uso dentro das empresas privadas de tecno-
dade do Browser em recursos específicos - permitindo, logias projetadas para a comunicação por computador
por exemplo, que você toque arquivos de som ou veja entre empresas. Em outras palavras, uma intranet con-
filmes em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas siste em uma rede privativa de computadores que se ba-
de software vêm desenvolvendo plug-ins a uma veloci- seia nos padrões de comunicação de dados da Internet
dade impressionante. Maiores informações e endereços pública, baseadas na tecnologia usada na Internet (pági-
sobre plug-ins são encontradas na página:
nas HTML, e-mail, FTP, etc.) que vêm, atualmente fazendo
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Soft-
muito sucesso. Entre as razões para este sucesso, estão
ware/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/
o custo de implantação relativamente baixo e a facilida-
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
de de uso propiciada pelos programas de navegação na
temos uma relação de alguns deles:
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTi- Web, os browsers.
me, etc.).
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.). 2. Objetivo de construir uma Intranet
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
PCX, etc.). Organizações constroem uma intranet porque ela é
- Negócios e Utilitários. uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficien-
- Apresentações. te para economizar tempo, diminuir as desvantagens da
distância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de
INTRANET capital com conhecimentos das operações e produtos da
empresa.
A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de
uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma 3. Aplicações da Intranet
empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes
de comunicação internas baseadas na tecnologia usada Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de co-
na Internet. Como um jornal editado internamente, e que municações corporativas em uma intranet dá para sim-
pode ser acessado apenas pelos funcionários da empre- plificar o trabalho, pois estamos virtualmente todos na
sa. mesma sala. De qualquer modo, é cedo para se afirmar
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais onde a intranet vai ser mais efetiva para unir (no sentido
e departamentos, mesclando (com segurança) as suas operacional) os diversos profissionais de uma empresa.
informações particulares dentro da estrutura de comuni- Mas em algumas áreas já se vislumbram benefícios, por
cações da empresa. exemplo:
O grande sucesso da Internet, é particularmente da - Marketing e Vendas - Informações sobre produtos,
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na listas de preços, promoções, planejamento de eventos;
evolução da informática nos últimos anos.
- Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades de
interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
membros das equipes, situações de projetos;
cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
- Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sis-
multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democrati-
zaram o acesso à informação através de redes de com- temas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), ma-
putadores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca nuais de qualidade;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

base de usuários, já familiarizados com conhecimentos - Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, aposti-
básicos de informática e de navegação na Internet. Fi- las, políticas da companhia, organograma, oportunida-
nalmente, surgiram muitas ferramentas de software de des de trabalho, programas de desenvolvimento pessoal,
custo zero ou pequeno, que permitem a qualquer orga- benefícios.
nização ou empresa, sem muito esforço, “entrar na rede” Para acessar as informações disponíveis na Web cor-
e começar a acessar e colocar informação. O resultado porativa, o funcionário praticamente não precisa ser trei-
inevitável foi a impressionante explosão na informação nado. Afinal, o esforço de operação desses programas se
disponível na Internet, que segundo consta, está dobran- resume quase somente em clicar nos links que remetem
do de tamanho a cada mês. às novas páginas. No entanto, a simplicidade de uma in-

46
tranet termina aí. Projetar e implantar uma rede desse 5.2. +palavra_chave
tipo é uma tarefa complexa e exige a presença de pro-
fissionais especializados. Essa dificuldade aumenta com Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
o tamanho da intranet, sua diversidade de funções e a uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga
quantidade de informações nela armazenadas. ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com-
putação, terei como retorno uma gama mista de resul-
4. A intranet é baseada em quatro conceitos: tados. Caso eu queira filtrar somente os casos em que
ciências aparece, e também no estado de SP, realizo uma
- Conectividade - A base de conexão dos compu- busca do tipo computação + ciência SP.
tadores ligados por meio de uma rede, e que podem
transferir qualquer tipo de informação digital entre si; 5.3. “frase_chave”
- Heterogeneidade - Diferentes tipos de computa-
dores e sistemas operacionais podem ser conectados Retorna uma busca em que existam as ocorrências
de forma transparente; dos termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exa-
- Navegação - É possível passar de um documento a tas ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca
do tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta da
outro por meio de referências ou vínculos de hipertexto,
palavra FAZER, verá resultados em que a frase idêntica
que facilitam o acesso não linear aos documentos;
foi empregada.
- Execução Distribuída - Determinadas tarefas de
acesso ou manipulação na intranet só podem ocorrer
5.4. palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
graças à execução de programas aplicativos, que po-
dem estar no servidor, ou nos microcomputadores que Mostra resultado para pelo menos uma das palavras
acessam a rede (também chamados de clientes, daí sur- chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por
giu à expressão que caracteriza a arquitetura da intra- exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas
net: cliente-servidor). relevantes sobre pelo menos um dos dois temas - nes-
- A vantagem da intranet é que esses programas são se caso, como as duas palavras chaves são populares, os
ativados através da WWW, permitindo grande flexibili- dois resultados são apresentados em posição de desta-
dade. Determinadas linguagens, como Java, assumiram que.
grande importância no desenvolvimento de softwares
aplicativos que obedeçam aos três conceitos anteriores. 5.5. filetype:tipo

5. Mecanismos de Buscas Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo


de extensão especificada. Por exemplo, em uma busca
Pesquisar por algo no Google e não ter como re- filetype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da pa-
torno exatamente o que você queria pode trazer algu- lavra chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os
mas horas de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais tipos de extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS,
que os algoritmos de busca sejam sempre revisados e PPT, DOC.
busquem de certa forma “adivinhar” o que se passa em
sua cabeça, lançar mão de alguns artifícios para que sua 5.6. palavra_chave_01 * palavra_chave_02
busca seja otimizada poupará seu tempo e fará com
que você tenha acesso a resultados mais relevantes. Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o *
Os mecanismos de buscas contam com operadores um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados
para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no em que os termos inicial e final aparecem, independente
entanto, pode não interessar a você, caso não seja um do que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo fa-
cebook * msn e veja o resultado na prática.
praticante de SEO. Contudo, alguns são realmente úteis
e estão listados abaixo. Realize uma busca simples e de-
6. Áudio e Vídeo
pois aplique os filtros para poder ver o quanto os resul-
tados podem ser mais especializados em relação ao que
A popularização da banda larga e dos serviços de
você procura. e-mail com grande capacidade de armazenamento está
aumentando a circulação de vídeos na Internet. O pro-
5.1. -palavra_chave blema é que a profusão de formatos de arquivos pode
tornar a experiência decepcionante.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Retorna uma busca excluindo aquelas em que a pa- A maioria deles depende de um único programa para
lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai neces-
por computação, provavelmente encontrarei na relação sitar do QuickTime, da Apple. Outros, além de um player
dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computa- de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. Acrônimo
ção“. Contudo, se eu fizer uma busca por computação de “COder/DECoder”, codec é uma espécie de comple-
-ciência, os resultados que tem a palavra chave ciência mento que descomprime - e comprime - o arquivo. É o
serão omitidos. caso do MPEG, que roda no Windows Media Player, des-
de que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação
é automática.

47
Com os três players de multimídia mais populares - 7. Transferência de arquivos pela internet
Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você
dificilmente encontrará problemas para rodar vídeos, FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferên-
tanto offline como por streaming (neste caso, o down- cia de Arquivos) é uma das mais antigas formas de inte-
load e a exibição do vídeo são simultâneos, como na TV ração na Internet. Com ele, você pode enviar e receber
Terra). arquivos para, ou de computadores que se caracterizam
Atualmente, devido à evolução da internet com os como servidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito
mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, de arquivo texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não
há uma grande demanda por programas para trabalhar texto (Binários – código 8 bits). Há uma diferença interes-
com imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a sante entre enviar uma mensagem de correio eletrônico
isso, também há no mercado uma ampla gama de ferra- e realizar transferência de um arquivo. A mensagem é
mentas existentes que fazem algum tipo de tratamento sempre transferida como uma informação textual, en-
ou conversão de imagens. quanto a transferência de um arquivo pode ser caracteri-
Porém, muitos destes programas não são o que se zada como textual (ASCII) ou não-textual (binário).
pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão Um servidor FTP é um computador que roda um pro-
em seu uso ou na manipulação dos recursos existentes. grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é
Caso o que você precise seja apenas um programa para capaz de se comunicar com outro computador na Rede
visualizar imagens e aplicar tratamentos e efeitos simples que o esteja acessando através de um cliente FTP.
ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar FTP anônimo versus FTP com autenticação existem
uma conferida em alguns aplicativos mais leves e com re- dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada,
cursos mais enxutos como os visualizadores de imagens. é a conexão anônima, na qual não é preciso possuir um
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos username ou password (senha) no servidor de FTP, bas-
deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis tando apenas identificar-se como anonymous (anônimo).
de se utilizar dos editores, para você que não precisa de Neste caso, o que acontece é que, em geral, a árvore
tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um trata- de diretório que se enxerga é uma sub-árvore da árvo-
mento especial para as suas mais variadas imagens. re do sistema. Isto é muito importante, porque garante
O Picasa está com uma versão cheia de inovações que um nível de segurança adequado, evitando que estra-
faz dele um aplicativo completo para visualização de fo- nhos tenham acesso a todas as informações da empresa.
tos e imagens. Além disso, ele possui diversas ferramen- Quando se estabelece uma conexão de “FTP anônimo”,
tas úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de o que acontece em geral é que a conexão é posicionada
imagem do computador. no diretório raiz da árvore de diretórios. Dentre os mais
As ferramentas de edição possuem os métodos mais comuns estão: pub, etc, outgoing e incoming. O segundo
avançados para automatizar o processo de correção de tipo de conexão envolve uma autenticação, e portanto, é
imagens. No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o indispensável que o usuário possua um username e uma
programa consegue identificar e corrigir todos os olhos
password que sejam reconhecidas pelo sistema, quer di-
vermelhos da foto automaticamente sem precisar sele-
zer, ter uma conta nesse servidor. Neste caso, ao esta-
cionar um por um. Além disso, é possível cortar, endirei-
belecer uma conexão, o posicionamento é no diretório
tar, adicionar textos, inserir efeitos, e muito mais.
criado para a conta do usuário – diretório home, e dali
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa
ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só
biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligen-
escrever e ler arquivos nos quais ele possua.
te de armazenamento capaz de filtrar imagens que con-
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas
tenham apenas rostos. Assim você consegue visualizar
hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema
apenas as fotos que contém pessoas.
Depois de tudo organizado em seu computador, você operacional UNIX, que foi o grande percursor e respon-
pode escolher diversas opções para salvar e/ou compar- sável pelo sucesso e desenvolvimento da Internet.
tilhar suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso
pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via 8. Algumas dicas
Web. O programa possui integração com o PicasaWeb, o
qual possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em 1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o
poucos segundos. número de conexões simultâneas para evitar uma sobre-
O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve carga na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa
e com uma interface gráfica simples porém otimizada e de horário de acesso, que muitas vezes é considerada
fácil de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade nobre em horário comercial, e portanto, o FTP anônimo
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

com este tipo de programa. Ele também dispõe de al- é temporariamente desativado.
guns recursos simples de editor. Com ele é possível fazer 2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites
operações como copiar e deletar imagens até o efeito espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo
de remoção de olhos vermelhos em fotos. O programa acessado.
oferece alternativas para aplicar efeitos como texturas e 3. Antes de realizar a transferência de qualquer arqui-
alteração de cores em sua imagem por meio de apenas vo verifique se você está usando o modo correto, isto é,
um clique. no caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de
Além disso sempre é possível a visualização de ima- arquivos binários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é
gens pelo próprio gerenciador do Windows. binário. Esta prevenção pode evitar perda de tempo.

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4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um ser- • Messenger: envio de mensagens instantâneas.
vidor de FTP em seu computador. Isto pode permitir que • Flickr: partilha de imagens.
um amigo seu consiga acessar o seu computador como • Google+: partilha de conteúdos.
um servidor remoto de FTP, bastando que ele tenha aces- • Tumblr: partilha de pequenas publicações, seme-
so ao número IP, que lhe é atribuído dinamicamente. lhante ao Twitter.

9. Grupos de Discussão e Redes Sociais 10. Vantagens e Desvantagens

São espaços de convivências virtuais em que grupos Existem várias vantagens em fazer parte de redes
de pessoas ou empresas se relacionam por meio do en- sociais e é principalmente por isso que elas tiveram um
vio de mensagens, do compartilhamento de conteúdo, crescimento tão significativo ao longo dos anos.
entre outras ações. Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes-
As redes sociais tiveram grande avanço devido a evo- soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as re-
lução da internet, cujo boom aconteceu no início do mi- lações e o contato com quem está distante, propiciando,
lênio. Vejamos como esse percurso aconteceu: assim, a possibilidade de interagir em tempo real.
Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comuni- As redes também facilitam a relação com quem está
dade que se assemelha a uma rede social. O GeoCities mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia,
que, no entanto, não existe mais, orientava as pessoas nem sempre há tempo para que as pessoas se encontrem
para que elas próprias criassem suas páginas na internet. fisicamente.
Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rá-
a oportunidade de interagir com um grupo de pessoas. pida e eficaz de comunicar algo para um grande número
No mesmo ano, também surge uma plataforma que de pessoas ao mesmo tempo.
permite a interação com antigos colegas da escola, o Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar
Classmates. um acontecimento, a preparação de uma manifestação
Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma ou a mobilização de um grupo para um protesto.
que, desta vez, tinha como foco a publicação de foto- No entanto, em decorrência de alguns perigos, as re-
grafias. des sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas
Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda- é a falta de privacidade.
deira rede social, o Friendster. Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido
No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede cada vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta
social de caráter profissional do mundo. para algumas precauções.
E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o
Facebook, surgem o Orkut e o Flickr. #FicaDica
Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença
entre elas é o seu objetivo, os quais podem ser: Por ser algo muito atual, tem caído muitas ques-
• Estabelecimento de contatos pessoais (relações de tões de redes sociais nos concursos atualmente.
amizade ou namoro).
• Networking: partilha e busca de conhecimentos
profissionais e procura emprego ou preenchimento de
vagas.
• Partilha e busca de imagens e vídeos. EXERCÍCIOS COMENTADOS
• Partilha e busca de informações sobre temas va-
riados. 1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma
• Divulgação para compra e venda de produtos e impressora estiver compartilhada em uma intranet por
serviços. meio de um endereço IP, então, para se imprimir um ar-
• Jogos, entre outros. quivo nessa impressora, é necessário, por uma questão
de padronização dessa tecnologia de impressão, indicar
Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conheci- no navegador web a seguinte url:
das, destacamos:
, em
• Facebook: interação e expansão de contatos.
• Youtube: partilha de vídeos. que deve estar acessível via rede e
• Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e
chamadas de voz. deve ser do tipo PDF.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Instagram: partilha de fotos e vídeos.


• Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais
são conhecidas como “tweets”. ( ) CERTO ( ) ERRADO
• Pinterest: partilha de ideias de temas variados.
• Skype: telechamada. Resposta: Errado. Pelo comando da questão, esta afir-
• LinkedIn: interação e expansão de contatos profis- ma que somente arquivos no formato PDF, poderiam
sionais. ser impressos, o que torna o item errado, o comando
• Badoo: relacionamentos amorosos. para impressão não verifica o formato do arquivo, tão
• Snapchat: envio de mensagens instantâneas. somente o local onde está o arquivo a ser impresso.

49
2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se, em 3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se o ser-
uma intranet, for disponibilizado um portal de informa- vidor proxy responder na porta 80 e a conexão passar
ções acessível por meio de um navegador, será possível por um firewall de rede, então o firewall deverá permitir
acessar esse portal fazendo-se uso dos protocolos HTTP conexões de saída da estação do usuário com a porta 80
ou HTTPS, ou de ambos, dependendo de como esteja de destino no endereço do proxy.
configurado o servidor do portal.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. E muitas redes LAN o servidor pro-


xy e o firewall estão no mesmo servidor físico/virtual,
porém isso não é uma regra, ou seja, os dois serviços
podem aparecer eventualmente em servidores físicos/
virtuais separados. Para que uma estação de usuário
(que utiliza proxy na porta 80) possa “sair” da rede
LAN para o mundo exterior “WAN” é necessário que
o firewall permita conexões de saída na mesma porta
em que o proxy está respondendo, ou seja, a porta 80.

4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) A opção


de usar um servidor proxy para a rede local faz que o IE
solicite autenticação em toda conexão de Internet que
for realizada.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Somente é solicitado a autentica-


Com base na figura acima, que ilustra as configurações ção se o servidor assim estiver configurado, do con-
da rede local do navegador Internet Explorer (IE), versão trário nenhuma senha é solicitada, além de que foi de-
9, julgue os próximos itens. finido para a rede Interna e não para acesso à Internet.

( ) CERTO ( ) ERRADO 5. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere


que um usuário necessite utilizar diferentes dispositivos
Resposta: Certo. HTTP (Hyper Text Transfer Protocol) computacionais, permanentemente conectados à Inter-
é um protocolo, ou seja, uma determinada regra que net, que utilizem diferentes clientes de e-mail, como o
permite ao seu computador trocar informações com Outlook Express e Mozilla Thunderbird. Nessa situação, o
um servidor que abriga um site. Isso significa que, usuário deverá optar pelo uso do protocolo IMAP (Inter-
uma vez conectados sob esse protocolo, as máquinas net message access protocol), em detrimento do POP3
podem receber e enviar qualquer conteúdo textual – (post office protocol), pois isso permitirá a ele manter o
os códigos que resultam na página acessada pelo na- conjunto de e-mails no servidor remoto ou, alternativa-
vegador. mente, fazer o download das mensagens para o compu-
O problema com o HTTP é que, em redes Wi-Fi ou tador em uso.
outras conexões propícias a phishing (fraude eletrôni-
ca) e hackers, pessoas mal-intencionadas podem atra- ( ) CERTO ( ) ERRADO
vessar o caminho e interceptar os dados transmitidos
com relativa facilidade. Portanto, uma conexão em Resposta: Certo. Em clientes de correios eletrônicos o
HTTP é insegura. padrão é utilizar o Protocolo POP ou POP3 que tem a
Nesse ponto entra o HTTPS (Hyper Text Transfer Pro- função de baixar as mensagens do servidor de e-mail
tocol Secure), que insere uma camada de proteção na para o computador que o programa foi configurado.
transmissão de dados entre seu computador e o ser- Quando o POP é substituído pelo IMAP, essas men-
vidor. Em sites com endereço HTTPS, a comunicação sagens são baixadas para o computador do usuário
é criptografada, aumentando significativamente a se- só que apenas uma cópia delas, deixando no servidor
gurança dos dados. É como se cliente e servidor con- as mensagens originais; quando o acesso é feito por
versassem uma língua que só as duas entendessem, outro computador essas mensagens que estão no ser-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

dificultando a interceptação das informações. vidor são baixadas para este outro computador, dei-
Para saber se está navegando em um site com crip- xando sempre a original no servidor.
tografia, basta verificar a barra de endereços, na qual
será possível identificar as letras HTTPS e, geralmente, 6. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Twitter, Orkut,
um símbolo de cadeado que denota segurança. Além Google+ e Facebook são exemplos de redes sociais que
disso, o usuário deverá ver uma bandeira com o nome utilizam o recurso scraps para propiciar o compartilha-
do site, já que a conexão segura também identifica pá- mento de arquivos entre seus usuários
ginas na Internet por meio de seu certificado.
( ) CERTO ( ) ERRADO

50
Resposta: Errado. Scrap é um recado e sua função 10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O ar-
principal é enviar mensagens e não o compartilha- mazenamento de informações em arquivos denomina-
mento de arquivos. Ainda que algumas redes permi- dos cookies pode constituir uma vulnerabilidade de um
tam o compartilhamento de fotos e gifs animados, o sistema de segurança instalado em um computador. Para
objetivo não é o compartilhamento de arquivos e nem reduzir essa vulnerabilidade, o IE6 disponibiliza recursos
todas as redes citadas na questão permitem. para impedir que cookies sejam armazenados no com-
putador. Caso o delegado deseje configurar tratamentos
7. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Nas referentes a cookies, ele encontrará recursos a partir do
versões recentes do Mozilla Firefox, há um recurso que uso do menu .
mantém o histórico de atualizações instaladas, no qual
são mostrados detalhes como a data da instalação e o ( ) CERTO ( ) ERRADO
usuário que executou a operação.
Resposta: Certo. No navegador Internet Explorer 11, a
( ) CERTO ( ) ERRADO seguinte sequência de ação pode ser usada para fazer
o bloqueio de cookies: Clicar no botão Ferramentas,
Reposta: Errado. Esse recurso existe nas últimas ver- depois em Opções da Internet, ativar guia Privacidade
sões do Firefox, contudo o histórico não contém o e, em Configurações, mover o controle deslizante até
usuário que executou a operação. Este recurso está em cima para bloquear todos os cookies e, em segui-
disponível no menu Firefox – Opções – Avançado – da, clicar em OK.
Atualizações – Histórico de atualizações.
11. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Caso o
8. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No acesso à Internet descrito tenha sido realizado mediante
Internet Explorer 10, por meio da opção Sites Sugeridos, um provedor de Internet acessível por meio de uma co-
o usuário pode registrar os sítios que considera mais im- nexão a uma rede LAN, à qual estava conectado o com-
portantes e recomendá-los aos seus amigos. putador do delegado, é correto concluir que as informa-
ções obtidas pelo delegado transitaram na LAN de modo
( ) CERTO ( ) ERRADO criptografado.
Resposta: Errado. O recurso Sites Sugeridos é um ser- ( ) CERTO ( ) ERRADO
viço online que o Internet Explorer usa para recomen-
dar sítios de que o usuário possa gostar, com base nos Resposta: Errado. Pela barra de endereço se verifica
sítios visitados com frequência. Para acessá-lo, basta que o protocolo utilizado é o HTTP; dessa forma se
clicar o menu Ferramentas-Arquivo- Sites Sugeridos. conclui que não há uma criptografia, se fosse o proto-
colo HTTPS, poderia se aferir que haveria algum tipo
Considere que um delegado de polícia federal, em uma ses-
de criptografia do tipo SSL.
são de uso do Internet Explorer 6 (IE6), obteve a janela ilus-
trada acima, que mostra uma página web do sítio do DPF,
12. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Por
cujo endereço eletrônico está indicado no campo .
meio do botão , o delegado poderá obter, desde que
A partir dessas informações, julgue os itens de 09 a 12.
disponíveis, informações a respeito das páginas previa-
mente acessadas na sessão de uso do IE6 descrita e de
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O con-
outras sessões de uso desse aplicativo, em seu computa-
teúdo da página acessada pelo delegado, por conter da-
dos importantes à ação do DPF, é constantemente atua- dor. Outro recurso disponibilizado ao se clicar nesse bo-
lizado por seu webmaster. Após o acesso mencionado tão permite ao delegado realizar pesquisa de conteúdo
acima, o delegado desejou verificar se houve alteração nas páginas contidas no diretório histórico do IE6.
desse conteúdo.
Nessa situação, ao clicar no botão , o delegado terá ( ) CERTO ( ) ERRADO
condições de verificar se houve ou não a alteração men-
cionada, independentemente da configuração do IE6, Resposta: Certo. É possível através do botão descrito,
mas desde que haja recursos técnicos e que o IE6 esteja o botão de histórico, que se encontre informações das
em modo online. páginas acessadas anteriormente, e também permite
que se pesquise a respeito de conteúdos nas páginas
( ) CERTO ( ) ERRADO contidas no diretório do IE6.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Resposta: Certo. O botão atualizar (F5) efetua uma Noções básicas de ferramentas e aplicativos de na-
nova consulta ao servidor WEB, recarregando deste vegação e correio eletrônico
modo o arquivo novamente, se houver alterações, es-
tas serão exibidas, caso contrário o arquivo será reexi- Um browser ou navegador é um aplicativo que opera
bido sem alterações. através da internet, interpretando arquivos e sites web
desenvolvidos com frequência em código HTML que
contém informação e conteúdo em hipertexto de todas
as partes do mundo.

51
Navegadores: Navegadores de internet ou browsers Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo
são programas de computador especializados em vi- navegador considerado pelos especialistas e possui uma
sualizar e dar acesso às informações disponibilizadas na interface bem bonita, apesar de ser um navegador da
web, até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Apple existem versões para Windows.
Explorer e o Netscape, hoje temos uma série de navega-
dores no mercado, iremos fazer uma breve descrição de
cada um deles, e depois faremos toda a exemplificação
utilizando o Internet Explorer por ser o mais utilizado em
todo o mundo, porém o conceito e usabilidade dos ou-
tros navegadores seguem os mesmos princípios lógicos.
Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-
sequentemente um dos melhores navegadores existen-
tes. Outra vantagem devido ser o navegador da Google
é o mais utilizado no meio, tem uma interface simples Figura 4: Símbolo do Safari
muito fácil de utilizar.
Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave-
gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é
um programa preparado para explorar a Internet dando
acesso a suas informações. Representado pelo símbolo
do “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo
clique em seu símbolo.

Figura 1: Símbolo do Google Chrome

#FicaDica
Ultimamente tem caído perguntas
relacionadas a guia anônima que não deixa
rastro (senhas, auto completar, entre outros),
e é acessado com o atalho CTRL+SHIFT+N Figura 5: Símbolo do Internet Explorer

Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente #FicaDica


navegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não Glossário interessante que abordam internet e
ter uma interface tão amigável, porém é um dos navega- correio eletrônico
dores mais rápidas e com maior segurança contra hac- Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro de
kers. mensagens indesejadas.
Browser: Programa utilizado para navegar
na Web, também chamado de navegador.
Exemplo: Mozilla Firefox.
Cliente de e-mail: Software destinado a gerenciar
contas de correio eletrônico, possibilitando
a composição, envio, recebimento, leitura e
arquivamento de mensagens. A seguir, uma
Figura 2: Símbolo do Mozilla Firefox lista de gerenciadores de e-mail (em negrito
os mais conhecidos e utilizados atualmente):
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande Microsoft Office Outlook, Microsoft Outlook
desempenho, porém especialistas em segurança o consi- Express, Mozilla Thunderbird, Eudora,
dera o navegador com menos segurança. Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail (Linux)
e Windows Mail.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Outros pontos importantes de conceitos que podem


ser abordado no seu concurso são:
MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions – Exten-
sões multiuso do correio da Internet): Provê mecanismos
Figura 3: Símbolo do Opera para o envio de outros tipo sde informações por e-mail,
como imagens, sons, filmes, entre outros.
MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência
de Correio): Termo utilizado para designar os servidores
de Correio Eletrônico.

52
MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de Correio): Mecanismos de Buscas
Programas clientes de e-mail, como o Mozilla Thunder-
bird, Microsoft Outlook Express etc. Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de exatamente o que você queria pode trazer algumas ho-
Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para ras de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os
receber e-mails. Através do POP, um usuário transfere algoritmos de busca sejam sempre revisados e busquem
para o computador as mensagens armazenada sem sua de certa forma “adivinhar” o que se passa em sua cabe-
caixa postal no servidor. ça, lançar mão de alguns artifícios para que sua busca
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de seja otimizada poupará seu tempo e fará com que você
Transferência Simples de Correio): É um protocolo de en- tenha acesso a resultados mais relevantes.
vio de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um Os mecanismos de buscas contam com operadores
usuário descarregue suas mensagens de umservidor. para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no
Esse protocolo utiliza a porta 25 do protocolo TCP. entanto, pode não interessar e você, caso não seja um
Spam: Mensagens de correio eletrônico não autori- praticante de SEO. Contudo alguns são realmente úteis
zadas ou não solicitadas pelo destinatário, geralmente e estão listados abaixo. Realize uma busca simples e de-
de conotação publicitária ou obscena, enviadas em larga pois aplique os filtros para poder ver o quanto os re-
escala para uma lista de e-mails, fóruns ou grupos de sultados podem sem mais especializados em relação ao
discussão. que você procura.

Um pouco de história -palavra_chave


Retorna um busca excluindo aquelas em que a pala-
A internet é uma rede de computadores que liga os vra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela por computação, provavelmente encontrarei na relação
começou não era assim, tinham apenas 4 computadores e dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computa-
a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No fim ção“. Contudo, se eu fizer uma busca por  computação
da década de 60, o Departamento de Defesa norte-ameri- -ciência  , os resultados que tem a palavra chave  ciên-
cano resolveu criar um sistema interligado para trocar in- cia serão omitidos.
formações sobre pesquisas e armamentos que não pudes-
se chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo assim, foi criado
+palavra_chave
o projeto Arpanet pela Agência para Projeto de Pesquisa
Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
Avançados do Departamento de Defesa dos EUA.
uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de cone-
ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com-
xão recebeu o nome de internet e até a década de 80
putação, terei como retorna uma gama mista de re-
ficou apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela
sultados. Caso eu queira filtrar somente os casos em
chegou apenas na década de 90. É na internet que é exe-
que ciências aparece, e também no estado de SP, realizo
cutada a  World Wide Web (www), sistema que contém
uma busca do tipo computação + ciência SP.
milhares de informações (gráficos, vídeos, textos, sons,
etc) que também ficou conhecido como rede mundial.
Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um “frase_chave”
projeto que pode ser considerado o princípio da World Retorna uma busca em que existam as ocorrências
Wide Web. No início da década de 90 ele já havia elabo- dos termos que estão entre aspas, na ordem e grafia
rado uma nova proposta para o que ficaria conhecido exatas ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma
como WWW. Tim falava sobre o uso de hipertexto e a busca do tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta
partir disso surgiu o “http” (em português significa pro- da palavra FAZER, verá resultados em que a frase idênti-
tocolo de transferência de hipertexto). Vinton Cerf tam- ca foi empregada.
bém é um personagem importante e inclusive é conheci-
do por muitos como o pai da internet. palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
Mostra resultado para pelo menos uma das pala-
vras chave citadas. Faça uma busca por facebook OR
#FicaDica msn, por exemplo, e terá como resultado de sua bus-
ca, páginas relevantes sobre pelo menos um dos dois
URL: Tudo que é disponível na Web tem seu temas- nesse caso, como as duas palavras chaves são
próprio endereço, chamado URL, ele facilita a populares, os dois resultados são apresentados em po-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

navegação e possui características específicas


sição de destaque.
como a falta de acentuação gráfica e palavras
maiúsculas. Uma url possui o http (protocolo),
filetype:tipo
www (World Wide Web), o nome da empresa
Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo
que representa o site, .com (ex: se for um site
de extensão especificada. Por exemplo, em uma bus-
governamental o final será .gov) e a sigla do
ca  filetype:pdf jquery  serão exibidos os conteúdos da
país de origem daquele site (no Brasil é usado
palavra chave  jquery  que tiverem como extensão  .pdf.
o BR).
Os tipos de extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM,
XLS, PPT, DOC

53
palavra_chave_01 * palavra_chave_02 Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para
Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * profissionais que compartilham uma mesma área é o
um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados compartilhamento de calendário entre membros de uma
em que os termos inicial e final aparecem, independente mesma equipe.
do que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo fa- Por isso mesmo é importante que você tenha o co-
cebook * msn e veja o resultado na prática. nhecimento da técnica na hora de fazer uma prova de
concurso que exige os conhecimentos básicos de infor-
Correios Eletrônicos mática, pois por ser uma função bastante utilizada tem
maiores chances de aparecer em uma ou mais questões.
Os correios eletrônicos se dividem em duas formas: O calendário é uma ferramenta bastante interessante
os agentes de usuários e os agentes de transferência de do Outlook que permite que o usuário organize de for-
mensagens. Os agentes usuários são exemplificados pelo ma completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas,
Mozilla Thunderbird e pelo Outlook. Já os agentes de compromissos e reuniões de maneira organizada por
transferência realizam um processo de envio dos agentes dia, de forma a ter um maior controle das atividades que
usuários e servidores de e-mail. devem ser realizadas durante o seu dia a dia.
Os agentes de transferência usam três protoco- Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permi-
los:  SMTP (Simple Transfer Protocol), POP (Post Office te que você compartilhe em detalhes o seu calendário
Protocol) e IMAP (Internet Message Protocol). O SMTP ou parte dele com quem você desejar, de forma a per-
é usado para transferir mensagens eletrônicas entre os mitir que outra pessoa também tenha acesso a sua roti-
computadores. O POP é muito usado para verificar men- na, o que pode ser uma ótima pedida para profissionais
sagens de servidores de e-mail quando ele se conecta ao dentro de uma mesma equipe, principalmente quando
servidor suas mensagens são levadas do servidor para o um determinado membro entra de férias.
computador local. Pode ser usado por quem usa conexão Para conseguir utilizar essa função basta que você
discada. entre em Calendário na aba indicada como Página Ini-
cial. Feito isso, basta que você clique em Enviar Calen-
Já o IMAP também é um protocolo padrão que per- dário por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja
mite acesso a mensagens nos servidores de e-mail. Ele aberta no seu Outlook.
possibilita a leitura de arquivos dos e-mails, mas não per-
Nessa janela é que você vai poder escolher todas
mite que eles sejam baixados. O IMAP é ideal para quem
as informações que vão ser compartilhadas com quem
acessa o e-mail de vários locais diferentes.
você deseja, de forma que o Outlook vai formular um
calendário de forma simples e detalhada de fácil visua-
#FicaDica lização para quem você deseja enviar uma mensagem.
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que
Um e-mail hoje é um dos principais meios de
trabalha dentro de uma empresa tem uma assinatura
comunicação, por exemplo:
própria para deixar os comunicados enviados por e-mail
canaldoovidio@gmail.com
com uma aparência mais profissional.
Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba quer
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico
dizer na, o gmail é o servidor e o .com é a ti-
saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que
pagem.
este conteúdo pode ser cobrado em alguma questão
dentro de um concurso público.
Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrô- Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de
nicas em um único computador, sem necessariamente seus estudos do conteúdo básico de informática para
estarmos conectados à Internet no momento da criação a sua preparação para concurso. Ao contrário do que
ou leitura do e-mail, podemos usar um programa de cor- muita gente pensa, a verdade é que todo o processo de
reio eletrônico. Existem vários deles. Alguns gratuitos, criar uma assinatura é bastante simples, de forma que
como o Mozilla Thunderbird, outros proprietários como perder pontos por conta dessa questão em específico é
o Outlook Express. Os dois programas, assim como vá- perder pontos à toa.
rios outros que servem à mesma finalidade, têm recursos Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta
similares. Apresentaremos os recursos dos programas de que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão
correio eletrônico através do Outlook Express que tam- de Opções. Lá você vai encontrar o botão para E-mail
bém estão presentes no Mozilla Thunderbird. e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde
Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia você deve clicar. Feito isso, você vai conseguir adicio-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos nar as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem
de teclado para a realização de diversas funções dentro maiores problemas.
do Outlook. Para você começar os seus estudos, anote No Outlook Express podemos preparar uma men-
alguns atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta sagem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na
apertar Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada figura acima, ao clicar nessa imagem aparecerá a tela a
mensagem aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso seguir:
em consideração inclua os atalhos de teclado na sua ro-
tina de estudos e vá preparado para o concurso com os
principais na cabeça.

54
Figura 6: Tela de Envio de E-mail

#FicaDica
Para: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário da
mensagem. Campo obrigatório.
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário que
servirá para ter ciência desse e-mail.
Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários ficam ocultos.

Assunto: campo onde será inserida uma breve descrição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase sobre o
conteúdo da mensagem. É um campo opcional, mas aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento pode levar o
destinatário a não dar a devida importância à mensagem ou até mesmo desconsiderá-la.
Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
A mensagem, após digitada, pode passar pelas formatações existentes na barra de formatação do Outlook:
Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma
criadora do Mozilla Firefox).
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já
que funciona como uma página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu
login e senha. Desta forma, o usuário ganha mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de
e-mail está instalado para acessar seu e-mail.

#FicaDica
Segmentos do Outlook Express
Painel de Pastas: permite que o usuário salve seus e-mails em pastas específicas e dá a possibilidade de
criar novas pastas;
Painel das Mensagens: onde se concentra a lista de mensagens de determinada pasta e quando se clica
em um dos e-mails o conteúdo é disponibilizado no painel de conteúdo.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Painel de Conteúdo: esse painel é onde irá aparecer o conteúdo das mensagens enviadas.
Painel de Contatos: nesse local se concentram as pessoas que foram cadastradas em sua lista de endereço.

55
c) A segunda mensagem não pode ser transmitida e fica
bloqueada na caixa de saída do remetente, até que a
EXERCÍCIOS COMENTADOS primeira mensagem tenha sido lido pelo destinatário.
d) O destinatário recebeu 2 mensagens, sendo, a primei-
1. (TJ-ES – CBNM1-01 – NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2011) ra, sem anexo, e a segunda, com o anexo.
UM PROGRAMA DE CORREIO ELETRÔNICO VIA WEB e) O remetente não recebeu nenhuma das mensagens,
(WEBMAIL) é uma opção viável para usuários que es- pois não é possível transmitir mais de uma mensagem
tejam longe de seu computador pessoal. A partir de com o mesmo assunto e mesmo remetente.
qualquer outro computador no mundo, o usuário pode,
via Internet, acessar a caixa de correio armazenada no Resposta: Letra D.
próprio computador cliente remoto e visualizar eventuais Alternativa “A” está incorreta, pois todas mensagens
novas mensagens. enviadas são armazenadas de forma independente,
novas mensagens com mesmo assunto ou ainda idên-
( ) CERTO ( ) ERRADO ticas a anteriores não influenciam em mensagens já
enviadas.
Resposta: Errado. O programa WebMail irá acessar o Alternativa “B” está incorreta, pois é perfeitamente
servidor de e-mail, e não a máquina dousuário (compu- possível enviar mensagens com mesmo assunto ou
tador cliente remoto). ainda idênticas, sem prejuízo algum de mensagens
anteriores.
2. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) No MS- Alternativa “C” está incorreta, pois Todas as mensa-
-Outlook 2010, em sua configuração padrão, quando uma gens serão enviadas, independentemente do destina-
mensagem está sendo preparada, o usuário pode indicar tário ler as anteriores.
aos destinatários que a mensagem precisa de atenção uti- Alternativa “D” está correta, pois o destinatário rece-
lizando a marca de _________________. Esse recurso pode ser beu 2 mensagens, sendo, a primeira, sem anexo, e a
encontrado no grupo Marcas, da guia Mensagem. segunda, com o anexo.
Assinale a alternativa que apresenta a opção que preenche Alternativa “E” está incorreta, pois é possível enviar
corretamente a lacuna do enunciado. mais de uma mensagem, com mesmo assunto e mes-
mo destinatário.
a) SPAM.
b) Alta Prioridade. 4. (SOLDADO – PM DE 2ª CLASSE – VUNESP – 2017)
c) Baixa Prioridade. João recebeu uma mensagem de correio eletrônico com
d) Assinatura Personalizada. as seguintes características:
e) Arquivo Anexado. De: Pedro
Para: João; Marta
Resposta: Letra B. É possível sinalizar a mensagem Cc: Ricardo; Ana
como sendo de alta prioridade quando se deseja que Usando o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração
as pessoas saibam que a mensagem precisa de atenção padrão, ele usou um recurso para responder a mensa-
urgente. Se a mensagem é apenas um informativo ou se
gem que manteve apenas Pedro na lista de destinatários.
está enviando um e-mail sobre um tema que não preci-
Isso significa que João usou a opção:
sa ser priorizado, defina o indicador de baixa prioridade.
A maioria dos clientes de e-mail, os destinatários veem
a) Responder.
um indicador específico na lista de mensagens ou nos
b) Arquivar.
cabeçalhos.
c) Marcar como não lida.
Na faixa de opções, é possível saber quando a priorida-
d) Responder a todos.
de foi definida, pois o botão fica realçado.
e) Marcar como lida
3. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP – 2017) Um usuário
preparou uma mensagem de correio eletrônico usando o Resposta: Letra A. Se o João deseja “responder” ao
Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão, e e-mail recebido de Pedro, e deseja responder apenas
enviou para o destinatário. Porém, algum tempo depois, ao remetente já se pode eliminar as alternativas “B”,
percebeu que esqueceu de anexar um arquivo. Esse mes- “C” e “E” por não terem correspondência com a função
mo usuário preparou, então, uma nova mensagem com o “Resposta”.
mesmo assunto, e enviou para o mesmo destinatário, ago- Tem-se então, apenas duas alternativas, “A” e “D”, mas
ra com o anexo. Assinale a alternativa correta. como o João deseja responder apenas para Pedro ele
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

deve escolher a opção “Responder”, pois se escolhes-


a) A mensagem original, sem o anexo, foi automaticamente se “Responder a todos”, Marta, Ricardo e Ana também
apagada no computador do destinatário e substituída receberiam a mensagem.
pela segunda mensagem, uma vez que ambas têm o
mesmo assunto e são do mesmo remetente.
b) Como as duas mensagens têm o mesmo assunto, a
segunda mensagem não foi transmitida, permanecen-
do no computador do destinatário apenas a primeira
mensagem.

56
5. (AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2013)Observe o ar- Ao pressionar o botão F5 do teclado, a página exibida será
gumento de busca que o usuário fará utilizando o Goo-
gle, na ilustração apresentada a seguir. a) imediatamente fechada.
b) enviada para impressão.
c) atualizada.
d) enviada por e-mail.
e) aberta em uma nova aba.

Resposta: Letra C.
a) Imediatamente fechada.
۰ Alt + F4 = fecha todas as guias
۰ Ctrl + F4 = fecha só guia atual
b) Enviada para impressão.
Com base na figura e no que foi digitado, assinale a al- ۰ Ctrl + P
ternativa correta. c) Atualizada.
۰ F5
a) Será pesquisado o conjunto exato de palavras. d) Enviada por e-mail.
b) A pesquisa trará como resultados o que encontrar ۰ CTRL + Enter (MS Outlook)
como antônimo do que foi digitado. e) Aberta em uma nova aba.
c) O conjunto de palavras será excluído dos resultados ۰ Ctrl + T = abre uma nova aba
pesquisados. ۰ Ctrl + N = abre um novo comando
d) A pesquisa trará somente as imagens e vídeos não re-
lacionados ao argumento digitado.
e) Além das palavras digitadas, a pesquisa também trará CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE
os seus sinônimos GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES,
ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS.
Resposta: Letra A. O comando “entre aspas” durante
uma busca, efetua a busca pela ocorrência exata de
tudo que está entre as aspas, agrupado da mesma for- “Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado no
ma, desta forma, para esta questão será retornado o decorrer da matéria”
resultado da ocorrência “garota de Ipanema”.
Obs.: As pesquisas com aspas podem excluir resulta-
dos relevantes. Por exemplo, uma pesquisa por “Ale-
xander Bell” excluirá páginas que se referem a Alexan- SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO:
der G. Bell. PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA.

6. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) Considere a


imagem a seguir, extraída do Internet Explorer 11, em sua Segurança da informação: procedimentos de se-
configuração padrão. A página exibida no navegador foi gurança
completamente carregada.
A Segurança da Informação refere-se às proteções
existentes em relação às informações de uma determi-
nada empresa, instituição governamental ou pessoa. Ou
seja, aplica-se tanto às informações corporativas quanto
às pessoais.
Entende-se por informação todo e qualquer conteú-
do ou dado que tenha valor para alguma corporação ou
pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou ex-
posta ao público para consulta ou aquisição.

#FicaDica
Antes de proteger, devemos saber:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- O que proteger;
- De quem proteger;
- Pontos frágeis;
- Normas a serem seguidas.

57
A Segurança da Informação se refere à proteção exis- - Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem
tente sobre as informações de uma determinada empresa a modificação da informação de forma a torná-la ininteli-
ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informações corpo- gível a terceiros. Utiliza-se para isso, algoritmos determi-
rativas quanto aos pessoais. Entende-se por informação nados e uma chave secreta para, a partir de um conjunto
todo conteúdo ou dado que tenha valor para alguma or- de dados não criptografados, produzir uma sequência de
ganização ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso dados criptografados. A operação contrária é a decifração.
restrito ou exibida ao público para consulta ou aquisição. - Assinatura digital: Um conjunto de dados criptogra-
Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não fados, agregados a um documento do qual são função,
de ferramentas) para definir o nível de segurança que há garantindo a integridade e autenticidade do documento
e, com isto, estabelecer as bases para análise de melho- associado, mas não ao resguardo das informações.
rias ou pioras de situações reais de segurança. A seguran- - Mecanismos de garantia da integridade da infor-
ça de certa informação pode ser influenciada por fatores mação: Usando funções de “Hashing” ou de checagem, é
comportamentais e de uso de quem se utiliza dela, pelo garantida a integridade através de comparação do resul-
ambiente ou infraestrutura que a cerca ou por pessoas tado do teste local com o divulgado pelo autor.
mal-intencionadas que têm o objetivo de furtar, destruir - Mecanismos de controle de acesso: Palavras-chave,
ou modificar tal informação. sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligentes.
A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availability) - Mecanismos de certificação: Atesta a validade de
— Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade — um documento.
representa as principais características que, atualmente, - Integridade: Medida em que um serviço/informa-
orientam a análise, o planejamento e a implementação ção é autêntico, ou seja, está protegido contra a entrada
da segurança para um certo grupo de informações que por intrusos.
se almeja proteger. Outros fatores importantes são a - Honeypot: É uma ferramenta que tem a função
irrevogabilidade e a autenticidade. Com a evolução do proposital de simular falhas de segurança de um siste-
comércio eletrônico e da sociedade da informação, a pri- ma e obter informações sobre o invasor enganando-o,
vacidade é também uma grande preocupação. e fazendo-o pensar que esteja de fato explorando uma
Portanto as características básicas, de acordo com os fraqueza daquele sistema. É uma espécie de armadilha
padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005) são as se- para invasores. O HoneyPot não oferece forma alguma
de proteção.
guintes:
- Protocolos seguros: Uso de protocolos que garan-
- Confidencialidade – especificidade que limita o
tem um grau de segurança e usam alguns dos mecanis-
acesso a informação somente às entidades autênticas,
mos citados.
ou seja, àquelas autorizadas pelo proprietário da infor-
mação.
3. Mecanismos de encriptação
- Integridade – especificidade que assegura que a
informação manipulada mantenha todas as característi-
cas autênticas estabelecidas pelo proprietário da infor- #FicaDica
mação, incluindo controle de mudanças e garantia do
seu ciclo de vida (nascimento, manutenção e destruição). A criptografia vem, originalmente, da fusão
- Disponibilidade – especificidade que assegura que entre duas palavras gregas:
a informação esteja sempre disponível para o uso legíti- • CRIPTO = ocultar, esconder.
mo, ou seja, por aqueles usuários que têm autorização
• GRAFIA= escrever
pelo proprietário da informação.
- Autenticidade – especificidade que assegura que a
informação é proveniente da fonte anunciada e que não
foi alvo de mutações ao longo de um processo. Criptografia é a ciência de escrever em cifra ou em
- Irretratabilidade ou não repúdio – especificidade códigos. Ou seja, é um conjunto de técnicas que tornam
que assegura a incapacidade de negar a autoria em rela- uma mensagem ininteligível, e permite apenas que o
ção a uma transação feita anteriormente. destinatário que saiba a chave de encriptação possa de-
criptar e ler a mensagem com clareza.
2. Mecanismos de segurança Permitem a transformação reversível da informação
O suporte para as orientações de segurança pode ser de forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se
encontrado em: para isso, algoritmos determinados e uma chave secreta
Controles físicos: são barreiras que limitam o contato para, a partir de um conjunto de dados não encriptados,
ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que produzir uma continuação de dados encriptados. A ope-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

assegura a existência da informação) que a suporta. ração inversa é a desencriptação.


Controles lógicos: são bloqueios que impedem ou Existem dois tipos de chave: a chave pública e a chave
limitam o acesso à informação, que está em ambiente privada.
controlado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, A chave pública é usada para codificar as informa-
ficaria exibida a alteração não autorizada por elemento ções, e a chave privada é usada para decodificar.
mal-intencionado. Dessa forma, na pública, todos têm acesso, mas para
Existem mecanismos de segurança que sustentam os ‘abrir’ os dados da informação, que aparentemente não
controles lógicos: tem sentido, é preciso da chave privada, que apenas o
emissor e receptor original possui.

58
Hoje, a criptografia pode ser considerada um método
100% seguro, pois, quem a utiliza para enviar e-mails e NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS
proteger seus arquivos, estará protegido contra fraudes e VIRTUAIS. APLICATIVOS PARA SEGURANÇA
tentativas de invasão. (ANTIVÍRUS, FIREWALL, ANTISPYWARE ETC.).
Os termos ‘chave de 64 bits’ e ‘chave de 128 bits’
são usados para expressar o tamanho da chave, ou seja,
quanto mais bits forem utilizados, mais segura será essa
criptografia. Firewall é uma solução de segurança fundamentada
Um exemplo disso é se um algoritmo usa uma cha- em hardware ou software (mais comum) que, a partir de
ve de 8 bits, apenas 256 chaves poderão ser usadas para um conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego
decodificar essa informação, pois 2 elevado a 8 é igual a de rede para determinar quais operações de transmissão
256. Assim, um terceiro pode tentar gerar 256 tentativas ou recepção de dados podem ser realizadas. “Parede de
de combinações e decodificar a mensagem, que mes- fogo”, a tradução literal do nome, já deixa claro que o
mo sendo uma tarefa difícil, não é impossível. Portanto, firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defe-
quanto maior o número de bits, maior segurança terá a sa. A sua missão, consiste basicamente em bloquear trá-
criptografia. fego de dados indesejados e liberar acessos desejados.
Existem dois tipos de chaves criptográficas, as chaves Para melhor compreensão, imagine um firewall como
simétricas e as chaves assimétricas sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é neces-
Chave Simétrica é um tipo de chave simples, que é sário obedecer a determinadas regras, como se identifi-
usada para a codificação e decodificação. Entre os algo- car, ser esperado por um morador e não portar qualquer
ritmos que usam essa chave, estão: objeto que possa trazer riscos à segurança; para sair, não
- DES (Data Encryption Standard): Faz uso de chaves se pode levar nada que pertença aos condôminos sem a
de 56 bits, que corresponde à aproximadamente 72 quatri- devida autorização.
lhões de combinações. Mesmo sendo um número extrema- Neste sentido, um firewall pode impedir uma série de
mente elevado, em 1997, quebraram esse algoritmo através ações maliciosas: um malware que utiliza determinada
do método de ‘tentativa e erro’, em um desafio na internet. porta para se instalar em um computador sem o usuário
- RC (Ron’s Code ou RivestCipher): É um algoritmo saber, um programa que envia dados sigilosos para a in-
muito utilizado em e-mails e usa chaves de 8 a 1024 bits. ternet, uma tentativa de acesso à rede a partir de compu-
Além disso, ele tem várias versões que diferenciam uma tadores externos não autorizados, entre outros.
das outras pelo tamanho das chaves. Você já sabe que um firewall atua como uma espé-
- EAS (Advanced Encryption Standard): Atualmente é cie de barreira que verifica quais dados podem passar ou
um dos melhores e mais populares algoritmos de cripto-
não. Esta tarefa só pode ser feita mediante o estabeleci-
grafia. É possível definir o tamanho da chave como sendo
mento de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo
de 128 bits, 192 bits ou 256 bits.
usuário.
- IDEA (International Data Encryption Algorithm): É
Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser
um algoritmo que usa chaves de 128 bits, parecido com o
configurado para bloquear todo e qualquer tráfego no
DES. Seu ponto forte é a fácil execução de software.
computador ou na rede. O problema é que esta condi-
ção isola este computador ou esta rede, então pode-se
As chaves simétricas não são absolutamente seguras
criar uma regra para que, por exemplo, todo aplicativo
quando referem-se às informações extremamente valio-
sas, principalmente pelo emissor e o receptor precisa- aguarde autorização do usuário ou administrador para
rem ter o conhecimento da mesma chave. Dessa forma, ter seu acesso liberado. Esta autorização poderá inclusive
a transmissão pode não ser segura e o conteúdo pode ser permanente: uma vez dada, os acessos seguintes se-
chegar a terceiros. rão automaticamente permitidos.
Chave Assimétrica utiliza duas chaves: a privada e a Em um modo mais versátil, um firewall pode ser con-
pública. Elas se sintetizam da seguinte forma: a chave figurado para permitir automaticamente o tráfego de de-
pública para codificar e a chave privada para decodificar, terminados tipos de dados, como requisições HTTP (veja
considerando-se que a chave privada é secreta. Entre os mais sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras,
algoritmos utilizados, estão: como conexões a serviços de e-mail.
- RSA (Rivest, Shmirand Adleman): É um dos algorit- Perceba, como estes exemplos, tem políticas de um
mos de chave assimétrica mais usados, em que dois nú- firewall que são baseadas, inicialmente, em dois princí-
meros primos (aqueles que só podem ser divididos por 1 pios: todo tráfego é bloqueado, exceto o que está expli-
e por eles mesmos) são multiplicados para obter um ter- citamente autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ceiro valor. Assim, é preciso fazer fatoração, que significa que está explicitamente bloqueado.
descobrir os dois primeiros números a partir do terceiro, Firewalls mais avançados podem ir além, direcionan-
sendo um cálculo difícil. Assim, se números grandes fo- do determinado tipo de tráfego para sistemas de segu-
rem utilizados, será praticamente impossível descobrir o rança internos mais específicos ou oferecendo um refor-
código. A chave privada do RSA são os números que são ço extraem procedimentos de autenticação de usuários,
multiplicados e a chave pública é o valor que será obtido. por exemplo.
- El Gamal: Utiliza-se do ‘logaritmo discreto’, que é O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias
um problema matemático que o torna mais seguro. É formas. O que define uma metodologia ou outra são fa-
muito usado em assinaturas digitais. tores como critérios do desenvolvedor, necessidades es-

59
pecíficas do que será protegido, características do siste- A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja
ma operacional que o mantém, estrutura da rede e assim visto a enorme quantidade de serviços e protocolos exis-
por diante. É por isso que podemos encontrar mais de tentes na internet, fazendo com que, dependendo das
um tipo de firewall. A seguir, os mais conhecidos. circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija
Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras muito trabalho de configuração para bloquear ou autori-
soluções de firewall surgiram na década de 1980 basean- zar determinados acessos.
do-se em filtragem de pacotes de dados (packetfiltering), Proxy transparente: No que diz respeito a limitações,
uma metodologia mais simples e, por isso, mais limitada, é conveniente mencionar uma solução chamada de pro-
embora ofereça um nível de segurança significativo. xy transparente. O proxy “tradicional”, não raramente,
Para compreender, é importante saber que cada pa- exige que determinadas configurações sejam feitas nas
cote possui um cabeçalho com diversas informações a ferramentas que utilizam a rede (por exemplo, um na-
seu respeito, como endereço IP de origem, endereço IP vegador de internet) para que a comunicação aconteça
do destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Fi- sem erros. O problema é, dependendo da aplicação, este
rewall então analisa estas informações de acordo com as trabalho de ajuste pode ser inviável ou custoso.
regras estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja O proxy transparente surge como uma alternativa
para sair ou para entrar na máquina/rede), podendo tam- para estes casos porque as máquinas que fazem parte
bém executar alguma tarefa relacionada, como registrar da rede não precisam saber de sua existência, dispensan-
o acesso (ou tentativa de) em um arquivo de log. do qualquer configuração específica. Todo acesso é feito
O firewall de aplicação, também conhecido como normalmente do cliente para a rede externa e vice-ver-
proxy de serviços (proxy services) ou apenas proxy é uma sa, mas o proxy transparente consegue interceptá-lo e
solução de segurança que atua como intermediário entre responder adequadamente, como se a comunicação, de
um computador ou uma rede interna e outra rede, exter- fato, fosse direta.
na normalmente, a internet. Geralmente instalados em É válido ressaltar que o proxy transparente também
servidores potentes por precisarem lidar com um grande tem lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy «nor-
número de solicitações, firewalls deste tipo são opções
mal» é capaz de barrar uma atividade maliciosa, como
interessantes de segurança porque não permitem a co-
um malware enviando dados de uma máquina para a
municação direta entre origem e destino.
internet; o proxy transparente, por sua vez, pode não
A imagem a seguir ajuda na compreensão do concei-
bloquear este tráfego. Não é difícil entender: para con-
to. Perceba que em vez de a rede interna se comunicar
seguir se comunicar externamente, o malware teria que
diretamente com a internet, há um equipamento entre
ser configurado para usar o proxy «normal» e isso geral-
ambos que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e
mente não acontece; no proxy transparente não há esta
entre o proxy e a internet. Observe:
limitação, portanto, o acesso aconteceria normalmente.

1. Limitações dos firewalls

#FicaDica
Firewalls têm lá suas limitações, sendo que
estas variam conforme o tipo de solução e
a arquitetura utilizada. De fato, firewalls são
recursos de segurança bastante importantes,
mas não são perfeitos em todos os sentidos.

Seguem abaixo algumas dessas limitações:


Figura 91: Proxy - Um firewall pode oferecer a segurança desejada,
mas comprometer o desempenho da rede (ou mesmo de
Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar pelo um computador). Esta situação pode gerar mais gastos
proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, estabelecer re- para uma ampliação de infraestrutura capaz de superar
gras que impeçam o acesso de determinados endereços o problema;
externos, assim como que proíbam a comunicação entre - A verificação de políticas tem que ser revista pe-
computadores internos e determinados serviços remotos. riodicamente para não prejudicar o funcionamento de
Este controle amplo também possibilita o uso do pro- novos serviços;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

xy para tarefas complementares: o equipamento pode - Novos serviços ou protocolos podem não ser devi-
registrar o tráfego de dados em um arquivo de log; con- damente tratados por proxies já implementados;
teúdo muito utilizado pode ser guardado em uma espé- - Um firewall pode não ser capaz de impedir uma ati-
cie de cache (uma página Web muito acessada fica guar- vidade maliciosa que se origina e se destina à rede interna;
dada temporariamente no proxy, fazendo com que não - Um firewall pode não ser capaz de identificar
seja necessário requisitá-la no endereço original a todo uma atividade maliciosa que acontece por descuido do
instante, por exemplo); determinados recursos podem usuário - quando este acessa um site falso de um banco
ser liberados apenas mediante autenticação do usuário; ao clicar em um link de uma mensagem de e-mail, por
entre outros. exemplo;

60
- Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou ata- Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre es-
cantes experientes podem tentar descobrir ou explorar colha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers es-
brechas de segurança em soluções do tipo; tão usando este mercado para enganar pessoas com fal-
- Um firewall não pode interceptar uma conexão que sos softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa
não passa por ele. Se, por exemplo, um usuário acessar seu computador vulnerável aos ataques.
a internet em seu computador a partir de uma conexão E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado
3G (justamente para burlar as restrições da rede, talvez), ao baixar programas de segurança em sites desconheci-
o firewall não conseguirá interferir. dos, e divulgue, para que ninguém seja vítima por falta
de informação.
2. Sistema antivírus Os vírus que se anexam a arquivos infectam também
todos os arquivos que estão sendo ou e serão execu-
Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus, tados. Alguns às vezes recontaminam o mesmo arquivo
spywares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca tantas vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um
precisou formatar seu computador? espaço considerável (que é sempre muito precioso) em
Os vírus representam um dos maiores problemas para seu disco. Outros, mais inteligentes, se escondem entre
usuários de computador. Para poder resolver esses pro- os espaços do programa original, para não dar a menor
blemas, as principais desenvolvedoras de softwares cria- pista de sua existência.
ram o principal utilitário para o computador, os antivírus, Cada vírus possui um critério para começar o ataque
que são programas com o propósito de detectar e elimi- propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apa-
nar vírus e outros programas prejudiciais antes ou depois gados, o micro começa a travar, documentos que não são
de ingressar no sistema. salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mostram
Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de pro- mensagens chatas, outros mais elaborados fazem estra-
gramas de software que são implementados sem o con- gos muito grandes.
sentimento (e inclusive conhecimento) do usuário ou Existe uma variedade enorme de softwares antivírus
proprietário de um computador e que cumprem diversas no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-
funções nocivas para o sistema. Entre elas, o roubo e per- -o sempre atualizado. Isso porque surgem vírus novos
da de dados, alteração de funcionamento, interrupção todos os dias e seu antivírus precisa saber da existência
do sistema e propagação para outros computadores. deles para proteger seu sistema operacional.
Os antivírus são aplicações de software projetadas A maioria dos softwares antivírus possuem serviços
como medida de proteção e segurança para resguardar de atualização automática. Abaixo há uma lista com os
os dados e o funcionamento de sistemas informáticos antivírus mais conhecidos:
caseiros e empresariais de outras aplicações conhecidas Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br
comumente como vírus ou malware que tem a função de - Possui versão de teste.
alterar, perturbar ou destruir o correto desempenho dos McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Pos-
computadores. sui versão de teste.
Um programa de proteção de vírus tem um funcio- AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga
namento comum que com frequência compara o código e outra gratuita para uso não comercial (com menos fun-
de cada arquivo que revisa com uma base de dados de cionalidades).
códigos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoft-
determinar se trata de um elemento prejudicial para o ware.com.br - Possui versão de teste.
sistema. Também pode reconhecer um comportamento É importante frisar que a maioria destes desenvolve-
ou padrão de conduta típica de um vírus. Os antivírus dores possuem ferramentas gratuitas destinadas a re-
podem registrar tanto os arquivos encontrados dentro mover vírus específicos. Geralmente, tais softwares são
do sistema como aqueles que procuram ingressar ou in- criados para combater vírus perigosos ou com alto grau
teragir com o mesmo. de propagação.
Como novos vírus são criados de maneira quase
constante, sempre é preciso manter atualizado o pro-
grama antivírus de maneira de que possa reconhecer as
novas versões maliciosas. Assim, o antivírus pode perma-
necer em execução durante todo tempo que o sistema
informático permaneça ligado, ou registrar um arquivo
ou série de arquivos cada vez que o usuário exija. Nor-
malmente, o antivírus também pode verificar e-mails e
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

sites de entrada e saída visitados.


Um antivírus pode ser complementado por outros
aplicativos de segurança, como firewalls ou anti-spywa-
res que cumprem funções auxiliares para evitar a entrada
de vírus.
Então, antivírus são os programas criados para man-
ter seu computador seguro, protegendo-o de programas Figura 92: Principais antivírus do mercado atual
maliciosos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar
dados de seu computador.

61
2. Tipos de Vírus Os spywares e os keyloggers podem ser identifica-
dos por programas anti-spywares. Porém, algumas des-
Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia” tas pragas são tão perigosas que alguns antivírus podem
(Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permitem ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus.
a invasão de um computador alheio com espantosa facili- No caso de hijackers, muitas vezes é necessário usar uma
dade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso artefato ferramenta desenvolvida especialmente para combater
militar fabricado pelos gregos espartanos. Um “amigo” aquela praga. Isso porque os hijackers podem se infiltrar
virtual presenteia o outro com um “presente de grego”, no sistema operacional de uma forma que nem antivírus
que seria um aplicativo qualquer. Quando o leigo o exe- nem anti-spywares conseguem “pegar”.
cuta, o programa atua de forma diferente do que era es- Hoaxes: São boatos espalhados por mensagens de
perado. correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de
Ao contrário do que é erroneamente informado na computador. Uma mensagem no e-mail alerta para um
mídia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na
não se reproduz e não tem nenhuma comparação com rede e que infectará o micro do destinatário enquanto a
vírus de computador, sendo que seu objetivo é totalmen- mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar
te diverso. Deve-se levar em consideração, também, que em determinada tecla ou link. Quem cria a mensagem
a maioria dos antivírus faz a sua detecção e os classificam hoax normalmente costuma dizer que a informação par-
como tal. A expressão “Trojan” deve ser usada, exclusi- tiu de uma empresa confiável, como IBM e Microsoft, e
vamente, como definição para programas que capturam que tal vírus poderá danificar a máquina do usuário. Des-
dados sem o conhecimento do usuário. O Cavalo de Tróia considere a mensagem.
é um programa que se aloca como um arquivo no com-
putador da vítima. Ele tem o intuito de roubar informa- 3. Política de segurança da Informação
ções como passwords, logins e quaisquer dados, sigilosos
ou não, mantidos no micro da vítima. Quando a máquina Hoje as informações são bens ativos da empresa, ima-
contaminada por um Trojan conectar-se à Internet, pode- gine uma Universidade perdendo todos os dados dos
rá ter todas as informações contidas no HD visualizadas seus alunos, ou até mesmo o tornar públicos, com isso
e capturadas por um intruso qualquer. Estas visitas são pode-se dizer que a informação se tornou o ativo mais
feitas imperceptivelmente. Só quem já esteve dentro de valioso das organizações, podendo ser alvo de uma série
um computador alheio sabe as possibilidades oferecidas. de ameaças com a finalidade de explorar as vulnerabilida-
Worms (vermes) podem ser interpretados como um des e causar prejuízos consideráveis. A informação é en-
tipo de vírus mais inteligente que os demais. A princi- carada, atualmente, como um dos recursos mais impor-
pal diferença entre eles está na forma de propagação: tantes de uma organização, contribuindo decisivamente
os worms podem se propagar rapidamente para outros para a uma maior ou menor competitividade, por isso é
computadores, seja pela Internet, seja por meio de uma necessária a implementação de políticas de segurança da
rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de ma- informação que busquem reduzir as chances de fraudes
neira discreta e o usuário só nota o problema quando o ou perda de informações.
computador apresenta alguma anormalidade. O que faz A Política de Segurança da Informação é um docu-
destes vírus inteligentes é a gama de possibilidades de mento que contém um conjunto de normas, métodos e
propagação. O worm pode capturar endereços de e-mail procedimentos, que obrigatoriamente precisam ser co-
em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema municados a todos os funcionários, bem como analisado
de envio de e-mails) próprios ou qualquer outro meio que e revisado criticamente, em intervalos regulares ou quan-
permita a contaminação de computadores (normalmente do mudanças se fizerem necessárias.
milhares) em pouco tempo. Para se elaborar uma Política de Segurança da Infor-
Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não mação, deve se levar em consideração a NBR ISO/IEC
serem necessariamente vírus, estes três nomes também 27001:2005, que é uma norma de códigos de práticas
representam perigo. Spywares são programas que ficam para a gestão de segurança da informação, na qual po-
«espionando» as atividades dos internautas ou capturam dem ser encontradas as melhores práticas para iniciar, im-
informações sobre eles. Para contaminar um computador, plementar, manter e melhorar a gestão de segurança da
os spywares podem vir embutidos em softwares desco- informação em uma organização.
nhecidos ou serem baixados automaticamente quando o Importante mencionar que conforme a ISO/IEC
internauta visita sites de conteúdo duvidoso. 27002:2005(2005), a informação é um conjunto de dados
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem que representa um ponto de vista, um dado processado é
vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, o que gera uma informação. Um dado não tem valor an-
destinados a capturar tudo o que é digitado no teclado. O tes de ser processado, a partir do seu processamento, ele
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas. passa a ser considerado uma informação, que pode gerar
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram» conhecimento, logo, a informação é o conhecimento pro-
navegadores de Internet, principalmente o Internet Explo- duzido como resultado do processamento de dados.
rer. Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial De fato, com o aumento da concorrência de mercado,
do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe pro- tornou-se vital melhorar a capacidade de decisão em to-
pagandas em pop-ups ou janelas novas, instala barras dos os níveis. Como resultado deste significante aumento
de ferramentas no navegador e podem impedir acesso a da interconectividade, a informação está agora exposta
determinados sites (como sites de software antivírus, por a um crescente número e a uma grande variedade de
exemplo). ameaças e vulnerabilidades.

62
Segundo a ABNT NBR ISO/IEC 17799:2005 (2005, p.ix), provável que você não o faça. Para entender mais sobre
“segurança da informação é a proteção da informação de este assunto, devemos primeiro entender os tipos dife-
vários tipos de ameaças para garantir a continuidade do rentes de backup que podem ser criados. Estes são:
negócio, minimizar o risco ao negócio, maximizar o re- • Backups completos;
torno sobre os investimentos e as oportunidades de ne- • Backups incrementais;
gócio, para isso é muito importante a confidencialidade, • Backups diferenciais;
integridade e a disponibilidade, onde: • Backups delta;
A confidencialidade é a garantia de que a informa-
ção é acessível somente por pessoas autorizadas a terem O backup completo é simplesmente fazer a cópia de
acesso (NBR ISO/IEC 27002:2005). Caso a informação todos os arquivos para o diretório de destino (ou para os
seja acessada por uma pessoa não autorizada, intencio- dispositivos de backup correspondentes), independente
nalmente ou não, ocorre a quebra da confidencialidade. de versões anteriores ou de alterações nos arquivos des-
A quebra desse sigilo pode acarretar danos inestimáveis de o último backup. Este tipo de backup é o tradicional
para a empresa ou até mesmo para uma pessoa física. e a primeira ideia que vêm à mente das pessoas quando
Um exemplo simples seria o furto do número e da senha pensam em backup: guardar TODAS as informações. Ou-
do cartão de crédito, ou até mesmo, dados da conta ban- tra característica do backup completo é que ele é o ponto
cária de uma pessoa. de início dos outros métodos citados abaixo. Todos usam
A integridade é a garantia da exatidão e completeza este backup para assinalar as alterações que deverão ser
da informação e dos métodos de processamento (NBR salvas em cada um dos métodos.
ISO/IEC 27002:2005) quando a informação é alterada, Este tipo consiste no backup de todos os arquivos
falsificada ou furtada, ocorre à quebra da integridade. A para a mídia de backup. Conforme mencionado anterior-
integridade é garantida quando se mantém a informação mente, se os dados sendo copiados nunca mudam, cada
no seu formato original. backup completo será igual aos outros. Esta similaridade
A disponibilidade é a garantia de que os usuários ocorre devido ao fato que um backup completo não ve-
autorizados obtenham acesso à informação e aos ati- rifica se o arquivo foi alterado desde o último backup;
vos correspondentes sempre que necessário (NBR ISO/ copia tudo indiscriminadamente para a mídia de backup,
IEC 27002:2005). Quando a informação está indisponí- tendo modificações ou não. Esta é a razão pela qual os
vel para o acesso, ou seja, quando os servidores estão backups completos não são feitos o tempo todo. Todos
inoperantes por conta de ataques e invasões, considera- os arquivos seriam gravados na mídia de backup. Isto sig-
-se um incidente de segurança da informação por quebra nifica que uma grande parte da mídia de backup é usada
de disponibilidade. Mesmo as interrupções involuntárias mesmo que nada tenha sido alterado. Fazer backup de
de sistemas, ou seja, não intencionais, configuram que- 100 gigabytes de dados todas as noites quando talvez
bra de disponibilidade. 10 gigabytes de dados foram alterados não é uma boa
prática; por este motivo os backups incrementais foram
criados.
PROCEDIMENTOS DE BACKUP. Já os backups incrementais primeiro verificam se o
horário de alteração de um arquivo é mais recente que o
horário de seu último backup, por exemplo, já atuei em
Procedimentos de backup uma Instituição, onde todos os backups eram programa-
dos para a quarta-feira.
O Backup ajuda a proteger os dados de exclusão A vantagem principal em usar backups incrementais
acidentais, ou até mesmo de falhas, por exemplo se os é que rodam mais rápido que os backups completos. A
dados originais do disco rígido forem apagados ou subs- principal desvantagem dos backups incrementais é que
tituídos acidentalmente ou se ficarem inacessíveis devido para restaurar um determinado arquivo, pode ser neces-
a um defeito do disco rígido, você poderá restaurar facil- sário procurar em um ou mais backups incrementais até
mente os dados usando a cópia arquivada. encontrar o arquivo. Para restaurar um sistema de ar-
quivo completo, é necessário restaurar o último backup
1. Tipos de Backup completo e todos os backups incrementais subsequen-
tes. Numa tentativa de diminuir a necessidade de procu-
Fazer um backup é simples. Basta copiar os arqui- rar em todos os backups incrementais, foi implementada
vos que você usa para outro lugar e pronto, está feito o uma tática ligeiramente diferente. Esta é conhecida como
backup. Mas e se eu alterar um arquivo? E se eu excluir backup diferencial.
acidentalmente um arquivo? E se o arquivo atual corrom- Os backups diferenciais, também só copiam arquivos
peu? Bem, é aí que a coisa começa a ficar mais legal. É alterados desde o último backup, mas existe uma dife-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

nessa hora que entram as estratégias de backup. rença, eles mapeiam as alterações em relação ao último
Se você perguntar a alguém que não é familiarizado backup completo, importante mencionar que essa téc-
com backups, a maioria pensará que um backup é so- nica ocasiona o aumento progressivo do tamanho do
mente uma cópia idêntica de todos os dados do com- arquivo.
putador. Em outras palavras, se um backup foi criado na Os backups delta sempre armazenam a diferença en-
noite de terça-feira, e nada mudou no computador du- tre as versões correntes e anteriores dos arquivos, co-
rante o dia todo na quarta-feira, o backup criado na noite meçando a partir de um backup completo e, a partir daí,
de quarta seria idêntico àquele criado na terça. Apesar a cada novo backup são copiados somente os arquivos
de ser possível configurar backups desta maneira, é mais que foram alterados enquanto são criados hardlinks para

63
os arquivos que não foram alterados desde o último ternet), imagine uma empresa que quer ligar suas filiais,
backup. Esta é a técnica utilizada pela Time Machine da esse é um caso clássico, ou também pensando na mo-
Apple e por ferramentas como o rsync. dalidade de trabalho homeoffice, em que o funcionário
pode, da casa dele, acessar todos seus arquivos e softwa-
2. Mídias res específicos da empresa.
A fita foi o primeiro meio de armazenamento de da- A palavra tunelamento é algo normal ao se trabalhar
dos removível amplamente utilizado. Tem os benefícios com VPNs, é como se criasse um túnel para que os dados
de custo baixo e uma capacidade razoavelmente boa de possam ser enviados sem que outros usuários tenham
armazenamento. Entretanto, a fita tem algumas desvan- acesso.
tagens. Ela está sujeita ao desgaste e o acesso aos dados Para criar uma rede VPN não é preciso mais do que
na fita é sequencial por natureza. Estes fatores significam dois (ou mais) computadores conectados à Internet e um
que é necessário manter o registro do uso das fitas (apo- programa de VPN instalado em cada máquina. O proces-
sentá-las ao atingirem o fim de suas vidas úteis) e tam- so para o envio dos dados é o seguinte:
bém que a procura por um arquivo específico nas fitas
pode ser uma tarefa longa. • Os dados são criptografados e encapsulados.
Ultimamente, os drives de disco nunca seriam usados • Algumas informações extras, como o número de
como um meio de backup. No entanto, os preços de ar- IP da máquina remetente, são adicionadas aos da-
mazenamento caíram a um ponto que, em alguns casos, dos que serão enviados para que o computador
usar drives de disco para armazenamento de backup faz receptor possa identificar quem mandou o pacote
sentido. A razão principal para usar drives de disco como de dados.
um meio de backup é a velocidade. Não há um meio de • O pacote contendo todos os dados é enviado por
armazenamento em massa mais rápido. A velocidade meio do “túnel” criado até o computador de des-
pode ser um fator crítico quando a janela de backup do tino.
seu centro de dados é curta e a quantidade de dados a • A máquina receptora irá identificar o computador
serem copiados é grande. remetente por meio das informações anexadas ao
O armazenamento deve ser sempre levado em con- pacote de dados.
sideração, onde o administrador desses backups deve se • Os dados são recebidos e desencapsulados.
preocupar em encontrar um equilíbrio que atenda ade- • Finalmente os dados são descriptografados e ar-
quadamente às necessidades de todos, e também asse- mazenados no computador de destino
gurar que os backups estejam disponíveis para a pior das •
situações. 5. Computação na nuvem (cloud computing)
Após todas as técnicas de backups estarem efetivadas
deve-se garantir os testes para que com o passar do tem- Ao utilizar e acessar arquivos e executar tarefas pela
po não fiquem ilegíveis. internet, o usuário está utilizando o conceito de compu-
tação em nuvens, não há a necessidade de instalar apli-
3. Recomendações para proteger seus backups cativos no seu computador para tudo, pois pode acessar
diferentes serviços online para fazer o que precisa, já que
Fazer backups é uma excelente prática de seguran- os dados não se encontram em um computador específi-
ça básica. Agora lhe damos conselhos simples para que co, mas sim em uma rede, um grande exemplo disso é o
você esteja a salvo no dia em que precisar deles: Google com o Google Docs, Planilhas, e até mesmo por-
1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escritório, ta aquivos como o Google Drive, ou de outras empresas
e, se for possível, em algum recipiente à prova de incên- como o One Drive.
dios, como os cofres onde você guarda seus documentos Uma vez devidamente conectado ao serviço online, é
e valores importantes. possível desfrutar suas ferramentas e salvar todo o traba-
2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as lho que for feito para acessá-lo depois de qualquer lugar
mantenha em lugares separados. — é justamente por isso que o seu computador estará nas
3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups, nuvens, pois você poderá acessar os aplicativos a partir de
é melhor comprimir os arquivos que já sejam muito anti- qualquer computador que tenha acesso à internet.
gos (quase todos os programas de backup contam com
essa opção), assim você não desperdiça espaço útil.
4. Proteja seus backups com uma senha, de maneira #FicaDica
que sua informação fique criptografada o suficiente para Basta pensar que, a partir de uma conexão
que ninguém mais possa acessá-la. Se sua informação é com a internet, você pode acessar um servidor
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

importante para seus entes queridos, implemente algu- capaz de executar o aplicativo desejado, que
ma forma para que eles possam saber a senha se você pode ser desde um processador de textos
não estiver presente. até mesmo um jogo ou um pesado editor
de vídeos. Enquanto os servidores executam
4. VPN um programa ou acessam uma determinada
informação, o seu computador precisa apenas
É o acrônimo de (Virtual Private Network), que signifi- do monitor e dos periféricos para que você
ca Rede Particular Virtual, que define-se como a conexão interaja.
de dois computadores utilizando uma rede pública (In-

64
de arquivos em um único arquivo utilizando um softwa-
re compactador. Só não poderá ser utilizado nessa tarefa
HORA DE PRATICAR! o software: 

1. (LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - ASSISTENTE AD- a) 7-Zip.


MINISTRATIVO) Um computador é um equipamento ca- b) WinZip.
paz de processar com rapidez e segurança grande quan- c) CuteFTP.
tidade de informações. d) jZip.
Assim, além dos componentes de hardware, os compu- e) WinRAR.
tadores necessitam de um conjunto de softwares deno-
minado: 6. (MPE-CE 2013 - FCC - Analista Ministerial - Direito)
Sobre manipulação de arquivos no Windows 7 em portu-
a) arquivo de dados. guês, é correto afirmar que,
b) blocos de disco.
c) navegador de internet. a) para mostrar tipos diferentes de informações sobre
d) processador de dados. cada arquivo de uma janela, basta clicar no botão
e) sistemaoperacional. Classificar na barra de ferramentas da janela e escolher
o modo de exibição desejado.
2. (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO – b) quando você exclui um arquivo do disco rígido, ele
ADMINISTRATIVA) As características básicas da segu- é apagado permanentemente e não pode ser poste-
rança da informação — confidencialidade, integridade e riormente recuperado caso tenha sido excluído por
disponibilidade — não são atributos exclusivos dos siste- engano.
mas computacionais. c) para excluir um arquivo de um pen drive, basta clicar
com o botão direito do mouse sobre ele e selecionar a
( ) CERTO ( ) ERRADO
opção Enviar para a lixeira.
d) se um arquivo for arrastado entre duas pastas que
3. (TRE/CE 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO – JURÍ-
estão no mesmo disco rígido, ele será compartilhado
DICA) São ações para manter o computador protegido,
entre todos os usuários que possuem acesso a essas
EXCETO:
pastas.
e) se um arquivo for arrastado de uma pasta do disco
a) Evitar o uso de versões de sistemas operacionais ultra-
rígido para uma mídia removível, como um pen drive,
passadas, como Windows 95 ou 98.
ele será copiado.
b) Excluir spams recebidos e não comprar nada anuncia-
do através desses spams.
c) Não utilizar firewall. 7. (SUDECO 2013 - FUNCAB - Contador) No sistema ope-
d) Evitar utilizar perfil de administrador, preferindo sem- racional Linux,o comando que NÃO está relacionado a
pre utilizar um perfil mais restrito. manipulação de arquivos é:
e) Não clicar em links não solicitados, pois links estranhos
muitas vezes são vírus. a) kill
b) cat
4.(Copergás 2016 - FCC – Técnico Operacional Segu- c) rm
rança do Trabalho) A ferramenta Outlook : d) cp
e) ftp
a) é um serviço de e-mail gratuito para gerenciar todos
os e-mails, calendários e contatos de um usuário. 8. (IBGE 2016 - FGV - Analista - Análise de Sistemas
b) 2016 é a versão mais recente, sendo compatível com o - Desenvolvimento de Aplicações - Web Mobile) Um
Windows 10, o Windows 8.1 e o Windows 7. desenvolvedor Android deseja inserir a funcionalidade
c) permite que todas as pessoas possam ver o calendá- de backup em uma aplicação móvel para, de tempos em
rio de um usuário, mas somente aquelas com e-mail tempos, armazenar dados automaticamente. A classe da
Outlook.com podem agendar reuniões e responder a API de Backup (versão 6.0 ou superior) a ser utilizada é a:
convites.
d) funciona apenas em dispositivos com Windows, não a) BkpAgent;
funcionando no iPad, no iPhone, em tablets e em tele- b) BkpHelper;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

fones com Android. c) BackupManager;


e) versão 2015 oferece acesso gratuito às ferramentas do d) BackupOutputData;
pacote de webmail Office 356 da Microsoft.] e) BackupDataStream.

5. (CRM-PI 2016 - Quadrix – Médico Fiscal) Em um 9. (Prefeitura de Cristiano Otoni 2016 - INAZ do Pará
computador com o sistema operacional Windows insta- - Psicólogo) Realizar cópia de segurança é uma forma
lado, um funcionário deseja enviar 50 arquivos, que jun- de prevenir perda de informações. Qual é o Backup que
tos totalizam 2 MB de tamanho, anexos em um e-mail. só efetua a cópia dos últimos arquivos que foram criados
Para facilitar o envio, resolveu compactar esse conjunto pelo usuário ou sistema?

65
a) Backup incremental 15. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
b) Backup diferencial GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca dos ambientes Li-
c) Backup completo nux e Windows, julgue os itens seguintes.2No sistema
d) Backup Normal operacional Windows 8, há a possibilidade de integrar-
e) Backup diário -se à denominada nuvem de computadores que fazem
parte da Internet.
10. (CRO-PR 2016 - Quadrix - Auxiliar de Departa-
mento) Como é chamado o backup em que o sistema ( ) CERTO ( ) ERRADO
não é interrompido para sua realização?
16. (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁ-
a) Backup Incremental. TICA) Alguns programas do computador de Ana estão
b) Cold backup. muito lentos e ela receia que haja um problema com o
c) Hot backup. hardware ou com a memória principal. Muitos de seus
d) Backup diferencial. programas falham subitamente e o carregamento de ar-
e) Backup normal quivos grandes de imagens e vídeos está muito demo-
rado. Além disso, aparece, com frequência, mensagens
11. (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo) indicando conflitos em drivers de dispositivos. Como ela
Um funcionário precisa conectar um projetor multimídia utiliza o Windows 7, resolveu executar algumas funções
a um computador. Qual é o padrão de conexão que ele de diagnóstico, que poderão auxiliar a detectar as causas
deve usar? para os problemas e sugerir as soluções adequadas.
Para realizar a verificação da memória e, em seguida do
a) RJ11 hardware, Ana utilizou, respectivamente, as ferramentas:
b) RGB
c) HDMI a) Diagnóstico de memória do Windows e Monitor de
d) PS2 desempenho.
e) RJ45 b) Monitor de recursos de memória e Diagnóstico de
conflitos do Windows.
12. (SABESP 2014 - FCC - Analista de Gestão - Ad- c) Monitor de memória do Windows e Diagnóstico de
ministração) Correspondem, respectivamente, aos ele- desempenho de hardware.
mentos placa de som, editor de texto, modem, editor de d) Mapeamento de Memória do Windows e Mapeamen-
planilha e navegador de internet: to de hardware do Windows.
e) Diagnóstico de memória e desempenho e Diagnóstico
a) software, software, hardware, software e hardware. de hardware do Windows.
b) hardware, software, software, software e hardware.
c) hardware, software, hardware, hardware e software. 17. (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO -
d) software, hardware, hardware, software e software. EXECUÇÃO DE MANDADOS) Beatriz trabalha em um
e) hardware, software, hardware, software e software. escritório de advocacia e utiliza um computador com o
Windows 7 Professional em português. Certo dia notou
13. (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo) que o computador em que trabalha parou de se comu-
Um computador à venda em um sítio de comércio ele- nicar com a internet e com outros computadores ligados
trônico possui 3.2 GHz, 8 GB, 2 TB e 6 portas USB. Essa na rede local. Após consultar um técnico, por telefone,
configuração indica que: foi informada que sua placa de rede poderia estar com
problemas e foi orientada a checar o funcionamento do
a) a velocidade do processador é 3.2 GHz. adaptador de rede. Para isso, Beatriz entrou no Painel de
b) a capacidade do disco rígido é 8 GB. Controle, clicou na opção Hardware e Sons e, no grupo
c) a capacidade da memória RAM é 2 TB. Dispositivos e Impressoras, selecionou a opção:
d) a resolução do monitor de vídeo é composta de 6 por-
tas USB. a) Central de redes e compartilhamento.
b) Verificar status do computador.
14. (IF-PA 2016 - FUNRIO - Técnico de Tecnologia da c) Redes e conectividade.
Informação) São dispositivos ou periféricos de entrada d) Gerenciador de dispositivos.
de um computador: e) Exibir o status e as tarefas de rede.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

a) Câmera, Microfone, Projetor e Scanner.


b) Câmera, Mesa Digitalizadora, Microfone e Scanner.
c) Microfone, Modem, Projetor e Scanner.
d) Mesa Digitalizadora, Monitor, Microfone e Projetor.
e) Câmera, Microfone, Modem e Scanner.

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18. (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTI- 22. (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXE-
CA) No console do sistema operacional Linux, alguns CUÇÃO DE MANDADOS) João trabalha no departamen-
comandos permitem executar operações com arquivos e to financeiro de uma grande empresa de vendas no vare-
diretórios do disco. jo e, em certa ocasião, teve a necessidade de enviar a 768
Os comandos utilizados para criar, acessar e remover um clientes inadimplentes uma carta com um texto padrão,
diretório vazio são, respectivamente, na qual deveria mudar apenas o nome do destinatário e
a data em que deveria comparecer à empresa para nego-
a) pwd, mv e rm. ciar suas dívidas. Por se tratar de um número expressivo
b) md, ls e rm. de clientes, João pesquisou recursos no Microsoft Office
c) mkdir, cd e rmdir. 2010, em português, para que pudesse cadastrar apenas
d) cdir, lsdir e erase. os dados dos clientes e as datas em que deveriam com-
e) md, cd e rd. parecer à empresa e automatizar o processo de impres-
são, sem ter que mudar os dados manualmente. Após
19. (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - imprimir todas as correspondências, João desejava ainda
ADMINISTRATIVA) Acerca dos conceitos de sistema imprimir, também de forma automática, um conjunto de
operacional (ambientes Linux e Windows) e de redes de etiquetas para colar nos envelopes em que as correspon-
computadores, julgue os itens.3Por ser um sistema ope- dências seriam colocadas. Os recursos do Microsoft Offi-
racional aberto, o Linux, comparativamente aos demais ce 2010 que permitem atender às necessidades de João
sistemas operacionais, proporciona maior facilidade de são os recursos
armazenamento de dados em nuvem.
a) para criação de mala direta e etiquetas disponíveis na
( ) CERTO ( ) ERRADO guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
b) de automatização de impressão de correspondências
20. (TJ/RR 2012 - CESPE - AGENTE DE PROTEÇÃO) disponíveis na guia Mala Direta do Microsoft Power-
Acerca de organização e gerenciamento de informações, Point 2010.
arquivos, pastas e programas, de segurança da informa- c) de banco de dados disponíveis na guia Correspondên-
ção e de armazenamento de dados na nuvem, julgue os cias do Microsoft Word 2010.
itens subsequentes.1Um arquivo é organizado logica- d) de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Inserir
mente em uma sequência de registros, que são mapea- do Microsoft Word 2010.
dos em blocos de discos. Embora esses blocos tenham e) de banco de dados e etiquetas disponíveis na guia
um tamanho fixo determinado pelas propriedades físicas Correspondências do Microsoft Excel 2010.
do disco e pelo sistema operacional, o tamanho do re-
gistro pode variar. 23. (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO
FINANCEIRA II) No editor de textos Writer do pacote BR
( ) CERTO ( ) ERRADO Office, é possível modificar e criar estilos para utilização
no texto. Dentre as opções de Recuo e Espaçamento para
21. (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE TÉC- um determinado estilo, é INCORRETO afirmar que é pos-
NICO ADMINISTRATIVO - RH) Paulo utiliza em seu tra- sível alterar um valor para
balho o editor de texto Microsoft Word 2010 (em portu-
guês) para produzir os documentos da empresa. Certo a) recuo da primeira linha.
dia Paulo digitou um documento contendo 7 páginas de b) recuo antes do texto.
texto, porém, precisou imprimir apenas as páginas 1, 3, 5, c) recuo antes do parágrafo.
6 e 7. Para imprimir apenas essas páginas, Paulo clicou no d) espaçamento acima do parágrafo.
Menu Arquivo, na opção Imprimir e, na divisão Configu- e) espaçamento abaixo do parágrafo.
rações, selecionou a opção Imprimir Intervalo Personali-
zado. Em seguida, no campo Páginas, digitou 24. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para
a) 1,3,5-7 e clicou no botão Imprimir. ordenar, por data, os registros inseridos na planilha, é
b) 1;3-5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora. suficiente selecionar a coluna data de entrada, clicar no
c) 1−3,5-7 e clicou no botão Imprimir. menu Dados e, na lista disponibilizada, clicar ordenar
d) 1+3,5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora. data.
e) 1,3,5;7 e clicou no botão Imprimir.
( ) CERTO ( ) ERRADO
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

67
25. (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) A planilha abaixo foi criada utilizando-se
o Microsoft Excel 2010 (em português).

A linha 2 mostra uma dívida de R$ 1.000,00 (célula B2) com um Credor A (célula A2) que deve ser paga em 2 meses
(célula D2) com uma taxa de juros de 8% ao mês (célula C2) pelo regime de juros simples. A fórmula correta que deve
ser digitada na célula E2 para calcular o montante que será pago é

a) =(B2+B2)*C2*D2.
b) =B2+B2*C2/D2.
c) =B2*C2*D2.
d) =B2*(1+(C2*D2)).
e) =D2*(1+(B2*C2)).

26. (MINISTÉRIO DA FAZENDA 2012 - ESAF - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO) O BrOffice é uma suíte
para escritório gratuita e de código aberto. Um dos aplicativos da suíte é o Calc, que é um programa de planilha ele-
trônica e assemelha-se ao Excel da Microsoft. O Calc é destinado à criação de planilhas e tabelas, permitindo ao usuá-
rio a inserção de equações matemáticas e auxiliando na elaboração de gráficos de acordo com os dados presentes na
planilha. O Calc utiliza como padrão o formato:

a) XLS.
b) ODF.
c) XLSX.
d) PDF.
e) DOC.

27. (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Após ministrar uma palestra sobre Se-
gurança no Trabalho, Iracema comunicou aos funcionários presentes que disponibilizaria os slides referentes à palestra
na intranet da empresa para que todos pudessem ter acesso. Quando acessou a intranet e tentou fazer o upload do
arquivo de slides criado no Microsoft PowerPoint 2010 (em português), recebeu a mensagem do sistema dizendo
que o formato do arquivo era inválido e que deveria converter/salvar o arquivo para o formato PDF e tentar realizar o
procedimento novamente. Para realizar a tarefa sugerida pelo sistema, Iracema

a) clicou no botão Iniciar do Windows, selecionou a opção Todos os programas, selecionou a opção Microsoft Office
2010 e abriu o software Microsoft Office Converter Professional 2010. Em seguida, clicou na guia Arquivo e na op-
ção Converter. Na caixa de diálogo que se abriu, selecionou o arquivo de slides e clicou no botão Converter.
b) abriu o arquivo utilizando o Microsoft PowerPoint 2010, clicou na guia Ferramentas e, em seguida, clicou na opção
Converter. Na caixa de diálogo que se abriu, clicou na caixa de combinação que permite definir o tipo do arquivo e
selecionou a opção PDF. Em seguida, clicou no botão Converter.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

c) abriu a pasta onde o arquivo estava salvo, utilizando os recursos do Microsoft Windows 7, clicou com o botão direito
do mouse sobre o nome do arquivo e selecionou a opção Salvar como PDF.
d) abriu o arquivo utilizando o Microsoft PowerPoint 2010, clicou na guia Arquivo e, em seguida, clicou na opção Salvar
Como. Na caixa de diálogo que se abriu, clicou na caixa de combinação que permite definir o tipo do arquivo e
selecionou a opção PDF. Em seguida, clicou no botão Salvar.
e) baixou da internet um software especializado em fazer a conversão de arquivos do tipo PPTX para PDF, pois verificou
que o PowerPoint 2010 não possui opção para fazer tal conversão.

68
28. (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ADMINISTRADOR) 32. (CEITEC 2012 - FUNRIO - ADMINISTRAÇÃO/CIÊN-
Em um slide em branco de uma apresentação criada uti- CIAS CONTÁBEIS/DIREITO/PREGOEIRO PÚBLICO) Na
lizando-se o Microsoft PowerPoint 2010 (em português), internet o protocolo_________ permite a transferência de
uma das maneiras de acessar alguns dos comandos mais mensagens eletrônicas dos servidores de _________para
importantes é clicando-se com o botão direito do mouse caixa postais nos computadores dos usuários. As lacunas
sobre a área vazia do slide. Dentre as opções presentes se completam adequadamente com as seguintes expres-
nesse menu, estão as que permitem sões:

a) copiar o slide e salvar o slide. a) Ftp/ Ftp.


b) salvar a apresentação e inserir um novo slide. b) Pop3 / Correio Eletrônico.
c) salvar a apresentação e abrir uma apresentação já exis- c) Ping / Web.
tente. d) navegador / Proxy.
d) apresentar o slide em tela cheia e animar objetos pre- e) Gif / de arquivos
sentes no slide.
e) mudar o layout do slide e a formatação do plano de 33. (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - AS-
fundo do slide. SISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO AD-
MINISTRATIVO) Em uma rede local, cujas estações de
29. (TRT 11ª 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - JU- trabalho usam o sistema operacional Windows XP e en-
DICIÁRIA) Em um slide mestre do BrOffice.org Apresen- dereços IP fixos em suas configurações de conexão, um
tação (Impress), NÃO se trata de um espaço reservado novo host foi instalado e, embora esteja normalmente
que se possa configurar a partir da janela Elementos conectado à rede, não consegue acesso à internet distri-
mestres: buída nessa rede.
Considerando que todas as outras estações da rede
a) Número da página. estão acessando a internet sem dificuldades, um dos
b) Texto do título. motivos que pode estar ocasionando esse problema no
c) Data/hora. novo host é
d) Rodapé.
a) a codificação incorreta do endereço de FTP para o do-
e) Cabeçalho.
mínio registrado na internet.
b) a falta de registro da assinatura digital do host nas
30. (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE TÉC-
opções da internet.
NICO ADMINISTRATIVO - RH) No Microsoft Internet
c) um erro no Gateway padrão, informado nas proprieda-
Explorer 9 é possível acessar a lista de sites visitados nos
des do Protocolo TCP/IP desse host.
últimos dias e até semanas, exceto aqueles visitados em
d) um erro no cadastramento da conta ou da senha do
modo de navegação privada. Para abrir a opção que per-
próprio host.
mite ter acesso a essa lista, com o navegador aberto, cli-
e) um defeito na porta do switch onde a placa de rede
ca-se na ferramenta cujo desenho é desse host está conectada.
a) uma roda dentada, posicionada no canto superior di- 34. (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS-
reito da janela. TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMI-
b) uma casa, posicionada no canto superior direito da NISTRATIVO) Para conectar sua estação de trabalho a
janela. uma rede local de computadores controlada por um ser-
c) uma estrela, posicionada no canto superior direito da vidor de domínios, o usuário dessa rede deve informar
janela. uma senha e um[a]
d) um cadeado, posicionado no canto inferior direito da
janela. a) endereço de FTP válido para esse domínio.
e) um globo, posicionado à esquerda da barra de ende- b) endereço MAC de rede registrado na máquina cliente.
reços. c) porta válida para a intranet desse domínio.
d) conta cadastrada e autorizada nesse domínio.
31. (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO- e) certificação de navegação segura registrada na intranet.
GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito de redes de
computadores, julgue os itens subsequentes. Lista de
discussão é uma ferramenta de comunicação limitada a 35. (CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 - CESPE - ANA-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

uma intranet, ao passo que grupo de discussão é uma LISTA LEGISLATIVO - TÉCNICA LEGISLATIVA) Com
ferramenta gerenciável pela Internet que permite a um relação a redes de computadores, julgue os próximos
grupo de pessoas a troca de mensagens via email entre itens.5Uma rede local (LAN — local area network) é ca-
todos os membros do grupo. racterizada por abranger uma área geográfica, em teoria,
ilimitada. O alcance físico dessa rede permite que os da-
( ) CERTO ( ) ERRADO dos trafeguem com taxas acima de 100 Mbps.

( ) CERTO ( ) ERRADO

69
36. (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - 40. (MPE/PE 2012 - FCC - ANALISTA MINISTERIAL -
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) Com relação à certifi- INFORMÁTICA) Sobre Cavalo de Tróia, é correto afirmar:
cação digital, julgue os itens que se seguem.O certificado
digital revogado deve constar da lista de certificados re- a) Consiste em um conjunto de arquivos .bat que não
vogados, publicada na página de Internet da autoridade necessitam ser explicitamente executados.
certificadora que o emitiu. b) Contém um vírus, por isso, não é possível distinguir as
ações realizadas como consequência da execução do
( ) CERTO ( ) ERRADO Cavalo de Tróia propriamente dito, daquelas relacio-
nadas ao comportamento de um vírus.
37. (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - c) Não é necessário que o Cavalo de Tróia seja executado
ADMINISTRATIVA) Acerca de segurança da informação, para que ele se instale em um computador. Cavalos de
julgue os itens a seguir. O vírus de computador é assim Tróia vem anexados a arquivos executáveis enviados
denominado em virtude de diversas analogias poderem por e-mail.
ser feitas entre esse tipo de vírus e os vírus orgânicos. d) Não instala programas no computador, pois seu único
objetivo não é obter o controle sobre o computador,
( ) CERTO ( ) ERRADO mas sim replicar arquivos de propaganda por e-mail.
e) Distingue-se de um vírus ou de um worm por não
38. (MPE/PE 2012 - FCC - TÉCNICO MINISTERIAL - infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si
ADMINISTRATIVO) Existem vários tipos de vírus de mesmo automaticamente.
computadores, dentre eles um dos mais comuns são ví-
rus de macros, que:

a) são programas binários executáveis que são baixados


de sites infectados na Internet.
b) podem infectar qualquer programa executável do
computador, permitindo que eles possam apagar ar-
quivos e outras ações nocivas.
c) são programas interpretados embutidos em documen-
tos do MS Office que podem infectar outros docu-
mentos, apagar arquivos e outras ações nocivas.
d) são propagados apenas pela Internet, normalmente
em sites com software pirata.
e) podem ser evitados pelo uso exclusivo de software le-
gal, em um computador com acesso apenas a sites da
Internet com boa reputação.

39. (SABESP 2012 - FCC - ANALISTA DE GESTÃO


I - SISTEMAS) Sobre vírus, considere:
I. Para que um computador seja infectado por um ví-
rus é preciso que um programa previamente infec-
tado seja executado.
II. Existem vírus que procuram permanecer ocultos,
infectando arquivos do disco e executando uma
série de atividades sem o conhecimento do usuá-
rio.
III. Um vírus propagado por e-mail (e-mail borne ví-
rus) sempre é capaz de se propagar automatica-
mente, sem a ação do usuário.
IV. Os vírus não embutem cópias de si mesmo em
outros programas ou arquivos e não necessitam
serem explicitamente executados para se propa-
garem.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Está correto o que se afirma em

a) II, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.

70
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 E ________________________________________________
2 Certo _________________________________________________
3 C
_________________________________________________
4 B
5 C _________________________________________________
6 E _________________________________________________
7 A
_________________________________________________
8 C
9 A _________________________________________________
10 C _________________________________________________
11 C
_________________________________________________
12 E
13 A _________________________________________________
14 C _________________________________________________
15 Certo
_________________________________________________
16 A
17 D _________________________________________________
18 C _________________________________________________
19 Errado
_________________________________________________
20 Certo
21 A _________________________________________________
22 A _________________________________________________
23 C
_________________________________________________
24 Errado
25 D _________________________________________________
26 B _________________________________________________
27 D _________________________________________________
28 E
_________________________________________________
29 B
30 C _________________________________________________
31 Errado _________________________________________________
32 B
_________________________________________________
33 C
34 D _________________________________________________
35 Errado _________________________________________________
36 Certo
_________________________________________________
37 Certo
38 C
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

_________________________________________________
39 B _________________________________________________
40 E
_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

71
ANOTAÇÕES

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

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72
ÍNDICE

RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Operações, propriedades e aplicações (soma, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação)........................................ 01


Princípios de contagem e probabilidade. Arranjos e permutações. Combinações............................................................................................ 19
Conjuntos numéricos (números naturais, inteiros, racionais e reais) e operações com conjuntos............................................................. 29
Razões e proporções (grandezas diretamente proporcionais, grandezas inversamente proporcionais, porcentagem regras
de três simples e compostas).................................................................................................................................................................................................. 33
Equações e inequações............................................................................................................................................................................................................. 42
Sistemas de medidas.................................................................................................................................................................................................................. 48
Volumes........................................................................................................................................................................................................................................... 54
Compreensão de estruturas lógicas. Lógica de argumentação (analogias, inferências, deduções e conclusões). Diagramas
lógicos............................................................................................................................................................................................................................................... 57
Exemplos:
OPERAÇÕES, PROPRIEDADES E
APLICAÇÕES (SOMA, SUBTRAÇÃO, Ex: O antecessor de 2 é 1.
MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, POTENCIAÇÃO Ex: O antecessor de 56 é 55.
E RADICIAÇÃO). Ex: O antecessor de 10 é 9.

FIQUE ATENTO!
Números Naturais e suas operações fundamentais O único número natural que não possui an-
tecessor é o 0 (zero) !
1. Definição de Números Naturais

Os números naturais como o próprio nome diz, são 1.1. Operações com Números Naturais
os números que naturalmente aprendemos, quando es-
tamos iniciando nossa alfabetização. Nesta fase da vida, Agora que conhecemos os números naturais e temos
não estamos preocupados com o sinal de um número, um sistema numérico, vamos iniciar o aprendizado das
mas sim em encontrar um sistema de contagem para operações matemáticas que podemos fazer com eles.
quantificarmos as coisas. Assim, os números naturais são Muito provavelmente, vocês devem ter ouvido falar das
sempre positivos e começando por zero e acrescentando quatro operações fundamentais da matemática: Adição,
sempre uma unidade, obtemos os seguintes elementos:
Subtração, Multiplicação e Divisão. Vamos iniciar nossos
ℕ = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … . estudos com elas:
Adição: A primeira operação fundamental da Aritmé-
Sabendo como se constrói os números naturais, po- tica tem por finalidade reunir em um só número, todas
demos agora definir algumas relações importantes entre as unidades de dois ou mais números. Antes de surgir
eles: os algarismos indo-arábicos, as adições podiam ser rea-
lizadas por meio de tábuas de calcular, com o auxílio de
a) Todo número natural dado tem um sucessor (nú- pedras ou por meio de ábacos. Esse método é o mais
mero que está imediatamente à frente do número simples para se aprender o conceito de adição, veja a
dado na seqüência numérica). Seja m um núme- figura a seguir:
ro natural qualquer, temos que seu sucessor será
sempre definido como m+1. Para ficar claro, se-
guem alguns exemplos:

Ex: O sucessor de 0 é 1.
Ex: O sucessor de 1 é 2.
Ex: O sucessor de 19 é 20.

b) Se um número natural é sucessor de outro, então


os dois números que estão imediatamente ao lado
do outro são considerados como consecutivos. Ve-
jam os exemplos: Observando a historinha, veja que as unidades (pe-
dras) foram reunidas após o passeio no quintal. Essa reu-
Ex: 1 e 2 são números consecutivos. nião das pedras é definida como adição. Simbolicamen-
Ex: 5 e 6 são números consecutivos. te, a adição é representada pelo símbolo “+” e assim a
Ex: 50 e 51 são números consecutivos. historinha fica da seguinte forma:
c) Vários números formam uma coleção de números
3 2 5
naturais consecutivos se o segundo for sucessor + =
𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑃𝑒𝑔𝑢𝑒𝑖 𝑛𝑜 𝑞𝑢𝑖𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜
do primeiro, o terceiro for sucessor do segundo, o
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

quarto for sucessor do terceiro e assim sucessiva- Como toda operação matemática, a adição possui al-
mente. Observe os exemplos a seguir: gumas propriedades, que serão apresentadas a seguir:

Ex: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos. a) Fechamento: A adição no conjunto dos números


Ex: 5, 6 e 7 são consecutivos. naturais é fechada, pois a soma de dois números
Ex: 50, 51, 52 e 53 são consecutivos. naturais será sempre um número natural.
d) Analogamente a definição de sucessor, podemos
definir o número que vem imediatamente antes b) Associativa: A adição no conjunto dos números na-
ao número analisado. Este número será definido
turais é associativa, pois na adição de três ou mais
como antecessor. Seja m um número natural qual-
parcelas de números naturais quaisquer é possível
quer, temos que seu antecessor será sempre de-
associar as parcelas de quaisquer modos, ou seja,
finido como m-1. Para ficar claro, seguem alguns
com três números naturais, somando o primeiro

1
com o segundo e ao resultado obtido somarmos b) Não Associativa: A subtração de números naturais
um terceiro, obteremos um resultado que é igual à também não é associativa, uma vez que a ordem
soma do primeiro com a soma do segundo e o ter- de resolução é importante, devemos sempre sub-
ceiro. Apresentando isso sob a forma de números, trair o maior do menor. Quando isto não ocorrer, o
sejam A,B e C, três números naturais, temos que: resultado não será um número natural.
c) Elemento neutro: No caso do elemento neutro, a
𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 𝐴 + (𝐵 + 𝐶) propriedade irá funcionar se o zero for o termo a
ser subtraído do número. Se a operação for inver-
sa, o elemento neutro não vale para os números
naturais:
c) Elemento neutro: Esta propriedade caracteriza-se d) Não comutativa: Vale a mesma explicação para a
pela existência de número que ao participar da subtração de números naturais não ser associativa.
operação de adição, não altera o resultado final. Como a ordem de resolução importa, não pode-
Este número será o 0 (zero). Seja A, um número mos trocar os números de posição
natural qualquer, temos que:
Multiplicação: É a operação que tem por finalidade
𝐴+0 = 𝐴 adicionar o primeiro número denominado multiplicando
ou parcela, tantas vezes quantas são as unidades do se-
d) Comutativa: No conjunto dos números naturais, gundo número denominadas multiplicador. Veja o exem-
a adição é comutativa, pois a ordem das parcelas plo:
não altera a soma, ou seja, somando a primeira
parcela com a segunda parcela, teremos o mesmo Ex: Se eu economizar toda semana R$ 6,00, ao final de
resultado que se somando a segunda parcela com 5 semanas, quanto eu terei guardado?
a primeira parcela. Sejam dois números naturais A
e B, temos que: Pensando primeiramente em soma, basta eu somar
todas as economias semanais:
𝐴+𝐵 =𝐵 +𝐴 6 + 6 + 6 + 6 + 6 = 30
Subtração: É a operação contrária da adição. Ao in- Quando um mesmo número é somado por ele mes-
vés de reunirmos as unidades de dois números naturais, mo repetidas vezes, definimos essa operação como mul-
vamos retirar uma quantidade de um número. Voltando tiplicação. O símbolo que indica a multiplicação é o “x” e
novamente ao exemplo das pedras: assim a operação fica da seguinte forma:

6+6+6+6+6 6𝑥5
= = 30
𝑆𝑜𝑚𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖çõ𝑒𝑠

A multiplicação também possui propriedades, que


são apresentadas a seguir:

a) Fechamento: A multiplicação é fechada no conjun-


to dos números naturais, pois realizando o produ-
Observando a historinha, veja que as unidades (pe- to de dois ou mais números naturais, o resultado
dras) que eu tinha foram separadas. Essa separação das será um número natural.
pedras é definida como subtração. Simbolicamente, a
b) Associativa: Na multiplicação, podemos associar
subtração é representada pelo símbolo “-” e assim a his-
três ou mais fatores de modos diferentes, pois se
torinha fica da seguinte forma:
multiplicarmos o primeiro fator com o segundo e
5 3 2 depois multiplicarmos por um terceiro número na-
− =
𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑎𝑚𝑖𝑔𝑜 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 tural, teremos o mesmo resultado que multiplicar
o terceiro pelo produto do primeiro pelo segundo.
A subtração de números naturais também possui
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Sejam os números naturais m,n e p, temos que:


suas propriedades, definidas a seguir:
𝑚 𝑥 𝑛 𝑥 𝑝 = 𝑚 𝑥 (𝑛 𝑥 𝑝)
a) Não fechada: A subtração de números naturais não
é fechada, pois há um caso onde a subtração de
dois números naturais não resulta em um número c) Elemento Neutro: No conjunto dos números na-
natural. Sejam dois números naturais A,B onde A < turais também existe um elemento neutro para a
B, temos que: multiplicação mas ele não será o zero, pois se não
repetirmos a multiplicação nenhuma vez, o resulta-
A−B< 0 do será 0. Assim, o elemento neutro da multiplica-
Como os números naturais são positivos, A-B não ção será o número 1. Qualquer que seja o número
é um número natural, portanto a subtração não é natural n, tem-se que:
fechada. 𝑛𝑥1=𝑛

2
d) Comutativa: Quando multiplicamos dois números
naturais quaisquer, a ordem dos fatores não altera
o produto, ou seja, multiplicando o primeiro ele-
mento pelo segundo elemento teremos o mesmo
resultado que multiplicando o segundo elemento
pelo primeiro elemento. Sejam os números natu-
rais m e n, temos que:
𝑚𝑥𝑛 = 𝑛𝑥𝑚
No caso em particular, conseguimos dividir as 8
e) Prioridade sobre a adição e subtração: Quando se pedras para 4 amigos, ficando cada um deles como 2
depararem com expressões onde temos diferentes unidades e não restando pedras. Quando a divisão não
operações matemática, temos que observar a or- possui resto, ela é definida como divisão exata. Caso con-
dem de resolução das mesmas. Observe o exemplo trário, se ocorrer resto na divisão, como por exemplo, se
a seguir: ao invés de 4 fossem 3 amigos:

Ex: 2 + 4 𝑥 3

Se resolvermos a soma primeiro e depois a multi-


plicação, chegamos em 18.
Se resolvermos a multiplicação primeiro e depois a
soma, chegamos em 14. Qual a resposta certa?

A multiplicação tem prioridade sobre a adição,


portanto deve ser resolvida primeiro e assim a res-
posta correta é 14. Nessa divisão, cada amigo seguiu com suas duas pe-
dras, porém restaram duas que não puderam ser distri-
buídas, pois teríamos amigos com quantidades diferen-
FIQUE ATENTO!
tes de pedras. Nesse caso, tivermos a divisão de 8 pedras
Caso haja parênteses na soma, ela tem por 3 amigos, resultando em um quociente de 2 e um
prioridade sobre a multiplicação. Utilizan- resto também 2. Assim, definimos que essa divisão não
do o exemplo, temos que: . é exata.
(2 + 4)𝐱3 = 6 𝐱 3 = 18 Nesse caso, rea- Devido a esse fato, a divisão de números naturais não
liza-se a soma primeiro, pois ela está den- é fechada, uma vez que nem todas as divisões são exa-
tas. Também não será associativa e nem comutativa, já
tro dos parênteses
que a ordem de resolução importa. As únicas proprieda-
des válidas na divisão são o elemento neutro (que segue
f) Propriedade Distributiva: Uma outra forma de re- sendo 1, desde que ele seja o divisor) e a propriedade
solver o exemplo anterior quando se a soma está distributiva.
entre parênteses é com a propriedade distributiva.
Multiplicando um número natural pela soma de
dois números naturais, é o mesmo que multiplicar FIQUE ATENTO!
o fator, por cada uma das parcelas e a seguir adi-
cionar os resultados obtidos. A divisão tem a mesma ordem de priorida-
Veja o exemplo: de de resolução que a multiplicação, assim
ambas podem ser resolvidas na ordem que
2 + 4 x 3 = 2x3 + 4x3 = 6 + 12 = 18 aparecem.

Veja que a multiplicação foi distribuída para os dois


números do parênteses e o resultado foi o mesmo que
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

do item anterior. EXERCÍCIO COMENTADO

Divisão: Dados dois números naturais, às vezes neces- 1. (Pref. De Bom Retiro – SC) A Loja Berlanda está com
sitamos saber quantas vezes o segundo está contido no promoção de televisores. Então resolvi comprar um tele-
primeiro. O primeiro número é denominado dividendo visor por R$ 1.700,00. Dei R$ 500,00 de entrada e o res-
e o outro número é o divisor. O resultado da divisão é tante vou pagar em 12 prestações de:
chamado de quociente. Nem sempre teremos a quanti-
dade exata de vezes que o divisor caberá no dividendo, a) R$ 170,00
podendo sobrar algum valor. A esse valor, iremos dar o b) R$ 1.200,00
nome de resto. Vamos novamente ao exemplo das pe- c) R$ 200,00
dras: d) R$ 100,00

3
Resposta: Letra D Dado o preço inicial de R$ 1700,00, Números Opostos: Voltando a definição do inicio do
basta subtrair a entrada de R$ 500,00, assim: R$ capítulo, dois números inteiros são ditos opostos um do
1700,00-500,00 = R$ 1200,00. Dividindo esse resulta- outro quando apresentam soma zero; assim, os pontos
do em 12 prestações, chega-se a R$ 1200,00 : 12 = R$ que os representam distam igualmente da origem. Vejam
100,00 os exemplos:
Ex: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2 é 2,
Números Inteiros e suas operações fundamentais pois 2 + (-2) = (-2) + 2 = 0
Ex: No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de
1.1 Definição de Números Inteiros a é – a, e vice-versa.
Ex: O oposto de zero é o próprio zero.
Definimos o conjunto dos números inteiros como a
união do conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3, 1.3 Operações com Números Inteiros
4,..., n,...}, com o conjunto dos opostos dos números na-
turais, que são definidos como números negativos. Este Adição: Diferentemente da adição de números natu-
conjunto é denotado pela letra Z e é escrito da seguinte rais, a adição de números inteiros pode gerar um pouco
forma: de confusão ao leito. Para melhor entendimento desta
operação, associaremos aos números inteiros positivos o
ℤ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, … } conceito de “ganhar” e aos números inteiros negativos o
Sabendo da definição dos números inteiros, agora é conceito de “perder”.
possível indiciar alguns subconjuntos notáveis: Vejam os exemplos:

a) O conjunto dos números inteiros não nulos: São Ex: (+3) + (+5) = ?
todos os números inteiros, exceto o zero:
Obviamente, quem conhece a adição convencional,
ℤ∗ = {… , −4, −3, −2, −1, 1, 2, 3, 4, … } sabe que este resultado será 8. Vamos ver agora pelo
conceito de “ganhar” e “perder”:
b) O conjunto dos números inteiros não negativos:
+3 = Ganhar 3
São todos os inteiros que não são negativos, ou
+5 = Ganhar 5
seja, os números naturais:
ℤ+ = 0, 1, 2, 3, 4, … = ℕ Logo: (Ganhar 3) + (Ganhar 5) = (Ganhar 8)
c) O conjunto dos números inteiros positivos: São to-
Ex: (−3) + (−5) = ?
dos os inteiros não negativos, e neste caso, o zero
não pertence ao subconjunto: Agora é o caso em que temos dois números negati-
vos, usando o conceito de “ganhar” ou “perder”:
ℤ∗+ = 1, 2, 3, 4, …
-3 = Perder 3
d) O conjunto dos números inteiros não positivos: -5 = Perder 5
São todos os inteiros não positivos: Logo: (Perder 3) + (Perder 5) = (Perder 8)
ℤ_ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, }
Neste caso, estamos somando duas perdas ou dois
e) O conjunto dos números inteiros negativos: São to- prejuízos, assim o resultado deverá ser uma perda maior.
dos os inteiros não positivos, e neste caso, o zero
não pertence ao subconjunto: E se tivermos um número positivo e um negativo? Va-
mos ver os exemplos:
ℤ∗ _ = {… , −4, −3, −2, −1} Ex: (+8) + (−5) = ?
Neste caso, temos um ganho de 8 e uma perda de 5,
1.2 Definições Importantes dos Números inteiros que naturalmente sabemos que resultará em um ganho
de 3:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a


distância ou afastamento desse número até o zero, na +8 = Ganhar 8
reta numérica inteira. Representa-se o módulo pelo sím- -5 = Perder 5
bolo | |. Vejam os exemplos:
Logo: (Ganhar 8) + (Perder 5) = (Ganhar 3)
Ex: O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0
Ex: O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7 Se observarem essa operação, vocês irão perceber
Ex: O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9 que ela tem o mesmo resultado que 8 − 5 = 3. Basica-
mente ambas são as mesmas operações, sem a presença
a) O módulo de qualquer número inteiro, diferente de dos parênteses e a explicação de como se chegar a essa
zero, é sempre positivo. simplificação será apresentado nos itens seguintes deste
capítulo.

4
Agora, e se a perda for maior que o ganho? Veja o 2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, du-
exemplo: rante o dia, era de +6 graus. À Noite, a temperatura bai-
xou de 3 graus. Qual a temperatura registrada na noite
Ex: −8 + +5 = ? de terça-feira?
Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) +
Usando a regra, temos que: (–3) = +3

-8 = Perder 8 Se compararmos as duas igualdades, verificamos que


+5 = Ganhar 5 (+6) – (+3) é o mesmo que (+5) + (–3).
Logo: (Perder 8) + (Ganhar 5) = (Perder 3)
Temos:
Após a definição de adição de números inteiros, va- (+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3
mos apresentar algumas de suas propriedades: (+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3
(–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3
a) Fechamento: O conjunto Z é fechado para a adição,
isto é, a soma de dois números inteiros ainda é um nú- Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros
mero inteiro. é o mesmo que adicionar o primeiro com o oposto do
segundo.
b) Associativa: Para todos 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℤ :
𝑎 + (𝑏 + 𝑐) = (𝑎 + 𝑏) + 𝑐
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Ex: 2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7

Comutativa: Para todos a,b em Z: 1. Calcule:


a+b=b+a
a) (+12) + (–40) ;
3+7=7+3
b) (+12) – (–40)
c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20)
Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a
d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15)
cada z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
z+0=z
Resposta: Aplicando as regras de soma e subtração de
7+0=7
inteiros, tem-se que:
a) (+12) + (–40) = 12 – 40 = -28
Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em Z, b) (+12) – (–40) = 12 + 40 = 52
tal que c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) = +5 -16 – 9 + 20 = 25
z + (–z) = 0 – 25 = 0
9 + (–9) = 0 d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) = -3 + 6 – 4 – 2 – 15
Subtração de Números Inteiros = 6 – 24 = -18
A subtração é empregada quando: 1.4. Multiplicação de Números Inteiros
- Precisamos tirar uma quantidade de outra quanti-
dade; A multiplicação funciona como uma forma simplifica-
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto da de uma adição quando os números são repetidos. Po-
uma delas tem a mais que a outra; deríamos analisar tal situação como o fato de estarmos
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto ganhando repetidamente alguma quantidade, como por
falta a uma delas para atingir a outra. exemplo, ganhar 1 objeto por 30 vezes consecutivas, sig-
A subtração é a operação inversa da adição. nifica ganhar 30 objetos e esta repetição pode ser indi-
cada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
Observe que: 9 – 5 = 4 4+5=9 Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos:
2 + 2 + 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60
diferença Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

subtraendo (–2) + (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60


Observamos que a multiplicação é um caso particular
minuendo da adição onde os valores são repetidos.
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode
Considere as seguintes situações: ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal
entre as letras.
1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião Para realizar a multiplicação de números inteiros, de-
passou de +3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da vemos obedecer à seguinte regra de sinais:
temperatura? (+1) x (+1) = (+1)
Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) (+1) x (-1) = (-1)
– (+3) = +3 (-1) x (+1) = (-1)
(-1) x (-1) = (+1)

5
Com o uso das regras acima, podemos concluir que: - A divisão nem sempre pode ser realizada no con-
junto Z. Por exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são
Sinais dos números Resultado do produto divisões que não podem ser realizadas em Z, pois
o resultado não é um número inteiro.
Iguais Positivo - No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é
Diferentes Negativo associativa e não tem a propriedade da existência
do elemento neutro.
Propriedades da multiplicação de números inteiros: O
conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a mul- 1- Não existe divisão por zero.
tiplicação de dois números inteiros ainda é um número Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não
inteiro. existe um número inteiro cujo produto por zero
seja igual a –15.
Associativa: Para todos a,b,c em Z: 2- Zero dividido por qualquer número inteiro, dife-
a x (b x c) = (a x b) x c rente de zero, é zero, pois o produto de qualquer
número inteiro por zero é igual a zero.
2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7
Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 /b) 0 : (+6) = 0 /c) 0 : (–1)
Comutativa: Para todos a,b em Z:
=0
axb=bxa
3x7=7x3 1.6. Potenciação de Números Inteiros
Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por A potência an do número inteiro a, é definida como
todo z em Z, proporciona o próprio z, isto é: um produto de n fatores iguais. O número a é denomina-
zx1=z do a base e o número n é o expoente.
7x1=7 an = a x a x a x a x ... x a
a é multiplicado por a n vezes
Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de
zero, existe um inverso z–1=1/z em Z, tal que Exemplos:
z x z–1 = z x (1/z) = 1 33 = (3) x (3) x (3) = 27
9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1 (-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125
(-7)² = (-7) x (-7) = 49
Distributiva: Para todos a,b,c em Z: (+9)² = (+9) x (+9) = 81
a x (b + c) = (a x b) + (a x c)
3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5) - Toda potência de base positiva é um número intei-
ro positivo.
1.5. Divisão de Números Inteiros Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9

- Toda potência de base negativa e expoente par é


um número inteiro positivo.
Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64

- Toda potência de base negativa e expoente ímpar


Sabemos que na divisão exata dos números naturais: é um número inteiro negativo.
Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125
40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40
Propriedades da Potenciação:
36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36
Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se
Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a di- a base e somam-se os expoentes. (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 =
visão exata de números inteiros. Veja o cálculo: (–7)9
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

(–20) : (+5) = q  (+5) . q = (–20)  q = (–4) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-
Logo: (–20) : (+5) = +4 -se a base e subtraem-se os expoentes. (+13)8 : (+13)6 =
(+13)8 – 6 = (+13)2
Considerando os exemplos dados, concluímos que,
para efetuar a divisão exata de um número inteiro por Potência de Potência: Conserva-se a base e multipli-
outro número inteiro, diferente de zero, dividimos o mó- cam-se os expoentes. [(+4)5]2 = (+4)5 . 2 = (+4)10
dulo do dividendo pelo módulo do divisor. Daí:
Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (+9)1
- Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo si- = +9 (–13)1 = –13
nal, o quociente é um número inteiro positivo.
- Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferen- Potência de expoente zero e base diferente de zero: É
tes, o quociente é um número inteiro negativo. igual a 1. Exemplo: (+14)0 = 1 (–35)0 = 1

6
1.7. Radiciação de Números Inteiros Pode-se dizer então que:

A raiz nésima (de ordem n) de um número inteiro a “30 é divisível por 6 porque existe um numero natural
é a operação que resulta em outro número inteiro não (5) que multiplicado por 6 dá como resultado 30.”
negativo b que elevado à potência n fornece o número a.
O número n é o índice da raiz enquanto que o número a Um numero natural a é divisível por um numero na-
é o radicando (que fica sob o sinal do radical). tural b, não-nulo, se existir um número natural c, tal que
A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro c.b=a.
a é a operação que resulta em outro número inteiro não
negativo que elevado ao quadrado coincide com o nú- Voltando ao exemplo 30 ∶ 6 = 5 , conclui-se que: 30 é
mero a. múltiplo de 6, e 6 é divisor de 30.

Observação: Não existe a raiz quadrada de um nú- Analisando outros exemplos:


mero inteiro negativo no conjunto dos números inteiros.
a) 20 : 5 = 4 → 20 é múltiplo de 5 (4×5=20), e 5 é
Erro comum: Frequentemente lemos em materiais di- divisor de 20
dáticos e até mesmo ocorre em algumas aulas apareci- b) 12 : 2 = 6 → 12 é múltiplo de 2 (6×2=12), e 2 é
mento de: divisor de 12

9 = ±3 1.1 Conjunto dos múltiplos de um número natural:

mas isto está errado. O certo é: É obtido multiplicando-se o número natural em ques-
tão pela sucessão dos números naturais: 0, 1, 2, 3, 4, 5,
9 = +3 6,...

Observamos que não existe um número inteiro não Ex: Conjunto dos múltiplos de 7. Para encontrar esse
negativo que multiplicado por ele mesmo resulte em um conjunto basta multiplicar por 7 cada um dos números
número negativo. da sucessão dos naturais:

A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a 7x0=0


é a operação que resulta em outro número inteiro que 7x1=7
elevado ao cubo seja igual ao número a. Aqui não res- 7 x 2 = 14
tringimos os nossos cálculos somente aos números não 7 x 3 = 21
negativos. 7 x 4 = 28
7 x 5 = 35
Exemplos
O conjunto formado pelos resultados encontrados
(a)
3
8 = 2, pois 2³ = 8. forma o conjunto dos múltiplos de 7: M(7) = {0, 7, 14,
21, 28,...}.
(b)
3
−8 = –2, pois (–2)³ = -8. Observações:

(c)
3
27 = 3, pois 3³ = 27. - Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
- Todo número natural é múltiplo de 1.
(d)
3
− 27 = –3, pois (–3)³ = -27. - Todo número natural, diferente de zero, tem infini-
tos múltiplos.
Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o - O zero é múltiplo de qualquer número natural.
produto de números inteiros, concluímos que: - Os múltiplos do número 2 são chamados de nú-
(a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de núme- meros pares, e a fórmula geral desses números
ro inteiro negativo. é . Os demais são chamados de núme-
ros ímpares, e a fórmula geral desses números é
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

(b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a .


raiz de qualquer número inteiro.
1.2 Critérios de divisibilidade:
MULTIPLICIDADE E DIVISIBILIDADE
São regras práticas que nos possibilitam dizer se um
Um múltiplo de um número é o produto desse núme- número é ou não divisível por outro, sem efetuarmos a
ro por um número natural qualquer. Já um divisor de um divisão.
número é um número cujo resto da divisão do número
pelo divisor é zero. Divisibilidade por 2: Um número é divisível por 2
quando ele é par, ou seja, quando ele termina em 0, 2,
Ex: Sabe-se que 30 ∶ 6 = 5, porque 5× 6 = 30. 4, 6 ou 8.

7
Exs: Divisibilidade por 7: Para verificar a divisibilidade
a) 9656 é divisível por 2, pois termina em 6. por 7, deve-se fazer o seguinte procedimento.

b) 4321 não é divisível por 2, pois termina em 1. - Multiplicar o último algarismo por 2
- Subtrair o resultado do número inicial sem o último
Divisibilidade por 3: Um número é divisível por 3 algarismo
quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos - Se o resultado for um múltiplo de 7, então o número
é divisível por 3. inicial é divisível por 7.
É importante ressaltar que, em caso de números com
Exs: vários algarismos, será necessário fazer o procedimento
a) 65385 é divisível por 3, pois 6 + 5 + 3 + 8 + 5 = 27, mais de uma vez.
e 27 é divisível por 3.
Ex:
b) 15443 não é divisível por 3, pois 1+ 5 + 4 + 4 + 3 = Analisando o número 1764
17, e 17 não é divisível por 3. Procedimento:
- Último algarismo: 4. Multiplica-se por 2: 4×2=8
Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4 - Subtrai-se o resultado do número inicial sem o últi-
quando termina em 00 ou quando o número formado mo algarismo: 176-8=168
pelos dois últimos algarismos for divisível por 4. - O resultado é múltiplo de 7? Para isso precisa verifi-
car se 168 é divisível por 7.
Exs:
a) 536400 é divisível por 4, pois termina em 00. Aplica-se o procedimento novamente, agora para o
número 168.
b) 653524 é divisível por 4, pois termina em 24, e 24 - Último algarismo: 8. Multiplica-se por 2: 8×2=16
é divisível por 4.
- Subtrai-se o resultado do número inicial sem o últi-
mo algarismo: 16-16=0
c) 76315 não é divisível por 4, pois termina em 15, e
- O resultado é múltiplo de 7? Sim, pois zero (0) é
15 não é divisível por 4.
múltiplo de qualquer número natural.
Divisibilidade por 5: Um número é divisível por 5
Portanto, conclui-se que 168 é múltiplo de 7. Se 168 é
quando termina em 0 ou 5.
múltiplo de 7, então 1764 é divisível por 7.
Exs:
a) 35040 é divisível por 5, pois termina em 0. Divisibilidade por 8: Um número é divisível por 8
quando termina em 000 ou quando o número formado
b) 7235 é divisível por 5, pois termina em 5. pelos três últimos algarismos for divisível por 8.

c) 6324 não é divisível por 5, pois termina em 4. Exs:

a) 57000 é divisível por 8, pois termina em 000.


b) 67024 é divisível por 8, pois seus três últimos alga-
EXERCÍCIOS COMENTADOS rismos formam o número 24, que é divisível por 8.

1. Escreva os elementos dos conjuntos dos múltiplos de c) 34125 não é divisível por 8, pois seus três últimos
5 positivos menores que 30. algarismos formam o número 125, que não é divi-
sível por 8.
Resposta: Seguindo a tabuada do 5, temos que:
{5,10,15,20,25}.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6


quando é divisível por 2 e por 3. 2. Escreva os elementos dos conjuntos dos múltiplos de
8 compreendidos entre 30 e 50.
Exs:
a) 430254 é divisível por 6, pois é divisível por 2 (ter- Resposta: Seguindo a tabuada do 8, a partir do 30:
mina em 4) e por 3 (4 + 3 + 0 + 2 + 5 + 4 = 18). {32,40,48}.
b) 80530 não é divisível por 6, pois não é divisível por
3 (8 + 0 + 5 + 3 + 0 = 16).
c) 531561 não é divisível por 6, pois não é divisível por Divisibilidade por 9: Um número é divisível por 9
2 (termina em 1). quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos
formam um número divisível por 9.

8
Exs: c) 863104 não é divisível por 12, pois não é divisível
a) 6253461 é divisível por 9, pois 6 + 2 + 5 + 3 + 4 + por 3 (8 + 6 + 3 +1 + 0 + 4 = 22).
6 + 1 = 27 é divisível por 9.
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15
b) 325103 não é divisível por 9, pois 3 + 2 + 5 + 1 + 0 quando é divisível por 3 e por 5.
+ 3 = 14 não é divisível por
Exs:
Divisibilidade por 10: Um número é divisível por 10 a) 650430 é divisível por 15, pois é divisível por 3 (6 +
quando termina em zero. 5 + 0 + 4 + 3 + 0 =18) e por 5 (termina em 0).

Exs: b) 723042 não é divisível por 15, pois não é divisível


a) 563040 é divisível por 10, pois termina em zero. por 5 (termina em 2).

b) 246321 não é divisível por 10, pois não termina em c) 673225 não é divisível por 15, pois não é divisível
zero. por 3 (6 + 7 + 3 + 2 + 2 + 5 = 25).

Divisibilidade por 11: Um número é divisível por 11 POTENCIAÇÃO


quando a diferença entre a soma dos algarismos de posi-
ção ímpar e a soma dos algarismos de posição par resulta Define-se potenciação como o resultado da multi-
em um número divisível por 11. plicação de fatores iguais, denominada base, sendo o
Exs: número de fatores igual a outro número, denominado
expoente. Diz-se “b elevado a c”, cuja notação é:
a) 43813 é divisível por 11. Vejamos o porquê
𝑏𝑐 = 𝑏 × 𝑏 × ⋯ × 𝑏
Os algarismos de posição ímpar são os algarismos 𝑐 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠
nas posições 1, 3 e 5. Ou seja, 4,8 e 3. A soma desses
Por exemplo: 4 =4×4×4=64, sendo a base igual a 4 e
3
algarismos é 4 + 8 + 3 = 15
o expoente igual a 3.
Esta operação não passa de uma multiplicação com
Os algarismos de posição par são os algarismos nas
fatores iguais, como por exemplo: 23 = 2 × 2 × 2 = 8 →
posições 2 e 4. Ou seja, 3 e 1. A soma desses algarismos
53 = 5 × 5 × 5 = 125
é 3+1 = 4
1. Propriedades da Potenciação
15 – 4 = 11→ A diferença divisível por 11. Logo 43813
é divisível por 11.
Propriedade 1: potenciação com base 1
b) 83415721 não é divisível por 11. Vejamos o porquê Uma potência cuja base é igual a 1 e o expoente na-
Os algarismos de posição ímpar são os algarismos tural é n, denotada por 1n, será sempre igual a 1. Em re-
nas posições 1, 3, 5 e 7. Ou seja, 8, 4, 5 e 2. A soma desses sumo, 1n=1
algarismos é
Exemplos:
Os algarismos de posição ímpar são os algarismos a) 13 = 1×1×1 = 1
nas posições 1, 3, 5 e 7. Ou seja, 8, 4, 5 e 2. A soma desses b) 17 = 1×1×1×1×1×1×1 = 1
algarismos é 8+4+5+2 = 19
Propriedade 2: potenciação com expoente nulo
Se n é um número natural não nulo, então temos que
Os algarismos de posição par são os algarismos nas nº=1.
posições 2, 4 e 6. Ou seja, 3, 1 e 7. A soma desses algaris-
mos é 3+1+7 = 11 Exemplos:
a) 5º = 1
19 – 11 = 8→ A diferença não é divisível por 11. Logo b) 9º = 1
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

83415721 não é divisível por 11.


Propriedade 3: potenciação com expoente 1
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12
quando é divisível por 3 e por 4.
Qualquer que seja a potência em que a base é o nú-
mero natural n e o expoente é igual a 1, denotada por n1
Exs:
, é igual ao próprio n. Em resumo, n1=n
a) 78324 é divisível por 12, pois é divisível por 3 ( 7 + 8
+ 3 + 2 + 4 = 24) e por 4 (termina em 24).
Exemplos:
b) 652011 não é divisível por 12, pois não é divisível a) 5¹ = 5
por 4 (termina em 11). b) 64¹ = 64

9
Propriedade 4: potenciação de base 10 Exemplos:
Toda potência 10n é o número formado pelo algaris- a) (2×3)3 = 23×33
mo 1 seguido de n zeros. b) (3×4)2 = 32×42
c) (6×5)4= 64×54
Exemplos:
a) 103 = 1000
b) 108 = 100.000.000 #FicaDica
c) 104 = 10.000
Em alguns casos podemos ter uma multi-
Propriedade 5: multiplicação de potências de mes-
plicação ou divisão potência que não está
ma base
na mesma base (como nas propriedades 5
Em uma multiplicação de duas potências de mesma
e 6), mas pode ser simplificada. Por exem-
base, o resultado é obtido conservando-se a base e so-
plo, 43×25 =(22 )3×25= 26×25= 26+5=211 e
mando-se os expoentes.
33:9 = 33 : 32 = 31.
Em resumo: xa × xb = x a+b
Exemplos:
a) 23×24 = 23+4 = 27
b) 34×36 = 34+6=310
c) 152×154 = 152+4=156 EXERCÍCIOS COMENTADOS
Propriedade 6: divisão de potências de mesma
1. (MPE-RS – 2017) A metade de 440 é igual a:
base
Em uma divisão de duas potências de mesma base, o
resultado é obtido conservando-se a base e subtraindo- a) 220
-se os expoentes. b) 239
Em resumo: xa : xb = xa-b c) 240
d) 279
Exemplos: e) 280
a) 25 : 23 = 25-3=22
b) 39 : 36 = 39-6=33 Resposta: Letra D. Para encontrar a metade 40
de 440,
c) 1512 : 154 = 1512-4 = 158 basta dividirmos esse número por 2, isto é, 4 . Uma
forma fácil de resolver essa fração é escrever
2 o nu-
merador e denominador dessa fração na mesma base
FIQUE ATENTO! como mostrado a seguir:
Dada uma potência xa , onde o número real 440 22 40 280
A é negativo, o resultado dessa potência é = = = 280−1 = 279
2 2 2 .
igual ao inverso de x elevado a A, isto é,
1 Note que para resolver esse exercício utilizamos as
𝑥𝑎 = se a<0. propriedades 6 e 7.
𝑥𝑎 1 1
Por exemplo, 2−3 = , 5−1 = 1 .
23 5
2. (FAUEL-PR – Agente Administrativo – 2017) Qual é
o resultado da expressão 2³-3² ?
Propriedade 7: potência de potência
a) 0
Quando uma potência está elevado a outro expoen-
te, o expoente resultante é obtido multiplicando-se os b) 5
expoentes c) 2
Em resumo: (xa )b=xa×b d)-1
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

e) -2
Exemplos:
a) (25 )3 = 25×3=215 Resposta: Letra D. Aplicando o conceito de potência,
b) (39 )2 = 39×2=318 tem-se:
c) (612 )4= 612×4=648 23=2 ∙2∙2=8
32=3 ∙3=9
Propriedade 8: potência de produto
Quando um produto está elevado a uma potência, o Logo:3=9
resultado é um produto com cada um dos fatores eleva- Logo: 23-32=8-9=-1
do ao expoente
Em resumo: (x×y)a=xa×ya

10
NÚMEROS PRIMOS, MDC E MMC Quando a = k.b, então a é múltiplo de b e se conhe-
cemos b e queremos obter todos os seus múltiplos, basta
O máximo divisor comum e o mínimo múltiplo co- fazer k assumir todos os números naturais possíveis.
mum são ferramentas extremamente importantes na
matemática. Através deles, podemos resolver alguns Como conclusão às assertivas propostas acima, tem-
problemas simples, além de utilizar seus conceitos em -se que:
outros temas, como frações, simplicação de fatoriais, etc. - Um número b é sempre múltiplo dele mesmo  a
Porém, antes de iniciarmos a apresentar esta teoria, é = 1 ∙ b ↔ a = b.
importante conhecermos primeiramente uma classe de - Para obter os múltiplos de dois, isto é, os números
números muito importante: Os números primos. da forma a = k ∙ 2, k seria substituído por todos os
números naturais possíveis.
1. Números primos
A definição de divisor está relacionada com a de múl-
Um número natural é definido como primo se ele tem tiplo.
exatamente dois divisores: o número um e ele mesmo.
Já nos inteiros, p ∈ ℤ é um primo se ele tem exatamente Um número natural b é divisor do número natural a,
quatro divisores: ±1 e ±𝑝 . se a é múltiplo de b.

FIQUE ATENTO! Ex. 3 é divisor de 15, pois 15 = 3 ∙5, logo 15 é múltiplo


de 3 e também é múltiplo de 5.
Por definição, 0, 1 e − 1 não são números
primos.
#FicaDica
Existem infinitos números primos, como demonstra- Um número natural tem uma quantidade
do por Euclides por volta de 300 a.C.. A propriedade de finita de divisores. Por exemplo, o número 6
ser um primo é chamada “primalidade”, e a palavra “pri- poderá ter no máximo 6 divisores, pois tra-
mo” também são utilizadas como substantivo ou adje- balhando no conjunto dos números natu-
tivo. Como “dois” é o único número primo par, o termo
rais não podemos dividir 6 por um número
“primo ímpar” refere-se a todo primo maior do que dois.
maior do que ele. Os divisores naturais de
O conceito de número primo é muito importante
6 são os números 1, 2, 3, 6, o que significa
na teoria dos números. Um dos resultados da teoria dos
que o número 6 tem 4 divisores.
números é o Teorema Fundamental da Aritmética, que
afirma que qualquer número natural diferente de 1 pode
ser escrito de forma única (desconsiderando a ordem) MDC
como um produto de números primos (chamados fato-
res primos): este processo se chama decomposição em Agora que sabemos o que são números primos, múl-
fatores primos (fatoração). É exatamente este conceito tiplos e divisores, vamos ao MDC. O máximo divisor co-
que utilizaremos no MDC e MMC. Para caráter de me- mum de dois ou mais números é o maior número que é
morização, seguem os 100 primeiros números primos divisor comum de todos os números dados.
positivos. Recomenda-se que memorizem ao menos os Ex. Encontrar o MDC entre 18 e 24.
10 primeiros para MDC e MMC: Divisores naturais de 18: D(18) = {1,2,3,6,9,18}.
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53,  Divisores naturais de 24: D(24) = {1,2,3,4,6,8,12,24}.
59, 61, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97, 101, 103, 107, 109, 113,  Pode-se escrever, agora, os divisores comuns a 18 e
127, 131, 137, 139, 149, 151, 157, 163, 167, 173, 179, 181, 24: D(18)∩ D (24) = {1,2,3,6}.
191, 193, 197, 199, 211, 223, 227, 229, 233, 239, 241, 251, Observando os divisores comuns, podemos identifi-
257, 263, 269, 271, 277, 281, 283, 293, 307, 311, 313, 317, car o maior divisor comum dos números 18 e 24, ou seja:
331, 337, 347, 349, 353, 359, 367, 373, 379, 383, 389, 397,
MDC (18,24) = 6.
401, 409, 419, 421, 431, 433, 439, 443, 449, 457, 461, 463,
Outra técnica para o cálculo do MDC:
467, 479, 487, 491, 499, 503, 509, 521, 523, 541
Decomposição em fatores primos: Para obter o
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

2. Múltiplos e Divisores
MDC de dois ou mais números por esse processo, proce-
de-se da seguinte maneira:
Diz-se que um número natural a é múltiplo de outro
Decompõe-se cada número dado em fatores primos.
natural b, se existe um número natural k tal que:
O MDC é o produto dos fatores comuns obtidos, cada
𝑎 = 𝑘. 𝑏 um deles elevado ao seu menor expoente.

Ex. 15 é múltiplo de 5, pois 15=3 . 5 Exemplo: Achar o MDC entre 300 e 504.

Quando a=k.b, segue que a é múltiplo de b, mas tam-


bém, a é múltiplo de k, como é o caso do número 35 que
é múltiplo de 5 e de 7, pois: 35 = 7 . 5.

11
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (FEPESE-2016) João trabalha 5 dias e folga 1, enquan-


to Maria trabalha 3 dias e folga 1. Se João e Maria folgam
no mesmo dia, então quantos dias, no mínimo, passarão
para que eles folguem no mesmo dia novamente?

a) 8
Temos que: b) 10
300 = 22.3 .52 c) 12
504 = 23.32 .7 d) 15
mdc (300,504)= 22∙ 3 = 4 ∙ 3=12 e) 24

MMC Resposta: Letra C. O período em que João trabalha


e folga corresponde a 6 dias enquanto o mesmo pe-
ríodo, para Maria, corresponde a 4 dias. Assim, o pro-
O mínimo múltiplo comum de dois ou mais números
blema consiste em encontrar o mmc entre 6 e 4. Logo,
é o menor número positivo que é múltiplo comum de
eles folgarão no mesmo dia novamente após 12 dias
todos os números dados. Consideremos: pois mmc (6,4)=12.
Ex. Encontrar o MMC entre 8 e 6
Múltiplos positivos de 6: M(6) = 2. Quais dos números a seguir são primos? Justifique.
{6,12,18,24,30,36,42,48,54,...}
Múltiplos positivos de 8: M(8) = a) 88
{8,16,24,32,40,48,56,64,...} b) 20
Podem-se escrever, agora, os múltiplos positivos co- c) 101
muns: M(6)∩M(8) = {24,48,72,...}
Observando os múltiplos comuns, pode-se identificar Resposta: Letra C. Para ser número primo, um núme-
o mínimo múltiplo comum dos números 6 e 8, ou seja: ro deve ser divisível apenas por 1 e por ele mesmo.
Outra técnica para o cálculo do MMC: Em outras palavras, caso um número seja múltiplo de
qualquer outro, ele não é primo.
Decomposição isolada em fatores primos: Para ob- a) 88 é divisível por 2, 4, 8, 11, 22, entre outros. Logo,
ter o MMC de dois ou mais números por esse processo, como existem divisores diferentes de 1 e de 88, dize-
procedemos da seguinte maneira: mos que 88 não é primo.
- Decompomos cada número dado em fatores pri- b) 20 é divisível por 2, 4, 5 e 10. Logo, como existem
divisores diferentes de 1 e de 20, dizemos que 20 não
mos.
é primo.
- O MMC é o produto dos fatores comuns e não-
c) 101 é primo porque não é divisível por nenhum nú-
-comuns, cada um deles elevado ao seu maior ex- mero primo menor que ele.
poente.
Números Racionais: Frações, Números Decimais e
Ex. Achar o MMC entre 18 e 120. suas Operações

1. Números Racionais

Um número racional é o que pode ser escrito na for-


m
ma n , onde m e n são números inteiros, sendo que n
deve ser diferente de zero. Frequentemente usamos m
n
para significar a divisão de m por n .
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Como podemos observar, números racionais podem


18 = 2 .32 ser obtidos através da razão entre dois números inteiros,
120 = 23.3 .5 razão pela qual, o conjunto de todos os números racio-
nais é denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos na
mmc (18, 120) = 23 � 32 � 5 = 8 � 9 � 5 = 360 literatura a notação:

Q= { m
n
: m e n em Z,n diferente de zero }
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjun-
tos:

• 𝑄 = conjunto dos racionais não nulos;
• + = conjunto dos racionais não negativos;
𝑄

12
• 𝑄+∗
= conjunto dos racionais positivos; Para realizar a multiplicação de números racionais,
• − = conjunto dos racionais não positivos;
𝑄 devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale em
• 𝑄−∗ = conjunto dos racionais negativos. toda a Matemática:
(+1)�(+1) = (+1) – Positivo Positivo = Positivo
Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto (+1)�(-1) = (-1) - Positivo Negativo = Negativo
que representa esse número ao ponto de abscissa zero. (-1)�(+1) = (-1) - Negativo Positivo = Negativo
33 3 3
(-1)� (-1) = (+1) – Negativo Negativo = Positivo
Exemplo: Módulo de - 2 é 2 . Indica-se − =
2 2
3 3 #FicaDica
Módulo de+ 3 é 3 . Indica-se =
2 2 2 2 O produto de dois números com o mesmo
3 3 sinal é positivo, mas o produto de dois
Números Opostos: Dizemos e são núme-
que− 2 números com sinais diferentes é negativo.
2
ros racionais opostos ou simétricos e cada um deles é
o oposto do outro. As distâncias dos pontos− 3 e 3 ao
ponto zero da reta são iguais. 2 2
1.3.1. Propriedades da Multiplicação de Números
Racionais

1.1. Soma (Adição) de Números Racionais O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é,
o produto de dois números racionais resultaem um nú-
Como todo número racional é uma fração ou pode mero racional.
ser escrito na forma de umaa fração, definimos a adição - Associativa: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b ∙ c ) = ( a
entre os números racionais b e d , , da mesma forma que ∙b)∙c
c

a soma de frações, através de: - Comutativa: Para todos a,b em Q: a ∙ b = b ∙ a


- Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado
a c a�d+b�c por todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é:
+ = q∙1=q b
b d b�d a
- Elemento inverso: Para todo q = b em Q, a di-
q−1 =

1.1.1. Propriedades da Adição de Números Racio- ferente de zero, existe em Q: q � q−1 = 1, ou seja,
a b
nais ×a =1
b
O conjunto Q é fechado para a operação de adição, - Distributiva: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b + c ) = ( a
isto é, a soma de dois números racionais resulta em um ∙ b ) + ( a∙ c )
número racional.
- Associativa: Para todos em : a + ( b + c ) = ( a + b 1.4. Divisão de Números Racionais
)+c
- Comutativa: Para todos em : a + b = b + a A divisão de dois números racionais p e q é a própria
- Elemento neutro: Existe em , que adicionado a operação de multiplicação do número p pelo inverso de
todo em , proporciona o próprio , isto é: q + 0 = q q, isto é: p ÷ q = p × q-1
- Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em De maneira prática costuma-se dizer que em uma di-
Q, tal que q + (–q) = 0 visão de duas frações, conserva-se a primeira fração e
1.2. Subtração de Números Racionais multiplica-se pelo inverso da segunda:
Observação: É possível encontrar divisão de frações
A subtração de dois números racionais e é a própria da seguinte forma: a . O procedimento de cálculo é o
c.
b
operação de adição do número com o oposto de q, isto mesmo.
é: p – q = p + (–q) d

1.5. Potenciação de Números Racionais


1.3. Multiplicação (Produto) de Números Racio-
𝐧
nais A potência q do número racional é um produto
de fatores iguais. O número é denominado a base e o
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Como todo número racional é uma fração ou pode número é o expoente.


ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto n

de dois números racionais b e d , da mesma forma que o


a c q = q � q � q � q � . . .� q, (q aparece n vezes)
produto de frações, através de:
Exs:
a c a�c
a)  2  =  2  .  2  .  2  =
3
8
� =
b d b� d 5 3 5     5 5 125

b)  − 1  =  − 1  .  − 1  .  − 1  = 1
  −
O produto dos números racionais a e b também pode  2  2  2  2 8
ser indicado por a × b, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal c) (– 5)² = (– 5) � ( – 5) = 25
entre as letras.

13
d) - Potência de Potência. Para reduzir uma potência de
(+5)² = (+5) � (+5) = 25
potência a uma potência de um só expoente, conserva-
mos a base e multiplicamos os expoentes.
1.5.1. Propriedades da Potenciação aplicadas a nú-
meros racionais

Toda potência com expoente 0 é igual a 1.

0
 2 1.6. Radiciação de Números Racionais
+  = 1
 5
Se um número representa um produto de dois ou
- Toda potência com expoente 1 é igual à própria mais fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do
número. Vejamos alguns exemplos:
base.
1
 9 9 Ex:
−  =− 4 Representa o produto 2. 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz
 4 4
quadrada de 4. Indica-se 4 = 2.
- Toda potência com expoente negativo de um núme- Ex:
ro racional diferente de zero é igual a outra potência que 2
tem a base igual ao inverso da base anterior e o expoente 1 1 1 1
Representa o produto . ou   .
igual ao oposto do expoente anterior. 9 1 3 31  3  1 1
Logo, é a raiz quadrada de .Indica-se =
 3  5
−2
25 2 3 9 9 3
−  = −  =
 5  3 9 Ex:
0,216 Representa o produto 0,6 � 0,6 � 0,6 ou (0,6)3 .
- Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo Logo, 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 0,216 = 0,6 .
3

sinal da base.

3
8 Assim, podemos construir o diagrama:
2 2 2 2
  =   .  .   =
 3   3   3   3  27
- Toda potência com expoente par é um número po-
sitivo.

2
 1  1  1 1
−  = −  .− =
 5  5  5 25

- Produto de potências de mesma base. Para redu-


zir um produto de potências de mesma base a uma só FIQUE ATENTO!
potência, conservamos a base e somamos os expoentes. Um número racional, quando elevado ao
quadrado, dá o número zero ou um nú-
2 3 2+3 5 mero racional positivo. Logo, os números
 2  2  2 2 2 2 2  2 2
  .   =  . . . .  =   =  racionais negativos não têm raiz quadrada
 5  5 5 55 5 5 5 5 em Q.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

- Quociente de potências de mesma base. Para redu- 100



zir um quociente de potências de mesma base a uma só O número 9 não tem raiz quadrada em Q, pois
potência, conservamos a base e subtraímos os expoen- tanto − 10 como + 10 , quando elevados ao quadrado, dão
tes. 100 . 3 3
9
3 3 3 3 3 Um número racional positivo só tem raiz quadrada no
5 . . . .
2 5− 2 3 conjunto dos números racionais se ele for um quadrado
3 3 2 2 2 2 2 3 3 perfeito.
  :  = =  = 
2 2 3 3 2 2 2
. O número 3 não tem raiz quadrada em Q, pois não
2 2
existe número racional que elevado ao quadrado dê 2 .
3

14
Frações
Calcular o valor de 3 + 5 Inicialmente, devemos re-
8 6
duzir as frações ao mesmo denominador comum. Para
Frações são representações de partes iguais de um
todo. São expressas como um quociente de dois núme- isso, encontramos o mínimo múltiplo comum (MMC) en-
ros y , sendo x o numerador e y o denominador da
x tre os dois (ou mais, se houver) denominadores e, em se-
fração, com y ≠ 0 . guida, encontramos as frações equivalentes com o novo
denominador:
1. Frações Equivalentes 3 5 9 20
mmc (8,6) = 24 = = =
São frações que, embora diferentes, representam a 8 6 24 24
mesma parte do mesmo todo. Uma fração é equivalente
a outra quando pode ser obtida multiplicando o nume- 24 ∶ 8 � 3 = 9
rador e o denominador da primeira fração pelo mesmo 24 ∶ 6 � 5 = 20
número.
Devemos proceder, agora, como no primeiro caso,
Ex: 3 e 6 .
5 10 simplificando o resultado, quando possível:
A segunda fração pode ser obtida multiplicando o 9 20 29
+ =
numerador e denominador de 3 por 2: 24 24 24
5
3�2 6
=
5 � 2 10 3 5 9 20 29
Portanto: + = + =
8 6 24 24 24
6
Assim, diz-se que é uma fração equivalente a 3
10 5
Deste modo, é importante lembrar que na adição e
2. Operações com Frações na subtração de duas ou mais frações que têm os deno-
minadores diferentes, reduzimos inicialmente as frações
2.1. Adição e Subtração ao menor denominador comum, após o que procedemos
como no primeiro caso.
2.1.1. Frações com denominadores iguais:
2.2. Multiplicação
Ex: 3
5 Jorge comeu 8 de um tablete de chocolate e Miguel Ex: 4
8 desse mesmo tablete. Qual a fração do tablete de cho- De uma caixa de frutas, 5 são bananas. Do total de
colate que Jorge e Miguel comeram juntos? bananas, 2 estão estragadas. Qual é a fração de frutas
3
da caixa que estão estragadas?
A figura abaixo representa o tablete de chocolate.
Nela também estão representadas as frações do tablete
que Jorge e Miguel comeram:

Representa 4/5 do conteúdo da caixa

3 2 5
Observe que = =
8 8 8

Portanto, Jorge e Miguel comeram juntos 5


do table-
te de chocolate.
8 Representa 2/3 de 4/5 do conteúdo da caixa.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Na adição e subtração de duas ou mais frações que Repare que o problema proposto consiste em calcular
o valor de 3 de 5 que, de acordo com a figura, equivale
2 4

têm denominadores iguais, conservamos o denominador


a 15 do total de frutas. De acordo com a tabela acima, 2
8
comum e somamos ou subtraímos os numeradores.
de 4 equivale a 2 � 4 . Assim sendo: 3
Outro Exemplo: 5 3 5

2 4 8
3 5 7 3+5−7 1 � =
+ − = = 3 5 15
2 2 2 2 2
Ou seja:

2.1.2. Frações com denominadores diferentes: 2 de 4 2 4 2�4 8


= � 5 = 3�5 = 15
3 5 3

15
O produto de duas ou mais frações é uma fração cujo Ou seja, o namorado de Lúcia recebeu 4
do total de
numerador é o produto dos numeradores e cujo deno- chocolates contidos na caixa.
15
minador é o produto dos denominadores das frações
dadas. 4 8 41 5
Outro exemplo: : = . 2 =
5
3 5 3 8 6
2 4 7 2�4�7 56 Observação:
Outro exemplo: � � = =
3 5 9 3 � 5 � 9 135
Note a expressão: . Ela é equivalente à expressão
3 1
:
2 5
#FicaDica
Sempre que possível, antes de efetuar
Portanto
a multiplicação, podemos simplificar as
frações entre si, dividindo os numeradores
e os denominadores por um fator comum. Números Decimais
Esse processo de simplificação recebe o
nome de cancelamento. De maneira direta, números decimais são números
que possuem vírgula. Alguns exemplos: 1,47; 2,1; 4,9587;
0,004; etc.

1. Operações com Números Decimais


2.3. Divisão
1.1. Adição e Subtração
Duas frações são inversas ou recíprocas quando o nu-
Vamos calcular o valor da seguinte soma:
merador de uma é o denominador da outra e vice-versa.
5,32 + 12,5 + 0, 034
Exemplo
2 é a fração inversa de 3 Transformaremos, inicialmente, os números decimais
3 2 em frações decimais:
5
5 ou 1 é a fração inversa de 1
Considere a seguinte situação:
5
532 125 34 5320 12500
5,32 + 12,5 + 0,034 = + + = + +
100 10 1000 1000 1000
4
Lúcia recebeu de seu pai os 5 dos chocolates con-
tidos em uma caixa. Do total5,32 de chocolates recebidos,
+ 12,5 + 0,034
532 125 34 5320 12500 34 17854
= 100 + 10 + 1000 = 1000 + 1000 + 1000 = 1000 = 17,854
Lúcia deu a terça parte para o seu namorado. Que fração
dos chocolates contidos na caixa recebeu o namorado
de Lúcia? Portanto: 5,32 + 12,5 + 0, 034 = 17, 854
A solução do problema consiste em dividir o total de
chocolates que Lúcia recebeu de seu pai por 3, ou seja, Na prática, a adição e a subtração de números deci-
4 mais são obtidas de acordo com a seguinte regra:
:3
5 - Igualamos o número de casas decimais, acrescen-
Por outro lado, dividir algo por 3 significa calcular 1 tando zeros.
desse algo. 3 - Colocamos os números um abaixo do outro, deixan-
do vírgula embaixo de vírgula.
Portanto: : 3 = de
4 1 4 - Somamos ou subtraímos os números decimais
5 3 5 como se eles fossem números naturais.
- Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a vír-
1 4 1 4 4 1
Como de = � = � , resulta que gula dos números dados.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

3 5 3 5 5 3
4 4 3 4 1 Exemplo
:3 = : = �
5 5 1 5 3
2,35 + 14,3 + 0, 0075 + 5
3 1
Observando que as frações e são frações inver- Disposição prática:
1 3
sas, podemos afirmar que:
2,3500
Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a pri- 14,3000
meira pelo inverso da segunda.
+ 0,0075
4 4 3 4 1 4
Portanto :3 = ∶ = � = 5,0000
5 5 1 5 3 15

16
21,6575 A vantagem de tal procedimento foi a de transformar-
mos em número natural o número decimal que aparecia
1.2. Multiplicação na divisão. Com isso, a divisão entre números decimais
se transforma numa equivalente com números naturais.
Vamos calcular o valor do seguinte produto:
2,58 � 3,4 . Portanto: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48
Transformaremos, inicialmente, os números decimais
em frações decimais:
#FicaDica
258 34 8772
2,58 � 3,4 = � = = 8,772 Na prática, a divisão entre números deci-
100 10 1000 mais é obtida de acordo com as seguin-
tes regras:
Portanto 2,58 � 3,4 = 8,772 - Igualamos o número de casas decimais
do dividendo e do divisor.
- Cortamos as vírgulas e efetuamos a di-
#FicaDica visão como se os números fossem natu-
rais.
Na prática, a multiplicação de números
decimais é obtida de acordo com as
seguintes regras: Ex: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48
- Multiplicamos os números decimais
como se eles fossem números naturais. Disposição prática:
- No resultado, colocamos tantas casas
decimais quantas forem as do primeiro
fator somadas às do segundo fator.

Exemplo:
Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero. Assim
Disposição prática: sendo, a divisão é chamada de divisão exata e o quocien-
te é exato.

652,2  1 casa decimal Ex: 9,775 ∶ 4,25

X 2,03  2 casas decimais Disposição prática:


19 566

1 304 4

1 323,966  1 + 2 = 3 casas decimais Nesse caso, o resto da divisão é diferente de zero.


Assim sendo, a divisão é chamada de divisão aproximada
1.3. Divisão e o quociente é aproximado.
Se quisermos continuar uma divisão aproximada, de-
vemos acrescentar zeros aos restos e prosseguir dividin-
do cada número obtido pelo divisor. Ao mesmo tempo
em que colocamos o primeiro zero no primeiro resto,
colocamos uma vírgula no quociente.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão:


24 ∶ 0,5
Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o divisor Ex: 0,14 ∶ 28
da divisão dada por 10.

24 ∶ 0,5 = (24 � 10) ∶ (0,5 � 10) = 240 ∶ 5

17
Ex: 2 ∶ 16
9
0,9 =
10

57
5,7 =
10
2. Representação Decimal das Frações
p
Tomemos um número racional q tal que p não seja 76
múltiplo de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta 0,76 =
100
efetuar a divisão do numerador pelo denominador.
Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
348
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, 3,48 =
um número finito de algarismos. Decimais Exatos: 100

2
= 0,4 5 1
5 0,005 = =
1 1000 200
= 0,25
4
35
= 8,75 2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada;
4 para tanto, vamos apresentar o procedimento através de
153 alguns exemplos:
= 3,06
50
Ex:
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, Seja a dízima 0,333...
infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se pe- Façamos e multipliquemos ambos os membros por
riodicamente. Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas: 10:
1 10x = 0,333
= 0,333 …
3
Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade
1 da segunda:
= 0,04545 …
22
3
10x – x = 3,333 … – 0,333. . . 9x = 3 x =
9
167
= 2,53030 … 3
66 Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
Ex: 9
Seja a dízima 5,1717...
FIQUE ATENTO!
Se após as vírgulas os algarismos não são pe- Façamos x = 5,1717. . . e 100x = 517,1717. . .
riódicos, então esse número decimal não está
contido no conjunto dos números racionais. Subtraindo membro a membro, temos:

99x = 512 x = 512⁄99


3.Representação Fracionária dos Números Deci-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

512
mais Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração .
99
Trata-se do problema inverso: estando o número ra- Ex:
cional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo Seja a dízima 1,23434...
na forma de fração. Temos dois casos:
Façamos
1º) Transformamos o número em uma fração cujo x = 1,23434 … ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 …
numerador é o número decimal sem a vírgula e o deno-
de tantos… ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 …
x = 1,23434
minador é composto pelo numeral 1, seguido
zeros quantas forem as casas decimais do número deci-
mal dado: Subtraindo membro a membro, temos:

18
1222
990x = 1234,34. . . – 12,34 … 990x = 1222 PRINCÍPIOS
x = DE CONTAGEM E
990
PROBABILIDADE. ARRANJOS E
1222 PERMUTAÇÕES. COMBINAÇÕES.
4. . . – 12,34 … 990x = 1222 x =
990
611
Simplificando, obtemos x = , a fração geratriz Análise Combinatória
da dízima 1,23434... 495
A análise combinatória surgiu na matemática para re-
solver um problema que pode parecer banal no começo,
Analisando todos os exemplos, nota-se que a idéia mas é de suma relevância no dia a dia: “Aprender a con-
consiste em deixar após a vírgula somente a parte pe- tar”. O leitor pode achar que é uma brincadeira, já que
riódica (que se repete) de cada igualdade para, após a aprendemos a contar quando ainda somos pequenos.
subtração membro a membro, ambas se cancelarem. Porém, vamos provar para vocês que “contar” pode se
tornar complicado.
Imagine o seguinte problema: Você possui 3 camise-
EXERCÍCIOS COMENTADOS tas (vermelha, preta e verde) e 2 bermudas (azul e verde).
Quantas maneiras distintas você pode se vestir?
1. (EBSERH – Médico – IBFC/2016) Mara leu 1/5 das A resolução é simples, primeiro você veste a bermuda
páginas de um livro numa semana. Na segunda semana, azul e varia as três camisetas:
leu mais 2/3 de páginas. Se ainda faltam ler 60 (sessenta)
páginas do livro, então o total de páginas do livro é de:

a) 300
b) 360
c) 400
d) 450
e) 480

Resposta: Letra D.

Mara leu 1 2 3+10 13 do livro.


+ = =
5 3 15 15

13 15−13 2
Logo, ainda falta 1 − 15 = 15 = 15 para ser
lido. Essa fração que falta ser lida equivale a 60 pá-
ginas

2 1
Assim: 15  60 páginas. Portanto, 30
páginas. 15 
Logo o livro todo (15/15) possui: 15∙30=450 páginas

2. Em uma caixa de ferramentas, 4/5 são chaves de fen-


da. Do total das chaves, 2/3 estão enferrujadas. Qual é
a fração de chaves da caixa de ferramentas que estão
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

enferrujadas?

Resposta: 8/15
O problema proposto consiste em calcular o valor de
2/3 de 4/5, que equivale a 8/15 do total das chaves.

19
Depois, você veste a bermuda verde e varia as três PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO
camisetas:
O princípio fundamental da contagem permite quan-
tificar situações ou casos de uma determinada situação
ou evento. Em outras palavras, é uma maneira sistemáti-
ca de “contar” a quantidade de “coisas”.
A base deste princípio se dá pela separação de ca-
sos e quantificação dos mesmos. Após isso, uma mul-
tiplicação de todos estes números é feita para achar a
quantidade total de possibilidades. O exemplo a seguir
irá ilustrar isso.
“ João foi almoçar em um restaurante no centro da
cidade, ao chegar no local, percebeu que oferecem 3 ti-
pos de saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas diferentes e 5
sobremesas diferentes. De quantas maneiras distintas ele
pode fazer um pedido, pegando apenas 1 tipo de cada
alimento? ”

Resolução: O princípio da contagem depende forte-


mente de uma organização do problema. A sugestão é
sempre organizar cada caso em traços e preenchendo a
quantidade de possibilidades. Como temos 4 casos dis-
tintos (salada, carne, bebida e sobremesa), iremos fazer
4 traços:

Agora, preencheremos a quantidade de possibilida-


des de cada caso:

Finalmente, multiplicamos os números:

Assim, João tem 180 possibilidades diferentes de se


montar um prato.

Agora que aprendeu o princípio multiplicativo, você


Como são 3 casos para cada bermuda, temos um to- consegue resolver o exemplo das camisetas, bermudas e
tal de 6 possibilidades. tênis da seção anterior?
Se temos 5 camisetas, 3 bermudas e 3 tênis distintos,
Até este ponto, o leitor acha que contagem é fácil, a quantidade de jeitos de se vestir será 5𝑥3𝑥3 = 45 .
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

mas agora, vamos “complicar” um pouco. Os problemas de princípio multiplicativo são simples
Imagine que agora você tenha 5 camisetas diferentes, quando os grupos são fáceis de se identificar e se retira
3 bermudas diferentes, além de 3 tênis diferentes, quan- apenas 1 elemento de cada grupo. Agora, vamos apro-
tas maneiras distintas você poderá se vestir? fundar um pouco mais, considerando que podemos tirar
É possível resolver este problema com o procedimen- mais de um elemento por grupo. Veja o exemplo do res-
to anterior mas levará um bom tempo para contar todas taurante novamente, mas com uma pergunta diferente:
as soluções. Mas, se nós queremos apenas a quantidade “João foi almoçar em um restaurante no centro da
total, sem a necessidade de lista-las, será que não tem cidade, ao chegar no local, percebeu que oferecem 3 ti-
um meio mais fácil? pos de saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas diferentes e
A resposta é sim e você verá a seguir. 5 sobremesas diferentes. De quantas maneiras distintas
ele pode fazer um pedido, pegando 1 salada, 1 carne, 1
bebida e 2 sobremesas diferentes? ”

20
Resolução: Agora, a montagem do problema ganha
uma atenção especial pois não iremos retirar apenas 1
elemento do grupo sobremesa, e sim 2. Neste caso, a
montagem fica desta maneira:
Sem restrições, temos 18 possibilidades. Olhando as
cores dos papéis e dos textos, percebe-se que não se
pode escolher o papel preto com o texto preto e o papel
Temos que adicionar uma linha, referente a segunda vermelho e o texto vermelho, o que totaliza 2 restrições.
sobremesa e diferenciar da primeira, já que o enunciado Logo, o número de casos possíveis será o total subtraído
fala que são sobremesas diferentes. Em relação aos valo- das restrições: 18-2=16.
res a serem colocados, os grupos salada, carne e bebida
seguem a mesma linha do exercício anterior, tirando 1
elemento de cada, logo:
EXERCÍCIO COMENTADO

1. (UNESP-SP – VESTIBULAR – VUNESP, 2009). Uma


rede de supermercados fornece a seus clientes um car-
Para a primeira sobremesa, temos a 5 disponíveis,
tão de crédito cuja identificação é formada por 3 letras
logo:
distintas (dentre 26), seguidas de 4 algarismos distintos.
Uma determinada cidade receberá os cartões que têm L
como terceira letra, o último algarismo é zero e o penúl-
timo é 1. A quantidade total de cartões distintos ofere-
Já para a segunda sobremesa, devemos ficar atentos cidos por tal rede de supermercados para essa cidade é:
ao enunciado pois ele trata as mesmas como diferentes,
ou seja, a que foi retirada anteriormente não pode entrar a) 33600
na contagem, assim, ao invés de 5 possibilidades, a se- b) 37800
gunda sobremesa terá 4, logo: c) 43200
d) 58500
e) 67600

Resposta: Letra A. Como são algarismos e letras dis-


Com tudo organizado, basta aplicar o princípio mul- tintas, temos que ter atenção na hora de avaliar quan-
tiplicativo: tas possibilidades terão em cada grupo. Na parte das,
como L já é a terceira, a primeira letra terá 25 possibi-
lidades e a segunda 24. Nos algarismos, como temos 1
e 0 preenchendo as últimas casas, restam outras duas,
que terão 8 e 7 possibilidades respectivamente. Assim:
Ou seja, 720 maneiras de se montar um prato. 𝑁 = 25𝑥24𝑥8𝑥7 = 33600
Outra variação dos problemas de princípio multipli-
cativo são os que possuem alguma restrição, ou seja, al-
guns casos devem ser descartados por não atenderem FATORIAL
algum critério dado no enunciado. Veja o exemplo:
Antes de definirmos casos particulares de contagem,
“Uma empresa de propaganda pretende criar panfle-
iremos definir uma operação matemática que será uti-
tos coloridos para divulgar certo produto. O papel pode
lizada nas próximas seções: o fatorial. Define-se o sinal
ser laranja, azul, preto, amarelo, vermelho ou roxo, en-
de fatorial pelo ponto de exclamação, ou seja, “!“. Assim,
quanto o texto é escrito no panfleto em preto, vermelho
quando encontrarmos 2! Significa que estaremos calcu-
ou branco. De quantos modos distintos é possível esco-
lher uma cor para o fundo e uma cor para o texto se, por lando o “fatorial de 2” ou “2 fatorial”. A definição de fato-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

uma questão de contraste, as cores do fundo e do texto rial está apresentada a seguir:
não podem ser iguais? ” n! = n ⋅ n − 1 ⋅ n − 2 ⋅ n − 3 … 3 ⋅ 2 ⋅ 1
Resolução: O problema parece seguir o mesmo pa-
drão do princípio multiplicativo, onde se separa os gru- Ou seja, o fatorial de um número é caracterizado pelo
pos e faz a multiplicação. Porém temos uma restrição produto deste número e seus antecessores, até se chegar
onde não podemos ter papel e letra do texto iguais. Para ao número 1. Vejam os exemplos abaixo:
resolver este problema a estratégia é simples: Calcula-
-se o total de casos, sem restrições, depois quantifica a 3! = 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 6
quantidade de casos que não podem ser contabilizados 5! = 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 120
e realiza-se a subtração. Veja como fica:

21
Assim, basta ir multiplicando os números até se che- Resposta: Letra A. manipulando o parênteses, chega-
gar ao número 1. Observe que os fatoriais aumentam -se a 𝑛 , onde o “n” do denominador é cancelado
𝑛−1

muito rápido, veja quanto é 10!: usando n2. Resta, portanto 𝑛. 𝑛 − 2 ! ⋅ 𝑛 − 1 que rear-
10! = 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 3628800 ranjando fica 𝑛 ⋅ 𝑛 − 2 ! ⋅ 𝑛 − 1 = 𝑛 ⋅ 𝑛 − 1 ⋅ 𝑛 − 2 ! = 𝑛!

Já estamos na casa dos milhões! Para não trabalhar- PERMUTAÇÃO


mos com valores tão altos, as operações com fatoriais
são normalmente feitas por último, procurando fazer o Permutação sem repetições de elementos
maior número de simplificações possíveis. Observe este
exemplo: As permutações são definidas como situações onde o
10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 número de elementos é igual ao número de posições em
Calcule = que podemos posicioná-los. Considere o exemplo onde
7! 7 ⋅6 ⋅5 ⋅4 ⋅3 ⋅2 ⋅1
temos 5 pessoas e 5 cadeiras alinhadas. Queremos saber
Resolução: Ao invés de calcular os valores de 7! e 10!
de quantas maneiras diferentes podemos posicionar es-
separadamente e depois fazer a divisão, o que levaria
sas pessoas. Esquematizando o problema, chamando de
muito tempo, nós simplificamos os fatoriais primeiro.
P as pessoas e C as cadeiras:
Pela definição de fatorial, temos o seguinte:
10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
=
7! 7 ⋅6 ⋅5 ⋅4 ⋅3 ⋅2 ⋅1

Observe que o denominador pode ser inteiramente


cancelado, pois 10! Possui todos os termos de 7!. Essa
é uma particularidade interessante e facilitará demais a
simplificação. Se cancelarmos, restará apenas um produ-
to de 3 termos:
Em problemas onde o número de elementos é igual
10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
= = 10 ⋅ 9 ⋅ 8 = 720 ao número de posições, sempre teremos uma permuta-
7! 7 ⋅6⋅5 ⋅4⋅3⋅ 2 ⋅1 ção. A fórmula da permutação, considerando que não há
repetição de elementos é a seguinte:
Essa operação é muito mais fácil que calcular os fato- Pn = n!
riais desde o começo!
Para casos onde temos mais de um fatorial no de- Ou seja, para permutar 5 elementos em 5 posições,
nominador, a estratégia é mesma e a dica é simplificar o basta eu calcular o fatorial de 5:
fatorial do numerador com o maior fatorial que temos no P5 = 5! = 120
denominador. Veja o exemplo:
Logo, eu posso posicionar as pessoas de 120 maneiras
Calcule 8!
=
8⋅7⋅6⋅ 5⋅4⋅3⋅2⋅1
diferentes na fileira de cadeiras.
5! 3! 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 ⋅ 3!
Observe que a fórmula geral da permutação é utiliza-
Vamos abrir os fatoriais de 8 e 5: da quando não há repetição de elementos, mas e quan-
8!
=
8⋅7⋅6⋅ 5⋅4⋅3⋅2⋅1 do temos elementos repetidos? A seção seguinte tratará
5! 3! 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 ⋅ 3! disso.
Simplificamos os termos comuns e ficamos com:
8! 8⋅7⋅6 8⋅ 7⋅6
5! 3!
=
3!
=
3⋅ 2⋅1
= 8 ⋅ 7 = 56
EXERCÍCIO COMENTADO
Essa estratégia será muito utilizada quando abordar-
mos as seções seguintes, que envolvem fatorial em suas 3. (PF – ESCRIVÃO – CESPE, 2009). Na sequência cres-
operações. cente de todos os números obtidos, permutando-se os
algarismos 1, 2, 3, 7, 8, a posição do número 78.312 é a :
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

a) 94ª
EXERCÍCIO COMENTADO b) 95ª
c) 96ª
2. (ESFCEX – PROFESSOR – ESFCEX, 2006). Para 𝑛 ≥ 2, d) 97ª
a expressão 𝑛 − 2 !. 1 − 𝑛 vale:
1
e) 98ª

a) 𝑛! Resposta: Letra B. Deve-se contar todos os números


b) 𝑛 − 1 ! anteriores a 78312. Iniciando com 1_ _ _ _, temos 4 es-
c) 𝑛 + 1 ! paços, ou seja 4! = 24 números; iniciando com 2 _ _ _ _
d) 𝑛 ⋅ 𝑛 + 1 ! temos outros 24 números, assim como iniciando com
e) 𝑛 − 2 ! 3_ _ _ _. Depois temos os números iniciados com “71_ _

22
_” que são 6 (3!), assim como os iniciados em “72_ _ _”
7! 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
e “73_ _ _”. Depois aparece o iniciado com “781_ _” que P73 = = = 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 = 840
são 2 números, assim como o “782 _ _”. O próximo já 3! 3⋅2⋅1
será o 78312. Somando: 24+24+24+6+6+6+2+2=94. Assim, a palavra MARIANA tem 840 anagramas pos-
Logo, ele será o 95° número síveis.
Outro exemplo para deixar este conceito bem claro,
Permutações com repetição de elementos é quando temos dois elementos se repetindo. Por exem-
plo, vamos calcular os anagramas da palavra TALITA:
A fórmula da permutação com repetição terá uma
complementação, para desconsiderar casos repetidos
que serão contados 2 ou mais vezes se utilizarmos a fór-
mula sem repetição.

O exemplo mais comum destes casos é o que chama-


Observe que a letra “T” repete 2 vezes e a letra “A”
mos de Anagramas. Os anagramas são permutações das também repete duas vezes. Na fórmula da permutação
letras de uma palavra, formando novas palavras, sem a com repetição, faremos duas divisões:
necessidade de terem sentido ou não. Usando primeira-
mente um exemplo sem repetição, veja quantos anagra- n!
Pna,b =
mas podemos formar com o nome BRUNO: a! b!
Montando a esquematização: Ou seja, se houver 2 ou mais elementos se repetindo,
a correção é feita dividindo pelas repetições de cada um.
Como ambos repetem duas vezes:
6! 6.5.4.3.2.1 6.5.4.3 360
P62,2 = = = = = 180
2! 2! 2.1 .2.1 2.1 2

Assim, a palavra TALITA tem 180 anagramas.


Esse mesmo tipo de problema pode ser feito com nú-
Ou seja, temos que posicionar as letras nas 5 casas meros e segue o mesmo princípio.
correspondentes e neste caso, é um problema de permu-
tação sem repetição como já foi visto:
P5 = 5! = 120
EXERCÍCIO COMENTADO
Logo, podemos formar 120 anagramas com a pala-
vra BRUNO. Agora, vamos olhar o mesmo problema, mas 3. (PUC-RS – TODOS OS CARGOS – PUC-RS, 2008) O
com a palavra MARIANA. Ela possui 7 letras, logo tere- número de Anagramas da palavra CONJUNTO que co-
mos 7 posições: meçam com C e terminam por T é:

a) 15
b) 30
c) 180
d) 360
e) 720
Entretanto, temos a repetição da letra A. Veja o que
acontece quando montarmos um anagrama qualquer da Resposta: Letra C. Trata-se de um problema de per-
palavra: mutação com repetição, além de termos restrições em
algumas posições. Como as letras C e T estão travadas
na primeira e última posições, sobram as 6 posições
entre as duas. Dessas 6 posições, temos que colocar
as letras O,N,J,U,N,O, onde temos a letra O repetindo
Não conseguimos saber qual letra “A” foi utilizada nas duas vezes e a letra N repetindo duas vezes também.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

6!
posições C1,C3 e C5. Se trocarmos as mesmas de posição Calculando a permutação: = 180 .
2! 2!
entre si, ficaremos com os mesmos anagramas, caracte-
rizando uma repetição. Assim, para saber a quantidade
de anagramas com repetição, corrigiremos a fórmula da PERMUTAÇÃO CIRCULAR
permutação da seguinte forma:
A permutação circular é um caso bem especifico e
n! normalmente suas questões são diferenciais entre os
Pna =
a! candidatos em concursos públicos. Para entender melhor
Ou seja, calcula-se a permutação de “n” elementos o conceito, observe o exemplo a seguir: Suponha que 5
com “a” repetições. Considerando que MARIANA tem 7 amigos, A,B,C,D,E vão se sentar em uma mesa circular de
letras (n=7) e a letra “A” se repete 3 vezes, temos que: 5 lugares conforme esquema a seguir. De quantas ma-
neiras eles poderão se dispor na mesa?

23
Cada um destes casos está contabilizado dentre os
120 casos que calculou-se anteriormente. Mas agora
observe bem cada uma destas 5 configurações: O ele-
mento A tem sempre a sua esquerda o elemento B e a
sua direita o elemento E, não importa a configuração que
esteja. Da mesma forma podemos ver os mesmos pa-
A primeira vista, o leitor interpreta que este é um pro- drões para os elementos B,C,D e E, ou seja, em casos de
blema de permutação sem repetição, já que o número meras rotações nas posições, a disposição dos elementos
de elementos é igual ao número de posições e simples-
é a mesma, tornando-as disposições repetidas. Isso vale
mente calcula o número de possibilidades utilizando a
para qualquer uma disposição destes 5 elementos, assim,
fórmula P5=120.
como temos 5 repetições, temos que dividir o valor total
Mas este resultado está INCORRETO. Vamos utilizar
como exemplo a configuração mais simples, colocando de 120 por 5, chegando a resposta correta de 24 possi-
os elementos em ordem alfabética na direção horária: bilidades.
Em outras palavras, na permutação circular, o número
de configurações distintas é dado por:
PnC = n − 1 !
Onde “C” indica que a permutação é circular.

EXERCÍCIO COMENTADO

4. (OBM – OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA – OBM,


2014).
Um grupo de 6 crianças decide brincar de ciranda e para
isso elas devem das às mãos umas às outras e formar
uma roda. Dentre elas estão Aline, Bianca e Carla. De
quantas maneiras esta roda pode ser formada sabendo
Agora, vamos colocar cada elemento na sua cadeira a que estas três são muito amigas e decidiram ficar sempre
esquerda, desta maneira: juntas?

a) 6
b) 12
c) 18
d) 24
e) 36

Resposta: Letra E. Atenção a este problema pois ele


não envolve apenas permutação circular. Quando
se tem a restrição que as amigas devem ficar juntas,
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

podemos considera-la um grupo só, restando assim


4 elementos (outras 3 pessoas mais o grupo) para 4
posições. Sendo uma permutação circular, calcula-se
P4C = 4 − 1 ! = 3! = 6 . Porém, o grupo das três amigas
pode permutar internamente, já que a restrição diz
Finalmente, vamos repetir esse processo mais 3 vezes: apenas que elas devem estar juntas e não especifica
uma ordem. Assim, as 3 amigas permutam 3 posições
no grupo, chegando a 𝑃3 = 3! = 6 . Multiplicando os
resultados pelo principio multiplicativo, chega-se a 36.

24
COMBINAÇÃO SIMPLES podem ser formadas a partir de um número de 7 é
7!
C7,3 = = 35 . Os casos que não podem são
3! 7 − 3 !
A combinação simples, juntamente com o arranjo as comissões formadas por Ana, Beatriz e mais uma
simples, se difere da permutação por serem casos onde pessoa dentre as 5 possíveis, ou seja, 5 grupos. Logo:
o número de elementos é maior que o número de posi- 35-5=30.
ções para serem ocupadas, ou seja, restarão elementos
que não serão posicionados. ARRANJO SIMPLES
Assim, não se pode aplicar simplesmente a formula
𝑃𝑛 = 𝑛! . Porém, é possível a partir dela, deduzir a fór- O arranjo simples segue a mesma linha de pensa-
mula da combinação. Vamos considerar um problema mento que a combinação simples, onde a quantidade
onde temos n elementos distintos para se posicionar em de elementos a serem dispostos é maior que o número
n posições: de posições possíveis. Entretanto, a diferença entre com-
binação e arranjo se dá na questão da disposição dos
elementos nas posições. Enquanto na combinação a or-
dem da disposição dos elementos não importa, para o
arranjo ela é considerada e isso muda completamente o
resultado.
Partindo da mesma dedução que a combinação, em
um grupo de n elementos, vamos posicioná-lo em p po-
sições:

Agora, se posicionarmos p elementos nas p posi-


ções, sobrará n-p elementos para fora. Na combinação
simples, a disposição dos elementos não importa e por
isso as configurações repetidas devem ser descartadas.
Lembrando o problema de permutação com repetição,
teremos portanto dois casos para descartar: Os n-p ele-
mentos que não foram posicionados e os p elementos
que estão posicionados, assim:
𝒑,𝒏−𝒑 𝒏!
𝑷𝒏 = 𝑪𝒏,𝒑 =
𝒑! 𝒏 − 𝒑 ! A diferença agora é que a única parte onde a ordem
não importa é nos n-p elementos que sobraram. Assim, a
Logo, a combinação simples nada mais é do que uma
permutação com elementos repetidos. Para facilitar, bas- permutação com repetição fica:
ta ter em mente que em casos onde o número de ele- 𝑛!
mentos é maior que o número de posições e a ordem da 𝑃𝑛 𝑛−𝑝 = 𝐴𝑛,𝑝 =
𝑛−𝑝 !
disposição dos elementos não importa, o problema deve
ser atacado como uma combinação.
Outra abordagem é considerar que o problema de
Arranjo é simplesmente um problema de combinação,
permutando os elementos que foram posicionados, logo:
EXERCÍCIO COMENTADO 𝑛! 𝑛!
𝐴𝑛,𝑝 = 𝐶𝑛,𝑝 � 𝑃𝑝 = � 𝑝! =
𝑝! 𝑛 − 𝑝 ! 𝑛−𝑝 !
5. (BANRISUL – ESCRITURÁRIO - FCC, 2019). Ana e
Beatriz são as únicas mulheres que fazem parte de um
grupo de 7 pessoas. O número de comissões de 3 pes-
soas que poderão ser formadas com essas 7 pessoas, de
maneira que Ana e Beatriz não estejam juntas em qual-
EXERCÍCIO COMENTADO
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

quer comissão formada, é igual a


6. (AGU – TÉCNICO - IDECAN, 2019).
a) 20 Considerando os algarismos 1, 2, 3, 5, 7 e 9, quantos nú-
b) 15 meros pares podem-se formar com 5 algarismos diferen-
c) 30 tes?
d) 18
e) 25 a) 720
b) 120
Resposta: Letra C. Problema envolvendo restrição c) 240
onde a estratégia é a mesma, calculando o total de d) 1
possibilidades e subtraindo a quantidade de ca- e) 0
sos restritos. O total de comissões de 3 pessoas que

25
Resposta: Letra B. Como o número de 5 algarismos PROBABILIDADE DE UM EVENTO QUALQUER
deve ser par, então a posição das unidades só poderá
ser ocupada pelo número 2. Nas outras 4 posições, A probabilidade da ocorrência de um evento qual-
temos 5 algarismos distintos para posicionar e a or- quer representa a chance de ocorrência desse evento.
dem é relevante uma vez que trocando um algaris- Seja um evento E, contido em um espaço amostral S. A
mo de posição, o número final é diferente. Assim: probabilidade de ocorrência de E é definida por:
5!
𝐴5,4 =
5−4 !
= 120. 𝑛 𝐸
𝑃 𝐸 =
𝑛 𝑆
Probabilidade
É possível ver a aplicação dessa fórmula em situações
simples. Considere o lançamento de um dado não vicia-
No estudo de probabilidades em todos os casos es-
do. Calculam-se as seguintes probabilidades:
tudados serão considerados experimentos aleatórios, ou
a) probabilidade do resultado do lançamento ser
seja, experimentos no qual o resultado não seja conhe-
cido previamente. Diz-se que o resultado é imprevisível. igual a 5
Há alguns exemplos clássicos como o lançamento de um b) probabilidade do resultado do lançamento ser um
dado (qualquer número pode ser o resultado), retirada número ímpar
da carta de um baralho completo, lançamento de uma Solução:
moeda (cara e coroa), entre tantos outros exemplos. Para ambos os casos, o espaço amostral é S={1, 2, 3,
Para iniciar o estudo de probabilidades é necessário 4, 5, 6} e, consequentemente, n(S)=6. No item a), para
definir alguns conceitos fundamentais que serão utiliza- o evento (resultado do lançamento ser igual a 5) há so-
dos em todos os tópicos desse capítulo. São eles: espaço mente uma possibilidade. Portanto, E={5} e, n(E)=1. As-
amostral e evento. sim, nesse caso, a probabilidade do resultado do lança-
mento ser igual a 5 é:
Espaço amostral
𝑛 𝐸 1
𝑃 𝐸 = = = 0,166 … = 16,67%
O espaço amostral é definido como o conjunto uni- 𝑛 𝑆 6
verso de um experimento aleatório qualquer. Em resu-
mo, é um conjunto que contém todas as possibilidades Já no item b), para o evento (resultado do lançamento
de um experimento. Por exemplo, em um lançamento de ser um número ímpar) há três possibilidades, E={1, 3, 5} e,
uma moeda há duas possibilidades, apenas: cara ou co- n(E)=3. Assim, nesse caso, a probabilidade do resultado
roa. Portanto, o espaço amostral do lançamento de uma do lançamento ser igual a 5 é:
moeda contém dois elementos (cara e coroa). O espaço
amostral é denotado pela letra S, e o número de elemen- 𝑛 𝐸 3
tos por n(S). Assim, nesse caso do lançamento de uma 𝑃 𝐸 = = = 0,5 = 50%
moeda tem-se que: S={Cara, Coroa} e n(S)=2. 𝑛 𝑆 6
Considerando um outro exemplo, o lançamento de
um dado não viciado (ou seja, no lançamento todo nú-
mero tem a mesma chance de ser o resultado), o espaço FIQUE ATENTO!
amostral é: S={1, 2, 3, 4, 5, 6} e, portanto, n(S)=6.
A resposta de uma probabilidade pode ser
EVENTO dada tanto na forma de uma fração ou de
uma porcentagem.
Evento é um subconjunto do espaço amostral, ou
seja, é uma das possibilidades do experimento aleatório.
Considere o primeiro exemplo da seção anterior, o lança- Veja um outro exemplo.
mento de uma moeda. Após o lançamento há duas pos- Considere um baralho completo (52 cartas, 13 de
sibilidades: cara e coroa (espaço amostral). Diz-se, então, cada naipe – paus, espadas, ouros e copas). Desse bara-
que “sair cara” é um evento do experimento aleatório lho será sorteada uma carta qualquer. Calcule as seguin-
“lançar uma moeda”. Já no lançamento de um dado, “sair tes probabilidades:
a) probabilidade da carta sorteada ser o número 6
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

3” é um evento desse experimento. Assim como “sair 4”,


e todos os outros números. Solução:
Geralmente, em um exercício de concurso público o O espaço amostral corresponde a todas as cartas do
objetivo é encontrar a probabilidade da ocorrência de baralho (não serão todas escritas aqui para não
um evento. Se o exercício pede para calcular a proba- poluir o texto). Ou seja, n(S)=52, que é o total de
bilidade de “sair 5 em um lançamento de um dado”, o cartas do baralho. Já o evento (carta ser igual ao
evento desejado será “sair 5”. número 6), pode ter quatro possibilidades pois em
O evento é denotado por E e o número de eventos um baralho completo há 4 cartas de cada número
possíveis é denotado por n(E). Seguindo no exemplo do ou letra, sendo uma de cada naipe,, n(E)=4. Logo, a
lançamento de um dado, deseja-se saber a probabilida- probabilidade pedida é igual a:
de de “sair um número par”. Os eventos possíveis são
E={2, 4, 6} e, portanto, há três possibilidades para esse
evento. Logo, n(E)=3.

26
Como já visto em exemplos anteriores, o espaço
𝑛 𝐸 4 1 amostral no lançamento de um dado é S={1, 2, 3, 4 ,5,
𝑃 𝐸 = = =
𝑛 𝑆 52 13 6} e n(S)=6. Já para o evento “resultado ser par”, tem-se
A={2, 4, 6} e, portanto, n(A)=3. Logo, a probabilidade da
ocorrência do evento A 𝑛(e𝐴consequentemente
3 1 do even-
b) a probabilidade da carta sorteada ser uma letra to B) é igual a: 𝑃 𝐴 = = = . Agora, aplica-se a
𝑛 𝑆 6 2
Solução: regra do produto, para calcular a probabilidade de que
No baralho há cartas com números e letras, sendo ambos os eventos ocorram:
1 1 1
elas J, Q e K (valete, rainha e rei, respectivamen- 𝑃 𝐴∩𝐵 = 𝑃 𝐴 �𝑃 𝐵 = � = = 0,25 = 25%
te). Para cada naipe há três cartas que são letras 2 2 4
e como há quatro naipes no baralho, o total de
cartas que são letras é igual a 4 � 3 = 12 . Assim, A seguir, um outro exemplo.
Considere uma urna com 4 bolas verdes e 5 bolas
n(E)=12 e a probabilidade pedida é igual a:
amarelas. Uma pessoa irá retirar duas bolas dessa urna,
𝑛 𝐸 12 3 sem reposição, ou seja, após retirada a bola não retorna
𝑃 𝐸 = = = para a urna. Calcule a probabilidade de, em um mesmo
𝑛 𝑆 52 13
sorteio, ambas as bolas sorteadas serem amarelas.

Probabilidade de eventos independentes Solução


Problemas com sorteio de objetos são comuns. Aqui
Eventos são independentes quando a ocorrência de é sempre importante saber se há ou não reposição entre
um não interfere na chance do outro ocorrer. Por exem- um sorteio e outro pois isso afeta diretamente o cálcu-
plo, ao lançar um dado não viciado duas vezes consecu- lo. Nesse caso não há reposição e, portanto, o espaço
tivas, o resultado do primeiro lançamento não interfere amostral muda para cada evento. O exercício deseja sa-
em nada o resultado do segundo lançamento. Assim, ber a probabilidade de que a primeira bola seja amarela
dois lançamentos de um mesmo dado são eventos in- e a segunda, também. Para o primeiro sorteio, há 9 bolas
dependentes. na urna e, portanto, n(S)=9. O total de bolas amarelas é
igual a 5. Logo, a probabilidade de, no primeiro
𝑛 𝐴 sorteio, a
Aqui tem origem o cálculo de probabilidades de 5
bola sorteada ser amarela é igual a 𝑃 𝐴 = = . Para
eventos independentes e a regra para esse cálculo é 𝑛 𝑆 9
o segundo sorteio, como não há reposição, há 8 bolas
conhecida por “regra do produto”. Sejam dois eventos na urna sendo 4 delas amarelas. Assim, o espaço amos-
independentes A e B. A probabilidade da ocorrência de tral desse evento é igual a n(S)=8 e o total de possibili-
ambos é denotada por 𝑃 𝐴 ∩ 𝐵 = e o𝑃 seu
𝐴 �cálculo
𝑃 𝐵 é dado dades para o evento é igual a n(B)=4. A probabilidade
por: de uma bola sorteada no segundo sorteio ser amarela é:
𝑃 𝐵 = ..
4
𝑃 𝐴∩𝐵 = 𝑃 𝐴 �𝑃 𝐵 8

Assim, a probabilidade de que ambas as bolas sortea-


das sejam amarelas é igual a:
FIQUE ATENTO!
5 4 20 5
Geralmente utiliza-se essa regra quando 𝑃 𝐴∩𝐵 =𝑃 𝐴 �𝑃 𝐵 = � = =
no enunciado há o conectivo “e”, quando 9 8 72 18
se deseja calcular a probabilidade de que
ambos os eventos ocorram.
EXERCÍCIO COMENTADO
A seguir um exemplo. 1. (AL-RO – ASSISTENTE LEGISLATIVO – FGV, 2018).
Considere um dado não viciado. Qual a probabilidade Em uma caixa há 4 cartões amarelos e 6 cartões verme-
de que, em dois lançamentos consecutivos, os dois nú- lhos. Foram retirados, aleatoriamente, 2 cartões da caixa.
meros sejam pares? A probabilidade de os dois cartões retirados serem ver-
melhos é de
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Solução
O enunciado deseja calcular a probabilidade de que o a) 1/2
primeiro número seja par e o segundo, também (note o b) 1/3
destaque no conectivo “e”). Assim, são considerados os c) 1/4
d) 1/5
dois eventos:
e) 1/6
A: resultado do lançamento ser um número par
B: resultado do lançamento ser um número par Resposta: Letra B. Os sorteios, de cada um dos car-
Nesse caso, ambos os eventos são iguais então basta tões, são eventos independentes. Como não haverá
calcular a probabilidade de um deles para utilizar a re- reposição, após o sorteio do primeiro cartão vermelho
gra do produto. Vale destacar que não necessariamente restarão 5 cartões na caixa. A probabilidade pedida é
as probabilidades dos eventos independentes serão as igual a 𝑃 = 6 � 5 = 30 = 1.
mesmas, afinal não é sempre que os eventos serão iguais. 10 9 90 3

27
PROBABILIDADE COM UNIÃO E INTERSECÇÃO 𝑛 𝐴 4 1 𝑛 𝐵 13 1
DE EVENTOS 𝑃 𝐴 = = = e𝑃 𝐵 = = =
𝑛 𝑆 52 13 𝑛 𝑆 52 4

Nesse caso, serão considerados dois eventos e de Mas nesse caso, os eventos têm um elemento em co-
um mesmo espaço amostral . É possível que entre es- mum pois, ao sortear uma carta é possível que ela seja ao
ses eventos haja algum elemento em comum ou não. A mesmo tempo um rei de espadas e, portanto, pertence
probabilidade de ocorrer a união desses dois eventos é aos dois eventos simultaneamente. Nesse caso, o terceiro
calculada por: termo da expressão para o cálculo da probabilidade com
𝑃 𝐴∪𝐵 = 𝑃 𝐴 + 𝑃 𝐵 −𝑃 𝐴∩𝐵 união de eventos, não é nulo e deve ser calculado. Nesse
caso, como há somente um rei de espadas em 52 cartas,
a probabilidade da ocorrência 1simultânea entre os even-
tos A e B é igual a 𝑃 𝐴 ∩ 𝐵 = . Assim, a probabilidade
FIQUE ATENTO! 52
de carta sorteada ser um rei ou uma carta de espadas é
Geralmente utiliza-se essa regra quando igual a:
no enunciado há o conectivo “ou”, quan-
do deseja-se calcular a probabilidade de 𝑃 𝐴∪𝐵 = 𝑃 𝐴 +𝑃 𝐵 −𝑃 𝐴∩𝐵 =
1 1
+ −
1
=
16
=
4
ocorra um evento ou o outro. 13 4 52 52 13

A seguir um exemplo.
Considere um baralho completo. Qual é a probabili- EXERCÍCIO COMENTADO
dade de, ao sortear uma carta, essa carta ser um valete
ou um ás? 2. (UPE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – IAUPE,
2017). Uma loja pretende dar um brinde aos dois primei-
Solução: ros clientes do dia. Qual a probabilidade de esses clientes
Os eventos considerados são os seguintes: serem do mesmo sexo?
A: carta ser um valete
B: carta ser um ás
a) 25%
Nesse caso, os eventos não possuem elementos em b) 5%
comum pois é impossível que a carta sorteada seja, ao c) 100%
mesmo tempo, um valete e um ás. Assim, na fórmula d) 20%
apresentada acima, o último termo é nulo, 𝑃 𝐴 ∩ 𝐵 = 0 . e) 50%
Portanto a probabilidade pedida será, simplesmente:
𝑃 𝐴 ∪ 𝐵 = 𝑃 𝐴 + 𝑃(𝐵) Resposta: Letra E. Há duas possibilidades nesse caso:
ou ambas as clientes são mulheres ou ambos são
Em um baralho de 52 cartas (n(S)=52), há 4 valetes homens. A probabilidade de um cliente ser homem
(n(A)=4) e 4 ases (n(B)=4). Assim, a probabilidade de ou mulher é de 50%, ou .Assim, a probabilidade de
cada um dos eventos será igual a:
1 1 1
ambas serem mulheres é 𝑃 = 2 � 2 = 4 , que é a mes-
𝑛 𝐴 4 1 𝑛 𝐵 4 1 ma probabilidade de ambos serem homens. Como
𝑃 𝐴 = = = e𝑃 𝐵 = = = não é possível que um cliente seja homem e mulher
𝑛 𝑆 52 13 𝑛 𝑆 52 13
ao mesmo tempo, a probabilidade pedida é igual a
𝑃 = 𝑃 ℎ𝑜𝑚𝑒𝑛𝑠 + 𝑃 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠 .→ 𝑃 = + = = → 𝑃 =
1 1 2 1
Portanto, a probabilidade pedida será igual a: 1 1 2 1
4 4 4 2
𝑃 = 𝑃 ℎ𝑜𝑚𝑒𝑛𝑠 + 𝑃 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠 → 𝑃 = +4 = = 2 → 𝑃 = 0,5 = 50%.
1 1 2 4 4
𝑃 𝐴∪𝐵 = + =
13 13 13
PROBABILIDADE CONDICIONAL
Agora, um outro exemplo. Entende-se por probabilidade condicional a probabi-
Considere um baralho completo. Qual é a probabili-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

lidade da ocorrência de um evento, sabendo-se que um


dade de, ao sortear uma carta, essa carta ser um rei ou outro evento dependente já ocorreu. Sejam os eventos
uma carta de espada? A e B, a probabilidade do evento A ocorrer sabendo-se
Os eventos considerados são os seguintes: da ocorrência de B é denotada por P(A|B) e lê-se “pro-
A: carta ser um rei babilidade de A dado B”. O cálculo dessa probabilidade
B: carta ser de espadas é dado por:

Analogamente ao exemplo anterior, em um baralho 𝑃 𝐴∩𝐵


𝑃 𝐴⁄𝐵 =
de 52 cartas (n(S)=52), há 4 reis (n(A)=4) e 13 cartas de 𝑃 𝐵
espadas (n(B)=13). Assim, a probabilidade de cada um
dos eventos será igual a: Um problema que envolve o cálculo de uma proba-
bilidade condicional pode ser resolvido com o auxílio do
Diagrama de Venn. A seguir, um exemplo:

28
Em uma equipe, todos são formados em administra- a) 3/22
ção, porém cada um tem uma especialização diferente. b) 3/13
Dos 20 membros da equipe, 12 possuem especialização c) 3/10
em marketing, 8 possuem especialização em finanças e 2 d) 3/25
possuem ambas as especializações. Calcule a probabili-
dade de um membro da equipe que possui a especializa- Resposta: Letra B. Trata-se de um problema de pro-
ção em finanças também possuir em marketing. babilidade condicional pois deseja-se saber a proba-
bilidade de um morador consumir queijo de coalho
Solução: sabendo-se que ele gosta de queijo manteiga. O
É um problema de probabilidade condicional pois de- diagrama de Venn do problema é o seguinte (não é
seja-se saber a probabilidade de um membro da equipe conhecida a quantidade de moradores que consome
possuir a especialização em marketing sabendo que ele ambos os queijos):
possui especialização em finanças. Para auxiliar, monta-
-se o diagrama de Venn do problema:

Como há 1100 moradores:


650 − 𝑥 + 𝑥 + 600 − 𝑥 = 1100 → 1250 − 𝑥 = 1100 → 𝑥 = 150
650 − 𝑥 + 𝑥 + 600 − 𝑥 = 1100 → 1250 − 𝑥 = 1100 → 𝑥 = 150
Sejam os eventos . Atualizando o diagrama de Venn:
A: ter especialização em marketing
B: ter especialização em finanças

A probabilidade de que um membro possua ambas a


especializações é dada por:
2 1
𝑃 𝐴∩𝐵 = =
20 10
Assim, considerando os 650 moradores que conso-
A probabilidade de que ele tenha especialização em mem queijo manteiga, desses 650, nota-se que 150
finanças é igual a também consomem queijo de coalho. A probabilidade
8 2 pedida é, então igual a: 150 3 .
𝑃 𝐵 = = 𝑃= = .
20 5 650 13

Assim, a probabilidade de um membro ter especiali-


zação em marketing sabendo que ele possui especializa-
ção em finanças é dada por: CONJUNTOS NUMÉRICOS (NÚMEROS
NATURAIS, INTEIROS, RACIONAIS E REAIS)
𝑃 𝐴∩𝐵 1⁄10 1 5 5 1 E OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
𝑃 𝐴⁄𝐵 = = = � = =
𝑃 𝐵 2⁄5 10 2 20 4

‘Prezado Candidato, o conteúdo: Conjuntos numéricos


(números naturais, inteiros, racionais e reais), foi abordado
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

em: Operações, propriedades e aplicações (soma, subtra-


EXERCÍCIO COMENTADO ção, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação).”

3. (CÂMARA DE CURRAIS NOVOS – AGENTE – COM- operações com conjuntos


PERVE, 2017). Em uma pesquisa realizada com 1.100
moradores da cidade de Currais Novos, identificou-se CONCEITOS FUNDAMENTAIS
que 650 consomem queijo manteiga e 600 consomem
queijo coalho. Sabendo que nesse grupo de moradores O conceito de conjunto é um conceito primitivo e,
existem aqueles que consomem os dois tipos de quei- portanto, não existe uma definição clara para tal. Porém,
jos e que todos os pesquisados consomem pelo menos conjuntos fazem parte do dia a dia de todas as pessoas
um dos tipos, ao se escolher aleatoriamente um morador nas mais diversas situações: conjunto de pessoas, con-
que gosta de queijo manteiga, a probabilidade de que junto de objetos, conjunto de arquivos em um computa-
ele também consuma queijo coalho é de dor, conjunto de fotografias.

29
Considere, em uma empresa, uma equipe de trabalho Extensão
com 4 membros. Essa equipe nada mais é do que um
conjunto de pessoas, onde cada um dos membros é um Nesse tipo de representação, o conjunto é apresen-
elemento desse conjunto. tado com todos os seus elementos. Os elementos são
apresentados entre chaves e separados por vírgulas. Por
CLASSIFICAÇÃO DE CONJUNTOS exemplo, o conjunto dos números naturais, ímpares e
menores do que 10: F={1, 3, 5, 7, 9}
Conjunto Finito
Diagrama de Venn
Um conjunto finito é um conjunto que possui um
número limitado (finito) de elementos. Por exemplo, o Esse tipo de representação, nada mais é do que uma
conjunto dos números naturais, ímpares e inferiores a 10. representação gráfica onde os elementos do conjunto
são apresentados dentro de uma forma geométrica. Por
Esse conjunto contém apenas os elementos 1, 3, 5, 7 e 9.
exemplo, o mesmo conjunto apresentado acima (núme-
O conjunto é expresso por: A={1, 3, 5, 7,9}
ros naturais, ímpares e menores do que 10), pode ser ex-
presso em um diagrama de Venn:
Note que o conjunto é expresso por uma letra maiús-
cula e os elementos são apresentados entre colchetes

Conjunto Infinito

Um conjunto infinito é um conjunto que possui um


número ilimitado (infinito) de elementos. Por exemplo, o
conjunto dos números naturais e pares maiores do que
1. Não há um número limitado de números naturais e
pares, começa com 2, 4, 6... e assim sucessivamente. O
conjunto é expresso por: B={2, 4, 6,8...}

Conjunto Vazio
RELAÇÕES ENTRE ELEMENTOS E CONJUNTOS
Um conjunto vazio é um conjunto que não possui ele-
mentos. Por exemplo, o conjunto dos números múltiplos Aqui são apresentadas as relações: entre elemento e
de 10, maiores do que 1 e menores do que 2. Como é conjunto e entre conjuntos.
possível notar, não há nenhum múltiplo de 10 entre 1 e
9, portanto esse conjunto não possui elementos. O con- Relação entre elemento e conjunto
junto é expresso por: 𝐶 = 𝜙 ou 𝐶 = { }
Quando se analisa a relação entre um elemento e um
Conjunto Unitário conjunto há duas possibilidades: ou o elemento pertence
ao conjunto ou não pertence ao conjunto. A essa relação,
Um conjunto unitário é um conjunto que possui um dá-se o nome de pertinência. Abaixo, um exemplo:
único elemento. Por exemplo, o conjunto dos números Conjunto X={1, 5, 10, 15, 20}
O elemento 1 pertence ao conjunto X. O símbolo que
pares maiores do que 3 e menores do que 5. Nota-se que
indica essa relação é: ∈ . Assim, a relação é expressa por
o único número par maior do que 3 e menor do que 5 é
1 ∈ X:
o número 4 e, portanto, é o único elemento do conjunto.
O elemento 4 não pertence ao conjunto X. O símbolo
Assim, o conjunto é unitário e expresso por: D={4}.
que indica essa relação é: ∉ . Assim, a relação é expressa
por: 4 ∉ X.
REPRESENTAÇÃO
RELAÇÃO ENTRE CONJUNTOS
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Há três formas principais para representar conjuntos:


compreensão, extensão e diagrama de Venn. Cada uma Quando se analisa a relação entre dois conjuntos, há
delas possui características específicas. duas possibilidades: ou um conjunto está contido em
outro ou não está contido. A essa relação dá-se o nome
Compreensão de continência. Para explicar essa relação, é necessário
definir o conceito de subconjunto. A seguir um exemplo:
Nesse tipo de representação, o conjunto é expresso Sejam dois conjuntos Y={1, 2, 3} e Z={1, 2, 3, 7, 8, 9}.
de modo a apresentar uma característica dos seus ele- Nota-se que todos os elementos do conjunto Y per-
mentos. Por exemplo, o conjunto dos números pares, tencem ao conjunto Z. Assim, diz-se que Y é um subcon-
nessa representação é expresso por: E={y|y é um número junto de Z e, portanto, Y está contido em Z. O símbolo
par} onde y representa qualquer elemento do conjunto. que indica essa relação é: ⊂ . Assim a relação é expressa
por: Y ⊂ Z.

30
Sejam, agora, dois outros conjuntos W={1, 3, 5} e INTERSECÇÃO DE CONJUNTOS
T={1, 2, 3, 8, 10}.
Nota-se que nem todos os elementos do conjunto Para explicar a intersecção de conjuntos, será o exem-
W pertencem ao conjunto T. Assim, W não está contido plo anterior. Sejam dois conjuntos X={10, 20, 30, 40} e
em T (pelo menos um elemento de W não pertence a T). Y={30, 40, 50, 60} . A intersecção desses dois conjun-
O símbolo que indica essa relação é: ⊄ . Assim, a relação tos resulta em um terceiro conjunto, Z, que é expresso
é expressa por: W ⊄ T. por: Z={30, 40}. Note que o conjunto Z contém todos
os elementos que pertencem tanto ao conjunto X quan-
to ao conjunto Y. Essa operação é representada por:
FIQUE ATENTO! 𝑍 =𝑋∩𝑌 .
A relação de um conjunto unitário e outro É possível visualizar a operação utilizando o diagrama
conjunto é de continência e não de perti- de Venn:
nência. Seja: A={2, 4, 6,}, diz-se que {4} ⊂ A
e não que {4} ∈ A..

Subconjuntos

Da definição de subconjunto, decorrem três premis-


sas
a) Todo conjunto é subconjunto de si mesmo, ou seja, Quantidade de elementos no conjunto união
X ⊂ X.
b) Se X ⊂ Y e ,Y ⊂ X então 𝑋 ≡ 𝑌 A quantidade de elementos, ou número de elemen-
c) O conjunto vazio é subconjunto de todo e qualquer tos, de qualquer conjunto é denotado da seguinte forma:
conjunto, ou seja: 𝜙 ⊂ 𝑋 n (X) representa o número de elementos do conjunto . O
número de elementos do conjunto união é calculado por:
Igualdade de conjuntos 𝑛 𝑋 ∪ 𝑌 = 𝑛 𝑋 + 𝑛 𝑌 − 𝑛(𝑋 ∩ 𝑌)

Diz-se que dois conjuntos são iguais se e somente


Ou seja, o número de elementos do conjunto união
se ambos possuem os mesmos elementos. Se houver ao
consista na soma do número de elementos de cada um
menos um elemento diferente em um dos conjuntos, não
dos conjuntos subtraído do número de elementos da
se pode dizer que ambos são iguais. A seguir, um exem-
intersecção entre os dois conjuntos. Como os elemen-
plo:
tos em comum a ambos pertencem aos dois conjuntos,
Sejam os conjuntos: X={1, 2, 3, 4}, Y={1, 2, 3, 4, 5,} e
é necessário subtrair 𝑛 𝑋 ∩ 𝑌 para não contar esses
Z={1, 2, 3, 4} elementos duas vezes.
Os conjuntos X e Z possuem os mesmos elementos
e, portanto, são iguais: 𝑋 ≡ 𝑍 . Já o conjunto Y não é DIFERENÇA ENTRE CONJUNTOS
igual a nenhum dos outros dois, pois tem um elemento
diferente de ambos (elemento 5). Para explicar a diferença entre conjuntos, será dado
um exemplo. Sejam dois conjuntos X={10, 20, 30, 40} e
OPERAÇÕES ENTRE CONJUNTOS Y={30, 40, 50, 60}. A diferença entre esses dois conjuntos,
nessa ordem (ou seja, X-Y), resulta em um terceiro con-
UNIÃO DE CONJUNTOS junto, Z, que é expresso por: Z={10, 20}. Note que o con-
junto Z contém todos os elementos que pertencem tanto
Para explicar a união de conjuntos, será utilizado ao conjunto X excluídos os elementos em comum com
um exemplo. Sejam dois conjuntos X={10, 20, 30, 40} e o conjunto Y. Essa operação é representada por: Z=X-Y.
Y={30, 40, 50, 60}. A união desses dois conjuntos resulta Se a diferença fosse Z=Y-X, o resultado seria .Z={50,
em um terceiro conjunto, Z, que é expresso por: Z={10, 60}. Em resumo, o conjunto diferença contém todos os
20, 30, 40, 50, 60} . Note que o conjunto Z contém todos elementos do primeiro conjunto excluindo-se os ele-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

os elementos de X e Y, sem repetir os elementos em co- mentos em comum com o segundo conjunto.
mum. Essa operação é representada por: 𝑋 ∪ 𝑌 . Se o segundo conjunto (Y) for um subconjunto do
É possível visualizar a operação utilizando o diagrama primeiro (X), a diferença é expressa por CXY, onde lê-se
de Venn: complementar de Y em relação a X.

PROBLEMAS

É comum encontrar em diversas provas problemas


que precisam de noções de conjuntos para serem resol-
vidos. São problemas que requerem o uso do diagrama
de Venn e têm uma mecânica característica de solução. A
seguir será apresentado um exemplo:

31
Uma pesquisa foi feita com os funcionários de uma 43 funcionários comem frango e peixe. Dessas 41
empresa, para ver quais eram as preferências alimentícias pessoas, 15 comem carne vermelha, frango e peixe. En-
de cada um deles. Para isso, foi perguntado se o funcioná- tão, 43-15=28 pessoas comem somente frango e peixe.
rio come carne vermelha, frango, peixe ou não come ne- 41 funcionários comem carne vermelha e peixe. Des-
nhum tipo de carne. Após entrevistar os 200 funcionários, sas 41 pessoas, 15 comem carne vermelha, frango e pei-
chegou-se aos seguintes resultados: xe. Então, 41-15=26 pessoas comem somente carne ver-
110 funcionários comem carne vermelha melha e peixe.
100 funcionários comem frango
80 funcionários comem peixe Agora, coloca-se todos os valores encontrados no
44 funcionários comem carne vermelha e frango diagrama:
43 funcionários comem frango e peixe
41 funcionários comem carne vermelha e peixe
15 funcionários comem carne vermelha, frango e peixe

De acordo com a pesquisa, quantos funcionários não


comem nenhum tipo de carne? Quantos funcionários co-
mem somente carne vermelha?
O primeiro passo é montar o diagrama de Venn do
problema, onde cada circunferência representará um
conjunto. Há três conjuntos: carne vermelha, frango e
peixe.

Os próximos passos consistem em preencher os ou-


tros espaços que há em comum entre os conjuntos.
110 funcionários comem carne vermelha. O número
de funcionários que comem somente carne vermelha
corresponde a: 110-29-15-26=40 funcionários.
100 funcionários comem carne frango. O número de
funcionários que comem somente frango corresponde a:
100-29-15-28=28 funcionários.
80 funcionários comem peixe. O número de funcio-
nários que comem somente peixe corresponde a: 80-28-
15-26=11 funcionários
O próximo passo é preencher os campos do diagra-
ma. Quando houver o dado, o primeiro espaço a ser Agora, coloca-se todos os valores encontrados no
preenchido é a intersecção dos três conjuntos. Nesse diagrama:
caso, corresponde à quantidade de funcionários que co-
mem os três tipos de carne.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

A quantidade de funcionários que não comem carne,


pode ser encontrada somando-se todos os valores que
44 funcionários comem carne vermelha e frango. constam no diagrama e, em seguida, calcula-se a dife-
Dessas 44 pessoas, 15 comem carne vermelha, frango e rença entre o total de funcionários e a soma encontrada.
peixe. Então, 44-15=29 pessoas comem somente carne Assim: 200-(40+29+15+26+28+28+11)=23 funcionários.
vermelha e frango. Assim:

32
2. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE –
2016) Se A, B e C forem conjuntos quaisquer tais que A,
B ⊂ C, então (C \ A) ∩ (A ∪ B) = C ∩ B.

(  ) CERTO  (  ) ERRADO

Vamos colocar valores para ser mais fácil.


A = {1, 2, 3}
B = {3, 4, 5}
C = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
C – A = {4,5,6}
A∪B = {1,2,3,4,5}
(C \ A) ∩ (A ∪ B)={4,5}
Assim, analisando o diagrama final é possível respon- C∩B={3,4,5}
der às duas perguntas do problema:
23 funcionários não comem carne GABARITO OFICIAL: ERRADO
40 funcionários comem somente carne vermelha

RAZÕES E PROPORÇÕES (GRANDEZAS


FIQUE ATENTO! DIRETAMENTE PROPORCIONAIS,
Sempre confira se a soma de todos os nú- GRANDEZAS INVERSAMENTE
meros que constam nos espaços dos dia- PROPORCIONAIS, PORCENTAGEM, REGRAS
gramas corresponde à quantidade total DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTAS).
do problema. Se não corresponder, há um
conjunto dos que não se encaixa em ne-
nhum dos conjuntos do problema (no caso
Razão
acima, é o conjunto dos que não comem
carne).
Quando se utiliza a matemática na resolução de pro-
blemas, os números precisam ser relacionados para se
obter uma resposta. Uma das maneiras de se relacionar
os números é através da razão. Sejam dois números reais
EXERCÍCIO COMENTADO a e b, com b ≠ 0,define-se razão entre a e b (nessa or-
𝑎
dem) o quociente a ÷ b, ou .
𝑏
1. (AFAP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – FCC,
2019). Foi feita uma pesquisa entre todos os funcioná- A razão basicamente é uma fração, e como sabem,
rios da empresa X e constatou-se que 50 deles falavam frações são números racionais. Entretanto, a leitura des-
inglês, 45 espanhol e 15 falavam as duas línguas. Verifi- te número é diferente, justamente para diferenciarmos
cou-se também que 5 dos funcionários não falavam ne- quando estamos falando de fração ou de razão.
nhuma língua estrangeira. Então, o número de funcioná- 3
rios da empresa X é a) Quando temos o número 5 e estamos tratando de
fração, lê-se: “três quintos”.
a) 95 3
b) 75 b) Quando temos o número 5 e estamos tratando
c) 85 de razão, lê-se: “3 para 5”.
d) 80 Além disso, a nomenclatura dos termos também é
e) 90 diferente:

Resposta: Letra C. O diagrama de Venn do problema O número 3 é numerador


é o seguinte
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

3
a) Na fração 5

O número 5 é denominador

O número 3 é antecedente

b) Na razão
3

Assim, o total de funcionários da empresa é igual a:


5

35+15+30+5=85 funcionários.

33
O número 5 é consequente Razão entre grandezas de espécies diferentes: É
possível também relacionar espécies diferentes e isto
Ex. A razão entre 20 e 50 é = já a razão entre 50 está normalmente relacionado a unidades utilizadas na
20 2
50 5 50 5
e 20 é = . Ou seja, deve-se sempre indicar o antece- física:
20 2
dente e o consequente para sabermos qual a ordem de
montarmos a razão. Ex. Considere um carro que às 9 horas passa pelo qui-
lômetro 30 de uma estrada e, às 11 horas, pelo quilô-
Ex. Numa classe de 36 alunos há 15 rapazes e 21 mo- metro 170. Qual a razão entre a distância percorrida e o
ças. A razão entre o número de rapazes e o número de tempo gasto no translado?
moças é5 15 , se simplificarmos, temos que a fração equi- Para montarmos a razão, precisamos obter as infor-
valente 7 , o que significa que para “cada 5 rapazes há 7 mações:
21

moças”. Por outro lado, a razão entre o número de rapa-


zes e o total de alunos é dada por 15 = 5 , o que equivale Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km
a dizer que “de cada 12 alunos na classe, 5 são rapazes”. Tempo gasto: 11h – 9h = 2h
36 12

Razão entre grandezas de mesma espécie: A razão


entre duas grandezas de mesma espécie é o quociente Calculamos a razão entre a distância percorrida e o
dos números que expressam as medidas dessas grande- tempo gasto para isso:
zas numa mesma unidade.
140 𝑘𝑚 70
Ex. Um automóvel necessita percorrer uma estrada de 𝑣= = = 70 𝑘 𝑚 ⁄ℎ
360 km. Se ele já percorreu 240 km, qual a razão entre a 2ℎ 1
distância percorrida em relação ao total?
Como os dois números são da mesma espécie (dis- Como são duas espécies diferentes, a razão entre elas
tância) e estão na mesma unidade (km), basta fazer a ra- será uma espécie totalmente diferente das outras duas.
zão:
240 𝑘𝑚 2
𝑟= = #FicaDica
360 𝑘𝑚 3
A razão entre uma distância e uma medida
No caso de mesma espécie, porém em unidades di-
de tempo é chamada de velocidade.
ferentes, deve-se escolher uma das unidades e converter
a outra.

Ex. Uma maratona possui aproximadamente 42 km de Ex. A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais,
extensão. Um corredor percorreu 36000 metros. Qual a Rio de Janeiro e São Paulo) tem uma área aproximada de
razão entre o que falta para percorrer em relação à ex- 927 286 km2 e uma população de 66 288 000 habitantes,
tensão da prova? aproximadamente, segundo estimativas projetadas pelo
Veja que agora estamos tentando relacionar metros Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o
com quilômetros. Para isso, deve-se converter uma das ano de 1995. Qual a razão entre o número de habitantes
unidades, vamos utilizar “km”: e a área total?

36000 m=36 km Dividindo-se o número de habitantes pela área, obte-


remos o número de habitantes por km2 (hab./km2):
Como é pedida a razão entre o que falta em relação
ao total, temos que: 66288000 ℎ𝑎𝑏 ℎ𝑎𝑏
42 𝑘𝑚 − 36 𝑘𝑚 6 𝑘𝑚 1 𝑑= = 71,5
𝑟= = = 927286 𝑘𝑚² 𝑘𝑚2
42 𝑘𝑚 42 𝑘𝑚 7

Ex. Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse compri-


mento é representado num desenho por 20 cm. Qual é a #FicaDica
razão entre o comprimento representado no desenho e
A razão entre o número de habitantes e a
o comprimento real?
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

área deste local é denominada densidade


Convertendo o comprimento real para cm, temos
demográfica.
que:
20 𝑐𝑚 1
𝑒= =
800 𝑐𝑚 40 Ex. Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L
de gasolina. Dividindo-se o número de quilômetros per-
corridos pelo número de litros de combustível consumi-
#FicaDica dos, teremos o número de quilômetros que esse carro
percorre com um litro de gasolina:
A razão entre um comprimento no desenho
e o correspondente comprimento real, cha-
ma-se escala 83,76 𝑘𝑚 𝑘𝑚
𝑐= = 10,47
8𝑙 𝑙

34
#FicaDica FIQUE ATENTO!
Uma fração é equivalente a outra quando
A razão entre a distância percorrida em re- podemos multiplicar (ou dividir) o nume-
lação a uma quantidade de combustível é rador e o denominador da fração por um
definida como “consumo médio” mesmo número, chegando ao numerador
e denominador da outra fração.
Proporção

A definição de proporção é muito simples, pois se tra- Ex.


4 12
e são frações equivalentes, pois:
ta apenas da igualdade de razões. 3 9
3 6 4x=12 →x=3
Na proporção 5 = 10 (lê-se: “3 está para 5 assim 3x=9 →x=3
como 6 está para 10”). 4
Ou seja, o numerador e o denominador de quan-
Observemos que o produto 3 ∙ 10=30 é igual ao pro- 3
do multiplicados pelo mesmo número (3), chega ao nu-
duto 5 x 6=30, o que caracteriza a propriedade funda-
mental das proporções merador e denominador da outra fração, logo, elas são
equivalentes e consequentemente, proporcionais.
Agora vamos apresentar algumas propriedades da
#FicaDica proporção:
Se multiplicarmos em cruz (ou em x), tere-
mos que os produtos entre o numeradores a) Soma dos termos: Quando duas razões são pro-
e os denominadores da outra razão serão porcionais, podemos criar outra proporção soman-
iguais. do os numeradores com os denominadores e divi-
dindo pelos numeradores (ou denominadores) das
2 6 razões originais:
Ex. Na igualdade = , temos 2 x 9=3 x 6=18, logo,
3 9
temos uma proporção.
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14
Ex. Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se = → = → =
2 4 5 10 5 10
a seguinte dosagem: 7 gotas para cada 3 kg do “peso” da
criança. Se uma criança tem 15 kg, qual será a dosagem ou
correta?
Como temos que seguir a receita, temos que atender 5 10 5 + 2 10 + 4 7 14
a proporção, assim, chamaremos de x a quantidade de = → = → =
gotas a serem ministradas: 2 4 2 4 2 4
b) Diferença dos termos: Analogamente a soma, te-
7 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 𝑥 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 mos também que se realizarmos a diferença entre
= os termos, também chegaremos em outras pro-
3 𝑘𝑔 15 𝑘𝑔
porções:
Logo, para atendermos a proporção, precisaremos
encontrar qual o número que atenderá a proporção. Mul-
tiplicando em cruz, temos que: 4 8 4−3 8−6 1 2
= → = → =
3 6 4 8 4 8
3x=105
ou
105
𝑥=
3
4 8 4−3 8−6 1 2
x=35 gotas
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

= → = → =
3 6 3 6 3 6
Ou seja, para uma criança de 30 kg, deve-se ministrar
35 gotas do remédio, atendendo a proporção. c) Soma dos antecedentes e consequentes: A soma
dos antecedentes está para a soma dos conse-
Outro jeito de ver a proporção: Já vimos que uma quentes assim como cada antecedente está para o
proporção é verdadeira quando realizamos a multiplica- seu consequente:
ção em cruz e encontramos o mesmo valor nos dois pro-
dutos. Outra maneira de verificar a proporção é verificar
se a duas razões que estão sendo igualadas são frações 12 3 12 + 3 15 12 3
equivalentes. Lembra deste conceito? = → = = =
8 2 8+2 10 8 2

35
d) Diferença dos antecedentes e consequentes: A Resposta : Letra D. Ambos aplicaram R$ 9000,00+R$
soma dos antecedentes está para a soma dos con- 16000,00=R$ 25000,00 e o lucro de R$ 2222,00 foi so-
sequentes assim como cada antecedente está para bre este valor. Assim, constrói-se uma proporção en-
o seu consequente: tre o valor aplicado (neste caso, R$ 9000,00 , pois o
exercício quer o lucro de quem aplicou menos) e seu
12 3 12 − 3 9 12 3
= → = = = respectivo lucro:
8 2 8−2 6 8 2
9000 25000
= → 25x = 19998 → x = R$ 799,92
x 2222

FIQUE ATENTO!
4. Há, em virtude da demanda crescente de economia de
Usamos razão para fazer comparação entre
água, equipamentos e utensílios como, por exemplo, as
duas grandezas. Assim, quando dividimos
bacias sanitárias ecológicas, que utilizam 6 litros de água
uma grandeza pela outra estamos compa-
rando a primeira com a segunda. Enquanto por descarga em vez dos 15 litros utilizados por bacias
proporção é a igualdade entre duas razões. sanitárias não ecológicas, conforme dados da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Qual será a economia diária de água obtida por meio da
substituição de uma bacia sanitária não ecológica, que
EXERCÍCIOS COMENTADOS gasta cerca de 60 litros por dia com a descarga, por uma
bacia sanitária ecológica?
1. O estado de Tocantins ocupa uma área aproximada de
Resposta: Se x for o número de litros de água despe-
278.500 km². De acordo com o Censo/2000 o Tocantins
jadas pela bacia ecológica, tem-se que:
tinha uma população de aproximadamente 1.156.000 ha-
bitantes. Qual é a densidade demográfica do estado de 15/60=6/x → 15x=6∙60 → 15x=360
Tocantins? Logo: x=360/15=24 litros.
Então, a economia de água foi de (60-24) = 36 litros.
Resposta : A densidade demográfica é definida como
a razão entre o número de habitantes e a área ocu- Regra de Três Simples
pada:
Os problemas que envolvem duas grandezas direta-
1 156 000 hab. mente ou inversamente proporcionais podem ser resol-
d= = 4,15 ha b⁄k m² vidos através de um processo prático, chamado regra de
278 500 km² três simples.
Ex: Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos
2. Se a área de um retângulo (A1 ) mede 300 cm² e a litros de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km?
área de um outro retângulo (A2 ) mede 100 cm², qual é o
valor da razão entre as áreas (A1 ) e (A2 ) ? Solução:
Resposta : Ao fazermos a razão das áreas, temos:
A1 300 O problema envolve duas grandezas: distância e litros
= =3 de álcool.
A2 100
Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser
consumido.
Então, isso significa que a área do retângulo 1 é 3 ve- Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma
zes maior que a área do retângulo 2. mesma coluna e as grandezas de espécies diferentes que
se correspondem em uma mesma linha:
3.(CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE/2016)
Dois amigos decidem fazer um investimento conjunto
Distância (km) Litros de álcool
por um prazo determinado. Um investe R$ 9.000 e o ou-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

180 15
tro R$  16.000. Ao final do prazo estipulado obtêm um
210 x
lucro de R$ 2.222 e decidem dividir o lucro de maneira
proporcional ao investimento inicial de cada um. Portan-
Na coluna em que aparece a variável x (“litros de ál-
to o amigo que investiu a menor quantia obtém com o
investimento um lucro: cool”), vamos colocar uma flecha:

a) Maior que R$ 810,00


b) Maior que R$ 805,00 e menor que R$ 810,00
c) Maior que R$ 800,00 e menor que R$ 805,00
d) Maior que R$ 795,00 e menor que R$ 800,00
e) Menor que R$ 795,00

36
Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo
de álcool também duplica. Então, as grandezas distância fica reduzido à metade. Isso significa que as grandezas
e litros de álcool são diretamente proporcionais. No velocidade e tempo são inversamente proporcionais.
esquema que estamos montando, indicamos esse fato No nosso esquema, esse fato é indicado colocando-se na
colocando uma flecha na coluna “distância” no mesmo coluna “velocidade” uma flecha em sentido contrário ao
sentido da flecha da coluna “litros de álcool”: da flecha da coluna “tempo”:

Armando a proporção pela orientação das flechas, Na montagem da proporção devemos seguir o senti-
temos: do das flechas. Assim, temos:

Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.


Resposta: Farei esse percurso em 3 h.

#FicaDica
Procure manter essa linha de raciocínio nos EXERCÍCIOS COMENTADOS
diversos problemas que envolvem regra de
três simples ! Identifique as variáveis, verifi- 1. (CBTU – ASSISTENTE OPERACIONAL – FU-
que qual é a relação de proporcionalidade MARC/2016) Dona Geralda comprou 4 m de tecido im-
e siga este exemplo ! portado a R$ 12,00 o metro linear. No entanto, o metro
linear do lojista media 2 cm a mais. A quantia que o lojis-
ta deixou de ganhar com a venda do tecido foi:
Ex: Viajando de automóvel, à velocidade de 60 km/h, a) R$ 0,69
eu gastaria 4 h para fazer certo percurso. Aumentando b) R$ 0,96
a velocidade para 80 km/h, em quanto tempo farei esse c) R$ 1,08
percurso? d) R$ 1,20

Solução: Indicando por x o número de horas e colo- Resposta: Letra B. As grandezas (comprimento e pre-
cando as grandezas de mesma espécie em uma mesma ço) são diretamente proporcionais. Assim, a regra de
coluna e as grandezas de espécies diferentes que se cor- três é direta:
respondem em uma mesma linha, temos:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Metros Preço
Velocidade (km/h) Tempo (h)
60 4 1 12
80 x 0,02 x

Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), va- 1 � x = 0,02 � 12 → x = R$ 0,24


mos colocar uma flecha: Note que foi necessário passar 2 cm para metros, para
que as unidades de comprimento fiquei iguais. Assim,
cada 2 cm custaram R$ 0,24 para o vendedor. Como
ele vendeu 4 m de tecido, esses 2 cm não foram con-
siderados quatro vezes. Assim, ele deixou de ganhar

37
2. Para se construir um muro de 17m² são necessários 3
trabalhadores. Quantos trabalhadores serão necessários
para construir um muro de 51m²?

Resposta: 9 trabalhadores.
As grandezas (área e trabalhadores) são diretamente
proporcionais. Assim, a regra de três é direta:
Agora vamos montar a proporção, igualando a razão
Área N Trabalhadores que contém o x, que é 4 , com o produto das outras ra-
17 3 zões, obtidas segundo axorientação das flechas 6 � 160 :
8 300
51 x

17 � x = 51 � 3 → x = 9 trabalhadores

Regra de Três Composta

O processo usado para resolver problemas que en-


volvem mais de duas grandezas, diretamente ou inver-
samente proporcionais, é chamado regra de três com-
posta. Resposta: Em 10 dias.

Ex: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças. Em FIQUE ATENTO!


quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produzi- Repare que a regra de três composta, em-
riam 300 dessas peças? bora tenha formulação próxima à regra de
Solução: Indiquemos o número de dias por x. Co- três simples, é conceitualmente distinta
loquemos as grandezas de mesma espécie em uma só devido à presença de mais de duas gran-
coluna e as grandezas de espécies diferentes que se dezas proporcionais.
correspondem em uma mesma linha. Na coluna em que
aparece a variável x (“dias”), coloquemos uma flecha:

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (SEDUC-SP - ANALISTA DE TECNOLOGIA DA IN-


FORMAÇÃO – VUNESP/2014) Quarenta digitadores
Comparemos cada grandeza com aquela em que está preenchem 2 400 formulários de 12 linhas, em 2,5 ho-
o x. ras. Para preencher 5 616 formulários de 18 linhas, em 3
horas, e admitindo-se que o ritmo de trabalho dos digi-
As grandezas peças e dias são diretamente propor- tadores seja o mesmo, o número de digitadores neces-
cionais. No nosso esquema isso será indicado colocan- sários será:
do-se na coluna “peças” uma flecha no mesmo sentido
da flecha da coluna “dias”: a) 105
b) 117
c) 123
d) 131
e) 149

Resposta: Letra B. A tabela com os dados do enun-


ciado fica:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

As grandezas máquinas e dias são inversamente pro- Digitadores Formulários Linhas Horas
porcionais (duplicando o número de máquinas, o número 40 2400 12 2,5
de dias fica reduzido à metade). No nosso esquema isso
será indicado colocando-se na coluna (máquinas) uma x 5616 18 3
flecha no sentido contrário ao da flecha da coluna “dias”:
Comparando-se as grandezas duas a duas, nota-se
que:
Digitadores e formulários são diretamente propor-
cionais, pois se o número de digitadores aumenta, a
quantidade de formulários que pode ser digitada tam-
bém aumenta.

38
Digitadores e linhas são diretamente proporcionais, Onde A, é a parte, p é o valor da porcentagem e V é o
pois se a quantidade de digitadores aumenta, o núme- todo (100%). Assim, os problemas básicos de porcenta-
ro de linhas que pode ser digitado também aumenta. gem se resumem a três tipos:
Digitadores e horas são inversamente proporcionais,
pois se o número de horas trabalhadas aumenta, en- Cálculo da parte (Conheço p e V e quero achar A):
tão são necessários menos digitadores para o serviço Para calcularmos uma porcentagem de um valor V, bas-
e, portanto, a quantidade de digitadores diminui. ta multiplicarmos a fração correspondente, ou seja, 𝑝
por V. Assim: 100
A regra de três fica:
𝑝
40 2400 12 3 P% de V =A= 100 .V
= � �
x 5616 18 2,5
40 86400
→ = Ex. 23% de 240 = 23 .240 = 55,2
x 252720 100
→ 86500x = 10108800 Ex. Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que
→ x = 117 digitadores 67% de uma amostra assistem a certo programa de TV.
Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas
assistem ao tal programa?
2. Em uma fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 Aqui, queremos saber a “parte” da população que as-
carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos serão montados siste ao programa de TV, como temos a porcentagem e o
por 4 homens em 16 dias? total, basta realizarmos a multiplicação:
67
Resposta: 67% de 56000=A= 56000=37520
100
Homens Carrinhos Dias Resp. 37 520 pessoas.

8 20 5 Cálculo da porcentagem (conheço A e V e quero


4 x 16 achar p): Utilizaremos a mesma relação para achar o va-
lor de p e apenas precisamos rearranjar a mesma:
Observe que, aumentando o número de homens, a 𝑝 𝐴
produção de carrinhos aumenta. Portanto a relação 𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100
é diretamente proporcional (não precisamos inverter 100 𝑉
a razão).
Aumentando o número de dias, a produção de carri- Ex. Um time de basquete venceu 10 de seus 16 jogos.
nhos aumenta. Portanto a relação também é direta- Qual foi sua porcentagem de vitórias?
mente proporcional (não precisamos inverter a razão). Neste caso, o exercício quer saber qual a porcenta-
Devemos igualar a razão que contém o termo x com o gem de vitórias que esse time obteve, assim:
produto das outras razões.
Montando a proporção e resolvendo a equação, te- 𝐴 10
𝑝= . 100 = . 100 = 62,5%
mos: 𝑉 16

20 8 5 Resp: O time venceu 62,5% de seus jogos.


= � Ex. Em uma prova de concurso, o candidato acertou
π 4 16
48 de 80 questões. Se para ser aprovado é necessário
Porcentagem acertar 55% das questões, o candidato foi ou não foi
aprovado?
A definição de porcentagem passa pelo seu próprio Para sabermos se o candidato passou, é necessário
nome, pois é uma fração de denominador centesimal, ou calcular sua porcentagem de acertos:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

seja, é uma fração de denominador 100. Representamos 𝐴 48


porcentagem pelo% e lê-se: “por cento”. 𝑝= . 100 = . 100 = 60% > 55%
𝑉 80
50
Deste modo, a fração 100 ou qualquer uma equiva-
lente a ela é uma porcentagem que podemos representar Logo, o candidato foi aprovado.
por 50%.
A porcentagem nada mais é do que uma razão, que Calculo do todo (conheço p e A e quero achar V):
representa uma “parte” e um “todo” a qual referimos No terceiro caso, temos interesse em achar o total (Nosso
como 100%. Assim, de uma maneira geral, temos que: 100%) e para isso basta rearranjar a equação novamente:
𝑝 𝑝 𝐴 𝐴
𝐴= .𝑉 𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100 → 𝑉 = . 100
100 100 𝑉 𝑝

39
Ex. Um atirador tem taxa de acerto de 75% de seus Ex. Uma empresa admite um funcionário no mês de
tiros ao alvo. Se em um treinamento ele acertou 15 tiros, janeiro sabendo que, já em março, ele terá 40% de au-
quantos tiros ele deu no total? mento. Se a empresa deseja que o salário desse funcio-
Neste caso, o problema gostaria de saber quanto vale nário, a partir de março, seja R$ 3 500,00, com que salário
o “todo”, assim: deve admiti-lo?
Neste caso, o problema deu o valor de e gostaria de
𝐴 15 saber o valor de V, assim:
𝑉= . 100 = . 100 = 0,2.100 = 20 𝑡𝑖𝑟𝑜𝑠
𝑝 75
p
VA = ( 1 + 100 ).V
Forma Decimal: Outra forma de representação de
porcentagens é através de números decimais, pois to- 40
dos eles pertencem à mesma classe de números, que são 3500 = ( 1 + ).V
100
os números racionais. Assim, para cada porcentagem, há
um numero decimal equivalente. Por exemplo, 35% na 3500 =(1+0,4).V
forma decimal seriam representados por 0,35. A conver- 3500 =1,4.V
são é muito simples: basta fazer a divisão por 100 que 3500
está representada na forma de fração: V= =2500
1,4
75 Resp. R$ 2 500,00
75% = = 0,75
100
Ex. Uma loja entra em liquidação e pretende abaixar
Aumento e desconto percentual em 20% o valor de seus produtos. Se o preço de um de-
les é de R$ 250,00, qual será seu preço na liquidação?
Outra classe de problemas bem comuns sobre por-
Aqui, basta calcular o valor de VD :
centagem está relacionada ao aumento e a redução per-
centual de um determinado valor. Usaremos as defini- p
VD = (1 – ) .V
ções apresentadas anteriormente para mostrar a teoria 100
envolvida
20
VD = (1 – ) .250,00
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial 100
V que deve sofrer um aumento de de seu valor. Chame-
mos de VA o valor após o aumento. Assim: VD = (1 –0,2) .250,00
p
VA = V + .V VD = (0,8) .250,00
100
Fatorando: VD = 200,00
p
VA = ( 1 + ) .V Resp. R$ 200,00
100

Em que (1 + p ) será definido como fator de au- FIQUE ATENTO!


mento, que pode100 estar representado tanto na forma de
Em alguns problemas de porcentagem
fração ou decimal.
são necessários cálculos sucessivos de
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial
aumentos ou descontos percentuais.
V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Cha-
Nesses casos é necessário ter atenção ao
memos de VD o valor após o desconto.
problema, pois erros costumeiros ocor-
rem quando se calcula a porcentagens do
p valor inicial para obter todos os valores
VD = V – .V
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

100 finais com descontos ou aumentos. Na


verdade, esse cálculo só pode ser feito
quando o problema diz que TODOS os
Fatorando:
descontos ou aumentos são dados a uma
p porcentagem do valor inicial. Mas em ge-
VD = (1 – ) .V
100 ral, os cálculos são feitos como mostrado
no texto a seguir.
p
Em que (1 – ) será definido como fator de descon-
100
to, que pode estar representado tanto na forma de fração Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos
ou decimal. um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer
dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor
após o primeiro aumento, temos:

40
𝑝1 Ex. Um produto sofreu um aumento de 20% e depois
V1 = V .(1 + ) sofreu uma redução de 20%. Isso significa que ele voltará
100 ao seu valor original.
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, ou seja,
após já ter aumentado uma vez, temos que: ( ) Certo ( ) Errado
𝑝2
V2 = V1 .(1 + ) Este problema clássico tem como finalidade concei-
100 tuar esta parte de aumento e redução percentual e evitar
o erro do leitor ao achar que aumentando p% e dimi-
Como temos também uma expressão para V1, basta nuindo p%, volta-se ao valor original. Se usarmos o que
substituir: aprendemos, temos que:
𝑝1 𝑝2 𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1 + ) .(1 + ) V2 = V . 1+ . 1–
100 100 100 100
𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜
Assim, para cada aumento, temos um fator corres-
pondente e basta ir multiplicando os fatores para chegar 20
20
ao resultado final. V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100
No caso de desconto, temos o mesmo caso, sendo V
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois
descontos sucessivos de p1% e p2%. V2 = V .(1+0,2) .(1 – 0,2 )

Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos: V2 = V .(1,2) .(0,8)

𝑝1 96
V1 = V.(1 – ) V2 = 0,96.V= V=96% de V
100 100
Ou seja, o valor final corresponde a 96% de V e não
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, ou seja, 100%, assim, eles não são iguais, portanto deve-se assi-
após já ter descontado uma vez, temos que: nalar a opção ERRADO

𝑝2
V2 = V_1 .(1 – )
100 EXERCÍCIOS COMENTADOS

Como temos também uma expressão para , basta 1. (UNESP) Suponhamos que, para uma dada eleição,
substituir: uma cidade tivesse 18.500 eleitores inscritos. Suponha-
𝑝1 𝑝2 mos ainda que, para essa eleição, no caso de se verificar
V2 = V .(1 – ) .(1 – ) um índice de abstenções de 6% entre os homens e de 9%
100 100 entre as mulheres, o número de votantes do sexo mas-
culino será exatamente igual ao número de votantes do
Além disso, essa formulação também funciona para sexo feminino. Determine o número de eleitores de cada
aumentos e descontos em sequência, bastando apenas sexo.
a identificação dos seus fatores multiplicativos. Sendo V Resposta: Denotamos o número de eleitores do sexo
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um femininos de F e de votantes masculinos de M. Pelo
aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%. enunciado do exercícios, F+M = 18500. Além disso, o
índice de abstenções entre os homens foi de 6% e de
Sendo V1 o valor após o aumento, temos: 9% entre as mulheres, ou seja, 94% dos homens e 91%
𝑝1 das mulheres compareceram a votação, onde 94%M
V1 = V .(1+ ) = 91%F ou 0,94M = 0,91F. Assim, para determinar o
100 número de eleitores de cada sexo temos os seguinte
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

sistema para resolver:


Sendo V2 o valor após o desconto, temos que:
F + M = 18500
𝑝2 �
V2 = V_1 .(1 – )
0,94M = 0,91F
100
0,91
Da segunda equação, temos que M = 0,94 F . Agora,
Como temos uma expressão para , basta substituir: substituindo M na primeira equação do sistema en-
contra-se F =  9400 e por fim determina-se M = 9100.
𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100

41
Aplicando a regra 6, isola-se a incógnita no 1º mem-
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES bro. Para isso, divide-se ambos os lados da equação por
3, fazendo com que no 1º membro reste apenas :

EQUAÇÃO DO 1º GRAU
3x 12 12
= →x= → x = 4 → S = {4�
Uma equação é uma igualdade na qual uma ou mais 3 3 3
variáveis, conhecidas por incógnitas, são desconhecidas.
Resolver uma equação significa encontrar o valor das in-
cógnitas. Equações do primeiro grau são equações onde 2x
Exemplo: Resolva a equação +2 x− 4 = x +1
há somente uma incógnita a ser encontrada e seu ex- 3

poente é igual a 1. A forma geral de uma equação do Aplicando a regra 1, eliminam-se os parênteses. Para
primeiro grau é: ax+b=0 isso, aplica-se a distributiva no termo com parênteses:

Onde e são números reais. 2x


+ 2x − 8 = x + 1
3
O “lado esquerdo” da equação é denominado 1º
membro enquanto o “lado direito” é denominado 2º Aplicando a regra 2, igualam-se os denominadores
membro. de todos os termos. Nessa equação, o denominador co-
mum é “3”:

#Fica Dica 2x 6x 24 3x 3
+ − = +
Para resolver uma equação do primeiro grau, 3 3 3 3 3
costuma-se concentrar todos os termos que
contenham incógnitas no 1º membro e to-
Como há o mesmo denominador em todos os ter-
dos os termos que contenham somente nú- mos, eles podem ser “cortados”: 2x+6x-24=3x+3
meros no 2º membro.
Aplicando a regra 3, transfere-se o termo “” para o 1º
membro: 2x+6x-3x-24=3
Há diversas formas de equações do primeiro grau e
a seguir serão apresentados alguns deles. Antes, há uma Aplicando a regra 4, transfere-se o termo “” para o 2º
lista de “regras” para a solução de equações do primeiro membro: 2x+6x-3x=24+3
grau:
Aplicando a regra 5, simplificam-se as expressões em
Regra 1 – Eliminar os parênteses ambos os membros: 5x=27
Regra 2 – Igualar os denominadores de todos os ter-
mos caso haja frações Por fim, aplicando a regra 6, isola-se a incógnita no 1º
membro: x =
27 27
Regra 3 – Transferir todos os termos que contenham →S =
incógnitas para o 1º membro 5 5
Regra 4 – Transferir todos os termos que contenham
somente números para o 2º membro EQUAÇÃO DO 2º GRAU
Regra 5 – Simplificar as expressões em ambos os
membros Equações do segundo grau são equações nas quais o
maior expoente de é igual a 2. Sua forma geral é expres-
Regra 5 – Isolar a incógnita no 1º membro
sa por: ax2+bx+c=0
Exemplo: Resolva a equação 5x-4=2x+8
Onde a,b e c e são números reais e a≠0. Os números
a, b e c são chamados coeficientes da equação:
As regras 1 e 2 não se aplicam pois não há parênteses, - a é sempre o coeficiente do termo em X2 .
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

nem frações. Aplicando a regra 3, transfere-se o termo “” - b é sempre o coeficiente do termo em X.


para o 1º membro. Para fazer isso, basta colocá-lo no 1º - c é sempre o coeficiente ou termo independente.
membro com o sinal trocado: 5x-4-2x=8
EQUAÇÃO COMPLETA E INCOMPLETA:
Aplicando a regra 4, transfere-se o termo “” para o 2º
membro. Para fazer isso, basta colocá-lo no 1º membro - Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz
com o sinal trocado: 5x-2x=8+4 completa.
Aplicando a regra 5, simplifica-se as expressões em Exemplos:
ambos os membros. Simplificar significa “juntar” todos 5x2 – 8x + 3 = 0 é uma equação completa (a = 5,b
os termos com incógnitas em um único termo no 1º = – 8,c = 3).
membro e fazer o mesmo com todos os temos que con- y2 + 12y + 20 = 0 é uma equação completa (a = 1,b
tenham somente números no 2º membro: 3x=12 = 12,c = 20.

42
Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do 2º Exemplo: Resolva a equação
grau se diz incompleta. Aplicando a regra 1, identifica-se: a=1, b=-1 e c=-6
Exemplos : Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante:
x2 – 81 = 0 é uma equação incompleta (a = 1,b = 0 Δ=b^2-4∙a∙c=(-1)2-4∙1∙(-6)=1+24=25
e c = – 81).
10t2 +2t = 0 é uma equação incompleta (a = 10,b = Como o discriminante não é negativo, aplica-se a re-
2 e c = 0). gra 3, que consiste em utilizar a fórmula de Bháskara:
5y2 = 0 é uma equação incompleta (a = 5,b = 0 e c
= 0). 1 +5 6
−b ± Δ − −1 ± 25 1 ± 5 = =3
2 2
Todas essas equações estão escritas na forma ax2 + x=
2a
=
2 ×1
=
2
=
1 −5 −4
bx + c = 0 , que é denominada forma normal ou forma 2
=
2
= −2
reduzida de uma equação do 2º grau com uma incógnita.
Há, porém, algumas equações do 2º grau que não
estão escritas na forma ax2 + bx + c = 0 ; por meio de Assim, S={-2,3}
transformações convenientes, em que aplicamos o prin-
cípio aditivo para reduzi-las a essa forma. Exemplo: Resolva a equação x2-4x+4=0
Aplicando a regra 1, identifica-se: a=1, b=-4 e c=4
Ex: Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante: Δ=b-
Dada a equação: 2x2 – 7x + 4 = 1 – x^2, vamos escre- 2
-4∙a∙c=(-4)2-4∙1∙4=16-16=0
vê-la na forma normal ou reduzida.
2x2 – 7x + 4 – 1 + x2 = 0 Como o discriminante não é negativo, aplica-se a re-
2x2 + x2 – 7x + 4 – 1 = 0 gra 3, que consiste em utilizar a fórmula de Bháskara:
3x2 – 7x + 3 = 0
−b ± Δ − −4 ± 0 4 ± 0 4
RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 2º GRAU: FÓR- x= = = = =2
2a 2×1 2 2
MULA DE BHÁSKARA
Assim, S={2}
Para encontras as soluções de equações do segundo Note que, como o discriminante é nulo, a equação
grau, é necessário conhecer seu discriminante, represen- possui duas raízes reais e idênticas iguais a 2.
tado pela letra grega Δ (delta).
Δ=b2 - 4∙a∙c Exemplo: Resolva a equação x2+2x+3=0
Aplicando a regra 1, identifica-se: a=1, b=2 e c=3
FIQUE ATENTO! Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante: Δ=b-
2
-4∙a∙c=(2)2-4∙1∙3=4-12=-8
O discriminante fornece importantes informa-
ções de uma equação do 2ª grau: Como o discriminante é negativo, a equação não pos-
Se Δ>0→ A equação possui duas raízes reais sui raízes reais.
e distintas Assim, S=∅ (solução vazia).
Se Δ=0→ A equação possui duas raízes reais
e idênticas
Se Δ<0→ A equação não possui raízes reais
EXERCÍCIOS COMENTADOS

A solução é dada pela Fórmula de Bháskara: 1. (ENEM 2009) Um grupo de 50 pessoas fez um orça-
−b± Δ válida para os casos onde Δ>0 ou Δ=0. mento inicial para organizar uma festa, que seria dividido
x= , entre elas em cotas iguais. Verificou-se ao final que, para
2a
arcar com todas as despesas, faltavam R$ 510,00, e que
Observações importantes: 5 novas pessoas haviam ingressado no grupo. No acerto
• Para utilizar a Fórmula de Bháskara a equação deve foi decidido que a despesa total seria dividida em partes
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

estar obrigatoriamente no formato ax2+bx+c=0. iguais pelas 55 pessoas. Quem não havia ainda contribuí-
Caso não esteja, é necessário colocar a equação do pagaria a sua parte, e cada uma das 50 pessoas do
nesse formato para, em seguida, aplicar a fórmula! grupo inicial deveria contribuir com mais R$ 7,00.
• Quando b=0 diz-se que as raízes das equações são De acordo com essas informações, qual foi o valor da
simétricas. cota calculada no acerto final para cada uma das 55 pes-
soas?
As regras para solução de uma equação do 2º grau
são as seguintes: a) R$ 14,00.
Regra 1 – Identificar os números e b) R$ 17,00.
Regra 2 – Calcular o discriminante c) R$ 22,00.
Regra 3 – Caso o discriminante não seja negativo, uti- d) R$ 32,00.
lizar a Fórmula de Bháskara e) R$ 57,00.

43
Resolução: Letra D. De acordo com o enunciado da x+1>0
questão, 50 pessoas já haviam pagado sua parte da 2x-3≤5
despesa total, por isso não consideraremos o valor to- -3x+7<2x+3
tal para elas, apenas o valor de R$ 7,00 adicional, que x-2≤4x-1
deverá ser multiplicado por 50 pessoas. Além desse
pessoal, outros cinco juntaram-se ao grupo e preci- As inequações acima são do primeiro grau pois o ex-
sam pagar sua parte, um valor que não conhecemos poente da variável x é igual a 1.
e, portanto, podemos identificar como x. Somando-se
o valor que essas pessoas pagarão ao valor acrescen-
tado ao restante do grupo, teremos um recolhimento FIQUE ATENTO!
de R$ 510,00. Podemos então montar uma equação O método de resolução das inequações de
do 1° grau: primeiro grau é o mesmo do método de
equações.
(50 · 7) + (5 · x) = 510
350 + 5x = 510
5x = 510 – 350
5x = 160 Propriedades da desigualdade
x = 32
Portanto, cada um pagou o valor total de R$ 32,00. a) Propriedade Aditiva:

2. (ENEM 2013) A temperatura T de um forno (em graus Mesmo sentido


centígrados) é reduzida por um sistema a partir do ins-
tante de seu desligamento (t = 0) e varia de acordo com a
expressão T t = − t4 + 400 com t em minutos. Por motivos
2

Exemplo: Se 8 > 3, então 8 + 2 > 3 + 2, isto é: 10 > 5


de segurança, a trava do forno só é liberada para abertu-
ra quando o forno atinge a temperatura de 39 ºC. Qual o Somamos +2 aos dois membros da desigualdade
tempo mínimo de espera, em minutos, após se desligar o
forno, para que a porta possa ser aberta?

a) 19,0. b) Propriedade Multiplicativa:


b) 19,8.
c) 20,0. Mesmo sentido
d) 38,0.
e) 39,0.
Exemplo: Se 8 > 3, então 8∙ 2 > 3 ∙ 2, isto é: 16 > 6.
Resolução: Letra D. De acordo
t2
com o enunciado, te-
mos a equação T t = − + 400 e a informação Multiplicamos os dois membros por 2
de que o forno só pode ser aberto quando T = 39.
4

Vamos igualar a equação a esse valor: Mudou de sentido


t2
39 = − + 400
4 Exemplo: Se 8 > 3, então 8 ∙ (–2) < 3 ∙ (–2), isto é: –16
< –6
Novamente, para facilitar os cálculos, multiplicaremos
toda a equação por 4:
– t² + 1600 = 156
Multiplicamos os dois membros por –2
– t² = – 1444

Multiplicando toda a equação por (– 1), teremos a se-


guinte equação do 2° grau incompleta: FIQUE ATENTO!
t² = 1444 Uma desigualdade não muda de sentido
𝑡 = 1444 quando adicionamos ou subtraímos um
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

t = ± 38 mesmo número aos seus dois membros, nem


quando multiplicamos ou dividimos seus dois
Como estamos procurando um valor para o “tempo”, membros por um mesmo número positivo ou
podemos desconsiderar a resposta negativa. Portan- negativo.
to, t = 38 minutos.

Inequação do 1˚ Grau Conjunto Universo


Inequação é toda sentença aberta expressa por uma Toda inequação (assim como toda equação) deve ser
desigualdade. Ao invés do sinal de igualdade ( = ) rela- resolvida em um conjunto universo dado. O conjunto
cionando duas expressões matemáticas, teremos os si- universo () corresponde ao conjunto de todos os valores
nais de maior ( > ), menor ( < ), maior ou igual ( ≥ ) ou possíveis para a varíavel (ou outra incógnita).
menor ou igual ( ≤ ). Abaixo seguem alguns exemplos:

44
Vejamos, através do exemplo, a resolução de inequa- Colocando na solução tradicional:
ções do 1º grau.
S = x∈ ℝ ⁄ x ≤ 4
a) x < 5, sendo U = ℕ
Já a solução em colchetes fica:
Os números naturais que tornam a desigualdade ver-
dadeira são: 0, 1, 2, 3 ou 4. Então V = {0, 1, 2, 3, 4}. S = −∞, 4
Ou seja, neste caso, o colchete é fechado no lado do
b) x < 5, sendo U = ℤ
número 4 pois ele é o limite superior (todos os valores
da solução devem ser maiores ou iguais a ele) e neste
Todo número inteiro menor que 5 satisfaz a desigual-
caso, ele também é solução (devido a ser maior ou igual
dade. Logo, V = {..., –2, –1, 0, 1, 2, 3, 4}.
e não somente maior), já o limite inferior vai para menos
c) x < 5, sendo U = ℚ infinito e permanece com colchete aberto.

Todo número racional menor que 5 é solução da ine-


quação dada. Como não é possível representar os infi-
nitos números racionais menores que 5 nomeando seus EXERCÍCIOS COMENTADOS
elementos, nós o faremos por meio da propriedade que
caracteriza seus elementos. Assim: 1.(FGV 2010). O conjunto de todas as soluções reais da
inequação 2x + 1 < 3x + 2 é
V = {X ∈ Q|x<5 }
a) ]-∞, -1[
RESOLUÇÃO DE INEQUAÇÕES DO 1º GRAU b) ]-∞, 1[
c) ]-1, +∞[
Como mencionado, a resolução de inequações ocorre d) ]1, +∞[
de forma similar à de equações. A diferença está na re- e) ]-1, 1[
presentação do conjunto solução. Para mostrarmos essa
 
diferença, vamos resolver os dois primeiros exemplos
Resposta: Letra c. Resolvendo a inequação do primei-
apresentados sem U = ℝ
ro grau:
x+1>0 2x + 1 < 3x + 2
2x – 3x < 2 – 1
Passando o +1 para o lado direito: x>-1 -x < 1
Ou seja, o conjunto solução desta inequação serão to- x > -1
dos os valores de x pertencente ao domínio (neste caso, A solução da inequação é o conjunto de números reais
vamos utilizar todo o conjunto dos números reais) maio- maiores que -1.
res que -1, assim a solução fica: S = x ∈ ℝ ⁄ x > −1 Logo, S = ]-1,+∞[.

Uma outra maneira é a representação entre colchetes, 2.(CESGRANRIO 2012) Qual é o menor valor inteiro que
que fica da seguinte forma: S = −1, +∞ satisfaz a desigualdade apresentada a seguir?
9x + 2(3x – 4) > 11x – 14
Vamos explicar essa representação. A representação
dos colchetes para fora indica que o número de dentro a) -2
não pertence a solução e também representa quando há b) -1
a presença do infinito (seja “mais” ou “menos” infinito). c) 0
Assim, -1 não está na solução mas é o limite inferior da
d) 1
mesma.
e) 2
Resolvendo agora o segundo exemplo, temos que:
 
Resposta: Letra b. Resolvendo a inequação do pri-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

2x − 3 ≤ 5 meiro grau:
9x + 2(3x – 4) > 11x – 14
2x ≤ 5 + 3 9x + 6x – 8 > 11x – 14
15x – 8 > 11x – 14
15x – 11x > – 14 + 8
2x ≤ 8
4x > – 6
x > -6/4
x≤2
8 x > -3/2

Como -3/2 = -1,5, o menor valor inteiro que satisfaz a


x≤4 inequação é -1.

45
INEQUAÇÕES DO 2˚ GRAU b) a<0 e Δ>0: Observe neste tipo de gráfico que os
valores de y menores que x1 e maiores que x2 pos-
As inequações de segundo grau seguem exatamente suem y negativo e entre x1 e x2, y é positivo. Assim,
o que foi visto nos diversos tipos de posição que a pa- uma representação na reta real indicará o seguinte:
rábola pode ter no plano cartesiano. Basicamente uma
inequação de segundo grau possui a seguinte forma:
ax2+bx+c >0
ax2+bx+c<0
ax2+bx+c ≥0
ax2+bx+c ≤0 ou
FORMAS DA INEQUAÇÃO DO 2º GRAU

Vamos analisar novamente os seis casos possíveis de


combinações de valores de “a” e Δ e verificar o que ocor-
re com o sinal de “y”:
A diferença das duas representações está se a ine-
a) a>0 e Δ>0: Observe neste tipo de gráfico que os
quação será apenas maior ou menor (“bolinha vazia” nas
valores de y menores que x1 e maiores que x_]2
possuem y positivo e entre x_1 e x2, y é negativo. raízes, ou seja, elas não entrarão no conjunto solução) ou
Assim, uma representação na reta real indicará o maior ou igual ou menor ou igual (“bolinha cheia” nas
seguinte: raízes, elas entrarão no conjunto solução)

Exemplo:
Resolva a seguinte inequação: -x2+5x-4≤0
Resolução: Se você resolver a função do segundo
grau, encontrará como raízes, os números 1 e 4, ou seja,
ou Δ>0. Como a<0, temos a seguinte representação na reta
real:

Como desejamos valores menores ou iguais a zero,


FIQUE ATENTO! temos como solução, todos os valores abaixo de 1 e to-
A diferença das duas representações está se a dos os valores acima de 4. Assim, na representação por
inequação será apenas maior ou menor (“bo- colchetes: S = −∞, 1 ∪ 4, +∞
linha vazia” nas raízes, ou seja, elas não entra-
rão no conjunto solução) ou maior ou igual ou Ou por outra representação: S = x ∈ ℝ x ≤ 1ou x ≥ 4}
menor ou igual (“bolinha cheia” nas raízes, elas
entrarão no conjunto solução). c) a>0 e Δ=0: Nos casos onde Δ=0, há apenas um
toque da parábola no eixo x. Assim, o sinal de “a”
determina se os valores da parábola serão positi-
Exemplo:
vos ou negativos. No caso de “a” positivo, temos
Resolva a seguinte inequação: x2-3x+2<0
toda a parábola positiva:
Resolução: As raízes dessa função de segundo grau
são 1 e 2 (Verifique!). Com isso, temos que Δ>0 e pela
expressão, temos que a>0. Colocando na reta real, temos
que
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

ou
Como desejamos valores menores que zero, as raízes
não entram no conjunto solução (“Bolinha vazia”). Assim,
os valores possíveis que atendem a inequação são os va-
lores entre 1 e 2. Pela representação dos colchetes, temos
que: S = 1,2
A única diferença é se a raiz entrará ou não no con-
junto solução.
Ou por outra representação: S = x ∈ ℝ 1 < 𝑥 < 2 }

46
a) a<0 e Δ=0: Nos casos onde Δ=0, há apenas um toque da parábola no eixo x. Assim, o sinal de “a” determina se
os valores da parábola serão positivos ou negativos. No caso de “a” negativo, temos toda a parábola negativa:

ou

A única diferença é se a raiz entrará ou não no conjunto solução.

b) a>0 e Δ<0: Os dois últimos tipos serão os mais simples. Como a parábola não toca no eixo x, apenas o sinal de
“a” determina todo o sinal da parábola, assim, para “a” positivo temos a parábola toda positiva:

c) a<0 e Δ<0: Como a parábola não toca no eixo x, apenas o sinal de “a” determina todo o sinal da parábola, assim,
para “a” negativo temos a parábola toda negativa:

FIQUE ATENTO!

Em resumo, para resolver uma inequação, inicialmente calculamos os zeros da equação de se-
gundo grau, ou seja, os pontos em que o gráfico toca o eixo x. Em seguida, sabendo qual a
concavidade da parábola e os zeros da equação, o gráfico pode ser esboçado e a análise do
sinal pode ser feita.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1.(CESGRANRIO) O conjunto-solução da inequação 9 – x² > 0 é:

a) – 3 > x > 3
b) – 3 < x < 3
c) x = 3
d) x < 3
e) x > 3
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

 
Resposta: Letra B. Sabemos que a função f(x) = 9 – x² é uma função quadrática, onde a=-1, b=0 e c=9.
Podemos concluir que o gráfico de f é uma parábola com a concavidade para baixo, pois a<0.
Vamos agora descobrir as raízes da função f resolvendo a equação:
9 – x² = 0
x² = 9
x = ± √9
x=±3

Daí, o conjunto solução da equação é S = {-3, 3}.


O gráfico de f com as informações obtidas é apresentado a seguir.

47
Logo, como queremos os valores de x onde f(x) > 0, temos que o conjunto solução é: S = {x ∈ R | − 3 < 𝑥 < 3 }

SISTEMAS DE MEDIDAS

Sistema de Unidades de Medidas

O sistema de medidas e unidades existe para quantificar dimensões. Como a variação das mesmas pode ser gigan-
tesca, existem conversões entre unidades para melhor leitura.

Medidas de Comprimento

A unidade principal (utilizada no sistema internacional de medidas) de comprimento é o metro. Para medir dimen-
sões muito maiores ou muito menores que essa referência, surgiram seis unidades adicionais:

km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

A conversão de unidades de comprimento segue potências de 10. Para saber o quanto se deve multiplicar (ou divi-
dir), utiliza-se a regra do , onde c é o número de casas que se andou na tabela acima. Adicionalmente, se você andou
para a direita, o número deverá ser multiplicado, se andou para a esquerda, será dividido. As figuras a seguir exempli-
ficam as conversões:

Ex: Conversão de 2,3 metros para centímetros

km hm dam m dm cm mm
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)


1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você
vai converter.

48
2o passo: Conte a
quantidade de casas
que você anda de uma
unidade para a outra. De
metro para centímetro
foram 2 casas.
km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

Ex: Conversão de 125 000 mm para decâmetro:

km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)
1º passo: Inicia-se
da unidade que
você vai converter.

2º passo: Conte a quan-


tidade de casas que você
anda de uma unidade para
a outra. De milímetro para
decâmetro são 4 casas.
km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Medidas de Área (Superfície)

As medidas de área seguem as mesmas referências que as medidas de comprimento. A unidade principal é o metro
quadrado e as outras seis unidades são apresentadas a seguir:

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²


(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)

A conversão de unidades segue com potências de 10. A diferença agora é que ao invés da regra de , utiliza-se a re-
gra de , ou seja, o número de casas que se andou deve ser multiplicado por 2. A definição se multiplica ou divide segue
a mesma regra: Andou para a direita, multiplica, andou para a esquerda, divide. Sigam os exemplos:

49
Ex: Conversão de 2 km² para m²

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²


(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)
1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você
vai converter.

2º passo: Conte a
quantidade de casas que
você andou. Neste caso,
de km2 para m2, andou-
se 3 casas.
km² hm² dam² m² dm² cm² mm²
(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)

Ex: Conversão de 20 mm² para cm²

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²


(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)
1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você vai
converter.

2o passo: Conte a quantidade


de casas que você andou.
Neste caso, de mm2 para
cm2, andou-se 1 casa.
km² hm² dam² m² dm² cm² mm²
(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Medidas de Volume (Capacidade)

As medidas de volume seguem as mesmas referências que as medidas de comprimento. A unidade principal é o
metro cúbico e as outras seis unidades são apresentadas a seguir:

50
km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³
(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

A conversão de unidades segue com potências de 10. A diferença agora é que ao invés da regra de , utiliza-se a re-
gra de , ou seja, o número de casas que se andou deve ser multiplicado por 3. A definição se multiplica ou divide segue
a mesma regra: Andou para a direita, multiplica, andou para a esquerda, divide. Sigam os exemplos:

Ex: Conversão de 3,7 m³ para cm³

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)
1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você vai
converter.

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

2o passo: Conte a
quantidade de
casas que você andou.
Neste caso, de m3
para cm3, forma2 casas.

Ex: Conversão de 50000 dm³ para m³

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)
1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você vai
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

converter.

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

2o passo: Conte a

51
quantidade de ca-
sas que você an-
dou. Neste caso, de
m3 para dm3, an-
dou-se 1 casa.

kL hL dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(quilolitro) (hectolitro) (decalitro) (litro) (decilitro) (centilitro) (mililitro)

Para essa tabela, o roteiro para converter unidades de medidas é o mesmo utilizado para as medidas anteriores. A
diferença é que para cada unidade à direita multiplica-se por 10 e para cada unidade à esquerda divide-se por 10 (igual
para unidades de comprimento).

Medidas de Massa

As medidas de massa segue a base 10, como as medidas de comprimento. A unidade principal é o grama (g) e suas
seis unidades complementares estão apresentadas a seguir:

kg hg dag g dg cg mg
(kilograma) (hectograma) (decagrama) (grama) (decígrama) (centígrama) (milígrama)

Os passos para conversão de unidades segue o mesmo das medidas de comprimento. Utiliza-se a regra do , multi-
plicando se caminha para a direita e divide quando caminha para a esquerda.

FIQUE ATENTO!
Outras unidades importantes:
• Massa: A tonelada, sendo que 1 tonelada vale 1000 kg.
• Volume : O litro (l) que vale 1 decímetro cúbico (dm³) e o mililitro, que vale 1 cm³.
• Área: O hectare (ha) que vale 1 hectômetro quadrado (ou 10000 m²) e o alqueire, (varia de região para
região e normalmente a conversão desejada é dada na prova).

Medidas de Tempo

Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mede intervalos de tempo, é o mais conhecido.
2h = 2 ∙ 60min = 120 min = 120 ∙ 60s = 7 200s

Para passar de uma unidade para a menor seguinte, multiplica-se por 60.
0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos; como 1 décimo de hora corresponde a 6 minutos, conclui-se que 0,3h
= 18min.

Para medir ângulos, também temos um sistema não decimal. Nesse caso, a unidade básica é o grau. Na astronomia,
na cartografia e na navegação são necessárias medidas inferiores a 1º. Temos, então:
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)

Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é claro, os mesmos do sistema hora – minuto – segundo. Há uma
coincidência de nomes, mas até os símbolos que os indicam são diferentes:
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do dia.
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.

#FicaDica
Por motivos óbvios, cálculos no sistema hora – minuto – segundo são similares a cálculos no sistema grau
– minuto – segundo, embora esses sistemas correspondam a grandezas distintas.

52
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Raquel saiu de casa às 13h 45min, caminhando até o curso de inglês que fica a 15 minutos de sua casa, e chegou na
hora da aula cuja duração é de uma hora e meia. A que horas terminará a aula de inglês?

a) 14h
b) 14h 30min
c) 15h 15min
d) 15h 30min
e) 15h 45min

Resposta: Letra D. Basta somarmos todos os valores mencionados no enunciado do teste, ou seja:
13h 45min + 15 min + 1h 30 min = 15h 30min
Logo, a questão correta é a letra D.

2. 348 mm3 equivalem a quantos decilitros?

Resposta: “0, 00348 dl”.


Como 1 cm3 equivale a 1 ml, é melhor dividirmos 348 mm3 por mil, para obtermos o seu equivalente em centímetros
cúbicos: 0,348 cm3.
Logo 348 mm3 equivalem a 0, 348 ml, já que cm3 e ml se equivalem.
Neste ponto já convertemos de uma unidade de medida de volume, para uma unidade de medida de capacidade.
Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quando então passaremos dois níveis à esquerda. Dividiremos en-
tão por 10 duas vezes:
0,348ml:10:100,00348dl
Logo, 348 mm³ equivalem a 0, 00348 dl.

3. Passe 50 dm2 para hectômetros quadrados.

Resposta: 0, 00005 hm².


Para passarmos de decímetros quadrados para hectômetros quadrados, passaremos três níveis à esquerda.
Dividiremos então por 100 três vezes:
50dm2:100:100:100 ⟹ 0,00005hm2
Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a esquerda.
Portanto, 50 dm² é igual a 0, 00005 hm².

4. Passe 5.200 gramas para quilogramas.

Resposta: 5,2 kg.


Para passarmos 5.200 gramas para quilogramas, devemos dividir (porque na tabela grama está à direita de quilo-
grama) 5.200 por 10 três vezes, pois para passarmos de gramas para quilogramas saltamos três níveis à esquerda.
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois de decagrama para hectograma e finalmente de hectograma
para quilograma:
5200g:10:10:10 ⟹ 5,2Kg
Isto equivale a passar a vírgula três casas para a esquerda.
Portanto, 5.200 g são iguais a 5,2 kg.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

5. Converta 2,5 metros em centímetros.

Resposta: 250 cm.


Para convertermos 2,5 metros em centímetros, devemos multiplicar (porque na tabela metro está à esquerda de
centímetro) 2,5 por 10 duas vezes, pois para passarmos de metros para centímetros saltamos dois níveis à direita.
Primeiro passamos de metros para decímetros e depois de decímetros para centímetros:
2,5m∙10∙10 ⟹ 250cm
Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a direita.
Logo, 2,5 m é igual a 250 cm.

53
VOLUMES

GEOMETRIA ESPACIAL

1. Poliedros

Poliedros são sólidos compostos por faces, arestas e vértices. As faces de um poliedro são polígonos. Quando as
faces do poliedro são polígonos regulares e todas as faces possuem o mesmo número de arestas, temos um poliedro
regular. Há 5 tipos de poliedros regulares, a saber:

Tetraedro: poliedro de quatro faces


Hexaedro: poliedro de seis faces (cubo)
Octaedro: poliedro de oito faces
Dodecaedro: poliedro de doze faces
Icosaedro: poliedro de vinte faces

Já poliedros não regulares são sólidos cujas faces ou são polígonos não regulares ou não possuem o mesmo nú-
mero de arestas. Os exemplos mais usuais são pirâmides (com exceção do tetraedro) e prismas (com exceção do cubo).
Relação de Euler: relação entre o número de arestas (A), faces (F) e vértices (V) de um poliedro convexo. É dada por:

V− A+F = 2

2. Prismas

Prisma é um sólido geométrico delimitado por faces planas, no qual as bases se situam em planos paralelos. Quanto
à inclinação das arestas laterais, os prismas podem ser retos ou oblíquos.

2.1. Prisma reto

As arestas laterais têm o mesmo comprimento.


As arestas laterais são perpendiculares ao plano da base.
As faces laterais são retangulares.

2.2. Prisma oblíquo

As arestas laterais têm o mesmo comprimento.


As arestas laterais são oblíquas (formam um ângulo diferente de um ângulo reto) ao plano da base.
As faces laterais não são retangulares.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

54
Bases: regiões poligonais congruentes

Altura: distância entre as bases

Arestas laterais paralelas: mesmas


medidas

Faces laterais: paralelogramos

Prisma reto Aspectos comuns Prisma oblíquo

Prismas regulares: prismas que possuem como base, polígonos regulares (todos os lados iguais).

Sendo AB , a área da base, ou seja, a área do polígono correspondente e AL , a área lateral, caracterizada pela
soma das áreas dos retângulos formados entre as duas bases, temos que:

Área total: AT = AL + 2 � AB

Volume: V = AB . h , onde h é a altura, caracterizada pela distância entre as duas bases

3. Cilindros

São sólidos parecidos com prismas, que apresentam bases circulares e também podem ser retos ou oblíquos. RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Sendo R o raio da base, a altura do cilindro, temos que:


Área da base: AB = πR2
Área lateral: AL = 2πRh
Área total: AT = AL + 2AB
Volume: V = AB � h

55
4. Pirâmides 6. Esfera

As pirâmides possuem somente uma base e as faces A esfera é o conjunto de pontos nos quais a distância
laterais são triângulos. A distância do vértice de encontro em relação a um centro é menor ou igual ao raio da es-
dos triângulos com a base é o que determina a altura da fera R. A esfera é popularmente conhecida como “bola”
pirâmide (h). pois seu formato é o mesmo de uma bola de futebol, por
exemplo.

2
Área da Superfície Esférica: A = 4πR

4πR3
Volume: V =
3

#FicaDica
Sendo AB a área da base, determinada pelo polígono Na área total dos prismas e cilindros, mul-
que forma a base, a área lateral, determinada pela soma tiplicamos a área da base por 2 pois temos
das áreas dos triângulos laterais, temos que: duas bases formando o sólido. Já no caso
das pirâmides e dos cones isto não ocorre,
Área total: AT = AL + AB pois há apenas uma base em ambos.
AB � h
Volume: V =
3

5. Cones EXERCÍCIOS COMENTADOS

Os cones são sólidos possuem uma única base (cír- 1. (TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
culo). A distância do vértice à circunferência (contorno VUNESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos
da base) é chamada de geratriz (g) e a distância entre o de madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e
vértice e o centro do círculo é a altura do cone (h). C com formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos
respectivos volumes, em cm³, são representados por VA,
VB e VC.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do bloco C,


Geratriz: g 2 = R2 + h2 indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a:
Área da Base: AB = πR2
Área Lateral: AL = πgR a) 15,5
Área Total: AT = AL + AB b) 11
c) 12,5
Volume: V =
AB � h d) 14
3 e) 16

56
Resposta : Letra C. Resposta: Letra D.
VA = 53 = 125 cm³ Sendo a P.A. (V1 , V2 , V3, V4 , V5), (, o enunciado fornece:
VB = 103 = 1000 cm³ Do termo geral da P.A., sabe-se que
V V5 = V1 + 5 − 1 � r = V1 + 4r
Logo: C = VA + VB = 125 + 1000
2
VC onde r é a razão da P.A.
→ = 1125 → VC = 2250 cm³
2 Assim, V1 + 4r − V1 = 32 → 4r = 32 → r = 8
2250
Portanto, VC = 18 � 10 � h = 2250 → h = 180
= 12,5 cm Como
V4 = V1 + 3r
2. (PEDAGOGO – IF/2016) Uma lata de óleo de soja de → V1 + 3 � 8 = 86,5
1 litro, com formato cilíndrico, possui 8 cm de diâmetro → V1 + 24 = 86,5
interno. Assim, a sua altura é de aproximadamente: (Con- → V1 = 62,5 cm
sidere π = 3,14 )

a) 20 cm Como
b) 25 cm
c) 201 cm 4 3
d) 200 cm V= πR
3
e) 24 cm 4
→ � 3 � R3 = 62,5
Resposta: Letra A.
3
62,5
→ R3 =
1L = 1dm3 = 1000 cm³ 4
→ R3 = 15,625
Volume da lata(cilindro): → R = 2,5 cm
VC = πR2h → 3,14 � 42 � h = 1000 → h ≅ 20 cm Como o exercício pediu o diâmetro, D = 2.2,5 = 5 cm

Obs: Como o diâmetro é igual a 8cm o raio é igual a


4cm. COMPREENSÃO DE ESTRUTURAS LÓGICAS.
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO (ANALOGIAS,
3. (PREF. ITAPEMA-SC – TÉCNICO CONTÁBIL – MS INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES).
CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto, DIAGRAMAS LÓGICOS.
cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de
um cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do
cone é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do Conceito Fundamental: A Preposição
cilindro é:
No ensino fundamental, nos ensinam que os seres
a) 9 cm
humanos são diferentes dos outros animais e a justifica-
b) 30 cm
tiva é que os humanos pensam e os animais não pensam.
c) 60 cm
d) 90 cm Porém, temos animais com inteligência suficiente para
serem treinados a executar tarefas, como os chimpanzés
Resposta: Letra D. e os golfinhos. Assim, qual é o real motivo que nos dife-
Volume do cone: VC renciam de todos os outros seres vivos?
Volume do cilindro: Vcil A resposta envolve não somente o ato se pensar
Do enunciado: VC = 1,3. Vcil (30% maior). como também o de se comunicar. Primeiro, aprendemos
a falar, depois, a escrita dividiu nossa existência em Pré-
4. (CÂMARA DE ARACRUZ-ES – AGENTE ADMINIS- -História e História. Os registros por escrito guardaram os
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

TRATIVO E LEGISLATIVO – IDECAN/2016) João pos- pensamentos de nossos antepassados, proporcionando


sui cinco esferas as quais, quando colocadas em certa as gerações futuras, dados importantíssimos para se ir
ordem, seus volumes formam uma progressão aritméti- além daquilo que já foi feito.
ca. Sabendo que a diferença do volume da maior esfera Porém, acabou surgindo o grande desafio que nor-
para a menor é 32 cm³ e que o volume da segunda maior teou a disciplina de lógica: Como interpretar esses re-
esfera é 86,5 cm³, então o diâmetro da menor esfera é: gistros?
(Considere: π = 3) A grande diferença do ser humano em relação aos
outros seres vivos está nesse ponto, pois tão importante
a) 2 cm é o ato se interpretar uma informação quanto é elaborar
b) 2,5 cm a mesma. Assim, nossa mente é capaz de receber dados
c) 4,25 cm e deles extrair uma conclusão. Essa habilidade está dire-
d) 5 cm tamente ligada ao raciocínio lógico.

57
Muitos pensam que essa disciplina está voltada ape- Ex: “x é menor que 7 ou x < 7” – Essa expressão por
nas para as pessoas de “exatas”, mas ela é voltada para si só é genérica pois não temos informações de x
o público em geral e aqui seguem alguns exemplos que para saber se ele é ou não menor que 7.Entretanto,
provam nosso conceito: caso seja atribuído um valor a x, essa sentença se
- Um advogado reúne todas as informações dos au- tornará uma proposição, pois será possível atribuir
tos do processo e através do Raciocínio Lógico, VERDADEIRO ou FALSO a sentença original. Assim,
elabora sua tese de acusação ou defesa; a expressão “Para x=5, tem-se que: 5 é menor que
- Um médico ao estudar todos os exames consegue a 7” é uma proposição e é VERDADEIRA. Por outro
partir de raciocínio lógico, elaborar um diagnostico lado, “Para x=9, tem-se que: 9 é menor que 7” é
uma proposição mas é FALSA.
e propor um tratamento;
Ex: “z é a capital da França” – As sentenças abertas
- Um CEO de uma empresa, através dos relatórios
não necessariamente são números, como mostra
mensais consegue definir o plano de ação para es- o exemplo. Se substituirmos “z” por “Toulouse”, a
timular o crescimento da companhia. sentença virará proposição e será FALSA. Se z = Pa-
ris, a proposição será VERDADEIRA.
Todos os exemplos acima mostram como será o estu-
do da disciplina, onde receberemos informações e delas Valores Lógicos das proposições – Leis de Pensa-
extrairemos respostas ou em outras palavras, conclusões. mento
No Raciocínio Lógico, essas informações terão uma
particularidade: Elas sempre serão declarações onde po- Definido o que é preposição, podemos aprofundar
deremos classificá-las de duas maneiras, VERDADEIRA ou o conceito apresentando as leis fundamentais (axiomas)
FALSA. Essas declarações serão chamadas de PROPOSI- que norteiam a lógica:
ÇÕES. 1) Princípio do Terceiro Excluído: “Toda proposição
As proposições são a base do pensamento lógico. ou é verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sem-
Este pensamento pode ser composto por uma ou mais pre um destes casos e nunca um terceiro”.
sentenças lógicas, formando uma idéia mais complexa. Pode parecer óbvio, mas às vezes as pessoas se con-
É importante ressaltar que objetivo fundamental de uma fundem em questões de concursos públicos quan-
proposição é transmitir uma tese, que afirmam fatos ou do aparecem as alternativas “VERDADEIRO”, “FAL-
SO” ou “NENHUMA DAS ANTERIORES”. Qualquer
juízos que formamos a respeito das coisas.
proposição lógica será verdadeira ou falsa, não
Sabendo disso, uma questão importante tem que ser
existe uma terceira opção.
respondida: como realmente podemos identificar uma
proposição? A única técnica direta que temos é verificar 2) Principio da identidade: “Se uma proposição é
se podemos atribuir o valor de verdadeiro ou falso a elas. verdadeira, então todo objeto idêntico a ela tam-
Entretanto, existe uma técnica indireta que facilita muito bém será verdadeiro”.
o trabalho de identificação de uma proposição e é fre- Esse principio coloca que se duas proposições que
quentemente cobrada em concursos públicos. apresentam a mesma informação mas são escritas
A técnica consiste em sabermos o que não é propo- de maneiras distintas, devem possuir o mesmo va-
sição e por eliminação, achar a proposição. A seguir, se- lor lógico. Por exemplo, “Bruno é 5 anos mais velho
guem exemplos do que não é proposição e a recomen- que João” e “João é 5 anos mais novo que Bruno”.
dação é que se memorizem esses tipos para facilitar na As duas proposições dizem a mesma coisa mas de
hora da prova: maneira diferente. Portanto se uma delas é verda-
i.) Sentenças Imperativas: Todas as declarações que deira, a outra deve ser.
remeterem a uma ordem não são proposições.
Ex: “Apague a luz.”, “Observe aquele painel”, “Não 3) Princípio da não contradição: “Uma proposição
faça isso”. não pode ser verdadeira ou falsa ao mesmo tem-
po”
Esse axioma é importante, pois a partir do momen-
ii.) Sentenças Interrogativas: Perguntas não são defi-
to em uma proposição recebe um valor lógico, ele
nidas como proposições:
deve ser carregado em toda a análise para evitar
Ex: “Olá, tudo bem?”, “Qual a raiz quadrada de 5?”,
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

contradições.
“Onde está minha carteira?”
Tipos de proposições
iii.) Sentenças Exclamativas:
Ex: “Como o dia está lindo!”, “Isto é um absurdo!”, Existem dois tipos de proposições: Simples e Com-
“Não concordo com isto!” postas
As proposições simples são aquelas que não con-
iv.) Sentenças que não tem verbo:  têm nenhuma outra proposição como parte de si mes-
Ex: “A bicicleta de Bruno”, “O cartão de João”. ma. São, geralmente, designadas por letras minúsculas
do alfabeto (p,q,r,s,...). Uma definição equivalente é de
v.) Sentenças abertas: Este tipo de sentença possui uma proposição que não se consegue dividi-la em partes
uma grande quantidade de exemplos e os exem- menores, de tal maneira que as partes divididas gerem
plos são importantes para sabermos identifica-las: novas proposições.

58
Exemplos: Logo, com esse vínculo, poderemos estudar se a pro-
p – O rato comeu o queijo; posição composta é inteiramente verdadeira ou inteira-
q – Astolfo é advogado; mente falsa, dependendo do valor lógico de cada propo-
r – Hermenegildo gosta de pizza; sição simples, ou seja, cada proposição simples interfere
s – Raimunda adora samba. no valor a ser atribuído na proposição composta.
As seções a seguir irão estudar os cinco conectivos
Já as proposições compostas são formadas por uma lógicos, apresentando suas características principais e as
ou mais proposições que podem ser divididas, formando combinações possíveis entre duas proposições simples.
proposições simples. São, geralmente, designadas por le-
tras maiúsculas do alfabeto (P,Q,R,S,...).Exemplos: A Negação – Conectivo “Não”
P – O rato é branco e comeu o queijo;
Q – Astolfo é advogado e gosta de jogar futebol; O primeiro conectivo a ser estudado é o mais sim-
R – Hermenegildo gosta de pizza e de suco de uva; ples de todos e remete a negação de uma proposição.
S – Raimunda adora samba e seu tênis é vermelho. A importância deste conectivo se dá na ligação entre o
valor lógico VERDADEIRO e o valor lógico FALSO pois a
Veja que as proposições acima podem ser divididas negação de um valor lógico será exatamente o outro va-
em duas partes. Observe: lor lógico, ou seja:
i) Se uma proposição for VERDADEIRA, sua negação
será FALSA.
ii) Se uma proposição for FALSA, sua negação será
VERDADEIRA.
Aqui conseguimos observar a importância do “Prin-
cípio do terceiro excluído”, explicado no capítulo 1. Se
tivéssemos mais do que dois valores lógicos, a negação
se tornaria impossível pois não conseguiríamos criar um
vínculo de “ida e volta” entre os valores lógicos.
O conectivo NÃO possui dois símbolos e recomenda-
-se que o leitor conheça ambos pois as bancas de con-
As sentenças compostas dos exemplos acima não são cursos não possuem um padrão em qual símbolo usar.
ligadas apenas pela conjunção “e”, podem ser ligadas por Observe o exemplo a seguir:
outros CONECTORES LÓGICOS (Capítulo 2). Seguem al- p : A secretária foi ao banco esta tarde.
guns exemplos para iniciar sua curiosidade pelo próximo
capítulo: O exemplo acima já usa os conceitos vistos no capí-
T – Osmar tem uma moto OU Tainá tem um carro. tulo 1, onde temos uma proposição simples e chamare-
U – SE Kléber é asiático ENTÃO eu sou brasileiro. mos essa proposição com uma letra minúscula “p” (Lê-
-se “proposição p”). Vamos agora negar essa proposição
usando os dois símbolos possíveis:
FIQUE ATENTO! ~ p : A secretária não foi ao banco esta tarde.
¬ p : A secretária não foi ao banco esta tarde.
As proposições compostas irão nortear
seus estudos nos próximos capítulos, então Os símbolos “~” e “¬” são os símbolos que indicam
atente-se a saber como dividir as proposi- negação. É Importante frisar que os símbolos de negação
ções compostas em duas ou mais proposi- não indicam a presença da palavra “não” na frase. Obser-
ções simples! ve este outro exemplo:
q : Bráulio não comprou detergente
CONECTIVOS LÓGICOS
Observe que a proposição q possui a palavra “não” e
Como visto rapidamente no capítulo anterior, os co- quando negarmos a mesma, ficaremos com a frase afir-
nectivos lógicos são estruturas usadas para formar pro- mativa:
posições compostas a partir da junção de proposições ~ q : Bráulio comprou detergente.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

simples. As proposições compostas são linhas de raciocí- ¬ q : Bráulio comprou detergente.


nio mais complexas e permitem se formular teses lógicas
com vários níveis de pensamento. Observe o exemplo a
seguir:
FIQUE ATENTO!
“Otávio gosta de jogar futebol e seu irmão não gosta No Raciocínio Lógico, pode-se existir a
de jogar futebol” “negação da negação” que chamaremos de
Facilmente conseguimos separar essa sentença em Dupla Negação e veremos isso mais adian-
duas: “Otávio gosta de jogar futebol” e “O irmão de Otá- te no capítulo 4. O que você precisa saber
vio não gosta de jogar futebol”. Entretanto, ao invés de neste momento é que negando uma nega-
tratarmos as duas proposições simples separadamente, ção, voltaremos a uma frase afirmativa, ou
ligamos as mesmas com a palavrinha “e”, que é um dos na linguagem coloquial: “O não do não é
conectores lógicos que iremos estudar a seguir. o sim”.

59
A CONJUNÇÃO – Conectivo “e” p : Carlos gosta de jogar badminton.
q : Pablo tomou suco de maçã
O próximo conectivo lógico certamente é um dos
mais usados dentro do raciocínio lógico e é também um Temos acima duas proposições simples e vamos for-
dos mais conhecidos. O “e” também é chamado de con- mar agora uma proposição composta usando o conecti-
junção e segue a mesma classificação da própria língua vo “ou”:
portuguesa. 𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton ou Pablo
Diferentemente do conectivo “não”, a conjunção irá tomou suco de maçã.
relacionar duas proposições simples, formando uma pro-
posição composta. Vamos ao exemplo: O símbolo
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒indica a disjunção, ou seja, quando ele
p : Carlos gosta de jogar badminton. aparecer, estaremos usando o conectivo “ou”. Observe
q : Pablo tomou suco de maçã que ele é o símbolo do conectivo “e” invertido, então,
muita atenção na hora de identificar um ou o outro.
Temos acima duas proposições simples e podemos Se invertermos a ordem das proposições simples, for-
formar uma proposição composta usando o conectivo maremos outra proposição composta:
“e”: 𝑺 = 𝒒 ∨ 𝒑 : Pablo tomou suco de maçã ou Carlos gos-
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton e Pablo ta de jogar badminton.
tomou suco de maçã.

No caso da disjunção, o valor lógico da proposição


Seguindo as definições do capítulo 1, a proposição composta também não se altera com a inversão das pro-
composta será indicada com uma letra maiúscula, neste posições simples (igual a conjunção).
caso, R. O símbolo
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒indica a conjunção, ou seja, quando
Vamos agora analisar quais os valores lógicos possí-
ele aparecer, estaremos usando o conectivo “e”. veis para uma proposição composta formada pelo co-
Se invertermos a ordem das proposições simples, for- nectivo “ou”. Novamente vale lembrar que no capítulo 3
maremos outra proposição composta:
aprenderemos sobre as tabelas-verdade e elas ajudarão
𝑺 = 𝒒 ∧ 𝒑 : Pablo tomou suco de maçã e Carlos gosta
(e muito!) na memorização das combinações possíveis
de jogar badminton.
dos conectivos lógicos. Por enquanto, vamos enumerar
todos os casos para familiarização:
No caso da conjunção, o valor lógico da proposição
i) Uma proposição composta formada por uma dis-
composta não se altera com a inversão das proposições
junção será VERDADEIRA se uma ou mais proposi-
simples, mas outros conectivos que veremos a seguir po-
ções forem VERDADEIRAS.
dem ter alterações dependendo da ordem das proposi-
ções simples. ii) Uma proposição composta formada por uma dis-
Vamos agora analisar quais os valores lógicos possí- junção será FALSA se todas as proposições simples
veis para uma proposição composta formada pelo co- forem FALSAS.
nectivo “e”. No capítulo 3 aprenderemos sobre as tabe-
las-verdade e elas ajudarão (e muito!) na memorização Comparando com a conjunção, observa-se que hou-
das combinações possíveis dos conectivos lógicos. Por ve uma certa “inversão” em relação as combinações das
enquanto, vamos enumerar todos os casos para familia- proposições simples. Enquanto na conjunção precisáva-
rização: mos de todas as proposições simples VERDADEIRAS para
i) Uma proposição composta formada por uma con- que a proposição composta ser VERDADEIRA, no ope-
junção será VERDADEIRA se todas as proposições rador “ou” precisamos de apenas 1 delas para tornar a
simples forem VERDADEIRAS. proposição composta VERDADEIRA.
ii) Uma proposição composta formada por uma con- No caso do valor lógico FALSO também há inversão,
junção será FALSA se uma ou mais proposições onde no conectivo “e” basta 1 proposição simples ser
simples forem FALSAS. FALSA e na disjunção, precisamos de todas FALSAS.
Assim:
Recuperando o exemplo anterior: 𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton ou Pablo
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton e Pablo tomou suco de maçã.
tomou suco de maçã.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Termos que R será VERDADEIRO se uma (ou as duas)


Termos que R será VERDADEIRO somente se p e q proposição (ões) sejam VERDADEIRAS e R será FALSO se
forem VERDADEIROS. Se uma (ou as duas) proposições p e q forem FALSOS.
simples for (forem) falsa(s), R será FALSO.
A DISJUNÇÃO exclusiva – Conectivo “OU exclusivo”
A DISJUNÇÃO – Conectivo “OU”
O conectivo “ou” possui um caso particular que nor-
O conectivo “ou”, também conhecido como disjun- malmente é cobrado em concursos públicos de maior
ção, segue a mesma linha de pensamento que o conec- complexidade, porém é importante que o leitor tenha
tivo “e”, relacionando duas proposições simples, forman- conhecimento do mesmo pois pode se tornar um dife-
do uma proposição composta. Vamos manter o exemplo rencial importante em concursos públicos de maior dis-
da seção anterior: puta.

60
Este caso particular é chamado de “ou exclusivo” pois Observe que agora temos uma condição para que
implica que as proposições simples são eliminatórias, ou Pablo tome o suco de maçã. A frase em si pode parecer
seja, quando uma delas for VERDADEIRA, a outra será sem nexo, mas no Raciocínio Lógico nem sempre fará
necessariamente FALSA. Veja o exemplo: sentido a conexão de duas proposições e até por isso
p: Diego nasceu no Brasil nós montamos esses exemplos para o leitor ficar mais
q: Diego nasceu na Argentina familiarizado com essa situação!
O símbolo
𝑹 = 𝒑“ → ”𝒒 indica a condicional, mostrando que
Temos duas proposições referentes a nacionalidade a proposição da esquerda condiciona o acontecimento
de Diego. Fica claro que ele não pode ter nascido em da proposição da direita. As combinações possíveis para
dois locais diferentes, ou seja, se p for VERDADEIRO, q esse conector são:
é necessariamente FALSO e vice-versa. Assim, quando i) Uma proposição composta formada por uma condi-
montarmos a disjunção, temos que indicar essa questão cional será VERDADEIRA se ambas as proposições
e será feito da seguinte forma: forem VERDADEIRAS ou a proposição a esquerda
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Ou Diego nasceu no Brasil ou na Argen- do conector for FALSA.
tina ii) Uma proposição composta formada por uma con-
dicional será FALSA se a proposição a esquerda
A leitura da proposição lógica acrescente mais um (antecedente) do conector for VERDADEIRA e a
“ou” no início e o restante é como se fosse um operador proposição a direita (consequente) do conector for
“ou” convencional (que para diferenciar, é chamado de FALSA.
inclusivo), porém, o símbolo é sublinhado para indicar
exclusividade:
𝑹=𝒑∨𝒒 . Os casos possíveis para o “ou exclusi- Observe agora que a posição da proposição em rela-
vo” são: ção ao conector lógico importa no resultado da proposi-
i) Uma proposição composta formada por uma dis- ção composta. Considerando os casos observados, certa-
junção exclusiva será VERDADEIRA se apenas uma mente deve haver dúvidas do leitor em relação a situação
das proposições for VERDADEIRA.
onde a proposição a esquerda do conector ser falsa e
ii) Uma proposição composta formada por uma dis-
isso implicar que a proposição composta seja verdadeira.
junção exclusiva será FALSA se todas as proposi-
A explicação é a seguinte: Na condicional, limitamos
ções simples forem FALSAS ou se as duas proposi-
apenas ao caso da proposição da esquerda do conector
ções forem VERDADEIRAS.
em si e não em relação a sua negação, ou seja, quan-
do montamos 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 , estamos condicionando apenas ao
Perceba que a diferença é sutil entre os casos inclusi-
caso de p ocorrer, ou em outras palavras, p ser VERDA-
vo e exclusivo e ela se dá no caso das duas proposições
DEIRO. Se p for FALSO, não há nenhuma condição para
simples serem VERDADEIRAS. No caso exclusivo, isso é
q, ou seja, não importa o que acontecer com q, já que
uma contradição e assim a proposição composta deve
ser FALSA. Usando o exemplo: p não é VERDADEIRO. Assim, define-se 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 sempre

𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Ou Diego nasceu no Brasil ou na Argen- VERDADEIRO quando p for FALSO. Logo:


𝑹 = 𝒑 → 𝒒 : Se Carlos gosta de jogar badminton en-
tina
tão Pablo tomou suco de maçã.
Temos que R é VERDADEIRO se p for VERDADEIRO e
q FALSO ou p FALSO e q VERDADEIRO. R é FALSO se p e Temos R VERDADEIRO se p for FALSO ou se p for
q forem ambas VERDADEIRAS ou ambas FALSAS. VERDADEIRO e q VERDADEIRO e R é FALSO apenas se p
for VERDADEIRO e q FALSO.
A CONDICIONAL – Conectivo “SE...ENTÃO”
Pegadinhas da condicional
O conectivo “Se...então”, conhecido como condicio-
nal não é tão conhecido quanto o “e” e o “ou”, porém é Este tópico é uma análise complementar da condi-
o que normalmente gera mais dúvidas e o que contém cional. Em concursos mais apurados, sobretudo de en-
as famosas “pegadinhas” que confundem o candidato sino superior, existem certas “pegadinhas” que testam a
durante a prova. A principal característica dele é que se atenção do candidato em relação ao seu conhecimento.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

você inverter a ordem das proposições simples, o valor Existem quatro formas de raciocínio que envolvem a con-
lógico da proposição composta muda, o que não acon- dicional que merecem destaque.
tecia na conjunção e na disjunção. Vamos recuperar o i) Modus Ponens: Essa linha de raciocínio é o básico
mesmo exemplo das seções 2.2.3 e 2.2.4: da condicional onde considera a mesma VERDADEIRA e
p : Carlos gosta de jogar badminton. no caso da ocorrência de p, podemos afirmar com certe-
q : Pablo tomou suco de maçã za que q ocorreu:
Temos acima duas proposições simples e vamos for-
mar agora uma proposição composta usando o conecti-
vo “Se...então”:
𝑹 = 𝒑 → 𝒒 : Se Carlos gosta de jogar badminton en-
tão Pablo tomou suco de maçã.

61
Exemplo:
FIQUE ATENTO!
As pegadinhas da condicional nem sempre
são cobradas em concursos mas se você
observar os exercícios resolvidos deste ca-
pítulo, verá o quanto é importante este co-
ii) Falácia de afirmar o consequente: Pode-se dizer que nector lógico e o conhecimento de todos
é a pegadinha mais clássica da condicional pois induz a os casos possíveis.
pessoa a considerar que se o consequente ocorreu (q),
pode-se afirmar que o antecedente (p) também ocorreu:
2.7 A BI-CONDICIONAL – Conectivo “SE E SOMENTE
Esse raciocínio está INCORRETO. Para justificar, lem- SE”
bre-se dos casos em que a condicional é VERDADEIRA.
O conectivo “Se e somente se”, conhecido como bi
Em um desses casos, se o antecedente (p) for FALSO, não
condicional elimina justamente o limitante da condicio-
importa o valor lógico de q, a proposição com condicio-
nal de não ser possível inverter a ordem das proposições
nal será VERDADEIRA. Assim, se q ocorrer não é garantia
sem perder o valor lógico da proposição composta. Ago-
que p também ocorreu: ra, os dois valores lógicos serão limitantes, tanto se a
proposição a esquerda do conector for VERDADEIRA ou
FALSA. Novamente vamos ao mesmo exemplo:
p : Carlos gosta de jogar badminton.
q : Pablo tomou suco de maçã

iii) Modus Tollens: Nessa linha de raciocínio, estamos Temos acima duas proposições simples e vamos for-
negando que o consequente (q) ocorreu e se olharmos mar agora uma proposição composta usando o conecti-
os casos possíveis da condicional, isso só será possível se vo “Se e somente se”:
o antecedente (p) também não ocorrer: 𝑹 = 𝒑 ↔ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton se e
somente se Pablo tomou suco de maçã.

O símbolo
𝑹=𝒑↔𝒒 indica a bi condicional, ou seja, os dois
sentidos devem ser satisfeitos. Em outras palavras, a bi
Exemplo: condicional será VERDADEIRA apenas se os valores lógi-
cos das duas proposições forem iguais:
i) Uma proposição composta formada por uma bi
condicional será VERDADEIRA se ambas as propo-
sições forem VERDADEIRAS ou se ambas as propo-
sições forem FALSAS.
iv) Falácia de negar o antecedente: Novamente um ii) Uma proposição composta formada por uma bi
erro de pensamento referente aos casos possíveis da condicional será FALSA se uma proposição for
condicional. Se você nega o antecedente (p) não é ga- VERDADEIRA e outra for FALSA e vice-versa.
rantia que o consequente (q) não irá ocorrer pois a partir
Assim:
do momento que temos ~p, o valor lógico de q pode ser
𝑹 = 𝒑 ↔ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton se e
qualquer um e a condicional se manterá VERDADEIRA:
somente se Pablo tomou suco de maçã.
A proposição R será VERDADEIRA se p e q forem VER-
DADEIROS ou p e q forem FALSOS e R será FALSO se p for
VERDADEIRO e q FALSO ou p FALSO e q VERDADEIRO.

tabelas verdade
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Exemplo: A tabela-verdade é um dispositivo prático muito usa-


do para a organizar os valores lógicos de proposições
compostas pois ela ilustra todos os possíveis valores ló-
gicos da estrutura composta, correspondentes a todas as
possíveis atribuições de valores lógicos às proposições
simples.
Para se construir uma tabela verdade, são necessárias
três informações iniciais: O número de proposições que
compõem a proposição composta, o número de linhas
que a tabela-verdade irá ter e a variação dos valores ló-
gicos.

62
A primeira informação é puramente visual, basta TABELA-VERDADE PARA 2 PROPOSIÇÕES SIM-
olhar a proposição composta e verificar quantas propo- PLES
sições simples a compõem, contando a quantidade de
letras distintas que existem nela, vejam os exemplos: Chegamos as seções onde a tabela-verdade fará mais
𝒑 ∧ 𝒒 : Temos as proposições simples p e q, ou seja, a sentido, pois ela é aplicada em proposições compostas.
proposição composta possui duas proposições; Iniciando com uma estrutura de duas proposições sim-
(𝒑 ∧ 𝒒) → (~𝒒 ↔ 𝒑) : Esta estrutura possui duas pro- ples, vamos primeiramente explicar a organização destas
posições simples também, p e q. Não se deve considerar proposições.
a repetição das proposições que no caso de p e q, repe- Como já sabemos que são duas proposições simples,
tiram duas vezes; que chamaremos de p e q, temos que a tabela-verdade
𝒓 ↔ (𝒑 ∨ 𝒒) : Neste caso, com a presença da propo- terá quatro linhas:
sição r, temos três proposições simples distintas, p,q e r.
A segunda informação, que é o número de linhas da p q
tabela verdade, deriva do número de proposições sim-
ples que a estrutura composta possui. Usando essa conta
simples:
𝐿 = 2𝑛

Onde L é o número de linhas da tabela-verdade e n


é o número de proposições simples que ela possui. Ou
seja, para duas proposições simples, temos 4 linhas na FIQUE ATENTO!
tabela-verdade, para 3 proposições simples, 8 linhas na Observe que além das linhas correspon-
tabela e para 4 proposições simples, a tabela possui 16 dentes da tabela-verdade, nós inserimos
linhas. Além disso, para o caso de uma proposição sim- uma linha inicial indicando qual a proposi-
ples, pode-se aplicar a fórmula também, e teremos duas ção que estamos atribuindo o valor lógico.
linhas na tabela-verdade. Isso é de suma importância para se domi-
Esses valores são derivados da organização da tabela, nar esse conteúdo.
para que tenhamos todos os casos possíveis avaliados.
Com essa informação, podemos organizar a tabela e isso
será apresentado caso a caso nas seções seguintes. Agora temos que combinar os dois valores lógicos
possíveis entre as proposições, formando as quatro li-
nhas. Para isso, recomenda-se que sigam os seguintes
TABELA-VERDADE DE PROPOSIÇÃO SIMPLES: NE-
passos:
GAÇÃO
i) Na coluna da primeira proposição, atribua o valor
de V para a primeira metade das linhas e F para a
Nós iremos seguir a ordem do capítulo anterior e segunda metade. Ou seja, as duas primeiras linhas
apresentar a montagem das tabelas-verdade para os são V e as duas últimas são F:
operadores lógicos descritos. Inicia-se pele negação, que
é uma proposição simples e terá apenas duas linhas na
tabela-verdade: p q
V
p ~p V
V F F
F V F

Observe que a tabela possui duas colunas. A primeira ii) Para a segunda coluna, repita o mesmo procedi-
contém os valores possíveis para a proposição simples, mento dentro de cada valor lógico atribuído para
que pela fundamentação da lógica, é o VERDADEIRO (V) a coluna anterior. Ou seja, como temos V nas duas
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

e o FALSO (F). primeiras linhas de p, vamos colocar V na primeira


Já a segunda coluna possui o operador lógico ne- linha e F na segunda. Da mesma forma, vamos fa-
zer o mesmo procedimento para as duas linhas de
gação. O operador foi aplicado em casa linha da tabela,
p que contém F:
gerando o resultado correspondente. Ou seja, se a pro-
posição p é V, sua negação será F e vice-versa.
É importante frisar que as operações da tabela-ver- p q
dade ocorrem de linha em linha, ou seja, se na primeira V V
linha temos que a proposição p é V, esse valor perma-
V F
necerá assim até que todas as operações daquela linha
correspondente tenham terminado. F V
F F

63
Pronto, a tabela-verdade para duas proposições foi p q
organizada e agora podemos passar para as proposições
compostas. V V V
V F F
Tabela Verdade da Conjunção (“e”)
F V F
Seguindo a ordem do capítulo anterior, temos o ope- F F F
rador lógico “e”, ou a conjunção. Para atribuir valores
lógicos a essa expressão, cria-se uma terceira coluna na Esta é a tabela-verdade para conjunção é deve ser
tabela-verdade e insere no título qual proposição lógica memorizada ou resolvida de forma rápida no caso de ta-
iremos tratar, desta maneira: belas maiores.

p q Tabela Verdade da Disjunção (“ou”)

V V Passando agora para o próximo conectivo, que é a


V F disjunção (“ou”). Esse operador possui a definição con-
trária a conjunção, onde ele só será FALSO no caso de as
F V
duas proposições simples serem FALSAS, caso contrário,
F F será sempre VERDADEIRO.
Montando a tabela:
No caso da conjunção, temos que ela é VERDADEIRA
apenas se as duas proposições compostas, p e q, forem p q
VERDADEIRAS, caso contrário, ela será FALSA. Usando
essa informação, vamos preencher a tabela: V V
Na primeira linha, temos que p é VERDADEIRO e q é V F
VERDADEIRO, logo, a conjunção nesse caso será VERDA-
DEIRA por definição: F V
F F
p q
A primeira, segunda e terceira linhas possuem ao me-
V V V nos 1 valor lógico VERDADEIRO, ou seja, condição sufi-
V F ciente para o operador lógico ser VERDADEIRO:
F V p q
F F V V V
V F V
A segunda linha possui p = V e q = F. Para a conjun-
ção é necessário que as duas proposições sejam V para F V V
ela ser V, logo, ela será FALSA: F F

p q Já a última linha, possui ambas proposições simples


com o valor lógico FALSO, o que faz a disjunção ser FAL-
V V V SA também:
V F F
F V p q
F F V V V
V F V
Seguindo o mesmo raciocínio, a terceira linha possui
F V V
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

p = F e q = V, o que faz a conjunção ser FALSA:


F F F
p q
Esta é a tabela da disjunção é também deve ser me-
V V V morizada.
V F F
3.4.3 Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”)
F V F
F F O próximo conector lógico é a condicional (“Se...en-
tão”) e montaremos a tabela-verdade do mesmo jeito
Finalmente, a quarta linha possui as duas proposições que os anteriores:
simples com valor lógico FALSO, o que faz a conjunção
ser FALSA também:

64
p q Observe que a proposição possui duas proposições
simples mas possui três operações lógicas. Para mon-
V V tar a tabela-verdade desta proposição, deveremos fazer
V F combinações dos resultados fundamentais vistos ante-
riormente.
F V
Iniciando, vamos montar a estrutura inicial, com as
F F colunas de p e q:

O princípio deste operador lógico está na relação en-


p q
tre o antecedente (p) e o consequente (q). Ele será FAL-
SO apenas se 𝑝 = 𝑉 e 𝑞 = 𝐹 , o que ocorre na segunda V V
linha. Nos outros casos, ele será VERDADEIRO. Em caso V F
de dúvidas deste operador, recomenda-se a releitura do
capítulo 2. F V
F F
p q
Agora, vamos analisar a expressão: temos dois pa-
V V V rênteses separados por uma bicondicional, portanto, te-
V F F remos que saber os valores lógicos de cada parêntese
F V V antes de resolver o “se e somente se”. Para isso, vamos
criar colunas específicas na tabela para cada informação
F F V e depois agrupá-las.
Começando com a conjunção no primeiro parêntese
Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”) e atribuindo os valores lógico de cada linha, cria-se uma
terceira coluna a partir da primeira e da segunda:
O último operador é o Bicondicional (“Se e somente
se”) e a tabela será montada da mesma forma:
p q

p q V V V

V V V F F

V F F V F

F V F F F

F F Agora, vamos resolver o segundo parêntese. Para


isso, precisaremos da negação de p para fazer uma dis-
Montaremos a tabela usando sua lógica simples: Ele junção com q. Logo, vamos criar primeiro uma coluna da
será VERDADEIRO se as duas proposições simples tive- negação e depois faremos a disjunção:
rem o mesmo valor lógico e FALSO se tiverem valores
diferentes:
p q ~p
p q V V V F
V V V V F F F
V F F F V F V
F V F F F F V
F F V
Observe que esta quarta coluna é a negação da pri-
meira, como deve ser, já que estamos negando a pro-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Com essas informações memorizadas é possível mon-


posição p. Criaremos agora uma quinta coluna, onde
tar QUALQUER tabela-verdade.
faremos a disjunção de ~p (quarta coluna) e q (segunda
coluna):
3.4.5 Montagem de tabelas usando mais de um ope-
rador lógico
p q ~p
Obviamente que as seções acima introduziram as ta- V V V F
belas-verdade fundamentais, que vão auxiliar na monta-
gem de tabelas mais complexas. Vamos apresentar um V F F F
exemplo onde isso será aplicado. Considere a seguinte F V F V
proposição composta:
F F F V
(𝒑 ∧ 𝒒) ↔ ~𝒑 ∨ 𝒒

65
Nós temos que utilizar os valores lógicos da quarta e ~p
p q
segunda colunas em cada linha correspondente da tabe-
la. É aqui que muitos candidatos se confundem e acabam V V V F V
usando colunas diferentes. Na primeira linha, temos que V F F F F
a quarta coluna tem valor F e a segunda coluna tem valor
V, assim a disjunção entre elas será V: F V F V V
F F F V V
p q ~p
Na primeira linha, temos a terceira coluna VERDADEI-
V V V F V
RA e a quinta também, que pela bicondicional, gera um
V F F F valor VERDADEIRO:
F V F V
F F F V p q ~p
V V V F V V
Na segunda linha, temos a quarta e a segunda coluna
V F F F F
com valores lógicos FALSO, o que faz a disjunção FALSA:
F V F V V
p q ~p F F F V V
V V V F V
Na segunda linha, temos ambas as colunas FALSAS,
V F F F F que pela bicondicional, gera um valor VERDADEIRO:
F V F V
F F F V p q ~p
V V V F V V
Na terceira linha, temos ambos VERDADEIROS, o que
V F F F F V
faz a disjunção VERDADEIRA:
F V F V V
p q ~p F F F V V
V V V F V
Na terceira e quarta linhas temos o mesmo caso, com
V F F F F a terceira coluna FALSA e a quinta VERDADEIRA, o que
F V F V V gera um valor FALSO na bicondicional:
F F F V
p q ~p
E na quarta linha, temos a quarta coluna VERDADEI- V V V F V V
RA e a segunda coluna FALSA, o que faz a disjunção ser
VERDADEIRA: V F F F F V
F V F V V F
p q ~p F F F V V F
V V V F V
Pronto, esses são os resultados possíveis da proposi-
V F F F F ção composta, variando os valores lógicos das proposi-
F V F V V ções simples p e q que a compõem.
F F F V V
TABELA VERDADE PARA 3 PROPOSIÇÕES SIMPLES
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Vamos agora aumentar a complexidade do problema


FIQUE ATENTO! inserindo uma terceira proposição, que chamaremos de
Fizemos uma disjunção entre a quarta e a r. Pela relação de número de linhas da tabela, teremos
segunda coluna, NESTA ORDEM. No caso então L=23=8 linhas. A tabela fica na seguinte forma:
da disjunção, se fizéssemos invertido, não
haveria problemas, mas nem sempre isso p q r
acontece. A recomendação é que se man-
tenha a ordem da operação lógica.

Finalmente, vamos criar a sexta coluna que será a bi-


condicional da terceira e quinta colunas:

66
A terceira coluna é mais simples, basta subdividir
cada bloco de duas linhas em uma linha cada, colocando
V e F intercalado, montando assim todas as combinações
possíveis:

p q r
Para organizar todas as combinações possíveis dos
valores lógicos, vamos usar o mesmo artifício visto na V V V
tabela com duas proposições simples. Primeiro, vamos V V F
dividir a primeira coluna em dois blocos de 4 linhas, onde
o primeiro bloco será VERDADEIRO e o segundo, FALSO: V F V
V F F
p q r F V V
V F V F
V F F V
V F F F
V
F Como exemplo, vamos montar a tabela-verdade da
seguinte proposição composta: ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 ↔ 𝑝 ∨ 𝑟 . Com
F a tabela acima, vamos organizar quais informações pre-
F cisamos para montar a expressão final. Observando o
F primeiro parênteses, precisaremos da negação de p, ou
seja, ~p. Criando uma quarta coluna e preenchendo em
Na segunda coluna, vamos subdividir cada bloco da função da primeira:
primeira coluna em dois novamente, colocando VERDA-
DEIRO na primeira parte e FALSO na segunda, desta ma-
neira: p q r ~p
V V V F
p q r V V F F
V V V F V F
V V V F F F
V F F V V V
V F F V F V
F F F V V
F F F F V
F
Agora precisaremos fazer a conjunção entre q e r no
F
primeiro parênteses para poder combinar com a nega-
Veja que o primeiro bloco da primeira coluna, que é ção de p. Montando a quinta coluna com , que é a com-
VERDADEIRO foi dividido em dois blocos de duas linhas binação entre a segunda e a terceira coluna, temos que:
cada, em um, colocamos duas linhas VERDADEIRO e nas
outras duas linhas, FALSO. Fazendo o mesmo para o blo- p q r ~p 𝒒∧𝒓
co seguinte:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

p q r V V V F V
V V V V F F F
V V V F V F F
V F V F F F F
V F F V V V V
F V F V F V F
F V F F V V F
F F F F F V F
F F

67
Interessante observar que ficamos apenas com duas linhas com o valor lógico VERDADEIRO e isso não é nenhum
problema, pois quando se realiza operações lógicas não teremos sempre a divisão de 50% VERDADEIRO e 50% FALSO.
Combinando a quarta e quinta colunas, podemos formar o primeiro parênteses, que é ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 :

p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓

V V V F V V
V V F F F V
V F V F F V
V F F F F V
F V V V V V
F V F V F F
F F V V F F
F F F V F F

Antes de montarmos a bicondicional entre os dois parênteses, precisamos montar a coluna relativa ao segundo
parênteses da expressão. Colocando a conjunção a partir da primeira e terceira colunas:

p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓

V V V F V V V
V V F F F V V
V F V F F V V
V F F F F V V
F V V V V V V
F V F V F F F
F F V V F F V
F F F V F F F

Finalmente, a oitava coluna é montada a partir da combinação entre a sexta e a sétima colunas:

p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 ↔ 𝒑∨𝒓

V V V F V V V V
V V F F F V V V
V F V F F V V V
V F F F F V V V
F V V V V V V V
F V F V F F F V
F F V V F F V F
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

F F F V F F F V

O resultado é interessante pois apenas a sétima linha da proposição completa possui valor lógico FALSO. Isso pode
ser facilmente uma questão de concurso, onde pergunta-se quais são os valores lógicos para que a proposição acima
seja FALSA. A resposta correta é p e q FALSOS e r VERDADEIRO.

TABELA VERDADE PARA 4 PROPOSIÇÕES SIMPLES

Os problemas envolvendo 4 proposições simples são mais trabalhosos pois envolvem 16 linhas de análise. Entre-
tanto, a resolução é a mesma dos problemas de duas ou três proposições simples. Considerando as proposições p, q,
r e s, a tabela fica da seguinte maneira:

68
p q r s V V
V V
V F
V F
V F
V F
F V
F V
F V
F V
F F
F F
F F
F F

A terceira coluna subdivide a segunda em blocos de


duas linhas, intercalando V e F:

p q r s
A primeira coluna é dividida em dois blocos de oito
V V V
linhas, atribuindo V ao primeiro bloco e F ao segundo.
V V V
p q r s V V F
V V V F
V V F V
V V F V
V V F F
V V F F
V F V V
V F V V
V F V F
F F V F
F F F V
F F F V
F F F F
F F F F
F
A quarta coluna basta intercalar V e F:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

F
F p q r s
V V V V
A segunda coluna subdivide a primeira novamente
em dois, formando blocos de quatro linhas, intercalando V V V F
os valores V e F: V V F V
V V F F
p q r s
V F V V
V V
V F V F
V V
V F F V

69
V F F F O resultado da proposição composta mostra que
todas as linhas geraram um valor lógico VERDADEIRO.
F V V V Assim, podemos classificar essa proposição composta
F V V F como Tautologia.
F V F V
F V F F FIQUE ATENTO!
F F V V O exemplo de tautologia foi com duas
proposições simples mas considere que a
F F V F classificação é válida também para três ou
F F F V mais proposições simples.
F F F F
Contradição
CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES SEGUNDO A A contradição é exatamente o contrário da tauto-
TABELA-VERDADE logia, onde todos os resultados lógicos da operação
da proposição composta devem ser FALSOS. Observe o
Após a montagem de qualquer proposição composta
exemplo:
na tabela-verdade, podemos classificar seu resultado de
Tabela verdade para 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞)..
três maneiras:
Antes de montarmos a proposição composta, preci-
saremos montar a negação de q, a bicondicional do pri-
Tautologia
meiro parênteses e a disjunção do segundo, assim:
A tautologia ocorre quando todas as linhas da coluna
correspondente a proposição composta seja VERDADEI- p q ~q 𝑝𝑝↔
↔~𝑞
~𝑞 ∧∧(𝑝
(𝑝∧∧𝑞).
𝑞).
RA. Ou seja, não importa os valores lógicos das proposi-
ções simples, a proposição composta terá sempre o valor V V F F V
lógico V. Observe o exemplo: V F V V F
Tabela-verdade para a proposição 𝑝 ∧ 𝑞 → 𝑝 ∨ 𝑞 .
São duas proposições simples, o que formará quatro F V F V F
linhas na tabela: F F V F F

p q Combinando a quarta e quinta colunas para montar a


disjunção entre os dois parênteses:
V V
V F p q ~q 𝑝𝑝 ↔
↔ ~𝑞
~𝑞 ∧∧ (𝑝
(𝑝 ∧∧ 𝑞).
𝑞). 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞).
F V
V V F F V F
F F
V F V V F F
Inserindo os dois parênteses na terceira e quarta co- F V F V F F
lunas:
F F V F F F

p q 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞 Como todas as linhas do resultado final são FALSAS,


temos uma contradição.
V V V V
V F F V Contingência
F V F V
A contingência é o caso mais simples de todos pois
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

F F F F são as tabelas-verdade que não são tautologia ou con-


Aplicando a condicional entre a terceira e quarta co- tradição, ou seja, possui os dois valores lógicos (V e F) no
lunas: resultado final.

p q PROPOSIÇÕES LÓGICAS
𝑝𝑝∧∧𝑞𝑞 →→ 𝑝𝑝∨∨𝑞𝑞 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞

V V V V V As proposições categóricas são formadas basicamen-


te por três palavras: Todo, Nenhum e o Algum. Desta úl-
V F F V V tima, deriva-se também o “Algum Não” para completar
F V F V V as quatro proposições fundamentais. Assim, vamos inter-
pretar e representar as seguintes expressões:
F F F F V

70
Todo A é B conjunto B. Ela não fala quantos elementos de A perten-
cem a B (podem ser todos inclusive), o que ela descarta
A primeira proposição categórica é bem conhecida e é o fato de nenhum elemento de A pertencer a B, e essa
facilmente interpretada. Ela afirma que todos os elemen- consideração será importante quando estudarmos a ne-
tos que pertencem ao grupo (ou na nossa linguagem, gação das proposições categóricas.
conjunto) A também pertencem ao conjunto B. Para este Além disso, são quatro diagramas possíveis para in-
caso, temos duas representações possíveis:
terpretar essa proposição:

O primeiro caso talvez seja o que a maioria das pes-


soas pensam quando se diz que “Todo A é B”, ou seja,
o conjunto A sendo subconjunto do conjunto B. Entre-
tanto, quando ambos os conjuntos são coincidentes, ou
sejam, são exatamente iguais, a proposição ainda é váli-
da, com todos os elementos do conjunto A pertencentes
também ao conjunto B.
Os dois primeiros casos remetem ao conjunto A ser
subconjunto de B ou vice-versa. Em ambos consegui-
FIQUE ATENTO!
mos afirmar que existe ao menos um elemento de A que
Observe que quando falamos que “Todo A é pertence a B. O terceiro caso é o mesmo de “Todo A é
B” não é necessariamente verdade que “Todo B” pois, como dissemos, essa proposição afirma que te-
B é A” pois o primeiro caso da figura acima mos no mínimo um elemento de A que está em B, en-
justifica que nem todos os elementos de B tão logicamente todos os elementos de A pertencerem
podem pertencer ao conjunto A.”. a B atendem a “Algum A é B”. E o último caso é aquele
onde temos termos exclusivos de A e B, mas uma região
Nenhum A é B de interseção onde há elementos pertencentes aos dois
conjuntos, satisfazendo a proposição.
A segunda proposição categórica é a mais simples de
se observar através do diagrama de conjuntos pois quan- Além disso, é possível inverter os conjuntos de posi-
do falamos que “Nenhum A é B”, conclui-se que nenhum ção e manter a lógica correta, ou seja, se falarmos que
elemento do conjunto A pertence ao conjunto B, ou seja, “Algum A é B”, pode-se afirmar que “Algum B é A”
são dois conjuntos distintos sem nenhuma intersecção:
Algum A não é B

Análogo a proposição anterior, a proposição “Algum


A não é B” estabelece que há ao menos um elemento
de A que não pertence ao conjunto B. Novamente não
se estipula quantos elementos de A não são de B (e po-
dem ser todos eles inclusive), mas sim que não temos
todos os elementos de A pertencendo a B, algum neces-
sariamente não será. São três diagramas para representar
essa proposição categórica:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Diferentemente da proposição “Todo A é B”, dizer que


“Nenhum A é B” é logicamente equivalente a dizer que
“Nenhum B é A”, ou seja, permite-se a inversão dos con-
juntos sem prejudicar o raciocínio.

Algum A é B

As próximas duas proposições também são categóri-


cas, mas não casos extremos como as anteriores em que
ou temos todos os elementos de A pertencente a B ou
não temos nenhum. A expressão “Algum A é B” estabe-
lece que ao menos um elemento pertence também ao

71
RELAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS

As proposições categóricas possuem relações entre si


para aplicarmos valores lógicos quando necessário. Para
ajudar na memorização, construiu-se um diagrama com
as definições apresentadas abaixo:

No primeiro caso, como temos elementos exclusivos As proposições que são contraditórias entre si, ou
de A e B, esses elementos exclusivos satisfazem a propo- seja, aquelas ligadas pela diagonal do problema serão
sição. No segundo caso, temos B como subconjunto de justamente as negações lógicas da proposição categóri-
A sem serem coincidentes, o que também deixam alguns ca considerada, ou seja:
elementos de A não pertencendo a B. Finalmente o ter- - A negação de “Todo A é B” é “Algum A não é B”
ceiro caso, onde A e B não possuem intersecção (coinci- - A negação de “Nenhum A é B” é “Algum A é B”
dente com “Nenhum A é B”), temos que os elementos de - A negação de “Algum A é B” é “Nenhum A é B”
A não pertencem a B, bastava apenas 1 mas nesse caso - A negação de “Algum A não é B” é “Todo A é B”
foram todos.
Ou seja, nas proposições categóricas, negar uma pro-
posição universal é transformá-la em uma proposição
CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS
particular de afirmação contrária e vice-versa. Isso refor-
ça o que foi dito no início do capítulo que a negação
As quatro proposições categóricas também possuem de “Todo A é B” não é “Nenhum A é B” e agora fica fácil
nomes formalizados que são de importante conhecimen- de entender pois para que “Todo A é B” seja falso, basta
to para se interpretar enunciados de concursos que utili- apenas um único elemento de A não pertencer a B, o
zarem essas definições. Vamos a elas caracteriza a proposição “Algum A não é B”.

Proposição Universal Afirmativa No caso das relações “subalternas”, quando temos o


valor lógico definido da proposição universal, podemos
A proposição universal afirmativa é equivalente a ex- expandi-lo para a sua correspondente proposição parti-
pressão “Todo A é B”, ou seja, todo o universo do conjun- cular, ou seja:
to A pertence a B. - O valor lógico da proposição particular afirmativa
será o mesmo que o da proposição universal afir-
mativa.
Proposição Universal Negativa
- O valor lógico da proposição particular negativa será
o mesmo que o da proposição universal negativa.
A proposição universal negativa é equivalente a ex-
pressão “Nenhum A é B”, ou seja, todo o universo do ANÁLISE COM MAIS DE UMA PROPOSIÇÃO CATE-
conjunto A não pertence a B. GÓRICA ENVOLVIDA
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Proposição Particular Afirmativa Os problemas envolvendo proposições categóricas


podem ser simples de se revolver como visto no exercí-
A proposição particular afirmativa é equivalente a ex- cio comentado acima, porém, existem casos mais elabo-
pressão “Algum A é B”, ou seja, algum caso de todo o rados, onde pode haver 3 ou mais conjuntos para serem
universo do conjunto A pertence a B. analisados. Observe esse exemplo extraído de uma ban-
ca que aborda muito o raciocínio lógico, a ESAF:
Proposição Particular Negativa Se é verdade que “Alguns A são R” e que “Nenhum G
é R”. então é necessariamente verdadeiro que:
a) Algum A não é G
A proposição particular negativa é equivalente a ex-
b) Algum A é G
pressão “Algum A não é B”, ou seja, algum caso de todo c) Nenhum A é G
o universo do conjunto A não pertence a B. d) Algum G é A
e) Nenhum G é A.

72
Observem neste caso que temos 3 conjuntos: A,R e
G e eles estão relacionados através de proposições cate-
góricas. Para resolver esse tipo de problema, temos que
utilizar dos diagramas de conjuntos para entende-lo. A
ordem de aplicação das proposições determina seu êxi-
to no exercício, onde recomenda-se começar pelas pro-
posições universais e depois partir para as particulares.
Iniciando então por “Nenhum G é R”, o diagrama fica da
seguinte forma:

- A e R possuem intersecção com elementos exclusi-


vos: Neste caso, pode-se haver intersecção ou não de A
em G:

Nesse caso, G e R não possuem intersecções. Feito


isso, deve-se analisar a proposição “Algum A é R”, que
possui 4 casos distintos. Além disso, não sabemos se A
intersecta ou não o conjunto G, portanto teremos que
considerar ambos os casos:

- A é subconjunto de R: Nesta primeira situação, A


não poderá intersectar G pois está dentro de R e nenhum
R é G:

Portanto são 6 casos para se analisar e verificar qual


alternativa atende todos simultaneamente:
a) Algum A não é G: Se observarmos os 6 casos, sem-
pre há ao menos um todos os elementos de A que
- R é subconjunto de A: Nesta primeira situação, po- não pertencem a G, ou seja, não há nenhum caso
demos ter A intersectando G ou não: onde todos os elementos de A estão dentro de G.
Logo esta alternativa aparenta ser a correta.
b) Algum A é G: No primeiro, terceiro, quarto e sexto
casos, nenhum elemento de A pertence a G, logo
esta alternativa não é a correta.
c) Nenhum A é G: No segundo e quinto casos, há ele-
mentos de A que estão em G, logo esta alternativa
não é a correta.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

d) Algum G é A: Os casos onde A e G não se cruzam


eliminam esta alternativa da mesma forma que na
- A e R são coincidentes: Neste caso, A não cruza G
pois nenhum R é G; alternativa b
e) Nenhum G é A: Da mesma forma que as alternativa
b e d, os casos onde A e G possuem intersecção
são suficientes para eliminar esta alternativa.

Logo, encontramos a alternativa correta. O que é im-


portante observar é que problemas envolvendo mais de
uma proposição categórica podem ser complicados e re-
quererem uma análise aprofundada de todos os casos.

73
EQUIVALÊNCIA LÓGICA Comutação

A equivalência lógica é a relação entre duas propo- A propriedade comutativa da equivalência lógica é
sições lógicas que serão ditas equivalentes, ou seja, ao análoga a propriedade de mesmo nome da matemática.
se montar a tabela-verdade de ambas, a distribuição dos Ela descreve que podemos mudar a ordem das propo-
valores lógicos será a mesma. sições simples sem afetar o resultado final. Existem três
O domínio desta teoria passará ao candidato a se- casos:
gurança de se manipular expressões lógicas, buscando
a equivalência correta nas alternativas da questão. Na 𝑝𝑝 ∧∧𝑝𝑞𝑞∧=𝑞 =𝑞∧𝑝
= 𝑞𝑞 ∧∧ 𝑝𝑝
maioria das vezes, os enunciados das questões de equi-
valência lógica, usando frases simples como: “A negação 𝑝𝑝 ∨∨𝑝𝑞𝑞∨=
𝑞=𝑞∨𝑝
= 𝑞𝑞 ∨∨ 𝑝𝑝
da expressão ... é:” ou também “A expressão logicamente 𝑝↔𝑞𝑞 =𝑞↔ 𝑝
equivalente a ... é:”. 𝑝𝑝 ↔↔ 𝑞𝑞 = = 𝑞↔ ↔ 𝑝𝑝
Para resolver esses exercícios, o candidato deverá re-
conhecer na expressão original que tipo de equivalência
Ou seja, para a disjunção, conjunção e bicondicional é
pode ser usada e é isso que iremos apresentar nas seções
a seguir. possível inverter a ordem das proposições simples, man-
tendo o resultado final da proposição composta. Usando
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS NOTÁVEIS novamente frases como exemplo, temos que se p = “An-
dei 5km” e q = “Tomei um suco”:
Iniciando pelas equivalências mais simples, apresenta- Andei 5km e tomei um suco = Tomei um suco e andei
remos os cinco primeiros casos de relações lógicas: 5 km
Andei 5km ou tomei um suco = Tomei um suco ou
Dupla Negação andei 5 km
Andei 5km se e somente se tomei um suco = Tomei
A dupla negação já foi introduzida quando se definiu um suco se e somente se andei 5 km
o operador lógico negação, ou o “não” e se apresentou
que “a negação da negação é a própria afirmação”. Em
FIQUE ATENTO!
outras palavras, a dupla negação anula dois operadores
“não” que estão juntos, como no exemplo a seguir: O leitor mais atento percebeu uma poten-
cial “pegadinha” nesta propriedade pois ela
~ ~𝑝 = 𝑝 não vale para o operador “Se...então” que
é a condicional. Muita atenção quando for
Ou seja, os dois operadores lógicos “~” são retirados, utilizar essa propriedade!
restando apenas a proposição simples.
Associação
Idempotência
A propriedade associativa também tem a mesma ca-
A idempotência trata de duas relações, uma com o racterística encontrada na matemática, onde você pode
operador “e” (conjunção) e outra com o operador “ou” inverter a ordem das operações lógicas. Isso só pode ser
(disjunção). A idéia básica é mostrar que quando se aplica feito caso tenhamos APENAS disjunção e conjunção nas
esses operadores na mesma proposição simples, o resul- operações, observe:
tado é a própria proposição. Vejam os casos:
𝑝 ∧𝑝 ∧𝑞 ∧𝑞𝑟∧ 𝑟= =𝑝 ∧𝑝 𝑞∧ 𝑞∧ 𝑟∧ 𝑟
𝑝∧𝑝=𝑝
𝑝 ∨𝑝 ∨𝑞 ∨𝑞 𝑟∨ 𝑟= =𝑝 ∨𝑝𝑞∨ 𝑞∨ 𝑟∨ 𝑟
𝑝∨𝑝=𝑝

Essa equivalência é fácil verificar na tabela-verdade: O que a propriedade nos mostrou é que podemos
fazer a operação entre p e q antes de realizar a operação
entre q e r.
p
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

𝑝∧𝑝=𝑝 𝑝∨𝑝=𝑝
Distribuição
V V V
F F F A propriedade distributiva também segue a analogia
Tanto na tabela-verdade da disjunção e da conjunção, da propriedade vista na matemática, sendo conhecida
quando ambas as proposições são VERDADEIRAS, o re- também como a propriedade “chuveirinho” onde a partir
sultado é VERDADEIRO e quando ambas são FALSAS, o de um operador lógico externo aos parênteses, faz-se a
resultado da proposição composta é FALSO. distribuição nos elementos internos, desta forma:
Usando frases nas proposições, essa propriedade nos
permite dizer que se p = “João é professor”, temos que: 𝑝 ∧𝑝 ∧𝑞 ∨𝑞𝑟∨ 𝑟= =𝑝 ∧𝑝𝑞∧ 𝑞∨ (𝑝
∨ (𝑝 ∧ 𝑟)
∧ 𝑟)
João é professor e João é professor = João é professor 𝑝 ∨𝑝 ∨𝑞 ∧𝑞𝑟∧ 𝑟= =𝑝 ∨𝑝𝑞∨ 𝑞∧ (𝑝
∧ (𝑝 ∨ 𝑟)
∨ 𝑟)
João é professor ou João é professor = João é pro-
fessor

74
Observe novamente que essa propriedade também é A regra nos diz que ao negar uma disjunção, pode-
válida APENAS para os operadores disjunção (“e”) e con- mos negar individualmente cada proposição simples
junção (“ou”), sendo incorreto aplicar na condicional e na trocando o operador “ou” por um operador “e”. A prova
bicondicional. Usando frases como exemplo, considere desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:
que: p = “Almir é biólogo”, q = “Joseval é escritor” e r
= “Arlequina é bandida”, assim: p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝 ~p
A propriedade 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟 = 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟) nos ~ 𝒑∨∼
∧𝒒𝑞 ∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞
permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, e Jo-
𝑝 ∨ 𝑞é∧bandida”
𝑟 = 𝑝 ∨é𝑞 equivalente
∧ (𝑝 ∨ 𝑟) à V V V F F F F
seval é médico ou Arlequina
proposição: “Almir é𝑝biólogo
∧ 𝑞 ∨ 𝑟e Joseval
= 𝑝 ∧ 𝑞é escritor,
∨ (𝑝 ∧ 𝑟)ou Almir V F V F F V F
é biólogo e Arlequina é bandida” F V V F V F F
Já a propriedade 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ 𝑟 = 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ (𝑝 ∨ 𝑟) nos
permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, ou Jo- F F F V V V V
seval é médico e Arlequina é bandida” é equivalente à
proposição: “Almir é biólogo ou Joseval é escritor, e Almir Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o
é biólogo ou Arlequina é bandida” mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a
equivalência.
NEGAÇÃO DOS OPERADORES LÓGICOS Usando frases como exemplo, se considerarmos p =
“Andei de bicicleta” e q = “joguei futebol”, a negação
Este tópico provavelmente é o mais importante deste correta de “Eu andei de bicicleta ou joguei futebol” será
capítulo pois apresentará as negações das proposições “Eu não andei de bicicleta e não joguei futebol”.
lógicas mais utilizadas: “Disjunção”, “Conjunção”, “Condi-
cional” e “Bicondicional”
5.4.3 Negação da Condicional
Negação da conjunção – Regra de De Morgan
A negação da condicional é uma expressão que vem
derivada de outras duas equivalências lógicas: Regra de
As negações da conjunção e da disjunção são conhe-
De Morgan e Implicação material (apresentada nos tópi-
cidas como Regras de De Morgan e são fáceis de memo-
cos seguintes). Como a idéia não é apresentar deduções,
rizar pela sua estrutura simples:
vamos mostrar a equivalência e prova-la através da ta-
∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞 bela-verdade:
∼ 𝑝 → 𝑞 = 𝑝 ∧∼ 𝑞

A regra nos diz que ao negar uma conjunção, po- Montando a tabela-verdade:
demos negar individualmente cada proposição simples
trocando o operador “e” por um operador “ou”. A prova
desta relação se dá na tabela-verdade a seguir: p q 𝒑→𝒒 ~ 𝒑→𝒒 ~q 𝒑 ∧∼ 𝒒

p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 =~~𝑝𝒑∨∼ ~p V V V F F F
∧ 𝒒𝑞 ∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞
V F F V V V
V V V F F F F F V V F F F
V F F V F V V F F V F V F
F V F V V F V
Comparando a quarta e sexta colunas, podemos ob-
F F F V V V V servar que todas as linhas possuem os mesmos valores
lógicos, comprovando a equivalência desta negação.
Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o Usando frases como exemplo, se considerarmos p =
mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a “Fiz muitos gols” e q = “Sou o artilheiro”, a negação
equivalência.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

correta de “Se fiz muitos gols então sou o artilheiro” será


Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Fiz muitos gols e não sou o artilheiro”.
“Eu sei nadar” e q = “Eu sei correr”, a negação correta
de “Eu sei nadar e sei correr” será “Eu não sei nadar ou 5.4.4 Negação da Bicondicional
não sei correr”
Certamente a negação da bicondicional é a expres-
5.4.2 Negação da disjunção – Regra de De Morgan são mais difícil dentre as apresentadas na equivalência
lógica. Ela não é simples de deduzir e usaremos a mesma
A negação da disjunção também é conhecida como abordagem da negação da condicional, que é apresentar
Regra de De Morgan: a expressão e provar com a tabela-verdade:
∼ 𝑝 ∨ 𝑞 = ~𝑝 ∧∼ 𝑞 ∼ 𝑝 ↔ 𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)

75
Montando a tabela-verdade:

p q∼ 𝑝 ↔ 𝑞 =∼(𝑝𝑝∧∼
↔ 𝑞) ~p
𝑞 ∼∨=(𝑞
𝑝
(𝑝↔ 𝑞~q𝑞)
∧∧∼
~𝑝) =∨(𝑝(𝑞∧∼
∧ ~𝑝)
𝑞) ∨∼(𝑞𝑝∧↔
~𝑝)
𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)
V V V F F F F F F
V F F V F V V F V
F V F V V F F V V
F F V F V V F F F

Observando a quarta e nona colunas, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a equiva-
lência lógica.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Passei de ano” e q = “Tirei 10 na prova”, a negação correta
de “Passei de ano se e somente se tirei 10 na prova” será “Passei de ano e não tirei 10 na prova ou tirei 10 na prova e
não passei de ano”.

Equivalências lógicas da condicional e bicondicional

Além das negações dos operadores lógicos condicional e bicondicional, existem outras equivalências lógicas impor-
tantes que estatisticamente são cobradas com certa frequência nos concursos públicos e serão apresentadas a seguir:

Implicação Material

A implicação material é uma equivalência lógica aplicada ao operador condicional que transforma esse operador
em uma disjunção (“ou”):
𝑝 → 𝑞 = ~𝑝 ∨ 𝑞

Montando a tabela-verdade:

p q ~p
𝑝 → 𝑞 𝑝 =→~𝑝
𝑞 ∨=𝑞~𝑝 ∨ 𝑞

V V V F V
V F F F F
F V V V V
F F V V V

A terceira e quinta colunas possuem os mesmos valores lógicos em todas as linhas, podendo afirmar que são, por-
tanto, proposições equivalentes.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Andei distraído” e q = “Tropecei na calçada”, uma expres-
são equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Não andei distraído ou tropecei na calçada”

5.5.2 Transposição

A transposição, como o próprio nome diz, é aplicada ao operador condicional, trocando de posição as proposições
simples, algo que não é permitido diretamente pela propriedade comutativa apresentada anteriormente. A equivalên-
cia é a seguinte:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

Ou seja, nega-se e inverte-se as proposições simples para formar a equivalência. Comprovando pela tabela-verdade:

p q ~p →𝑝 ~𝑝
𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 →~q𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

76
Assim, como a terceira e sexta colunas são idênticas, temos a equivalência lógica comprovada.
Usando as frases da implicação material como exemplo novamente, se considerarmos p = “Andei distraído” e q
= “Tropecei na calçada”, uma expressão equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Se não
tropecei na calçada, então não andei distraído”

FIQUE ATENTO!
Sempre que no enunciado de um exercício de equivalência tivermos o operador condicional, desconfie se
não será aplicada as regras de implicação material ou transposição, normalmente elas que serão utilizadas
para resolver a questão!

Equivalência Material

A equivalência material é a última relação que veremos neste capítulo e envolve o operador bicondicional que sem-
pre irá proporcionar expressões maiores para memorização. Além disso, são dois casos para se analisar: O primeiro,
transforma-se a bicondicional em duas operações condicionais:

𝒑↔𝒒 = 𝒑→𝒒 ∧ 𝒒→𝒑

Intuitivamente essa expressão não é difícil pois o próprio nome “bicondicional” já se refere a “duas condicionais”.
O importante é lembrar que as duas condicionais são ligadas por um operador “e” e não por um operador “ou”. A
tabela-verdade fica:

p q 𝒑𝒑 ↔
↔ 𝒒𝒒 =
= 𝒑𝒑 →
→ 𝒒𝒒 ∧∧ 𝒒𝒒
𝒑→→
↔𝒑𝒑𝒒 = 𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒒 → 𝒑
V V V V V V
V F F F V F
F V F V F F
F F V V V V

Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma expressão
equivalente para “A bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “Se a bolsa é azul então o estojo é vermelho
e se o estojo é vermelho então a bolsa é azul”.
O outro caso de equivalência material é a conversão da bicondicional em operadores “ou” e “e”:
𝒑 ↔ 𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒

Essa expressão não é tão intuitiva como o primeiro caso mas dá para se criar um raciocínio imaginando que a bi-
condicional foi separada em duas conjunções das afirmações e negações ligadas por uma disjunção. A tabela-verdade
fica desta maneira:
p q 𝒑 ↔ 𝒒 = ~p
𝒑𝒑→↔𝒒~q
𝒒∧ =𝒒 𝒑
→∧𝒑𝒒 ∨ ~𝒑
𝒑↔∧ ~𝒒
𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒

V V V F F V F V
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

V F F F V F F F
F V F V F F F F
F F V V V F V V

Com a terceira e oitava coluna idênticas, temos a equivalência comprovada. Usando as mesmas frases como exem-
plo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma outra expressão equivalente para “A
bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “A bolsa é azul e o estojo é vermelho ou a bolsa não é azul e
o estojo não é vermelho”.

77
LÓGICA DA ARGUMENTAÇÃO

Tanto o argumento, quanto a proposição, formam as


bases para o estudo da lógica. Todavia, a proposição ain-
da continua sendo o elemento fundamental, pois a partir
dela que são construídos os argumentos. Mas afinal de
contas, o que é um Argumento? Essa definição é impor- Se considerarmos as proposições:
tante para o seguimento do capítulo e será apresentada
a seguir.
Um argumento é feito de uma composição de duas
ou mais proposições. Diferentemente de uma proposi-
ção composta, o argumento apresenta as proposições
de maneira separada, classificando-as em dois tipos:
Premissas e Conclusão. As premissas são as bases e as Ou seja, toda a argumentação é montada sob propo-
informações que irão nortear a Conclusão (que é única, sições compostas ligadas pelos conectivos lógicos. Nos
apenas 1 proposição pode ser a conclusão). Assim, a es- concursos públicos, isso pode aparecer diretamente, ou
trutura básica de um argumento é: Premissas Conclusão. em forma de frases onde o leitor deverá convertê-la para
Normalmente, os argumentos são apresentados na expressões lógicas. Para verificar se o argumento é válido
forma vertical, separando as premissas e a conclusão por ou não, usaremos as técnicas apresentadas a seguir.
um traço, desta maneira:
ANÁLISE DA VALIDADE DOS ARGUMENTOS

Normalmente quando os argumentos são analisados,


a primeira estratégia pensada é o uso dos diagramas de
conjuntos, ou conhecidos também como diagramas de
Euler. Essa estratégia será a primeira a ser apresentada
As três premissas informam que há uma caracterís- nesta seção, porém, é importante que fique claro que
tica genética de olhos azuis na família, onde seu pai e ela funciona em alguns casos específicos e que em casos
você possuem olhos azuis. Dadas essas informações, onde o argumento foi construído sob conectivos lógicos
concluiu-se que seu filho terá a mesma característica, ou (exemplo anterior), sua praticidade não é encontrada.
seja, olho azul. Logo, serão apresentadas 4 estratégias definitivas para
Como este argumento é mais genérico, vamos a um se resolver qualquer problema de argumentação.
mais direto que vocês irão lidar em seus concursos:
FIQUE ATENTO!
Vocês encontrarão exercícios onde mais
de uma técnica pode ser usada para sua
resolução. Esta apostila será uma referên-
cia para sugestão de qual técnica utilizar.
A argumentação apresenta que o grupo denominado Caso consiga resolver por outra técnica, é
“brasileiros” pertence em sua integralidade ao conjunto um ponto a mais no seu aprendizado.
“devedores”. Assim, se eu pertenço ao grupo dos “brasi-
leiros”, naturalmente estarei no grupo “devedores”.
Um ponto importante a se ressaltar neste exemplo Diagramas de Conjuntos (Euler)
é a estrutura particular dele. Quanto tivermos um argu-
mento composto por 2 (duas) premissas e a conclusão, A análise de argumentos usando os diagramas de
ele será considerado um caso particular e terá o nome conjuntos só é efetivamente vantajosa se os argumentos
de silogismo. forem montados com proposições categóricas (capítulo
Ambos os argumentos foram conclusões verdadei- 5). Ou seja, as premissas devem conter as expressões que
ras das premissas que consideramos. Neste caso, iremos designam este tipo, como todo, nenhum, algum e al-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

classifica-los como argumentos válidos, ou seja, as pre- gum não. Algumas variações podem existir, como pelo
missas levam a esta conclusão. menos um e cada um, mas sempre serão remetidas as
A oposição disso é justamente uma ou mais premis- proposições que aprendemos no capítulo anterior.
sas falharem na conclusão, e isso tornará o argumento Este método prevê que desenharemos as premissas
inválido, pois não atende integralmente todas as premis- dentro de cada conjunto correspondente, procurando as
sas. interseções entre eles. Após a construção do diagrama,
Outro caso de argumentos que podem ser cobrados verifica-se a validade do argumento.
são aqueles que envolvem conectivos lógicos, como por Exemplo:
exemplo, neste exercício que caiu em um concurso:

78
O ponto chave da lógica da argumentação é verificar
se a conclusão é uma consequência lógica das premissas.
Isso será feito neste caso usando os conjuntos. A primei-
ra proposição diz que todas as mulheres são morenas,
assim o conjunto “mulheres” está dentro ou é coinciden-
te ao conjunto “morenas”:

ou

A segunda proposição diz que nenhuma morena can-


A segunda premissa nos mostra que Roberto não é
ta, ou seja, não há intersecção entre esses conjuntos:
um convidado. Neste caso, veja que temos três possi-
bilidades, duas no primeiro caso da premissa e um no
segundo caso. A posição de Roberto está indicada com
um “X”:

Assim, a conclusão torna-se válida pois o conjunto


mulheres também não possui intersecção com o conjun-
tos “cantoras”, tornando assim o argumento válido. É im-
portante frisar que sabemos que parte das mulheres não ou
são morenas mas isso não pode interferir na validade do
argumento. A única coisa que devemos ver sob o ponto
de vista lógico é que se as premissas forem verdadeiras,
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

temos que ter a conclusão verdadeira.


Vamos agora com um exemplo de argumento inváli-
do. Observem:

ou
Repetindo a estratégia do exemplo anterior, temos
que a primeira premissa nos mostra que o conjunto
“convidados” está dentro ou é coincidente ao conjunto
“parentes”:

79
Com os três valores lógicos, podemos avaliar a con-
clusão, onde se P=F, temos ~P=V, tornando a conclusão
verdadeira e o argumento válido.
Se após essas associações tivéssemos encontrado
~P=F, teríamos uma contradição, o que tornaria o argu-
mento inválido.

Tabela verdade

O método de resolução do argumento por tabela ver-


dade é utilizado quando não se consegue resolver pe-
los dois métodos anteriores, ou seja, quando não temos
A conclusão nos fala que Roberto não é parente, o proposições categóricas ou quando não temos premis-
que é verdade na segunda e na terceira possibilidade. Na sas sob a forma de proposições simples ou uma delas
primeira, ambas as premissas são atendidas mas a con-
sendo uma conjunção. Entretanto, mesmo para o caso
clusão é falsa, já que Roberto está dentro do conjunto
parentes. onde o método de premissas verdadeiras é aplicável, a
Quando uma ou mais das possibilidades falha, não tabela verdade pode ser utilizada, tornando um método
temos garantia integral do argumento, tornando-o invá- mais genérico.
lido. A resolução se baseia na construção da tabela verda-
de e temos que olhar as linhas correspondentes a todas
Premissas verdadeiras as premissas possuírem o valor VERDADEIRO. Se nessa
linha, a conclusão também for VERDADEIRA, temos um
A segunda estratégia já envolve premissas que não argumento válido, caso contrário, ele será inválido.
tenham as proposições categóricas. Ela é eficiente quan-
do ao menos uma das proposições é simples, ou seja,
não há nenhum conectivo lógico com ela ou se temos #FicaDica
uma das premissas com uma conjunção, pois assim con-
seguimos valorar logicamente as proposições simples Lembre-se que a quantidade de linhas
que a compõe. da tabela-verdade é calculada em função
Para avaliar a validade do argumento, basta adotar da quantidade de proposições simples
que todas as premissas são verdadeiras e a partir da pro- que formam as premissas. Quanto maior
posição simples, verificar se a conclusão mantém-se ver- o problema, mais trabalhoso será a sua
dadeira. resolução!
Se o resultado da conclusão for verdadeiro, o argu-
mento é válido, caso contrário, se a conclusão for falsa
ou se você não conseguir definir seu valor lógico, ele será
inválido.
Vamos a um exemplo: Vamos analisar um exemplo passo a passo:
Analise o argumento a seguir e verifique se ele é vá-
lido
Se Pablo é ator e Irene é médica, então João é carpin-
teiro.
João não é carpinteiro ou Irene é médica.
Logo, Pablo não é ator ou Irene é médica.
Esse argumento está montado apenas com os valores
lógicos e temos uma proposição simples no terceiro ar- Passando para a linguagem lógica, temos que:
gumento. Assim, vamos adotar a estratégia de premissas
verdadeiras, ou seja:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Observe que este argumento possui duas premissas


e uma conclusão, porém é formado por três proposições
simples. Assim, a tabela-verdade terá 8 linhas e não 4.
Na terceira proposição, temos que R é verdadeiro e
Construindo a base da tabela:
a partir disso, para a segunda premissa ser verdadeira,
temos que ter ~Q=V, ou seja Q=F.
Esse resultado implica na primeira premissa, pois se
Q=F, para a condicional ser verdadeira, precisaremos ter
que P seja falso, ou seja, P=F .

80
p q r
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

As próximas duas colunas serão correspondentes à primeira premissa:

p q r

V V V V V
V V F V F
V F V F V
V F F F V
F V V F V
F V F F V
F F V F V
F F F F V

As duas colunas seguintes são correspondentes à segunda premissa:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒~𝒓 ∨ 𝒒

V V V V V F V
V V F V F V V
V F V F V F F
V F F F V V V
F V V F V F V
F V F F V V V
F F V F V F F
F F F F V V V

Agora, as próximas três colunas se referem a conclusão:

p q r
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

~𝒓 ∨ 𝒒
~𝒓 ∨ 𝒒 ~𝒑
~𝒑∨∨~𝒒
~𝒒 ~𝒑 ∨ ~𝒒

V V V V V F V F F F
V V F V F V V F F F
V F V F V F F F V V
V F F F V V V F V V
F V V F V F V V F V
F V F F V V V V F V
F F V F V F F V V V
F F F F V V V V V V

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Com a tabela construída, temos que identificar as linhas que possuem ambas as premissas verdadeiras, ou seja, te-
mos que analisar a quinta e sétima colunas, procurando as linhas em que ambas são V. Se observarmos, encontraremos
a primeira, quarta, quinta, sexta e oitava linhas nesta configuração:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒~𝒓 ∨ 𝒒 ~𝒑
~𝒑∨∨~𝒒
~𝒒 ~𝒑 ∨ ~𝒒

V V V V V F V F F F
V V F V F V V F F F
V F V F V F F F V V
V F F F V V V F V V
F V V F V F V V F V
F V F F V V V V F V
F F V F V F F V V V
F F F F V V V V V V

Observando essas cinco linhas, temos que a conclusão (última coluna) é VERDADEIRA em quatro delas, excetuan-
do-se apenas a primeira linha, onde a conclusão, assim, como nem todos os casos foram atendidos, o argumento é
inválido. Vale lembrar que basta 1 caso FALSO para o argumento não ser válido.

Conclusão Falsa

Para os casos onde temos um número de proposições simples maior (acima de 3), uma alternativa ao invés de se
aplicar uma tabela verdade que terá muitas linhas será o método da conclusão Falsa, ou seja, considera-se o valor ló-
gico FALSO na conclusão além de considerar as premissas VERDADEIRAS. Se este caso existir, teremos um argumento
inválido, caso contrário, ele será válido. Este método funciona bem quando a conclusão é uma condicional ou uma
conjunção, pois conseguiremos atribuir valores lógicos a todas as proposições simples que a compõe.
Observe o exemplo a seguir, extraído do livro Raciocínio Lógico Simplificado, de Sérgio Carvalho e Weber Campos,
um dos livros que usamos como referência para montar esta apostila:

Temos 4 proposições simples formando o argumento, o que faria a tabela-verdade ter 16 linhas. Se tentarmos pelo
método de premissas verdadeiras, teríamos muitos casos a analisar, uma vez que as mesmas são condicionais. Para
facilitar, vamos então adotar também a conclusão FALSA, o que para a condicional, tem-se apenas um caso, que é a
proposição da esquerda VERDADEIRA e da direita FALSA, assim temos que 𝑨 = 𝑽 e ~𝑫 = 𝑭 ⟹ 𝑫 = 𝑽.
Com esses valores lógicos definidos, podemos ir para a segunda premissa, onde sabemos o valor de . Para essa
premissa ser verdadeira, teremos que ter . Na primeira premissa, a condicional será verdadeira, dado que se . Como
, temos que ter para atender a primeira premissa. Finalmente, como , temos que ter , mas isso contradiz a primeira
premissa que determinou que .
Como houve falha em provar que a conclusão é FALSA com as premissas VERDADEIRAS, temos que a conclusão é
VERDADEIRA o que faz o argumento VÁLIDO!
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (SEFAZ-SP – AGENTE FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS – FCC – 2006) Das cinco frases abaixo, quatro delas têm
uma mesma característica lógica em comum, enquanto uma delas não tem essa característica. 

I. Que belo dia! 


II. Um excelente livro de raciocínio lógico. 
III. O jogo terminou empatado? 
IV. Existe vida em outros planetas do universo. 
V. Escreva uma poesia. 

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A frase que não possui essa característica comum é a 4. (EMATER-MG – ASSESSOR JURÍDICO – GESTÃO
CONCURSO – 2018) Considere as proposições compos-
a) I tas abaixo, identificadas como P e Q.
b) II
c) III P: Se faz frio, então bebo muita água.
d) IV Q: Se estudo e trabalho no mesmo dia, fico muito can-
e) V sado.

Resposta: Letra D. Podemos interpretar do exercício Sabendo-se que as duas proposições citadas no enuncia-
que o mesmo quer a identificação da proposição. As do são falsas, é verdade afirmar que
alternativas A,B,C e E são respectivamente sentenças a) Fico muito cansado ou bebo muita água
exclamativas, sem verbo, interrogativa e imperativa, o b) Não estudo e trabalho no mesmo dia e faz frio
que não as caracterizam como proposições. Já a al- c) Não fico muito cansado e não bebo muita água
ternativa D é uma sentença que pode ser classificada d) Se faz frio, então não estudo e trabalho no mesmo dia
como verdadeira ou falsa, caracterizando uma propo-
sição. Resposta: Letra C. O enunciado nos diz que as duas
condicionais são falsas, ou seja, podemos afirmar que
“Faz frio” e “Estudo e trabalho no mesmo dia” são
2. (NOVA CONCURSOS – 2018) Assinale a alternativa VERDADEIRAS e “Bebo muita água” e “Fico muito can-
que representa um não cumprimento das 3 leis de pen- sado” são FALSAS, pois é a única combinação possível
samento da lógica  para as condicionais serem FALSAS. Logo, a letra A é
FALSA pois ambas são FALSAS e a disjunção será FAL-
a) Se Abelardo é mais alto que Hormindo, pelo princípio SA, a letra B é FALSA pois ‘Não estudo e trabalho” é
da identidade posso dizer que Hormindo é mais baixo FALSO o que faz a conjunção ser FALSA. A letra C é
que Abelardo.
VERDADEIRA pois as duas negações geram proposi-
b) A proposição “Choveu está manhã na cidade” pode
ções VERDADEIRAS que combinada em uma conjun-
ser considerada “meia verdade” se apenas uma leve
ção, formam uma proposição VERDADEIRA. E por fim
garoa atingir a cidade.
a letra D é FALSA pois “Faz frio” é VERDADEIRO e “Não
c) O réu no processo afirmou que não estava dirigindo
estudo e trabalho no mesmo dia” é FALSO e combina-
embriagado, porém o mesmo foi encontrado sentado
dos em uma condicional, gera uma proposição FALSA.
no banco do motorista durante a abordagem policial,
caracterizando uma contradição.
d) Eu sou milionário pois tenho patrimônio acima de 1 5. (COLÉGIO PEDRO II – ANALISTA DA TECNOLOGIA
milhão de reais. Josevaldo possui menos que 1 milhão DA INFORMAÇÃO - 2018) Considere as seguintes pro-
e não pode ser considerado um milionário. posições P e Q, sendo que P é falsa e Q é verdadeira; 
e) Não estava presente para afirmar que foi o gato que
derrubou o vaso. P: Se o monitor está funcionando, então a placa de vídeo
não está com defeito.    
Resposta: Letra B. Não existe “meia verdade” dentro Q: A placa de vídeo está com defeito se, e somente se, a
da lógica. As proposições receberão apenas dois valo- memória não apresenta defeito. 
res lógicos: Verdadeiro ou Falso.
Logo, é verdadeira a proposição:

3. (PREFEITURA DE SARZEDO, MG – TÉCNICO ADMI- a) Se o monitor não está funcionando, então a memória
NISTRATIVO – IBGP, 2018) “Cecília comprará ou o vesti- não apresenta defeito.
do azul ou o vestido preto.”  b) Ou o monitor está funcionando ou a memória não
Com base na estrutura lógica, assinale a alternativa COR- apresenta defeito.
RETA. c) O monitor não está funcionando ou a memória apre-
senta defeito.
a) 𝑝∨𝑞 d) O monitor está funcionando e a memória apresenta
b) defeito.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

𝑝∧𝑞
c) 𝑝∨𝑞
d) 𝑝→𝑞 Resposta: Letra A e B (Anulada). Como P é uma
condicional FALSA, temos que “O monitor está fun-
Resposta: Letra C. Provavelmente muitos devem ter cionando” é VERDADEIRO e “A placa de vídeo não
pensado que este era um caso de “ou exclusivo”, mas está com defeito” é FALSO. No caso de Q temos duas
observe que o verbo em questão é “comprar” e não possibilidades: “A placa de vídeo está com defeito” e
“vestir”. Cecília pode muito bem comprar os dois ves- “A memória não apresenta defeito” são ambas VER-
tidos, não há nada lógico que impeça isso, porém se a DADEIRAS ou ambas FALSAS. Entretanto, como vimos
proposição fosse “Cecília vestirá ou o vestido azul ou em P que “A placa de vídeo está com defeito” é VER-
o vestido preto”, aí teríamos o caso de “ou exclusivo” DADEIRO, só teremos um caso, onde “A memória não
pois ela não poderia vestir os dois vestidos ao mesmo apresenta defeito” também é VERDADEIRO. A alter-
tempo. nativa A é VERDADEIRA pois temos uma condicional

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e a proposição “O monitor não está funcionando” é FALSA, o que faz a condicional ser VERDADEIRA. A alternativa
B é VERDADEIRA também pois “O monitor está funcionando” é VERDADEIRO e isso já basta para uma disjunção ser
VERDADEIRA, além disso, “A memória não apresenta defeito” também é VERDADEIRA. A alternativa C é FALSA pois
“O monitor não está funcionando” é FALSO e “A memória apresenta defeito” também é FALSA, sendo o único caso
da disjunção ser FALSA. Por fim, a alternativa D também é falsa pois “A memória apresenta defeito” é FALSA e isso
na conjunção já caracteriza uma proposição composta FALSA.

6. (EMATER, MG – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – GESTÃO CONCURSO, 2018) Para Alencar (2002, p.14), “na ta-
bela verdade figuram todos os possíveis valores lógicos da proposição composta, correspondentes a todas as possíveis
atribuições de valores lógicos às proposições simples correspondentes.” Considerando duas proposições identificadas
como p e q, deseja-se construir a tabela verdade da proposição composta , conforme descrito na tabela a seguir.

Os valores lógicos da proposição composta , descritos de cima para baixo na última coluna da tabela, serão, respecti-
vamente,

a) (F);(F);(F);(F)
b) (F);(V);(F);(F)
c) (V);(V);(V);(V)
d) (V);(F);(V);(V)

Resposta: Letra D. O exercício já auxiliou deixando a tabela com todas as colunas organizado. A “pegadinha” é se
você esquecer de fazer a negação final, que faria você marcar a alternativa B e não a D.
p q ~q
V V F F V
V F V V F
F V F F V
F F V F V

7. (EMATER, MG – ASSESSOR JURÍDICO – GESTÃO CONCURSO, 2018) Considere que temos três proposições, iden-
tificadas como p, q e r. Objetiva-se construir uma tabela-verdade para avaliar os valores lógicos que a proposição
composta 𝑝 𝑣 ~ 𝑟 → 𝑞 ᴧ ~ 𝑟 .A esse respeito, avalie as afirmações a seguir.

I. A tabela-verdade, nesse caso, terá seis linhas.


II. A tabela-verdade, nesse caso, terá oito linhas.
III. Haverá apenas três linhas da tabela-verdade na coluna correspondente à proposição composta p v ~ r → q ᴧ ~ r, que
assumirá o valor verdadeiro.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Está correto apenas o que se afirma em 

a) II
b) III
c) I e III
d) II e III

Resposta: Letra A. Antes de montarmos a tabela-verdade, já podemos verificar que a afirmação I está errada e a
II está certa pois está relacionado com o número de linhas da tabela, que é uma função apenas da quantidade de
proposições simples, neste caso 3. Montando a tabela verdade e respeitando a ordem de resolução dos operadores
lógicos, pois não temos parênteses (negação primeiro, depois as conjunções e disjunções e por fim a condicional),
você verificará que a linhas 2,5,6 e 7 são VERDADEIRAS, tornando a afirmação III incorreta pois ela afirma que são 3
linhas que são VERDADEIRAS.

84
8. (CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA – AGENTE ADMINISTRATIVO – IBFC, 2017) De acordo com o raciocí-
nio lógico proposicional a proposição composta [𝑝 ∨ (~𝑞 ↔ 𝑟)] → ~𝑝 é uma: 

a) Contingência
b) Tautologia
c) Contradição
d) Equivalência

Resposta: Letra A. Construindo a tabela verdade:

p q r ~p ~q[𝑝 ∨ (~𝑞 ↔ 𝑟)] →𝒑 ∨~𝑝


(~𝒒 ↔ 𝒓) 𝒑 ∨ ~𝒒 ↔ 𝒓 → ~𝒑

V V V F F F V F
V V F F F V V F
V F V F V V V F
V F F F V F V F
F V V V F F F V
F V F V F V V V
F F V V V V V V
F F F V V F F V

9. (PC-ES – PERITO CRIMINAL – FUNCAB, 2013). A negação de “Todos os padeiros dessa cidade são talentosos” é:

a) Todos os padeiros dessa cidade não são talentosos.


b) Somente um padeiro dessa cidade é talentoso.
c) Não já padeiro talentoso nessa cidade.
d) Existe algum padeiro dessa cidade que não é talentoso.
e) Não há padeiros nessa cidade.

Resposta: Letra D. A negação de uma proposição universal afirmativa será uma proposição particular negativa, ou
seja “Algum A não é B” que nesse caso é “Algum padeiro dessa cidade não é talentoso”.

10. (SERPRO – ANALISTA – ESAF, 2001). Todos os alunos de Matemática são, também, alunos de Inglês, mas nenhum
aluno de inglês é aluno de História. Todos os alunos de Português são também alunos de informática, e alguns alunos
de informática são também alunos de história. Como nenhum aluno de informática é aluno de inglês, e como nenhum
aluno de Português e aluno de História, então:

a) pelo menos um aluno de Português é aluno de Inglês


b) pelo menos um aluno de Matemática é aluno de História
c) nenhum aluno de Português é aluno de Matemática
d) todos os alunos de Informática são alunos de Matemática
e) todos os alunos de Informática são alunos de Português

Resposta: Letra C. São muitos diagramas para se montar, porém quase todos são proposições universais de fácil
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

entendimento. Unificando todas as informações, monta-se o diagrama e se observa que nenhum aluno de Portu-
guês é aluno de Matemática.

85
11. (EMSERH – PSICÓLOGO – FUNCAB, 2016). Dizer Resposta: Letra C. Questão trabalhosa mas possível.
que não é verdade que Francisco é dentista e Tânia é en- Considere p = “Hoje é Carnaval” e q = “É 8 ou 9 de
fermeira, é logicamente equivalente a dizer que é verda- fevereiro”. Aplicando a negação da bicondicional, te-
de que: mos que: = Hoje é carnaval e não é nem 8 e nem 9
de fevereiro ou é 8 ou 9 de fevereiro e não é carnaval.
a) Se Francisco não é dentista, então Tânia não é enfer- Usando a propriedade comutativa onde podemos in-
meira. verter a ordem das proposições, conseguimos montar
b) Francisco não é dentista e Tânia não é enfermeira. a alternativa C.
c) Se Francisco não é dentista, então Tânia é enfermeira.
d) Francisco não é dentista ou Tânia não é enfermeira. 15. (ANAC – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF,
e) Francisco é dentista ou Tânia não é enfermeira. 2016). A proposição “se o voo está atrasado, então o
aeroporto está fechado para decolagens” é logicamente
equivalente à proposição:
Resposta: Letra D. Aplicando a regra de De Morgan,
a negação da conjunção será a disjunção das nega-
a) o voo está atrasado e o aeroporto está fechado para
ções, então nega-se ambas as proposições e aplica-se
decolagens.
o operador “ou”.
b) o voo não está atrasado e o aeroporto não está fecha-
do para decolagens.
12. (TJ-SP – ESCREVENTE – VUNESP, 2017). Uma ne- c) o voo está atrasado, se e somente se, o aeroporto está
gação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é fechado para decolagens.
pobre” é: d) se o voo não está atrasado, então o aeroporto não
está fechado para decolagens.
a) Se João é rico, então Maria é pobre e) o voo não está atrasado ou o aeroporto está fechado
b) João não é rico, e Maria não é pobre para decolagens.
c) João é rico, e Maria não e pobre
d) Se João não é rico, então Maria não é pobre Resposta: Letra E. Como a questão envolve condicio-
e) João não é rico, ou Maria não é pobre nal, devemos pensar em aplicar a implicação material
ou a transposição. Olhando as alternativas, temos ape-
Resposta: Letra B. Aplicando a regra de De Morgan, a nas uma delas que é condicional, então provavelmen-
negação da disjunção será a conjunção das negações. te será melhor aplicar a implicação material primeiro,
que gera o seguinte resultado: “O voo não está atra-
13. (PREFEITURA DE MARILÂNDIA – AGENTE ADMI- sado ou o aeroporto está fechado para decolagens”.
NISTRATIVO – IDECAN, 2016). A negação da propo-
sição composta “Se goleia o rival, então é campeão” é 16. (PMRJ – ADMINISTRADOR – PMRJ, 2016). Uma
equivalente a: proposição logicamente equivalente a “se eu não posso
pagar um táxi, então vou de ônibus” é a seguinte: 
a) Não goleia o rival e é campeão.
b) Goleia o rival e não é campeão. a) se eu não vou de ônibus, então posso pagar um táxi 
c) Não goleia o rival ou é campeão. b) se eu posso pagar um táxi, então não vou de ônibus
d) Nem goleia o rival, nem é campeão. c) se eu vou de ônibus, então não posso pagar um táxi
d) se eu não vou de ônibus, então não posso pagar um
táxi
Resposta: Letra B. A negação da condicional é uma
conjunção da primeira proposição com a negação da
Resposta: Letra A. Como todas as alternativas são
segunda, o que aparece na alternativa B.
condicionais, provavelmente o exercício se resolve
aplicando a transposição. Negando as duas proposi-
14. (TJ-PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – PUC-PR, 2017). ções e invertendo a ordem, temos que “Se eu não vou
Arno, especialista em lógica, perguntou: qual a negação de ônibus, então posso pagar um taxi”. Observe que
de “hoje é carnaval se, e somente se, for 8 ou 9 de feve- já temos uma negação na frase original e na hora de
reiro”? negarmos, faremos uma dupla negação, eliminando
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

os dois “não”.
A resposta CORRETA é: 
17. (PMRJ – ADMINISTRADOR – PMRJ, 2016). A pro-
a) Hoje não é Carnaval se, e somente se, não for 8 ou 9 posição equivalente para “A lua é um satélite natural se e
de fevereiro somente se Saturno ter anéis” é:
b) Hoje não é Carnaval e não é 8 nem 9 de fevereiro
c) Hoje não é Carnaval e é 8 ou 9 de fevereiro ou hoje é a) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno tem anéis
Carnaval e não é nem 8 e nem 9 de fevereiro ou Se Saturno tem anéis, então a Lua é um satélite
d) Hoje é Carnaval e é 8 de fevereiro natural
e) Hoje é Carnaval e é 8 ou 9 de fevereiro ou hoje não é b) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno não tem
Carnaval e não é nem 8 e nem 9 de fevereiro anéis e Se Saturno não tem anéis, então a Lua é um
satélite natural

86
c) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno tem anéis penas disciplinares na forma da lei, o que é exatamen-
e Se Saturno tem anéis, então a Lua é um satélite na- te a alternativa E. Para completar, a terceira premissa
tural fica indefinida sob o ponto de vista lógico, uma vez
d) Se a Lua não é um satélite natural, então Saturno não que não temos informações suficientes para determi-
tem anéis e Se Saturno tem anéis, então a Lua é um nar se Adriano é ou não vice-presidente do TCE, mas
satélite natural isto não afeta a escolha da alternativa correta.

Resposta: Letra C. Aplicando a equivalência material 20. (PF – ESCRIVÃO – CESPE, 2009). A sequência de
que transforma a bicondicional em duas condicionais, proposições a seguir constitui uma dedução correta:
temos que “Se a Lua é um satélite natural, então sa-
turno tem anéis e se Saturno tem anéis, então a Lua é Se Carlos não estudou, então ele fracassou na prova de
um satélite natural”. Física.
Se Carlos jogou futebol, então ele não estudou.
Carlos não fracassou na prova de Física
18. (TCE-RS – ENGENHEIRO – CESPE, 2004). A seguinte
Carlos não jogou futebol
afirmação é válida:
( ) CERTO ( ) ERRADO
Premissa 1: Toda pessoa honesta paga os impostos de-
vidos Resposta: Certo. Considerando as três primeiras li-
Premissa 2: Carlos paga os impostos devidos nhas como premissas e a última como conclusão, cha-
Conclusão: Carlos é uma pessoa honesta maremos de a: Carlos estudou, b: Carlos fracassou na
prova de Física e c: Carlos jogou futebol. Construindo
( ) CERTO ( ) ERRADO a tabela-verdade com a ordem estudada nesta apos-
tila, teremos que apenas a linha 4 terá as 3 premissas
Resposta: Errado. Montando as premissas dentro do VERDADEIRAS simultaneamente e nesta linha temos
diagrama de Euler, se o conjunto “pagam impostos” também a conclusão VERDADEIRA. Logo, este argu-
e “honestos” não forem coincidentes, não há como mento é válido.
garantir que Carlos está necessariamente dentro do
conjunto “honestos”. Portanto, o argumento torna-se 21. (SEGER-ES – TODOS OS CARGOS – CESPE, 2011).
inválido.
- Começo do mês é tempo de receber salário.
- Se as contas chegam, o dinheiro (salário) sai.
19. (TCE/AC – ANALISTA – CESPE, 2008). Considere - Se o dinheiro (salário) sai, a conta fica no vermelho mui-
que as seguintes proposições são premissas de um ar- to rapidamente.
gumento: - Se a conta fica no vermelho muito rapidamente, então
a alegria dura pouco
1. César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um - As contas chegam.
conselheiro
2. César não é o presidente do tribunal de contas ou Pressupondo que as premissas apresentadas acima se-
Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei jam verdadeiras e considerando as propriedades gerais
3. Se Adriano é vice-presidente do tribunal de contas, en- dos argumentos, julgue os itens subsequentes:
tão Tito não é o corregedor. A afirmação: “Começo do mês é tempo de receber salá-
rio, porém a alegria dura pouco”, é uma conclusão válida
a partir das premissas apresentadas acima.
Com base nas definições apresentadas no texto acima,
assinale a opção em que a proposição apresentada, junto
( ) CERTO ( ) ERRADO
com essas premissas, forma um argumento válido:
A afirmação: “Se as contas chegam, então a alegria dura
a) Adriano não é o vice-presidente do tribunal de contas pouco” é uma conclusão válida a partir das premissas
b) Se César é o presidente do tribunal de contas, então apresentadas acima.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Adriano não é o corregedor.


c) Se Tito é o corregedor, então Adriano é o vice-presi- ( ) CERTO ( ) ERRADO
dente do tribunal de contas.
d) Tito não é o corregedor Resposta: Certo e Certo. Chamando de p: Começo
e) Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei do mês é tempo de receber salário, q: As contas che-
gam; r: O dinheiro (salário) sai, s: A conta fica no ver-
Resposta: Letra E. Utilizando o método de premissas melho muito rapidamente e t: A alegria dura pouco,
verdadeiras, a primeira premissa já nos garante que vamos resolver a primeira afirmação (𝑝 ∧ 𝑡) utilizan-
César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um do apenas premissas verdadeiras: Como q=V na quin-
conselheiro. Na segunda, como temos uma disjunção ta premissa, a segunda premissa só será VERDADEI-
e a primeira proposição é falsa, já que César é o pre- RA se r=V. Isso vale para a terceira premissa, fazendo
sidente do tribunal, temos que ter que Adriano impõe s=V e na quarta premissa, fazendo t=V. Assim, como

87
a primeira premissa é o valor lógico de p=V, temos
que 𝑝 ∧ 𝑡 = 𝑉 . Na segunda afirmação, vamos usar a
conclusão FALSA, ou seja, 𝑞 → 𝑡 = 𝐹 . Como a quinta HORA DE PRATICAR!
premissa é q=V, temos que ter t=F, mas isso contradiz
justamente a quarta premissa, onde t=V, mostrando 1.(SAAE de Aimorés – MG) Em uma festa de aniversário,
que há contradição na conclusão FALSA, tornando-a cada pessoa ingere em média 5 copos de 250 ml de refri-
VERDADEIRA ou um argumento válido. gerante. Suponha que em uma determinada festa, havia
20 pessoas presentes. Quantos refrigerantes de 2 litros o
organizador da festa deveria comprar para alimentar as
20 pessoas? 

a) 12
b) 13
c) 15
d) 25

2. Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa


CORRETA:
I) 3 𝑥 4 ∶ 2 = 6
II) 3 + 4 𝑥 2 = 14
III) O resto da divisão de 18 por 5 é 3

a) I somente
b) I e II somente
c) I e III somente
d) I, II e III

3. (Pref. de Timon – MA) O problema de divisão 648 : 2


é equivalente à:

a) 600: 2 𝑥 40: 2 𝑥 8: 2
b) 6: 2 + 4: 2 + 8: 2
c) 600: 2 − 40: 2 − 8: 2
d) 600: 2 + 40: 2 + 8: 2
e) 6: 2𝑥4: 2𝑥8: 2

4. (Pref. de São José do Cerrito – SC) Qual o valor da


expressão: 34 + 14.4⁄2 − 4 ?

a) 58
b) -31
c) 92
d) -96

5. (IF-ES) Um caminhão tem uma capacidade máxima de


700 kg de carga. Saulo precisa transportar 35 sacos de ci-
mento de 50 kg cada um. Utilizando-se desse caminhão,
o número mínimo de viagens que serão necessárias para
realizar o transporte de toda a carga é de:

a) 4
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

b) 5
c) 2
d) 6
e) 3

6. (Pref. Teresina – PI) Roberto trabalha 6 horas por dia


de expediente em um escritório. Para conseguir um dia
extra de folga, ele fez um acordo com seu chefe de que
trabalharia 20 minutos a mais por dia de expediente pelo
número de dias necessários para compensar as horas de
um dia do seu trabalho. O número de dias de expediente
que Roberto teve que trabalhar a mais para conseguir
seu dia de folga foi igual a Parte superior do formulário

88
a) 16 13. (Prefeitura de Chapecó – Engenheiro de Trânsito
b) 15 – IOBV/2016) A alternativa cujo valor não é divisor de
c) 18 18.414 é:
d) 13
e) 12 a) 27
b) 31
7.(ITAIPU BINACIONAL) O valor da expressão: c) 37
1 + 1 + 1 + 1𝑥7 + 1 + 1𝑥0 + 1 − 1 é d) 22

a) 0 14. Verifique se os números abaixo são divisíveis por 4.


b) 11
c) 12 a) 23418
d) 29
b) 65000
e) 32
c) 38036
d) 24004
8. Qual a diferença prevista entre as temperaturas no
e) 58617
Piauí e no Rio Grande do Sul, num determinado dia, se-
gundo as informações? Tempo no Brasil: Instável a enso-
larado no Sul. Mínima prevista -3º no Rio Grande do Sul. 15. (ALGÁS – ASSISTENTE DE PROCESSOS ORGANI-
Máxima prevista 37° no Piauí. ZACIONAIS – COPEVE/2014)

a) 34 Critério de divisibilidade por 11


b) 36
c) 38 Esse critério é semelhante ao critério de divisibilidade por
d) 40 9. Um número é divisível por 11 quando a soma alter-
e) 42 nada dos seus algarismos é divisível por 11. Por soma
alternada queremos dizer que somamos e subtraímos
9. Qual é o produto de três números inteiros consecuti- algarismos alternadamente (539  5 - 3 + 9 = 11).
vos em que o maior deles é –10? Disponível em:<http://educacao.globo.com>  . Acesso
em: 07 maio 2014.  
a) -1320
b) -1440 Se A e B são algarismos do sistema decimal de numera-
c) +1320 ção e o número 109AB é múltiplo de 11, então
d) +1440
e) nda a) B = A
b) A+B=1
10. Três números inteiros são consecutivos e o menor c) B-A=1
deles é +99. Determine o produto desses três números. d) A-B=10
e) A+B=-10
a) 999.000
b) 999.111 16. (IF-SE – TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFOR-
c) 999.900
MAÇÃO - FDC-2014) João, nascido entre 1980 e 1994,
d) 999.999
irá completar, em 2014, x anos de vida. Sabe-se que x
e) 1.000.000
é divisível pelo produto dos seus algarismos. Em 2020,
João completará a seguinte idade:
11. Adicionando –846 a um número inteiro e multiplican-
do a soma por –3, obtém-se +324. Que número é esse?
a) 32
a) 726 b) 30
b) 738 c) 28
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

c) 744 d) 26
d) 752
e) 770 17. (PREF. ITATINGA-PE – ASSISTENTE ADMINIS-
12. Numa adição com duas parcelas, se somarmos 8 à TRATIVO – IDHTEC/2016) O número 102 + 101 + 100 é
primeira parcela, e subtrairmos 5 da segunda parcela, o a representação de que número?
que ocorrerá com o total?
a) 100
a) -2 b) 101
b) -1 c) 010
c) +1 d) 111
d) +2 e) 110
e) +3

89
18. (TRF-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) O 23. (SAMAE DE CAXIAS DO SUL –RS – OPERADOR
resultado da expressão numérica 53 : 51 × 54 : 5 × 55 : 5 : DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO
56 - 5 é igual a : – OBJETIVA/2017) Marcar C para as afirmativas Certas,
E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apre-
a) 120. senta a sequência CORRETA:

b)
1 (---) Pertencem ao conjunto dos números naturais ímpa-
5 res os números ímpares negativos e os positivos.
c) 55. (---) O número 72 é divisível por 2, 3, 4, 6, 8 e 9
d) 25. (---) A decomposição do número 256 em fatores primos
e) 620. é 27
(---) Considerando-se os números 84 e 96, é correto afir-
mar que o máximo divisor comum é igual a 12.
19. (FEI-SP) O valor da expressão B = 5 . 108 . 4 . 10-3 é:
a) E - E - C - C.
a) 206
b) E - C - C - E.
b) 2 . 106 c) C - E - E - E.
c) 2 . 109 d) E - C - E - C.
d) 20 . 10-4 e) C - E - C - C.
20. (PREF. GUARULHOS-SP –ASSISTENTE DE GES- 24. (PREF. GUARULHOS-SP – AGENTE ESCOLAR
TÃO ESCOLAR – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita – VUNESP/2016) No ano de 2014, três em cada cinco
monitorada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos estudantes, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, estavam
do 9º ano de certa escola foram divididos em grupos, cursando o ensino superior, segundo dados do Instituto
todos com o mesmo número de alunos, sendo esse nú- Brasileiro de Geografia e Estatística. Supondo-se que na-
mero o maior possível, de modo que cada grupo tivesse quele ano 2,4 milhões de estudantes, naquela faixa etária,
somente alunos de um único ano e que não restasse ne- não estivesse cursando aquele nível de ensino, o número
nhum aluno fora de um grupo. Nessas condições, é cor- dos que cursariam o ensino superior, em milhões, seria:
reto afirmar que o número total de grupos formados foi
a) 3,0
a) 8 b) 3,2
b) 12 c) 3,4
c) 13 d) 3,6
d) 15 e) 4,0
e) 18
2.5 (PREF. TERRA DE AREIA-RS – AGENTE ADMI-
21. (PREF. ITATINGA-PE – ASSISTENTE ADMINIS- NISTRATIVO – OBJETIVA/2016) Três funcionários
TRATIVO – IDHTEC/2016) Um ciclista consegue fazer (Fernando, Gabriel e Henrique) de determinada empresa
um percurso em 12 min, enquanto outro faz o mesmo deverão dividir o valor de R$ 950,00 entre eles, de forma
percurso 15 min. Considerando que o percurso é circular diretamente proporcional aos dias trabalhos em certo
mês. Sabendo-se que Fernando trabalhou 10 dias, Ga-
e que os ciclistas partem ao mesmo tempo do mesmo
briel, 12, e Henrique, 16, analisar os itens abaixo: 
local, após quanto tempo eles se encontrarão?
I - Fernando deverá receber R$ 260,00.
a) 15 min II - Gabriel deverá receber R$ 300,00.
b) 30 min III - Henrique deverá receber R$ 410,00.
c) 1 hora
d) 1,5 horas Está(ão) CORRETO(S):
e) 2 horas
a) II
22. (PREF. SANTA TERIZINHA DO PROGRESSO-SC b) I e II
– PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CURSIVA/2018)
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

c) I e III
Acerca dos números primos, analise. d) II e III
I- O número 11 é um número primo; e) Todos os itens
II- O número 71 não é um número primo;
III- Os números 20 e 21 são primos entre si. 26. (TRT- 15ª REGIÃO SP– ANALISTA JUDICIÁRIO –
Dos itens acima: FCC/2018) André, Bruno, Carla e Daniela eram sócios em
um negócio, sendo a participação de cada um, respecti-
a) Apenas o item I está correto. vamente, 10%, 20%, 20% e 50%. Bruno faleceu e, por não
b) Apenas os itens I e II estão corretos. ter herdeiros naturais, estipulara, em testamento, que sua
c) Apenas os itens I e III estão corretos. parte no negócio deveria ser distribuída entre seus só-
d) Todos os itens estão corretos. cios, de modo que as razões entre as participações dos
três permanecessem inalteradas. Assim, após a partilha, a
nova participação de André no negócio deve ser igual a:

90
a) 20%. 32. (SAAE Aimorés- MG – Ajudante – MÁXIMA/2016)
b) 8% Misturam-se 30 litros de álcool com 20 litros de gasolina.
c) 12,5% A porcentagem de gasolina na mistura é igual a: 
d) 15%
e) 10,5% a) 40%
b) 20%
27. (PREF. GUARULHOS-SP – AUXILIAR ADMINIS- c) 30%
TRATIVO – VUNESP/2018) Um terreno retangular tem d) 10%
35 m de largura e 1750 m2 de área. A razão entre a largu-
ra e o comprimento desse terreno é  33. (PREF. PIRAÚBA-MG – OFICIAL DE SERVIÇO PÚ-
BLICO – MS CONCURSOS/2017) Certo estabelecimen-
a) 0,8. to de ensino possui em seu quadro de estudantes alunos
b) 0,7. de várias idades. A quantidade de alunos matriculados
c) 0,6. neste estabelecimento é de 1300. Sabendo que deste to-
d) 0,5. tal 20% são alunos maiores de idade, podemos concluir
e) 0,4. que a quantidade de alunos menores de idade que estão
matriculados é:
28. (UTPR 2018) O preço de cada peça é definido pro-
porcionalmente à área de cada uma em relação à unida- a) 160
de padrão. Por exemplo, a área da peça B é metade da b) 1040
área da unidade padrão, desse modo o preço da peça B c) 1100
é metade do preço da unidade padrão, ou seja, R$ 12,00. d) 1300
Assim, as peças A, C e D custam respectivamente: 
34. (PREF. JACUNDÁ-PA – AUXILIAR ADMINISTRA-
a) R$ 12,00; R$ 12,00; R$ 4,00 TIVO – INAZ/2016) Das 300 dúzias de bananas que seu
b) R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 6,00 José foi vender na feira, no 1° dia, ele vendeu 50% ao
c) R$ 6,00; R$ 4,00; R$ 4,00 preço de R$ 3,00 cada dúzia; no 2° dia ele vendeu 30% da
d) R$ 12,00; R$ 4,00; R$ 6,00 quantidade que sobrou ao preço de R$ 2,00; e no 3° dia
e) R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 4,00 ele vendeu 20% do que restou da venda dos dias ante-
riores ao preço de R$ 1,00. Quanto seu José apurou com
29. Dividindo-se 660 em partes inversamente proporcio- as vendas das bananas nos três dias?
nais aos números 1/2, 1/3 e 1/6 obtém-se que números?
a) R$ 700,00
a) 30, 10, 5. b) R$ 540,00
b) 30, 20, 10. c) R$ 111,00
c) 40, 30, 20. d) R$ 450,00
d) 20, 10, 5 e) R$ 561,00

30. Certo concreto é obtido misturando-se uma parte de 35. (COLÉGIO PEDRO II – PROFESSOR – 2016) Com
cimento, dois de areis e quatro de pedra. Qual será (em a criação de leis trabalhistas, houve muitos avanços em
m³) a quantidade de areia a ser empregada, se o volume relação aos direitos dos trabalhadores. Entretanto, ainda
a ser concretado é 378 m³? há muitas barreiras. Atualmente, a renda das mulheres
corresponde, aproximadamente, a três quartos da renda
a) 108m3 dos homens. Considerando os dados apresentados, qual
b) 100m3 a diferença aproximada, em termos percentuais, entre a
c) 80m3 renda do homem e a da mulher?
e) 60m3 a) 75%
b) 60%
c) 34%
d) 25%
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

31. A herança de R$ 30.000,00 deve ser repartida entre 36. (EBSERH – TÉCNICO EM ENFERMAGEM –
Antonio, Bento e Carlos. Cada um deve receber em partes IBFC/2017) Paulo gastou 40% de 3/5 de seu salário e
diretamente proporcionais a 3, 5 e 6, respectivamente, e ainda lhe restou R$ 570,00. Nessas condições o salário
inversamente proporcionais às idades de cada um. Sa- de Paulo é igual a:
bendo-se que Antonio tem 12 anos, Bento tem 15 anos
e Carlos 24 anos, qual será a parte recebida por Bento? a) R$ 2375,00
b) R$ 750,00
a) R$ 12.000,00. c) R$ 1240,00
b) R$ 14.000,00. d) R$ 1050,00
b) R$ 8.000,00. e) R$ 875,00
c) R$ 24.000,00.

91
37. (PREF. TANGUÁ-RJ – TÉCNICO E ENFERMAGEM 42. (SAMAE CAXIAS DO SUL –RS –AJUSTADOR DE
– MS CONCURSOS/2017) Raoni comprou um fogão HIDRÔMETROS – OBJETIVA/2017) Em certa turma de
com 25% de desconto, pagando por ele R$ 330,00. Qual matemática do Ensino Fundamental, o professor dividiu
era o preço do fogão sem o desconto? igualmente os 34 alunos em dois grupos (A e B) para
que participassem de certa competição de matemática
a) R$ 355,00 envolvendo frações. Para cada resposta correta dada
b) R$ 412,50 pelo grupo, este ganhava 10 pontos e, para cada respos-
c) R$ 440,00 ta incorreta, o grupo transferia 5 dos seus pontos para a
d) R$ 460,00
equipe adversária. Considerando-se que os grupos A e B
iniciaram a competição com 20 pontos cada, e as ques-
38. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC/2016) Ao comprar
tões foram as seguintes, assinalar a alternativa CORRETA:
um produto, José obteve um desconto de 12% (doze
por cento) por ter pagado à vista e pagou o valor de R$
105,60 (cento e cinco reais e sessenta centavos). Nessas
condições, o valor do produto, sem desconto, é igual a:

a) R$ 118,27
b) R$ 125,00
c) R$ 120,00
d) R$ 130,00
e) R$ 115,00

39. (PREF. ITAPEMA-SC – AGENTE MUNICIPAL DE


TRÂNSITO – MS CONCURSOS/2016) Segundo da-
dos do IBGE, a população de Itapema (SC) em 2010 era
de, aproximadamente, 45.800 habitantes. Já atualmente,
essa população é de, aproximadamente, 59.000 habitan-
tes. O aumento percentual dessa população no período
de 2010 a 2016 foi de:

a) 22,4%
b) 28,8%
c) 71,2%
d) 77,6%

40. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC/2016) Joana gas-


tou 60% de 50% de 80% do valor que possuía. Portanto, a)  grupo B ficou com 25 pontos a mais do que o grupo A.
a porcentagem que representa o que restou para Joana b) grupo A ficou com 10 pontos a mais do que o grupo B.
do valor que possuía é: c) grupo B ganhou ao todo 30 pontos e perdeu 5.
d) grupo A ganhou ao todo 20 pontos e perdeu 10.
a) 76% e) Os dois grupos terminaram a competição com a mes-
b) 24% ma pontuação, 30 pontos cada.
c) 32%
d) 68% 43. (UFGO) Uma fração equivalente a 3/4 cujo denomi-
e) 82% nador é um múltiplo dos números 3 e 4 é:
41. (TRT 11ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – a) 6/8
FCC/2015) Em 2015 as vendas de uma empresa foram
b) 9/12
60% superiores as de 2014. Em 2016 as vendas foram
c) 15/24
40% inferiores as de 2015. A expectativa para 2017 é de
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

d) 12/16
que as vendas sejam 10% inferiores as de 2014. Se for
confirmada essa expectativa, de 2016 para 2017 as ven-
das da empresa vão. 44. (COLÉGIO PEDRO II – PROFESSOR – 2018) O nú-
mero decimal que representa a quantidade de crianças e
a) diminuir em 6,25% jovens envolvidos em atividades não agrícolas no Brasil,
b) aumentar em 4% segundo o PNAD 2015, é: 
c) diminuir em 4%
d) diminuir em 4,75% a) 68/10
e) diminuir em 5,5% b) 0,68
c) 6,8
d) 68/100

92
45. Em seu testamento, uma mulher decide dividir seu 49. (VUNESP – CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO CAR-
patrimônio entre seus quatro filhos. Tal divisão foi feita LOS – AGENTE DE COPA – 2013) Com uma lata de leite
da seguinte forma: condensado, é possível se fazer 30 brigadeiros. Sabendo
• João receberá 1/5; que o preço de cada lata é de 4 reais, e para uma come-
• Camila receberá 15%; moração serão necessários 450 brigadeiros, o total gasto,
• Ana receberá R$ 16.000,00; em reais, para fazer esses brigadeiros, será de
• Carlos receberá 25%.
a) 45
A fração que representa a parte do patrimônio recebida b) 53
por Ana é: c) 60
d) 70.
a) 2/4.
b) 3/5. 50. (VUNESP – CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO CAR-
c) 2/5. LOS – RECEPCIONISTA – 2013) Num posto de gaso-
d) 1/4. lina, foi pedido ao frentista que enchesse o tanque de
e) 3/4. combustível. Foram colocados 20,6 litros de gasolina, pe-
los quais custou R$ 44,29. Se fossem colocados 38 litros
46. Bela é uma leitora voraz. Ela comprou uma cópia de gasolina, o valor a ser pago seria de
do best seller «A Beleza da Matemática». No primeiro dia,
Bela leu 1/5 das páginas mais 12 páginas, e no segundo a) R$ 37,41.
dia, ela leu 1/4 das páginas restantes mais 15 páginas. b) R$ 79,80.
No terceiro dia, ela leu 1/3 das páginas restantes mais 18 c) R$ 81,70.
páginas. Então, Bela percebeu que restavam apenas 62 d) R$ 85,30.
páginas para ler, o que ela fez no dia seguinte. Então, o e) R$ 88,50.
livro lido por Bela possuía o seguinte número de páginas:
51. (VUNESP - CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO CAR-
LOS – RECEPCIONISTA – 2013) Lendo 30 páginas por
a) 120.
dia de um livro, gastarei 6 dias para ler esse livro. Se eu ler
b) 180.
20 páginas por dia desse mesmo livro, gastarei
c) 240.
d) 300.
a) 9 dias.
b) 8 dias.
c) 6 dias.
47. (EMAP – CARGOS DE NÍVEL MËDIO – CES- d) 5 dias.
PE/2018) Os operadores dos guindastes do Porto de e) 4 dias.
Itaqui são todos igualmente eficientes. Em um único dia,
seis desses operadores, cada um deles trabalhando du- 52. (VUNESP – PROCON – AUXILIAR DE MANUTEN-
rante 8 horas, carregam 12 navios. ÇÃO – 2013) Um supermercado fez a seguinte oferta
“3/4 de quilograma de carne moída por apenas R$ 4,50
Com referência a esses operadores, julgue o item seguin- ‘’. Uma pessoa aproveitou a oferta e comprou 3 quilogra-
te. mas de carne moída. Essa pessoa pagou pelos 3 quilo-
gramas de carne
Para carregar 18 navios em um único dia, seis desses
operadores deverão trabalhar durante mais de 13 horas. R$ 18,00.
R$ 18,50.
( ) CERTO ( ) ERRADO R$ 19,00.
R$ 19,50.
R$ 20,00.

48. (PREF. SUZANO-SP – GUARDA CIVIL MUNICI- 53. (VUNESP – TJM – SP – AGENTE DE SEGURAN-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

PAL – VUNESP/2018) Para imprimir um lote de panfle- ÇA JUDICIÁRIA – 2013) Se certa máquina trabalhar
tos, uma gráfica utiliza apenas uma máquina, trabalhan- seis horas por dia, de forma constante e sem parar, ela
do 5 horas por dia durante 3 dias. O número de horas produzira n peças em seis dias. Para produzir quantidade
diárias que essa máquina teria que trabalhar para impri- igual das mesmas peças em quatro dias, essa máquina
mir esse mesmo lote em 2 dias seria  deverá trabalhar diariamente, nas mesmas condições, um
número de horas igual a
a) 8,0.
b) 7,5. a) 12.
c) 7,0. b) 10.
d) 6,5. c) 9.
e) 6,0. d) 8.

93
54. (VUNESP – AUXILIAR AGROPECUÁRIO – 2014) 58. (CRO-SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
O refeitório de uma fábrica prepara suco para servir no VUNESP/2015) Cinco máquinas, todas de igual eficiên-
almoço. Com 5 litros de suco é possível encher comple- cia, funcionando 8 horas por dia, produzem 600 peças
tamente 20 copos de 250 ml. Em um certo dia, foram por dia. O número de peças que serão produzidas por 12
servidas 90 refeições e acompanhando cada uma delas, dessas máquinas, funcionando 10 horas por dia, durante
1 copo com 250 ml de suco. O número, mínimo, de litros 5 dias, será igual a
de suco necessário para o almoço, desse dia, foi
a) 1800.
a) 21,5. b) 3600.
b) 22. c) 5400.
c) 22,5. d) 7200.
d) 23. e) 9000.
e) 23,5.
59. (PREF. PORTO ALEGRE-RS – FMP CONCUR-
55. (PREF. TERESINA-PI – PROFESSOR – NUCE- SOS/2012) A construção de uma casa é realizada em 10
dias por 30 operários trabalhando 8 horas por dia. O nú-
PE/2016) Sabendo que o comprimento do muro Parque
mero de operários necessários para construir uma casa
Zoobotânico é de aproximadamente 1,7 km e sua altura
em 8 dias trabalhando 6 horas por dia é
é de 1,7 m, um artista plástico pintou uma área corres-
pondente a 34 m² do muro em 8 horas trabalhadas em
a) 18.
um único dia. Trabalhando no mesmo ritmo e nas mes- b) 24.
mas condições, para pintar este muro, o pintor levará c) 32.
d) 38.
a) 83 dias. e) 50.
b) 84 dias.
c) 85 dias. 60.(VUNESP – PMESP – CURSO DE FORMAÇÃO DE
d) 86 dias. OFICIAIS – 2014) A tabela, com dados relativos à cidade
e) 87 dias. de São Paulo, compara o número de veículos de frota, o
número de radares e o valor total, em reais, arrecada-
56. (SES-PR – TÉCNICO DE ENFERMAGEM – do com multas de trânsito, relativos aos anos de 2004 e
UFPR/2009) Uma indústria metalúrgica consegue pro- 2013:
duzir 24.000 peças de determinado tipo em 4 dias, tra-
balhando com seis máquinas idênticas, que funcionam 8 Ano Frota Radares Arrecadação
horas por dia em ritmo idêntico de produção. Quantos
dias serão necessários para que essa indústria consiga 2004 5,8 milhões 260 328 milhões
produzir 18.000 peças, trabalhando apenas com 4 dessas 2013 7,5 milhões 601 850 milhões
máquinas, no mesmo ritmo de produção, todas elas fun-
cionando 12 horas por dia? Se o número de radares e o valor da arrecadação ti-
vessem crescido de forma diretamente proporcional ao
a) 3. crescimento da frota de veículos no período considera-
b) 4. do, então em 2013 a quantidade de radares e o valor
c) 5. aproximado da arrecadação, em milhões de reais (des-
d) 6. considerando-se correções monetárias), seriam, respec-
e) 8. tivamente,

a) 336 e 424.
b) 336 e 426.
c) 334 e 428.
57. (CISMARPA – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – d) 334 e 430.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

IPEFAE/2015)  Em um restaurante, 4 cozinheiros fazem e) 330 e 432.


120 pratos em 5 dias. Para atender uma demanda maior
de pessoas, o gerente desse estabelecimento contratou 61. (PREFEITURA DE SARZEDO-MG – TÉCNICO ADMI-
NISTRATIVO – IBGP – 2018) Analise o trecho e assina-
mais 2 cozinheiros. Quantos pratos serão feitos em 8 dias
le a alternativa que completa CORRETAMENTE a lacuna: 
de funcionamento do restaurante? 
“___________ são declarações às quais pode ser atribuído
a) 288
ou valor verdadeiro ou valor falso.” 
b) 294
c) 296
d) 302 a) Proposições
b) Conjunções
c) Permutações
d) Afirmações

94
62. (PREFEITURA DE SARZEDO-MG – TÉCNICO ADMI- c) Ana não é auxiliar de papiloscopista, e Caio não é in-
NISTRATIVO – IBGP – 2018) Acerca das proposições, vestigador.
analise.  d) Ana é auxiliar de papiloscopista, e Monica é escrivã.
I. A árvore é vermelha. Pode-se dizer que essa afirma- e) Caio é investigador, e Mônica é escrivã.
ção ou é falsa ou é verdadeira. Portanto, trata-se de uma
proposição. 66. (AL-RS – AGENTE LEGISLATIVO – FUNDATEC –
II. Bom dia! Trata-se de uma saudação. Não podemos di- 2018) A tabela-verdade da fórmula é equivalente à ta-
zer que a frase é falsa, nem mesmo que é verdadeira. bela-verdade da fórmula da alternativa:
Portanto, a frase não é uma proposição.
III. As informações das proposições possuem valor lógico a) ¬𝑃 → (𝑄 ∨ 𝑅)
totalmente verdadeiro ou totalmente falso. Nunca uma b) 𝑃 ∨ (¬𝑄 ∨ ¬𝑅)
proposição será verdadeira e falsa ao mesmo tempo.  c) 𝑃 ∨ (𝑄 ∨ 𝑅)
d) 𝑃 → (¬𝑄 ∧ ¬𝑅)
Está(ão) CORRETA(S) a(s) afirmativa(s).
e) (𝑄 ∨ 𝑅) → 𝑃

a) I apenas 67. (AL-RS – TÉCNICO LEGISLATIVO – FUNDATEC–


b) III apenas 2018) A tabela-verdade da fórmula :
c) I e II apenas
d) I, II, III a) Só é falsa quando P e Q são falsos
b) É uma tautologia
63. (PREFEITURA DE SARZEDO-MG – TÉCNICO ADMI- c) É uma contradição
NISTRATIVO – IBGP – 2018) “Se o pássaro cantar, então d) Só é falsa quando P e Q são verdadeiros
ele está vivo.”  e) Só é falsa quando P é verdadeiro e Q é falso
Com base na estrutura lógica, assinale a alternativa COR-
RETA. 68. (IGP-SC – PERITO CRIMINAL AMBIENTAL – IESES–
2017) Indique a alternativa que representa uma tauto-
logia:
a) 𝑝∨𝑞
b) 𝑝∧𝑞
a) Se Rafael é inteligente ou Fabricio é chato então Rafael
c) 𝑝↔𝑞
não é inteligente e Fabricio não é chato.
d) 𝑝⟶𝑞
b) Se Rafael é inteligente e Fabricio é chato então Rafael
é inteligente e Fabricio não é chato.
64. (ARCON-PA – ASSISTENTE TÉCNICO – IADES –
c) Se Rafael é inteligente ou Fabricio é chato então Rafael
2018) Considere as proposições a seguir. 
é inteligente e Fabricio é chato.
i) Se Amanda vai ao parque, não está calor; d) Se Rafael é inteligente e Fabricio é chato então Rafael
ii) Se está calor, Jorge toma um suco gelado; é inteligente ou Fabricio é chato
iii) Se Jorge vai ao parque, Amanda fica em casa. 
69. (PREFEITURA DE NITERÓI – ANALISTA – FGV –
Sabendo que Amanda não fica em casa e que Jorge toma 2018) A negação de “Nenhum analista é magro” é:
um suco gelado, infere-se que
a) “Há pelo menos um analista magro”.
a) está calor. b) “Alguns magros são analistas”.
b) Amanda vai ao parque. c) “Todos os analistas são magros”.
c) Jorge fica em casa. d) “Todos os magros são analistas”.
d) Jorge não vai ao parque e) “Todos os analistas não são magros”.
e) não está calor
70. (PBH ATIVOS S.A. – ANALISTA JURÍDICO – IBGP
65. (PC-SP – AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA – VUNESP – 2018) A negação da frase “Toda gestão imobiliária pre-
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

– 2018) Considere falsidade a proposição I, e verdade a cisa de regulação cadastral” é equivalente a:


proposição II:
a) “Existe alguma gestão imobiliária que não precisa de
I. Se Ana é auxiliar de papiloscopista, então Caio é inves- regularização cadastral”.
tigador. b) “Nenhuma gestão imobiliária precisa da regularização
II. Caio é investigador ou Monica é escrivã. cadastral”.
c) “Toda gestão imobiliária independe da regularização
Com base no que foi apresentado, é verdade que cadastral”.
d) “Alguma gestão imobiliária precisa da regularização
a) Caio não é investigador, e Monica não é escrivã.
cadastral”.
b) Ana não é auxiliar de papiloscopista, e Monica é es-
crivã.

95
71. (PC-SP – AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2018) Leia 76. (PREFEITURA DE NITERÓI. – AUDITOR MUNICI-
a frase a seguir: “Qualquer pessoa sabe andar de bicicle- PAL – FGV – 2018) Considere a sentença: “Se Arlindo é
ta”. A afirmação que corresponde à negação lógica dessa baixo, então Arlindo não é atleta”. Assinale a opção que
frase é: apresenta a sentença logicamente equivalente à senten-
ça dada.
a) Todos que andam de bicicleta também andam de mo-
tocicleta. a) “Se Arlindo não é atleta, então Arlindo é baixo”.
b) Apenas uma pessoa sabe andar de bicicleta b) “Se Arlindo não é baixo, então Arlindo é atleta”.
c) Pelo menos uma pessoa não sabe andar de bicicleta. c) “Se Arlindo é atleta, então Arlindo não é baixo”.
d) As crianças não sabem andar de bicicleta d) “Arlindo é baixo e atleta”.
e) Ninguém sabe andar de bicicleta e) “Arlindo não é baixo e não é atleta”.

72. (TJ-SC – TÉCNICO JUDICÁRIO AUXILIAR – FGV – 77. (TRT 15° REGIÃO – ANALISTA – FCC – 2018) Consi-
2018) Considere a afirmação: “Nenhum médico é cego”. dere os dois argumentos a seguir: 
A negação dessa afirmação é:
I. Se Ana Maria nunca escreve petições, então ela não
a) Há, pelo menos, um médico cego. sabe escrever petições. Ana Maria nunca escreve peti-
b) Nenhum cego é médico. ções. Portanto, Ana Maria não sabe escrever petições. 
c) Todos os médicos são cegos. II. Se Ana Maria não sabe escrever petições, então ela
d) Todos os cegos são médicos. nunca escreve petições. Ana Maria nunca escreve peti-
e) Todos os médicos não são cegos. ções. Portanto, Ana Maria não sabe escrever petições. 
Comparando a validade formal dos dois argumentos e
73. (SEFAZ-RS – TÉCNICO TRIBUTÁRIO – CESPE – 2018) a plausibilidade das primeiras premissas de cada um, é
A negação da proposição “O IPTU, eu pago parcelado; o correto concluir que
IPVA, eu pago em parcela única” pode ser escrita como
a) o argumento I é inválido e o argumento II é válido,
a) “Eu não pago o IPTU parcelado e não pago o IPVA em mesmo que a primeira premissa de I seja mais plausí-
parcela única” vel que a de II.
b) “Eu não pago o IPTU parcelado e pago o IPVA parce- b) ambos os argumentos são válidos, a despeito das pri-
lado” meiras premissas de ambos serem ou não plausíveis.
c) “Eu não pago o IPTU parcelado ou não pago o IPVA em c) ambos os argumentos são inválidos, a despeito das
parcela única” primeiras premissas de ambos serem ou não plausí-
d) “Eu pago o IPTU em parcela única e pago o IPVA par- veis.
celado” d) o argumento I é inválido e o II é válido, pois a primeira
e) “Eu pago o IPTU em parcela única ou pago o IPVA premissa de II é mais plausível que a de I.
parcelado” e) o argumento I é válido e o II é inválido, mesmo que a
primeira premissa de II seja mais plausível que a de I.
74. (PREFEITURA DE MARICÁ – ORIENTADOR PEDA-
GÓGICO – COESAC – 2018) A negação lógica da afirma- 78. (PC-SP – ESCRIVÃO – VUNESP – 2018) De um argu-
ção condicional “se Ana adoece, então Pedro fica triste” mento válido, sabe-se que suas premissas são:
é:
I. Se a investigação é feita adequadamente e as provas
a) Se Ana não adoece, Pedro não fica triste. são consistentes, então é certo que o réu será condena-
b) Se Ana adoece, então Pedro não fica triste. do.
c) Ana adoece ou Pedro não fica triste. II. O réu não foi condenado.
d) Ana adoece e Pedro não fica triste.
e) Se Pedro fica triste, Ana adoece. Dessa forma, uma conclusão para esse argumento está
contida na alternativa:
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

75. (PREFEITURA DE CONCHAS. – ASSISTENTE AD- a) A investigação não foi feita adequadamente e as pro-
MINISTRATIVO – METRO CAPITAL SOLUÇÕES – 2018) vas não foram consistentes.
Sabe-se que Heloísa dança ballet e fala italiano, a nega- b) A investigação foi feita adequadamente ou as provas
ção desta proposição então é: foram consistentes.
c) A investigação não foi feita adequadamente, mas as
a) Heloísa não dança ballet ou não fala italiano. provas foram consistentes.
b) Se Heloísa dança ballet, então não fala italiano. d) A investigação não foi feita adequadamente ou as pro-
c) Heloísa não dança ballet, e não fala italiano. vas não foram consistentes.
d) Heloísa fala italiano ou não dança ballet. e) A investigação foi feita adequadamente mas as provas
e) Heloísa não fala italiano ou dança ballet. não foram consistentes.

96
79. (CRF-TO – ANALISTA DE TI - IADES, 2019). a) 2/5
Suponha que, no Conselho Federal de Farmácia, traba- b) 1/4
lhem 5 analistas de tecnologia da informação. Uma nova c) 1/3
rede de computadores será projetada e implementada d) 1/2
para modernização dos processos. Para tanto, será mon- e) 2/3
tada uma equipe com 4 analistas, sendo 2 responsáveis
unicamente por projetar a rede e outros 2 responsáveis 83. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
unicamente por instalar e configurar a rede. Quantas CESGRANRIO, 2018).
equipes distintas podem ser formadas para a execução Para montar uma fração, deve-se escolher, aleatoriamen-
da tarefa? te, o numerador no conjunto N = {1, 3, 7, 10} e o denomi-
nador no conjunto D = {2, 5, 6, 35}.
a) 20
Qual a probabilidade de que essa fração represente um
b) 40
número menor do que 1(um)?
c) 35
d) 30
a) 50%
e) 25
b) 56,25%
c) 25%
80. (CRF-TO – ANALISTA DE TI - IADES, 2019). d) 75%
Geraldo tem 4 porta-arquivos de mesa de cores diferen- e) 87,5%
tes (azul, verde, amarelo e vermelho) para organizar os
processos administrativos da própria repartição. Ele pre-
tende colocar os porta-arquivos lado a lado sobre uma
escrivaninha. De quantas maneiras diferentes ele pode
organizar esses porta-arquivos?

a) 36
b) 12
c) 24
d) 48
e) 8

81. (POLÍCIA FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA - FU-


VEST, 2013).
Em um aeroporto, 30 passageiros que desembarcaram
de determinado voo e que estiveram nos países A, B ou
C, nos quais ocorre uma epidemia infecciosa, foram sele-
cionados para ser examinados. Constatou-se que exata-
mente 25 dos passageiros selecionados estiveram em A
ou em B, nenhum desses 25 passageiros esteve em C e 6
desses 25 passageiros estiveram em A e em B.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o item


que segue.

Se 2 dos 30 passageiros selecionados forem escolhidos


ao acaso, então a probabilidade de esses 2 passageiros
terem estado em 2 desses países é inferior a 1/30.
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

( ) CERTO ( ) ERRADO

82. (EPE – ANALISTA – CESGRANRIO, 2014).


A probabilidade de um indivíduo selecionado aleatoria-
mente em uma população apresentar problemas circula-
tórios é de 25%. Sabe-se que indivíduos com problemas
de circulação apresentam o dobro da probabilidade de
serem fumantes do que aqueles sem tais problemas. Se
um indivíduo fumante é selecionado dessa população,
qual a probabilidade de ele apresentar problemas circu-
latórios?

97
43 B
GABARITO 44 C
45 B
1 B 46 C
2 C 47 ERRADO
3 D 48 B
4 A 49 C
5 E 50 C
6 C 51 A
7 B 52 A
8 D 53 C
9 A 54 C
10 C 55 C
11 B 56 A
12 E 57 A
13 C 58 E
14 B 59 E
15 C 60 A
16 B 61 A
17 D 62 D
18 A 63 D
19 B 64 D
20 D 65 D
21 C 66 D
22 C 67 A
23 D 68 D
24 D 69 A
25 A 70 A
26 C 71 C
27 B 72 A
28 E 73 C
29 A 74 D
30 B 75 A
31 A 76 C
32 A 77 E
33 B 78 D
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

34 E 79 D
35 D 80 C
36 B 81 ERRADO
37 C 82 A
38 C 83 B
39 B
40 A
41 A
42 C

98
ÍNDICE

LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Ética e função pública. Ética no setor público................................................................................................................................................. 01


Lei nº 8.429/1992 e suas alterações...................................................................................................................................................................... 05
Lei nº 9.784/1999 e suas alterações (Processo administrativo)................................................................................................................. 07
Acesso à Informação: Lei nº 12.527/2011;........................................................................................................................................................ 10
Decreto nº 7.724/2012.............................................................................................................................................................................................. 12
Lei nº 8.666/1993: normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços (inclusive
de publicidade), compras, alienações e locações no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios......................................................................................................................................................................................................... 24
Decreto nº 5.450/2005 e Lei nº 10.520/2002: Aquisições e contratações por Pregão Eletrônico............................................... 65
Decreto nº 7.892/2013: Sistema de Registro de Preços............................................................................................................................... 73
Para a ética, não basta que exista um elenco de princí-
ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA. ÉTICA NO SETOR pios fundamentais e direitos definidos nas Constituições.
PÚBLICO. O desafio ético para uma nação é o de universalizar os
direitos reais, permitido a todos cidadania plena, coti-
diana e ativa. É preciso fundar a responsabilidade indivi-
A ética tem sido um dos temas mais trabalhados nos dual numa ética construída e instituída tendo em mira o
últimos tempos, pois a corrupção, o descaso social e os bem comum, visando à formação do sujeito ético. Desse
constantes escândalos políticos e sociais expostos na mí- modo, será possível a síntese entre ética e cidadania, na
dia diariamente suscitam que a sociedade exija o resgate qual possa prevalecer muito mais uma ética de princípios
de valores morais em todas as suas instâncias, sejam elas do que uma ética do dever. A responsabilidade individual
políticas, científicas ou econômicas. Desse conflito de in- deverá ser portadora de princípios e não de interesses
teresses pelo bem comum ergue-se a ética, tão discutida particulares.
pelos filósofos de toda a história mundial.
Ética é uma palavra com duas origens possíveis. A Dimensões da qualidade nos deveres dos servidores
primeira advém do grego éthos, literalmente “com e cur- públicos
to”, que pode ser traduzida por “costume”; a segunda
também se escreve éthos, porém se traduz por “com e Os direitos e deveres dos servidores públicos estão
longo”, que significa “propriedade do caráter”. descritos na Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990.
Conceitua-se Ética como sendo o estudo dos juízos Entre os deveres (art. 116), há dois que se encaixam
de apreciação referentes à conduta humana, do ponto no paradigma do atendimento e do relacionamento que
de vista do bem e do mal. É um conjunto de normas e tem como foco principal o usuário.
princípios que norteiam a boa conduta do ser humano. São eles:
a) “atender com presteza ao público em geral, pres-
A Ética é a parte da filosofia que aborda o compor- tando as informações requeridas” e
tamento humano, seus anseios, desejos e vontades. É a b) “tratar com urbanidade as pessoas”.
ciência da conduta humana perante o ser e seus seme-
lhantes e de uma forma específica de comportamento Presteza e urbanidade nem sempre são fáceis de ava-
humano, envolvendo estudos de aprovação ou desapro- liar, uma vez que não têm o mesmo sentido para todas
vação da ação dos homens. É a consideração de valor as pessoas, como demonstram as situações descritas a
como equivalente de uma medição do que é real e vo- seguir.
luntarioso no campo das ações virtuosas. Ela ilumina a • Serviços realizados em dois dias úteis, por exem-
consciência humana, sustenta e dirige as ações do ho- plo, podem não corresponder às reais necessida-
mem, norteando a conduta individual e social. des dos usuários quanto ao prazo.
Como um produto histórico-cultural, define em cada • Um atendimento cortês não significa oferecer ao
cultura e sociedade o que é virtude, o que é bom ou mal, usuário aquilo que não se pode cumprir. Para mini-
certo ou errado, permitido ou proibido. mizar as diferentes interpretações para esses pro-
Segundo Reale (1999, p. 29), “ética é a ciência norma- cedimentos, uma das opções é a utilização do bom
tiva dos comportamentos humanos”. senso:
Já Maximiano (1974, p. 28) a define como “a discipli- • Quanto à presteza, o estabelecimento de prazos
na ou campo do conhecimento que trata da definição e para a entrega dos serviços tanto para os usuários
avaliação de pessoas e organizações, é a disciplina que internos quanto para os externos pode ajudar a re-
dispõe sobre o comportamento adequado e os meios de solver algumas questões.
implementá-lo, levando-se em consideração os enten- • Quanto à urbanidade, é conveniente que a orga-
dimentos presentes na sociedade ou em agrupamentos nização inclua tal valor entre aqueles que devem
sociais particulares”. ser potencializados nos setores em que os profis-
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

sionais que ali atuam ainda não se conscientizaram


Ética e cidadania sobre a importância desse dever.

As instituições sociais e políticas têm uma história. É Uma parcela expressiva da humanidade tem demons-
impossível não reconhecer o seu desenvolvimento e o trado que não é mais aceitável tolerar condutas inade-
seu progresso em muitos aspectos, pelo menos do ponto quadas na prestação de serviços e nas relações inter-
de vista formal. pessoais, essa parcela acredita que o século XXI exigirá
A escravidão era legal no Brasil até 120 anos atrás. As mudanças de postura do ser humano.
mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar ape-
nas há 60 anos e os analfabetos apenas há alguns anos. Aos poucos, nasce a consciência de que precisamos
Chamamos isso de ampliação da cidadania. abandonar velhas crenças, como “errar é humano”, “san-
Existem direitos formais (civis, políticos e sociais) que to de casa não faz milagres”, “em time que está ganhan-
nem sempre se realizam como direitos reais. A cidada- do não se mexe”, “gosto não se discute”, entre outras,
nia nem sempre é uma realidade efetiva e nem sempre substituindo-as por:
é para todos. A efetivação da cidadania e a consciência a) “acertar é humano” – o ser humano tem demons-
coletiva dessa condição são indicadores do desenvolvi- trado capacidade de eliminar desperdícios, erros,
mento moral e ético de uma sociedade. falhas, quando é cobrado por suas ações;

1
b) “santo de casa faz milagres” – organizações e pessoas, quando valorizadas, têm apresentado soluções criativas
na identificação e resolução de problemas;
c) “em time que está ganhando se mexe sim” – em todas as atividades da vida profissional ou pessoal, o sucesso
pode ser conseguido por meio da melhoria contínua dos processos, das atitudes, do comportamento; a avaliação
daqueles que lidam diretamente com o usuário pode apontar os que têm perfil adequado para o desempenho
de atividades de atendimento ao público;
d) “gosto se discute” – profissões antes não aceitas ou pensadas, além de aquecerem o mercado de trabalho, con-
tribuem para que os processos de determinada atividade ou serviço sejam reformulados em busca da qualidade
total.
e) Além dessas mudanças, há necessidade da adoção de outros paradigmas em consonância com as transforma-
ções que a globalização e as novas tecnologias vêm trazendo para a humanidade. O desenvolvimento pessoal
é um deles e está entre os temas debatidos na atualidade, por se tratar de um valor indispensável à cidadania.

Autores de diversas áreas do conhecimento defendem que a humanidade deve conscientizar-se de que cada in-
divíduo é responsável pelo seu próprio desenvolvimento e que, para isso, cada cidadão necessita planejar e cuidar do
seu destino, contribuindo, de forma responsável, para o progresso da comunidade onde vive. O novo século exige a
harmonia e a solidariedade como valores permanentes, em resposta aos desafios impostos pela velocidade das trans-
formações da atualidade.
Não é à toa que as organizações estão exigindo habilidades intelectuais e comportamentais dos seus profissionais,
além de apurada determinação estratégica. Entre outros requisitos, essas habilidades incluem:
• atualização constante;
• soluções inovadoras em resposta à velocidade das mudanças;
• decisões criativas, diferenciadas e rápidas;
• flexibilidade para mudar hábitos de trabalho;
• liderança e aptidão para manter relações pessoais e profissionais;
• habilidade para lidar com os usuários internos e externos.

Ética do exercício profissional

Diferença entre Ética E Moral

É de extrema importancia saber diferenciar a Ética da Moral. São duas ciências de conhecimento se diferenciam, no
entanto, tem muitas interligações entre elas.
A moral se baseia em regras que fornecem uma certa previsão sobre os atos humanos. A moral estabelece regras
que devem ser assumidas pelo homem, como uma maneira de garantia do seu bem viver. A moral garante uma identi-
dade entre pessoas que podem até não se conhecer, mas utilizam uma mesma refêrencia de Moral entre elas.
A Ética já é um estudo amplo do que é bem e do que é mal. O objetivo da ética é buscar justificativas para o cum-
primento das regras propostas pela Moral. É diferente da Moral, pois não estabelece regras. A reflexão sobre os atos
humanos é que caracterizam o ser humano ético.

#FicaDica
ÉTICA MORAL
Trata da reflexão filosófica sobre a moral. Tem caráter de força normativa.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

É permanente. É temporária
É princípio Representa aspecto de conduta específica
Ciência que estuda a moral. Relacionada com hábitos e costumes de al-
guns grupos sociais.

- Ter Ética é fazer a coisa certa com base no motivo certo.


- Ter Ética é ter um comportamento que os outros julgam como correto.

2
A noção de Ética é, portanto, muito ampla e inclui vários princípios básicos e transversais que são:

Abaixo, alguns Desafios Éticos com que nos defrontamos diariamente:


1. Se não é proibido/ilegal, pode ser feito – É óbvio que, existem escolhas, que embora, não estando especificamen-
te referidas, na lei ou nas normas, como proibidas, não devem ser tomadas.
2. Todos os outros fazem isso – Ao longo da história da humanidade, o homem esforçou-se sempre, para legitimar
o seu comportamento, mesmo quando, utiliza técnicas eticamente reprováveis.

A postura ética e profissional é um componente importante para imprimir qualidade ao atendimento, qualquer que
seja a modalidade: presencial, por telefone, por carta ou por Internet.
A postura ética também é fator que agrega valor à organização e que está diretamente relacionado às representa- LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ções positivas que os usuários venham a construir a respeito da organização.

Ética e Serviço Público

O princípio básico da atuação do servidor público é servir o cidadão.


Esta é sem dúvida uma vocação cujo exercício ético e transparente é pressuposto básico para todo aquele que é
aprovado em concurso público.
Em mais alto nível, por meio de políticas públicas ou no dia-a-dia de seu trabalho em níveis mais baixos na hierar-
quia, cabe ao servidor dedicar-se com zelo e moralidade na busca pelo bem comum.
Em 1994 foi aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
Algumas das orientações deste código indicam que:
 o trabalho do servidor público deve ser norteado pela dignidade, decoro, zelo, eficácia e consciência dos princí-
pios morais;
 sua conduta deve conter o elemento ético, a verdade, o sigilo, o zelo, a disciplina, a moralidade, a cortesia, a boa
vontade, o cuidado e o tempo necessário para o cumprimento de seus deveres;
 apenas a distinção entre o bem e o mal não são suficientes para a moralidade na Administração Pública, mas
deve ser acrescida da consciência de que a razão da atuação do servidor público é a busca pelo bem comum;

3
o servidor deve ter sempre em mente que sua re-
 ouvir, conduzir uma negociação, participar de reuniões,
muneração é proveniente dos tributos pagos pelos vestir-se adequadamente, conversar educadamente, tra-
cidadãos brasileiros, inclusive ele mesmo e que a tar bem os usuários internos e externos.
contrapartida que a sociedade brasileira exige dele As organizações, ao contrário, buscam cada vez mais
está voltada para a moralidade administrativa inte- ter em seus quadros servidores com sólida formação téc-
grada ao que prevê as normas jurídicas; nica que, capazes de cultivar valores éticos, como justiça,
o sucesso do trabalho do servidor público reflete-
 respeito, tolerância e solidariedade, demonstrem atitu-
-se também nele próprio, como cidadão integrante des positivas e adequadas ao atendimento de qualidade.
da sociedade brasileira; Para compor esse perfil, o profissional necessita saber
os atos e fatos da vida privada do servidor público
 ouvir, conduzir uma negociação, participar de reuniões,
têm influência em sua vida profissional, assim sen- vestir-se adequadamente, conversar educadamente, tra-
do sua conduta fora do órgão público deve ser tão tar bem os usuários internos e externos.
ética quanto durante o exercício de seu trabalho
diário; Comportamento Profissional
danos ao patrimônio público pelo servidor são

considerados seja por permitir sua deterioração A ética está diretamente relacionada ao padrão de
ou por descuidar de sua manutenção porque, se- comportamento do individuo e dos profissionais.
gundo o Código de Ética que estamos estudando,
A elaboração das leis serve para orientar o comporta-
“constitui uma ofensa (...) a todos os homens de
mento dos indivíduos frente às necessidades (direitos e
boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu
obrigações) e em relação ao meio social, entretanto, não
tempo, suas esperanças e seus esforços para cons- é possível para a lei ditar nosso padrão de comporta-
truí-los”; mento. Desta forma, outro ponto importante diz respeito
também são considerados danos morais aos usuá-
 a cultura e o contexto, ficando claro que não há cultura
rios dos serviços públicos: deixar o cidadão espe- no sentido de quantidade de conhecimento adquirido,
rando em longas filas; maus tratos ao cidadão; e mas sim, a qualidade na medida em que esta pode ser
atraso na prestação do serviço. usada em prol da função social e do bem estar, entre
outras coisas mais que referem-se ao bem maior do ser
Atitudes comportamentais humano. Este é o ponto fundamental, a essência, o pon-
to mais controverso quando se trata da ética no serviço
O sucesso profissional e pessoal pode fazer grande publico.
diferença quando se une competência técnica e compe- Para que ética? Os padrões são necessários para
tência comportamental. De acordo com especialistas no manter o mínimo de coesão e estabilidade na comuni-
assunto, se essas competências forem desenvolvidas, a dade. No caso especifico do serviço publico, o padrão
organização ganha em qualidade e rapidez, e o servidor é requisito para garantir a confiança do publico. Existe
conquista o respeito dos usuários internos e externos. uma relação entre a confiança depositada e a eficiência e
A competência técnica tem como base o conheci- eficácia do serviço prestado.
mento adquirido na formação profissional. É própria da-
queles cuja formação profissional é adequada à função Organização do Trabalho
que exercem. De modo geral, são profissionais que reve-
lam a preocupação em se manterem atualizados. O conceito de organização do trabalho procura analisar
A competência comportamental é adquirida na ex- se os diferentes elementos de uma organização trabalham
periência. Faz parte das habilidades sociais que exigem em conjunto, funcionam de forma eficiente e focalizam as
atitudes adequadas das pessoas para lidar com situações necessidades de ambos, clientes e prestadores de serviços.
do dia-a-dia. De modo geral, o desenvolvimento dessa Uma melhor organização do trabalho exige muitas
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

vezes pequenas mudanças de um processo ou procedi-


competência é estimulado pela curiosidade, paixão, in-
mento que resolvem importantes problemas relaciona-
tuição, razão, cautela, audácia, ousadia.
dos ao trabalho.
Sabe-se que não é fácil alcançar o equilíbrio entre es-
O conceito de organização do trabalho pode ajudar
ses dois tipos de competência. É comum se encontrar a tratar de alguns elementos chaves que, se negligencia-
pessoas capacitadas realizando diferentes atividades dos, interferirão com a facilidade de acesso e a qualidade
com maestria, porém, com dificuldade em manterem dos serviços. Os elementos são:
relacionamentos interpessoais de qualidade. Tratam de a) práticas baseadas em evidências.
forma grosseira tanto os usuários internos como os ex- b) Capacidade de adaptação – apresentar flexibilidade
ternos. Lutam para que suas ideias sempre prevaleçam. c) Ligações com outros serviços e locais
Não conversam, gritam. Falam alto ao telefone. Fingem d) Informações maximizadas
que não veem as pessoas. e) Estimulo de criatividade no uso de espaço e recursos
As organizações, ao contrário, buscam cada vez mais f) Potencializar o fluxo de usuários, administrando
ter em seus quadros servidores com sólida formação téc- tempo de espera e fluxo das pessoas
nica que, capazes de cultivar valores éticos, como justiça, g) Divisão e definição do trabalho – funções e res-
respeito, tolerância e solidariedade, demonstrem atitu- ponsabilidades
des positivas e adequadas ao atendimento de qualidade. h) Estimular os fatores sociais
Para compor esse perfil, o profissional necessita saber

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Atitudes e Prioridades em Serviço Estão certos apenas os itens

As atitudes de um profissional no exercício de suas a) I e II.


funções devem ser pautadas no seu comportamento éti- b) I e III.
co. c) II e IV.
A prioridade no serviço deve ser a satisfação e o bem- d) I, III e IV.
-estar do atendido. e) II, III e IV.
Nesse contexto, o Decreto nº 1.171/94, que aprovou
o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil, Resposta: Letra C - Afirmativa I – ERRADO – caracte-
que pontua o padrão ético do servidor público. riza SIM grave dano moral
O código traz as chamadas Regras Dentológicas, Afirmativa II – CORRETO
ou seja, os valores que devem nortear tanto o servidor Afirmativa III – ERRADO -dependendo da situação, ca-
quanto o serviço publico.1 racteriza imprudência também.
Acesse o link a seguir e veja as regras Deontológicas Afirmativa IV – CORRETO
instituídas pelo decreto: www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/d1171.htm Todas as afirmativas constam no Código de Ética Pro-
fissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal (Decreto 1.171/94), portanto, sua leitura é ex-
tremamente importante.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
3. (CESPE/2016 – TCE/PA) A respeito de comportamen-
1. (CESPE/2018 – PC/MA) No exercício do cargo, o ser- to profissional, atitudes no serviço, organização do tra-
vidor público, quando decide entre o honesto e o deso- balho e prioridade em serviço, julgue o próximo item.
nesto, vincula sua decisão à A publicidade de qualquer ato administrativo constitui
requisito de eficácia e moralidade, pois a omissão de in-
a) ética. formação resulta em comprometimento ético contra o
b) impessoalidade. bem comum.
c) conveniência.
d) eficiência. ( ) CERTO ( ) ERRADO
e) legalidade.
Resposta: Errado - Trata-se das Regras Deontológicas
Resposta: Letra A - O Código de Ética do Servidor que disciplinam que:
Público é claro quando diz que o servidor não poderá VII -  Salvo  os casos de segurança nacional, investiga-
nunca desprezar e elemento ético de sua conduta, o que ções policiais ou interesse superior do Estado e da Ad-
já justifica a alternativa A como correta, mas pensemos ministração Pública, a serem preservados em proces-
um pouco. so previamente declarado sigiloso, nos termos da lei,
A ética define o que é certo e o que é errado, e a moral a publicidade de qualquer ato administrativo constitui
nos mostra os caminhos de como chegar a um ou a requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omis-
outro, portanto, fazer uso de conveniência, de eficiên- são comprometimento ético contra o bem comum, im-
cia, de legalidade são formas que temos de exercer um putável a quem a negar.
comportamento ético.

2. (CESPE/2018 – PC/MA) Julgue o item que se segue,


a respeito das atitudes do servidor público no desempe- LEI 8.429/1992 E SUAS ALTERAÇÕES.
nho das suas funções.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

I. O fato de um servidor público deixar qualquer pessoa


à espera de solução que compete ao setor em que ele IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
exerça suas funções, acarretando atraso na prestação do
serviço, caracteriza atitude contra a ética, mas não grave 1. Conceito de improbidade
dano moral ao usuário dos serviços públicos.
II. Tratar mal uma pessoa que paga seus próprios tributos O agente público, quando age no exercício das
significa, direta ou indiretamente, causar-lhe dano moral. suas funções, pode praticar atos violadores do Direito,
III. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de des- capazes de ensejar um dever de responsabilização
vios por parte do servidor público tornam-se, às vezes, da Administração, que é a pessoa jurídica a qual
difíceis de corrigir e podem caracterizar negligência no representa. É bastante comum a doutrina estabelecer a
desempenho da função pública, mas não imprudência. responsabilidade tríplice dos agentes públicos, uma vez
IV. Toda ausência injustificada do servidor de seu local de que seus atos podem violar direitos relativos às esferas
trabalho é fator de desmoralização do serviço público. civil, penal, e administrativas. Todavia, além das três
esferas mencionadas, é possível verificar uma quarta
esfera de responsabilização dos agentes públicos, que
1 Texto adaptado de Anderson Leite/ Miriam Valente/ Cartilha de
diz respeito à improbidade administrativa.
Excelência no Atendimento e Boas Práticas (www.agu.gov.br)

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Improbidade possui previsão constitucional, mais recebem subvenção, incentivo ou benefício fiscal ou
especificamente no art. 37, caput, ao expor que é dever creditício provenientes de órgãos públicos; e também
da Administração Pública Direta e Indireta, o respeito as empresas com participação estatal, cuja criação
ao princípio da moralidade administrativa. Além disso, ou custeio o erário concorra com menos de 50% do
consta no § 4º do mesmo dispositivo constitucional patrimônio ou da receita anual.
que “os atos de improbidade administrativa importarão Por outro lado, sujeito ativo é aquele que pratica o
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função ato danoso, e eventualmente sofrerá a sanção aplicável
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento após a propositura da ação de improbidade (art. 17 da
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, LIA). Todo e qualquer agente público pode sofrer processo
sem prejuízo da ação penal cabível”. Pela leitura do de improbidade. Compreende-se como agente público,
dispositivo, verifica-se uma característica importante todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
dos atos de improbidade: a sua independência em sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
relação às outras esferas de responsabilização. Assim, contratação ou qualquer outra forma de investidura
a instauração de processo com o escopo de apurar o ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
ato de improbidade independe de prévia condenação entidades mencionadas anteriormente (art. 2º da LIA).
(ou absolvição) do agente infrator nos processos civil, Entretanto, o art. 3º da referida Lei estende as penas
criminal, e administrativo. pela improbidade a particulares (não agentes), desde
Dessa forma, podemos conceituar os atos de que tenham induzido, concorrido, ou se beneficiou
improbidade administrativa como aqueles aptos a da prática do ato. Assim, os particulares podem até
causarem danos ao erário, enriquecimento ilícito, ou serem responsabilizados, mas nunca sozinhos, hipótese
ainda violação aos princípios administrativos. designada como improbidade imprópria.
A preocupação do legislador em estabelecer os Ainda sobre a hipótese de particulares, o STJ tem se
atos de improbidade, bem como as sanções aplicáveis posicionado de forma a restringir o âmbito de aplicação
aos agentes públicos, traduz-se na finalidade de da LIA para as pessoas não agentes, como no julgado de
garantir o respeito à moralidade administrativa. Nossa Recurso Especial REsp nº 1.405.748, que extinguiu ação
Constituição estabelece dois mecanismos processuais de improbidade proposta em face do ator Guilherme
para a defesa da moralidade, haja visto ser uma questão Fontes pela demora na conclusão do filme “Chatô – Rei
de interesse público. De um lado, temos a ação popular do Brasil”.
(art. 5º, LXXIII, da CF/1988), podendo ser proposta por
qualquer cidadão para anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade que o Estado participe, à #FicaDica
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao A presença do elemento dolo/culpa nos atos
patrimônio histórico-cultural. De outro, a ação de de improbidade administrativa é um tema bas-
improbidade administrativa, fundada no art. 37, § 4º, tante discutido na doutrina. O art. 10 da Lei nº
da CF/1988, e de legitimidade exclusiva do Ministério 8.429/1982 prevê, expressamente, que “cons-
Público, ou de entidade interessada. titui ato de improbidade administrativa que
causa lesão ao erário qualquer ação ou omis-
2. A Lei nº 8.429/1982 são, dolosa ou culposa, que enseje...”. Este é o
único dispositivo que prevê expressamente a
Como forma de regulamentar o processo de modalidade culposa para configuração de im-
improbidade, garantido pela Constituição, incumbiu- probidade. Uma corrente majoritária na dou-
se a União a tarefa de promulgar a Lei Federal trina sustenta que, devido a sua ausência nos
nº 8.429/1982, também conhecida como Lei da demais casos de improbidade, a culpa stricto
Improbidade Administrativa (LIA). sensu somente seria admitida para atos que
Dispõe o art. 1º da LIA que “Os atos de improbidade causem prejuízos ao erário. A responsabilida-
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

praticados por qualquer agente público, servidor de é sempre subjetiva, devendo sempre de-
ou não, contra a administração direta, indireta ou monstrar a culpa em sentido amplo do agente
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos público.
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de
Território, de empresa incorporada ao patrimônio
público ou de entidade para cuja criação ou custeio 3. Espécies de atos de improbidade
o erário haja concorrido ou concorra com mais de
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, A Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº
serão punidos na forma desta lei”. Podemos identificar 8.429/1982) define, nos seus artigos 9º a 11, um rol
os sujeitos ativo e passivo do ato de improbidade. exemplificativo das condutas que caracterizam a
Sujeito passivo do ato de improbidade é aquele improbidade administrativa, que constituem no objeto
que venha a sofrer as consequências do ato de da improbidade. Podemos dividir tais condutas em
improbidade administrativa. São eles: membros quatro grandes grupos:
da Administração Pública Direta (União, Estados, A) Atos que importam em enriquecimento ilícito:
Municípios e seus órgãos), da Administração Indireta são as condutas de maior gravidade, apenadas
(autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades com as sanções mais rigorosas, pelo fato de
de economia mista); as entidades privadas que envolver atos como auferir qualquer tipo de

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vantagem patrimonial indevida em razão do é uma noção mais abrangente e real do que a noção de
exercício de cargo, mandato, função, emprego ou moralidade administrativa. Essa é a posição majoritária
atividade nas entidades públicas (art. 9º da LIA). da doutrina.
As sanções aplicáveis podem ser de ressarcimento Independentemente disso, o importante é que o
integral do dano, perda da função pública, perda agente público tem o dever de obedecer não somente
dos direitos políticos de 8 a 10 anos, e a proibição as leis ou as normas jurídicas positivadas. Ele deve
de contratar com o Poder Público pelo prazo de obedecer, também, ao princípio da moralidade, para
10 anos. agir com ética, decoro, honestidade e boa-fé, e poder
B) Atos que causam prejuízo ao erário: qualquer exercer uma “boa administração”. Caso contrário,
tipo de conduta dolosa ou culposa, comissiva poderá ser punido pela prática de atos de improbidade
ou omissiva, que enseja perda patrimonial, administrativa.
desvio, apropriação ou dilapidação dos bens
ou haveres das entidades públicas é passível
de sanção, sem a necessidade de haver um
enriquecimento patrimonial do agente infrator EXERCÍCIO COMENTADO
(art. 10 da LIA). Comporta sanções intermediárias,
como ressarcimento dos danos, perda da função 1. (PREFEITURA DE RECIFE-PE – ANALISTA DE PLA-
pública, perda dos direitos políticos de 5 a 8 anos, NEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO – FCC – 2019)
e a proibição de contratar com o Poder Público Quando um agente público comete ato de improbidade,
por 5 anos. sabe-se que:
C) Atos que atentam contra os princípios da
Administração Pública: apesar de não causar a) se trata de servidor público estatutário ou celetista,
enriquecimento do agente, nem lesão financeira admitidos mediante concurso público, não sendo in-
ao erário, a prática desses atos pode violar dispensável a comprovação de conduta dolosa para
os deveres de honestidade, imparcialidade, aquela configuração.
legalidade, e lealdade às instituições (art. 11). As b) o terceiro que tiver participado, induzido ou concor-
sanções aplicáveis são mais brandas, incluindo rido para a prática do ato poderá sofrer as sanções
ressarcimento dos danos, perda da função previstas na mesma lei.
pública, perda dos direitos políticos de 3 a 5 anos, c) para sua condenação é indispensável a comprova-
e a proibição de contratar com o Poder Público ção de dolo, independentemente da modalidade em
por 3 anos. questão.
d) agiu com a reprovável quebra de confiança, configu-
D) Atos decorrentes de concessão ou aplicação
rando dolo presumido, o que enseja condenação por
indevida de benefício financeiro ou
ato de improbidade.
tributário: trata-se de novidade trazida pela
e) sua conduta culposa é suficiente para aplicação de al-
Lei Complementar nº 157/2016, que adicionou
gumas penalidades acessórias, mas não admite a tipi-
o artigo 10-A, tipificando como improbidade
ficação como uma modalidade individualizada de ato
administrativa qualquer ação ou omissão para
de improbidade.
conceder, aplicar ou manter benefício financeiro
ou tributário contrário ao que dispõem o caput
Resposta: Letra B. As letras A e D estão incorreta, pois
e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº para a configuração de ato de improbidade adminis-
116/2003. Apresenta sanções como a perda da trativa, é imprescindível a presença da conduta dolosa
função pública, e perda dos direitos políticos de para sua configuração (responsabilidade subjetiva). O
5 a 8 anos. dolo não se presume nessas hipóteses. As letras C e
E estão incorretas, pois os atos de improbidade que
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
4. Probidade e Moralidade causem prejuízos ao erário poderão ocorrer na moda-
lidade culposa.
Convém fazer maior explanação sobre as diferenças
entre moralidade e improbidade. A moralidade, sobretudo
a moralidade administrativa, é um princípio constitucional
da Administração Pública, presente no caput do art. 37 da LEI Nº 9.784/1999 E SUAS ALTERAÇÕES
CF/1988. Quando a Constituição expõe sobre “moralidade”, (PROCESSO ADMINISTRATIVO)
geralmente remete-se a um princípio ou norma geral
atribuída aos agentes públicos. Não há, todavia, regras
com previsão de sanções pelo não cumprimento do PROCESSO ADMINISTRATIVO
princípio da moralidade no Texto Constitucional.
A improbidade, todavia, apresenta uma faceta A necessidade de se instaurar um processo, isso é,
muito mais concreta: quando a Constituição fala em uma sequência de atos para o exercício da jurisdição,
“improbidade administrativa”, sempre pressupõe tem seu fundamento no princípio constitucional do de-
alguma lesão a valores morais ou a algum comando vido processo legal. O devido processo legal pode ser
legal, exigindo a aplicação de uma sanção. Parece-nos compreendido como o “escudo da humanidade” contra a
mais correto afirmar que, como infração, a improbidade prática de atos abusivos por parte do Estado. Seu funda-

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mento legal está previsto no art. 5º, LIV, da Constituição B) Impessoalidade: tem por objetivo vedar a
Federal, o qual assegura que ninguém será privado da promoção pessoal de agentes e autoridades
liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. C) Finalidade: a persecução do interesse público é
A obrigatoriedade do devido processo legal não se primordial na conduta dos agentes administrativos,
aplica somente à seara judicial, mas também vincula a pois é o seu objetivo maior.
Administração Pública e o Poder Legislativo, pois no mo- D) Moralidade: a atuação dos agentes públicos deve
derno Estado de Direito, a validade das decisões prati- seguir os padrões de lealdade, decoro e boa-fé.
cadas por órgãos e agentes governamentais está con- E) Publicidade: o dever de transparência que resulta
dicionada ao cumprimento de um rito procedimental a publicação dos atos administrativos de relevante
previamente estabelecido. Por isso, é de grande impor- interesse para a população.
tância o estudo do processo administrativo disciplinar, F) Razoabilidade e proporcionalidade: exige uma
que visa a dar maior transparência e garantia do exercício linha lógica e adequação entre o fim almejado e o
de uma boa Administração para os particulares. meio utilizado para tal fim, abstendo-se de praticar
exageros.
G) Obrigatória motivação: as decisões tomadas
#FicaDica pelas autoridades devem conter pressupostos de
Processo ou procedimento administrativo? fato e de direito que justifiquem as mesmas.
Apesar de não serem a mesma coisa, ambos H) Segurança jurídica: exige que a interpretação das
possuem uma forte relação intrínseca. “Pro- normas administrativas seja sempre a que melhor
cesso” é o termo utilizado para designar a re- atenda aos interesses dos administrados, sendo
lação jurídica estabelecida entre as partes e, vedada sua aplicação retroativa, pois isso feriria o
por isso, denomina-se processo administrativo ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
o vínculo estabelecido entre o Poder Público julgada.
e o particular para a tomada de uma decisão. I) Contraditório e ampla defesa: para cada ato e
“Procedimento”, por sua vez, refere-se a uma cada alegação feita no processo em questão, é
sequência ordenada de atos que culminam na assegurado o direito de manifestação da parte
tomada da decisão. Procedimento é o meio contrária, principalmente nos processos em que
pelo qual se atende aos fins do processo. resultem em sanções e nas situações de litígio.

1.2 Direitos e deveres dos administrados


1. Processo Administrativo e a Lei nº 9.784/1999
O termo “administrado”, hoje com pouca utilização,
Com o objetivo de regulamentar a disciplina consti- é usado na referida Lei para designar o usuário ou
tucional do processo administrativo, a Lei nº 9.784/1999, cidadão que é administrado pelo Poder Público. A Lei nº
denominada “Lei do Processo Administrativo”, dispõe 9.784/1999 elenca uma série de direitos e deveres aos
sobre normas básicas sobre o referido processo no âm- referidos administrados.
bito da Administração Federal direta e indireta, visando
Assim, os usuários e cidadãos possuem as seguintes
a proteção dos direitos dos administrados e ao melhor
garantias (art. 3º): a) ser tratado com respeito pelas
cumprimento dos fins da Administração Pública. Trata-
autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício
-se de lei federal, aplicável somente no âmbito da União,
de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; b)
com incidência no Poder Executivo, e também nos Pode-
ter ciência da tramitação dos processos administrativos
res Legislativo e Judiciário, no exercício de suas funções
em que tenha a condição de interessado, ter vista dos
atípicas. Entretanto, o STJ pacificou entendimento de que
autos, obter cópias de documentos neles contidos e
a referida Lei de Processo Administrativo pode ser aplicá-
vel, subsidiariamente, às demais entidades federais que conhecer as decisões proferidas; c) formular alegações e
não possuam lei própria versando sobre o tema. apresentar documentos antes da decisão, os quais serão
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Com base nessas considerações, passemos a desta- objeto de consideração pelo órgão competente; d) fazer-
car alguns pontos importantes da referida legislação. De se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando
início, o art. 1º, § 2º da Lei nº 9.784/1999 procura deli- obrigatória a representação, por força de lei.
mitar três importantes conceitos. Órgão é a unidade de Por outro lado, o art. 4º da Lei de Processo
atuação integrante da estrutura da Administração direta Administrativo elenca os deveres a ser cumpridos pelos
e da estrutura da Administração indireta; entidade é a administrados no decurso do processo:
unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; e a) expor os fatos conforme a verdade;
autoridade é o servidor ou agente público dotado de b) proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
poder de decisão. c) não agir de modo temerário; e
d) prestar as informações que lhe forem solicitadas e
1.1 Princípios do processo administrativo: colaborar para o esclarecimento dos fatos.

O caput do art. 2º da Lei nº 9.784/1999 elenca os prin- 1.3 Instauração e legitimidade


cípios pelos quais a Administração Pública tem o dever de
obedecer e que regem o processo administrativo. São eles: A Administração Pública apresenta uma dinamicidade
A) Legalidade: é o dever de atuação conforme a lei e muito maior do que o Judiciário, uma vez que pode agir
o direito positivado. de ofício, isso é, sem a provocação do interessado. É

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possível, evidentemente, que o processo administrativo É possível, também, a instauração de medida cautelar,
possa ser instaurado a requerimento, o qual deverá ser na forma do artigo 45 da Lei nº 9.784/1999, podendo ser
formulado por escrito e constar os seguintes elementos: instaurada sem a prévia manifestação do interessado, em
a) órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; b) caso de risco iminente que possa prejudicar o objeto do
identificação do interessado ou de quem o represente; processo.
c) domicílio do requerente ou local para recebimento de
comunicações; d) formulação do pedido, com exposição 1.5 Dever de decidir e desistência
dos fatos e de seus fundamentos; e e) data e assinatura
do requerente ou de seu representante. Na verdade, a A Administração Pública tem o dever de emitir decisão
instauração do processo pode ser de ofício, ainda que (art. 48, Lei nº 9.784/1999) expressa nos processos
haja provocação de uma das partes. administrativos e sobre as solicitações e reclamações
Quanto à legitimidade para a instauração do que receber, uma vez que faz parte de sua competência.
processo, o art. 9º da mesma Lei elenca um rol taxativo de Trata-se de uma consequência lógica do direito de
interessados: I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem petição, constitucionalmente garantido a todo cidadão.
como titulares de direitos ou interesses individuais ou no Encerrada a instrução, terá o prazo de até 30 (trinta)
exercício do direito de representação; II - aqueles que, dias para decidir, salvo prorrogação por igual período
sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses expressamente motivada.
que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; Admite-se a desistência do processo, por parte do
III - as organizações e associações representativas, no interessado, nos termos do art. 51 da referida Lei. Para
tocante a direitos e interesses coletivos; IV - as pessoas tanto, deverá o interessado manifestar-se por escrito,
ou as associações legalmente constituídas quanto a com o pedido de desistência total ou parcial do pleito,
direitos ou interesses difusos. Em termos de capacidade ou ainda renunciar direitos disponíveis. A desistência ou
processual, o art. 10 dispõe que são considerados capazes renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica
os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial o prosseguimento do processo, se a Administração
em ato normativo próprio. considerar que o interesse público assim o exige.
1.4 Competência, forma, tempo e lugar 1.6 Recursos administrativos
Nos termos do art. 11 da Lei de Processo Todas as decisões adotadas em processo administrativo
Administrativo, a competência é irrenunciável e se são passíveis de recurso, caso em que haverá um reexame
exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída quanto a questões de legalidade e de mérito dos atos
como própria, salvo os casos de delegação e avocação
administrativos objeto do litígio. O recurso deve ser
legalmente admitidos. A delegação é o fenômeno pelo
dirigido à autoridade que proferiu a decisão para que, no
qual uma autoridade distribui suas competências para
prazo de 5 dias, tenha a oportunidade de reconsiderar sua
uma entidade ou órgãos distintos, podendo estar na
decisão. Se não o fizer, encaminhará a peça recursal para
mesma linha hierárquica ou não, embora haja alguns
a autoridade hierarquicamente superior, se for recurso
casos em que a delegação é legalmente vedada, como a
hierárquico próprio, ou para a entidade que exerce tutela
edição de atos de caráter normativo, a decisão de recursos
sobre a que proferiu a decisão, tratando-se de recurso
administrativos, e as matérias de competência exclusiva
da autoridade. A avocação, por sua vez, traduz-se na hierárquico impróprio. O prazo para a interposição do
absorção de competências, hipótese em que o órgão ou recurso cabível é de 10 (dez) dias, contados a partir da
o titular chama para si atribuições de competência de divulgação oficial da decisão administrativa. Vejamos, em
órgão hierarquicamente inferior. detalhes, os principais recursos administrativos:
Em relação a forma, a lei citada não atribui nenhum A) Representação: é uma denúncia formal de
requisito solene para o processo administrativo, apenas irregularidade, feita por qualquer indivíduo, com
exige que os atos processuais deverão ser produzidos por previsão no art. 37, § 3º, III, da CF/1988, e que gera à
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

escrito, em vernáculo, com data e local de sua realização Administração o dever-poder de apurar a irregularidade,
e assinatura da autoridade responsável. Os atos são se houver. Trata-se, por isso, de ato vinculado.
realizados em dias úteis, no horário de funcionamento B) Reclamação administrativa: É o ato pelo qual o
da repartição na qual tramita o processo. administrado, particular ou servidor público, deduz
uma pretensão perante a administração pública,
É ônus da parte apresentar provas sobre os fatos visando obter o reconhecimento de um direito ou a
alegados pela mesma, na forma do artigo 36 da correção de um ato que lhe cause ou na iminência
referida Lei, independentemente de atuação sem de causar lesão. A interposição da reclamação não
prejuízo da atuação do órgão competente e o dever impede a apreciação do pleito pelo Judiciário,
deste providenciar os documentos oriundos da mas a reclamação interposta dentro do prazo de
própria Administração. Com isso, procura-se atribuir a 1 ano, contado da ocorrência do ato, suspende a
Administração Pública o exercício de suas funções de prescrição quinquenal deste.
modo adequado e correto, não podendo se prender ao C) Pedido de reconsideração: é uma solicitação
ônus da prova para escusar-se de promover uma má- feita à autoridade que já expediu o ato, para que o
administração. Importante ressaltar também a vedação modifique ou o invalide, nos moldes do requerente.
a da produção e utilização de provas obtidas por meios A reconsideração não suspende a prescrição do
ilícitos (art. 30, Lei nº 9.784/1999). Judiciário.

9
D) Recurso hierárquico próprio: é aquele endereçado e) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias
a autoridade superior à que praticou o ato de documentos neles contidos, fazendo-se assistir, fa-
recorrido. Pode ser interposto sem a necessidade cultativamente, por advogado, sem, contudo, poder
de previsão legal, uma vez que a revisão dos formular alegações e apresentar documentos antes
atos pela autoridade hierarquicamente superior da decisão, já que para tanto é sempre obrigatória a
àquela que praticou o ato é uma de suas tarefas assistência de um advogado, por meio de represen-
inerentes. Vale ressaltar que o recurso hierárquico tação.
independe de caução ou qualquer tipo de garantia
em dinheiro, conforme dispõe a Súmula Vinculante Resposta: Letra B. A letra A está incorreta, pois o di-
nº 21 do STF. reito à assistência de um advogado para acompanhar
E) Recurso hierárquico impróprio: é aquele dirigido os atos processuais é uma mera faculdade, na forma
a autoridade que não ocupa posição de hierarquia do art. 3º, IV, da Lei nº 9.784/1999. A letra C está in-
em relação ao ente que praticou o ato. É o caso, correta, pois o administrado tem direito de ter vista
por exemplo, de recurso interposto para o ente dos autos, trata-se de garantia prevista no art. 3º, II,
federativo membro da Administração Direta, sobre da referida Lei. As letras D e E estão incorretas, pois
alguma entidade da Administração Indireta. Esse o administrado também tem o direito de conhecer as
tipo de recurso deve possuir previsão legal, uma vez decisões proferidas, bem como formular alegações e
que os poderes inerentes à tutela não se presumem. apresentar documentos antes da decisão, indepen-
dentemente de estar acompanhado de advogado.
Detalhe importante que merece destaque é o exposto
no art. 64 da Lei nº 9.784/1999: “O órgão competente
para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular
ACESSO À INFORMAÇÃO: LEI Nº
ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se
a matéria for de sua competência”. Logo, percebe-se que
12.527/2011;
o referido dispositivo legal permite a reformatio in pejus
da decisão administrativa, o que pode acarretar em uma
Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011)
decisão que agrave ainda mais a situação do recorrente.
Todavia, o parágrafo único do mesmo artigo dispõe que
Antes de realizar uma análise comentada da Lei nº
o recorrente, nessa hipótese, deverá ser cientificado para
12.1527/2011, que dispõe sobre o direito ao acesso à in-
que formule suas alegações antes da decisão.
formação, convém realizar uma breve introdução sobre o
tema. O Brasil foi marcado, na década de 1960 até mea-
dos de 1980, por um governo ditatorial militar, ocasião
EXERCÍCIOS COMENTADOS em que houve uma grande restrição dos direitos funda-
mentais dos cidadãos, incluindo nesse rol o direito ao
acesso à informação. O Poder Público, na época, tinha
1. (CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – a faculdade de decidir quais atos e outros eventos po-
TÉCNICO LEGISLATIVO – FCC – 2018) Plínio, adminis- deriam ser transmitidos para a população, e quais atos
trado que se encontra em condição de interessado em deveriam permanecer sob sigilo.
processo administrativo, deseja ver referido processo no Contudo, tal cenário mudou com a redemocratiza-
qual consta como réu, bem como tirar cópia dos autos. ção do País, e a promulgação da Constituição Federal de
Em conformidade com a Lei Federal no 9.784/1999, que 1988. Atualmente, o acesso à informação é reconhecido
regula o Processo Administrativo no âmbito da Adminis- como direito humano fundamental por importantes or-
tração Pública Federal, Plínio ganismos da comunidade internacional. O art. 5º, XXXIII,
da CF/1988 prevê de modo expresso o direito ao acesso
a) possui direito de ter vista dos autos, porém, para obter à informação, ao dispor que “todos têm direito a rece-
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

cópias de documentos neles contidos, faz-se obriga- ber dos órgãos públicos informações de seu interesse
tória a assistência por advogado, já que para tal ato é particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
sempre necessária a representação prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilida-
b) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
de documentos neles contidos, fazendo-se assistir, fa- segurança da sociedade e do Estado”. Assim, as noções
cultativamente, por advogado, salvo quando obriga- de publicidade e transparência passam a se tornar prin-
tória a representação, por força de lei. cípios basilares da Administração Pública (art. 37, caput,
c) não pode ter vista dos autos, tampouco obter cópias CF/1988), e como forma de melhor regulamentar o refe-
de documentos nele contidos sem a assistência obri- rido disposto constitucional, surge a Lei de Acesso à In-
gatória de um advogado, já que para tais atos é sem- formação (Lei nº 12.527/2011), que analisaremos alguns
pre necessária a representação. de seus principais dispositivos.
d) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias
de documentos neles contidos, fazendo-se assistir, fa- 1. Princípios e Diretrizes
cultativamente, por advogado, ressalvado o direito de
conhecer as decisões proferidas, ato este que obriga A Lei de Acesso à Informação (LAI), é considerada um
sempre a assistência de um advogado, por meio de divisor de águas em matéria de transparência pública,
representação. pois, dentre outros princípios, define que o acesso à in-

10
formação é a regra, e o sigilo, a exceção. Qualquer pessoa, órgãos e entidades públicas, dentre os quais destaca-se:
física ou jurídica, poderá solicitar acesso às informações o registro das competências e estrutura organizacional,
públicas, isto é, aquelas não classificadas como sigilosas, endereços e telefones das respectivas unidades e horá-
conforme procedimento que observará as regras, prazos, rios de atendimento ao público; o registro de despesas;
instrumentos de controle e recursos previstos, sendo de- as informações concernentes a procedimentos licitató-
ver do Estado garantir esse direito fundamental, que será rios, incluindo os editais e resultados, bem como todos
franqueada mediante procedimentos simples e objeti- os contratos celebrados; e as respostas a perguntas mais
vos, de forma transparente, clara e de fácil compreensão. frequentes da sociedade. A LAI definiu a internet como
O parágrafo único do art. 1º da LAI dispõe sobre os sendo o canal obrigatório para a divulgação das iniciati-
destinatários, ou aqueles que devem se subordinar à referida vas de Transparência Ativa, conforme se depreende do
legislação. São os órgãos públicos integrantes da administra- seu art. 8º, § 2º: “Para cumprimento do disposto no caput,
ção dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo o Tribunal os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos
de Contas, Ministério Público etc; as entidades federativas os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem,
integrantes da Administração Pública Direta; e as autarquias, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede
fundações públicas, empresas públicas, e sociedades de eco- mundial de computadores”.
nomia mista integrantes da Administração Indireta. Por outro lado, a LAI também estabelece procedimen-
Os procedimentos previstos na LAI destinam-se a as- tos e ações a serem realizados pelos órgãos e entidades
segurar o direito fundamental de acesso à informação e públicas de forma a garantir o atendimento ao princípio
devem ser executados em conformidade com os princí- da Transparência Passiva. A transparência passiva ocorre
pios básicos da administração pública e com as diretrizes quando algum órgão ou ente é provocado pela socieda-
previstas no art. 3º da referida Lei. São eles: de a prestar informações. A obrigatoriedade de prestar
A) Princípio da Publicidade Máxima: a abrangência as informações solicitadas está prevista especificamen-
do direito à informação deve ser ampla no tocante te no artigo 10 da LAI: “Qualquer interessado poderá
à quantidade de informações e órgãos envolvidos, apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos
bem como quanto aos indivíduos que poderão rei- e entidades referidos no art. 1° desta Lei, por qualquer
vindicar esse direito. meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação
B) Princípio da Transparência ativa ou obrigação do requerente e a especificação da informação requeri-
de publicar: os órgãos públicos têm a obrigação da”. Os pedidos devem ser encaminhados ao serviço de
de publicar informações de interesse público sem informação do órgão público, podendo ser realizados
necessidade de provocação dos interessados. inclusive pela internet, devem conter informações como
C) Princípio da abertura de dados: traduz-se no identificação do requerente, mas sem exigências que in-
estímulo à disponibilização de dados em formato viabilizem a solicitação, e não se podem exigir justificati-
aberto, utilizado livremente, cujo acesso é faculta- vas para solicitar informações de interesse público.
do a qualquer interessado. Uma vez recebido um pedido de informação, o Poder
D) Princípio da criação de procedimentos que faci- Público deve autorizar ou conceder acesso imediato à in-
litam o acesso: os pedidos de informação devem formação. Não sendo possível acesso imediato, em até
ser processados mediante procedimentos ágeis, 20 dias, o órgão deve responder o requerente apresen-
de forma transparente e em linguagem de fácil tando: a data, local e modo para se realizar o acesso; as
compreensão, com a possibilidade de apresenta- razões para se recusar o acesso pretendido; o comunica-
ção de recurso em caso de negativa da informação. do de que não possui a informação ou que encaminhou
O recurso disposto na referida Lei não é o remé- o pedido ao órgão que realmente detém a informação.
dio constitucional denominado habeas data, cuja Tal prazo poderá ser prorrogado por mais 10 dias me-
regulamentação encontra-se na Lei nº 9.507/1997. diante justificativa apresentada pelo ente público.
2. Transparência Ativa e Transparência Passiva 3. Recursos administrativos na LAI
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A LAI estimula exaustivamente a iniciativa de transpa- O demandante somente poderá recorrer nas seguin-
rência, que pode ser dividida em duas espécies. A trans- tes hipóteses: havendo negativa de acesso à informação;
parência ativa consiste na obrigatoriedade dos órgãos e ou quando não há motivação obrigatória da negativa de
entidades públicas, por iniciativa própria, de divulgarem acesso. A Lei de Acesso à Informação apenas detalha os
informações de interesse geral ou coletivo, salvo aque- procedimentos de recursos administrativos no âmbito
las que contenham informações que mereçam especial da administração pública federal, mas a doutrina enten-
proteção em razão do seu caráter sigiloso. Sobre o tema, de que os Poderes Executivo e Legislativo tenham seus
o caput do art. 8º da LAI é bastante claro ao expor que respectivos procedimentos recursais, desde que devida-
“É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in- mente regulamentados.
dependentemente de requerimentos, a divulgação em Nos termos do caput e do parágrafo único do art. 15
local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, da LAI, o interessado poderá interpor recurso contra a
de informações de interesse coletivo ou geral por eles decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência,
produzidas ou custodiadas”. sendo dirigido à autoridade hierarquicamente superior
Além da obrigação geral, o § 1º do referido art. 8º à que exarou a decisão impugnada, que deverá se ma-
também elenca um rol de dados que devem obrigato- nifestar no prazo de 5 (cinco) dias. O serviço de busca
riamente constar na divulgação de informações pelos e fornecimento da informação é gratuito, salvo nas hi-

11
póteses de reprodução de documentos pelo órgão ou
entidade pública consultada, situação em que poderá ser
cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarci- EXERCÍCIO COMENTADO
mento do custo dos serviços e dos materiais utilizados.
Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entida- 1. (ILSL – ENFERMEIRO – IBFC – 2013) A Lei nº 12.527
des do Poder Executivo Federal, o requerente poderá re- de 18-11-2011 regula direito fundamental de acesso às
correr à Controladoria-Geral da União, que terá o prazo informações. Na sua seção V, regula o acesso às informa-
de 5 dias para decidir sobre o referido pleito. ções pessoais. Assinale a alternativa incorreta:
4. Responsabilidades na Lei de Acesso à Informação: a) O tratamento das informações pessoais deve ser feito
de forma transparente e com respeito à intimidade,
A LAI não dispõe apenas de regras gerais sobre o vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como
acesso à informação. Também elenca uma série de san-
às liberdades e garantias individuais.
ções e penalidades aos agentes públicos que se opor aos
b) O consentimento expresso da pessoa a que elas se
seus ditames. O art. 32 da LAI apresenta as condutas que
referirem não será exigido quando as informações
são consideradas condutas ilícitas que ensejam respon-
forem necessárias à prevenção e diagnóstico médico,
sabilidade do agente público ou militar:
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam res- quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz,
ponsabilidade do agente público ou militar: e para utilização única e exclusivamente para o trata-
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos mento médico.
termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu for- c) O consentimento expresso da pessoa a que elas se
necimento ou fornecê-la intencionalmente de forma referirem será exigido quando as informações forem
incorreta, incompleta ou imprecisa; necessárias ao cumprimento de ordem judicial.
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, des- d) A restrição de acesso à informação relativa à vida pri-
truir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou vada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invo-
parcialmente, informação que se encontre sob sua cada com o intuito de prejudicar processo de apuração
guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em de irregularidades em que o titular das informações
razão do exercício das atribuições de cargo, emprego estiver envolvido, bem como em ações voltadas para
ou função pública; a recuperação de fatos históricos de maior relevância.
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações
de acesso à informação; Resposta: Letra C. O erro da alternativa está no fato
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou de que o consentimento da pessoa para a divulgação
permitir acesso indevido à informação sigilosa ou in- de informações pessoais não é obrigatório quando
formação pessoal; tais informações forem necessárias ao cumprimento
V - impor sigilo à informação para obter proveito pes- de ordem judicial, conforme dispõe o art. 31, § 2º, III,
soal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato da Lei nº 12.527/2011.
ilegal cometido por si ou por outrem;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior com-
petente informação sigilosa para beneficiar a si ou a
outrem, ou em prejuízo de terceiros; e
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, docu- DECRETO Nº 7.724/2012.
mentos concernentes a possíveis violações de direitos
humanos por parte de agentes do Estado.
Regulamenta a Lei no 12.527, de 18 de novembro de
Os agentes militares serão penalizados segundo regi-
2011, que dispõe sobre o acesso a informações previsto
mento próprio, podendo ser consideradas transgressões
médias ou graves. Já os demais servidores públicos, sub- no inciso XXXIII do caput do art. 5o, no inciso II do § 3o do
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

metidos ao regime da Lei nº 8.112/1990, a prática de tais art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição.
condutas enseja à pena de, no mínimo, suspensão. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribui-
Por fim, a LAI também prevê penalidades para as pes- ções que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alí-
soas físicas e entidades privadas que detiverem informa- nea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na
ções em virtude de vínculo de qualquer natureza com Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, 
o poder público e deixarem de observar os princípios e
diretrizes da referida Lei, podendo ser punidos com: DECRETA: 
a) advertência;
b) multa; CAPÍTULO I
c) rescisão do vínculo com o poder público; DISPOSIÇÕES GERAIS
d) suspensão temporária de participar em licitação
e impedimento de contratar com a administração Art. 1o  Este Decreto regulamenta, no âmbito do Poder
pública por prazo não superior a 2 (dois) anos; e Executivo federal, os procedimentos para a garantia
e) declaração de inidoneidade para licitar ou contra- do acesso à informação e para a classificação de in-
tar com a administração pública, até que seja pro- formações sob restrição de acesso, observados grau e
movida a reabilitação perante a própria autoridade prazo de sigilo, conforme o disposto na Lei no 12.527,
que aplicou a penalidade. de 18 de novembro de 2011, que dispõe sobre o aces-

12
so a informações previsto no inciso XXXIII do caput do Parágrafo único.  Está isento de ressarcir os custos dos
art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. serviços e dos materiais utilizados aquele cuja situa-
216 da Constituição.  ção econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo
Art. 2o  Os órgãos e as entidades do Poder Executivo do sustento próprio ou da família, declarada nos ter-
federal assegurarão, às pessoas naturais e jurídicas, o mos da Lei no 7.115, de 29 de agosto de 1983.
direito de acesso à informação, que será proporciona-
do mediante procedimentos objetivos e ágeis, de for- CAPÍTULO II
ma transparente, clara e em linguagem de fácil com- DA ABRANGÊNCIA
preensão, observados os princípios da administração
pública e as diretrizes previstas na Lei no  12.527, de Art. 5o  Sujeitam-se ao disposto neste Decreto os ór-
2011. gãos da administração direta, as autarquias, as fun-
Art. 3o  Para os efeitos deste Decreto, considera-se: dações públicas, as empresas públicas, as sociedades
I -  informação - dados, processados ou não, que po- de economia mista e as demais entidades controladas
dem ser utilizados para produção e transmissão de direta ou indiretamente pela União.
conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou § 1o A divulgação de informações de empresas públi-
formato; cas, sociedade de economia mista e demais entidades
controladas pela União que atuem em regime de con-
II - dados processados - dados submetidos a qualquer
corrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Cons-
operação ou tratamento por meio de processamento
tituição, estará submetida às normas pertinentes da
eletrônico ou por meio automatizado com o emprego
Comissão de Valores Mobiliários, a fim de assegurar
de tecnologia da informação;
sua competitividade, governança corporativa e, quan-
III - documento - unidade de registro de informações,
do houver, os interesses de acionistas minoritários.
qualquer que seja o suporte ou formato;
§ 2o  Não se sujeitam ao disposto neste Decreto as
IV - informação sigilosa - informação submetida tem-
informações relativas à atividade empresarial de pes-
porariamente à restrição de acesso público em razão soas físicas ou jurídicas de direito privado obtidas pelo
de sua imprescindibilidade para a segurança da socie- Banco Central do Brasil, pelas agências reguladoras
dade e do Estado, e aquelas abrangidas pelas demais ou por outros órgãos ou entidades no exercício de
hipóteses legais de sigilo; atividade de controle, regulação e supervisão da ati-
V  -  informação pessoal - informação relacionada à vidade econômica cuja divulgação possa representar
pessoa natural identificada ou identificável, relativa à vantagem competitiva a outros agentes econômicos.
intimidade, vida privada, honra e imagem; Art. 6o O acesso à informação disciplinado neste De-
VI  -  tratamento da informação - conjunto de ações creto não se aplica:
referentes à produção, recepção, classificação, utili- I - às hipóteses de sigilo previstas na legislação, como
zação, acesso, reprodução, transporte, transmissão, fiscal, bancário, de operações e serviços no mercado
distribuição, arquivamento, armazenamento, elimina- de capitais, comercial, profissional, industrial e segre-
ção, avaliação, destinação ou controle da informação; do de justiça; e
II  -  às informações referentes a projetos de pesquisa e
VII  -  disponibilidade - qualidade da informação que desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo
pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipa- seja imprescindível à segurança da sociedade e do Esta-
mentos ou sistemas autorizados; do, na forma do §1o do art. 7o da Lei no 12.527, de 2011.
VIII - autenticidade - qualidade da informação que te-
nha sido produzida, expedida, recebida ou modificada CAPÍTULO III
por determinado indivíduo, equipamento ou sistema; DA TRANSPARÊNCIA ATIVA
IX - integridade - qualidade da informação não mo-
dificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino; Art. 7o  É dever dos órgãos e entidades promover, in-
X  -  primariedade - qualidade da informação coleta- dependente de requerimento, a divulgação em seus
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

da na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sítios na Internet de informações de interesse coletivo
sem modificações; ou geral por eles produzidas ou custodiadas, obser-
XI - informação atualizada - informação que reúne os vado o disposto nos arts. 7o e 8o da Lei no 12.527, de
dados mais recentes sobre o tema, de acordo com sua 2011.
natureza, com os prazos previstos em normas espe- § 1o  Os órgãos e entidades deverão implementar em
cíficas ou conforme a periodicidade estabelecida nos seus sítios na Internet seção específica para a divulga-
sistemas informatizados que a organizam; e ção das informações de que trata o caput.
XII  -  documento preparatório  -  documento formal § 2o  Serão disponibilizados nos sítios na Internet dos
utilizado como fundamento da tomada de decisão ou órgãos e entidades, conforme padrão estabelecido
de ato administrativo, a exemplo de pareceres e notas pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência
técnicas. da República:
Art. 4o  A busca e o fornecimento da informação são I - banner na página inicial, que dará acesso à seção
gratuitos, ressalvada a cobrança do valor referente ao específica de que trata o § 1o; e
custo dos serviços e dos materiais utilizados, tais como II  -  barra de identidade do Governo federal, conten-
reprodução de documentos, mídias digitais e posta- do ferramenta de redirecionamento de página para
gem. o Portal Brasil e para o sítio principal sobre a  Lei
no 12.527, de 2011.

13
§  3o   Deverão ser divulgadas, na seção específica de III - por meio de disponibilização de variáveis das ba-
que trata o § 1o, informações sobre: ses de dados para execução de cruzamentos, para fins
I - estrutura organizacional, competências, legislação de estudos e pesquisas, observado o disposto no art.
aplicável, principais cargos e seus ocupantes, endere- 13. (Incluído pelo Decreto nº 8.408, de 2015)
ço e telefones das unidades, horários de atendimento Art.  8o   Os sítios na Internet dos órgãos e entidades
ao público; deverão, em cumprimento às normas estabelecidas
II  -   programas, projetos, ações, obras e atividades, pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges-
com indicação da unidade responsável, principais me- tão, atender aos seguintes requisitos, entre outros: 
tas e resultados e, quando existentes, indicadores de I  -  conter formulário para pedido de acesso à infor-
resultado e impacto; mação;
III - repasses ou transferências de recursos financeiros; II  -  conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que
IV - execução orçamentária e financeira detalhada; permita o acesso à informação de forma objetiva,
transparente, clara e em linguagem de fácil com-
V - licitações realizadas e em andamento, com editais,
preensão; 
anexos e resultados, além dos  contratos  firmados e
III - possibilitar gravação de relatórios em diversos for-
notas de empenho emitidas; 
matos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietá-
VI  -  remuneração e subsídio recebidos por ocupante
rios, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a
de cargo, posto, graduação, função e emprego público, análise das informações; 
incluindo auxílios, ajudas de custo, jetons e quaisquer IV - possibilitar acesso automatizado por sistemas ex-
outras vantagens pecuniárias, bem como proventos ternos em formatos abertos, estruturados e legíveis
de aposentadoria e pensões daqueles que estiverem por máquina;
na ativa, de maneira individualizada, conforme ato do V - divulgar em detalhes os formatos utilizados para
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; estruturação da informação; 
VII - respostas a perguntas mais frequentes da socie- VI - garantir autenticidade e integridade das informa-
dade;(Redação dada pelo Decreto nº 8.408, de 2015) ções disponíveis para acesso; 
VIII - contato da autoridade de monitoramento, desig- VII  -  indicar instruções que permitam ao requerente
nada nos termos do art. 40 da Lei nº 12.527, de 2011, comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o
e telefone e correio eletrônico do Serviço de Informa- órgão ou entidade; e 
ções ao Cidadão - SIC; e (Redação dada pelo Decreto VIII - garantir a acessibilidade de conteúdo para pes-
nº 8.408, de 2015) soas com deficiência. 
IX - programas financiados pelo Fundo de Amparo ao
Trabalhador - FAT. (Incluído pelo Decreto nº 8.408, de CAPÍTULO IV
2015) DA TRANSPARÊNCIA PASSIVA
§ 4o  As informações poderão ser disponibilizadas por Seção I
meio de ferramenta de redirecionamento de página Do Serviço de Informação ao Cidadão
na Internet, quando estiverem disponíveis em outros
sítios governamentais. Art. 9o  Os órgãos e entidades deverão criar Serviço de
§  5o  No caso das empresas públicas, sociedades de Informações ao Cidadão - SIC, com o objetivo de:
economia mista e demais entidades controladas pela I  -  atender e orientar o público quanto ao acesso à
União que atuem em regime de concorrência, sujeitas informação; 
II  -  informar sobre a tramitação de documentos nas
ao disposto no  art. 173 da Constituição, aplica-se o
unidades; e 
disposto no § 1o do art. 5o.
III - receber e registrar pedidos de acesso à informa-
§ 6o O Banco Central do Brasil divulgará periodica-
ção.
mente informações relativas às operações de crédito
Parágrafo único.  Compete ao SIC: 
praticadas pelas instituições financeiras, inclusive as I - o recebimento do pedido de acesso e, sempre que
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

taxas de juros mínima, máxima e média e as respecti- possível, o fornecimento imediato da informação;
vas tarifas bancárias. II - o registro do pedido de acesso em sistema eletrôni-
§  7o  A divulgação das informações previstas no § co específico e a entrega de número do protocolo, que
3o não exclui outras hipóteses de publicação e divul- conterá a data de apresentação do pedido; e
gação de informações previstas na legislação. III - o encaminhamento do pedido recebido e registra-
§ 8º Ato conjunto dos Ministros de Estado da Contro- do à unidade responsável pelo fornecimento da infor-
ladoria-Geral da União, do Planejamento, Orçamen- mação, quando couber. 
to e Gestão e do Trabalho e Emprego disporá sobre a Art. 10.  O SIC será instalado em unidade física identi-
divulgação dos programas de que trata o inciso IX do ficada, de fácil acesso e aberta ao público. 
§ 3º, que será feita, observado o disposto no Capítulo § 1o  Nas unidades descentralizadas em que não hou-
VII: (Incluído pelo Decreto nº 8.408, de 2015) ver SIC será oferecido serviço de recebimento e regis-
I - de maneira individualizada; (Incluído pelo Decreto tro dos pedidos de acesso à informação. 
nº 8.408, de 2015) § 2o  Se a unidade descentralizada não detiver a infor-
II - por meio de informações consolidadas disponibi- mação, o pedido será encaminhado ao SIC do órgão
lizadas no sítio na Internet do Ministério do Trabalho ou entidade central, que comunicará ao requerente o
e Emprego; e        (Incluído pelo Decreto nº 8.408, de número do protocolo e a data de recebimento do pedi-
2015) do, a partir da qual se inicia o prazo de resposta. 

14
Seção II § 2o  Nas hipóteses em que o pedido de acesso deman-
Do Pedido de Acesso à Informação dar manuseio de grande volume de documentos, ou
a movimentação do documento puder comprometer
Art. 11.  Qualquer pessoa, natural ou jurídica, poderá sua regular tramitação, será adotada a medida pre-
formular pedido de acesso à informação.  vista no inciso II do § 1o.
§  1o  O pedido será apresentado em formulário pa- §  3o   Quando a manipulação puder prejudicar a in-
drão, disponibilizado em meio eletrônico e físico, no tegridade da informação ou do documento, o órgão
sítio na Internet e no SIC dos órgãos e entidades.   ou entidade deverá indicar data, local e modo para
§ 2o  O prazo de resposta será contado a partir da data consulta, ou disponibilizar cópia, com certificação de
de apresentação do pedido ao SIC.  que confere com o original.
§ 3o  É facultado aos órgãos e entidades o recebimen- § 4o  Na impossibilidade de obtenção de cópia de que
to de pedidos de acesso à informação por qualquer trata o § 3o, o requerente poderá solicitar que, às suas
outro meio legítimo, como contato telefônico, corres- expensas e sob supervisão de servidor público, a re-
pondência eletrônica ou física, desde que atendidos os produção seja feita por outro meio que não ponha em
requisitos do art. 12. risco a integridade do documento original.
§ 4o  Na hipótese do § 3o, será enviada ao requerente Art. 16.  O prazo para resposta do pedido poderá ser
comunicação com o número de protocolo e a data do prorrogado por dez dias, mediante justificativa enca-
recebimento do pedido pelo SIC, a partir da qual se minhada ao requerente antes do término do prazo
inicia o prazo de resposta.  inicial de vinte dias.
Art. 12.  O pedido de acesso à informação deverá con- Art. 17.  Caso a informação esteja disponível ao pú-
ter: blico em formato impresso, eletrônico ou em outro
I - nome do requerente; meio de acesso universal, o órgão ou entidade deverá
II - número de documento de identificação válido; orientar o requerente quanto ao local e modo para
III - especificação, de forma clara e precisa, da infor- consultar, obter ou reproduzir a informação.
mação requerida; e
Parágrafo único.  Na hipótese do caput o órgão ou
IV - endereço físico ou eletrônico do requerente, para
entidade desobriga-se do fornecimento direto da in-
recebimento de comunicações ou da informação re-
formação, salvo se o requerente declarar não dispor
querida. 
de meios para consultar, obter ou reproduzir a infor-
Art. 13.  Não serão atendidos pedidos de acesso à in-
formação: mação.
I - genéricos; Art.  18.   Quando o fornecimento da informação im-
II - desproporcionais ou desarrazoados; ou plicar reprodução de documentos, o órgão ou enti-
III - que exijam trabalhos adicionais de análise, inter- dade, observado o prazo de resposta ao pedido, dis-
pretação ou consolidação de dados e informações, ou ponibilizará ao requerente Guia de Recolhimento da
serviço de produção ou tratamento de dados que não União - GRU ou documento equivalente, para paga-
seja de competência do órgão ou entidade. mento dos custos dos serviços e dos materiais utiliza-
Parágrafo único.  Na hipótese do inciso III do caput, o dos.
órgão ou entidade deverá, caso tenha conhecimento, Parágrafo único.  A reprodução de documentos ocor-
indicar o local onde se encontram as informações a rerá no prazo de dez dias, contado da comprovação do
partir das quais o requerente poderá realizar a inter- pagamento pelo requerente ou da entrega de decla-
pretação, consolidação ou tratamento de dados. ração de pobreza por ele firmada, nos termos da Lei
Art. 14.  São vedadas exigências relativas aos motivos no  7.115, de 1983, ressalvadas hipóteses justificadas
do pedido de acesso à informação. em que, devido ao volume ou ao estado dos documen-
tos, a reprodução demande prazo superior.
Seção III Art. 19.  Negado o pedido de acesso à informação, será
Do Procedimento de Acesso à Informação
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
enviada ao requerente, no prazo de resposta, comuni-
cação com:
Art.  15.   Recebido o pedido e estando a informação I  -  razões da negativa de acesso e seu fundamento
disponível, o acesso será imediato. legal;
§ 1o  Caso não seja possível o acesso imediato, o órgão II - possibilidade e prazo de recurso, com indicação da
ou entidade deverá, no prazo de até vinte dias: autoridade que o apreciará; e
I - enviar a informação ao endereço físico ou eletrôni- III - possibilidade de apresentação de pedido de des-
co informado;
classificação da informação, quando for o caso, com
II - comunicar data, local e modo para realizar consul-
indicação da autoridade classificadora que o aprecia-
ta à informação, efetuar reprodução ou obter certidão
rá.
relativa à informação;
§1o   As razões de negativa de acesso a informação
III - comunicar que não possui a informação ou que
não tem conhecimento de sua existência; classificada indicarão o fundamento legal da classi-
IV - indicar, caso tenha conhecimento, o órgão ou en- ficação, a autoridade que a classificou e o código de
tidade responsável pela informação ou que a detenha; indexação do documento classificado.
ou § 2o Os órgãos e entidades disponibilizarão formulário
V - indicar as razões da negativa, total ou parcial, do padrão para apresentação de recurso e de pedido de
acesso. desclassificação.

15
Art.  20.   O acesso a documento preparatório ou in- CAPÍTULO V
formação nele contida, utilizados como fundamento DAS INFORMAÇÕES CLASSIFICADAS EM GRAU DE
de tomada de decisão ou de ato administrativo, será SIGILO
assegurado a partir da edição do ato ou decisão.
Parágrafo único. O Ministério da Fazenda e o Ban- Seção I
co Central do Brasil classificarão os documentos que Da Classificação de Informações quanto ao Grau e
embasarem decisões de política econômica, tais como Prazos de Sigilo
fiscal, tributária, monetária e regulatória.
Art. 25.  São passíveis de classificação as informações
Seção IV consideradas imprescindíveis à segurança da socieda-
Dos Recursos de ou do Estado, cuja divulgação ou acesso irrestrito
possam:
Art.  21.   No caso de negativa de acesso à informa- I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a
ção ou de não fornecimento das razões da negativa integridade do território nacional; 
do acesso, poderá o requerente apresentar recurso no II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negocia-
prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à ções ou as relações internacionais do País;
autoridade hierarquicamente superior à que adotou a III - prejudicar ou pôr em risco informações fornecidas
decisão, que deverá apreciá-lo no prazo de cinco dias, em caráter sigiloso por outros Estados e organismos
contado da sua apresentação. internacionais; 
Parágrafo único. Desprovido o recurso de que trata IV - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da
o caput, poderá o requerente apresentar recurso no população; 
prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à V  -  oferecer elevado risco à estabilidade financeira,
autoridade máxima do órgão ou entidade, que deverá
econômica ou monetária do País; 
se manifestar em cinco dias contados do recebimento
VI - prejudicar ou causar risco a planos ou operações
do recurso.
estratégicos das Forças Armadas;
Art. 22.  No caso de omissão de resposta ao pedido de
VII - prejudicar ou causar risco a projetos de pesqui-
acesso à informação, o requerente poderá apresentar
sa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim
reclamação no prazo de dez dias à autoridade de mo-
como a sistemas, bens, instalações ou áreas de inte-
nitoramento de que trata o art. 40 da Lei no 12.527, de
resse estratégico nacional, observado o disposto no
2011, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias,
inciso II do caput do art. 6o; 
contado do recebimento da reclamação.
§ 1o  O prazo para apresentar reclamação começará VIII - pôr em risco a segurança de instituições ou de
trinta dias após a apresentação do pedido. altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus fa-
§  2o   A autoridade máxima do órgão ou entidade miliares; ou
poderá designar outra autoridade que lhe seja dire- IX - comprometer atividades de inteligência, de inves-
tamente subordinada como responsável pelo recebi- tigação ou de fiscalização em andamento, relaciona-
mento e apreciação da reclamação. das com prevenção ou repressão de infrações. 
Art. 23.  Desprovido o recurso de que trata o parágrafo Art. 26.  A informação em poder dos órgãos e entida-
único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que des, observado o seu teor e em razão de sua impres-
trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso cindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado,
no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, poderá ser classificada no grau ultrassecreto, secreto
à Controladoria-Geral da União, que deverá se mani- ou reservado. 
festar no prazo de cinco dias, contado do recebimento Art. 27.  Para a classificação da informação em grau
do recurso. de sigilo, deverá ser observado o interesse público da
§ 1o  A Controladoria-Geral da União poderá determi- informação e utilizado o critério menos restritivo pos-
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

nar que o órgão ou entidade preste esclarecimentos. sível, considerados: 


§  2o   Provido o recurso, a Controladoria-Geral da I - a gravidade do risco ou dano à segurança da socie-
União fixará prazo para o cumprimento da decisão dade e do Estado; e 
pelo órgão ou entidade. II - o prazo máximo de classificação em grau de sigilo
Art.  24.   No caso de negativa de acesso à informa- ou o evento que defina seu termo final.
ção, ou às razões da negativa do acesso de que trata Art.  28.   Os prazos máximos de classificação são os
o caput do art. 21, desprovido o recurso pela Controla- seguintes:
doria-Geral da União, o requerente poderá apresentar, I - grau ultrassecreto: vinte e cinco anos; 
no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, II - grau secreto: quinze anos; e
recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informa- III - grau reservado: cinco anos. 
ções, observados os procedimentos previstos no Capí- Parágrafo único.  Poderá ser estabelecida como termo
tulo VI. final de restrição de acesso a ocorrência de determi-
nado evento, observados os prazos máximos de clas-
sificação.
Art. 29.  As informações que puderem colocar em risco
a segurança do Presidente da República, Vice-Presi-
dente e seus cônjuges e filhos serão classificadas no

16
grau reservado e ficarão sob sigilo até o término do X  -  identificação da autoridade que classificou a in-
mandato em exercício ou do último mandato, em caso formação.
de reeleição. § 1o  O TCI seguirá anexo à informação.
Art.  30.   A classificação de informação é de compe- § 2o  As informações previstas no inciso VII do caput de-
tência:  verão ser mantidas no mesmo grau de sigilo que a in-
I - no grau ultrassecreto, das seguintes autoridades:  formação classificada.
a) Presidente da República;  §  3o   A ratificação da classificação de que trata o §
b) Vice-Presidente da República;  5o do art. 30 deverá ser registrada no TCI. 
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas Art.  32.   A autoridade ou outro agente público que
prerrogativas;  classificar informação no grau ultrassecreto ou secreto
d) Comandantes da Marinha, do Exército, da Aeronáu- deverá encaminhar cópia do TCI à Comissão Mista de
tica; e Reavaliação de Informações no prazo de trinta dias,
contado da decisão de classificação ou de ratificação.
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares per-
Art. 33.  Na hipótese de documento que contenha in-
manentes no exterior; 
formações classificadas em diferentes graus de sigilo,
II - no grau secreto, das autoridades referidas no inci-
será atribuído ao documento tratamento do grau de
so I do caput, dos titulares de autarquias, fundações,
sigilo mais elevado, ficando assegurado o acesso às
empresas públicas e sociedades de economia mista; e  partes não classificadas por meio de certidão, extrato
III - no grau reservado, das autoridades referidas nos ou cópia, com ocultação da parte sob sigilo.
incisos I e II do caput e das que exerçam funções de Art. 34.  Os órgãos e entidades poderão constituir Co-
direção, comando ou chefia  do Grupo-Direção e As- missão Permanente de Avaliação de Documentos Sigi-
sessoramento Superiores  -  DAS, nível DAS 101.5 ou losos - CPADS, com as seguintes atribuições:
superior, e seus equivalentes. I  -  opinar sobre a informação produzida no âmbito
§ 1o  É vedada a delegação da competência de clas- de sua atuação para fins de classificação em qualquer
sificação nos graus de sigilo ultrassecreto ou secreto. grau de sigilo;
§ 2o  O dirigente máximo do órgão ou entidade pode- II - assessorar a autoridade classificadora ou a auto-
rá delegar a competência para classificação no grau ridade hierarquicamente superior quanto à desclassi-
reservado a agente público que exerça função de dire- ficação, reclassificação ou reavaliação de informação
ção, comando ou chefia. classificada em qualquer grau de sigilo;
§ 3o  É vedada a subdelegação da competência de que III - propor o destino final das informações desclassificadas,
trata o § 2o. indicando os documentos para guarda permanente, obser-
§ 4o   Os agentes públicos referidos no § 2o deverão dar vado odisposto na Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e
ciência do ato de classificação à autoridade delegante, IV - subsidiar a elaboração do rol anual de informa-
no prazo de noventa dias. ções desclassificadas e documentos classificados em
§ 5o  A classificação de informação no grau ultrasse- cada grau de sigilo, a ser disponibilizado na Internet.
creto pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e”
do inciso I do caputdeverá ser ratificada pelo Ministro Seção III
de Estado, no prazo de trinta dias. Da Desclassificação e Reavaliação da Informação
§ 6o  Enquanto não ratificada, a classificação de que Classificada em Grau de Sigilo
trata o § 5o considera-se válida, para todos os efeitos
legais. Art.  35.   A classificação das informações será reava-
liada pela autoridade classificadora ou por autoridade
Seção II hierarquicamente superior, mediante provocação ou
Dos Procedimentos para Classificação de Informa- de ofício, para desclassificação ou redução do prazo
ção de sigilo.
Parágrafo único.  Para o cumprimento do disposto
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art.  31.   A decisão que classificar a informação em no caput, além do disposto no art. 27, deverá ser ob-
qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada no Ter- servado:
mo de Classificação de Informação  -  TCI, conforme I - o prazo máximo de restrição de acesso à informa-
modelo contido no Anexo, e conterá o seguinte:  ção, previsto no art. 28;
I - código de indexação de documento; II  -  o prazo máximo de quatro anos para revisão de
II - grau de sigilo; ofício das informações classificadas no grau ultrasse-
III - categoria na qual se enquadra a informação; creto ou secreto, previsto no inciso I do caput do art.
IV - tipo de documento;  47;
V - data da produção do documento; III - a permanência das razões da classificação;
VI - indicação de dispositivo legal que fundamenta a IV - a possibilidade de danos ou riscos decorrentes da
classificação;  divulgação ou acesso irrestrito da informação; e
VII  -  razões da classificação, observados os critérios V - a peculiaridade das informações produzidas no ex-
estabelecidos no art. 27; terior por autoridades ou agentes públicos.
VIII - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, Art. 36.  O pedido de desclassificação ou de reavalia-
meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo ção da classificação poderá ser apresentado aos ór-
final, observados os limites previstos no art. 28; gãos e entidades independente de existir prévio pedi-
IX - data da classificação; e do de acesso à informação.

17
Parágrafo único.  O pedido de que trata o caput será ciamento, instituído no âmbito do Gabinete de Segu-
endereçado à autoridade classificadora, que decidirá rança Institucional da Presidência da República, sem
no prazo de trinta dias. prejuízo das atribuições de agentes públicos autoriza-
Art.  37.   Negado o pedido de desclassificação ou de dos por lei.
reavaliação pela autoridade classificadora, o reque- Art.  44.   As autoridades do Poder Executivo federal
rente poderá apresentar recurso no prazo de dez dias, adotarão as providências necessárias para que o pes-
contado da ciência da negativa, ao Ministro de Esta- soal a elas subordinado conheça as normas e observe
do ou à autoridade com as mesmas prerrogativas, que as medidas e procedimentos de segurança para trata-
decidirá no prazo de trinta dias. mento de informações classificadas em qualquer grau
§ 1o  Nos casos em que a autoridade classificadora es- de sigilo.
teja vinculada a autarquia, fundação, empresa pública Parágrafo  único.   A pessoa natural ou entidade pri-
ou sociedade de economia mista, o recurso será apre- vada que, em razão de qualquer vínculo com o Poder
sentado ao dirigente máximo da entidade. Público, executar atividades de tratamento de infor-
§ 2o  No caso das Forças Armadas, o recurso será apre- mações classificadas, adotará as providências neces-
sentado primeiramente perante o respectivo Coman- sárias para que seus empregados, prepostos ou repre-
dante, e, em caso de negativa, ao Ministro de Estado sentantes observem as medidas e procedimentos de
da Defesa. segurança das informações.
§ 3o  No caso de informações produzidas por autori- Art. 45.  A autoridade máxima de cada órgão ou enti-
dades ou agentes públicos no exterior, o requerimento dade publicará anualmente, até o dia 1° de junho, em
de desclassificação e reavaliação será apreciado pela sítio na Internet:
autoridade hierarquicamente superior que estiver em I  -  rol das informações desclassificadas nos últimos
território brasileiro. doze meses;
§  4o   Desprovido o recurso de que tratam o  caput  e II - rol das informações classificadas em cada grau de
os §§1o a 3o, poderá o requerente apresentar recurso sigilo, que deverá conter:
à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, no a) código de indexação de documento;
prazo de dez dias, contado da ciência da decisão. b) categoria na qual se enquadra a informação;
Art. 38.  A decisão da desclassificação, reclassificação c) indicação de dispositivo legal que fundamenta a
ou redução do prazo de sigilo de informações clas- classificação; e
sificadas deverá constar das capas dos processos, se d) data da produção, data da classificação e prazo da
houver, e de campo apropriado no TCI.  classificação;
III - relatório estatístico com a quantidade de pedidos
Seção IV de acesso à informação recebidos, atendidos e inde-
Disposições Gerais feridos; e
IV - informações estatísticas agregadas dos requeren-
Art. 39.  As informações classificadas no grau ultras- tes.
secreto ou secreto serão definitivamente preservadas, Parágrafo único.  Os órgãos e entidades deverão
nos termos da Lei no8.159, de 1991, observados os manter em meio físico as informações previstas
procedimentos de restrição de acesso enquanto vigo- no caput, para consulta pública em suas sedes.
rar o prazo da classificação.
Art.  40.   As informações classificadas como docu- CAPÍTULO VI
mentos de guarda permanente que forem objeto de DA COMISSÃO MISTA DE REAVALIAÇÃO DE IN-
desclassificação serão encaminhadas ao Arquivo Na- FORMAÇÕES CLASSIFICADAS
cional, ao arquivo permanente do órgão público, da
entidade pública ou da instituição de caráter público, Art.  46.   A Comissão Mista de Reavaliação de Infor-
para fins de organização, preservação e acesso. mações, instituída nos termos do § 1o do art. 35 da Lei
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art.  41.   As informações sobre condutas que impli- no 12.527, de 2011, será integrada pelos titulares dos
quem violação dos direitos humanos praticada por seguintes órgãos:
agentes públicos ou a mando de autoridades públicas I - Casa Civil da Presidência da República, que a pre-
não poderão ser objeto de classificação em qualquer sidirá;
grau de sigilo nem ter seu acesso negado. II - Ministério da Justiça;
Art.  42.   Não poderá ser negado acesso às informa- III - Ministério das Relações Exteriores;
ções necessárias à tutela judicial ou administrativa de IV - Ministério da Defesa;
direitos fundamentais. V - Ministério da Fazenda;
Parágrafo único.  O requerente deverá apresentar ra- VI - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
zões que demonstrem a existência de nexo entre as VII  -  Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
informações requeridas e o direito que se pretende da República;
proteger. VIII  -  Gabinete de Segurança Institucional da Presi-
Art.  43.   O acesso, a divulgação e o tratamento de dência da República;
informação classificada em qualquer grau de sigilo IX - Advocacia-Geral da União; e
ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade X -  Controladoria Geral da União.
de conhecê-la e que sejam credenciadas segundo as Parágrafo único.  Cada integrante indicará suplente
normas fixadas pelo Núcleo de Segurança e Creden- a ser designado por ato do Presidente da Comissão.

18
Art. 47.  Compete à Comissão Mista de Reavaliação de Art. 52.  As deliberações da Comissão Mista de Reava-
Informações: liação de Informações serão tomadas:
I - rever, de ofício ou mediante provocação, a classifi- I - por maioria absoluta, quando envolverem as com-
cação de informação no grau ultrassecreto ou secreto petências previstas nos incisos I e IV do  caput  do
ou sua reavaliação, no máximo a cada quatro anos; art.47; e
II - requisitar da autoridade que classificar informação II - por maioria simples dos votos, nos demais casos.
no grau ultrassecreto ou secreto esclarecimento ou Parágrafo único.  A Casa Civil da Presidência da Repú-
conteúdo, parcial ou integral, da informação, quando blica poderá exercer, além do voto ordinário, o voto de
as informações constantes do TCI não forem suficien- qualidade para desempate.
tes para a revisão da classificação; Art. 53.  A Casa Civil da Presidência da República exer-
III - decidir recursos apresentados contra decisão pro- cerá as funções de Secretaria-Executiva da Comissão
ferida: Mista de Reavaliação de Informações, cujas compe-
a) pela Controladoria-Geral da União, em grau recur- tências serão definidas em regimento interno.
sal, pedido de acesso à informação ou de abertura de Art.  54.   A  Comissão Mista de Reavaliação de Infor-
base de dados, ou às razões da negativa de acesso à mações  aprovará, por maioria absoluta, regimento
informação ou de abertura de base de dados; ou  (Re- interno que disporá sobre sua organização e funcio-
dação dada pelo Decreto nº 8.777, de 2016) namento.
b) pelo Ministro de Estado ou autoridade com a mesma Parágrafo único.  O regimento interno deverá ser pu-
prerrogativa, em grau recursal, a pedido de desclassifi- blicado no Diário Oficial da União no prazo de noven-
cação ou reavaliação de informação classificada; ta dias após a instalação da Comissão.
IV - prorrogar por uma única vez, e por período deter-
minado não superior a vinte e cinco anos, o prazo de CAPÍTULO VII
sigilo de informação classificada no grau ultrassecreto, DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS
enquanto seu acesso ou divulgação puder ocasionar
ameaça externa à soberania nacional, à integridade Art. 55.  As informações pessoais relativas à intimida-
do território nacional ou grave risco às relações inter- de, vida privada, honra e imagem detidas pelos órgãos
nacionais do País, limitado ao máximo de cinquenta e entidades:
anos o prazo total da classificação; e I - terão acesso restrito a agentes públicos legalmente
V  -  estabelecer orientações normativas de caráter autorizados e a pessoa a que se referirem, indepen-
geral a fim de suprir eventuais lacunas na aplicação dentemente de classificação de sigilo, pelo prazo má-
da Lei no 12.527, de 2011. ximo de cem anos a contar da data de sua produção; e
Parágrafo único.  A não deliberação sobre a revisão de II - poderão ter sua divulgação ou acesso por terceiros
ofício no prazo previsto no inciso I do caput implicará autorizados por previsão legal ou consentimento ex-
a desclassificação automática das informações. presso da pessoa a que se referirem.
Art. 48.  A Comissão Mista de Reavaliação de Informa- Parágrafo único.  Caso o titular das informações pes-
ções se reunirá, ordinariamente, uma vez por mês, e, soais esteja morto ou ausente, os direitos de que trata
extraordinariamente, sempre que convocada por seu este artigo assistem ao cônjuge ou companheiro, aos
Presidente. descendentes ou ascendentes, conforme o disposto
Parágrafo único.  As reuniões serão realizadas com a no parágrafo único do art. 20 da Lei no 10.406, de 10
presença de no mínimo seis integrantes. de janeiro de 2002, e na Lei no 9.278, de 10 de maio
Art.  49.   Os requerimentos de prorrogação do prazo de 1996.
de classificação de informação no grau ultrassecreto, Art. 56.  O tratamento das informações pessoais deve
a que se refere o inciso IV do caput do art. 47, deverão ser feito de forma transparente e com respeito à inti-
ser encaminhados à  Comissão Mista de Reavaliação midade, vida privada, honra e imagem das pessoas,
de Informações em até um ano antes do vencimento bem como às liberdades e garantias individuais.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

do termo final de restrição de acesso. Art.  57.   O consentimento referido no inciso II


Parágrafo único.  O requerimento de prorrogação do do caput do art. 55 não será exigido quando o acesso
prazo de sigilo de informação classificada no grau ul- à informação pessoal for necessário:
trassecreto deverá ser apreciado, impreterivelmente, I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa
em até três sessões subsequentes à data de sua autua- estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização
ção, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, exclusivamente para o tratamento médico;
todas as demais deliberações da Comissão. II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas
Art. 50.  A Comissão Mista de Reavaliação de Informa- de evidente interesse público ou geral, previstos em lei,
ções deverá apreciar os recursos previstos no inciso III vedada a identificação da pessoa a que a informação
do caput do art. 47, impreterivelmente, até a terceira se referir;
reunião ordinária subsequente à data de sua autua- III - ao cumprimento de decisão judicial;
ção. IV - à defesa de direitos humanos de terceiros; ou
Art. 51.  A revisão de ofício da informação classificada V - à proteção do interesse público geral e preponde-
no grau ultrassecreto ou secreto será apreciada em até rante.
três sessões anteriores à data de sua desclassificação Art. 58.  A restrição de acesso a informações pessoais
automática. de que trata o art. 55 não poderá ser invocada:

19
I - com o intuito de prejudicar processo de apuração §  2o   Aquele que obtiver acesso às informações pes-
de irregularidades, conduzido pelo Poder Público, em soais de terceiros será responsabilizado por seu uso
que o titular das informações for parte ou interessado; indevido, na forma da lei.
ou Art.  62.   Aplica-se, no que couber, a  Lei no  9.507, de
II - quando as informações pessoais não classificadas 12 de novembro de 1997, em relação à informação de
estiverem contidas em conjuntos de documentos ne- pessoa, natural ou jurídica, constante de registro ou
cessários à recuperação de fatos históricos de maior banco de dados de órgãos ou entidades governamen-
relevância. tais ou de caráter público.
Art.  59.   O dirigente máximo do órgão ou entidade
poderá, de ofício ou mediante provocação, reconhecer CAPÍTULO VIII
a incidência da hipótese do inciso II do caput do art. DAS ENTIDADES PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS
58, de forma fundamentada, sobre documentos que
tenha produzido ou acumulado, e que estejam sob sua Art. 63.  As entidades privadas sem fins lucrativos que
guarda. receberem recursos públicos para realização de ações
§ 1o  Para subsidiar a decisão de reconhecimento de de interesse público deverão dar publicidade às se-
que trata o caput, o órgão ou entidade poderá solici- guintes informações:
tar a universidades, instituições de pesquisa ou outras I - cópia do estatuto social atualizado da entidade;
entidades com notória experiência em pesquisa histo- II - relação nominal atualizada dos dirigentes da en-
riográfica a emissão de parecer sobre a questão. tidade; e
§  2o   A decisão de reconhecimento de que trata III - cópia integral dos convênios, contratos, termos de
o  caput  será precedida de publicação de extrato da parcerias, acordos, ajustes ou instrumentos congêne-
informação, com descrição resumida do assunto, ori- res realizados com o Poder Executivo federal, respecti-
gem e período do conjunto de documentos a serem vos aditivos, e relatórios finais de prestação de contas,
considerados de acesso irrestrito, com antecedência de na forma da legislação aplicável.
no mínimo trinta dias. §  1o   As informações de que trata o  caput  serão di-
§ 3o  Após a decisão de reconhecimento de que trata vulgadas em sítio na Internet da entidade privada e
o § 2o, os documentos serão considerados de acesso em quadro de avisos de amplo acesso público em sua
irrestrito ao público. sede.
§  4o  Na hipótese de documentos de elevado valor §  2o   A divulgação em sítio na Internet referida no
histórico destinados à guarda permanente, caberá ao §1o poderá ser dispensada, por decisão do órgão ou
dirigente máximo do Arquivo Nacional, ou à autori- entidade pública, e mediante expressa justificação da
dade responsável pelo arquivo do órgão ou entidade entidade, nos casos de entidades privadas sem fins lu-
pública que os receber, decidir, após seu recolhimento, crativos que não disponham de meios para realizá-la.
sobre o reconhecimento, observado o procedimento § 3o  As informações de que trata o caput deverão ser
previsto neste artigo. publicadas a partir da celebração do convênio, contra-
Art.  60.   O pedido de acesso a informações pessoais to, termo de parceria, acordo, ajuste ou instrumento
observará os procedimentos previstos no Capítulo IV congênere, serão atualizadas periodicamente e fica-
e estará condicionado à comprovação da identidade rão disponíveis até cento e oitenta dias após a entrega
do requerente. da prestação de contas final. 
Parágrafo  único.   O pedido de acesso a informações Art. 64.  Os pedidos de informação referentes aos con-
pessoais por terceiros deverá ainda estar acompanha- vênios, contratos, termos de parcerias, acordos, ajustes
do de: ou instrumentos congêneres previstos no art. 63 deve-
I  -  comprovação do consentimento expresso de que rão ser apresentados diretamente aos órgãos e entida-
trata o inciso II do caput do art. 55, por meio de pro- des responsáveis pelo repasse de recursos.
curação;
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

II - comprovação das hipóteses previstas no art. 58; CAPÍTULO IX


III  -  demonstração do interesse pela recuperação de DAS RESPONSABILIDADES
fatos históricos de maior relevância, observados os
procedimentos previstos no art. 59; ou Art. 65.  Constituem condutas ilícitas que ensejam res-
IV - demonstração da necessidade do acesso à infor- ponsabilidade do agente público ou militar: 
mação requerida para a defesa dos direitos humanos I  -  recusar-se a fornecer informação requerida nos
ou para a proteção do interesse público e geral pre- termos deste Decreto, retardar deliberadamente o seu
ponderante. fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de for-
Art. 61.  O acesso à informação pessoal por terceiros ma incorreta, incompleta ou imprecisa; 
será condicionado à assinatura de um termo de res- II - utilizar indevidamente, subtrair, destruir, inutilizar,
ponsabilidade, que disporá sobre a finalidade e a des- desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente,
tinação que fundamentaram sua autorização, sobre informação que se encontre sob sua guarda, a que
as obrigações a que se submeterá o requerente. tenha acesso ou sobre que tenha conhecimento em
§ 1o  A utilização de informação pessoal por terceiros razão do exercício das atribuições de cargo, emprego
vincula-se à finalidade e à destinação que fundamen- ou função pública; 
taram a autorização do acesso, vedada sua utilização III - agir com dolo ou má-fé na análise dos pedidos de
de maneira diversa. acesso à informação; 

20
IV - divulgar, permitir a divulgação, acessar ou permi- §  4o   A aplicação da sanção prevista no inciso V
tir acesso indevido a informação classificada em grau do caput é de competência exclusiva da autoridade
de sigilo ou a informação pessoal;  máxima do órgão ou entidade pública.
V - impor sigilo à informação para obter proveito pes- § 5o  O prazo para apresentação de defesa nas hipó-
soal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato teses previstas neste artigo é de dez dias, contado da
ilegal cometido por si ou por outrem;  ciência do ato. 
VI - ocultar da revisão de autoridade superior compe-
tente informação classificada em grau de sigilo para CAPÍTULO X
beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de tercei- DO MONITORAMENTO DA APLICAÇÃO DA LEI
ros; e  Seção I
VII  -  destruir ou subtrair, por qualquer meio, docu- Da Autoridade de Monitoramento
mentos concernentes a possíveis violações de direitos
humanos por parte de agentes do Estado.  Art. 67.  O dirigente máximo de cada órgão ou enti-
§ 1o  Atendido o princípio do contraditório, da ampla dade designará autoridade que lhe seja diretamente
defesa e do devido processo legal, as condutas descri- subordinada para exercer as seguintes atribuições:
tas no caput serão consideradas: I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças acesso à informação, de forma eficiente e adequada
Armadas, transgressões militares médias ou graves, aos objetivos da Lei no12.527, de 2011;
segundo os critérios neles estabelecidos, desde que II - avaliar e monitorar a implementação do disposto
não tipificadas em lei como crime ou contravenção neste Decreto e apresentar ao dirigente máximo de
penal; ou  cada órgão ou entidade relatório anual sobre o seu
II  -  para fins do disposto na  Lei no  8.112, de 11 de cumprimento, encaminhando-o à Controladoria-Ge-
dezembro de 1990, infrações administrativas, que de- ral da União;
verão ser apenadas, no mínimo, com suspensão, se- III - recomendar medidas para aperfeiçoar as normas
gundo os critérios estabelecidos na referida lei.  e procedimentos necessários à implementação deste
Decreto;
§ 2o  Pelas condutas descritas no caput, poderá o mili-
IV - orientar as unidades no que se refere ao cumpri-
tar ou agente público responder, também, por impro-
mento deste Decreto; e
bidade administrativa, conforme o disposto nas Leis
V - manifestar-se sobre reclamação apresentada con-
no 1.079, de 10 de abril de 1950, e no 8.429, de 2 de
tra omissão de autoridade competente, observado o
junho de 1992. 
disposto no art. 22.
Art. 66.  A pessoa natural ou entidade privada que de-
tiver informações em virtude de vínculo de qualquer
Seção II
natureza com o Poder Público e praticar conduta pre- Das Competências Relativas ao Monitoramento
vista no art. 65, estará sujeita às seguintes sanções: 
I - advertência;  Art. 68.  Compete à Controladoria-Geral da União, ob-
II - multa;  servadas as competências dos demais órgãos e entida-
III - rescisão do vínculo com o Poder Público;  des e as previsões específicas neste Decreto:
IV - suspensão temporária de participar em licitação e I  -  definir o formulário padrão, disponibilizado em
impedimento de contratar com a administração públi- meio físico e eletrônico, que estará à disposição no
ca por prazo não superior a dois anos; e  sítio na Internet e no SIC dos órgãos e entidades, de
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contra- acordo com o § 1o do art. 11;
tar com a administração pública, até que seja promo- II - promover campanha de abrangência nacional de
vida a reabilitação perante a autoridade que aplicou fomento à cultura da transparência na administração
a penalidade. pública e conscientização sobre o direito fundamental
§  1o   A sanção de multa poderá ser aplicada junta- de acesso à informação;
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

mente com as sanções previstas nos incisos I, III e IV III - promover o treinamento dos agentes públicos e,
do caput. no que couber, a capacitação das entidades privadas
§ 2o  A multa prevista no inciso II do caput será apli- sem fins lucrativos, no que se refere ao desenvolvi-
cada sem prejuízo da reparação pelos danos e não mento de práticas relacionadas à transparência na
poderá ser: administração pública;
I  -  inferior a R$ 1.000,00 (mil reais)  nem superior a IV - monitorar a implementação da Lei no 12.527, de
R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), no caso de pessoa 2011, concentrando e consolidando a publicação de
natural; ou informações estatísticas relacionadas no art. 45; 
II - inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) nem supe- V - preparar relatório anual com informações referen-
rior a R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais), no caso de tes à implementação da Lei no 12.527, de 2011, a ser
entidade privada. encaminhado ao Congresso Nacional;
§ 3o  A reabilitação referida no inciso V do caput será VI  -  monitorar a aplicação deste Decreto, especial-
autorizada somente quando a pessoa natural ou en- mente o cumprimento dos prazos e procedimentos; e
tidade privada efetivar o ressarcimento ao órgão ou VII  -  definir, em conjunto com a Casa Civil da Pre-
entidade dos prejuízos resultantes e depois de decor- sidência da República, diretrizes e procedimentos
rido o prazo da sanção aplicada com base no inciso complementares necessários à implementação da Lei
IV do caput. no 12.527, de 2011.

21
Art. 69.  Compete à Controladoria-Geral da União e ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, observadas
as competências dos demais órgãos e entidades e as previsões específicas neste Decreto, por meio de ato conjunto:
I - estabelecer procedimentos, regras e padrões de divulgação de informações ao público, fixando prazo máximo para
atualização; e
II - detalhar os procedimentos necessários à busca, estruturação e prestação de informações no âmbito do SIC.
Art. 70.  Compete ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, observadas as competências
dos demais órgãos e entidades e as previsões específicas neste Decreto:
I - estabelecer regras de indexação relacionadas à classificação de informação;
II - expedir atos complementares e estabelecer procedimentos relativos ao credenciamento de segurança de pessoas,
órgãos e entidades públicos ou privados, para o tratamento de informações classificadas; e
III - promover, por meio do  Núcleo de Credenciamento de Segurança, o credenciamento de segurança de pessoas,
órgãos e entidades públicos ou privados, para o tratamento de informações classificadas.

CAPÍTULO XI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 71.  Os órgãos e entidades adequarão suas políticas de gestão da informação, promovendo os ajustes necessários
aos processos de registro, processamento, trâmite e arquivamento de documentos e informações.
Art. 72.  Os órgãos e entidades deverão reavaliar as informações classificadas no grau ultrassecreto e secreto no prazo
máximo de dois anos, contado do termo inicial de vigência da Lei no 12.527, de 2011.
§ 1o  A restrição de acesso a informações, em razão da reavaliação prevista no caput, deverá observar os prazos e
condições previstos neste Decreto.
§ 2o  Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto no caput, será mantida a classificação da informação,
observados os prazos e disposições da legislação precedente.
§ 3o  As informações classificadas no grau ultrassecreto e secreto não reavaliadas no prazo previsto no caput serão
consideradas, automaticamente, desclassificadas.
Art. 73.  A publicação anual de que trata o art. 45 terá inicio em junho de 2013.
Art. 74.  O tratamento de informação classificada resultante de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às
normas e recomendações desses instrumentos.
Art. 75.  Aplica-se subsidiariamente a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, aos procedimentos previstos neste De-
creto.
Art. 76.  Este Decreto entra em vigor em 16 de maio de 2012.

Brasília, 16  de maio  de 2012; 191º da Independência e 124º da República.


DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Celso Luiz Nunes Amorim
Antonio de Aguiar Patriota
Guido Mantega
Miriam Belchior
Paulo Bernardo Silva
Marco Antonio Raupp
Alexandre Antonio Tombini
Gleisi Hoffmann
Gilberto Carvalho
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

José Elito Carvalho Siqueira


Helena Chagas
Luis Inácio Lucena Adams
Jorge Hage Sobrinho
Maria do Rosário Nunes

Este texto não substitui o publicado no DOU de 16.5.2012  - Edição extra e retificado em 18.5.2012

22
ANEXO
GRAU DE SIGILO:
(idêntico ao grau de sigilo do documento)

TERMO DE CLASSIFICAÇÃO DE INFORMAÇÃO


ÓRGÃO/ENTIDADE:
CÓDIGO DE INDEXAÇÃO:
GRAU DE SIGILO:
CATEGORIA:
TIPO DE DOCUMENTO:
 DATA DE PRODUÇÃO:
FUNDAMENTO LEGAL PARA CLASSIFICAÇÃO:
RAZÕES PARA A CLASSIFICAÇÃO:
(idêntico ao grau de sigilo do documento)
PRAZO DA RESTRIÇÃO DE ACESSO:
DATA DE CLASSIFICAÇÃO:
AUTORIDADE CLASSIFICADORA Nome:
Cargo:
AUTORIDADE RATIFICADORA Nome:
(quando aplicável)
Cargo:
DESCLASSIFICAÇÃO em ____/____/________ Nome:
 
(quando aplicável) Cargo:
RECLASSIFICAÇÃO em ____/____/_________ Nome:
 
(quando aplicável) Cargo:
REDUÇÃO DE PRAZO em ____/____/_______ Nome:
 
(quando aplicável) Cargo:
PRORROGAÇÃO DE PRAZO em ___/ ____/_____ Nome:
 
(quando aplicável) Cargo:
 
_____________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE CLASSIFICADORA
  
_____________________________________________________________
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ASSINATURA DA AUTORIDADE RATIFICADORA (quando aplicável)


 
________________________________________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por DESCLASSIFICAÇÃO (quando aplicável)
 
______________________________________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por RECLASSIFICAÇÃO (quando aplicável)
 
_______________________________________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por REDUÇÃO DE PRAZO (quando aplicável)
 
_______________________________________________________________________________
ASSINATURA DA AUTORIDADE responsável por PRORROGAÇÃO DE PRAZO (quando aplicável)

23
recidas pelos vários interessados, com dois objetivos – a
LEI Nº 8.666/1993: NORMAS GERAIS SOBRE celebração de contrato, ou a obtenção do melhor traba-
LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRA- lho técnico, artístico ou científico”.
TIVOS PERTINENTES A OBRAS, SERVIÇOS Destaca-se a natureza de procedimento administra-
(INCLUSIVE DE PUBLICIDADE), COMPRAS, tivo, pois apesar da Lei nº 8.666/93 se referir à licitação
ALIENAÇÕES E LOCAÇÕES NO ÂMBITO DOS como ato administrativo, não se detecta verdadeiramen-
te ato, que é um elemento formal que indica uma inten-
PODERES DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO
ção de agir da administração, mas sim um procedimento,
DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS; diante do cumprimento de etapas previstas em lei para
que se atinja uma meta ou um objetivo.
Logo, a licitação é um procedimento administrativo
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 – LICITA- que tem por finalidade evitar práticas fraudulentas na
ÇÕES Administração Pública, garantindo a contratação do ser-
viço ou produto que melhor atenda às expectativas de
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Fe- custo-benefício para o aparato público.
deral, institui normas para licitações e contratos da
Administração Pública e dá outras providências. 2. Objeto
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: [...] O objeto da licitação é a aquisição de bens e serviços
pela Administração Pública, bem como a alienação do
patrimônio dela, conforme a melhor proposta que aten-
#FicaDica da aos interesses públicos. Toda licitação que é aberta
volta-se especificamente para isto, permitindo que a Ad-
A Lei nº 8.666/1993 é bastante ampla e ministração desempenhe suas atividades uma vez que
dedica espaço a duas temáticas centrais: dispõe dos bens e serviços necessários para tanto.
licitações e contratos administrativos. Em
muitos concursos públicos é cobrado ape- 3. Finalidade/Objetivos
nas o conteúdo de licitações, enquanto
que em outros é cobrado tanto o conteú- 1) Garantir a competição entre os interessados: todos
do de contratos administrativos quanto o os concorrentes devem ter igualdade de condições
de licitações. Se no seu concurso a Lei nº quanto à possibilidade de contratar com o Poder
8.666/1993 for cobrada na íntegra, ambos Público. Trata-se de via de mão dupla, pois se de
os conteúdos poderão incidir em questões um lado os concorrentes terão a garantia de im-
da prova. parcialidade no processo licitatório, de outro lado
a Administração conseguirá atrair um contrato
mais vantajoso.
LICITAÇÕES 2) Alcançar a melhor proposta para o interesse públi-
co: a finalidade da licitação deve ser sempre aten-
1. Conceito der o interesse público. Afinal, os agentes públicos
são meros representantes do Estado e jamais de-
Licitação é o processo pelo qual a Administração Pú- vem agir em prol de seus interesses particulares
blica contrata serviços e adquire bens dos particulares, (princípio da impessoalidade), sendo dever a pre-
evitando-se que a escolha dos contratados seja fraudu- servação e proteção dos interesses públicos. Com
lenta e prejudicial ao Estado em favor dos interesses par- efeito, é dever do condutor da licitação buscar a
ticulares do governante. proposta mais vantajosa, garantindo a igualdade
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

de condições entre os concorrentes, respeitan-


Segundo Carvalho Filho2, “não poderia a lei deixar ao do todos os demais princípios resguardados pela
exclusivo critério do administrador a escolha das pessoas constituição.
a serem contratadas, porque, fácil é prever, essa liber- 3) Servir de ferramenta de direito econômico: a lici-
dade daria margem a escolhas impróprias, ou mesmo a tação é uma ferramenta que pode ser empregada
concertos escusos entre alguns administradores públicos para a intervenção estatal na economia, promo-
inescrupulosos e particulares, com o que prejudicada, em vendo o desenvolvimento e a tecnologia nacionais
última análise, seria a Administração Pública, gestora dos (tanto é verdade que empresas nacionais poderão
interesses públicos”. vencer a licitação mesmo que ofereçam preço até
Deste modo, Carvalho Filho3 conceitua licitação como 25% mais caro que empresas estrangeiras).
“o procedimento administrativo vinculado por meio do
qual os entes da Administração Pública e aqueles por ela 4. Competência legislativa
controlados selecionam a melhor proposta entre as ofe-
A União tem competência privativa para legislar so-
2 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- bre normas gerais licitatórias, conforme previsto no texto
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. constitucional: “Art. 22. Compete privativamente à União
3 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
legislar sobre: [...] XXVII - normas gerais de licitação e
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

24
contratação, em todas as modalidades, para as adminis- - Igualdade: todos são iguais perante a lei e não
trações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da pode haver discriminação nem beneficiamento en-
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido tre os participantes da licitação;
o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e - Publicidade: a licitação não pode ser sigilosa e as
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, decisões tomadas durante a licitação devem ser
§ 1°, III”. Por normas gerais de licitação e contratação, públicas, garantida a transparência do processo li-
entendam-se aquelas com capacidade de criar, alterar ou citatório;
extinguir modalidades, tipos e princípios licitatórios. - Probidade administrativa: a licitação deve ser
Não significa que os Estados e municípios não pos- processada por pessoas que tenham honestidade;
sam legislar sobre licitações, apenas não podem se imis- - Vinculação ao instrumento convocatório: o Edi-
cuir nas normas gerais. Os Estados e municípios podem tal é a lei entre quem promove e quem participa da
regulamentar questões instrumentais e de interesse lo- licitação, não podendo ser descumprido;
cal, mas não se trata de competência concorrente. Por - Julgamento objetivo: as propostas dos licitantes
isso mesmo, não podem ampliar os casos de dispensa e devem ser julgadas de acordo com o que diz o
inexigibilidade, alterar os limites de valor para cada mo- Edital”4.
dalidade de licitação ou reduzir os prazos de publicidade
e dos recursos. Entre os princípios correlatos, Carvalho Filho5 des-
taca:
5. Destinatários - Competitividade: correlato ao princípio da igual-
dade, pelo princípio da competitividade a Admi-
Além do próprio Poder Público, também são desti- nistração não pode criar regras que comprome-
natários os licitantes interessados em contratar com o tam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo
Poder Público e qualquer pessoa interessada em saber da licitação;
sobre os procedimentos públicos de licitação. - Indistinção: correlato ao princípio da igualdade,
pelo princípio da indistinção é vedado criar pre-
Uma vez que o texto constitucional prevê a obrigato-
ferências ou distinções relativas à naturalidade, à
riedade da licitação (artigo 37, XXVII, CF), estão obriga-
sede ou ao domicílio dos licitantes;
dos a licitar todos os entes estatais, incluindo-se a admi-
- Inalterabilidade do edital: correlato aos princí-
nistração direta (e o conjunto de órgãos que a compõem
pios da publicidade e da vinculação ao instrumen-
no âmbito do Executivo) e a administração indireta, além
to convocatório, pelo princípio da inalterabilidade
do Legislativo e do Judiciário, bem como os órgãos in-
do edital a Administração está vinculada às regras
dependentes (Tribunais de Contas, Defensoria Pública e
que foram por ela própria divulgadas;
Ministério Público) e os entes sociais autônomos (paraes- - Sigilo das propostas: correlato aos princípios da
tatais). probidade administrativa e da igualdade, pelo
Os particulares do terceiro setor que celebram com o princípio do sigilo das propostas todas as propos-
Estado contratos de convênio são obrigados a licitar para tas devem vir lacradas e só devem ser abertas em
gastar as verbas públicas recebidas, prestando contas sessão pública devidamente agendada;
nos termos da Instrução Normativa nº 01 da Secretaria - Formalismo procedimental: correlato ao prin-
do Tesouro Nacional. cípio da legalidade, pelo princípio do formalismo
As empresas públicas e sociedades de economia mis- procedimental as regras do procedimento adota-
ta desempenham operações peculiares de nítido caráter das para a licitação devem seguir os parâmetros
econômico, que estão vinculadas aos próprios objetivos que a lei fixar;
da entidade, ou seja, são suas atividades-fim. Ex.: Caixa - Vedação à oferta de vantagens: correlato ao
Econômica Federal estabelece relações bancárias, Cor- princípio do julgamento objetivo, pelo princípio da
reios ofertam serviços de postagem. Tais operações com vedação à oferta de vantagens as regras de seleção
caráter econômico relacionadas à atividade-fim da socie- devem ser adstritas aos critérios fixados no edital,
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

dade de economia mista ou da empresa pública não se não se admitindo a intervenção de fatores adversos;
sujeitam às regras de licitação, sendo tratadas conforme - Obrigatoriedade das licitações: consagrado no
as regras comerciais comuns. As regras licitatórias ape- artigo 37, XXI, CF, determina que “ressalvados os
nas incidem quanto as atividades-meio. casos especificados na legislação, as obras, ser-
viços, compras e alienações serão contratados
6. Princípios mediante processo de licitação pública que as-
segure igualdade de condições a todos os concor-
Entre outros, os princípios básicos que regem a lici- rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
tação são: legalidade, impessoalidade, moralidade, igual- de pagamento, mantidas as condições efetivas da
dade, publicidade, probidade administrativa, vinculação proposta, nos termos da lei, o qual somente per-
ao instrumento convocatório e julgamento objetivo. mitirá as exigências de qualificação técnica e eco-
“- Legalidade: só é possível fazer o que está previsto nômica indispensáveis à garantia do cumprimento
na Lei; das obrigações”. Também se repete no artigo 2o da
- Impessoalidade: o interesse da Administração Lei nº 8.666/1993.
prevalece acima dos interesses pessoais;
- Moralidade: as regras morais vigentes devem ser 4 http://www.sebrae.com.br/
5 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
obedecidas em conjunto com as leis em vigor;
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

25
com os princípios básicos da legalidade, da impessoa-
#FicaDica lidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade,
da probidade administrativa, da vinculação ao instru-
Conceito: Licitação é o procedimento admi- mento convocatório, do julgamento objetivo e dos que
nistrativo formal utilizado para a contratação lhes são correlatos.
de serviços ou para a aquisição/venda de § 1º É vedado aos agentes públicos:
bens/produtos pela Administração Pública, I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de con-
direta ou indireta, em todas esferas da fede- vocação, cláusulas ou condições que comprometam,
ração (União, Estados, DF, Municípios). restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, in-
Objetivo: Proporcionar à Administração Pú- clusive nos casos de sociedades cooperativas, e esta-
blica que adquira e venda bens ou contrate beleçam preferências ou distinções em razão da na-
serviços da forma menos onerosa e com a turalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de
maior qualidade possível. qualquer outra circunstância impertinente ou irrele-
Finalidades: Permitir a melhor contratação vante para o específico objeto do contrato, ressalvado
possível, selecionando a proposta mais van- o disposto nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da
tajosa; possibilitar amplo acesso por parte de Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991;
qualquer interessado para que possa partici- II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza
par da disputa pelas contratações; e ser fer- comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qual-
ramenta de direito econômico. quer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras,
inclusive no que se refere a moeda, modalidade e
local de pagamentos, mesmo quando envolvidos fi-
LEGISLAÇÃO SECA nanciamentos de agências internacionais, ressalvado
o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei nº
Os principais aspectos que podem ser observados 8.248, de 23 de outubro de 1991.
nos apontamentos teóricos acima são notadamente ex- § 2º Em igualdade de condições, como critério de de-
traídos da Lei nº 8.666/1993 em seu primeiro capítulo, sempate, será assegurada preferência, sucessivamen-
que também dá atenção a alguns aspectos procedimen- te, aos bens e serviços:
tais, que se colaciona abaixo com grifos. I - (Revogado)
II - produzidos no País;
Capítulo I III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS IV - produzidos ou prestados por empresas que invis-
tam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia
Seção I no País;
DOS PRINCÍPIOS V - produzidos ou prestados por empresas que com-
provem cumprimento de reserva de cargos prevista
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licita- em lei para pessoa com deficiência ou para reabilita-
ções e contratos administrativos pertinentes a obras, do da Previdência Social e que atendam às regras de
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações acessibilidade previstas na legislação.
e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Esta- § 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e
dos, do Distrito Federal e dos Municípios. acessíveis ao público os atos de seu procedimento, sal-
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, vo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva
além dos órgãos da administração direta, os fundos abertura.
especiais, as autarquias, as fundações públicas, as em- § 4º (Vetado).
presas públicas, as sociedades de economia mista e § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabeleci-
demais entidades controladas direta ou indiretamente da margem de preferência para:
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. I - produtos manufaturados e para serviços nacionais
Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, que atendam a normas técnicas brasileiras; e
compras, alienações, concessões, permissões e loca- II - bens e serviços produzidos ou prestados por em-
ções da Administração Pública, quando contratadas presas que comprovem cumprimento de reserva de
com terceiros, serão necessariamente precedidas de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou
licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. para reabilitado da Previdência Social e que atendam
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se às regras de acessibilidade previstas na legislação.
contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou en- § 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será
tidades da Administração Pública e particulares, em estabelecida com base em estudos revistos periodica-
que haja um acordo de vontades para a formação de mente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja levem em consideração:
qual for a denominação utilizada. I - geração de emprego e renda;
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observân- II - efeito na arrecadação de tributos federais, esta-
cia do princípio constitucional da isonomia, a seleção duais e municipais;
da proposta mais vantajosa para a administração e III - desenvolvimento e inovação tecnológica realiza-
a promoção do desenvolvimento nacional sustentável dos no País;
e será processada e julgada em estrita conformidade IV - custo adicional dos produtos e serviços; e

26
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resul- Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto
tados. nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacio- ele praticado em qualquer esfera da Administração
nais resultantes de desenvolvimento e inovação tec- Pública.
nológica realizados no País, poderá ser estabelecido Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados nas
margem de preferência adicional àquela prevista no licitações terão como expressão monetária a moeda
§ 5º. corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no
grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se refe- pagamento das obrigações relativas ao fornecimento
rem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo Poder Executivo de bens, locações, realização de obras e prestação de
federal, não podendo a soma delas ultrapassar o mon- serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de re-
tante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço cursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas
dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. exigibilidades, salvo quando presentes relevantes ra-
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo zões de interesse público e mediante prévia justificati-
não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capaci- va da autoridade competente, devidamente publicada.
dade de produção ou prestação no País seja inferior: § 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou valores corrigidos por critérios previstos no ato convo-
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do catório e que lhes preservem o valor.
art. 23 desta Lei, quando for o caso. § 2º A correção de que trata o parágrafo anterior cujo
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º pagamento será feito junto com o principal, correrá à
poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens conta das mesmas dotações orçamentárias que aten-
e serviços originários dos Estados Partes do Mercado deram aos créditos a que se referem.
Comum do Sul - Mercosul. § 3º Observados o disposto no caput, os pagamentos
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de decorrentes de despesas cujos valores não ultrapas-
bens, serviços e obras poderão, mediante prévia jus- sem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem
tificativa da autoridade competente, exigir que o prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão
contratado promova, em favor de órgão ou entidade ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, con-
integrante da administração pública ou daqueles por tados da apresentação da fatura.
ela indicados a partir de processo isonômico, medi- Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem
das de compensação comercial, industrial, tecnológica privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às
ou acesso a condições vantajosas de financiamento, microempresas e empresas de pequeno porte na for-
cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo ma da lei. 
Poder Executivo federal.
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, SEÇÃO II
manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de DAS DEFINIÇÕES
tecnologia de informação e comunicação, considera-
dos estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tec- I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recu-
nologia desenvolvida no País e produzidos de acordo peração ou ampliação, realizada por execução direta
com o processo produtivo básico de que trata a Lei nº ou indireta;
10.176, de 11 de janeiro de 2001. II - Serviço - toda atividade destinada a obter determi-
nada utilidade de interesse para a Administração, tais
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício fi- como: demolição, conserto, instalação, montagem,
nanceiro, a relação de empresas favorecidas em de- operação, conservação, reparação, adaptação, manu-
corrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12 deste tenção, transporte, locação de bens, publicidade, se-
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

artigo, com indicação do volume de recursos destina- guro ou trabalhos técnico-profissionais;


dos a cada uma delas. III - Compra - toda aquisição remunerada de bens
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas de- para fornecimento de uma só vez ou parceladamente;
mais normas de licitação e contratos devem privilegiar IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens
o tratamento diferenciado e favorecido às microem- a terceiros;
presas e empresas de pequeno porte na forma da lei. V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aque-
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevale- las cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cin-
cem sobre as demais preferências previstas na legisla- co) vezes o limite estabelecido na alínea “c” do inciso I
ção quando estas forem aplicadas sobre produtos ou do art. 23 desta Lei;
serviços estrangeiros. VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel
Art. 4º Todos quantos participem de licitação promo- cumprimento das obrigações assumidas por empresas
vida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º em licitações e contratos;
têm direito público subjetivo à fiel observância do per- VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e en-
tinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo tidades da Administração, pelos próprios meios;
qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimen- VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade
to, desde que não interfira de modo a perturbar ou contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes re-
impedir a realização dos trabalhos. gimes:

27
a) empreitada por preço global - quando se contrata a XII - Administração - órgão, entidade ou unidade ad-
execução da obra ou do serviço por preço certo e total; ministrativa pela qual a Administração Pública opera
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata e atua concretamente;
a execução da obra ou do serviço por preço certo de XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação
unidades determinadas; da Administração Pública, sendo para a União o Diário
c) (Vetado). Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pe- e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis;
quenos trabalhos por preço certo, com ou sem forne- XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária
cimento de materiais; do instrumento contratual;
e) empreitada integral - quando se contrata um em- XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária
preendimento em sua integralidade, compreendendo de contrato com a Administração Pública;
todas as etapas das obras, serviços e instalações ne- XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial,
cessárias, sob inteira responsabilidade da contratada criada pela Administração com a função de receber,
até a sua entrega ao contratante em condições de en- examinar e julgar todos os documentos e procedimen-
trada em operação, atendidos os requisitos técnicos e tos relativos às licitações e ao cadastramento de lici-
legais para sua utilização em condições de segurança tantes.
estrutural e operacional e com as características ade- XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos
quadas às finalidades para que foi contratada; manufaturados, produzidos no território nacional de
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessá- acordo com o processo produtivo básico ou com as
rios e suficientes, com nível de precisão adequado, regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo
para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de federal;
obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País,
base nas indicações dos estudos técnicos prelimina- nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo fe-
res, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado deral;
tratamento do impacto ambiental do empreendimen- XIX - sistemas de tecnologia de informação e comu-
to, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a nicação estratégicos - bens e serviços de tecnologia
definição dos métodos e do prazo de execução, deven- da informação e comunicação cuja descontinuidade
do conter os seguintes elementos: provoque dano significativo à administração pública e
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos
fornecer visão global da obra e identificar todos os relacionados às informações críticas: disponibilidade,
seus elementos constitutivos com clareza; confiabilidade, segurança e confidencialidade.
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficiente- XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens,
mente detalhadas, de forma a minimizar a necessida- insumos, serviços e obras necessários para atividade
de de reformulação ou de variantes durante as fases de pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento
de elaboração do projeto executivo e de realização das de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados
obras e montagem; em projeto de pesquisa aprovado pela instituição con-
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de tratante.
materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem
como suas especificações que assegurem os melhores SEÇÃO III
resultados para o empreendimento, sem frustrar o ca- DAS OBRAS E SERVIÇOS
ráter competitivo para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedu- Art. 7º As licitações para a execução de obras e para
ção de métodos construtivos, instalações provisórias e a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste
condições organizacionais para a obra, sem frustrar o artigo e, em particular, à seguinte sequência:
caráter competitivo para a sua execução; I - projeto básico;
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

e) subsídios para montagem do plano de licitação e II - projeto executivo;


gestão da obra, compreendendo a sua programação, III - execução das obras e serviços.
a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização § 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente
e outros dados necessários em cada caso; precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fun- competente, dos trabalhos relativos às etapas anterio-
damentado em quantitativos de serviços e forneci- res, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser
mentos propriamente avaliados; desenvolvido concomitantemente com a execução das
X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos ne- obras e serviços, desde que também autorizado pela
cessários e suficientes à execução completa da obra, Administração.
de acordo com as normas pertinentes da Associação § 2º As obras e os serviços somente poderão ser lici-
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT; tados quando:
XI - Administração Pública - a administração direta I - houver projeto básico aprovado pela autoridade
e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal competente e disponível para exame dos interessados
e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades em participar do processo licitatório;
com personalidade jurídica de direito privado sob con- II - existir orçamento detalhado em planilhas que ex-
trole do poder público e das fundações por ele instituí- pressem a composição de todos os seus custos unitá-
das ou mantidas; rios;

28
III - houver previsão de recursos orçamentários que acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento)
assegurem o pagamento das obrigações decorrentes do capital com direito a voto ou controlador, respon-
de obras ou serviços a serem executadas no exercício sável técnico ou subcontratado;
financeiro em curso, de acordo com o respectivo cro- III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contra-
nograma; tante ou responsável pela licitação.
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas § 1º É permitida a participação do autor do projeto
metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata ou da empresa a que se refere o inciso II deste artigo,
o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso. na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como
§ 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, su-
de recursos financeiros para sua execução, qualquer pervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço
que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendi- da Administração interessada.
mentos executados e explorados sob o regime de con- § 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou
cessão, nos termos da legislação específica. contratação de obra ou serviço que inclua a elabora-
§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, ção de projeto executivo como encargo do contratado
de fornecimento de materiais e serviços sem previsão ou pelo preço previamente fixado pela Administração.
de quantidades ou cujos quantitativos não correspon- § 3º Considera-se participação indireta, para fins do
dam às previsões reais do projeto básico ou executivo. disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo
§ 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto in- de natureza técnica, comercial, econômica, financeira
clua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física
características e especificações exclusivas, salvo nos ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços,
casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos
de bens e serviços a estes necessários.
quando o fornecimento de tais materiais e serviços for
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos
feito sob o regime de administração contratada, pre-
membros da comissão de licitação.
visto e discriminado no ato convocatório.
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas
§ 6º A infringência do disposto neste artigo implica a seguintes formas:
nulidade dos atos ou contratos realizados e a respon- I - execução direta;
sabilidade de quem lhes tenha dado causa. II - execução indireta, nos seguintes regimes:
§ 7º Não será ainda computado como valor da obra a) empreitada por preço global;
ou serviço, para fins de julgamento das propostas de b) empreitada por preço unitário;
preços, a atualização monetária das obrigações de c) (Vetado).
pagamento, desde a data final de cada período de d) tarefa;
aferição até a do respectivo pagamento, que será cal- e) empreitada integral.
culada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigato- Parágrafo único. (Vetado).
riamente no ato convocatório. Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos
§ 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administra- fins terão projetos padronizados por tipos, categorias
ção Pública os quantitativos das obras e preços unitá- ou classes, exceto quando o projeto-padrão não aten-
rios de determinada obra executada. der às condições peculiares do local ou às exigências
específicas do empreendimento.
§ 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no que Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de
couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de obras e serviços serão considerados principalmente os
licitação. seguintes requisitos:
Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve pro- I - segurança;
gramar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus II - funcionalidade e adequação ao interesse público;
custos atual e final e considerados os prazos de sua III - economia na execução, conservação e operação; LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
execução. IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, mate-
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado riais, tecnologia e matérias-primas existentes no local
da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, para execução, conservação e operação;
se existente previsão orçamentária para sua execução V - facilidade na execução, conservação e operação,
sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço;
total, salvo insuficiência financeira ou comprovado
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segu-
motivo de ordem técnica, justificados em despacho
rança do trabalho adequadas;
circunstanciado da autoridade a que se refere o art.
VII - impacto ambiental.
26 desta Lei.
SEÇÃO IV
Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, DOS SERVIÇOS TÉCNICOS PROFISSIONAIS ES-
da licitação ou da execução de obra ou serviço e do PECIALIZADOS
fornecimento de bens a eles necessários:
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços
ou jurídica; técnicos profissionais especializados os trabalhos re-
II - empresa, isoladamente ou em consórcio, respon- lativos a:
sável pela elaboração do projeto básico ou executivo I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos
ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, ou executivos;

29
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; § 4º A existência de preços registrados não obriga
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias a Administração a firmar as contratações que deles
financeiras ou tributárias; poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de outros meios, respeitada a legislação relativa às lici-
obras ou serviços; tações, sendo assegurado ao beneficiário do registro
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou admi- preferência em igualdade de condições.
nistrativas; § 5º O sistema de controle originado no quadro geral
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; de preços, quando possível, deverá ser informatizado.
VII - restauração de obras de arte e bens de valor his- § 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
tórico. preço constante do quadro geral em razão de incom-
VIII - (Vetado). patibilidade desse com o preço vigente no mercado.
§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licita- § 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
ção, os contratos para a prestação de serviços técnicos I - a especificação completa do bem a ser adquirido
profissionais especializados deverão, preferencialmen- sem indicação de marca;
te, ser celebrados mediante a realização de concurso, II - a definição das unidades e das quantidades a se-
com estipulação prévia de prêmio ou remuneração. rem adquiridas em função do consumo e utilização
§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo apli- prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que
ca-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei. possível, mediante adequadas técnicas quantitativas
§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos es- de estimação;
pecializados que apresente relação de integrantes III - as condições de guarda e armazenamento que
de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou não permitam a deterioração do material.
como elemento de justificação de dispensa ou inexigi- § 8º O recebimento de material de valor superior ao
bilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a moda-
referidos integrantes realizem pessoal e diretamente lidade de convite, deverá ser confiado a uma comissão
os serviços objeto do contrato. de, no mínimo, 3 (três) membros.
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em ór-
SEÇÃO V gão de divulgação oficial ou em quadro de avisos de
DAS COMPRAS amplo acesso público, à relação de todas as compras
feitas pela Administração Direta ou Indireta, de ma-
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada neira a clarificar a identificação do bem comprado,
caracterização de seu objeto e indicação dos recursos seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome
orçamentários para seu pagamento, sob pena de nuli- do vendedor e o valor total da operação, podendo ser
dade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado aglutinadas por itens as compras feitas com dispensa
causa. e inexigibilidade de licitação.
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:
I - atender ao princípio da padronização, que impo- Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
nha compatibilidade de especificações técnicas e de aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso
desempenho, observadas, quando for o caso, as con- IX do art. 24.
dições de manutenção, assistência técnica e garantia
oferecidas; SEÇÃO VI
II - ser processadas através de sistema de registro de DAS ALIENAÇÕES
preços;
III - submeter-se às condições de aquisição e paga- Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública,
mento semelhantes às do setor privado; subordinada à existência de interesse público devida-
IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas ne- mente justificado, será precedida de avaliação e obe-
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

cessárias para aproveitar as peculiaridades do merca- decerá às seguintes normas:


do, visando economicidade; I - quando imóveis, dependerá de autorização legisla-
tiva para órgãos da administração direta e entidades
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as
órgãos e entidades da Administração Pública. entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia
§ 1º O registro de preços será precedido de ampla pes- e de licitação na modalidade de concorrência, dispen-
quisa de mercado. sada esta nos seguintes casos:
§ 2º Os preços registrados serão publicados trimestral- a) dação em pagamento;
mente para orientação da Administração, na impren- b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão
sa oficial. ou entidade da administração pública, de qualquer
§ 3º O sistema de registro de preços será regulamen- esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas
tado por decreto, atendidas as peculiaridades regio- f, h e i;
nais, observadas as seguintes condições: c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisi-
I - seleção feita mediante concorrência; tos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
II - estipulação prévia do sistema de controle e atuali- d) investidura;
zação dos preços registrados; e) venda a outro órgão ou entidade da administração
III - validade do registro não superior a um ano. pública, de qualquer esfera de governo;

30
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces- I - aplicação exclusivamente às áreas em que a deten-
são de direito real de uso, locação ou permissão de uso ção por particular seja comprovadamente anterior a
de bens imóveis residenciais construídos, destinados 1o de dezembro de 2004;
ou efetivamente utilizados no âmbito de programas II - submissão aos demais requisitos e impedimentos
habitacionais ou de regularização fundiária de inte- do regime legal e administrativo da destinação e da
resse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da regularização fundiária de terras públicas;
administração pública; III - vedação de concessões para hipóteses de explora-
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata ção não-contempladas na lei agrária, nas leis de desti-
o art. 29 da Lei nº 6.383, de 7 de dezembro de 1976, nação de terras públicas, ou nas normas legais ou ad-
mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Admi- ministrativas de zoneamento ecológico-econômico; e
nistração Pública em cuja competência legal inclua-se IV - previsão de rescisão automática da concessão,
tal atribuição; dispensada notificação, em caso de declaração de uti-
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces- lidade, ou necessidade pública ou interesse social.
são de direito real de uso, locação ou permissão de uso § 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo:
de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não su-
área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros qua- jeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua
drados) e inseridos no âmbito de programas de regu- exploração mediante atividades agropecuárias;
larização fundiária de interesse social desenvolvidos II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais,
por órgãos ou entidades da administração pública; desde que não exceda mil e quinhentos hectares, ve-
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita dada a dispensa de licitação para áreas superiores a
ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do In- esse limite;
cra, onde incidam ocupações até o limite de que trata III - pode ser cumulada com o quantitativo de área
o § 1o do art. 6o da Lei nº 11.952, de 25 de junho de decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I
2009, para fins de regularização fundiária, atendidos do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II
deste parágrafo.
os requisitos legais; e
IV - (VETADO)
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei:
de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso
de área remanescente ou resultante de obra pública,
de interesse social, após avaliação de sua oportuni-
área esta que se tornar inaproveitável isoladamente,
dade e conveniência socioeconômica, relativamente à
por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que
escolha de outra forma de alienação;
esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou
valor constante da alínea “a” do inciso II do art. 23
entidades da Administração Pública; desta lei;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em
bolsa, observada a legislação específica; II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou,
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins
e) venda de bens produzidos ou comercializados por residenciais construídos em núcleos urbanos anexos
órgãos ou entidades da Administração Pública, em a usinas hidrelétricas, desde que considerados dis-
virtude de suas finalidades; pensáveis na fase de operação dessas unidades e não
f) venda de materiais e equipamentos para outros integrem a categoria de bens reversíveis ao final da
órgãos ou entidades da Administração Pública, sem concessão.
utilização previsível por quem deles dispõe. § 4º A doação com encargo será licitada e de seu ins-
§ 1º Os imóveis doados com base na alínea «b» do trumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o
inciso I deste artigo, cessadas as razões que justifica- prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação
jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo bene- no caso de interesse público devidamente justificado;
ficiário.
§ 2º A Administração também poderá conceder título § 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o dona-
de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, tário necessite oferecer o imóvel em garantia de finan-
dispensada licitação, quando o uso destinar-se: ciamento, a cláusula de reversão e demais obrigações
I - a outro órgão ou entidade da Administração Públi- serão garantidas por hipoteca em segundo grau em
ca, qualquer que seja a localização do imóvel; favor do doador.
II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regula- § 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada
mento ou ato normativo do órgão competente, haja ou globalmente, em quantia não superior ao limite
implementado os requisitos mínimos de cultura, ocu- previsto no art. 23, inciso II, alínea «b» desta Lei, a
pação mansa e pacífica e exploração direta sobre área Administração poderá permitir o leilão.
§ 7º (VETADO).
rural, observado o limite de que trata o § 1o do art. 6o
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imó-
da Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009;
veis, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam dispen-
do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cin-
sadas de autorização legislativa, porém submetem-se
co por cento) da avaliação.
aos seguintes condicionamentos:

31
Parágrafo único. (Revogado) nicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior,
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no
cuja aquisição haja derivado de procedimentos judi- prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia
ciais ou de dação em pagamento, poderão ser aliena- dos atos.
dos por ato da autoridade competente, observadas as Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibi-
seguintes regras: lidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será
I - avaliação dos bens alienáveis; instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alie- I - caracterização da situação emergencial, calamitosa
nação; ou de grave e iminente risco à segurança pública que
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modali- justifique a dispensa, quando for o caso;
dade de concorrência ou leilão. II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço;
7. Obrigatoriedade e suas exceções IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa
aos quais os bens serão alocados.
A obrigatoriedade das licitações está consagrada no
artigo 37, XXI, CF, que determina que “ressalvados os Em algumas hipóteses de alienação de bens públi-
casos especificados na legislação, as obras, serviços, cos e em outras hipóteses de contratação é dispensável
compras e alienações serão contratados mediante a licitação (o que parte da doutrina chama de licitação
processo de licitação pública que assegure igualdade dispensável), da mesma forma que noutras situações ela
de condições a todos os concorrentes, com cláusulas nem mesmo é exigida (o que parte da doutrina chama de
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as licitação dispensada). Contudo, caberá ao administrador
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual motivar a sua decisão pela dispensa ou pela inexigibili-
somente permitirá as exigências de qualificação técnica dade.
e econômica indispensáveis à garantia do cumprimen- A não ser no caso de dispensa pelo critério do valor,
previstos no artigo 24, I e II, Lei nº 8.666/93, em que se
to das obrigações”. Logo, a não ser nos casos em que a
aceita uma motivação mais simples e objetiva, em todas
lei expressamente fixe exceções, a licitação é uma provi-
outras situações o administrador deve motivar em deta-
dência obrigatória para contratação de obras, serviços e
lhes sua decisão, notadamente inserindo no processo de
compras e para a alienação do patrimônio da Adminis-
dispensa e inexigibilidade: caracterização da situação de
tração.
emergência ou calamidade em que houve dispensa, se
O princípio da obrigatoriedade se repete no artigo
for o caso; motivo daquele fornecedor ou executante ter
2º, caput, da Lei nº 8.666/93: “as obras, serviços, inclu-
sido escolhido; justificativa do preço que será pago; do-
sive de publicidade, compras, alienações, concessões, cumento que aprove os projetos de pesquisa aos quais
permissões e locações da Administração Pública, quando os bens serão alocados, se for o caso.
contratadas com terceiros, serão necessariamente pre- Não obstante, deve o administrador comunicar a si-
cedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas tuação de dispensa em três dias à autoridade superior,
nesta Lei”. cabendo a esta ratifica-la e publicá-la na imprensa oficial
Com efeito, percebe-se que paralelamente à fixação em cinco dias, sendo tal publicação condição de eficácia
do princípio da obrigatoriedade das licitações é deter- do ato. Também existe o dever de adotar este procedi-
minado que a lei pode excepcionar quando tal princípio mento em caso de retardamento na execução da obra
será relativizado, o que acontece nas hipóteses de dis- ou serviço quando existir previsão orçamentária para a
pensa e inexigibilidade. execução total.
Logo, em alguns casos, a maioria na verdade, a licita-
ção será obrigatória; em outros, poderá ser dispensada 9. Vedação da licitação
apesar de viável (dispensa), sendo possível ainda que se
enquadre numa exceção em que nem ao menos é exi- A legislação anterior, qual seja, o Decreto-lei nº
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

gida (inexigibilidade) – ambos casos de contratação 2.300/1986, previa a vedação do procedimento de licita-
direta. Todas as hipóteses de contratação direta são ex- ção, estabelecendo-se contratação direta, nos casos em
cepcionais (justamente por serem peculiares). que houvesse comprometimento da segurança nacional,
mas a disciplina não se repetiu no atual estatuto.
8. Motivação da dispensa e da inexigibilidade Contudo, há posicionamento de que o artigo 7º, §5º
da Lei nº 8.666/1993 traz um caso remanescente de ve-
Sempre que o administrador enquadrar um caso em dação, mas predomina o posicionamento de Carvalho
dispensa ou em inexigibilidade deve motivar de forma Filho7, segundo o qual não se trata de vedação, mas sim
clara a sua decisão. de restrição. Prevê o dispositivo:
Art. 7º, § 5º. É vedada a realização de licitação cujo
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de
17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de marcas, características e especificações exclusivas,
inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução to-
justificadas, e o retardamento previsto no final do pa- tal, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem
rágrafo único do art. 8º6 desta Lei deverão ser comu- técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a
que se refere o art. 26 desta Lei”.
6 “Artigo 8º, parágrafo único, Lei nº 8.666/93. É proibido o retar- 7 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
damento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

32
salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, associações formadas por mais de três entes estatais o
ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e limite é triplicado (R$240.000 para bens e serviços em
serviços for feito sob o regime de administração con- geral e R$450.000 para obras e serviços de engenharia).
tratada, previsto e discriminado no ato convocatório. Obs.: Em regra, não é permitido fracionar o objeto
da licitação em contratações menores, pois assim o ad-
Acompanha-se o entendimento dominante, eis que ministrador estaria burlando os limites fixados pelo le-
a expressão “salvo”, em destaque confere a ideia de res- gislador e induzindo dispensa ilícita. Contudo, é possível
trição. fracionar caso exista vantagem ao interesse público, mas
não caberá a dispensa, cabendo adotar para cada fração
9.1. Hipóteses de dispensa de licitação a modalidade de licitação que seria empregada se não
houvesse fracionamento.
As hipóteses de dispensa de licitação se concentram
no artigo 24 da Lei nº 8.666/93, sendo aplicáveis para b) Situações excepcionais
casos em que a disputa é, em tese, viável, mas o interesse III - nos casos de guerra ou grave perturbação da or-
público é atendido de forma mais adequada se a dispu- dem;
ta não ocorrer. Trata-se de causa de natureza discricio- IV - nos casos de emergência ou de calamidade pú-
nária, pois o administrador decidirá se irá ou não licitar blica, quando caracterizada urgência de atendimento
com base em critérios de oportunidade e conveniência de situação que possa ocasionar prejuízo ou compro-
– afinal, pode não licitar. São hipóteses taxativas, não meter a segurança de pessoas, obras, serviços, equi-
podendo o administrador ampliar os casos em que a dis- pamentos e outros bens, públicos ou particulares, e
pensa é permitida. somente para os bens necessários ao atendimento da
Art. 24. É dispensável a licitação: situação emergencial ou calamitosa e para as par-
celas de obras e serviços que possam ser concluídas
a) Valor baixo no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias con-
I - para obras e serviços de engenharia de valor até secutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos
do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram respectivos contratos;
a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda
para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo Quando se fala em estado de guerra e grave pertur-
local que possam ser realizadas conjunta e concomi- bação da ordem, pode-se depreender da doutrina que as
tantemente; dispensas nestes casos são aquelas destinadas ao estado
II - para outros serviços e compras de valor até 10% de guerra direta ou indiretamente, bem como as desti-
(dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do in- nadas a atender graves perturbações da ordem, como
ciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos protestos, manifestações e paralisações.
previstos nesta Lei, desde que não se refiram a par- O fundamento da urgência é o mesmo para os casos
celas de um mesmo serviço, compra ou alienação de de emergências e calamidades públicas. Contudo, para a
maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; doutrina, não é possível fundamentar a dispensa em ur-
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput gência se ela decorrer da omissão administrativa – pode
deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, até dispensar, porque não é possível deixar a população
obras e serviços contratados por consórcios públicos, a mercê, mas o administrador poderá ser responsabili-
sociedade de economia mista, empresa pública e por zado. Nas contratações por emergência e calamidade
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, pública o limite temporal é o necessário ao atendimento
como Agências Executivas. das circunstâncias extraordinárias, pelo prazo máximo de
É a dispensa de licitação se o valor do objeto licitado 180 dias, improrrogável. LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
for muito baixo de modo que a realização da licitação
seria mais onerosa do que a aquisição direta do bem ou c) Licitação deserta
serviço. Isso ocorre sempre que se referir a bens e servi- V - quando não acudirem interessados à licitação an-
ços em geral até R$80.000 e a obras e serviços de enge- terior e esta, justificadamente, não puder ser repetida
nharia até R$150.000. sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste
caso, todas as condições preestabelecidas;
Caso o contratante seja consórcio público, sociedade
Quando ocorre a chamada licitação deserta o que se
de economia mista, empresa pública ou por autarquia
percebe é o total desinteresse na contratação. Na licita-
ou fundação qualificadas o limite dobra: R$160.000 para
ção deserta realiza-se a fase preparatória, publica-se o
bens e serviços em geral e R$300.000 para obras e servi-
edital, mas nenhum interessado comparece para a dis-
ços de engenharia.
puta. A lei prevê que será necessário repetir o procedi-
Nos termos da Lei nº 11.107/05, que rege normas ge-
mento, mas se o legislador mostrar que a repetição irá
rais de contratação de consórcios públicos e dá outras
prejudicar o interesse público, principalmente por causa
providências, para as associações públicas por ela regidas
da demora, será possível dispensar. No caso, o adminis-
o limite também é maior do que o fixado na regra geral: trador poderá contratar quem quiser, mas deverá ofere-
nas associações formadas por até três entes estatais, o cer exatamente o mesmo contrato ofertado na licitação
limite é dobrado (R$160.000 para bens e serviços em ge- que foi deserta.
ral e R$300.000 para obras e serviços de engenharia); nas

33
Obs.: Licitação deserta é diferente de licitação fracas- ferência de tecnologia de produtos estratégicos para o
sada. Na licitação fracassada aparecem candidatos, mas Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso
nenhum deles preenche os requisitos e por isso ninguém XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse
pode ser contratado. Neste caso a lei não admite a dis- fim específico em data anterior à vigência desta Lei,
pensa, cabendo ao administrador repetir a licitação. desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado.
d) Intervenção no domínio econômico XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e
VI - quando a União tiver que intervir no domínio eco- o aprimoramento de estabelecimentos penais, desde
nômico para regular preços ou normalizar o abaste- que configurada situação de grave e iminente risco à
cimento; segurança pública.
É possível intervir no domínio econômico para regu- § 2º O limite temporal de criação do órgão ou entida-
larizar preços e normalizar abastecimento, conforme o de que integre a administração pública estabelecido
artigo 173, §4º, CF. Para Carvalho Filho8 apenas a União no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos
pode dispensar licitação neste caso, pois apenas ela órgãos ou entidades que produzem produtos estraté-
pode intervir no domínio econômico. Aliás, é o que se gicos para o SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19
depreende do próprio texto. de setembro de 1990, conforme elencados em ato da
direção nacional do SUS.
e) Disparidade de propostas Se foi criado antes da Lei nº 8.666/93 um órgão pú-
VII - quando as propostas apresentadas consignarem blico ou entidade do poder público apenas para fornecer
preços manifestamente superiores aos praticados no bens e prestar serviços à Administração, fazendo-o em
mercado nacional, ou forem incompatíveis com os respeito ao preço praticado no mercado, será possível
fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em dispensar a licitação e contratá-lo de forma direta. Se
que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei o órgão ou entidade ofertar produtos estratégicos no
e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação âmbito do SUS, pode ter sido criado depois da Lei nº
direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao
8.666/93 e terá plena validade.
constante do registro de preços, ou dos serviços;
Há entendimento da doutrina de Carvalho Filho9 no
Na hipótese de disparidade de propostas os candida-
sentido de que apenas se aplica o dispositivo se a dis-
tos à contratação, geralmente em conluio, fixam preços
pensa se der entre órgãos do mesmo âmbito federativo,
incompatíveis com as condições de mercado e manifes-
por exemplo, não seria possível entre a União e uma en-
tamente superiores a elas; ou então apresentam propos-
tidade estadual; além do que apenas valeria entre pes-
tas com valor tão irrisório que seja impossível dar cumpri-
soas jurídicas de direito público e a entidade ou órgão
mento ao contrato. Nestes casos, será possível contratar
contratado (excluídas as sociedades de economia mista
diretamente, dentro da faixa adequada de preços.
A verificação da disparidade de preços, se não houver e empresas públicas).
órgão de registro, deve se dar dentro do próprio proces-
so administrativo. Deverá a administração dar um prazo XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formu-
de 8 dias úteis para a apresentação de propostas viáveis lários padronizados de uso da administração, e de
(artigo 48, §3º, Lei nº 8.666/93) e, caso não sejam apre- edições técnicas oficiais, bem como para prestação de
sentadas, poderá adjudicar diretamente os bens e servi- serviços de informática a pessoa jurídica de direito pú-
ços pelo valor adequado. blico interno, por órgãos ou entidades que integrem
a Administração Pública, criados para esse fim espe-
f) Em função do contratante ou do contratado: Poder cífico;
público Embora também seja um caso de contratação direta
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito da administração pela administração, neste caso dos diá-
público interno, de bens produzidos ou serviços pres- rios oficiais, formulários padronizados e edições técnicas
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

tados por órgão ou entidade que integre a Adminis- não existe limite temporal, de modo que o órgão ou en-
tração Pública e que tenha sido criado para esse fim tidade pode ter sido criado depois da Lei nº 8.666/93.
específico em data anterior à vigência desta Lei, desde
que o preço contratado seja compatível com o prati- XXIII - na contratação realizada por empresa pública
cado no mercado; ou sociedade de economia mista com suas subsidiá-
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de di- rias e controladas, para a aquisição ou alienação de
reito público interno de insumos estratégicos para a bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o
saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, preço contratado seja compatível com o praticado no
regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade mercado.
apoiar órgão da administração pública direta, sua au- Também independentemente de prazo limite, as em-
tarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, presas públicas e sociedades de economia mista podem
extensão, desenvolvimento institucional, científico e contratar diretamente com suas subsidiárias e controla-
tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na ges- das para adquirir e alienar bens e serviços em preço com-
tão administrativa e financeira necessária à execução patível com o de mercado. A justificativa é que se tratam
desses projetos, ou em parcerias que envolvam trans- de pessoas jurídicas de direito privado. Destaca-se que
8 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- 9 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

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a contratação apenas por se der com suas subsidiárias e O dispositivo sobre consórcios e convênios de coo-
controladas que foram criadas pela empresa pública ou peração foi inserido pela Lei nº 11.107/05, tornando dis-
sociedade de economia mista. pensável a licitação no caso de ser celebrado contrato de
programa entre o consórcio público e a entidade da ad-
g) Contratação de entidade sem fim lucrativo ministração para que prestem serviços públicos de modo
XIII - na contratação de instituição brasileira incum- associado. Justifica-se a hipótese pelo regime de parceria
bida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do
ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de ins- i) Gêneros perecíveis
tituição dedicada à recuperação social do preso, desde XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e ou-
que a contratada detenha inquestionável reputação tros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a
ético-profissional e não tenha fins lucrativos; realização dos processos licitatórios correspondentes,
XX - na contratação de associação de portadores de realizadas diretamente com base no preço do dia;
deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada A dispensa para a aquisição de gêneros perecíveis
idoneidade, por órgãos ou entidades da Administra- não é permanente, devendo se realizar a licitação assim
ção Pública, para a prestação de serviços ou forneci- que possível. Logo, também se trata de hipótese de dis-
mento de mão-de-obra, desde que o preço contratado pensa em situação emergencial.
seja compatível com o praticado no mercado.
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de j) Obras de arte
serviços com as organizações sociais, qualificadas no XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte
âmbito das respectivas esferas de governo, para ativi- e objetos históricos, de autenticidade certificada, des-
dades contempladas no contrato de gestão. de que compatíveis ou inerentes às finalidades do ór-
XXX - na contratação de instituição ou organização, gão ou entidade.
pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a Na dispensa de licitação para adquirir ou restaurar
prestação de serviços de assistência técnica e extensão obras de arte a lei exige que o objeto tenha autenticida-
rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência de certificada e que os objetos adquiridos sejam compa-
Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na tíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade,
Reforma Agrária, instituído por lei federal. o que é o caso de museus, bibliotecas e escolas, não ser-
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins vindo os objetos adquiridos de adorno aos gabinetes das
lucrativos, para a implementação de cisternas ou ou- autoridades públicas. No caso de restauração de objeto
tras tecnologias sociais de acesso à água para consu- que já é do patrimônio do órgão, cabível a dispensa.
mo humano e produção de alimentos, para beneficiar
as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca k) Complementação de objeto
ou falta regular de água. XI - na contratação de remanescente de obra, serviço
Em todos os dispositivos apontados, exceto no inci- ou fornecimento, em consequência de rescisão con-
so XXX, exige-se a ausência de fins lucrativos. No arti- tratual, desde que atendida a ordem de classificação
go XXX, embora se aceite o fim lucrativo, se denota o da licitação anterior e aceitas as mesmas condições
propósito social da contratação, viabilizando a reforma oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao
agrária. O propósito social é essencial nas demais hipó- preço, devidamente corrigido;
teses, sempre se fazendo presente nas OS e OSCIP, ou na Trata-se de hipótese de complementação de objeto,
própria causa militada pela associação, como a questão possível quando a administração rescinde contrato ante-
da recuperação social do preso, da inserção da pessoa rior antes que a obra, serviço ou fornecimento se encer-
com deficiência no mercado de trabalho ou do acesso à re, procedendo-se com a contratação direta daquele que
água potável. sequencialmente se classificou no certame, respeitadas
Destaca-se que nem toda contratação de entes do as mesmas condições de contratação. Se não for pos-
terceiro setor é dispensável. Haverá dispensa principal- sível obedecer à regra de contratação daquele que foi
classificado na licitação anterior sequencialmente pelas
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
mente para oferecer contratos de gestão, criando uma
OS, ou oferecer termo de parceria, criando uma OSCIP mesmas condições, nada resta senão promover nova li-
(inciso XXIV); bem como em serviços ou projetos em que citação.
o ente não tem fins lucrativos e é especializado na ativi-
dade, impondo-se a este contratado uma contrapartida, l) Garantia técnica
isto é, o poder público não entra apenas com o dinheiro XVII - para a aquisição de componentes ou peças de
e cria verdadeira parceria. Se a participação estatal for origem nacional ou estrangeira, necessários à manu-
exclusivamente econômica, em atividade que mais de tenção de equipamentos durante o período de garan-
uma organização ou associação é especializada, deve se tia técnica, junto ao fornecedor original desses equi-
licitar. pamentos, quando tal condição de exclusividade for
indispensável para a vigência da garantia;
h) Consórcios e convênios de cooperação Dispensa-se a licitação para a compra de componen-
XXVI - na celebração de contrato de programa com tes ou peças na garantia técnica. Logo, deve estar na vi-
ente da Federação ou com entidade de sua adminis- gência da garantia. Após o prazo de garantia, a licitação
tração indireta, para a prestação de serviços públicos é obrigatória. Ainda, é preciso que o fornecedor original
de forma associada nos termos do autorizado em con- seja exclusivo e tal exclusividade seja indispensável, por
trato de consórcio público ou em convênio de coope- exemplo, se ao comprar uma peça paralela a administra-
ração. ção correr o risco de perder a garantia.

35
m) Serviços de energia e gás q) Materiais de uso militar
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento XIX - para as compras de material de uso pelas Forças
de energia elétrica e gás natural com concessionário, Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e
permissionário ou autorizado, segundo as normas da administrativo, quando houver necessidade de manter
legislação específica; a padronização requerida pela estrutura de apoio lo-
Para energia e gás serão contratadas as concessio- gístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante
nárias com dispensa licitatória, ainda que a região seja parecer de comissão instituída por decreto;
servida por mais de um concessionário. XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços
para atender aos contingentes militares das Forças
n) Coleta de materiais recicláveis Singulares brasileiras empregadas em operações de
XXVII - na contratação da coleta, processamento e co- paz no exterior, necessariamente justificadas quanto
mercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e
ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta sele- ratificadas pelo Comandante da Força.
tiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas A dispensa para materiais de uso militar apenas é
formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa assegurada para insumos militares ou propriamente bé-
renda reconhecidas pelo poder público como catado- licos. Neste sentido, bens de consumo, bens comuns e
res de materiais recicláveis, com o uso de equipamen- materiais de escritório deverão ser licitados.
tos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e
de saúde pública. r) Compra ou locação de imóvel
Trata-se de modalidade de dispensa que serve de X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao
incentivo à formação de cooperativas e associações de atendimento das finalidades precípuas da administra-
reciclagem e reutilização de resíduos sólidos compos- ção, cujas necessidades de instalação e localização con-
tas por pessoas de baixa renda. É uma forma do poder dicionem a sua escolha, desde que o preço seja compa-
público incentivar a organização e a união de catadores, tível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
retirando-os da marginalização. A hipótese de dispensa Quando a administração quer comprar ou alugar um
foi criada pela Lei nº 11.445/07, que estabelece diretrizes imóvel, é preciso se ater às seguintes diretrizes: caso um
nacionais para saneamento básico. determinado bem privado esteja se opondo ao interesse
público, caberá promover a desapropriação; caso a ad-
o) Risco à segurança nacional ministração possa motivar o interesse sobre um determi-
IX - quando houver possibilidade de comprometimen- nado imóvel, embora não exista a oposição ao interesse
to da segurança nacional, nos casos estabelecidos em público, mas se faça presente a peculiaridade decorrente
decreto do Presidente da República, ouvido o Conse- da localização ou das características do bem, é possível
lho de Defesa Nacional; adquirir de forma direta mediante dispensa de licitação,
XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, pro- desde que os preços sejam compatíveis com os de mer-
duzidos ou prestados no País, que envolvam, cumula- cado; noutras situações, deverá obrigatoriamente licitar.
tivamente, alta complexidade tecnológica e defesa na- Obs.: as operações imobiliárias entre entes estatais
cional, mediante parecer de comissão especialmente não exige licitação e é classificada por parte da doutrina
designada pela autoridade máxima do órgão. como licitação dispensada (por exemplo, União empresta
Em ambos os casos, prioriza-se a manutenção da se- imóvel para que município instale uma UPA – unidade de
gurança nacional e a defesa do país, prevendo-se a dis- pronto-atendimento, ou doa tal imóvel sob a condição
pensa da licitação. É necessário equilibrar os interesses, de que a UPA seja criada, em verdadeira doação modal;
pois se o propósito da licitação é atender ao interesse Estado compra imóvel de município para instalar sua se-
público, sem dúvidas deve ser dispensada quando a sua cretaria estadual).
realização significar o comprometimento deste interesse.
s) Negócios internacionais
p) Navios, embarcações, aeronaves e tropas XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

XVIII - nas compras ou contratações de serviços para de acordo internacional específico aprovado pelo Con-
o abastecimento de navios, embarcações, unidades gresso Nacional, quando as condições ofertadas forem
aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quan- manifestamente vantajosas para o Poder Público;
do em estada eventual de curta duração em portos, Há acordos internacionais que permitem condições
aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, vantajosas para que sejam adquiridos bens e serviços,
por motivo de movimentação operacional ou de ades- dispensando-se a licitação nestes casos. Contudo, tal
tramento, quando a exiguidade dos prazos legais pu- acordo internacional deve ter sido regularmente incor-
der comprometer a normalidade e os propósitos das porado ao ordenamento brasileiro, com aprovação do
operações e desde que seu valor não exceda ao limite Congresso Nacional e ratificação, promulgação e publi-
previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta Lei: cação pela Presidência da República.
Trata-se de dispensa em caso de necessidade de
abastecimento de navios, embarcações, aeronaves e tro- t) Pesquisa científica e tecnológica
pas e de seus meios de deslocamento, quando houver XXI - para a aquisição ou contratação de produto
estada eventual de curto período em portos, aeroportos para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso
e outros locais diversos da sede. O valor não pode ex- de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por
ceder a R$80.000, pelo texto da lei, mas isso pode ser cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do
relativizado em uma situação de emergência. caput do art. 23;

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§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do Conforme o § 2º do artigo 25, é fixado um regime de
caput, quando aplicada a obras e serviços de enge- responsabilização solidária pelo dano causado ao erário
nharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em entre fornecedor/prestador de serviços e agente públi-
regulamentação específica. co, nada excluindo outra sanção penal, civil ou admi-
§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do nistrativa: “Na hipótese deste artigo e em qualquer dos
caput do art. 9º à hipótese prevista no inciso XXI do casos de dispensa, se comprovado superfaturamento,
caput. respondem solidariamente pelo dano causado à Fazen-
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do da Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o
disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 agente público responsável, sem prejuízo de outras san-
de dezembro de 2004, observados os princípios gerais ções legais cabíveis”.
de contratação dela constantes.
Nos termos do inciso XXI, é dispensável a licitação no Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabi-
caso de aquisição de bens destinados exclusivamente à lidade de competição, em especial:
pesquisa científica e tecnológica com recursos concedi- O rol é meramente exemplificativo, eis que a inexigi-
dos pela CAPES, FINEP, CNPq e outras entidades de fo- bilidade pode ser aceita em qualquer outra hipótese de
mento à pesquisa credenciadas pela última, exigindo-se inviabilidade da disputa (tanto é que o artigo 25 trata de
que os recursos venham das entidades específicas e que três hipóteses “em especial” e não “apenas”).
os bens sejam adquiridos exclusivamente para pesquisa
científica e tecnológica. a) Unicidade
Por motivos óbvios, não se proíbe que o autor do pro- I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou
jeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica partici- gêneros que só possam ser fornecidos por produtor,
pe, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução empresa ou representante comercial exclusivo, vedada
de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles ne- a preferência de marca, devendo a comprovação de
cessários. Trata-se de preservação do direito autoral e de exclusividade ser feita através de atestado fornecido
garantia de que a pesquisa seja devidamente executada. pelo órgão de registro do comércio do local em que se
A dispensa para obras e serviços de engenharias vol- realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindi-
tados a pesquisa e desenvolvimento se limita ao valor de cato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda,
R$300.000, seguindo procedimento especial. pelas entidades equivalentes;

u) Transferência de tecnologia Trata-se de caso de unicidade, quando houver apenas


XXV - na contratação realizada por Instituição Cien- um fabricante, fornecedor, produtor ou distribuidor. Esta
tífica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento unicidade deve ser provada por certidões das confede-
para a transferência de tecnologia e para o licencia- rações de indústrias, de comércio, juntas comerciais, etc.
mento de direito de uso ou de exploração de criação É possível fixar uma determinada região do territó-
protegida. rio nacional que admita participantes da licitação e, se
XXXII - na contratação em que houver transferência houver apenas um participante possível se admite a ine-
de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema xigibilidade, não importando que existam participantes
Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de em outras regiões porque as licitações podem ser usadas
19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato como ferramenta de política econômica, incentivando a
da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da economia local.
aquisição destes produtos durante as etapas de absor- Em regra, não se pode definir/fixar marca no edital
ção tecnológica. porque poderia fraudar o caráter competitivo, mas é
Há dispensa em caso de transferência de tecnologia possível indicar a marca motivando-se pelo princípio da
ou licença de uso/exploração de criação protegida, con- padronização. Não é possível burlar a regra indicando
siderando esta como invenção, modelo de utilidade, de- especificações que apenas uma marca pode concluir (ex.:
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
senho industrial, programa de computador ou qualquer PGR foi alvo de críticas quando licitou tablets e, embora
outro desenvolvimento tecnológico que resulte em novo não mencionasse em nenhum momento que deveriam
produto, processo ou aperfeiçoamento de natureza tec- ser iPads, faziam referências a especificações técnicas
nológica (conforme define a Lei nº 10.973/04, que criou que apenas os aparelhos da Apple poderiam conter).
o inciso XXV). A dispensa também vale para transferência
de tecnologia de produto estratégico no âmbito do sis- b) Serviços técnicos notoriamente especializados
tema de saúde. II - para a contratação de serviços técnicos enume-
rados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com
10. Hipóteses de inexigibilidade de licitação profissionais ou empresas de notória especialização,
vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade
As hipóteses de inexigibilidade de licitação se con- e divulgação;
centram no artigo 25 da Lei nº 8.666/93, sendo aplicá-
veis para casos em que a disputa nem ao menos é viável. Trata-se de caso de contratação de serviços singu-
Trata-se de causa de natureza vinculante, de forma que lares de profissionais de notória especialização. O que
o administrador não tem a liberdade de decidir se irá ou diferencia dos demais serviços, que devem ser licitados,
não licitar – afinal, não deve licitar. é a notória especialização, comprovada pelo reconheci-
mento no mercado, por publicações e patentes, etc. Ex.:

37
para um órgão governamental contratar uma consultoria 11. Modalidades
jurídica deve licitar, mas se a contratação necessária for
de um advogado de notório conhecimento em direitos Prosseguindo o estudo, quanto às modalidades de
humanos e justiça internacional será possível a inexigi- licitação, podem ser apontadas as seguintes modalida-
bilidade. De forma específica, destaca-se o §1º do dis- des: Concorrência, tomada de preços, convite, concurso
positivo: e leilão (artigo 22, Lei nº 8.666/1993). Dos parágrafos 1º
a 5º, o artigo 22 conceitua cada uma das modalidades:
§ 1º Considera-se de notória especialização o pro-
fissional ou empresa cujo conceito no campo de sua § 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre
especialidade, decorrente de desempenho anterior, quaisquer interessados que, na fase inicial de habilita-
estudos, experiências, publicações, organização, apa- ção preliminar, comprovem possuir os requisitos míni-
relhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos mos de qualificação exigidos no edital para execução
relacionados com suas atividades, permita inferir que de seu objeto.
o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais § 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação
adequado à plena satisfação do objeto do contrato. entre interessados devidamente cadastrados ou que
atenderem a todas as condições exigidas para cadas-
c) Profissional de setor artístico consagrado tramento até o terceiro dia anterior à data do recebi-
III - para contratação de profissional de qualquer setor mento das propostas, observada a necessária qualifi-
artístico, diretamente ou através de empresário exclu- cação.
sivo, desde que consagrado pela crítica especializada § 3º Convite é a modalidade de licitação entre interes-
ou pela opinião pública. sados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados
Trata-se de caso de contratação de trabalhos artísti- ou não, escolhidos e convidados em número mínimo
cos de artistas renomados. A intenção é a de explorar o de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará,
prestígio do sujeito. A expressão artista deve ser tomada em local apropriado, cópia do instrumento convoca-
genericamente, por exemplo, pode se encaixar um es- tório e o estenderá aos demais cadastrados na cor-
portista renomado ou um cientista renomado. O prestí- respondente especialidade que manifestarem seu in-
gio do artista deve existir em relação à população local. teresse com antecedência de até 24 (vinte e quatro)
horas da apresentação das propostas.
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quais-
#FicaDica quer interessados para escolha de trabalho técnico,
científico ou artístico, mediante a instituição de prê-
Regra: Obrigatoriedade de licitação. mios ou remuneração aos vencedores, conforme crité-
Exceções: Licitação dispensada, dispensável rios constantes de edital publicado na imprensa oficial
e inexigível. com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco)
Licitação dispensada: a Administração pode dias.
em alguns casos previstos na lei efetuar a § 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quais-
contratação direta, todos eles envolvendo quer interessados para a venda de bens móveis inser-
alienações subordinadas ao interesse públi- víveis para a administração ou de produtos legalmen-
co e respeitadas avaliações prévias. te apreendidos ou penhorados, ou para a alienação
Licitação dispensável: A Administração de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o
pode em alguns casos previstos taxativa- maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
mente na lei efetuar a contratação direta de Por sua vez, a LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002,
bens, produtos, serviços e obras, entre eles: trabalha com uma modalidade adicional de licitação, o
contratação de pequeno valor, emergência pregão. É a modalidade de licitação voltada à aquisição
ou calamidade públicas, licitação fracassada de bens e serviços comuns, assim considerados aqueles
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ou deserta. cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser


Inexigibilidade: Em casos que nem ao me- objetivamente definidos no edital por meio de especifi-
nos seja possível a competição, a Adminis- cações do mercado.
tração promoverá a contratação direta. O
rol é taxativo e mais restrito: materiais, equi- 11.1. Dos valores limite das modalidades de lici-
pamentos ou gêneros que só possam ser tação.
fornecidos por produtor ou representante
comercial exclusivo; serviços técnicos espe- Algumas modalidades de licitação apresentam, tam-
cializados de natureza singular e promovido bém, um critério de diferenciação com base em valores
por profissionais de notória especialização piso e valores teto. Bastante relevante para a técnica
(não cabe para serviços de publicidade); e do menor preço, a legislação impõe certos valores de
contratações de profissionais do setor artís- propostas, mínimos e máximos, para três modalidades
tico, que tenha aceitação pela crítica e pela licitatória. O estudo desses valores-limite merece maior
opinião pública. destaque, considerando uma atualização recentemente
da matéria. Em 2018, o então presidente Michel Temer
editou o Decreto nº 9.412/2018, alterando os valores dis-
postos nos incisos I e II do artigo 23 da Lei nº 8.666/1993.

38
Sobre a concorrência (art. 22, §1º, Lei nº 8.666/1993), 11.4 Anulação e revogação
trata-se de uma modalidade de licitação que envolve
projetos grandes e vultosos. Para certos casos, a concor- No que tange à revogação e à anulação, ambas volta-
rência possui um valor piso, isso é, um valor mínimo que das às consequências dos vícios no processo de licitação,
deve constar nas propostas apresentadas. Esses limites destaca-se a previsão do artigo 49:
são: a) para as obras e serviços de engenharia, o valor da
proposta deve ser acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões Art. 49. A autoridade competente para a aprovação
e trezentos mil reais); b) para as compras e serviços não do procedimento somente poderá revogar a licitação
relacionados com a engenharia; o valor deve ser acima por razões de interesse público decorrente de fato su-
de R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil perveniente devidamente comprovado, pertinente e
reais). suficiente para justificar tal conduta, devendo anu-
A tomada de preços (art. 22, § 2º, Lei nº 8.666/1993), lá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de
possui uma faixa de preço intermediária, isso é, não en- terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fun-
volvem projetos de valores vultosos como a concorrência. damentado.
Os valores limites para a tomada de preços são: a) para § 1º A anulação do procedimento licitatório por mo-
obras e serviços de engenharia; os valores das propostas tivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar,
serão de até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59
mil reais); e b) para os demais serviços em geral; até R$ desta Lei.
1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais). § 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do
O convite (art. 22, § 3º, Lei nº 8.666/1993), por sua vez, contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do
por ter um procedimento muito mais simples e a presen- art. 59 desta Lei.
ça de poucos competidores (no máximo três prestadores § 3º No caso de desfazimento do processo licitatório,
de serviços), apresenta faixa mínima de valores. Assim, fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.
os valores limites são: a) para obras e serviços de enge- § 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-
nharia, até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais); e -se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigi-
b) para as demais serviços em geral; até R$ 176.000,00 bilidade de licitação.
(cento e setenta e seis mil reais); Anular é extinguir um ato ou um conjunto de atos
em razão de sua ilegalidade. Quando se fala, portanto,
11.2. Tipos em anulação de uma licitação, pressupõe-se a ilegalida-
de da mesma, pois anula-se o que é ilegítimo. A licitação
Em relação aos tipos de licitação, apontam-se no Es- poderá ser anulada pela via administrativa ou pela via
tatuto: melhor preço, melhor técnica, técnica e preço, e judiciária. A anulação de uma licitação pode ser total (se
melhor lance ou oferta. Os tipos licitatórios não passam o vício atingir a origem dos atos licitatórios) ou parcial (se
de critérios de julgamento para a escolha da proposta o vício atingir parte dos atos licitatórios).
mais adequada aos interesses da Administração Públi- Revogar uma licitação é extingui-la por ser inconve-
ca. A disciplina encontra-se no caput e no §1º da Lei nº niente ou inoportuna. Desde o momento em que a lici-
8.666/1993: tação foi aberta até o final da mesma, pode-se falar em
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, de- revogação. Após a assinatura do contrato, entretanto,
vendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo não poderá haver a revogação da licitação. Somente se
convite realizá-lo em conformidade com os tipos de justifica a revogação quando houver um fato posterior
licitação, os critérios previamente estabelecidos no à abertura da licitação e quando o fato for pertinente,
ato convocatório e de acordo com os fatores exclusi- ou seja, quando possuir uma relação lógica com a re-
vamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua vogação da licitação. Ainda deve ser suficiente, quando
aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. a intensidade do fato justificar a revogação. Deve ser
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de respeitado o direito ao contraditório e ampla defesa, e
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licitação, exceto na modalidade concurso: a revogação deverá ser feita mediante parecer escrito e
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da devidamente fundamentado.
proposta mais vantajosa para a Administração deter- Logo, anulação e revogação estão previstos no ar-
minar que será vencedor o licitante que apresentar a tigo 49 da lei nº 8.666/93. Revogação da licitação por
proposta de acordo com as especificações do edital ou interesse público decorrente de fato superveniente de-
convite e ofertar o menor preço; vidamente comprovado, pertinente e suficiente para jus-
II - a de melhor técnica; tificar tal conduta, bem como a obrigatoriedade de sua
III - a de técnica e preço; anulação por ilegalidade, neste último caso podendo agir
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de aliena- de oficio ou provocado por terceiros, mediante parecer
ção de bens ou concessão de direito real de uso. escrito e devidamente fundamentado.
Revogação segundo Diógenes Gasparini “é o desfazi-
11.3. Procedimento mento da licitação acabada por motivos de conveniência
e oportunidade (interesse público) superveniente – art.
Além do capítulo introdutório, do artigo 38 ao 53 da 49 da lei nº 8.666/93”10. Trata-se de um ato administra-
Lei nº 8.666/93 está descrito o procedimento a ser ado- tivo vinculado, embora assentada em motivos de conve-
tado nas licitações em geral. A modalidade pregão tem
10 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 11. ed. São Pau-
procedimento próprio, previsto na lei especial.
lo: Saraiva, 2006.

39
niência e oportunidade; e ainda, a lei referida, prevê que I - quarenta e cinco dias para:
no caso de desfazimento da licitação ficam assegurados a) concurso;
o contraditório e a ampla defesa, garantia essa que é b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado
dada somente ao vencedor, o único com efeitos interes- contemplar o regime de empreitada integral ou quan-
ses na permanência desse ato, pois através dele pode do a licitação for do tipo “melhor técnica” ou “técnica
chegar a contrato. e preço”;
Hely Lopes Meireles11 conceitua anulação como “é a II - trinta dias para:
invalidação da licitação ou do julgamento por motivo de a) concorrência, nos casos não especificados na alínea
ilegalidade, pode ser feita a qualquer fase e tempo antes “b” do inciso anterior;
da assinatura do contrato, desde que a Administração ou b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo
o Judiciário verifique e aponte a infringência à lei ou ao “melhor técnica” ou “técnica e preço”;
edital”. Cabe ainda ressaltar que a anulação da licitação III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos
acarreta a nulidade do contrato (art. 49, § 2º). No mesmo não especificados na alínea “b” do inciso anterior, ou
sentido “a anulação poderá ocorrer tanto pela Via Judi- leilão;
cante como pela Via Administrativa”. IV - cinco dias úteis para convite.
§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior
LEGISLAÇÃO SECA serão contados a partir da última publicação do edi-
tal resumido ou da expedição do convite, ou ainda da
Abaixo, colaciona-se com grifo a disciplina dos tópi- efetiva disponibilidade do edital ou do convite e res-
cos abordados teoricamente acima, com destaque aos pectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais
procedimentos licitatórios. tarde.
§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação
Capítulo II pela mesma forma que se deu o texto original, rea-
DA LICITAÇÃO brindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto
quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar
SEÇÃO I a formulação das propostas.
DAS MODALIDADES, LIMITES E DISPENSA Art. 22. São modalidades de licitação:
I - concorrência;
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se II - tomada de preços;
situar a repartição interessada, salvo por motivo de III - convite;
interesse público, devidamente justificado. IV - concurso;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá V - leilão.
a habilitação de interessados residentes ou sediados § 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre
em outros locais. quaisquer interessados que, na fase inicial de habilita-
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das ção preliminar, comprovem possuir os requisitos míni-
concorrências, das tomadas de preços, dos concursos mos de qualificação exigidos no edital para execução
e dos leilões, embora realizados no local da repartição de seu objeto.
interessada, deverão ser publicados com antecedên- § 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação
cia, no mínimo, por uma vez: entre interessados devidamente cadastrados ou que
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de li- atenderem a todas as condições exigidas para cadas-
citação feita por órgão ou entidade da Administração tramento até o terceiro dia anterior à data do recebi-
Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras fi- mento das propostas, observada a necessária qualifi-
nanciadas parcial ou totalmente com recursos federais cação.
ou garantidas por instituições federais; § 3º Convite é a modalidade de licitação entre interes-
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal sados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

quando se tratar, respectivamente, de licitação feita ou não, escolhidos e convidados em número mínimo
por órgão ou entidade da Administração Pública Esta- de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará,
dual ou Municipal, ou do Distrito Federal; em local apropriado, cópia do instrumento convoca-
III - em jornal diário de grande circulação no Estado tório e o estenderá aos demais cadastrados na cor-
e também, se houver, em jornal de circulação no Mu- respondente especialidade que manifestarem seu in-
nicípio ou na região onde será realizada a obra, pres- teresse com antecedência de até 24 (vinte e quatro)
tado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, horas da apresentação das propostas.
podendo ainda a Administração, conforme o vulto da § 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quais-
licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação quer interessados para escolha de trabalho técnico,
para ampliar a área de competição. científico ou artístico, mediante a instituição de prê-
§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em mios ou remuneração aos vencedores, conforme crité-
que os interessados poderão ler e obter o texto integral rios constantes de edital publicado na imprensa oficial
do edital e todas as informações sobre a licitação. com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco)
§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas dias.
ou da realização do evento será: § 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quais-
quer interessados para a venda de bens móveis inser-
11 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São
víveis para a administração ou de produtos legalmen-
Paulo: Malheiros, 1993.

40
te apreendidos ou penhorados, ou para a alienação dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou
de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o o convite, quando não houver fornecedor do bem ou
maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. serviço no País.
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo (CONVITE), exis- § 4º Nos casos em que couber convite, a Administra-
tindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, ção poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer
a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou caso, a concorrência.
assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo,
mais um interessado, enquanto existirem cadastrados § 5º É vedada a utilização da modalidade “convite” ou
não convidados nas últimas licitações. “tomada de preços”, conforme o caso, para parcelas
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras
desinteresse dos convidados, for impossível a obten- e serviços da mesma natureza e no mesmo local que
ção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3o possam ser realizadas conjunta e concomitantemente,
deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devida- sempre que o somatório de seus valores caracterizar
mente justificadas no processo, sob pena de repetição o caso de “tomada de preços” ou “concorrência”, res-
do convite. pectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as
§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de li- parcelas de natureza específica que possam ser execu-
citação ou a combinação das referidas neste artigo. tadas por pessoas ou empresas de especialidade diver-
§ 9º Na hipótese do § 2º deste artigo (TOMADA DE sa daquela do executor da obra ou serviço.
PREÇOS), a administração somente poderá exigir do § 6º As organizações industriais da Administração Fe-
licitante não cadastrado os documentos previstos nos deral direta, em face de suas peculiaridades, obedece-
arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível rão aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo
com o objeto da licitação, nos termos do edital. também para suas compras e serviços em geral, desde
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem que para a aquisição de materiais aplicados exclusiva-
os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas mente na manutenção, reparo ou fabricação de meios
operacionais bélicos pertencentes à União.
em função dos seguintes limites, tendo em vista o va-
§ 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde
lor estimado da contratação:
que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é
I - para obras e serviços de engenharia:
permitida a cotação de quantidade inferior à deman-
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil
dada na licitação, com vistas a ampliação da compe-
reais); titividade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão para preservar a economia de escala.
e quinhentos mil reais); § 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão dobro dos valores mencionados no caput deste artigo
e quinhentos mil reais); quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e
II - para compras e serviços não referidos no inciso o triplo, quando formado por maior número.
anterior: Art. 24. É dispensável a licitação:
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); I - para obras e serviços de engenharia de valor até
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”,
cinquenta mil reais); do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda
cinquenta mil reais). para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Ad- local que possam ser realizadas conjunta e concomi-
ministração serão divididas em tantas parcelas quan- tantemente;
tas se comprovarem técnica e economicamente viá- II - para outros serviços e compras de valor até 10%
veis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do in- LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado ciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos
e à ampliação da competitividade sem perda da eco- previstos nesta Lei, desde que não se refiram a par-
nomia de escala. celas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, III - nos casos de guerra ou grave perturbação da or-
a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço dem;
ou compra, há de corresponder licitação distinta, pre- IV - nos casos de emergência ou de calamidade pú-
blica, quando caracterizada urgência de atendimento
servada a modalidade pertinente para a execução do
de situação que possa ocasionar prejuízo ou compro-
objeto em licitação.
meter a segurança de pessoas, obras, serviços, equi-
pamentos e outros bens, públicos ou particulares, e
§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação ca-
somente para os bens necessários ao atendimento da
bível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto situação emergencial ou calamitosa e para as par-
na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado celas de obras e serviços que possam ser concluídas
o disposto no art. 19, como nas concessões de direito no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias con-
real de uso e nas licitações internacionais, admitindo- secutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
-se neste último caso, observados os limites deste arti- emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos
go, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade respectivos contratos;

41
V - quando não acudirem interessados à licitação an- XVII - para a aquisição de componentes ou peças de
terior e esta, justificadamente, não puder ser repetida origem nacional ou estrangeira, necessários à manu-
sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste tenção de equipamentos durante o período de garan-
caso, todas as condições preestabelecidas; tia técnica, junto ao fornecedor original desses equi-
VI - quando a União tiver que intervir no domínio eco- pamentos, quando tal condição de exclusividade for
nômico para regular preços ou normalizar o abaste- indispensável para a vigência da garantia;
cimento; XVIII - nas compras ou contratações de serviços para
VII - quando as propostas apresentadas consignarem o abastecimento de navios, embarcações, unidades
preços manifestamente superiores aos praticados no aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quan-
mercado nacional, ou forem incompatíveis com os do em estada eventual de curta duração em portos,
fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes,
que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei por motivo de movimentação operacional ou de ades-
e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação tramento, quando a exiguidade dos prazos legais pu-
direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao der comprometer a normalidade e os propósitos das
constante do registro de preços, ou dos serviços; operações e desde que seu valor não exceda ao limite
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta Lei:
público interno, de bens produzidos ou serviços pres- XIX - para as compras de material de uso pelas Forças
tados por órgão ou entidade que integre a Adminis- Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e
tração Pública e que tenha sido criado para esse fim administrativo, quando houver necessidade de manter
específico em data anterior à vigência desta Lei, desde a padronização requerida pela estrutura de apoio lo-
que o preço contratado seja compatível com o prati- gístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante
cado no mercado; parecer de comissão instituída por decreto;
IX - quando houver possibilidade de comprometimen- XX - na contratação de associação de portadores de
to da segurança nacional, nos casos estabelecidos em deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada
decreto do Presidente da República, ouvido o Conse- idoneidade, por órgãos ou entidades da Administra-
lho de Defesa Nacional; ção Pública, para a prestação de serviços ou forneci-
X - para a compra ou locação de imóvel destinado mento de mão-de-obra, desde que o preço contratado
ao atendimento das finalidades precípuas da admi- seja compatível com o praticado no mercado.
nistração, cujas necessidades de instalação e localiza- XXI - para a aquisição ou contratação de produto
ção condicionem a sua escolha, desde que o preço seja para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso
compatível com o valor de mercado, segundo avalia- de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por
ção prévia; cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço caput do art. 23;
ou fornecimento, em consequência de rescisão con- XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento
tratual, desde que atendida a ordem de classificação de energia elétrica e gás natural com concessionário,
da licitação anterior e aceitas as mesmas condições permissionário ou autorizado, segundo as normas da
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao legislação específica;
preço, devidamente corrigido; XXIII - na contratação realizada por empresa pública
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e ou- ou sociedade de economia mista com suas subsidiá-
tros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a
rias e controladas, para a aquisição ou alienação de
realização dos processos licitatórios correspondentes,
bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o
realizadas diretamente com base no preço do dia;
preço contratado seja compatível com o praticado no
XIII - na contratação de instituição brasileira incum-
mercado.
bida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de
ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de ins-
serviços com as organizações sociais, qualificadas no
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

tituição dedicada à recuperação social do preso, desde


âmbito das respectivas esferas de governo, para ativi-
que a contratada detenha inquestionável reputação
ético-profissional e não tenha fins lucrativos; dades contempladas no contrato de gestão.
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos XXV - na contratação realizada por Instituição Cien-
de acordo internacional específico aprovado pelo Con- tífica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento
gresso Nacional, quando as condições ofertadas forem para a transferência de tecnologia e para o licencia-
manifestamente vantajosas para o Poder Público; mento de direito de uso ou de exploração de criação
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte protegida.
e objetos históricos, de autenticidade certificada, des- XXVI - na celebração de contrato de programa com
de que compatíveis ou inerentes às finalidades do ór- ente da Federação ou com entidade de sua adminis-
gão ou entidade. tração indireta, para a prestação de serviços públicos
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formu- de forma associada nos termos do autorizado em con-
lários padronizados de uso da administração, e de trato de consórcio público ou em convênio de coope-
edições técnicas oficiais, bem como para prestação de ração.
serviços de informática a pessoa jurídica de direito pú- XXVII - na contratação da coleta, processamento e co-
blico interno, por órgãos ou entidades que integrem mercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis
a Administração Pública, criados para esse fim espe- ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta sele-
cífico; tiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas

42
formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa sociedade de economia mista, empresa pública e por
renda reconhecidas pelo poder público como catado- autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei,
res de materiais recicláveis, com o uso de equipamen- como Agências Executivas.
tos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e § 2º O limite temporal de criação do órgão ou entida-
de saúde pública. de que integre a administração pública estabelecido
no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos
XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, pro- órgãos ou entidades que produzem produtos estraté-
duzidos ou prestados no País, que envolvam, cumula- gicos para o SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19
tivamente, alta complexidade tecnológica e defesa na- de setembro de 1990, conforme elencados em ato da
cional, mediante parecer de comissão especialmente direção nacional do SUS.
designada pela autoridade máxima do órgão. § 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do
XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços caput, quando aplicada a obras e serviços de enge-
para atender aos contingentes militares das Forças nharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em
Singulares brasileiras empregadas em operações de regulamentação específica.
paz no exterior, necessariamente justificadas quanto § 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do
ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e caput do art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI do
ratificadas pelo Comandante da Força. caput.
XXX - na contratação de instituição ou organização, Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabi-
pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a lidade de competição, em especial:
prestação de serviços de assistência técnica e extensão I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou
rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência gêneros que só possam ser fornecidos por produtor,
Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na empresa ou representante comercial exclusivo, vedada
Reforma Agrária, instituído por lei federal. a preferência de marca, devendo a comprovação de
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do exclusividade ser feita através de atestado fornecido
disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2
pelo órgão de registro do comércio do local em que se
de dezembro de 2004, observados os princípios gerais
realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindi-
de contratação dela constantes.
cato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda,
A Lei nº 10.973/2004 dispõe sobre incentivos à inova-
pelas entidades equivalentes;
ção e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente
II - para a contratação de serviços técnicos enume-
produtivo e dá outras providências.
rados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com
XXXII - na contratação em que houver transferência
profissionais ou empresas de notória especialização,
de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema
vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade
Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de
19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato e divulgação;
da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da III - para contratação de profissional de qualquer setor
aquisição destes produtos durante as etapas de absor- artístico, diretamente ou através de empresário exclu-
ção tecnológica. sivo, desde que consagrado pela crítica especializada
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins ou pela opinião pública.
lucrativos, para a implementação de cisternas ou ou- § 1º Considera-se de notória especialização o pro-
tras tecnologias sociais de acesso à água para consu- fissional ou empresa cujo conceito no campo de sua
mo humano e produção de alimentos, para beneficiar especialidade, decorrente de desempenho anterior,
as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca estudos, experiências, publicações, organização, apa-
ou falta regular de água. relhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de di- relacionados com suas atividades, permita inferir que
reito público interno de insumos estratégicos para a o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade § 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos
apoiar órgão da administração pública direta, sua au- de dispensa, se comprovado superfaturamento, res-
tarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, pondem solidariamente pelo dano causado à Fazen-
extensão, desenvolvimento institucional, científico e da Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e
tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na ges- o agente público responsável, sem prejuízo de outras
tão administrativa e financeira necessária à execução sanções legais cabíveis.
desses projetos, ou em parcerias que envolvam trans-
ferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art.
Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações
XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamen-
fim específico em data anterior à vigência desta Lei, te justificadas, e o retardamento previsto no final do
desde que o preço contratado seja compatível com o parágrafo único do art. 8º desta Lei deverão ser comu-
praticado no mercado. nicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior,
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput para ratificação e publicação na imprensa oficial, no
deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia
obras e serviços contratados por consórcios públicos, dos atos.

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Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibi- Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo De-
lidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será creto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943.
instruído, no que couber, com os seguintes elementos: Art. 30. A documentação relativa à qualificação técni-
I - caracterização da situação emergencial ou calami- ca limitar-se-á a:
tosa que justifique a dispensa, quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante; I - registro ou inscrição na entidade profissional com-
III - justificativa do preço; petente;
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa II - comprovação de aptidão para desempenho de
aos quais os bens serão alocados. atividade pertinente e compatível em características,
quantidades e prazos com o objeto da licitação, e in-
SEÇÃO II dicação das instalações e do aparelhamento e do pes-
DA HABILITAÇÃO soal técnico adequados e disponíveis para a realização
do objeto da licitação, bem como da qualificação de
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á cada um dos membros da equipe técnica que se res-
dos interessados, exclusivamente, documentação rela- ponsabilizará pelos trabalhos;
tiva a: III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de
I - habilitação jurídica; que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que
II - qualificação técnica; tomou conhecimento de todas as informações e das
III - qualificação econômico-financeira; condições locais para o cumprimento das obrigações
IV - regularidade fiscal e trabalhista; objeto da licitação;
V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. IV - prova de atendimento de requisitos previstos em
7º da Constituição Federal. lei especial, quando for o caso.
Prevê o artigo 7o, XXXIII, CF: “proibição de trabalho § 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do
noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito «caput» deste artigo, no caso das licitações pertinen-
e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, tes a obras e serviços, será feita por atestados forneci-
salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze dos por pessoas jurídicas de direito público ou privado,
anos”. devidamente registrados nas entidades profissionais
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídi- competentes, limitadas as exigências a:
ca, conforme o caso, consistirá em: I - capacitação técnico-profissional: comprovação do
I - cédula de identidade; licitante de possuir em seu quadro permanente, na
II - registro comercial, no caso de empresa individual; data prevista para entrega da proposta, profissional
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vi- de nível superior ou outro devidamente reconhecido
gor, devidamente registrado, em se tratando de socie- pela entidade competente, detentor de atestado de
dades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, responsabilidade técnica por execução de obra ou
acompanhado de documentos de eleição de seus ad- serviço de características semelhantes, limitadas estas
ministradores; exclusivamente às parcelas de maior relevância e va-
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de socie- lor significativo do objeto da licitação, vedadas as exi-
dades civis, acompanhada de prova de diretoria em gências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
exercício; II - (Vetado).
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa a) (Vetado).
ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, b) (Vetado).
e ato de registro ou autorização para funcionamento § 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor
expedido pelo órgão competente, quando a atividade significativo, mencionadas no parágrafo anterior, se-
assim o exigir. rão definidas no instrumento convocatório.
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal § 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

e trabalhista, conforme o caso, consistirá em: através de certidões ou atestados de obras ou serviços
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas similares de complexidade tecnológica e operacional
(CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); equivalente ou superior.
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes es- § 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a com-
tadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio provação de aptidão, quando for o caso, será feita
ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de ativi- através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de
dade e compatível com o objeto contratual; direito público ou privado.
III - prova de regularidade para com a Fazenda Fe- § 5º É vedada a exigência de comprovação de ativida-
deral, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do de ou de aptidão com limitações de tempo ou de épo-
licitante, ou outra equivalente, na forma da lei; ca ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social não previstas nesta Lei, que inibam a participação na
e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), licitação.
demonstrando situação regular no cumprimento dos § 6º As exigências mínimas relativas a instalações de
encargos sociais instituídos por lei. canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico
V - prova de inexistência de débitos inadimplidos pe- especializado, considerados essenciais para o cumpri-
rante a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação mento do objeto da licitação, serão atendidas median-
de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da te a apresentação de relação explícita e da declaração

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formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, contratação, devendo a comprovação ser feita rela-
vedada as exigências de propriedade e de localização tivamente à data da apresentação da proposta, na
prévia. forma da lei, admitida a atualização para esta data
§ 7º (Vetado). através de índices oficiais.
I - (Vetado). § 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos com-
II - (Vetado). promissos assumidos pelo licitante que importem
§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande diminuição da capacidade operativa ou absorção de
vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Admi- disponibilidade financeira, calculada esta em função
nistração exigir dos licitantes a metodologia de exe- do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de
cução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou rotação.
não, antecederá sempre à análise dos preços e será § 5º A comprovação de boa situação financeira da em-
efetuada exclusivamente por critérios objetivos. presa será feita de forma objetiva, através do cálculo
§ 9º Entende-se por licitação de alta complexidade de índices contábeis previstos no edital e devidamen-
técnica aquela que envolva alta especialização, como te justificados no processo administrativo da licitação
fator de extrema relevância para garantir a execução que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a
do objeto a ser contratado, ou que possa comprome- exigência de índices e valores não usualmente adota-
ter a continuidade da prestação de serviços públicos dos para correta avaliação de situação financeira su-
essenciais. ficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins da licitação.
de comprovação da capacitação técnico-profissional § 6º (Vetado).
de que trata o inciso I do § 1º deste artigo deverão Art. 32. Os documentos necessários à habilitação po-
participar da obra ou serviço objeto da licitação, ad- derão ser apresentados em original, por qualquer pro-
mitindo-se a substituição por profissionais de expe- cesso de cópia autenticada por cartório competente
riência equivalente ou superior, desde que aprovada ou por servidor da administração ou publicação em
pela administração. órgão da imprensa oficial.
§ 11. (Vetado). § 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31
§ 12. (Vetado). desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte,
Art. 31. A documentação relativa à qualificação eco- nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens
nômico-financeira limitar-se-á a: para pronta entrega e leilão.
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do § 2º O certificado de registro cadastral a que se refere
último exercício social, já exigíveis e apresentados na o § 1o do art. 36 substitui os documentos enumerados
forma da lei, que comprovem a boa situação financei- nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibi-
ra da empresa, vedada a sua substituição por balan- lizadas em sistema informatizado de consulta direta
cetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar,
por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 sob as penalidades legais, a superveniência de fato
(três) meses da data de apresentação da proposta; impeditivo da habilitação.
II - certidão negativa de falência ou concordata expe- § 3º A documentação referida neste artigo poderá ser
dida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou substituída por registro cadastral emitido por órgão
de execução patrimonial, expedida no domicílio da ou entidade pública, desde que previsto no edital e o
pessoa física; registro tenha sido feito em obediência ao disposto
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios pre- nesta Lei.
vistos no caput e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada § 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no
a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações
contratação. internacionais, às exigências dos parágrafos anterio-
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstra- res mediante documentos equivalentes, autenticados
ção da capacidade financeira do licitante com vistas
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
pelos respectivos consulados e traduzidos por tradu-
aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja tor juramentado, devendo ter representação legal no
adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores Brasil com poderes expressos para receber citação e
mínimos de faturamento anterior, índices de rentabili- responder administrativa ou judicialmente.
dade ou lucratividade. § 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata
este artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolu-
§ 2º A Administração, nas compras para entrega fu- mentos, salvo os referentes a fornecimento do edital,
tura e na execução de obras e serviços, poderá esta- quando solicitado, com os seus elementos constituti-
belecer, no instrumento convocatório da licitação, a vos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução
exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido gráfica da documentação fornecida.
mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1º do § 6º O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art.
art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação
33 e no § 2o do art. 55, não se aplica às licitações in-
da qualificação econômico-financeira dos licitantes e
ternacionais para a aquisição de bens e serviços cujo
para efeito de garantia ao adimplemento do contrato
pagamento seja feito com o produto de financiamento
a ser ulteriormente celebrado.
concedido por organismo financeiro internacional de
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líqui-
que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de
do a que se refere o parágrafo anterior não poderá
cooperação, nem nos casos de contratação com em-
exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da
presa estrangeira, para a compra de equipamentos fa-

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bricados e entregues no exterior, desde que para este § 2º É facultado às unidades administrativas utiliza-
caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Po- rem-se de registros cadastrais de outros órgãos ou en-
der Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e tidades da Administração Pública.
serviços realizada por unidades administrativas com Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualiza-
sede no exterior. ção deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá
§ 7o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e os elementos necessários à satisfação das exigências
este artigo poderá ser dispensada, nos termos de regu- do art. 27 desta Lei.
lamento, no todo ou em parte, para a contratação de Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias,
produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em
para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea grupos, segundo a qualificação técnica e econômica
“a” do inciso II do caput do art. 23. avaliada pelos elementos constantes da documenta-
Art. 33. Quando permitida na licitação a participação ção relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei.
de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguin- § 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável
tes normas: sempre que atualizarem o registro.
I - comprovação do compromisso público ou particular § 2º A atuação do licitante no cumprimento de obri-
de constituição de consórcio, subscrito pelos consor- gações assumidas será anotada no respectivo registro
ciados; cadastral.
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, sus-
que deverá atender às condições de liderança, obriga- penso ou cancelado o registro do inscrito que deixar
toriamente fixadas no edital; de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. estabelecidas para classificação cadastral.
28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admi-
tindo-se, para efeito de qualificação técnica, o soma- SEÇÃO IV
tório dos quantitativos de cada consorciado, e, para DO PROCEDIMENTO E JULGAMENTO
efeito de qualificação econômico-financeira, o soma-
tório dos valores de cada consorciado, na proporção Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com
de sua respectiva participação, podendo a Adminis- a abertura de processo administrativo, devidamente
tração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de autuado, protocolado e numerado, contendo a auto-
até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para rização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto
licitante individual, inexigível este acréscimo para os e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão
consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e juntados oportunamente:
pequenas empresas assim definidas em lei; I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for
IV - impedimento de participação de empresa con- o caso;
sorciada, na mesma licitação, através de mais de um II - comprovante das publicações do edital resumido,
consórcio ou isoladamente; na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do con-
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos vite;
atos praticados em consórcio, tanto na fase de licita- III - ato de designação da comissão de licitação, do
ção quanto na de execução do contrato. leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangei- pelo convite;
ras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa IV - original das propostas e dos documentos que as
brasileira, observado o disposto no inciso II deste ar- instruírem;
tigo. V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julga-
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, dora;
antes da celebração do contrato, a constituição e o VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a
registro do consórcio, nos termos do compromisso re- licitação, dispensa ou inexigibilidade;
ferido no inciso I deste artigo. VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

sua homologação;
SEÇÃO III VIII - recursos eventualmente apresentados pelos lici-
DOS REGISTROS CADASTRAIS tantes e respectivas manifestações e decisões;
IX - despacho de anulação ou de revogação da licita-
Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da ção, quando for o caso, fundamentado circunstancia-
Administração Pública que realizem frequentemente damente;
licitações manterão registros cadastrais para efeito de X - termo de contrato ou instrumento equivalente,
habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no conforme o caso;
máximo, um ano. XI - outros comprovantes de publicações;
XII - demais documentos relativos à licitação.
§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente di- Parágrafo único. As minutas de editais de licitação,
vulgado e deverá estar permanentemente aberto aos bem como as dos contratos, acordos, convênios ou
interessados, obrigando-se a unidade por ele respon- ajustes devem ser previamente examinadas e aprova-
sável a proceder, no mínimo anualmente, através da das por assessoria jurídica da Administração.
imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento pú- Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma lici-
blico para a atualização dos registros existentes e para tação ou para um conjunto de licitações simultâneas
o ingresso de novos interessados. ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite

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previsto no art. 23, inciso I, alínea “c” desta Lei, o pro- XII - (Vetado).
cesso licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com XIII - limites para pagamento de instalação e mobili-
uma audiência pública concedida pela autoridade zação para execução de obras ou serviços que serão
responsável com antecedência mínima de 15 (quin- obrigatoriamente previstos em separado das demais
ze) dias úteis da data prevista para a publicação do parcelas, etapas ou tarefas;
edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 XIV - condições de pagamento, prevendo:
(dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, con-
previstos para a publicidade da licitação, à qual terão tado a partir da data final do período de adimplemen-
acesso e direito a todas as informações pertinentes e a to de cada parcela;
se manifestar todos os interessados. b) cronograma de desembolso máximo por período,
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, conside- em conformidade com a disponibilidade de recursos
ram-se licitações simultâneas aquelas com objetos si- financeiros;
milares e com realização prevista para intervalos não c) critério de atualização financeira dos valores a se-
superiores a trinta dias e licitações sucessivas aque- rem pagos, desde a data final do período de adimple-
las em que, também com objetos similares, o edital mento de cada parcela até a data do efetivo paga-
subsequente tenha uma data anterior a cento e vinte mento;
dias após o término do contrato resultante da licitação d) compensações financeiras e penalizações, por even-
antecedente. tuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de de pagamentos;
ordem em série anual, o nome da repartição interes- e) exigência de seguros, quando for o caso;
sada e de seu setor, a modalidade, o regime de execu- XV - instruções e normas para os recursos previstos
ção e o tipo da licitação, a menção de que será regida nesta Lei;
por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
documentação e proposta, bem como para início da XVII - outras indicações específicas ou peculiares da
abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, licitação.
o seguinte: § 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; em todas as folhas e assinado pela autoridade que o
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele
retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua
desta Lei, para execução do contrato e para entrega divulgação e fornecimento aos interessados.
do objeto da licitação; § 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte
III - sanções para o caso de inadimplemento; integrante:
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas
projeto básico; partes, desenhos, especificações e outros complemen-
V - se há projeto executivo disponível na data da pu- tos;
blicação do edital de licitação e o local onde possa ser II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos
examinado e adquirido; e preços unitários;
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Admi-
VI - condições para participação na licitação, em con-
nistração e o licitante vencedor;
formidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de
IV - as especificações complementares e as normas de
apresentação das propostas;
execução pertinentes à licitação.
VII - critério para julgamento, com disposições claras e
§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se
parâmetros objetivos;
como adimplemento da obrigação contratual a pres-
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios
tação do serviço, a realização da obra, a entrega do
de comunicação à distância em que serão fornecidos
bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro
elementos, informações e esclarecimentos relativos à evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
licitação e às condições para atendimento das obriga- emissão de documento de cobrança.
ções necessárias ao cumprimento de seu objeto; § 4º Nas compras para entrega imediata, assim enten-
IX - condições equivalentes de pagamento entre em- didas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da
presas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações data prevista para apresentação da proposta, poderão
internacionais; ser dispensadas:
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e I - o disposto no inciso XI deste artigo;
global, conforme o caso, permitida a fixação de pre- II - a atualização financeira a que se refere a alínea “c”
ços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, do inciso XIV deste artigo, correspondente ao perío-
critérios estatísticos ou faixas de variação em relação do compreendido entre as datas do adimplemento e
a preços de referência, ressalvado o disposto nos pará- a prevista para o pagamento, desde que não superior
grafos 1º e 2º do art. 48; a quinze dias.
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação § 5º A Administração Pública poderá, nos editais de
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de licitação para a contratação de serviços, exigir da
índices específicos ou setoriais, desde a data prevista contratada que um percentual mínimo de sua mão
para apresentação da proposta, ou do orçamento a de obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional,
que essa proposta se referir, até a data do adimple- com a finalidade de ressocialização do reeducando, na
mento de cada parcela; forma estabelecida em regulamento.

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Art. 41. A Administração não pode descumprir as nor- § 6º As cotações de todos os licitantes serão para en-
mas e condições do edital, ao qual se acha estritamen- trega no mesmo local de destino.
te vinculada. Art. 43. A licitação será processada e julgada com ob-
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impug- servância dos seguintes procedimentos:
nar edital de licitação por irregularidade na aplicação I - abertura dos envelopes contendo a documentação
desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) relativa à habilitação dos concorrentes, e sua aprecia-
dias úteis antes da data fixada para a abertura dos ção;
envelopes de habilitação, devendo a Administração II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes
julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde
úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do que não tenha havido recurso ou após sua denegação;
art. 113. III - abertura dos envelopes contendo as propostas
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido
edital de licitação perante a administração o licitante o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido
que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder desistência expressa, ou após o julgamento dos recur-
a abertura dos envelopes de habilitação em concor- sos interpostos;
rência, a abertura dos envelopes com as propostas em IV - verificação da conformidade de cada proposta
convite, tomada de preços ou concurso, ou a realiza- com os requisitos do edital e, conforme o caso, com
ção de leilão, as falhas ou irregularidades que vicia- os preços correntes no mercado ou fixados por ór-
riam esse edital, hipótese em que tal comunicação não gão oficial competente, ou ainda com os constantes
terá efeito de recurso.
do sistema de registro de preços, os quais deverão ser
§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitan-
devidamente registrados na ata de julgamento, pro-
te não o impedirá de participar do processo licitatório
movendo-se a desclassificação das propostas descon-
até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do formes ou incompatíveis;
seu direito de participar das fases subsequentes. V - julgamento e classificação das propostas de acordo
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o com os critérios de avaliação constantes do edital;
edital deverá ajustar-se às diretrizes da política mo- VI - deliberação da autoridade competente quanto à
netária e do comércio exterior e atender às exigências homologação e adjudicação do objeto da licitação.
dos órgãos competentes. § 1º A abertura dos envelopes contendo a documen-
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro co- tação para habilitação e as propostas será realizada
tar preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá sempre em ato público previamente designado, do
fazer o licitante brasileiro. qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos li-
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro even- citantes presentes e pela Comissão.
tualmente contratado em virtude da licitação de que § 2º Todos os documentos e propostas serão rubrica-
trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda dos pelos licitantes presentes e pela Comissão.
brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imedia- § 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior,
tamente anterior à data do efetivo pagamento. em qualquer fase da licitação, a promoção de dili-
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasilei- gência destinada a esclarecer ou a complementar a
ro serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante instrução do processo, vedada a inclusão posterior de
estrangeiro. documento ou informação que deveria constar origi-
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas nariamente da proposta.
apresentadas por licitantes estrangeiros serão acresci- § 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência
das dos gravames consequentes dos mesmos tributos e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de
que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros preços e ao convite.
quanto à operação final de venda. § 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concor-
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

rentes (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III),


ou aquisição de bens com recursos provenientes de fi- não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com
nanciamento ou doação oriundos de agência oficial
a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes
de cooperação estrangeira ou organismo financeiro
ou só conhecidos após o julgamento.
multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser
§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência
admitidas, na respectiva licitação, as condições decor-
rentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato
internacionais aprovados pelo Congresso Nacional, superveniente e aceito pela Comissão.
bem como as normas e procedimentos daquelas en- Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão le-
tidades, inclusive quanto ao critério de seleção da vará em consideração os critérios objetivos definidos
proposta mais vantajosa para a administração, o qual no edital ou convite, os quais não devem contrariar as
poderá contemplar, além do preço, outros fatores de normas e princípios estabelecidos por esta Lei.
avaliação, desde que por elas exigidos para a obten- § 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, cri-
ção do financiamento ou da doação, e que também tério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado
não conflitem com o princípio do julgamento objetivo que possa ainda que indiretamente elidir o princípio
e sejam objeto de despacho motivado do órgão execu- da igualdade entre os licitantes.
tor do contrato, despacho esse ratificado pela autori- § 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem
dade imediatamente superior. não prevista no edital ou no convite, inclusive finan-

48
ciamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço § 1º Nas licitações do tipo “melhor técnica” será ado-
ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes. tado o seguinte procedimento claramente explicitado
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços no instrumento convocatório, o qual fixará o preço
global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor máximo que a Administração se propõe a pagar:
zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salá- I - serão abertos os envelopes contendo as propostas
rios de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, técnicas exclusivamente dos licitantes previamente
ainda que o ato convocatório da licitação não tenha qualificados e feita então a avaliação e classificação
estabelecido limites mínimos, exceto quando se referi- destas propostas de acordo com os critérios perti-
rem a materiais e instalações de propriedade do pró- nentes e adequados ao objeto licitado, definidos com
prio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou clareza e objetividade no instrumento convocatório
à totalidade da remuneração. e que considerem a capacitação e a experiência do
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se tam- proponente, a qualidade técnica da proposta, com-
bém às propostas que incluam mão-de-obra estran- preendendo metodologia, organização, tecnologias e
geira ou importações de qualquer natureza. recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, de- a qualificação das equipes técnicas a serem mobiliza-
vendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo das para a sua execução;
convite realizá-lo em conformidade com os tipos de II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proce-
licitação, os critérios previamente estabelecidos no der-se-á à abertura das propostas de preço dos licitan-
ato convocatório e de acordo com os fatores exclusi- tes que tenham atingido a valorização mínima esta-
vamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua belecida no instrumento convocatório e à negociação
aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. das condições propostas, com a proponente melhor
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de classificada, com base nos orçamentos detalhados
licitação, exceto na modalidade concurso: apresentados e respectivos preços unitários e tendo
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da como referência o limite representado pela proposta
proposta mais vantajosa para a Administração deter- de menor preço entre os licitantes que obtiveram a
minar que será vencedor o licitante que apresentar a valorização mínima;
proposta de acordo com as especificações do edital ou III - no caso de impasse na negociação anterior, proce-
convite e ofertar o menor preço; dimento idêntico será adotado, sucessivamente, com
II - a de melhor técnica; os demais proponentes, pela ordem de classificação,
III - a de técnica e preço; até a consecução de acordo para a contratação;
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de aliena- IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas
ção de bens ou concessão de direito real de uso. aos licitantes que não forem preliminarmente habi-
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, litados ou que não obtiverem a valorização mínima
e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, estabelecida para a proposta técnica.
a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, § 2º Nas licitações do tipo “técnica e preço” será ado-
em ato público, para o qual todos os licitantes serão tado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior,
convocados, vedado qualquer outro processo. o seguinte procedimento claramente explicitado no
§ 3º No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre instrumento convocatório:
os licitantes considerados qualificados a classificação I - será feita a avaliação e a valorização das propostas
se dará pela ordem crescente dos preços propostos,
de preços, de acordo com critérios objetivos preestabe-
prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o
lecidos no instrumento convocatório;
critério previsto no parágrafo anterior.
II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo
§ 4º Para contratação de bens e serviços de informáti-
com a média ponderada das valorizações das propos-
ca, a administração observará o disposto no art. 3o da
tas técnicas e de preço, de acordo com os pesos prees-
Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em
tabelecidos no instrumento convocatório.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
conta os fatores especificados em seu § 2o e adotando
obrigatoriamente o tipo de licitação “técnica e preço”,
permitido o emprego de outro tipo de licitação nos ca- § 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos
sos indicados em decreto do Poder Executivo. neste artigo poderão ser adotados, por autorização
§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação expressa e mediante justificativa circunstanciada da
não previstos neste artigo. maior autoridade da Administração promotora cons-
§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão se- tante do ato convocatório, para fornecimento de bens
lecionadas tantas propostas quantas necessárias até e execução de obras ou prestação de serviços de gran-
que se atinja a quantidade demandada na licitação. de vulto majoritariamente dependentes de tecnologia
Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “téc- nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado
nica e preço” serão utilizados exclusivamente para por autoridades técnicas de reconhecida qualificação,
serviços de natureza predominantemente intelectual, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções
em especial na elaboração de projetos, cálculos, fisca- alternativas e variações de execução, com repercus-
lização, supervisão e gerenciamento e de engenharia sões significativas sobre sua qualidade, produtividade,
consultiva em geral e, em particular, para a elabora- rendimento e durabilidade concretamente mensurá-
ção de estudos técnicos preliminares e projetos básicos veis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos
e executivos, ressalvado o disposto no § 4o do artigo licitantes, na conformidade dos critérios objetivamen-
anterior. te fixados no ato convocatório.

49
§ 4º (Vetado). § 3º No caso de desfazimento do processo licitatório,
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e ser- fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.
viços, quando for adotada a modalidade de execução § 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-
de empreitada por preço global, a Administração de- -se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigi-
verá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, bilidade de licitação.
todos os elementos e informações necessários para Art. 50. A Administração não poderá celebrar o con-
que os licitantes possam elaborar suas propostas de trato com preterição da ordem de classificação das
preços com total e completo conhecimento do objeto propostas ou com terceiros estranhos ao procedimen-
da licitação. to licitatório, sob pena de nulidade.
Art. 48. Serão desclassificadas: Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em regis-
I - as propostas que não atendam às exigências do ato tro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as
convocatório da licitação; propostas serão processadas e julgadas por comissão
II - propostas com valor global superior ao limite esta- permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) mem-
belecido ou com preços manifestamente inexequíveis, bros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qua-
assim considerados aqueles que não venham a ter de- lificados pertencentes aos quadros permanentes dos
monstrada sua viabilidade através de documentação órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
que comprove que os custos dos insumos são coeren- § 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, ex-
tes com os de mercado e que os coeficientes de produ- cepcionalmente, nas pequenas unidades administra-
tividade são compatíveis com a execução do objeto do tivas e em face da exiguidade de pessoal disponível,
contrato, condições estas necessariamente especifica- poderá ser substituída por servidor formalmente de-
das no ato convocatório da licitação. signado pela autoridade competente.
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo § 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de ins-
consideram-se manifestamente inexequíveis, no caso crição em registro cadastral, sua alteração ou cance-
de licitações de menor preço para obras e serviços de lamento, será integrada por profissionais legalmente
engenharia, as propostas cujos valores sejam inferio- habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de
res a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes equipamentos.
valores: § 3º Os membros das Comissões de licitação respon-
a) média aritmética dos valores das propostas supe- derão solidariamente por todos os atos praticados
riores a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela Comissão, salvo se posição individual divergente
pela administração, ou estiver devidamente fundamentada e registrada em
b) valor orçado pela administração. ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágra- decisão.
fo anterior cujo valor global da proposta for inferior § 4º A investidura dos membros das Comissões per-
a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se manentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recon-
referem as alíneas “a” e “b”, será exigida, para a assi- dução da totalidade de seus membros para a mesma
natura do contrato, prestação de garantia adicional, comissão no período subsequente.
dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, § 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por
igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo uma comissão especial integrada por pessoas de repu-
anterior e o valor da correspondente proposta. tação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou em exame, servidores públicos ou não.
todas as propostas forem desclassificadas, a adminis- Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22
tração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio,
úteis para a apresentação de nova documentação ou a ser obtido pelos interessados no local indicado no
de outras propostas escoimadas das causas referidas edital.
neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução § 1º O regulamento deverá indicar:
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

deste prazo para três dias úteis. I - a qualificação exigida dos participantes;
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação II - as diretrizes e a forma de apresentação do traba-
do procedimento somente poderá revogar a licitação lho;
por razões de interesse público decorrente de fato su- III - as condições de realização do concurso e os prê-
perveniente devidamente comprovado, pertinente e mios a serem concedidos.
suficiente para justificar tal conduta, devendo anu- § 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá au-
lá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de torizar a Administração a executá-lo quando julgar
terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fun- conveniente.
damentado. Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por mo- a servidor designado pela Administração, proceden-
tivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, do-se na forma da legislação pertinente.
ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 § 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avalia-
desta Lei. do pela Administração para fixação do preço mínimo
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do de arrematação.
contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do § 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no
art. 59 desta Lei. percentual estabelecido no edital, não inferior a 5%
(cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata

50
lavrada no local do leilão, imediatamente entregues
ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do #FicaDica
restante no prazo estipulado no edital de convocação,
sob pena de perder em favor da Administração o valor As sanções administrativas podem ser:
já recolhido. Advertência;
§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parce- Multa;
la à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. Suspensão temporária/Descredenciamento
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, temporário - pelo prazo máximo de 2 anos,
principalmente no município em que se realizará. o qual cessado permite o automático resta-
belecimento, não se condicionando ao res-
sarcimento do erário;
Declaração de inidoneidade - por prazo in-
#FicaDica determinado, sendo que o restabelecimento
Dos artigos 54 a 80, a Lei nº 8.666/1993 depende de reabilitação, condicionada ao
aborda os contratos administrativos, disci- ressarcimento do erário, concedida pela au-
plina que costuma incidir em concursos de toridade sancionadora.
nível superior ou específicos das áreas de As sanções administrativas são independen-
auditoria. Se em seu concurso for cobrado o tes de eventuais sanções civis e criminais –
conteúdo da lei, sem especificação de quais cabe a cumulação de punição entre as esfe-
aspectos, deve ser dada atenção à aborda- ras, pois elas são independentes entre si.
gem dos contratos administrativos.

Capítulo IV
12. Sanções administrativas DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA
JUDICIAL
Em relação ao cumprimento as normas estabelecidas
pela Lei de Licitações e Contratos Administrativos - Lei SEÇÃO I
nº 8.666/1993, caso haja alguma irregularidade, compro- DISPOSIÇÕES GERAIS
vação da prática de atos ilícitos pela parte que causou o
dano, além das responsabilidades civis, caberá também Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em
aplicação das responsabilidades administrativas e judi- assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento
ciais. equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Ad-
A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o ministração, caracteriza o descumprimento total da
contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades le-
dentro do prazo estabelecido pela Administração, carac- galmente estabelecidas.
teriza o descumprimento total da obrigação assumida, Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas. aos licitantes convocados nos termos do art. 64, § 2o
Isto não se aplica aos licitantes convocados, que não desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas mes-
aceitarem a contratação, nas mesmas condições propos- mas condições propostas pelo primeiro adjudicatário,
tas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo inclusive quanto ao prazo e preço.
e preço. Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem
Os agentes administrativos que praticarem atos em atos em desacordo com os preceitos desta Lei ou vi-
desacordo com os preceitos definidos pela Lei de Licita- sando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se
ções e Contratos Administrativos ou visando a frustrar os às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos pró-
objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas na prios, sem prejuízo das responsabilidades civil e crimi-
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

lei licitatória e nos regulamentos próprios, sem prejuízo nal que seu ato ensejar.
das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que sim-
plesmente tentados, sujeitam os seus autores, quando
servidores públicos, além das sanções penais, à perda
do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins
desta Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoria-
mente ou sem remuneração, cargo, função ou empre-
go público.
§ 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta
Lei, quem exerce cargo, emprego ou função em enti-
dade paraestatal, assim consideradas, além das fun-
dações, empresas públicas e sociedades de economia
mista, as demais entidades sob controle, direto ou in-
direto, do Poder Público.

51
§ 2º A pena imposta será acrescida da terça parte, so, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, po-
quando os autores dos crimes previstos nesta Lei fo- dendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos
rem ocupantes de cargo em comissão ou de função de de sua aplicação. (Vide art. 109 inciso III)
confiança em órgão da Administração direta, autar- Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do arti-
quia, empresa pública, sociedade de economia mista, go anterior poderão também ser aplicadas às empre-
fundação pública, ou outra entidade controlada direta sas ou aos profissionais que, em razão dos contratos
ou indiretamente pelo Poder Público. regidos por esta Lei:
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei per- I - tenham sofrido condenação definitiva por pratica-
tinem às licitações e aos contratos celebrados pela rem, por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento
União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respecti- de quaisquer tributos;
vas autarquias, empresas públicas, sociedades de eco- II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os
nomia mista, fundações públicas, e quaisquer outras objetivos da licitação;
entidades sob seu controle direto ou indireto. III - demonstrem não possuir idoneidade para contra-
tar com a Administração em virtude de atos ilícitos
SEÇÃO II praticados.
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
SEÇÃO III
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contra- DOS CRIMES E DAS PENAS
to sujeitará o contratado à multa de mora, na forma
prevista no instrumento convocatório ou no contrato. Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóte-
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que ses previstas em lei, ou deixar de observar as formali-
a Administração rescinda unilateralmente o contrato dades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
e aplique as outras sanções previstas nesta Lei. Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 2º A multa, aplicada após regular processo admi- Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que,
nistrativo, será descontada da garantia do respectivo tendo comprovadamente concorrido para a consuma-
contratado. ção da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou ine-
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da ga- xigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder
rantia prestada, além da perda desta, responderá o Público.
contratado pela sua diferença, a qual será descontada Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combi-
dos pagamentos eventualmente devidos pela Admi- nação ou qualquer outro expediente, o caráter com-
nistração ou ainda, quando for o caso, cobrada judi- petitivo do procedimento licitatório, com o intuito de
cialmente. obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato da adjudicação do objeto da licitação:
a Administração poderá, garantida a prévia defesa, Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
aplicar ao contratado as seguintes sanções: Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse
I - advertência; privado perante a Administração, dando causa à ins-
II - multa, na forma prevista no instrumento convoca- tauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja
tório ou no contrato; invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:
III - suspensão temporária de participação em licita- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
ção e impedimento de contratar com a Administração, multa.
por prazo não superior a 2 (dois) anos; Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contra- modificação ou vantagem, inclusive prorrogação con-
tar com a Administração Pública enquanto perdura- tratual, em favor do adjudicatário, durante a execução
rem os motivos determinantes da punição ou até que dos contratos celebrados com o Poder Público, sem
seja promovida a reabilitação perante a própria auto- autorização em lei, no ato convocatório da licitação
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ridade que aplicou a penalidade, que será concedida ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ain-
sempre que o contratado ressarcir a Administração da, pagar fatura com preterição da ordem cronológica
pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121
da sanção aplicada com base no inciso anterior. desta Lei:
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da ga- Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.
rantia prestada, além da perda desta, responderá o Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado
contratado pela sua diferença, que será descontada que, tendo comprovadamente concorrido para a con-
dos pagamentos eventualmente devidos pela Admi- sumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou
nistração ou cobrada judicialmente. se beneficia, injustamente, das modificações ou pror-
§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV des- rogações contratuais.
te artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de
inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no qualquer ato de procedimento licitatório:
respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo multa.
é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em
Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, fa- procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o
cultada a defesa do interessado no respectivo proces- ensejo de devassá-lo:

52
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa. Art. 102. Quando em autos ou documentos de que co-
Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio nhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais
de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos in-
vantagem de qualquer tipo: tegrantes do sistema de controle interno de qualquer
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, dos Poderes verificarem a existência dos crimes de-
além da pena correspondente à violência. finidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se cópias e os documentos necessários ao oferecimento
abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem da denúncia.
oferecida. Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, lici- da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal,
tação instaurada para aquisição ou venda de bens ou aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e
mercadorias, ou contrato dela decorrente: 30 do Código de Processo Penal.
I - elevando arbitrariamente os preços; Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercado- o prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa
ria falsificada ou deteriorada; escrita, contado da data do seu interrogatório, poden-
III - entregando uma mercadoria por outra; do juntar documentos, arrolar as testemunhas que ti-
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da ver, em número não superior a 5 (cinco), e indicar as
mercadoria fornecida; demais provas que pretenda produzir.
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da
onerosa a proposta ou a execução do contrato: defesa e praticadas as diligências instrutórias deferi-
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. das ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamen-
Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com te, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alega-
empresa ou profissional declarado inidôneo: ções finais.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos
multa. dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez)
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, dias para proferir a sentença.
declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no
a Administração. prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a Art. 108. No processamento e julgamento das infra-
inscrição de qualquer interessado nos registros cadas- ções penais definidas nesta Lei, assim como nos recur-
trais ou promover indevidamente a alteração, suspen- sos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-
são ou cancelamento de registro do inscrito: -se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e e a Lei de Execução Penal.
multa.
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 CAPÍTULO V
desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS
sentença e calculada em índices percentuais, cuja base
corresponderá ao valor da vantagem efetivamente Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da
obtida ou potencialmente auferível pelo agente. aplicação desta Lei cabem:
§ 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da
ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou a) habilitação ou inabilitação do licitante;
celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação. b) julgamento das propostas;
§ 2º O produto da arrecadação da multa reverterá, c) anulação ou revogação da licitação;
conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual d) indeferimento do pedido de inscrição em registro
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ou Municipal. cadastral, sua alteração ou cancelamento;


e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art.
SEÇÃO IV 79 desta Lei;
DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO JUDICIAL f) aplicação das penas de advertência, suspensão tem-
porária ou de multa;
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da
penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério intimação da decisão relacionada com o objeto da li-
Público promovê-la. citação ou do contrato, de que não caiba recurso hie-
rárquico;
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro
efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, for- de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, con-
necendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e forme o caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei,
sua autoria, bem como as circunstâncias em que se no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.
deu a ocorrência. § 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas
Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, «a», «b», «c» e «e», deste artigo, excluídos os relativos
mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado a advertência e multa de mora, e no inciso III, será
pelo apresentante e por duas testemunhas. feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo

53
para os casos previstos nas alíneas “a” e “b”, se pre- § 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação
sentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi da qual, nos termos do edital, decorram contratos ad-
adotada a decisão, quando poderá ser feita por comu- ministrativos celebrados por órgãos ou entidades dos
nicação direta aos interessados e lavrada em ata. entes da Federação consorciados.
§ 2º O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I § 2º É facultado à entidade interessada o acompanha-
deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autori- mento da licitação e da execução do contrato.
dade competente, motivadamente e presentes razões Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos con-
de interesse público, atribuir ao recurso interposto efi- tratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será
cácia suspensiva aos demais recursos. feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da
§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais legislação pertinente, ficando os órgãos interessados
licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cin- da Administração responsáveis pela demonstração da
co) dias úteis. legalidade e regularidade da despesa e execução, nos
§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de
intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual po- controle interno nela previsto.
derá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) § 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou
dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, de- jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou
vidamente informado, devendo, neste caso, a decisão aos órgãos integrantes do sistema de controle interno
ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis,
contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os
contado do recebimento do recurso, sob pena de res-
fins do disposto neste artigo.
ponsabilidade.
§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes
§ 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pe-
dido de reconsideração se inicia ou corre sem que os do sistema de controle interno poderão solicitar para
autos do processo estejam com vista franqueada ao exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de
interessado. recebimento das propostas, cópia de edital de licitação
§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na moda- já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da
lidade de “carta convite” os prazos estabelecidos nos Administração interessada à adoção de medidas cor-
incisos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de retivas pertinentes que, em função desse exame, lhes
dois dias úteis. forem determinadas.
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a
Disposições finais e transitórias – Legislação seca pré-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser
procedida sempre que o objeto da licitação recomende
Como é de praxe, a Lei de Licitações se encerra com análise mais detida da qualificação técnica dos inte-
disposições finais e transitórias, voltadas à sua aplica- ressados.
bilidade geral na prática, as quais constam abaixo com § 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação
grifos. será feita mediante proposta da autoridade compe-
tente, aprovada pela imediatamente superior.
Capítulo VI § 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigên-
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS cias desta Lei relativas à concorrência, à convocação
dos interessados, ao procedimento e à analise da do-
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta cumentação.
Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do ven- Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir
cimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, ex- normas relativas aos procedimentos operacionais a
ceto quando for explicitamente disposto em contrário. serem observados na execução das licitações, no âm-
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos re- bito de sua competência, observadas as disposições
feridos neste artigo em dia de expediente no órgão ou desta Lei.
na entidade.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo,


Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar,
após aprovação da autoridade competente, deverão
premiar ou receber projeto ou serviço técnico especia-
ser publicadas na imprensa oficial.
lizado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais
a ele relativos e a Administração possa utilizá-lo de Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que
acordo com o previsto no regulamento de concurso ou couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instru-
no ajuste para sua elaboração. mentos congêneres celebrados por órgãos e entidades
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra da Administração.
imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privi- § 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos
légio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de órgãos ou entidades da Administração Pública depen-
todos os dados, documentos e elementos de informa- de de prévia aprovação de competente plano de tra-
ção pertinentes à tecnologia de concepção, desenvol- balho proposto pela organização interessada, o qual
vimento, fixação em suporte físico de qualquer natu- deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:
reza e aplicação da obra. I - identificação do objeto a ser executado;
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a II - metas a serem atingidas;
mais de uma entidade pública, caberá ao órgão con- III - etapas ou fases de execução;
tratante, perante a entidade interessada, responder IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
pela sua boa execução, fiscalização e pagamento. V - cronograma de desembolso;

54
VI - previsão de início e fim da execução do objeto, Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e
bem assim da conclusão das etapas ou fases progra- as entidades da administração indireta deverão adap-
madas; tar suas normas sobre licitações e contratos ao dispos-
VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de en- to nesta Lei.
genharia, comprovação de que os recursos próprios
para complementar a execução do objeto estão de- Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas
vidamente assegurados, salvo se o custo total do em- e fundações públicas e demais entidades controladas
preendimento recair sobre a entidade ou órgão des- direta ou indiretamente pela União e pelas entidades
centralizador. referidas no artigo anterior editarão regulamentos
§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repas- próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às
sador dará ciência do mesmo à Assembleia Legislativa disposições desta Lei.
ou à Câmara Municipal respectiva. Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este
§ 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estri- artigo, no âmbito da Administração Pública, após
ta conformidade com o plano de aplicação aprovado, aprovados pela autoridade de nível superior a que es-
exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão tiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e
retidas até o saneamento das impropriedades ocor- entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial.
rentes: Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser
I - quando não tiver havido comprovação da boa e anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que
regular aplicação da parcela anteriormente recebida, os fará publicar no Diário Oficial da União, observan-
na forma da legislação aplicável, inclusive mediante do como limite superior a variação geral dos preços do
procedimentos de fiscalização local, realizados perio- mercado, no período.
dicamente pela entidade ou órgão descentralizador Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licita-
dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de ções instauradas e aos contratos assinados anterior-
controle interno da Administração Pública; mente à sua vigência, ressalvado o disposto no art.
II - quando verificado desvio de finalidade na apli- 57, nos parágrafos 1o, 2o e 8o do art. 65, no inciso XV
cação dos recursos, atrasos não justificados no cum- do art. 78, bem assim o disposto no “caput” do art. 5o,
primento das etapas ou fases programadas, práticas com relação ao pagamento das obrigações na ordem
atentatórias aos princípios fundamentais de Adminis- cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de
tração Pública nas contratações e demais atos prati- noventa dias contados da vigência desta Lei, separa-
cados na execução do convênio, ou o inadimplemento damente para as obrigações relativas aos contratos
do executor com relação a outras cláusulas conveniais regidos por legislação anterior à Lei nº 8.666, de 21
básicas; de junho de 1993.
III - quando o executor deixar de adotar as medidas Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do
saneadoras apontadas pelo partícipe repassador dos patrimônio da União continuam a reger-se pelas dis-
recursos ou por integrantes do respectivo sistema de posições do Decreto-lei nº 9.760, de 5 de setembro de
controle interno. 1946, com suas alterações, e os relativos a operações
§ 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, de crédito interno ou externo celebrados pela União
serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional con-
poupança de instituição financeira oficial se a previ- tinuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-
são de seu uso for igual ou superior a um mês, ou -se esta Lei, no que couber.
em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou Art. 122.Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-
operação de mercado aberto lastreada em títulos da -á procedimento licitatório específico, a ser estabeleci-
dívida pública, quando a utilização dos mesmos veri- do no Código Brasileiro de Aeronáutica.
ficar-se em prazos menores que um mês. Art. 123. Em suas licitações e contratações administra-
§ 5º As receitas financeiras auferidas na forma do pa- tivas, as repartições sediadas no exterior observarão LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
rágrafo anterior serão obrigatoriamente computadas as peculiaridades locais e os princípios básicos desta
a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no Lei, na forma de regulamentação específica.
objeto de sua finalidade, devendo constar de demons- Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para
trativo específico que integrará as prestações de con- permissão ou concessão de serviços públicos os dispo-
tas do ajuste. sitivos desta Lei que não conflitem com a legislação
§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou ex- específica sobre o assunto.
tinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos financei-
ros remanescentes, inclusive os provenientes das recei- Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II
tas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão a IV do § 2º do art. 7º serão dispensadas nas licita-
devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, ções para concessão de serviços com execução prévia
no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, de obras em que não foram previstos desembolso por
sob pena da imediata instauração de tomada de contas parte da Administração Pública concedente.
especial do responsável, providenciada pela autoridade Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
competente do órgão ou entidade titular dos recursos. blicação.
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações reali-
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, es-
zados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário
pecialmente os Decretos-leis nºs 2.300, de 21 de no-
e do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta
vembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360,
Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.

55
de 16 de setembro de 1987, a Lei nº 8.220, de 4 de to de locação sobre determinado imóvel, por exemplo.
setembro de 1991, e o art. 83 da Lei nº 5.194, de 24 de Tal hipótese é de contrato da Administração, que não se
dezembro de 1966. confunde com o contrato administrativo. Contratos da
Administração é gênero, do qual o contrato administra-
Brasília, 21 de junho de 1993, 172º da Independência tivo é espécie.
e 105º da República. Outra característica que o diferencia dos demais
contratos de Direito Privado é a sua finalidade, que é a
consecução de objetivos de interesse público. Os con-
#FicaDica tratos da esfera privada, geralmente, tendem a apenas
buscar os melhores resultados e trazer lucros para as
Dos artigos 54 a 80, a Lei nº 8.666/1993
partes. Essa finalidade econômica é incompatível com os
aborda os contratos administrativos, disci-
contratos administrativos, que rege-se pelas normas de
plina que costuma incidir em concursos de
Direito Público, que apresenta como um de seus princí-
nível superior ou específicos das áreas de
pios sistêmicos a primazia do interesse público sobre o
auditoria. Se em seu concurso for cobrado o
privado.
conteúdo da lei, sem especificação de quais
Em relação a competência para legislar sobre a maté-
aspectos, deve ser dada atenção à aborda-
ria, o art. 22, XXVII da CF/1988 prescreve ser competência
gem dos contratos administrativos.
exclusiva da União legislar sobre normas gerais de licita-
ções e contratos administrativos. Isso, no entanto, não
CONCEITO DE CONTRATO ADMINISTRATIVO impede que outras entidades federativas possam legislar
sobre contratos administrativos, ainda que em caráter
O Poder Público, no exercício de suas funções admi- suplementar, editando regras mais específicas. Assim, o
nistrativas, muitas vezes tende a estabelecer diversas re- correto seria dizer que a competência para legislar sobre
lações jurídicas com particulares, criando vínculos espe- contratos administrativos é concorrente entre a União, os
ciais de colaboração com a esfera privada. Tais conexões Estados, Munícipios e Distrito Federal. A lei que dispõe
podem ser instrumentalizadas mediante um contrato. Se sobre normas gerais dos contratos administrativos é a Lei
tal contrato estiver subordinado às regras de Direito Ad- Federal nº 8.666/1993.
ministrativo, então estamos diante de um contrato ad- Por fim, importante salientar a exigência de prévia
ministrativo. licitação para a celebração do contrato administrativo.
O contrato administrativo não corresponde aos con- Trata-se de um pressuposto que, estando ausente, pode
tratos elaborados pelas pessoas na esfera privada. Isso macular a existência, validade e a eficácia do contrato. A
significa que seu regime apresenta características espe- exigência de prévia licitação é somente para os contratos
ciais, que a distinguem do resto dos contratos de Direito administrativos.
Privado.

Contrato administrativo, assim, é um pacto bilateral EXERCÍCIO COMENTADO


estabelecido entre a Administração Pública, agindo nessa
qualidade, e terceiros, ou entre ela e suas entidades, sub- 1. (UNIFAP – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –
metido ao regime jurídico administrativo, cuja finalidade DEPSEC – 2018)
é a consecução de objetivos de interesse público. Deste Marque a alternativa que corresponde ao conceito de
conceito, podemos destacar alguns aspectos específicos contrato administrativo:
dos contratos administrativos.
Ao dizermos que contrato administrativo é o pacto a) Contrato administrativo é uma modalidade inexisten-
bilateral ajustado pela Administração Pública, agindo te tendo em vista que renomados doutrinadores lhes
nessa qualidade, significa que, em pelo menos um dos negam a existência.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

polos da relação jurídica deve haver a figura do Estado b) É o ajuste celebrado entre Administração Pública
(contratante), como pessoa jurídica de Direito Público, e pessoas jurídicas de direito privado objetivando a
que se apresenta em relação de superioridade em face prestação de serviços não essenciais à população.
dos particulares. Os terceiros, dessa forma, são as pessoas c) É o ajuste que a Administração celebra com pessoas
físicas (contratados) que não integram a Administração físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a con-
Pública. Todavia, há alguns casos em que tal avença pode secução de fins públicos, segundo regime jurídico de
ser estabelecida com outras entidades administrativas, direito público.
visando a cooperação mútua e a persecução de objeti- d) É o ajuste celebrado em Administração Pública e em-
vos comuns entre os órgãos e entidades da Administra- presas privadas com o objetivo de prestar serviços que
ção, como é o caso dos consórcios estabelecidos entre a não podem ser supridos diretamente pela administra-
União e um Estado, ou Município, por exemplo. ção.
A submissão ao regime jurídico administrativo sig- e) Contrato administrativo é uma modalidade dos con-
nifica dizer que, para os contratos administrativos vigo- tratos em geral destinado a prover emprego e renda
ram os princípios e regras de Direito Administrativo. Não a pessoas desempregadas e que tem vinculação com
basta apenas a Administração Pública estar em um dos determinados grupos políticos.
polos contratuais, pois a mesma pode realizar ajustes de
natureza não-administrativa, podendo celebrar contra-

56
Resposta: Letra C. Lembre-se dos aspectos essenciais ao público, ou em prol do interesse público. As obras pú-
do conceito de contrato administrativo apresentado: A) blicas poderão ser: de equipamento urbano; equipamen-
pacto bilateral; B) presença da Administração Pública; C) to administrativo; empreendimento de utilidade pública;
regime jurídico de Direito Público; D) finalidade de aten- ou ainda um edifício público. Obra não se confunde com
der o interesse público; e E) exigência de prévia licitação. prestação de serviço, pois as obras podem ser remune-
radas mediante contribuição de melhoria junto aos con-
tribuintes, enquanto que o serviço só pode ser cobrado
ESPÉCIES DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS mediante arrecadação de taxas.
Uma característica importante é o regime pelo qual o
A legislação brasileira contempla várias espécies de contrato de obra pública pode adotar:
contratos administrativos. Importante destacar aqueles
que aparecem com maior frequência nas questões de a) Regime de empreitada: a Administração põe a
concursos. execução da obra por conta e risco do contratado,
mediante uma remuneração previamente ajustada.
1. Contrato de prestação de serviço As obras são de grande porte.
b) Regime de tarefa: nessa modalidade, as obras são
É o contrato que tem por objeto a prestação de uma de pequeno porte, o pagamento pelo serviço é pe-
atividade, a fim de promover uma determinada utilidade, riódico, e realizado após um processo de avaliação
de interesse para a Administração Pública, ou para a co- por um fiscal do órgão contratante.
letividade. Trata-se de uma avença com uma obrigação
de fazer, podendo ser dividida em: 4. Contrato de concessão de serviço público

a) Serviços comuns: são os serviços que podem ser O termo “concessão” é empregado para designar a
realizados por qualquer pessoa, não se exige co- atividade da Administração Pública de delegar ao parti-
nhecimentos específicos. cular a prestação de um serviço, ou a execução de obra
b) Serviços técnicos profissionais generalizados: pública, ou ainda o uso de bem público. Contrato de
são aqueles que, para a execução do serviço, é ne- concessão de serviço público é aquele pelo qual a
cessária alguma habilitação específica, como ser- Administração promove a prestação indireta de um
viço de construção imposto a algum engenheiro. serviço, delegando-o a particulares. Exemplos: a cons-
c) Serviços técnicos profissionais especializados: trução de linha ferroviária ou metrô para transporte de
são os que exigem conhecimentos mais apurados passageiros, transmissão áudio sonora (rádio) ou por
e específicos para a execução do serviço, como na imagens e sons (televisão), etc. Possui previsão legal na
elaboração de um parecer técnico. Lei nº 8.987/1995 (Lei de Concessões dos Serviços Pú-
d) Trabalhos artísticos: que tem relação com ati- blicos), bem como previsão constitucional no art. 175 da
vidades artísticas, como escultura, pintura, música, CF/1988:
etc. Constituição Federal de 1988
São exemplos de contratos administrativos: coleta de Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da lei,
lixo, instalação, operação, reparação, manutenção, trans- diretamente ou sob regime de concessão ou permis-
porte de bens, trabalhos técnico-profissionais, etc. são, sempre através de licitação, a prestação de ser-
viços públicos.
2. Contrato de fornecimento Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permis-
É o contrato pelo qual a Administração adquire bem sionárias de serviços públicos, o caráter especial de
móvel para sua utilização nas repartições públicas ou em seu contrato e de sua prorrogação, bem como as con-
estabelecimentos públicos. Exemplos: contrato de forne- dições de caducidade, fiscalização e rescisão da con-
cimento de alimentos para escolas de rede pública. Apre- cessão ou permissão;
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

sentam-se em três vertentes:


Lei nº 8.987/1995
a) Fornecimento integral: a entrega do bem é reali- Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
zada tudo de uma vez só. (...)
b) Fornecimento parcelado: a entrega é feita em fra- II - concessão de serviço público: a delegação de sua
ções, obedecendo uma programação previamente prestação, feita pelo poder concedente, mediante lici-
estabelecida. O fornecimento é considerado encer- tação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurí-
rado somente com a entrega da última “parcela”. dica ou consórcio de empresas que demonstre capaci-
c) Fornecimento contínuo: não há um prazo fixo dade para seu desempenho, por sua conta e risco e por
para se encerrar, o fornecimento se estende ao prazo determinado;
longo do tempo.
Dessa forma, podemos concluir que a prestação do
3. Contrato de obra pública serviço público pode ocorrer diretamente pela Adminis-
tração Pública, ou indiretamente, mediante delegação
Consiste no ajuste em que a Administração escolhe do serviço a concessionários e permissionários que, por
uma empresa privada com o objetivo de realizar a cons- expressa determinação legal, necessita de prévio proce-
trução, ampliação, ou reforma de bem imóvel destinado dimento de licitação.

57
A concessão de serviço público é contrato adminis-
trativo bilateral, o que significa que depende, para a sua FIQUE ATENTO!
formação, além dos requisitos essenciais a todo negócio O STF, no julgamento do RE nº 591.874/
jurídico dispostos no art. 104 do Código Civil (agente ca- MS, em agosto de 2009, adotou o entendi-
paz, objeto lícito, forma prescrita ou não defesa em lei), a mento de que a concessionária prestadora
convergência de vontades distintas. Temos de um lado o do serviço público tem responsabilidade
poder concedente, que tem por objetivo a execução do objetiva e direta de indenizar os danos
serviço público em prol da coletividade; e do outro, a en- causados tanto pelos usuários, quanto
tidade concessionária que deve executar o serviço, com o por terceiros não-usuários do referido
objetivo de lucrar mediante a arrecadação de tarifas dos serviço. Responsabilidade objetiva é aquela
usuários beneficiados com aquele serviço. O contrato
em que não incumbe à vítima a necessidade
deve ser obrigatoriamente por escrito, e rege-se pelas
de comprovar a existência de dolo ou culpa
regras de Direito Administrativo.
do agente infrator. Responsabilidade dire-
Ao mencionar a transferência para pessoa jurídica
privada, quis o legislador que a delegação do serviço ta significa admitir, no caso, que o Estado,
não pudesse, em regra, ser feita a pessoas físicas, mas como poder concedente, está indiretamen-
somente à empresa ou a um consórcio de empresas. É o te obrigado a reparar os danos causados
caso, por exemplo, da Sabesp, que é sociedade de eco- na execução de serviço público, possuindo
nomia mista, na prestação do serviço de abastecimento responsabilidade subsidiária. Isso significa
de água no Estado de São Paulo. que a Administração só será obrigada a in-
Essa modalidade de contrato tem por objeto a pres- denizar caso a entidade concessionária não
tação de serviço público. A delegação ocorre apenas possua condições e patrimônio suficientes
sobre a execução do serviço, nunca sobre sua titularida- para arcar com as despesas da indenização
de, que continua sendo do poder concedente. por conta própria.
Além dessas características gerais, convém analisar
outros aspectos típicos dos contratos de concessão de
serviço: a) Prazo determinado: o contrato de concessão deve
a) Procedimento de licitação: antes da concessão possuir um termo final, sendo inadmissível sua ce-
do serviço público, é obrigatório o procedimento lebração por prazo indeterminado. Há a possibili-
licitatório na modalidade de concorrência (art. 2º, dade de prorrogação do contrato.
II, da Lei nº 8.987/1995). É possível, também, que b) Cobrança de tarifas aos usuários: essa é a forma
haja a inversão das fases de habilitação e julga- pela qual a concessionária deve ser remunerada na
mento das propostas, assimilando-se mais com a concessão do serviço público. As tarifas não pos-
modalidade de pregão (art. 18-A, idem). suem natureza tributária: são uma contraprestação
b) Exigência de lei específica: o legislador é quem contratual, devida a todas as pessoas que utiliza-
decide a forma específica para a prestação do ser- rem o serviço prestado. A legislação impõe que as
viço público. Deve haver a promulgação de lei cuja tarifas a serem cobradas devem ser módicas, sen-
matéria seja unicamente o regramento da conces- do um dos critérios de julgamento da fase de lici-
são do referido serviço. tação (art. 15, I, da Lei nº 8.987/1995).
c) Concessionário assume à prestação do serviço
por sua conta: significa dizer que, quaisquer danos 4.1 Obrigações do poder concedente
decorrentes da execução do serviço público são de
responsabilidade da empresa concessionária. Apesar da execução do serviço público não ser fei-
ta pelo poder concedente, a legislação (art. 29 da Lei nº
8.987/1995) prevê outras obrigações para o Estado. São
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

deveres do poder concedente:


I) Regulamentar e fiscalizar a execução do serviço con-
cedido.
II) Intervir na execução do serviço, nos casos previstos em
lei.
II) Aplicar as penalidades previstas na lei e/ou no con-
trato.
IV) Possibilitar reajustes e a revisão das tarifas cobra-
das.
V) Atender as reclamações e outras queixas advindas
dos usuários, zelando pela boa qualidade do serviço.
VI) Declarar os bens necessários à execução do serviço
de necessidade ou utilidade pública.

58
4.2 Obrigações da concessionária f) Decretação de falência: como a concessão é con-
trato personalíssimo, ou seja, as partes contra-
Incumbe à concessionária do serviço público (art. 31 tantes têm grande relevância para a execução do
da Lei nº 8.987/1995): serviço, havendo o desaparecimento da empresa
concessionária mediante falência, ou o falecimento
I) Prestar o serviço de maneira adequada, utilizando- de empresário individual, o vínculo contratual tam-
-se de técnicas específicas de seu conhecimento, bém desaparece.
nos casos previstos na lei ou no contrato.
II) Prestar contas da gestão do serviço ao poder con- 5. Permissão de serviço público
cedente e aos usuários.
III) Cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e A permissão é outra forma da Administração Pública
as cláusulas contratuais, havendo possibilidade de de delegar a execução de serviço público para os particu-
pedir indenização pela inexecução do contrato. lares, também possui previsão no art. 175 da CF/1988. A
IV) Promover desapropriações e construir servidões permissão é unilateral, discricionária, precária, e intuitu
administrativas, mediante autorização do poder personae (personalíssima), promove a delegação do ser-
concedente. viço público mediante prévia licitação para um particular
V) Captar, aplicar e gerir os recursos financeiros ne- denominado permissionário.
cessários à prestação do serviço. Questão controvertida é a natureza jurídica da per-
missão. Após a Constituição de 1988, o direito brasileiro
4.3 Formas de extinção da concessão passou a tratar a permissão como se fosse um contrato
de adesão, como se depreende da leitura do inciso I do
Por fim, o art. 35 da Lei nº 8.987/1995 dispõe sobre as parágrafo único do artigo 175 da Carta Magna: “I - o re-
modalidades de extinção da concessão do serviço públi- gime das empresas concessionárias e permissionárias de
co. São seis ao todo: serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de
sua prorrogação, bem como as condições de caducidade,
a) Advento do termo contratual: trata-se da extin- fiscalização e rescisão da concessão ou permissão”. Toda-
ção do contrato pelo encerramento de seu prazo via, contrato de adesão é remetente aos contratos de Di-
de vigência. É a extinção natural do contrato, haja reito Privado, principalmente nas relações de consumo. Tal
vista que nosso direito não admite contrato de modalidade de contrato é elaborada unilateralmente pelo
concessão por prazo indeterminado. fornecedor, obrigando a parte aderente apenas manifes-
b) Encampação ou resgate: nos termos do art. 37 da tar o seu aceite. Trata-se de uma característica presente
Lei nº 8.987/1995, é “a retomada do serviço pelo também nos contratos administrativos: as regras enclau-
poder concedente durante o prazo da concessão, suradas no contrato administrativo são unilateralmen-
por motivo de interesse público, mediante lei auto- te elaboradas pelo poder concedente, antes mesmo do
rizativa específica e após prévio pagamento da in- processo de licitação. A possibilidade de alteração dessas
denização (...)”. Como o encerramento do contrato regras é inexistente.
não se deu por infração, é incabível a aplicação de Apesar das semelhanças, não parece correto admitir
sanções ao contratado. que a permissão seja uma espécie de contrato regulado
c) Caducidade: é a modalidade em que a execução por normas de Direito Privado, com princípios completa-
do serviço não é realizada, no todo ou em parte, mente distintos dos princípios administrativos. Todavia,
ou pelo descumprimento de encargos atribuídos à há diversos autores que admitem tal possibilidade, inclu-
concessionária. A caducidade deve ser declarada, sive o próprio Supremo Tribunal Federal, no julgamento
havendo a ocorrência de um dos eventos descritos da ADI nº 1.491/1990. Por isso, para todos os efeitos, é
no § 1º do art. 38 da Lei nº 8.987/1995, tais como: melhor afirmar que trata-se de uma modalidade contra-
a concessionária paralisar o serviço, descumprir tual sui generis. Assim, permissão de serviço público é
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

cláusula contratual, não cumprir as penalidades contrato administrativo por adesão.


impostas, etc. Importante destacar as diferenças entre permissão e
d) Rescisão por culpa do poder concedente: Caso a concessão de serviço público, que podem determina-
o poder concedente descumpra com alguma regra das com base nos seguintes requisitos:
estabelecida no instrumento contratual, a conces-
sionária tem direito a ingressar em juízo, objetivan- a) Quanto à natureza jurídica: a permissão é uni-
do à indenização dos danos decorrentes da extin- lateral, enquanto a concessão é contrato bilateral.
ção contratual. A indenização, neste caso, abrange b) Quanto aos beneficiários: qualquer pessoa pode
somente os danos emergentes (o que efetivamen- ser permissionária, mas somente as pessoas jurídi-
te perdeu), e não os lucros cessantes (o que ele cas (empresas) podem ser concessionárias.
poderia ter ganhado). c) Quanto ao aporte de capital: a concessão exige
e) Anulação: é a modalidade de extinção em que maior aporte de capital, a permissão admite inves-
consta-se vício de legalidade no contrato. O con- timentos de pequeno ou médio porte.
trato perde sua eficácia desde a sua concepção (ex d) Quanto à licitação: a concessão deve ser prece-
tunc), o que significa que a concessionária não faz dida de licitação na modalidade de concorrência.
jus à indenização, exceto quanto a parte já execu- Não há essa exigência para a permissão.
tada do contrato.

59
e) Quanto à forma da outorga: a concessão se dá
mediante promulgação de lei específica. A permis- #FicaDica
são necessita apenas de autorização legislativa.
O termo “OSCIP” não se refere a uma pes-
6. Contrato de gerenciamento soa jurídica própria. Trata-se, na verdade, de
uma qualificação jurídica especial atribuída
Contrato de gerenciamento é aquele em que a Ad- a diferentes tipos de entidades privadas
ministração transfere a um particular (gerenciador) a atuando em áreas típicas do setor público
condução de um empreendimento, havendo reserva de com interesse social. Essas entidades po-
competência decisória final. O que difere essa modalida- dem ser financiadas pelo próprio Estado ou
de de contrato de construção de obra, ou da prestação pela iniciativa privada, porém jamais apre-
de serviço, é o fato do gerenciador possuir maior auto- sentam finalidade lucrativa. É o caso das
nomia executória para o desenvolvimento de suas tare- ONGs e outras entidades do Terceiro Setor.
fas. O Estado apenas atuará no controle dos resultados
almejados pelo gerenciador. O gerenciador deve exercer
uma atividade especializada, atuando em nome próprio 9. Parceria Público-Privada
e por sua conta na execução das obrigações contratuais.
As parcerias público-privadas (PPPs) são contratos
7. Contrato de gestão administrativos de concessão, podendo apresentar-se
na modalidade de concessão patrocinada ou concessão
Contrato de gestão é termo utilizado para desig- administrativa, na forma do caput do art. 2º da Lei nº
nar, de modo amplo e genérico, qualquer acordo entre 11079/2004.
o Poder Público e as organizações sociais ou agências Há, também, uma faixa de valores mínima para a sua
executivas, a fim de fixar metas de desempenho, com- realização. A Lei nº 13.529/2017 altera o texto do art. 2º, §
prometendo-se a assegurar maior autonomia e liberda- 4º, I, da Lei nº 11.079/2004, que passa a impor a vedação
de gerencial para tais associações, promovendo maior da celebração de PPP “cujo valor do contrato seja inferior
controle na produção dos resultados (art. 5º da Lei nº a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais)”.
9.637/1998). Tal modalidade contratual foi introduzida As Parcerias Público-Privadas comportam duas espé-
no ordenamento jurídico brasileiro, primeiro, pela EC nº cies:
19/1998, possuindo características típicas do modelo de
administração gerencial. a) Parcerias administrativas: na maioria dos casos,
A finalidade do contrato de gestão é, nos termos do a concessão patrocinada é utilizada quando a Ad-
art. 5º da Lei nº 9.637/1998, promover fomento e a exe- ministração é usuária direta ou indireta do serviço
cução de atividades relativas ao ensino, à pesquisa cientí- prestado pelo investidor privado. Por ser autossu-
fica, à preservação do meio ambiente; à saúde, à cultura, ficiente na geração de recursos, ou uti universi, é
etc. No contrato de gestão deve constar, além das obri- incabível a cobrança de contraprestação pelo par-
gações e encargos do Poder Público e das organizações ceiro público (art. 2º, § 2º, da Lei nº 11.079/2004).
sociais, a especificação do programa de trabalho, bem b) Parcerias patrocinadas: é aquela em que o servi-
como os limites e critérios a título de remuneração dos ço prestado pelo investidor privado não é autos-
dirigentes e membros das organizações (art. 7º, I e II, da suficiente, não sendo financeiramente sustentável
Lei nº 9.637/1998). por si próprio, ou uti singuli. Para tanto, o parcei-
ro público deverá remunerar o parceiro privado
8. Termo de parceria em pecúnia (art. 2º, § 1º, da Lei nº 11.079/2004).
Isso significa que há duas fontes de receita para
Trata-se de acordo firmado entre a Administração e o investidor privado: uma é a tarifa cobrada pelo
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

as organizações da sociedade civil de interesse público usuário, e a outra advém de contraprestação pelo
(OSCIPs), estabelecendo um vínculo de cooperação, fo- parceiro público.
mento e execução de atividades consideradas de interes-
se público (art. 9º da Lei nº 9.790/1999). Seus objetivos e Em relação a vedações, o art. 2º, § 4º, da Lei nº
modo de operação são bastante similares aos contratos 11.079/2004 determina três hipóteses em que não é pos-
de gestão celebrado com as organizações sociais, pois sível a celebração de parceria público-privada: quando
no termo de parceria também há a busca por um con- o valor contratual for inferior a vinte milhões de reais;
trole de resultados, característica essencial do modelo de quando o período da prestação do serviço for inferior a
administração gerencial. cinco anos; ou nas hipóteses de fornecimento de mão de
obra, instalação de equipamentos, e construção de obra
pública.

10. Consórcio Público

Consórcio público é o contrato administrativo mul-


tilateral, firmado entre as entidades federativas, com a
finalidade de perseguir objetivos comuns. Do consórcio,

60
há um processo de criação de uma nova pessoa jurídica c) todo e qualquer reajuste entre órgãos ou entidades
que pode ser de direito público (associação pública), ou da Administração Pública, em que haja um acordo de
de direito privado, atendendo os requisitos da legislação vontades para a formação de vínculo e a estipulação
civil, nos termos do art. 6º da Lei nº 11.107/2005. de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação
Possui fundamento legal no art. 241 da CF/1988: utilizada no ato comercial.
d) todo e qualquer reajuste entre órgãos ou entidades
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios particulares, em que haja um acordo de ações para
disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e a formação de vínculo e a estipulação de obrigações
os convênios de cooperação entre os entes federados, individuais, seja qual for a denominação utilizada.
autorizando a gestão associada de serviços públicos,
bem como a transferência total ou parcial de encar- Resposta: Letra A. A alternativa transcreve o texto
gos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade disposto no art. 2º, par. único, da Lei nº 8.666/1993:
dos serviços transferidos. “Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Ad-
Com a finalidade de regulamentar o referido disposi- ministração Pública e particulares, em que haja um
tivo constitucional, a Lei nº 11.107/2005 dispõe sobre a acordo de vontade para a formação de vínculo e a
celebração dos consórcios públicos. estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a
A Lei dos Consórcios Públicos (Lei nº 11.107/2004) es- denominação utilizada”.
tabelece alguns requisitos essenciais que devem constar
como cláusulas obrigatórias do consórcio público. En-
contram-se dispostas no art. 4º da referida Lei. Devem CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATI-
constar em todo contrato de consórcio público dados VOS
relevantes como a identificação dos entes da Federação,
a área de atuação do consórcio, as normas de funciona- Sobre os contratos administrativos em geral, impor-
mento da assembleia geral, o número e as formas de re- tante estabelecer suas principais características, que os
muneração dos empregados públicos, as condições em distinguem dos demais contratos privados. São elas:
que o consórcio deve celebrar convênios, contratos de
gestão e termos de parceria, entre outros. a) Submissão ao Direito Administrativo: enquanto
os contratos privados regem-se pelas regras de
11. Contrato de convênio Direito Civil e Empresarial, os contratos adminis-
trativos são regidos por normas de Direito Público,
Convênio é o acordo celebrado entre entidades pú- cujo sistema é elaborado para que o conjunto de
blicas de qualquer tipo, ou ainda entre eles e alguma normas e princípios possam viabilizar a defesa do
entidade particular, a fim de promover uma cooperação interesse público. Somente as cláusulas referentes
entre os conveniados para almejarem um objetivo de in- à remuneração do contratado são regidas pelas
teresse comum a todos. normas privadas.
Embora similar ao consórcio, não são o mesmo con- b) Presença da Administração Pública: ao menos
trato. Os consórcios devem obrigatoriamente serem ce- em um dos polos contratuais a Administração deve
lebrados por entidades da Federação, ou seja, não cabe estar presente. É considerado elemento necessário,
a iniciativa privada nos consórcios públicos, o que não mas não suficiente para caracterizar o contrato ad-
ocorre com os convênios. Além disso, dos consórcios re- ministrativo.
sultam a criação de uma pessoa jurídica nova e autôno- c) Relação de desigualdade entre as partes: ao
ma, nos termos da Lei nº 11.107/2004, o que não ocorre contrário do que ocorre nos contratos de nature-
com os convênios. za privada, as partes não se encontram em pé de
igualdade nos contratos administrativos.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

d) Mutabilidade das cláusulas: no ramo de Direito


EXERCÍCIO COMENTADO Privado, vigora o princípio do pacta sunt servanda,
que se traduz no fiel cumprimento das cláusulas
2. (CEMIG-MG – TÉCNICO DE GESTÃO ADMINIS- do contrato. O contrato tem “força de lei” entre
TRATIVA – FUMARC – 2018) particulares. Todavia, no Direito Administrativo,
Para efeitos da Lei 8.666/93, considera-se contrato: esse princípio não é aplicável com a mesma abran-
gência, uma vez que a Administração Pública pode
a) todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da alterar unilateralmente as referidas cláusulas, cau-
Administração Pública e particulares, em que haja um sando instabilidades na relação contratual. Essa
acordo de vontades para a formação de vínculo e a es- mutabilidade, porém, não pode ocorrer nas cláu-
tipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a de- sulas que dizem respeito à remuneração do con-
nominação utilizada. tratado sem a sua anuência.
b) todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da e) Cláusulas exorbitantes: são as disposições contra-
Administração Pública e particulares, em que haja uma tuais que conferem privilégios e poderes especiais
adesão de vontades para a formação de ação e a esti- à Administração Pública, que se apresenta em po-
pulação de obrigações recíprocas, seja qual for a de- sição de superioridade em relação ao contratado.
nominação utilizada no propósito de serviços. As cláusulas exorbitantes conferem poderes para a

61
Administração poder: rescindir o negócio unilate- to. Outro requisito importante para que o contrato admi-
ralmente, alterar o objeto unilateralmente, aplicar nistrativo possa produzir seus efeitos é a sua publicação
sanções administrativas, entre outras hipóteses. com os aditivos na imprensa oficial.
f) Formalismo: Em regra, os contratos de Direito Ad-
ministrativo são solenes, o que significa que não 1. Cláusulas Exorbitantes
podem ter forma livre como alguns contratos par-
ticulares. Em regra, os contratos administrativos Uma das características fundamentais dos contratos
devem ser feitos por escrito. administrativos é a presença de cláusulas atípicas e espe-
g) Confiança recíproca entre as partes: os contratos ciais. As cláusulas exorbitantes conferem à Administra-
administrativos também são personalíssimos (ou ção Pública poderes para agir dentro do contrato, poden-
intuitu personae), pois a escolha do contratado se do desequilibrar a relação jurídica pactuada. Isso porque a
dá pela análise de requisitos subjetivos e objetivos, própria Administração encontra-se em posição de superio-
mediante procedimento de licitação. Dessa forma, ridade, na relação contratual estabelecida com o particular.
a subcontratação, isso é, a transferência total ou As cláusulas exorbitantes possuem respaldo legal na
parcial da responsabilidade pela execução do ser- Lei nº 8.666/1993 e, portanto, não podem ser conside-
viço para outra pessoa, somente será possível se radas abusivas. Exemplificando, a Administração Públi-
estiver prevista no edital de licitação. ca poderá: exigir garantias, alterar o objeto do contrato
unilateralmente, exigir a manutenção do equilíbrio eco-
nômico-financeiro, aplicar penalidades, rescindir unilate-
EXERCÍCIO COMENTADO ralmente o negócio.

3. (TRT6-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC – 2018) 2. Equilíbrio econômico-financeiro contratual


Constatada pela Administração a inexecução do contrato
pela empresa contratada, a Lei nº 8.666/1993 autoriza: Também denominada equação econômico-financei-
ra, consiste em uma garantia estabelecida, no momento
a) rescisão do ajuste na hipótese de descumprimento to- da celebração do contrato, para a manutenção do equilí-
tal e a aplicação de sanções, previstas na lei e no ins- brio dos encargos assumidos e da remuneração percebi-
trumento convocatório, no descumprimento parcial, da pelo particular, garantindo a este uma certa margem
este que, no entanto, não autoriza a sua rescisão. de lucro pela execução do negócio.
b) rescisão do contrato tanto na hipótese de descumpri-
mento total como na de descumprimento parcial do
#FicaDica
ajuste.
c) aplicação de sanções, previstas na lei e no instrumento Para compreender a manutenção do equi-
convocatório, não sendo possível a rescisão do ajuste, líbrio econômico-financeiro nos contratos
em razão do princípio da continuidade da prestação do administrativos, importante salientar a Teo-
serviço público. ria da Imprevisão. Trata-se de uma corrente,
d) anulação do contrato e o pagamento de indenização com aplicação também nos ramos de Di-
ao contratado pela parte executada do ajuste. reito Privado, que admite que as condições
e) anulação do contrato e o levantamento da garantia
das partes podem sofrer alterações desde o
prestada, esta como forma de indenização pela parte
início da sua celebração. Pela ocorrência de
não executada do ajuste.
algum evento imprevisto pelas partes, pode
ocorrer um grande desequilíbrio na rela-
Resposta: Letra B. Pela leitura do art. 77 da referida
Lei nº 8.666/1993, a rescisão do contrato administra- ção contratual, fazendo com que uma das
tivo se dá pelo seu descumprimento total ou parcial. partes tenha lucros excessivos, e a outra se
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Não confundir rescisão com anulação, que verifica um prejudique ainda mais com a execução do
vício de ordem legal no presente ato. Lembre-se que contrato. Por isso, admite-se a possibilidade
todos os atos administrativos presumem-se legais e de revisão de algumas cláusulas. Diz-se que
legítimos até a apresentação de prova em sentido os contratos que admitem revisão regem-
contrário (presunção juris tantum). -se pelo vernáculo do rebus sic stantibus
(“enquanto as coisas se mantiverem nesse
estado”), em oposição ao pacta sunt servan-
EXECUÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS da (“os pactos devem ser cumpridos”). Nos
contratos administrativos aplica-se com
Importante também fazer uma breve análise sobre o maior frequência a rebus sic stantibus.
processo de formalização dos contratos administrativos.
Quanto ao modo de celebração, os contratos adminis-
trativos só podem ser celebrados por escrito, pois são Possui previsão constitucional (art. 37, XXI, da
contratos solenes, com forma prevista em lei (art. 60, par. CF/1988), que estabelece, no procedimento licitatório, a
único, da Lei nº 8.666/1993). O contrato administrativo manutenção das condições efetivas da proposta. O art.
só será verbal, excepcionalmente, nas pequenas compras 65, II, d, da Lei nº 8.666/1990, seguindo esse raciocínio,
de pronto pagamento, feitas em regime de adiantamen- dispõe que:

62
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser al- anormal na equação econômico-financeira. Exem-
terados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: plo: aumento da carga tributária por entidade dis-
II - por acordo das partes: tinta do contratante.
(...) e) Interferências imprevistas: são eventos ocorridos
d) para restabelecer a relação que as partes pactua- durante a execução do contrato, de ordem mate-
ram inicialmente entre os encargos do contratado e rial, que causem dificuldades no cumprimento das
a retribuição da administração para a justa remune- tarefas pactuadas, tornando insuportavelmente
ração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando onerosos para uma das partes. Exemplo: desaba-
a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro mento de terras em área destinada a construção
inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos de imóvel público, devido a fortes chuvas.
imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências
incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execu- 3. Da execução dos contratos administrativos
ção do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior,
caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea Segundo o art. 57 da Lei nº 8.666/1993, o prazo dos
econômica extraordinária e extracontratual”. contratos administrativos fica adstrito à vigência dos
respectivos créditos orçamentários, sendo impossível a
A manutenção do equilíbrio econômico-financeiro celebração de contrato administrativo por tempo inde-
poderá ser obtida mediante reajuste ou revisão. Reajus- terminado. Mas o mesmo dispositivo comporta três ex-
te é a terminologia que designa a atualização dos valores ceções:
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei
remuneratórios ante as perdas econômicas ou majoração
ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orça-
de insumos. As regras de reajuste devem estar previstas
mentários, exceto quanto aos relativos:
no próprio instrumento contratual.
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados
A revisão, por sua vez, corresponde a alterações no nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais
valor efetivo da tarifa, geralmente sem previsão contra- poderão ser prorrogados se houver interesse da Admi-
tual, utilizado em circunstâncias em que a recomposição nistração e desde que isso tenha sido previsto no ato
por reajuste se torna impossível. Há, nesse caso, um au- convocatório;
mento real do valor pago ao contratado, ao contrário do II - à prestação de serviços a serem executados de
reajuste, que apenas atualiza o aspecto pecuniário da forma contínua, que poderão ter a sua duração pror-
remuneração. rogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à
As hipóteses mais comuns para a autorização da re- obtenção de preços e condições mais vantajosas para
composição econômico-financeira do contrato são: a administração, limitada a sessenta meses;
a) Alteração unilateral do contrato: qualquer modi- III - VETADO
ficação, pela Administração Pública, seja quantita- IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de pro-
tiva ou qualitativa, do objeto principal do contrato, gramas de informática, podendo a duração estender-
enseja a recomposição do equilíbrio econômico-fi- -se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após
nanceiro. Trata-se de uma circunstância interna do o início da vigência do contrato.
contrato. Exemplo: aumento do número de esta-
ções de linha ferroviária a serem construídas. Dessa forma, pode-se afirmar que é possível a pror-
b) Fato do príncipe: é evento externo ao contrato, rogação do contrato administrativo, ocorrendo um au-
de natureza geral, provocado pelo Poder Público. mento no seu prazo de vigência, com a manutenção das
Ocorre quando o próprio Estado, mediante ato le- condições anteriores e em relação a mesma pessoa do
gal, modifica as condições do contrato, provocan- contratado, desde que justificada por escrito e autoriza-
do prejuízo ao contratado. Tal interferência gera da pela esfera competente.
indenização para o particular prejudicado com a LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
alteração unilateral do Estado. Exemplo: aumento da
carga tributária elaborado pelo próprio contratante. EXERCÍCIO COMENTADO
c) Fato da Administração: traduz-se em uma con-
4. (SABESP-SP – ANALISTA DE GESTÃO – FCC – 2018)
duta irregular praticada pelo Poder Público, que
Suponha que a SABESP tenha contratado, mediante pré-
não necessariamente impede, mas pode retardar
vio procedimento licitatório, um consórcio de empresas
a execução do contrato. Trata-se de ato com cará- para a construção de uma adutora. Ocorre que, no curso
ter específico, relacionado com o próprio contra- da execução do contrato, houve majoração de alíquota
to, o que distingue do fato do príncipe. Exemplo: de imposto incidente sobre o faturamento da empresa,
a construção de estrada em local residencial em ensejando alegação da mesma de alteração das con-
que a Administração não providencia mecanismos dições econômicas em que se pautou no momento da
essenciais a desapropriação daqueles imóveis. celebração do contrato. De acordo com as disposições
d) Álea econômica extraordinária: é o evento ex- da Constituição Federal e da Lei nº 8.666/1993, referida
terno ao contrato e estranho à vontade das partes. empresa:
Por ser fato imprevisível e inevitável capaz de cau-
sar desequilíbrio contratual, enseja a revisão tari- a) somente fará jus ao reequilíbrio econômico-financeiro
fária, desde que comprovada a imprevisibilidade do contrato se a majoração envolver imposto esta-
e estranheza do fato, bem como o desequilíbrio dual, caracterizando, assim, fato da administração.

63
b) terá direito ao reequilíbrio da equação econômico-fi- de extinguir o negócio (agir de má-fé), não lhe seria ca-
nanceira do contrato, se comprovada a repercussão bível o dever de indenizar, haja vista que ninguém pode
da majoração em relação ao preço ofertado, operan- beneficiar-se da própria torpeza.
do-se a correspondente recomposição mediante adi- Nos casos de anulação, o dever de indenizar persiste
tivo contratual. ainda que o contrato apresente vício legal, devendo a Ad-
c) não fará jus ao reequilíbrio econômico-financeiro do ministração indenizar o contratado pelo que este houver
contrato, eis que a avença, pela sua natureza, pressu- executado até a data em que ela for declarada e por ou-
põe a assunção de todos os riscos pelo contratado, tros prejuízos regularmente comprovados, contanto que
salvo os decorrentes de caso fortuito ou força maior. não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilida-
d) poderá fazer jus ao reequilíbrio econômico financeiro de de quem lhe deu causa (art. 59, par. único, da Lei nº
do contrato, desde que o risco de criação ou majora- 8.666/1993).
ção de impostos tenha sido alocado ao poder público, O art. 87 da Lei nº 8.666/1993 apresenta o rol de san-
havendo, em tal tipo de contrato, ampla margem para ções aplicáveis ao contratado pela inexecução, total ou
tal alocação em face da omissão legislativa. parcial, do contrato administrativo, in verbis:
e) terá direito à adequação do preço ofertado às con-
dições econômicas existentes no momento da entre- Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato
ga do objeto, incluindo alterações supervenientes de a Administração poderá, garantida a prévia defesa,
preços de seus insumos, que sempre representa álea aplicar ao contratado as seguintes sanções:
econômica extraordinária. I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convoca-
Resposta: Letra B. Pela leitura do enunciado percebe- tório ou no contrato;
-se que estamos diante da hipótese de recomposição III - suspensão temporária de participação em licita-
do equilíbrio econômico-financeiro por álea econô- ção e impedimento de contratar com a Administração,
mica (a majoração de impostos sobre faturamento da por prazo não superior a 2 (dois) anos;
empresa). A “pegadinha” da questão encontra-se na IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contra-
alternativa E. As alterações supervenientes do preço tar com a Administração Pública enquanto perdura-
de insumos representam álea ordinária, é um even- rem os motivos determinantes da punição ou até que
to previsível no mundo empresarial, pois decorre da seja promovida a reabilitação perante a própria auto-
própria flutuação de preços no mercado. Por isso, não ridade que aplicou a penalidade, que será concedida
configura hipótese de reajuste. sempre que o contratado ressarcir a Administração
pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo
da sanção aplicada com base no inciso anterior.
DA INEXECUÇÃO E RESCISÃO DOS CONTRATOS AD-
MINISTRATIVOS
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Se os contratos administrativos são celebrados por
prazo determinado, isso significa que, eventualmente, eles 5. (DPE-AM – ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSO-
devem se extinguir. Assim, o contrato administrativo ad- RIA – FCC – 2018)
mite as seguintes hipóteses de extinção: pela execução e Suponha que uma empreiteira que celebrou contrato de
conclusão do seu objeto, pelo término de seu prazo, por obras com entidade integrante da Administração pública
anulação motivada por defeito que o macule, ou ainda por tenha atrasado, por diversas vezes, a entrega de etapas
rescisão. do empreendimento, descumprindo o cronograma con-
Sobre a rescisão, o art. 79 da Lei nº 8.666/1993 admi- tratual e gerando prejuízos à contratante. De acordo com
te três tipos de rescisão contratual: a rescisão unilateral, as disposições da Lei nº 8.666/1993, a empreiteira:
decretada pela Administração Pública sem a necessidade
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

de autorização judicial, ensejando indenização do contra- a) somente estará sujeita à aplicação de multa ou sus-
tado, exceto se deu causa à rescisão; a rescisão amigável, pensão do direito de contratar com a Administração
feita de comum acordo entre ambas as partes, geralmente se constatada fraude ou má-fé.
não enseja indenização; e a rescisão judicial, hipótese em b) poderá ser instada ao pagamento decorrente de ree-
que há a interferência do Poder Judiciário em razão do quilíbrio econômico-financeiro até o limite do valor do
inadimplemento pelo Poder Público ou pelo contratado. contrato, descabendo outras sanções administrativas.
Para que o contratado tenha o direito de ser indeni- c) deverá, obrigatoriamente, ser declarada inidônea para
zado, provocado pela extinção do contrato administrati- contratar com a Administração.
vo, precisa preencher alguns requisitos. Primeiramente, a d) não poderá sofrer sanções administrativas, porém res-
extinção contratual deve ser antecipada, pois seria ilógico pondepelasperdasedanosdevidamentecomprovadas.
pedir reparação de danos em hipóteses em que o contra- e) está sujeita à aplicação de multa de mora, na forma
to se extinguiu naturalmente pelo regular adimplemento prevista no contrato, que poderá ser descontada dire-
do negócio. Além disso, sua relação jurídica com o Poder tamente da garantia contratual.
Público não pode ser precária, pois atos precários são re-
vogáveis pelo Poder Público, a qualquer tempo. Por fim, o Resposta: Letra E. Alternativa A está incorreta pois a
contratado deve ter agido de boa-fé durante a execução empreiteira também pode sofrer sanções como adver-
contratual, pois se o particular tivesse agido com intenção tência e a declaração de inidoneidade (art. 87). Alter-

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nativa B está errada pois há a possibilidade de aplicar
multa concomitantemente com outras sanções admi- DECRETO Nº 5.450/2005 E LEI Nº 10.520/2002:
nistrativas. Alternativa C está errada pois não existe AQUISIÇÕES E CONTRATAÇÕES POR PRE-
obrigatoriedade de declarar a idoneidade da emprei- GÃO ELETRÔNICO.
teira para celebrar contrato com a Administração. Al-
ternativa D está incorreta pois estamos diante de um
contrato administrativo e, por isso, as regras quanto as DECRETO N° 5.450, DE 2005 (PREGÃO ELETRÔ-
sanções administrativas devem ser aplicadas no caso NICO).
mencionado.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição
2. (TER-PE – 2017 – CESPE) O edital de licitação terá de que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e
conter, obrigatoriamente, tendo em vista o disposto na Lei no 10.520, de 17 de
julho de 2002,
a) indicação das sanções para o caso de inadimplemento.
b) a descrição técnica detalhada, minuciosa e exauriente DECRETA:
do objeto da licitação. Art. 1o A modalidade de licitação pregão, na forma
c) a indicação de que os critérios para julgamento serão eletrônica, de acordo com o disposto no § 1o do art.
informados após a fase de habilitação. 2o da Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002, destina-
d) condições de pagamento que estabeleçam preferên- -se à aquisição de bens e serviços comuns, no âmbito
cia para empresas brasileiras. da União, e submete-se ao regulamento estabelecido
e) a previsão de irrecorribilidade das decisões da comis- neste Decreto.
são de licitação. Parágrafo único. Subordinam-se ao disposto neste
Decreto, além dos órgãos da administração pública
Resposta: Letra A. federal direta, os fundos especiais, as autarquias, as
Alternativa A – Certo – Conforme art. 40, III. fundações públicas, as empresas públicas, as socieda-
Alternativa B – Errado – A descrição deve ser sucinta des de economia mista e as demais entidades contro-
e clara. ladas direta ou indiretamente pela União.
Alternativa C – Errado – Os critérios para julgamento Art. 2o O pregão, na forma eletrônica, como moda-
deverão constar no edital. lidade de licitação do tipo menor preço, realizar-se-á
Alternativa D – Errado – O edital estabelecerá condi- quando a disputa pelo fornecimento de bens ou ser-
ções de pagamento para empresas brasileiras e es- viços comuns for feita à distância em sessão pública,
trangeiras. por meio de sistema que promova a comunicação pela
Alternativa E – Errado – O edital não preverá esse tipo internet.
de previsão. § 1o Consideram-se bens e serviços comuns, aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser
Instrução: Na(s) questão(ões) a seguir, preencha o campo objetivamente definidos pelo edital, por meio de espe-
designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou cificações usuais do mercado.
o campo designado com o código E, caso julgue o item § 2o Para o julgamento das propostas, serão fixados
ERRADO. critérios objetivos que permitam aferir o menor preço,
devendo ser considerados os prazos para a execução
3. (STJ – 2018 – CESPE) Em relação aos princípios apli- do contrato e do fornecimento, as especificações téc-
cáveis à administração pública, julgue o próximo item. nicas, os parâmetros mínimos de desempenho e de
A indicação dos fundamentos jurídicos que determina- qualidade e as demais condições definidas no edital.
ram a decisão administrativa de realizar contratação por § 3o O sistema referido no caput será dotado de re-
dispensa de licitação é suficiente para satisfazer o princí- cursos de criptografia e de autenticação que garan-
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

pio da motivação. tam condições de segurança em todas as etapas do


certame.
( ) CERTO ( ) ERRADO § 4o O pregão, na forma eletrônica ,será conduzido
pelo órgão ou entidade promotora da licitação, com
Resposta Errado. Os atos administrativos que dispen- apoio técnico e operacional da Secretaria de Logística
sem ou declarem a inexigibilidade de processo licita- e Tecnologia da Informação do Ministério do Planeja-
tório deverão ser motivados com indicação dos fatos mento, Orçamento e Gestão, que atuará como prove-
e dos fundamentos jurídicos. dor do sistema eletrônico para os órgãos integrantes
do Sistema de Serviços Gerais - SISG.
§ 5o A Secretaria de Logística e Tecnologia da Infor-
mação poderá ceder o uso do seu sistema eletrônico
a órgão ou entidade dos Poderes da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, mediante celebração de
termo de adesão.
Art. 3o Deverão ser previamente credenciados peran-
te o provedor do sistema eletrônico a autoridade com-
petente do órgão promotor da licitação, o pregoeiro,

65
os membros da equipe de apoio e os licitantes que Art. 8o À autoridade competente, de acordo com as
participam do pregão na forma eletrônica. atribuições previstas no regimento ou estatuto do ór-
§ 1o O credenciamento dar-se-á pela atribuição de gão ou da entidade, cabe:
chave de identificação e de senha, pessoal e intransfe- I - designar e solicitar, junto ao provedor do sistema,
rível, para acesso ao sistema eletrônico. o credenciamento do pregoeiro e dos componentes da
§ 2o No caso de pregão promovido por órgão inte- equipe de apoio;
grante do SISG, o credenciamento do licitante, bem II - indicar o provedor do sistema;
assim a sua manutenção, dependerá de registro atua- III - determinar a abertura do processo licitatório;
lizado no Sistema de Cadastramento Unificado de IV - decidir os recursos contra atos do pregoeiro quan-
Fornecedores - SICAF. do este mantiver sua decisão;
§ 3o A chave de identificação e a senha poderão ser V - adjudicar o objeto da licitação, quando houver
utilizadas em qualquer pregão na forma eletrônica, sal- recurso;
vo quando cancelada por solicitação do credenciado ou VI - homologar o resultado da licitação; e
em virtude de seu descadastramento perante o SICAF. VII - celebrar o contrato.
§ 4o A perda da senha ou a quebra de sigilo deverá Art. 9o Na fase preparatória do pregão, na forma
ser comunicada imediatamente ao provedor do siste- eletrônica, será observado o seguinte:
ma, para imediato bloqueio de acesso. I - elaboração de termo de referência pelo órgão re-
§ 5o O uso da senha de acesso pelo licitante é de sua quisitante, com indicação do objeto de forma preci-
responsabilidade exclusiva, incluindo qualquer tran- sa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por
sação efetuada diretamente ou por seu representan- excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem ou
te, não cabendo ao provedor do sistema ou ao órgão frustrem a competição ou sua realização;
promotor da licitação responsabilidade por eventuais II - aprovação do termo de referência pela autoridade
danos decorrentes de uso indevido da senha, ainda competente;
que por terceiros. III - apresentação de justificativa da necessidade da
§ 6o O credenciamento junto ao provedor do sistema contratação;
implica a responsabilidade legal do licitante e a pre- IV - elaboração do edital, estabelecendo critérios de
sunção de sua capacidade técnica para realização das aceitação das propostas;
transações inerentes ao pregão na forma eletrônica. V - definição das exigências de habilitação, das san-
Art. 4o Nas licitações para aquisição de bens e serviços ções aplicáveis, inclusive no que se refere aos prazos
comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo e às condições que, pelas suas particularidades, sejam
preferencial a utilização da sua forma eletrônica. consideradas relevantes para a celebração e execução
§ 1o O pregão deve ser utilizado na forma eletrôni-
do contrato e o atendimento das necessidades da ad-
ca, salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a ser
ministração; e
justificada pela autoridade competente.
VI - designação do pregoeiro e de sua equipe de apoio.
§ 2o Na hipótese de aquisições por dispensa de lici-
§ 1o A autoridade competente motivará os atos es-
tação, fundamentadas no inciso II do art. 24 da Lei no
pecificados nos incisos II e III, indicando os elemen-
8.666, de 21 de junho de 1993, as unidades gestoras
tos técnicos fundamentais que o apóiam, bem como
integrantes do SISG deverão adotar, preferencialmen-
quanto aos elementos contidos no orçamento estima-
te, o sistema de cotação eletrônica, conforme disposto
na legislação vigente. tivo e no cronograma físico-financeiro de desembolso,
Art. 5o A licitação na modalidade de pregão é con- se for o caso, elaborados pela administração.
dicionada aos princípios básicos da legalidade, im- § 2o O termo de referência é o documento que de-
pessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, verá conter elementos capazes de propiciar avaliação
eficiência, probidade administrativa, vinculação ao do custo pela administração diante de orçamento de-
instrumento convocatório e do julgamento objetivo, talhado, definição dos métodos, estratégia de supri-
bem como aos princípios correlatos da razoabilidade, mento, valor estimado em planilhas de acordo com o
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

competitividade e proporcionalidade. preço de mercado, cronograma físico-financeiro, se for


Parágrafo único. As normas disciplinadoras da lici- o caso, critério de aceitação do objeto, deveres do con-
tação serão sempre interpretadas em favor da am- tratado e do contratante, procedimentos de fiscaliza-
pliação da disputa entre os interessados, desde que ção e gerenciamento do contrato, prazo de execução e
não comprometam o interesse da administração, o sanções, de forma clara, concisa e objetiva.
princípio da isonomia, a finalidade e a segurança da Art. 10. As designações do pregoeiro e da equipe de
contratação. apoio devem recair nos servidores do órgão ou enti-
Art. 6o A licitação na modalidade de pregão, na for- dade promotora da licitação, ou de órgão ou entidade
ma eletrônica, não se aplica às contratações de obras integrante do SISG.
de engenharia, bem como às locações imobiliárias e § 1o A equipe de apoio deverá ser integrada, em sua
alienações em geral. maioria, por servidores ocupantes de cargo efetivo ou
Art. 7o Os participantes de licitação na modalidade emprego da administração pública, pertencentes, pre-
de pregão, na forma eletrônica, têm direito público ferencialmente, ao quadro permanente do órgão ou
subjetivo à fiel observância do procedimento estabe- entidade promotora da licitação.
lecido neste Decreto, podendo qualquer interessado § 2o No âmbito do Ministério da Defesa, as funções
acompanhar o seu desenvolvimento em tempo real, de pregoeiro e de membro da equipe de apoio pode-
por meio da internet. rão ser desempenhadas por militares.

66
§ 3o A designação do pregoeiro, a critério da au- VII - solicitar o cancelamento da chave de identifica-
toridade competente, poderá ocorrer para período de ção ou da senha de acesso por interesse próprio.
um ano, admitindo-se reconduções, ou para licitação Parágrafo único. O fornecedor descredenciado no SI-
específica. CAF terá sua chave de identificação e senha suspensas
§ 4o Somente poderá exercer a função de pregoeiro automaticamente.
o servidor ou o militar que reúna qualificação profis- Art. 14. Para habilitação dos licitantes, será exigida,
sional e perfil adequados, aferidos pela autoridade exclusivamente, a documentação relativa:
competente. I - à habilitação jurídica;
Art. 11. Caberá ao pregoeiro, em especial: II - à qualificação técnica;
I - coordenar o processo licitatório; III - à qualificação econômico-financeira;
II - receber, examinar e decidir as impugnações e con- IV - à regularidade fiscal com a Fazenda Nacional, o
sultas ao edital, apoiado pelo setor responsável pela sistema da seguridade social e o Fundo de Garantia do
sua elaboração; Tempo de Serviço - FGTS;
III - conduzir a sessão pública na internet; V - à regularidade fiscal perante as Fazendas Esta-
IV - verificar a conformidade da proposta com os re- duais e Municipais, quando for o caso; e
quisitos estabelecidos no instrumento convocatório; VI - ao cumprimento do disposto no inciso XXXIII do
V - dirigir a etapa de lances; art. 7o da Constituição e no inciso XVIII do art. 78 da
VI - verificar e julgar as condições de habilitação; Lei no 8.666, de 1993.
VII - receber, examinar e decidir os recursos, enca- Parágrafo único. A documentação exigida para aten-
der ao disposto nos incisos I, III, IV e V deste artigo
minhando à autoridade competente quando mantiver
poderá ser substituída pelo registro cadastral no SICAF
sua decisão;
ou, em se tratando de órgão ou entidade não abran-
VIII - indicar o vencedor do certame;
gida pelo referido Sistema, por certificado de registro
IX - adjudicar o objeto, quando não houver recurso; cadastral que atenda aos requisitos previstos na legis-
X - conduzir os trabalhos da equipe de apoio; e lação geral.
XI - encaminhar o processo devidamente instruído à Art. 15. Quando permitida a participação de empre-
autoridade superior e propor a homologação. sas estrangeiras na licitação, as exigências de habili-
Art. 12. Caberá à equipe de apoio, dentre outras atri- tação serão atendidas mediante documentos equiva-
buições, auxiliar o pregoeiro em todas as fases do pro- lentes, autenticados pelos respectivos consulados ou
cesso licitatório. embaixadas e traduzidos por tradutor juramentado no
Brasil.
Art. 13. Caberá ao licitante interessado em participar Art. 16. Quando permitida a participação de consór-
do pregão, na forma eletrônica: cio de empresas, serão exigidos:
I - credenciar-se no SICAF para certames promovidos I - comprovação da existência de compromisso pú-
por órgãos da administração pública federal direta, blico ou particular de constituição de consórcio, com
autárquica e fundacional, e de órgão ou entidade dos indicação da empresa-líder, que deverá atender às
demais Poderes, no âmbito da União, Estados, Distrito condições de liderança estipuladas no edital e será a
Federal e Municípios, que tenham celebrado termo de representante das consorciadas perante a União;
adesão; II - apresentação da documentação de habilitação es-
II - remeter, no prazo estabelecido, exclusivamente pecificada no instrumento convocatório por empresa
por meio eletrônico, via internet, a proposta e, quando consorciada;
for o caso, seus anexos; III - comprovação da capacidade técnica do consórcio
III - responsabilizar-se formalmente pelas transações pelo somatório dos quantitativos de cada consorciado,
efetuadas em seu nome, assumindo como firmes e na forma estabelecida no edital;
verdadeiras suas propostas e lances, inclusive os atos IV - demonstração, por empresa consorciada, do LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
praticados diretamente ou por seu representante, não atendimento aos índices contábeis definidos no edital,
cabendo ao provedor do sistema ou ao órgão promo- para fins de qualificação econômico-financeira;
V - responsabilidade solidária das empresas consor-
tor da licitação responsabilidade por eventuais danos
ciadas pelas obrigações do consórcio, nas fases de lici-
decorrentes de uso indevido da senha, ainda que por
tação e durante a vigência do contrato;
terceiros;
VI - obrigatoriedade de liderança por empresa brasi-
IV - acompanhar as operações no sistema eletrônico leira no consórcio formado por empresas brasileiras e
durante o processo licitatório, responsabilizando-se estrangeiras, observado o disposto no inciso I; e
pelo ônus decorrente da perda de negócios diante da VII - constituição e registro do consórcio antes da ce-
inobservância de quaisquer mensagens emitidas pelo lebração do contrato.
sistema ou de sua desconexão; Parágrafo único. Fica impedida a participação de
V - comunicar imediatamente ao provedor do sistema empresa consorciada, na mesma licitação, por inter-
qualquer acontecimento que possa comprometer o si- médio de mais de um consórcio ou isoladamente.
gilo ou a inviabilidade do uso da senha, para imediato Art. 17. A fase externa do pregão, na forma eletrôni-
bloqueio de acesso; ca, será iniciada com a convocação dos interessados
VI - utilizar-se da chave de identificação e da senha por meio de publicação de aviso, observados os valo-
de acesso para participar do pregão na forma eletrô- res estimados para contratação e os meios de divulga-
nica; e ção a seguir indicados:

67
I - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais): Art. 21. Após a divulgação do edital no endereço
a) Diário Oficial da União; e eletrônico, os licitantes deverão encaminhar proposta
b) meio eletrônico, na internet; com a descrição do objeto ofertado e o preço e, se for
II - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta o caso, o respectivo anexo, até a data e hora marcadas
mil reais) até R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos para abertura da sessão, exclusivamente por meio do
mil reais): sistema eletrônico, quando, então, encerrar-se-á, au-
a) Diário Oficial da União; tomaticamente, a fase de recebimento de propostas.
b) meio eletrônico, na internet; e § 1o A participação no pregão eletrônico dar-se-á
c) jornal de grande circulação local; pela utilização da senha privativa do licitante.
III - superiores a R$ 1.300.000,00 (um milhão e tre- § 2o Para participação no pregão eletrônico, o lici-
zentos mil reais): tante deverá manifestar, em campo próprio do sistema
a) Diário Oficial da União; eletrônico, que cumpre plenamente os requisitos de
b) meio eletrônico, na internet; e habilitação e que sua proposta está em conformidade
c) jornal de grande circulação regional ou nacional. com as exigências do instrumento convocatório.
§ 1o Os órgãos ou entidades integrantes do SISG e os § 3o A declaração falsa relativa ao cumprimento dos
que aderirem ao sistema do Governo Federal disponi- requisitos de habilitação e proposta sujeitará o licitan-
bilizarão a íntegra do edital, em meio eletrônico, no te às sanções previstas neste Decreto.
Portal de Compras do Governo Federal - COMPRAS- § 4o Até a abertura da sessão, os licitantes poderão
NET, sítio www.comprasnet.gov.br. retirar ou substituir a proposta anteriormente apre-
§ 2o O aviso do edital conterá a definição precisa, su- sentada.
ficiente e clara do objeto, a indicação dos locais, dias e Art. 22. A partir do horário previsto no edital, a ses-
horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do são pública na internet será aberta por comando do
edital, bem como o endereço eletrônico onde ocorrerá pregoeiro com a utilização de sua chave de acesso e
a sessão pública, a data e hora de sua realização e a senha.
indicação de que o pregão, na forma eletrônica, será § 1o Os licitantes poderão participar da sessão pú-
realizado por meio da internet. blica na internet, devendo utilizar sua chave de acesso
§ 3o A publicação referida neste artigo poderá ser e senha.
feita em sítios oficiais da administração pública, na § 2o O pregoeiro verificará as propostas apresen-
internet, desde que certificado digitalmente por auto- tadas, desclassificando aquelas que não estejam em
ridade certificadora credenciada no âmbito da Infra- conformidade com os requisitos estabelecidos no edi-
-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. tal.
§ 4o O prazo fixado para a apresentação das propos- § 3o A desclassificação de proposta será sempre fun-
tas, contado a partir da publicação do aviso, não será damentada e registrada no sistema, com acompanha-
inferior a oito dias úteis. mento em tempo real por todos os participantes.
§ 5o Todos os horários estabelecidos no edital, no avi- § 4o As propostas contendo a descrição do objeto, va-
so e durante a sessão pública observarão, para todos lor e eventuais anexos estarão disponíveis na internet.
os efeitos, o horário de Brasília, Distrito Federal, inclu- § 5o O sistema disponibilizará campo próprio para
sive para contagem de tempo e registro no sistema troca de mensagens entre o pregoeiro e os licitantes.
eletrônico e na documentação relativa ao certame. Art. 23. O sistema ordenará, automaticamente, as
§ 6o Na divulgação de pregão realizado para o siste- propostas classificadas pelo pregoeiro, sendo que so-
ma de registro de preços, independentemente do valor mente estas participarão da fase de lance.
estimado, será adotado o disposto no inciso III. Art. 24. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará
Art. 18. Até dois dias úteis antes da data fixada para início à fase competitiva, quando então os licitantes
abertura da sessão pública, qualquer pessoa poderá poderão encaminhar lances exclusivamente por meio
impugnar o ato convocatório do pregão, na forma ele- do sistema eletrônico.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

trônica. § 1o No que se refere aos lances, o licitante será ime-


§ 1o Caberá ao pregoeiro, auxiliado pelo setor res- diatamente informado do seu recebimento e do valor
ponsável pela elaboração do edital, decidir sobre a im- consignado no registro.
pugnação no prazo de até vinte e quatro horas. § 2o Os licitantes poderão oferecer lances sucessivos,
§ 2o Acolhida a impugnação contra o ato convocató- observados o horário fixado para abertura da sessão e
rio, será definida e publicada nova data para realiza- as regras estabelecidas no edital.
ção do certame. § 3o O licitante somente poderá oferecer lance infe-
Art. 19. Os pedidos de esclarecimentos referentes ao rior ao último por ele ofertado e registrado pelo sis-
processo licitatório deverão ser enviados ao pregoei- tema.
ro, até três dias úteis anteriores à data fixada para § 4o Não serão aceitos dois ou mais lances iguais,
abertura da sessão pública, exclusivamente por meio prevalecendo aquele que for recebido e registrado pri-
eletrônico via internet, no endereço indicado no edital. meiro.
Art. 20. Qualquer modificação no edital exige divul- § 5o Durante a sessão pública, os licitantes serão
gação pelo mesmo instrumento de publicação em que informados, em tempo real, do valor do menor lance
se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmen- registrado, vedada a identificação do licitante.
te estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a § 6o A etapa de lances da sessão pública será encer-
alteração não afetar a formulação das propostas. rada por decisão do pregoeiro.

68
§ 7o O sistema eletrônico encaminhará aviso de estimado para a contratação, respeitada a ordem de
fechamento iminente dos lances, após o que trans- classificação, poderão ser convocados tantos licitantes
correrá período de tempo de até trinta minutos, quantos forem necessários para alcançar o total esti-
aleatoriamente determinado, findo o qual será auto- mado, observado o preço da proposta vencedora.
maticamente encerrada a recepção de lances. § 8o Os demais procedimentos referentes ao siste-
§ 8o Após o encerramento da etapa de lances da ma de registro de preços ficam submetidos à norma
sessão pública, o pregoeiro poderá encaminhar, pelo específica que regulamenta o art. 15 da Lei no 8.666,
sistema eletrônico, contraproposta ao licitante que te- de 1993.
nha apresentado lance mais vantajoso, para que seja § 9o Constatado o atendimento às exigências fixadas
obtida melhor proposta, observado o critério de julga- no edital, o licitante será declarado vencedor.
mento, não se admitindo negociar condições diferen- Art. 26. Declarado o vencedor, qualquer licitante po-
tes daquelas previstas no edital. derá, durante a sessão pública, de forma imediata e
§ 9o A negociação será realizada por meio do siste- motivada, em campo próprio do sistema, manifestar
ma, podendo ser acompanhada pelos demais licitan- sua intenção de recorrer, quando lhe será concedido o
tes. prazo de três dias para apresentar as razões de recur-
§ 10. No caso de desconexão do pregoeiro, no de- so, ficando os demais licitantes, desde logo, intimados
correr da etapa de lances, se o sistema eletrônico per- para, querendo, apresentarem contra-razões em igual
manecer acessível aos licitantes, os lances continuarão prazo, que começará a contar do término do prazo do
sendo recebidos, sem prejuízo dos atos realizados. recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos
§ 11. Quando a desconexão do pregoeiro persistir por elementos indispensáveis à defesa dos seus interesses.
tempo superior a dez minutos, a sessão do pregão na § 1o A falta de manifestação imediata e motivada do
forma eletrônica será suspensa e reiniciada somente licitante quanto à intenção de recorrer, nos termos do
após comunicação aos participantes, no endereço ele- caput, importará na decadência desse direito, ficando
trônico utilizado para divulgação. o pregoeiro autorizado a adjudicar o objeto ao licitan-
Art. 25. Encerrada a etapa de lances, o pregoeiro te declarado vencedor.
examinará a proposta classificada em primeiro lugar § 2o O acolhimento de recurso importará na invalida-
quanto à compatibilidade do preço em relação ao es- ção apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento.
timado para contratação e verificará a habilitação do § 3o No julgamento da habilitação e das propostas, o
licitante conforme disposições do edital. pregoeiro poderá sanar erros ou falhas que não alte-
rem a substância das propostas, dos documentos e sua
§ 1o A habilitação dos licitantes será verificada por validade jurídica, mediante despacho fundamentado,
meio do SICAF, nos documentos por ele abrangidos, registrado em ata e acessível a todos, atribuindo-lhes
quando dos procedimentos licitatórios realizados por validade e eficácia para fins de habilitação e classifi-
órgãos integrantes do SISG ou por órgãos ou entida- cação.
des que aderirem ao SICAF. Art. 27. Decididos os recursos e constatada a regula-
§ 2o Os documentos exigidos para habilitação que ridade dos atos praticados, a autoridade competente
não estejam contemplados no SICAF, inclusive quando adjudicará o objeto e homologará o procedimento li-
houver necessidade de envio de anexos, deverão ser citatório.
apresentados inclusive via fax, no prazo definido no § 1o Após a homologação referida no caput, o adju-
edital, após solicitação do pregoeiro no sistema ele- dicatário será convocado para assinar o contrato ou a
trônico. ata de registro de preços no prazo definido no edital.
§ 3o Os documentos e anexos exigidos, quando re- § 2o Na assinatura do contrato ou da ata de registro
metidos via fax, deverão ser apresentados em original de preços, será exigida a comprovação das condições
ou por cópia autenticada, nos prazos estabelecidos no de habilitação consignadas no edital, as quais deverão
edital. ser mantidas pelo licitante durante a vigência do con-
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

§ 4o Para fins de habilitação, a verificação pelo órgão trato ou da ata de registro de preços.
promotor do certame nos sítios oficiais de órgãos e § 3o O vencedor da licitação que não fizer a compro-
entidades emissores de certidões constitui meio legal vação referida no § 2o ou quando, injustificadamente,
de prova. recusar-se a assinar o contrato ou a ata de registro
§ 5o Se a proposta não for aceitável ou se o licitante de preços, poderá ser convocado outro licitante, desde
não atender às exigências habilitatórias, o pregoeiro que respeitada a ordem de classificação, para, após
examinará a proposta subseqüente e, assim sucessiva- comprovados os requisitos habilitatórios e feita a ne-
mente, na ordem de classificação, até a apuração de gociação, assinar o contrato ou a ata de registro de
uma proposta que atenda ao edital. preços, sem prejuízo das multas previstas em edital e
§ 6o No caso de contratação de serviços comuns no contrato e das demais cominações legais.
em que a legislação ou o edital exija apresentação § 4o O prazo de validade das propostas será de ses-
de planilha de composição de preços, esta deverá ser senta dias, salvo disposição específica do edital.
encaminhada de imediato por meio eletrônico, com Art. 28. Aquele que, convocado dentro do prazo de
os respectivos valores readequados ao lance vencedor. validade de sua proposta, não assinar o contrato ou
§ 7o No pregão, na forma eletrônica, realizado para ata de registro de preços, deixar de entregar docu-
o sistema de registro de preços, quando a proposta do mentação exigida no edital, apresentar documenta-
licitante vencedor não atender ao quantitativo total ção falsa, ensejar o retardamento da execução de seu

69
objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na § 3o A ata será disponibilizada na internet para aces-
execução do contrato, comportar-se de modo inidô- so livre, imediatamente após o encerramento da ses-
neo, fizer declaração falsa ou cometer fraude fiscal, são pública.
garantido o direito à ampla defesa, ficará impedido Art. 31. O Ministério do Planejamento, Orçamento
de licitar e de contratar com a União, e será descre- e Gestão estabelecerá instruções complementares ao
denciado no SICAF, pelo prazo de até cinco anos, sem disposto neste Decreto.
prejuízo das multas previstas em edital e no contrato Art. 32. Este Decreto entra em vigor em 1o de julho
e das demais cominações legais. de 2005.
Parágrafo único. As penalidades serão obrigatoria- Art. 33. Fica revogado o Decreto no 3.697, de 21 de
mente registradas no SICAF. dezembro de 2000.
Art. 29. A autoridade competente para aprovação
do procedimento licitatório somente poderá revogá-lo Brasília, de de 2005; 184o da Independência e 117o
em face de razões de interesse público, por motivo de da República.
fato superveniente devidamente comprovado, perti-
nente e suficiente para justificar tal conduta, devendo
anulá-lo por ilegalidade, de ofício ou por provocação PREGÃO (LEI Nº 10.520/02).
de qualquer pessoa, mediante ato escrito e fundamen-
tado. LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002 – LICITA-
§ 1o A anulação do procedimento licitatório induz à ÇÕES – PREGÃO
do contrato ou da ata de registro de preços.
§ 2o Os licitantes não terão direito à indenização em Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal
decorrência da anulação do procedimento licitatório, e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Cons-
ressalvado o direito do contratado de boa-fé de ser tituição Federal, modalidade de licitação denominada
ressarcido pelos encargos que tiver suportado no cum- pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e
primento do contrato. dá outras providências.
Art. 30. O processo licitatório será instruído com os
seguintes documentos: O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
I - justificativa da contratação; gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
II - termo de referência;
III - planilhas de custo, quando for o caso; O termo “pregão” significa apregoar, isto é, realizar
IV - previsão de recursos orçamentários, com a indi- uma proclamação pública. No âmbito do Direito Admi-
cação das respectivas rubricas; nistrativo significa um leilão ao contrário, afinal, o leilão
V - autorização de abertura da licitação; busca transferir o domínio do bem a quem lhe der maior
VI - designação do pregoeiro e equipe de apoio; lance, enquanto que no pregão se pretende o oposto.
VII - edital e respectivos anexos, quando for o caso;
VIII - minuta do termo do contrato ou instrumento Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, po-
equivalente, ou minuta da ata de registro de preços, derá ser adotada a licitação na modalidade de pregão,
conforme o caso; que será regida por esta Lei.
IX - parecer jurídico;
X - documentação exigida para a habilitação; Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços co-
XI - ata contendo os seguintes registros: muns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos
a) licitantes participantes; padrões de desempenho e qualidade possam ser obje-
b) propostas apresentadas; tivamente definidos pelo edital, por meio de especifi-
c) lances ofertados na ordem de classificação; cações usuais no mercado.
d) aceitabilidade da proposta de preço;
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

e) habilitação; e O pregão possui âmbito bem delimitado, porque


f) recursos interpostos, respectivas análises e decisões; apenas pode ser realizado para aquisições de bens e ser-
XII - comprovantes das publicações: viços comuns. É importante ressaltar que a utilização do
a) do aviso do edital; pregão não depende do valor envolvido, mas sim da na-
b) do resultado da licitação; tureza do bem ou serviço, que deve ser comum.
c) do extrato do contrato; e Comum é aquele que é padronizado em desempe-
d) dos demais atos em que seja exigida a publicidade, nho e qualidade. O Decreto nº 3.555/2000 traz uma lista
conforme o caso. exemplificativa dos bens e serviços comuns.
§ 1o O processo licitatório poderá ser realizado por
meio de sistema eletrônico, sendo que os atos e docu- #FicaDica
mentos referidos neste artigo constantes dos arquivos
e registros digitais serão válidos para todos os efei- O pregão apenas serve para bem ou ser-
tos legais, inclusive para comprovação e prestação de viço, não OBRA! Em se tratando de servi-
contas. ço de engenharia, desde que seja comum,
§ 2o Os arquivos e registros digitais, relativos ao pro- cabe pregão.
cesso licitatório, deverão permanecer à disposição das
auditorias internas e externas.

70
Art. 2º (VETADO)
§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utili- #FicaDica
zação de recursos de tecnologia da informação, nos
termos de regulamentação específica. O procedimento conduzido por um único
§ 2º Será facultado, nos termos de regulamentos pró- servidor, o pregoeiro.
prios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, O pregoeiro pode ser assistido por uma
a participação de bolsas de mercadorias no apoio téc- equipe de apoio. Essa equipe de apoio não
nico e operacional aos órgãos e entidades promotores tem qualquer competência decisória, nem
da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de poderes para a condução das atividades
tecnologia da informação. relativas à sessão do pregão.
§ 3º As bolsas a que se referem o § 2o deverão estar or-
ganizadas sob a forma de sociedades civis sem fins lu- Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a con-
crativos e com a participação plural de corretoras que vocação dos interessados e observará as seguintes regras:
operem sistemas eletrônicos unificados de pregões. I - a convocação dos interessados será efetuada por
meio de publicação de aviso em diário oficial do res-
O sucesso da utilização do Pregão na esfera federal pectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de
foi considerado tão grande, a ponto de o Decreto nº circulação local, e facultativamente, por meios ele-
5.450/2005 tornar a adoção do pregão obrigatória, na trônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de
esfera federal, para as licitações envolvendo a aquisição grande circulação, nos termos do regulamento de que
de bens e serviços comuns, sendo preferencial a utiliza- trata o art. 2º;
ção de sua forma eletrônica. Assim, enquanto o §1o aqui II - do aviso constarão a definição do objeto da lici-
faculta a adoção de recursos de tecnologia da informa- tação, a indicação do local, dias e horários em que
ção, na prática, esta tem sido regra geral. poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;
III - do edital constarão todos os elementos definidos
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o se- na forma do inciso I do art. 3º, as normas que discipli-
guinte: narem o procedimento e a minuta do contrato, quan-
I - a autoridade competente justificará a necessidade do for o caso;
de contratação e definirá o objeto do certame, as exi- IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colo-
gências de habilitação, os critérios de aceitação das cadas à disposição de qualquer pessoa para consulta
propostas, as sanções por inadimplemento e as cláu- e divulgadas na forma da Lei nº 9.755, de 16 de de-
sulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos zembro de 1998;
para fornecimento; V - o prazo fixado para a apresentação das propostas,
II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficien- contado a partir da publicação do aviso, não será in-
te e clara, vedadas especificações que, por excessivas, ferior a 8 (oito) dias úteis;
irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição; VI - no dia, hora e local designados, será realizada ses-
III - dos autos do procedimento constarão a justifica- são pública para recebimento das propostas, devendo
tiva das definições referidas no inciso I deste artigo o interessado, ou seu representante, identificar-se e, se
e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais for o caso, comprovar a existência dos necessários po-
estiverem apoiados, bem como o orçamento, elabora- deres para formulação de propostas e para a prática
do pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos de todos os demais atos inerentes ao certame;
bens ou serviços a serem licitados; e VII - aberta a sessão, os interessados ou seus repre-
IV - a autoridade competente designará, dentre os ser- sentantes, apresentarão declaração dando ciência de
vidores do órgão ou entidade promotora da licitação, que cumprem plenamente os requisitos de habilita-
o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribui- ção e entregarão os envelopes contendo a indicação
ção inclui, dentre outras, o recebimento das propostas do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classi- imediata abertura e à verificação da conformidade
ficação, bem como a habilitação e a adjudicação do das propostas com os requisitos estabelecidos no ins-
objeto do certame ao licitante vencedor. trumento convocatório;
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais
maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cen-
emprego da administração, preferencialmente perten- to) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais
centes ao quadro permanente do órgão ou entidade e sucessivos, até a proclamação do vencedor;
promotora do evento. IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas con-
§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de dições definidas no inciso anterior, poderão os autores
pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), ofe-
ser desempenhadas por militares. recer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que
Fase preparatória ou interna: neste momento se sejam os preços oferecidos;
justificará a necessidade da contratação do serviço ou X - para julgamento e classificação das propostas,
aquisição do bem por parte da Administração, fixando-se será adotado o critério de menor preço, observados os
as regras do procedimento (objeto do certame, especifi- prazos máximos para fornecimento, as especificações
cação das exigências para habilitação, critério de aceita- técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qua-
ção, prazos, sanções por inadimplemento, etc.). lidade definidos no edital;

71
XI - examinada a proposta classificada em primeiro
lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro #FicaDica
decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;
XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as O prazo para a apresentação de propostas
ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro não pode ser inferior a OITO DIAS ÚTEIS,
contendo os documentos de habilitação do licitante os quais se contam da publicação do aviso
que apresentou a melhor proposta, para verificação de licitação. O prazo pode ser maior, sem
do atendimento das condições fixadas no edital; problemas, devendo o edital prever.
XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o
licitante está em situação regular perante a Fazenda
Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia Art. 5º É vedada a exigência de:
do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais I - garantia de proposta;
e Municipais, quando for o caso, com a comprovação II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição
de que atende às exigências do edital quanto à habi- para participação no certame; e
litação jurídica e qualificações técnica e econômico- III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os re-
-financeira; ferentes a fornecimento do edital, que não serão supe-
XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os do- riores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos
cumentos de habilitação que já constem do Sistema de utilização de recursos de tecnologia da informação,
de Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf quando for o caso.
e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito
Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitan- Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60
tes o direito de acesso aos dados nele constantes; (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital.
XV - verificado o atendimento das exigências fixadas Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade
no edital, o licitante será declarado vencedor; da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de en-
XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante tregar ou apresentar documentação falsa exigida para
desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro o certame, ensejar o retardamento da execução de seu
examinará as ofertas subsequentes e a qualificação objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na
dos licitantes, na ordem de classificação, e assim su- execução do contrato, comportar-se de modo inidô-
cessivamente, até a apuração de uma que atenda ao neo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar
edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor; e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou
XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sis-
pregoeiro poderá negociar diretamente com o propo- temas de cadastramento de fornecedores a que se re-
nente para que seja obtido preço melhor; fere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até
XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em
manifestar imediata e motivadamente a intenção de edital e no contrato e das demais cominações legais.
recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três)
dias para apresentação das razões do recurso, ficando Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os de-
os demais licitantes desde logo intimados para apre-
correntes de meios eletrônicos, serão documentados
sentar contrarrazões em igual número de dias, que co-
no processo respectivo, com vistas à aferição de sua
meçarão a correr do término do prazo do recorrente,
regularidade pelos agentes de controle, nos termos do
sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;
regulamento previsto no art. 2º.
XIX - o acolhimento de recurso importará a invalida-
ção apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;
Art. 9º  Aplicam-se subsidiariamente, para a modali-
XX - a falta de manifestação imediata e motivada do
dade de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de
licitante importará a decadência do direito de recurso
e a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro junho de 1993.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ao vencedor;
XXI - decididos os recursos, a autoridade competente
fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante #FicaDica
vencedor;
XXII - homologada a licitação pela autoridade compe- A Lei do Pregão – Lei nº 10.520/2002 deve
tente, o adjudicatário será convocado para assinar o sempre ser lida em conjunto com a Lei de
contrato no prazo definido em edital; e Licitações – Lei nº 8.666/1993.
XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do
prazo de validade da sua proposta, não celebrar o
contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso XVI. Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com
Fase externa: começa com a divulgação do edital, base na Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agos-
dando publicidade ao pregão. Após, segue-se para a fase to de 2001.
de propostas. Selecionada a melhor proposta, parte-se
para a fase de habilitação. (Nota-se a inversão da regra Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços
geral licitatória). Habilitado o candidato que fez a melhor comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito
proposta – que sempre será a de menor preço – este será Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo siste-
chamado a assinar o contrato. ma de registro de preços previsto no art. 15 da Lei nº

72
8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar a mo- um período pré-estabelecido – normalmente, um ano.
dalidade de pregão, conforme regulamento específico. Os fornecedores concordam em disponibilizar as quan-
tidades previamente acertadas. No entanto, o SRP apre-
Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, senta uma peculiaridade: o órgão público não é obrigado
passa a vigorar acrescida do seguinte artigo: a efetuar a aquisição. O Sistema de Registro de Preços
tem como característica não ser semelhante a nenhum
“Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os outro, funcionando como um grande cadastro de pro-
Municípios poderão adotar, nas licitações de registro dutos e fornecedores, selecionados mediante licitação”12.
de preços destinadas à aquisição de bens e serviços Está regulamentado pelo Decreto nº 7.892/2013, que
comuns da área da saúde, a modalidade do pregão, o conceitua em seu artigo 2o, I: “conjunto de procedimen-
inclusive por meio eletrônico, observando-se o seguin- tos para registro formal de preços relativos à prestação de
te: serviços e aquisição de bens, para contratações futuras”.
I - são considerados bens e serviços comuns da área As possibilidades de sua adoção estão descritas no
da saúde, aqueles necessários ao atendimento dos ór- artigo 3o do Decreto: “
gãos que integram o Sistema Único de Saúde, cujos I - quando, pelas características do bem ou serviço,
padrões de desempenho e qualidade possam ser obje- houver necessidade de contratações frequentes;
tivamente definidos no edital, por meio de especifica- II - quando for conveniente a aquisição de bens com
ções usuais do mercado. previsão de entregas parceladas ou contratação de
II - quando o quantitativo total estimado para a con- serviços remunerados por unidade de medida ou em
tratação ou fornecimento não puder ser atendido regime de tarefa;
pelo licitante vencedor, admitir-se-á a convocação III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a
de tantos licitantes quantos forem necessários para o contratação de serviços para atendimento a mais de
atingimento da totalidade do quantitativo, respeitada um órgão ou entidade, ou a programas de governo; ou
a ordem de classificação, desde que os referidos lici- IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível
tantes aceitem praticar o mesmo preço da proposta definir previamente o quantitativo a ser demandado
vencedora. pela Administração”.
III - na impossibilidade do atendimento ao disposto
no inciso II, excepcionalmente, poderão ser registrados “O Sistema de Registro de Preço é uma ferramenta
outros preços diferentes da proposta vencedora, des- que simplifica e otimiza os processos de licitação para
de que se trate de objetos de qualidade ou desempe- a Administração Pública. Entre as várias vantagens, po-
nho superior, devidamente justificada e comprovada a demos citar o aperfeiçoamento dos mecanismos de
vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior ao planejamento, o aumento na eficiência administrativa, a
limite máximo admitido.” redução do número de licitações redundantes, a rapidez
na contratação e a total liberdade para o órgão público
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi- – que pode ou não efetuar a aquisição. Os processos lici-
cação. tatórios representam custos financeiros muito altos para
a administração, sem contar que a burocracia no rito pro-
Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Independência cessual eleva o prazo de conclusão de um certame lici-
e 114º da República. tatório. Com a utilização do Registro de Preço, os órgãos
públicos realizam somente um processo licitatório que
pode atender as demandas pelo período de 12 meses” 13.

DECRETO 7.892/2013 - SISTEMA DE REGIS- Destacam-se as seguintes definições:


TRO DE PREÇO.
“ORGÃO GERENCIADOR – Órgão ou entidade da Ad-
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ministração Pública Federal responsável pela condução


SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS, DECRETO Nº do conjunto de procedimentos para registro de preços
7.892, DE 23 DE JANEIRO DE 2013. e gerenciamento da Ata de Registro de Preços dele de-
corrente.
Sistema de Registro de Preços ÓRGÃO PARTICIPANTE – Órgão ou entidade da Ad-
ministração Pública que participa dos procedimentos ini-
“O Registro de Preços (SRP) é um sistema de compras ciais do Sistema de Registro de Preços e integra a Ata de
no setor público, em especial na esfera federal, que está Registro de Preços.
consolidada. O SRP consiste em um conjunto de proce- ÓRGÃO NÃO PARTICIPANTE – Órgão ou entidade da
dimentos para registro formal de preços de produtos, ou Administração Pública que, não tendo participado dos
de prestação de serviços, para contratações futuras. procedimentos iniciais da licitação, atendidos os requi-
O valor a ser cobrado pelo bem ou serviço é assina- sitos da legislação referente ao registro de preço, faz
lado na Ata de Registro de Preços (ARP), que simplifica o adesão à Ata de Registro de Preços. O órgão não partici-
processo do SRP. A ARP representa o compromisso esta-
belecido entre os órgãos, os fornecedores e as condições 12 https://www.comprasgovernamentais.gov.br/images/conteudo/
da aquisição. Os interessados em fornecer para o setor ArquivosCGNOR/SEBRAE/Sistema-de-Registro-de-Preos---SRP.pdf
13 https://www.comprasgovernamentais.gov.br/images/conteudo/
público concordam em manter o preço inalterado por
ArquivosCGNOR/SEBRAE/Sistema-de-Registro-de-Preos---SRP.pdf

73
pante é também conhecido como “carona”. No Governo V - órgão não participante - órgão ou entidade da ad-
Federal o Sistema de Registro de Preço foi Regulamenta- ministração pública que, não tendo participado dos pro-
do pelo Decreto nº 7.892, de 23 de Janeiro de 2013. cedimentos iniciais da licitação, atendidos os requisitos
ÓRGÃO PARTICIPANTE DE COMPRA NACIONAL – Ór- desta norma, faz adesão à ata de registro de preços.
gão ou entidade da Administração Pública que, em razão VI - compra nacional - compra ou contratação de
de participação em programa ou projeto federal, é con- bens e serviços, em que o órgão gerenciador conduz
templado no registro de preços independente de mani- os procedimentos para registro de preços destinado
festação formal. à execução descentralizada de programa ou projeto
federal, mediante prévia indicação da demanda pelos
BENEFICIÁRIO DA ATA – É a empresa vencedora do entes federados beneficiados; e (Incluído
certame, a qual, após homologado o processo, é chama- pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
da para assinar a Ata de Registro – ARP, assumindo os VII - órgão participante de compra nacional - órgão
compromissos e as condições nela prevista”14. ou entidade da administração pública que, em razão
O inteiro teor do Decreto nº 7.892/2013 pode ser de participação em programa ou projeto federal, é
acessado no seguinte link: http://www.planalto.gov.br/ contemplado no registro de preços independente de
ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7892.htm manifestação formal. (Incluído pelo De-
creto nº 8.250, de 2.014)
Decreto nº 7.892/2013 Art. 3º O Sistema de Registro de Preços poderá ser
adotado nas seguintes hipóteses:
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição I - quando, pelas características do bem ou serviço,
que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, houver necessidade de contratações frequentes;
e tendo em vista o disposto no art. 15 da Lei nº 8.666, de II - quando for conveniente a aquisição de bens com
21 de junho de 1993, e no art. 11 da Lei nº 10.520, de 17 previsão de entregas parceladas ou contratação de
de julho de 2002, serviços remunerados por unidade de medida ou em
regime de tarefa;
DECRETA: III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a
contratação de serviços para atendimento a mais de
um órgão ou entidade, ou a programas de governo; ou
CAPÍTULO I
IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível
DISPOSIÇÕES GERAIS
definir previamente o quantitativo a ser demandado
pela Administração.
Art. 1º As contratações de serviços e a aquisição de
bens, quando efetuadas pelo Sistema de Registro de
CAPÍTULO II
Preços - SRP, no âmbito da administração pública DA INTENÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOS
federal direta, autárquica e fundacional, fundos es-
peciais, empresas públicas, sociedades de economia Art. 4º Fica instituído o procedimento de Intenção de
mista e demais entidades controladas, direta ou indi- Registro de Preços - IRP, a ser operacionalizado por
retamente pela União, obedecerão ao disposto neste módulo do Sistema de Administração e Serviços Ge-
Decreto. rais - SIASG, que deverá ser utilizado pelos órgãos e
Art. 2º Para os efeitos deste Decreto, são adotadas as entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais
seguintes definições: - SISG, para registro e divulgação dos itens a serem
I - Sistema de Registro de Preços - conjunto de pro- licitados e para a realização dos atos previstos nos in-
cedimentos para registro formal de preços relativos à cisos II e V do caput do art. 5º e dos atos previstos no
prestação de serviços e aquisição de bens, para con- inciso II e caput do art. 6º.
tratações futuras; § 1º A divulgação da intenção de registro de preços
II - ata de registro de preços - documento vinculati- poderá ser dispensada, de forma justificada pelo órgão
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

vo, obrigacional, com característica de compromisso gerenciador. (Redação dada pelo Decreto
para futura contratação, em que se registram os pre- nº 8.250, de 2.014)
ços, fornecedores, órgãos participantes e condições a § 1º-A O prazo para que outros órgãos e entidades
serem praticadas, conforme as disposições contidas no manifestem interesse em participar de IRP será de oito
instrumento convocatório e propostas apresentadas; dias úteis, no mínimo, contado da data de divulga-
III - órgão gerenciador - órgão ou entidade da admi- ção da IRP no Portal de Compras do Governo federal.
nistração pública federal responsável pela condução (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)
do conjunto de procedimentos para registro de preços § 2º O Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges-
e gerenciamento da ata de registro de preços dele de- tão editará norma complementar para regulamentar
corrente; o disposto neste artigo.
IV - órgão participante - órgão ou entidade da ad- § 3º Caberá ao órgão gerenciador da Intenção de Re-
ministração pública que participa dos procedimentos gistro de Preços - IRP: (Incluído pelo
iniciais do Sistema de Registro de Preços e integra a Decreto nº 8.250, de 2.014)
ata de registro de preços; (Redação dada I - estabelecer, quando for o caso, o número máximo
pelo Decreto nº 8.250, de 2.014) de participantes na IRP em conformidade com sua ca-
pacidade de gerenciamento; (Incluído
14 https://www.comprasgovernamentais.gov.br/images/conteudo/ pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
ArquivosCGNOR/SEBRAE/Sistema-de-Registro-de-Preos---SRP.pdf

74
II - aceitar ou recusar, justificadamente, os quantitati- XI - autorizar, excepcional e justificadamente, a pror-
vos considerados ínfimos ou a inclusão de novos itens; rogação do prazo previsto no § 6º do art. 22 deste De-
e (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de creto, respeitado o prazo de vigência da ata, quando
2.014) solicitada pelo órgão não participante. (In-
III - deliberar quanto à inclusão posterior de partici- cluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
pantes que não manifestaram interesse durante o pe- § 1º A ata de registro de preços, disponibilizada no
ríodo de divulgação da IRP. (Incluído pelo Portal de Compras do Governo federal, poderá ser as-
Decreto nº 8.250, de 2.014) sinada por certificação digital.
§ 4º Os procedimentos constantes dos incisos II e III do § 2º O órgão gerenciador poderá solicitar auxílio téc-
§ 3º serão efetivados antes da elaboração do edital e nico aos órgãos participantes para execução das ativi-
de seus anexos. (Incluído pelo Decreto nº dades previstas nos incisos III, IV e VI do caput.
8.250, de 2.014)
§ 5º Para receber informações a respeito das IRPs dis- CAPÍTULO IV
poníveis no Portal de Compras do Governo Federal, os DAS COMPETÊNCIAS DO ÓRGÃO PARTICIPANTE
órgãos e entidades integrantes do SISG se cadastrarão
no módulo IRP e inserirão a linha de fornecimento e Art. 6º O órgão participante será responsável pela
de serviços de seu interesse. (Incluído pelo manifestação de interesse em participar do registro de
Decreto nº 8.250, de 2.014) preços, providenciando o encaminhamento ao órgão
§ 6º É facultado aos órgãos e entidades integran- gerenciador de sua estimativa de consumo, local de
tes do SISG, antes de iniciar um processo licitatório, entrega e, quando couber, cronograma de contratação
consultar as IRPs em andamento e deliberar a respeito e respectivas especificações ou termo de referência ou
da conveniência de sua participação. (Incluído projeto básico, nos termos da Lei nº 8.666, de 21 de
pelo Decreto nº 8.250, de 2.014) junho de 1993, e da Lei nº 10.520, de 17 de julho de
2002, adequado ao registro de preços do qual preten-
CAPÍTULO III de fazer parte, devendo ainda:
DAS COMPETÊNCIAS DO ÓRGÃO GERENCIADOR I - garantir que os atos relativos a sua inclusão no
registro de preços estejam formalizados e aprovados
Art. 5º Caberá ao órgão gerenciador a prática de to- pela autoridade competente;
dos os atos de controle e administração do Sistema de II - manifestar, junto ao órgão gerenciador, mediante a
Registro de Preços, e ainda o seguinte: utilização da Intenção de Registro de Preços, sua con-
cordância com o objeto a ser licitado, antes da realiza-
I - registrar sua intenção de registro de preços no Por- ção do procedimento licitatório; e
tal de Compras do Governo federal; III - tomar conhecimento da ata de registros de preços,
II - consolidar informações relativas à estimativa in- inclusive de eventuais alterações, para o correto cum-
dividual e total de consumo, promovendo a adequa- primento de suas disposições.
ção dos respectivos termos de referência ou projetos § 1º Cabe ao órgão participante aplicar, garantida
básicos encaminhados para atender aos requisitos de a ampla defesa e o contraditório, as penalidades de-
padronização e racionalização; correntes do descumprimento do pactuado na ata de
III - promover atos necessários à instrução processual registro de preços ou do descumprimento das obriga-
para a realização do procedimento licitatório; ções contratuais, em relação às suas próprias contra-
IV - realizar pesquisa de mercado para identificação do tações, informando as ocorrências ao órgão gerencia-
valor estimado da licitação e, consolidar os dados das dor. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
pesquisas de mercado realizadas pelos órgãos e enti- § 2º No caso de compra nacional, o órgão gerencia-
dades participantes, inclusive nas hipóteses previstas dor promoverá a divulgação da ação, a pesquisa de
nos §§ 2º e 3º do art. 6º deste Decreto; (Re- mercado e a consolidação da demanda dos órgãos e
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
dação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014) entidades da administração direta e indireta da União,
V - confirmar junto aos órgãos participantes a sua dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
concordância com o objeto a ser licitado, inclusive (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
quanto aos quantitativos e termo de referência ou § 3º Na hipótese prevista no § 2º, comprovada a van-
projeto básico; tajosidade, fica facultado aos órgãos ou entidades
VI - realizar o procedimento licitatório; participantes de compra nacional a execução da ata
VII - gerenciar a ata de registro de preços; de registro de preços vinculada ao programa ou proje-
VIII - conduzir eventuais renegociações dos preços re- to federal. (Incluído pelo Decreto nº 8.250,
gistrados; de 2.014)
IX - aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditó- § 4º Os entes federados participantes de compra na-
rio, as penalidades decorrentes de infrações no proce- cional poderão utilizar recursos de transferências le-
dimento licitatório; e gais ou voluntárias da União, vinculados aos processos
X - aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditó- ou projetos objeto de descentralização e de recursos
rio, as penalidades decorrentes do descumprimento do próprios para suas demandas de aquisição no âmbi-
pactuado na ata de registro de preços ou do descum- to da ata de registro de preços de compra nacional.
primento das obrigações contratuais, em relação às (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
suas próprias contratações.

75
§ 5º Caso o órgão gerenciador aceite a inclusão de IV - quantidade mínima de unidades a ser cotada, por
novos itens, o órgão participante demandante elabo- item, no caso de bens;
rará sua especificação ou termo de referência ou pro- V - condições quanto ao local, prazo de entrega, for-
jeto básico, conforme o caso, e a pesquisa de mercado, ma de pagamento, e nos casos de serviços, quando
observado o disposto no art. 6º. (Incluído cabível, frequência, periodicidade, características do
pelo Decreto nº 8.250, de 2.014) pessoal, materiais e equipamentos a serem utilizados,
§ 6º Caso o órgão gerenciador aceite a inclusão de procedimentos, cuidados, deveres, disciplina e contro-
novas localidades para entrega do bem ou execução les a serem adotados;
do serviço, o órgão participante responsável pela de- VI - prazo de validade do registro de preço, observado
manda elaborará, ressalvada a hipótese prevista no § o disposto no caput do art. 12;
2º, pesquisa de mercado que contemple a variação de VII - órgãos e entidades participantes do registro de
custos locais ou regionais. (Incluído pelo preço;
Decreto nº 8.250, de 2.014) VIII - modelos de planilhas de custo e minutas de con-
tratos, quando cabível;
CAPÍTULO V IX - penalidades por descumprimento das condições;
DA LICITAÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOS X - minuta da ata de registro de preços como anexo; e
XI - realização periódica de pesquisa de mercado para
Art. 7º A licitação para registro de preços será reali-
comprovação da vantajosidade.
zada na modalidade de concorrência, do tipo menor
§ 1º O edital poderá admitir, como critério de julga-
preço, nos termos da Lei nº 8.666, de 1993, ou na mo-
mento, o menor preço aferido pela oferta de desconto
dalidade de pregão, nos termos da Lei nº 10.520, de
2002, e será precedida de ampla pesquisa de mercado. sobre tabela de preços praticados no mercado, desde
§ 1º O julgamento por técnica e preço, na modalidade que tecnicamente justificado.
concorrência, poderá ser excepcionalmente adotado, § 2º Quando o edital previr o fornecimento de bens ou
a critério do órgão gerenciador e mediante despacho prestação de serviços em locais diferentes, é facultada
fundamentado da autoridade máxima do órgão ou a exigência de apresentação de proposta diferenciada
entidade. (Redação dada pelo Decreto nº por região, de modo que aos preços sejam acrescidos
8.250, de 2.014) custos variáveis por região.
§ 2o Na licitação para registro de preços não é ne- § 3º A estimativa a que se refere o inciso III do caput
cessário indicar a dotação orçamentária, que somente não será considerada para fins de qualificação técnica
será exigida para a formalização do contrato ou outro e qualificação econômico-financeira na habilitação do
instrumento hábil. licitante.
§ 4º O exame e a aprovação das minutas do instru-
Art. 8º O órgão gerenciador poderá dividir a quanti- mento convocatório e do contrato serão efetuados
dade total do item em lotes, quando técnica e econo- exclusivamente pela assessoria jurídica do órgão ge-
micamente viável, para possibilitar maior competiti- renciador. (Incluído pelo Decreto nº 8.250,
vidade, observada a quantidade mínima, o prazo e o de 2.014)
local de entrega ou de prestação dos serviços. Art. 10. Após o encerramento da etapa competitiva,
§ 1º No caso de serviços, a divisão considerará a uni- os licitantes poderão reduzir seus preços ao valor da
dade de medida adotada para aferição dos produtos proposta do licitante mais bem classificado.
e resultados, e será observada a demanda específica Parágrafo único. A apresentação de novas propostas
de cada órgão ou entidade participante do certame. na forma do caput não prejudicará o resultado do cer-
(Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014) tame em relação ao licitante mais bem classificado.
§ 2º Na situação prevista no § 1º, deverá ser evitada
a contratação, em um mesmo órgão ou entidade, de CAPÍTULO VI
mais de uma empresa para a execução de um mesmo
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DO REGISTRO DE PREÇOS E DA VALIDADE DA ATA


serviço, em uma mesma localidade, para assegurar a
responsabilidade contratual e o princípio da padroni-
Art. 11. Após a homologação da licitação, o registro
zação.
Art. 9º O edital de licitação para registro de preços de preços observará, entre outras, as seguintes con-
observará o disposto nas Leis nº 8.666, de 1993, e nº dições:
10.520, de 2002, e contemplará, no mínimo: I - serão registrados na ata de registro de preços os
I - a especificação ou descrição do objeto, que explici- preços e quantitativos do licitante mais bem classifi-
tará o conjunto de elementos necessários e suficientes, cado durante a fase competitiva; (Redação
com nível de precisão adequado para a caracterização dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
do bem ou serviço, inclusive definindo as respectivas II - será incluído, na respectiva ata na forma de anexo,
unidades de medida usualmente adotadas; o registro dos licitantes que aceitarem cotar os bens
II - estimativa de quantidades a serem adquiridas pelo ou serviços com preços iguais aos do licitante vence-
órgão gerenciador e órgãos participantes; dor na sequência da classificação do certame, excluí-
III - estimativa de quantidades a serem adquiridas por do o percentual referente à margem de preferência,
órgãos não participantes, observado o disposto no § quando o objeto não atender aos requisitos previstos
4º do art. 22, no caso de o órgão gerenciador admitir no art. 3º da Lei nº 8.666, de 1993; (Redação
adesões; dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

76
III - o preço registrado com indicação dos fornecedo- período, quando solicitado pelo fornecedor e desde que
res será divulgado no Portal de Compras do Governo ocorra motivo justificado aceito pela administração.
Federal e ficará disponibilizado durante a vigência da (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
ata de registro de preços; e (Redação dada Parágrafo único. É facultado à administração, quando
pelo Decreto nº 8.250, de 2.014) o convocado não assinar a ata de registro de preços no
IV - a ordem de classificação dos licitantes registra- prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes
dos na ata deverá ser respeitada nas contratações. remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-
(Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014) -lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas
pelo primeiro classificado.
§ 1º O registro a que se refere o inciso II do caput Art. 14. A ata de registro de preços implicará compro-
tem por objetivo a formação de cadastro de reserva no misso de fornecimento nas condições estabelecidas,
caso de impossibilidade de atendimento pelo primeiro após cumpridos os requisitos de publicidade.
colocado da ata, nas hipóteses previstas nos arts. 20 e Parágrafo único. A recusa injustificada de fornecedor
21. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, classificado em assinar a ata, dentro do prazo estabe-
de 2.014) lecido neste artigo, ensejará a aplicação das penalida-
§ 2º Se houver mais de um licitante na situação de des legalmente estabelecidas.
que trata o inciso II do caput, serão classificados se- Art. 15. A contratação com os fornecedores registrados
gundo a ordem da última proposta apresentada du- será formalizada pelo órgão interessado por intermédio
rante a fase competitiva. (Redação dada de instrumento contratual, emissão de nota de empenho
de despesa, autorização de compra ou outro instrumento
pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
hábil, conforme o art. 62 da Lei nº 8.666, de 1993.
§ 3º A habilitação dos fornecedores que comporão o
Art. 16. A existência de preços registrados não obriga
cadastro de reserva a que se refere o inciso II do caput
a administração a contratar, facultando-se a realiza-
será efetuada, na hipótese prevista no parágrafo único
ção de licitação específica para a aquisição pretendi-
do art. 13 e quando houver necessidade de contrata- da, assegurada preferência ao fornecedor registrado
ção de fornecedor remanescente, nas hipóteses previs- em igualdade de condições.
tas nos arts. 20 e 21. (Redação dada pelo
Decreto nº 8.250, de 2.014) CAPÍTULO VIII
§ 4º O anexo que trata o inciso II do caput consiste DA REVISÃO E DO CANCELAMENTO DOS PREÇOS
na ata de realização da sessão pública do pregão ou REGISTRADOS
da concorrência, que conterá a informação dos lici-
tantes que aceitarem cotar os bens ou serviços com Art. 17. Os preços registrados poderão ser revistos em
preços iguais ao do licitante vencedor do certame. decorrência de eventual redução dos preços pratica-
(Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014) dos no mercado ou de fato que eleve o custo dos ser-
Art. 12. O prazo de validade da ata de registro de viços ou bens registrados, cabendo ao órgão gerencia-
preços não será superior a doze meses, incluídas even- dor promover as negociações junto aos fornecedores,
tuais prorrogações, conforme o inciso III do § 3º do art. observadas as disposições contidas na alínea “d” do
15 da Lei nº 8.666, de 1993. inciso II do caput do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
§ 1º É vedado efetuar acréscimos nos quantitativos fi- Art. 18. Quando o preço registrado tornar-se superior
xados pela ata de registro de preços, inclusive o acrés- ao preço praticado no mercado por motivo superve-
cimo de que trata o § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666, de niente, o órgão gerenciador convocará os fornecedo-
1993. res para negociarem a redução dos preços aos valores
§ 2º A vigência dos contratos decorrentes do Sistema praticados pelo mercado.
de Registro de Preços será definida nos instrumentos § 1º Os fornecedores que não aceitarem reduzir seus
convocatórios, observado o disposto no art. 57 da Lei preços aos valores praticados pelo mercado serão li- LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

nº 8.666, de 1993. berados do compromisso assumido, sem aplicação de


§ 3º Os contratos decorrentes do Sistema de Registro penalidade.
§ 2º A ordem de classificação dos fornecedores que
de Preços poderão ser alterados, observado o disposto
aceitarem reduzir seus preços aos valores de mercado
no art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
observará a classificação original.
§ 4º O contrato decorrente do Sistema de Registro de
Art. 19. Quando o preço de mercado tornar-se supe-
Preços deverá ser assinado no prazo de validade da
rior aos preços registrados e o fornecedor não puder
ata de registro de preços. cumprir o compromisso, o órgão gerenciador poderá:
I - liberar o fornecedor do compromisso assumido, caso
CAPÍTULO VII a comunicação ocorra antes do pedido de fornecimen-
DA ASSINATURA DA ATA E DA CONTRATAÇÃO to, e sem aplicação da penalidade se confirmada a ve-
COM FORNECEDORES REGISTRADOS racidade dos motivos e comprovantes apresentados; e
II - convocar os demais fornecedores para assegurar
Art. 13. Homologado o resultado da licitação, o for- igual oportunidade de negociação.
necedor mais bem classificado será convocado para Parágrafo único. Não havendo êxito nas negociações,
assinar a ata de registro de preços, no prazo e nas o órgão gerenciador deverá proceder à revogação da
condições estabelecidos no instrumento convocató- ata de registro de preços, adotando as medidas ca-
rio, podendo o prazo ser prorrogado uma vez, por igual bíveis para obtenção da contratação mais vantajosa.

77
Art. 20. O registro do fornecedor será cancelado dos itens do instrumento convocatório e registrados
quando: na ata de registro de preços para o órgão gerenciador
I - descumprir as condições da ata de registro de pre- e para os órgãos participantes. (Redação
ços; dada pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)
II - não retirar a nota de empenho ou instrumento § 4º O instrumento convocatório preverá que o quan-
equivalente no prazo estabelecido pela Administra- titativo decorrente das adesões à ata de registro de
ção, sem justificativa aceitável; preços não poderá exceder, na totalidade, ao dobro do
III - não aceitar reduzir o seu preço registrado, na hi- quantitativo de cada item registrado na ata de regis-
pótese deste se tornar superior àqueles praticados no tro de preços para o órgão gerenciador e para os ór-
mercado; ou gãos participantes, independentemente do número de
IV - sofrer sanção prevista nos incisos III ou IV do caput órgãos não participantes que aderirem. (Re-
do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, ou no art. 7º da Lei dação dada pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigên-
nº 10.520, de 2002. cia)
Parágrafo único. O cancelamento de registros nas hi-
§ 4º-A Na hipótese de compra nacional: (In-
póteses previstas nos incisos I, II e IV do caput será
cluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)
formalizado por despacho do órgão gerenciador, asse-
I - as aquisições ou as contratações adicionais não
gurado o contraditório e a ampla defesa.
excederão, por órgão ou entidade, a cem por cento
Art. 21. O cancelamento do registro de preços poderá
ocorrer por fato superveniente, decorrente de caso for- dos quantitativos dos itens do instrumento convoca-
tuito ou força maior, que prejudique o cumprimento tório e registrados na ata de registro de preços para
da ata, devidamente comprovados e justificados: o órgão gerenciador e para os órgãos participantes; e
I - por razão de interesse público; ou (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)
II - a pedido do fornecedor. II - o instrumento convocatório da compra nacional
preverá que o quantitativo decorrente das adesões à
CAPÍTULO IX ata de registro de preços não excederá, na totalidade,
DA UTILIZAÇÃO DA ATA DE REGISTRO DE PREÇOS ao quíntuplo do quantitativo de cada item registrado
POR ÓRGÃO OU ENTIDADES NÃO PARTICIPANTES na ata de registro de preços para o órgão gerenciador
e para os órgãos participantes, independentemente
Art. 22. Desde que devidamente justificada a vanta- do número de órgãos não participantes que aderirem.
gem, a ata de registro de preços, durante sua vigência, (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)
poderá ser utilizada por qualquer órgão ou entidade § 5o (Revogado pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)
da administração pública federal que não tenha par- § 6º Após a autorização do órgão gerenciador, o ór-
ticipado do certame licitatório, mediante anuência do gão não participante deverá efetivar a aquisição ou
órgão gerenciador. contratação solicitada em até noventa dias, observado
§ 1º Os órgãos e entidades que não participaram do o prazo de vigência da ata.
registro de preços, quando desejarem fazer uso da ata § 7º Compete ao órgão não participante os atos re-
de registro de preços, deverão consultar o órgão ge- lativos à cobrança do cumprimento pelo fornecedor
renciador da ata para manifestação sobre a possibili- das obrigações contratualmente assumidas e a apli-
dade de adesão. cação, observada a ampla defesa e o contraditório,
§ 1º-A A manifestação do órgão gerenciador de que de eventuais penalidades decorrentes do descumpri-
trata o § 1º fica condicionada à realização de estu- mento de cláusulas contratuais, em relação às suas
do, pelos órgãos e pelas entidades que não partici-
próprias contratações, informando as ocorrências ao
param do registro de preços, que demonstre o ganho
órgão gerenciador.
de eficiência, a viabilidade e a economicidade para a
§ 8º É vedada aos órgãos e entidades da adminis-
administração pública federal da utilização da ata de
tração pública federal a adesão a ata de registro de
registro de preços, conforme estabelecido em ato do
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, preços gerenciada por órgão ou entidade municipal,
Desenvolvimento e Gestão. (Incluído pelo distrital ou estadual.
Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência) § 9º É facultada aos órgãos ou entidades municipais,
§ 1º-B O estudo de que trata o § 1º-A, após aprovação distritais ou estaduais a adesão a ata de registro de
pelo órgão gerenciador, será divulgado no Portal de preços da Administração Pública Federal.
Compras do Governo federal. (Incluído pelo § 9º-A Sem prejuízo da observância ao disposto no §
Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência) 3º, à hipótese prevista no § 9º não se aplica o disposto
§ 2º Caberá ao fornecedor beneficiário da ata de re- nos § 1º-A e § 1º-B no caso de órgãos e entidades de
gistro de preços, observadas as condições nela estabe- outros entes federativos. (Incluído pelo De-
lecidas, optar pela aceitação ou não do fornecimento creto nº 9.488, de 2018) (Vigência)
decorrente de adesão, desde que não prejudique as § 10. É vedada a contratação de serviços de tecnologia
obrigações presentes e futuras decorrentes da ata, da informação e comunicação por meio de adesão a
assumidas com o órgão gerenciador e órgãos parti- ata de registro de preços que não seja: (In-
cipantes. cluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)
§ 3º As aquisições ou as contratações adicionais de I - gerenciada pelo Ministério do Planejamento, De-
que trata este artigo não poderão exceder, por órgão senvolvimento e Gestão; ou (Incluído pelo
ou entidade, a cinquenta por cento dos quantitativos Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)

78
II - gerenciada por outro órgão ou entidade e pre-
viamente aprovada pela Secretaria de Tecnologia da
Informação e Comunicação do Ministério do Planeja-
HORA DE PRATICAR!
mento, Desenvolvimento e Gestão. (Incluído
pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência) 1. (TRT 14ª REGIÃO-RO E AC – ANALISTA JUDICIÁ-
§ 11. O disposto no § 10 não se aplica às hipóteses RIO – FCC – 2018) No que concerne à competência
em que a contratação de serviços esteja vinculada ao dos órgãos públicos, na forma disciplinada pela Lei no
fornecimento de bens de tecnologia da informação e 9.784/1999, que regula o processo administrativo no
comunicação constante da mesma ata de registro de âmbito da Administração pública federal, existe expressa
preços. (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de vedação quanto à:
2018) (Vigência)
a) delegação parcial ou temporária de competência, so-
CAPÍTULO X mente sendo admissível delegação em caráter integral
e definitivo.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
b) avocação de competências, ainda que em caráter tem-
porário e excepcional por motivos relevantes e justifi-
Art. 23. A Administração poderá utilizar recursos de
cados pelo órgão superior.
tecnologia da informação na operacionalização do
c) delegação da competência de um órgão a outro quan-
disposto neste Decreto e automatizar procedimentos
do este não lhe seja direta e imediatamente subordi-
de controle e atribuições dos órgãos gerenciadores e
nado hierarquicamente.
participantes.
d) delegação ou avocação de competência para decisão
Art. 24. As atas de registro de preços vigentes, decor- de recursos administrativos, salvo em caráter temporá-
rentes de certames realizados sob a vigência do De- rio e devidamente justificado do ponto de vista técnico.
creto nº 3.931, de 19 de setembro de 2001, poderão e) delegação de competência de determinado órgão a
ser utilizadas pelos órgãos gerenciadores e participan- outro, subordinado hierarquicamente ou não, para
tes, até o término de sua vigência. edição de atos de caráter normativo.
Art. 25. Até a completa adequação do Portal de Com-
pras do Governo federal para atendimento ao disposto 2. (EBSERH – 2018 – CESPE) Julgue o próximo item, re-
no § 1º do art. 5º, o órgão gerenciador deverá: lativo às modalidades de licitação.
I - providenciar a assinatura da ata de registro de pre- Convite é a modalidade de licitação entre interessados
ços e o encaminhamento de sua cópia aos órgãos ou devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
entidades participantes; e condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
II - providenciar a indicação dos fornecedores para anterior à data do recebimento das propostas, observada
atendimento às demandas, observada a ordem de a necessária qualificação.
classificação e os quantitativos de contratação defini-
dos pelos órgãos e entidades participantes. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Art. 26. Até a completa adequação do Portal de Com-
pras do Governo federal para atendimento ao disposto 3. (DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO – FCC – 2018) O
nos incisos I e II do caput do art. 11 e no inciso II do § recurso administrativo é meio hábil para propiciar o ree-
2º do art. 11, a ata registrará os licitantes vencedores, xame da atividade da Administração por razões de lega-
quantitativos e respectivos preços. lidade ou de mérito. O recurso hierárquico impróprio é
Art. 27. O Ministério do Planejamento, Orçamento e aquele dirigido:
Gestão poderá editar normas complementares a este
Decreto. a) à autoridade ou instância superior do mesmo órgão
Art. 28. Este Decreto entra em vigor trinta dias após a administrativo, pleiteando revisão do ato recorrido
data de sua publicação. por terceiro interessado.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 29. Ficam revogados: b) pela parte, à autoridade ou órgão estranho à reparti-
I - o Decreto nº 3.931, de 19 de setembro de 2001; e ção que expediu o ato recorrido, mas com competên-
II - o Decreto nº 4.342, de 23 de agosto de 2002. cia julgadora expressa.
c) pela parte, à autoridade ou órgão estranho à reparti-
Brasília, 23 de janeiro de 2013; 192º da Independência ção que expediu o ato recorrido, sem a necessidade
e 125º da República de competência julgadora expressa, bastando estar,
de alguma forma, em posição hierárquica superior em
relação à autoridade recorrida.
d) à mesma autoridade que expediu o ato, para que o
invalide ou o modifique, e, por isso, apesar de consistir
em reanálise é imprópria, pois não é dirigida à autori-
dade ou órgão hierarquicamente superior.
e) em forma de denúncia formal, à autoridade superior,
dando conta de irregularidades internas ou abuso
de poder na prática de atos da Administração, feita
pela parte atingida diretamente pela irregularidade ou
abuso de poder.

79
4. (SEFAZ-SC – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTA-
DUAL – FCC – 2018) A não ocorrência de prejuízo aos ANOTAÇÕES
cofres de uma empresa pública, constatada irregularida-
de no procedimento de aquisição de equipamentos por
um empregado público: ________________________________________________

a) afasta a possibilidade de caracterização de ato de im- _________________________________________________


probidade.
_________________________________________________
b) impede a instauração de procedimento para respon-
sabilização do empregado em qualquer esfera, à exce- _________________________________________________
ção da penal, caso sua conduta tipifique crime.
c) não afasta a possibilidade de prática de ato de impro- _________________________________________________
bidade se a conduta tiver sido dolosa e se subsumir a
uma das demais hipóteses caracterizadoras de outra _________________________________________________
modalidade, que não exigem prejuízo ao erário para _________________________________________________
tipificação.
d) não interfere na conclusão de processo em curso por _________________________________________________
ato de improbidade, tendo em vista que a tipificação
de qualquer das modalidades possíveis é legalmente _________________________________________________
prevista mediante conduta culposa e não exige efetivo
prejuízo ao erário público. _________________________________________________
e) restringe a responsabilização do empregado à esfera _________________________________________________
disciplinar, pois as empresas públicas se submetem ao
regime jurídico de direito privado, não sendo possível _________________________________________________
configuração de ato de improbidade, salvo se em con-
curso com detentor de cargo efetivo. _________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
GABARITO _________________________________________________

_________________________________________________
1 D
2 ERRADO _________________________________________________
3 B _________________________________________________
4 C _________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

_________________________________________________

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_________________________________________________

_________________________________________________

80
ÍNDICE

LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA


Lei nº 4.950-A/1966....................................................................................................................................................................................................................... 01
Lei nº 5.194/1966............................................................................................................................................................................................................................ 01
Lei nº 6.496/1977............................................................................................................................................................................................................................ 03
Lei nº 6.619/1978............................................................................................................................................................................................................................ 04
Lei nº 6.838/1980............................................................................................................................................................................................................................ 05
Lei nº 6.839/1980............................................................................................................................................................................................................................ 05
Lei nº 7.410/1985............................................................................................................................................................................................................................ 06
Lei nº 8.195/1991............................................................................................................................................................................................................................ 07
Decreto nº 23.196/1933............................................................................................................................................................................................................... 07
Decreto nº 23.569/1933............................................................................................................................................................................................................... 08
Resoluções CONFEA nº 218/1973; nº 336/1989; nº 413/1997; nº 1.002/2002; nº 1.004/2003; nº 1.007/2003; nº 1.008/2004; nº
1.019/2006; nº 1.024/2009; nº 1.025/2009; nº 1.047/2013; nº 1.050/2013; nº 1.059/2014; nº 1.073/2016; nº 1.090/2017................. 11
A mesma legislação estabelece o acréscimo de 25%
LEI Nº 4.950-A/1966 sobre as horas laboradas além das 6 diárias, mas a ju-
risprudência é pacífica no que se refere a previsão de
salário profissional para a jornada de seis horas não im-
plica em adoção de jornada reduzida para as profissões
Prezado Candidato, as legislações que este tópico exi- ali descritas, mas apenas estabelecem o salário mínimo
gem estão disponíveis na íntegra nos endereços eletrôni- da categoria para uma jornada, nos termos da SJ n. 370
cos: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis; http://normativos. do TST.
confea.org.br/ementas/index.asp e http://www.abnt.org. Como já amplamente decidido pelos tribunais, “a
br/normalizacao/lista-de-publicacoes/normas-iso-e-ie- evolução salarial sujeita-se aos reajustes assegurados
c-publicadas. A seguir abordaremos os seus conteúdos à categoria profissional por liberalidade ou por nego-
atualizados. ciação coletiva” (TRT da 4ª Região, 4ª Turma, 0000872-
97.2010.5.04.0011 RO, em 27/09/2012).

LEI Nº 4.950-A/1966. #FicaDica


Esta referida lei, editada em 1966 estabelece o salá- “A EVOLUÇÃO SALARIAL SUJEITA-SE AOS
rio mínimo dos profissionais diplomados em Engenharia, REAJUSTES ASSEGURADOS À CATEGORIA
Química, Arquitetura, Agronomia e Veterinária. Mesmo PROFISSIONAL POR LIBERALIDADE OU
contendo apenas poucos artigos ela é contraditória no POR NEGOCIAÇÃO COLETIVA”
que se refere ao cálculo do piso dos profissionais con-
templados pela norma.
O operador de direito Teodoro Rosenfield a Campis
expõe que: “lamentavelmente, as análises nos nossos tri-
LEI Nº 5.194/1966
bunais têm ficado, via de regra, restritas à constituciona-
lidade da Lei 4.950/66 e superficialmente ao cálculo do
piso para uma jornada de oito horas diárias, cingindo-se
a discussão ao acréscimo para as horas excedentes a seis LEI Nº 5.194/1966.
por dia: se de 25% tal qual expresso na lei ou 50%, acrés-
cimo constitucionalmente determinado para o serviço A Lei 5.194 regula o exercício das profissões de En-
extraordinário; e assim concluindo as cortes (com alvissa- genheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, que são
caracterizadas pelas realizações de interesse social e
reiras exceções que a seguir serão exemplificadas) que o
humano que importem na realização dos seguintes em-
salário mínimo profissional seria de 8,5 salários mínimos
preendimentos:
nacionais ou 9 salários mínimos nacionais para a jornada
de oito horas diárias”, justifica.
A Lei não determina o pagamento de nove salários - aproveitamento e utilização de recursos naturais;
mínimos nacionais ou, então dos, 8,5 salários mínimos
nacionais aos engenheiros, arquitetos, agrônomos, quí- - meios de locomoção e comunicações;
micos e veterinários para carga de oito horas diárias. O - edificações, serviços e equipamentos urbanos, rurais
e regionais, nos seus aspectos técnicos e artísticos;
quê acontece é que se trata de uma lei de 1966 e por
isso a carga horária semanal na época era de 48 horas, - instalações e meios de acesso a costas, cursos e
e não 44, como é hoje. Se considerar a semana, que tem massas de água e extensões terrestres;
seis dias úteis, a carga semanal de 44 horas acarreta em
uma média diária de 7,33 horas, de forma que, com o - desenvolvimento industrial e agropecuário.
acréscimo de 25% sobre a 1,33 hora excedente, nos leva
a um piso de 7,66 salários mínimos nacionais, mesmo va-
O exercício da referida profissão precisa observar as
lor que se encontra em cálculo valendo-se do número de
condições de capacidade e demais exigências legais, é
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

horas mês (6 salários mínimos nacionais para 180 horas;


assegurado:
7,66 salários mínimos nacionais para 220).
O mesmo operador do direito Teodoro Rosenfield a
Campis explica que: em razão da modificação da carga a) aos que possuam, devidamente registrado, diplo-
semanal máxima de trabalho, o cálculo do salário-base ma de faculdade ou escola superior de engenharia,
mínimo estabelecido no art. 6º da Lei n. 4.950-A/66 deve arquitetura ou agronomia, oficiais ou reconheci-
ser feito levando-se em conta a carga máxima de 44 ho- das, existentes no País;
b) aos que possuam, devidamente revalidado e regis-
ras vigente desde 1988 e não a de 48 horas semanais,
trado no País, diploma de faculdade ou escola es-
como fez o Juízo da origem. (...) Assim sendo, se para a trangeira de ensino superior de engenharia, arqui-
jornada de seis horas diárias e 36 semanais é devido o sa- tetura ou agronomia, bem como os que tenham
lário profissional de seis salários mínimos, para a jornada esse exercício amparado por convênios internacio-
de 7h20min (7,33 decimais) é devido o salário profissio- nais de intercâmbio;
nal equivalente a 7,33 salários mínimos.

1
c) aos estrangeiros contratados que, a critério dos O Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e
Conselhos Federal e Regionais de Engenharia, Ar- Agronomia, (CONFEA), é a instância superior da fiscali-
quitetura e Agronomia, considerados a escassez zação do exercício profissional da engenharia, da arqui-
de profissionais de determinada especialidade e o tetura e da agronomia, é constituído por 18 membros,
interesse nacional, tenham seus títulos registrados brasileiros, diplomados em Engenharia, Arquitetura ou
temporariamente. Agronomia, habilitados de acordo com esta lei, obedeci-
da a seguinte composição:
É caracterizado exercício ilegal da profissão a pessoa
física ou jurídica que realizar atos ou prestar serviços
público ou privado reservados aos profissionais de que a) 15 representantes de grupos profissionais, sendo
trata esta lei e que não possua registro nos Conselhos 9 engenheiros representantes de modalidades
Regionais; o profissional que se incumbir de atividades de engenharia estabelecida em termos genéricos
estranhas às atribuições discriminadas em seu registro; pelo Conselho Federal, no mínimo de 3 modalida-
o profissional que emprestar seu nome a pessoas, des, de maneira a corresponderem às formações
firmas, organizações ou empresas executoras de obras técnicas constantes dos registros nele existentes; 3
e serviços sem sua real participação nos trabalhos delas; arquitetos e 3 engenheiros-agrônomos;
o profissional que, suspenso de seu exercício, continue
em atividade; a firma, organização ou sociedade que, na b) 1 representante das escolas de engenharia, 1 re-
qualidade de pessoa jurídica, exercer atribuições reserva-
presentante das escolas de arquitetura e 1 repre-
das aos profissionais da engenharia, da arquitetura e da
agronomia. sentante das escolas de agronomia.
Já as atividades e atribuições profissionais do enge- - Cada membro do Conselho Federal terá 1 suplente.
nheiro, do arquiteto e do engenheiro-agrônomo consis- - O presidente do Conselho Federal será eleito, por
tem em: maioria absoluta, dentre os seus membros.
- A vaga do representante nomeado presidente do
- desempenho de cargos, funções e comissões em Conselho será preenchida por seu suplente.
entidades estatais, paraestatais, autárquicas, de
economia mista e privada; Os mandatos dos membros do Conselho Federal e
- planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zo- do Presidente serão de 3 anos e se renovará anualmente
nas, cidades, obras, estruturas, transportes, explo- pelo terço de seus membros.
rações de recursos naturais e desenvolvimento da
produção industrial e agropecuária; Os Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e
- estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, pe- Agronomia (CREA) são órgãos de fiscalização do exer-
rícias, pareceres e divulgação técnica; cício das profissões de engenharia, arquitetura e agro-
- ensino, pesquisas, experimentação e ensaios; nomia, em suas regiões. São constituídos de brasileiros
- fiscalização de obras e serviços técnicos; diplomados em curso superior, legalmente habilitados
- direção de obras e serviços técnicos;
obedecida a seguinte composição:
- execução de obras e serviços técnicos;
- produção técnica especializada, industrial ou
agropecuária. a) um presidente, eleito por maioria absoluta pelos
membros do Conselho, com mandato de 3 anos;
Os engenheiros, arquitetos e engenheiros-agrôno- b) um representante de cada escola ou faculdade de
mos também poderão exercer qualquer outra atividade engenharia, arquitetura e agronomia com sede na
que, por sua natureza, se inclua no âmbito de suas pro- Região;
fissões. c) representantes diretos das entidades de classe de
O artigo 15 desta lei estabelece que: São nulos de
engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo,
pleno direito os contratos referentes a qualquer ramo
registradas na Região.
da engenharia, arquitetura ou da agronomia, inclusive
a elaboração de projeto, direção ou execução de obras,
quando firmados por entidade pública ou particular com Cada membro do Conselho terá um suplente.
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

pessoa física ou jurídica não legalmente habilitada a pra-


ticar a atividade nos termos desta lei. As Câmaras Especializadas são os órgãos dos Conse-
Enquanto durar a execução de obras, instalações e lhos Regionais encarregados de julgar e decidir sobre os
serviços de qualquer natureza, é obrigatória a colocação assuntos de fiscalização pertinentes às respectivas espe-
e manutenção de placas visíveis e legíveis ao público, cializações profissionais e infrações do Código de Ética. E
contendo o nome do autor e coautores do projeto, em serão constituídas pelos conselheiros regionais. Em cada
todos os seus aspectos técnicos e artísticos, assim como Câmara Especializada haverá um membro, eleito pelo
os dos responsáveis pela execução dos trabalhos. Conselho Regional, representando as demais categorias
A verificação e fiscalização do exercício e atividades profissionais, desde que entre os conselheiros regionais
das profissões nela reguladas serão exercidas por um haja um mínimo de 3 do mesmo grupo profissional.
Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agrono- Em relação ao registro dos profissionais, os profis-
mia (CONFEA) e Conselhos Regionais de Engenharia, Ar- sionais habilitados só poderão exercer a profissão após
quitetura e Agronomia (CREA), organizados de forma a o registro no Conselho Regional, sob cuja jurisdição se
assegurarem unidade de ação. achar o local de sua atividade.

2
As firmas, sociedades, associações, companhias, coo-
perativas e empresas em geral, que se organizem para #FicaDica
executar obras ou serviços relacionados na forma es-
tabelecida nesta lei, só poderão iniciar suas atividades É CARACTERIZADO EXERCÍCIO ILEGAL DA
depois de promoverem o competente registro nos Con- PROFISSÃO A PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA
selhos Regionais, bem como o dos profissionais do seu QUE REALIZAR ATOS OU PRESTAR SERVI-
quadro técnico. ÇOS PÚBLICO OU PRIVADO RESERVADOS
Já o registro de firmas, sociedades, associações, com- AOS PROFISSIONAIS DE QUE TRATA ESTA
panhias, cooperativas e empresas em geral só será con- LEI E QUE NÃO POSSUA REGISTRO NOS
cedido se sua denominação for realmente condizente CONSELHOS REGIONAIS
com sua finalidade e qualificação de seus componentes.
As entidades estatais, paraestatais, autárquicas e de eco-
nomia mista que tenham atividade na engenharia, na ar-
quitetura ou na agronomia, ou se utilizem dos trabalhos EXERCÍCIO COMENTADO
de profissionais dessas categorias, são obrigadas, sem
quaisquer ônus, a fornecer aos Conselhos Regionais to- 01. (SERPRO - Analista - Engenharia Mecânica - CES-
dos os elementos necessários à verificação e fiscalização. PE - 2013). Considere que uma empresa atue na área de
Será automaticamente cancelado o registro do pro- projetos e execução de instalação de sistemas de refri-
fissional ou da pessoa jurídica que deixar de efetuar o geração, possua profissionais de diversas áreas da enge-
pagamento da anuidade, a que estiver sujeito, durante nharia e tenha uma diretoria composta exclusivamente
2 anos consecutivos sem prejuízo da obrigatoriedade do de economistas. Com base nessas informações, julgue os
pagamento da dívida. itens a seguir: Por possuir engenheiros em seu quadro
O profissional ou pessoa jurídica que tiver seu regis- de funcionários, a empresa poderá utilizar o termo enge-
tro cancelado, se desenvolver qualquer atividade regu- nharia em sua denominação.
lada nesta lei, estará exercendo ilegalmente a profissão,
podendo reabilitar-se mediante novo registro, satisfeitas, ( ) CERTO ( ) ERRADO
além das anuidades em débito, as multas que lhe tenham
sido impostas e os demais emolumentos e taxas regula- Resposta: B
mentares. Art. 5º Só poderá ter em sua denominação as palavras
Só poderão ser admitidos nas concorrências públicas engenharia, arquitetura ou agronomia a firma comer-
para obras ou serviços técnicos e para concursos de pro- cial ou industrial cuja diretoria for composta, em sua
jetos, profissionais e pessoas jurídicas que apresentarem maioria, de profissionais registrados nos Conselhos
prova de quitação de débito ou visto do Conselho Re- Regionais.
gional da jurisdição onde a obra, o serviço técnico ou
projeto deva ser executado.
As penalidades aplicáveis por infração da presente lei LEI Nº 6.496/1977
são as seguintes, de acordo com a gravidade da falta:

a) advertência reservada; LEI Nº 6.496/1977


b) censura pública;
Esta Lei institui a “Anotação de Responsabilidade Téc-
c) multa;
nica” na prestação de serviços de engenharia, de arquite-
d) suspensão temporária do exercício profissional;
tura e agronomia; autoriza a criação, pelo Conselho Fe-
e) cancelamento definitivo do registro.
deral de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA,
de uma Mútua de Assistência Profissional.
As penalidades para cada grupo profissional serão Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de
impostas pelas respectivas Câmaras Especializadas ou, na obras ou prestação de quaisquer serviços profissionais
falta destas, pelos Conselhos Regionais. Já as penas de referentes à Engenharia, à Arquitetura e à Agronomia fica
advertência reservada e de censura pública são aplicáveis sujeito à “Anotação de Responsabilidade Técnica” (ART).
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

aos profissionais que deixarem de cumprir disposições Esta tem por obrigação definir para os efeitos legais
do Código de Ética, tendo em vista a gravidade da falta os responsáveis técnicos pelo empreendimento de enge-
e os casos de reincidência, a critério das respectivas Câ- nharia, arquitetura e agronomia. Será efetuada pelo pro-
fissional ou pela empresa no Conselho Regional de Enge-
maras Especializas.
nharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), de acordo com
O cancelamento do registro será efetuado por má
Resolução própria do Conselho Federal de Engenharia,
conduta pública e escândalos praticados pelo profissio-
Arquitetura e Agronomia (CONFEA), este que fixará os
nal ou sua condenação definitiva por crime considerado critérios e os valores das taxas da ART ad referendum do
infamante. Nenhum profissional poderá exercer funções Ministro do Trabalho.
eletivas em Conselhos por mais de dois períodos suces- O Regimento determinará as modalidades da indica-
sivos. ção e as funções de cada membro da Diretoria Executiva,
As remunerações iniciais dos engenheiros, arquitetos bem como o modo de substituição, em seus impedimen-
e engenheiros-agrônomos, qualquer que seja a fonte pa- tos e faltas, cabendo ao CONFEA a indicação do Dire-
gadora, não poderão ser inferiores a 6 vezes o salário-mí- tor-Presidente e, aos outros Diretores a escolha, entre si,
nimo da respectiva região. dos ocupantes das demais funções.

3
Os mandatos da Diretoria Executiva terão duração de
3 anos, sendo gratuito o exercício das funções corres-
EXERCÍCIO COMENTADO
pondentes, estes somente poderão ser destituídos por
decisão do CONFEA, tomada em reunião secreta, espe-
cialmente convocada para esse fim, e por maioria de 2/3 01. (PGE-MT - Analista – Engenheiro Cartográfico e
dos membros do Plenário. Agrimensor - FCC – 2016). O instrumento que define,
Constituirão rendas da Mútua: para os efeitos legais, os responsáveis técnicos pela exe-
cução de obras ou prestação de serviços relativos às pro-
fissões abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA é
- 1/5 da taxa de ART;
- uma contribuição dos associados, cobrada anual a) a Anotação de Responsabilidade Técnica – ART.
ou parceladamente e recolhida, simultaneamente, b) o Acervo Técnico Profissional − ATP.
com a devida aos CREAS; c) a Inscrição no Conselho Regional de Engenharia e
- doações, legados e quaisquer valores adventícios, Agronomia – CREA.
bem como outras fontes de renda eventualmente d) a Inscrição no Conselho Federal de Engenharia e Agro-
instituídas em lei; nomia – CONFEA.
- outros rendimentos patrimoniais. e) a Certidão de Acervo Técnico.

A inscrição do profissional na Mútua dar-se-á com Resposta: A


o pagamento da primeira contribuição, quando será LEI 6.496
preenchida pelo profissional sua ficha de Cadastro Geral, Art 1º - Todo contrato, escrito ou verbal, para a
e atualizada nos pagamentos subsequentes, nos moldes execução de obras ou prestação de quaisquer
a serem estabelecidos por Resolução do CONFEA. serviços profissionais referentes à Engenharia, à
A inscrição na Mútua é pessoal e independente de Arquitetura e à Agronomia fica sujeito à «Anotação de
inscrição profissional e os benefícios só poderão ser pa- Responsabilidade Técnica» (ART).
gos após decorrido 1 ano do pagamento da primeira Art 2º - A ART define para os efeitos legais os
contribuição. responsáveis técnicos pelo empreendimento de
Qualquer irregularidade na arrecadação, na conces- engenharia, arquitetura e agronomia.
são de benefícios ou no funcionamento da Mútua, ense-
jará a intervenção do CONFEA, para restabelecer a nor- LEI Nº 6.619/1978
malidade, ou do Ministro do Trabalho, quando se fizer
necessária.
No caso de dissolução da Mútua, seus bens, valores
e obrigações serão assimilados pelo CONFEA, ressalva- LEI Nº 6.619/1978
dos os direitos dos associados. O CONFEA e os CREAs
responderão, solidariamente, pelo déficit ou dívida da
A referida legislação alterou alguns artigos da Lei nº
Mútua, na hipótese de sua insolvência.
5.194, conforme demostrado abaixo:
“Art. 27 - ......................................................................................
.............................
#FicaDica q) autorizar o presidente a adquirir, onerar ou, me-
diante licitação, alienar bens imóveis.
OS MANDATOS DA DIRETORIA EXECUTI-
Parágrafo único - .....................................................................
VA TERÃO DURAÇÃO DE 3 ANOS, SENDO
..................................
GRATUITO O EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES
“Art. 34 - ......................................................................................
CORRESPONDENTES, ESTES SOMENTE
.............................
PODERÃO SER DESTITUÍDOS POR DECI-
s) autorizar o presidente a adquirir, onerar ou, me-
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

SÃO DO CONFEA, TOMADA EM REUNIÃO


diante licitação, alienar bens imóveis”.
SECRETA, ESPECIALMENTE CONVOCADA
Os artigos abaixo mudaram a redação:
PARA ESSE FIM, E POR MAIORIA DE 2/3
“Art. 28 - Constituem renda do Conselho Federal:
DOS MEMBROS DO PLENÁRIO
I - quinze por cento do produto da arrecadação previs-
ta nos itens I a V do art. 35;
II - doações, legados, juros e receitas patrimoniais;
III - subvenções;
IV - outros rendimentos eventuais”.
“Art. 35 - Constituem renda dos Conselhos Regionais:
I - anuidades cobradas de profissionais e pessoas ju-
rídicas;
II - taxas de expedição de carteiras profissionais e do-
cumentos diversos;

4
III - emolumentos sobre registros, vistos e outros pro-
cedimentos; LEI Nº 6.838/1980
IV - quatro quintos da arrecadação da taxa instituída
pela Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977;
V - multas aplicadas de conformidade com esta Lei e
com a Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977;
LEI Nº 6.838/1980
VI - doações, legados, juros e receitas patrimoniais;
VII - subvenções;
VIII - outros rendimentos eventuais.” Esta lei dispõe sobre o prazo prescricional para a pu-
“Art. 36 - Os Conselhos Regionais recolherão ao Con- nibilidade de profissional liberal, por falta sujeita a pro-
selho Federal, até o dia trinta do mês subsequente ao cesso disciplinar, a ser aplicada por órgão competente.
da arrecadação, a quota de participação estabelecida A punibilidade de profissional liberal, por falta sujeita a
no item I do art. 28. processo disciplinar, através de órgão em que esteja ins-
Parágrafo único - Os Conselhos Regionais poderão crito, prescreve em 5 anos, contados da data de verifica-
destinar parte de sua renda líquida, proveniente da ção do fato respectivo.
arrecadação das multas, a medidas que objetivem o O conhecimento expresso ou a notificação feita di-
aperfeiçoamento técnico e cultura do engenheiro, do retamente ao profissional faltoso interrompe o prazo
arquiteto e do engenheiro-agrônomo.” prescricional de que trata o artigo anterior, mas a defesa
“Art. 63 - ...................................................................................... precisa ser escrita ou a termo, a partir de quando reco-
................................. meçará a fluir novo prazo prescricional.
§ 1º - A anuidade a que se refere este artigo será Se o processo disciplinar estiver paralisado há mais
devida a partir de 1º de janeiro de cada ano. de 3 anos pendente de despacho ou julgamento, será
§ 2º - O pagamento da anuidade após 31 de março arquivado ex offício , ou a requerimento da parte inte-
terá o acréscimo de vinte por cento, a título de mora, ressada.
quando efetuado no mesmo exercício.
§ 3º - A anuidade paga após o exercício respectivo
terá o seu valor atualizado para o vigente à época do LEI Nº 6.839/1980
pagamento, acrescido de vinte por cento, a título de
mora.»
“Art. 73 - As multas são estipuladas em função do
maior valor de referência fixado pelo Poder Executivo LEI Nº 6.839/1980
e terão os seguintes valores, desprezadas as frações de
um cruzeiro:
a) de um a três décimos do valor de referência, aos Dispõe sobre o registro de empresas nas entidades
infratores dos arts. 17 e 58 e das disposições para as fiscalizadoras do exercício de profissões. O registro de
quais não haja indicação expressa de penalidade; empresas e a anotação dos profissionais legalmente ha-
b) de três a seis décimos do valor de referência, às pes- bilitados, delas encarregados, serão obrigatórios nas en-
soas físicas, por infração da alínea b do art. 6º, dos tidades competentes para a fiscalização do exercício das
arts. 13, 14 e 55 ou do parágrafo único do art. 64; diversas profissões, em razão da atividade básica ou em
c) de meio a um valor de referência, às pessoas jurídi- relação àquela pela qual prestem serviços a terceiros.
cas, por infração dos arts. 13, 14, 59 e 60, e parágrafo
único do art. 64;
d) de meio a um valor de referência, às pessoas físicas,
EXERCÍCIO COMENTADO
por infração das alíneas a, c e d do art. 6º;
e) de meio a três valores de referência, às pessoas jurí-
dicas, por infração do art. 6º. 01. (CRP - 2º Região (PE) - Psicólogo Orientador
Parágrafo único - ...................................................................... – Fiscal - Quadrix – 2018). De acordo com a Lei n.°
....................................” 6.839/1980, assinale a alternativa correta.
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

a) O registro de empresas legalmente habilitadas para


#FicaDica atuação em psicologia é de atribuição do governo fe-
OS CONSELHOS REGIONAIS RECOLHERÃO deral, estadual e municipal.
AO CONSELHO FEDERAL, ATÉ O DIA TRIN- b) O registro de profissionais de psicologia que não pos-
TA DO MÊS SUBSEQUENTE AO DA ARRE- suem inscrição no CRP, como é o caso de muitos pro-
CADAÇÃO, A QUOTA DE PARTICIPAÇÃO fessores de psicologia, é de atribuição de entidades
fiscalizadoras competentes do governo estadual.
c) O registro de empresas e a anotação dos profissio-
nais legalmente habilitados, delas encarregados, serão
obrigatórios nas entidades competentes para a fisca-
lização do exercício das diversas profissões, em razão
da atividade básica ou em relação àquela pela qual
prestem serviços a terceiros.

5
d) O registro de empresas e profissionais, com o título
de especialista, que estão legalmente habilitados para
atuação em psicologia é de atribuição das entidades EXERCÍCIO COMENTADO
competentes para a fiscalização do exercício das di-
versas profissões e dos governos estaduais e muni- 01. (CREA-MG - Profissional de Nível Superior – Direi-
cipais. to - MS CONCURSOS – 2014). Analise o texto a seguir e
e) A Lei n° 6.839/1980 não possui relação direta com o marque a alternativa que faz a afirmação correta. O exer-
registro de empresas e profissionais nas entidades fis-
cício da especialização de Engenheiro de Segurança do
calizadoras do exercício de cada profissão.
Trabalho, de que trata a Lei no 7.410, de 27 de novembro
de 1985, será permitido exclusivamente ao:
Resposta: C I – Engenheiro ou Arquiteto, portador de certificado de
Art. 1º – O registro de empresas e a anotação dos pro- conclusão de curso de especialização em Engenharia de
fissionais legalmente habilitados, delas encarregados, Segurança do Trabalho, a ser ministrado no País, em nível
serão obrigatórios nas entidades competentes para a
de pós-graduação;
fiscalização do exercício das diversas profissões, em
razão da atividade básica ou em relação àquela pela II – portador de certificado de curso de especialização
qual prestem serviços a terceiros. em Engenharia de Segurança do Trabalho, realizado em
caráter prioritário, pelo Ministério da Educação.
III – possuidor de diploma de Engenheiro de Segurança
LEI Nº 7.410/1985 do Trabalho, expedido pelo Ministério da Educação.
IV – possuidor de registro de Supervisor de Segurança do
Trabalho, expedido pelo Ministério do Trabalho.
LEI Nº 7.410/1985
a) São verdadeiras somente as afirmações dos itens I e III.
Dispõe sobre a Especialização de Engenheiros e Ar- b) São verdadeiras as afirmações dos itens I, II, III e IV.
quitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a c) É verdadeira somente a afirmação do item I.
Profissão de Técnico de Segurança do Trabalho, e dá ou- d) São verdadeiras somente as afirmações dos itens I, III
tras Providências. e IV.

O exercício da especialização de Engenheiro de Segu-


rança do Trabalho será permitido exclusivamente: Resposta: C
Art. 1º - O exercício da especialização de Engenheiro
- ao Engenheiro ou Arquiteto, portador de certificado de Segurança do Trabalho será permitido exclusiva-
de conclusão de curso de especialização em Enge- mente:
nharia de Segurança do Trabalho, a ser ministrado I - ao Engenheiro ou Arquiteto, portador de certificado
no País, em nível de pós-graduação; de conclusão de curso de especialização em Engenha-
- ao portador de certificado de curso de especiali-
ria de Segurança do Trabalho, a ser ministrado no País,
zação em Engenharia de Segurança do Trabalho,
em nível de pós-graduação;
realizado em caráter prioritário, pelo Ministério do
Trabalho; II - ao portador de certificado de curso de especializa-
- ao possuidor de registro de Engenheiro de Seguran- ção em Engenharia de Segurança do Trabalho, realiza-
ça do Trabalho, expedido pelo Ministério do Traba- do em caráter prioritário, pelo Ministério do Trabalho;
lho, até a data fixada na regulamentação desta Lei. III - ao possuidor de registro de Engenheiro de Segu-
rança do Trabalho, expedido pelo Ministério do Tra-
O exercício da profissão de Técnico de Segurança do balho, até a data fixada na regulamentação desta Lei.
Trabalho será permitido, exclusivamente: Art. 2º - O exercício da profissão de Técnico de Se-
gurança do Trabalho será permitido, exclusivamente:
- ao portador de certificado de conclusão de curso de I - ao portador de certificado de conclusão de curso de
Técnico de Segurança do Trabalho, a ser ministrado
Técnico de Segurança do Trabalho, a ser ministrado no
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

no País em estabelecimentos de ensino de 2º grau;


- ao Portador de certificado de conclusão de curso País em estabelecimentos de ensino de 2º grau;
de Supervisor de Segurança do Trabalho, realizado II - ao Portador de certificado de conclusão de curso
em caráter prioritário pelo Ministério do Trabalho; de Supervisor de Segurança do Trabalho, realizado em
- ao possuidor de registro de Supervisor de Seguran- caráter prioritário pelo Ministério do Trabalho;
ça do Trabalho, expedido pelo Ministério do Traba- III - ao possuidor de registro de Supervisor de Segu-
lho, até a data fixada na regulamentação desta Lei. rança do Trabalho, expedido pelo Ministério do Tra-
balho, até a data fixada na regulamentação desta Lei.
O exercício da atividade de Engenheiros e Arquitetos
na especialização de Engenharia de Segurança do Tra-
balho dependerá de registro em Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia, após a regulamen-
tação desta Lei, e o de Técnico de Segurança do Trabalho,
após o registro no Ministério do Trabalho.

6
a) ensino agrícola, em seus diferentes graus;
LEI Nº 8.195/1991 b) experimentações racionais e científicas referentes
à agricultura, e, em geral, quaisquer demonstra-
ções práticas de agricultura em estabelecimentos
federais, estaduais e municipais;
c) propaganda e difusão de mecânica agrícola, de
LEI Nº 8.195/1991 processos de adubação, de métodos aperfeiçoa-
dos de colheita e de beneficiamento dos produtos
Esta lei altera a Lei n° 5.194, de 24 de dezembro de agrícolas, bem como de métodos de aproveita-
1966, que regula o exercício das profissões de Engenhei- mento industrial da produção vegetal;
ro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo, dispondo sobre d) estudos econômicos relativos à agricultura e in-
eleições diretas para Presidentes dos Conselhos Federal dústrias correlatas;
e Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. e) genética agrícola, produção de sementes, melho-
Os Presidentes dos Conselhos Federal e Regionais de ramento das plantas cultivadas e fiscalização do
Engenharia, Arquitetura e Agronomia serão eleitos pelo comércio de sementes, plantas vivas e partes vivas
voto direto e secreto dos profissionais registrados e em de plantas;
dia com suas obrigações para com os citados conselhos, f) fítopatologia, entomologia e microbiologia agríco-
podendo candidatar-se profissionais brasileiros habilita- las;
dos. g) aplicação de medidas de defesa e de vigilância sa-
O Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e nitária vegetal;
Agronomia disporá, em resolução, sobre os procedimen- h) química e tecnologia agrícolas;
tos eleitorais referentes à organização e data das elei- i) reflorestamento, conservação, defesa, eploração e
ções, prazos de desincompatibilização, apresentação de industrialização de matas;
candidaturas e tudo o mais que se fizer necessário à rea- j) administração de colônias agrícolas;
lização dos pleitos. l) ecologia e meteorologia agrícolas;
m) fiscalização de estabelecimentos de ensino agro-
nômico, reconhecidos, equiparados ou em via de
DECRETO Nº 23.196/1933 equiparação;
n) fiscalização de empresas, agrícolas ou de indús-
trias correlatas, que gozarem de favores oficiais;
o) barragens em terra que não excedam de cinco
DECRETO Nº 23.196/1933 metros de altura;
p) irrigação e drenagem para fins agrícolas;
Este Decreto regula o exercício da profissão agronô- q) estradas de rodagem de interesse local e destina-
mica, o exercício da profissão do agrônomo ou enge- das a fins agrícolas, desde que nelas não existam
nheiro agrônomo, em qualquer dos seus ramos, com as bueiros e pontilhões de mais de cinco metros de
atribuições estabelecidas neste decreto, só será permi- vão;
tido: r) construções rurais, destinadas a moradias ou fins
a) aos profissionais diplomados no país por escolas agrícolas;
ou institutos de ensino agronômicos oficiais, equi- s) avaliações e perícias relativas às alíneas anteriores;
parados ou oficialmente reconhecidos: t) agrologia;
b) aos profissionais que, sendo diplomados em agro- u) peritagem e identificação, para desembaraço em
nomia por escolas superiores estrangeiras, após repartições fiscais ou para fins judiciais, de instru-
curso regular e válido para o exercício da profissão mentos, utensílios e máquinas agrícolas, semen-
no país de origem, tenham rivalidade no Brasil os tes, plantas ou partes vivas de plantas, adubos, in-
seus diplomas de acordo com a legislação federal. seticidas, fungicidas, maquinismos e acessórios e,
bem assim, outros artigos utilizáveis na agricultura
ou na instalação de indústrias rurais e derivadas;
Não será permitido o exercício da profissão aos di- v) determinação do valor locativo e venal das pro-
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

plomados por escolas ou cursos cujos estudos hajam priedades rurais, para fins administrativos ou ju-
sido feitos por meio de correspondência. diciais, na parte que se relacione com a sua pro-
Para a assinatura de contratos, termos de posse, fissão;
inscrição em concursos, pagamentos de licença ou im- x) avaliação e peritagem das propriedades rurais,
postos para o exercício da profissão, e desempenho de suas instalações, rebanhos e colheitas pendentes,
quaisquer funções a esta inerentes é preciso ter o certi- para fins administrativos, judiciais ou de crédito;
ficado de registro ou a apresentação do título registrado z) avaliação dos melhoramentos fundiários para os
será exigido pelas autoridades federais, estaduais e mu- mesmos fins da alínea x.
nicipais.
Constitui também atribuição dos agrônomos ou en-
São atribuições dos agrônomos ou engenheiros genheiros agrônomos a execução dos serviços não es-
agrônomos a organização, direção e execução dos ser- pecificados no presente decreto que, por sua natureza,
viços técnicos oficiais, federais, estaduais e municipais, exijam conhecimentos de agricultura, de indústria ani-
concernentes às matérias e atividades seguintes: mal, ou de indústrias que lhe sejam correlatas.

7
Desde que preencham as exigências da respectiva São atribuições do Conselho Federal de Engenharia
regulamentação, é assegurado aos agrônomos e en- e Arquitetura:
genheiros agrônomos o exercício da profissão de agri- a) organizar o seu regimento interno;
mensor, sendo, portanto, válidas, para todos os efeitos, b) aprovar os regimentos internos organizados pelos
as medições, divisões e demarcações de terras por eles Conselhos Regionais, modificando o que se tornar
efetuadas. necessário, afim de manter a respectiva unidade de
ação;
c) examinar, decidindo a respeito em última instância,
#FicaDica e podendo até anular, o registro de qualquer pro-
fissional licenciado que não estiver de acordo com
NÃO SERÁ PERMITIDO O EXERCÍCIO DA o presente decreto;
PROFISSÃO AOS DIPLOMADOS POR ESCO- d) tomar conhecimento de quaisquer dúvidas suscita-
LAS OU CURSOS CUJOS ESTUDOS HAJAM das nos Conselhos Regionais e dirimi-las;
SIDO FEITOS POR MEIO DE CORRESPON- e) julgar em última instância os recursos de penalida-
DÊNCIA. des impostas pelos Conselhos Regionais;
f) publicar o relatório anual dos seus trabalhos, em
que deverá figurar a relação de todos os profissio-
nais registrados.
DECRETO Nº 23.569/1933 Ao presidente, que será sempre o representante do
Governo Federal, compete, além da direção do Conselho,
a suspensão, de qualquer decisão que o mesmo tome e
lhe pareça inconveniente. O ato da suspensão vigorará,
até novo julgamento do caso, para o qual o presiden-
DECRETO Nº 23.569/1933 te convocará segunda reunião, no prazo de quinze dias,
contados do seu ato; e se, no segundo julgamento, o
Este Decreto regula o exercício das profissões de en-
Conselho mantiver, por dois terços de seus membros, a
genheiro, de arquiteto e de agrimensor, que será somen-
decisão suspensa, esta entrará em vigor imediatamente.
te permitido, respectivamente:
São atribuições dos Conselhos Regionais:
a) nos diplomados pelas escolas ou cursos de en-
a) examinar os requerimentos e processos de registro
genharia, arquitetura ou agrimensura, oficiais, da
de licenças profissionais, resolvendo como conver-
União Federal, ou que sejam, ou tenham sido ao
ter;
tempo da conclusão dos seus respectivos cursos,
b) examinar reclamações e representações escritas
oficializadas, equiparadas às da União ou sujeitas
acerca dos serviços de registro e das infrações do
ao regime de inspeção do Ministério da Educação
presente decreto, decidindo a respeito;
e Saúde Pública;
c) fiscalizar o exercício das profissões de engenheiro,
b) aos diplomados, em data anterior à respectiva ofi-
de arquiteto e de agrimensor, impedindo e punin-
cialização ou equiparação às da União, por escolas
do as infrações deste decreto, bem como enviando
nacionais de engenharia, arquitetura ou agrimen-
às autoridades competentes minuciosos e docu-
sura cujos diplomas hajam sido reconhecidos em
mentados relatórios sobre fatos que apurarem e
virtude de lei federal;
cuja solução ou repressão não seja de sua alçada:
c) àqueles que, diplomadas por escolas ou institutos
d) publicar relatórios anuais de seus trabalhos e a re-
técnicos superiores estrangeiros de engenharia,
lação dos profissionais registrados;
arquitetura ou agrimensura, após curso regular e
e) elaborar a proposta de seu regimento interno,
válido para o exercício da profissão em todo o país
submetendo-a à aprovação do Conselho Federal
onde se acharem situados, tenham revalidado os
de Engenharia a Arquitetura;
seus diplomas, de acordo com a legislação federal
f) representar ao Conselho Federal de Engenharia e
do ensino superior;
Arquitetura acerca de novas medidas necessárias
para a regularidade dos serviços e para a fiscaliza-
É garantido o exercício de suas funções, dentro
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

ção do exercício das profissões indicadas nas alíne-


dos limites das respectivas licenças e circunscrições,
as e deste artigo;
aos arquitetos, arquitetos-construtores, construtores
g) expedir a carteira profissional prevista no art. 14;
e agrimensores que, não diplomados, mas licenciados
h) admitir a colaboração das de classe nos casos rela-
pelos Estados e Distrito Federal, provarem, com as
tivos à matéria das alíneas anteriores.
competentes licenças, o exercício das mesmas funções
à data da publicação deste decreto, sem notas que os
A renda dos Conselhos Regionais será constituída do
desabonem, a critério do Conselho de Engenharia e
seguinte:
Arquitetura.
a) dois terços da taxa de expedição de carteiras pro-
Enquanto durarem as construções ou instalações, de
fissionais;
qualquer natureza, é obrigatória a afixação de uma placa,
b) dois terços das multas aplicadas conforme a alínea
em lugar bem visível ao público, contendo, perfeitamen-
e do artigo anterior;
te legíveis, o nome ou firma do profissional legalmente
c) doações;
responsável, e a indicação do seu título de formatura,
d) subvenções dos Governos.
bem como a de sua residência ou escritório.

8
São da competência do engenheiro civil: f) a arquitetura legal, nos assuntos mencionados nas
alíneas a e c deste artigo;
a) trabalhos topográficos e geodésicos;
g) pericias e arbitramentos relativos à matéria de que
b) o estudo, projeto, direção, fiscalização e constru-
tratam as alíneas anteriores.
ção de edifícios, com todas as suas obras comple-
mentares;
São da competência do engenheiro industrial:
c) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção
das estradas de rodagem e de ferro:
d) o estudo, projeto, direção, fiscalização o construção a) trabalhos topográficos e geodésicos;
das obras de captação e abastecimento de água; b) a direção, fiscalização e construção de edifícios;
e) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção c) o estudo, projeto, direção, execução e exploração
de obras de drenagem e irrigação; de instalações industriais, fábricas e oficinas;
f) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção d) o estudo e projeto de organização e direção das
das obras destinadas ao aproveitamento de ener- obras de caráter tecnológico dos edifícios indus-
gia e dos trabalhos relativos às máquinas e fábri- triais;
cas; e) assuntos de engenharia legal, em conexão com os
g) o estudo, projeto, direção, fiscalização e constru- mencionados nas alíneas a e d deste artigo;
ção das obras relativas a portos, rios e canais e dos f) vistorias e arbitramentos relativos à matéria das alí-
concernentes aos aeroportos; neas anteriores.
h) o estudo, projeto, direção, fiscalização e constru-
ção das obras peculiares ao saneamento urbano Consideram-se da atribuição do engenheiro mecâni-
e rural; co eletricista:
i) projeto, direção e fiscalização dos serviços de ur-
banismo; a) trabalhos topográficos o geodésicos;
j) a engenharia legal, nos assuntos correlacionados b) a direção, fiscalização e construção de edifícios;
com a especificação das alíneas a a i; c) trabalhos de captação e distribuição de água;
l) perícias e arbitramentos referentes à matéria das d) trabalhos de drenagem e irrigação;
alíneas anteriores. e) o estudo, projeto, direção e execução das instala-
ções de força motriz;
Os engenheiros civis diplomados segundo a lei vigen- f) o estudo, projeto, direção e execução das instala-
te deverão ter: ções mecânicas e eletromecânicas;
g) o estudo, projeto, direção e execução das instala-
a) aprovação na cadeira de “Portos de mar, rios e ca- ções das oficinas, fábricas e indústrias;
nais”, para exercerem as funções de Engenheiro de h) o estudo, projeto, direção e execução de obras re-
Portos, Rios e Canais; lativas às usinas elétricas, ás redes de distribuição e
b) aprovação na cadeira de “Saneamento e Arqui- às instalações que utilizem a energia elétrica;
tetura” para exercerem as funções de Engenheiro i) assuntos de engenharia legal concernentes aos in-
Sanitário; dicados nas alíneas a a h deste artigo;
c) aprovação na cadeira de “Pontes e grandes estrutu- j) vistorias e arbitramentos relativos à matéria das alí-
ras metálicas e em concreto armado”, para exerce- neas anteriores.
rem as funções de Engenheiro de Secções Técnicas,
encarregadas de projetar e executar obras de arte,
nas estradas de ferro e de rodagem; São da competência do engenheiro eletricista:
d) aprovação na cadeira de “Saneamento e Arquite- a) trabalhos topográficos e geodésicos;
tura”, para exercerem funções de urbanismo ou de b) a direção, fiscalização e construção de edifícios;
Engenheiro de Secções Técnicas destinadas a pro- c) a direção, fiscalização e construção de obras de es-
jetar grandes edifícios. tradas de rodagem e de ferro;
d) a direção, fiscalização e construção de obras de
Consideram-se da atribuição do arquiteto ou enge- captação e abastecimento de água;
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

nheiro-arquiteto: e) a direção, fiscalização e construção de obras de


drenagem e irrigação;
a) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção f) a direção, fiscalização e construção das obras desti-
de edifícios, com tôdas as suas obras complemen- nadas ao aproveitamento de energia e dos traba-
tares; lhos relativos as máquinas e fábricas;
b) o estudo, projeto, direção, fiscalização e constru- g) a direção, fiscalização e construção de obras con-
ção das obras que tenham caráter essencialmente cernentes às usinas elétricas e às redes de distri-
artístico ou monumental; buição de eletricidade;
c) o projeto, direção e fiscalização dos serviços de ur- h) a direção, fiscalização e construção das instalações
banismo; que utilizem energia elétrica;
d) o projeto, direção e fiscalização das obras de arqui- i) assuntos de engenharia legal, relacionados com a
tetura paisagística; sua especialidade;
e) o projeto, direção e fiscalização das obras de gran- j) vistorias e arbitramentos concernentes à matéria
de decoração arquitetônica; das alíneas anteriores.

9
Consideram-se da atribuição do engenheiro de mi- As autoridades administrativas e judiciárias incursas
nas: na pena de suspensão serão, também, responsabilizadas
pelos danos que a sua falta houver porventura causado
a) o estudo da geologia econômica e pesquisas de ou venha a causar a terceiros. As multas serão inicialmen-
riquezas minerais; te aplicadas no grau máximo quando os infratores já ti-
b) a pesquisa, localização, prospecção e valorização verem sido condenados, por sentença passada e julgado.
de jazidas minerais; No caso de reincidência na mesma infração, praticada
c) o estudo, projeto, execução, direção e fiscalização dentro do prazo de dois anos, a penalidade será elevada
de serviços de exploração de minas; ao dobro da anterior.
d) o estudo, projeto, execução, direção e fiscalização
de serviços da indústria metalúrgica;
e) assuntos de engenharia legal, relacionados com a #FicaDica
sua especialidade;
f) vistorias e arbitramentos concernentes à matéria ENQUANTO DURAREM AS CONSTRUÇÕES
das alíneas anteriores. OU INSTALAÇÕES, DE QUALQUER NATU-
REZA, É OBRIGATÓRIA A AFIXAÇÃO DE
UMA PLACA, EM LUGAR BEM VISÍVEL AO
São da competência do engenheiro-geógrafo ou do
PÚBLICO, CONTENDO, PERFEITAMENTE
geógrafo:
LEGÍVEIS, O NOME OU FIRMA DO PROFIS-
SIONAL LEGALMENTE RESPONSÁVEL, E A
a) trabalhos topográficos, geodésicos e astronômicos; INDICAÇÃO DO SEU TÍTULO DE FORMATU-
b) o estudo, traçado e locação das estradas, sob o RA, BEM COMO A DE SUA RESIDÊNCIA OU
ponto de vista topográfico; ESCRITÓRIO.
c) vistorias e arbitramentos relativos à matéria das alí-
neas anteriores.

Consideram-se da atribuição do agrimensor.


EXERCÍCIO COMENTADO
a) trabalhos topográficos;
b) vistorias e arbitramentos relativos á agrimensura.
01. (CREA-PA - Agente de Fiscalização - FADESP –
Os engenheiros agrônomos, ou agrônomos será per- 2014). De acordo com o Decreto nº 23.569/33, conside-
mitido o exercício da profissão de agrimensor e a realiza- ram-se atribuições do agrimensor
ção de projetos e obras concernentes ao seguinte:
a) trabalhos topográficos, geodésicos e astronômicos.
a) barragens em terra, que não excedam a cinco me- b) o estudo da geologia econômica e pesquisas de rique-
tros de altura; zas minerais.
b) irrigação e drenagem, para fins agrícolas; c) trabalhos topográficos.
c) estradas de rodagem de interesse local e destina- d) trabalhos topográficos e geodésicos.
das a fins agrícolas, desde que nelas só haja buei-
ros e pontilhões até cinco metros de vão; Resposta: C
d) construções rurais, destinadas a moradia ou fins Art. 36. Consideram-se da atribuição do agrimensor.
agrícolas; a) trabalhos topográficos;
e) avaliações e perícias relativas à matéria das alíneas b) vistorias e arbitramentos relativos á agrimensura.
anteriores.

As penas de suspensão do exercício serão impostas:


LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

a) aos profissionais, pelos Conselhos Regionais, com


recurso para o Conselho Federal de Engenharia e
Arquitetura;
b) às autoridades judiciárias e administrativas, pela
autoridade competente, após inquérito adminis-
trativo regular, instaurado por iniciativa própria ou
a pedido, quer do Conselho Federal de Engenharia
e Arquitetura ou dos Conselhos Regionais, quer de
profissional ou associação de classe, legalmente
habilitados.

10
Mais especificamente, entre as atribuições do Confea
RESOLUÇÕES CONFEA Nº 218/1973; Nº estão baixar e fazer publicar resolução e decisão norma-
tiva; homologar ato normativo de Crea; aprovar propos-
336/1989; Nº 413/1997; Nº 1.002/2002; Nº
ta de composição dos plenários do Confea e dos Creas;
1.004/2003; Nº 1.007/2003; Nº 1.008/2004;
julgar, em última instância, matéria referente ao exercício
Nº 1.019/2006; Nº 1.024/2009; Nº das profissões inseridas no Sistema Confea/Crea e as in-
1.025/2009; Nº 1.047/2013; Nº 1.050/2013; frações ao Código de Ética Profissional, bem como recur-
Nº 1.059/2014; Nº 1.073/2016; Nº so sobre registro, decisão ou penalidade imposta pelos
1.090/2017. Creas ou sobre decisão da diretoria-executiva da Mútua;
promover a unidade de ação entre os órgãos que inte-
gram o Sistema Confea/Crea e a Mútua; supervisionar
o funcionamento dos Creas e da Mútua; dirimir dúvida,
RESOLUÇÕES CONFEA Nº 218/1973; Nº 336/1989; quando houver controvérsia sobre matéria no âmbito do
Nº 413/1997; Nº 1.002/2002; Nº 1.004/2003; Nº Crea, desde que previamente analisada sob os aspectos
1.007/2003; Nº 1.008/2004; Nº 1.019/2006; Nº técnicos e jurídicos; fixar e alterar as anuidades, emo-
1.024/2009; Nº 1.025/2009; Nº 1.047/2013; Nº lumentos e taxas a pagar pelos profissionais e pessoas
1.050/2013; Nº 1.059/2014; Nº 1.073/2016; Nº jurídicas; registrar obras intelectuais de autoria de pro-
1.090/2017. fissionais do Sistema Confea/Crea; posicionar-se sobre
matérias de caráter legislativo, normativo ou contencioso
As Resoluções são atos normativos de competência de interesse do Sistema Confea/Crea; articular com ins-
exclusiva do Plenário do Confea, destinado a explicitar a tituições públicas e privadas sobre questões de interesse
lei, para sua correta execução e para disciplinar os casos da sociedade e do Sistema Confea/Crea; e manter atua-
omissos. lizadas as relações de títulos, cursos, instituições ensino,
O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – entidades de classe, profissionais e pessoas jurídicas re-
Confea, instituído juntamente com os Conselhos Regio- gistrados nos Creas (todas as atribuições estão listadas
nais de Engenharia e Agronomia pelo Decreto nº 23.569, nos artigos 27 da Lei nº 5.194/1966 e 3º do Regimento
do Confea).
de 11 de dezembro de 1933, é a instância superior da fis-
Para efeito de fiscalização do exercício profissional
calização do exercício das profissões inseridas no Siste-
correspondente às diferentes modalidades da Engenha-
ma Confea/Crea. Trata-se de entidade autárquica dotada ria, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível
de personalidade jurídica de direito público, que cons- médio, ficam designadas as seguintes atividades:
titui serviço público federal, com sede e foro na cidade
de Brasília-DF e jurisdição em todo o território nacional. Atividade 01 - Supervisão, coordenação e orientação
O principal objetivo do Confea é zelar pela defesa técnica;
da sociedade e do desenvolvimento sustentável do País, Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e espe-
observados os princípios éticos profissionais. Para tanto, cificação;
no desempenho de seu papel institucional, o Conselho Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-econô-
Federal exerce ações: mica;
Atividade 04 - Assistência, assessoria e consultoria;
- regulamentadoras, baixando resoluções, decisões Atividade 05 - Direção de obra e serviço técnico;
normativas e decisões plenárias para o cumpri- Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramen-
mento da legislação referente ao exercício e à fis- to, laudo e parecer técnico;
calização das profissões; Atividade 07 - Desempenho de cargo e função téc-
- contenciosas, julgando em última instância as de- nica;
mandas instauradas nos Creas; Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, experimenta-
ção, ensaio e divulgação técnica; extensão;
- promotoras de condição para o exercício, a fiscaliza-
Atividade 09 - Elaboração de orçamento;
ção e o aperfeiçoamento das atividades profissio-
Atividade 10 - Padronização, mensuração e controle
nais, podendo ser exercidas isoladamente ou em
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

de qualidade;
parceria com os Creas, com as entidades represen- Atividade 11 - Execução de obra e serviço técnico;
tativas de profissionais e de instituições de ensino Atividade 12 - Fiscalização de obra e serviço técnico;
nele registradas, com órgãos públicos ou com a Atividade 13 - Produção técnica e especializada;
sociedade civil organizada; Atividade 14 - Condução de trabalho técnico;
- informativas sobre questão de interesse público; e Atividade 15 - Condução de equipe de instalação,
- administrativas, visando a: montagem, operação, reparo ou manutenção;
a) gerir seus recursos e patrimônio; e Atividade 16 - Execução de instalação, montagem e
b) coordenar, supervisionar e controlar suas ativida- reparo;
des e as atividades dos Creas e da Mútua, obser- Atividade 17 - Operação e manutenção de equipa-
vando, especificamente, o disposto na legislação mento e instalação;
federal, nas resoluções, nas decisões normativas e Atividade 18 - Execução de desenho técnico.
nas decisões proferidas por seu Plenário.

11
Nenhum profissional poderá desempenhar atividades - for requerido ao Conselho Regional, por escrito,
além daquelas que lhe competem, pelas características pelo profissional ou pela pessoa jurídica, o cance-
de seu currículo escolar, consideradas em cada caso, lamento desse encargo;
apenas, as disciplinas que contribuem para a graduação - for o profissional suspenso do exercício da profis-
profissional, salvo outras que lhe sejam acrescidas em são;
curso de pós-graduação, na mesma modalidade. - mudar o profissional de residência para local que,
A pessoa jurídica que se constitua para prestar ou a juízo do Conselho Regional, torne impraticável o
executar serviços e/ou obras ou que exerça qualquer exercício dessa função;
atividade ligada ao exercício profissional da Engenharia, - tiver o profissional o seu registro cancelado;
Arquitetura, Agronomia, Geologia, Geografia ou Meteo- - ocorram outras condições que, a critério do CREA,
rologia enquadra-se, para efeito de registro, em uma das possam impedir a efetiva prestação da assistência
seguintes classes: técnica.

A pessoa jurídica deve, no prazo de 10 dias, promover


CLASSE A - De prestação de serviços, execução de
a substituição do responsável técnico. Quando o cance-
obras ou serviços ou desenvolvimento de atividades re-
lamento da responsabilidade técnica for de iniciativa da
servadas aos profissionais da Engenharia, Arquitetura,
pessoa jurídica, deve esta, no seu requerimento, indicar
Agronomia, Geologia, Geografia ou Meteorologia; o novo responsável técnico, preenchendo os requisitos
previstos nesta Resolução, e os documentos pertinentes.
CLASSE B - De produção técnica especializada, in- A baixa de responsabilidade técnica requerida pelo pro-
dustrial ou agropecuária, cuja atividade básica ou pre- fissional só pode ser deferida na ausência de quaisquer
ponderante necessite do conhecimento técnico inerente obrigações pendentes em seu nome, relativas ao pedido,
aos profissionais da Engenharia, Arquitetura, Agronomia, junto ao Conselho Regional.
Geologia, Geografia ou Meteorologia; O responsável técnico da pessoa jurídica, para cada
atividade a ser exercida na nova Região, deve estar regis-
CLASSE C - De qualquer outra atividade que mante- trado ou com o respectivo registro visado no Conselho
nha seção, que preste ou execute para si ou para tercei- Regional onde for requerido o visto.
ros serviços, obras ou desenvolva atividades ligadas às O Código de Ética Profissional enuncia os fundamen-
áreas de Engenharia, Arquitetura, Agronomia, Geologia, tos éticos e as condutas necessárias à boa e honesta
Geografia ou Meteorologia. prática das profissões da Engenharia, da Arquitetura, da
Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorolo-
gia e relaciona direitos e deveres correlatos de seus
#FicaDica profissionais.
Os preceitos deste Código de Ética Profissional têm
CONFEA/CREA. TRATA-SE DE ENTIDADE alcance sobre os profissionais em geral, quaisquer que
AUTÁRQUICA DOTADA DE PERSONALIDA- sejam seus níveis de formação, modalidades ou especia-
DE JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO, QUE lizações. As modalidades e especializações profissionais
CONSTITUI SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL, poderão estabelecer, em consonância com este Código
COM SEDE E FORO NA CIDADE DE BRASÍ- de Ética Profissional, preceitos próprios de conduta ati-
LIA-DF E JURISDIÇÃO EM TODO O TERRI- nentes às suas peculiaridades e especificidades.
TÓRIO NACIONAL. A prática da profissão é fundada nos seguintes princí-
pios éticos aos quais o profissional deve pautar sua con-
duta:

As empresas públicas e sociedades de economia mis- Do objetivo da profissão:


ta serão enquadradas, para o registro, nas classes estabe-
lecidas neste artigo, conforme a atividade desenvolvida. - A profissão é bem social da humanidade e o profis-
Uma pessoa jurídica pode ser enquadrada simultanea- sional é o agente capaz de exercê-la, tendo como
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

mente em mais de uma das classes relacionadas objetivos maiores a preservação e o desenvolvi-
Só será concedido registro à pessoa jurídica na pleni- mento harmônico do ser humano, de seu ambien-
tude de seus objetivos sociais de sua ou dos objetivos de te e de seus valores;
suas seções técnicas, se os profissionais do seu quadro
técnico cobrirem todas as atividades a serem exercitadas.
Da natureza da profissão:
O registro será concedido com restrições das atividades
não cobertas pelas atribuições dos profissionais, até que - A profissão é bem cultural da humanidade cons-
a pessoa jurídica altere seus objetivos ou contrate outros truído permanentemente pelos conhecimentos
profissionais com atribuições capazes de suprir aqueles técnicos e científicos e pela criação artística, ma-
objetivos. nifestando-se pela prática tecnológica, colocado a
A responsabilidade técnica de qualquer profissional serviço da melhoria da qualidade de vida do ho-
por pessoa jurídica fica extinta, devendo o registro ser mem;
alterado, a partir do momento em que:

12
Da honradez da profissão: - nas relações com os clientes, empregadores e co-
laboradores:
- A profissão é alto título de honra e sua prática exige a) dispensar tratamento justo a terceiros, observando
conduta honesta, digna e cidadã; o princípio da equidade;
b) resguardar o sigilo profissional quando do inte-
Da eficácia profissional: resse de seu cliente ou empregador, salvo em
- A profissão realiza-se pelo cumprimento respon- havendo a obrigação legal da divulgação ou da in-
sável e competente dos compromissos profissio- formação;
nais, munindo-se de técnicas adequadas, as- c) fornecer informação certa, precisa e objetiva em
segurando os resultados propostos e a qualidade publicidade e propaganda pessoal;
satisfatória nos serviços e produtos e observando d) atuar com imparcialidade e impessoalidade em
a segurança nos seus procedimentos; atos arbitrais e periciais;
e) considerar o direito de escolha do destinatário dos
Do relacionamento profissional: serviços, ofertando-lhe, sempre que possível, alter-
nativas viáveis e adequadas às demandas em suas
- A profissão é praticada através do relacionamento propostas;
honesto, justo e com espírito progressista dos pro- f) alertar sobre os riscos e responsabilidades re-
fissionais para com os gestores, ordenadores, des- lativos às prescrições técnicas e as consequências
tinatários, beneficiários e colaboradores de seus presumíveis de sua inobservância,
serviços, com igualdade de tratamento entre os g) adequar sua forma de expressão técnica às neces-
profissionais e com lealdade na competição; sidades do cliente e às normas vigentes aplicáveis;

- nas relações com os demais profissionais:


Da intervenção profissional sobre o meio: a) Atuar com lealdade no mercado de trabalho, ob-
- A profissão é exercida com base nos preceitos do servando o princípio da igualdade de condições;
desenvolvimento sustentável na intervenção sobre b) manter-se informado sobre as normas que regula-
os ambientes natural e construído e da incolumi- mentam o exercício da profissão;
dade das pessoas, de seus bens e de seus valores; c) preservar e defender os direitos profissionais;

- Ante ao meio:
Da liberdade e segurança profissionais: a) orientar o exercício das atividades profissionais pe-
- A profissão é de livre exercício aos qualificados, sen- los preceitos do desenvolvimento sustentável;
do a segurança de sua prática de interesse coletivo. b) atender, quando da elaboração de projetos, execu-
ção de obras ou criação de novos produtos, aos
princípios e recomendações de conservação de
A apuração e condução de processo de infração ao
energia e de minimização dos impactos ambien-
Código de Ética Profissional obedecerá, dentre outros,
tais;
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, ra-
c) considerar em todos os planos, projetos e ser-
zoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla de-
viços as diretrizes e disposições concernentes à
fesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público
preservação e ao desenvolvimento dos patrimô-
e eficiência.
nios sociocultural e ambiental.
No exercício da profissão são deveres do profissional:
No exercício da profissão, são condutas vedadas ao
- ante o ser humano e seus valores: profissional:
a) oferecer seu saber para o bem da humanidade; - ante ao ser humano e a seus valores:
b) harmonizar os interesses pessoais aos coletivos; a) descumprir voluntária e injustificadamente com os
c) contribuir para a preservação da incolumidade pú- deveres do ofício;
blica; b) usar de privilégio profissional ou faculdade decor-
d) divulgar os conhecimentos científicos, artísticos e rente de função de forma abusiva, para fins dis-
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

tecnológicos inerentes à profissão; criminatórios ou para auferir vantagens pessoais.


c) Prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição
- ante à profissão: técnica ou qualquer ato profissional que possa
a) identificar-se e dedicar -se com zelo à profissão; resultar em dano às pessoas ou a seus bens patri-
b) conservar e desenvolver a cultura da profissão; moniais;
c) preservar o bom conceito e o apreço social da pro-
fissão; - ante à profissão:
d) desempenhar sua profissão ou função nos limites a) aceitar trabalho, contrato, emprego, função ou ta-
de suas atribuições e de sua capacidade pessoal de refa para os quais não tenha efetiva qualificação;
realização; b) utilizar indevida ou abusivamente do privilégio de
e) empenhar-se junto aos organismos profissionais exclusividade de direito profissional;
no sentido da consolidação da cidadania e da soli- c) omitir ou ocultar fato de seu conhecimento que
dariedade profissional e da coibição das transgres- transgrida a ética profissional;
sões éticas.

13
- nas relações com os clientes, empregadores e cola- g) à recusa ou interrupção de trabalho, contrato, em-
boradores: prego, função ou tarefa quando julgar incompa-
a) formular proposta de salários inferiores ao mínimo tível com sua titulação, capacidade ou dignidade
profissional legal; pessoais;
b) apresentar proposta de honorário s com valores h) à proteção do seu título, de seus contratos e de seu
vis ou extorsivos ou desrespeitando tabelas de trabalho;
honorários mínimos aplicáveis; i) à proteção da propriedade intelectual sobre sua
c) usar de artifícios ou expedientes enganosos para criação;
a obtenção de vantagens indevidas, ganhos mar- j) à competição honesta no mercado de trabalho;
ginais ou conquista de contratos; k) à liberdade de associar -se a corporações profis-
d) usar de artifícios ou expedientes enganosos que sionais;
impeçam o legítimo acesso dos colaboradores às l) à propriedade de seu acervo técnico profissional.
devidas promoções ou ao desenvolvimento profis-
sional; #FicaDica
e) descuidar com as medidas de segurança e saúde
A PESSOA JURÍDICA DEVE, NO PRAZO DE
do trabalho sob sua coordenação;
10 DIAS, PROMOVER A SUBSTITUIÇÃO
f) suspender serviços contratados, de forma injustifi-
DO RESPONSÁVEL TÉCNICO. QUANDO O
cada e sem prévia comunicação;
CANCELAMENTO DA RESPONSABILIDADE
g) impor ritmo de trabalho excessivo ou, exercer
TÉCNICA FOR DE INICIATIVA DA PESSOA
pressão psicológica ou assédio moral sobre os
JURÍDICA, DEVE ESTA, NO SEU REQUERI-
colaboradores;
MENTO, INDICAR O NOVO RESPONSÁVEL
TÉCNICO, PREENCHENDO OS REQUISITOS
- nas relações com os demais profissionais:
PREVISTOS NESTA RESOLUÇÃO, E OS DO-
a) intervir em trabalho de outro profissional sem a
CUMENTOS PERTINENTES.
devida autorização de seu titular, salvo no exercí-
cio do dever legal;
b) referir-se preconceituosamente a outro profissio-
nal ou profissão; Constitui-se infração ética todo ato cometido pelo
profissional que atente contra os princípios éticos, des-
c) agir discriminatoriamente em detrimento de outro
cumpra os deveres do ofício, pratique condutas ex-
profissional ou profissão;
pressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de
d) atentar contra a liberdade do exercício da profis-
outrem. A tipificação da infração ética para efeito de pro-
são ou contra os direitos de outro profissional; cesso disciplinar será estabelecida, a partir das disposi-
ções deste Código de Ética Profissional, na forma que a
- ante ao meio: lei determinar.
a) prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição
técnica ou qualquer ato profissional que possa É atribuição da Comissão de Ética Profissional:
resultar em dano ao ambiente natural, à saúde hu- - iniciar o processo ético ante notícia ou indício de
mana ou ao patrimônio cultural. infração;
- instruir processo de infração ao Código de Ética
São reconhecidos os direitos coletivos universais ine- Profissional, ouvindo testemunhas e partes, e reali-
rentes às profissões, suas modalidades e especiali- zando ou determinando a realização de diligências
zações, destacadamente: necessárias para apurar os fatos; e
a) à livre associação e organização em corporações - emitir relatório fundamentado a ser encaminhado à
profissionais; câmara especializada competente para apreciação,
b) ao gozo da exclusividade do exercício profissional; o qual deve fazer parte do respectivo processo.
c) ao reconhecimento legal; O processo será instaurado após ser protocolado
d) à representação institucional. pelo setor competente do Crea em cuja jurisdição
ocorreu a infração, decorrente de denúncia formu-
lada por escrito e apresentada por:
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

São reconhecidos os direitos individuais universais


inerentes aos profissionais, facultados para o pleno -instituições de ensino que ministrem cursos nas áre-
exercício de sua profissão, destacadamente: as abrangidas pelo Sistema Confea/Crea;
a) à liberdade de escolha de especialização; - qualquer cidadão, individual ou coletivamente, me-
b) à liberdade de es colha de métodos, procedimen- diante requerimento fundamentado;
tos e formas de expressão; - associações ou entidades de classe, representativas
da sociedade ou de profissionais fiscalizados pelo
c) ao uso do título profissional;
Sistema Confea/Crea; ou
d) à exclusividade do ato de ofício a que se dedicar;
- pessoas jurídicas titulares de interesses individuais
e) à justa remuneração proporcional à sua capacida-
ou coletivos.
de e dedicação e aos graus de complexidade,
O processo poderá iniciar-se a partir de relatório
risco, experiência e especialização requeridos por
apresentado pelo setor de fiscalização do Crea, após a
sua tarefa;
análise da câmara especializada da modalidade do pro-
f) ao provimento de meios e condições de trabalho
fissional, desde que seja verificado indício da veracidade
dignos, eficazes e seguros;
dos fatos.

14
Acatada a denúncia, a Comissão de Ética Profissio- Os atos do processo não dependem de forma de-
nal dará conhecimento ao denunciado da instauração terminada senão quando a lei expressamente a exigir,
de processo disciplinar, juntando cópia da denúncia, por considerando-se válidos os atos que, realizados de ou-
meio de correspondência encaminhada pelo correio com tro modo, alcançarem a finalidade sem prejuízo para as
aviso de recebimento, ou outro meio legalmente admi- partes.
tido, cujo recibo de entrega será anexado ao processo. A nulidade dos atos processuais ocorrerá nos seguin-
Não acatada a denúncia, o processo será encami- tes casos:
nhado à câmara especializada da modalidade do profis- - por impedimento ou suspeição reconhecida de um
sional, que decidirá quanto aos procedimentos a serem membro da Comissão de Ética Profissional, câmara
adotados. especializada, Plenário do Crea ou do Plenário do
Os processos de apuração de infração ao Código de Confea, quando da instrução ou quando do julga-
Ética Profissional correrão em caráter reservado. Somen- mento do processo;
te as partes envolvidas – o denunciante e o denunciado - por ilegitimidade de parte; ou
– e os advogados legalmente constituídos pelas partes - por falta de cumprimento de preceitos constitucio-
terão acesso aos autos do processo, podendo manifes- nais ou disposições de leis.
tar- se quando intimadas. Nenhuma nulidade poderá ser arguida pela parte
São inadmissíveis no processo as provas obtidas por que lhe tenha dado causa ou para a qual tenha concor-
meios ilícitos. rido.
Cabe ao denunciado a prova dos fatos que tenha ale- A extinção do processo ocorrerá:
gado em sua defesa, sem prejuízo do dever atribuído à - quando o órgão julgador proferir decisão definitiva;
Comissão de Ética Profissional para a instrução do pro- - quando a câmara especializada concluir pela ausên-
cesso. Ele poderá, na fase de instrução e antes da tomada cia de pressupostos de constituição e de desenvol-
da decisão, juntar documentos e pareceres, bem como vimento válido e regular do processo;
apresentar alegações referentes à denúncia objeto do - quando a câmara especializada ou Plenário do Crea
processo.
ou Plenário do Confea declararem a prescrição do
Após ter sido cientificado da denúncia, mediante bre-
ilícito que deu causa ao processo; ou
ve relato do coordenador da Comissão de Ética Profissio-
- quando o órgão julgador concluir por exaurida a
nal, o denunciado será interrogado sobre:
finalidade do processo ou o objeto da decisão se
- onde estava ao tempo da infração e se teve notícias
tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
desta;
superveniente.
- se conhece o denunciante e as testemunhas arrola-
das e o que alegam contra ele, bem como se co-
nhece as provas apuradas; A punibilidade do profissional, por falta sujeita a pro-
- se é verdadeira a imputação que lhe é feita; cesso disciplinar, prescreve em cinco anos, contados da
- se, não sendo verdadeira a imputação, tem algum verificação do fato respectivo.
motivo particular para atribuí-la; e A suspensão temporária ou a ampliação do período
- todos os demais fatos e pormenores que conduzam de suspensão do registro são penalidades previstas em
à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da lei que podem ser aplicadas pelo Crea ao profissional
infração. que incorrer em nova reincidência das seguintes infra-
Se o denunciado negar em todo ou em parte o que ções, respectivamente:
lhe foi imputado, deverá apresentar as provas da verdade
de suas declarações. As perguntas não respondidas e as - emprestar seu nome a pessoas, firmas, organizações
razões que o denunciado invocar para não respondê-las ou empresas executoras de obras e serviços sem
deverão constar no termo da audiência. Havendo com- sua real participação; ou
prometimento na elucidação dos fatos em decorrência - continuar em atividade após suspenso do exercício
de contradição entre os depoimentos das partes, a Co- profissional.
missão de Ética Profissional, a seu critério, poderá pro-
mover acareações. Os procedimentos relativos aos processos de infração
Da decisão proferida pela câmara especializada, as e os critérios para aplicação da penalidade de suspensão
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

partes poderão, dentro do prazo de sessenta dias, con- do registro pelo Crea devem obedecer à legislação em
tados da data da juntada ao processo do aviso de rece- vigor. A Carteira de Identidade Profissional será retida
bimento ou do comprovante de entrega da intimação, pelo Crea até a reabilitação do profissional ao exercício
interpor recurso que terá efeito suspensivo, para o Ple- da profissão.
nário do Crea. O teor do recurso apresentado será dado
a conhecer a outra parte, que terá prazo de quinze dias O cancelamento do registro previsto em lei é a cas-
para manifestação. sação do direito ao exercício da profissão que deve ser
Ausentes do julgamento, as partes serão intimadas da aplicada pelo Crea ao profissional nos seguintes casos:
decisão do plenário por meio de correspondência enca- - por deixar de efetuar o pagamento da anuidade du-
minhada pelo correio com aviso de recebimento, ou por rante dois anos consecutivos, situação em que o
outro meio legalmente admitido, cujo recibo de entrega cancelamento será automático;
será anexado ao processo. - por má conduta pública e escândalos praticados; ou
Nenhum ato será declarado nulo se da nulidade não - por condenação em última instância em virtude de
resultar prejuízo para as partes. crime considerado infamante.

15
Os procedimentos para instauração do processo têm - ART de obra ou serviço de rotina, denominada ART
início no Crea em cuja jurisdição for verificada a infração, múltipla, que especifica vários contratos referentes
por meio dos seguintes instrumentos: à execução de obras ou à prestação de serviços em
- denúncia apresentada por pessoas físicas ou jurídi- determinado período; e
cas de direito público ou privado; - ART de cargo ou função, relativa ao vínculo com
- denúncia apresentada por entidade de classe ou por pessoa jurídica para desempenho de cargo ou fun-
instituição de ensino; ção técnica.
- relatório de fiscalização; e
- iniciativa do Crea, quando constatados, por qual- Quanto à forma de registro, a ART pode ser classifi-
quer meio à sua disposição, indícios de infração à cada em:
legislação profissional. - ART complementar, anotação de responsabilidade
técnica do mesmo profissional que, vinculada a
uma ART inicial, complementa os dados anotados
#FicaDica nos seguintes casos:
a) for realizada alteração contratual que ampliar o
CONSTITUI-SE INFRAÇÃO ÉTICA TODO objeto, o valor do contrato ou a atividade técnica
ATO COMETIDO PELO PROFISSIONAL QUE contratada, ou prorrogar o prazo de execução; ou
ATENTE CONTRA OS PRINCÍPIOS ÉTICOS, b) houver a necessidade de detalhar as atividades
DESCUMPRA OS DEVERES DO OFÍCIO, técnicas, desde que não impliquem a modificação
PRATIQUE CONDUTAS EXPRESSAMENTE da caracterização do objeto ou da atividade técni-
VEDADAS OU LESE DIREITOS RECONHECI- ca contratada.
DOS DE OUTREM.
- ART de substituição, anotação de responsabilidade
técnica do mesmo profissional que, vinculada a
O plenário do Crea é constituído por brasileiros, di- uma ART inicial, substitui os dados anotados nos
casos em que:
plomados nas áreas profissionais abrangidas pelo Siste-
a) houver a necessidade de corrigir dados que impli-
ma Confea/Crea, legalmente habilitados de acordo com
quem a modificação da caracterização do objeto
a legislação em vigor, obedecida a seguinte composição:
ou da atividade técnica contratada; ou
- presidente;
b) houver a necessidade de corrigir erro de preenchi-
- representantes das instituições de ensino superior mento de ART.
com sede na circunscrição;
- representantes das entidades de classe de profissio- Para efeito da fiscalização do exercício das profissões
nais de nível superior com sede na circunscrição; e objeto desta Resolução são adotadas as seguintes defi-
- representantes das entidades de classe de profis- nições:
sionais técnicos de nível médio com sede na cir- - atribuição: ato geral de consignar direitos e respon-
cunscrição. sabilidades dentro do ordenamento jurídico que
O plenário do Crea tem sua composição renovada em rege a sociedade;
um terço anualmente. - atribuição profissional: ato específico de consignar
direitos e responsabilidades, na defesa da socieda-
O livro de Ordem constituirá a memória escrita de to- de, para o exercício da profissão de acordo com a
das as atividades relacionadas com a obra ou serviço e formação profissional obtida em cursos regulares,
servirá de subsídio para: junto ao sistema oficial de ensino brasileiro;
- comprovar autoria de trabalhos; - título profissional: título constante da Tabela de Tí-
- garantir o cumprimento das instruções, tanto técni- tulos do Confea, atribuído pelo Crea ao portador
cas como administrativas; de diploma de conclusão de cursos regulares, ex-
- dirimir dúvidas sobre a orientação técnica relativa pedido por instituições de ensino credenciadas,
à obra; em conformidade com as diretrizes curriculares, o
- avaliar motivos de eventuais falhas técnicas, gastos projeto pedagógico do curso e o perfil de forma-
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

imprevistos e acidentes de trabalho. ção profissional, correspondente a um campo de


- eventual fonte de dados para trabalhos estatísticos. atuação profissional sob a fiscalização do Sistema
O Livro de Ordem tem ainda por objetivo confirmar, Confea/Crea;
juntamente com a Anotação de Responsabilidade Técni- - atividade profissional: conjunto de práticas profis-
sionais que visam à aquisição de conhecimentos,
ca – ART, a efetiva participação do profissional na execu-
capacidades, atitudes, inovação e formas de com-
ção dos trabalhos da obra ou serviço, de modo a permitir
portamentos exigidos para o exercício das funções
a verificação da medida dessa participação, inclusive para
próprias de uma profissão regulamentada;
a expedição de Certidão de Acervo Técnico.
- campo de atuação profissional: conjunto de habi-
Quanto à tipificação, a ART pode ser classificada em: lidades e conhecimentos adquiridos pelo profis-
sional no decorrer de sua vida laboral em conse-
- ART de obra ou serviço, relativa à execução de obras quência da sua formação profissional obtida em
ou prestação de serviços inerentes às profissões cursos regulares, junto ao sistema oficial de ensino
abrangidas pelo Sistema Confea/Crea; brasileiro;

16
- formação profissional: processo de aquisição de ha- Atividade 01 – Gestão, supervisão, coordenação,
bilidades e conhecimentos profissionais, mediante orientação técnica.
conclusão com aproveitamento e diplomação em Atividade 02 – Coleta de dados, estudo, planejamen-
curso regular, junto ao sistema oficial de ensino to, anteprojeto, projeto, detalhamento, dimensio-
brasileiro, visando ao exercício responsável da pro- namento e especificação.
fissão; Atividade 03 – Estudo de viabilidade técnico-econô-
- competência profissional: capacidade de utilização mica e ambiental.
de conhecimentos, habilidades e atitudes neces- Atividade 04 – Assistência, assessoria, consultoria.
sários ao desempenho de atividades em campos Atividade 05 – Direção de obra ou serviço técnico.
profissionais específicos, obedecendo a padrões Atividade 06 – Vistoria, perícia, inspeção, avaliação,
de qualidade e produtividade. monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria,
- modalidade profissional: conjunto de campos de arbitragem.
Atividade 07 – Desempenho de cargo ou função téc-
atuação profissional da Engenharia corresponden-
nica.
tes a formações básicas afins, estabelecido em ter-
Atividade 08 – Treinamento, ensino, pesquisa, desen-
mos genéricos pelo Confea;
volvimento, análise, experimentação, ensaio, divul-
- categoria (ou grupo) profissional: cada uma das
gação técnica, extensão.
duas profissões regulamentadas na Lei nº 5.194 de Atividade 09 – Elaboração de orçamento.
1966; Atividade 10 – Padronização, mensuração, controle
- curso regular: curso técnico ou de graduação ou de de qualidade.
bacharelado reconhecido pelo sistema oficial de Atividade 11 – Execução de obra ou serviço técnico.
ensino brasileiro, curso de especialização oficial- Atividade 12 – Fiscalização de obra ou serviço técnico.
mente autorizado e credenciado pelo sistema ofi- Atividade 13 – Produção técnica e especializada.
cial de ensino brasileiro e curso de pós-graduação Atividade 14 – Condução de serviço técnico.
lato sensu e stricto sensu considerado válido, em Atividade 15 – Condução de equipe de produção, fa-
consonância com as disposições legais que disci- bricação, instalação, montagem, operação, refor-
plinam o sistema oficial de ensino brasileiro; e ma, restauração, reparo ou manutenção.
- suplementação curricular: conjunto de componen- Atividade 16 – Execução de produção, fabricação, ins-
tes curriculares integrantes de cursos de formação talação, montagem, operação, reforma, restaura-
ou de graduação regulares, em consonância com ção, reparo ou manutenção.
as disposições legais que disciplinam o sistema ofi- Atividade 17 – Operação, manutenção de equipa-
cial de ensino brasileiro. mento ou instalação.
Para efeito da atribuição de atividades, de competên- Atividade 18 – Execução de desenho técnico.
cias e de campos de atuação profissionais para os diplo-
mados no âmbito das profissões fiscalizadas pelo Siste- GLOSSÁRIO
ma Confea/Crea, consideram-se os níveis de formação Este glossário é de natureza específica, não deven-
profissional, a saber: do prevalecer entendimentos distintos dos termos nele
- formação de técnico de nível médio; apresentados, embora aplicáveis em outros contextos.
- especialização para técnico de nível médio; Anteprojeto – atividade que envolve a materialização
- superior de graduação tecnológica; do esboço preliminar de um projeto.
- superior de graduação plena ou bacharelado; Análise – atividade que envolve a determinação das
partes constituintes de um todo, buscando conhecer sua
- pós-graduação lato sensu (especialização);
natureza ou avaliar seus aspectos técnicos.
- pós-graduação stricto sensu (mestrado ou douto-
Arbitragem – atividade que constitui um método al-
rado); e
ternativo para solucionar conflitos a partir de decisão
- sequencial de formação específica por campo de
proferida por árbitro escolhido entre profissionais da
saber. confiança das partes envolvidas, versados na matéria ob-
Os cursos regulares de formação profissional nos ní- jeto da controvérsia.
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

veis discriminados nos incisos deste artigo deverão ser Assessoria – atividade que envolve a prestação de
registrados e cadastrados nos Creas para efeito de atri- serviços por profissional que detém conhecimento es-
buições, títulos, atividades, competências e campos de pecializado em determinado campo profissional, visando
atuação profissionais. ao auxílio técnico do profissional responsável pela execu-
Aos profissionais registrados nos Creas são atribuídas ção de obra ou serviço. (NR)
as atividades profissionais estipuladas nas leis e nos Assistência – atividade que envolve a prestação de
decretos regulamentadores das respectivas profissões, serviços em geral, por profissional que detém conheci-
acrescidas das atividades profissionais previstas nas mento especializado em determinado campo de atuação
resoluções do Confea, em vigor, que dispõem sobre o profissional, visando a suprir necessidades técnicas da
assunto. execução de obra ou serviço. (NR)
Para efeito de fiscalização do exercício profissional Auditoria – atividade que envolve o exame e a veri-
dos profissionais registrados nos Creas, ficam designadas ficação de obediência a condições formais estabelecidas
as seguintes atividades profissionais: para o controle de processos e a lisura de procedimentos.

17
Avaliação – atividade que envolve a determinação Especificação – atividade que envolve a fixação das
técnica do valor qualitativo ou monetário de um bem, de características, condições ou requisitos relativos a mate-
um direito ou de um empreendimento. riais, equipamentos, instalações ou técnicas de execução
Coleta de dados – atividade que consiste em reunir, a serem empregados em obra ou serviço técnico.
de maneira consistente, dados de interesse para o de- Estudo – atividade que envolve simultaneamente o
sempenho de tarefas de estudo, planejamento, pesquisa, levantamento, a coleta, a observação, o tratamento e a
desenvolvimento, experimentação, ensaio, e outras afins. análise de dados de natureza diversa, necessários à exe-
Condução – atividade de comandar a execução, reali- cução de obra ou serviço técnico, ou ao desenvolvimento
zada por outros responsáveis técnicos, do que foi previa- de métodos ou processos de produção, ou à determina-
mente determinado. (NR) ção preliminar de características gerais ou de viabilidade
Consultoria – atividade de prestação de serviços de técnica, econômica ou ambiental.
aconselhamento, mediante exame de questões especí- Execução – atividade em que o profissional, por conta
ficas, e elaboração de parecer ou trabalho técnico perti- própria ou a serviço de terceiros, realiza trabalho técnico
nente, devidamente fundamentado, com a finalidade de ou científico visando à materialização do que é previsto
subsidiar a ação do responsável técnico pela execução de nos projetos de um serviço ou obra.
obra ou serviço. (NR) Execução de desenho técnico – atividade que impli-
Controle de qualidade – atividade de fiscalização ca a representação gráfica por meio de linhas, pontos e
exercida sobre o processo produtivo visando a garantir manchas, com objetivo técnico.
a obediência a normas e padrões previamente estabe- Experimentação – atividade que consiste em observar
lecidos, obter elementos para a aceitação ou rejeição do manifestações de um determinado fato, processo ou fe-
produto, bem como corrigir eventuais desvios de espe- nômeno, sob condições previamente estabelecidas, co-
cificação. letando dados e analisando-os com vistas à obtenção de
Coordenação – atividade exercida no sentido de ga- conclusões.
rantir a execução da obra ou serviço pelo responsável Extensão – atividade que envolve a transmissão de
técnico segundo determinada ordem e método previa- conhecimentos técnicos pela utilização de sistemas in-
mente estabelecidos. formais de aprendizado.
Fabricação – atividade que envolve a transformação
Desempenho de cargo ou função técnica – atividade
de matérias-primas em produtos.
exercida de forma continuada, no âmbito da profissão,
Fiscalização – atividade que envolve a inspeção e o
em decorrência de ato de nomeação, designação ou
controle técnicos sistemáticos de obra ou serviço, com a
contrato de trabalho.
finalidade de examinar ou verificar se sua execução por
Desenvolvimento – atividade que leva à consecução
um responsável técnico obedecendo ao projeto, às espe-
de modelos ou protótipos, ou ao aperfeiçoamento de
cificações e aos prazos estabelecidos.
dispositivos, equipamentos, bens ou serviços, a partir de
Gestão – conjunto de atividades que englobam o ge-
conhecimentos obtidos através da pesquisa científica ou
renciamento da concepção, da elaboração, do projeto,
tecnológica.
da execução, da avaliação, da implementação, do aper-
Dimensionamento – atividade que implica calcular feiçoamento e da manutenção de bens e serviços e de
ou preestabelecer as dimensões ou proporções de uma seus processos de obtenção.
obra ou serviço. Inspeção – atividade que envolve vistorias, exames
Direção – atividade técnica de determinar, comandar ou avaliações das condições técnicas, de uso e de ma-
e essencialmente decidir durante a consecução de obra nutenção do objeto inspecionado, visando a orientar a
ou serviço. manutenção e corrigir as anomalias e falhas da mesma.
Detalhamento – atividade que implica a representa- Instalação – atividade de dispor ou conectar con-
ção de formas sobre uma superfície, desenvolvendo o venientemente conjunto de dispositivos necessários a
projeto de detalhes necessários à materialização de par- determinada obra ou serviço técnico, em conformidade
tes de um projeto, o qual já definiu as características ge- com instruções determinadas.
rais da obra ou serviço. Laudo – peça na qual, com fundamentação técnica, o
Divulgação técnica – atividade de difundir, propagar
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

profissional habilitado, como perito, relata o que obser-


ou publicar matéria de conteúdo técnico. vou e apresenta as suas conclusões ou avalia o valor de
Elaboração de orçamento – atividade realizada com bens, direitos, ou empreendimentos.
antecedência, que envolve o levantamento de custos, de Manutenção – atividade que implica conservar apa-
forma sistematizada, de todos os elementos inerentes à relhos, máquinas, equipamentos e instalações em bom
execução de determinado empreendimento. estado de conservação e operação.
Ensaio – atividade que envolve o estudo ou a inves- Mensuração – atividade que envolve a apuração de
tigação sumária de aspectos técnicos ou científicos de aspectos quantitativos de determinado fenômeno, pro-
determinado assunto. duto, obra ou serviço técnico, num determinado período
Ensino – atividade cuja finalidade consiste na trans- de tempo.
missão de conhecimento de maneira formal. Montagem – operação que consiste na reunião de
Equipamento – instrumento, máquina ou conjunto de componentes, peças, partes ou produtos que resulte em
dispositivos operacionais necessário para a execução de dispositivo, produto ou unidade autônoma que venha a
atividade ou operação determinada. tornar- se operacional, preenchendo a sua função.

18
Monitoramento – atividade de examinar, acompa- Serviço Técnico – desempenho de atividades técnicas
nhar, avaliar e verificar a obediência a condições previa- no campo profissional.
mente estabelecidas para a perfeita execução ou opera- Supervisão – atividade de acompanhar, analisar e
ção de obra ou serviço executado por um responsável avaliar, a partir de um plano funcional superior, o desem-
técnico. penho dos responsáveis técnicos pela execução obras ou
Normalização – ver “Padronização”. serviços.
Obra – resultado da execução, da operacionalização Trabalho Técnico – desempenho de atividades técni-
de projeto ou do planejamento elaborado visando à con- cas coordenadas, de caráter físico ou intelectual, neces-
sárias à realização de qualquer serviço, obra, tarefa, ou
secução de determinados objetivos.
empreendimento especializado.
Operação – atividade que implica fazer funcionar
Treinamento – atividade cuja finalidade consiste na
ou acompanhar o funcionamento de instalações, equi- transmissão de competências, habilidades e destreza, de
pamentos ou mecanismos para produzir determinados maneira prática.
efeitos ou produtos. Vistoria – atividade que envolve a constatação de um
Orientação técnica – atividade de acompanhar o de- fato, mediante exame circunstanciado e descrição minu-
senvolvimento de uma obra ou serviço, segundo normas ciosa dos elementos que o constituem, sem a indagação
específicas, visando a fazer cumprir o respectivo projeto das causas que o motivaram.
ou planejamento.
Padronização – atividade que envolve a determinação #FicaDica
ou o estabelecimento de características ou parâmetros,
visando à uniformização de processos ou produtos. AOS PROFISSIONAIS REGISTRADOS NOS
Parecer técnico – expressão de opinião tecnicamente CREAS SÃO ATRIBUÍDAS AS ATIVIDADES
fundamentada sobre determinado assunto emitida por PROFISSIONAIS ESTIPULADAS NAS LEIS
especialista. E NOS DECRETOS REGULAMENTADORES
Perícia – atividade que envolve a apuração das cau- DAS RESPECTIVAS PROFISSÕES, ACRESCI-
sas que motivaram determinado evento ou da asserção DAS DAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS PRE-
de direitos, na qual o profissional, por conta própria ou VISTAS NAS RESOLUÇÕES DO CONFEA, EM
a serviço de terceiros, efetua trabalho técnico visando VIGOR, QUE DISPÕEM SOBRE O ASSUNTO
à emissão de um parecer ou laudo técnico, compreen-
dendo: levantamento de dados, realização de análise ou
avaliação de estudos, propostas, projetos, serviços, obras
Compete à Comissão de Educação e Atribuição Pro-
ou produtos desenvolvidos ou executados por outrem. fissional, em relação aos procedimentos estabelecidos
Pesquisa – atividade que envolve investigação minu- neste Regulamento:
dente, sistemática e metódica para elucidação dos as- - instruir os processos de registro profissional de
pectos técnicos ou científicos de determinado fato, pro- acordo com os critérios e os procedimentos esta-
cesso ou fenômeno. belecidos neste Regulamento, elaborando a aná-
Planejamento – atividade que envolve a formulação lise do projeto pedagógico do curso do egresso;
sistematizada de um conjunto de decisões devidamente - instruir os processos de cadastramento de institui-
integradas, expressas em objetivos e metas, e que expli- ção de ensino e de seus cursos regulares, de acordo
cita os meios disponíveis ou necessários para alcançá-los, com os critérios e os procedimentos estabelecidos
num dado prazo. neste Regulamento, determinando a realização de
Produção - Atividade que envolve a fabricação ou a diligências necessárias; e
produção de riquezas, extraídas da natureza ou trabalha- - elaborar seu regulamento, a ser encaminhado ao
das industrialmente. Plenário do Crea para aprovação.
Produção técnica especializada – atividade em que o
profissional, por conta própria ou a serviço de terceiros, A Comissão de Educação e Atribuição Profissional
efetua qualquer operação industrial ou agropecuária que manifesta-se sobre assuntos de sua competência me-
diante ato administrativo da espécie relatório fundamen-
gere produtos acabados ou semi-acabados, isoladamen-
tado. O relatório fundamentado deve ser encaminhado
te ou em série. para apreciação das câmaras especializadas correspon-
Projeto – representação gráfica ou escrita necessária dentes aos campos de atuação profissional relacionados
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

à materialização de uma obra ou instalação, realizada ao projeto pedagógico do curso.


através de princípios técnicos, arquitetônicos ou científi-
cos, visando à consecução de um objetivo ou meta, ade- Considera-se:
quando-se aos recursos disponíveis e às alternativas que - má conduta pública: a atuação incorreta, irregular,
conduzem à viabilidade da decisão. que atenta contra as normas legais ou que fere a
Reforma – atividade que implica recuperar uma parte moral quando do exercício profissional;
ou o todo de uma obra, alterando ou não algumas de - escândalo: aquilo que, quando do exercício profis-
suas características. sional, perturba a sensibilidade do homem comum
Reparo – atividade que implica recuperar ou conser- pelo desprezo às convenções ou à moral vigen-
tar obra, equipamento ou instalação avariada mantendo te, ou causa indignação provocada por um mau
suas características originais. exemplo, por má conduta pública ou por ação ver-
Restauração – atividade que implica a recuperação gonhosa, leviana, indecente, ou constitui aconte-
total de uma obra, mantendo as suas características ini- cimento imoral ou revoltante que abala a opinião
ciais. pública;

19
- crime infamante: aquele que acarreta desonra, in- d) É obrigatório ao profissional, brasileiro ou estrangei-
dignidade e infâmia ao seu autor, ou que repercu- ro, registrado no Crea, que executou obra, prestou
te negativamente em toda a categoria profissional, serviços ou desempenhou cargo ou função no exte-
atingindo a imagem coletiva dos profissionais do rior, requerer a inclusão desta atividade ao seu acervo
Sistema Confea/Crea; técnico por meio do registro da ART correspondente,
- imperícia: a atuação do profissional que se incumbe desde que tenha sido realizada após sua diplomação
de atividades para as quais não possua conheci- em curso técnico de nível médio ou de nível superior
mento técnico suficiente, mesmo tendo legalmen- nas profissões abrangidas pelo Sistema Confea/Crea.
te essas atribuições; e) O profissional terá o prazo de um ano para requerer a
inclusão ao acervo técnico de atividade desenvolvida
- imprudência: a atuação do profissional que, mesmo
no exterior, contados da data de registro no Crea ou
podendo prever consequências negativas, prati-
de sua reativação após entrada no país.
ca ato sem considerar o que acredita ser fonte de
erro; e
- negligência: a atuação omissa do profissional ou a Resposta: D
falta de observação do seu dever, principalmente Art. 65. É facultado ao profissional, brasileiro ou estran-
geiro, registrado no Crea, que executou obra, prestou
aquela relativa à não participação efetiva na auto-
serviços ou desempenhou cargo ou função no exte-
ria do projeto ou na execução do empreendimen-
rior, requerer a inclusão desta atividade ao seu acervo
to. técnico por meio do registro da ART correspondente,
desde que tenha sido realizada após sua diplomação
em curso técnico de nível médio ou de nível superior
nas profissões abrangidas pelo Sistema Confea/Crea.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
03. (CREA-AC - Analista de Sistema - FUNCAB – 2016).
01. (FUB - Engenheiro – Elétrica - CESPE – 2018). Jul- A Resolução n° 336/89 do Confea estabelece que os
gue o próximo item, à luz do Código de Ética Profissional Conselhos Regionais poderão conceder vistos para que
do Confea. A profissão de engenheiro é de livre exercício pessoas jurídicas registradas em outras regiões exerçam
atividades no território sob sua jurisdição. O período má-
aos qualificados, sendo a segurança de sua prática de
ximo para a concessão desses vistos é de:
interesse coletivo.
a) um ano.
( ) CERTO ( ) ERRADO b) noventa dias.
c) cento e oitenta dias.
Resposta: A d) dois anos.
Art. 8° - A prática da profissão é fundada nos seguin- e) trinta dias.
tes princípios éticos aos quais os profissionais devem
pautar sua conduta profissional: Resposta: C
Da liberdade e segurança profissionais Art. 5º - A atividade da pessoa jurídica, em região di-
VII - A profissão é de livre exercício aos qualificado, ferente daquela em que se encontra registrada, obriga
sendo a segurança de sua prática de interesse coletivo. ao visto do registro na nova região.
§ 2º - No caso em que a atividade exceda de 180 (cento
02. (CREA-SP - Analista Advogado - Nosso Rumo – e oitenta) dias, fica a pessoa jurídica, a sua agência,
2017). Segundo a Resolução nº 1.025/09 do Confea, que filial ou sucursal, obrigada a proceder ao seu registro
dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica e na nova região.
o Acervo Técnico Profissional, e dá outras providências,
assinale a alternativa INCORRETA. 04. (CREA-AC - Analista de Sistema - FUNCAB – 2016).
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

De acordo com a Resolução n° 1.008/2004 do Confea,


a) É facultado ao profissional requerer por meio de for- que dispõe sobre os procedimentos para instauração,
mulário certidão que relaciona as ARTs registradas no instrução e julgamento dos processos de infração e apli-
Crea em função do período ou da situação em que se cação de penalidades no Sistema Confea/Crea, é correto
encontram. afirmar que:
b) As propostas para atualização das tabelas auxiliares
a) a denúncia anônima não será recebida pelo Crea.
serão analisadas em caráter prioritário pela unidade
b) os procedimentos para instauração do processo não
organizacional do Confea responsável pela elabora- poderão ser iniciados por iniciativa do Crea.
ção de normas e procedimentos. c) a lavratura de novo auto de infração referente à mes-
c) Compete ao Crea, sempre que necessário, averiguar ma obra, serviço ou empreendimento só será permi-
as informações apresentadas e adotar as providências tida após o trânsito em julgado da decisão relativa à
necessárias ao caso. infração.

20
d) os procedimentos para instauração do processo têm
início no Crea em que o autuado está registrado.
e) o autuado pode apresentar defesa da penalidade esta- HORA DE PRATICAR!
belecida no auto de infração no prazo de quinze dias,
contados da data do recebimento do auto de infração. 01. (FUB - Engenheiro – Elétrica - CESPE – 2018). Jul-
gue o próximo item, à luz do Código de Ética Profissio-
nal do Confea. É vedado ao profissional de engenharia
Resposta: C usar de privilégio profissional ou faculdade decorrente
CAPÍTULO I. DA INSTAURAÇÃO E DA INSTRUÇÃO DO de função de forma abusiva, para fins discriminatórios ou
PROCESSO.Seção II Da Lavratura do Auto de Infração. para auferir vantagens pessoais.
§ 3º Não será permitida a lavratura de novo auto de
infração referente à mesma obra, serviço ou empre- ( ) CERTO ( ) ERRADO
endimento, antes do trânsito em julgado da decisão
02. (Prefeitura de Teresina - PI - Técnico de Nível Su-
relativa à infração. perior - Analista Ambiental - Engenharia Agronômi-
ca - FCC – 2016). Considere os artigos abaixo.
Adotar o Código de Ética Profissional da Engenharia, da
Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e
da Meteorologia (...)
O Código de Ética Profissional (...), obriga a todos os
profissionais da Engenharia, da Arquitetura, da Agrono-
mia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia, em
todas as suas modalidades e níveis de formação...
Constitui-se infração ética todo ato cometido pelo pro-
fissional que atente contra os princípios éticos, descum-
pra os deveres do ofício, pratique condutas expressa-
mente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem.
São artigos pertinentes à

a) Resolução CONFEA n⁰ 1.002, de 26 de novembro de


2002
b) Lei n⁰ 5.194, de 24 de dezembro de 1966.
c) Resolução CONFEA n⁰ 205, de 30 de setembro de 1971.
d) Resolução CONFEA n⁰ 1004, de 27 de Junho de 2003.
e) Lei n⁰ 6.684, de 3 de setembro de 1979.

03. (CREA-PR - Agente de Fiscalização - Técnico em


Eletromecânica - FUNDATEC – 2012). Nos termos da
Resolução nº 1.025, de 30 de outubro de 2009, do Con-
selho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia,
no que se refere à Anotação de Responsabilidade Ténica
(ART) de Obra ou Serviço, o Art. 28 diz que: “A ART rela-
tiva à execução de obra ou prestação de serviço deve ser
registrada antes do início da respectiva atividade técnica,
de acordo com as informações constantes do contrato
firmado entre as partes.” O referido artigo apresenta os
seguintes parágrafos, representados a seguir, pelas as-
sertivas I e II: I. No caso de obras públicas, a ART pode
ser registrada em até um mês após a liberação da ordem
de serviço ou após a assinatura do contrato ou de docu-
mento equivalente, desde que não esteja caracterizado o
início da atividade. II. É vedado o registro da ART relativa
à execução de obra ou à prestação de serviço concluído,
cuja atividade técnica tenha sido iniciada após a data de
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

entrada em vigor desta resolução. Considerando o art. 28


da referida Resolução, pode- se afirmar que:

a) A assertiva I está incorreta, pois a ART pode ser regis-


trada em até dez dias após a liberação da ordem de
serviço.
b) Tanto a Assertiva I quanto a II estão corretas.
c) A assertiva II está incorreta, pois é permitido o registro
da ART relativa à execução de obra ou à prestação de
serviço concluído.
d) As duas assertivas estão incorretas, pois ambas con-
têm dados incorretos.
e) Apenas a assertiva I está correta, já que, em II, o regis-
tro na ART pode ser feito a qualquer momento.

21
04. (CREA-PR - Agente de Fiscalização - Técnico em 08. (SERPRO - Analista - Engenharia Mecânica - CESPE
Eletromecânica - FUNDATEC – 2012). Sobre os proce- – 2013). Ainda acerca da ART, julgue os itens que se se-
dimentos para instauração, instrução e julgamento dos guem. Para fins de registro de atestados que referenciam
processos de infrações e aplicações de penalidades que serviços subcontratados, as correspondências e o diário
tramitam no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetu- de obra constituem documentos que comprovam a efe-
ra e Agronomia, é correto afirmar que da decisão profe- tiva participação do profissional na execução da obra ou
rida pelo Plenário dessa entidade : serviço.

a) não cabe pedido de reconsideração. ( ) CERTO ( ) ERRADO


b) cabe um único pedido de reconsideração.
c) cabe pedido de reconsideração, que terá efeito sus- 09. (SERPRO - Analista - Engenharia Mecânica - CES-
pensivo. PE – 2013). Ainda acerca da ART, julgue os itens que se
d) cabe pedido de reconsideração no prazo de cinco dias seguem. A ART de cargo ou função especifica contratos
contados da data do recebimento da notificação. de prestação de serviços em determinado período.
e) cabe recurso no prazo de trinta dias.
( ) CERTO ( ) ERRADO
05. (CREA-PR - Agente de Fiscalização - Técnico em
10. (SERPRO - Analista - Engenharia Mecânica - CES-
Eletromecânica - FUNDATEC – 2012). Nos termos da
PE – 2013). Ainda acerca da ART, julgue os itens que se
Resolução nº 1.008, do Conselho Federal de Engenha-
seguem. Substituição de responsável técnico ou paralisa-
ria, Arquitetura e Agronomia, a instauração de processo
ção de serviço são casos de baixa de ART por não conclu-
perante esse Conselho poderá ser instrumentalizada por
são das atividades descritas na respectiva ART.
denúncia .
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) apresentada por pessoa física ou pessoa jurídica de
direito público ou privado.
b) formulada exclusivamente por pessoa física.
c) formulada exclusivamente por entidade de classe ou
instituição de ensino.
d) formulada exclusivamente por instituição de ensino
pública.
e) exclusivamente resultante de atos dos órgãos de fisca-
lização do Conselho.

06. (CREA-PR - Agente de Fiscalização - Técnico em


Eletromecânica - FUNDATEC – 2012). Em relação aos
termos do Código de Ética Profissional da Engenharia, da
Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e
da Meteorologia, indique a alternativa correta sobre as
condutas por este vedadas.

a) Valorar os interesses coletivos, salvo os ambientais.


b) Descumprir, mesmo que involuntariamente e com jus-
to motivo, os deveres do ofício.
c) Apresentar proposta de honorários com valore vis.
d) Fazer propaganda pessoal.
e) Divulgar os conhecimentos científicos, artísticos e tec-
nológicos inerentes à profissão.
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

07. (CREA-PR - Agente de Fiscalização - Técnico em


Eletromecânica - FUNDATEC – 2012). A ação punitiva
do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agro-
nomia, no exercício do poder de polícia, em processos
administrativos que objetivem apurar infração à legisla-
ção em vigor, prescreve em

a) um ano
b) dois anos.
c) três anos.
d) cinco anos.
e) dez anos.

22
ANOTAÇÕES
GABARITO

________________________________________________
1 A
_________________________________________________
2 A
3 A _________________________________________________
4 A _________________________________________________
5 A
_________________________________________________
6 C
7 D _________________________________________________
8 A _________________________________________________
9 B _________________________________________________
10 A
_________________________________________________

_________________________________________________

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LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

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23
ANOTAÇÕES

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LEGISLAÇÃO DO SISTEMA CONFEA/CREA

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24
ÍNDICE

SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE


Normas ABNT: NBR ISO 9000:2015 e NBR ISO 9001:2015.......................................................................................................................................... 01
As normas asseguram as características desejáveis de
NORMAS ABNT: NBR ISO 9000:2015 E NBR produtos e serviços, como qualidade, segurança, confia-
bilidade, eficiência, intercambialidade, bem como respei-
ISO 9001:2015
to ambiental – e tudo isto a um custo econômico.
Quando os produtos e serviços atendem às nossas
expectativas, tendemos a tomar isso como certo e a
Conforme a ABNT define a normalização é a ativida-
não ter consciência do papel das normas. Rapidamen-
de que estabelece, em relação a problemas existentes ou
te, nos preocupamos quando produtos se mostram de
potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e
má qualidade, não se encaixam, são incompatíveis com
repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de or-
equipamentos que já temos, não são confiáveis ou são
dem em um dado contexto. Consiste, em particular, na
perigosos. Quando os produtos, sistemas, máquinas
elaboração, difusão e implementação das Normas.
e dispositivos trabalham bem e com segurança, quase
A normalização é, assim, o processo de formulação e
sempre é porque eles atendem às normas.
aplicação de regras para a solução ou prevenção de pro-
As normas têm uma enorme e positiva contribuição
blemas, com a cooperação de todos os interessados, e,
para a maioria dos aspectos de nossas vidas. Quando
em particular, para a promoção da economia global. No
elas estão ausentes, logo notamos.
estabelecimento dessas regras recorre-se à tecnologia
A ISO 9001 foi elaborada pelo Comitê Técnico Qua-
como o instrumento para estabelecer, de forma objetiva
lity Mangement and Quality Assurance (ISO/TC 176), este
e neutra, as condições que possibilitem que o produto,
documento resulta da revisão publicada pela ABNT, a
projeto, processo, sistema, pessoa, bem ou serviço aten-
versão brasileira da norma é a ABNT NBR ISO 9001, de
dam às finalidades a que se destinam, sem se esquecer
2008.
dos aspectos de segurança.
Ela é a norma que certifica os Sistemas de Gestão da
Norma é o documento estabelecido por consenso e
Qualidade e define os requisitos para a implantação do
aprovado por um organismo reconhecido, que fornece
sistema. Este documento possui ferramentas de padroni-
regras, diretrizes ou características mínimas para ativida-
zação, é um modelo seguro para a implantação da Ges-
des ou para seus resultados, visando à obtenção de um
tão da Qualidade.
grau ótimo de ordenação em um dado contexto.
O objetivo da norma, é trazer confiança ao cliente de
que os produtos e serviços da empresa serão criados de
A norma é, por princípio, de uso voluntário, mas qua-
modo repetitivo e consistente, afim de que adquira uma
se sempre é usada por representar o consenso sobre o
qualidade, de acordo com aquilo que foi definido pela
estado da arte de determinado assunto, obtido entre es-
empresa.
pecialistas das partes interessadas.
Qualquer empresa pública ou privada pode obter
Voluntariedade das Normas
essa certificação com base na ISO 9001, independente
Tipicamente, as normas são de uso voluntário, isto é,
do seu setor, produto/serviço oferecido. Esse documen-
não são obrigatórias por lei, e então é possível fornecer
to é um recurso valioso para a gestão da empresa, pois
um produto ou serviço que não siga a norma aplicável no
agrupa um conjunto de práticas de gestão de empresas
mercado determinado.
do mundo todo. Quando a empresa certifica-se nesta
Em diversos países há obrigatoriedade de segui-las,
norma, terá competência para utilizar uma famosa fer-
pelo menos em algumas áreas (para o caso brasileiro, é o
ramenta da qualidade: o Ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Ac-
Código de Defesa do Consumidor).
tion) que significa planejar, fazer, checar e agir.
Por outro lado, fornecer um produto que não siga a
norma aplicável no mercado-alvo implica esforços adi-
Princípios de Gestão da Qualidade
cionais para introduzi-lo nesse mercado, que incluem a
Além do Ciclo PDCA, a norma ISO 9001 conta com 8
necessidade de demonstrar de forma convincente que
princípios da qualidade. São vários requisitos, provenien-
o produto atende às necessidades do cliente e de as-
tes das experiências de várias organizações, que podem
segurar que questões como intercambialidade de com-
ser usados por qualquer empresa que deseja utilizar o
ponentes e insumos não representarão um impedimento
sistema, Assim cada princípio deve ser analisado e estu-
ou dificuldade adicional.
dado para que seja atingido o sucesso na implantação
Do ponto de vista legal, em muitos mercados, quan-
do modelo:
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE

do não é seguida a norma aplicável, o fornecedor tem


responsabilidades adicionais sobre o uso do produto.
- Foco no Cliente: os funcionários devem trabalhar
As Normas tornam o desenvolvimento, a fabricação
para atender o cliente de forma satisfatória e agra-
e o fornecimento de produtos e serviços mais eficientes,
dável, pois sem eles a empresa não obteria a sua
mais seguros e mais limpos; facilitam o comércio entre
fidelização;
países tornando-o mais justo; fornecem aos governos
uma base técnica para saúde, segurança e legislação am-
- Liderança: deve ter solidez e estar por dentro dos
biental, e avaliação da conformidade; compartilham os
avanços do mercado da empresa. Além disso, a or-
avanços tecnológicos e a boa prática de gestão; dissemi-
ganização deve oferecer as ferramentas necessá-
nam a inovação; protegem os consumidores e usuários
rias para que os liderados executem os processos
em geral, de produtos e serviços; e tornam a vida mais
com eficácia;
simples provendo soluções para problemas comuns.

1
- Abordagem de Processo: é a relação entre funcio- A ISO 9001:2015 é um conjunto de boas práticas. Ela
nários e as tarefas que são executadas na empresa, tem como objetivo melhorar a empresa, assegurando
além da relação entre a entrada e saída desses pro- que produtos e serviços saiam de acordo com as neces-
cessos e a oferta de recursos para que a atividade sidades dos clientes e, com isso, garantir que a empresa
seja bem desempenhada; atinja seus objetivos.
Se você está iniciando o processo de implantação do
- Abordagem Sistêmica para a Gestão: os processos sistema de gestão da qualidade, provavelmente sua em-
devem ser visualizados como um sistema, onde presa não está atenta a todas as boas práticas descritas
tudo que faz parte do sistema interaja. A partir dis- na norma. Assim, antes de mais nada, você precisa enten-
so, os processos poderão ser avaliados e organi- der qual é a maturidade da gestão da sua empresa.
zados; Um diagnóstico vai ajudar a compreender em que
medida a empresa cumpre o que a norma determina. A
partir disso, identificando o que não está conforme ao
- Envolvimento das Pessoas: conforme explica o con-
que a norma requer, é possível trabalhar pontualmente
ceito de Gestão da Qualidade, a equipe de traba-
na implantação.
lho é um dos principais recursos da empresa; Pensar em como se certificar e em como pôr em prá-
tica as etapas de implantação ISO 9001:2015 que propus
- Melhoria Contínua: nesse princípio, a equipe adqui- aqui é entender que existem muitas coisas que podem
re o conhecimento de como os processos devem estar desorganizadas na empresa. Você descobrirá pon-
ser realizados para atingirem a qualidade; tos cego e coisas que podem ser melhoradas. Por isso, o
ideal é começar com um bom diagnóstico. Assim você
- Abordagem Factual para Tomada de Decisões: atra- compreende a situação atual dos seus processos e da
vés dos indicadores, das auditorias e análises fei- empresa como um todo.
tas através do Sistema de Gestão da Qualidade, A ISO 9001:2015 vai exigir que você delimite um es-
os gestores poderão verificar as oportunidades e copo para o seu sistema de gestão da qualidade. E é
desafios da empresa, e assim tomar decisões que realmente muito importante ter esse escopo muito claro.
auxiliarão na melhoria dos serviços e produtos; Não só pela norma, mas porque definir o escopo te ajuda
a entender melhor os fatores que impactam diretamente
- Benefícios Mútuos nas Relações com os Fornecedo- na qualidade da empresa.
res: tanto funcionários, quanto fornecedores, esta- Esse diagnóstico é importante inclusive para ajudar a
belecem uma relação de parceria com a empresa. definir o escopo da qualidade na empresa. Para entender
Com esse tratamento, prazos e preços contribuem o que afeta seu produto ou serviço. Dessa forma, não
para a qualidade dos produtos e serviços. recomendo muito que você comece a próxima etapa sem
um escopo bem definido.
Dessa forma, o escopo seria todos os processos e o
Para a implantação, inicialmente é feito um diagnós- correto seria auditar a empresa inteira. (isso não significa
tico por um especialista da norma e elaborada uma pro- que você precisa certificar todos os processos da sua em-
posta comercial para a empresa. Após isso, é criado um presa de uma vez só, isso pode ser algo mais gradativo e
cronograma de atividades do cliente (empresa), de acor- até mesmo mais natural)
do com a norma. O especialista a implanta por meio de Acho importante ressaltar isso porque Qualidade, pra
consultoria e treinamento. Em um segundo momento, é gente, é muito mais que uma norma, mais que seguir
realizada uma auditoria interna e, posteriormente, uma regras, é um investimento que nos ajuda a ir mais longe,
pré-auditoria, que pode ser opcional. Um organismo cer- trabalhando melhor e alcançando mais resultados.
tificador realiza uma auditoria de certificação e se tudo 2ª etapa – Implante as melhorias identificadas
estiver conforme a NBR ISO 9001, a empresa recebe o Esse é o ponto chave das etapas de implantação ISO
certificado. 9001:2015, pois toda a preparação e planejamento são
executados aqui.
Afinal, feito o diagnóstico, provavelmente você terá
#FicaDica que fazer várias adequações ao que a ISO 9001:2015 exi-
ge. Portanto, terá várias boas práticas para implantar na
É A NORMA QUE CERTIFICA OS SISTEMAS empresa. Agora é hora de montar um plano de ação e
DE GESTÃO DA QUALIDADE E DEFINE OS colocar a mão na massa.
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE

REQUISITOS PARA A IMPLANTAÇÃO DO Aqui você irá delegar tarefas, reestruturar processos,
SISTEMA. ESTE DOCUMENTO POSSUI FER- conscientizar pessoas e explicar as mudanças que estão
RAMENTAS DE PADRONIZAÇÃO, É UM ocorrendo na empresa. Também vale repetir: algumas
MODELO SEGURO PARA A IMPLANTAÇÃO alterações podem ser mais tranquilas, porém outras po-
DA GESTÃO DA QUALIDADE dem precisar de sua participação mais ativamente.
Sobre resistência a mudanças
Entenda que pôr em prática essas etapas de implan-
A seguir iremos abordar as etapas para a implantação tação ISO 9001:2015 vai mexer muito na zona de con-
da ISSO 9001:2015, conforme explicação de Davidson forto das pessoas. Portanto, nesse período, é comum
Ramos: em muitas empresas enfrentar certa resistência às novas
1ª etapa – Faça um diagnóstico de verificação dos re- práticas e às mudanças. Afinal serão diversos novos pro-
quisitos da ISO 9001:2015 cedimentos e diversas novas formas de fazer as coisas.

2
No livro Qualidade sem lágrimas, Philip Crosby dá Mesmo com o acompanhamento, algumas mudanças
uma dica valiosa para lidar com esse desafio. Ele fala que, podem não se sustentar com o tempo, então será preciso
caso a resistência seja muito grande, você deve começar reestruturar e pensar em novas formas de alterar o pro-
o programa de melhoria da qualidade por um departa- cesso. Muitas dessas alterações não consolidadas podem
mento que tem mais facilidade em abraçar mudanças. passar despercebidas no dia a dia. Uma nova auditoria
(Sempre existe algum na empresa, seja ele marketing, pode ajudar a encontrar não conformidades e outros
vendas ou gestão de pessoas por exemplo) problemas.
Comece por esse departamento e, depois, use-o Entenda que o diagnóstico (1ª etapa) é geral e vai
como exemplo para falar sobre as coisas que deram cer- mostrar muitos pontos de não conformidade com a ISO
to. Mostre o que mudou e fale sobre o que melhorou, e, mais importante, com a própria Qualidade busca-
sobre resultados e sobre a própria organização e clareza da pela empresa. Nesse segundo momento, a intenção
nos processos. maior é focar nas mudanças e entender se as melhorias
Portanto, quando a resistência é muito grande, talvez (e boas práticas) foram realmente incorporadas no dia a
seja melhor não começar a implantação de forma geral. dia. Agora, então, serão abertas não conformidades for-
Isso pode assustar as pessoas e acentuar ainda mais essa malizadas que serão tratadas antes da auditoria de cer-
aversão às mudanças, então vale a pena pensar em uma tificação.
implantação mais focada. Talvez em uma equipe menor Essas etapas de implantação ISO 9001:2015 são co-
e em menos processos, direcionando melhor cada uma muns a quase todas as empresas e até mesmo à maioria
das etapas de implantação ISO 9001:2015. das normas de gestão. Porém, sempre é preciso avaliar o
3ª etapa – Treine as pessoas nos novos processos contexto da empresa e dos processos, adaptando a im-
No meu artigo anterior, também falei sobre treina- plantação da melhor forma possível.
mento. Lá, estava me referindo a treinar as pessoas na
ISO 9001:2015 (ou na norma que estiver implantando). #FicaDica
Nesse momento, você provavelmente as treinou em as-
pectos específicos, para executar a implantação. A ISO 9001:2015 É UM CONJUNTO DE
Depois que as melhorias forem estabelecidas na em- BOAS PRÁTICAS. ELA TEM COMO OBJETI-
presa, os processos ganharão novas formas de serem VO MELHORAR A EMPRESA, ASSEGURAN-
executados. Então, as pessoas terão de ser treinadas com DO QUE PRODUTOS E SERVIÇOS SAIAM
esses novos “comos”, para que elas possam executar o DE ACORDO COM AS NECESSIDADES DOS
processo com as melhorias. CLIENTES E, COM ISSO, GARANTIR QUE A
O ideal, na verdade, seria que todos participassem da EMPRESA ATINJA SEUS OBJETIVOS.
construção dos novos processos.
4ª etapa – Acompanhe as mudanças implementadas
Quando eu fazia faculdade, me habituei a fazer o
mesmo trajeto todos os dias. Saia da empresa em que EXERCÍCIO COMENTADO
trabalhava e pegava exatamente a mesma rota todos os
dias. O que acontece é que, quando estava de férias, uma 01. (IF-SP - Tecnólogo - Gestão Pública - IF-SP – 2018).
ou outra vez eu saía do trabalho e pegava exatamente o Nas boas práticas de Administração da Qualidade, a fa-
mesmo caminho. mília das Normas ISO 9000 passou a ser adotada como
Após implantar as mudanças, pode acontecer de as uma referência internacional para a implantação de um
pessoas retornarem para os procedimentos antigos. Não Sistema da Qualidade visando regulamentar as relações
estou dizendo que elas farão isso conscientemente ou de entre fornecedores e compradores. Dentro da família de
propósito, mas por estarem habituadas. Normas da ISO 9000, qual a norma que define requisitos
Dessa forma, após executar ter executado etapas de para a implantação de um Sistema da Qualidade?
implantação ISO 9001:2015 é interessante manter uma
rotina de acompanhamento. Não para ser o Darth Vader a) ISO 9000
da Qualidade e pôr medo nas pessoas, mas para saber b) ISO 9004
se elas estão seguindo os novos procedimentos, se as c) ISO 9001
condutas acertadas estão condizentes com as mudanças d) ISO 19011
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE

e por aí vai. Outra vantagem desse acompanhamento é


conseguir entender se as pessoas estão tendo dificulda- Resposta: C
des com as novas rotinas e poder atuar para ajudá-las, ISO 9001 - orientações sobre a qualidade dos projetos,
seja com esclarecimentos ou direcionando treinamentos bem como o seu desenvolvimento, produção, instala-
específicos. ção e manutenção. É uma das normas mais específicas
5ª etapa – Audite novamente seu sistema de gestão e mostra como deve ser cada processo da empresa.
Nenhuma mudança acontece de forma instantânea. Ela envolve as normas 9002 e 9003;
Então, depois que você implantar as novas práticas e mu-
dar os processos, é interessante aguardar um tempo de
experimentação. Nesse período, é importante observar
como os processos estão rodando e como as novas prá-
ticas foram recebidas.

3
HORA DE PRATICAR! GABARITO

1. (AL-GO - Policial Legislativo - IADES – 2019). As 1 D


normas ISO 9000 (e as respectivas normas correlatas
9001, 9004, por exemplo) estão relacionadas com Siste- 2 D
ma de Gestão da Qualidade nas organizações. Em termos
práticos, o que oferecem as normas ISO 9000?

a) Certificação de consumo energético de produtos elé-


tricos.
b) Garantia de qualidade de produtos e processos.
c) Indicação de durabilidade, segurança de utilização e
frequência de assistência técnica preventiva.
d) Padrões de referência quanto à especificação de pro-
dutos e processos para a certificação de qualidade.
e) Indicação de adequação etária de produtos e serviços.

2. (AL-RO - Assistente Legislativo - Técnico em Logís-


tica - FGV – 2018). Assinale a opção que apresenta as
normas de gestão da qualidade da série ISO 9000:2008.

a) A série de normas ISO 9000 se aplica exclusivamente


às empresas de grande porte do ramo industrial.
b) O escopo do sistema de gestão da qualidade define
a abrangência dos processos que serão cobertos por
ele, porque a organização não pode implementar um
sistema de gestão da qualidade com escopo limitado
a alguns processos.
c) A organização descobre que não pode aplicar certos
requisitos da norma ISO 9001; ela deve proceder às
modificações necessárias, pois todos os requisitos de-
vem ser atendidos.
d) A empresa deve manter um manual da qualidade que
inclua o escopo do sistema de gestão da qualidade,
incluindo detalhes e justificativas para quaisquer ex-
clusões.
e) Quando uma empresa implementa o sistema de ges-
tão da qualidade de seus processos, seu produto rece-
be um selo de qualidade ISO 9000.
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE

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