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Estoicismo e

Tradicionalismo para o
Século XXI
(Ou o manual do bem viver no
novo século)
Índice

Introdução 3

I – Do indivíduo 4

II – Da família 6

III – Do meio 8

IV – Dos hábitos e alimentação 11

V – Das relações extrafamiliares 14

VI – Do trabalho 18

VII – Do amor e relações carnais 22

VIII – Do ego 27

IX – Do mundo e do moderno 32

X – Da vida e do porvir 38

Epílogo 44
Introdução

Falho sou, falho sempre serei e aqui se dará um testemunho do que tenho ainda por me superar.
Do que ainda impera em minha carne. Testemunhos, conselhos e anotações de mim para mim
mesmo, pois mesmo sabendo o que há de ainda vir-a-ser, ainda sou, e carnal, por vezes. Daí o
erro.
I – Do indivíduo

I.I – Tenhas ciência frequente de tua própria mortalidade. Ainda hás de morrer. Teu tempo é
limitado, pois então nascestes, crescestes e ainda haverás de partir. Assim como todos os
humanos. Assim como a todos, pelo menos pelas próximas décadas, ainda haverá de incorrer.
Memento mori.

I.II – Aceita tuas próprias limitações. És capaz de algumas coisas, porém não és capaz de tudo.

I.III – Aceita-te. Quanto menos te demorar na aceitação própria, tanto mais rápido irás progredir
em teu próprio caminho e destino.

I.IV – O caminho do outro é o caminho do outro. O teu caminho é o teu caminho. Jamais te
esqueças disso.

I.V – Não utilizas a ampulheta do outro para medir o teu próprio sucesso. Se és sucessivo ou
fracassado é tu mesmo que deves mesurar. A tua medida é a tua medida e só tu sabes quais são
os teus esforços e as tuas recompensas.

I.VI – Não ama-te, porém também não odeia-te. Seja na medida do possível o máximo
indiferente a tudo o que concerne a ti. Não nutre o orgulho, porém também não te desdenha.

I.VII – Age conforme o teu bem-querer. Elabora para ti mesmo um sistema de moral e ética e
busca segui-lo na medida do possível. O prazer é temporário, a honra e boa consciência, eternas.

I.VIII – Não sabes de tudo. Aceita tua própria condição ignorante e não buscas obter todo e
qualquer conhecimento. Certos conhecimentos podem não ser para ti.

I.IX – Conheça-te acima de tudo. Somente se conhecendo poderás te livrar das amarras dos
outros. Como já dito, a tua régua deve ser a tua régua, a régua do outro deve ser a régua do outro
e tu não precisas te comensurar pelo que é padrão do outro.

I.X – Toma cuidado com teus próprios pensamentos. Teus pensamentos podem te dominar e
nem sempre aquilo que tua mente concebe, principalmente sob efeito das paixões, é o melhor a
ser feito. Antes de tudo, doma-te e aprende a separar os bons dos maus pensamentos.

I.XI – Se for dominado por quaisquer mecanismos alheios ao teu bom senso e razão, siga-os e
realiza-os rápido. Esteja preparado para as consequências. Às vezes, só se aprende na dor e o
que é do destino não haverás tu de mudar. Busca ser melhor pós-ato.

I.XII – Conheça teu corpo e teus mecanismos. O que é de geral pode não servir para você, e o
que serve para você pode não ser de via geral. Aprenda a reconhecer quando teu corpo está
dando sinais a ti e respeita-os.

I.XIII – Não estás sozinho. Assim como tens corpo e pensamentos, outros também o têm e
diferem de teu corpo e pensamentos. Aprenda a respeitar e aceitar este fato.

I.XIV – És responsável pela tua, e somente tua, vida, excetuando-se o caso de filhos ainda
muito pequenos. O que fazes da tua própria vida é de tua responsabilidade, e não de
responsabilidade dos outros. Se te utilizas dos outros para justificar tua própria conduta, és
imbecil igual à quem apontas o dedo.
I.XV – Olha-te antes de olhar para o outro. Não deves acusar de algo que ti mesmo praticas. A
acusação pode ser uma faca de dois gumes.

I.XVI – Pratica a solidão. Estás imutavelmente sozinho em teu próprio cerne. Aceita este fato.

I.XVII – Não te encanta em demasia com o que é fruto do teu próprio corpo. Logo teu corpo irá
passar e o que era belo e prazeroso há de não mais o ser. Antes te envergonha por ainda apreciar
teu corpo.

I.XVIII – Toma cuidado com o prazer e o deleite. Quando menos se espera, deixa-te levar e
então não consegue mais viver sem, ou pelo menos só consegue-se obter alguma satisfação daí
advindo. Sê moderado e ponderado em (quase) tudo.

I.XIX – Não pensa jamais que és o primeiro ou “o mais” qualquer coisa e em qualquer coisa.
Não és.

I.XX – Não desdenhas, mas também não banhes em ouro o teu sofrimento. Se o sofrimento lhe
serve para qualquer propósito que não a retidão e superação, é ego e não sofrimento.

I.XXI – Aprenda a respeitar-te e respeitar teu próprio tempo. Nem tudo sobre nós é rápido ou
prazeroso da forma como desejamos. Aceita isto.

I.XXII – Novos ares e experiências podem ser de bom uso ao corpo e ao indivíduo. Saia do
quarto de vez em quando, vê a vida que há lá fora. Você não está (completamente) sozinho.

I.XXIII – Vez em quando é necessário esquecer, ou ao menos reformar, o que outros te


ensinaram, seja no bom ou no mal intento. Como já dito, conheça-te a ti mesmo e chega ao
cerne da tua existência. Nem tudo o que pensas e pensavas sobre ti é necessariamente real.
Muito se é aprendido, pouco se é de fato.

I.XXIV – Não nutras grandes afetos por nada e pondera sobre tuas paixões. Elas poderão ser
ocasionalmente usadas contra ti mesmo. Ama, porém na medida do não-pertencimento.

I.XXV – Exerça e aprenda com o tédio. Grande parte dos males modernos se dão por não
sabermos lidar com um dos sentimentos e momentos mais básicos da existência humana: O
tédio. Aprendes e praticas ser teu próprio entretenimento.

I.XXVI – Não procuras defeitos em teu próprio corpo. Acharás.

I.XXVII – Puna-te pelos erros por ti cometidos, mas também saiba te perdoar. Sê severo, porém
te lembra de que és humano.

I.XXVIII – Em aspecto algum, não te apega ao corpo e nem ao teu próprio intelecto. Ambos
passarão, seja em vida ou após. O que antes era motivo de orgulho, amanhã pode ser motivo de
vergonha. Não ama à ti mesmo.

I.XXIX – Se em ti mesmo não encontras bom intento e boa companhia, como os outros o
fariam?
II – Da família

II.I – Porventura não te esqueças de que a família é, sempre foi e provavelmente o será por mais
algum tempo, o núcleo mais básico de organização social.

II.II – Não te deixas levar pelo jugo de teus familiares, porém também não os ignora
completamente. Por mais que teus familiares possam estar errados em suas concepções sobre ti,
no fim, o que eles desejam é apenas o teu melhor por e sobre a visão deles, e não há nada de
recriminável nisto.

II.III – Tenhas consciência de que teus familiares podem ser tão vãos e tolos quanto quaisquer
pessoas afora tua família. Laços sanguíneos não garantem sobriedade e sabedoria alguma,
exceto configuram um instinto de proteção natural.

II.IV – O que foi melhor caminho para teus parentes pode não ser também o teu caminho. Como
já dito, tu és o único responsável pela tua vida e por saber o que é melhor para ti mesmo.

II.V – Laços sanguíneos não garantem afinidade. Nada garante que tua relação e aproximação
com os demais de tua família será das melhores. Aprende a aceitar isto.

II.VI – Se assistes ao erro de perto, já que é de tua família, trata de não repeti-lo e não utilizar a
sucessão sanguínea como justificativa para tal erro. O que é do jugo de teu pai é de jugo de teu
pai, o que é de teu jugo é de teu e apenas teu jugo.

II.VII – Não podes mudar teus laços familiares. Tua família é uma das muitas coisas que tens de
aprender a aceitar. Para o bem ou para o mal, teus familiares são imutáveis e afinidade não se
configura via laços sanguíneos.

II.VIII – Evita, para o amor, aqueles que de tua linhagem sanguínea estão muito próximos. A
ciência está recheada de casos amorosos entre parentes que acabaram por mal suceder-se.

II.IX – Copia o bom exemplo, evita o erro. O que de bem te ensinarem conserva. O que de mal
te servires descarta.

II.X – Não te esqueces dos familiares na doença e na velhice. Tu também hás de ficar velho um
dia, e velhice sem companhia é abandono.

II.XI – Assim como és falho, aceitas as imperfeições que te forem imputadas durante tua
educação. Tu também, quiçá, hás de repetir os mesmos erros de teus pais.

II.XII – Por mais que tenhas não exemplares pais, não te esqueçais jamais da gratidão. Podes ter
os piores pais do mundo, ainda assim, colocando-te nesta existência, eles te deram um mar de
possibilidades. Acaso forem maus, tenta ser diferente e lembre-se sempre de tuas raízes para não
inclinar-se igual.

II.XIII – Vê em teu pai a proteção e os bons valores. Em tua mãe, o amor e o cuidado. Ademais
é apenas acréscimo ao essencial.

II.XIV – Não faltas com o respeito para com teus familiares. São os únicos que, quiçá, poderão
te socorrer até mesmo em teus piores momentos. Ninguém afora te fará nada por amor (ou por
motivos biológicos, para os céticos).
II.XV – Visitas e conservas relações com os familiares que de bem podem te contribuir. Aos
outros, não completamente ignora, porém mantenha uma certa distância e ao menos te encontra
e cumprimenta durante as reuniões familiares.

II.XVI – Pode ser doloso participar de rituais e procissões familiares, porém mais doloso ainda é
afastar-se de tudo. Se não queres envelhecer sozinho e quiçá com prole que repetirá tua conduta,
cuida dos outros assim como eles hão de cuidar de você.

II.XVII – Lembra-te e seja grato.

II.XVIII – Evita ao máximo derrubar a lágrima de tua mãe. Lágrimas maternas são as lágrimas
mais dolorosas deste plano de existência.

II.XIX – Estipulas, quando em fase adulta, um período máximo para ainda estar junto de teus
pais. És livre, porventura, para ficar ou não com eles, porém não podes ser deles dependente
eternamente. Parte do processo de crescer trata-se de desvencilhar e começar a ter uma vida
sozinho(a).

II.XX – Lembra-te de teu nome e pesquisa sobre tua história. Entender e apreender a árvore
genealógica de tua família te ajudará a entendê-la e entender a ti mesmo em alguns casos.

II.XXI – Passa aos teus filhos o que de bom foi ensinado, evita o vicioso e lembras que assim
como teus pais erraram, você também pode errar. Melhora na educação e incentiva a tua prole
para que faça o mesmo.

II.XXII – Não trata nada como teu pertence e lembra-te constantemente da morte. A vida te
deste, a vida te pode tirar.

II.XXIII – Sê sábio caso tenhas direito à herança. Conheça-te e saiba do que melhor lhe
aprouver.

II.XXIV – No caso de linhagem de boa condição financeira, aprenda pelo menos o mínimo
suficiente para te manter com o que já estás acostumado, muito penar te causaria descender para
uma posição menor. Em caso de linhagem de não tão boa condição financeira, podes almejar o
que te é de melhor, porém não te esqueças de tuas raízes e não desejas mais do que podes: A
ambição e vaidade são dois dos principais vícios à qual o homem pode acometer. Sê justo na
exata medida.

II.XXV – Pensa que tudo enquanto ainda não possuías consciência e independência teve um
gasto. Pensa em quem teve de pagá-lo.

II.XXVI – Ama, mesmo que não estejas convencido de teu amor.

II.XXVII – Trata com cordialidade e bondade os que demonstram afeto e os mais velhos.

II.XXVIII – Perdoa e esqueça.


III – Do meio

III.I – Organiza e sê organizado. Um ambiente com melhor organização é também um ambiente


com melhor e maior consistência e clareza de ideias.

III.II – Organiza-te do teu jeito. Como já dito, a tua maneira deve ser a tua maneira, a dos outros
é a maneira dos outros. Organiza conforme o teu empenho e personalidade, mesmo que tua
organização aos olhos dos outros seja desorganização.

III.III – Limpa e organiza tua cama assim que te levantar, troca de roupa. Um homem melhor
organizado é um homem melhor preparado (e tendente a ser menos preguiçoso).

III.IV – Estabelece uma ordem, uma rotina diária. Quanto mais souberes previamente o que
fazer, melhor organizado e preparado serás. Firmar-te no dia a dia sem um plano é um convite
ao caos.

III.V – Tenha tudo o que precisas próximo de ti e à tua disposição. Quanto mais em teu poder,
maior em tua disponibilidade.

III.VI – Avalia o que te é necessário e o que não. Quanto mais coisas desnecessárias possuíres
por mais coisas desnecessárias serás possuído. Pensa no tempo e na poluição visual que cada
item que de nada te serve lhe causa. O nosso redor define o nosso ponto.

III.VII – Te livra daquilo que não for teu e de teu uso diário. Elimina o velho e desgastado.
Quanto menor apego aos bens materiais, melhor.

III.VIII – Pratica a doação, mesmo que de coisas não tão novas. Assim, além de praticar o
desapego material, também podes estar ajudando ao outro.

III.IX – Realiza uma inspeção anual em teus pertences para verificar o que ainda te serve e o
que não. Assim sendo, anualmente poderás realizar uma “limpeza astral” e material em teu
quarto.

III.X – Limpa o que sujastes. Sê o máximo responsável pela própria organização e limpeza.

III.XI – Lava e cuida não somente de tudo que for teu, mas também daquilo que te emprestam.
Tenha o máximo cuidado, especialmente quando o dono não és tu.

III.XII – Organiza conforme a necessidade e, quando estiver em um ambiente que não é teu, te
adapta. Nem sempre estaremos confortáveis em todas as situações, bom seria se tudo fosse
organizado como nosso quarto, mas não é.

III.XIII – Divide as tarefas com os que te são próximos. Organiza uma rotina semanal de
limpeza em conjunto. Um ambiente sujo interfere também nos pensamentos.

III.XIV – Mantém e cuida bem de teus livros. Cuidado com as traças. Troca e organiza
conforme teu bem querer. Tenha apego ao conhecimento, porém não apego aos objetos que o
carregam.

III.XV – Rodeia-te de coisas belas. Frequentemente é da beleza que nasce a generosidade.


III.XVI – Tenha, sempre que possível, uma janela em teu próprio quarto e observa-a quando
necessário. Deves ter um “portal” que liga-te ao mundo exterior. Não te esqueças de que não
estás completamente sozinho.

III.XVII – Saia de casa e tome um ar quando necessário. Vez em quando é o melhor remendo
para as angústias da alma.

III.XVIII – Mantém o mínimo de barulho possível em todo ambiente. Modera na música.


Lembra que a poluição é composta do estímulo e quando o há em excesso, há distração.

III.XIX – Mantenha-te o máximo focado em assuntos de importância e caso possível mantenha


uma pequena sala em tua casa exclusivamente para ti. Ali deve ser o teu abrigo na arte, no
pensamento e na crise.

III.XX – Repara também no cheiro de tua ambientação. Secreções também estimulam o cérebro,
positiva ou negativamente.

III.XXI – Sê útil de alguma forma.

III.XXII – Rodeia-te de coisas que te possuem algum significado e quiçá te despertem alguma
reflexão que te seja importante. Nunca te esqueças de ser grato.

III.XXIII – Tua própria casa deve ser teu próprio paraíso. Se nem em casa consegues ter paz, em
lugar nenhum há de teres.

III.XXIV – Quando necessário descreva, deixe registrado a sua rotina diária. Encontra erros e
possíveis melhorias, melhora.

III.XXV – Elimina o desnecessário e o que causa distração o máximo possível. Cuidado com os
jogos.

III.XXVI – Menos é mais. Sê o mais simples possível em quase tudo.

III.XXVII – Assim como tens a tua forma de adaptação e organização, respeita a forma do outro
e não sejais possessivo e intrometido.

III.XXVIII – Te adapta ao mundo exterior. Quanto mais adaptado (no sentido de aceitar, já que
não podes mudar), menos sofrerás.

III.XXIX – Sê austero contigo mesmo e com tudo aquilo que te cerca, seja crítico. Tua vida é
feita do teu dia a dia e se não regulas teu dia a dia, desregulada também será tua vida.

III.XXX – Observa e absorve. Porém, não te mudas naquilo que te é vital.

III.XXXI – Sê acostumado com a luxúria e lixo do mundo. Tu não conseguirás mudar isso,
mesmo que tentes.

III.XXXII – Caso possível e necessário, muda para o que te for de melhor clima e temperatura.
Caso não, te adapta, faz e te utiliza do possível.

III.XXXIII – Quando em ambiente desagradável, faça o que lhe é necessário e logo que possível
se retire. Tu não tens obrigação de estar aonde não desejas.
III.XXXIV - Cria uma rotina, mas não te perde nela. Abra espaço para o inesperado, te adapta.

III.XXXV – “Se tens olhos, veja. Se podes ver, repara”.


IV – Dos hábitos e alimentação

IV.I – Teus hábitos demonstram quem tu és. Não te esqueças disso.

IV.II – Hábitos definem o longo prazo. Se não queres viver uma vida medíocre e sem
significado repensa teus hábitos com certa frequência.

IV.III – Assim como deves fazer para com teus pertences, analisa o que te é ou não útil na rotina
e daí toma medidas. Corta tudo aquilo que for desnecessário e pouco te ajuda ou até lhe
atrapalha no longo prazo.

IV.IV – Mantenha-te focado no que te for importante e se necessário faça uma preparação à tua
escolha antes de realizar a tarefa. Preparar-se é essencial para quase tudo.

IV.V – Sê cuidadoso com as formas como pensas. Pensar demasiado negativo, a longo prazo,
constitui amargura e amargura é estagnação.

IV.VI – Observa tua própria ação e apreende o que podes melhorar. Se necessário, observa a
ação do outro para assim melhorar tua própria forma.

IV.VII – Encontra a tua justa medida e segue-a. Não precisas seguir as formas de fazer dos
outros. Desde que atinjas o objetivo, faça de teu jeito, sempre que possível.

IV.VIII – Muda aquilo que podes mudar em tua rotina. O que não está em teu poder, aceita.

IV.IX – Aceita que nem sempre, quer seja por responsabilidade tua ou de outra(s) pessoa(s),
conseguirá melhorar tarefas. Faça na medida do teu alcance e do possível.

IV.X – Mantêm à vista e a mão somente aquilo que é necessário.

IV.XI – Alimenta bons hábitos e bons pensamentos. Sê grato. Ao longo prazo, por si só tais
pensamentos te recompensarão.

IV.XII – Evita aquilo que desgasta em demasia teu físico. A longo prazo pode lhe contribuir
para uma velhice adiantada.

IV.XIII – Realizas exercícios e esportes conforme for tua medida. Não importa o que seja, mas
realiza. Estabelece horários e metas e siga adiante com alguma atividade. Ocupa a cabeça e
exercita teu corpo.

IV.XIV – Observa tua alimentação. Toma cuidado com o industrializado. Tudo aquilo que é
muito doce ou muito salgado provavelmente deve fazer algum mal ao teu corpo, especialmente
a longo prazo.

IV.XV – Uma alimentação pesada, gordurosa e calórica ajuda na estagnação e preguiça. Sê


justo e moderado, aprende a respeitar os limites de teu corpo.

IV.XVI – Caso estejas em má condição física, avalia e descobre o que a causa. Como dito acima
faça exercícios e ajusta tua alimentação. À exceção de raros casos geralmente pequenos ajustes
na alimentação e rotina já podem melhorar tua forma física.
IV.XVII – Não sê magro em excesso, mas nem obeso também. Observa frequentemente teu
corpo, porém não te envaidece. Estabelece uma boa forma física não por vaidade, mas sim
porque teu corpo é teu presídio e tua forma.

IV.XVIII – Teus alimentos frequentes ajudam a descrever quem tu és. Não sê indisciplinado
nem preguiçoso.

IV.XIX – Tenha preferência por alimentos leves e evita a carne em excesso. Carne é importante
pois lhe concede proteína, ferro e outras substâncias necessárias ao corpo, mas não deve ser a
base da tua alimentação. Varia em teu cardápio, quanto mais variado for, melhor.

IV.XX – Evita te alimentar com pressa. Mastiga bem. Deves fazer das tuas alimentações um
momento de descanso e desligamento, e não de simples continuação do fluxo.

IV.XXI – Não deixe que o ritmo mundano faça-te tratar com pressa e ansiedade aquilo cujo
tempo deve ser respeitado. Não seja apressado e imprudente, antes faça com calma. Poucas são
as coisas que necessitam realmente de pressa.

IV.XXII – Aprenda a cozinhar caso possível para que assim tu mesmo possas preparar tua
comida. Assim sendo não haverá como arranjar desculpas sobre o que anda comendo.

IV.XXIII – Qualidade exige tempo. Não te esqueças disso. Comida de microondas e outras do
mesmo tipo são de baixa qualidade justamente pela facilidade em ficarem prontas. Evita os
congelados.

IV.XXIV – Deves comer, e não saborear. Comida deve ser comível, e não necessariamente
saboreável. Nem tudo precisa ser-lhe atraente ao palato. Se bem te alimenta já te serve.

IV.XXV – Exercita-te e exercita o “chato” o máximo possível. Quanto mais naturalizado e


frequente estiver, mais habitualmente te fluirá.

IV.XXVI – Caso sejais homem, toma banhos frios com certa frequência. Te habitua ao difícil, o
fácil é o regime dos fracos.

IV.XXVII – Evita a masturbação em excesso. Não é de meu jugo aqui avaliar a generalidade do
quanto masturbação pode ou não servir aos meios individuais, porém, via de regra geral, evita o
excesso, em especial de atividades que te despendem energia vital. Gozo é poder e energia.

IV.XXVIII – Afasta-te da sexualidade vilipendiosa e das imoralidades em geral. O homem


muito ocupado em pensamentos da carne é o homem que da carne vive e assim então sua alma
procede.

IV.XXIX – Descubra prazer no simples. Procura hobbies. Te mantenha ocupado, mas também
saiba apreciar a própria companhia.

IV.XXX – Ponderação é melhor do que moderação.

IV.XXXI – Pensa na utilidade de cada objeto que for de teu pertence. Nem sempre eles servem
somente a um propósito.

IV.XXXII – Usa, não sejais usado. Deves possuir objetos, não ser possuído pelos mesmos.
IV.XXXIII – Evita a desordem, a luxúria no geral e tudo aquilo que te é muito apelativo. Aparta
de ti tudo aquilo que é escandaloso à carne, lembra-te de teus deveres para com a alma.

IV.XXXIV – Sê austero contigo mesmo, porém saiba te perdoar. Se necessário, estabeleça para
ti mesmo uma penitência a ser paga em caso de falha. Te culpas, porém não em excesso.

IV.XXXV – Não perca muito tempo com os entretenimentos em geral provenientes da


modernidade. Não perca tua vida em entretenimento, tua vida deve ser de predominante
trabalho (e não estou falando de servir ao capitalismo), e não de diversão. Aquele que vive
somente para a diversão tolo é e logo passará.

IV.XXXV – Lê o máximo possível, mas tomas cuidado para não seguir somente por uma via.
Se queres de fato ser conhecedor, precisa entender diversos pontos de vista. Não te deixas levar
pelo ego.

IV.XXXVII – Acaso não saiba do que gostas de fazer, tira um dia para ti mesmo e tenta coisas.
Escreve, desenha, tira fotos. Tente de tudo e não te prenda ao que for de senso comum. Até um
lápis pode ser de máximo uso e satisfação para aquele que está predestinado ao seu uso. Prefira
hobbies a entretenimentos.

IV.XXXVIII – Divida aquilo que é feito solitariamente daquilo que é feito em grupo. Se
possuirdes atividades nos dois grupos, mais saudável serás.

IV.XXXIX – Prefira o saudável e trabalhoso ao prazeroso e fácil, em geral.

IV.XL - Cuidado e pondera nos vícios do paladar.

IV.XLI – Afasta-te de redes sociais no geral. Mantêm somente o necessário. A socialização


moderna é inimiga da produtividade e do significado.

IV. XLII – Não te esqueças da vida e do mundo lá fora.

IV. XLIII – Utiliza o pensamento como balança sobre o que se deve ou não fazer. Em (quase)
tudo coloca a razão acima da emoção. Utilidade (mesmo que somente para a beleza) acima do
senso comum.

IV.XLIV– Te organiza, cumpra horários, mas não te desespera em caso de falha ou atrasos. Sê
regrado, porém não em excesso. Todos somos humanos.

IV.XLV – Saiba e aprenda a ser produtivo, mas também aprendas a descansar. Jogos e
passatempos em geral não são descanso, silêncio é.

IV.XLVI – Cuidado com a música e com aquilo que estás nutrindo na alma.

IV.XLVII – Se irá acontecer amanhã, te prepara desde hoje.

IV.XLVIII – Tudo o que consomes e de ti rodeias te influencia de alguma forma e em tua


cabeça e teu coração entram. Jamais te esqueças disso.
V – Das relações extrafamiliares

V.I – Prefira o teu juízo ao juízo dos outros. Como já repetido, mais vale o teu auto
conhecimento do que o conhecimento parcial alheio.

V.II – Te lembra frequentemente de que a maioria das pessoas que um dia já viestes a conhecer
seguirão seus próprios caminhos. Poucos, ou até mesmo nenhum, são os que permanecem.
Amigos são poucos.

V.III – Não subestimas o conceito de amizade. “Amigo” é título que não deve ser dado a todos.

V.IV – Quem é amigo de todo mundo não é amigo de ninguém.

V.V – Sê amigo e companheiro assim como gostarias de que fossem teus amigos e teus
companheiros. Quem quer amizade mas não quer ser amigo não é digno de ser ouvido.

V.VI – Separa teus amigos de teus conhecidos. Aos primeiros, dedica parte de tua atenção. Aos
segundos, dedica parte de teu tempo somente.

V.VII – Não percas muito tempo com conversas alheias. Sabes que o que vale para os outros
nem sempre vale para ti.

V.VIII – Não percas muito tempo com aqueles que não são de tua maior proximidade e que não
estão dispostos a ouvir.

V.IX – Evita companhias de mero entretenimento. Companhias tais são apenas entretenimento e
nada mais. Gasto desnecessário de tempo.

V.X – Se precisas fazer uso de algo que te deixe intoxicado para estar em companhia, boa
companhia para ti não é.

V.XI – A sobriedade é a melhor companhia mesmo na companhia.

V.XII – Evitas aqueles que são apegados à imagem. Se muito se produzem e muito tiram fotos é
porque mais apreciam o status e a exibição do que a tua companhia.

V.XIII – Não te deixa levar pelo jugo da maioria. Escolhe um número pequeno de pessoas para
levar em consideração. Se vier deste pequeno grupo, alguma coisa considera e ouça. Se não,
provavelmente melhor a se fazer é ignorar.

V.XIV – Se deixar levar pelo jugo e conselho de todos é a melhor receita para não chegar a
lugar algum. Siga teu próprio caminho e põe fé nisto.

V.XV – Sacrifica-te quando necessário. Veja teus amigos, ouça-os, saia de ti mesmo com
alguma frequência. Como já dito se queres amigos, sê amigo.

V.XVI – Aprende com os erros cometidos. Não repita e não faça aquilo que no geral não
quiseres que te façam.

V.XVII – Guarda segredos, desde que não lhe perturbem tua paz. Sê honroso e fiel aos teus
chegados.

V.XVIII – Cumpra com a tua palavra. Um homem sem palavra é um nada.


V.XIX – Cumprimenta a mão e olha nos olhos no que te for importante.

V.XX – Enfrenta, mesmo que te pareça aterrador. É melhor enfrentar do que postergar e deixar
que tua imaginação te domine.

V.XXI – Lembra-te de que todos somos humanos. Todos erramos. Saiba perdoar.

V.XXII – Mas também, não perdoas em demasia. O perdão exige uma explicação,
arrependimento e possível punição, em alguns casos.

V.XXIII – Sê justo assim como gostaria de que fossem justos contigo. Não espere justiça
alguma se és egoísta.

V.XXIV – Põe tua compaixão acima do teu ego.

V.XXV – Aprenda ou pelo menos tenta ver pelo olhar do outro. Todos somos diferente e nossos
pontos de vista sempre irão divergir. Aprende, ou pelo menos tenta, a ser compreensivo.

V.XXVI – Não sê austero em demasia com os demais. Lembra-te de que tu tens um jeito, os
outros têm outros, por mais que seus métodos pareçam-te ser falhos ou ineficientes. O tolo é
uma pedra para si mesmo.

V.XXVII – Escuta, mas não absorve tudo. Filtra antes.

V.XXVIII – Lê, mas não absorve tudo. Antes percebe o que é de teu bom uso e o que não é.

V.XXIX – Aprende a escutar antes de falar.

V.XXX – Sê socialmente aceitável e te importas minimamente que seja com tua aparência.
Saiba lidar com o mundo lá fora, mesmo quando o detesta.

V.XXXI – O conselho da maioria é, via de regra geral, o conselho da tolice. Seguir a maioria é
seguir a soberba, a vaidade e o ego. Onde a multidão vai, te acanhas e pensa antes.

V.XXXII – Cria uma forma de apresentação pessoal. Mesmo que o básico, fala.

V.XXXIII – Saiba diferenciar pessoal de profissional, íntimo, etc. Nem com todos deves te
apresentar da mesma forma. Age conforme a ocasião e conforme o grau de afinidade e abertura.

V.XXXIV – Nunca confia plenamente naqueles que já não passaram em teu teste do tempo e
fidelidade. Confiar em qualquer um é receita certa para a exposição, seja como ela for.

V.XXXV – Observa os hábitos, modo de falar, programas e ações dos teus amigos. Se são vãos
provavelmente também o serão seus amigos. Avalia se são mesmo boas pessoas para se manter
por perto.

V.XXXVII – Reserva tua confiança somente a poucos. Se fores traído, não te consideras
culpado, mas sim que outra pessoa o traiu. É melhor ser traído do que o traidor, assim ao menos
não terás crises de consciência, acaso fores uma boa pessoa.

V.XXXVIII – Fala o mínimo possível na maioria das situações sociais. Seja direto.

V.XXXIX – Ninguém quer saber da tua vida. Eles querem teu capital, não teus sentimentos.
Não se deixe levar.
V.XL – Evita o excesso de intimidade, mesmo para com os mais chegados. Deve ter teu recanto
de lazer e paz e algum local para ti deve ser sagrado e fechado. Não deixas que qualquer um
invada a tua vida.

V.XLI – Conserva boas amizades. Lembra-te, manda mensagem, diga “oi” sempre que a
saudade aparecer. Não seja frio com aqueles que te amam.

V.XLII – Companhias em que se pode manter o silêncio sem constrangimento são, no geral, as
melhores companhias.

V.XLIII – Os mais “estranhos” costumam ser os que mais se assemelham a si mesmos e por
muitas vezes os que mais sofreram. Presta atenção neles, podem ser boas pessoas.

V.XLIV – Não te esqueças de praticar o bem sempre que possível, mas também não te força a
isto. A bondade deve vir de dentro para fora, e não o contrário.

V.XLV – Se não estás confortável na ajuda ou no pedido não ajuda. Não deves te forçar a nada
e mais vale a tua paz do que o agrado pela boa aparência.

V.XLVI – Se fazes questão de demonstrar o que fazes é ego.

V.XLVII – Não deixe a maldade alheia lhe contaminar. Os outros são os outros, tu és tu. Se o
mundo e as pessoas são malévolas também não precisas sê-lo. Se assim proceder, farás parte da
massa que justamente consideras “maligna”.

V.XLVIII – Aceita elogios, mas não te deixas levar por isso. Cuidado com o ego.

V.XLIX – Não sê espalhafatoso, prefira antes o silêncio e a resiliência.

V.L – Amizade de fato pode ser praticada a qualquer hora e qualquer lugar.

V.LI – Mais vale uma visita à casa, onde impera o silêncio e a aproximação, do que uma ida à
algum local lotado. Não conversarás coisas de grande importância sem teres um ambiente que
propicie intimidade, no fim das contas.

V.LII – Não te esqueças e sê parte.

V.LIII – Mais vale uma amizade de anos mantida do que dezenas de amizades novas que não se
mantém por muito tempo. Prefira a estabilidade à novidade, não se cria intimidade e gostos em
comum com aqueles que mal conhecemos.

V.LIV – Julga, mas não cria julgamentos. Não precisas ser austero e duro com tudo, tu e os
demais irão morrer de qualquer forma.

V.LV – Não opina naquilo que não possuis conhecimento. O silêncio é preferível à ignorância.

V.LVI – Permaneça longe da balbúrdia, do escandaloso e daquilo que não é belo. Tais contatos
moldam a alma com o passar do tempo.

V.LVII – Via de regra geral, evita te intrometer em tudo aquilo em que não estás envolvido.
Não tentas bancar o herói naquilo em que não fostes chamado. Não possuis conhecimento sobre
o todo, não haja sobre o todo.
V.LVIII – Sê ponderado e aprenda a arte de lidar com a diferença, mesmo que a desaprove. No
fim, poderás voltar para casa ao término do dia e tudo passará.

V.LIX – Te corresponde por cartas, mantenha a intimidade sempre que possível. Mais valem
cem palavras por ti escritas, com a tua letra, do que mil caracteres escritos em uma tela estéril.

V.LX – Evita quem muito é teu amigo pouco te conhecendo. Tais pessoas não suportarão a
totalidade de teu ser.

V.LXI – Respeita a diferença, porém mantém a intimidade e tempo somente com aqueles que
não muito divergem de ti. No fim, é praticamente impossível manter uma amizade duradoura
com aqueles que nada em comum sobre gostos contigo possuem.

V.LXII – Evita discussões e brigas de ego no geral. Nada ganharás com isso.

V.LXIII – Toma teu tempo e te separa dos outros quando necessário. Às vezes, solidão é
necessária para haver equilíbrio.

V.LXIV – Desculpa-te quando necessário. Não deixa teu ego ser maior do que a tua vergonha e
desejo de reatação.

V.LXV – Sê cortês e gentil. Na medida do possível.

V.LXVI – Não irás mudar os outros independente de quão bons sejam teus argumentos. A
maioria das pessoas não estão interessadas em realmente mudar. Aceita isto.

V.LXVII – Para a maioria, mais vale o teu silêncio do que a tua palavra. Saiba disso.
VI – Do trabalho

VI.I – Perceba que é mister desta existência, por mais que não do agrado da maioria, a venda de
teus serviços e capacidades para assim poderes sobreviver. Não é da forma ideal, mas é o real e
cuja forma pouco há de ser mudada.

VI.II – Não sê preguiçoso e evita o muito forçoso. Se te é forçoso, busca outra coisa.

VI.III – Evita todo e qualquer tipo de lamúria e boato. Evita as bocas que muito falam e pouco
trabalham. Foca-te no teu.

VI.IV – Evita a mal vizinhança com aqueles que compartilhas dos mesmos ambientes
diariamente. Estabelece a política da boa vizinhança. Não sê exatamente amigo, porém mantém
o decoro.

VI.V – Foca-te no teu antes de apontar para o outro. Se possível, nem aponte, não se envolva
em demasia.

VI.VI – Não te acha importante na organização. Serás, ocasionalmente, substituído, não pensa
que não.

VI.VII – Evita os que muito se focam nas pessoas e não no trabalho em si. Olha pra frente, e
não pro lado.

VI.VIII – Se vês injustiças não te moves muito por conta disto. Perceba: A injustiça é da
natureza deste mundo, te habitua a isso.

VI.IX – Evita gastar muito do que lhe é dado. Guarda sempre uma reserva. Não se acha no topo
do mundo. Evita toda e qualquer forma de luxúria e regozijo.

VI.X – Não passa por cima, antes te foca em tentar o maior sem precisar entrar em confronto
direto. Sê em paz com todos.

VI.XI – Tenha ciência de que nem todos poderão de ti gostar e aceitar teus pontos de vista.
Esteja preparado para a reprovação. Não revida, antes defende o teu ponto de vista com
argumentos e consistência, não com ataques pessoais.

VI.XII – Evita o muito pessoal, antes te foca no trabalho.

VI.XIII – Não crê que se importarão, não crê na bondade alheia especialmente em ambiente de
trabalho.

VI.XIV – Frequentemente as conversas e interesses neste tipo de ambiente são dos mais baixos
pontos. Não te ocupa e não pensa muito no que é do coletivo.

VI.XV – Evita tudo aquilo que remete à ganância, vaidade e avareza.

VI.XVI – Não segue muito o que é de conselho dos outros neste ambiente. Não crê em fórmulas
milagrosas, antes aceita tua condição e busca melhorar com o esforço, e não com a sorte. Não
podes depender da sorte unicamente.
VI.XVII – Não crê que serás promovido, que outras pessoas se comoverão por sua causa o que
conseguirás sucesso em qualquer que seja a tua causa. Antes reflete em que bens teu ambiente
herdará ao realizar o que tens em mente.

VI.XVIII – Caso queiras convencer, não pensa no que é de teu individual, mas sim no que é do
coletivo. Pensa e argumenta sobre o que é vantajoso para a maioria, e não somente para ti
mesmo.

VI.XIX – Te afasta da maioria, porém ainda mantém alguma vizinhança e contato.


Frequentemente o isolamento é visto por tolos como arrogância, não trata de nutrires esta
imagem por aqueles com quem convive diariamente.

VI.XX – Faz o básico, te aspira pelo básico, mas ainda assim faça o que é necessário. Não te
ocupa muito do trabalho em si, porém realiza-o independentemente no que te for solicitado.

VI.XXI – Ninguém se importará verdadeiramente com teus problemas e aflições. Sempre que
possível, guarda isto para tua casa, e não para teu escritório.

VI.XXII – Te foca naquilo que precisa ser feito, e não no particular.

VI.XXIII – Saiba identificar os bons frutos dos frutos podres. Toma cuidado com todos e como
já dito, evita o excesso de intimidade.

VI.XXIV – Conserva bem o teu capital e saiba bem como utilizá-lo. Utiliza-o da tua maneira,
porém não te esqueças completamente do futuro e das possibilidades. Esteja preparado tanto
para o melhor quanto para o pior.

VI.XXV – Mais vale te estabilizar em um único trabalho do que frequentemente mudar. Não
confia na generosidade alheia, porém confia que quanto mais tempo em um local possuis, mais
alguma importância e função em lá te consolidas. Crê na crise.

VI.XXVI – Pode não ser-lhe o ideal, porém não sê por demais mesquinho e avarento. Antes de
pensar em mudar, pensa no que realmente precisas e se não estás sendo deixado levar pelo
desejo e pelo ego.

VI.XXVII – Mantém somente o necessário à vista. Desempenha teu papel com foco.

VI.XXVIII – Mantenha algum ceticismo para com possibilidades e oportunidades de trabalho


excessivamente boas. Sê cauteloso.

VI.XXIX – Não creia em tudo que te é dito. Antes busca saber, ouvir os dois lados da moeda
antes de julgares.

VI.XXX – Evita ao máximo brigas e desentendimentos. Evita como puder aqueles com quem
não te dás bem.

VI.XXXI – Creia na estupidez alheia e não busca motivo para isto. Algumas pessoas de ti
desgostarão sem motivo aparente algum. Antes busca te entender com a confrontar.

VI.XXXII – Não perde demasiado tempo com preparativos e evita pensar muito. Não será de ti
aceito por demais rituais.
VI.XXXIII – Evita qualquer tipo de contato muito íntimo com colegas de trabalho. Porventura
as coisas não bem sucedam, lembra-te que ainda assim terás de conviver com tal pessoa
diariamente.

VI.XXXIV – Lembra-te que trabalho é uma reunião de necessidades, e não de gostos ou


pensamentos em comum. Não crê que encontrarás mui bons amigos em tal ambiente.

VI.XXXV – Não te ilude pelo discurso e pelo em excesso otimista. Não te leva pela
“motivação", antes cria tua disciplina.

VI.XXXVI – Tenha teu jeito, mas também segue o que te é imposto. Não questiona,
especialmente se antes já o fizestes e em nada resultou.

VI.XXXVII – Te habitua ao absurdo.

VI.XXXVIII – Sê clemente.

VI.XXXIX – Sê tolerante.

VI.XL – Guarda-te para tua casa, e não para teu trabalho.

VI.XLI – Se muito te perturba ou muito te tira a paz, busca outras opções. Caso não haja,
suporta o necessário, depois parta. Aposta no destino, e não em tua própria saúde mental.

VI.XLII – Lembra-te da tua vida no trabalho, porém foca-te mais em tua vida privada. Se
unicamente te dedicas ao trabalho, quem cresce é tua empresa, não tu.

VI.XLIII – Antes aceita uma ofensa, te cala e te anula a buscar reparar aquilo que não pode ser
reparado. Estás lidando com adultos, não com crianças ainda em formação.

VI.XLIV – Não tratas com demasiada intimidade, evita apelidos muito íntimos.

VI.XLV – Caso possível tira alguns minutos sempre que necessário para pausar teu trabalho e
tomar um ar. Caso não, fecha os olhos, respira fundo e continua.

VI.XLVI – Esteja ciente das surpresas e inesperados, não trata nada com demasiada
empolgação.

VI.XLVII – Não crê demasiado na benevolência, antes observa o interesse.

VI.XLVIII – Aprende e te adapta, mas não te muda.

VI.XLIX – Se não possuis nada de importante a ser dito, cala-te.

VI.L – Evita o vexatório e passar vergonha em público. Antes deixa os outros terem a impressão
de tua imbecilidade ao invés da certeza.

VI.LI – Evita murmurar e reclamar, evita fazer planos secretos. Se ali estás escolhestes. Sempre
tens a opção de sair.

VI.LII – Não busca fazer demais e nem de menos, antes faz o necessário.

VI.LIII – Observa como te tratam e se respeitam tua pessoa. Muda teu porte e tuas ações caso
necessário.
VI.LIV – Não muda em demasia tua forma de tratamento para cada cargo, porém toma cuidado
com tuas palavras. Observa o individual, não o cargo.

VI.LV – Não espera a sabedoria alheia, antes espera pelo erro. Te habitua.
VII – Do amor e das relações carnais

VII.I – Por mais que estejas enamorado, não te esqueças de que, vitalmente, estás sozinho.

VII.II – Não te deixas levar pelo sentimento. Não te esqueças de que a paixão é temporária, o
amor não.

VII.III – Prefere a personalidade à carnalidade. Se escolhes teu parceiro(a) por aspectos


meramente físico-carnais não podes reclamar de coisa alguma que concerne à personalidade do
indivíduo.

VII.IV – Conheça antes de estabelecer acordos. Não estabeleça acordo com aquele que pouco
conheces e não sabes se podes investir.

VII.V – Evita o devasso e o escandaloso.

VII.VI – Evita também o intenso, busca antes o que é sereno e tranquilo, que não demanda
muitos esforços.

VII.VII – Evita o casual. Não porque particularmente quem vos escreve seja contra a
casualidade, mas sim porque o casual é fruto de uma mente casual. Não sê casualístico, antes
busca firmar tuas raízes.

VII.VIII – Via de regra geral, mais vale a solidão do que a companhia. Porém, não descartas
uma boa companhia, embora raras, existem.

VII.IX – Não coloca-te e nem coloca o outro em um arauto. Se muito valorizas ou muito te
valoriza é porque ainda não estás pronto para um relacionamento. Vê-te e vê o outro como o
nada que são.

VII.X – Respeita antes de tudo. Não perde tempo com o que não pode ser mudado.

VII.XI – Cuidado com o fácil. Não te envolva demasiadamente com aquilo que vem fácil. É
errôneo buscar a profundidade de um mar em um lago.

VII.XII – Observa e daí tira conclusões. Acredita no que o outro fala, mas também observa suas
atitudes. Falas sem atitudes correspondem à ignorância e hipocrisia.

VII.XIII – Toma cuidado com mulheres. Uma mulher pode ser tanto a maior fortuna de um
homem como também a fonte vital de sua ruína. Escolhe bem tua parceira.

VII.XIV – Se não fostes destinado aos jogos entre os sexos, aprende a aceitar isto. Nem todos
nasceram para viver e estar juntos de alguém, e por mui vezes há vantagens nisto.

VII.XV – Te conheça e aprenda a identificar tuas próprias necessidades e vontades. Não deixe
que ninguém e nenhum grupo lhe digam o que tens de fazer. Se necessitas ou não da companhia
do outro é de jugo e decisão tua e somente tua.

VII.XVI – Não te deixas levar pelas palavras da maioria, mas também saibas observar. Se a
maioria diz coisas que são observáveis a olho nu, pondera.

VII.XVII – Não confia em quem não te é conhecido. A regra também vale mesmo para com
quem se estabelece contratos.
VII.XVIII – Não és obrigado a coisa alguma. Se o outro quer te obrigar, é porque de tua
personalidade está longe e não sabe te respeitar.

VII.XIX – Porém, também não seja egoísta. Escuta o outro e pondera sobre sua razão. Qualquer
tipo de relacionamento é um contrato entre duas ou mais partes.

VII.XX – Não te deixas levar pelos desejos e luxos da carne. Mais vale tua tranquilidade do que
dias de preocupação.

VII.XXI – Não sê muito íntimo de quem não te é muito íntimo.

VII.XXII – No geral, evita prostitutas e mulheres dos jogos. Só te utilizas deste artifício em caso
de extrema necessidade. Lembra que podes utilizar teu capital de formas bem melhores e mais
rentáveis a longo prazo.

VII.XXIII – O prazer é temporário. A boa consciência é duradoura.

VII.XXIV – Evita o gozo em demasia e lembra-te frequentemente de que gozo é poder e


energia. Quem em muitos jogos da carne se prende nos jogos da carne há de se perder. Se
queres viver uma vida dedicada ao sexo não tens direito de desejar um nome na história, nem
em tua própria história.

VII.XXV – Evita, no geral, gastar muito em jogos e atividades de cunho carnal e prazeroso.
Lembra-te de que, a longo prazo, nada receberás disto, exceto amargura e arrependimento.

VII.XXVI – O que é de cunho carnal frequentemente mata a alma. Pondera e lembra-te disso.

VII.XXVII – Vigia teus pensamentos e vontades. As vontades expressam o que há no coração.


Se más vontades pensas é porque do mal está enxerta a tua alma.

VII.XXVIII – Evita a mulher/homem do outro. Não busca destruir algo que já está bem
estabelecido, não sê invejoso.

VII.XXIX – Caso esteja acordado, confie. Confie, mas não te cegas.

VII.XXX – Se baseias tuas relações somente no carnal é porque no carnal apenas te encontras.
Se assim o é, ficarás prezo ao jugo dos teus desejos e relações carnais para todo o sempre.
Bestialidade deste rumo impera.

VII.XXXI – Evita o escandaloso e pornográfico. Via de regra geral, quanto mais consumires
deste tipo de conteúdo tanto mais irás te afundar nisto. A bestialidade começa com a simples e
ingênua relação carnal.

VII.XXXII – Se é do mundo, não é amor.

VII.XXXIII – Se buscas algo autêntico terás de esperar e ser resiliente. Muito mais verdades se
encontram no celibato do que nas ruas cheias de gente bêbada e tola. Se queres algumas poucas
verdades, busca prostitutas. Se queres verdades puras, busca teu desenvolvimento e permanece
no silêncio.

VII.XXXIV – O que é do mundo é impuro. Não buscai pureza naquilo que muito ao mundo está
ligado. A pureza está na retidão e silêncio, não no barulho e caos.
VII.XXXV – Se desejas algo observa-te antes para saber se mereces ou não este algo. Se tuas
atitudes e desejos são impuros, como podes buscar pureza?

VII.XXXVI – Sê certo de que injustiças acontecem e nem sempre serás correspondido. A justiça
não está na carnalidade.

VII.XXXVII – Não forças. Se hás de forçar é porque não é para ti.

VII.XXXVIII – Controla-te. Se necessário evita certos tipos de ambiente. Repensa teus hábitos
e tuas palavras. Como já dito, a razão fala do que o coração está cheio.

VII.XXXIX – Não culpas as pessoas pela decadência das relações modernas. O mundo sempre
será habitado pelo tolo, e o tolo sempre será a maioria. A maioria sequer tem consciência de
coisa alguma.

VII.XL – Não faça o que não queres que te seja feito.

VII.XLI – Mais vale ser traído do que trair. Sofrerás, porém ao menos terás, ao término do
sofrimento, consciência limpa e nenhum impedimento para outro relacionamento empreender.

VII.XLII – Se podes ficar em silêncio com a pessoa desejada é porque há compatibilidade em


algum aspecto.

VII.XLIII – Não te deixa levar pela família do outro e nem pela tua. Antes, como já dito, prefere
o teu jugo.

VII.XLIV – Desenvolve atividades e gostos em comum com o outro. O sexo não deve, e nem
pode ser, a única fonte de entretenimento do casal.

VII.XLV – Tomas cuidado e sempre te perguntas a utilidade de tudo.

VII.XLVI – Não deixas o gozo e o gozar esvaziarem tua razão. O que deves cessar é com tua
vontade, e não com tua razão. Não corras o risco de colocar mais um no mundo se plenamente
não estás preparado para isto.

VII.XLVII – Conversa, entre em comum acordo. Se não souberes o que se passa no pensamento
do outro, nunca poderás chegar a um ponto em comum.

VII.XLVIII – Se hás de ter relações carnais toda vez que se vêem é porque teu relacionamento
já está fadado a isso. Recuperem-se se este for o caso. Se não, termina caso necessário, de
qualquer forma mui tempo não há de durar.

VII.XLIX – O duradouro é difícil. O temporário é fácil. Se só queres bens, busca riquezas e não
o amor.

VII.L – Por vezes, é necessário esquecer-te de ti mesmo e do que queres para então poder entrar
em comum acordo, ou ao menos evitar discussões desnecessárias. Se não consegues te anular
em prol do outro é sinal de que não amas plenamente ou de que não consegues amar ao outro.

VII.LI – Muitas palavras e discussões, pouco amor.


VII.LII – Tenha ciência de que absolutamente tudo o que te foi ensinado é material, e o amor
não é deste plano material. Livra-te do que te foi ensinado na educação, socialização e cultura
caso queiras viver algo autêntico. Livra-te do mundano.

VII.LIII – Esquece a pornografia e não te espelha nos materiais que consumistes. Tal tipo de
relação é do jugo do mundo, não do amor.

VII.LIV – Se as relações estão em decadência não quer dizer que em absoluto estão e nem que
tu precisas estar. Aprenda a criar um distanciamento do mundo, assim sendo se o mundo for
para o buraco, tu não necessariamente também irás.

VII.LV – Aprende a te respeitar antes de tudo. Se nem tu te respeitas é muito possível que nem
o outro o fará.

VII.LVI – Não mereces coisa alguma. A educação tratou de te ensinar isto, mas está errada. Se
queres viver de forma plena e auto-responsável tenhas ciência de que tu não deves nada a
ninguém e vice-versa. Sê responsável e aprenda a ter de resolver sozinho, no máximo possível.

VII.LVII – Se és mulher, elimina o que te foi ensinado e não te julgas merecedora de coisa
alguma ou superior a qualquer um. Se te tratarem com tolerância em demasia tenha ciência de
que assim não deves crer e nem sempre conta com o outro. As relações estão em decadência e
logo ninguém te ajudará. Sê independente e te adapta.

VII.LVIII – Se queres firmar terreno, em primeiro lugar acha uma boa pessoa. Em segundo
lugar, conheça. Em terceiro, guia-te pelo Eros e a escuta.

VII.LIX – Deixa-te levar pelo momento quando terreno forte se estabelecer. Não deixa que tua
razão mate tua capacidade de amar.

VII.LX – Evitas o social no geral. Estabelece contratos e combinados somente entre tu e o


outro, e nada mais. Evita tudo o que envolve o estado.

VII.LXI – Se queres algo a longo prazo com somente um, evita os outros. Evita a mulher e o
homem que não são teus. Doma teus olhos e desejos. Se aos outros ainda estiveres aberto
correrás o risco de cair nos desejos da carne.

VII.LXII – Se queres algo com muitos assim proceda, porém tenha consciência de que
intimidade e amor assim pouco há. Não há como ser íntimo e essencial a várias pessoas ao
mesmo tempo, à isto se dá o nome de mundaniedade e como já dito, no mundo não há amor de
fato.

VII.LXIII – Esqueça os outros e as decepções passadas. Aprenda. Sê honesto e não esconde.


Porém, se muito já viverdes neste campo e ainda assim nada se ajeitou, cogitas que talvez uma
vida a dois não seja para ti, e se assim for não te deixas abalar.

VII.LXIV – Ter alguém não é sinônimo de felicidade. Não inveja. Somente o casal sabe o que
se passa intimamente entre eles.

VII.LXV – Novamente, não te mete aonde não tens conhecimento. É impossível ser justo sem
ouvir todas as partes.
VII.LXVI – Não te deixa levar também pelo ciúme. Ama, mas não creia que é teu. Se for, deve
ser dos dois, e não somente teu. Sê ponderado.

VII.LXVII – Não digas palavras em vão. Observa tuas bocas e teus dedos. Proteja a tua palavra
e os teus significados. Não deixa-te levar pelo mundano.

VII.LXVIII – Sê o mais simples possível e não crias jogos. Evitas as armadilhas do ego.

VII.LXIX – Não luta contra a tentação, antes evita-a ao máximo sempre que possível. Não
corras riscos sem motivo algum de perderes para tua carne.

VII.LXX – Se mesmo depois de ter firmado tua confiança e o teu carinho o outro ainda não te é
suficiente, possivelmente é porque tu mesmo não te és o suficiente. Se podes amar mas não ama
o defeito é contigo, e não com o outro.

VII.LXXI – Sê o mais simples e honesto possível. Evita a maquiagem. Te atrai pelas ideias e
não pelo rosto. Corpo é importante, mas não para o tempo. Com o tempo, o corpo apodrece, o
caráter e o gênio não.

VII.LXXII – Saiba dizer não, e saiba também dizer sim.

VII.LXXIII – Não te esqueces dos teus amigos, mesmo em bons períodos.

VII.LXXIV – Via de regra geral, esteja bem na solidão, prefere-a porém não sacrifica uma boa
companhia acaso achares. Também não busca em demasia, se for do destino o destino se
ocupará. Não coloca tua ansiedade na frente de teu destino, há de ti mesmo atrapalhar.

VII.LXXV – Pensa, pondera. Não deixa o inconsciente e carnal te levarem.

VII.LXXVI – Aceitas o que te for de igual, saibas quando mereces ou não, mas também não sê
auto crítico em demasia. Se te esforças, mereces de alguma forma. Nunca coloca-te muito acima
ou muito abaixo do outro.

VII.LXXVII – Quando viver em conjunto, faz também as coisas em conjunto e não sê


dependente.

VII.LXXVIII – Prefira a comodidade ao movimento, porém saia de vez em quando. Exercitem-


se juntos.

VII.LXXIX – Conheça-te e não deixa teu amor perecer em face ao mundo. Não deixa o mundo
vencer. Se não fores maior do que o mundo, não poderás salvar a ti mesmo. Esqueça-te do
mundo.

VII.LXXX – Sê um bom e simples humano para assim ter um bom e simples relacionamento.
Porém não espera por isto, o destino o dirá. Não espera por coisa alguma, em verdade.
VIII – Do ego

VIII.I – Estejas frequentemente ciente de que tudo é ego e vaidade neste plano. Não subestima a
verdade desta afirmação.

VIII.II – Olha para ti mesmo antes de olhar para o outro.

VIII.III – Não te iludes pelo dinheiro. Não te esquece de que quem está no jugo do dinheiro,
preso a este plano está.

VIII.IV – Não busca demasiado, não deseja demasiado. Mais vale a serenidade e moderação do
que a ganância.

VIII.V – O que te cega é o que te domina. Se teu olho te faz pecar, arranca-o.

VIII.VI – Não te esqueces do que te é mais importante. Não deixe teu orgulho, medo ou
quaisquer outros sentimentos atrapalharem-te no que te é prioridade.

VIII.VII – Teus sentimentos não são tu. Tu não és o momento, mas o constante.

VIII.VIII – Não te deixa levar pelo momento e doma-te. Aquele que doma-se à maioria dos
vícios da carne não está suscetível.

VIII.IX – Esquece e não deixa que te corrompe a alma. Evita a amargura.

VIII.X – Não te deixa levar pela imagem, seja sua ou de qualquer outro. Não esqueças de que
podes ser mais do que carne e ossos.

VIII.XI – Prefere antes o silêncio à comunicação. Saiba ficar sozinho.

VIII.XII – Não aceita companhia na maior parte do tempo que não a tua mesma. Saiba ser
autossuficiente.

VIII.XIII – Não te cegas do outro. Por mais que possam ter discordâncias, não achas que é
muito superior. Apodrecerás como qualquer outro, mesmo aquele que desprezas.

VIII.XIV – Pergunta-te a utilidade antes de agir. Age com cautela.

VIII.XV – Pensa antes.

VIII.XVI – Se machuca, cogita se realmente vale a pena.

VIII.XVII – Pensa, antes de tudo, na relação causa e efeito. Pensa que tuas ações produzem
reações, quer sejam interiores ou exteriores. Pensa nos efeitos.

VIII.XVIII – Não te deixas levar pelos jogos de ego. Não busca demais a vitória. Perderás tudo
quando a morte decidir tua hora.

VIII.XIX – Sê esforçado, porém respeita teu limite. Não busca provar nada para ninguém. Evita
até mesmo a auto-aprovação. És da forma como és, aceita isto.

VIII.XX – Cuidado com quem se aproxima e com o que mostras. Não fazes questão de mostrar
e ser coisa alguma, exceto ti mesmo.
VIII.XXI – Não te utilizas de barganhas do ego para justificar teus defeitos. Se és um imbecil,
admite-o.

VIII.XXII – Não tenha vergonha de ti mesmo. Se és assim, há uma razão.

VIII.XXIII – Não te vitimizas. Não pensa em ti mesmo. Tu, da maneira como acha que existes,
não existe.

VIII.XXIV – Não te esqueças de que o mundo em tua cabeça é um. Na realidade, outro.

VIII.XXV – Nunca subestimas os limites da tua própria razão e conhecimento. Realiza que por
mais que busques o conhecimento, conhecimento nunca terá. És limitado em todas as tuas
capacidades.

VIII.XXVI – Não fala do que não sabes.

VIII.XXVII – Medita, caso necessário e de teu bom uso. Aprenda a eliminar o excesso.

VIII.XXVIII – Não te guias pelo que é prazeroso, mas sim pelo que te traz paz. Evita o excesso,
antes prefere a inexistência.

VIII.XXIX – Não te vangloria pelo material. Se assim o procede, aqui estarás preso.

VIII.XXX – Não pensas demais em coisa alguma. Pensa que nem tudo precisas saber a resposta.
Se tudo soubéssemos, não seríamos humanos.

VIII.XXXI – Antes da revolta, questiona-te. Entenda antes de acusar.

VIII.XXXII – Não te cala perante a injustiça, porém habitua-te à mesma. Não há justiça neste
mundo.

VIII.XXXIII – Esqueça-te de ti mesmo com certa frequência.

VIII.XXXIV – Perceba que teus problemas, na verdade, são nada assim como tu o és. Pensa que
tudo é, em verdade, ego.

VIII.XXXV – Não te deixas levar pelas recordações e saudade. Siga em frente, não para trás.

VIII.XXXVI – Não pensas demasiado nem no futuro, nem no presente e nem no passado.
Antes, te ocupa de preparar tua comida de hoje.

VIII.XXXVII – Planeja, porém tenha ciência de que nem tudo pode correr conforme teus
planos. Não pragueja, antes te acostuma às vicissitudes da vida.

VIII. XXXVIII – Não te vangloria por coisa alguma.

VIII.XXXIX – Antes, te culpa.

VIII.XL – És responsável não somente pelo teu bem mas também pelo bem do outro, quando
pode fazê-lo. Esteja em paz o máximo que puder e não crie alarde sem necessidade.

VIII.XLI – Não concorda, porém também não critica. Não irá mudar o que não está em seu
alcance e nem todo ouvido está aberto para o que lhe é externo.
VIII.XLII – Olha para as estrelas à noite e para o sol ao amanhecer. Percebe que todos os dias
passam e assim também passa a vida.

VIII.XLIII – Pensa no duradouro antes do temporário e do ego. Prioriza o primeiro.

VIII.XLIV – Jamais te justificas usando a conduta dos outros. Se assim o procedes, és tão ou até
pior do que aqueles que te servem como justificativa.

VIII.XLV – Se tua justificativa é o serviço que lhe é feito, não é amor. O amor deve se
autojustificar, e não ser por ti.

VIII.XLVI – Te espelha, porém não tentas ser o que não és. Te utiliza do exemplo, porém
cresça junto com o exemplo.

VIII.XLVII – Não te deixas levar pelas palavras e elogios dos outros, especialmente quando
sabes que os outros não são especialistas no assunto. Mais vale o teu silêncio, ego controlado e
trabalho continuado do que teu ego inflado, teu auto engrandecimento e tua estagnação advinda
do reconhecimento alheio. Busca, antes, te superar no que te for possível.

VIII.XLVIII – Se precisas do elogio para prosseguir é porque é ego, e não talento ou vocação.

VIII.XLIX – Não fazes absolutamente quase nada em demasia. Não consumas muito, não
aprendas muito, não buscas muito. Deixa o tempo e o destino se encarregarem e não vá além
dos teus limites, antes aceita-os e busca melhorá-los conforme o tempo.

VIII.L – O que fazes por compulsão é mais ego do que talento.

VIII.LI – Se necessitas de algo além do básico, não necessitas. Estás te justificando. Ego.

VIII.LII – Não te utilizas de desculpas e mesquinharias para justificar-te perante ti mesmo.


Quem aceita o medíocre medíocre é. Antes, sê austero.

VIII.LIII – Não te deixas levar pelos conselhos e carícias de mulheres vãs. Tais conselhos só
remetem ao próprio bem delas, e não ao teu.

VIII.LIV – Não te esquece de que quase todos somente irão te desejar para os seus próprios fins.
Até mesmo a “bondade” frequentemente não passa de ego, quando feita para exposição ou para
provar-se coisa alguma. Vigie.

VIII.LV – Não pensa que é mui superior ou diferente. Bilhões de humanos existiram antes e
quiçá ainda existirão depois de ti. És diferente na tua medida e jugo, e não em teu talento.

VIII.LVI – Te utiliza de objetos, não sê utilizado.

VIII.LVII – Não te percas na luxúria e na beleza do tecnológico e moderno. Não te iludas com a
ciência. Antes procura saber à quem as descobertas servem. Não creias na bondade gratuita
neste mundo.

VIII.LVIII – Não conta com ninguém exceto ti mesmo e não reclama sobre isto. Se tropeças é,
na maioria dos casos, por tua própria imprudência, e não pela imprudência do outro. Culpa-te
antes de mais nada.
VIII.LIX – Te recrimina, mas não utiliza isto de justificativa. Só és perdedor se assim continuar
pensando e procedendo.

VIII.LX – Antes busca a paciência do que a exposição. Expor e reclamar não te faz virtuoso, ser
paciente sim.

VIII.LXI – Aceita que quase nada será de teu jeito e desejo. Não sê mimado e não busca mimo.

VIII.LXII – Não mereces nada por coisa alguma. Se achas que os outros tem quaisquer
obrigações para com tu tolo e infantil és.

VIII.LXIII – Enxerga o mundo como ele realmente é e não como querias que fosse.

VIII.LXIV – Não sê pessimista e nem otimista em demasia. Entre um e outro, prefira o


pessimismo (porém, opta pelo ceticismo sempre que possível).

VIII.LXV – Lida contigo mesmo antes de lidar com o outro. Inspeciona tuas próprias defesas,
tua história, tuas justificativas e tuas emoções. Descubra-te e lida contigo mesmo para que assim
não proceda de forma irracional quando menos lhe aprouver.

VIII.LXVI – Não mente mesmo quando a mentira significar teu prejuízo. Mais vale a verdade
dolorida do que a mentira confortável.

VIII.LXVII – Sê autêntico e verdadeiro sempre que possível, porém não espera isso dos outros.
Tua virtude não garante a virtude daqueles que estão ao teu redor, e não reclama sobre isto.

VIII.LXVIII – Busca o teu, olha para o teu antes de olhar para o lado. Não te sintas triste ou
invejoso pelo avanço do outro, antes te foca em teu próprio trabalho.

VIII.LXIX – Se destes azar, utiliza isto como justificativa para buscar ser alguém ainda mais
esforçado. Não reclama aos quatro ventos, antes lida com o que tu tens e está ao teu alcance.

VIII.LXX – Não percas tempo tentando provar coisa alguma. Se te serve e bem lhe faz, é o
suficiente.

VIII.LXXI – Não pensas e estejas certo do outro. Não te assegura sobre a bondade ou piedade
alheia. Quando menos esperar, podes ser apunhalado pelas costas.

VIII.LXXII – Esteja ciente dos riscos, em qualquer coisa que fizerdes. Se mal lhe prossegue e
não estavas pronto para isto, má escolha fizestes ou escolhestes sem pensar.

VIII.LXXIII – Via de regra geral não investes no que parece bom demais para ser verdade. Não
deixa teus desejos e luxúria te cegarem.

VIII.LXXIV – Confia em poucos, fala pouco. Assim, não correrás muito risco de ser traído.

VIII.LXXV – Te dê tempo e dê aos outros também.

VIII.LXXVI – Não te deixa levar pelo jugo do mundo e pela fama. Tudo isto é temporário e não
te produz virtude.

VIII.LXXVII – Não tenhais medo de te machucar naquilo que te importa. Se te proteges em


demasia, é ego.
VIII.LXXVIII – Não tenhas certeza alguma sobre a maioria das coisas, nem sobre ti mesmo.
Não pensas que não podes errar aqui ou ali. Podes.

VIII.LXXIX – Aceita que nem sempre farás e estarás em teu melhor.

VIII.LXXX – Aceita a virtude e também a escravidão. Te adapta.

VIII.LXXXI – Não irás ganhar com vitória alguma no mundano. Não te deleiteia.

VIII.LXXXII – Não te apoias no prazer. Não te ergas na vitória. Não te proclama. Não fala.

VIII.LXXXIII – Sê antes de perceber.

VIII.LXXXIV – Sê, mas não pensa sobre isto.

VIII.LXXXV – Não pensa sobre o outro. Não vigia, não siga. Antes, vigia teus próprios
pensamentos.

VIII.LXXXVI – Sê grato e te lembra disso. Te reserva diariamente em te lembrar disso.

VIII.LXXXVII – Te diminui aos olhos de ti mesmo.

VIII.LXXXVIII – Limpa-te. Depois e só então, confia em ti mesmo.


IX – Do mundo e do moderno

IX.I – Este mundo jaz no maligno. Jamais te esqueças disso.

IX.II – Não lutes muito. De preferência, não lutes por coisa e causa alguma deste mundo. Tudo
o que aqui nasce já está perdido.

IX.III – Prefere antes o que é teu ao que é deste mundo. Luta antes pelo teu do que pelo
coletivo. Não te esqueças da imbecilidade da maioria.

IX.IV – Toma cuidado com as manadas. Como já dito, aonde a maioria vai, sê cético.

IX.V – Onde há ego seja breve.

IX.VI – Evita pensar muito no mundo e em suas soluções. Não acharás soluções. Concerta-se
uma coisa, surgem outros problemas.

IX.VII – Não te engajas no discurso, não te leva pelas promessas. Não acredita em quem
plenamente não conheces.

IX.VIII – Faça o mínimo e te envolva o mínimo. Não tenha ambições.

IX.IX – Não te mudas para assim poder lidar. Onde há que te mudar não te tarda.

IX.X – Tenha o teu e que seja o mínimo. Tenha teu próprio espaço, tua própria moradia onde
possa se abrigar dos males do mundo afora, mas não investe muito.

IX.XI – Não crê na bondade, mas também não crê necessariamente na maldade. Não seja
otimista, mas também não sê excessivamente desconfiado.

IX.XII – Evita o que sabes que é perigo desnecessário de ser corrido. Não te metes aonde não
tens necessidades.

IX.XIII – Lembra-te de quem de ti precisa. Volta para casa bem.

IX.XIV – Não compra brigas. Antes, evita-as. Somente bata de frente quando estritamente
necessário.

IX.XV – Evita discussões com aqueles que não conheces. Não sabes se os mesmos estão
interessados em de fato ouvir ou se só querem apontar dedos.

IX.XVI – Não esperas ser ouvido e considerado. A razão não possui lugar neste mundo.

IX.XVII – Te acostumas ao fato de que ninguém está realmente interessado, com exceção de
assuntos capitais. Não acreditas muito em tua causa e muito menos pense que os outros nela
acreditarão.

IX.XVIII – Cuidado com a boca que muito afirma.

IX.XIX – Cuidado com a boca que muito promete.

IX.XX – Tenha consciência de que tudo neste mundo possui um tempo. Tudo nasce, cresce, se
desenvolve e então, parte. Não te apegas em demasia.
IX.XXI – Não te deixas levar pelo que à vilipendia apela. Não confia e nem desejas aquilo que é
carnalmente chamativo aos olhos. Te lembra dos teus instintos e controla-os.

IX.XXII – Evita o barulho, o que é chamativo aos olhos, a poluição, o excesso. Evita a loucura e
movimento das grandes cidades. Prefira antes o calmo e silencioso.

IX.XXIII – Não confia em quem tenta te vender. Querem o teu dinheiro, e não o teu bem de
fato.

IX.XXIV – Não confia no que a maioria consome. Se a maioria compra é porque aos prazeres
mais básicos apela. Não confia no que faz sucesso.

IX.XXV – Evita o entretenimento barato, a música fácil, o sexo sem compromisso. Não mata
tua alma em prol de prazeres tão temporários.

IX.XXVI – Vigia tua luxúria. Saiba diferenciar o que é necessário do que é capricho.

IX.XXVII – Não deseja por demais e pensa antes de investir em qualquer coisa. Como já dito,
pensa antes na utilidade.

IX.XXVIII – Não toma nenhuma bandeira ou partido para ti. À partir do momento que o fazes,
já não és mais livre para fazer o que desejas ou ir aonde queres.

IX.XXIX – Toma cuidado com a esperança alheia e com os falsos discursos. Discurso algum
jamais mudou a natureza deste mundo. Desconfia das promessas e discursos muito otimistas.

IX.XXX – É mister de ter desejos, mas saiba conformá-los à tua situação e tua boa utilidade.
Ponha em tua cabeça que há tempo para tudo e desconfia daquilo que é muito fácil e que todos
os problemas soluciona.

IX.XXXI – Enquanto tens desejos de luxúria, ainda não percebestes e te conformastes com a
natureza real das coisas. O precioso neste mundo nada mais passa de uma ilusão, para onde irás
não levarás nada disso.

IX.XXXII – Se ainda assim fraquejas, é porque algo dentro de ti reluta em aceitar a realidade ou
porque algo não queres assumir contra ti mesmo. Melhor é assumir o erro e o vício para consigo
mesmo do que externalizá-los em uma vida de dor e ilusão. Analisa tuas ações e o porquê de
fazê-las.

IX.XXXIII – Se crês por demais é porque ainda tens esperança no material. Perca a esperança.
Não há nenhuma esperança neste mundo e tudo o que o afirma é discurso barato.

IX.XXXIV – Analisa as tuas vestimentas e do que te utilizas no dia a dia. Pensa no porquê usas
isto ou aquilo. Não te apegues a valores sociais e o que te torna mais ou menos aceitável entre a
maioria.

IX.XXXV – Se à ti mesmo te pareces e não aos outros, serás rejeitado. Esteja ciente disso e caso
não queiras passar pela reprovação social, não segue nenhuma destas palavras.

IX.XXXVI – Pensa profundamente no que desde cedo te ensinaram, avalia tudo e à quem tudo
o que te foi passado serve. Saiba identificar o que é valor teu, o que é da sociedade, o que é da
tua família, da educação, etc.
IX.XXXVII – Não te acanha na crítica e não tenhas medo do enfrentamento e recriminação. Tua
boa consciência vale mais do que a aceitação dos tolos.

IX.XXXVIII – Tenha honra, mas não te deixas levar por isto. Pensa à quem tua “honra” serve.
Não te apegas em demasia a ti mesmo.

IX.XXXIX – Ignora (quase) tudo aquilo que te cerca. Neste mundo moderno, cercado de
prazeres e oportunidades vilipendiosas, opta antes pela ignorância do material.

IX.XL – Não permaneça completamente ignorante, porém evita as notícias em geral. De nada te
servirão.

IX.XLI – Lembra-te de que tudo ocupa um espaço em tua mente. Se não queres te ocupar e
pensar em lixo, do lixo, vulgo mundo moderno, deves te afastar.

IX.XLII – Não acredite nas bocas de vendidos ao mundo no geral. Fórmula certa para a ruína é.

IX.XLIII – Prefira antes o recolhimento, a dor e o tédio à rendição ao prazer barato e à


dopamina. Cuidado com o que temes. Cuidado também com o que não temes.

IX.XLIV – Pergunta-te antes de tudo se estás sendo realista ou se não estás te deixando levar
por uma ilusão do mundo moderno. Tudo o que provém daqui benigno não é.

IX.XLV – A maioria te reprovará. Alguns te odiarão. O simples questionar já não é bem visto.
Elimina-te de toda a corja.

IX.XLVI – Porém, não te torna arrogante. Tenha ciência de que assim como um dia já fostes
completamente ignorante, e saístes disto, assim também pode se suceder a alguns outros. Cria
distância, porém evita pensar com desprezo.

IX.XLVII – Não acredita nas imagens que vês e consomes. Não te deixas levar por filmes,
jogos, cultura, etc. Tudo o que é deste mundo não te levará a lugar algum exceto à
mediocridade.

IX.XLVIII – Trabalha em silêncio, faz o teu em silêncio.

IX.XLIX – Não te apegas à comida alguma em demasia. Antes te adapta. Se quiseres conhecer
outros lugares esteja aberto. Saiba que o mundo é muito maior do que ti mesmo.

IX.L – Conheça, porém não te venda. Guarde o que aprender em teu baú de informações, porém
não deixe que outras culturas te definam, antes saiba somar do que estabelecer.

IX.LI – Não perca teu tempo observando os outros. Se assim o fazes apenas é mais uma
comprovação de que teu ego precisa se reafirmar com justificativa no imbecil coletivo. Muitos
que pensam que não são imbecis são tão imbecis quanto. Te vigias, não tenta ser muito
diferente.

IX.LII – Busca e acha teu próprio caminho. Não o que parece dar mais lucro e que está em alta,
mas antes aquilo que lhe serve e pode lhe dar sustento. Não te importa com o capital e com o
lucro, só se necessita do básico para se viver, ademais é luxo.
IX.LIII – Conversa, porém não te deixa levar. Não queira saber muitos detalhes. Não queira
saber da vida do vizinho. Antes te ocupa de teus próprios problemas do que com o escândalo e
boato alheio.

IX.LIV – Toma cuidado com o que é de uso coletivo.

IX.LV – Não sê um vândalo. Se assim procedes é porque ainda não compreendestes que não
possui poder de mudar coisa alguma. Cala-te e controla-te em teu murmúrio do ego.

IX.LVI – Não te esqueças de que o mundo se utiliza do ego das mais diversas formas. Se não te
vigiares, serás utilizado também.

IX.LVII – Não morra por causa alguma senão a tua mesma e a daqueles que lhe importam. Não
deixe o mundo e a sociedade te dizerem o que e por quem deves fazer.

IX.LVIII – Porém, perante o uso da força, te adapta. Esteja ciente de que algumas instituições
poderão se utilizar da violência contra ti, ocasionalmente.

IX.LIX – Esteja preparado para a morte toda vez que sai de casa.

IX.LX – Te afasta de tudo o que concerne ao estado. Sê o máximo possível independente. Não
te apóia em qualquer tipo de organização criada pelo homem.

IX.LXI – Faz o que é necessário, compra somente o necessário, pensa não mais do que o
necessário, vive além do necessário. Descobre em ti o fim da vida, e não no mundo.

IX.LXII – Tenha ciência de que tu podes ser instrumento nas mãos daqueles que se aproveitam
do inconsciente. Pensa antes.

IX.LXIII – Evita o entretenimento, prioriza o aprendizado.

IX.LXIV – O amor não é deste mundo.

IX.LXV – O mundo não é teu lugar, mas é tua morada. Aceita isto e cuida de ti e dos que te
cercam. Cuida da tua morada, mas não te apega.

IX.LXVI – Não te apegas por demais ao conhecimento e ao mundano. Cuidado com a ciência.
Pergunta à quem serve e ao que te serve. Pergunta a ti mesmo se afirmas por experiência e
aprendizado próprio ou porque assim afirma a maioria. Antes prefere tu mesmo buscares a
verdade a confiar a tarefa a outros.

IX.LXVII – Não te apegas por demais ao pensamento e conhecimento materialista. Busca saber
de onde vieram as informações e qual foi o procedimento utilizado. Desconfia.

IX.LXVIII – Evita te apoiar naquilo que muda frequentemente. Evita o excessivamente


científico-mundano.

IX.LXIX – Se crês em somente uma fonte e não buscas saber dos outros pontos de vista, és um
imbecil e provavelmente nem o percebes.

IX.LXX – Antes busca o que é de aprendizado e de valioso conhecimento do que somente irá
passar teu tempo e te ocupar a cabeça. Aprenda a passar pouco tempo produzindo, muito tempo
em tédio.
IX.LXXI – Tenha ciência de que nada é por acaso, tudo é planejado. Especialmente com relação
a este mundo, se apega-se ao mesmo há aqueles que lucram com isto das mais diversas formas.
Se olhas e desejas, igualmente. Tudo foi planejado para assim desejar, não crê que não estás
sendo manipulado.

IX.LXXII – Pergunta-te frequentemente se não te foi imputado. Pergunta-te frequentemente se


és tu mesmo isto.

IX.LXXIII – Não deixa a influência externa abalar tua crença. Se possui-a, é-te o suficiente e
possui teus próprios motivos, protege antes de te deixar abalar. Encontra-te no meio do caos.

IX.LXXIV – O mundo está tomado pela lama, porém ainda é possível encontrar alguns rastros
de diamante no meio do lamaçal. Não te esqueças disso.

IX.LXXV – Quanto mais estranho e alheio for considerado, melhor sinal.

IX.LXXVI – Evita ficar em muito contato com o tecnológico e afasta-te do mesmo na medida
do teu necessário. Mantém teu celular longe de ti na maior parte do tempo, deixa no silencioso.
Te foca no que te é importante, e não no vilipendioso e mundano. Te foca no real, e não no
virtual.

IX.LXXVII – Evita toda e qualquer rede social, se possível nem usa.

IX.LXXIX - Cuidado com o que vês e produz pela internet. Evita todo o lixo tecnológico e não
queiras saber. Prefira ler um livro a assistir um vídeo. Não caia na mediocridade e te afasta do
mundano. Te recondiciona ao que te eleva, e não ao que te estagna.

IX.LXXX – Não troca a interação humana real pela interação virtual. Não te iludas pelo quanto
as pessoas parecem ser atraentes na internet. Ninguém é o que é de fato em ambiente virtual.

IX.LXXXI – Aprende a viver segundo a justa medida e ponderação. Em tudo. Dentro e fora de
casa.

IX.LXXXII – Quanto mais estiveres perdido, maior é o sinal de que estás infectado pela
mentalidade moderna. Há aqueles que lucram com isto, deves saber.

IX.LXXXIII – Porém, é só através do caos e da escuridão que estrelas podem nascer. Vive o
caos, te aproveita do mesmo, te renova e te livra do mundano nestes períodos.

IX.LXXXIV – Estabeleça uma linha clara de pensamento e raciocínio. Tudo além disso é
mundano e não deve ser por ti considerado.

IX.LXXXV – Te habitua à perda e à desolação. Esteja pronto para estar sozinho.

IX.LXXXVI – Se és mui socialmente bem aceito, é porque és medíocre.

IX.LXXXVII – Aprende a questionar, mas também aprende a ouvir. Pelo menos, quando o
anteposto parecer-te de alguma razão.

IX.LXXXVIII – Tenha ciência de que poderás encontrar semelhantes em tua jornada, porém
tenha ciência de que todos, ou quase todos, não perdurarão em tua vida. O bom possui duração
limitada neste mundo, ao contrário do mal.
IX.LXXXIX – Aceita a escuridão ao invés de recriminá-la. Permaneça distante, mas não
condena. Afinal, ainda terás de passar mais alguns anos aqui vivendo. Aceita que nada podes
fazer, exceto viver.

IX.XC – Siga o fluxo natural da vida, não do mundo.

IX.XCI – Prefira a natureza, evita o urbano. Mais vale o deleite com uma fruta plantada em teu
próprio quintal do que com cerveja comprada em um supermercado.

IX.XCII – Aceita o que não está ao teu alcance e condição econômica. Se queres mudar, muda a
longo prazo, não do dia para a noite. Sê paciente e tenha ciência de que nem toda semente
germina. Aceita antes de tentar mudar.

IX. XCIII – Faz da sabedoria o teu principal juiz, mas não te vangloria disso. Não aches,
também, que não podes ser injusto. Podes.
X – Da vida e do porvir

X.I – Esteja ciente de que daqui a alguns anos, sabe-se lá quantos, teu corpo irá apodrecer e tua
consciência se esvanecerá desta Terra. Pensa nisto. Pensa em teu corpo apodrecendo. Percebe
que o nojento e a ojeriza não são somente exteriores, mas também parte de ti.

X.II – Resolva. Agora ou o mais rápido que puder. Não deixa acumular, seja em tarefas, seja em
pensamento.

X.III – Não procrastina. Não adia. Resolve o mais cedo que puder. Quando perceberes que estás
adiando, pensa no que deves fazer e não no que querias estar fazendo. Afasta-te de ti mesmo e
de teus desejos vãos sempre que necessário.

X.IV – Obrigações antes de entretenimento. Se invertes a ordem, podes acabar te espreguiçando


em realizar o que realmente importa. Antes faça o importante, depois perdes teu tempo.

X.V – Tenha ciência de que o que está hoje aqui pode não o estar amanhã. Pensa nisto
especialmente com relação a teus entes queridos. Valoriza-os enquanto ainda estão contigo.

X.VI – Não compra briga e não discute por pouca coisa. Não te esvazias em coisas de pouca
importância, antes te resguarda para o maior.

X.VII – Não te deixa levar. Pensa no que antes havia combinado contigo mesmo antes do
momento. Coloca a razão e teus acordos contigo mesmo na frente da empolgação. Sê austero.

X.VIII – Enlouqueça quando necessário, mas volta a ti mesmo sem muita demora. Todos
precisamos de um período para descarregar nossas energias, porém não te deixa levar pelo
momento. O eterno está acima do temporal.

X.IX – Pensa no que é de mais importância para ti mesmo e coloca isto acima de todas as
coisas. Nada é tão importante quanto aqueles que realmente nos importam. Se te perdes em
mesquinharias é porque não mereces o amor e dedicação de tais coisas.

X.X – Observa teu corpo e a passagem do tempo. Pensa e observa com alguma frequência como
estás mudando. Observa que nem todas as mudanças te foram percebíveis, mas simplesmente
ocorreram. Percebe que nem tudo, nem sobre ti mesmo, está em teu controle.

X.XI – Não queira controlar, antes aceita o destino. Aceita que a infelicidade e desgraças podem
te ocorrer. Não murmura contra os céus quando a aflição chegar, antes te prepara para a mesma.
Tenha ciência de que esta vida é feita de altos e baixos, e se não te preparas para ambos é por
tua própria imprudência.

X.XII – Porém, não creia que podes prever tudo. A graça da vida é que mesmo se preparando
para tudo, ainda não o suficiente estarás preparado. A vida toma rumos imprevisíveis de vez em
quando.

X.XIII – Não te imaginas muito no futuro, antes trabalha no presente. Não cria expectativa,
antes te preocupa com teu alimento diário.

X.XIV – Faz planos, mas não te ampara nos mesmos. Como já dito, sê preparado para tudo.
X.XV – Não te percas no moderno. Não perca teu tempo no moderno. Foca-te na tua vida e não
perde muito tempo olhando ao redor. Nunca encontrarás felicidade se frequentemente te
comparas e frequentemente murmuras. Não sê imprudente.

X.XVI – Faça gentileza, porém cobra por aquilo que é de utilidade pública e fazes bem.
Também necessitas sobreviver de alguma forma.

X.XVII – Sempre que possível, realize caridade para com aqueles que sabes que se utilizarão da
caridade de boa forma e lembra-te de que pode suceder de ficares na mesma situação. É
impossível de prever os acontecimentos da vida.

X.XVIII – Não esbanja, não demonstra, não fales sobre. Antes permaneça em silêncio. Se
necessitas falardes sobre é ego. Analisa-te.

X.XIX – Afasta-te de tudo aquilo que não te faz bem algum e te soa como um peso.
Provavelmente tal coisa não sofrerá muito com tua partida. Antes prefira o teu bem estar do que
a aceitação alheia.

X.XX – Não te tardas muito aonde não podes ser compreendido. Não te tardas muito aonde não
há pontos em comum. Não mantêm a intimidade com aqueles que pouco te conhecem.

X.XXI – Pensa no quão tudo isto é pequeno do ponto de vista universal. Pensa no quão tu és
pequeno. Pensa no quão pequenos são teus problemas.

X.XXII – E por consequência, sê grato.

X.XXIII – Antes de apontar e criticar, pergunta se isto vale tua paz.

X.XXIV – Te afasta dos homens com certa frequência. Não confia nas bocas. Antes percebe e
avalia as atitudes alheias. A boca mente, as atitudes não.

X.XXV – Não coloca outro ser neste mundo sem poder dar plenas condições a este ser e sem
estar plenamente correto de que queres tê-lo. Evita colocar mais um ser em sofrimento se podes
evitá-lo.

X.XXVI – Analisa o que podes, aceita o que não podes analisar. Sê ciente dos teus limites de
pensamento.

X.XXVII – O tolo muito murmura. O sábio em silêncio permanece.

X.XXVIII – Não busca coisa alguma. E se buscar, que seja o mínimo e aquilo que altamente lhe
concerne.

X.XXIX – Se estás sendo aceito universalmente é porque algo de errado estás fazendo.

X.XXX – Esqueça-te de tudo com alguma frequência. Tira férias. Aprende e viva a importância
de descansar.

X.XXXI – Porém, não parta para o plano contrário e não vanglorias por demais as férias. Tua
vida provavelmente será mais de trabalho do que de descanso, te habitua a isso.

X.XXXII – Sê sempre grato à gratidão alheia. Sempre respondes com gratidão àqueles que lhe
agradecem por qualquer coisa. Não te percas na rotina e no hábito.
X.XXXIII – Tua rotina é o termômetro da tua vida. Se todos os dias lhe são insuportáveis, é
porque a forma como levas a vida também o é para ti. Avalia e muda se necessário.

X.XXXIV – O ingrato ainda há de se estrupiar pela própria ingratidão.

X.XXXV – Aceitas a velhice e a chegada da idade. Aceitas que teu corpo já não mais terá tanto
vigor e beleza, antes te prepara para isto.

X.XXXVI – Descobre um jeito de te encaixar na realidade. Já que não conseguirás mudá-la,


antes descobre uma forma de te adaptar.

X.XXXVII – Faça de teu quarto teu ambiente de paz e silêncio. Quanto menos barulho, melhor.
Quanto menos distrações, melhor. Quanto mais baixo o volume, melhor. Te habitua com o
pouco e foca-te no que te é importante.

X.XXXVIII – Antes aceita a injustiça do que luta contra ela. A injustiça é da ordem do mundo,
não da tua ordem. Te ocupa do teu, e não do mundo.

X.XXXIX – Pensa no suicídio como a última das possibilidades. Não descartas, pois em certas
situações há esta possibilidade e ainda de bom uso é, porém não pensas em tirar a tua própria
vida por motivos levianos.

X.XL – Se pensas na vida como algo em si “bom” ou “ruim” é porque ainda estás olhando com
os olhos do mundo, e não com os olhos da verdadeira ciência. A vida, em si mesma, não é coisa
alguma, nós que fazemos acepção do que é ou não é. A vida, em si, simplesmente é o que é e
aceitar que não temos controle algum sobre ela já é um grande passo.

X.XLI – Se pretendes findar com tua própria vida, o faça em silêncio, porém antes prepara teus
queridos para o choque. Por isto mesmo, não deves pensar no suicídio de maneira leviana, mas
sim como a última das portas.

X.XLII – Esteja ciente da possibilidade, e aceitas isto, existência fora da existência. Pensa no
que poderá se suceder com relação a isso.

X.XLIII – Porém, não te prendes a possibilidades. Em verdade quanto menos certezas tiver,
melhor.

X.XLIV – Compreende e aceita que tolo és e a maioria dos que tu conheces também o são.
Pensa nisto e aceita que não há conhecedor absoluto algum da vida.

X.XLV – Louva e te ampara com o que quer que seja, possua uma rota de fuga e de
arrependimento, mas não te ilude.

X.XLVI – Elimina-te de tudo o que te era vão. Não conserva maus costumes só por serem
costumes. Esteja preparado e aceita a reprovação.

X.XLVII – Sê breve em tudo o que estiver de fora de ti. Faça o necessário e não muito mais do
que isso. Não te perdes fora de ti mesmo.

X.XLVIII – Observa a maneira como os outros te tratam. Isto diz muito sobre você.

X.XLIX – Não te percas nos jogos da vida. Não olha, não deseja, não participa. Antes reside em
ti mesmo do que no mundo fazer morada.
X.L – Quando necessário, saia e faça uma migração. Descobre outros locais. Passa por alguns
perigos. Descobre a natureza enquanto ainda é tempo. Viva a vida além do teu quarto, porém
não te percas nela.

X.LI – No geral, não julga.

X.LII – Não perde tempo algum com tolos. Pensa antes que o tolo é uma pedra no sapato de si
mesmo e dos outros.

X.LIII – Não te espantas. Não admira em excesso. Esteja ciente de que tudo pode acontecer,
mesmo o improvável. Nil admirari.

X.LIV – Aprende outra língua. Percebe que mesmo teu mundo dialético é muito pequeno.

X.LV – Visita e conserva a arte. Te cerca do belo. Não deixa o cinza das ruas corromper os teus
sentidos.

X.LVI – Percebe os pequenos detalhes em tudo. É nos pequenos detalhes que a beleza se revela.

X.LVII – Se estás vivendo um bom momento, viva e tenha a consciência de que o mesmo
passará, e nunca mais se repetirá. Por isso mesmo, viva sem olhar para trás.

X.LVIII – Aceita que a maior parte do tempo não será de grandes momentos e muito menos de
muitas emoções. Não caias no jogo do mundo de achares que deves viver uma vida fantástica. A
maioria dos dias simplesmente passarão e nada, ou quase nada, farás. Aceita isto.

X.LIX – Pensa antes. Não confia. Observa a quem é útil. Toma cuidado. Observa.

X.LX – Não te perca em vícios. Te utiliza, não sê utilizado.

X.LXI – Não faça grandes discursos, antes te recolhe em tua própria insignificância e
ignorância.

X.LXII – Aprenda do pouco, apenas observa do muito.

X.LXIII – Sê ciente dos frequentes paradoxos da vida. Se não podes aceitá-los é porque ainda
estás longe de compreender parte da natureza deste plano.

X.LXIV – Toda ação tem sua reação e nada é 100% coisa alguma. Há alguma bondade mesmo
na maldade e alguma maldade mesmo na bondade, no que concerne à este mundo. Aceita o não-
absoluto.

X.LXV – Não precisas provar nada para ninguém e nem para ti mesmo. Não te perca em
cobranças alheias.

X.LXVI – Mais vale a paz na rua do que o caos dentro de casa. Pensa que pode ser uma
aventura, caso já tenha aceitado o fato de que coisas ruins podem te suceder.

X.LXVII – Não cria juízo, antes pensa que nada em si possui valor algum. Nós os criamos.

X.LXVIII – O tempo demonstra a natureza real, na maioria dos casos. Observa com o passar do
tempo.
X.LXIX – Aceitas a hierarquia e aceitas que eventualmente terás de obedecer. Quem não serve
para ser servo não serve para ascender aos planos mais altos do espírito.

X.LXX – Sê humilde. Não no sentido comum da palavra, mas sim no sentido de saber que és
um quase nada, e aceitar isto.

X.LXXI – Busca o conhecimento, mas não ama-o. Se o conhecimento te está acima do amor
atrocidades serás capaz de cometer.

X.LXXII – Observa o que estás atraindo, principalmente no que concerne a pessoas. Se atrais
tralha é porque refletes tralha.

X.LXXIII – Não pensas em mudar o mundo antes de mudar a ti mesmo.

X.LXXIV - Se estás somente interessado na vitória, pela obrigação da vitória serás derrotado.

X.LXXV - Aceita a lógica do mundo. Algumas verdades são e serão tratadas como mentiras,
algumas mentiras são e serão tratadas como verdades. Não há como isto mudar. Te habitua a
este fato e à não-esperança para este mundo.

X.LXXVI – Não te ligas a números e nem a conceitos. Não te importa com quantidade, mas sim
com qualidade. Não sê escravo do mundano.

X.LXXVII – Esqueça do tempo, esqueça do relógio. Antes viva seguindo teu próprio ritmo ao
ritmo ditado por um objeto. Esqueça do mundo.

X.LXXVIII – Tê compaixão, protege a causa justa sobre aqueles que não podem se proteger.

X.LXXIX – Não ganharás nada deste plano físico se assim procederdes, mas se ainda estás
preocupado com este plano físico é porque não compreendestes e internalizastes plenamente o
que quero dizer. Quem ainda se preocupa é porque ainda se importa.

X.LXXX – O eterno e perfeito está acima do temporal e imperfeito. Busca e copia aquilo que é
virtuoso, ao menos tente.

X.LXXXI – De nada valem tuas ações sem amor. Mui boas atitudes e intenções já foram
tomadas, que sem amor originaram verdadeiros desastres. Lembra-te, o amor não é deste
mundo, e se queres viver pelo amor terás de seguir outra lógica, que não a do mundo.

X.LXXXII – Não ganharás nada em troca, mas ao menos te livrarás.

X.LXXXIII – Aquilo que lhe ajuda a ser santo por ti deve ser tratado com cuidado. Te aproxima
do que te torna melhor, te afasta daquilo que lhe prende.

X.LXXXIV – Podes mudar. Podes fazer o que desejares. Podes. A maior das prisões é a mental.
Se ainda assim acreditas que a teoria não é suscetível da prática é porque não apreendestes o
real significado da teoria. O teórico sempre deve ser possível ao prático.

X.LXXXV – Não te percas em utopias, antes observa e vive o real.

X.LXXXVI – Não deseja redenção nesta vida. Não queira acelerar o curso das coisas. Vive
antes e não deseja o fim, não te concerne saber quando o mesmo chegará.
X.LXXXVII – De nada vale coisa alguma sem o amor.

X.LXXXVIII – Reaprende. Olha de novo. Repara. Reaprende e repensa. Separa o que é belo do
que não é, o que é correto para ti do que não. Te ampara em tua raiz individual e no que te torna
melhor. Olha e segue o que vem de cima, e não de baixo.

X.LXXXIX – A natureza possui muitos mistérios. Viver em consonância com a mesma pode
ajudar a desvendá-los. Sê amigo das florestas.

X.XC – Se não és paz, não viverá em paz. Se queres a tranquilidade, tranquilo deves ser. Não há
como mudar esta ordem.

X.XCI – Se és uma pedra em teu próprio sapato é porque tolo ainda és. Saiba identificar tuas
ações e comportamentos e reprime-os ou aceita-os na justa medida. Muda-te conforme o teu
necessário.

X.XCII – Mais vale aprender a replicar. Mais vale ouvir do que falar. Mais vale aceitar do que
responder. Mais vale permanecer em silêncio do que participar de quaisquer jogos do mundo.

X .XCIII - Prefira antes os mínimos aos máximos.

X.XCIV – Não espera por coisa alguma.

X.XCV – Não pensa em ti como coisa alguma.

X.XCVI – Não pensa com relação aos assuntos do coração. Quando for de tal situação, escuta a
tua intuição interior e aja conforme a mesma.

X.XCVII – Creia na tua própria ignorância e maledicência, mas também creia no teu potencial
para ser bondoso e alguém melhor. Não te perdes nem no pessimismo e nem no otimismo.

X.XCVIII - Quanto mais fizerdes afirmações, tanto mais serás escravo das mesmas.

X.XCIX – Sê cético.

X.C – Espera. Não sê ansioso.

X.CI – Te habitua e aprenda mesmo com a doença e com o que te for de mais doloroso.

X.CII – Te esvazia de ti mesmo.

X.CIII – Aceita.

X.CIV – Te habitua. Passará. Assim como tu próprio passarás.


Epílogo

Não creia que de ordem universal seja tudo aquilo que aqui foi ditado. Por mim foi feito, à mim
serve, e por isto mesmo deves ser cético. Como já o disse acima algumas vezes. Separa aquilo
que te for útil daquilo que não te é útil e põe em prática. Lembra que de nada serve a teoria sem
prática alguma. Pode ser que aches que muito repeti, porém garanto que é nas pequenas nuances
do semelhante que se encontram importantes detalhes que muito revelam. Repara no menor.
Vive pelo menor. Sê silencioso. Que tais palavras e conduta te ajudem em teu próprio caminho.
Por Thiago Limeira

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