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Sobre a autora

Muriel Batista de Oliveira

A autora do caderno de estudos é a professora Muriel Batista de Oliveira,


brasileira, natural de Rio Grande/RS, bacharel em Engenharia Civil pela Universidade
Federal de Rio Grande (FURG, 2002), Mestre em Engenharia Civil pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ, 2005) e Doutora em Ciências da Educação
pela Universidad Americana (2016). Especialista em Docência do Ensino Superior
(REDENTOR, 2007), Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho
(REDENTOR, 2011) e Especialista em Educação Ambiental (FETREMIS, 2014).
Professora da Faculdade Redentor desde 2006, nos cursos de Engenharias.
Coordena o curso de engenharia civil na modalidade EaD. Tem experiência nas
disciplinas de Cálculo 0, Geometria Descritiva, Geometria Analítica, Metodologia
Científica, Álgebra Linear, Probabilidade e Estatística, Resistência dos Materiais,
Hidráulica Fenômenos de Transporte, Instalações Prediais II, Prevenção e Combate
a Incêndios Saneamento, Engenharia de Segurança do Trabalho e Trabalho de
Conclusão de Curso. Atuou como Engenheira Civil, sendo projetista e responsável
técnica de obras públicas e privadas.

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Apresentação
5

Olá querido aluno (a), seja muito bem-vindo (a)!


Continuando sua formação em Engenharia, agora no sexto período você tem a
continuação do desafio imposto pela disciplina de Resistência dos Materiais. Nossa
disciplina intitula-se Resistência dos Materiais II e é uma complementação da
disciplina de Resistência dos Materiais I, abordando conteúdos que são ferramentas
importantes para a formação profissional na área de Engenharia.
Após terminar esta disciplina, como em Resistência dos Materiais I, você
deverá ser capaz de compreender o comportamento dos materiais sujeitos a agentes
mecânicos, dentre outros, que atuam sobre peças de formas simples, buscando-se a
quantificação dos efeitos através da introdução de hipóteses simplificadoras as quais,
ao tempo em que permitem a obtenção de fórmulas matemáticas mais simples que
não deixam de representar a realidade prática, nos limites de precisão exigidos pelas
necessidades da Engenharia. Nosso foco aqui está no dimensionamento e
deformações de vigas, na flambagem de colunas e nos métodos de energia ou
trabalho de deformação.
É importante frisar que nesse caderno você encontrará o básico dos conceitos
e aplicações. O conteúdo vai muito além. Vale ressaltar que será muito importante
consultar as bibliografias básica e complementar. Acima de tudo, você deverá praticar
muito. Sugiro que após cada capítulo, que estarão apresentados divididos em aulas,
você busque fazer alguns dos exercícios propostos nas listas e na bibliografia indicada
ao final das mesmas.
A disciplina foi dividida em quatro capítulos divididos em dezesseis aulas,
contendo exemplos e atividades a serem resolvidas, sendo importante você manter
uma constância em seus estudos.
Portanto, não acumule dúvidas! Consulte o professor, participe dos fóruns,
releia o caderno, as bibliografias recomendadas, faça os exercícios teóricos e
principalmente os práticos, assista aos vídeos sugeridos e outras fontes que você
considerar importantes para sua aprendizagem.
Não esqueça: é preciso praticar... e muito!
Bons estudos!

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Objetivos
6

Como vimos no caderno da disciplina de Resistência dos Materiais I, a


Resistência dos Materiais é um ramo da Mecânica Aplicada que estuda a resistência
de materiais de engenharia e seu comportamento mecânico sob ação de
carregamentos. A disciplina busca fornecer a você aluno (a) conceitos sobre
resistência dos materiais, objetivando prepará-lo (a) para as disciplinas do ciclo
profissional onde esses conceitos são aplicados.

Este caderno de estudos tem como objetivos:

 Compreender o comportamento de estruturas mecânicas sujeitas


a esforços externos;
 Analisar elementos que compõem projetos;
 Interpretar catálogos, manuais e tabelas;
 Especificar elementos que compõem projetos;
 Aplicar conceitos de tensão admissível e fator de segurança;
 Efetuar cálculos e identificar os materiais quanto a sua capacidade
de carga e tensões;
 Dimensionar vigas e calcular suas deformações dentro dos
padrões de economia e segurança;
 Analisar a estabilidade de colunas quanto a flambagem;
 Aplicar os conceitos de métodos de energia (trabalho de
deformação);
 Analisar as classes de resistência: tração, flexão, compressão,
cisalhamento, torção, flexotorção e flambagem;
 Ajudar e dar subsídio para o aluno desenvolver a sua capacidade
de projetar sistemas estruturais.

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Sumário
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AULA 1 ......................................................................................................................... .
CAPÍTULO 1: PROJETO DE VIGAS .......................................................................
1.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 13
1.2 – DIAGRAMAS DE ESFORÇO CORTANTE (DEC) E DIAGRAMA DE
MOMENTO FLETOR (DMF) .............................................................................. 13
Exemplo 1 ......................................................................................................... 17
Exemplo 2 ......................................................................................................... 19
Exemplo 3 ......................................................................................................... 21
Exemplo 4 ......................................................................................................... 23

AULA 2 ......................................................................................................................... .
CAPÍTULO 1: PROJETO DE VIGAS .......................................................................
1.3 CONSIDERAÇÕES PARA O PROJETO DE VIGAS PRISMÁTICAS ........... 31
1.4 TENSÕES EM UMA VIGA............................................................................ 31
1.5 PROJETO DE VIGAS PRISMÁTICAS........................................................... 32
Exemplo ............................................................................................................ 36

AULA 3 ......................................................................................................................... .
CAPÍTULO 1: PROJETO DE VIGAS .......................................................................
EXEMPLOS RESOLVIDOS: PROJETO DE VIGAS ............................................. 44
EXEMPLO 1........................................................................................................ 44
EXEMPLO 2........................................................................................................ 47

AULA 4 ......................................................................................................................... .
CAPÍTULO 1: PROJETO DE VIGAS .......................................................................
EXEMPLOS RESOLVIDOS: projeto DE VIGAS ................................................ 56
EXEMPLO 1........................................................................................................ 56
EXEMPLO 2........................................................................................................ 59

AULA 5 ......................................................................................................................... .
CAPÍTULO 2: DEFLEXÃO EM VIGAS POR INTEGRAÇÃO ..................................
2.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 67

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2.2. DEFORMAÇÃO DE UMA VIGA SUJEITA A UM CARREGAMENTO


TRANSVERSAL ................................................................................................... 69
2.3. EQUAÇÃO DA LINHA ELÁSTICA ............................................................. 70
Exemplo 1 ......................................................................................................... 73
Exemplo 2 ......................................................................................................... 74

AULA 6 ......................................................................................................................... .
CAPÍTULO 2: DEFLEXÃO EM VIGAS POR INTEGRAÇÃO ..................................
2.3 LINHA ELÁSTICA DEFINIDA POR DIFERENTES FUNÇÕES ........................ 82
Exemplo ............................................................................................................ 82

AULA 7 ......................................................................................................................... .
CAPÍTULO 2: DEFLEXÃO EM VIGAS POR INTEGRAÇÃO ..................................
2.4. UTILIZAÇÃO DAS FUNÇÕES SINGULARES .............................................. 92
Exemplo 1 ......................................................................................................... 93
Exemplo 2 ......................................................................................................... 96

AULA 8 ......................................................................................................................... .
CAPÍTULO 2: DEFLEXÃO EM VIGAS POR INTEGRAÇÃO ..................................
EXEMPLOS RESOLVIDOS: deflexão em vigas por integração ................ 104
EXEMPLO 1...................................................................................................... 104
EXEMPLO 2...................................................................................................... 106
EXEMPLO 3...................................................................................................... 108

AULA 9 ......................................................................................................................... .
CAPÍTULO 3: FLAMBAGEM ..................................................................................
3.1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 116
3.2 – ESTABILIDADE DAS ESTRUTURAS .......................................................... 116
3.3 - FÓRMULA DE EULER PARA COLUNAS COM EXTREMIDADES
ARTICULADAS ................................................................................................. 120
EXEMPLO 1...................................................................................................... 126
EXEMPLO 2...................................................................................................... 128
EXEMPLO 3...................................................................................................... 129

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AULA 10 ....................................................................................................................... .
CAPÍTULO 3: FLAMBAGEM ..................................................................................
3.4 - FÓRMULA DE EULER PARA COLUNAS COM OUTRAS CONDIÇÕES DE
EXTREMIDADE ................................................................................................. 136
EXEMPLO 1...................................................................................................... 139
EXEMPLO 2...................................................................................................... 140

AULA 11 ....................................................................................................................... .
CAPÍTULO 3: FLAMBAGEM ..................................................................................
3.5 – CARGAS EXCÊNTRICAS: FÓRMULA DA SECANTE ............................ 149
3.6 – FLAMBAGEM INELÁSTICA .................................................................... 152
3.7 – PROJETO DE COLUNAS COM CARGAS CONCÊNTRICAS .............. 153
EXEMPLO......................................................................................................... 156
3.8 – PROJETO DE COLUNAS COM CARGAS EXCÊNTRICAS ................... 157

AULA 12 ....................................................................................................................... .
CAPÍTULO 3: FLAMBAGEM ..................................................................................
EXEMPLOS RESOLVIDOS: FLAMBAGEM ...................................................... 164
EXEMPLO 1...................................................................................................... 164
EXEMPLO 2...................................................................................................... 165
EXEMPLO 3...................................................................................................... 166
EXEMPLO 4...................................................................................................... 167
EXEMPLO 5...................................................................................................... 169
EXEMPLO 6...................................................................................................... 170

AULA 13 ....................................................................................................................... .
CAPÍTULO 4: MÉTODOS DE ENERGIA – TRABALHO DE DEFORMAÇÃO ........
4.1 – INTRODUÇÃO........................................................................................ 177
4.2 – TRABALHO EXTERNO E ENERGIA DE DEFORMAÇÃO ....................... 177
4.3 – TRABALHO DE DEFORMAÇÃO ESPECÍFICO ...................................... 179
Exemplo 1 ....................................................................................................... 182

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4.4 – TRABALHO DE DEFORMAÇÃO ELÁSTICA PARA TENSÕES NORMAIS


......................................................................................................................... 183
Exemplo 2 ....................................................................................................... 184
Exemplo 3 ....................................................................................................... 185
Exemplo 4 ....................................................................................................... 187

AULA 14 ....................................................................................................................... .
CAPÍTULO 4: MÉTODOS DE ENERGIA – TRABALHO DE DEFORMAÇÃO ........
4.5 – TRABALHO DE DEFORMAÇÃO ELÁSTICO PARA TENSÕES DE
CISALHAMENTO ............................................................................................. 194
Exemplo 4 ....................................................................................................... 196
4.6 - TRABALHO DE DEFORMAÇÃO A UMA ÚNICA CARGA ................... 197
4.7 – CARREGAMENTO PRODUZIDO POR IMPACTO ................................ 199
Exemplo 5 ....................................................................................................... 200
Exemplo 6 ....................................................................................................... 201
Exemplo 7 ....................................................................................................... 202

AULA 15 ....................................................................................................................... .
CAPÍTULO 4: MÉTODOS DE ENERGIA – trabalho de deformação ................
4.8 – TEOREMA DE CASTIGLIANO ................................................................ 210
4.8 – TEOREMA DE CASTIGLIANO APLICADO A VIGAS............................ 211
4.10 – TEOREMA DE CASTIGLIANO APLICADO A TRELIÇAS ..................... 212
Exemplo1 ........................................................................................................ 214
Exemplo 2 ....................................................................................................... 216

AULA 16 ....................................................................................................................... .
REVISÃO GERAL ....................................................................................................
PROBLEMAS PROPOSTOS ............................................................................. 224
PROBLEMA 1................................................................................................... 224
PROBLEMA 2................................................................................................... 224
PROBLEMA 3................................................................................................... 225
PROBLEMA 4................................................................................................... 225
PROBLEMA 5................................................................................................... 226

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PROBLEMA 6................................................................................................... 226


PROBLEMA 7................................................................................................... 227
PROBLEMA 8................................................................................................... 227
PROBLEMA 9................................................................................................... 228
PROBLEMA 10................................................................................................. 228
PROBLEMA 11................................................................................................. 229
PROBLEMA 12................................................................................................. 229

ANEXOS .................................................................................................................. 234

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Iconografia
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Aula131
Capítulo 1: Projeto de Vigas

APRESENTAÇÃO DA AULA

No capítulo 4 da disciplina de Resistência dos Materiais I, calculamos a tensão


provocada pela flexão em vigas. Nesta aula faremos uma breve revisão de conceitos
e equações já vistos no capítulo de flexão pura em Resistência dos Materiais I, que
utilizaremos para o dimensionamento de vigas. Para dimensionar vigas é necessário
determinar a maior força de cisalhamento e o maior momento fletor em um dado
elemento e especificar onde ocorrem, para isso este capitulo, nessa aula 1, inicia com
a discussão de como construir os diagramas de esforço cortante e momento fletor.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
 Analisar membros prismáticos sujeitos a cargas axiais ou cisalhantes;
 Calcular a força cortante máxima em uma viga;
 Calcular o momento fletor máximo em uma viga;
 Determinar o ponto onde ocorrem os maiores valores de força cortante
e momento fletor;
 Representar graficamente os diagramas de escorço cortante e
momento fletor em vigas.

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1 PROJETO DE VIGAS

1.1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste capítulo é projetar vigas (material e dimensões da seção
transversal), de modo que elas não venham a falhar quando submetidas a cargas de
flexão e cisalhamento. Vigas são importantes elementos estruturais e mecânicos,
usados em projetos de engenharia, que suportam carregamentos que são aplicados
perpendicularmente ao eixo longitudinal.
As vigas de um modo geral, podem ser consideradas elementos longos, barras
retas, com área da seção transversal constante e são classificadas de acordo com o
modo que são apoiadas, como por exemplo, viga simplesmente poiada, viga apoiada
com extremidade em balanço ou viga em balanço).
Para projetar as vigas corretamente, primeiro devemos determinar a força de
cisalhamento e o momento fletor, que em geral, variam de ponto a ponto ao longo do
eixo longitudinal de viga.

1.2 – DIAGRAMAS DE ESFORÇO CORTANTE (DEC) E DIAGRAMA DE


MOMENTO FLETOR (DMF)
Como as vigas estão sujeitas aos carregamentos aplicados, surgem nas
mesmas forças cisalhantes internas e momentos fletores, que podem variar ao longo
do comprimento da viga. Os valores máximos são os de nosso interesse e podem ser
determinados expressando-se V e M em função de uma distância arbitrária x ao longo
do eixo da viga. Os diagramas de esforço cortante e momento fletor representam a
variação da força cisalhante e do momento fletor ao longo da viga e são obtidos
“cortando-se” a seção no ponto onde se deseja determinar os valores de V e M.
Nesses diagramas, as abscissas (horizontais) representam a posição da seção
ao longo da viga, e as ordenadas (verticais) indicam os valores da força cortante e do
momento fletor, respectivamente.
Uma das grandes aplicações dos diagramas de força cortante e momento fletor
na engenharia é que auxiliam na decisão de onde colocar materiais de reforço no
interior da viga ou de como calcular as dimensões da viga em vários pontos ao longo
do seu comprimento (HIBBELER, 2010).

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 Convenção de sinais
Embora a escolha da convenção de sinais seja arbitrária, adotaremos a
convenção de uso mais frequente na prática da engenharia e segundo os autores
Beer (2006) e Hibbeler (2010). Assim, temos um sistema de coordenadas com a
origem na extremidade A, e a distância de uma seção qualquer da viga à extremidade
A é denotada pela variável x. A viga é submetida a um tipo qualquer de carga
transversal distribuída de uma forma geral, como mostrada na figura 1.1. Essa viga
apresenta apoios simples, mas as considerações aqui valem para qualquer tipo de
vinculação.
As direções positivas consideram que: a carga distribuída age
para baixo na viga; a força cortante interna provoca uma rotação no
sentido horário no segmento da viga sobre o qual age; e o momento
interno causa compressão nas fibras superiores do segmento.
Carregamentos opostos a esses são considerados negativos.

Figura 1.1 – Convenção a partir de um “corte” na seção transversal de uma viga


Fonte: BEER (2006)

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Figura 1.2 – Convernção quando se seciona uma seção transversal de uma viga
Fonte: HIBBELER (2010)

 Procedimento para construção do DEC e DMF


A seguir será apresentado um roteiro para a construção dos diagramas de
esforço cortante e momento fletor.
 Primeiramente devemos determinar as reações nos apoios da viga, usando
as equações de equilíbrio;
O segundo passo é determinar as funções de cisalhamento e momento e
para isso é necessário:
 Consideramos a origem na extremidade esquerda da viga, e especificamos
por x cada trecho da viga. Trecho pode ser considerado a região entre forças
concentradas e/ou momentos, ou até onde não existir nenhuma descontinuidade do
carregamento e distribuído;
 Depois de determinado o trecho a ser analisado, devemos fazer o diagrama
de corpo livre do mesmo. As ações de V e M devem ser mostradas no sentido positivo,
de acordo com a convenção adotada;
 O cisalhamento (ou força cortante) é obtido pelo somatório das forças
verticais (perpendiculares) ao eixo da viga;
 O momento é determinado pelo somatório dos momentos em torno da
extremidade onde o elemento foi secionado;
 De posse dos valores de V e M em extremidade da seção, podemos construir
os diagramas (DEC e DMF), diretamente abaixo do diagrama de corpo livre da viga;

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 Se os valores numéricos das funções que descrevem V e M forem positivos,


serão marcados acima do eixo x, logo valores negativos serão marcados abaixo do
𝑑𝑀
eixo, pois 𝑑𝑀 = 𝑉𝑑𝑥 ou 𝑉 = .
𝑑𝑥

 Devemos observar que uma mudança abrupta na força cortante, o que


corresponde a uma força concentrada, é acompanhada de uma mudança abrupta na
inclinação do DMF;
 Nas seções em que a força cortante é zero, a inclinação do DMF é zero.
Nesses pontos em que a tangente do DMF é horizontal, o momento fletor pode ter um
valor máximo ou mínimo. Essa situação resulta da técnica usual do cálculo de
obtermos os valores máximos ou mínimos de uma função igualando a zero a primeira
derivada da função. Assim na Figura 1.3, se as curvas representam partes de um
DMF, então valores críticos podem ocorrer nos pontos A e B. De uma maneira geral,
igualando a equação do esforço cortante a zero, determinados o ponto (x) onde o valor
do momento é extremo, assim substituímos esse valor de x na equação do momento
fletor da seção obtendo seu valor máximo;
 Para se estabelecer o sentido da concavidade em um determinado ponto,
𝑑²𝑀
podemos determinar a segunda derivada de M em relação à x, isto é . Se o valor
𝑑𝑥²

dessa segunda derivada por positivo, então o DMF apresenta concavidade para cima
e o momento assume um valor mínimo. Se a segunda derivada tiver valor negativo,
então o DMF apresenta concavidade para baixo e o momento assume um valor
máximo.

Figura 1.3 – Valores máximos e mínimos para M(x)


Fonte: NASH e POTTER (2014)

Agora serão apresentados alguns exemplos resolvidos do BEER


(2006) e HIBBELER (2010). Refaça-os para praticar, ou se preferir faça
os propostos na bibliografia indicada no material complementar!

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EXEMPLO 1
(Adaptado de BEER, 2006 e HIBBELER, 2010) representar
graficamente os diagramas de esforço cortante e de momento fletor
(DEC e DMF), da viga simplesmente apoiada abaixo, que tem uma
força concentrada aplicada em seu ponto médio.

Solução:
Primeiramente devemos calcular as reações de apoio. Como a viga é simétrica a intensidade
de cada reação é 𝑃/2. Confirmamos esse resultado fazendo somatório de momentos em um
dos apoios e, em seguida, somatório das forças verticais:
𝐿 𝑃
∑ 𝑀𝐴 = 0: − 𝑃 ( ) + 𝐶𝑦 (𝐿) = 0 → 𝐶𝑦 =
2 2
𝑃 𝑃
∑ 𝐹𝑦 = 0: − 𝑃 + + 𝐴𝑦 = 0 → 𝐴𝑦 =
2 2

O próximo passo é fazer as funções de força cortante e momento fletor para cada trecho da
viga. Para isso secionamos a viga a uma distância x do ponto A, e nesse primeiro trecho AB,
𝐿
o intervalo é de (0 ≤ 𝑥 ≤ 2).

O diagrama de corpo livre da seção AB é apresentado abaixo:

Pela convenção de sinais adotada e aplicando as equações de equilíbrio temos:


𝑃 𝑃
−𝑉𝐴𝐵 + =0 → 𝑉𝐴𝐵 =
2 2
𝑃
𝑀𝐴𝐵 − 𝑥=0
2

𝑥 = 0 → 𝑀𝐴 = 0 e

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19

𝐿 𝑃𝐿
𝑥= → 𝑀𝐵 =
2 4
𝐿
O segundo trecho da viga é o BC, o intervalo é de (2 ≤ 𝑥 ≤ 𝐿).

O diagrama de corpo livre da seção BC é:

Pela convenção de sinais adotada e aplicando as equações de equilíbrio temos:


𝑃 𝑃
−𝑉𝐵𝐶 + −𝑃 =0 → 𝑉𝐶𝐵 = −
2 2
𝑃 𝐿
𝑀𝐵𝐶 − 𝑥 + 𝑃(𝑥 − ) = 0
2 2
𝐿 𝑃𝐿
𝑥= → 𝑀𝐵 =
2 4
𝑥 = 𝐿 → 𝑀𝐶 = 0

Por fim, apresentamos graficamente os valores obtidos nos DEC e DMF, observando que a
aplicação de uma força causa um salto no DEC:

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EXEMPLO 2
(Adaptado de HIBBELER, 2010) representar graficamente os
diagramas de esforço cortante e de momento fletor (DEC e DMF), da
viga simplesmente apoiada abaixo:

Solução:
Primeiramente devemos calcular as reações de apoio. Fazendo somatório de momentos em
um dos apoios e, em seguida, somatório das forças verticais, temos.
𝑀𝑜
∑ 𝑀𝐴 = 0: − 𝑀𝑜 + 𝐶𝑦 (𝐿) = 0 → 𝐶𝑦 =
𝐿
𝑀𝑜 𝑀𝑜
∑ 𝐹𝑦 = 0: + 𝐴𝑦 = 0 → 𝐴𝑦 = −
𝐿 𝐿

O próximo passo é fazer as funções de força cortante e momento fletor para cada trecho da
viga. Para isso secionamos a viga a uma distância x do ponto A, e nesse primeiro trecho AB,
𝐿
o intervalo é de (0 ≤ 𝑥 ≤ ).
2

O diagrama de corpo livre da seção AB é apresentado abaixo:

Pela convenção de sinais adotada e aplicando as equações de equilíbrio temos:


𝑀𝑜 𝑀𝑜
−𝑉𝐴𝐵 − =0 → 𝑉𝐴𝐵 = −
𝐿 𝐿
𝑀𝑜
𝑀𝐴𝐵 + 𝑥=0
𝐿

𝑥 = 0 → 𝑀𝐴 = 0 e
𝐿 𝑀𝑜
𝑥= → 𝑀𝐵 = −
2 2
𝐿
O segundo trecho da viga é o BC, o intervalo é de ( ≤ 𝑥 ≤ 𝐿).
2

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O diagrama de corpo livre da seção BC é:

Pela convenção de sinais adotada e aplicando as equações de equilíbrio temos:


𝑀𝑜 𝑀𝑜
−𝑉𝐵𝐶 − =0 → 𝑉𝐶𝐵 = −
𝐿 𝐿
𝑀𝑜
𝑀𝐵𝐶 + 𝑥 − 𝑀𝑜 = 0
𝐿
𝐿 𝑀𝑜
𝑥= → 𝑀𝐵 =
2 2
𝑥 = 𝐿 → 𝑀𝐶 = 0

Por fim, apresentamos graficamente os valores obtidos nos DEC e DMF:

Podemos observar que no exemplo anterior, a a aplicação de uma força


causou um salto no DEC, e nesse caso o momento aplicado causou um
salto no DMF.

Anotações:

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EXEMPLO 3
(Adaptado de HIBBELER, 2010) representar graficamente os
diagramas de esforço cortante e de momento fletor (DEC e DMF), da
viga simplesmente apoiada abaixo:

Solução:
Primeiramente devemos calcular as reações de apoio. Fazendo somatório de momentos no
apoio esquerdo da viga (ponto A) e, em seguida, somatório das forças verticais, temos.
𝐿 𝑤𝐿
∑ 𝑀𝐴 = 0: − 𝑤𝐿. + 𝐵𝑦 (𝐿) = 0 → 𝐶𝑦 =
2 2
𝑤𝐿 𝑤𝐿
∑ 𝐹𝑦 = 0: − 𝑤 + + 𝐴𝑦 = 0 → 𝐴𝑦 =
2 2

Essa viga apresenta um único trecho, pois não há descontinuidade do carregamento, assim
a única carga é a distribuída 𝑤, e o intervalo na seção é de (0 ≤ 𝑥 ≤ 𝐿).
O diagrama de corpo livre da seção AB é apresentado abaixo:

Pela convenção de sinais adotada e aplicando as equações de equilíbrio temos, considerando


a distância de x variando de 0 a L, temos para a força cortante:
𝑤𝐿
−𝑉𝐴𝐵 + − 𝑤. 𝑥 = 0
2
𝑤𝐿
𝑥 = 0 → 𝑉𝐴 =
2
𝑤𝐿
𝑥 = 𝐿 → 𝑉𝐵 = −
2

E para o momento:

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𝑤𝐿 𝑥
𝑀𝐴𝐵 − 𝑥 + 𝑤. 𝑥. = 0
2 2

𝑥 = 0 → 𝑀𝐴 = 0 e
𝑥 = 𝐿 → 𝑀𝐵 = 0

Por fim, apresentamos graficamente os valores obtidos nos DEC e DMF:

Observamos que o momento fletor é máximo onde a força cortante é nula. Para
determinar a distância onde o cisalhamento é zero, pegamos a equação da força
cortante no trecho e fizemos 𝑉𝐴𝐵 = 0:
𝑤𝐿 𝑤𝐿 𝐿
−𝑉𝐴𝐵 + − 𝑤. 𝑥 = 0 → 0+ − 𝑤. 𝑥 = 0 → 𝑥=
2 2 2
𝐿
Substituindo 𝑥 = na equação do momento do mesmo trecho encontramos o valor do
2
momento máximo:

𝑤𝐿 𝑥 𝐿
𝑀𝐴𝐵 − 𝑥 + 𝑤. 𝑥. = 0 → 𝑥=
2 2 2
𝐿
𝑤𝐿 𝐿 𝐿 𝑤𝐿²
𝑀𝑚á𝑥 − . + 𝑤. . 2 = 0 → 𝑀𝑚á𝑥 =
2 2 2 2 8

Anotações:

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EXEMPLO 4
(Adaptado de HIBBELER, 2010) representar graficamente os
diagramas de esforço cortante e de momento fletor (DEC e DMF), da
viga engastada em balanço abaixo:

Solução:
Essa viga engastada livre apresenta um momento e uma força vertical no vínculo à esquerda.
Fazendo somatório de momentos no engaste esquerdo da viga (ponto A) e, em seguida,
somatório das forças verticais, temos.
𝐿 2𝐿 𝑤𝐿2
∑ 𝑀𝐴 = 0: 𝑀 − 𝑤. 𝐿. . + 𝐵𝑦 (𝐿) = 0 → 𝑀𝐴 =
2 3 3
−𝑤. 𝐿 𝑤𝐿
∑ 𝐹𝑦 = 0: + 𝐴𝑦 = 0 → 𝐴𝑦 =
2 2

Essa viga apresenta um único trecho, pois não há descontinuidade do carregamento, assim
a única carga é a distribuída 𝑤, e o intervalo na seção é de (0 ≤ 𝑥 ≤ 𝐿).
O diagrama de corpo livre da seção AB é apresentado abaixo, juntamente com os valores das
reações de apoio:

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Pela convenção de sinais adotada e aplicando as equações de equilíbrio temos, considerando


a distância de x variando de 0 a L, temos para a força cortante:
𝑤𝐿 𝑤𝑥
−𝑉𝐴𝐵 + − =0
2 2
𝑤𝐿
𝑥 = 0 → 𝑉𝐴 =
2

𝑥 = 𝐿 → 𝑉𝐵 = 0

E para o momento:

𝑤𝐿2 𝑤𝐿 𝑤. 𝑥 1𝑥 1𝑥
𝑀𝐴𝐵 + − .𝑥 + . . =0
3 2 𝐿 2 3

𝑤𝐿2
𝑥 = 0 → 𝑀𝐴 =
3
𝑤𝐿2 𝑤𝐿 𝑤. 𝐿 1𝐿 1𝐿 𝑤𝐿2 𝑤𝐿2 𝑤. 𝐿2
𝑥 = 𝐿 → 𝑀𝐵 + − .𝐿 + . . = 0 → 𝑀𝐵 + − + = 0 → 𝑀𝐵 = 0
3 2 𝐿 2 3 3 2 6

Por fim, apresentamos graficamente os valores obtidos nos DEC e DMF:

Note que para a carga triangular a força fica concentrada a 2/3 do lado esquerdo e a 1/3 do
lado direito. Determinamos a força na seção por cálculo proporcional, isto é,
𝑤0 𝑤
= .
𝑥 𝐿
A equação do esforço cortante é uma parábola (equação do 2° grau), e o momento é
representado por uma função do 3° grau.

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26

A tabela 1.1 ilustra a inclinação dos diagramas de esforço


cortante e momento fletor, para casos comuns de carregamentos. É
importante salientar que existem equações específicas que
demonstram esses resultados (HIBBELER, 2010, item 6.2) e os
gráficos não devem ser simplesmente decorados e sim estudados.

Tabela 1 – Carregamentos e inclinações do DEC e DMF

Fonte: HIBBELER, 2010

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Resumo
27

Nesta aula, abordamos:

 Introdução ao dimensionamento de vigas;

 Procedimento determinação dos diagramas de esforço cortante e momento


fletor;

 Como calcular o ponto onde a força cortante é nula e o momento é máximo


em uma viga;

 Exemplos resolvidos com determinação de reações de apoio e uso de


método das seções para determinar esforço cortante e momento em cada trecho da
viga, até chegar nos DEC e DMF.

Fonte: HIBBELER (2010). Pág. 182 e 191

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Complementar
28

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise os tópicos abordados nesta aula em bibliografia presente


na Biblioteca Digital e material complementar;

 Resolva exemplos resolvidos 6.7 a 6.13 do HIBBELER (2010) – Biblioteca


Digital e outros que julgar necessários da bibliografia básica.

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29
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 30

AULA 1

1 – Defina viga.

2 – Defina e exemplifique com desenhos vigas em balanço, vigas simples, vigas


simples com balanço.

3 – O que representam os diagramas de esforço cortante e momento fletor e quais os


procedimentos básicos para construção dos mesmos?

4 – (HIBBELER, 2010 e BEER 2006) Para as vigas abaixo determine o diagrama de


esforço cortante (DEC) e o diagrama de momento fletor (DMF). Faça todos os cálculos
detalhados e use o método das seções.

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Aula312
Capítulo 1: Projeto de vigas

APRESENTAÇÃO DA AULA

No capítulo 4 da disciplina de Resistência dos Materiais I, calculamos a tensão


provocada pela flexão em vigas. Nesta aula nosso foco será o dimensionamento de
vigas. Para dimensionar vigas é necessário determinar a maior força de cisalhamento
e o maior momento fletor em um dado elemento e especificar onde ocorrem, de acordo
com os procedimentos vistos na aula 1.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
 Aplicar o conceito de tensão normal ao dimensionamento de vigas;
 Aplicar o conceito de tensão de cisalhamento ao dimensionamento de
vigas;
 Analisar membros prismáticos sujeitos a cargas axiais ou cisalhantes;
 Dimensionar o carregamento que uma viga suporta dada sua seção
transversal e dimensões;
 Dimensionar a seção transversal de uma viga dado um determinado
carregamento a ser suportado com segurança.

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32

1 PROJETO DE VIGAS

1.3 CONSIDERAÇÕES PARA O PROJETO DE VIGAS PRISMÁTICAS

Para chegarmos ao objetivo deste capítulo que é projetar vigas (material e


dimensões da seção transversal), vamos discutir aqui a metodologia para cálculo de
modo que elas não venham a falhar quando submetidas a cargas de flexão e
cisalhamento.
“Quando escolhemos uma viga para resistir a ambas as tensões de
cisalhamento e flexão, diz-se que ela é projetada com base na resistência”
(HIBBELER, 2010, pág. 400). A partir dessa consideração utilizaremos as fórmulas de
Flexão Pura (capítulo 4 de Resistência dos Materiais I) e de Esforço cortante (capítulo
5 de Resistência dos Materiais I), e nosso estudo ficará limitado ao caso de vigas
homogêneas (feitas de um único material) e que tenham comportamento linear
elástico.
Para isso, a máxima tensão normal 𝜎𝑚á𝑥 na viga não deve exceder a tensão

admissível 𝜎𝑎𝑑𝑚 do material e a tensão máxima de cisalhamento 𝜏𝑚á𝑥 também deve


ser menor que a tensão cisalhante admissível 𝜏𝑎𝑑𝑚 .
Como vimos na aula anterior, os diagramas de esforço cortante e momento
fletor representam a variação da força cortante do momento fletor ao longo da viga e
são obtidos “cortando-se” a seção no ponto onde se deseja determinar os valores de
V e M, que serão utilizados nas equações de flexão e cisalhamento.

1.4 TENSÕES EM UMA VIGA

Vimos nos capítulos 4 e 5 de Resistência dos Materiais I que, dentro do regime


elástico, as tensões que se exercem dentro de um pequeno elemento de faces
perpendiculares, respectivamente aos eixos x e y, se reduzem a tensão normal
𝜎𝑚á𝑥= 𝑀. 𝑐/𝐼, se o elemento está localizado na superfície livre da viga (c é a distância
do eixo neutro a superfície), ou a tensão de cisalhamento 𝜏𝑚á𝑥 = 𝑉𝑄/𝐼𝑡 se o elemento
estiver na linha neutra (Figura 1.4). Em qualquer outro ponto da viga, o elemento vai
estar submetido simultaneamente a tensão normal 𝜎 = 𝑀. 𝑦/𝐼, onde y é a distância do
eixo neutro até a fibra onde se encontra o elemento, e a tensão de cisalhamento é
𝜏 = −𝑉𝑄/𝐼𝑡. Para estas expressões I é o momento de inércia da seção transversal, Q

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33

é o momento estático em relação ao eixo neutro da parte da seção transversal


localizada acima do ponto onde se deseja calcular a tensão, e t é a largura da seção
transversal nesse ponto.

Figura 1.4 – Tensões principais em uma viga


Fonte: BEER (2006)

1.5 PROJETO DE VIGAS PRISMÁTICAS

O projeto de uma viga deve levar em conta também a


economia. Isto é, entre vigas do mesmo material, quando outros
dados coincidem, devemos optar por aquela de menor peso por
unidade de comprimento, e, portanto, de menor seção transversal.
Agora vamos traçar os passos para o dimensionamento de uma viga:
1º) Determinamos os valores de 𝜎𝑎𝑑𝑚 e 𝜏𝑎𝑑𝑚 do material a partir do valor
especificado no projeto ou por meio de tabelas de propriedades mecânicas dos
materiais (BEER, 2006, apêndice B). Podemos obter esse valor também a partir da
tensão última do material associada a um coeficiente de segurança;
2º) O projeto de uma viga depende da força cortante e momento fletor máximos,
assim, com as condições de carregamento dadas, usando o método das seções,
desenhamos os diagramas de V e M, determinando os valores máximos absolutos
|𝑉|𝑚á𝑥 e |𝑀|𝑚á𝑥 ;
3º) Calculamos o mínimo valor admissível do módulo resistente 𝑊, onde
𝐼
𝑊𝑚í𝑛 = 𝑦. Considerando que o dimensionamento da viga é dado pelo valor da tensão

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34

normal no ponto 𝑦 = ±𝑐 na seção transversal do máximo momento fletor, substituímos


𝜎𝑎𝑑𝑚 em lugar de 𝜎𝑚á𝑥 , encontrando:
|𝑀|𝑚á𝑥
𝑊𝑚í𝑛 = (1.1)
𝜎𝑎𝑑𝑚
e
𝐼
𝑊𝑚í𝑛 = (1.2)
𝑦𝑚á𝑥

Para seção retangular temos que:


𝑏ℎ³
𝐼= (1.3)
12
e

𝑦𝑚á𝑥 = (1.4)
2

4º) Entre as seções transversais que podem ser utilizadas, devemos considerar
aquelas com 𝑊 < 𝑊𝑚í𝑛 , entre elas escolher a seção com menor peso por unidade de
comprimento (ou seja, a favor da economia). Nem sempre essa seção transversal será
a que possui um maior 𝑊, como veremos nos exemplos resolvidos
desta aula e na seguinte. Em alguns casos, outras considerações
podem ser limitantes, como os valores admissíveis para a deflexão da
viga ou restrições no valor da altura da seção transversal.

5º) Verificamos agora a resistência da viga à força cortante pela equação 1.5
(ou 1.6 e 1.7) e comparando depois com o valor da 𝜏𝑎𝑑𝑚 . Se o valor encontrado para
𝜏𝑚á𝑥 for maior do que 𝜏𝑎𝑑𝑚 , devemos redimensionar a seção transversal, escolhendo
uma maior.
|𝑉|𝑚á𝑥. 𝑄
𝜏𝑚á𝑥 = (1.5)
𝐼.𝑡

Para as vigas de seção retangular a tensão máxima de


cisalhamento é dada por:
3 |𝑉|𝑚á𝑥
𝜏𝑚á𝑥 = . (1.6)
2 𝐴
Para perfis I ou de abas largas, podemos adotar que toda a força cortante é
resistida pela alma, e nesse caso, a tensão máxima de cisalhamento é dada por:

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35

|𝑉|𝑚á𝑥
𝜏𝑚á𝑥 = (1.7)
𝐴𝑎𝑙𝑚𝑎

6º) Para perfis I e perfis de abas largas, verificamos 𝜎𝑚á𝑥 na

junção da alma com as abas, na seção de |𝑀|𝑚á𝑥 , para que a 𝜎𝑚á𝑥 não exceda o

valor de 𝜎𝑎𝑑𝑚 . “Usualmente basta que se tenha uma estimativa rápida de 𝜎𝑚á𝑥

sendo, desnecessário o cálculo das componentes de tensões 𝜎𝑥 𝑒 𝜏𝑥𝑦 .

A Figura 1.5 apresenta alguns tipos de aços laminados que tem suas seções
transversais utilizadas no dimensionamento de vigas:

Figura 1.5 – Perfis laminados


Fonte: SARTORI (1999)

Esses perfis são designados com o Código Literal, altura (mm), peso (kg/m).
Por exemplo:
I 203 x 27,3 → perfil I, com 203 mm de altura e 27,3 quilogramas por metro.
L 50 x 50 x 3 → cantoneira de abas iguais (50 mm) e espessura 3 mm.

A Figura 1.6 apresenta as propriedades para o cálculo de perfis metálicos do


tipo H no sistema internacional de unidades. Tabelas no sistema FPS podem ser
encontradas no anexo deste caderno de estudos.

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36

Figura 1.6 – Tabela das propriedades dos Perfis de abas largas


Fonte: Adaptado de BEER (2006)

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37

EXEMPLO
(BEER, 2006) Uma viga de madeira AB tem 3,0m de vão e 100mm de
largura. Ela suporta as três cargas concentradas indicadas. Determinar
a mínima altura necessária d para a viga, sabendo-se que, para a
qualidade de madeira usada, 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 12600𝐾𝑃𝑎 e 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 840 𝐾𝑃𝑎.

Solução:
Como os valores das tensões admissíveis normal e cisalhante foram dados, devemos
primeiramente calcular as reações impostas pelos apoios, considerando as cargas
externas e, por convenção, adotamos como positivo o momento no sentido anti-
horário, a força vertical para cima e a força horizontal para direita:

∑ 𝑀𝐴 = 0: − 10(0,6) − 4(1,5) − 10(2,4) + 𝐵𝑦(3) = 0 → 𝐵𝑦 = 12 𝐾𝑁

∑ 𝐹𝑦 = 0: 𝐴𝑦 − 10 − 4 − 10 + 𝐵𝑦 = 0 → 𝐴𝑦 = 12 𝐾𝑁

Assim: |𝑉|𝑚á𝑥 = 12 𝐾𝑁
Para determinar o momento máximo |𝑀|𝑚á𝑥 vamos usar o método das seções:

Seção AC (0 ≤ 𝑥 ≤ 0,6𝑚)
−𝑉𝐴𝐶 + 12 = 0; 𝑉𝐴𝐶 = 12 𝐾𝑁
𝑀𝐴𝐶 − 12𝑥 = 0;
𝑥=0 → 𝑀𝐴 = 0;
𝑥 = 0,6𝑚 → 𝑀𝐶 = 7,2 𝐾𝑁. 𝑚

Seção CD (0,6 ≤ 𝑥 ≤ 1,5𝑚)


−𝑉𝐶𝐷 + 12 − 10 = 0; 𝑉𝐷𝐶 = 2 𝐾𝑁
𝑀𝐶𝐷 − 12𝑥 + 10(𝑥 − 0,6) = 0;
𝑥 = 0,6 → 𝑀𝐶 = 7,2 𝐾𝑁. 𝑚;
𝑥 = 1,5𝑚 → 𝑀𝐷 = 9 𝐾𝑁. 𝑚
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38

Como a viga é simétrica os cálculos para as demais seções podem ser dispensados.
Os diagramas de esforço cortante e momento fletor são mostrados abaixo:

Dimensionamento da viga baseado na tensão normal admissível de acordo com as


equações 1,1 e 1.2:

|𝑀|𝑚á𝑥 𝐼
𝑊𝑚í𝑛 = 𝑒 𝑊𝑚í𝑛 =
𝜎𝑎𝑑𝑚 𝑦𝑚á𝑥
Para seção retangular temos que:
𝑏ℎ³ 0,1𝑑³ ℎ 𝑑
𝐼= = 𝑒 𝑦𝑚á𝑥 = =
12 12 2 2
logo

0,1𝑑³ 2
𝑊𝑚í𝑛 = 𝑥 = 0,0167𝑑²
12 𝑑
e

|𝑀|𝑚á𝑥 𝐼 9000
= → = 0,0167𝑑 2 → 𝑑 = 0,206𝑚 = 206 𝑚𝑚
𝜎𝑎𝑑𝑚 𝑦𝑚á𝑥 12600

Verificando a tensão de cisalhamento na viga de seção retangular:

3 |𝑉|𝑚á𝑥 3 12000
𝜏𝑚á𝑥 = . → 𝜏𝑚á𝑥 = . → 𝜏𝑚á𝑥 = 873𝐾𝑃𝑎
2 𝐴 2 0,1 . 0,206

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39

𝜏𝑚á𝑥 = 873 𝐾𝑃𝑎 > 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 840 𝐾𝑃𝑎, assim a altura d não é aceitável e devemos
redimensionar a viga de acordo com a tensão admissível:

Redimensionando:

3 |𝑉|𝑚á𝑥 3 12000
𝜏𝑚á𝑥 = . → 840. 103 = . → 𝒅 = 𝟎, 𝟐𝟏𝟒 𝒎 = 𝟐𝟏𝟒 𝒎𝒎
2 𝐴 2 0,1. 𝑑

Assim a altura mínima para a viga é de 214 mm.

Note que os passos 4 e 6 do procedimento foram dispensados por se


tratar de uma seção retangular definida no problema.

Anotações:

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Resumo 40

Nesta aula, abordamos:

 Procedimento para dimensionamento de vigas baseada na resistência;

 Exemplo resolvido de dimensionamento da altura de uma viga com seção


transversal retangular.

Fonte: HIBBELER (2010). Pág. 403

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Complementar
41

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise os tópicos abordados nesta aula em bibliografia presente na


Biblioteca Digital e material complementar;

 Leitura do capítulo 7 (BEER, 2006) seções 7.1 a 7.3 e 7.7.

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42
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 43

AULA 2

1 – Qual o critério de economia no projeto de vigas? Explique e exemplifique.

2 – Descreva o procedimento passo a passo para dimensionamento de uma viga.

3 – (HIBBELER, 2010) A viga de madeira tem seção retangular e é usada para


suportar uma carga de 6KN. Se a tensão de flexão admissível for, 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 14𝑀𝑃𝑎 e a
tensão de cisalhamento admissível for 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 5𝑀𝑃𝑎, determine a altura h da seção
transversal com aproximação de múltiplos de 5mm, se ela tiver de ser retangular e ter
largura b=75mm. Considere que os apoios A e B exercem somente reações verticais
sobre a viga.

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Aula
44 3

Capítulo 1: Projeto de Vigas

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula iremos resolver exercícios com o objetivo de dimensionar vigas:


dimensões de uma seção transversal conhecida dado um determinado carregamento
e, escolha de uma seção transversal (perfil a partir de uma tabela) para um dado
carregamento.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após a resolução dos exercícios presentes nessa aula, você
seja capaz de:
 Determinar os diagramas de esforço cortante e momento fletor em uma viga;
 Analisar e dimensionar estruturas prismáticas sujeitas a carregamentos
diversos;
 Projetar vigas visando a economia.

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45

EXEMPLOS RESOLVIDOS: PROJETO DE VIGAS


Em todas as aplicações a seguir para dimensionar uma viga, não
podemos esquecer que a falha do elemento estrutural (viga) ocorre
quando o momento ou cisalhamento interno na viga é máximo. Assim é
importante que as tensões de flexão e de cisalhamento associados não ultrapassem
os valores admissíveis, determinadas por meio de tabelas de engenharia, associados
aos valores de |𝑉|𝑚á𝑥 𝑒 |𝑀|𝑚á𝑥 .
Em seguida, será verificada a a resistência ao cisalhamento, comparando com
3 |𝑉|𝑚á𝑥
a tensão admissível. Para seções retangulares: 𝜏𝑎𝑑𝑚> 𝜏𝑚á𝑥 = 2 . . Para perfis I ou
𝐴
|𝑉|𝑚á𝑥
de abas largas usamos: 𝜏𝑎𝑑𝑚> 𝜏𝑚á𝑥 = . Para seções de um modo geral
𝐴𝑎𝑙𝑚𝑎
|𝑉|𝑚á𝑥. 𝑄
consideramos: 𝜏𝑎𝑑𝑚> 𝜏𝑚á𝑥 = .
𝐼.𝑡

EXEMPLO 1
(Adaptado de HIBBELER, 2010) A viga simplesmente apoiada mostrada
abaixo é de madeira para a qual 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 960 𝑃𝑠𝑖 e 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 75 𝑃𝑠𝑖.
Determine suas dimensões transversais mínimas para resistir ao
carregamento indicado quando h = 1,25b.

SOLUÇÃO:
Transformamos os valores do comprimento da viga de pés para polegadas (6x12=72in) e do
carregamento de Kip/ft para lb/in (5x1000/12=416,67lb/in).

1º Passo: Identificamos os valores das tensões máximas (valores tabelados fornecidos pelo
problema): 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 960 𝑝𝑠𝑖; 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 75 𝑝𝑠𝑖.

Agora vamos calcular as reações de apoio:

416,67
∑ 𝑀𝐴 = 0: 𝐵𝑦 (144) − (144)(72) = 0 → 𝐵𝑦 = 15000 𝑙𝑏
2
416,67
∑ 𝐹𝑦 = 0: 𝐴𝑦 + 15000 − (144) = 0 → 𝐴𝑦 = 15000 𝑙𝑏
2

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46

Em seguida vamos calcular os valores do esforço cortante e momento em cada seção:

Trecho AC: (0 ≤ 𝑥 ≤ 72𝑖𝑛)

416,67 𝑥
−𝑉𝐴𝐶 + 15000 − × 𝑥 × =0
72 2
416,67 0
𝑥 = 0 → 𝑉𝐴 + 15000 − × 0 × = 0 → 𝑉𝐴 = 15000 𝑙𝑏
72 2
416,67 72
𝑥 = 72 → 𝑉𝐶 + 15000 − × 72 × = 0 → 𝑉𝐶 = 0
72 2
416,67 𝑥 𝑥
𝑀𝐴𝐶 − 15000𝑥 + × 𝑥 × × =0
72 2 3
416,67 0 0
𝑥 = 0 → 𝑀𝐴 − 15000(0) + × 0 × × = 0 → 𝑀𝐴 = 0
72 2 3
416,67 72 72
𝑥 = 0 → 𝑀𝐶 − 15000(72) + × 72 × × = 0 → 𝑀𝐶 = 720000 𝑙𝑏. 𝑖𝑛
72 2 3

Como a viga é simétrica o cálculo para a outra seção é idêntico.

2º Passo: Determinamos a força cortante e momento máximo a partir do DEC e DMF (faça
os diagramas), obtendo: |𝑉|𝑚á𝑥 = 15000 𝑙𝑏 e |𝑀|𝑚á𝑥 = 720000 𝑙𝑏. 𝑖𝑛

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47

3º Passo: Devemos calcular o valor do módulo resistente, dado pelas equações:


|𝑀|𝑚á𝑥 𝐼
𝑊𝑚í𝑛 = 𝜎𝑎𝑑𝑚
e 𝑊𝑚í𝑛 = 𝑌
𝑚á𝑥

Calculando o 𝐼 e 𝑌𝑚á𝑥 :

𝑏ℎ3 𝑏 × (1,25𝑏)3
𝐼= → 𝐼= → 𝐼 = 0,163𝑏4
12 12
ℎ 1,25𝑏
𝑌𝑚á𝑥 = = → 𝑌𝑚á𝑥 = 0,625𝑏
2 2
|𝑀|𝑚á𝑥 𝐼 720000 0,163𝑏4
= → = → 750 = 0,261𝑏3
𝜎𝑎𝑑𝑚 𝑌𝑚á𝑥 960 0,625𝑏

3 750
𝑏=√ → 𝑏 = 14,22 𝑖𝑛
0,261

Logo:

ℎ = 1,25𝑏 = 1,25 × 14,22 → ℎ = 17,77 𝑖𝑛

4º Passo: Precisamos fazer a verificação quanto a tensão de cisalhamento. Para seção


retangular temos:

3 |𝑉|𝑚á𝑥
𝜏𝑚á𝑥 = ≤ 𝜏𝑎𝑑𝑚
2 𝐴
3 |𝑉|𝑚á𝑥 3 15000
𝜏𝑚á𝑥 = = → 𝜏𝑚á𝑥 = 89,04 𝑝𝑠𝑖 > 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 75 𝑝𝑠𝑖
2 𝐴 2 (14,22 × 17,77)

Como a tensão máxima é maior que a admissível devemos redimensionar a viga:

3 |𝑉|𝑚á𝑥 3 15000 45000 45000


𝜏𝑚á𝑥 = → 75 = → 75 = 2
→𝑏=√ → 𝒃 = 𝟏𝟓, 𝟓 𝒊𝒏
2 𝐴 2 𝑏 × 1,25𝑏 2,5𝑏 75 × 2,5

Logo:

ℎ = 1,25𝑏 = 1,25 × 15,5 → 𝒉 = 𝟏𝟗, 𝟒 𝒊𝒏

Anotações:

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48

EXEMPLO 2
Sabendo que para o aço valem 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 160𝑀𝑃𝑎 e 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 100 𝑀𝑃𝑎,
selecionar o perfil de abas largas W mais leve que possa ser usado para
suportar o carregamento indicado com segurança.

SOLUÇÃO:

1º Passo: Identificamos os valores das tensões máximas (fornecidos pelo


problema): 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 160 𝑀𝑃𝑎; 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 100 𝑀𝑃𝑎

Agora vamos calcular as reações de apoio:

∑ 𝑀𝐴 = 0: − 70(3) − 70(8) − 5(11)(5,5) + 𝐷𝑦 (11) = 0 → 𝐷𝑦 = 97,5 𝐾𝑁

∑ 𝐹𝑦 = 0: 𝐴𝑦 − 70 − 70 + 97,5 − 5(11) = 0 → 𝐴𝑦 = 97,5 𝐾𝑁

Em seguida vamos calcular os valores de força cortante e momento fletor em cada trecho da
viga:

Seção AB: (0 ≤ 𝑥 ≤ 3)

−𝑉𝐴𝐵 + 97,5 − 5𝑥 = 0

𝑥 = 0 → 𝑉𝐴 = 97,5 𝐾𝑁

𝑥 = 3 → 𝑉𝐵 = 97,5 − 5(3) = 82,5 𝐾𝑁


𝑥
𝑀𝐴𝐵 − 97,5𝑥 + 5𝑥 × =0
2

𝑥 = 0 → 𝑀𝐴 = 0

3
𝑥 = 3 → 𝑀𝐵 = 97,5(3) − 5(3) × → 𝑀𝐵 = 270 𝐾𝑁𝑚
2

Seção BC: (3 ≤ 𝑥 ≤ 8)

−𝑉𝐵𝐶 + 97,5 − 70 − 5𝑥 = 0

𝑥 = 3 → 𝑉𝐵 = 97,5 − 70 − 5(3) → 𝑉𝐵 = 12,5 𝐾𝑁

𝑥 = 8 → 𝑉𝐶 = 97,5 − 70 − 5(8) → 𝑉𝐶 = −12,5 𝐾𝑁

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49

𝑥
𝑀𝐵𝐶 − 97,5𝑥 + 70(𝑥 − 3) + 5𝑥 × =0
2
3
𝑥 = 3 → 𝑀𝐵 = 97.5(3) + 70(3 − 3) + 5(3) × → 𝑀𝐵 = 270 𝐾𝑁𝑚
2
8
𝑥 = 8 → 𝑀𝐶 = 97.5(8) + 70(8 − 3) + 5(8) × → 𝑀𝐶 = 270 𝐾𝑁𝑚
2

Como a viga é simétrica, a seção DC será igual a AB.

2º Passo: Faça os DEC e DMF, determinando os valores |𝑉|𝑚á𝑥 e |𝑀|𝑚á𝑥 e observando que
o |𝑀|𝑚á𝑥 ocorre quando 𝑉 = 0, o que ocorre no trecho BC.

Assim:

−𝑉𝐵𝐶 + 97,5 − 70 − 5𝑥 = 0 e 𝑉𝐵𝐶 = 0

0 + 97,5 − 70 − 5𝑥 = 0 → 𝑥 = 5,5 𝑚

Substituindo na equação do momento do

mesmo trecho, temos:


𝑥
𝑀𝐵𝐶 − 97,5𝑥 + 70(𝑥 − 3) + 5𝑥 × =0
2

5,5²
𝑀𝑚á𝑥 − 97,5(5,5) + 70(5,5 − 3) + 5 × =0
2

𝑀𝑚á𝑥 = 285,62 𝐾𝑁. 𝑚

Então:

|𝑉|𝑚á𝑥 = 97,5 𝐾𝑁

|𝑀|𝑚á𝑥 = 285,62 𝐾𝑁. 𝑚

3º Passo: Devemos calcular o módulo resistente mínimo usando a equação:

|𝑀|𝑚á𝑥 285,62 × 103


𝑊𝑚í𝑛 = =
𝜎𝑎𝑑𝑚 160 × 106

𝑊𝑚í𝑛 = 1,785. 10−3 𝑚3 = 1785. 103 𝑚𝑚3

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50

Neste caso, o objetivo é determinar qual o perfil apresenta a melhor seção transversal
𝐼
(segura e econômica), logo não iremos usar expressão 𝑊𝑚í𝑛 = 𝑌 , pois não temos as
𝑚á𝑥
dimensões do perfil.

4º Passo: Selecionamos na tabela abaixo o perfil W (no mínimo três, para fins de comparação)
com valor do módulo resistente 𝑊 > 1785 (103 𝑚𝑚3 ), na oitava coluna.

𝑊 360 × 122 → 2020 𝑚𝑚3

𝑊 250 × 167 → 2060 𝑚𝑚3

𝑊 530 × 92 → 2080 𝑚𝑚3

O perfil mais econômico é aquele que tem menor peso por unidade de comprimento, e entre
os três, 𝑊 530 × 92, com 92 Kg por metro linear.

5º Passo: Devemos verificar se o perfil 𝑊 530 × 92 é aceitável quanto à força cortante. Para
isso na tabela pegamos os valores detalhados do perfil (em mm):

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51

𝑑 = 533 𝑚𝑚; 𝑏 = 209 𝑚𝑚; 𝑡𝑚 = 15,4 𝑚𝑚; 𝑡𝑎 = 10,2 𝑚𝑚

Para perfis de abas largas:

|𝑉|𝑚á𝑥
𝜏𝑚á𝑥 = ≤ 𝜏𝑎𝑑𝑚
𝐴𝑎𝑙𝑚𝑎

|𝑉|𝑚á𝑥 97,5 × 103


𝜏𝑚á𝑥 = =
𝐴𝑎𝑙𝑚𝑎 0,0102 × [0,533 − 2(0,0156)]

𝜏𝑚á𝑥 = 19,05 𝑀𝑃𝑎 < 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 100 𝑀𝑃𝑎

O perfil 𝑾 𝟓𝟑𝟎 × 𝟗𝟐 é aceitável.

Caso 𝜏𝑚á𝑥 > 𝜏𝑎𝑑𝑚 deveríamos selecionar outro perfil, no caso 𝑊 360 ×
122, com menor peso por unidade de comprimento, quando comparado com os
outros, desde que 𝑊 > 1785 (103 𝑚𝑚3 ).

Anotações:

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Resumo
52

Nesta aula, abordamos:

 Exemplos de dimensionamento de viga com seção retangular e carregamento


distribuído;

 Exemplos de dimensionamento de vigas com carregamento distribuído, e


seção transversal com perfil W, selecionado em tabela.

HIBBELER (2010), pág. 403-404

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Complementar
53

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise os tópicos abordados nesta aula em bibliografia presente


na Biblioteca Digital conforme resumo;

 Resolva o problema resolvido 7.9 e alguns dos exercícios propostos de 7.90 a


7.105 (BEER, 2006);

 Fazer os exercícios da lista de exercícios 1.

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54
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 55

AULA 3

1 – (HIBBELER, 2010) Uma viga será feita de aço que tem tensão de flexão admissível
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 170 𝑀𝑃𝑎 e a tensão de cisalhamento admissível é 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 100 𝑀𝑃𝑎. Selecione
uma forma W adequada para suportar a carga mostrada na figura abaixo.
Resposta: W410x46.

2 – (HIBBELER, 2010) A viga de madeira laminada mostrada na figura abaixo suporta


uma carga de 12 KN/m. Considerando a relação altura/largura de 1,5, determine sua
menor largura. A tensão de flexão admissível 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 9 𝑀𝑃𝑎 e a tensão de
cisalhamento admissível é 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 0,6 𝑀𝑃𝑎. Despreze o peso da viga.
Resposta: 183 mm.

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Aula56 4
Capítulo 1: Projeto de Vigas

APRESENTAÇÃO DA AULA

Da mesma forma que a aula anterior, iremos resolver exercícios com o objetivo
de dimensionar vigas: Carregamento suportado sendo conhecida a seção transversal,
dimensões de uma seção transversal conhecida dado um determinado carregamento
e, escolha de uma seção transversal para um dado carregamento.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após a resolução dos exercícios presentes nessa aula, você
seja capaz de:
 Determinar os diagramas de esforço cortante e momento fletor em uma viga;
 Analisar e dimensionar estruturas prismáticas sujeitas a carregamentos
diversos;
 Projetar vigas visando a economia.

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57

EXEMPLOS RESOLVIDOS: PROJETO DE VIGAS

Repetindo o que foi dito na aula anterior, em todas as aplicações


a seguir para dimensionar uma viga, não podemos esquecer que a falha
do elemento estrutural (viga) ocorre quando o momento ou cisalhamento
interno na viga é máximo. Assim é importante que as tensões de flexão e de
cisalhamento associados não ultrapassem os valores admissíveis, determinadas por
meio de tabelas de engenharia, associados aos valores de |𝑉|𝑚á𝑥 𝑒 |𝑀|𝑚á𝑥 .
Em seguida, será verificada a a resistência ao cisalhamento, comparando com
3 |𝑉|𝑚á𝑥
a tensão admissível. Para seções retangulares: 𝜏𝑎𝑑𝑚> 𝜏𝑚á𝑥 = . . Para perfis I
2 𝐴
|𝑉|𝑚á𝑥
ou de abas largas usamos: 𝜏𝑎𝑑𝑚> 𝜏𝑚á𝑥 = . Para seções de um modo geral
𝐴𝑎𝑙𝑚𝑎
|𝑉|𝑚á𝑥. 𝑄
consideramos: 𝜏𝑎𝑑𝑚> 𝜏𝑚á𝑥 = .
𝐼.𝑡

EXEMPLO 1
(HIBBELER, 2010) Para a viga de aço mostrada abaixo valem
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 140𝑀𝑃𝑎 e 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 90 𝑀𝑃𝑎. Determine a máxima carga P que pode
ser suportada com segurança.

SOLUÇÃO:
Iniciamos pelo cálculo das reações de apoio:

∑ 𝑀𝐶 = 0: 𝑃(4) − 𝐵𝑦 (2) = 0 → 𝐵𝑦 = 2𝑃

∑ 𝐹𝑦 = 0: − 𝑃 + 2𝑃 + 𝐶𝑦 = 0 → 𝐶𝑦 = −𝑃

Em seguida vamos calcular os valores de esforço cortante e momento fletor para cada trecho
da viga:

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58

Seção AB: (0 ≤ 𝑥 ≤ 2)

−𝑉𝐴𝐵 − 𝑃 = 0 → 𝑉𝐴𝐵 = −𝑃

𝑀𝐴𝐵 + 𝑃𝑥 = 0

𝑥 = 0 → 𝑀𝐴 = 0

𝑥 = 2 → 𝑀𝐵 = −2𝑃

Seção BC: (2 ≥ 𝑥 ≥ 0)

𝑉𝐵𝐶 − 𝑃 = 0 → 𝑉𝐵𝐶 = 𝑃

−𝑀𝐵𝐶 − 𝑃𝑥 = 0

𝑥 = 2 → 𝑀𝐵 = −2𝑃

𝑥 = 0 → 𝑀𝐶 = 0

Faça agora os diagramas de esforço cortante e momento fletor, e verifique que os valores
máximos de força cortante e momento fletor são:

|𝑉|𝑚á𝑥 = 𝑃 e |𝑀|𝑚á𝑥 = 2𝑃

Com os valores de |𝑀|𝑚á𝑥 e 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 140𝑀𝑃𝑎, calculamos o valor de 𝑊𝑚í𝑛 :

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59

|𝑀|𝑚á𝑥
𝑊𝑚í𝑛 =
𝜎𝑎𝑑𝑚

Mas 𝑊𝑚í𝑛 é também:

𝐼
𝑊𝑚í𝑛 =
𝑌𝑚á𝑥

Então precisamos calcular o centroide e o momento de inércia:


𝑎𝑙𝑚𝑎 𝑚𝑒𝑠𝑎
⏞ ℎ ⏞ ℎ
(𝑏 × ℎ × 2 ) + (𝑏 × ℎ × 2 )
𝑦̅ =
𝑏×ℎ+𝑏×ℎ
0,02 × 0,15 × 0,075 + 0,12 × 0,02 × 0,16
𝑦̅ = → 𝑦̅ = 0,113 𝑚, 𝑙𝑜𝑔𝑜, 𝑌𝑚á𝑥 = 0,113 𝑚
0,02 × 0,15 + 0,12 × 0,02
𝑎𝑙𝑚𝑎 𝑚𝑒𝑠𝑎
⏞𝑏 × ℎ3 ⏞𝑏 × ℎ3
𝐼=( + 𝐴 × 𝑑2 ) + ( + 𝐴 × 𝑑2 )
12 12
0,02 × 0,153 0,12 × 0,023
𝐼=( + 0,02 × 0,15 × 0,0382 ) + ( + 0,12 × 0,02 × 0,0472 )
12 12

𝐼 = 15,34 × 10−6 𝑚4

Assim igualando os termos de 𝑊𝑚í𝑛 :

|𝑀|𝑚á𝑥 𝐼
=
𝜎𝑎𝑑𝑚 𝑌𝑚á𝑥

2𝑃 15,34 × 10−6 15,34 × 10−6 × 140 × 106


= → 𝑃= → 𝑃 = 9,5 𝐾𝑁
140 × 106 0,113 2 × 0,113

Para finalizar precisamos fazer a verificação em relação a tensão máxima cisalhante:

|𝑉|𝑚á𝑥. 𝑄
𝜏𝑚á𝑥 =
𝐼. 𝑡

Vamos calcular o momento estático:

𝑄 = 𝐴 × 𝑦 ′ → 𝑄 = 0,02 × 0,113 × 0,0565 → 𝑄 = 1,27 × 10−4 𝑚3

|𝑉|𝑚á𝑥 . 𝑄
𝜏𝑚á𝑥 =
𝐼. 𝑡

𝑃 × 1,27 × 10−4 90 × 106 × 15,34 × 10−6 × 0,02


90 × 106 = → 𝑃= → 𝑃 = 215,7 𝐾𝑁
15,34 × 10−6 × 0,02 1,27 × 10−4

Logo a carga máxima é 𝑷 = 𝟗, 𝟓 𝑲𝑵, pois atende tanto aos valores admissíveis da
tensão de flexão quanto da cisalhante.

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60

EXEMPLO 2
A viga mostrada na figura abaixo é construída em madeira para a qual
valem 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 1,1 𝐾𝑠𝑖 e 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 0,70 𝐾𝑠𝑖. Determine a largura b para sua
seção transversal se h = 2b.

SOLUÇÃO:

1º Passo: Identificamos os valores das tensões admissíveis:

𝜎𝑎𝑑𝑚 = 1,1 𝐾𝑠𝑖; 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 0,70 𝐾𝑠𝑖

Calculamos as reações de apoio:

∑ 𝑀𝐵 = 0: 800(36) + 𝐶𝑦 (72) − 6,67(108)(54) = 0 → 𝐶𝑦 = 140 ,27 𝑙𝑏

∑ 𝐹𝑦 = 0: − 800 + 𝐵𝑦 − 6,67(108) + 140,27 = 0 → 𝐵𝑦 = 1380,1 𝑙𝑏

Em seguida vamos calcular os valores de esforço cortante e momento fletor para cada trecho:

Seção AB: (0 ≤ 𝑥 ≤ 36)

−𝑉𝐴𝐵 − 800 = 0

𝑉𝐴𝐵 = −800 𝑙𝑏

𝑀𝐴𝐵 + 800𝑥 = 0

𝑥 = 0 → 𝑀𝐴 = 0

𝑥 = 36 → 𝑀𝐵 = −800(36) → 𝑀𝐵 = −28800 𝑙𝑏. 𝑖𝑛

Seção BC: (36 ≤ 𝑥 ≤ 108)

−𝑉𝐵𝐶 − 800 − 6,67(𝑥 − 36) + 1380,1 = 0

𝑥 = 36 → 𝑉𝐵 = −800 − 6,67(36 − 36) + 1380,1 → 𝑉𝐵 = 580,1 𝑙𝑏

𝑥 = 108 → 𝑉𝐶 = −800 − 6,67(108 − 36) + 1380,1 → 𝑉𝐶 = 99,85 𝑙𝑏

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61

(𝑥 − 36)2
𝑀𝐵𝐶 + 800𝑥 − 1380,1(𝑥 − 36) + 6,67 =0
2

(36 − 36)2
𝑥 = 36 → 𝑀𝐵 = −800(36) + 1380,1(36 − 36) + 6,67 → 𝑀𝐵 = −28800 𝑙𝑏. 𝑖𝑛
2

(108 − 36)2
𝑥 = 108 → 𝑀𝐶 = −800(108) + 1380,1(108 − 36) + 6,67
2

𝑀𝐶 = −4322,16 𝑙𝑏. 𝑖𝑛

2º Passo: Faça os DEC, DMF, verificando que |𝑉|𝑚á𝑥 e |𝑀|𝑚á𝑥 ,

|𝑉|𝑚á𝑥 = 800 𝑙𝑏

|𝑀|𝑚á𝑥 = 28800 𝑙𝑏. 𝑖𝑛

3º Passo: Como a seção transversal é retangular e foi dada em função de b, vamos calcular
o módulo resistente mínimo pelas equações:
|𝑀|𝑚á𝑥 𝐼
𝑊𝑚í𝑛 = 𝜎𝑎𝑑𝑚
e 𝑊𝑚í𝑛 = 𝑌
𝑚á𝑥

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Precisamos calcular os valores de 𝐼 e 𝑌𝑚á𝑥 :

𝑏ℎ3 𝑏 × (2𝑏)3
𝐼= → 𝐼= → 𝐼 = 0,667𝑏 4
12 12
ℎ 2𝑏
𝑌𝑚á𝑥 = = → 𝑌𝑚á𝑥 = 𝑏
2 2

|𝑀|𝑚á𝑥 𝐼 28800 0,667𝑏4 28800


= → = → 𝑏3 =
𝜎𝑎𝑑𝑚 𝑌𝑚á𝑥 1,1 × 103 𝑏 1,1 × 103 × 0,667

3 28800
𝑏=√ → 𝑏 = 3,40 𝑖𝑛
1,1 × 103 × 0,667

Logo: ℎ = 2𝑏 = 2 × 3,4 → ℎ = 6,80 𝑖𝑛

4º Passo: Vamos fazer a verificação quanto a tensão de cisalhamento:

3 |𝑉|𝑚á𝑥
𝜏𝑚á𝑥 = ≤ 𝜏𝑎𝑑𝑚
2 𝐴
3 |𝑉|𝑚á𝑥 3 800
𝜏𝑚á𝑥 = = → 𝜏𝑚á𝑥 = 51,9 𝑃𝑠𝑖 < 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 700 𝑃𝑠𝑖
2 𝐴 2 (3,40 × 6,80)

Assim: 𝒃 = 𝟑, 𝟒𝟎 𝒊𝒏 e 𝒉 = 𝟔, 𝟖𝟎 𝒊𝒏

Anotações:

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Resumo63

Nesta aula, abordamos:

 Exemplos de dimensionamentos de vigas, com foco no carregamento


suportado e na determinação da seção transversal.

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Complementar
64

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise os tópicos abordados nesta aula em bibliografia presente


na Biblioteca Digital e material complementar;

 Resolva exemplos propostos 11.1 a 11.20 HIBBELER (2010) – Biblioteca


Digital e outros que julgar necessários da bibliografia básica.

Segue sugestão de vídeo sobre dimensionamento de vigas:

https://www.youtube.com/watch?v=mQYKtLf3J9Y
https://www.youtube.com/watch?v=fDca21rLFWw

Se você quiser saber sobre conteúdos complementares desse assunto,


que não serão abordados nesse caderno de estudos, como vigas de
seção transversal variável ou vigas de igual resistência, ou projeto de
eixos de transmissão, consulte o material da bibliografia básica ou
complementar indicada a seguir.

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65
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 66

AULA 4

1 – (HIBBELER, 2010) Determine, com aproximação de múltiplos de 5 mm, a largura


mínima da viga que suportará com segurança a carga P = 40 KN. A tensão de flexão
admissível é 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 168 𝑀𝑃𝑎 e a tensão de cisalhamento admissível é 𝜏𝑎𝑑𝑚 =
105 𝑀𝑃𝑎. Resposta: 130 mm.

2 – (HIBBELER, 2010) A viga T de madeira mostrada na figura abaixo é composta por


duas tábuas de 200 mm x 30 mm. Se a tensão de flexão admissível for 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 12 𝑀𝑃𝑎
e a tensão de cisalhamento admissível for 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 0,8 𝑀𝑃𝑎, Determine se a viga
suportará com segurança a carga mostrada. Especifique também o espaçamento
máximo exigido entre os pregos para manter as duas tábuas unidas, se cada prego
puder resistir com segurança a uma força de cisalhamento de 1,5 KN.
Obs: (Revise o conceito de fluxo cisalhante do cap. 5 de Resistência dos materiais I)
Resposta: Sim. 0174 mm e 0,261 mm.

3 – (HIBBELER, 2010) Uma viga será feita de aço que tem tensão de flexão admissível
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 168 𝑀𝑃𝑎 e a tensão de cisalhamento admissível é 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 100 𝑀𝑃𝑎. Selecione
o perfil abas largas (uma forma W) de menor peso, adequado para suportar a carga
mostrada na figura abaixo. Resposta: W410x53.

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Aula675
Capítulo 2: Deflexão em vigas por integração

APRESENTAÇÃO DA AULA

Neste capítulo, das aulas 5 a 8, iremos desenvolver dois métodos para


determinar a deflexão e a declividade em pontos específicos das vigas. Nos projetos
de engenharia, precisamos limitar o grau de deflexão, também conhecido por flecha,
que a viga poderá sofrer quando submetida a ação de um carregamento.
Os métodos aqui vistos serão o da integração ou integração direta, e o das
funções de descontinuidade, também conhecido como método das funções
singulares. Ambos nos permitem calcular as deformações (inclinação ou
deslocamento), que devem ser confrontados com os valores máximos presentes nas
normas de dimensionamento.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após a apresentação do conteúdo presente nessa aula, você


seja capaz de:
 Analisar a forma de uma viga fletida;
 Identificar e calcular o ponto onde a inclinação é nula e a deflexão é máxima;
 Aplicar as condições de contorno e continuidade;
 Calcular a equação da linha elástica;
 Calcular a declividade em um ponto específico da viga;
 Calcular a deflexão em um ponto específico da viga.

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68

2 DEFLEXÃO EM VIGAS

2.1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste capítulo é de determinar a taxa de deflexão de vigas


prismáticas submetidas a um dado carregamento, visto que, geralmente, as
especificações de projeto de uma viga incluem um valor máximo admissível para esta
deflexão.
Sabemos que em uma viga prismática, sujeita à flexão
pura, se encurva tomando a forma de um arco de
circunferência e que, dentro do regime elástico, a curvatura
da superfície neutra pode ser expressa por:
1 𝑀
= (2.1)
𝜌 𝐸𝐼 “O princípio de Saint-
Venant tem sido
onde: M é o momento fletor, E é o módulo de elasticidade e I
largamente utilizado
é o momento de inércia da seção transversal, em relação à por engenheiros civis,
linha neutra. 𝜌 é o raio de curvatura em um ponto específico pois a partir desse
sobre a linha elástica. princípio pode-se
classificar, por
Quando uma viga está sujeita a um carregamento exemplo, um bloco de
transversal, a Equação (2.1) ainda permanece válida para fundação em rígido ou
flexível, podendo-se
qualquer seção transversal, dentro das condições de
então dar o tratamento
aplicação do princípio de Saint-Venant. No entanto, o matemático mais
momento fletor e a curvatura superfície neutra variam de adequado aos blocos
seção para seção. Denotando por x a distância da de fundação entre duas
estacas em uma
extremidade esquerda da viga, até a seção considerada,
estrutura construída
escrevemos: onde a visualização
1 𝑀(𝑥) desses blocos não seja
= (2.2)
𝜌 𝐸𝐼 possível”.
http://www.fem.unicamp.br/~assu
Para estabelecer a declividade e a deflexão de vigas mp/Projetos/2010/g5(1).pdf
em um determinado ponto deduzimos a equação diferencial Veja mais sobre o Princípio
da linha elástica, a qual rege a curva ou linha elástica, que de Sant-Venant no vídeo
indicado no material
caracteriza a forma da viga deformada. complementar

𝑑2 𝑦 𝑀(𝑥)
= (2.3)
𝑑𝑥 2 𝐸𝐼

O produto EI é chamado de rigidez flexional e representa sempre uma


quantidade positiva. Se o momento fletor pode ser representado, para todos os
valores de x, por uma simples função M(x), como nos casos das vigas com os
carregamentos mostrados na Figura 2.1, a declividade  = dy/dx e a deflexão y, em
qualquer ponto da viga, podem ser obtidos através de duas integrações sucessivas.
As duas constantes de integração são determinadas pelas condições de contorno

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69

indicadas na Figura 2.1. O correspondente valor de y para que a deflexão seja


máxima, pode ser obtido pela determinação do valor de x, que corresponde a
declividade nula.
Na figura 2.1(a) temos no ponto A que a deflexão e a declividade são nulas (devido a
condição de apoio) e a distância x vale zero. Na figura 2.1(b) temos nos pontos A e B
deflexão nula (devido a condição de apoio) e a distância x em relação ao ponto A vale
zero e no ponto B a distância x é o valor desde a extremidade esquerda da viga.

Figura 2.1
Fonte: BEER, 2010

Como são necessárias funções analíticas diferentes para representar o


momento fletor nas várias porções da viga, então diferentes equações diferenciais
também serão necessárias, definindo a linha elástica nas várias porções da viga. No
caso da viga e carregamento da Figura 2.2, duas equações diferenciais são
necessárias, uma para a porção AD da viga e outra para a porção DB. A primeira
equação produz as funções l e yl, e a segunda as funções 2 e y2. No total, as quatro
constantes de integração devem ser determinadas; duas serão obtidas escrevendo-
se que a deflexão é zero em A e B, e as outras duas, expressando que as porções da
viga AD e DB têm a mesma declividade e a mesma deflexão em D (BEER, 2010).

Figura 2.2
Fonte: BEER, 2010

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70

No caso de uma viga suportar uma carga distribuída w(x), a linha elástica pode
ser obtida diretamente de w(x), através de quatro integrações sucessivas. As
constantes serão determinadas partir dos valores de contorno de V, M,  e y.

2.2. DEFORMAÇÃO DE UMA VIGA SUJEITA A UM CARREGAMENTO


TRANSVERSAL

Consideremos, por exemplo, uma viga AB em balanço, de vão L, submetida à


força P aplicada na sua extremidade livre A (Figura 2.3a).
1 −𝑃𝑥
Temos: 𝑀 = −𝑃𝑥 e, substituindo em (2.3a): =
𝜌 𝐸𝐼

Figura 2.3
Fonte: BEER, 2010

A equação obtida mostra que a curvatura da superfície neutra tem variação de


forma linear, de zero no ponto A, onde o próprio a é infinito, até -PL/EI no ponto B,
onde |b| = EI/PL (Figura 2.3b).
Agora, a viga está biapoiada com balanço AD da Figura 2.4a, que suporta duas
cargas concentradas. Do diagrama de corpo livre da viga (Figura 2.4b), vemos que as
reações dos apoios são RA = 1kN e RC = 5kN, respectivamente. Fazendo o diagrama
de momentos fletores da viga (Figura 2.5a), que mostra que M e, portanto, a curvatura
da viga é igual a zero nas extremidades A e D e no ponto E, situado em x = 4m. Vemos
que o maior valor de curvatura (ou seja, o menor valor do raio de curvatura) ocorre no
ponto C, onde |M| é máximo (Figura 2.5a).

Figura 2.4

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71

Fonte: BEER, 2010

Figura 2.5
Fonte: BEER, 2010

Temos uma visão aproximada da forma da viga deformada, por informações da


sua curvatura. No entanto, a determinação de uma viga normalmente requer dados
mais precisos sobre a deformação e a declividade da viga em pontos diversos. A
deformação transversal da viga em um ponto é chamada de flecha (ou ainda
afundamento). A declividade (ou rotação da elástica) é o ângulo que a tangente a
curva forma com a horizontal. O conhecimento da deformação máxima da viga é de
muita importância no dimensionamento. Vamos usar a Equação 2.2 para
determinarmos uma relação entre a deformação y medida em um certo ponto Q do
eixo da viga e a distância x desse ponto a alguma origem prefixada (Figura 2.6). A
relação obtida é a Equação da Linha Elástica, ou seja, a equação da curva em que se
transforma o eixo da viga ao se deformar pela ação do carregamento (Figura 2.6b).

Figura 2.6
Fonte: BEER, 2010

2.3. EQUAÇÃO DA LINHA ELÁSTICA

Expressando a curvatura 1/ em termos das derivadas da função y(x) e


substituindo na Equação 2.2, obtemos a seguinte equação diferencial linear de
segunda ordem, que rege o comportamento da linha elástica:
𝑑2 𝑦 𝑀(𝑥)
= (2.3)
𝑑𝑥 2 𝐸𝐼

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72

Como vimos, o produto EI é chamado de rigidez flexional. Se a rigidez flexional


varia ao longo da viga, como é o caso de vigas de seção variável, devemos exprimi-
la como uma função de x antes de proceder à integração da Equação 2.3. No caso de
vigas prismáticas, que é o caso considerado aqui, a rigidez flexional é constante.
Integrando esta equação duas vezes, obtemos as seguintes expressões que
definem a declividade de (x) = dy/dx e a deflexão y(x), respectivamente:

x
dy
dx 0
EI  M ( x)dx  c1 (2.4)

x x
dy
dx 0 0
EI  dx M ( x)dx  c1 x c 2 (2.5)

onde C1 e C2 são duas constantes de integração, que podem ser determinadas pelas
condições de contorno impostas a viga pelos apoios.
Chamamos de (x) o ângulo, medido em radianos, que a tangente à curva
elástica no ponto Q forma com a horizontal (Figura 2.7). O correspondente valor de y
para que a deflexão seja máxima, pode ser obtido pela determinação do valor de x,
que corresponde a declividade nula.

Figura 2.7
Fonte: BEER, 2010

Se limitarmos nossa análise apenas às vigas estaticamente determinadas,


serão consideradas as vigas simplesmente apoiadas, as vigas com balanços e as
vigas em balanço (Figura 2.8).
Nos dois primeiros casos, os apoios são articulados. Em A, um pino fornece um
apoio articulado fixo e em B um rolete fornece um apoio articulado móvel. Nos dois
pontos, os apoios impedem o afundamento da viga, e a flecha é nula. Fazendo x = xA,
y = yA = 0 e também x = xB, y = yB = 0 na Equação 2.5, obtemos duas equações que
levam aos valores de C1 e C2.
No caso da viga em balanço (Figura 2.8c), vemos que tanto a flecha como a
declividade devem ser nulas no ponto A. Fazendo x = xA, y = yA = 0 na Equação 3.5 e
x = xA,  = A = 0 na Equação 2.4, vamos obter também duas equações que levam
aos valores de C1 e C2.

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73

Figura 2.8: Condições de contorno para vigas estaticamente determinadas


Fonte: BEER, 2010

É usual que a equação 2.3 (equação diferencial linear de segunda ordem)


seja apresentada por 𝐸𝐼𝑦 ′′ = 𝑀(𝑥) , assim na sequência obtemos:
𝐸𝐼𝑦′′ = 𝑀(𝑥) (2.3)
𝑀(𝑥)2
𝐸𝐼𝑦 ′ = + 𝐶1 (2.4)
2
𝑀(𝑥)3
𝐸𝐼𝑦 = + 𝐶1 𝑥 + 𝐶2 (2.5)
6

A Figura 2.9 apresenta várias condições de contorno possíveis


utilizadas frequentemente para resolver problemas de deflexão em
uma viga. “Por exemplo, se a viga estiver apoiada sobre um rolete ou
um pino (1, 2, 3, 4) o deslocamento será nulo nesses pontos. Se esses
pontos estiverem na extremidade da viga (1, 2), o momento fletor interno na viga
também será nulo. No caso de apoio fixo (5), a inclinação e o deslocamento são
ambos nulos, enquanto que a viga de extremidades livres (6) tem momento e
cisalhamento nulos. No caso (7) se dois elementos estiverem ligados por um pino ou
articulação interna o momento nesse ponto deve ser nulo.” (HIBBELER, 2010, pág.
425).

Figura 2.9
Fonte: HIBBELER, 2006

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74

EXEMPLO 1
(Adaptado de BEER, 2006) A viga em balanço AB tem seção transversal
uniforme e suporta a força P na sua extremidade livre A. Determinar a
equação da linha elástica, a flecha e a declividade no ponto A.

Solução:
No diagrama de corpo livre de porção AC da viga, de comprimento x, temos
𝑀 = −𝑃𝑥.
Substituindo o valor de M na Equação 2.3 e multiplicando os dois membros da
equação pela constante EI, obtemos:

𝐸𝐼𝑦 ′′ = −𝑃𝑥 (1)

Integrando, obtemos
−𝑃𝑥 2
𝐸𝐼𝑦 ′ = + 𝐶1 (2)
2
Integrando novamente:
−𝑃𝑥 3
𝐸𝐼𝑦 = + 𝐶1 𝑥 + 𝐶2 (3)
6

Observamos então que na extremidade fixa B temos 𝑥 = 𝐿 𝑒 𝜃 = 𝑦 ′ = 0.

Substituindo esses valores em (2), calculamos o valor de C1:


−𝑃𝐿2 𝑃𝐿2
0= + 𝐶1 → 𝐶1 =
2 2
que, colocado novamente em (2), fica:


−𝑃𝑥 2 𝑃𝐿2
𝐸𝐼𝑦 = + (21 )
2 2
Mas, em B, temos 𝑥 = 𝐿 𝑒 𝑦 = 0.

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75

Levando esses valores à (3), temos:


−𝑃𝐿3 𝑃𝐿2 𝑃𝐿3
0= + 𝐿 + 𝐶2 → 𝐶2 = −
6 2 3
O valor calculado de C2 é levado novamente à (3), para completar a equação
da linha elástica, que é:
−𝑃𝑥 3 𝑃𝐿2 𝑃𝐿3
𝐸𝐼𝑦 = + 𝑥− (31 )
6 2 3
𝑃(−𝑥 3 + 3𝐿2 𝑥 − 2𝐿3 )
𝑦=
6𝐸𝐼
A flecha e a declividade no ponto A são obtidas fazendo-se 𝑥 = 0 em (31) e
(21). Assim, resulta em:
−𝑷𝑳³
𝒚𝑨 =
𝟑𝑬𝑰
𝑷𝑳²
𝒚′𝑨 =
𝟐𝑬𝑰

EXEMPLO 2
(Adaptado de BEER, 2006) A viga prismática simplesmente apoiada AB
suporta uma carga uniformemente distribuída w por unidade de
comprimento. Determinar a equação da linha elástica e a flecha máxima
da viga.

Solução:
Desenhamos o diagrama de corpo livre da parte AD da viga e calculamos os
momentos das forças em relação ao ponto D, encontrando:

𝑤𝐿𝑥 𝑤𝑥 2
𝑀= −
2 2

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76

Substituindo M na Equação 2.3 e multiplicando os dois membros da equação


pela constante EI, escrevemos:
𝑤𝐿𝑥 𝑤𝑥 2
𝐸𝐼𝑦 ′′ = − (1)
2 2

Integrando duas vezes a expressão, encontramos

𝑤𝐿𝑥² 𝑤𝑥 3
𝐸𝐼𝑦 ′ = − + 𝐶1 (2)
4 6

𝑤𝐿𝑥³ 𝑤𝑥 4
𝐸𝐼𝑦 = − + 𝐶1 𝑥 + 𝐶2 (3)
12 24

Como a flecha é nula (𝑦 = 0) nos dois apoios da viga em (2), fazemos


𝑥 = 0 𝑒 𝑦 = 0 em (3), encontrando 𝐶2 = 0.

𝑤𝐿(0)3 𝑤(0)4
𝐸𝐼(0) = − + 𝐶1 (0) + 𝐶2 → 𝐶2 = 0
12 24

Fazendo então 𝑥 = 𝐿 𝑒 𝑦 = 0 também na equação (3), vamos ter

𝑤𝐿(𝐿)3 𝑤(𝐿)4 𝑤𝐿3


𝐸𝐼(0) = − + 𝐶1 (𝐿) + 0 → 𝐶1 = −
12 24 24

Substituímos os valores de C1 e C2 em (3), obtemos a equação da linha elástica:

𝑤𝐿𝑥³ 𝑤𝑥 4 𝑤𝐿3
𝐸𝐼𝑦 = − − 𝑥
12 24 24

𝒘(𝟐𝑳𝒙³ − 𝒙𝟒 − 𝑳³𝒙)
𝒚= (31 )
𝟐𝟒𝑬𝑰

Substituindo o valor obtido para Cl em (2), obtemos a declividade da viga igual


a zero para 𝑥 = 𝐿/2 e que a linha elástica tem um ponto de mínimo no ponto médio
C da viga.
Fazendo 𝑥 = 𝐿/2 na em (31), temos:

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77

𝐿 𝐿 𝐿
𝑤(2𝐿(2)³ − (2)4 − 𝐿³(2))
𝑦=
24𝐸𝐼

𝑤 𝐿3 𝐿4 𝐿
𝑦= (2𝐿 − − 𝐿³ )
24𝐸𝐼 8 16 2

𝑤 𝐿4 𝐿4 𝐿4
𝑦= ( − − )
24𝐸𝐼 4 16 2

𝑤 4𝐿4 − 𝐿4 − 8𝐿4
𝑦= ( )
24𝐸𝐼 16
5𝑤𝐿4
𝑦=−
384𝐸𝐼

A flecha máxima ou, o maior valor absoluto da deformação, localizada no centro


do vão é, desse modo:
5𝑤𝐿4
|𝑦|𝑚á𝑥 =
384𝐸𝐼

Aqui vimos exemplos de vigas carregadas com uma única carga. Quando
houver mais de um carregamento, serão necessárias diferentes funções
analíticas para representar o momento fletor em cada trecho da viga.
Veremos essa situação na próxima aula.

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Resumo
78

Nesta aula, abordamos:

 Equações para determinar, por integração, a declividade e a deflexão em vigas


prismáticas submetidas a um carregamento transversal;

 Exemplo que determinou a equação da linha elástica, a flecha e a declividade


em determinado ponto de uma viga engastada em balanço;

 Exemplo que determinou a equação da linha elástica e a flecha máxima em


uma viga simplesmente apoiada com carga distribuída.

Fonte: HIBBELER, 2004

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Complementar
79

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise os tópicos abordados nesta aula em bibliografia presente na Biblioteca


Digital;

 Resolva exemplos resolvidos 12.1 e 12.2 do HIBBELER (2010) – Biblioteca


Digital (indicados nos exercícios a seguir) e outros que julgar
necessários da bibliografia básica;

Princípio de Saint Venant


https://www.youtube.com/watch?v=zp83uPcmZu0

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80
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 81

AULA 5

1 – (HIBBELER, 2010) A viga mostrada na figura está sujeita a uma carga vertical P
em sua extremidade. Determine a equação da linha elástica. Considere EI constante.
Suponha que a viga tenha 5m de comprimento, suporte uma carga P de 30KN e é
feita de aço A-36 com E = 200 GPa, tendo o perfil W310x39, I = 84,4.106mm4 e calcule
a declividade e a deflexão no ponto A.
𝑷(−𝒙𝟑 +𝟑𝑳²𝒙−𝟐𝑳³)
Resposta: 𝒚 = ; 𝟎, 𝟎𝟐𝟐𝟏 𝐫𝐚𝐝 𝐞 𝟕𝟑, 𝟕𝐦𝐦
𝟔𝑬𝑰

2 – (HIBBELER, 2010) A viga simplesmente apoiada mostrada na figura suporta a


carga triangular distribuída. Determine a deflexão máxima. Considere EI constante.
𝒘𝑳𝟒
Resposta: 𝒚𝒎á𝒙 = −
𝟏𝟐𝟎𝑬𝑰

3 – O que representa a equação da linha elástica?

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Aula826
Capítulo 2: deflexão em vigas por integração

APRESENTAÇÃO DA AULA

Continuando o capítulo 2, nessa aula iremos tratar de vigas com diferentes


carregamentos e determinar a equação da linha elástica, a deflexão e a declividade
com o uso de funções de integração.
O método aqui visto será o da integração ou integração direta para diferentes
funções.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após a apresentação do conteúdo presente nessa aula, você


seja capaz de:
 Aplicar as condições de contorno e continuidade para as diferentes
funções em uma viga;
 Calcular a equação da linha elástica;
 Calcular a declividade em um ponto específico da viga;
 Calcular a deflexão em um ponto específico da viga.

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83

2 DEFLEXÃO EM VIGAS

2.3 LINHA ELÁSTICA DEFINIDA POR DIFERENTES FUNÇÕES

Nos dois exemplos vistos até agora, foi necessário apenas um diagrama de
corpo livre para determinarmos a expressão do momento fletor da viga.
Consequentemente, o momento fletor M, ao longo de toda a viga, foi representado por
uma única função de x. Porém não é o caso mais comum. A ocorrência de cargas
concentradas, cargas distribuídas descontínuas e reações de apoios exigem que a
viga seja dividida em várias partes para que se represente o momento fletor como
uma função M(x) diferente para cada trecho da viga. Cada uma das funções M(x) vai
levar à expressões diferentes para a declividade (x) ou y’(x) e para a flecha y(x).
Agora, cada expressão obtida para o cálculo da deformação vai ter duas constantes
de modo que um grande número de constantes de integração terá de ser determinado.

EXEMPLO
(Adaptado de BEER, 2006) Determinar, para a viga prismática com o
carregamento, a flecha e a declividade no ponto D.

Solução:
Como essa viga possui um carregamento assimétrico, em relação ao
comprimento, dividimos a viga em duas partes, AD e DB, e determinamos as funções
y(x) que definem a linha elástica em cada uma dessas partes.

1. Trecho AD (𝑥 < 𝐿/4)


Desenhando o diagrama de corpo livre da porção AE, de comprimento x e
calculando momentos das forças em relação ao ponto E, vamos obter:

3𝑃𝑥
𝑀1 =
4
ou, pela Equação 2.2,

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84

3𝑃𝑥
𝐸𝐼𝑦1′′ = (1)
4

onde y1(x) é a função que descreve a linha elástica da parte AD da viga. Integrando,
encontramos:
3𝑃𝑥²
𝐸𝐼𝑦1′ = + 𝐶1 (2)
8
3𝑃𝑥³
𝐸𝐼𝑦1 = + 𝐶1 𝑥 + 𝐶2 (3)
24

2. Trecho de D e B (𝑥 > 𝐿/4)


Fazendo o diagrama de corpo livre da parte AE da viga, de comprimento
(𝑥 > 𝐿/4) e calculando o momento:
3𝑃𝑥 𝐿
𝑀2 = − 𝑃(𝑥 − )
4 4
ou, pela Eq. (2.2), reagrupando os termos,

3𝑃𝑥 𝑃𝐿
𝐸𝐼𝑦′′2 = − 𝑃𝑥 +
4 4
𝑃𝑥 𝑃𝐿
𝐸𝐼𝑦′′2 = − + (4)
4 4

onde y2(x) é a função que descreve a curva elástica da parte DB da viga. Integrando,
encontramos:
𝑃𝑥 2 𝑃𝐿𝑥
𝐸𝐼𝑦′2 = − + + 𝐶3 (5)
8 4
𝑃𝑥 3 𝑃𝐿𝑥²
𝐸𝐼𝑦2 = − + + 𝐶3 𝑥 + 𝐶4 (6)
24 8

Determinação das constantes de integração:

As condições que devem ser satisfeitas pelas constantes de integração estão


resumidas na Figura abaixo. No apoio A, onde a flecha é definida em (3), devemos ter
𝑥 = 0 𝑒 𝑦1 = 0.

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85

No apoio B, onde a flecha é definida por (6), devemos ter 𝑥 = 𝐿 𝑒 𝑦2 = 0. Além


disso, pelo fato de não poder ocorrer nenhuma mudança brusca na flecha e na
declividade, no ponto D teremos 𝑦′1 = 𝑦′2 e 𝑦1 = 𝑦2 para 𝑥 = L/4.

Encontramos então:

[𝑥 = 0 𝑒 𝑦1 = 0] em (3):

3𝑃(0)3
𝐸𝐼(0) = + 𝐶1 (0) + 𝐶2 → 𝑪𝟐 = 𝟎 (𝐼)
24
[𝑥 = 𝐿 𝑒 𝑦2 = 0] em (6):

𝑃𝐿3 𝑃𝐿𝐿²
𝐸𝐼(0) = − + + 𝐶3 𝐿 + 𝐶4
24 8
𝑃𝐿3
0= + 𝐶3 𝐿 + 𝐶4
12
𝑃𝐿3
𝐶4 = − − 𝐶3 𝐿 (𝐼𝐼)
12

[𝑥 = 𝐿/4 𝑒 𝑦′1 = 𝑦′2 ] em (2) e (5):

3𝑃𝑥² 𝑃𝑥 2 𝑃𝐿𝑥
𝐸𝐼𝑦1′′ = + 𝐶1 (2) 𝑒 𝐸𝐼𝑦′2 = − + + 𝐶3 (5)
8 8 4
3𝑃(𝐿/4)² 𝑃(𝐿/4)2 𝑃𝐿(𝐿/4)
+ 𝐶1 = − + + 𝐶3
8 8 4
3𝑃𝐿² 𝑃𝐿² 𝑃𝐿²
+ 𝐶1 = − + + 𝐶3
128 128 16
4𝑃𝐿2 + 128𝐶3
𝐶1 = (𝐼𝐼𝐼)
128

[𝑥 = 𝐿/4 𝑒 𝑦1 = 𝑦2 ] em (3) e (6):

3𝑃𝑥³ 𝑃𝑥 3 𝑃𝐿𝑥²
𝐸𝐼𝑦1 = + 𝐶1 𝑥 + 𝐶2 (3) 𝑒 𝐸𝐼𝑦2 = − + + 𝐶3 𝑥 + 𝐶4 (6)
24 24 8

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86

3𝑃𝑥³ 𝑃𝑥 3 𝑃𝐿𝑥 2
+ 𝐶1 𝑥 + 𝐶2 = − + + 𝐶3 𝑥 + 𝐶4 (𝐼𝑉)
24 24 8

Substituindo os valores de 𝐶1 , 𝐶2 𝑒 𝐶4 em (IV):

3𝑃(𝐿/4)³ 4𝑃𝐿2 + 128𝐶3 𝐿 𝑃(𝐿/4)3 𝑃𝐿(𝐿/4)2 𝐿 𝑃𝐿3


+( ) +0=− + + 𝐶3 − ( − 𝐶3 𝐿)
24 128 4 24 8 4 12

𝑃𝐿³ 4𝑃𝐿³ 128𝐶3 𝐿 𝑃𝐿3 𝑃𝐿3 𝐿 𝑃𝐿3


+ + + − − 𝐶3 + + 𝐶3 𝐿 = 0
512 512 512 1536 128 4 12
3𝑃𝐿3 + 12𝑃𝐿3 + 384𝐶3 𝐿 − 𝑃𝐿3 − 12𝑃𝐿3 − 384𝐶3 𝐿 + 128𝑃𝐿3 + 1536𝐶3 𝐿
=0
1536
1536𝐶3 𝐿 = −132𝑃𝐿3 (÷ 12)
𝟏𝟏𝑷𝑳²
𝑪𝟑 = −
𝟏𝟐𝟖
Substituindo 𝐶3 em (III):
11𝑃𝐿²
4𝑃𝐿2 + 128 (− ) 𝟕𝑷𝑳𝟐
128
𝐶1 = → 𝑪𝟏 = −
128 𝟏𝟐𝟖
Substituindo 𝐶3 em (II):
𝑃𝐿3 11𝑃𝐿²
𝐶4 = − − (− )𝐿
12 128

(−32 + 33)𝑃𝐿3 𝑷𝑳³


𝐶4 = → 𝑪𝟒 =
384 𝟑𝟖𝟒

E como calculado anteriormente: 𝑪𝟐 = 𝟎

Levando os valores de C1 e C2 em (2) e (3), escrevemos que, para 𝑥 < 𝐿/4,

3𝑃𝑥² 7𝑃𝐿2
𝐸𝐼𝑦1′ = − (21 )
8 128
𝑃𝑥³ 7𝑃𝐿2
𝐸𝐼𝑦1 = − 𝑥 (31 )
8 128

Fazendo 𝑥 = 𝐿/4 em cada uma dessas equações, encontramos para a


declividade e a flecha da viga em D as expressões:

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87

3𝑃𝑥² 7𝑃𝐿2
𝐸𝐼𝑦1′ = −
8 128

𝐿 2
3𝑃 ( ) 7𝑃𝐿2
4
𝐸𝐼𝑦 ′ 𝐷 = −
8 128

3𝑃𝐿2 − 7𝑃𝐿2 −4𝑃𝐿2


𝐸𝐼𝑦 ′ 𝐷 = =
128 128

𝑷𝑳𝟐
𝒚′ 𝑫 = −
𝟑𝟐𝑬𝑰

𝑃𝑥 3 7𝑃𝐿2
𝐸𝐼𝑦𝐷 = − 𝑥
8 128

𝐿 3
𝑃( ) 7𝑃𝐿2 𝐿
4
𝐸𝐼𝑦𝐷 = − ( )
8 128 4

𝑃𝐿³ 7𝑃𝐿³
𝐸𝐼𝑦𝐷 = −
512 512

−6𝑃𝐿³ −3𝑃𝐿³
𝑦𝐷 = =
512𝐸𝐼 256𝐸𝐼

𝟑𝑷𝑳³
𝒚𝑫 = −
𝟐𝟓𝟔𝑬𝑰

Uma vez que a declividade não é zero no ponto D, a flecha no


ponto D também não é a máxima deformação da viga.

O exemplo aqui visto era de uma viga com dois trechos, que resultou em
seis equações e quatro constantes de integração, assim constatamos que
quando houver mais de um carregamento, serão necessárias diferentes
funções analíticas para representar o momento fletor em cada trecho da
viga. Imagine uma viga com três trechos... serão necessárias nove
equações e seis constantes de integrações... que trabalhão!!! Mas existe um outro
método para minimizar o trabalho da resolução desse tipo de problema de viga com
vários trechos. Veremos na próxima aula o método das funções singulares que
simplifica muito esses cálculos.

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Resumo
88

Nesta aula, abordamos:

 Equações para determinar, por integração, a declividade e a deflexão em vigas


prismáticas submetidas a um carregamento transversal assimétrico em relação
ao comprimento da viga;

 Exemplo que determinou a flecha e a declividade em uma viga usando


diferentes funções.

Fonte: HIBBELER, 2004

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Complementar
89

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise os tópicos abordados nesta aula em bibliografia presente


na Biblioteca Digital;

 Resolva o exemplo resolvido 8.1 do BEER (2006) da bibliografia básica e outros


que julgar necessário da Biblioteca Digital.

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90
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 91

AULA 6

1 – (HIBBELER, 2010) A viga simplesmente apoiada mostrada na figura está sujeita


a uma carga vertical concentrada P. Determine a deflexão máxima. Considere EI
𝟎,𝟒𝟖𝟒𝑷𝒂³
constante. Resposta: 𝒚 = −
𝟔𝑬𝑰

2 – (HIBBELER, 2010) A viga mostrada na figura está sujeita a uma carga P em sua
extremidade. Determine o deslocamento em C. Considere EI constante.
𝑷𝒂³
Resposta: 𝒚𝑪 = −
𝑬𝑰

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Aula927
Capítulo 2: Deflexão em vigas por integração

APRESENTAÇÃO DA AULA

No capítulo 2, apresentado nas 5 e 6, calculamos a declividade e o grau de


deflexão, também conhecidos por ângulo e flecha, que a viga poderá sofrer quando
submetida a ação de um carregamento.
O método visto foi integração direta, para vigas com um trecho (aula 5) e
método da integração direta por várias funções para vigas com dois trechos (aula 6).
Agora para finalizar o cálculo das deformações (inclinação ou deslocamento)
usaremos o método das funções de descontinuidade, também conhecido como
método das funções singulares.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após a apresentação do conteúdo presente nessa aula, você


seja capaz de:
 Analisar a forma de uma viga fletida;
 Identificar e calcular o ponto onde a inclinação é nula e a deflexão é máxima;
 Aplicar as condições de contorno e continuidade;
 Calcular a equação da linha elástica usando as funções singulares;
 Calcular a declividade em um ponto específico da viga usando as funções
singulares;
 Calcular a deflexão em um ponto específico da viga usando as funções
singulares.

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93

2 DEFLEXÃO EM VIGAS

2.4. UTILIZAÇÃO DAS FUNÇÕES SINGULARES

O método da integração fornece um meio eficaz para a determinação da


declividade e da deflexão, em qualquer ponto de uma viga prismática, desde que o
momento fletor possa ser representado por uma única função analítica simples M(x).
Entretanto, quando várias funções são necessárias para representar o momento M ao
longo da viga, esse método pode se tornar bastante trabalhoso. O uso de funções
singulares simplifica a determinação da declividade e deflexão, em qualquer ponto da
viga, visto que as constantes de integração podem ser calculadas usando-se somente
as condições de contorno, enquanto que as condições de compatibilidade são
automaticamente satisfeitas.
Segundo HIBBELER (2010), para expressar a carga sobre a viga ou o momento
interno dentro dela utilizando uma única expressão, utilizaremos dois tipos de
operadores matemáticos conhecidos como funções de descontinuidade ou funções
singulares:
 Para cargas distribuídas temos a seguinte função de descontinuidade:

Nessa expressão x representa a coordenada da posição de um ponto ao longo


da viga, e a é o local da viga onde ocorre descontinuidade, ou seja, o ponto onde uma
carga distribuída começa.

 Para forças concentradas temos a seguinte função de singularidade:

 Para momentos conjugados temos a seguinte função de singularidade:

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94

A tabela 2.1 apresenta na sua última coluna, a função do momento que pode
descrever a equação do momento interno nos diversos trechos de uma viga, para
depois integrarmos essa equação duas vezes e obtermos a equação que descreve a
inclinação e a deflexão na viga.

Tabela 2.1 – Funções de descontinuidade e de singularidade

Fonte: HIBBELER, 2010

Observe que a carga distribuída deve se estender até o final da viga e


que a representa a distância da origem da viga (extremidade esquerda)
até o início da carga.

EXEMPLO 1
Vamos considerar a viga do exemplo 2.3 da aula 6:

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95

Pelo diagrama de corpo livre da porção AE, de comprimento x, e usando a


função de singularidade para representar a contribuição da força cortante devido a
carga concentrada P, podemos escrever:

0
3 L
V ( x)  PP x
4 4
Integrando em x, temos:
1
3 L
M ( x)  Px  P x 
4 4
0
L
Onde a função x  é igual a zero, quando a quantidade dentro do colchete for
4
negativa, ou seja, o segundo termo da equação deve ser especificado nos cálculos
quando x  L / 4 , e desprezado quando x  L / 4 . Dessa forma, os colchetes devem
ser substituídos por parênteses ( ) quando x  L / 4 , e substituídos por zero quando
x  L/ 4.

Substituindo a expressão de M(x) dada na equação 2.3 temos:


1
3 L
EIy ' '  Px  P x  (1)
4 4

2
3 P L
EIy '  Px 2  x  C1 (2)
8 2 4

3
Px 3 P L
EIy   x  C1 x  C 2 (3)
8 6 4

C1 e C2 podem ser determinadas pelas condições de contorno indicadas:

Em A [x = 0, y = 0], e substituímos na equação (3):

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96

3
P(0) 3 P L
EI (0)   0  C1 (0)  C 2  C 2  0
8 6 4
Em B [x = L, y = 0], onde x > L/4, substituímos na equação (3):
3
P ( L) 3 P L
EI (0)   L  C1 ( L)  0
8 6 4
3
PL3 P  3L 
0     C1 L
8 6 4 
PL3 27 PL3 PL3 9 PL3  16 PL3  9 PL3
C1 L      
8 384 8 128 128
7 PL2
C1  
128
Substituindo os valores de C1 e C2 em (2) e (3), respectivamente, temos:
2
3 2 P L 7 PL2
EIy '  Px  x 
8 2 4 128
3
Px 3 P L 7 PL2
EIy   x  x
8 6 4 128
Fazendo x = L/4 em cada uma dessas equações, encontramos para a
declividade e a flecha e da viga em D:
2
3 2 P L 7 PL2
EIy '  Px  x 
8 2 4 128
2 2
3 L P L L 7 PL2
EIy '  P    
8 4 2 4 4 128
3PL ² 7 PL2 3PL2  7 PL2  4 PL2
EIy '  0  
128 128 128 128
𝑷𝑳𝟐
𝒚′ 𝑫 = −
𝟑𝟐𝑬𝑰

3
P( L / 4) 3 P  L L  7 PL2 L
EIy      
8 64 4 128 4
PL3 7 PL3 6 PL3
EIy  0 
512 512 512
𝟑𝑷𝑳³
𝒚𝑫 = −
𝟐𝟓𝟔𝑬𝑰

Note que os colchetes devem ser adotados igual a zero, toda vez que o
valor entre eles for negativo ou zero.

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97

EXEMPLO 2
(Adaptado de BEER, 2006) Para a viga e o carregamento mostrado,
considerando E = 200 GPa e I = 1,024.10-6m4 e usando as funções
singulares:
a) Achar a deflexão e a declividade como função da distância x da
extremidade A;
b) Determinar a deflexão no ponto médio D.

Solução:
Primeiramente devemos calcular a reação vertical no apoio A. Como nossa
análise será sempre da esquerda para direita, valores que estiverem na extremidade
direita são desprezados, logo não é necessário calcular o valor da reação vertical no
ponto B.

∑ 𝑀𝐵 = 0: − 𝐴𝑦 (3,6) + 1,2(3) + 1,5(1,2)(2,4) + 1,44 = 0 → 𝐴𝑦 = 2,6𝐾𝑁

Devemos fazer o diagrama de corpo livre e substituir o carregamento distribuído


por dois carregamentos equivalentes que se estendem até a extremidade a viga, o
que é uma condição para o uso das funções singulares. Assim, temos:

A partir da tabela 2.1 obtemos o valor de M(x) para a viga toda, numa
combinação de funções.
1,5 1,5
𝑀(𝑥) = 2,6 𝑥 − 1,2〈𝑥 − 0,6〉1 − 〈𝑥 − 0,6〉2 + 〈𝑥 − 1,8〉2 − 1,44〈𝑥 − 2,6〉0
2 2

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98

A equação do momento interno na viga é igual a equação da derivada parcial


de segunda ordem. Colocando na forma da equação 2.3 e integrando sucessivamente
duas vezes temos:

𝐸𝐼𝑦 ′′ = 2,6 𝑥 − 1,2〈𝑥 − 0,6〉1 − 0,75〈𝑥 − 0,6〉2 + 0,75〈𝑥 − 1,8〉2 − 1,44〈𝑥 − 2,6〉0 (1)

𝐸𝐼𝑦 ′ = 1,3 𝑥 2 − 0,6〈𝑥 − 0,6〉2 − 0,25〈𝑥 − 0,6〉3 + 0,25〈𝑥 − 1,8〉3 − 1,44〈𝑥 − 2,6〉1 + 𝐶1 (2)

𝐸𝐼𝑦 = 0,433 𝑥 3 − 0,2〈𝑥 − 0,6〉3 − 0,0625〈𝑥 − 0,6〉4 + 0,0625〈𝑥 − 1,8〉4 − 0,72〈𝑥 − 2,6〉2 + 𝐶1 𝑥
+ 𝐶2 (3)

Condições de Contorno: As constantes 𝐶1 𝑒 𝐶2 podem ser determinadas pelas


condições de contorno mostradas na figura abaixo:

No ponto A, a flecha é zero, bem como a distância x. Assim substituímos esses


valores na equação (3):

𝐸𝐼(0) = 0,433 (0)3 − 0,2〈0 − 0,6〉3 − 0,0625〈0 − 0,6〉4 + 0,0625〈0 − 1,8〉4 − 0,72〈0 − 2,6〉2
+ 𝐶1 0 + 𝐶2
𝑪𝟐 = 𝟎

No ponto B a flecha também é zero devido ao apoio, e a distância x vale 3,6m.


Substituímos esses valores na equação (3):

𝐸𝐼(0) = 0,433 (3,6)3 − 0,2(3,6 − 0,6)3 − 0,0625(3,6 − 0,6)4 + 0,0625(3,6 − 1,8)4


− 0,72(3,6 − 2,6)2 + 𝐶1 (3,6) + 0
𝑪𝟏 = −𝟐, 𝟔𝟗𝟐

a) Achando a deflexão e a declividade como função da distância x da extremidade A:


Basta substituir o valor das constantes de integração 𝐶1 𝑒 𝐶2 nas equações (2) e (3):

 Declividade como função da distância x (equação 2):

1,3 𝑥 2 − 0,6〈𝑥 − 0,6〉2 − 0,25〈𝑥 − 0,6〉3 + 0,25〈𝑥 − 1,8〉3 − 1,44〈𝑥 − 2,6〉1 − 2,682
𝑦′ =
𝐸𝐼

 Deflexão como função da distância x (equação 3):

0,433 𝑥 3 − 0,2〈𝑥 − 0,6〉3 − 0,0625〈𝑥 − 0,6〉4 + 0,0625〈𝑥 − 1,8〉4 − 0,72〈𝑥 − 2,6〉2 − 2,692𝑥
𝑦=
𝐸𝐼

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99

b) Para determinar a deflexão no ponto médio D, substituímos os valores de 𝐶1 𝑒 𝐶2


na equação (3) e fazemos x valer 1,8m:

𝐸𝐼𝑦𝐷 = 0,433 (1,8)3 − 0,2〈1,8 − 0,6〉3 − 0,0625〈1,8 − 0,6〉4 + 0,0625〈1,8 − 1,8〉4


− 0,72〈1,8 − 2,6〉2 − 2,692(1,8)

Todos os termos com quantidades negativas ou zero nos colchetes são iguais
a zero. Assim:

𝐸𝐼𝑦𝐷 = 0,433 (1,8)3 − 0,2(1,2)³ − 0,0625(1,2)4 + 0 + 0 − 2,692(1,8)

𝐸𝐼𝑦𝐷 = −2,794 KN.m³

2,794.10³
𝑦𝐷 = −
200.109 . 1,024. 10−6

𝒚𝑫 = −𝟏𝟑, 𝟔𝟒. 𝟏𝟎−𝟑 𝒎

𝒚𝑫 = 𝟏𝟑, 𝟔𝟒 𝒎𝒎 ↓

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Resumo
100

Nesta aula, abordamos:

 Cálculo de declividade e deflexão em vigas usando o método das


funções singulares;
 Exemplos resolvidos com compensação da carga distribuída e com uso
de funções singulares.

FONTE: HIBBELER (2010) Pág. 438

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Complementar
101

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise os tópicos abordados nesta aula em bibliografia presente


na Biblioteca Digital e material complementar;

 Resolva problemas resolvidos 8.4 e 8.5 (BEER, 2006) da


bibliografia básica;

Assista a vídeos que mostram exemplos resolvidos de cálculo de


deformação em vigas com o uso de funções singulares.

https://www.youtube.com/watch?v=TWrKdOatQ0U&t=88s (parte 1)

https://www.youtube.com/watch?v=iOPdWiYE8Qg (parte 2)

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102
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 103

AULA 7

1 – (HIBBELER, 2010) Determine a equação da linha elástica para a viga em balanço


mostrada na figura abaixo. Considere EI constante.
1 26 3 1 1
Resposta: 𝑦 =
𝐸𝐼
(−129𝑥 2 + 3
𝑥 − 3 𝑥 4 + 25〈𝑥 − 5〉² + 3 〈𝑥 − 5〉4 )

2 – (HIBBELER, 2010) Determine a deflexão máxima da viga mostrada na figura


abaixo. Considere EI constante.
5000𝐾𝑁.𝑚³
Resposta: 𝑦𝐷 = −
𝐸𝐼

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Aula1048
Capítulo 2: deflexão e vigas por integração

APRESENTAÇÃO DA AULA

Com esta aula finalizaremos o capítulo 2. Iremos resolver exercícios com o


objetivo de determinar a equação da linha elástica, que representa a deflexão na linha
central de uma viga.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após a resolução dos exercícios presentes nessa aula, você
seja capaz de:
 Analisar onde ocorrem as deformações máximas em uma viga;
 Calcular a deflexão e a declividade em vigas com carregamentos diversos;
 Dominar o método das funções de descontinuidade ou funções singulares
para determinar o deslocamento em pontos específicos de viga.

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105

EXEMPLOS RESOLVIDOS: DEFLEXÃO EM VIGAS POR INTEGRAÇÃO

Como vimos nas aulas anteriores, as funções de descontinuidade


ou funções singulares nos permitem determinar a equação da linha
elástica como uma função contínua, independentemente do número de
cargas aplicadas sobre a viga. Nesse caso, podemos determinar as duas constantes
de integração pelas condições de contornos impostas pelos apoios da viga.

EXEMPLO 1
Para a viga de madeira carregada como mostrado, dado E=12GPa,
determine:
(a) a rotação da elástica em A;
(b) a flecha da seção média C.

SOLUÇÃO:
Iniciamos pelo cálculo da reação de apoio no ponto A. Como nossa análise será
sempre da esquerda para direita, valores que estiverem na extremidade esquerda são
desprezados, logo não é necessário calcular o valor da reação vertical no ponto D.

∑ 𝑀𝐷 = 0: − 𝐴𝑦 (2) + 4(1,5) + 5(1)(0,5) = 0 → 𝐴𝑦 = 4,25𝐾𝑁

O carregamento distribuído já se estende até a extremidade a viga, o que é


uma condição para o uso das funções singulares, assim não é necessário haver
compensação como no exemplo 2.5 da aula anterior.

A partir da tabela 2.1 obtemos o valor de M(x) para a viga toda, numa
combinação de funções.
5
𝑀(𝑥) = 4,25 𝑥 − 4〈𝑥 − 0,5〉1 − 〈𝑥 − 1〉2
2

A equação do momento interno na viga é igual a equação da derivada parcial


de segunda ordem. Colocando na forma da equação 2.3 e integrando sucessivamente
duas vezes temos:

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106

𝐸𝐼𝑦 ′′ = 4,25 𝑥 − 4〈𝑥 − 0,5〉1 − 2,5〈𝑥 − 1〉2 (1)

𝐸𝐼𝑦 ′ = 2,125 𝑥² − 2〈𝑥 − 0,5〉2 − 0,833〈𝑥 − 1〉3 + 𝐶1 (2)

𝐸𝐼𝑦 = 0,708 𝑥³ − 0,667〈𝑥 − 0,5〉3 − 0,208〈𝑥 − 1〉4 + 𝐶1 𝑥 + 𝐶2 (3)

Condições de Contorno: As constantes 𝐶1 𝑒 𝐶2 podem ser determinadas pelas


condições de contorno mostradas na figura abaixo para viga simplesmente apoiada:

No ponto A, a flecha é zero, bem como a distância x. Assim substituímos esses


valores na equação (3):

𝐸𝐼(0) = 0,708 (0)³ − 0,667〈0 − 0,5〉3 − 0,208〈0 − 1〉4 + 𝐶1 (0) + 𝐶2

𝑪𝟐 = 𝟎

No ponto D a flecha também é zero devido ao apoio, e a distância x vale 2,0m.


Substituímos esses valores na equação (3):

𝐸𝐼(0) = 0,708 (2)³ − 0,667〈2 − 0,5〉3 − 0,208〈2 − 1〉4 + 𝐶1 (2) + 0

0 = 0,708 (2)³ − 0,667(1,5)³ − 0,208(1)4 + 𝐶1 (2)

𝑪𝟏 = −𝟏𝟔𝟎𝟒, 𝟏𝟔

(a) Para determinar a rotação da elástica em A, substituímos os valores de


𝐶1 𝑒 𝐶2 na equação (2) e fazemos x valer 0,0 m:

𝐸𝐼𝑦 ′ = 2,125 𝑥² − 2〈𝑥 − 0,5〉2 − 0,833〈𝑥 − 1〉3 + 𝐶1

𝐸𝐼𝑦 ′ 𝐴 = 2,125 (0)2 − 2〈0 − 0,5〉2 − 0,833〈0 − 1〉3 − 1,604,16

Todos os termos com quantidades negativas ou zero nos colchetes são iguais
a zero. Assim:

𝐸𝐼𝑦 ′ 𝐴 = −1,604,16
Sendo G = 12GPa e:
0,15. 0,053
𝐼= = 14,06. 10−6 𝑚4
12

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107


1,604,16. 103
𝑦 𝐴 =−
12. 109 . 14,06. 10−6

𝒚′ 𝑨 = −𝟗, 𝟓𝟏. 𝟏𝟎−𝟑 𝒓𝒂𝒅

(b) Para determinar a deflexão (ou flecha) da seção média C, substituímos os


valores de 𝐶1 𝑒 𝐶2 na equação (3) e fazemos x valer 1,0 m:

𝐸𝐼𝑦 = 0,708 𝑥 3 − 0,667〈𝑥 − 0,5〉3 − 0,208〈𝑥 − 1〉4 + 𝐶1 𝑥 + 𝐶2

𝐸𝐼𝑦𝐶 = 0,708(1)3 − 0,667〈1 − 0,5〉3 − 0,208〈1 − 1〉4 − 1604,16(1) + 0

Todos os termos com quantidades negativas ou zero nos colchetes são iguais
a zero. Assim:

𝐸𝐼𝑦𝐶 = 0,708 − 0,667(0,5)3 − 0 − 1604,16

𝐸𝐼𝑦𝐶 = −979,17 KN.m³

979,17.10³
𝑦𝐶 = −
12. 109 . 14,06. 10−6

𝒚𝑪 = −𝟓, 𝟖𝟎𝟑. 𝟏𝟎−𝟑 𝒎

𝒚𝑪 = 𝟓, 𝟖𝟎𝟑 𝒎𝒎 ↓

EXEMPLO 2
(BEER, 2006) Para a viga e o carregamento mostrado, determine:
(a) a equação da linha elástica;
(b) deflexão na extremidade livre.

SOLUÇÃO:
Iniciamos pelo cálculo da reação de apoio vertical no ponto A e do momento fletor
nesse ponto, devido ao vínculo:

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108

∑ 𝐹𝑦 = 0: 𝐴𝑦 − 𝑃 − 𝑃 = 0 → 𝐴𝑦 = 2𝑃

∑ 𝑀𝐴 = 0: 𝑀𝐴 − 𝑃(𝑎) − 𝑃(2𝑎) = 0 → 𝑀𝐴 = 3𝑃𝑎

A partir da tabela 2.1 obtemos o valor de M(x) para a viga toda, numa
combinação de funções. Note que a carga P da extremidade direita é desprezada:

𝑀(𝑥) = −3𝑃𝑎 + 2𝑃𝑥 − 𝑃〈𝑥 − 𝑎〉1

A equação do momento interno na viga é igual a equação da derivada parcial


de segunda ordem. Colocando na forma da equação 2.3 e integrando sucessivamente
duas vezes temos:

𝐸𝐼𝑦 ′′ = −3𝑃𝑎 + 2𝑃𝑥 − 𝑃〈𝑥 − 𝑎〉1 (1)

𝑃
𝐸𝐼𝑦 ′ = −3𝑃𝑎𝑥 + 𝑃𝑥 2 − 〈𝑥 − 𝑎〉2 + 𝐶1 (2)
2

3 1 𝑃
𝐸𝐼𝑦 = − 𝑃𝑎𝑥² + 𝑃𝑥 3 − 〈𝑥 − 𝑎〉3 + 𝐶1 𝑥 + 𝐶2 (3)
2 3 6

Condições de Contorno: As constantes 𝐶1 𝑒 𝐶2 podem ser determinadas pelas


condições de contorno mostradas na figura abaixo para viga engastada em balanço:

No ponto A, o ângulo e a flecha são iguais a zero, bem como a distância x.


Assim substituímos esses valores nas equações (2) e (3):

𝑃
𝐸𝐼𝑦 ′ = −3𝑃𝑎(0) + 𝑃(0)2 − 〈0 − 𝑎〉2 + 𝐶1 (2)
2

𝑪𝟏 = 𝟎

3 1 𝑃
𝐸𝐼𝑦 = − 𝑃𝑎(0)² + 𝑃(0)3 − 〈0 − 𝑎〉3 + 𝐶1 0 + 𝐶2 (3)
2 3 6

𝑪𝟐 = 𝟎

Agora podemos obter:

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109

(a) a equação da linha elástica, substituindo os valores de 𝐶1 𝑒 𝐶2 na equação (3):


3 1 𝑃
𝐸𝐼𝑦 = − 𝑃𝑎𝑥² + 𝑃𝑥 3 − 〈𝑥 − 𝑎〉3 (3)
2 3 6
𝑷
𝒚= (−𝟗𝒂𝒙² + 𝟐𝒙𝟑 − 〈𝒙 − 𝒂〉𝟑 )
𝟔𝑬𝑰

(b) a deflexão na extremidade livre, substituindo os valores de 𝐶1 𝑒 𝐶2 na equação (3) e


substituindo o valor de 𝑥 = 2𝑎:
3 1 𝑃
𝐸𝐼𝑦 = − 𝑃𝑎𝑥 2 + 𝑃𝑥 3 − 〈𝑥 − 𝑎〉3 (3)
2 3 6
3 1 𝑃
𝐸𝐼𝑦 = − 𝑃𝑎(2𝑎)2 + 𝑃(2𝑎)3 − 〈2𝑎 − 𝑎〉3
2 3 6
8 𝑃
𝐸𝐼𝑦 = −6𝑃𝑎³ + 𝑃𝑎3 − 𝑎3
3 6
−36𝑃𝑎3 + 16𝑃𝑎3 − 𝑃𝑎3
𝐸𝐼𝑦 =
6
21𝑃𝑎3
𝐸𝐼𝑦 = −
6
𝟕𝑷𝒂𝟑
𝒚= ↓
𝟐𝑬𝑰

EXEMPLO 3
(HIBBELER, 2010) Determine a equação da curva linha elástica para a
viga. Especifique a inclinação e o deslocamento em A. EI é constante.

SOLUÇÃO:
Como o balanço está no extremo livre à direita e o engaste à esquerda não é
necessário calcular as reações devido a esse vínculo. Assim calculamos diretamente
a função do momento, sem o uso da tabela 2.1:

𝑤𝑜𝑥 𝑥 𝑥 𝑤𝑜𝑥³
𝑀(𝑥) = − . . =−
𝐿 2 3 6𝐿

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110

A equação do momento interno na viga é igual a equação da derivada parcial


de segunda ordem. Colocando na forma da equação 2.3 e integrando sucessivamente
duas vezes temos:

𝑤𝑜𝑥³
𝐸𝐼𝑦 ′′ = − (1)
6𝐿

𝑤𝑜𝑥 4
𝐸𝐼𝑦 ′ = − + 𝐶1 (2)
24𝐿

𝑤𝑜𝑥 5
𝐸𝐼𝑦 = − + 𝐶1 𝑥 + 𝐶2 (3)
120𝐿

Condições de Contorno: As constantes 𝐶1 𝑒 𝐶2 podem ser determinadas pelas


condições de contorno mostradas na figura abaixo para viga engastada (à direita) e
em balanço (à esquerda):

No ponto B, o ângulo e a flecha são iguais a zero, e a distância x vale L. Assim


substituímos esses valores nas equações (2) e (3):

𝑤𝑜𝑥 4
𝐸𝐼𝑦 ′ = − + 𝐶1 (2)
24𝐿

𝑤𝑜𝐿4
𝐸𝐼(0) = − + 𝐶1
24𝐿

𝒘𝒐𝑳𝟑
𝑪𝟏 =
𝟐𝟒

𝑤𝑜𝑥 5
𝐸𝐼𝑦 = − + 𝐶1 𝑥 + 𝐶2 (3)
120𝐿

𝑤𝑜𝐿5 𝑤𝑜𝐿3
𝐸𝐼(0) = − + 𝐿 + 𝐶2
120𝐿 24

𝑤𝑜𝐿4 𝑤𝑜𝐿4 𝑤𝑜𝐿4 − 5𝑤𝑜𝐿4 4𝑤𝑜𝐿4


𝐶2 = − = =−
120 24 120 120

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111

𝒘𝒐𝑳𝟒
𝑪𝟐 = −
𝟑𝟎

Agora podemos obter equação da curva linha elástica para a viga, substituindo
os valores de 𝐶1 𝑒 𝐶2 em (3):
𝑤𝑜𝑥 5
𝐸𝐼𝑦 = − + 𝐶1 𝑥 + 𝐶2 (3)
120𝐿

𝑤𝑜𝑥 5 𝑤𝑜𝐿3 𝑤𝑜𝐿4


𝐸𝐼𝑦 = − + 𝑥−
120𝐿 24 30

𝒘𝒐
𝒚= (−𝒙𝟓 + 𝟓𝑳𝟒 𝒙 − 𝟒𝑳𝟓 )
𝟏𝟐𝟎𝑬𝑰𝑳

A inclinação e o deslocamento em A, obtemos, respectivamente, nas equações


(2) e (3), substituindo x por zero:
𝑤𝑜𝑥 4
𝐸𝐼𝑦 ′ = − + 𝐶1 (2)
24𝐿

𝑤𝑜(0)4 𝑤𝑜𝐿3
𝐸𝐼𝑦 ′ 𝐴 = − +
24𝐿 24


𝒘𝒐𝑳𝟑
𝒚 𝑨 =
𝟐𝟒𝑬𝑰

𝑤𝑜𝑥 5
𝐸𝐼𝑦 = − + 𝐶1 𝑥 + 𝐶2 (3)
120𝐿

𝑤𝑜(0)5 𝑤𝑜𝐿3 𝑤𝑜𝐿4


𝐸𝐼𝑦𝐴 = − + (0) −
120𝐿 24 30

𝒘𝒐𝑳𝟒
𝒚𝑨 = −
𝟑𝟎𝑬𝑰

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Resumo
112

Nesta aula, abordamos:

 Exemplos resolvidos com compensação da carga distribuída e com uso


de funções singulares, determinando a declividade e a deflexão em
vigas sujeitas a vários carregamentos e com diferentes condições de
contorno.

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Complementar
113

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise os tópicos abordados no capítulo 1 e 2, na bibliografia


presente na Biblioteca Digital e material complementar;

 Resolva alguns dos problemas propostos na bibliografia básica,


relacionados aos tópicos aqui analisados.

Assista a vídeos que mostram exemplos resolvidos de cálculo de


deformação em vigas com o método da integração direta e também das
funções singulares.

Se você quiser saber sobre conteúdos complementares desse assunto,


que não serão abordados nesse caderno de estudos, como vigas
estaticamente indeterminadas e método da superposição, consulte o
material da bibliografia básica ou complementar indicada a seguir.

Fonte: HIBBELER, 2004

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114
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 115

AULA 8

1 – (Adaptado de BEER, 2006) Sabendo que a viga AE é construída com uma barra
maciça de diâmetro d = 30 mm e que wo = 10 kN/m, a = 0,6 m, e E = 200 GPa,
determine o afundamento da seção central C. Resposta: 6,8 mm

2 – (HIBBELER, 2010) A viga está sujeita a carga mostrada na figura. Considere EI


constante e determine:
a) A equação da linha elástica;
b) O deslocamento em x=7m; Resposta: -835 KN.m³/EI
c) A inclinação no ponto A. Resposta: -279 KN.m²/EI

3 – (BEER, 2006) Para a viga com o carregamento mostrado, sendo E=200GPa,


determine, usando as funções singulares:
a) A equação da linha elástica;
b) O ângulo em B; Resposta: 0,000802 rad
c) O afundamento em C. Resposta: 0,844 mm

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Aula1169
Capítulo 3: Flambagem

APRESENTAÇÃO DA AULA

Neste capítulo, das aulas 9 a 11, iremos estudar o comportamento de colunas


em relação ao fenômeno de flambagem. Iniciaremos nessa aula com conceitos
básicos associados a colunas ideais. Nas aulas seguintes iremos considerar outras
situações relacionadas a colunas não ideias e projeto de colunas para cargas
concêntricas e excêntricas.
Colunas são elementos longos e esbeltos que estão sujeitos a cargas axiais. A
deflexão lateral que pode ocorrer devido a aplicação de uma carga axial compressiva
se caracteriza como flambagem. Precisamos dar especial atenção ao projeto de
colunas, dimensionando-as para suportar com segurança as cargas pretendidas sem
sofrer flambagem.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após a apresentação do conteúdo presente nessa aula, você


seja capaz de:
 Analisar uma coluna em relação ao seu equilíbrio;
 Conceituar flambagem;
 Analisar colunas ideais em relação ao fenômeno de flambagem;
 Calcular a carga crítica que poderá levar a coluna a flambagem;
 Conceituar índice de esbeltez de uma coluna.

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117

3 FLAMBAGEM

3.1. INTRODUÇÃO

Um engenheiro sempre deve considerar possíveis modos de falha ao projetar


uma estrutura. Algumas delas são: o escoamento em tensões baixas; as deformações
e deflexões; e a fadiga provocada por ciclos de carregamentos repetidos. Para evitar
estes tipos de falha devem ser considerados critérios de projeto baseados em
resistência (tensão) e rigidez (deflexão).

Alguns elementos podem estar submetidos a cargas compressivas, e se esses


elementos forem longos ou esbeltos, o carregamento pode ser suficientemente
elevado para causar uma instabilidade lateral. Especificamente, elementos longos e
esbeltos sujeitos a cargas axiais compressivas são chamados de colunas e seus
deslocamentos laterais são caracterizados através do fenômeno conhecido como
Flambagem.

O objetivo geral no nosso estudo agora será a análise e projeto de colunas, isto
é, membros prismáticos suportando cargas axiais. O foco será a estabilidade da
estrutura, ou seja, sua capacidade para suportar uma dada carga, sem sofrer uma
brusca mudança em sua configuração.

3.2 – ESTABILIDADE DAS ESTRUTURAS

Vamos supor que desejamos dimensionar a coluna AB de comprimento L que


vai suportar a carga P conforme apresentado na Figura 3.1. O elemento AB é tido
como perfeitamente reto e rígido e consideramos que não há fricção no pino em A e
que a carga P é aplicada no eixo do elemento.

Figura 3.1
Fonte: BEER, 2006

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118

Inicialmente, poderíamos concluir que a coluna estaria bem dimensionada se a


área A da seção transversal fosse escolhida de modo que o valor da tensão
𝑃
𝜎 = 𝐴 em qualquer ponto da barra esteja abaixo da tensão admissível 𝜎𝑎𝑑𝑚 do material
𝑃𝐿
utilizado e se a deformação 𝛿 = 𝐸𝐴 se mantiver dentro das especificações

recomendadas.

No entanto, o fenômeno de flambagem pode ocorrer na barra. Ao aplicar a força


P, em vez de permanecer com o seu eixo retilíneo, a coluna se torna subitamente
encurvada. Quando isso ocorrer, sob um carregamento especificado no cálculo,
significa que a coluna não foi dimensionada corretamente.

Na Figura 3.1 no ponto A, observamos uma mola com constante elástica K. Ao


ser provocado um deslocamento na barra, a mola produz em A um momento de
restauração 𝑀𝐴𝑅 que tende a retornar o elemento à sua posição original. Este
momento em A, é proporcional ao ângulo de deflexão 𝜃 do elemento AB em relação
à vertical.

𝑀𝐴𝑅 = 𝐾𝜃 . 𝜃 (3.1)

Ao girar a barra de um ângulo 𝜃 muito pequeno, o momento provocado pela


força P é dado por:

𝑀𝐴𝑃 = 𝑃𝐿𝑠𝑒𝑛𝜃 (3.2)

Ou seja, para diferentes valores de P e de 𝜃 temos situações de equilíbrio


distintas. Combinando-se as duas equações anteriores, os sistemas têm as seguintes
condições para os equilíbrios estável, neutro e instável:

(3.3)

Aqui, lidamos, apenas, com pequenas deformações, ou seja, 𝜃 tende a zero.


E quando o ângulo 𝜃 é pequeno, 𝑠𝑒𝑛𝜃 ≅ 𝜃 e a equação 3.3 tem os seguintes
desdobramentos:

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119

(3.4)

Onde

𝑃𝑐𝑟 = 𝐾𝜃 /𝐿 (3.5)

𝐿
𝑃𝑐𝑟 = ( ) 𝑠𝑒𝑛∆𝜃 ≅ 𝐾(2∆𝜃)
2

sendo 𝑠𝑒𝑛∆𝜃 ≅ ∆𝜃

4𝐾
𝑃𝑐𝑟 = (3.6)
𝐿

Essa carga representa um caso de mecanismo que está no equilíbrio neutro.


Como 𝑃𝑐𝑟 é independente do (pequeno) deslocamento 𝜃 das barras, qualquer
pequena perturbação que seja aplicada ao sistema, não fará com que ela se afaste
mais do equilíbrio, nem que retorne a sua posição original. Assim, as barras
permanecerão na posição fletida. A Figura 3.2 representa graficamente os três
estados de equilíbrio. O ponto de bifurcação é o ponto de transição onde 𝑃 = 𝑃𝑐𝑟 .

Figura 3.1
Fonte: HIBBELER, 2010

A carga que define a transição entre o equilíbrio estável e o equilíbrio instável


é a chamada carga crítica 𝑃𝑐𝑟 . A perda de estabilidade do equilíbrio é chamada de
flambagem, de modo que também chamamos 𝑃𝑐𝑟 de carga crítica de flambagem.

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120

Embora nos projetos de engenharia a carga crítica possa ser considerada como
a maior carga que a coluna pode suportar, se uma coluna estiver em posição fletida
ou flambada, ela poderá suportar uma carga ainda maior que 𝑃𝑐𝑟 . Porém, essa carga
pode exigir que a coluna sofra uma grande deflexão lateral, que em geral, não é aceita
nos projetos de engenharia ou de elementos de máquinas (HIBBELER, 2010).

A carga crítica é independente da resistência do material. Ela depende apenas


das dimensões da coluna (I e L) e da rigidez do material ou módulo de elasticidade E.
Por esta razão, considerando-se que a flambagem ocorra no regime elástico do
material, as colunas feitas, por exemplo, de aço de alta resistência não apresentam
vantagem em relação aquelas feitas de aço de baixa resistência, uma vez que o
módulo de elasticidade é aproximadamente o mesmo para ambos os aços.

A capacidade de uma coluna suportar uma carga aumenta com o aumento do


momento de inércia da seção transversal. Assim, as colunas eficientes são projetadas
de forma que a maior parte da área da seção transversal seja afastada, tanto quanto
possível, de seus eixos principais centroidais. Esta é a razão pela qual as seções
tubulares são mais econômicas que as seções maciças. As seções de abas largas e
colunas feitas de perfis tipo U, cantoneiras e placas são mais indicadas que as
retangulares e maciças.

É também importante lembrarmos que uma coluna


flambará relativamente ao eixo principal da seção transversal
com o menor momento de inércia (eixo mais fraco). Por exemplo,
uma coluna com seção transversal retangular, Figura 3.3,
flambará em relação ao eixo a-a e não em relação ao eixo b-b.
Consequentemente, os engenheiros aos dimensionar as seções
transversais dos elementos estruturais procuram atender à
condição de momentos de inércia idênticos em todas as
direções. Assim, do ponto de vista geométrico, os tubos
circulares são excelentes colunas.

Figura 3.3
Fonte: HIBBELER, 2010

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121

3.3 - FÓRMULA DE EULER PARA COLUNAS COM EXTREMIDADES


ARTICULADAS

No exemplo da Figura 3.1, observamos o comportamento de uma barra rígida


associada a uma mola de torção quando submetida à compressão. Em casos reais,
as colunas possuem uma flexibilidade atribuída ao material e não respondem como o
exemplo citado acima. Para nos aproximarmos da realidade, iremos analisar através
da Figura 3.4 uma coluna ideal com pinos em suas extremidades.

Figura 3.4
Fonte: Adaptado de BEER, 2006

Para a simplificação do modelo, algumas hipóteses são consideradas:


 Inicialmente, a coluna é perfeitamente reta;
 O material que a compõe tem comportamento linear elástico;
 Os pinos das extremidades passam pelo centroide da seção transversal;
 A coluna tem liberdade para girar pelos pinos sem que haja fricção, assim, as
restrições desses apoios são equivalentes àquelas de uma viga biapoiada;
 A coluna é simétrica em relação ao plano xy e qualquer deflexão lateral da
coluna ocorrerá neste plano; e
 A coluna recebe uma força axial compressiva P aplicada através do pino
superior.
Analisando o diagrama de corpo livre da Figura 3.4(b), temos:

∑ 𝑀𝐴 = 0: 𝑀𝐴 − 𝑃(𝑎) − 𝑃(2𝑎) = 0 → 𝑀𝐴 = 3𝑃𝑎

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122

Como ∑ 𝑀𝐴 = 0, temos:

𝑀(𝑥) = −𝑃𝑣(𝑥) (3.7)

Em vigas submetidas à flexão, o momento de curvatura é definido pela equação


do momento fletor interno de flexão (equação 2.3):

𝑀(𝑥) = 𝐸𝐼𝑣 ′′ , 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑣 ′′ = 𝑑 2 𝑣/𝑑𝑥²

Substituindo-se na equação acima o 𝑀(𝑥) da equação 3.7 temos:

𝐸𝐼𝑣 ′′ = −𝑃𝑣(𝑥)

𝐸𝐼𝑣 ′′ (𝑥) + 𝑃𝑣(𝑥) = 0 (3.8)

Está é a equação diferencial que governa a deformada de uma coluna com


extremidades em pino. Trata-se de uma equação diferencial ordinária, homogênea,
linear e de segunda ordem.

As condições de contorno para um elemento vinculado por pinos são:

𝑣(0) = 0; 𝑒 𝑣(𝐿) = 0 (3.9)

A presença do termo 𝑣(𝑥) na equação 3.8 significa que não podemos integrar
duas vezes a equação para se obter a solução. De fato, apenas quando EI for
constante, existirá uma solução simples para esta equação. Sendo assim, a equação
3.8 é uma equação diferencial ordinária com coeficientes constantes.

A equação 3.8 pode ser reescrita dividindo-se todos os termos por EI:

𝑣 ′′ (𝑥) + 𝑃𝑣(𝑥)/𝐸𝐼 = 0 (3.10)

Adotando 𝜆2 = 𝑃/𝐸𝐼, temos:

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123

𝑣 ′′ (𝑥) + 𝜆2 𝑣(𝑥) = 0 (3.11)

A solução geral desta equação homogênea é:

𝑣(𝑥) = 𝐶1 𝑠𝑒𝑛𝜆(𝑥) + 𝐶2 𝑐𝑜𝑠𝜆(𝑥) (3.12)

Desejamos encontrar um valor para  e conhecer as constantes de integração


𝐶1 𝑒 𝐶2, tal que as duas condições de contorno apresentadas na equação 3.9 sejam
satisfeitas:
𝑣(0) = 0 𝑒 𝑣(0) = 𝐶1 𝑠𝑒𝑛𝜆(0) + 𝐶2 𝑐𝑜𝑠𝜆(0) 𝐶2 = 0
𝑣(𝐿) = 0 𝑒 𝑣(𝐿) = 𝐶1 𝑠𝑒𝑛𝜆(𝐿) + 𝐶2 𝑐𝑜𝑠𝜆(𝐿) 𝐶1 = 0

Obviamente que, se 𝐶1 𝑒 𝐶2 = 0, a deflexão (x) será zero em todos os pontos


e apenas obtemos a configuração retilínea original.
Como desejamos uma configuração de equilíbrio alternativa Figura 3.4(b),
devemos encontrar um valor de  que satisfaça a equação com 𝐶1 ≠ 0, ou seja, 
deve satisfazer a equação característica:
Como 𝜆2 = 𝑃/𝐸𝐼, temos:
𝑛²𝜋²𝐸𝐼
𝑃𝑛 =
𝐿²

O menor valor de P corresponde a n = 1.

𝜋²𝐸𝐼
𝑃𝑐𝑟 = (3.13)
𝐿²

E essa equação é conhecida como Fórmula de Euler, onde:


𝑃𝑐𝑟 = carga axial crítica ou máxima atuante sobre a coluna imediatamente antes
de ocorrer o fenômeno da flambagem.
E = módulo de elasticidade do material
I = menor momento de inércia da área da seção transversal da coluna
L = comprimento da coluna cujas extremidades são rotuladas.
O modo de flambagem correspondente a Fórmula de Euler é descrito na Figura
3.5.

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124

Figura 3.5
Fonte: Adaptado de BEER, 2006

A expressão da Fórmula de Euler pode ser escrita em termos de tensão. O


valor da tensão correspondente a carga crítica é chamada de tensão crítica 𝜎𝑐𝑟
expressando-se 𝐼 = 𝐴𝑟 2 , onde A é a área da seção transversal e r é o raio de giração
desta área. Assim:
𝑃𝑐𝑟 𝜋²𝐸𝐴𝑟²
𝜎𝑐𝑟 = =
𝐴 𝐴𝐿²

𝜋²𝐸
𝜎𝑐𝑟 = (3.14)
(𝐿/𝑟)²

Nessa expressão:
𝜎𝑐𝑟 = tensão crítica, que é uma tensão média na coluna imediatamente antes
de ocorrer o fenômeno da flambagem. Essa é uma tensão elástica, e, portanto, 𝜎𝑐𝑟 ≤
𝜎𝑒
E = módulo de elasticidade do material
I = menor momento de inércia da área da seção transversal da coluna
L = comprimento da coluna cujas extremidades são rotuladas (presas por
pinos).

r = menor raio de giração da coluna, determinado por 𝑟 = √𝐼/𝐴, onde I é o


menor momento de inércia da seção transversal da coluna.

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125

A razão 𝐿/𝑟, apresentada na equação acima, representa o índice de esbeltez


 de uma coluna. Essa é uma medida da flexibilidade da coluna e serve para classificar
as colunas como compridas, intermediárias ou curtas.

A equação 3.14 pode ser representada em um gráfico onde os eixos


representam a tensão crítica em relação ao índice de esbeltez. Nas Figuras 3.6 e 3.7,
podemos observar tensão crítica versus índice de esbeltez. O comportamento do aço
estrutural e da liga de alumínio está caracterizado através das seguintes curvas de
flambagem:

Figura 3.6
Fonte: HIBBELER (2005)

Figura 3.7
Fonte: BEER, 2006

Daí podemos citar algumas características de flambagem elástica de colunas


ideais:

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126

 A equação de Euler vale apenas para colunas “longas”, ou seja, é válida para
tensões críticas até o limite de proporcionalidade a compressão do material. Os
índices de esbeltez  que marcam o limite de validade da equação de Euler para o
aço e para uma liga de alumínio estão evidenciados nos gráficos acima;

 Um material com maior módulo de elasticidade E, provoca um aumento direto


na capacidade de carga de flambagem elástica de um elemento. Essa propriedade,
que representa a rigidez mecânica do material, atua diretamente nas equações de
tensão e carga crítica de flambagem;

 A carga de flambagem é inversamente proporcional ao quadrado do


comprimento da peça;

 Maiores momentos de inércia I fornecem maiores cargas de flambagem. Para


atingir maiores valores, podem-se utilizar seções transversais maiores, vazadas e que
conservem a área anteriormente empregada. Entretanto, se a parede da seção
transversal for muito fina, a peça poderá sofrer flambagem local;

 Se os momentos principais de inércia da seção transversal da coluna forem


desiguais, como no caso de perfis I ou cantoneiras, a coluna flambará em relação à
seção transversal de menor inércia. Essa situação é válida quando não há restrições
à flambagem produzidas por condições de contorno que forcem a coluna a flambar de
outro modo, e;

 Quando o índice de esbeltez  é muito grande, como por exemplo, em que


𝐿/𝑟 > 200, a tensão crítica atingida na flambagem é muito pequena. Nesses casos, o
projeto deve ser modificado porque a resistência do material está subutilizada. A
alteração nas condições de contorno pode ser uma das soluções para diminuir o  de
projeto.

Agora vamos fazer alguns exemplos para elucidar a primeira parte desse
capítulo!

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127

EXEMPLO 1
(BEER, 2006) Uma coluna com extremidade articuladas tem seção
transversal quadrada e 2 metros de comprimento. Ela é constituída de
madeira para a qual E = 13 GPa e 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 12 𝑀𝑃𝑎 para a compressão na
direção paralela às fibras. Usando um coeficiente de segurança de 2,5 no cálculo da
carga crítica de Euler para a flambagem, determinar a dimensão da seção transversal,
de modo que a coluna possa resistir com segurança a:
(a) uma força de 100 KN;
(b) uma força de 200 KN.

SOLUÇÃO:

a) Para uma força de 100 KN:

Usando o coeficiente de segurança de 2,5 no cálculo da fórmula de Euler temos:

𝑃𝑐𝑟 = 𝐶𝑆. 𝑃 = 2,5 .100 = 250𝐾𝑁

𝜋²𝐸𝐼
𝑃𝑐𝑟 =
𝐿²
Calculamos o momento de inércia a partir da fórmula de Euler:

𝑃𝑐𝑟 𝐿² 250.103 . 2²
𝐼= = 2 = 7,794. 10−6 𝑚4
𝜋²𝐸 𝜋 . 13. 109

Para uma seção quadrada, considerando a base e a altura como 𝑎, temos:

𝑎4
𝐼= = 7,794. 10−6
12
4
𝑎 = √12.7,794. 10−6 = 98,3𝑚𝑚

𝒂 = 𝟏𝟎𝟎𝒎𝒎

Verificando o valor da tensão normal para a coluna:

𝑃 100
𝜎= = = 10𝑀𝑃𝑎
𝐴 0,1.0,1

Como 𝜎 < 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 12 𝑀𝑃𝑎 , uma seção transversal 𝟏𝟎𝟎 𝒎𝒎 𝒙 𝟏𝟎𝟎 𝒎𝒎 é aceitável.

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128

b) Da mesma maneira procedemos os cálculos para a força de 200 KN:

Usando o coeficiente de segurança de 2,5 no cálculo da fórmula de Euler temos:

𝑃𝑐𝑟 = 𝐶𝑆. 𝑃 = 2,5 .200 = 500𝐾𝑁

𝜋²𝐸𝐼
𝑃𝑐𝑟 =
𝐿²
Calculamos o momento de inércia a partir da fórmula de Euler:

𝑃𝑐𝑟 𝐿² 500.103 . 2²
𝐼= = = 15,588. 10−6 𝑚4
𝜋²𝐸 𝜋². 13.109
Para uma seção quadrada, considerando a base e a altura como 𝑎, temos:

𝑎4
𝐼= = 15,588. 10−6
12
4
𝑎 = √12.15,588. 10−6 = 116,95𝑚𝑚

𝑎 = 117𝑚𝑚

Verificando o valor da tensão normal para a coluna:

𝑃 200
𝜎= = = 14,61𝑀𝑃𝑎
𝐴 0,117.0,117

Como 𝜎 > 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 12 𝑀𝑃𝑎 , uma seção transversal 𝟏𝟏𝟕 𝒎𝒎 𝒙 𝟏𝟏𝟕 𝒎𝒎 não é
aceitável.

Assim, devemos redimensionar considerando o valor da tensão de escoamento:

𝑃 200.10³
𝐴= = 6
= 16,67. 10−3 𝑚²
𝜎 12. 10
𝐴 = 𝑎2 = 16,67. 10−3 𝑚²

𝑎 = √16,67. 10−3 = 129,1𝑚𝑚

𝒂 = 𝟏𝟑𝟎 𝒎𝒎

Logo, a seção transversal aceitável será 𝟏𝟑𝟎 𝒎𝒎 𝒙 𝟏𝟑𝟎 𝒎𝒎.

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129

EXEMPLO 2
(HIBBELER, 2010) Um tubo de aço A-36 com 7,2 m de comprimento e a
seção transversal mostrada na figura abaixo deve ser usado como uma
coluna presa por pinos na extremidade. Determine a carga axial admissível
máxima que a coluna pode suportar sem sofre flambagem. Para o aço
usado E = 200 GPa e 𝜎𝑒 = 250 𝑀𝑃𝑎.

SOLUÇÃO:

A carga crítica pela fórmula de Euler é dada por:

𝜋²𝐸𝐼
𝑃𝑐𝑟 =
𝐿²
O momento de inércia é calculado usando os
diâmetros da seção vazada:

𝜋(𝑑𝑒4 − 𝑑𝑖4 ) 𝜋(0,154 − 0,144 )


𝐼= = = 5,99. 10−6 𝑚4
64 64
𝜋 2 . 200. 109 . 5,99. 10−6
𝑃𝑐𝑟 = = 𝟐𝟐𝟕, 𝟖𝟓 𝑲𝑵
(7,2)²

Precisamos verificar se a tensão crítica criada na coluna é menor do que a de


escoamento:

𝑃𝑐𝑟
𝜎𝑐𝑟 =
𝐴

𝜋(𝑑𝑒2 − 𝑑𝑖2 ) 𝜋(0,152 − 0,142 )


𝐴= = = 2,28. 10−3 𝑚4
4 4
𝑃𝑐𝑟 227,85.10³
𝜎𝑐𝑟 = = = 100,08 𝑀𝑃𝑎
𝐴 2,28. 10−3

Assim, como 𝜎𝑐𝑟 < 𝜎𝑎𝑑𝑚 , a coluna pode suportar uma carga de 𝟐𝟐𝟕, 𝟖𝟓 𝑲𝑵 sem
flambar.

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130

EXEMPLO 3
(POPOV, 1978) Determine o menor comprimento L, para uma coluna de
aço simplesmente apoiada na extremidade, com seção transversal de
50 mm x 75 mm, para a qual a fórmula elástica de Euler seja aplicada.
Considere E=21 Kgf/mm² e admitir que o limite de proporcionalidade seja
igual a 25 Kgf/mm².

SOLUÇÃO:

O momento de inércia mínimo da seção transversal retangular é:

𝑏. ℎ³ 75.50³
𝐼= = = 781250 𝑚𝑚4
12 12
Usando a expressão do raio de giração:

𝐼𝑚í𝑛 781250
𝑟 = 𝑟𝑚í𝑛 = √ =√ = 14,434 𝑚𝑚
𝐴 50.75

Usamos a equação 3.14:

𝜋²𝐸
𝜎𝑐𝑟 =
(𝐿/𝑟)²

E solucionamos para (𝐿/𝑟), no limite de proporcionalidade:

𝐿 2 𝜋²𝐸
( ) =
𝑟 𝜎𝑐𝑟

𝐿 2 𝜋 2 . 21000
( ) = = 8290
𝑟 25
𝐿
( ) = √8290 = 91,1
𝑟

𝐿 = 91,1 . 𝑟

𝐿 = 91,1 . 14,434

𝑳 = 𝟏𝟑𝟏𝟒 𝒎𝒎

Com esse comprimento a coluna flambará elasticamente.

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Resumo
131

Nesta aula, abordamos:

 Conceito de coluna;
 Conceito de flambagem;
 Conceito e aplicação da carga crítica de flambagem (fórmula de Euler)
para colunas ideais;
 Conceito e aplicação da tensão crítica de flambagem;
 Conceito de índice de esbeltez;
 Exemplos resolvidos.

Fonte: HIBBELER, 2010, pág. 482

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Complementar
132

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise os tópicos abordados nas seções 13.1 e 13.2 no capítulo


13, na bibliografia presente na Biblioteca Digital (HIBBELER,
2010);

 Resolva alguns dos problemas propostos na bibliografia básica,


relacionados aos tópicos aqui analisados, com colunas ideais.

Assista a vídeos que mostram exemplos envolvendo flambagem de


colunas:

https://www.youtube.com/watch?v=faYvcXhThF8

https://www.youtube.com/watch?v=-pOVkzZa-Ww

https://www.youtube.com/watch?v=oAswQnnTCvM

https://www.youtube.com/watch?v=7TkhVIms79I

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133
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 134

AULA 9

1 – (HIBBELER, 2010) O elemento estrutural W 200 x 46 de aço A-36 mostrado na


figura abaixo tem 𝐴 = 5890 𝑚𝑚2 ; 𝐼𝑥 = 45,5. 106 𝑚𝑚4 𝑒 𝐼𝑦 = 15,3. 106 𝑚𝑚4 , e deve ser
usado como uma coluna acoplada por pinos. Usando E = 200 GPa, determine a maior
carga axial que ele pode suportar antes de começar a sofrer flambagem ou antes que
o aço escoe. Resposta: 1472,5KN

2 – (Adaptado de BEER, 2006) Um elemento estrutural sujeito à compressão, de


comprimento efetivo à flambagem igual a 1,5 m, é constituído por uma barra maciça
de latão de 30 mm de diâmetro. A fim de reduzir o peso deste elemento em 25%, ela
foi substituída por outra oca como mostrado na figura. Usando E = 105 GPa,
determine:
(a) a percentagem de redução na carga crítica, Resposta: 6,25%

(b) o valor da carga crítica para a barra oca. Resposta: 17,17 kN

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135

3 – (Adaptado de BEER, 2006) Uma coluna com 4m de comprimento à flambagem é


construída pela soldagem de duas cantoneiras de aço L 102 x 76 x 6,4 como mostrado
na figura. Usando E = 200 GPa, determine o fator de segurança à flambagem para
uma carga centrada de 75 kN. Resposta: 3,68.

4 – (HIBBELER, 2010) A coluna de tubo de aço A-36 com 3,6 m tem diâmetro externo
de 75 mm e espessura de 6 mm. Usando E = 200 GPa, determine a carga crítica, se
considerarmos que suas extremidades estão acopladas por pinos.
Resposta: 118,6 KN.

5 – (BEER, 2006) Sabendo que um coeficiente de segurança igual a 3 é exigido,


determine a maior carga P que pode ser aplicada a estrutura abaixo mostrada. Usar
𝐸 = 29.103 𝐾𝑠𝑖 e considerar apenas a possibilidade de flambagem no plano da
estrutura. Resposta: 1163lb.

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Aula13610
Capítulo 3: Flambagem

APRESENTAÇÃO DA AULA

Continuando o capítulo 3, iremos agora estudar o comportamento de colunas


com outras condições de vínculo na extremidade, em relação ao fenômeno de
flambagem.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após a apresentação do conteúdo presente nessa aula, você


seja capaz de:
 Analisar uma coluna em relação ao seu equilíbrio;
 Analisar colunas com condições de vínculo nas extremidades diferentes das
articuladas em relação ao fenômeno de flambagem;
 Calcular a carga crítica que poderá levar a coluna à flambagem.

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137

3 FLAMBAGEM

3.4 - FÓRMULA DE EULER PARA COLUNAS COM OUTRAS CONDIÇÕES


DE EXTREMIDADE

A fórmula de Euler foi desenvolvida para o caso de uma coluna cujas


extremidades são fixadas por pinos (livres para girar). Em outras palavras, o
comprimento L na equação representa a distância entre os pontos em que o momento
fletor atuante na viga é nulo.

Caso a coluna seja apoiada de outro modo, a fórmula de Euler poderá ser
utilizada para determinarmos a carga crítica, desde que L represente a distância entre
os pontos onde o momento fletor é nulo. Esta distância é chamada de comprimento
equivalente da coluna, 𝐿𝑒 . Assim:

𝜋²𝐸𝐼
𝑃𝑐𝑟 = (3.15)
𝐿2𝑒

 Uma extremidade engastada e outra livre

Neste caso, dizemos que o comprimento efetivo de flambagem 𝐿𝑒 da coluna é


igual a 2L, e substituímos 𝐿𝑒 = 2𝐿, na fórmula de Euler.

Figura 3.8
Fonte: BEER, 2006

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138

 Duas extremidades engastadas

A força cortante em C deve ser nula, bem como as componentes horizontais


das reações em A e B. O momento fletor é nulo em D, bem como em E. Concluímos
que o comprimento de flambagem de uma coluna com as duas extremidades
engastadas é 𝐿𝑒 = 𝐿/2.

Figura 3.9
Fonte: BEER, 2006

 Uma extremidade engastada e outra articulada

Resolvendo as equações e utilizando as condições de contorno, concluímos


que para uma coluna com uma extremidade engastada e outra articulada, o
comprimento efetivo de flambagem pode ser determinado pela equação
 2 EI 20,19 EI
2
 encontrando-se 𝐿𝑒 ≅ 0,7𝐿.
Le L2

Figura 3.10
Fonte: BEER, 2006

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139

Na Figura 3.11 estão ilustrados os comprimentos efetivos de colunas com


diversos tipos de condições de contorno.

Figura 3.11
Fonte: Adaptado de BEER, 2006
Algumas normas de projeto de estruturas empregam um coeficiente
adimensional K, chamado de fator de comprimento efetivo, onde

𝐿𝑒 = 𝐾. 𝐿

Desta forma, a carga de flambagem elástica passa a ser dada por,

𝜋²𝐸𝐼 𝜋²𝐸𝐼
𝑃𝑐𝑟 = 𝑜𝑢 𝑃𝑐𝑟 = (3.16)
(𝐾. 𝐿)² (𝐿𝑒 )²

onde os valores de K estão indicados na Figura 3.11.

E a equação para a tensão elástica de flambagem pode ser reescrita como,

𝜋²𝐸 𝜋²𝐸
𝜎𝑐𝑟 = 𝑜𝑢 𝜎𝑐𝑟 = (3.17)
𝐾.𝐿 2 𝐿𝑒 2
( ) (𝑟)
𝑟

𝐾.𝐿
onde ( ) é o índice de esbeltez multiplicado pelo fator de
𝑟
comprimento efetivo.

Se você quiser saber mais sobre a dedução das expressões que


chegaram aos valores do comprimento equivalente, sugiro uma leitura no
item 11.4 do BEER (2006).
Agora vamos praticar um pouco!

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140

EXEMPLO 1

(Adaptado de BEER, 2006) Uma coluna AB suporta uma carga centrada P.


Os cabos BC e BD estão esticados e impedem o movimento do ponto B no
plano xz. Usando a fórmula de Euler e um coeficiente de segurança igual a
2,5; sendo L = 20 ft e negligenciando a tensão nos cabos, determine a carga centrada P
admissível. Dado E = 29.106 psi.

Solução:
Os valores dos momentos de inércia estão tabelados na Figura 1.7. Para o perfil
W 8x15, temos:

𝐼𝑥 = 48 𝑖𝑛4 𝑒 𝐼𝑦 = 3,41 𝑖𝑛4

Aplicando a fórmula de Euler e considerando que os cabos BC e BD estão


esticadas e impedem o movimento no ponto B no plano xz, logo a estrutura se
comporta com engastada articulada. Assim, temos 𝐿𝑒 = 0,7𝐿

 2 EI mín
Pcr 
Le 2

𝑃𝑐𝑟 = 𝐶𝑆. 𝑃
𝜋 2 . 29. 106 . 3,41
2,5𝑃 =
(0,7𝐿)²
𝜋 2 . 29. 106 . 3,41
2,5𝑃 =
(0,7.20.12)²
𝑷 = 𝟏𝟑𝟖𝟏𝟖 𝒍𝒃 = 𝟏𝟑, 𝟖𝟐 𝑲𝒊𝒑

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141

EXEMPLO 2
(BEER, 2006) Uma coluna de alumínio de seção transversal retangular tem
comprimento L e extremidade engastada em B. A coluna suporta uma
carga centrada em sua extremidade A. Na extremidade A da coluna,
existem duas placas rígidas de cantos arredondados que impedem essa extremidade
de se movimentar em um dos planos verticais de simetria da coluna, mas não
impedem movimentos na direção do outro plano:
a) Determinar a relação a/b entre os lados da seção transversal que
corresponde à solução de projeto mais eficiente contra flambagem;
b) Dimensionar a seção transversal mais eficiente para a coluna, sabendo-se
que L = 500 mm, E = 70 GPa, P = 20 KN e que o coeficiente de segurança deve ser
de 2,5.

SOLUÇÃO:

Primeiro vamos analisar a Flambagem no plano xy:


Se observarmos a figura 3.11 podemos constatar que nesse plano temos 𝐿𝑒 = 0,7𝐿.
Para obter o raio de giração 𝑟𝑧 , consideramos:

ba 3
Iz  e I z  A.r ² , sendo A  a.b
12

I z ba 3 / 12 a 2
rz2   
ab a.b 12

a
rz 
12

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142

O índice efetivo de esbeltez da coluna com relação a flambagem no plano xy é:

Le 0,7 L

rz a / 12

Agora vamos analisar a Flambagem no plano xz:


Se observarmos a figura 3.11 podemos constatar que nesse plano temos 𝐿𝑒 = 2𝐿.
Para obter o raio de giração 𝑟𝑦 , fazemos processo idêntico ao anterior:

ab 3
Iy  e I y  A.r ² , sendo A  a.b
12

Iy ab 3 / 12 b 2 b
ry2    ry 
ab a.b 12 12

Le 2L

ry b / 12

a) Dimensionamento mais eficiente:


O dimensionamento mais eficiente é aquele para o qual as tensões que correspondem
aos dois modos possíveis de flambagem são iguais. Assim, usamos a equação 3.17 e o que
resta é igualar os índices de esbeltez, obtidos acima em relação aos eixos xy e xz.
0,7 L 2L

a / 12 b / 12

a 0,7
Calculando a relação a/b temos: 
b 2

𝒂
= 𝟎, 𝟑𝟓
𝒃

b) Por fim, vamos dimensionar para os dados fornecidos no problema:

𝑃𝑐𝑟 = 𝐶𝑆. 𝑃 = 2,5 . 20 = 50𝐾𝑁

Usando 𝑎 = 0,35𝑏, 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝐴 = 𝑎. 𝑏, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝐴 = 0,35𝑏 2


𝑃𝑐𝑟 50.103
𝜎𝑐𝑟 = =
𝐴 0,35𝑏 2

𝜋²𝐸
𝜎𝑐𝑟 =
(𝐿/𝑟)²

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143

𝐿𝑒 2 . 0,5 3,464
= =
𝑟𝑦 𝑏/√12 𝑏

50.103 π2 . 79 . 109
=
0,35𝑏 2 (3,464/𝑏)²

600.103
= 241,56. 109
𝑏2 . 𝑏2

𝒃 = 𝟑𝟗, 𝟕𝒎𝒎

Sendo a = 0,35.b

𝑎 = 0,35 .39,7𝑚𝑚

𝒂 = 𝟏𝟑, 𝟗 𝒎𝒎

Anotações:

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Resumo
144

Nesta aula, abordamos:

 Conceito de comprimento efetivo de flambagem;


 Conceito de índice de esbeltez efetivo;
 Análise de colunas com vários tipos de apoios;
 Aplicação do conceito de flambagem a colunas com vários tipos de
apoios;
 Carga crítica de Euler e tensão crítica em colunas com vários tipos de
apoios;
 Exemplos resolvidos.

Fonte: HIBBELER, 2004

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Complementar
145

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise os tópicos abordados na seção 13.3 no capítulo 13, na


bibliografia presente na Biblioteca Digital (HIBBELER, 2010);

 Resolva alguns dos problemas propostos na bibliografia básica,


relacionados a colunas, com vinculação diferente de articulação
nos extremos.

Assista a vídeos que mostram o fenômeno de flambagem de colunas:

https://www.youtube.com/watch?v=7Z4Uapc2K1U

https://www.youtube.com/watch?v=HF3W2T2eM28

https://www.youtube.com/watch?v=N1dBsupqTDo

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146
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 147

AULA 10

1 – (HIBBELER, 2010) A coluna de 3m tem as dimensões mostradas na figura.


Determine a carga crítica, considerando sua base engastada e o topo preso por pinos.
Usar 𝐸mad = 12 GPa, 𝜎e = 35 MPa. Resposta: 28KN

2 – (HIBBELER, 2010) A coluna de alumínio está presa na base e no seu topo está
ancorada por cabos de modo a impedir que o topo se movimente ao longo do eixo x. Se
considerarmos que ela está fixa na base, determine a maior carga admissível P que pode
ser aplicada. Use um coeficiente de segurança para a flambagem CS = 3. Considere:
𝐸Al = 70 GPa, 𝜎e = 215 MPa, A = 7,5. 10−3 m², 𝐼x = 61,3. 10−6 m4 e 𝐼x = 23,2. 10−6 m4 .
Resposta: 141KN

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148

3 – (HIBBELER, 2010) Uma coluna de aço W150x24 tem 8m de comprimento e as


extremidades engastadas. Sua capacidade de carga é aumentada pelas escoras de
reforço em torno do eixo y-y (fraco). Considere que as escoras estão acopladas por pinos
no ponto médio da altura da coluna. Determine a carga que a coluna pode suportar sem
flambagem e sem que o material ultrapasse a tensão de escoamento.
Considere 𝐸aço = 200 GPa, 𝜎e = 410 MPa Resposta: 461 KN

4 – (BEER, 2006) Uma coluna AB suporta uma carga centrada P de intensidade 65KN.
Os cabos BC e BD estão esticados e impedem o movimento do ponto B no plano xz.
Usando a fórmula de Euler e um coeficiente de segurança igual a 2,2 e negligenciando
a tensão nos cabos, determine o máximo comprimento admissível L.
Dado 𝐸aço = 200 GPa. Resposta: 6,32m

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Aula14911
Capítulo 3: Flambagem

APRESENTAÇÃO DA AULA

Continuando o capítulo 3, iremos agora estudar dois métodos para o projeto de


colunas carregadas excentricamente.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após a apresentação do conteúdo presente nessa aula, você


seja capaz de:
 Entenda o comportamento de colunas carregadas excentricamente;
 Utilizar o método da tensão admissível para o projeto de colunas com carga
excêntrica;
 Utilizar o método da interação para o projeto de colunas com carga
excêntrica;
 Aplicar a teoria nos exemplos resolvidos.

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150

3 FLAMBAGEM

3.5 – CARGAS EXCÊNTRICAS: FÓRMULA DA SECANTE

A fórmula de Euler foi desenvolvida para o caso de uma coluna onde a carga P
é sempre aplicada no centroide da área da seção transversal da coluna e que a coluna
é perfeitamente reta. Porém, na prática essa situação nem sempre ocorre, pois as
colunas não são perfeitamente retas e não se pode garantir a aplicação da carga no
centroide com precisão. Por isso as colunas não sofrem flambagem de uma forma
repentina e vão sofrer flexão após a aplicação do carregamento, estando limitada a
deflexão aos valores de tensões admissíveis ou a deformação permitida.

Vamos chamar de 𝑒 a excentricidade da carga, ou seja, a distância entre a linha


de ação de 𝑃 e o eixo da coluna (Figura 3.11-a). Vamos substituir a carga excêntrica
dada por uma carga centrada 𝑃 e um conjugado de momento 𝑀′ de momento igual a
𝑀′ = 𝑃. 𝑒 (Figura 3.11-b). Por menor que seja a carga 𝑃 e a excentricidade 𝑒, o
conjugado 𝑀′ sempre irá provocar alguma flexão na coluna.

Figura 3.12
Fonte: HIBBELER (2010)

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151

 A fórmula da secante

A tensão máxima na coluna pode ser determinada pode ser determinada


considerando que ela é provocada pela carga axial e pelo momento (Figura 3.13-a).
O momento máximo ocorre no ponto médio da coluna e seu valor é:

𝑀 = |𝑃(𝑒 + 𝑣𝑚á𝑥) |

𝑃𝐿
𝑀 = 𝑃𝑒 𝑠𝑒𝑐 (√ ) (3.18)
𝐸𝐼 2

Figura 3.13
Fonte: HIBBELER (2010)

Como mostra a Figura 3.13-b, a tensão máxima na coluna é de compressão e


seu valor é;3

𝑃 𝑀𝑐
𝜎𝑚á𝑥 = +
𝐴 𝐼

𝑃 𝑃𝑒𝑐 𝑃𝐿
𝜎𝑚á𝑥 = + 𝑠𝑒𝑐 (√ )
𝐴 𝐼 𝐸𝐼 2

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152

Visto que o raio de giração é definido como 𝑟 2 = 𝐼/𝐴, a equação acima pode
ser escrita em uma fórmula, denominada fórmula da secante:

𝑃 𝑒𝑐 𝐿 𝑃
𝜎𝑚á𝑥 = [1 + 𝑠𝑒𝑐 ( √ )] (3.19)
𝐴 𝑟² 2𝑟 𝐸𝐴

Nessa expressão temos:

𝜎𝑚á𝑥 = tensão elástica máxima na coluna, que ocorre no interior do lado côncavo no
ponto médio da coluna. A tensão é de compressão.
𝑃 = carga vertical, compressiva aplicada na coluna. 𝑃 < 𝑃𝑐𝑟 , a menos que a
excentricidade seja igual a zero, e nesse caso 𝑃 = 𝑃𝑐𝑟 .
𝑒 = excentricidade da carga P, medida do eixo neutro da área da seção transversal da
coluna até a linha de ação de P.
𝑐 = distância do eixo neutro até a fibra externa da coluna onde a tensão de compressão
é máxima.
𝐴 = área da seção transversal da coluna.
𝐿 = comprimento não apoiado da coluna no plano de flexão. Para outros apoios,
exceto pinos, o comprimento efetivo 𝐿𝑒 deve ser usado.
𝐸 = módulo de elasticidade para o material
𝑟 = raio de giração, 𝑟 2 = 𝐼/𝐴, onde I é o momento de inércia em torno do eixo neutro
ou de flexão.

“A equação 3.19 indica que há uma relação não linear entre a carga e a tensão. Por
consequência, o princípio da superposição não é aplicável e, portanto, as cargas têm de ser
somadas antes de determinar a tensão. Além do mais, qualquer fator de segurança usado
para o projeto deve ser aplicado à carga e não a tensão”. (HIBBELER, 2010, pág. 494).

A dedução da fórmula da secante não foi mostrada aqui, pois o nosso


objetivo é a aplicação da mesma em problemas de engenharia. Se você
tiver interessado em saber mais, consulte a seção 13.4 HIBBELER (2010)
e resolva os exemplos resolvidos 13.5 e 13.6.

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153

3.6 – FLAMBAGEM INELÁSTICA

As colunas, de um modo geral, podem ser classificadas de acordo com o tipo


de tensão desenvolvida em seu interior no momento da
falha. Em colunas compridas e esbeltas a falha é
denominada instabilidade elástica. Colunas
intermediárias falham devido à instabilidade inelástica,
ou seja, a tensão de compressão na falha é maior do que
a do limite de proporcionalidade do material. Colunas
curtas não se tornam instáveis, porém o material
simplesmente escoa ou sofre ruptura.

A maioria das colunas selecionadas nos projetos


de engenharia são as de comprimento intermediário. O
comportamento dessas colunas pode ser estudado se
modificarmos a equação de Euler de modo que ela
possa ser aplicada à flambagem inelástica.

Quando a coluna está na iminência de sofrer flambagem, a mudança que


ocorre nela é dentro de uma pequena faixa ∆ϵ, e por isso, o módulo de elasticidade
ou a rigidez do material pode ser considerado como módulo tangente, 𝐸𝑡 , definido
como a inclinação no diagrama tensão-deformação no ponto D (Figura 3.14-a).
Podemos dizer que, no momento de falha, a coluna comparta-se como se fosse feita
de um material que tivesse rigidez menor que quando se comporta elasticamente,
𝐸𝑡 < 𝐸.

Assim, a medida que o índice de esbeltez diminui, a tensão crítica de uma


coluna continua a aumentar; e pelo diagrama 𝜎 − 𝜖, o módulo tangente para o material
diminui.

Em resumo, quando a carga axial tende a provocar escoamento da coluna,


devemos usar o módulo tangente como equação de Euler para determinar a carga de
flambagem. Isso é denominado equação de Engesser, que é expressa pela fórmula:

𝜋²𝐸𝑡
𝜎𝑐𝑟 = (3.20)
𝐾.𝐿 2
( )
𝑟

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154

A Figura 3.14-b mostra uma representação gráfica dessa equação para colunas
intermediárias e curtas definido pelo diagrama 𝜎 − 𝜖, na Figura 3.14-a.

Figura 3.14
Fonte: HIBBELER, 2010

O exemplo 1 da aula 12 é uma aplicação do que acabamos de ver. Dê


uma olhadinha lá entes de seguir adiante com o conteúdo.

3.7 – PROJETO DE COLUNAS COM CARGAS CONCÊNTRICAS

Fórmulas empíricas baseadas em dados experimentais foram desenvolvidas


para utilização no projeto de colunas de aço, alumínio e madeira. O objetivo é dar uma
ideia de como as colunas são projetadas na prática, porém, essas formulas que
veremos a seguir não devem ser usadas para o projeto de colunas reais, a menos que
os códigos de referência e manuais de projeto sejam consultados.

 Colunas de aço
O fator de segurança aplicado é 23/12 = 1,92 e foi adotado como
especificação para a construção de edifícios pelo American Institute of
Steel Construction (AISC). Essa equação proposta pelo Structural
Stability Research Council (SSRC) é aplicável a colunas feitas de aço,
sendo o material elástico e onde o índice de esbeltez seja limitado a 200 e (𝐾𝐿/𝑟)𝑐 .

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155

12𝜋²𝐸 𝐾𝐿 𝐾𝐿
𝜎𝑐𝑟 = ( ) ≤ ≤ 200 (3.21)
23(𝐾𝐿/𝑟)² 𝑟 𝑐 𝑟

Se a tensão pela fórmula de Euler for maior do que 0,5𝜎𝑒 a equação não será
aplicável e o valor de (𝐾𝐿/𝑟)𝑐 pode ser determinado por:

𝜋²𝐸
0,5𝜎𝑐𝑟 =
(𝐾𝐿/𝑟)2𝑐

𝐾𝐿 2𝜋²𝐸
( ) =√ (3.22)
𝑟 𝑐 𝜎𝑒

Colunas com índice de esbeltez menores que (𝐾𝐿/𝑟)𝑐 são projetadas com base
em uma fórmula empírica parabólica, resultando em:

(𝐾𝐿/𝑟)²
[1 − 2(𝐾𝐿/𝑟)2 ] 𝜎𝑒
𝑐
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 5 (3/8)(𝐾𝐿/𝑟) (𝐾𝐿/𝑟)³
(3.23)
(3) + [ ] − [8(𝐾𝐿/𝑟)3 ]
(𝐾𝐿/𝑟)𝑐 𝑐

A figura 3.15 mostra a representação gráfica das equações 3.21 e 3.23.

Figura 3.15
Fonte: Adaptado de HIBBELER, 2010

 Colunas de alumínio
Como existem vários tipos de ligas de alumínio, há um conjunto
exclusivo para cada um. Para liga comum (2014-T6) usado na
construção de edifícios, as fórmulas são:
𝐾𝐿
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 195 𝑀𝑃𝑎 0≤ ≤ 12 (3.24)
𝑟

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156

𝐾𝐿 𝐾𝐿
𝜎𝑎𝑑𝑚 = [214,5 − 1,628 ( )] 𝑀𝑃𝑎 12 < ≤ 55 (3.25)
𝑟 𝑟

378125 𝑀𝑃𝑎 𝐾𝐿
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 55 < (3.26)
(𝐾𝐿/𝑟)² 𝑟

A figura 3.16 mostra a representação gráfica das equações. As duas primeiras


em linha reta são usadas para modelar efeitos de colunas nas faixas curtas e
intermediárias. A terceira fórmula é usada para colunas longas.

Figura 3.16
Fonte: Adaptado de HIBBELER, 2010

 Colunas de madeira
Colunas de madeiras curtas, intermediárias e longas, usadas na
construção civil, com seção transversal retangular de dimensões 𝑏 e 𝑑,
onde 𝑑 é a menor dimensão da seção transversal podem ser
projetadas pelas seguintes equações, segundo a NFPA (National
Forest Products Association):

𝐾𝐿
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 8,25 𝑀𝑃𝑎 0≤ ≤ 11 (3.27)
𝑑

1 𝐾𝐿/𝑑 2 𝐾𝐿
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 8,25 [1 − ( ) ] 𝑀𝑃𝑎 11 < ≤ 26 (3.28)
3 26 𝑑

3781 𝑀𝑃𝑎 𝐾𝐿
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 26 < ≤ 50 (3.29)
(𝐾𝐿/𝑑)² 𝑑

A madeira em questão tem módulo de elasticidade longitudinal 𝐸 = 12,4 𝐺𝑃𝑎 e


tensão de compressão de 8,25 MPa paralela as fibras. A equação 3.29 é a equação
de Euler com um fator de segurança de 3.

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157

A figura 3.17 mostra a representação gráfica das equações.

Figura 3.17
Fonte: Adaptado de HIBBELER, 2010

EXEMPLO

(HIBBELER, 2010) Uma tábua com seção transversal de 150mm por 40mm
é usada para suportar uma carga axial de 20KN. Se considerarmos que ela
é suportada por pinos no topo e na base, determine seu maior comprimento
admissível L como especificado pela NFPA.

SOLUÇÃO:

Observando a seção transversal podemos


concluir que a tábua flambará em torno do eixo y (eixo
mais fraco). Segundo as equações da NFPA 𝑑 é a
menor dimensão, logo 𝑑 = 40𝑚𝑚.
Considerando que a equação 3.29 é aplicável,
temos:
3781 𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑎𝑑𝑚 =
(𝐾𝐿/𝑑)²
P 3781 𝑀𝑃𝑎
=
𝐴 (𝐾𝐿/𝑑)²
20000 3781 𝑀𝑃𝑎
=
0,15.0,04 (1𝐿/0,04)²
𝐿 = 0,001336 𝑚
𝑳 = 𝟏, 𝟑𝟑𝟔 𝒎𝒎

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158

Precisamos fazer a verificação em relação ao índice de esbeltez:


𝐾𝐿
26 < ≤ 50
𝑟
No caso dessa coluna de madeira:
𝐾𝐿 1. 0,001336
= = 33,4
𝑟 0,04
O que demostra que a solução é válida.

3.8 – PROJETO DE COLUNAS COM CARGAS EXCÊNTRICAS

A Figura 3.18-a mostra uma coluna que suporta uma carga que age em uma
cantoneira acoplada a sua lateral (ou o carregamento poderia estar agindo em sua
borda). O momento 𝑀 = 𝑃. 𝑒 causado pela carga excêntrica deve ser considerado no
dimensionamento da coluna. Um perfil de tensão comum é mostrado na Figura 3.18-
b. Um método usual para colunas curtas e intermediárias é o que usa a equação da
tensão de compressão máxima:

𝑃 𝑀𝑐
𝜎𝑎𝑑𝑚 = + (3.30)
𝐴 𝐼
Assim comparamos o valor da 𝜎𝑚á𝑥 com a 𝜎𝑎𝑑𝑚 , que é determinada pelas
fórmulas do item 3.6, e 𝜎𝑚á𝑥 ≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚 , a coluna pode suportar a carga especificada,
caso contrário devemos aumentar a área da seção transversal da coluna e novas
𝜎𝑚á𝑥 e 𝜎𝑎𝑑𝑚 , devem ser calculadas.

Figura 3.18
Fonte: HIBBELER, 2010

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159

 Fórmula da Interação

Com o objetivo de verificar como interagem as cargas de flexão e as axiais no


projeto de uma coluna com carga excêntrica, consideramos as contribuições isoladas
dadas à área total da coluna pela força axial e pelo momento. A área total 𝐴 da coluna
necessária para resistir a esta combinação desses esforços é:

𝑃 𝑀𝑐
𝐴𝑎 + 𝐴𝑓 = (𝜎 + (𝜎 ≤𝐴 𝑜𝑢
)
𝑎 𝑎𝑑𝑚 𝑓) 𝑟2
𝑎𝑑𝑚

𝑃/𝐴 𝑀𝑐/𝐴𝑟²
+ ≤1
(𝜎𝑎 )𝑎𝑑𝑚 (𝜎𝑓 )
𝑎𝑑𝑚
(3.31)
𝜎𝑎 𝜎𝑓
+ ≤1
(𝜎𝑎 )𝑎𝑑𝑚 (𝜎𝑓 )
𝑎𝑑𝑚
onde:
𝜎𝑎 = tensão axial causada pela força 𝑃 e determinada por 𝜎𝑎 = 𝑃/𝐴, onde 𝐴 é a área
da seção transversal da coluna.
𝜎𝑓 = tensão de flexão causada por uma carga excêntrica ou por um momento aplicado
𝑀; 𝜎𝑓 é determinada por 𝜎𝑓 = 𝑀𝑐/𝐼, onde 𝐼 é o momento de inércia da seção
transversal da coluna.
(𝜎𝑎 )𝑎𝑑𝑚 = tensão axial admissível como definido pelas fórmulas do item 3.6 ou por
outras especificações encontradas em códigos ou manuais de projeto. Devemos usar
sempre o maior índice de esbeltez da coluna, independente do eixo em torno do qual
ela sofre flexão.
(𝜎𝑓 ) = tensão de flexão admissível como definido por especificações encontradas
𝑎𝑑𝑚
em códigos ou manuais de projeto.

Essa abordagem do projeto exige um procedimento


de tentativa e erro no qual o projetista escolhe uma coluna
disponível e depois faz a verificação, observando se a
desigualdade é satisfeita. Em caso negativo, deve
escolher uma seção maior e repetir o procedimento. Uma
escolha a favor da economia seria aquela em que o lado
esquerdo está próximo de 1, mas é menor que ele.

Na aula seguinte faremos uma revisão do


capítulo a partir da apresentação de vários
exemplos resolvidos.

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Resumo
160

Nesta aula, abordamos:

 Fórmula da secante;
 Flambagem inelástica;
 Projeto de colunas com cargas concêntricas;
 Projeto de colunas com cargas excêntricas;
 Fórmulas empíricas baseadas em dados experimentais para colunas de
aço, madeira e alumínio;
 Método da tensão admissível;
 Fórmula da interação;
 Exemplo resolvido segundo equação da NFPA para colunas de
madeira.

Fonte: HIBBELER, 2010, pág.495 e 504

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Complementar
161

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise os tópicos abordados na seção 13.5 a 13.7 no capítulo


13, na bibliografia presente na Biblioteca Digital (HIBBELER,
2010);

 Refaça os exemplos aqui resolvidos.

Assista a um vídeo de resolução de colunas com cargas excêntricas:

https://www.youtube.com/watch?v=PgPBmFOtV7U&t=494s

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162
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 163

AULA 11

1 – (HIBBELER, 2010) A coluna de madeira mostrada na figura abaixo é composta por duas
tábuas pregadas de modo que a seção transversal tem as dimensões mostradas. Se a coluna
estiver engastada na base e livre no topo, use a equação 3.30 para determinar a carga
excêntrica P que pode ser suportada. Resposta: 3,35KN

2– (HIBBELER, 2010) A coluna W360x79 de aço estrutural A-36 mostrada na figura abaixo
suporta uma carga axial de 400KN além de uma carga excêntrica P. Determine o máximo
valor admissível de P com base nas equações da AISC e equação 3.30. Considere que a
coluna está engastada na base e que seu topo está livre para oscilar no plano x-z, enquanto
presa por pinos no plano y-z. Resposta: 26,9KN

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Aula16412
Capítulo 3: Flambagem

APRESENTAÇÃO DA AULA

Para finalizar o capítulo 3 e revisar o que vimos, iremos agora fazer alguns
exemplos com aplicações de flambagem.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após a apresentação do conteúdo presente nessa aula, você


seja capaz de:
 Analisar uma coluna em relação ao seu equilíbrio;
 Analisar colunas com condições de vínculo de extremidades articuladas e
diferentes das articuladas em relação ao fenômeno de flambagem;
 Calcular a carga crítica que poderá levar a coluna à flambagem;
 Analisar o índice de esbeltez das colunas;
 Considerar colunas com cargas excêntricas e aplicar o método da tensão
admissível e da interação;
 Resolver exercícios práticos utilizando as fórmulas vistas.

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165

3 FLAMBAGEM
EXEMPLOS RESOLVIDOS: FLAMBAGEM

Para reforçarmos as aulas 9, 10 e 11, vamos agora resolver


questões que abordam todos os tópicos vistos. Sugiro que você refaça
essas questões e logo após, busque na bibliografia básica questões
similares, a fim de ampliar seu conhecimento.

EXEMPLO 1
(HIBBELER, 2010) Uma haste maciça com 30 mm de diâmetro e 600 mm
de comprimento é feita de um material que pode ser modelado pelo
diagrama tensão-deformação mostrado na figura abaixo. Se for usada uma
coluna apoiada por pinos, determine sua carga crítica:

SOLUÇÃO:
O raio de giração é dado por:

𝐼 (𝜋. 0,034 )/64


𝑟=√ =√ = 0,0075𝑚
𝐴 (𝜋. 0,032 )/4

O índice de esbeltez é:

𝐾𝐿 1 . 0,6
= = 80
𝑟 0,0075

Aplicando a equação 3.20, temos

𝜋²𝐸𝑡 𝜋²𝐸𝑡
𝜎𝑐𝑟 = = = 0,001542𝐸𝑡 (1)
(𝐿/𝑟)² (80)²

A tensão crítica será considerada elástica primeiramente, assim pelo diagrama


temos

150 𝑀𝑃𝑎
𝐸= = 150𝐺𝑃𝑎
0,001

Substituindo esse valor na equação (1)

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166

𝜎𝑐𝑟 = 0,001542𝐸𝑡 = 0,001542. 150. 109 = 231,3 𝑀𝑃𝑎

Como 𝜎𝑐𝑟 > 𝜎𝑙𝑝 = 150𝑀𝑃𝑎, ocorre flambagem inelástica.

Analisando agora o segundo segmento do diagrama tensão-deformação temos:

∆𝜎 270 − 150 (𝑀𝑃𝑎)


𝐸𝑡 = = = 120𝐺𝑃𝑎
∆𝜖 0,002 − 0,001

Aplicando novamente na equação (1):

𝜎𝑐𝑟 = 0,001542𝐸𝑡 = 0,001542. 120. 109 = 185,1 𝑀𝑃𝑎

Como esse valor encontra-se entre os limites de 150 MPa e 270 MPa, ele é na
verdade, a tensão crítica. Desta forma, a carga crítica na haste é dada por:

𝑃𝑐𝑟
𝜎𝑐𝑟 =
𝐴

6
𝜋(0,003)2
𝑃𝑐𝑟 = 185,1. 10 .
4
𝑷𝒄𝒓 = 𝟏𝟑𝟏 𝑲𝑵

EXEMPLO 2
(NASH, 2014) Utilizando a fórmula de Euler, determine a carga crítica para
a seção W 203x28 utilizada como uma coluna biarticulada. A barra tem 4m
de comprimento e 𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎. Considere que para esse perfil os
momentos de inércia valem: 𝐼𝑥 = 26,8. 106 𝑚𝑚4 𝑒 𝐼𝑦 = 3,28. 106 𝑚𝑚4 .
SOLUÇÃO:
Para resolvermos essa questão basta usarmos a equação de Euler usando o
valor do menor momento de inércia do perfil. Assim:

𝜋²𝐸𝐼
𝑃𝑐𝑟 =
(𝐾. 𝐿)²

𝜋 2 . 200. 109 3,28. 10−6


𝑃𝑐𝑟 =
(1.4)²

𝑷𝒄𝒓 = 𝟒𝟎𝟓 𝑲𝑵

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167

EXEMPLO 3

(HIBBELER, 2010) A coluna da figura abaixo é feita de liga de alumínio


2014-T6 e é usada para suportar uma carga excêntrica P. Determine o valor
de P que pode ser suportado se a coluna estiver engastada na base e livre
no topo. Use a equação 3.30.

SOLUÇÃO:

Primeiramente vamos determinar o índice de


esbeltez da coluna. Como a coluna está engastada na
base e livre no topo temos 𝐾 = 2.

𝐾𝐿 2 . 1,6
= = 277,13
𝑟 0,011547
Onde:

𝐼 0,08.0,043 /12
𝑟=√ =√ = 0,011547𝑚
𝐴 0,08.0,04

Devemos fazer a verificação, usando a equação 3.26:

378125 𝑀𝑃𝑎 378125 𝑀𝑃𝑎


𝜎𝑎𝑑𝑚 = = = 4,92 𝑀𝑃𝑎
(𝐾𝐿/𝑟)² (277,13)²

A determinação da tensão de compressão máxima na coluna é determinada


pela combinação da carga axial e flexão, assim temos:

𝑃 𝑀𝑐
𝜎𝑎𝑑𝑚 = +
𝐴 𝐼
𝑃 (𝑃. 0,02).0,04
𝜎𝑎𝑑𝑚 = +
0,08.0,04 0,04.0,083 /12

𝜎𝑎𝑑𝑚 = 0,00078125𝑃

Considerando que essa tensão é uniforme em toda a seção transversal, e não


apenas no contorno externo, temos que:

𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝜎𝑚á𝑥

4,92 = 0,00078125𝑃

𝑷 = 𝟔𝟐𝟗𝟕, 𝟑 𝑵 = 𝟔, 𝟑𝑲𝑵

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168

EXEMPLO 4
(HIBBELER, 2004) A coluna construída com perfil W8x40 de aço A-36
mostrada na figura abaixo está engastada na base e reforçada no topo, de
modo que se impeça seu deslocamento, mas ele fique livre para girar em
torno do eixo y-y. Além disso, a coluna pode oscilar para o lado no plano y-z.
Determinar a carga excêntrica máxima que ela suporta antes de começar a sofrer
flambagem ou o aço escoar.

SOLUÇÃO:

Considerando as condições de apoio,


podemos verificar que em torno do eixo y-y, a
coluna se comporta como se estivesse acoplada
por pino no topo, engastada na parte inferior e
submetida a carga axial 𝑃.
Em torno do eixo x-x, ela está livre no topo,
engastada na parte inferior e sujeita à carga axial
𝑃 e ao momento 𝑀 = 𝑃. 𝑒 = 𝑃. 9

Para o aço A-36 𝜎𝑒 = 36𝐾𝑠𝑖. Nos anexos deste caderno de estudos, buscamos
os valores das propriedades geométricas do perfil W8x40, obtendo:
8,25
𝐴 = 11,7 𝑖𝑛2 ; 𝐼𝑦 = 49,1 𝑖𝑛4 ; 𝑟𝑥 = 3,53 𝑖𝑛; 𝑐= = 4,125𝑖𝑛
2

Flambagem no eixo y-y:


Nesse caso, o fator K vale 0,7, de modo que fazendo a conversão de pés para
polegadas temos:
(𝐾𝐿𝑦 ) = 0,7.12.12 = 100,8 𝑖𝑛

𝜋²𝐸𝐼𝑦 𝜋 2 . 29. 106 . 49,1


𝑃𝑐𝑟 𝑦 = = = 1383 𝐾𝑖𝑝
(𝐾𝐿)2𝑦 (100,8)²

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169

Escoamento do eixo x-x:


Nesse caso, o fator K vale 2, de modo que fazendo a conversão de pés para
polegadas temos:
(𝐾𝐿𝑥 ) = 2.12.12 = 288 𝑖𝑛
Agora usamos as propriedades geométricas do perfil na fórmula da secante:

𝑃𝑥 𝑒𝑐 (𝐾𝐿)𝑥 𝑃𝑥
𝜎𝑒 = [1 + 2 𝑠𝑒𝑐 ( √ )]
𝐴 𝑟𝑥 2𝑟𝑥 𝐸𝐴

𝑃𝑥 9.4,125 288 𝑃𝑥
36 = [1 + 𝑠𝑒𝑐 ( √ )]
11,7 (3,53)² 2.3,53 29. 106 . 11,7
ou
421,2 = 𝑃𝑥 [1 + 2,979sec(0,07√𝑃𝑥 )]

Resolvendo em 𝑃𝑥 por tentaiva e erro, e observando que o argumento para sec


é dado em radianos, obtemos:

𝑷𝒙 = 𝟖𝟖, 𝟒 𝑲𝒊𝒑

Como essa valor é menor do que (𝑃𝑐𝑟 )𝑦 = 1383 𝐾𝑖𝑝, a falha ocorrerá em torno
do eixo x-x. Verificando para a tensão de escoamento do material:

𝑃𝑥 88,4
𝜎= = = 7,56 𝐾𝑠𝑖
𝐴 11,7

𝜎 = 7,56 < 𝜎𝑒 = 36 𝐾𝑠𝑖

Anotações:

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170

EXEMPLO 5
(HIBBELER, 2004) Um elemento de aço A-36 construído com um perfil
W10x100 é usado como coluna apoiada por pino como mostra a figura
abaixo. Usando as fórmulas de projeto de coluna do AISC, determinar a
maior carga que pode ser suportada com segurança:

SOLUÇÃO:

Para o aço A-36 𝜎𝑒 = 36𝐾𝑠𝑖. Nos anexos deste caderno de


estudos, buscamos os valores das propriedades geométricas do
perfil W10x100, obtendo:
𝐴 = 29,4 𝑖𝑛2 ; 𝑟𝑥 = 4,6 𝑖𝑛; 𝑟𝑦 = 2,65 𝑖𝑛
Nesse caso para ambos os eixos x e y o fator K vale 1. O
o índice de esbeltez é maior se for usado 𝑟𝑦 .
𝐾𝐿 1.16.12
( )= = 72,45
𝑟 2,65
Pela equação 3.22, temos:

𝐾𝐿 2𝜋²𝐸
( ) =√
𝑟 𝑐 𝜎𝑒

𝐾𝐿 2𝜋 2 . 29.10³𝐾𝑠𝑖
( ) =√ = 126,1
𝑟 𝑐 36𝐾𝑠𝑖

𝐾𝐿 𝐾𝐿
Desse modo, 0 < ( 𝑟 ) < ( 𝑟 ) , de modo que a equação 3.23 é aplicável:
𝑐

(𝐾𝐿/𝑟)² (72,45)²
[1 − 2(𝐾𝐿/𝑟)2 ] 𝜎𝑒 [1 − 2(126,1)² ] 36
𝑐
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 5 (3/8)(𝐾𝐿/𝑟) (𝐾𝐿/𝑟)³
= 5 (3/8)(72,45) 72,45³
(3) + [ ] − [8(𝐾𝐿/𝑟)3 ] (3) + [ ] − [8(126,1)³]
(𝐾𝐿/𝑟)𝑐 𝑐 126,1

𝜎𝑎𝑑𝑚 = 16,17 𝐾𝑠𝑖

A carga admissível P na coluna é dada por:

𝑃 𝑃
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 16,17 =
𝐴 29,4

𝑷 = 𝟒𝟕𝟔 𝑲𝒊𝒑

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171

EXEMPLO 6
(HIBBELER, 2004) A haste de aço da figura abaixo é usada para suportar
uma carga de 18 Kip. Se 𝐸𝑎ç𝑜 = 29.103 𝐾𝑠𝑖 𝑒 𝜎𝑒 = 50 𝐾𝑠𝑖, determine o
menor diâmetro possível para a haste pelas especificações do AISC. A
haste está engastada em ambas as extremidades.

SOLUÇÃO:

Para uma seção transversal circular o raio de giração é dado por:


𝐼 (𝜋. 𝑑4 )/64 𝑑
𝑟=√ =√ =
𝐴 (𝜋. 𝑑2 )/4 4

O índice de esbeltez é dado pela aplicação da equação 3.22:

𝐾𝐿 2𝜋²𝐸 2𝜋². 29.103 𝐾𝑠𝑖


( ) =√ = √ = 107
𝑟 𝑐 𝜎𝑒 50 𝐾𝑠𝑖

Como o raio de giração da haste é desconhecido, 𝐾𝐿/𝑟 é desconhecido e,


devemos escolher a aplicação entre as equações 3.22 ou 3.23. Vamos considerar a
equação 3.21 para uma coluna com as extremidades engastadas, onde 𝐾 = 0,5, de
modo que:
12𝜋 2 𝐸
𝜎𝑐𝑟 =
23(𝐾𝐿/𝑟)2

18𝐾𝑖𝑝 12𝜋 2 . 29.103 𝐾𝑠𝑖


=
(𝜋. 𝑑2 )/4 23[(0,5.15.12)/𝑑/4]2

22,92
= 1,152𝑑²
𝑑2
𝑑 = 2,11 𝑖𝑛
𝟏
Como diâmetro comercial é usado 𝒅 = 𝟐, 𝟐𝟓 𝒊𝒏 = 𝟐. 𝟒 𝒊𝒏

Fazendo a verificação em relação ao índice de esbeltez temos:


𝐾𝐿 0,5.15.15
≤ = 160
𝑟 (2,25/4)
Como 107 < 160 < 200, o uso da equação 3.21 é apropriado.

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Resumo
172

Nesta aula, revisamos por meio de exemplos resolvidos:

 Conceito e aplicação de comprimento efetivo de flambagem;


 Conceito e aplicação de índice de esbeltez efetivo;
 Análise de colunas com diferentes tipos de apoios;
 Análise de colunas com cargas excêntricas;
 Aplicação das diversas equações disponíveis para o dimensionamento
de colunas (carregamento ou seção transversal).

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Complementar
173

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise a teoria das aulas 8, 9 e 10 e faça um resumo de


conceitos, equações e suas aplicações;

 Resolva alguns dos problemas propostos na bibliografia básica


para reforçar seu aprendizado

Assista a vídeos que tratam do fenômeno de flambagem em colunas:

https://www.youtube.com/watch?v=KZ-Wbf9j_hY

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174
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 175

AULA 12

1 – (HIBBELER, 2004) Uma barra com comprimento de 30 polegadas é usada para


suportar uma carga axial de compressão de 12 Kip como mostra a figura abaixo. Ela
está apoiada por pinos nas extremidades e é feita de liga de alumínio 2014-T6.
Determinar as dimensões da área de sua seção transversal se sua largura for duas
vezes sua espessura. Resposta: b=1,05in

2 – (HIBBELER, 2004) A coluna da figura abaixo é feita de liga de alumínio 2014-T6


e é usada para suportar uma carga excêntrica P. Determinar a intensidade de P que
pode ser suportada se a coluna estiver engastada na base e livre no topo. Use a
equação 3.30. Resposta: 2,25 Kip

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176

3 – (BEER, 2006) Determinar a maior carga P que pode ser suportada com segurança
por um perfil de aço laminado W370x74, que forma uma coluna de 4,5m de
comprimento de flambagem. Usar o método da tensão admissível. Sabe-se que
E = 200 𝐺𝑃𝑎 𝑒 𝜎𝑒 = 250 𝑀𝑃𝑎. Resposta: 333KN

4 – (BEER, 2006) Resolver o problema anterior pelo método da interação. Adotar para
o esforço de flexão admissível (𝜎𝑓 ) = 150 𝑀𝑃𝑎. Resposta: 428KN
𝑎𝑑𝑚

5 – (HIBBELER, 2004) A coluna de aço A-36 construída com um perfil W6x20


mostrada na figura abaixo está acoplada por pinos nas duas extremidades e sujeita a
carga excêntrica P. Usando a equação da interação, determinar a maior carga que
pode ser suportada com segurança, e supondo que o esforço de flexão admissível
seja (𝜎𝑓 ) . Resposta: 8,43 Kip
𝑎𝑑𝑚

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Aula17713
Capítulo 4: Métodos de Energia – Trabalho de
Deformação

APRESENTAÇÃO DA AULA

Iniciaremos agora o último capítulo da disciplina que se chama Métodos de


Energia ou Trabalho de Deformação. Até agora nos preocupamos com as relações
existentes entre forças e deformações, sob diversas condições de carregamento.
Nossa análise foi baseada no método newtoniano da mecânica, que se apoia nas
representações vetoriais das equações de equilíbrio, com base em dois conceitos
fundamentais: o conceito de Tensão e o de Deformação.
O objetivo geral deste capítulo é tratar de um terceiro conceito, também
importante, o conceito de Energia de Deformação (método lagrangeano). O conceito
de Energia de Deformação é particularmente útil no estudo de peças submetidas a
cargas de choque ou impacto e problemas que envolvam o cálculo de flexão.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após a apresentação do conteúdo presente nessa aula, você


seja capaz de:
 Definir trabalho de deformação;
 Definir trabalho de deformação específico;
 Definir módulo de resiliência;
 Definir módulo de tenacidade;
 Aplicar a equação para o trabalho de deformação para tensões normais;
 Aplicar a equação para o trabalho de deformação para cargas axiais;
 Aplicar a equação para o trabalho de deformação para carga de flexão.

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178

4 MÉTODOS DE ENERGIA – TRABALHO DE DEFORMAÇÃO

4.1 – INTRODUÇÃO

Nesse capítulo veremos inicialmente os métodos de cálculo de energia interna


de deformação em membros estruturais. As expressões para energia de deformação
elástica em barras com carregamento axial e membros submetidos a torques serão
analisadas por uma relação para
cálculo de deformação na flexão de
vigas. Então usando a lei da
conservação da energia e
igualando a energia de deformação
interna ao trabalho externo,
podemos obter a deflexão em
alguns membros. Usando este
princípio determinamos a tensão e
a deflexão do elemento quando
este é submetido a impacto.

4.2 – TRABALHO EXTERNO E ENERGIA DE DEFORMAÇÃO

Vamos considerar a barra BC, submetida a uma carga axial P que aumenta
gradual e crescente (Figura 4.1). A curva tensão-deformação da barra BC pode ser
vista na Figura 4.2.

Figura 4.1 Figura 4.2


Fonte: BEER, 2006

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179

Na mecânica, uma força realiza trabalho quando sofre um deslocamento 𝑑𝑥 na


mesma direção dela. O trabalho elementar 𝑑𝑈 realizado pela força 𝑃 para um
alongamento 𝑑𝑥 é:

𝑑𝑈 = 𝑃𝑑𝑥 (4.1)

que é igual ao elemento de área de largura 𝑑𝑥 sob a curva força-deformação.

O trabalho total quando a barra sofre uma deformação 𝑥1 é:


𝑥1
𝑈 = ∫ 𝑃𝑑𝑥 (4.2)
0

o que resulta em um aumento da energia armazenada pela barra,


associada à sua deformação.

No caso de uma deformação linear e elástica:

Figura 4.3
Fonte: BEER, 2006

𝑥1
𝐾𝑥12
𝑈=∫ 𝐾𝑥𝑑𝑥 =
0 2

𝑃1 𝑥1
𝑈= (4.3)
2

Assim, como a força é aplicada à barra gradualmente, sua intensidade aumenta


de zero até algum valor 𝑃, e consequentemente, o trabalho realizado é igual a
intensidade média da força, 𝑃/2, multiplicado pelo deslocamento total 𝑥1 . Isso pode
ser representado graficamente pela área do triângulo da Figura 4.3.

Já um momento (conjugado) 𝑀 realiza trabalho quando sofre um deslocamento


de rotação 𝑑𝜃 ao longo de sua linha de ação. O trabalho realizado é definido como

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180

𝑑𝑈 = 𝑀𝑑𝜃 (Figura 4.4). Se ângulo total de deslocamento é 𝜃 radianos, o trabalho


torna-se:
𝜃
𝑈 = ∫ 𝑀𝑑𝜃 (4.4)
0

Da mesma forma que no caso da força, se o momento


(conjugado) 𝑀 for aplicado a um corpo feito de material com
comportamento linear-elástico, tal que sua intensidade aumenta
gradualmente de zero em 𝜃 = 0 para 𝑀 𝜃 em 𝜃, o trabalho será:

𝑀𝜃
𝑈= (4.5)
2

O conceito do trabalho de deformação é importante para a determinação dos


efeitos de choques e impactos provocados por carregamentos em elementos
estruturais e componentes de máquina.

Lembramos que trabalho e energia são expressos, no SI de unidades, por:


𝑁. 𝑚 = 𝐽 (𝐽𝑜𝑢𝑙𝑒).

4.3 – TRABALHO DE DEFORMAÇÃO ESPECÍFICO

Uma vez que a tensão é uniforme ao longo de toda a barra, podemos dividir a
energia de deformação pelo volume da barra e obter a energia de deformação por
unidade de volume, que é definida como o trabalho de deformação específico do
material 𝑢, dado por:

𝑥1
𝑈 𝑃
𝑢= =∫ 𝑑𝑥
𝑉 0 𝐴𝐿

onde 𝑃/𝐴 representa a tensão normal 𝜎𝑥 da barra, o volume 𝑉 = 𝐴. 𝐿 e 𝑥/𝐿 representa


a deformação específica 𝜀𝑥 . Assim:
𝜀1
𝑈
= ∫ 𝜎𝑥 𝑑𝜀𝑥
𝑉 0

e 𝜀1 representa o valor da deformação específica correspondente ao alongamento 𝑥1 .

No SI de unidades, temos: J /m³ ou seus múltiplos KJ /m³, MJ /m³.

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181

Essa análise é importante para que não fiquemos limitados as dimensões da


barra e para que possa ser dirigida para as propriedades do material.

O trabalho de deformação específico 𝑢 é igual a área do diagrama tensão-


deformação, medida de 𝜀𝑥 = 0 até 𝜀𝑥 = 𝜀1 . Se o carregamento for retirado, as tensões
caem para zero mas aparece uma deformação permanente 𝜀𝑝 e somente a parte do

trabalho específico correspondente à área triangular pode ser recuperada. O restante


da energia se perde sob a forma de calor (Figura 4.5).

Figura 4.5
Fonte: Adaptado de BEER, 2006

Figura 4.6
Fonte: BEER, 2006

 Módulo de Tenacidade (𝜀𝑅 ): é a área total sob o diagrama


𝜎 − 𝜀, e representa a energia por unidade de volume necessária para
provocar a ruptura do material (Figura 4.6).

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182

O trabalho de deformação específico para provocar a ruptura do material está


relacionado com a sua ductilidade e com sua tensão última. A capacidade de uma
estrutura resistir a força de impacto depende da tenacidade do material.

Se a tensão permanecer abaixo do limite de proporcionalidade do material a


Lei de Hooke é válida e podemos escrever:

𝜎1 = 𝐸𝜀𝑥 (4.6)

Substituindo na equação (4.4), temos:


𝜀1 𝜀1
𝐸𝜀12
𝑢 = ∫ 𝜎𝑥 𝑑𝜀𝑥 = ∫ 𝐸𝜀𝑥 𝑑𝜀𝑥 = (4.7)
0 0 2

Ou expressando 𝜀1 em termos da tensão correspondente 𝜎1 :

𝜎12
𝑢= (4.8)
2𝐸

 Módulo de Resiliência do material: é o valor de 𝑢𝑒 do trabalho


de deformação específico que obtemos se fizermos 𝜎1 = 𝜎𝑒 , na
equação 4.8, onde 𝜎𝑒 é a tensão de escoamento.

𝜎𝑒2
𝑢𝑒 = (4.9)
2𝐸

O módulo de resiliência é igual a área sob o diagrama tensão-deformação


correspondente a reta e representa a energia por unidade de volume que o material
pode absorver sem sofrer escoamento (Figura 4.7). A resiliência é a propriedade que
o material tem de suportar um impacto sem ficar deformado permanentemente.

Figura 4.7
Fonte: BEER, 2006

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183

O módulo de tenacidade e o módulo de resiliência que veremos a seguir,


representam valores característicos do trabalho de deformação específico 𝑢 do
material, e são expressos no SI em J/m³.

EXEMPLO 1
(Adaptado de BEER, 2006) A barra AB é construída em aço para o qual a
tensão de escoamento 𝜎𝑌 = 42𝐾𝑠𝑖. Sabendo que uma quantidade de
energia de deformação elástica igual a 100lb.in será armazenada pela
barra devido à ação de P e usando E = 29 x 10 3 Ksi, determine o diâmetro para esta
barra de modo que o fator de segurança em relação ao escoamento seja igual a 6.

SOLUÇÃO:

Como se deseja um coeficiente de segurança igual a 6, a barra deve ser


projetada para um trabalho de deformação de 𝑈 = 6.100 = 600 𝑙𝑏. 𝑖𝑛.

O volume da barra é 𝑉 = 𝐴. 𝐿, onde 𝐿 = 6.12 = 72𝑖𝑛

A área da barra é: 𝐴 = (𝜋𝑑 2 )/4

Como a barra tem seção uniforme, o trabalho de deformação específico é:

𝑈 600 600.4
𝑢= = =
𝑉 [(𝜋𝑑 )/4]. 𝐿 (𝜋𝑑 2 ). 72
2

O módulo de resiliência é igual ao trabalho de deformação específico 𝑢𝑒 quando


a tensão máxima é igual a 𝜎𝑒 : Assim temos:

𝜎𝑒2 (42.10³)²
𝑢𝑒 = = 𝑒 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑢
2𝐸 2.29. 106

600.4 (42.10³)²
=
𝜋𝑑 2 . 72 2.29. 106

𝑑 2 = 0,349

𝒅 = 𝟎, 𝟓𝟗𝟏 𝒊𝒏

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184

4.4 – TRABALHO DE DEFORMAÇÃO ELÁSTICA PARA TENSÕES NORMAIS

Em uma peça estrutural com distribuição de tensões não uniforme, o trabalho


de deformação específico 𝑢 pode ser definido considerando-se a energia de
deformação de um pequeno elemento de material de volume ∆𝑉 e escrevendo:

∆𝑈 𝑑𝑈
𝑢 = lim 𝑜𝑢 𝑢= (4.10)
∆𝑉→0 ∆𝑉 𝑑𝑉

Temos ainda:
𝜀1
𝑢 = ∫ 𝜎𝑥 𝑑𝜀𝑥
0

Mas agora a tensão, a deformação específica e o trabalho de deformação específico


geralmente vão variara de um ponto a outro. Para valores da tensão dentro do limite
de proporcionalidade, podemos aplicar a Lei de Hooke na equação anterior e
escrever:

𝐸𝜀𝑥2 𝜎𝑥 𝜀𝑥 𝜎𝑥2
𝑢= = = (4.11)
2 2 2𝐸

Assim, obtemos a equação para deformações elásticas conhecida como


trabalho de deformação elástico 𝑈 de um corpo sujeito a tensões normais uniaxiais:
𝐿
𝜎𝑥2
𝑈=∫ 𝑑𝑉 (4.12)
0 2𝐸

 Trabalho de deformação para carga axial

Consideremos a Figura 4.7. Se 𝐴 é a área da seção localizada a uma distância


𝑥 da extremidade B da barra, 𝑃 é o esforço interno da seção, temos 𝜎𝑥 = 𝑃/𝐴, e
fazendo 𝑑𝑉 = 𝐴𝑑𝑥:
𝐿
𝑃²
𝑈=∫ 𝑑𝑥 (4.13)
0 2𝐴𝐸

Se a barra tem seção transversal uniforme (Figura 4.8):

𝑃²𝐿
𝑈= (4.14)
2𝐴𝐸

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185

Figura 4.7 Figura 4.8


Fonte: BEER, 2006

Vejamos o exemplo 1 a seguir que ilustra esse caso:

EXEMPLO 2
(BEER, 2006) Uma barra se compõe de dois trechos BC e CD do mesmo
material e de mesmo comprimento, mas com seções transversais
diferentes. Determinar o trabalho de deformação da barra quando ela fica
sujeita a uma força centrada P, exprimindo o resultado em função de P, L, E, da área
A do trecho CD e da relação 𝑛 entre os dois diâmetros.

SOLUÇÃO:

Devemos usar a equação 4.14 para calcular o trabalho de deformação de cada


uma das duas partes, somamos as expressões encontradas:

𝑃2 (𝐿/2) 𝑃2 (𝐿/2) 𝑃2 𝐿 1
𝑈= + = (1 + )
2𝐴𝐸 2(𝑛²𝐴)𝐸 4𝐴𝐸 𝑛²

Para:
𝑷𝟐 𝑳
𝑛 = 1 → 𝑼𝟏 =
𝟐𝑨𝑬

𝟓𝑷𝟐 𝑳
𝑛 = 2 → 𝑼𝟐 =
𝟏𝟔𝑨𝑬

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186

Observamos que à medida que 𝑛 aumenta, 𝑈 diminui, resultando em uma perda


da capacidade de absorção de energia da barra toda. Devemos então, evitar
mudanças desnecessárias de seção de barras estruturais que possam ficar
submetidas a forças de impacto.

EXEMPLO 3
(BEER, 2006) Duas barras do mesmo material e de mesma seção
transversal de área 𝐴 suportam uma força P no ponto B. Determinar o
trabalho do sistema.

SOLUÇÃO:

O trabalho de deformação do sistema é dado por:

𝐹𝐵𝐶 2 (𝐵𝐶) 𝐹𝐵𝐷 2 (𝐵𝐷)


𝑈= +
2𝐴𝐸 2𝐴𝐸

Da figura, tiramos: 𝐵𝐶 = 3/5𝑙 = 0,6𝑙 e 𝐵𝐷 = 4/5𝑙 = 0,8𝑙

Do diagrama de corpo livre do pino B e do triângulo de forças correspondente,


encontramos: 𝐹𝐵𝐶 = 0,6𝑃 e 𝐹𝐵𝐷 = −0,8𝑃

𝐹𝐵𝐶 2 (𝐵𝐶) 𝐹𝐵𝐷 2 (𝐵𝐷) (0,6𝑃)2 (0,6𝑙) (−0,8𝑃)2 (0,8𝑙)


𝑈= + = +
2𝐴𝐸 2𝐴𝐸 2𝐴𝐸 2𝐴𝐸

𝑃2 𝑙(0,63 + 0,8³)
𝑈=
2𝐴𝐸

𝑷𝟐 𝒍
𝑼 = 𝟎, 𝟑𝟔𝟒
𝑨𝑬

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187

 Trabalho de deformação na flexão

Seja a viga da Figura 4.9 onde atua um momento 𝑀 a uma distância 𝑥 do ponto
𝐴.

Figura 4.9
Fonte: BEER, 2006

Desprezando (por enquanto) a influência da força cortante, e lembrando que a


My
tensão normal  x  , substituímos essa expressão na equação 4.12, escrevendo:
I

𝜎𝑥2 𝑀²𝑦²
𝑈=∫ 𝑑𝑉 = ∫ 𝑑𝑉
2𝐸 2𝐸𝐼²

Fazendo 𝑑𝑉 = 𝐴𝑑𝑥
𝐿
𝑀2
𝑈=∫ (∫ 𝑦²𝑑𝐴) 𝑑𝑥
0 2𝐸𝐼 2

Onde ∫ 𝑦²𝑑𝐴 representa o momento de inércia I da seção transversal em


relação a linha neutra e 𝐸𝐼 a rigidez flexional da viga. Assim podemos escrever:

𝐿
𝑀2
𝑈=∫ 𝑑𝑥 (4.15)
0 2𝐸𝐼

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188

EXEMPLO 4
(BEER, 2006) Determinar o trabalho de deformação da viga prismática em
balanço AB levando em conta apenas o efeito das tensões normais.

SOLUÇÃO:

O momento fletor 𝑀 a uma distância 𝑥 da extremidade 𝐴 é 𝑀 = −𝑃𝑥. Assim,


basta substituirmos esse valor na equação 4.15:
𝐿 𝐿 𝐿
𝑀2 (−𝑃𝑥)2 𝑃²𝑥 2
𝑈=∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥
0 2𝐸𝐼 0 2𝐸𝐼 0 2𝐸𝐼

𝑷²𝒙𝟑
𝑼=
𝟔𝑬𝑰

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Resumo
189

Nesta aula, abordamos:

 Definição de energia de deformação de um membro estrutural


associado com a deformação do mesmo;
 Definição do trabalho de deformação específico ou energia de
deformação específica;
 Análise do digrama tensão-deformação de um material, a partir das
definições do módulo de resiliência e do módulo de tenacidade;
 Equações para determinação da energia de deformação para tensões
normais, carga axial e de flexão com exemplos resolvidos.

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Complementar
190

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise os tópicos abordados nas seções 10.1 a 10.4 no capítulo


10, na bibliografia (BEER, 2006);

 Refazer os exemplos resolvidos.

Assista a um vídeo que apresenta uma introdução ao conteúdo desse


capítulo:

https://www.youtube.com/watch?v=icQl40HOHZo

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191
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 192

AULA 13

1 – Pesquise e dê exemplos de casos onde a energia de deformação tem aplicação


na engenharia.

2 – Qual a diferença entre módulo de resiliência e módulo de tenacidade?

3 – (BEER, 2006) Durante uma operação de rotina de fabricação, a barra AB deve


adquirir um trabalho de deformação elástica de 14 N.m. Sabendo-se que E=200 GPa,
determine qual deve ser a tensão de escoamento do aço, se o coeficiente de
segurança em relação a deformação permanente deve ser igual a 5.
Resposta: 243,8 MPa

4 – A barra AB é de aço para a qual a tensão de escoamento vale 300 MPa.


Uma quantidade de energia elástica igual a 15 J será armazenada pela ação da força
P. Usando E = 190 GPa, determine o comprimento desta barra para o qual o
coeficiente de segurança em relação ao escoamento será cinco.
Resposta: 6,3m

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193

5 – (BEER, 2006) Para a viga da figura abaixo pede-se:

a) Determinar o trabalho de deformação, levando em conta apenas o efeito das


𝑷²𝒂²𝒃²
tensões normais devido à flexão. Resposta: 𝑼= 𝟔𝑬𝑰𝑳

b) Calcular o trabalho de deformação, se a viga é um perfil W250x67, onde P = 200KN;


L = 3,6m, a = 0,9m, b = 2,7m, e E = 200 GPa. Resposta: U = 0,53KN.m

6 – (BEER, 2006) A treliça mostrada na figura é construída em alumínio para o qual


E=200GPa. Determine o valor do trabalho de deformação realizado pelas forças
indicadas.
Resposta: 126,8 J

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Aula19414
Capítulo 4: Métodos de Energia – Trabalho de
Deformação

APRESENTAÇÃO DA AULA

Continuando o capítulo 4, iremos agora considerar expressões para o cálculo


da energia de deformação elástica em barras associada as tensões de cisalhamento
e a cargas de torção, além de fazer uma breve análise sobre carga de choque.

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após a apresentação do conteúdo presente nessa aula, você


seja capaz de definir e calcular:
 Energia de deformação devido a tensões de cisalhamento;
 Energia de deformação devido a torção;
 Energia de deformação devido a uma única carga;
 Energia de deformação devido a carregamento de choque;
 Aplicações dos conceitos de trabalho na determinação dos efeitos de
choques e impacto provocado por carregamentos em elementos estruturais.

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195

4 MÉTODOS DE ENERGIA – TRABALHO DE DEFORMAÇÃO

4.5 – TRABALHO DE DEFORMAÇÃO ELÁSTICO PARA TENSÕES DE


CISALHAMENTO

Se considerarmos um material submetido a tensões planas 𝜏𝑥𝑦 , o trabalho


específico de deformação pode ser expresso por
𝛾𝑥𝑦
𝑢=∫ 𝜏𝑥𝑦 𝑑𝛾𝑥𝑦 (4.16)
0

onde 𝛾𝑥𝑦 é a deformação de cisalhamento correspondente à tensão 𝜏𝑥𝑦 (Figura 4.10-


a). Na Figura 4.10-b, podemos observar que o trabalho de deformação específico 𝑢 é
igual a área sob o digrama tensão-deformação para tensões cisalhantes.
Considerando os valores de 𝜏𝑥𝑦 abaixo do limite de proporcionalidade, temos que
𝜏𝑥𝑦 = 𝐺𝛾𝑥𝑦 , e 𝐺 é o módulo de elasticidade transversal do material, assim escrevemos:

2 2
𝐺𝛾𝑥𝑦 𝜏𝑥𝑦 𝛾𝑥𝑦 𝜏𝑥𝑦
𝑢= = = (4.17)
2 2 2𝐺

Figura 4.10
Fonte: BEER, 2006

Já vimos na equação 4.10 que o trabalho de deformação específico é dado por:

𝑑𝑈
𝑢= (4.10)
𝑑𝑉

Assim a equação que define o trabalho de deformação elástica para as


deformações de cisalhamento de um corpo, válida para deformações
elásticas, é:

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196

2
𝜏𝑥𝑦
𝑈=∫ 𝑑𝑉 (4.18)
2𝐺

 Trabalho de deformação na torção

Vamos considerar o eixo BC de comprimento 𝐿 submetido a um ou vários


conjugados de torção (Figura 4.11). Seja 𝐼𝑃 o momento polar de inércia da seção
situada a uma distância 𝑥 do ponto B. Se 𝑇 é o momento torçor na seção, as tensões
de cisalhamento na seção são dadas por 𝜏𝑥𝑦 = 𝑇𝜌/𝐼𝑃 . Substituindo esses valores na
equação 4.18 temos:
2
𝜏𝑥𝑦 𝑇²𝜌²
𝑈=∫ 𝑑𝑉 = ∫ 𝑑𝑉
2𝐺 2𝐺𝐼𝑃 ²

Sendo 𝑑𝑉 = 𝑑𝐴𝑑𝑥, onde 𝑑𝐴 é um elemento da área da seção transversal, e


observando que 𝑇 2 𝜌2 /2𝐺𝐼𝑃 ² é função apenas de 𝑥, podemos escrever:
𝐿
𝑇2
𝑈=∫ (∫ 𝜌²𝑑𝐴) 𝑑𝑥
0 2𝐺𝐼𝑃2

Onde ∫ 𝜌²𝑑𝐴 representa o momento de inércia 𝐼𝑃 da seção transversal em


relação a linha neutra e 𝐸𝐼 a rigidez flexional da viga. Assim podemos escrever:
𝐿
𝑇2
𝑈=∫ 𝑑𝑥 (4.19)
0 2𝐺𝐼𝑃

Figura 4.11 Figura 4.12


Fonte: BEER, 2006

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197

No caso do eixo da figura 4.12, de seção transversal uniforme, submetido a


conjugados de torção iguais e de sentido contrário, aplicados nas suas extremidades,
a equação 4.19 fica:

𝑇²𝐿
𝑈= (4.20)
2𝐺𝐼𝑃

EXEMPLO 4
(Adaptado de BEER, 2006) Para o eixo da figura, determinar o trabalho de
deformação do eixo quando ele fica submetido a um conjugado de torção
aplicado na extremidade D. Expressar o resultado em termos de 𝑇, 𝐿, 𝐺 𝑒 𝐼𝑃
e da relação 𝑛 entre os diâmetros.

SOLUÇÃO:

Podemos usar a equação 4.20 para calcular o trabalho de deformação de cada


um dos dois trechos e depois somar os dois resultados. Observe que o momento polar
de inércia do trecho BC é 𝑛4 𝐼𝑃 . Assim:

𝑇²(0,5𝐿) 𝑇²(0,5𝐿)
𝑈𝑛 = +
2𝐺𝐼𝑃 2𝐺(𝑛4 𝐼𝑃 )

𝑇2 1
𝑈𝑛 = (1 + 4 )
4𝐺𝐼𝑃 𝑛

1 + 𝑛4 𝑇 2 𝐿
𝑈𝑛 = .
2𝑛4 2𝐺𝐼𝑃

𝑇 2𝐿
𝑛 = 1 → 𝑈1 =
2𝐺𝐼𝑃

17
𝑛 = 2 → 𝑈2 = 𝑈
32 1

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198

Como a máxima tensão de cisalhamento corre na parte CD do eixo, da mesma


forma que para carregamento axial, podemos concluir que o aumento do diâmetro do
trecho BC resulta em uma diminuição na capacidade de absorção de energia de todo
o eixo.

4.6 - TRABALHO DE DEFORMAÇÃO A UMA ÚNICA CARGA

O trabalho de deformação pode ser calculado, para o caso de um único


carregamento, desde que conheçamos a relação entre o carregamento e a
deformação. Essa deformação é dada pela flecha máxima do membro estrutural
(encontrada, por exemplo, no Apêndice D, BEER, 2006). Assim temos:

 Carga concentrada

Figura 4.13
Fonte: BEER, 2006
𝑦1
1 1 𝑃1 𝐿3
𝑈 = ∫ 𝑃 𝑑𝑦 = − 𝑃1 𝑦1 = − 𝑃1 (− )
0 2 2 3𝐸𝐼

𝑷𝟐𝟏 𝑳𝟑
𝑼= (4.21)
𝟔𝑬𝑰

 Momento Fletor

Figura 4.14
Fonte: BEER, 2006

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199

𝜃1
1 1 𝑀1 𝐿
𝑈 = ∫ 𝑀 𝑑𝜃 = 𝑀1 𝜃1 = 𝑀1 ( )
0 2 2 𝐸𝐼

𝑴𝟐𝟏 𝑳
𝑼= (4.22)
𝟐𝑬𝑰

 Momento Torçor

Figura 4.15
Fonte: BEER, 2006

∅1
1 1 𝑇1 𝐿3
𝑈 = ∫ 𝑇 𝑑∅ = 𝑇1 ∅1 = 𝑇1 ( )
0 2 2 𝐺𝐼𝑃

𝑻𝟐𝟏 𝑳
𝑼= (4.23)
𝟐𝑮𝑰𝑷

Essas equações vistas neste tópico, são importantes pois podem simplificar a
solução de muitos problemas que envolvem o carregamento dado por impacto.

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200

4.7 – CARREGAMENTO PRODUZIDO POR IMPACTO

Carregamento de impacto é um carregamento


dinâmico em que a taxa de carregamento é quase
instantânea e as forças de amortecimento não
conseguem dissipar quantidade significativa de
energia. Dessa forma, a resposta estrutural depende
além da energia de impacto, da rigidez da estrutura,
da rigidez do contato e das propriedades mecânicas
do material.

Isso pode ser visualizado se considerarmos a


barra da Figura 4.16-a de seção transversal uniforme,
que recebe o impacto da massa 𝑚, movendo-se na
velocidade 𝑣0 na extremidade B. A barra de deforma
pela ação do impacto (Figura 4.16-b) e ocorrem
tensões do material que atingem o valor máximo 𝜎𝑚 .
Durante um certo tempo a barra vibra, e em repouso
as tensões desaparecem. Essa sequência é o que temos por carregamento produzido
por impacto ou choque.

Figura 4.16
Fonte: BEER, 2006

Para determinarmos o valor máximo 𝜎𝑚 da tensão, vamos adotar que a energia


1
cinética 𝑇 = (𝑚. 𝑣02 ) do corpo que se choca com a estrutura é transferido totalmente
2

para ela. Assim o trabalho de deformação máximo 𝑈𝑚 correspondente a deformação


máxima 𝜎𝑚 é:

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201

1
𝑈𝑚 = (𝑚. 𝑣02 ) (4.24)
2

Se considerarmos que ocorre uma transferência total de energia do corpo para


a estrutura, estaremos fazendo um dimensionamento seguro. Além disso, vamos
adotar ainda que o diagrama tensão deformação obtido em um ensaio estático é válido
para um carregamento produzido por impacto. Assim para uma deformação elástica
temos:
2
𝜎𝑚
𝑈𝑚 = ∫ 𝑑𝑉 (4.25)
2𝑒

No caso de uma barra homogênea a tensão máxima tem o mesmo valor ao


2
longo de toda a barra e, 𝑈𝑚 = 𝜎𝑚 𝑉/2𝐸. Rearranjando, temos:

2𝑈𝑚 𝐸 𝑚. 𝑣02 𝐸
𝜎𝑚 = √ =√ (4.26)
𝑉 𝑉

EXEMPLO 5
(BEER, 2006) Deixa-se cair um peso 𝑊 de uma altura ℎ sobre a
extremidade livre da viga em balanço AB. Determine o valor máximo da
tensão na viga:

SOLUÇÃO:

Para o corpo que cai de uma altura ℎ, sua energia potencial 𝑊. ℎ se transforma
em energia cinética, que como resultado do impacto, é transformada em energia de
deformação 𝑈𝑚 = 𝑊ℎ.

Considerando a equação 4.21 para uma viga em balanço:

𝑃𝑚2 𝐿3
𝑈𝑚 =
6𝐸𝐼

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202

Isolando 𝑃𝑚 :

6𝑈𝑚 𝐸𝐼
𝑃𝑚 = √
𝐿³

A máxima tensão 𝜎𝑚 ocorre no ponto B do engaste e é igual a:

𝑀𝑐 𝑃𝑚 𝐿𝑐
𝜎𝑚 = =
𝐼 𝐼

Substituindo o valor de 𝑃𝑚 dado, temos:

𝑃𝑚 𝐿𝑐 6𝑈𝑚 𝐸
𝜎𝑚 = = √
𝐼 𝐿(𝐼/𝑐²)

𝟔𝑾𝒉𝑬
𝝈𝒎 = √
𝑳(𝑰/𝒄²)

EXEMPLO 6
(Adaptado de BEER, 2006) Dois eixos de aço estão conectados pelas
engrenagens em B e C como mostrado na figura. Sabendo que T A = 13,5
kip.in, determine o trabalho de deformação realizado sobre o sistema. Usar
G = 11,5 x 106 Psi.

SOLUÇÃO:
O trabalho de deformação total realizado pelo sistema é o realizado pelos eixos
AB e CD, dado pela equação 4.20, assim 𝑈𝑇 = 𝑈𝐴𝐵 + 𝑈𝐶𝐷

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203

48 2 36 2 2 2
𝑇𝐴𝐵 𝑇𝐶𝐷 𝑇𝐴𝐵 𝐿𝐴𝐵 𝑇𝐶𝐷 𝐿𝐶𝐷
𝑈=∫ +∫ 𝑜𝑢 𝑈= +
0 2𝐺𝐼𝑃𝐴𝐵 0 2𝐺𝐼𝑃𝐶𝐷 2𝐺𝐼𝑃𝐴𝐵 2𝐺𝐼𝑃𝐶𝐷

Os momentos polares de inércia para cada eixo são:

𝜋(1,75)4
𝐼𝑃𝐴𝐵 = = 0,92 𝑖𝑛4
32
𝜋(2,5)4
𝐼𝑃𝐶𝐷 = = 3,83 𝑖𝑛4
32
O torque da barra AB é dado e o da barra CD podemos determinar pela seguinte
relação usando o raio das engrenagens:

𝑇𝐴𝐵 𝑇𝐶𝐷 13,5 𝑇𝐶𝐷


= → = → 𝑇𝐶𝐷 = 40,5 𝐾𝑖𝑝. 𝑖𝑛
𝑟𝐵 𝑟𝐶 2 6

48 36
(13,5.10³)² (40,5.10³)²
𝑈=∫ 6
+ ∫ 6
0 2.11,5. 10 . 0,92 0 2.11,5. 10 . 3,83

𝑼 = 𝟏𝟎𝟖𝟑, 𝟕𝟒 𝒍𝒃. 𝒊𝒏

EXEMPLO 7
(HIBBELER, 2010) Um dos dois parafusos de alta resistência A e B
mostrados na figura deve ser escolhido para suportar uma carga de tração
repentina. Para escolher, é necessário determinar a maior quantidade de
energia de deformação elástica que cada parafuso pode absorver. O parafuso A tem
diâmetro de 20 mm por 50 mm de comprimento e diâmetro de rosca (ou menor
diâmetro) de 18 mm dentro da região rosqueada de 6 mm. O parafuso B tem roscas
“recalcadas” de modo tal que o diâmetro de todo o seu comprimento de 56 mm pode
ser considerado como 18 mm. Em ambos os casos despreze o material extra que
compõem as roscas. Considere 𝐸𝑎ç𝑜 = 210 𝐺𝑃𝑎 e 𝜎𝑒 = 310 𝑀𝑃𝑎.

SOLUÇÃO:

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204

Parafuso A:
A área da seção transversal da rosca com comprimento de 6mm é:

𝜋𝑑² 𝜋(0,018)²
𝐴= = = 0,000254 𝑚²
4 4
Nessa região a tensão será máxima então o carregamento correspondente é:
𝑃
𝜎= → 𝑃 = 𝜎𝐴 → 𝑃 = 310. 106 . 0,000254 → 𝑃 = 78,85𝐾𝑁
𝐴
A área da seção transversal da rosca com comprimento de 50mm é:

𝜋𝑑² 𝜋(0,02)²
𝐴= = = 0,000314 𝑚²
4 4
Aplicando a equação 4.14 para cada região do parafuso temos:

𝑃²𝐿 𝑃²𝐿
𝑈= +
2𝐴𝐸 2𝐴𝐸
(78,85.103 )2 0,006 (78,85.103 )2 0,05
𝑈= + = 2707,8𝑁. 𝑚
2.0,000254 .210. 109 2.0,000314.210. 109
𝑈 = 2707,8𝑁. 𝑚

𝑼 = 𝟐, 𝟕𝟏 𝑱
Parafuso B:
Aqui iremos considerar que o parafuso tem diâmetro uniforme de 18mm ao longo de
todo o comprimento de 56mm. A área da seção transversal já foi calculada
anteriormente e vale:

𝜋𝑑² 𝜋(0,018)²
𝐴= = = 0,000254 𝑚²
4 4
Como para o parafuso A, nessa região a tensão será máxima então o carregamento
correspondente é:
𝑃
𝜎= → 𝑃 = 𝜎𝐴 → 𝑃 = 310. 106 . 0,000254 → 𝑃 = 78,85𝐾𝑁
𝐴
Aplicando a equação 4.14 para essa região do parafuso temos:

𝑃²𝐿 (78,85.103 )2 0,056


𝑈= = = 3,263 𝑁. 𝑚
2𝐴𝐸 2.0,000254 .210. 109
𝑼 = 𝟑, 𝟐𝟔 𝑱
Por comparação o parafuso B pode absorver 20% mais energia elástica do
que o parafuso A, pois tem seção transversal menor ao longo de sua haste.

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Resumo
205

Nesta aula, abordamos conceitos, equações e exemplos de aplicação para:

 Energia de deformação devido a tensões de cisalhamento;


 Energia de deformação devido a torção;
 Energia de deformação devido a uma única carga axial, momento
conjugado e torção;
 Energia de deformação devido a carregamento de choque.

Fonte: HIBBELER, 2010, pág. 528 e 537

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Complementar
206

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise os tópicos abordados na seção 13.5, 13.7 e 13.9 no


capítulo 13 do BEER (2010) e na bibliografia presente na
Biblioteca Digital (HIBBELER, 2010) seções 14.2 a 14.4;

 Resolva os exemplos resolvidos 14.2 a 14.5 e 14.8 a 14.10 na


bibliografia básica (HIBBELER, 2010), relacionados com as
expressões e carregamentos que vimos.

Para cada exemplo resolvido, procure sempre pensar na situação real


apresentada na questão aplicando a teoria de trabalho de deformação.

https://www.youtube.com/watch?v=2osY0S8kbK0

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207
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 208

AULA 14

1 – (BEER, 2006) O eixo AC de bronze está sujeito a um torque T aplicado em C.


Sabendo que o trecho BC desta barra é oco com diâmetro interno igual a 20mm,
determine o trabalho de deformação acumulado por este eixo quando a tensão
tangencial máxima for igual a 60MPa. Usar G = 42 GPa. Resposta: 7,79J

2 – (BEER, 2006) A barra de alumínio AB (G = 26 GPa) é fortemente ligada a barra


de latão BD (G = 39 GPa). Sabendo-se que a porção CD da barra de latão é vazada
e tem um diâmetro interno de 40 mm, determinar a energia de deformação total das
duas barras. Resposta: 34,3 J

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209

3 – (BEER, 2006) Um bloco de massa m que se move com velocidade 𝑣0 choca-se


perpendicularmente com uma barra prismática AB em seu ponto médio C como
mostra a figura abaixo. Determinar:
48𝑚𝑣02 𝐸𝐼
a) O carregamento estático equivalente 𝑃𝑚 ; Resposta: 𝑃𝑚 =√ 𝐿³

3𝑚𝑣 2
0 𝐸𝐼
b) A tensão máxima na barra 𝜎𝑚 ; Resposta: 𝜎𝑚 = √ 𝐿(𝐼/𝑐)²

𝑚𝑣 2 𝐿³
c) A flecha máxima 𝑥𝑚 no ponto C. Resposta: 𝜎𝑚 = √ 48𝐸𝐼
0

Obs: Usar o apêndice D do BEER (2006) para verificar a equação da flecha para
esse tipo de viga.

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Aula21015
Capítulo 4: Métodos de Energia – Trabalho e
Deformação

APRESENTAÇÃO DA AULA

A solução direta dos problemas, igualando-se o trabalho externo à energia


interna de deformação, é útil nos casos em que apenas uma força é aplicada a um
membro. Dessa forma podemos deduzir um teorema geral, aplicável a sistemas
elásticos submetidos a qualquer número de cargas, para determinação da declividade
e deflexão de qualquer elemento. Assim, para finalizar o capítulo 4, iremos agora tratar
do Teorema de Castigliano. Esse método é aplicável na determinação das
deformações independentemente de suas causas

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que, após a apresentação do conteúdo presentes nessa aula, você


seja capaz de:
 Calcular a deformação dos elementos de uma treliça usando o Teorema de
Castigliano;
 Determinar a flecha em um ponto de uma viga usando o Teorema de
Castigliano;
 Determinar o ângulo de rotação em um ponto de uma viga usando o
Teorema de Castigliano.

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211

4 MÉTODOS DE ENERGIA – TRABALHO DE DEFORMAÇÃO

4.8 – TEOREMA DE CASTIGLIANO

O segundo Teorema de Castigliano1, é um método desenvolvido por Alberto


Castigliano, em 1879, para determinar o deslocamento e a inclinação em um ponto de
um corpo, que tenha temperatura constante e cujo material tenha comportamento
linear elástico.
Se o deslocamento em um ponto tiver de ser determinado, o teorema afirma
que o deslocamento é igual a derivada parcial de primeira ordem da energia de
deformação no corpo em relação a uma força que age no ponto e na direção do
deslocamento. Da mesma forma, a inclinação em um ponto de um corpo é igual a
derivada parcial de primeira ordem da energia de deformação no corpo com relação
a um momento que age no ponto e na direção do ângulo de inclinação (HIBBELER,
2010).
Assim, para uma estrutura elástica submetida a 𝑛 forças, a deflexão 𝑥𝑗 do ponto
de aplicação de 𝑃𝑗 , pode ser expressa como sendo a derivada parcial do trabalho de
deformação da estrutura em relação a 𝑃𝑗 , ou seja:

𝜕𝑈
𝑥𝑗 = (4.27)
𝜕𝑃𝑗

O Teorema de Castigliano pode ser usado para determinar a declividade de


uma viga no ponto de aplicação de um momento 𝑀𝑗 , escrevendo-se:

𝜕𝑈
𝜃𝑗 = (4.28)
𝜕𝑀𝑗

Também pode ser usado para determinar o ângulo de torção numa seção de
eixo onde um torque Tj, escrevendo-se:

𝜕𝑈
∅𝑗 = (4.29)
𝜕𝑇𝑗

As forças conservativas podem ser aplicadas em qualquer ordem, e realizam


trabalho que é independente do caminho, logo não criam nenhuma perda de energia.

1 O primeiro Teorema de Castigliano não será discutido aqui, dado que sua aplicação é limitada.

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212

4.9 – TEOREMA DE CASTIGLIANO APLICADO A VIGAS

No caso de uma viga, vimos que:


𝐿
𝑀2
𝑈=∫ 𝑑𝑥 (4.15)
0 2𝐸𝐼

e podemos determinar a deflexão 𝑥𝑗 do ponto de aplicação do carregamento 𝑃𝑗


escrevendo:
𝐿
𝜕𝑈 𝑀2
𝑥𝑗 = =∫ 𝑑𝑥
𝜕𝑃𝑗 0 2𝐸𝐼

𝐿
𝜕𝑈 𝑀 𝜕𝑀
∆= =∫ 𝑑𝑥 (4.30)
𝜕𝑃𝑗 0 𝐸𝐼 𝜕𝑃𝑗

Onde:
∆ = deslocamento do ponto provocado pelas cargas reais que agem sobre a viga.
𝑃 = força externa de intensidade variável aplicada a viga na direção de ∆.
𝑀 = momento interno da viga, expresso em função de 𝑥 e provocado por ambas, a
força 𝑃 e as cargas sobre a viga.
𝐸 = módulo de elasticidade do material.
𝐼 = momento de inércia da área da seção transversal, calculado em torno da linha
neutra.
Para determinarmos a inclinação da tangente 𝜃 em um ponto sobre a linha
elástica, fazemos:
𝐿
𝑀 𝜕𝑀
𝜃 =∫ 𝑑𝑥 (4.31)
0 𝐸𝐼 𝜕𝑀′

onde 𝑀′ é um momento externo que age no ponto.

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213

Fonte: HIBBELER, 2010, pág. 562

4.10 – TEOREMA DE CASTIGLIANO APLICADO A TRELIÇAS

No caso de uma treliça construída de 𝑛 barras de comprimento 𝐿𝑗 , com área de


seção transversal 𝐴𝑗 e forças externas 𝐹𝑗 , usamos a equação 4.14 exprimindo o
trabalho de deformação da treliça por:

𝑃²𝐿
𝑈= (4.14)
2𝐴𝐸

A deflexão 𝑥𝑗 no ponto de aplicação da força 𝑃𝑗 se obtém derivando-se cada


termo do somatório em relação a 𝑃𝑗 . Assim, temos:

𝜕𝑈 𝜕 𝑁²𝐿
∆= = ∑
𝜕𝑃𝑗 𝜕𝑃 2𝐴𝐸

𝜕𝑁 𝐿
∆= ∑ 𝑁 ( ) (4.32)
𝜕𝑃 𝐴𝐸

Para esta equação temos:

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214

∆ = deslocamento da articulação da treliça.


𝑃 = força externa de intensidade variável aplicada a uma articulação da treliça na
direção de ∆.
𝑁 = força axial interna em um elemento, provocado por ambas, a força 𝑃 e as cargas
sobre a treliça.
𝐸 = módulo de elasticidade do material.
𝐴 = área da seção transversal do elemento.

Fonte: HIBBELER, 2010, pág. 559

As equações vistas para o teorema de Castigliano se assemelham


às usadas para o método do princípio dos trabalhos virtuais, abordado no
capítulo 6 da disciplina de Resistência dos Materiais I.

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215

EXEMPLO1
(Adaptado de HIBBELER, 2010) Determine o deslocamento vertical do nó
C da treliça de aço mostrada na figura abaixo. A área da seção transversal
de cada barra é 𝐴 = 400 𝑚𝑚2 𝑒 𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎.

SOLUÇÃO:

Como está sendo pedido o deslocamento vertical do nó C da treliça, nesse ponto


colocamos uma carga vertical P. A seguir calculamos o valor das reações nos
pontos A e D:

∑ 𝑀𝐷 = 0: −𝐷𝑥 (2) − 100(4) − 𝑃(2) = 0 → 𝐷𝑥 = 200 + 𝑃

∑ 𝐹𝑥 = 0: 𝐴𝑥 − (200 + 𝑃 ) = 0 → 𝐴𝑥 = 200 + 𝑃

∑ 𝐹𝑦 = 0: 𝐴𝑦 − 𝑃 − 100 = 0 → 𝐴𝑦 = 100 + 𝑃

Após usando o método dos nós determinamos a força em cada barra da treliça:

Nó B:
∑ 𝐹𝑦 = 0: 𝑁𝐵𝐶 𝑠𝑒𝑛 45° − 100 = 0 → 𝑁𝐵𝐶 = 141,42𝐾𝑁

∑ 𝐹𝑥 = 0: 𝑁𝐴𝐵 − (141,42 cos 45° ) = 0 → 𝑁𝐴𝐵 = 100 𝐾𝑁

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216

Nó A:

∑ 𝐹𝑥 = 0: 𝑁𝐴𝐶 cos 45° + 200 + 𝑃 − 100 = 0

𝑁𝐴𝐵 = −141,42 − 1,414𝑃

Resultando em:

Por fim usamos o teorema de Castigliano e fazendo o somatório para todas as barras
da treliça. Devemos considerar que a carga 𝑃 na verdade não existe como uma carga
real sobre a treliça, exigindo que 𝑃 = 0:
𝜕𝑁 𝐿
∆= ∑ 𝑁 ( )
𝜕𝑃 𝐴𝐸

𝜕𝑁𝐴𝐵 𝐿𝐴𝐵 𝜕𝑁𝐵𝐶 𝐿𝐵𝐶 𝜕𝑁𝐴𝐶 𝐿𝐴𝐶 𝜕𝑁𝐶𝐷 𝐿𝐶𝐷


∆= 𝑁𝐴𝐵 ( ) + 𝑁𝐵𝐶 ( ) + 𝑁𝐴𝐶 ( ) + 𝑁𝐶𝐷 ( )
𝜕𝑃 𝐴𝐸 𝜕𝑃 𝐴𝐸 𝜕𝑃 𝐴𝐸 𝜕𝑃 𝐴𝐸

Sendo 𝐿𝐵𝐶 = 𝐿𝐶𝐷 = √22 + 2² = 2,828𝑚

4 2,828 2,828
∆= [−100(0) ] + [141,4(0) ] + [(−141,4 − 1,414𝑃)(−1,414) ]
𝐴𝐸 𝐴𝐸 𝐴𝐸
2
+ [200 + 𝑃(1) ]
𝐴𝐸

565,7 400
∆= [0] + [0] + [ ]+[ ]
𝐴𝐸 𝐴𝐸

965,7.10³
∆=
400. 10−6 .200. 109

∆= 0,01207 𝑚

∆= 𝟏𝟐, 𝟎𝟕 𝒎𝒎

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217

EXEMPLO 2
(Adaptado de HIBBELER, 2010) Determine o deslocamento vertical do nó
C da viga de aço mostrada na figura.
Considere 𝐸𝑎ç𝑜 = 200 𝐺𝑃𝑎 𝑒 𝐼 = 125. 106 𝑚4 .

SOLUÇÃO:

Como está sendo pedido o deslocamento vertical do nó C da viga e nesse ponto temos
uma carga de 5 𝐾𝑁, o valor de 𝑃 será igualado a 5 𝐾𝑁.
Essa viga é composta de dois trechos AC e CB. Então após calcular as reações de
apoio, podemos usar o método das seções para determinamos o momento de cada
trecho. Podemos, também, determinar as derivadas parciais.

Reações de apoio:
∑ 𝑀𝐴 = 0: 𝐵𝑦 (10) − 𝑃(6) − 4(6)(0,5)(4) + 18 = 0 → 𝐵𝑦 = 3 + 0,6𝑃

∑ 𝐹𝑦 = 0: 𝐴𝑦 + (3 + 0,6𝑃) − 𝑃 − (4 . 6 . 0,5) = 0 → 𝐴𝑦 = 9 + 0,4𝑃

Trecho AC (0 ≤ 𝑥1 ≤ 6𝑚)

𝑥1 2 𝑥1
∑ 𝑀1 = 0: 𝑀1 − (9 + 0,4𝑃)(𝑥1 ) + . =0
2 3

(𝑥1 )³
𝑀1 = (9 + 0,4𝑃)(𝑥1 ) −
9

𝜕𝑀1
= 0,4𝑥1
𝜕𝑃

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218

Trecho BC (0 ≤ 𝑥2 ≤ 4𝑚)

∑ 𝑀2 = 0: −𝑀2 + 18 + (3 + 0,6𝑃)(𝑥2 ) = 0

𝑀2 = 18 + (3 + 0,6𝑃)(𝑥2 )

𝜕𝑀2
= 0,6𝑥2
𝜕𝑃

Fazendo 𝑃 = 5𝐾𝑁 e substituindo na equação do teorema de castigliano para vigas,


temos:
𝐿
𝑀 𝜕𝑀
∆=∫ 𝑑𝑥
0 𝐸𝐼 𝜕𝑃𝑗
6 4
𝑀1 𝜕𝑀1 𝑀2 𝜕𝑀2
∆=∫ 𝑑𝑥1 + ∫ 𝑑𝑥2
0 𝐸𝐼 𝜕𝑃𝑗 0 𝐸𝐼 𝜕𝑃𝑗

(𝑥1 )³
6 [(9 + 0,4(5)(𝑥1 ) − ] 4 [18
+ (3 + 0,6(5))(𝑥2 )]
9
∆=∫ (0,4𝑥1 )𝑑𝑥1 + ∫ (0,6𝑥2 )𝑑𝑥2
0 𝐸𝐼 0 𝐸𝐼

(𝑥1 )³
6 [11𝑥 − ] 4 [18
1 9 + 6𝑥2 ]
∆=∫ (0,4𝑥1 )𝑑𝑥1 + ∫ (0,6𝑥2 )𝑑𝑥2
0 𝐸𝐼 0 𝐸𝐼

6 [4,41𝑥 4 [10,8𝑥
1² − 0,0444𝑥1 4 ] 2 + 3,6𝑥2 ²]
∆=∫ 𝑑𝑥1 + ∫ 𝑑𝑥2
0 𝐸𝐼 0 𝐸𝐼

316,8 − 69,12 + 86,4 + 76,8


∆=
𝐸𝐼

410,9.10³
∆=
200. 109 . 125. 10−6

∆ = 0,0164 𝑚

∆ = 𝟏𝟔, 𝟒 𝒎𝒎

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Resumo
219

Nesta aula, abordamos:

 Equações para aplicação do Teorema de Castigliano no cálculo de


deformações (flecha e rotação) em vigas e em treliças (deslocamento);
 Cálculo da deformação dos elementos de uma treliça usando o
Teorema de Castigliano;
 Cálculo da flecha em um ponto de uma viga usando o Teorema de
Castigliano;
 Exemplos resolvidos.

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Complementar
220

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Revise os tópicos abordados na seção 14.8 a 14.10 no capítulo


14, na bibliografia presente na Biblioteca Digital (HIBBELER,
2010);

 Resolva alguns dos problemas propostos na bibliografia básica.

Assista a vídeos que mostram a determinação de deformações pelo


Teorema de Castigliano:

https://www.youtube.com/watch?v=CILtQfvOoTE

https://www.youtube.com/watch?v=y8af3nDxwqM

https://www.youtube.com/watch?v=YatHH_s4WLo

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221
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto Alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Exercícios 222

AULA 15

1 – (HIBBELER, 2004) Utilizando o teorema de Castigliano, determinar o


deslocamento horizontal do nó C da treliça de aço mostrada na figura abaixo. A área
da seção transversal de cada elemento está indicada. Usar E =29.106 Psi.

Resposta: 0,115 pol.

2 – (Adaptado de BEER, 2006) As barras da treliça mostrada na figura são tubos de


alumínio com áreas transversais indicadas. Usando E = 70 GPa, determine o valor do
deslocamento vertical do nó E. Resolver pelo Teorema de Castigliano.

Resposta: 16,97mm.

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223

3 – (BEER, 2006) Determine o valor da rotação da elástica em D na viga mostrada na


figura. Considerar EI constante. Resolver pelo Teorema de Castigliano.
Resposta: (Mo/3EI) (L + 3a).

4 – (HIBBELER, 2010) Utilizando o teorema de Castigliano, determinar o valor da


flecha em B na viga mostrada na figura. Considerar EI constante.
Resposta: (wL4/8EI)

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Aula22416
Revisão Geral

APRESENTAÇÃO DA AULA

Nesta aula iremos propor questões problema referentes ao conteúdo


apresentado neste caderno de estudos para você resolver. Os problemas são
exemplos resolvidos e a serem resolvidos que estão presentes na bibliografia básica.
Abordaremos o dimensionamento de vigas, o cálculo de deformação em vigas, o
estudo da flambagem e o trabalho de deformação (métodos de energia).

OBJETIVOS DA AULA

Esperamos que ao término dessa aula, você seja capaz de:

 Resolver os exercícios propostos aplicando os conceitos de Resistência dos


Materiais e disciplinas correlatas, em aplicações de problemas de Engenharia.

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225

PROBLEMAS PROPOSTOS

PROBLEMA 1
Sabendo-se que adm = 160 MPa e adm = 100 MPa, selecionar o perfil I
de abas largas mais leve que poderia ser usado para suportar o carregamento
indicado. Faça os diagramas de esforço cortante e momento fletor, demonstrando
detalhadamente todos os cálculos. Resposta: W530x92

PROBLEMA 2
A viga simplesmente apoiada mostrada abaixo possui adm = 160 MPa e
adm = 100 MPa, determine suas dimensões transversais mínimas para resistir ao
carregamento indicado quando h = 2b. Faça os diagramas de esforço cortante e
momento fletor, demonstrando detalhadamente todos os cálculos. Resposta: b=170mm

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226

PROBLEMA 3
Para a viga com o carregamento mostrado, dado E = 12 GPa, determinar
usando as funções singulares:
a) A equação da linha elástica,
b) O ângulo em A; Resposta:0,27°

c) O afundamento em C. Resposta: 5,4mm

PROBLEMA 4
Para a viga engastada em A e livre em B, com o carregamento mostrado,
dado E = 12 GPa, determinar usando as funções singulares:
a) A equação da linha elástica;
b) A declividade no extremo B; Resposta: 0,7°

c) O afundamento no extremo B. Resposta: 51,7mm

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227

PROBLEMA 5
Sabendo que um coeficiente de segurança igual a 2,6 é exigido,
determine a maior carga P que pode ser aplicada a estrutura abaixo mostrada. Usar
E = 200 GPa e considerar apenas a possibilidade de flambagem no plano da estrutura.
Resposta: 3,97KN

PROBLEMA 6
Uma tábua com seção transversal de 5,5 in x 1,5 in é usada para suportar
uma carga axial de 5 Kip. Supondo que seja apoiada por pino nas extremidades
superior e inferior, determinar seu maior comprimento L, conforme especificação da
NFPA. Resposta: 44,8 in

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228

PROBLEMA 7
A coluna de madeira da figura abaixo é composta por duas tábuas
pregadas, de modo que a seção transversal tem as dimensões mostradas. Supondo
que esteja engastada na base e livre no topo, usar a equação 3.30 para determinar a
carga excêntrica P que ela á capaz de suportar. Resposta: 1,22Kip

PROBLEMA 8
A barra AB é construída em aço de alta resistência para o qual a tensão
de escoamento e = 750 MPa e E = 200 GPa. Sabendo que uma quantidade de
energia de deformação elástica igual a 25 J será armazenada pela barra devido à
ação da carga axial P, determine o diâmetro para esta barra de modo que o fator de
segurança em relação a deformação permanente seja igual a 5. Resposta: 7,1mm

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229

PROBLEMA 9
Considerando apenas a flexão, determine o trabalho de deformação
realizado pela força concentrada sobre a viga mostrada na figura. Considere-a
construída em aço com um perfil W10x45 onde P = 40 kips, L = 12ft, a =3 ft, b = 9ft e
E = 29 x 103 Ksi. Resposta: 3,89 kip.in

PROBLEMA 10
Considerando apenas a flexão determine o valor do trabalho de
deformação realizado sobre a viga mostrada. Resposta: (Mo² / 6EIL²) (a³ + b³)

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230

PROBLEMA 11
Na montagem mostrada na figura, o elemento BC é construído em aço
com diâmetro igual a 1 in e os demais elementos são barras de aço com
diâmetro igual a 0,5 in. Usando E = 30 x 103 Ksi, determine a deflexão do ponto D
causada pela força de 3kip. Resolver pelo Teorema de Castigliano. Resposta: 0,0444 in

PROBLEMA 12
Determinar o valor do afundamento em D na viga mostrada na figura.
Considerar EI constante. Usar o Teorema de Castigliano. Resposta: (Pa²/3EI)(a+L)

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Resumo
231

Nesta aula, abordamos problemas envolvendo:

 Dimensionamento da seção transversal de vigas;

 Determinação da equação da linha elástica;

 Cálculo de deflexões em vigas;

 Cálculo de declividade em vigas;

 Cálculo da carga máxima a ser aplicada numa estrutura considerando o fenômeno


de flambagem;

 Dimensionamento de vigas com cargas excêntricas em relação a flambagem;

 Cálculo do trabalho de deformação específico;

 Cálculo do trabalho de deformação;

 Aplicação do Teorema de Castigliano em vigas e em treliça para o cálculo de


deslocamentos.

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Complementar
232

Para enriquecer seu conhecimento é importante que você:

 Busque aplicação direta em cada conceito visto na disciplina;

 Faça um resumo de equações usadas para resolução de


problemas típicos. É importante que você descreva o que significa cada
parâmetro;

 Buscar material complementar (artigos, vídeos e práticas), e sempre associar


teoria à prática.

Mais uma etapa concluída! Parabéns !!!

... e rumo a novos desafios!

Até lá!

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233
Referências Bibliográficas

Básica:

BEER, F. P. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2006.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Ed. Edgard Blucher,
1978.

Complementar:

ASSAN, A. E. Resistência dos Materiais. São Paulo, UNICAMP, 2010.

BOTELHO, M. H. Resistência dos Materiais para entender e gostar. São Paulo:


Studio Nobel, 1998.

GERE, J. M. Mecânica dos Materiais. Tradução da 7. Edição Norte-Americana, 2011.

NASH, W. A. Resistência dos Materiais. São Paulo. McGraw-Hill do Brasil. 2. ed.


2003.

NASH, W. A; POTTER, M.C. Resistência dos Materiais. Porto alegre. Bookman. 5.


ed. 2014.

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Anexos 234

ANEXO A
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DE PERFIS ESTRUTURAIS

Fonte: HIBBELER, 2004

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235

Fonte: HIBBELER, 2004

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236

Fonte: HIBBELER, 2004

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237

Fonte: HIBBELER, 2004

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238

Fonte: HIBBELER, 2004

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239

Fonte: HIBBELER, 2004

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240

Fonte: HIBBELER, 2004

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241

Fonte: HIBBELER, 2004

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242

ANEXO B

PROPRIEDADES MECÂNICAS MÉDIAS DE MATERIAIS TÍPICOS DE


ENGENHARIA (Unidades do SI)

Módulo de Tensão de Escoamento (MPa) Coeficiente


Materiais elasticidade de Poisson
Tração Compressão Cisalhamento
E (GPA) 
Liga de Alumínio
73,1 469 469 290 0,35
Forjado 2014-T6
Liga de Alumínio
68,9 290 290 186 0,35
Forjado 6061-T6
Liga de Ferro Fundido
67,0 179 669 - 0,28
Cinza ASTM 20
Liga de Ferro Fundido
Maleável ASTM A- 172 276 572 - 0,28
197
Liga de Cobre Latão
101 241 241 - 0,35
Vermelho C83400
Liga de Cobre Bronze
103 655 655 - 0,34
C86100
Liga de Magnésio Am
44,7 276 276 152 0,30
1004 – T 61
Liga de Aço Estrutural
200 400 400 - 0,32
A-36
Liga de Aço Inoxidável
193 517 517 - 0,27
304
Liga de Aço Aço-
200 800 800 - 0,32
ferramenta L2
Liga de Titânio Ti-6 A1
120 1000 1000 - 0,36
–4V
Concreto Baixa
22,1 - - - 0,15
Resistência
Concreto Alta
29,0 - - - 0,15
Resistência
Plástico Reforçado
131 717 483 2,8 0,34
Kevelar 49
Plástico Reforçado
72,4 90 131 - 0,34
30% de vidro
Madeira Estrutural
13,1 2,1 26 - 0,29
Pinheiro Douglas
Madeira Estrutural
9,65 2,5 36 - 0,31
Abeto Branco
Fonte: Adaptado de HIBBELER (2010).

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