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Uma publicação do Instituto Ambiental do Paraná

Curitiba, 2007

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Roberto Requião de Mello e Silva
Governador do Estado

Lindsley da Silva Rasca Rodrigues


Secretário

Vitor Hugo Ribeiro Burko - Diretor-Presidente


João Batista Campos - Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas - DIBAP
Márcia de Guadalupe Pires Tossulino - Departamento de Biodiversidade - DBIO
Marcos Antonio Pinto - Departamento de Unidades de Conservação - DUC
Margit Hauer - Departamento Sócio-Ambiental-DSA

Erich Schaitza - Coordenador-Geral


Márcia de Guadalupe Pires Tossulino - Implementadora - IAP

Instituto Ambiental do Paraná


Rua Engenheiros Rebouças 1206 - CEP 80215-100 - Curitiba- Paraná - Brasil
Fone (41) 3123-3700 Fax (41) 3333-6161
Força Verde 0800-6430304
website:www.pr.gov.br/iap

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A rica biodiversidade paranaense – aí incluída sua fauna, das mais expressivas do Brasil – vem
sofrendo, ao longo dos séculos, com a drástica redução das florestas do Estado. O avanço
indiscriminado das áreas destinadas à agricultura e pecuária, o aumento das diversas formas
de poluição ambiental, o tráfico e comércio ilegal de animais, entre outras ameaças marcou
o século passado. Por isso, há um bom tempo várias espécies encontram-se sob risco de
extinção.

A extinção de qualquer espécie é fato grave, pois cada uma delas desempenha papel
fundamental para o equilíbrio do meio-ambiente e a manutenção da vida nos diversos
ecossistemas. A defesa da vida no planeta: eis porque devemos proteger a biodiversidade.
Este é o objetivo central da ação vigorosa do Governo do Paraná no campo ambiental.

No entanto a proteção da biodiversidade não deve ser preocupação apenas governamental,


mas de toda a sociedade. Só se protege aquilo que se conhece e respeita. Este é o sentido
desta publicação, extraída do Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná:
mostrar à sociedade, especialmente aos nossos estudantes, em linguagem acessível a todos e
com as resspectivas ilustrações, quais as espécies sob risco de extinção, qual sua importância
ambiental e, portanto, reafirmar a necessidade de que todos os paranaenses se unam na
proteção dos nossos animais, principalmente os que se encontram ameaçados.

Esperamos, com isso, contribuir para que a idéia da conservação ambiental se instale
profundamente na consciência social. Assim, a ação do Governo do Paraná em favor do
desenvolvimento sustentável poderá se tornar mais duradoura e participativa e seus resultados,
mais positivos para a saúde do meio ambiente e da vida de cada um dos paranaenses.

Lindsley da Silva RASCA RODRIGUES


Secretário de Estado do Meio-Ambiente e Recursos Hídricos

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FAUNA DO PARANÁ EM EXTINÇÃO
Esta obra foi extraída do
Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná.
© 2006 Governo do Paraná - IAP
É permitida a reprodução para fins não-comerciais, desde que
citada a fonte.

ADAPTAÇÃO DO TEXTO
Dennis Nogarolli Marques Patrocínio
Marlise de Cássia Bassfeld

REVISÃO TÉCNICA
Dennis Nogarolli Marques Patrocínio
Mauro César Lanzoni

FOTOGRAFIAS Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná, 2006. 272p.: ilust. Fauna do Paraná
Zig Koch em Extinção./ Márcia de Guadalupe Pires Tossulino, Dennis Nogarolli Marques
Denis Ferreira Netto Patrocínio, João Batista Campos, organizadores.-
Rogério Cunha (capa)
ISBN 85-864-26-19-9

ILUSTRAÇÕES 1.Fauna ameaçada do Paraná - 2. Biodiversidade - 3. Ecologia - 4. Mamíferos - 5.


Têre Zagonel Aves- 6. Répteis- 8. Anfíbios – 9. Abelhas – 10 Borboletas. I Tossulino, Márcia
de Guadalupe Pires. II Patrocínio, Dennis Nogarolli Marques. III Campos, João
Batista.
PROJETO GRÁFICO
Izabel Portugal REPIDISCA
2407
I59
EDITORAÇÃO
Daphine de Oliveira Mattos
Instituto Ambiental do Paraná - IAP
SUPERVISÃO TÉCNICA Rua Engenheiros Rebouças, 1206
João Batista Campos CEP 80.215-100 – Curitiba – Paraná – Brasil
Márcia de Guadalupe Pires Tossulino Tel: (41) 3213-3700
Fax: (41) 3333-6161
COLABORADORES
Ilma Elizabete Rodenbusch IMPRESSO NO BRASIL
Claudiane Ferreira de Lima PRINTED IN BRAZIL
Luiza Antonio Silva
Marili Silva de Araújo

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Atualmente existem muitas espécies ameaçadas porque há grande pressão
sobre os ambientes, pressão exercida pelo avanço indiscriminado das fronteiras
agrícolas, pelo tráfico e comércio ilegal de plantas e animais silvestres, pela
crescente poluição ambiental e pela presença das espécies invasoras, que
competem com as que naturalmente ocorrem pelos nossos ambientes
naturais.

Com esta publicação, pretendemos mostrar quais das nossas espécies podem
desaparecer irremediavelmente, e em que grau ou categoria de ameaça se
encontram. Na medida em que cada um de nós saiba melhor a respeito disto,
haverá uma chance maior de se evitar que este processo seja acelerado ainda
mais.

É também nosso objetivo demonstrar a importância que possui a fauna para a


perpetuidade dos ambientes naturais. Em conjunto com a flora, há um complexo
de relações evolutivas que tornam vários dos nossos ecossistemas únicos, e, cada
vez que nos aprofundamos sobre determinado grupo da fauna, percebemos o
quanto ainda falta para compreendermos plenamente a natureza.

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Ordem Carnivora 10
Ordem Primates 28
Ordem Xenarthra 36
Ordem Cetacea 40
Ordem Perissodactyla 44
Ordem Artiodactyla 46
Ordem Rodentia 56
Ordem Lagomorpha 58
Ordem Chiroptera 60

Ordem Rheiformes 68
Ordem Tinamiformes 70
Ordem Procellariiformes 78
Ordem Ciconiiformes 88
Ordem Falconiformes 94
Ordem Anseriformes 112
Ordem Galliformes 116
Ordem Columbiformes 120
Ordem Psittaciformes 122
Ordem Caprimulgiformes 132
Ordem Piciformes 138
Ordem Passeriformes 142

Ordem Testudines 208


Ordem Squamata 210

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Ordem Anura 214

Espécies marinhas
Ordem Squatiniformes 222
Ordem Lamniformes 224
Ordem Pristiformes 226
Ordem Rajiformes 228
Ordem Gasterosteiformes 230
Ordem Perciformes 232

Espécies de água doce


Ordem Characiformes 234
Ordem Siluriformes 238
Ordem Perciformes 240

Ordem Hymenoptera 244

Ordem Lepidoptera 256

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Antes de conhecermos um pouco mais sobre as espécies
de mamíferos ameaçados no Estado do Paraná, devemos
lembrar de algumas características comuns a todos eles,
começando pela alimentação. O principal alimento, enquanto
o animal é pequeno, é o leite. Por isso as fêmeas de todos
os mamíferos possuem glândulas mamárias. O corpo dos
mamíferos é geralmente coberto de pêlos, (cabelos, lã,
espinhos, cerdas, etc.), possui dois pares de membros, sendo,
por isso, chamados de Tetrápodos. A maioria dos mamíferos
é terrestre, mas esse grupo é bastante diversificado, com
formas adaptadas ao vôo e à vida aquática. Conhecendo tais
características, poderemos entender melhor as espécies a
seguir.

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Jaguatirica
ORDEM

Carnivora Leopardus pardalis

Características gerais:
A jaguatirica é um felino de porte médio, medindo de 79 centímetros a um metro de comprimento. Os
pêlos são curtos e abundantes. Em geral é amarelada nas partes superiores. As manchas pretas são grandes
e também variam em sua forma, podendo ser arredondadas, estreitas e alongadas, principalmente na região
lateral do pescoço.

Habitat:
Vive em vários tipos de ambientes, desde florestas tropicais úmidas até savanas secas ou alagadas. Abriga-se
em ocos de grandes árvores ou em grutas, locais que lhe dão maior segurança. Apesar de freqüentar áreas
abertas, depende da floresta fechada, tanto para caçar como para se refugiar.

Comportamento:
Seus hábitos são noturnos e crepusculares, ou seja, suas atividades são concentradas no entardecer, du-
rante a noite e no amanhecer. Quase sempre caça no chão, subindo em árvores apenas para descansar ou
atravessar barreiras como rios. É ágil para trepar, saltar e nadar. Geralmente é animal solitário.

Alimentação:
Família É espécie carnívora. Alimenta-se principalmente de pequenos mamíferos, como roedores, também de
FELIDAE aves, serpentes e lagartos, e até mesmo de jovens veados e porcos-do-mato.

Reprodução:
A cada dois anos, pode ter uma nova ninhada, geralmente com dois filhotes, após gestação de 70 a 85 dias.
As fêmeas atingem a maturidade sexual por volta dos 18 meses e os machos, aos 30 meses

Ameaças:
Atualmente, a jaguatirica desapareceu de algumas regiões paranaenses, junto com a diminuição das áreas
de floresta. A principal causa de ameaça, no entanto, é a caça para o comércio ilegal de peles. A jaguatirica
também é perseguida e morta quando se aproxima de áreas povoadas, por medo ou ignorância da popu-
lação local.

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Carnivora
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Gato-do-mato-pequeno
ORDEM

Carnivora Leopardus tigrinus

Características gerais:
Este é o menor felino brasileiro: seu peso, quando adulto, fica entre dois e três quilos. As regiões
superiores do corpo apresentam pequenas manchas pretas.

Habitat:
O gato-do-mato-pequeno pode ser encontrado em vários ambientes, do Nordeste ao Rio Grande
do Sul.

Comportamento:
É noturno, aparentemente solitário, com hábitos terrestres e muito ágil. Alguns pesquisadores su-
gerem que esta não seja uma espécie solitária e os casais se mantenham fixos permanentemente.
Porém, isso pode também estar relacionado às condições de cativeiro em que esta situação foi
observada.

Alimentação:
É espécie carnívora. Alimenta-se de pequenos mamíferos, pássaros, lagartos e insetos.
Família
FELIDAE
Reprodução:
A gestação dura cerca de dois meses, nascendo de um a três filhotes. Torna-se apto a reproduzir aos
11 meses de idade.

Ameaças:
Apesar de ser ainda encontrada em várias regiões do Paraná, esta espécie é considerada ameaçada
devido aos desmatamentos, caça e comércio ilegal, sendo também freqüentemente atropelada.

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Carnivora
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Gato-maracajá
ORDEM

Carnivora Leopardus wiedii

Características gerais:
O gato-maracajá é um felino silvestre que também apresenta manchas sobre o corpo. Uma característica
marcante da espécie são os grandes olhos, desproporcionais em relação à cabeça, algo decorrente de
seus hábitos preferencialmente noturnos. A cauda é longa: pode medir até 1,20 metro.

Habitat:
Esta espécie tem distribuição ampla em todo o Brasil. No Paraná, registros ocorrem em florestas de
todo o Estado.

Comportamento:
É felino noturno, com pico de atividade entre uma e cinco horas da manhã. Passa a maior parte do
tempo sobre as árvores, devido ao hábito arborícola que lhe dá a capacidade de subir em árvores com
facilidade. Os pés são largos e as patas traseiras, capazes de girar 180º.

Alimentação:
O gato-maracujá se alimenta de pequenos vertebrados arborícolas, sobretudo pássaros e roedores.
Família Consome também artrópodes, gambás e frutas. Pode ainda predar macacos e preguiças.
FELIDAE
Reprodução:
Para conquistar a fêmea, o macho inicia um ritual de corte através de miados, atraindo a fêmea para
o acasalamento. Caso ela aceite, da fecundação resulta de um a dois filhotes, que pesam cerca de 165
gramas ao nascer e abrem os olhos entre 11 e 16 dias depois.

Ameaças:
Destruição de habitat provocada pelo desmatamento, comércio ilegal e caça. No Brasil, entre os anos
de 1971 e 1977, estimou-se em 56 mil o número de peles apreendidas. Em 1972, 6.071 maracajás
entraram nos Estados Unidos, vivos ou como peles.

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Carnivora
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Puma, suçuarana, leãozinho-baio, leãozinho-da-cara-suja,
ORDEM

Carnivora onça-parda
Puma concolor

Características gerais:
O puma é o segundo maior felino das Américas. Seu corpo e seu comportamento lembram muito a
onça-pintada, porém não possui as pintas (rosetas) pelo corpo. Seu tamanho é grande, varia de 1,05 a
1,95 metro, pesando de 67 a 103 quilos.

Habitat:
Vive tanto na mata fechada quanto em áreas abertas. O puma tem distribuição por todo o Brasil e, no
Paraná, pode ser encontrado em todos os tipos de florestas.

Comportamento:
Geralmente é visto sozinho, tanto de dia quanto de noite, à procura de comida. Sobe com facilidade
em troncos altos e, embora seja bom nadador, evita entrar na água. Demarca seu território a cada 200
metros com arranhões no solo, urinando ou defecando. Essa marcação é realizada para afastar outros
animais da mesma espécie. A visão é o seu sentido mais aguçado, seguido da audição.
Família Reprodução:
FELIDAE
Depois de fecundada, pode dar a luz a um ou a três filhotes peludos, com manchas escuras e circulares
que desaparecem aos seis meses.

Alimentação:
O puma é basicamente carnívoro, mata suas presas por asfixia, com uma mordida na garganta. Quando
abate um animal grande, geralmente cobre-o com folhas e pequenos gravetos e volta a se alimentar da
mesma carcaça nos dias seguintes.

Ameaças:
As principais ameaças a esta espécie são a destruição de habitats e a perseguição por caçadores.

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Carnivora
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Onça-pintada
ORDEM

Carnivora Panthera onca

Características gerais:
A onça-pintada é o maior felino das Américas. É robusta, pernas fortes, cauda curta e cabeça grande. A
coloração é amarelada, com a presença de manchas negras espalhadas pelo corpo chamadas de rosetas. Os
machos podem chegar a 2,40 metros de comprimento e pesar até 140 quilos.

Habitat:
Pode ocupar tanto florestas quanto áreas abertas de campos e cerrados, desde que haja grande quantidade
de alimento. Prefere ambientes próximos à água como, por exemplo, as matas ciliares.

Comportamento:
É animal que vive sozinho, geralmente à noite, mas dependendo de sua necessidade pode caçar também
durante o dia. Nada e sobe em árvores com facilidade. Demarca seu território com urina e fezes para que
outras onças não o invadam.

Reprodução:
A fêmea tem preferência pelo macho mais forte, ocorrendo assim feroz disputa entre machos nas épocas
de acasalamento. Nascem de dois a quatro filhotes, cada qual com cerca de 800 gramas, que só abrem os
Família
olhos no décimo-terceiro dia de vida.
FELIDAE
Alimentação:
Alimenta-se de vertebrados de médio e grande porte, como capivaras, jacarés, antas, veados, catetos e
queixadas, mas também de peixes e cágados. A onça ataca de surpresa. Após o abate, arrasta a presa para
locais onde, em segurança, possa alimentar-se por vários dias.

Ameaças:
Apesar de muito temida, a onça-pintada não é perigosa e foge da presença humana. A principal ameaça é a
destruição de habitats pelo desmatamento. É espécie muito perseguida pelo homem em função da preda-
ção de rebanhos domésticos.

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Carnivora
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Lobo-guará, lobo-de-crina
ORDEM

Carnivora Chrysocyon brachyurus

Características gerais:
O lobo-guará é o maior canídeo da América do Sul. Como características principais observamos as
longas pernas, orelhas grandes e pêlos compridos. Sua coloração geral é pardo-avermelhada, com o
focinho escuro. Seu peso varia entre 20 e 23 quilos, chegando a 125 centímetros de comprimento do
corpo e 80 de altura.

Habitat:
Ocupa áreas com poucas árvores, banhados e alagados. No Brasil, esta espécie abrange diversas áreas
de cerrado e campos.

Comportamento:
É excelente e veloz corredor e um “atleta” como saltador. Com hábitos noturnos e crepusculares, sor-
rateiramente caminha no entardecer e à noite em busca de alimento. É solitário e territorialista, mas
quando acha uma fêmea de quem gosta, fica com ela por muito tempo. Cada casal ocupa uma área de
25 a 30 quilômetros quadrados, sem disputa de espaço com outros casais, devido às marcações de urina
e fezes que delimitam sua área.
Família
CANIDAE Alimentação:
O lobo-guará se alimenta de pequenos mamíferos, como roedores, tatus e gambás, e também de aves,
insetos, répteis e frutos silvestres. Apesar de carnívoro, gosta muito de uma fruta chamada Solanum lyco-
carpum (Solanaceae), também conhecida popularmente como fruta-de-lobo ou lobeira.

Reprodução:
Têm de um a cinco filhotes por gestação, que nascem negros e pesando cerca de 500 gramas. Em geral,
a fêmea é responsável por cuidar das crias.

Ameaças:
O lobo-guará é perseguido não por sua pele ou carne, mas pela predação a criações domésticas. Os
atropelamentos também ameaçam a espécie.

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Carnivora
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Cachorro-do-mato-vinagre, cachorro-vinagre
ORDEM

Carnivora Speothos venaticus

Características gerais:
O cachorro-do-mato-vinagre é a menor espécie de cão silvestre. Mede de 60 a 75 centímetros e pesa
entre cinco e sete quilos. É facilmente identificado por possuir pernas, rabo e focinho curtos,além de
orelhas pequenas. A pelagem é pardo-escura nas extremidades do corpo e avermelhada na cabeça.

Habitat:
Vive em vários habitats, desde florestas úmidas até áreas de cerrado. Ao anoitecer repousa nas florestas,
de preferência em ocos de árvores, onde encontra maior proteção. Às vezes, aproveita abrigos de outras
espécies cavadoras como o tatu. Esta espécie estava presente em todo o Brasil, mas hoje em dia é
muito difícil de ser encontrada.

Comportamento:
Por gostar muito de água, está sempre perto de pequenos rios e lagos; nada muito bem e mergulha
com facilidade. Vive em pequenos grupos de quatro a dez indivíduos, embora possa apresentar hábitos
solitários.

Família Alimentação:
CANIDAE É carnívoro, alimenta-se de grandes roedores, principalmente cutias, pacas e capivaras. A obtenção
de presas maiores do que seu tamanho é possível pelo fato de, algumas vezes, o cachorro-do-mato-
vinagre caçar em grupos.

Reprodução:
A gestação é de cerca de 60 dias. A fêmea tem cinco pares de mamas e pode parir de dois a cinco
filhotes, com a desmama ocorrendo aos 75 dias (em cativeiro). A maturidade reprodutiva é alcançada
no primeiro ano de vida.

Ameaças:
Destruição de habitat e a perda de fonte alimentar.

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Carnivora
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Lontra
ORDEM

Carnivora Lontra longicaudis

Características gerais:
A lontra tem pêlos curtos de cor marrom-escura nas partes superiores do corpo, com uma mancha clara na
garganta. A cabeça é pequena e achatada, com olhos também pequenos; as orelhas são curtas e arredon-
dadas; a cauda é longa e roliça, os pés são espalmados com dedos unidos por uma membrana que facilita a
natação. A lontra entre 46 e 82 centímetros de corpo e pesa entre três a quatro quilos.

Habitat:
Esta espécie ocorria com freqüência em todos os biomas do Paraná, sempre na água ou perto dela. São
nadadoras ágeis e excelentes mergulhadoras. Freqüentam vários tipos de ambientes aquáticos, de água doce
e salgada.

Comportamento:
Usa como abrigo tocas escavadas nos barrancos dos rios, ou fendas entre paredões rochosos nas margens
da água, cujas entradas marcam com arranhões e fezes. Geralmente é vista à noite ou ao entardecer,
sozinha ou em pares.

Alimentação:
Família A lontra alimenta-se basicamente de peixes, crustáceos, como pequenos siris, camarões e mexilhões. Mas
MUSTELIDAE podemos observá-la se alimentando, em menor quantidade, de aves e até pequenos mamíferos.

Reprodução:
O período de gestação é de cerca de dois meses, nascendo de um a cinco filhotes. A cria mama por três ou
quatro meses. O grupo familiar básico é formado pela fêmea adulta e seus filhotes, mas os machos adultos
podem juntar-se à família meses após a procriação.

Ameaças:
A caça é o que mais ameaça esta espécie, cuja pele é valiosa. Seguem o desmatamento, a destruição da
mata ciliar, poluição da água e alagamentos para reservatórios.

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Carnivora
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Ariranha
ORDEM

Carnivora Pteronura brasiliensis

Características gerais:
Possui de 1,5 a 1,8 metros de comprimento nos machos. O peso varia de 22 a 32 quilos. A pelagem é
abundante, sendo curta e na cor marrom escura, com manchas claras e de diversas formas na parte de
cima do pescoço e do peito. Essas manchas são únicas em cada animal, como se fosse uma impressão
digital. Possui cauda musculosa, longa e achatada.

Habitat:
A ariranha habita rios, riachos e lagos próximos às florestas. Há registros da ariranha em quase todo o
Brasil. Atualmente conta com uma pequena população nas proximidades de ambientes florestais do rio
Paraná.

Comportamento:
Para refúgio e procriação escava suas tocas nos barrancos, à flor da água, em locais camuflados e prote-
gidos por galhos, raízes e folhas. Nada rapidamente, apoiada por batidas da cauda musculosa. Pode ser
observada durante o dia e costuma marcar seu território através de sons, fezes ou urina.

Família Reprodução:
MUSTELIDAE Até os dois anos os filhotes vivem com os pais. Os casais são muito “fiéis”, somente se separam com a
morte de um dos parceiros. O tempo de gestação é de 62 dias e nascem de um a cinco filhotes.

Alimentação:
Alimenta-se de crustáceos, moluscos, mamíferos, anfíbios, répteis, aves e peixes. Os adultos consomem
aproximadamente três quilos de peixe diariamente.

Ameaças:
As populações de ariranha foram quase totalmente dizimadas. Sobretudo devido ao alto valor de sua pele,
foi vítima de caça extensiva e incontrolada, principalmente nas décadas de 1950 e 1960. A maior ameaça,
atualmente, é a degradação de seu habitat.

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Carnivora
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Mico-leão-da-cara-preta
ORDEM

Primates Leontopithecus caissara

Características gerais:
É um pequeno primata com pêlos abundantes e brilhantes, dourados no dorso e na região do peito.
Ao redor da cabeça forma-se uma juba preta, de onde nasceu o nome comum de mico-leão-da-
cara-preta. Também são escuros os pés, as mãos e a pele nua da face.

Habitat:
O mico-leão-da-cara-preta é uma espécie natural da Floresta Atlântica, ocorrendo nas planícies do
litoral Norte do Paraná e Sul de São Paulo.

Comportamento:
Vive em pequenos grupos familiares, geralmente de cinco indivíduos. Como dormitório ou abrigo
utiliza ocos de árvores e bromélias, pois são lugares mais acessíveis e protegidos contra predadores.

Alimentação:
Alimenta-se basicamente de insetos e frutos.
Família
CALLITRICHIDAE Reprodução:
A fêmea tem gestação anual de 126 a 134 dias, com o nascimento de dois filhotes.

Ameaças:
As ameaças à esta espécie consistem na destruição de habitats, desmatamento, captura e comércio
ilegal. Estima-se a existência de apenas 400 a 500 indivíduos na natureza.

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Primates
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Bugio, bugio-preto, guariba, barbado
ORDEM

Primates Alouatta caraya

Características gerais:
O bugio-preto é um primata de tamanho avantajado e cauda longa e preênsil, a qual é capaz de sus-
tentar os 7,3 quilos do seu corpo. O polegar é bem desenvolvido e tanto o macho quanto a fêmea
possuem barba. Localizar um bugio na floresta não é tão difícil, pois emite um som rouco e forte que
pode ser ouvido a grandes distâncias. Os machos são negros, com poucos reflexos pardos nos pés,
mãos e cauda. A fêmea é menor, castanha clara, com reflexos escuros ao longo do corpo.

Habitat:
No Brasil, esta espécie ocorre em algumas regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, até o Rio
Grande do Sul. No Paraná, ocorre na região Oeste.

Comportamento:
O bugio-preto costuma ficar no alto das árvores, podendo ser observado quando se alimenta. For-
ma grupos de três a 19 indivíduos conforme a disponibilidade de alimento no local e as condições
de bem estar. Possui grande capacidade de adaptação para viver em condições ecológicas difíceis
e, talvez por isso, algumas populações resistam e sobrevivam em pequenas florestas e em grupos
Família
ATELIDAE isolados, o que lhes acarreta alta fragilidade.

Alimentação:
Alimenta-se de folhas, flores, frutos e brotos.

Ameaças:
A espécie está ameaçada pela destruição de habitat, pela caça e pelo comércio ilegal de animais
silvestres.

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Primates
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Bugio, bugio-ruivo, guariba, barbado, gritador, capelão
ORDEM

Primates Alouatta guariba

Características gerais:
O corpo deste bugio mede de 44 a 77 centímetros, pesando de sete a nove quilos. Tem pêlos lon-
gos, cuja cor é variável. Os machos adultos são marrom-avermelhados, enquanto as fêmeas, assim
como os jovens, são de tonalidade marrom-escura a preta. Como o bugio-preto, o Alouatta guariba
também emite um som rouco e forte que pode ser ouvido a longa distância. A cauda é também
usada como suporte para se locomover e alimentar-se. Pode viver até 20 anos.

Habitat:
No Brasil, este bugio ocorre em florestas do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul.

Comportamento:
É pouco ativo e se move lentamente.

Alimentação:
Alimenta-se de frutos, sementes, talos, pecíolos, botões, flores, inclusive pólen e néctar.
Família
ATELIDAE Reprodução:
As fêmeas atingem a maturidade sexual entre quatro e cinco anos. Nasce apenas um filhote ou rara-
mente dois por gestação. O filhote é carregado pela mãe e amamentado por cerca de 20 meses.

Ameaças:
A principal ameaça é a destruição de habitats, mas a caça e o comércio ilegal de animais silvestres
contribuíram para a redução de suas populações.

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Primates
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Muriqui, mono-carvoeiro
ORDEM

Primates Brachyteles arachnoides

Características gerais:
O muriqui é o maior primata das Américas. Macho e fêmea adultos pesam entre 12 e 15 quilos e medem
cerca de 80 centímetros. Sua pelagem é espessa, de cor bege e distribuída por todo o corpo. Tem pêlos
mais claros ao redor da face, de pele negra.

Habitat:
O muriqui geralmente habita regiões montanhosas. Sua distribuição original estendia-se da Bahia até São
Paulo e Paraná.

Alimentação:
Para se alimentar, o grupo pode se dispersar por até um quilômetro, mas sempre mantendo contato vocal
um com o outro. Alimenta-se de brotos e folhas maduras, mas frutos, sementes e flores também partici-
pam da dieta. Usa ainda como alimento cipós, lianas, epífitas e insetos, conforme a estação. São seletivos
e têm alto grau de manipulação dos alimentos.

Comportamento:
O muriqui é uma espécie de primata com hábitos arborícolas e diurnos, ou seja, vive sobre as árvores
Família
durante o dia e repousa durante a noite. Utiliza todos os membros para locomoção, inclusive a cauda.
ATELIDAE
Os machos convivem em harmonia, sem dominância evidente, sem agressões físicas ou disputas.

Reprodução:
A gestação varia entre sete e oito meses, com intervalos de cerca de três anos. Nascem de um a dois
filhotes, carregados pela fêmea até o desmame, entre 18 e 24 meses. Os machos atingem a maturidade
sexual aos seis anos. O muriqui vive até 20 anos.

Ameaças:
Além da destruição do habitat, o mono-carvoeiro tem sido, historicamente, uma das principais espécies
visadas para caça, o que a levou próximo à extinção.

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Primates
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Preguiça, Preguiça-de-três-dedos
ORDEM

Xenarthra Bradypus variegatus

Características gerais:
A preguiça-de-três-dedos é também conhecida como bicho-preguiça. Mede entre 41 e 70 centíme-
tros de corpo. Apesar de aparentar bastante peso, devido a grande quantidade de pêlos, a preguiça
pesa entre 2,25 e 5,5 quilos.

Habitat:
Está presente em grandes florestas, possui hábitos arborícolas, alimentando-se das folhas das árvores.
É espécie solitária, mas pode ser encontrada em casais nas épocas de reprodução. De hábitos diurnos
e noturnos, a preguiça-de-três dedos vive quase sempre na copa das árvores.

Comportamento:
Pode descer ao solo para defecar e urinar, ou para ir de uma árvore a outra. Movimenta-se
lentamente, parecendo sempre ter acabado de acordar.

Ameaças:
Família
Esta espécie é muito sensível às mudanças do ambiente. O desmatamento, com a redução das
BRADYPODIDAE florestas, pode ser considerado o maior responsável pelo desaparecimento desta espécie no Paraná.
No Brasil, pode ser encontrada do Sul do Pará até o Rio Grande do Sul.

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Xenarthra
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Tamanduá-bandeira
ORDEM

Xenarthra Myrmecophaga tridactyla

Características gerais:
Esta é a maior espécie do grupo dos tamanduás. Apesar de medir cerca de 1,5 metro de comprimento,
o tamanduá-bandeira não é um animal pesado, com cerca de 39 quilos. Geralmente tem cor acinzentada
escura, mesclada de branco. Possui os pêlos compridos, formando uma crina ou juba. Não possui dentes,
sua língua é muito comprida, e as unhas são grandes e fortes, podendo chegar a 6,5 centímetros nas
patas da frente.

Habitat:
Está presente em todo o Brasil. No Paraná, ocorre sobretudo nos campos naturais e cerrado. Seus
registros mais recentes referem-se apenas ao Segundo Planalto Paranaense.

Comportamento:
É espécie de hábitos noturno e diurno, ou seja, dependendo do apetite pode sair à procura de alimento
tanto a noite como durante o dia. É solitário, tem olfato aguçado, enquanto a visão é limitada. Quando
está sendo perseguido pode nadar e até subir em árvores baixas.

Família Reprodução:
MYRMECOPHAGIDAE O período de gestação é de aproximadamente 190 dias, nascendo apenas um filhote por vez, com cerca
de 1,6 quilo, que abre os olhos no sexto dia. Nesse período, as fêmeas se tornam mais agressivas. O
filhote permanece com a mãe até cerca de um ano, quando pesa de 14 a 17 quilos. A partir daí o filhote
tamanduá deve se manter sozinho, enfrentando todos os desafios da natureza.

Alimentação:
Alimenta-se basicamente de insetos como formigas e abelhas de solo, utilizando a língua comprida para
capturá-los em seus ninhos.

Ameaças:
Os principais fatores que ameaçam o tamanduá-bandeira são as áreas agricolas, as queimadas, a caça
predatória, o ataque por cães e os atropelamentos.

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Xenarthra
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Boto, boto-cinza, golfinho
Cetacea
ORDEM

Sotalia guianensis

Características gerais:
Este boto é acinzentado no dorso, podendo também ser esbranquiçado na barriga. Os adultos variam de
160 a 180 centímetros em média. Seu peso é em torno de 70 quilos mas, em alguns casos, pode chegar a
100 quilos.

Habitat:
Habita áreas costeiras e estuários, ao longo da distribuição dos manguezais. No Brasil, este boto ocorre em
todas as regiões costeiras. No Paraná, vive nas baías de Paranaguá e Guaratuba, em ambientes marinhos e
estuarinos.

Comportamento:
São ativos durante o dia, mas podem ter pequenos intervalos de baixa atividade, como se estivesse des-
cansando.

Reprodução:
O ciclo reprodutivo é de cerca de dois anos. Após um período de gestação de 11,6 meses, nasce um único
filhote de 89 a 95 centímetros de comprimento, com coloração cinza no dorso e rósea no restante do
Família corpo.
DELPHINIDAE
Alimentação:
Para se alimentar, os botos são muito espertos, usam a tática “unidos venceremos”, podendo se agrupar em
até 40 animais para predar grandes cardumes de peixes, dando poucas chances para que escapem.

Ameaças:
As principais ameaças a esta espécie são os vários tipos de poluição, principalmente a sonora, produzida
por barcos de turismo.

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Cetacea
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Toninha, cachimbo, boto-amarelo,
Cetacea
ORDEM

fransciscana
Pontoporia blainvillei

Características gerais:
A toninha mede entre 130 e 175 centímetros e pesa de 20 a 61 quilos. As fêmeas são geralmente
maiores do que os machos e vivem mais do que eles. A coloração geral do corpo é marrom-acinzen-
tada, com as partes laterais e ventrais mais claras. A nadadeira da região das costas (dorsal) é triangu-
lar e alta, enquanto as peitorais são pequenas e largas. Apresenta focinho longo.

Habitat:
Habita ambiente marinho e costeiro, podendo aproximar-se da orla. Vive aparentemente em gru-
pos, mas quase nunca é vista. No Brasil, esta espécie está distribuída do Espírito Santo ao Rio Grande
do Sul. No Paraná, ocorre ao longo de todo o litoral.

Comportamento:
Acredita-se que é ativo durante o dia, podendo ter pequenos intervalos de baixa atividade, como se
estivesse em repouso.
Família
PONTOPORIIDAE Reprodução:
A gestação dura aproximadamente dez meses e o filhote nasce medindo entre 70 e 75 centímetros.
A cria é amamentada até os nove meses. Machos e fêmeas alcançam a maturidade sexual por volta
dos dois anos e meio de idade.

Alimentação:
A toninha se alimenta de cerca de 15 espécies de peixes costeiros e estuarinos, além de lulas.

Ameaças:
As principais ameaças são a caça e a captura acidental em redes de pesca. Sofre forte impacto da
pesca artesanal e industrial.

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Cetacea
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Anta
ORDEM

Perissodactyla Tapirus terrestris

Características gerais:
A anta é um mamífero de grande porte, cujo corpo mede de 1,70 a dois metros, podendo pesar até 300
quilos. É o maior mamífero brasileiro. Sua coloração é marrom escura e o focinho tem uma pequena
tromba móvel.

Habitat:
Originalmente, a anta ocorria em todo o Brasil. No Paraná, estava presente nas regiões cobertas pe-
los vários tipos de florestas e cerrados, ou seja, em praticamente todo o Estado. Freqüenta diversos
ambientes florestais, desde que se sinta segura nessas áreas. Tem hábitos solitários e geralmente é
vista durante a noite.

Reprodução:
A gestação dura em torno de 12 meses, nascendo apenas um filhote, que pesa de sete a nove quilos,
com listras brancas no corpo, que desaparecem meio ano após o nascimento. Essas listras não são
por acaso; como o filhote não possui muita defesa contra inimigos, elas ajudam na camuflagem.
Família
Alimentação:
TAPIRIDAE
Alimenta-se principalmente de frutas; por isso é importante dispersora de sementes nas florestas.
Está desaparecendo de várias regiões, juntamente com as florestas.

Ameaças:
As antas estão ameaçadas e extintas localmente em muitas áreas da América do Sul, devido à caça e
à destruição de seus ambientes preferenciais.

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Perissodactyla
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Cervo, cervo-do-pantanal, veado-galheiro
ORDEM

Artiodactyla Blastocerus dichotomus

Características gerais:
É o maior cervídeo sul-americano. O macho adulto chega a pesar 150 quilos e a coloração da
pelagem é castanho-avermelhada, com as patas, boca e focinho negros.

Habitat:
Vive nas planícies de inundação dos grandes rios, banhados e pântanos.

Comportamento:
É um animal com atividades alimentares durante o dia. Vive sozinho, mas algumas vezes pode ser
visto em pequenos grupos. Durante as horas mais quentes do dia, permanece deitado sobre o
capim.

Reprodução:
A gestação é de nove meses, com o nascimento de apenas um filhote.

Aliementação:
Família
CERVIDAE
Alimenta-se de grande variedade de gramíneas e plantas aquáticas.

Ameaças:
A caça, a expansão das áreas agrícolas, atropelamentos, doenças, picadas de abelhas exóticas e
acidentes em cercas de arame são as grandes ameaças ao cervo-do-pantanal.

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Artiodactyla
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Veado-campeiro, veado-branco,
ORDEM

Artiodactyla veado-galheiro, veado-de-óculos


Ozotoceros bezoarticus

Características gerais:
O veado-campeiro pode atingir de 1,20 a 1,50 metro de comprimento e pesar entre 30 e 40 quilos.
Seu pêlo varia do marrom-avermelhado ao marrom-claro. Apresenta uma pelagem branca em volta
dos olhos, no interior das orelhas, na porção inferior do corpo e da cauda e ao redor do lábio. São
essas as principais características que o diferenciam das outras espécies de cervides. Apenas os
machos possuem galhada, que caem todo ano, geralmente no inverno.

Habitat:
A distribuição original do veado-campeiro incluía as áreas de campo da Bahia até o Rio Grande do
Sul. No Paraná, sua ocorrência original provavelmente era restrita às áreas de campos naturais e
cerrado.

Comportamento:
Este cervideo pode ser solitário ou se reunir em grupos. Anda em casais apenas quando a população
Família local é muito pequena. Têm atividades tanto de dia quanto de noite.
CERVIDAE
Reprodução:
A gestação dura sete meses, gerando apenas um filhote (raramente dois), que nasce com listras de
pintas brancas no dorso, o que facilita a camuflagem no ambiente.

Alimentação:
Alimenta-se de flores, folhas novas, gomos e arbustos.

Ameaças:
As maiores ameaças ao veado-campeiro são a caça e a destruição de seu habitat, por causa da
presença humana. Este veado era caçado por “esporte” e para alimentação.

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Artiodactyla
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Veado-cambuta, cambucica, veado-bororó, veado-mão-curta
ORDEM

Artiodactyla Mazama nana

Características gerais:
O veado-cambuta mede cerca de um metro de comprimento e 50 centímetros de altura. A cabeça é
curta e as orelhas são pequenas e arredondadas. Os chifres são simples e direcionados para trás, sem
apresentar ramificações. O que diferencia este veado dos demais são as patas da frente, menores
que as de trás.

Habitat:
Prefere lugares de maior altitude e freqüenta ambientes de vegetação mais fechada, que propor-
cionam maior segurança. O veado-mão-curta pode ser encontrado de São Paulo ao Rio Grande
do Sul.

Reprodução:
Há relatos de partos entre setembro e fevereiro, com apenas um filhote por vez.

Comportamento:
Não há muitos estudos a respeito do comportamento do veado-mão-curta, mas pode-se afirmar
Família
CERVIDAE
que é espécie geralmente encontrada no final da tarde e à noite.

Alimentação:
Acredita-se que as frutas sejam o alimento de maior preferência desse veado, mas pode se alimentar
também de flores e folhas.

Ameaças:
As principais ameaças são a destruição de seus habitats, o desmatamento e a caça. Por isso, o veado-
mão-curta é uma das espécies mais ameaçadas entre os cervídeos brasileiros.

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Artiodactyla
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Queixada, porco-do-mato
ORDEM

Artiodactyla Tayassu pecari

Características gerais:
O peso do queixada varia entre 25 a 40 quilos. Possui a cabeça grande em relação ao corpo, enquanto o
pescoço é curto. Seu focinho é alongado e móvel. Tem quatro dedos nas patas da frente e três nas de trás. A
cauda, muito pequena, quase não aparece. Os adultos têm pêlos negros ou em tons de marrom escuro, e uma
mancha clara ao longo da mandíbula.

Habitat:
Embora habite florestas tropicais úmidas, pode ser encontrado em áreas mais secas. Em ambientes que possuem
bastante alimento o queixada pode ser encontrado em grandes bandos, com mais de 40 indivíduos comandados
sempre por um macho adulto, responsável pela organização do grupo.

Reprodução:
Nascem de um a três filhotes, com capacidade de seguir a mãe e o grupo logo após o nascimento. Começam
a desmamar aos dois meses e atingem a idade adulta em torno dos 18 meses.

Comportamento:
O queixada realiza suas atividades durante o dia mas, nos dias quentes, espera o sol se pôr para se alimentar.
Família Um comportamento marcante do queixada é a produção de uma secreção oleosa de cheiro forte, que serve
TAYASSUIDAE para marcar território e afastar outros animais.

Alimentação:
O queixada come basicamente frutos, mas também raízes, invertebrados, pequenos vertebrados e fungos.
É eficiente predador e exerce papel marcante na natureza, pois espalha pela floresta sementes das diferentes
espécies vegetais que consome, contribuindo para a manutenção do ambiente.

Ameaças:
Diante de um grupo de caçadores e cães treinados, os queixadas se agrupam e podem ser eliminados às
dezenas.

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Artiodactyla
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Cateto, tateto, caititu
ORDEM

Artiodactyla Pecari tajacu

Características gerais:
O cateto se diferencia do queixada principalmente pelo tamanho. Pesa entre 18 e 30 quilos, e
sua coloração é marrom salpicada de branco, com uma coleira de pêlos mais claros nos lados do
pescoço.

Habitat:
Vive em ambientes diversos, desde florestas úmidas até regiões áridas. Geralmente percorre esses
ambientes em grupos de seis a 20 indivíduos.

Reprodução:
O período de gestação é de 142 a 145 dias, e normalmente nascem dois filhotes por ninhada. Pre-
coces, seguem a mãe depois de uma hora após o nascimento. O desmame ocorre em torno de seis
semanas.

Comportamento:
O cateto realiza suas atividades durante o dia e ao entardecer, descansando à noite.
Família
TAYASSUIDAE
Alimentação:
Nas florestas, o cateto consome sementes, frutos de palmeiras e diversos produtos vegetais, como
folhas, raízes e tubérculos.

Ameaças:
O cateto é muito perseguido por caçadores em função de sua carne e seu couro. Além disso, seu
habitat está sendo destruído, sem dar a ele possibilidades de sobrevivência.

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Artiodactyla
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Paca
ORDEM

Rodentia Agouti paca

Características gerais:
A paca é um roedor de corpo robusto e alongado. Mede entre 62 e 70 centímetros e pesa de seis a 13
quilos. Com patas curtas e fortes, quatro dedos nas anteriores e cinco nas posteriores, suas garras têm
o formato de pequenos cascos. Sua pelagem é mais longa e áspera na região dorsal, com listras claras
sobre um fundo que varia de castanho-acinzentado a cinza- escuro. Na região ventral, a cor é branca ou
amarelada. A cauda é curta e nua.

Habitat:
A paca pode ocupar vários tipos de ambientes, mas prefere áreas florestadas perto de rios e banhados.
Pode construir a própria toca, com aberturas escondidas por folhas. Esta espécie ocorre em todo o Brasil.
No Paraná, está a cada dia mais rara.

Reprodução:
O período de gestação é de 115 dias, nascendo apenas um único filhote, raramente dois, já com os olhos
abertos e o corpo coberto de pêlos.

Comportamento:
Família A paca vive sozinha, exceto em épocas de reprodução, quando pode ser observada aos pares (macho
AGOUTIDAE e fêmea) e, em alguns casos, pode viver em pares fixos. Uma fêmea adulta ocupa uma área exclusiva,
admitindo apenas a presença de filhotes e do macho, que defende o território contra outros machos
adultos.

Alimentação:
Alimenta-se de sementes e frutos e, em algumas épocas do ano, de talos e folhas.

Ameaças:
A paca está ameaçada pelos caçadores e pela destruição das matas marginais e cursos d’água. Algumas
populações sobrevivem, principalmente porque a paca possui hábitos discretos, ou seja, noturnos,
silenciosos e solitários.

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Rodentia
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Tapiti
ORDEM

Lagomorpha Sylvilagus brasiliensis

Características gerais:
O tapiti é um pequeno coelhinho brasileiro. Possui coloração acinzentada, orelhas curtas e finas e uma
pequena cauda. Mede entre 35 e 40 centímetros de comprimento, podendo pesar até 1,2 quilo. Como
qualquer outro coelho, quando o tapiti se depara com o perigo, pode alcançar uma velocidade de 33 a
40 quilômetros por hora. É um verdadeiro jatinho da floresta.

Habitat:
No Brasil, o tapiti ocorre de Pernambuco ao Rio Grande do Sul e região Centro-Oeste, com algumas
populações na região Norte. Vive em áreas próximas à água, sendo encontrado em bordas de mata,
campos e cerrados.

Reprodução:
A fêmea constrói o ninho com palha e com seus próprios pêlos. Quanto mais pêlo no ninho, mais cuida-
dos terá com seus filhotes. A gestação é de cerca de um mês, após o quê nascem de dois a sete filhotes.
A mesma fêmea pode ter quatro ou cinco partos por ano. Os filhotes nascem de olhos fechados, sem
pêlos e permanecem no ninho até que possam acompanhar a mãe.
Família
LEPORIDAE Comportamento:
É solitário e realiza suas atividades durante a noite. Passa o dia inteiro debaixo de troncos ou em ocos de
árvores, descansando ou cuidando de seus filhotes.

Alimentação:
Alimenta-se de talos, brotos e cascas de muitas espécies vegetais.

Ameaças:
As principais ameaças à sobrevivência desta espécie são a destruição de habitats e a caça. Mas é possível
que ela seja diretamente afetada pela introdução da lebre-européia (Lepus europaeus), espécie exótica que
Lepus europaeus
disputa alimento com o tapiti.

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Lagomorpha
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Morcego
ORDEM

Chiroptera Chiroderma doriae

Características gerais:
Comparando com outras espécies de morcego, este é de tamanho médio: mede de cinco a 7,5
centímetros. Possui uma coloração cinzenta, com a região das costas mais clara.

Habitat:
Este morcego é encontrado do Sudeste do Brasil até o Paraná, associado a ambientes florestais.

Comportamento:
De hábitos noturnos, durante o dia repousa .

Alimentação:
Grande parte dos morcegos se alimenta de frutos e vegetais, sendo poucas as espécies que se ali-
mentam do sangue de animais.

Reprodução:
Apresenta reprodução sazonal, ou seja, conforme as estações do ano, quase sempre associada ao
Família
PHYLLOSTOMIDAE início do período das chuvas.

Ameaças:
As principais ameaças ao morcego são a poluição, o desmatamento e a destruição do seu habitat.

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Chiroptera
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Morcego
ORDEM

Chiroptera Chrotopterus auritus

Características gerais:
Este é o maior morcego com ocorrência no Paraná e um dos cinco maiores do Brasil. Chega a medir
até dez centímetros de comprimento. Possui coloração escura, pardo-acinzentada e as pontas das
asas esbranquiçadas. As orelhas são muito grandes e separadas entre si.

Habitat:
Esta espécie pode ser encontrada em grande parte do Brasil. Pode ser observada em cavernas,
túneis, ocos de árvores e habitações humanas.

Comportamento:
Como as outras espécies de morcegos o Chrotopterus auritus também possui hábitos noturnos e
pode formar grupos de até sete indivíduos

Alimenteção:
Essa espécie de morcego é carnívora, alimenta-se de pequenos vertebrados como aves, répteis,
morcegos e roedores, embora alguns pesquisadores tenham relatado a presença de insetos e frutos
Família
PHYLLOSTOMIDAE nas suas fezes.

Reprodução:
Da gestação, que dura 99 dias, nasce apenas um filhote.

Ameaças:
As ameaças a esta espécie são a destruição de habitats, o desmatamento, a perda de fonte alimentar
e o turismo desordenado em cavernas, que geralmente incomoda o descanso desses animais.

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Chiroptera
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Morcego, morcego-vampiro
ORDEM

Chiroptera Diaemus youngi

Características gerais:
Trata-se de um morcego de tamanho médio: o corpo mede cerca de oito centímetros. A coloração
do corpo vai de ligeiramente marrom a marrom-escura. As bordas das orelhas e asas são brancas.

Habitat:
Esta espécie pode ser encontrada em todo o Brasil. Habita ocos de árvores e cavernas. Prefere
lugares escuros e silenciosos.

Comportamento:
Como as demais espécies de morcegos, o morcego-vampiro possui hábitos noturnos e vive em
colônias com mais de 30 indivíduos.

Alimentação:
É espécie hematófaga, ou seja, alimenta-se do sangue de vertebrados, principalmente mamíferos
como o gado e os cavalos, com especial interesse pelas aves.
Família
PHYLLOSTOMIDAE Reprodução:
A fêmea tem um filhote em cada gestação.

Ameaças:
As principais ameaças são o desequilíbrio ecológico, o turismo desordenado em cavernas e a
destruição de seus habitats.

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Chiroptera
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Se você tivesse de escolher uma característica comum a
todas as aves, qual escolheria? A capacidade de voar? Mas
o pingüim e a ema são aves que não voam. A resposta é
simples: as aves são os únicos animais que possuem penas,
essenciais para o vôo e também para manter constante a
temperatura do corpo. Outra característica importante
nas aves são os ossos (chamados ossos pneumáticos):
cheios de ar, diminuem o peso e facilitam o vôo. Agora
que você já conhece as principais características das aves,
vamos visitar algumas espécies ameaçadas de extinção.

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Ema
Rheiformes
ORDEM

Rhea americana

Características gerais:
É a maior espécie de ave existente no Brasil. Os adultos medem entre 1,27 e 1,40 metro. Tem o pescoço
e as canelas compridos, não tem cauda e sua plumagem é pardo-acinzentada. Os machos se diferenciam
das fêmeas por possuírem a região anterior do peito e o pescoço negros.

Habitat:
Pode ser encontrada em ambientes abertos como cerrado e campos, onde geralmente vive em grupos.
As raras informações da presença natural da ema no Paraná ligam-se à porção de cerrado e campos da
região nordeste do Estado, por ser uma região com muitas áreas abertas e possível abundância de ali-
mentos.

Reprodução:
No período reprodutivo o macho dominante expulsa os demais e reúne de três a seis fêmeas. Depois de
fecundadas, inicia-se a construção do ninho, geralmente em pequenas depressões no solo forradas com
folhas, onde podem ser reunidos cerca de 30 ovos. Quem choca os ovos não é a fêmea, mas o macho,
e a incubação ocorre entre 32 a 40 dias.
Família
RHEIDAE Comportamento:
A ema não voa, mas corre muito rápido, e em ziguezague, quando é perseguida. Para obter melhor
equilíbrio durante a fuga, abre e fecha as asas com movimentos rápidos. Para descansar, a ema mantém o
pescoço esticado horizontalmente no chão ou dobrado para trás.

Alimentação:
Alimenta-se de pequenos mamíferos, répteis (lagartos e serpentes), anfíbios e insetos. Também come
folhas, raízes e sementes.

Ameaças:
A ema depende de extensas áreas com paisagens abertas e semi-abertas, coincidindo com os ambientes
de campos naturais e cerrado que têm sido transformados em pastagens e áreas agrícolas.

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Rheifoarmes
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Macuco
Tinamiformes
ORDEM

Tinamus solitarius

Características gerais:
O macuco é o maior representante da família Tinamidade no Sul do Brasil, medindo de 42 a 48
centímetros. Os machos são menores e podem pesar entre um e 1,5 quilo.

Habitat:
Vive nas florestas, pode ser observado durante o dia, pois passa quase a maior parte do tempo
caminhando pelo solo e se banhando em riachos. No final do dia, refugia-se em galhos de três a 15
metros de altura. O macuco já habitou todas as paisagens florestais do Paraná. Atualmente é mais
freqüente na planície litorânea e áreas montanhosas da Serra do Mar.

Reprodução:
No período reprodutivo, é o macuco macho quem escolhe o lugar para o ninho, procurando uma
área com troncos e vegetação rasteira ao redor, onde escava o solo. Nesse ninho, protegido pelos
troncos e pela vegetação, são colocados de quatro a oito ovos de cor verde-azulada e chocados por
22 dias.
Família
Alimentação:
TINAMIDAE
Nos primeiros dias de vida do macuco, pai e mãe alimentam seus filhotes com insetos e, mais
tarde, com sementes e frutos. O macuco também costuma capturar anfíbios.

Ameaças:
O macuco está ameaçado principalmente por causa da redução do seu habitat. A caça também é
fator importante para o declínio das populações.

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Tinamiformes
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Jaó
Tinamiformes
ORDEM

Crypturellus undulatus

Características garais:
Esta espécie mede entre 28 e 32 centímetros e pesa de 460 a 620 gramas. Na região da garganta
possui uma coloração branca e, nas costas, marrom, enquanto a barriga é cinza e os flancos (região
acima da coxa), barrados de marrom-escuro.

Habitat:
Habita as florestas da zona tropical, caatinga e cerrado. É encontrado nas zonas mais quentes do
Norte e Noroeste do Paraná, ao longo do rio Paraná e no final do rio Tibagi.

Reprodução:
O seu ninho é construído no chão, geralmente em pequenas depressões, onde são colocados de
quatro a cinco ovos de cor rosada. O jaó incuba os ovos por aproximadamente 17 dias.

Comportamento:
Apesar de ser uma espécie que fica a maior parte do tempo no solo, é excelente nadadora, con-
seguindo atravessar grandes trechos de rios, principalmente quando se sente ameaçada.
Família
TINAMIDAE
Alimentação:
Alimenta-se de invertebrados, como besouros, formigas, cupins e insetos em geral.

Ameaças:
Desapareceu quase totalmente do território paranaense. Está ameaçado principalmente por causa
da redução do seu habitat.

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Tinamiformes
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Jaó, jaó-do-litoral
Tinamiformes
ORDEM

Crypturellus noctivagus

Características gerais:
O jaó-do-litoral é uma espécie que mede entre 29 e 32 centímetros, pesando cerca de 600 gramas.
Possui coloração castanha com manchas negras. O peito cinza-chumbo, contrastando com a barriga
castanha e os flancos (região acima da coxa) barrados de negro.

Habitat:
Pode ser encontrado nas florestas da costa Leste do Brasil, desde o nível do mar até uma altitude
de 500 metros. No Paraná, ocorre na Floresta Atlântica, principalmente em ambientes com poucas
influências humanas.

Reprodução:
Em cativeiro, foram observados indivíduos de jaó-do-litoral que botaram até quatro ovos, chocados
num período de 17 dias.

Alimentação:
Sua alimentação é à base de sementes, brotos de plantas e invertebrados.
Família
TINAMIDAE
Ameaças:
O crescimento desordenado e rápido do litoral paranaense é o principal motivo para o declínio
desta espécie típica da Floresta Atlântica. Como aconteceu em várias outras áreas, o jaó-do-litoral foi
extinto das proximidades da praia de Caiobá onde, na década de 1980, era relativamente comum.

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Tinamiformes
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Codorninha, inhambu-carapé
Tinamiformes
ORDEM

Taoniscus nanus

Características gerais:
É um dos menores representantes desta família, com tamanho variando em torno de 15 centíme-
tros.

Habitat:
Foi encontrada em regiões de cerrado e campos naturais e em bordas de florestas que sofrem
influência humana. No Paraná, foi vista apenas uma vez, no município de Jaguariaíva.

Rerodução:
Não há informações sobre o seu processo reprodutivo.

Comportamento:
Com hábito terrestre, esconde-se em buracos para se proteger de predadores como o falcão-de-
coleira (Falco femoralis) e o gavião-de-rabo-branco (Buteo albicaudatus
Falco femoralis albicaudatus).

Habitat:
Família
TINAMIDAE A codorninha se alimenta de pequenos invertebrados, como besouros, formigas, cupins, entre ou-
tros, além de diversas espécies de grãos e sementes.

Causas da extinção:
A redução, a modificação e o desaparecimento de muitas paisagens de cerrado no Paraná causaram
mudanças drásticas na avifauna do Nordeste paranaense.

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Tinamiformes
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Albatroz-gigante, Albatroz-errante
ORDEM

Procellariiformes Diomedea exulans

Características gerais:
O albatroz-gigante é uma espécie de ave marinha que pesa cerca de seis a onze quilos e mede de um
metro a um metro e meio. O nome de albatroz-gigante não é por acaso: suas asas são muito grandes,
possuindo uma distância de 2,5 a 3,5 metros de uma ponta a outra. A coloração de sua plumagem é
variada e se torna cada vez mais esbranquiçada nos adultos. O jovem tem cor marrom-chocolate, com
uma máscara branca na face. A parte inferior das asas apresenta penas brancas com as margens e as
pontas pretas.

Habitat:
Vive em regiões marinhas e muitas vezes chega ao continente de forma acidental, trazido por
tempestades.

Reprodução:
No período reprodutivo, constrói um ninho com lama e folhas que acumula sobre uma depressão no
solo e coloca um único ovo que choca durante 78 dias. A estimativa de vida para um albatroz-gigante é
de 30 a 40 anos.
Família
DIOMEDEIDAE Alimentação:
Alimenta-se de moluscos, peixes e crustáceos. É espécie oceânica de alto-mar, observada raramente
no litoral paranaense, a não ser em episódios como tempestades, quando exemplares moribundos
ou mortos podem ser encontrados nas praias. Seus registros no Paraná estão restritos a observações
obtidas em alto-mar na década de 1980.

Ameaças:
Embora sua presença no Paraná seja acidental, esta espécie pertence ao grupo de aves oceânicas que se
encontram seriamente ameaçadas pelas baixas populacionais, em geral causadas por espinhéis usados
para pesca de alto-mar, nos quais muitos indivíduos se prendem acidentalmente.

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Procellariiformes
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Albatroz-de-nariz-amarelo
ORDEM

Procellariiformes Thalassarche chlororhynchos

Características gerais:
Trata-se de uma espécie com tamanho em torno de 75 centímetros e pesa entre 2,5 e 2,9 quilos. Seu
bico é longo e fino, facilitando a pescaria. Possui coloração preta com uma faixa amarela na maxila, de
onde nasceu o nome comum de albatroz-de-nariz-amarelo, além da plumagem geral do seu corpo ser
branca com penas pretas.

Habitat:
Habita a região marinha, e só ocasionalmente chega próximo da costa, com as tempestades.

Reprodução:
Como outras espécies de albatrozes, constrói o ninho em uma depressão no solo, utilizando grama e
lama, onde deposita um único ovo, com período de incubação de cerca de 75 dias. O filhote inicia os
vôos aproximadamente aos quatro meses de idade.

Comportamento:
Como vive em alto mar, alimenta-se de peixes, moluscos e crustáceos. Fortes aliados são os barcos
Família que despejam o resto da pescaria no mar, fornecendo rico banquete ao albatroz e a outras aves
DIOMEDEIDAE marinhas. Mas precisa ter cuidado com os espinhéis, onde muitos ficam presos.

Alimentação:
Alimenta-se de moluscos, crustáceos e peixes, que são capturados mergulhando até um metro de
profundidade; outros são capturados através de vôos rente à superfície.

Ameaças:
As ameaças a esta espécie são idênticas àquelas indicadas para o Diomedea exulans: morte acidental
nos espinhéis e poluição oceânica.

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Procellariiformes
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Albatroz-de-sobrancelhas
ORDEM

Procellariiformes Thalassarche melanophris

Características gerais:
Medindo quase um metro, o albatroz-de-sobrancelhas pesa de três a cinco quilos, e como
os demais albatrozes, possui vôo grandioso, pois a distância de uma asa a outra pode chegar
a 2,4 metros. Apresenta plumagem branca, com asas e retrizes (penas da cauda) pretas.

Habitat:
Vive em regiões marinhas, mas pode se aproximar da orla marítima. O Thalassarche
melanophris ocorre em toda a região oceânica de alto-mar

Reprodução:
Faz seu ninho com lama e grama junto a grandes colônias de aves. Põe um único ovo. O
filhote inicia seu primeiro vôo aos 120 dias, com uma expectativa de vida de aproximadamente
34 anos. Sua população mundial está estimada em um a dois milhões e quinhentos mil
indivíduos, mas há estudos que indicam um declínio de mais de 60% para os próximos
Família anos.
DIOMEDEIDAE
Ameaças:
As ameaças são idênticas às indicadas para Diomedea exulans: morte acidental nos espinhéis
e poluíção oceânica.

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Procellariiformes
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Petrel-gigante
ORDEM

Procellariiformes Macronectes giganteus

Características gerais:
O petrel-gigante mede de 86 a 99 centímetros e pesa entre quatro e cinco quilos. Não
recebe este nome por acaso: a distância entre uma asa e outra chega a dois metros. O adulto
possui a região de baixo do corpo cinza pardacenta e as partes superiores mais pálidas.

Habitat:
Habita e se reproduz na região oceânica de alto-mar. Sua população global foi estimada em
36 mil pares reprodutores.

Reprodução:
Durante o período reprodutivo forma grupos chamados de colônias, com cerca de 300
indivíduos. Há postura de apenas um ovo, chocado em um período de 55 a 66 dias. Os
jovens estão prontos para se reproduzir aos seis ou sete anos de vida.

Família Alimentação:
PROCELLARIIDAE
Captura aves marinhas menores, alimenta-se também de carcaças de focas e pingüins.

Ameaças:
As ameaças à esta espécie são idênticas às indicadas para Diomedea exulans: morte acidental
nos espinhéis e poluição oceânica.

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Procellariiformes
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Procelária, pardela-preta
ORDEM

Procellariiformes Procellaria aequinoctialis

Características gerais:
A procelária mede de 51 a 58 centímetros e pesa pouco mais de um quilo. A distância de
uma asa a outra chega a metro e meio. Sua plumagem é da cor de fuligem.

Hábitat:
Vive em alto-mar, mas algumas vezes pode se aproximar da costa para fazer seu ninho ou
se alimentar.

Reprodução:
No período reprodutivo, põe um único ovo, que choca por 57 dias. O filhote deixa o ninho
quando completa três meses.

Alimentação:
Captura moluscos e crustáceos, mas durante o período reprodutivo, os peixes constituem
Família seu alimento preferido.
PROCELLARIIDAE

Ameaças:
As ameaças a esta espécie são idênticas às indicadas para Diomedea exulans: morte acidental
nos espinhéis e poluição oceânica.

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Procellariiformes
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Socó-jararaca, socó-boi-escuro
Ciconiiformes
ORDEM

Tigrisoma fasciatum

Características gerais:
O socó-jararaca chega a medir 70 centímetros. A região de cima do corpo é negra, barrada de
branco, e uma faixa branca corre no pescoço.

Habitat:
Habita rios e córregos límpidos de florestas. Gosta de ambientes de rio com fundo pedregoso,
principalmente nas regiões de cerrado. Originalmente o socó-jararaca ocorria em todas as áreas
florestadas do Paraná, à exceção provavelmente daquelas mais frias das zonas de planalto.

Reprodução:
Há poucas informações sobre a reprodução do socó-jararaca.

Comportamento:
Vive sozinho, costuma se afastar rapidamente ao perceber a presença humana, em vôos que
seguem as margens do rio.
Família
ARDEIDAE
Alimentação:
Quanto à alimentação, ainda faltam estudos para se conhecer ao certo o que o socó-jararaca
come, mas no seu estômago já foram encontrados libélulas e peixes.

Ameaças:
Frágil frente à presença humana, esta espécie tem habitat específico, cujas perturbações, mesmo
pequenas, fazem reduzir sua presença, na medida em que diminuem os recursos alimen-
tares disponíveis.

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Ciconiiformes
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Savacu-de-coroa
Ciconiiformes
ORDEM

Nyctanassa violacea

Características gerais:
Esta espécie mede de 50 a 70 centímetros e pesa cerca de 650 gramas. Na região da testa possui
coloração amarela ou ferrugem, com a lateral da cabeça preta e uma mancha pós-ocular (região
atrás dos olhos) branca. As penas das costas e das asas são pretas, margeadas de cinza, enquanto
o restante da plumagem é cinza e os tarsos são compridos e amarelados. O bico robusto varia de
tamanho conforme a área de distribuição: se no local onde vive as presas são grandes, então o bico
será grande; do contrário, um pouco menor.

Habitat:
Vive nos manguezais, pântanos e várzeas próximos da costa, mas existem informações de indivíduos
nas margens de rios e no interior do continente. A espécie foi observada nas zonas de mangue de
todo o litoral paranaense.

Reprodução:
Faz ninhos isolados, geralmente forma colônias com muitos individuos, inclusive com outras espécies
de garças. O mesmo ninho pode ser usado durante várias estações reprodutivas e são construídos
Família
sobre arbustos ou árvores perto da água. Pode colocar até oito ovos.
ARDEIDAE

Alimentação:
O savacu-de-coroa se alimenta de crustáceos, outros invertebrados aquáticos, peixes pequenos,
anfíbios e répteis.

Ameaças:
A construção de prédios e casas próximos ao mar, a poluição doméstica e a pesca esportiva são as
principais ameaças sobre essa espécie. O barulho de motores de barcos e buzinas espanta as aves,
causando perda de ovos e filhotes.

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Ciconiiformes
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Guará
Ciconiiformes
ORDEM

Eudocimus ruber

Características gerais:
O guará pode atingir até 60 centímetros de comprimento. Os adultos apresentam bico longo e em
formato curvo, especialmente moldado para o tipo de alimento e a maneira com que o captura. Sua
plumagem é avermelhada, mas indivíduos mantidos em cativeiro podem apresentar uma coloração
rosa devido à falta do caroteno, substância encontrada nos crustáceos que faz com que ele tenha essa
coloração.

Habitat:
Vive em manguezais e nas margens de rios e lagos, mas em algumas regiões pode freqüentar plantações
de arroz. Forma grandes colônias de reprodução com outras espécies.

Reprodução:
Constrói um ninho em forma de plataforma com gravetos de vários tamanhos, onde põe de um a três
ovos de cor cinza-oliva. Os filhotes começam a deixar o ninho entre 35 e 42 dias de vida.

Comportamento:
Família Procura o alimento explorando a areia e a lama com seu bico. Pode voar por longas distâncias, como
THRESKIORNITHIDAE
observado na foz do rio Amazonas, onde grupos de guarás realizam voos diários de 60 a 70 km entre
os locais de repouso e alimentação.

Alimentação:
O guará captura principalmente crustáceos, moluscos, insetos e pequenos peixes.

Ameaças:
As principais ameaças são o desmatamento dos manguezais e a degradação dos corpos d’água do litoral.
A alteração e a poluição desses ambientes, quase sempre por causa de portos e marinas e/ou urbaniza-
ção de áreas próximas, são ameaças reais que podem causar danos irreparáveis às comunidades de aves
típicas desses ambientes. Devido a todas essas influências o guará não é observado há algum tempo no
litoral do Paraná.
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Ciconiiformes
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Gavião-caracoleiro
Falconiformes
ORDEM

Chondrohierax uncinatus

Características gerais:
O caracoleiro é um gavião de porte médio que mede pouco mais de 40 centímetros. Tem bico
grande, largo e pontudo. Sua plumagem possui cores variadas.

Habitat:
Habita florestas com vegetação densa, principalmente em baixas altitudes, onde é encontrado sozinho
ou aos pares. Mas o caracoleiro já foi observado em um bando com 25 indivíduos planando juntos. É
provável que esteja distribuído em todo o território paranaense.

Reprodução:
Essa espécie de gavião põe de um a dois ovos, que choca cerca de 35 dias. Seus ninhos são construídos
em árvores cuja altura varia em torno de cinco metros.

Comportamento:
Para caçar, o caracoleiro fica entre os galhos das árvores à espreita de sua presa. Quando a localiza,
mergulha em um vôo certeiro e muitas vezes captura seu alimento com rasantes próximos da água ou
Família da vegetação.
ACCIPITRIDAE
Alimentação:
O nome caracoleiro provavelmente se originou devido à sua alimentação ser em grande parte de
moluscos que vivem tanto nas árvores como no solo e na água. Também consome em pequena
quantidade lagartas, caranguejos, outros invertebrados, anfíbios (sapos e salamandras) e répteis
(lagartixas).

Ameaças:
Suas populações estão reduzidas principalmente porque houve uma diminuição de espécies nativas de
moluscos, dos quais se alimenta, devido à introdução do caracol-gigante-africano ((Achatina
Achatina fulica), uma
fulica),
espécie exótica que aparentemente não serve como alimento do gavião-caracoleiro.

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Falconiformes
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Gavião-pombo-pequeno
Falconiformes
ORDEM

Leucopternis lacernulatus

Características gerais:
O gavião-pombo-pequeno possui a região das costas e asas pretas, a cabeça, nuca e ponta
da cauda são brancas. Mede em torno de 45 centímetros.

Habitat:
Ocorre desde o nível do mar até cerca de 900 metros de altitude. Todos os registros desta
espécie são nas regiões montanhosas da Serra do Mar e na planície litorânea.

Reprodução:
Não há descrições sobre seus aspectos reprodutivos.

Comportamento:
Embora passe a maior parte de sua vida sozinho, o gavião-pombo-pequeno pode se juntar a
outros bandos de aves para capturar invertebrados e outros pequenos animais. Também há
Família registros de indivíduos seguindo grupos de primatas e até tratores nas lavouras, na tentativa
ACCIPITRIDAE de capturar animais em fuga.

Alimentação:
São poucas as informações da alimentação dessa espécie de gavião, mas sabe-se que pode
comer pequenos invertebrados, aves, répteis e mamíferos.

Ameaças:
A principal ameaça é o desmatamento.

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Falconiformes
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Gavião-caranguejeiro, gavião-do-mangue
Falconiformes
ORDEM

Buteogallus aequinoctialis

Características gerais:
Este gavião mede cerca de 45 centímetros. O macho pesa aproximadamente 600 gramas e a
fêmea chega a 800 gramas. Possui a região superior do corpo marrom e a inferior ferru-
gem barrada de negro, com cabeça, pescoço e garganta pretos.

Habitat:
Habita pântanos e mangues ao longo da costa.

Reprodução:
Durante a fase pré-nupcial,ou seja, antes do acasalamento, o casal faz acrobacias aéreas,
com perseguições, vôos circulares e mergulhos. Neste período também emite assovios altos
e melodiosos e cantos que mais parecem risadas, tudo para atrair a atenção do sexo oposto.
No ninho, construído com gravetos e folhas, a fêmea coloca um único ovo.

Família Alimentação:
ACCIPITRIDAE Alimenta-se basicamente de crustáceos. Provavelmente daí nasceu o nome comum de
gavião-caranguejeiro.

Ameaças:
Por ter os manguezais como seu habitat, a destruição desse ambiente é o que mais ameaça
o gavião-caranguejeiro. Devido a essa destruição, os crustáceos - seu principal alimento-
também estão desaparecendo.

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Falconiformes
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Águia-cinzenta
Falconiformes
ORDEM

Harpyhaliaetus coronatus

Característcas gerais:
A águia-cinzenta é um dos maiores falconiformes encontrados no País, atingindo 85 centíme-
tros de comprimento. Pesa até três quilos. O adulto possui uma plumagem cinza-chumbo,
penacho em forma de coroa e cauda curta com uma única faixa cinza.

Habitat:
Habita os campos naturais, cerrado e a caatinga. Nesses locais de pouca vegetação é onde
pode-se observar como a águia-cinzenta é grande e seu ataque, certeiro.

Comportamento:
Vive sozinha ou em casais, passa a maior parte do dia pousada em mourões de cercas,
cupinzeiros e postes, sempre atenta a qualquer coisa que se mova e possa servir de alimento
ou ameaça.

Família Reprodução:
ACCIPITRIDAE No período reprodutivo, coloca um único ovo branco com manchas cinzas ou amarelas.

Alimentação:
Alimenta-se de mamíferos (gambás, lebres e ratos silvestres), aves e répteis, mas também
consome animais encontrados mortos (ovelhas, galinhas e outros).

Ameaças:
A principal ameaça a esta espécie é a destruição de seus habitats, especialmente os campos
naturais e o cerrado, devido ao avanço da agricultura e da pecuária.

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Falconiformes
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Uiraçu-falso, gavião-real
Falconiformes
ORDEM

Morphnus guianensis

Características gerais:
O tamanho desta ave de rapina varia de 80 centímetros a quase um metro, sendo as fêmeas maiores
que os machos. Seu peso chega a 1,7 quilo. Pode ser confundida com a harpia; a diferença é que o
gavião-real é mais esbelto e seu penacho não é dividido como um estilingue. Os dedos das patas não
são completamente emplumados.

Habitat:
Podemos encontrar o gavião-real em florestas conservadas ou com pouca alteração, chamadas de
primárias e secundárias. Esse gavião vive em altitudes que vão desde o nível do mar até acima dos mil
metros.

Reprodução:
Os ninhos são construídos a cerca de 30 centímetros do solo, podendo ser utilizados outras vezes. Põe
um ou dois ovos, chocados por um período de 40 a 50 dias. No período em que a fêmea está chocan-
do os ovos, é o macho quem a alimenta. A todo momento podemos observar o macho abandonando
os arredores do ninho a procura de presas para saciar a fome da sua parceira.
Família
ACCIPITRIDAE Comportamento:
Possui hábito diurno, dificilmente observamos o gavião-real à noite. Vive sozinho ou em pares, passando
boa parte do tempo imóvel, oculto em um poleiro alto de onde procura suas presas.

Alimentação:
Sua dieta é composta de répteis, mamíferos, anfíbios e até de outras aves.

Ameaça:
A principal ameaça à espécie é a destruição de seu habitat.

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Falconiformes
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Harpia, gavião-real, uiraçu
Falconiformes
ORDEM

Harpia harpyja

Características gerais:
A harpia, de tão bonita, forte e corajosa foi escolhida a ave símbolo para ilustrar o escudo ofi-
cial do Estado do Paraná. Considerada a mais poderosa ave de rapina do mundo, é o maior
gavião encontrado no Brasil, podendo atingir até um metro (fêmeas). Os machos pesam
entre quatro e cinco quilos e as fêmeas, entre sete e nove quilos. Apresenta um penacho
em forma de estilingue na cabeça e asas largas e arredondadas que atingem dois metros de
distância de um lado a outro, nas fêmeas. A cauda é comprida com três barras cinzas.

Habitat:
No Paraná, sua presença foi confirmada ou considerada em todas as florestas densas, menos
na Serra do Mar e planície litorânea.

Reprodução:
Põe até dois ovos, que choca por 56 dias. O filhote faz seu primeiro vôo aos seis meses.
Família
ACCIPITRIDAE Alimentação:
Alimenta-se de mamíferos que vivem em árvores, como preguiças e primatas, e terrestres,
como cachorros-do-mato, veados, quatis e outros. Também captura aves, como seriemas,
araras e cracídeos, ou répteis, incluindo grandes lagartos. A harpia consegue capturar esses
animas grandes, pois os dedos das patas e garras são bem desenvolvidos, permitindo a
captura de mamíferos com mais de seis quilos.

Ameaças:
O fim das grandes áreas de mata é o maior risco existente para a harpia.

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Falconiformes
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Gavião-pato
Falconiformes
ORDEM

Spizastur melanoleucus

Características gerais:
O gavião-pato mede de 50 a 60 centímetros. Tem plumagem branca na cabeça, nuca, parte de cima
do dorso e toda a parte de baixo do corpo. As asas e o resto do dorso possuem coloração preta.
No alto da cabeça há um pequeno topete preto em forma de coroa; apresenta ainda uma máscara
preta que destaca a íris amarela.

Habitat:
Esta espécie habitava todo o Paraná e era encontrado nas bordas de florestas conservadas e com
pouca alteração causada pelo homem, e também em matas de galeria e no cerrado.

Comportamento:
O gavião-pato é encontrado durante o dia e geralmente sozinho ou em pares. Costuma voar muito
alto, tendo assim uma visão perfeita do solo. Quando das alturas localiza sua presa, mergulha em um
vôo certeiro sobre elas.

Alimentação:
Família
Alimenta-se de répteis, anfíbios e mamíferos pequenos. Captura principalmente aves: tucanos,
ACCIPITRIDAE
papagaios, baitacas e urus.

Reprodução:
Sua biologia reprodutiva não é conhecida.

Ameaças:
A exemplo de outras grandes aves de rapina, que são exclusivas de matas preservadas, a maior
ameaça que sofre o gavião-pato é a destruição de seu habitat.

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Falconiformes
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Gavião-de-penacho, apacanim
Falconiformes
ORDEM

Spizaetus ornatus

Características gerais:
O gavião-de-penacho é uma ave de grande porte, medindo de 58 a 67 centímetros. Os machos podem pesar
cerca de um quilo e as fêmeas, um quilo e meio. Em sua coroa possui um conjunto de penas que medem até 10
centímetros e formam um penacho preto. As laterais da cabeça, nuca e peito são castanho-avermelhadas, com a
garganta, o ventre e os flancos (região acima da coxa) brancos, com barras irregulares negras. O dorso (região das
costas) e as asas são marrom-pardacentos, quase negros. Suas canelas são emplumadas e a cauda longa apresenta
três barras cinza-pardacentas.

Habitat:
É um gavião encontrado em florestas com alto grau de conservação ou com pouca alteração causada pelo homem.
Também pode ser encontrado em clareiras, próximo de rios ou da borda da floresta. Aparentemente está vivendo
nas zonas mais quentes com Floresta Estacional Semidecidual, nas regiões Norte e Noroeste do Paraná.

Comportamento:
Como o gavião-de-penacho é uma espécie que vive a maior parte do tempo dentro da floresta, é ali também que
vai caçar. Geralmente utiliza poleiros altos para observar a paisagem, e quando avista a possível presa, vôa em sua
direção e a captura com suas fortes garras, sem lhe dar a mínima chance de fuga.

Família Reprodução:
ACCIPITRIDAE Realiza vôos de acasalamento um ou dois meses antes do início da postura dos ovos, quando a fêmea permanece
em poleiros nas proximidades do ninho, construído no topo das árvores mais altas. Um único ovo é colocado,
sendo chocado durante aproximadamente 50 dias.

Alimentação:
Alimenta-se de várias espécies de aves, como araras, papagaios, baitacas, tucanos, cracídeos, macucos, inhambus,
urus e pombas. Depois das aves, são os mamíferos as presas mais freqüentes: gambás, serelepes, quatis e porcos-
espinho. Répteis, como grandes lagartos, são capturados em menor número.

Ameaças:
A exemplo de outras grandes aves de rapina, que vivem exclusivamente em extensas matas preservadas, o que as
ameaça são a perda de habitat geralmente causado pelo avanço agropecuário.

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Falconiformes
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Gralhão, cancã, carcará-preto
Falconiformes
ORDEM

Daptrius americanus

Características gerais:
O gralhão mede de 48 a 61 centímetros e pesa em torno de 600 gramas. Os machos são menores
do que as fêmeas. Sua plumagem geral é preta, o ventre é branco e os tarsos (região da canela),
avermelhados.

Habitat:
Vive nas bordas de florestas, próximo de grandes rios.

Comportamento:
Geralmente é encontrado em pares ou em grupos de três a sete indivíduos. Essa espécie de ave
possui uma técnica de proteção do seu grupo muito interessante. Sempre que algum indivíduo do
grupo revira o solo a procura de alimento, um outro indivíduo permanece atento como se fosse uma
sentinela, empoleirada em locais elevados. Ao primeiro sinal de perigo, a sentinela emite um sinal
para o restante do grupo e todos fogem em segurança.

Reprodução:
Família
FALCONIDAE No período reprodutivo, torna-se muito agressivo. Defende o ninho com vigor contra predadores
e outros gralhões. Põe de um a três ovos de cor branca.

Alimentação:
Alimenta-se de ovos e larvas de vespas e abelhas, ovos de tartarugas e pequenos frutos.

Ameaças:
É uma espécie florestal que vive às margens de grandes rios. Tal tipo vegetacional, em especial
no vale do rio Ivaí, encontra-se quase que completamente substituído por agricultura e áreas de
pecuária extensiva.

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Falconiformes
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Pato-mergulhão
Anseriformes
ORDEM

Mergus octosetaceus

Características gerais:
O pato-mergulhão mede cerca de 50 centímetros, tem um topete fino, mas comprido, que
chama muito a atenção; a cabeça e o pescoço são pretos e o bico é estreito e serrilhado.

Habitat:
Habita os córregos e rios com corredeiras no interior de florestas, matas de galeria e áreas
de cerrado.

Comportamento:
Voa baixo e rápido, sempre nas proximidades das margens dos cursos d’água, descansando
sobre rochas e troncos caídos.

Reprodução:
Faz seu ninho em ocos de árvores.
Família
ANATIDAE Alimentação:
Alimenta-se de peixes pequenos, caramujos e outros invertebrados aquáticos.

Ameaças:
Dentre as inúmeras ameaças, a principal é a destruição da mata ciliar, pois o pato-mergulhão
depende dos rios e córregos para sobreviver. Sem as matas ciliares, o rio lentamente vai
desaparecendo devido ao assoreamento.

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Anseriformes
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Anhuma, inhuma
Anseriformes
ORDEM

Anhima cornuta

Características gerais:
Ave de porte avantajado, a anhuma mede de 84 a 94 centímetros, podendo pesar até três
quilos. Sua plumagem é branca e preta, apresentando, na frente da cabeça, uma saliência
em forma de chifre, ereta ou recurvada, e em cada asa dois esporões parecidos com
espinhos e de diferentes tamanhos, servindo algumas vezes para inibir e se defender contra
predadores.

Habitat:
Vive em terrenos alagadiços, várzeas e pântanos próximos de grandes rios e lagos.

Comportamento:
Em períodos de seca, desloca-se de um local para outro em altos vôos para buscar áreas
alagadas. Geralmente é encontrada em pares ou pequenos grupos.

Família Reprodução:
ANHIMIDAE No período reprodutivo, os casais se tornam muito agressivos contra intrusos. Seu ninho é
feito de juncos e gravetos, sobre a vegetação e em locais com banhado.

Alimentação:
Folhas, flores, raízes, plantas aquáticas e invertebrados fazem parte da sua alimentação.

Ameaças:
As ameaças à sua presença relacionam-se à alteração ambiental, porque esta espécie depende
de habitats aquáticos, sejam eles brejos temporários ou lagoas no interior da floresta.

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Anseriformes
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Mutum, mutum-de-penacho
Galliformes
ORDEM

Crax fasciolata

Características gerais:
O mutum-de-penacho mede em torno de 80 centímetros. O macho tem a plumagem
negra, ventre (região do peito) branco, podendo pesar quase três quilos. A fêmea possui a
plumagem negra, mas seus flancos (região acima da coxa) e ventre são amarelo-ardósia.

Habitat:
Habita florestas conservadas ou com pouca alteração e matas de galeria, preferindo sempre
as regiões mais quentes.

Comportamento:
Na maior parte do dia, caminha sobre a ramagem ou sobre o solo, à procura de alimento,
principalmente nas matas que seguem os rios da floresta, retornando para o mesmo poleiro
no final da tarde.

Família Alimentação:
CRACIDAE O mutum come frutos, semente e flores.

Reprodução:
Constrói seu ninho em plataforma, com galhos, gravetos e folhas, no alto das árvores, po-
dendo usar os ninhos abandonados de outras aves.

Ameaças:
Esta é uma espécie que necessita de grandes áreas florestais preservadas. A principal ameaça
ao mutum-de-penacho é a caça com cães.

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Galliformes
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Jacutinga
Galliformes
ORDEM

Pipile jacutinga

Características gerais:
A jacutinga mede de 63 a 74 centímetros e pesa pouco mais de um quilo. A plumagem geral é
preta; nuca, anel perioftálmico (em volta dos olhos) e algumas penas das asas são brancas. A base da
garganta é azul, com uma barbela vermelha. O peito é salpicado de branco.

Habitat:
Habita florestas bem conservadas e também as florestas com pequeno grau de degradação causada
pelo homem. Costuma viver perto de cursos d’água, utilizando as árvores mais altas da floresta para
repousar. Os inúmeros registros de ocorrência da jacutinga indicam que habitava todo o território
paranaense, menos nos campos naturais e cerrado. Atualmente ela pode ser encontrada apenas na
Serra do Mar, no Vale do Ribeira e no extremo Oeste do Estado.

Comportamento:
A jacutinga pode ser observada quase sempre sobre os galhos das árvores, aos pares ou em pequenos
grupos.
Família
Reprodução:
CRACIDAE
Constrói um ninho em plataforma com gravetos e raízes, onde choca de dois a três ovos durante
28 dias.

Alimentação:
Alimenta-se de frutos e sementes.

Ameaças:
As populações desta espécie desapareceram, principalmente por causa dos caçadores, na primeira
metade do século XX. Além disso, a jacutinga depende de habitats florestados com alto grau de
preservação.

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Galliformes
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Paruru, pomba-de-espelho
Columbiformes
ORDEM

Claravis godefrida

Características gerais:
A paruru mede cerca de 20 centímetros. O macho tem a região superior do corpo cinza-
azulado, a inferior um pouco mais pálida e, nas asas, duas faixas transversais castanho-
cobreadas, enquanto a fêmea possui a plumagem marrom com faixas marrom-esverdeadas
nas asas.

Habitat:
É encontrada nas florestas serranas com sub-bosque limpo ou com clareiras e taquarais.

Reprodução:
No período reprodutivo, há a postura de dois ovos de cor branca.

Alimentação:
Alimenta-se de sementes de bambu, criciúma e taquaruçu, e de diversos tipos de frutos.
Família
COLUMBIDAE Ameaças:
Devido a destruição dos taquarais, esta espécie está bastante impactada.

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Columbiformes
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Arara-canindé, canindé, arara-amarela,
Psittaciformes
ORDEM

arara-de-barriga-amarela
Ara ararauna

Características gerais:
A arara-canindé é considerada uma das espécies mais belas do grupo das araras. Pesa pouco mais de um quilo.
A barriga é amarelada, enquanto a região das costas é azul; na frente da cabeça a cor é verde.

Habitat:
Esta arara é naturalmente rara no Paraná. Pode-se dizer que ela originalmente ocorria ao longo do vale do
rio Paraná, em parte dos vales dos rios Ivaí e Piquiri e no terço inferior do rio Iguaçu, em áreas de Floresta
Estacional Semidecidual Aluvial.

Comportamento:
Vive geralmente em pares, grupos familiares ou bandos numerosos. Seu vôo é característico: as asas de um
indivíduo quase batem nas de outros. Quando o ambiente em que ela se encontra não fornece toda a alimen-
tação que precisa, a arara-canindé pode se deslocar por longas distâncias (até 25 km) em busca de comida.

Reprodução:
Nidifica (faz ninhos) em ocos de árvores, em especial palmeiras mortas, onde põe de um a três ovos que choca
Família entre 24 e 26 dias. Os filhotes ali permanecem em torno de 13 semanas. Enquanto a fêmea choca os ovos, é
PSITTACIDAE obrigação do macho defender o ninho.

Alimentação:
Constituída de frutos, sementes, folhas e flores, mas ela tem maior preferência por frutos de palmeiras. O
interessante é que a arara muitas vezes pode se alimentar do solo de barrancos de rios para aproveitar os
minerais que ali se encontram.

Ameaças:
A presença humana em florestas e os impactos gerados pelas usinas hidrelétricas são as maiores ameaças à
arara-canindé. Além disso, a arara-canindé sofre com o tráfico e comércio ilegal, o que acentua seu risco de
desaparecimento.

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Psittaciformes
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Arara-vermelha
Psittaciformes
ORDEM

Ara chloropterus

Características gerais:
Essa espécie de arara é bastante conhecida apesar de não existirem muitos indivíduos na natureza. Suas
cores encantadoras a deixam admirávelmente bela. Mede cerca de 90 cm e pesa pouco mais de um
quilo. Possui a nuca e a região inferior do corpo vermelhas, enquanto algumas penas das asas são verdes
e o restante do corpo é azul.

Habitat:
Esta arara já foi considerada extinta no Paraná. Mas informações recentes dão conta de que foi vista ao
longo do rio Paraná, principalmente no Parque Nacional do Iguaçu e na Estação Ecológica do Caiuá.

Reprodução:
Faz seus ninhos em ocos de árvores de grande porte e em cavidades naturais, inclusive em barrancas de
rios, onde põe de dois a três ovos brancos.

Comportamento:
Geralmente é observada em pares ou pequenos grupos que se deslocam de um ambiente para outro à
procura de alimento. Passa grande parte do dia se alimentando nas copas das árvores.
Família
PSITTACIDAE
Alimentação:
Seu alimento preferido são os frutos, sementes, folhas e flores. Também ingere minerais obtidos nas bar-
rancas de rios, além de pequenos moluscos.

Ameaças:
As ameaças às quais a arara-vermelha está sujeita são semelhantes às relatadas para a arara-canindé.
A presença humana em florestas e os impactos gerados pelas usinas hidrelétricas são as suas maiores
ameaças. Além disso, a arara-vermelha sofre com o tráfico e comércio ilegal, o que acentua seu risco de
desaparecimento.

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Psittaciformes
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Maracanã
Psittaciformes
ORDEM

Primolius maracana

Características gerais:
A maracanã é uma espécie de arara de coloração verde com cerca de 40 centímetros. Possui
algumas características incomuns, como a parte de sua face que não possui penas e é pálida,
contrastando com o bico negro. Existem poucos estudos a respeito do comportamento,
reprodução e até mesmo da alimentação da maracanã.

Habitat:
Habita tanto florestas quanto áreas abertas. Até a década de 1990, a maracanã contava
apenas com informações históricas sobre sua ocorrência; por isso estava sendo consi-
derada extinta no Estado. Recentemente foram localizadas pequenas populações.

Alimentação:
A maracanã tem uma preferência especial por palmeiras, de cujos frutos se alimenta.

Família Ameaças:
PSITTACIDAE Como se trata de espécie principalmente florestal, e com ampla distribuição no Paraná, as
ameaças às quais se submete estão ligadas à fragmentação das paisagens, em especial das
regiões Noroeste e Norte do Estado. Além disso, a maracanã sofre com tráfico e comércio
ilegal, o que acentua seu risco de desaparecimento.

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Psittaciformes
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Psittaciformes Papagaio-da-cara-roxa, chauá,
ORDEM

papagaio-da-cauda-vermelha
Amazona brasiliensis

Características gerais:
O papagaio-da-cara-roxa é uma ave se distingue pelas suas cores, principalmente o roxo da região acima da
cabeça e abaixo dos olhos. Mede aproximadamente 35 centímetros. Apresenta uma plumagem geral do corpo
verde, com a testa vermelha, alternando tons de vermelho e roxo, enquanto a face tem uma tonalidade azul
puxando para o roxo.

Habitat:
Embora ainda seja observado com certa freqüência, principalmente no litoral Norte do Estado, o papagaio-de-
cara-roxa habita áreas que sofrem bastante pressão pelo homem. É encontrado em restingas, manguezais e
outros tipos de vegetação da planície litorânea do litoral Sul de São Paulo ao Norte de Santa Catarina. No Paraná,
é quase que exclusivo do litoral, incluindo áreas de ilhas, onde tem preferência para fazer seus ninhos.

Reprodução:
Seu ninho é feito em ocos naturais, onde são chocados até cinco ovos brancos por 28 dias. Geralmente, sobre-
vivem dois filhotes que acompanham os pais depois que aprendem a voar.

Família Comportamento:
PSITTACIDAE Diariamente, grupos se movem em revoadas entre as áreas de alimentação e os locais de repouso noturno,
seguindo a mesma rota pela manhã e final da tarde. A principal diferença entre o papagaio-de-cara-roxa e os
outros papagaios, além da coloração, é a maneira com que ele voa: o papagaio-de-cara-roxa parece sempre
estar aprendendo a voar, devido ao seu jeito desengonçado, dando a impressão de que vai cair a qualquer mo-
mento.

Alimentação:
Alimentam-se de flores, folhas e de cerca de 60 espécies de frutas.

Ameaças:
Além da depredação de seus habitats e do comércio ilegal de animais silvestres, também os ruídos dos barcos
e a predação dos ninhos por gambás e outros animais que se alimentam de ovos, são fatores que ameaçam o
papagaio-da-cara-roxa.

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Psittaciformes
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Papagaio-de-peito-roxo, papagaio-caboclo, papagaio-
Psittaciformes
ORDEM

curraleiro, jurueba
Amazona vinacea

Características gerais:
O papagaio-de-peito-roxo apresenta uma característica coloração violácea na região do peito. Acima
do bico é vermelho; a nuca é azulada; no restante do corpo predomina o verde-brilhante.

Habitat:
Seu habitat preferido são as florestas com clima frio, onde predominam as araucárias. É nessa floresta
que o papagaio-de-peito-roxo desempenha suas funções na natureza, como reprodução, alimenta-
ção e até na ajuda à reprodução da floresta, pois é capaz de espalhar sementes por onde voa.

Reprodução:
Faz seus ninhos em ocos de árvores onde põe de dois a quatro ovos, chocados por cerca de 25 dias.
Após nascerem, os filhotes permanecem no ninho por mais 70 dias, até que aprendam a voar.

Comportamento:
Família Para se alimentar e para construir seus ninhos em locais seguros, o papagaio-de-peito-roxo é
PSITTACIDAE capaz de voar por grandes distâncias em busca de seu melhor abrigo: as araucárias, com sua
fartura de pinhões.

Alimentação:
É espécie frugívora, ou seja, alimenta-se principalmente de frutos. Freqüentemente é observado
alimentando-se em laranjais.

Ameaças:
Essa espécie de papagaio está intimamente ligada à integridade da Floresta com Araucária, onde se
alimenta e procria. A destruição dessa floresta, portanto, vem impondo severas perdas à espécie.

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Psittaciformes
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Bacurau-ocelado
Caprimulgiformes
ORDEM

Nyctiphrynus ocellatus

Habitat:
É ave do interior das florestas. Apresentando seu limite de distribuição no Paraná, esta es-
pécie conta com registros para Marechal Cândido Rondon e foz do rio Guarani (Três Barras
do Paraná).

Comportamento:
Vive no interior de florestas, onde pousa em galhos altos.

Reprodução:
No período reprodutivo, põe dois ovos de cor ocre com pintas escuras sobre uma pequena
depressão no solo.

Alimentação:
Alimenta-se de grande variedade de insetos.
Família
CAPRIMULGIDAE
Ameaças:
Regionalmente, este bacurau está restrito às porções mais severamente modificadas pela
presença humana na sua área de ocorrência.

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Caprimulgiformes
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Bacurau-rabo-de-seda
Caprimulgiformes
ORDEM

Caprimulgus sericocaudatus

Características gerais:
Trata-se de uma espécie com poucas informações disponíveis, que mede cerca de 25 centí-
metros.

Habitat:
Habita florestas onde costuma empoleirar-se em galhos a baixa altura. No Paraná, além de
um exemplar de procedência incerta, possui uma única constatação, em uma pequena área
de floresta da região Oeste. Aparentemente, esta ave pode ser encontrada nas regiões mais
quentes do interior do Estado.

Reprodução:
Sobre sua reprodução, sabe-se que põe até dois ovos.

Ameaças:
Família O bacurau-de-rabo-de-seda possui muitas exigências ecológicas, como a de um ambiente
CAPRIMULGIDAE perfeito para que ele possa viver e se reproduzir de forma normal. Talvez essa seja a sua
maior ameaça, pois hoje em dia ambientes perfeitos e sem alterações causadas pelo homem
são muito difíceis de serem encontrados.

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Caprimulgiformes
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Curiango-do-banhado
Caprimulgiformes
ORDEM

Eleothreptus anomalus

Características gerais:
Esta espécie sempre foi rara no Paraná. Encontrado em ambientes de várzea aberta, que têm sido
modificados pelo homem, em especial na Região Metropolitana de Curitiba. O curiango-do-banhado
mede aproximadamente 17 centímetros.

Habitat:
Habita os campos naturais com gramíneas de aproximadamente 30 centímetros de altura e as bordas
de banhados.

Reprodução:
Põe dois ovos de cor creme. Quanto à época de reprodução, pode variar entre agosto e
dezembro.

Comportamento:
Encontra-se geralmente sozinho ou aos pares durante o período reprodutivo, realizando vôos bai-
xos. Após o maior período de atividade em vôo, pode ser encontrado no solo ou empoleirado
Família
CAPRIMULGIDAE sobre arbustos de até um metro de altura. O período em que o curiango parece ter mais energia são
os 30 primeiros minutos após o entardecer e o amanhecer.

Alimentação:
É uma ave insetívora, ou seja, alimenta-se de insetos.

Ameaças:
As ameaças se expressam de maneiras distintas: na Região Metropolitana de Curitiba, as populações
sofrem com a ocupação do território, efeito da urbanização da periferia da capital.

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Caprimulgiformes
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Araçari-de-bico-branco
Piciformes
ORDEM

Pteroglossus aracari

Características gerais:
Este araçari mede 43 centímetros, identificável pela maxila branca (daí seu nome vulgar araçari-de-bico-
branco), que contrasta com a região de baixo do bico, que é negra. Possui a região da barriga amarelada,
transpassada por uma faixa vermelha na região mediana, e coxas verde-oliva, o que o diferencia das outras
espécies do seu grupo.

Habitat:
Habita florestas, onde vive em grupos familiares de até oito indivíduos. É provável que esta espécie tenha
ocorrido originalmente nas regiões Norte e Noroeste do Estado.

Reprodução:
O araçari choca os ovos por cerca de 16 dias. Os filhotes crescem devagar, deixando o ninho com mais de 40
dias. Para alimentar os ninhegos, o casal é auxiliado pelos filhotes do ano anterior (ditos helpers). Assim, caso
um casal não produza descendentes em um determinado ano, no ano seguinte terá dificuldades para fazê-
lo, tendo que suprir sozinho as necessidades nutricionais dos ninhegos, além de lhes garantir proteção.

Comportamento:
Família Dormem e se reproduzem em ocos naturais ou abandonados por pica-paus.
RAMPHASTIDAE
Alimentação:
Alimenta-se de frutos, artrópodes e pequenos invertebrados. As espécies vegetais que o araçari mais
gosta são a palmeira-juçara (Euterpe edulis, Arecaceae) e as canelas.

Ameaças:
A desordenada colonização das regiões Norte e Noroeste do Paraná, onde as florestas foram amplamente
substituídas pela agricultura e pecuária, representou o dano maior a esta espécie. A fragmentação florestal
a ameaça seriamente pela falta de alimento e de árvores mortas com ocos adequados para reprodução e
dormitório.

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Piciformes
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Pica-pau-de-cara-acanelada
Piciformes
ORDEM

Dryocopus galeatus

Características gerais:
O pica-pau-de-cara-acanelada, com seus 28 centímetros, aproximadamente, é considerado
de grande porte em relação aos outros pica-paus. É facilmente reconhecido pelo topete
vermelho. A barriga é barrada de branco e preto, a região das costas é negra e, mais abaixo,
creme.

Habitat:
Habita florestas pouco alteradas pelo homem e com um bom grau de conservação. Pode
ser encontrado em áreas alteradas, inclusive próximo a áreas urbanas,mas sempre em
fragmentos bem conservados.

Alimentação:
Sua alimentação é constituída basicamente de insetos, os quais captura quase sempre dentro
da floresta.
Família
PICIDAE Ameaças:
As principais ameaças para esta espécie são a destruição das florestas nativas e a redução
drástica dos últimos fragmentos em condições satisfatórias para a sua sobrevivência.

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Piciformes
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Macuquinho-da-várzea
Passeriformes
ORDEM

Scytalopus iraiensis

Características gerais:
O macuquinho-da-várzea é um pequeno passeriforme que mede cerca de 12 centímetros e pesa
de 13 a 15 gramas. Pode-se reconhecê-lo pela região das costas, que é negra, e pela barriga, que é
cinza. Assim como a plumagem, o canto também é de difícil distinção com relação a outras espécies,
podendo ser confundido mesmo por pesquisadores experientes.

Habitat:
Habita as várzeas dos rios - daí o nome popular de macuquinho-da-várzea - onde a vegetação é alta
e se formam tramas densas e fechadas, dificultando o acesso dos predadores.

Comportamento:
Devido ao ambiente do macuquinho ser de difícil acesso, ele é mais ouvido do que visto. Desloca-se
no solo, usa eventualmente as tramas de folhas e arbustos para se deslocar; quando alça vôo, este
parece ser pesado e curto.

Alimentação:
Família
RHINOCRYPTIDAE Alimenta-se de pequenos artrópodes.

Ameaças:
O maior problema está na drenagem das várzeas para abrir espaço à agropecuária (no Segundo
Planalto) e na ocupação desordenada de espaços territoriais para loteamentos e mesmo invasões
urbanas (no Primeiro Planalto). Queimadas têm sido outro fator impactante. Também a exploração
de jazidas de areia prejudicam o tipo vegetacional onde o macuquinho-da-várzea vive.

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Passeriformes
143

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Chocão-de-bigode
Passeriformes
ORDEM

Biatas nigropectus

Características gerais:
O chocão-de-bigode mede em torno de 18 centímetros, possui a cabeça e a região superior
do peito negras, realçadas por um colar branco. As demais partes são amarronzadas. A
fêmea tem faixa branca próximo aos olhos e na garganta.

Habitat:
Habita os taquarais e pode se misturar a bandos de outras aves. Há raros registros desta
espécie no Paraná, geralmente em paisagens serranas ou encostas de morro.

Alimentação:
Alimenta-se de pequenos artrópodes e sementes.

Ameaças:
Trata-se de espécie naturalmente rara, que se torna mais rara ainda pelo desmatamento
família e destruição de seu habitat (taquarais em áreas de vertentes de serra). Exige a presença
THAMNOPHILIDAE
de grandes blocos florestados contendo esse ambiente, desde que bem preservados e
conectados entre si.

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Passeriformes
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Bicudinho-do-brejo
Passeriformes
ORDEM

Stymphalornis acutirostris

Características gerais:
O bicudinho-do-brejo é um pequeno passeriforme de 13,5 centímetros, com um longo
bico terminado em formato de gancho, daí o nome de bicudinho. Possui as costas castanho-
oliváceas e a barriga negra nos machos e de pintas brancas nas fêmeas.

Habitat:
Esta espécie foi recentemente descoberta. O ambiente em que vive são os banhados
e a vegetação que margeia os rios da planície litorânea paranaense, ambientes ameaça-
dos pelo crescimento de balneários e cidades. Pode ocorrer próximo a áreas urbanizadas,
como no balneário de Ipacaraí.

Alimentação:
Alimenta-se de insetos.

Família Ameaças:
THAMNOPHILIDAE
A destruição dos habitats desta espécie é a principal ameaça à sua sobrevivência no Paraná.
Sua área de ocorrência está resumida a uma estreita faixa que acompanha o litoral, não
incluindo as áreas florestais.

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Passeriformes
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Bate-bico, cachimbó, estaladeira, tico-tico-do-biri
Passeriformes
ORDEM

Phleocryptes melanops

Características gerais:
Trata-se de um pequeno pássaro com cerca de 13 centímetros. As partes superiores do
corpo são marrons, estriadas de negro; a cabeça é marrom, com faixa branca próxima aos
olhos e faixas avermelhadas nas asas, visíveis quando está voando.

Habitat:
Habita a vegetação típica dos banhados (taboais, juncais), onde é mais ouvido que observado
devido ao difícil acesso ao seu habitat.

Reprodução:
Faz ninhos nos estipes (caules) das taboas (Typha sp., Typhaceae), utilizando folhas entrelaçadas
e lama para reboco. É ave migratória, pouco registrada no Estado, que usa o litoral como
local de reprodução.

Família Ameaças:
FURNARIIDAE A principal ameaça é a ocupação desordenada do litoral paranaense, que tem ocasionado
a drenagem dos banhados para o assentamento de loteamentos e, por conseqüência, a
destruição do habitat desta espécie tão restritiva.

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Passeriformes
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Tio-tio
Passeriformes
ORDEM

Phacellodomus striaticollis

Características gerais:
Esta ave mede aproximadamente 15 centímetros. Tem a região das costas ruivas; a barriga é
canela, ponteada de branco; a garganta é esbranquiçada e a íris, amarela (parda no indivíduo
jovem).

Habitat:
Habita matas de galeria e áreas abertas nas proximidades de corpos d’água. Os registros
desta espécie para o Paraná restringem-se a Curitiba, no Bosque Capão da Imbuia. Como
habita a borda das araucárias, é provável que sua distribuição estenda-se a várias outras
regiões paranaenses, situadas no campos naturais do Segundo Planalto.

Reprodução:
Pouco se conhece de sua biologia e ecologia, mas seus ninhos são característicos: um amontoado
de galhos que ficam dependurados nas pontas dos ramos das árvores.
Família
FURNARIIDAE Ameaças:
Apesar de ser uma espécie cuja distribuição no Estado ainda é pouco conhecida, a ocupação
humana em sua área de ocorrência pode ser considerada grande ameaça ao tio-tio.

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Passeriformes
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Limpa-folhas-castanho
Passeriformes
ORDEM

Philydor dimidiatum

Características gerais:
Trata-se de uma ave com cerca de 17 centímetros, quase completamente ruiva, destacando-
se a sobrancelha castanha que se estende da região entre a base do bico e os olhos, até a
nuca.

Habitat:
Habita florestas, em especial as matas de galeria. Esta espécie está restrita apenas no Paraná,
por isso a importância de proteger as florestas paranaenses.

Comportamento:
Nestes ambientes florestados e de matas de galeria costuma formar bandos mistos, e quase
sempre é visto ciscando à procura de alimento.

Ameaças:
Família Por manter extrema dependência de um habitat conservado, esta espécie praticamente
FURNARIIDAE desapareceu do Estado como conseqüência da destruição de quase todos os remanescentes
de Floresta Estacional onde poderia ser encontrado. Por esse motivo, está entre as aves
ameaçadas de extinção.

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Passeriformes
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Papa-piri
Passeriformes
ORDEM

Tachuris rubrigastra

Características gerais:
Espécie de pequeno porte - apenas 11 centímetros - é inconfundível por sua plumagem co-
lorida, sendo possível identificar ao menos oito cores: na região das costas, verde-brilhante,
mesclando tons diversos e modificando-se de acordo com a inclinação e intensidade de luz;
a cabeça é negra, com a região da nuca vermelha, faces azuis e longa linha amarela próxima
aos olhos; a garganta é amarelo-clara, quase esbranquiçada, tornando-se de um amarelo
mais intenso ao longo do peito e abdômen; as asas são negras, com algumas manchas bran-
cas; as pernas são pretas e a íris, cor de creme.

Habitat:
É encontrada em locais com vegetação de taboais e pirizais, pousando por breve período
de tempo sobre os piris ((Scirpus californicus, Cyperaceae) e galhos isolados em áreas abertas,
dali lançando-se para forragear (ciscar) em busca de insetos aquáticos.

Família Reprodução:
TYRANNIDAE Constrói seu ninho na forma de uma taça delicada e caprichosamente tecida, amarrado nas
folhas dos piris.

Alimentação:
Alimenta-se de pequenos invertebrados, principalmente insetos aquáticos.

Ameaças:
A destruição dos habitats desta espécie é a principal ameaça à sua sobrevivência no Paraná.

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Passeriformes
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Papa-moscas-do-campo
Passeriformes
ORDEM

Culicivora caudacuta

Características gerais:
O papa-moscas-do-campo mede cerca de 10 centímetros. Tem plumagem marrom, com as costas
manchadas de estrias negras; a coroa também é negra. São marcantes uma longa linha branca próxima
aos olhos e a cauda longa e fina, com penas em formato afilado. Na barriga, a cor é esbranquiçada,
com regiões do abdômen acastanhadas.

Habitat:
É encontrado nos campos com vegetação baixa, nas proximidades de cursos d’água ou mesmo em
brejos.

Reprodução:
Não temos informações quanto à sua biologia reprodutiva.

Comportamento:
Vive sozinho ou em casais, formando grupos familiares. Costuma empoleirar-se em ramos finos a
média altura, de onde se arroja em vôos para capturar seu alimento.
Família
TYRANNIDAE
Alimentação:
Seu alimento preferido são os insetos, os quais captura em pleno vôo.

Ameaças:
A principal ameaça a esta espécie é a destruição dos campos naturais, em decorrência de atividades
agropastoris e/ou monoculturas de arbóreas, sobretudo o pínus. O fogo, gerado de modo acidental,
espontâneo ou proposital para a “limpeza” dessas áreas, ocasiona danos irreparáveis às populações
desta espécie, tendo-se em vista seu pequeno potencial de vôo, dificultando a fuga.

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Passeriformes
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Maria-da-restinga
Passeriformes
ORDEM

Phylloscartes kronei

Características gerais:
Esta ave mede em torno de 12 centímetros. Apresenta nas costas a cor verde-olivácea.
A barriga é mais clara e a garganta, esbranquiçada. O peito é acinzentado e o abdômen
apresenta um tom amarelado. Nas asas, destacam-se manchas arredondadas, enquanto
na cabeça há um traço amarelo que parte do bico e se prolonga, formando uma longa
linha acima dos olhos. A face é amarelada, marcada por pintas marrom-enegrecidas que lhe
conferem uma aparência de “cara suja”.

Habitat:
É ave típica das restingas, mas pode ocupar outras formações florestais e mesmo suas
bordas e algumas áreas ocupadas por humanos. Seu deslocamento é feito por vôos curtos
e ruidosos.

Reprodução:
Família Constrói ninhos discretos e caprichosamente tecidos, presos a forquilhas e construídos com
TYRANNIDAE galhos e folhas.

Alimentação:
É insetívora, ou seja, alimenta-se de insetos mas pode ingerir pequenos frutos.

Ameaças:
Embora esta espécie possa se adaptar a ambientes de ocupação humana, é considerada
restrita às áreas úmidas e próximas ao oceano, onde sofrem grandes impactos ambientais.

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Passeriformes
159

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Estalinho
Passeriformes
ORDEM

Phylloscartes difficilis

Caraterísticas gerais:
Esta ave, com cerca de 12 centímetros, possui nas costas uma coloração predominantemente
verde-olivácea, enquanto na região da barriga é cinzenta, com o anel periocular (em torno
dos olhos) visivelmente branco.

Habitat:
É típico das regiões montanhosas, onde ocupa os habitats semiflorestados e abertos,
empoleirando-se com agilidade em pequenas árvores.

Reprodução:
Pouco é conhecido de sua biologia.

Comportamento:
Apresenta baixa atividade e vive solitário ou aos pares, deslocando-se em vôos ágeis para
Família capturar insetos entre as folhas da vegetação.
TYRANNIDAE
Ameaças:
Embora razoavelmente protegida, única e exclusivamente pela dificuldade de acesso às
suas áreas de ocorrência, esta espécie está sujeita a ameaças localizadas, em particular as
modificações - em pequena escala - de seus habitats, causadas por atividades agropastoris e
de turismo descontrolado e, em decorrência de ambas, por queimadas sazonais.

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Passeriformes
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Maria-catarinense
Passeriformes
ORDEM

Hemitriccus kaempferi

Características gerais:
A maria-catarinense tem cerca de 10 centímetros de comprimento. É caracterizada por possuir
contornos arredondados pelo corpo graças a uma densa plumagem. A região das costas é verde-
olivácea brilhante, exceto as asas, que são marrons com duas barras beges em algumas
penas e uma amarelada nas penas das axilas. Na face, a cor é marrom-clara, tornando-se mais
acastanhada em direção à garganta e alto do peito. O resto da barriga é mais claro, num tom de
bege-amarelado.

Habitat:
Habita as florestas, principalmente aquelas próximas a pequenos córregos de água, podendo ser
encontrada tanto nas partes mais altas quanto na região intermediária. Este pássaro é conhecido, no
Paraná, apenas para uma área de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, no litoral Sul.

Comportamento:
Para assegurar seu alimento, realiza vôos rápidos e certeiros capturando a presa mesmo no meio
das folhagens.
Família
TYRANNIDAE
Alimentação:
Essa ave alimenta-se basicamente de invertebrados como besouros, borboletas, formigas e várias
outras espécies do grupo dos insetos.

Ameaças:
Sua população é pequena no Paraná, e a destruição do seu habitat contribui para que se reduza
ainda mais.

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Passeriformes
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Patinho-grande
Passeriformes
ORDEM

Platyrinchus leucoryphus

Características gerais:
O patinho-grande é uma ave inconfundível devido ao seu bico ser completamente acha-
tado, de onde nasceu o nome comum de patinho. Medindo quase 13 centímetros, em sua
coloração predomina o marrom esverdeado nas partes superiores, onde algumas penas
das asas são marrom-acastanhadas. A cabeça apresenta uma crista branca, que se arrepia
em situações de excitação ou estresse. Tem a garganta branca e peito marrom-sujo, que se
torna quase branco no abdômen.

Habitat:
Habita florestas bem conservadas, sendo encontrada também em florestas com menor grau
de conservação. Essa espécie foi pouco vista no Estado, geralmente na região da Serra do
Mar e no litoral.

Comportamento:
Família Esse patinho é encontrado geralmente sozinho, pousado em poleiros à espera de alguma
TYRANNIDAE presa. Quando avistada, o patinho-grande lança-se para capturar o alimento.

Alimentação:
Seu alimento preferido são os insetos.

Ameaças:
A principal ameaça é o fim das florestas conservadas.

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Passeriformes
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Noivinha
Passeriformes
ORDEM

Xolmis irupero

Características gerais:
Mede cerca de 18 centímetros e é quase todo branco. Apenas as rêmiges primárias (penas da ponta
das asas), bem como a ponta das penas da cauda são negras; também são pretos o bico e as
pernas.

Habitat:
Ocupa habitats abertos, principalmente campos. Esta espécie é conhecida em poucas localidades
com campos naturais ou mesmo com cerrado do Segundo Planalto Paranaense, onde sempre foi
rara.

Comportamento:
Freqüenta poleiros estratégicos – árvores e arvoretas isoladas, mourões e cercas de arame – de
onde se arremessa para capturar pequenos insetos voadores. É um pássaro inconfundível pelas
características da plumagem e facilmente notado em condições naturais por seu comportamento e
pela exposição em pontos estratégicos.
Família
Alimentação:
TYRANNIDAE
Sua biologia é pouco conhecida, mas sabe-se que se alimenta de pequenos insetos e outros
invertebrados.

Ameaças:
Como observado para outras aves do ambiente de campo, o avanço da agrícultura sobre as áreas
naturais (campos naturais e cerrado), deve ser considerado a principal ameaça a esta espécie, que já
é naturalmente rara e pouco conhecida no Paraná.

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Passeriformes
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Galito
Passeriformes
ORDEM

Alectrurus tricolor

Características gerais:
Com quase 14 centímetros de comprimento, o macho desta espécie é negro nas costas e branco
no peito (exceto nas laterais). Sua cauda tem formato alongado, lembrando muito a de um galo com
penas negras. A fêmea tem cauda normal e colorida que não se destaca como a do macho: marrom-
acinzentada nas partes superiores e marrom-clara a esbranquiçada nas inferiores, com uma linha em
cima dos olhos; a face é manchada de bege.

Habitat:
Habita os campos limpos e sujos, prefere locais com vegetação alta. Embora fuja do fogo, foram
vistos indivíduos revirando o solo à procura de alimento em locais queimados.

Reprodução:
No período reprodutivo, o macho faz um vôo de exibição, após localizada a fêmea, realiza fortes
batidas de asas de modo muito lento, com a cauda eriçada, quase que alcançando a cabeça. Esse
é um meio do galito macho impressionar a fêmea. O macho que mais chamar a atenção da fêmea,
poderá acasalar-se com ela.
Família
TYRANNIDAE
Comportamento:
Fora da estação reprodutiva, permanece pousado em um poleiro visível, na ponta de um ramo de
gramínea ou no alto de um arbusto, de onde se arremessa para capturar seu alimento.

Alimentação:
Seu alimento preferido são os insetos.

Ameaças:
Uma das principais ameaças a esta espécie é o avanço da agricultura e pecuária e, conseqüente-
mente, o uso de fogo para limpar as áreas, prática muito usada pelos proprietários rurais.

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Passeriformes
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Soldadinho
Passeriformes
ORDEM

Antilophia galeata

Características gerais:
Mede cerca de 15 centímetros e possui uma coloração quase totalmente negra nos machos, tendo
apenas a região da cabeça e nuca em vermelho-carmim. As fêmeas são totalmente verdes, tendo
apenas as pontas das penas marrons e a crista muito menor que a do macho.

Habitat:
Para viver, o soldadinho depende das florestas, principalmente das matas ciliares, onde é comum.

Reprodução:
É na floresta que o soldadinho instala seu ninho, geralmente nas matas ciliares. Esse ninho apresenta
uma estrutura em formato de ovo, suspensa nas ramagens, construído basicamente com fibras vegetais
secas.

Comportamento:
Vive sozinho, exceto nas épocas de reprodução. Possui um canto muito forte e marcante ouvido a
longas distâncias pela floresta.
Família
PIPRIDAE
Alimentação:
Frugívora (come frutas) por natureza, raramente se alimenta de insetos.

Ameaças:
Por ter uma extrema dependência de florestas inundáveis e ciliares, esta espécie praticamente desa-
pareceu do Estado como conseqüência da destruição de quase todos os fragmentos de mata com
dimensões aceitáveis do vale do rio Paraná.

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Passeriformes
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Pião-batata, corocoxó-do-litoral
Passeriformes
ORDEM

Carpornis melanocephala

Características gerais:
De tamanho médio, com cerca de 20 centímetros de comprimento, o corocoxó-do-litoral
apresenta a cabeça toda negra-azulada, incluindo nuca e garganta, como uma carapuça. O
resto das partes das costas é verde-oliváceo e o peito intercala tons também esverdeados,
porém muito mais pálidos, tornando-se amarelados no abdômen, que é ligeiramente
barrado na região próxima da coxa. As fêmeas são bastante parecidas: em vez do negro da
cabeça, possui uma cor olivácea-escura.

Habitat:
Habita a região mais alta de florestas bem conservadas ou com pouca influência humana,
podendo descer para a região intermediária.

Comportamento:
É facilmente reconhecido pelo canto que pode ser ouvido a grandes distâncias.
Família
COTINGIDAE Alimentação:
O corocoxó-do-litoral é frugívoro, ou seja, alimenta-se de frutos, preferindo os da palmeira-
juçara. Coleta-os na ramagem, através de curtos vôos de assalto.

Ameaças:
A destruição das florestas é a principal ameaça a esta espécie, principalmente se é dificultado
o ciclo de deslocamento e a obtenção de alimentos.

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Passeriformes
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Dançador-coroado
Passeriformes
ORDEM

Piprites pileata

Características gerais:
Esta bela ave mede cerca de 12 centímetros. O macho possui uma coloração onde pre-
domina o marrom-ferrugíneo, com uma coroa negra no alto da cabeça e algumas penas
também negras, desenhadas de amarelo com algumas regiões destacadas em branco. A
cauda tem penas centrais pretas e laterais marrom-ferrugíneas. O bico e as pernas vão do
amarelo ao alaranjado, destacando-se do resto do corpo, que possui uma cor mais escura.
Esta ave está em todas as listas de espécies ameaçadas. Muitas dessas aves foram coletadas
no século XIX, na região de Curitiba.

Habitat:
Este pássaro é restrito à florestas de grandes altitudes, nos planaltos do interior ou na Serra
do Mar, e pode ser encontrado em paisagens em regeneração, como capoeirões.

Alimentação:
Família Alimenta-se de frutos e insetos.
COTINGIDAE
Ameaças:
A destruição dos seus habitats é a principal ameaça à sua sobrevivência.

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Passeriformes
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Balança-rabo
Passeriformes
ORDEM

Polioptila lactea

Características gerais:
O balança-rabo é um pequeno (12 centímetros) e delicado pássaro, com muitas diferenças
entre macho e fêmea. Os machos têm as costas cinzentas, com a coroa e algumas penas
centrais negras foscas. Há uma linha branca entre o bico e os olhos, chamada de loro, que se
repete em algumas penas laterais das asas. Nas fêmeas a coroa é como o dorso: cinzenta.

Habitat:
Mostra maior afinidade com a vegetação florestal, sendo considerada freqüentadora tanto
dos arbustos, como das árvores mais altas da floresta. Habita também a borda de matas
com vegetação densa e fechada, mas também em capoeiras e capoeirões.

Comportamento:
Desloca-se em grupos à procura de insetos, capturados por meio de assaltos ativos para os
quais movimenta intensamente a cauda, de modo a manter o equilíbrio.
Família
MUSCICAPIDAE Alimentação:
Alimenta-se de insetos e outros invertebrados.

Ameaças:
Sua concentração nas regiões quentes do Estado, em especial na Floresta Estacional Semide-
cidual, consiste na principal ameaça a esta espécie. A alteração do seu habitat possívelmente
causou grandes reduções populacionais.

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Passeriformes
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Gralha-do-cerrado
Passeriformes
ORDEM

Cyanocorax cristatellus

Características gerais:
A gralha-do-cerrado é uma das espécies mais notáveis da avifauna paranaense. Com seus
quase 35 centímetros de comprimento, mostra uma plumagem em que predomina a cor
negra, tendo as costas manchadas de azul-violáceo, que se torna azul-celeste brilhante na
metade das penas. Essa mesma tonalidade de azul se repete nas rêmiges (penas do meio das
asas e axilas), exceto nas primárias (penas das pontas das asas), que são negras. A cabeça é
negra, com um pequeno penacho saindo da fronte, com penas que ficam eréteis de acordo
com o estado de excitação. A garganta é preta até o peito. O resto do abdômen é branco.
O bico e as pernas são pretos e a íris é castanha escura.

Habitat:
Como o próprio nome já diz, essa gralha vive nas áreas de cerrado do Noroeste, Norte e
Nordeste do Paraná.

Família Comportamento:
CORVIDAE A gralha-do cerrado é sempre muito atenta, e a qualquer sinal de perigo emite sinais de
alerta fortemente audíveis. Essa gralha não vive sozinha, é encontrada quase sempre em
bandos, pulando de galho em galho em busca de alimento.

Alimentação:
Come insetos, pequenos vertebrados e frutos.

Ameaças:
Como depende muito do cerrado, sofre ameaças pelo avanço da agricultura e pecuária,
principalmente monoculturas de pínus e eucalipto, espécies exóticas.

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Passeriformes
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Canário-do-mato
Passeriformes
ORDEM

Basileuterus fl aveolus

Características gerais:
O canário-do-mato é um belo pássaro, mede de cerca de 15 centímetros e é quase todo
amarelo. Possui as partes das costas verde-oliváceas brilhantes e peito amarelo-ouro,
coloração que se repete em uma curta linha acima dos olhos. O bico possui uma cor ocre e
as pernas são alaranjadas a amarelas.

Habitat:
Habita matas ciliares e outras paisagens florestadas, principalmente nas proximidades de
cursos d’água.

Comportamento:
É visto geralmente sozinho ou aos casais, saltando pelos ramos das plantas ou andando pelo
solo. Possui comportamento interessante com a cauda, balançando-a várias vezes sem parar
em movimentos de abre-fecha, uma das características marcantes desta espécie. Possui um
Família canto típico, melódico e audível a grandes distâncias.
EMBERIZIDAE
Alimentação:
Alimenta-se de insetos.

Ameaças:
Um risco para a conservação desta espécie é o de desastres naturais ou interferências
humanas, em especial incêndios por conta das queimadas (prática comum em plantios de
cana).

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Passeriformes
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Pula-pula-de-sobrancelha
Passeriformes
ORDEM

Basileuterus leucophrys

Características gerais:
Trata-se de um pequeno pássaro de cerca de 15 centímetros, com as partes das costas
verde-oliváceas brilhantes e a cabeça com uma coroa negra fosca. A região entre o bico e
os olhos são brancas, assim como acima dos olhos. A face é manchada de branco, cinzento
e preto. O peito é esbranquiçado com os lados acinzentados e o abdômen, amarelado. O
bico é preto e as pernas são alaranjadas.

Habitat:
Tem grande dependência de ambientes de florestas, principalmente as próximas a corpos
d’água no interior da floresta.

Comportamento:
Vive sozinho ou aos casais nas matas densas e nas proximidades de riachos ou córregos,
mostrando uma grande dependência desses corpos d’água. É espécie muito ativa, fica o dia
Família inteiro de um lado para outro da floresta. O canto dos machos possui uma seqüência forte
EMBERIZIDAE e muito musical, que tem participação das fêmeas.

Alimentação:
Alimenta-se de insetos que captura, enquanto saltita pelo chão ou quando lança-se de
poleiros a pequena altura em direção à ramagem.

Ameaças:
Esta espécie depende de habitat do tipo florestas ciliares inundáveis. Tem grande dependência
desses ambientes, particularmente associando-se aos que apresentam áreas alagadas.

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Passeriformes
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Sanhaço-do-cerrado
Passeriformes
ORDEM

Neothraupis fasciata

Características gerais:
Pássaro de cerca de 16 centímetros, de cor predominantemente cinza, com algumas penas
negras nas asas, assim como uma máscara que se estende da fronte até a região dos olhos.
O peito é esbranquiçado. Os jovens têm cores menos contrastantes por serem tingidos de
marrom, aspecto também observado na máscara.

Habitat:
Habita o cerrado.

Reprodução:
Constrói ninhos em forma de tigela, a cerca de um metro do solo, nos quais são depositados
entre dois a três ovos brancos com manchas avermelhadas, que demoram de 15 a 17 dias
para incubar. Os filhotes permanecem de nove a dez dias no ninho e são alimentados pelos
pais e outros membros do grupo.
Família
EMBERIZIDAE Alimentação:
Alimenta-se de frutos e insetos ao longo do ano, como grãos, brotos, flores, sementes e
aranhas.

Ameaças:
Embora seja generalista quanto aos hábitos alimentares, esta espécie aparenta ser forte-
mente dependente do cerrado. A destruição desse ambiente é uma grande ameaça à sua
sobrevivência.

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Passeriformes
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Bandoleta
Passeriformes
ORDEM

Cypsnagra hirundinacea

Características gerais:
É uma espécie com cerca de 16 centímetros, com as costas negras e áreas brancas em parte das
asas. O ventre é acastanhado, sendo essa cor intensa na região da garganta, tornando-se fraca ou
quase esbranquiçada no peito e no centro do abdômen. Os machos e as fêmeas são semelhantes,
enquanto os jovens apresentam tons mais apagados.

Habitat:
Vive no cerrado, onde árvores e arbustos esparsos estão distribuídos em meio à vegetação
baixa.

Reprodução:
Vive em grupos pequenos e familiares com até oito indivíduos, mas são poucas as informações sobre
seus aspectos reprodutivos.

Comportamento:
Possui o hábito de pousar no topo das árvores mais altas da floresta onde habita. O casal da ban-
Família
doleta emite fortes cantos em dueto, que podem ser ouvidos a longas distâncias.
EMBERIZIDAE

Alimentação:
Alimenta-se de frutos e insetos.

Ameaças:
Espécie muito dependente do cerrado, qualquer alteração causada nesse ambiente irá de alguma
maneira prejudicá-la.

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Passeriformes
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Figuinha-do-mangue
Passeriformes
ORDEM

Conirostrum bicolor

Características gerais:
Este é um belo pássaro com pouco mais de 10 centímetros e coloração quase toda cinza-
azulada, de tonalidade mais clara e acinzentada nas partes inferiores, sendo a região da
garganta esbranquiçada. Possui a íris alaranjada e, abaixo dos olhos observa-se delicadas
pernas róseas. Não há diferenças entre macho e fêmea, apenas entre jovens e adultos: os
jovens são oliváceos nas costas e amarelados no peito.

Habitat:
Extremamente dependente de áreas alagadas, encontra nos manguezais seu habitat preferido,
ainda que, em alguns pontos de sua distribuição, chegue a ocupar as florestas inundáveis
existentes no interior do estado.

Comportamento:
Desloca-se pela floresta, solitária ou em pequenos grupos familiares, junto a bandos
Família mistos.
EMBERIZIDAE
Alimentação:
Alimenta-se de insetos, apreciando também pequenos frutos.

Ameaças:
As principais ameaças desta espécie relacionam-se às alterações ou supressão dos manguezais,
resultado do avanço de centros urbanos e empreendimentos marítimos.

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Passeriformes
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Pichochó, chá-chá
Passeriformes
ORDEM

Sporophila frontalis

Características gerais:
O pichochó é o maior representante do gênero Sporophila, com aproximadamente 15
centímetros. O macho é marrom-esverdeado, quase acinzentado, destacando-se na cabeça
uma mancha frontal bege. A garganta é branca, o peito é cinza-claro e o abdômen, amarelado.
Nas asas algumas penas são orladas de branco, formando duas barras transversais. Os jovens
e fêmeas apresentam colorido discreto um pouco mais fosco que o macho. A variação nas
cores parece ser devido à idade; indivíduos mais velhos tendem a ter mais áreas brancas. Os
machos com desenhos na cabeça são chamados de “estrela”, enquanto as fêmeas e jovens
de “taquara”. O pichochó possui um canto característico – “tchó-tchó-tchó” – que inspirou
as denominações populares.

Habitat:
Ocupa as florestas, sendo mais observado nas encostas íngremes da Serra do Mar, no qual
os machos buscam poleiros para cantar. Pode ocorrer na restinga e, com freqüência, nos
Família taquarais do alto da serra. Eventualmente, é encontrado em áreas muito alteradas, o que
EMBERIZIDAE pode estar associado à busca por alimentos em cultivos e pomares dos centros urbanos.

Ameaças:
Apesar de importante, a modificação de habitat não é a maior ameaça para este pássaro, e
sim a captura excessiva para cativeiro que tem se intensificado nas últimas décadas.

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Passeriformes
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Cigarrinha
Passeriformes
ORDEM

Sporophila falcirostris

Características gerais:
Este pássaro mede cerca de 11 centímetros. O macho é cinzento nas costas. As asas e a
cauda são um pouco mais escuras, o peito é quase todo branco. Pode-se observar uma
manchinha branca na região do lado da asa, que se destaca bastante do marrom-escuro
de algumas penas das asas, principalmente quando a cigarrinha está em vôo. No bico,
predomina o amarelo, às vezes com base negra, e outras preto ou ocre.

Habitat:
Habita as regiões de floresta da Serra do Mar e planície litorânea, inclusive restingas e taquarais
ou áreas com agricultura (arrozais). Não habita áreas urbanas, mas pode ser observada em
clareiras onde a mata foi derrubada.

Ameaças:
Essa espécie necessita de ambientes em condições muito especiais para viver, pois se alimenta
Família de sementes de gramíneas das bordas de matas, mas depende também das florestas onde
EMBERIZIDAE desempenha suas necessidades reprodutivas.

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Passeriformes
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Patativa, patativa-do-campo
Passeriformes
ORDEM

Sporophila plumbea

Características gerais:
Pássaro com cerca de 10 centímetros; os machos adultos são cinza-azulados, com cores mais
claras nas partes inferiores, apresentando curta mancha branca próxima ao bico (típica da
espécie) e, quase sempre, outra mancha branca logo abaixo dos olhos. No Paraná, ocorrem
exemplares de bico negro ou amarelado, eventualmente acinzentado. As fêmeas e jovens
são pardos, mais claros nas partes inferiores, ambos com o bico anegrado. Possui um canto
muito bonito e melodioso, costuma imitar outras espécies e, por isso, é perseguida para ser
criada em gaiolas, como ocorre principalmente na região Nordeste do Estado.

Habitat:
Ocupa áreas abertas como campos (sujos e limpos), cerrado, banhado e várzeas.

Reprodução:
A patativa se reproduz em Jaguariaíva e Ponta Grossa, onde cria dois ou três filhotes em
Família um ninho em forma de taça, feito de capins entrelaçados e em ramos conhecidos como
EMBERIZIDAE vassouras. Migra, embora alguns exemplares sejam observados durante o ano inteiro, mais
abundantes na primavera e verão, quando formam bandos.

Ameaças:
O comércio ilegal para criação em cativeiro (gaiolas) é a principal ameaça à patativa, mas a
destruição das florestas e a dificuldade de alimentação também aumentam a possibilidade
de extinção.

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Passeriformes
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Caboclinho-papo-branco,
Passeriformes
ORDEM

caboclinho- papai-noel
Sporophila palustris

Características gerais:
O caboclinho-papo-branco mede cerca de 10 centímetros, o macho adulto apresenta as partes
superiores cinzentas, exceto acima da cauda, que é castanha; os lados da cabeça, garganta e
peito, bem como algumas penas do lado da asa, são brancos, enquanto a barriga é castanha
e o bico é negro ou amarelo. As fêmeas e os jovens têm cor pardo-clara, com bico negro.

Reprodução:
Fora do período reprodutivo, o macho adulto apresenta plumagem parda semelhante às
fêmeas e jovens.

Habitat:
Habita áreas abertas, campos úmidos, várzeas e banhados. Esta espécie foi encontrada no
Paraná recentemente. Sua distribuição permanece praticamente desconhecida. Sabe-se que
Família ocorre nas várzeas do rio Paraná (Querência do Norte), e na região do vale do Rio das
EMBERIZIDAE
Mortes (Jaguariaíva).

Ameaças:
Esta espécie encontra-se ameaçada porque vive apenas nas áreas abertas de planalto, as-
sociadas a corpos d’água e em especial às várzeas com capinzais altos. A drenagem de solos
e os incêndios também são ameaças ao caboclinho.

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Passeriformes
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Caboclinho-de-chapéu-cinzento
Passeriformes
ORDEM

Sporophila cinnamomea

Característivas gerais:
O caboclinho-de-chapéu-cinzento recebeu esse nome devido ao cinzento que apresenta
em cima da cabeça. Há diferenças marcantes entre machos e fêmeas. O macho é castanho-
escuro com a região da cabeça cinzenta e asas e cauda anegradas, margeadas de cinza. Uma
grande mancha branca destaca-se nas asas. O bico é colorido, podendo ser amarelo-claro,
cinza ou até mesmo negro. As fêmeas e os jovens, como em outros caboclinhos, são pardos
em todo o corpo, com o ventre um pouco mais claro.

Habitat:
Habita áreas de campos sujos, brejos e banhados ricos em vassouras.

Comportamento:
Vive em grupos. É mais agressivo do que os outros caboclinhos, com o canto mais alto e
um pouco diferente.
Família
EMBERIZIDAE Ameaças:
A perda de habitat pela substituição dos campos naturais por áreas de agricultura, pecuária e
plantações de arbóreas exóticas contribuiu com o declínio desta espécie, naturalmente rara
no Paraná.

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Passeriformes
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Caboclinho-preto
Passeriformes
ORDEM

Sporophila melanogaster

Características gerais:
O caboclinho-preto mede cerca de 10 centímetros e apresenta, no macho adulto, uma
coloração cinzenta, com garganta, peito, abdômen, asas e cauda negras, além de uma
mancha branca na região lateral da asa. O bico é amarelado ou negro. As fêmeas e jovens
são pardos. Fora do período reprodutivo, o macho adulto apresenta plumagem onde
predomina o pardo, semelhante às fêmeas e jovens.

Habitat:
Ocupa áreas abertas como campos sujos e limpos, áreas de cerrado, banhado e várzeas.
Concentra-se na região dos campos naturais do Segundo Planalto Paranaense (Ponta Grossa,
Castro, Piraí do Sul, Ventania e Tibagi), onde é encontrada em maior quantidadade, assim
como na região Nordeste (Jaguariaíva, Sengés e Arapoti), em transições daquela vegetação
para o cerrado.

Família Ameaças:
EMBERIZIDAE Na região de Jaguariaíva e em toda a porção Nordeste paranaense, esta espécie tem sido
afetada devido à perda de habitat e da captura ilegal.

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Passeriformes
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Curió, avinhado
Passeriformes
ORDEM

Oryzoborus angolensis

Características gerais:
O curió é um dos pássaros mais conhecidos do Brasil, muito capturado para servir como
um pássaro de canto. Medindo cerca de 13 centímetros, o macho é quase sempre negro
nas partes superiores, cor que se repete no peito. No ventre é castanho-ferrugíneo. A base
de algumas penas apresenta uma mancha branca, que aparece mais quando a ave alça vôo.
As fêmeas e os jovens são quase totalmente castanho-ferrugíneos. O bico negro do curió
é uma das características mais marcantes desta espécie, por ser engrossado na base e, ao
mesmo tempo, curto.

Alimentação:
A alimentação do curió, consiste quase que exclusivamente de sementes, em especial de
gramíneas colhidas nas espigas.

Comportamento:
Família É encontrado sozinho ou aos pares, em pequenos grupos familiares e, mais raramente,
EMBERIZIDAE freqüentando bandos mistos de aves que habitam os campos e se alimentam também de
grãos. Os machos se destacam por ocupar um poleiro alto enquanto emitem seu canto,
muito elaborado e musical.

Ameaças:
A maior ameaça a esta espécie é sua captura para o cativeiro e o comércio ilegal.

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Passeriformes
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Japu-guaçu, japu
Passeriformes
ORDEM

Psarocolius decumanus

Características gerais:
Espécie de grande porte, sendo os machos maiores (45 centímetros) do que as fêmeas (35
centímetros). De cor predominantemente negra brilhante, destaca-se a cauda castanho-
ferrugínea, com algumas penas amarelo-ouro, e outras negras. Na íris predomina o azul
claro e da cabeça saem penas modificadas à figura de um penacho, enquanto o bico é típico:
grosso na base e afilado na ponta, quase todo esbranquiçado, com tons esverdeados.

Habitat:
Prefere florestas e suas bordas, muitas vezes em regiões alagadiças, onde vive em bandos.
São aves muito peculiares, pois são ruidosas e se destacam por um canto intenso, que agita
o corpo, podendo ser ouvida a longas distâncias.

Reprodução:
Seus ninhos são feitos em grandes árvores, suspensos na extremidade dos galhos.
Família
EMBERIZIDAE Ameaças:
A maior ameaça ao japu é a perda de habitat devido à destruição das florestas.

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Passeriformes
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Os répteis surgiram no planeta há cerca de 360 milhões
de anos, quando o clima estava se modificando, ficando
mais seco. Desenvolveram um meio muito eficaz
para sobreviver, pois a pele é seca e impermeável e
os protege contra a desidratação. São considerados
pecilotérmicos. Isso significa que a temperatura do
corpo varia conforme o ambiente.

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Cágado-rajado
Testudines
ORDEM

Phrynops williamsi

Características gerais:
Essa espécie de cágado, nativa do Brasil, está rapidamente desaparecendo de nossos rios devido a
inundações causadas pelas hidrelétricas. Seus nomes mais comuns são cágado-rajado, cágado, cágado-
de-barbelas, cágado-de-ferradura e cágado-de-williams.Trata-se de um cágado com pouco mais de 40
centímetros de carapaça (casco). Tem duas faixas negras em cada face e uma quinta, no mento, formando
um desenho que lembra uma ferradura.

Habitat:
Pode ser encontrado em grandes rios com margens lodosas ou rochosas, e em pequenos, dentro das
florestas.

Comportamento:
É animal que realiza suas atividades durante o dia. Aproveita as margens rochosas de rios para expor-se ao
sol, se aquecendo, um comportamento normal nos répteis que precisam de calor.

Reprodução:
O período de construção de ninho e eclosão dos ovos foi estimado entre outubro e maio, enquanto a
Família
CHELIDAE reprodução deve ocorrer entre novembro e dezembro. Uma fêmea foi encontrada desovando (11 ovos)
no Parque Nacional do Iguaçu em junho de 2000.

Alimentação:
Sua dieta consiste de invertebrados aquáticos em geral (insetos e crustáceos), peixes, algas, sementes e
outros restos de vegetais, além de moluscos.

Ameaças:
Encontra-se ameaçado no Paraná, principalmente em função dos reservatórios de usinas hidrelétricas
que favorecem a redução de alimentos e a alteração da estrutura dos grandes rios. A pesca predatória
influencia na sobrevivência deste cágado, pois são comuns as capturas acidentais em redes de espera.

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Testudines
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Sem nome popular
ORDEM

Squamata Cnemidophorus vacariensis

Características gerais:
Trata-se de um pequeno lagarto brasileiro que pode ser identificado pela coloração de fundo
marrom, com três faixas branco-amarelados em forma de pontos na lateral do corpo.

Habitat:
Habita os campos naturais. Podem ser encontrado vários deles em um mesmo local, sem
que isso caracterize, necessariamente, que vivam juntos, em grupos.

Repodução:
Aspectos reprodutivos e de alimentação são desconhecidos.

Comportamento:
Aparenta ser um lagarto terrestre que realiza suas atividades durante o dia. E o que diferencia
esta espécie das outras é o fato de estarem vários indivíduos no mesmo local.
Família
TEIIDAE Ameaças:
Este lagarto encontra-se ameaçado no Paraná em função da descaracterização dos habitats
campestres e de ameaças indiretas causadas pelo uso do fogo, pela introdução de espécies
vegetais exóticas para fins agro-pastoris e por impactos do gado sobre os campos.

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Squamata
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Os anfíbios são animais de temperatura
variável . São chamados anfíbios por poderem
viver tanto na água quanto na terra. O ovo dos
anfíbios produz um ser vivo que somente atinge
o estado adulto após sofrer um certo número
de modificações. Essas transformações
recebem o nome de metamorfoses. Os
anfíbios são de fundamental importância para
a cadeia alimentar.

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Sapinho-dourado
ORDEM

Anura Brachycephalus pernix

Características gerais:
Este é um pequeno sapinho de coloração muito diferente dos demais. Machos e fêmeas medem
em torno de 13 milímetros, com corpo robusto e apenas dois dedos das mãos visíveis. O que
mais chama a atenção é a sua coloração: cabeça laranja com manchas pretas; olhos e região
próxima aos olhos pretos; costas, antebraços, braços, calcanhares, joelhos e pés, laranja;
superfícies laterais do corpo, região anal e pernas, pretas; manchas pretas nos braços.

Habitat:
Habita o solo, geralmente encontrado entre as folhas e pequenos galhos caídos sob o solo. É um
anfibio que vive na Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana do Morro do Anhangava, situado na
Serra da Baitaca, entre Quatro Barras e Piraquara.

Reprodução:
Os aspectos reprodutivos são ainda pouco conhecidos, mas estudos recentes descobriram algo
jamais imaginado para um anfíbio: a ausência de girino. O sapinho-dourado possui desenvolvi-
Família
BRACHYCEPHALIDAE
mento direto, ou seja, seus sapinhos filhotes não passam pela metamorfose e já nascem como
os adultos, porém de tamanho menor.

Ameaças:
O Morro do Anhangava está sob forte pressão antrópica, visitação sem controle, apresentando
sinais de acampamentos, fogueiras e muitas trilhas. O risco de perda de habitat por incêndio e
corte de vegetação são as maiores ameaças para esta espécie.

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Anura
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Perereca-zebra
ORDEM

Anura Hyla anceps

Características gerais:
Trata-se de uma perereca de porte médio. Macho e fêmea medem de três a quatro
centímetros. A região das costas é marrom, peito e coxas são vermelhas, barrados de
preto.

Habitat:
Habita brejos e, ocasionalmente, é encontrada em plantas flutuantes. Só procura a vegetação
marginal arbórea quando está em fuga ou perseguindo a presa.

Comportamento:
O canto pode ser ouvido a grandes distâncias, assemelha-se a um grito estridente, depois
seguido de um repicado. Os machos cantam sobre a vegetação emersa ou em arbustos
entre 50 centímetros e 1,5 metro de altura.

Família Ameaças:
HYLIDAE A principal ameaça a esta espécie no Paraná é o isolamento da população, restrita a um brejo
de 100 metros quadrados, em meio a plantios de eucalipto e pínus. A estrada que dá acesso
à Usina Hidrelétrica de Mauá passa ao lado do brejo, gerando risco de atropelamentos.

216

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Anura
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Sem nome popular
ORDEM

Anura Limnomedusa macroglossa

Características gerais:
Este é um anfibio que mede cerca de 42 a 53 mm, enquanto a fêmeas medem de 42 a 62
mm. A característica marcante da espécie está nos olhos com pupila em forma de losango.
A pele da região das costas é verrugosa, com grandes granulações achatadas em fileiras
irregulares, enquanto a região do peito é lisa, exceto nas coxas. A coloração geral da região
das costas varia de castanha a cinza, com manchas mais escuras. O espaço entre os olhos, o
dorso da cabeça e o focinho são branco-amarelados.

Habitat:
Este pequeno anfíbio pode ser encontrado em habitats de afloramentos rochosos e solos
superficiais próximos à água corrente.

Comportamento:
De hábitos diurnos, os adultos são encontrados sob rochas, semi-enterrados ou ocupando
Família depressões, próximo à água. Os machos emitem sons na borda da água, às vezes com parte
LEPTODACTYLIDAE
do corpo submerso.

Reprodução:
A postura consiste de aproximadamente 400 ovos de 2 milímetros de diâmetro, muito pig-
mentados, espalhados no fundo de ambientes aquáticos de água lenta.

Ameaças:
Futuras barragens no rio Jordão podem levar ao desaparecimento de populações ainda não
conhecidas dessa espécie.

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Anura
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A maioria dos peixes possui esqueleto formado
de ossos e pertencentes à classe Osteichthyes. Já
os tubarões e as raias têm o esqueleto composto
de cartilagem (tecido encontrado nas orelhas e
no nariz dos seres humanos), formando a classe
Chondrichthyes. Os peixes respiram através de
brânquias. Para que ele consiga sobreviver utiliza
o oxigênio dissolvido na água que entra pela
boca, e sai por aberturas existentes na faringe
(chamadas fendas branquiais).

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Espécies marinhas
Squatiniformes
ORDEM

Cação-anjo
Squatina guggenheim

Características gerais:
O cação-anjo possui o corpo largo e achatado, com duas nadadeiras pequenas situadas na
região da cauda. Mais acima estão as nadadeiras peitorais, grandes e triangulares. A cabeça
é ovalada e ainda possui cinco fendas branquiais, ou seja, estruturas por onde o peixe
respira.

Habitat:
Esta espécie é endêmica dos ambientes marinhos e estuarinos do Atlântico Sul entre o Su-
deste do Brasil e a Argentina. Está presente nas águas costeiras do litoral Sul brasileiro.

Comportamento:
Este cação tem o hábito de se enterrar na areia, para se camuflar e atacar suas presas, em
grande maioria peixes. Como as informações disponíveis sobre a fauna desse grupo para
Família o Estado do Paraná são relativamente escassas, principalmente para a região costeira, é
SQUATINIDAE possível que esta espécie já tenha sido capturada pela frota pesqueira artesanal no Parque
Nacional do Superagüi, ambiente de reprodução e recrutamento de tubarões e raias.

Ameaças:
As maiores ameaças à esta espécie no Brasil são a sobrepesca e a captura acidental, assim
como o uso de métodos de pesca danosos, como é o caso das redes oceânicas de grandes
dimensões.

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Squatiniformes
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Tubarão-branco
Lamniformes
ORDEM

Carcharodon carcharias

Características gerais:
Peixe cartilaginoso de grande porte (acima de 6 metros), caracterizado pela presença de
uma estrutura em forma de quilha na região mediana da cauda. Apresenta ainda duas
nadadeiras dorsais e cinco fendas branquiais (por onde respira) em cada lado do corpo.
A boca localiza-se na parte de baixo do corpo e os dentes são relativamente grandes com
margens serrilhadas próprias para dilacerar sua presa e facilitar a digestão.

Habitat:
Esta espécie ocupa águas costeiras e oceânicas, temperadas e tropicais em todo mundo. No
Brasil, ocorre nos ambientes marinhos ao longo da costa. É possível que esta espécie ocorra
no Parque Nacional do Superagüi, em função da importância deste ambiente como área de
reprodução e recrutamento de tubarões e raias.

Comportamento:
Família É um tubarão ativo, veloz e agressivo, que vive em águas afastadas da costa.
LAMNIDAE
Alimentação:
Alimenta-se de peixes, crustáceos, aves, mamíferos marinhos e tartarugas.

Ameaças:
A ausência de um monitoramento eficiente de exploração, exigido pela dinâmica do
ecossistema em questão, compromete os estoques pesqueiros regionais e a sua exploração
econômica.

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Lamniformes
225

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Peixe-serra
Pristiformes
ORDEM

Pristis perotteti

Características gerais:
O peixe-serra mede até seis metros de comprimento, é facilmente reconhecido pelo formato
do corpo, alongado como os tubarões, e pela presença de focinho bem desenvolvido com
pequenos dentes laterais em forma de serra. O número de dentes varia de 16 a 20. Assim
como as raias, apresenta as aberturas branquiais situadas na região de baixo do corpo.

Habitat:
Habita águas costeiras (fundo do mar) e embocaduras de grandes rios do litoral Atlântico,
entre os Estados Unidos e as regiões Sudeste e Sul do Brasil.

Ameaças:
As maiores ameaças à esta espécie no Brasil são a sobrepesca e a captura acidental, assim
como o uso de métodos de pesca danosos, como é o caso das redes oceânicas de grandes
dimensões.
Família
PRISTIDAE

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Pristiformes
227

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Raia-viola, cação-viola
Rajiformes
ORDEM

Rhinobatos horkelii

Características gerais:
A raia-viola é identificada pela parte anterior do corpo um pouco triangular, com um focinho
bem desenvolvido formado por longa cartilagem. Os olhos são relativamente grandes,
localizados no alto da cabeça. Apresenta também uma fileira de espinhos na região mediana
das costas, que começa atrás dos olhos e termina entre as nadadeiras dorsais. A cauda não é
demarcada no resto do corpo. As nadadeiras caudais e as dorsais são bem desenvolvidas.

Habitat:
É espécie costeira que pode ultrapassar um metro de comprimento. Própria do fundo
do mar, costuma se enterrar na areia e predar os invertebrados. Está presente em águas
costeiras do litoral Sul brasileiro durante o ano todo. Foi registrada no Parque Nacional do
Superagüi.

Ameaças:
Família As maiores ameaças são a sobrepesca e a captura acidental, assim como o uso de métodos
RHINOBATIDAE de pesca danosos, como é o caso das redes oceânicas de grandes dimensões.

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Rajiformes
229

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Cavalo-marinho
Gasterosteiformes
ORDEM

Hippocampus reidi

Características gerais:
Possui cauda preênsil (capaz de sustentá-lo) e cabeça formando um ângulo de cerca de 90
graus em relação ao corpo. Tem focinho longo, coloração escura, nadadeira dorsal com
16 a 19 raios. Os cavalos-marinhos têm o corpo envolvido por uma série de anéis ósseos
articulados, cuja nadadeira é formada apenas por raios moles.

Habitat:
Esta espécie é encontrada em águas litorâneas de pouca profundidade, associada a recifes
de coral e regiões de pedras cobertas por algas. Habita o Oceano Atlântico, dos Estados
Unidos ao Sul do Brasil.

Reprodução:
No caso dos cavalos-marinhos, quem gera os filhotes são os machos. Existe uma bolsa
incubadora situada na parte ventral do tronco ou da cauda, onde se desenvolvem os ovos
Família resultantes da desova das fêmeas. Após a eclosão, os jovens são eliminados pelos machos
SYNGNATHIDAE através de uma abertura na bolsa.

Ameaças:
A principal ameaça ao cavalo-marinho é a sua exploração para a produção de artesanato,
adornos e amuletos. A degradação, a fragmentação do habitat e a poluição também são
considerados fatores de risco para as populações dessa espécie.

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Gasterosteiformes
231

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Mero
Perciformes
ORDEM

Epinephelus itajara

Características gerais:
O mero é um peixe pacífico com quase três metros de comprimento e peso de 500 quilos.
Tem corpo robusto castanho-acinzentado ou esverdeado e pequenas pintas escuras, que
também aparecem nas nadadeiras. A região lateral do corpo apresenta faixas verticais largas
e escuras. A cabeça é larga e achatada.

Habitat:
Os meros são encontrados geralmente nos fundos arenosos, rochosos ou lodosos, e muitos
já foram registrados junto a grandes lajes, pilares de construções e embarcações afundadas.
Os jovens vivem em águas costeiras rasas, costões, estuários e recifes e, à medida em que
crescem, vão para águas mais profundas.

Alimentação:
São carnívoros vorazes que se alimentam de outros peixes e crustáceos.
Família
SERRANIDAE Ameaças:
Sua carne é considerada de boa qualidade e possui alto valor comercial, associado ao
crescimento lento desta espécie. A sua sobrevivência está ligada à pesca sem controle.

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Perciformes
233

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Espécies de água doce
Characiformes
ORDEM

Lambari
Astyanax g ymnogenys

Características gerais:
Este lambari pode ultrapassar os 20 centímetros de comprimento. Sua cor é prateada,
escurecida nas nadadeiras anal e caudal. Existem poucas informações biológicas a respeito
desta espécie. Em estudos realizados nas áreas dos reservatórios de Segredo e Foz do
Areia, no rio Iguaçu, a espécie foi rara nas amostragens dos pesquisadores, apresentou
hábito alimentar malacófago (come moluscos) e maior atividade reprodutiva na primavera
e verão.

Ameaças:
A redução de seu habitat nos trechos médio e baixo do rio Iguaçu, em função de barramentos
das usinas hidrelétricas, coloca esta espécie em risco.

Família
CHARACIDAE

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Characiformes
235

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Dourado
Characiformes
ORDEM

Salminus brasiliensis

Características gerais:
Como o próprio nome comum indica, o dourado é peixe com escamas douradas com
reflexos avermelhados. Possui várias listras no corpo e uma mancha escura alongada na
base da nadadeira caudal. Tem grande porte, podendo alcançar mais de um metro de
comprimento.

Reprodução e hábitat:
O dourado realiza migrações reprodutivas em busca de lugares mais calmos e de maior
segurança contra predadores de seus filhotes. Com a cria já crescida, o dourado costuma
utilizar ambientes de várzea (planície de inundação) e leito dos rios para passar a maior parte
da vida.

Ameaças:
Esta é uma espécie particularmente afetada pela redução de ambientes principalmente
Família devido à contrução de hidrelétricas, que criam barreiras às migrações e interferem
CHARACIDAE diretamente no sucesso reprodutivo, como vem ocorrendo no rio Paraná.

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Characiformes
237

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Bagre
Siluriformes
ORDEM

Rhamdiopsis moreirai

Características gerais:
O bagre é uma espécie de pequeno porte, com focinho e nadadeira caudal arredondados,
sendo a coloração quase uniformemente pardacenta e distribuída por todo o corpo. Possui
uma linha lateral não contínua, composta por diversas linhas brancas ao longo da porção
mediana do corpo.

Habitat e comportamento:
Está presente em pequenos riachos, próximos à vegetação ciliar. Deve apresentar atividade
principalmente no final da tarde e no início da noite.

Alimentação:
O bagre possui barbilhões sensitivos que servem para localizar seu alimento no fundo dos
rios. Apesar de não haver muitas informações a respeito da sua biologia, foi identificado o
hábito insetívoro (alimenta-se de insetos) para um bagre do alto rio Paraná.
Família
HEPTAPTERIDAE Ameaças:
Os pequenos cursos d’água onde esta espécie ocorre são mais suscetíveis à ação do homem
em função de seu volume reduzido e maior interface com o meio terrestre, estando entre
os primeiros a sofrer os impactos do processo de colonização de novas áreas.

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Siluriformes
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Acará
Perciformes
ORDEM

Gymnogeophagus setequedas

Características gerais:
Espécie de pequeno porte, alcança no máximo 10 centímetros. É encontrado geralmente
em rios com águas lentas, favorecendo a alimentação pelo fundo. O acará é muito cuidado-
so com os filhotes. Ainda não há muitas informações biológicas sobre a espécie. Ocorre
exclusivamente em águas do rio Paraná, entre o rio Monday (Paraguai) e o município de
Guaíra (Brasil).

Ameaças:
Os ambientes de ocorrência desta espécie estão sob os impactos oriundos da expansão
urbana. Os efeitos da urbanização se apresentam principalmente sob a forma de poluição
aquática e ambiental, mas também causando a modificação e o assoreamento dos corpos
d’água, o que degrada profundamente os frágeis habitats onde ocorre.

Família
CICHLIDAE

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Perciformes
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As abelhas pertencem à ordem dos Hymenópteros,
da qual também fazem parte as formigas e as vespas.
Existem abelhas de muita espécies; nem todas são
sociais ou seja, nem todas vivem em colônias. Ao
contrário do que se pensa, a maioria delas se compõe
de abelhas solitárias que constroem seu ninho em ocos
de árvores ou embaixo da terra. Já as abelhas sociais
vivem juntas em grandes colônias de indivíduos e seus
ninhos são chamados colméias. O corpo de um desses
indivíduos que raramente ultrapassa 3,7 centímetros
de comprimento é constituído de três partes: cabeça,
tórax e abdômen. No torax encontram-se dois pares
de asas e três pares de pernas.

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Guiruçu
ORDEM

Hymenoptera Schwarziana quadripunctata

Características gerais:
Esta espécie de abelha possui operárias com tamanho em torno de seis milímetros.

Comportamento e reprodução:
Para identificarmos o comportamento das abelhas é muito importante prestar atenção em seus
ninhos, como são formados, e como elas se organizam neles. Constrói ninhos subterrâneos, de
até três metros abaixo do solo, utilizando geralmente sauveiros abandonados, em áreas de ve-
getação aberta. A entrada do ninho é um tubo simples, vertical, em forma de torre, construído
apenas de terra pura, com aproximadamente 15 milímetros de altura e 17 de diâmetro. Uma
característica interessante é que nesta espécie há rainhas pequenas, médias e grandes; isto
é, as rainhas podem ser criadas em células normais ou reais. O mel dessas abelhas é muito
saboroso.

Habitat:
Esta espécie possui ampla distribuição geográfica no Brasil, ocorrendo desde o Rio Grande do
Família Sul até a Bahia e Goiás, em campos naturais, cerrado e na floresta com araucária.
APIDAE

Ameaças:
No Paraná, os campos naturais e o cerrado que, juntamente com a Floresta Ombrófila Mista são os
principais biomas de ocorrência desta espécie, nas últimas décadas vêm gradualmente sendo substituídos
por monoculturas com utilização intensa de defensivos agrícolas. Tal situação provoca não só a destruição
direta dos ninhos, que são subterrâneos, como a restrição e envenenamento das flores, o que causa
forte impacto sobre as populações dessas abelhas.

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Hymenoptera
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Caga-fogo, assadeira
ORDEM

Hymenoptera Oxytrigona tataira

Características gerais:
Tem a cabeça muito grande e o espaço entre os olhos é bem maior do que o comprimento
dos olhos. Uma característica importante desta espécie é secretar, através das glândulas
mandibulares (na região da boca), um líquido cáustico que produz queimaduras graves em
animais e também no homem, deixando manchas permanentes na pele. Por esse motivo é
considerada muito perigosa. Caso a substância entre em contato com os olhos pode levar a
cegueira. É também uma espécie altamente agressiva que utiliza os ninhos de outras espé-
cies de abelhas.

Habitat:
A ocorrência desta espécie está restrita a áreas contínuas e bem preservadas de Floresta
Atlântica, hoje existentes apenas na porção oriental do Paraná. Sua distribuição geográfica é
ampla, ocorrendo no Brasil na porção mais oriental, desde Santa Catarina até a Bahia (ainda
não encontrada no Rio de Janeiro).
Família
APIDAE Ameaças:
A perda de habitats pelo desmatamento é a principal ameaça às populações desta espécie,
uma vez que ela só ocorre em florestas muito bem preservadas, com árvores de grande
porte que permitam a construção de seus ninhos e grande variedade de recursos florais,
principalmente de plantas arbóreas.

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Hymenoptera
247

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Tujuba
ORDEM

Hymenoptera Melipona mondury

Características gerais:
Esta espécie é social e suas operárias medem aproximadamente oito milímetros de
comprimento, apresentando cabeça e tórax pretos, mandíbulas e antenas ferrugíneas. As
pernas e o abdômen são amarelo-avermelhados, enquanto o tórax é coberto por uma
pilosidade amarelo-dourado.

Habitat:
Sua área de distribuição está comprometida pelo desmatamento e pelo avanço imobiliário
no Paraná. São abelhas que historicamente ocorrem de forma pontual, ou seja, em locais
sob condições específicas. Esta espécie provavelmente habita a planície costeira de Santa
Catarina e Paraná, em ambiente de Floresta Atlântica.

Comportamento e reprodução:
Faz ninhos em ocos de árvores, sendo que a entrada da colônia é construída em barro, com
Família abertura no centro. Quase nunca tem sido vista ou coletada nas flores.
APIDAE
Ameaças:
A perda de habitats pelo desmatamento é a principal ameaça a esta espécie, não só pela
destruição direta das colônias, que geralmente estão alojadas no interior de árvores ocas,
como também pela diminuição de locais possíveis para a nidificação de novas colônias.

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Hymenoptera
249

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Irati
ORDEM

Hymenoptera Lestrimelitta ehrhardti

Características gerais:
Trata-se de uma abelha social cujas operárias medem quase seis milímetros e apresentam
cabeça e tórax pretos, com abdômen vermelho claro. O macho possui abdômen ferrugíneo
escuro. A antena é ferrugínea, um pouco mais clara na face superior. É uma espécie
cleptobiótica, ou seja, obtém o alimento de que necessita saqueando colônias de outras
espécies de abelha. Essa especialização resulta de sua forma, pois apresenta um aparelho
bucal pouco desenvolvido, o que lhe impossibilita a coleta de alimentos diretamente das
flores.

Habitat:
Esta espécie foi registrada no Paraná apenas uma vez, em 1961, no município de Castro. Já
naquela época os pesquisadores faziam referência à sua extrema raridade e à possibilidade
de estar em processo de extinção.

Família Comportamento e reprodução:


APIDAE A entrada do ninho é pequena, formada por protuberâncias de cera que lembram dedos
de luva, simulando várias entradas. A entrada verdadeira é um tubo que se destaca entre os
demais. Esta complexa entrada pode ter mais de 50 centímetros de comprimento.

Ameaças:
As principais ameaças são o desmatamento e a destruição dos habitats, tanto pela restrição
de locais para nidificação, uma vez que essa espécie usa ocos de árvores de grande porte,
como pela perda de fonte alimentar, causada pela diminuição das populações das quais
obtém, por meio de pilhagem, os alimentos e materiais necessários à sua subsistência.

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Hymenoptera
251

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Mombucão, papa-terra
ORDEM

Hymenoptera Cephalotrigona capitata

Caracteristicas gerais:
Esta é uma espécie considerada social. Quando identificamos uma espécie de abelha é mui-
to importante observar o seu abdômen, pois ele possui características muito importantes
que muitas vezes diferenciam uma espécie de outra. As operárias do mombucão medem
de 7,5 a 10 milímetros, com corpo em sua maior parte cor de mate e preto. O abdomên
é em parte vermelho ou todo preto. As asas são muito mais compridas do que o corpo,
esfumaçadas e com nervuras ferrugíneas.

Habitat:
O mombucão é uma abelha com distribuição relativamente ampla no Brasil, ocorrendo em
Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.

Comportamento e reprodução:
A mombucão faz ninho em ocos de árvores, bem próximo à base. Sua entrada é pequena
Família e pouco visível. Seu mel é pouco saboroso e as colônias possuem aproximadamente 1.000
APIDAE a 1.500 indivíduos.

Ameaças:
O desmatamento e a urbanização – inclusive a construção de estradas – são as principais
ameaças à esta espécie, pois reduz locais próprios para a nidificação, considerando que
para isso são necessárias árvores ocas com troncos avantajados. O desmatamento também
provoca a fragmentação dos habitats, isolando populações que podem se tornar inviáveis do
ponto de vista genético.

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Hymenoptera
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O equilíbrio ecológico, em todo ecossistema, é
mantido graças a uma série de relações, algumas
positivas e outras negativas. Uma relação
altamente positiva é a que ocorre entre os
insetos voadores e as flores. Para que as plantas
se reproduzam há necessidade de que o grão de
pólen de uma flor seja transportado até outra flor.
Como todo inseto, borboletas e mariposas tem
o corpo dividido em três partes: cabeça, tórax
e abdômem. Na cabeça tem um par de antenas,
um par de olhos compostos ( formados por várias
lentes) e a boca, na forma de um canudinho usado
para sugar o néctar das flores.

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Sem nome popular
ORDEM

Lepidoptera Parides tros danunciae

Características gerais:
Esta borboleta apesar de parecer comum pelas suas cores, possui características muito
específicas, talvez por isso esteja na lista de espécies ameaçadas de extinção. A distância
de uma asa a outra é de 80 milímetros no macho e 85 milímetros na fêmea. Macho e
fêmea possuem coloração geral preta e um pequeno prolongamento da região da cauda nas
asas posteriores. A face dorsal (onde seria as região das costas) da asa anterior do macho
apresenta uma mancha circular esverdeada, enquanto sua asa posterior tem quatro manchas
unidas e alongadas com uma coloração vermelha.

Habitat e comportamento:
É uma borboleta encontrada durante o dia, em florestas densas e úmidas, com várias
gerações por ano. Ocorre apenas em Santa Catarina e Paraná.

Alimentação:
Família São nectívoros, alimentam-se do néctar das flores.
PAPILIONIDAE
Ameaças:
A maior ameaça à esta espécie é a destruição de seu habitat por desmatamento ou fogo.

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Lepidoptera
257

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Sem nome popular
ORDEM

Lepidoptera Euryades corethrus

Características gerais:
Esta espécie apresenta a distância de uma asa a outra de 77 milímetros, tanto no macho
quanto na fêmea. As faces dorsal (região das costas) e ventral (região da barriga) da asa
anterior do macho são de cor cinza escuro; esta asa é quase transparente, com uma faixa
de manchas amarelas entre o ápice e o meio da sua margem interna. A face dorsal da asa
posterior é escura, com dois conjuntos de manchas amarelas, separadas entre si por uma
linha de manchas vermelhas. A fêmea é semelhante, porém de coloração amarelo-parda,
com a asa anterior sem faixa e a posterior com manchas vermelhas.

Habitat e comportamento:
É borboleta diurna, que habita os campos naturais. Própria dos três estados da região Sul
do Brasil, no Paraná é conhecida dos municípios de Candói, Guarapuava, Foz do Jordão e
Pinhão

Família Alimentação:
PAPILIONIDAE É nectívora, alimenta-se do néctar das flores.

Ameaças:
A maior ameaça à esta espécie é a destruição de seu habitat por desmatamento ou fogo,
com os conseqüentes desequilíbrios causados pelo homem.

258

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Lepidoptera
259

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Sem nome popular
ORDEM

Lepidoptera Doxocopa laurona

Características gerais:
Esta espécie apresenta distância entre uma asa e outra de 55 milímetros para os machos e
65 para as fêmeas. Ambos possuem a face dorsal (região das costas) das asas anteriores e
posteriores de cor castanha com uma faixa longitudinal amarela-ocre nas anteriores e branca
nas posteriores. A face ventral (região de baixo do corpo) de ambas as asas é cinza-metálico,
com um pouco de amarelo na asa anterior.

Habitat e comportamento:
É borboleta diurna que ocupa florestas densas e úmidas e apresenta várias gerações por
ano, mas da qual não há estudos de aspectos populacionais. Sua ocorrência é de Minas
Gerais a Santa Catarina.

Alimentação:
Os adultos são nectívoros e sugam sais minerais em solos úmidos, para enriquecer sua
Família dieta.
NYMPHALIDAE
Ameaças:
A maior ameaça à esta espécie é a destruição de seu habitat por desmatamento ou fogo.

260

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Lepidoptera
261

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Sem nome popular
ORDEM

Lepidoptera Cyanophrys bertha

Características gerais:
Trata-se de uma espécie com distância entre uma asa e outra de 30 milímetros nos machos
e 35 nas fêmeas. Ambos os sexos possuem as asas anteriores e posteriores em coloração
azul metálica, enquanto a face ventral é verde com linhas branco-leitosas. Nas fêmeas, o azul
da face dorsal é menos intenso do que no macho.

Habitat e comportamento:
É borboleta diurna que ocupa florestas densas e úmidas, cujos machos são vistos também
em topos de morros. Ocorre de Minas Gerais a Santa Catarina.

Alimentação:
Seus adultos são nectívoros, alimentam-se do néctar das flores.

Ameaças:
Família A maior ameaça a esta espécie é a destruição de seu habitat por desmatamento ou fogo.
LYCAENIDAE

262

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Lepidoptera
263

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GLOSSÁRIO

Savanas - Formação aberta com predomínio de gramíneas intercaladas de árvores e/ou arbustos,
que ocorre em áreas de clima tropical.

Estuários - Corpo de água costeira, semifechado, que tem uma conexão-livre com o mar aberto,
com mistura de água doce e salgada.

Manguezais - Terreno baixo, junto à costa, sujeito a inundações da maré, quase todo constituído
de lama.

Planícies - Área plana ou suavemente ondulada, que pode incluir poucas elevações ou vales.

Campos Naturais - Toda vegetação destituída de formas arbóreas e arbustivas.

Cerrado - Vegetação desenvolvida nos planaltos interiores do Brasil e amarrada a clima tropical
úmido.

Território - Espaço de ocupação de uma determinada espécie.

Dispersão - Ato de espalhar sementes, esporos ou fragmentos vegetais de uma planta individual ou
de espécies em geral.

Espécie exótica - Aquela presente em uma determinada área geográfica da qual não é originária.

Várzeas - Floresta sobre terreno periodicamente inundado pelas cheias dos rios.

Adaptabilidade - Capacidade de determinada espécie de viver em condições ambientalmente


diferentes de seu habitat natural.

Assoreamento - Processo de acumulação de sedimentos não consolidados, na superfície da terra


ou em corpos d’água.

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Biodiversidade - é a variedade de vida na terra.

Ecossistema - Área geográfica, contendo seres bióticos e abióticos, que trocam matéria e energia
entre si, de forma cíclica.

Espécie endêmica - Espécie animal ou vegetal que ocorre somente em determinada área ou
região geográfica.

Floresta primária - Floresta que nunca sofreu derrubada ou corte.

Floresta secundária - Floresta em processo de crescimento natural após ter sofrido derrubada
pela ação do homem ou de fatores naturais.

Ombrófila - vocábulo de origem grega que significa “amigo das chuvas”.

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ÍNDICE REMISSIVO

MAMÍFEROS
Jaguatirica.........................................................................................................................................................10
Gato-do-mato-pequeno................................................................................................................................12
Gato-maracajá.................................................................................................................................................14
Puma................................................................................................................................................................16
Onça-pintada...................................................................................................................................................18
Lobo-guará......................................................................................................................................................20
Cachorro-do-mato-vinagre...........................................................................................................................22
Lontra..............................................................................................................................................................24
Ariranha...........................................................................................................................................................26
Mico-leão-da-cara-preta...............................................................................................................................28
Bugio-preto.....................................................................................................................................................30
Bugio-ruivo......................................................................................................................................................32
Muriqui............................................................................................................................................................34
Preguiça-de-três-dedos.................................................................................................................................36
Tamanduá-bandeira.......................................................................................................................................38
Boto-cinza.......................................................................................................................................................40
Toninha............................................................................................................................................................42
Anta..................................................................................................................................................................44
Cervo-do-pantanal........................................................................................................................................46
Veado-campeiro.............................................................................................................................................48
Veado-mão-curta...........................................................................................................................................50
Queixada.........................................................................................................................................................52
Cateto..............................................................................................................................................................54
Paca..................................................................................................................................................................56
Tapiti................................................................................................................................................................58
Morcego (Chiroderma
Chiroderma doriae doriae)........................................................................................................................60
Morcego (Chrotopterus
Chrotopterus auritus auritus).....................................................................................................................62
Morcego vampiro...........................................................................................................................................64

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AVES
Ema..................................................................................................................................................................68
Macuco............................................................................................................................................................70
Jaó....................................................................................................................................................................72
Jaó-do-litoral...................................................................................................................................................74
Codorninha.....................................................................................................................................................76
Albatroz-gigante..............................................................................................................................................78
Albatroz-de-nariz-amarelo.............................................................................................................................80
Albatroz-de-sombrancelha............................................................................................................................82
Petrel-gigante............................................................................................................................................ .....84
Procelária.........................................................................................................................................................86
Socó-jararaca..................................................................................................................................................88
Savacu-de-coroa.............................................................................................................................................90
Guará...............................................................................................................................................................92
Gavião-caracoleiro.........................................................................................................................................94
Gavião-pombo-pequeno...............................................................................................................................96
Gavião-caranguejeiro.....................................................................................................................................98
Águia-cinzenta...............................................................................................................................................100
Uiraçu-falso....................................................................................................................................................102
Harpia............................................................................................................................................................104
Gavião-pato...................................................................................................................................................106
Gavião-de-penacho......................................................................................................................................108
Cancã.............................................................................................................................................................110
Pato-mergulhão.............................................................................................................................................112
Anhuma..........................................................................................................................................................114
Mutum-de-penacho......................................................................................................................................116
Jacutinga..........................................................................................................................................................118
Pomba-de-espelho.......................................................................................................................................120
Arara-canindé................................................................................................................................................122
Arara-vermelha.............................................................................................................................................124
Maracanã.......................................................................................................................................................126

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Papagaio-de-cara-roxa.................................................................................................................................128
Sabiá-cica.......................................................................................................................................................130
Bacurau-ocelado...........................................................................................................................................132
Bacurau-rabo-de-seda.................................................................................................................................134
Curiango-do-banhado..................................................................................................................................136
Araçari-de-bico-branco................................................................................................................................138
Pica-pau-da-cara-acanelada.........................................................................................................................140
Macuquinho-da-várzea................................................................................................................................142
Chocão-de-bigode.......................................................................................................................................144
Bicudinho-do-brejo......................................................................................................................................146
Bate-bico........................................................................................................................................................148
Tio-tio............................................................................................................................................................150
Limpa-folha-castanho...................................................................................................................................152
Papa-piri.........................................................................................................................................................154
Papa-mosca-do-campo................................................................................................................................156
Maria-da-restinga..........................................................................................................................................158
Estalinho.........................................................................................................................................................160
Maria-catarinense..........................................................................................................................................162
Patinho-grande..............................................................................................................................................164
Noivinha........................................................................................................................................................166
Galito..............................................................................................................................................................168
Soldadinho.....................................................................................................................................................170
Corocoxó-do-litoral.....................................................................................................................................172
Dançador-coroado.......................................................................................................................................174
Balança-rabo.................................................................................................................................................176
Gralha-do-cerrado.......................................................................................................................................178
Canário-do-mato..........................................................................................................................................180
Pula-pula-de-sombrancelha.........................................................................................................................182
Sanhaço-do-cerrado....................................................................................................................................184
Bandoleta.......................................................................................................................................................186
Figurinha-do-mangue...................................................................................................................................188
Pichochó........................................................................................................................................................190

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Cigarrinha......................................................................................................................................................192
Patativa...........................................................................................................................................................194
Caboclinho-papo-branco.............................................................................................................................196
Caboclinho-de-chapeu-cinzento.................................................................................................................198
Caboclinho-preto.........................................................................................................................................200
Curió..............................................................................................................................................................202
Japu-guaçú.....................................................................................................................................................204

RÉPTEIS
Cagado-rajado..............................................................................................................................................208
Cnemidophorus vacariensis........................................................................................................................210

ANFÍBIOS
Sapinho-dourado..........................................................................................................................................214
Perereca-zebra..............................................................................................................................................216
Limnomedusa macroglossa............................................................................................................................218

PEIXES
Espécies marinhas
Cação-anjo...................................................................................................................................................222
Tubarão-branco............................................................................................................................................224
Peixe-serra....................................................................................................................................................226
Raia-viola.......................................................................................................................................................228
Cavalo-marinho............................................................................................................................................230
Mero..............................................................................................................................................................232

Espécies de água doce


Lambari.........................................................................................................................................................234
Dourado.......................................................................................................................................................236
Bagre........................................................................................................................................................238
Acará..............................................................................................................................................................240

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ABELHAS
Guiruçu..........................................................................................................................................................244
Caga-fogo......................................................................................................................................................246
Tujuba............................................................................................................................................................248
Irati.................................................................................................................................................................250
Mombucão....................................................................................................................................................252

BORBOLETAS
Parides tros danunciae...............................................................................................................................256
Euryades corethrus....................................................................................................................................258
Doxocopa laurona..........................................................................................................................................260
Cyanophrys bertha.....................................................................................................................................262

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Mikich, S.B. & R. S. Bérnils. 2004. Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná. Curitiba:
Instituto Ambiental do Paraná. 763 p.

Reinert, B. L.; M. R Bornschein & R. Belmonte-Lopes. 2004. Conhecendo Aves Silvestres Brasileiras. Lon-
drina: Grafmarke; Cornélio Procópio: Grupo Ecológico Vida Verde de Cornélio Procópio. 163 p.

Emmons, L.H. 1990. Neotropical Rainforest Mammals: A Field Guide. Chicago: The University of Chicago
Press. 281 p.

Sick, H. 1984. Ornitologia brasileira, uma introdução. Brasília, V.1, V.2, Ed. Universidade de Brasília, 827p.

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CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS

Zig Koch - fotos páginas 11, 13, 15, 17, 19, 21, 25, 27, 31, 33, 37, 39, 44, 47, 53, 55, 57, 59, 69, 71,
75, 93, 107, 117, 119, 123, 125, 129, 133, 139, 147, 155, 167, 169, 181, 203, 205, 237, 247, 249, 251,
253, 257, 259, 261, 263.

Denis Ferreira Netto - fotos páginas 115, 131, 171

Rogério Cunha - foto capa

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