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A criança em "Minguilim"....................................................................................................1
1. A criança é um personagem muito poderoso..............................................................2
1.1. pois ele é o revelador das "primeiras sensações", que a memória do adulto só
reencontra pouco a pouco...............................................................................................2
1.1.1. Em Guimarães Rosa, apenas essa perspectiva é capaz de se aproximar de
uma visão desprovida de razão...................................................................................3
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1. A criança é um personagem muito poderoso
1.1. pois ele é o revelador das "primeiras sensações", que a memória do adulto só
reencontra pouco a pouco
2
1.1.1. Em Guimarães Rosa, apenas essa perspectiva é capaz de se aproximar de
uma visão desprovida de razão.
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Donner à voir le monde par le poit de vue d'un personnage, qui n'est pas le
narrateur de l'histoire, est l'une des réussites du roman moderne depuis
Flaubert et la mise en place d'un style indirect libre. Sandra, p.237
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Por meio desta técnica Rosa pode dar a palavra àquele que não tem nem
linguagem e nem pensamento estruturado, como o adulto.
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Temos uma consciência mediatizada, com mais ou menos distanciamento,
pelo narrador.
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aprender a escolha de apresentação do narrador
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O focalizador e o focalizado coincidem em uma mesma instância
(Sandra, p.329)
Um certo Miguilim morava com sua mãe, seu pai e seus irmãos, longe,
longe daqui, muito depois da vereda-do-frango d'água e de outras
veredas sem nome ou pouco conhecidas, em ponto remoto, do Mutúm.
No meio dos Campos Gerais. (CG, p.5).
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O narrador está longe temporal e espacialmente da história narrada.
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Isso é acentuado pelo uso do imperfeito (conto de fadas).
Atmosfera feérica
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o narrador vai se misturar à maneira com a qual o personagem vê o
mundo em volta dele.
"Da viagem, que durou dias, ele guardara aturdidas lembranças em sua
cabecinha [...] Mas sua mãe, que era linda e com cabelos pretos e
compridos, se doía de tristeza de ter de viver ali." (CG, p.5).
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Primeiro tempo:
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Segundo tempo: as impressões do protagonista que vêm para o
primeiro plano
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o jogo com o artigo definido é um recurso estilístico muito utilizado pelo
autor para passar da distância à proximidade das perspectivas. (O pai, a
mãe...)
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Este efeito da perspectiva infantil provoca um efeito de "desfocado"
(flou) para o leitor entre o pensamento da criança e a apreciação do
narrador.
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A impressão de ver o mundo através do olhar infantil vai dominando a
cena e atinge o ápice no momento da descoberta da miopia do menino.
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A exploraçnao da perspectiva infantil pelo monólogo interior dá ao récit
um efeito de verossimilhança
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Uma visão restrita do mundo e submissa à subjetividade daquele que
olha.
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A gente podia ficar tempo, era bom, junto com o gato Sossõe. (CG, p.24)
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indistinção entre a primeira e a terceira pessoa, Sandra p.334
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A Rosa e a Maria Pretinha estavam acabando de fazer o jantar, a Rosa
não gostava de menino na cozinha. Mas Tomèzinho estava dormindo no
monte de sabugos. Mesmo de propósito, que o gato tinha achado igual
de dormir lá, quase encostado em Tomézinho [...] Miguilim se sentava
no pilão emborcado. Gostava de se sentar nos sabugos também, que
nem Tomézinho, mas aí era que a Rosa entnao mandava ele embora.
Maria pretinha picava couve na gamela. Tinha os dentes engraçados tão
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brancos, de repente eles ocupavam assim muito lugar, branqueza que se
perspassava.
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O gato Qùóquo. Por conta que, TOmézinho, quando era mais pequeno,
a gente ensinava para ele falar: g'a-to - mas a linguinha dele só dava
capaz era para aquilo mesmo: quó! O gato somente vivia na cozinha, na
ruma de sabugos ou no borralho, outra hora andava no quintal e na
horta. Lá os cachorros deixavam. Mas quando ele queria sair par ao
pátio, na frente da casa, aí a cachorrama se ajuntava. O esperto do gato
repulava em quanquer parte, subia escareirado no esteio, mas braviado
também, gadanhava se arredobrando e repufando, a raiva dêle punha
um atraso nos cachorros. Por que não botavam nêle nome vero de gato
nas estórias: Papa-Rato, Siguri, Romão, Alecrim-Rosmanim ou Melhores-
Agrados? Se chamasse Rei-Belo... Não podia? (CG, P.17).
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