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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES


CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

ALINE MARIA PADILHA FOGGIATTO RODRIGUES


ANA LÍDIA SILVEIRA DE OLIVEIRA
CAROLINA FERNANDA ANTUNES DOS SANTOS

REFORMA DO ENSINO MÉDIO (MEDIDA PROVISÓRIA 746)

CURITIBA
2016

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REFORMA DO ENSINO MÉDIO (MEDIDA PROVISÓRIA 746)

Aline Maria Foggiatto Padilha Rodrigues


Ana Lídia Silveira de Oliveira
Carolina Fernanda Antunes dos Santos
RESUMO

Neste artigo, pretendemos analisar a medida provisória 746, que diz


respeito à reforma do ensino médio brasileiro, proposta pelo presidente da
República Michel Temer. Desenvolvemos este trabalho a partir de uma análise
e reflexão sobre o tema e nosso interesse é mostrar de que forma essa
medida, se aplicada, vai impactar no processo educacional dos estudantes
brasileiros.

Palavras-chave: reforma do ensino médio; medida provisória 746; educação;

1. INTRODUÇÃO

Com base nos estudos realizados e diversas reflexões sobre o tema,


realizamos este trabalho com o intuito de desenvolver alguns apontamentos
que devem ser feitos, referente a medida provisória 746 e quais impactos ela
causará na educação do país.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), a iniciativa da medida
provisória 746 se deu pela razão de que no início de setembro de 2016,
quando foram divulgados os resultados da edição 2015 do Índice de
Desenvolvimento da Educação (Ideb), o ensino médio da rede pública não
atingiu a meta estipulada que era de 4,3 e ficou em 3,7.

De fato, a meta estipulada não foi atingida e não é de hoje que se


discute sobre a qualidade do ensino no Brasil e que deve ser feita uma
reforma. A pergunta é: A melhor forma de fazê-la é por meio de uma medida
provisória? E qual o conteúdo da proposta? Faz-se necessário que o caso seja

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analisado com um olhar crítico e cuidadoso, visto que uma vez aprovado
causará grande impacto na educação do país.

O artigo está dividido em sete partes: uma breve explicação do conteúdo


da MP 746; alguns aspectos socioeconômicos do Brasil; Universidades e
escolas contra a MP; Progama de Ensino Médio Inovador; Ensino médio na
Finlândia; Possíveis cenários e Tomada de decisão, respectivamente.

2. DESENVOLVIMENTO

Descrição/Estudo de caso

Segundo encontra-se no site da câmara dos deputados, medida


provisória é: “Um instrumento com força de lei, adotado pelo presidente da
República, em casos de relevância e urgência, cujo prazo de vigência é de
sessenta dias, prorrogáveis uma vez por igual período. Produz efeitos
imediatos, mas depende de aprovação do Congresso Nacional para
transformação definitiva em lei”.

2.1 MP 746
A medida provisória 746 altera a Lei nª 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e a Lei nº
11.494 de 20 de junho de 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação.
As principais alterações são: (1) a ampliação da carga horária mínima
anual, de 800 para 1400 horas; (2) promove alterações na estruturação do
Ensino Básico, muda a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), tornando
optativas as disciplinas de Artes, Educação Física, Filosofia e Sociologia; (3) o
Inglês passa a se tornar a Língua Estrangeira Obrigatória; (4) o Currículo
poderá ser organizado por áreas de conhecimento ou por itinerários formativos
com ênfase na atuação profissional, serão ofertados cursos de curta duração

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voltados para a área técnica; (5) Contratação de funcionários com notório saber
para ministrar aulas.

(1) Para ampliar a carga horária, as escolas necessitariam de uma melhor


estruturação, tanto de espaços (porque teriam mais alunos durante o
período na escola), quanto de novas instalações, recursos e mais
profissionais para atuar nas escolas.
(2) A lei antes concebia a educação básica como um todo e a medida
provisória a separa em Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino
Médio. A escola perde sua autonomia no que diz respeito à escolha do
currículo e as únicas matérias que seriam obrigatórias são Língua
Portuguesa, Matemática e a Língua Estrangeira Moderna,
compreendendo 500 das 1400 horas. O ensino de Artes, Educação
Física, Filosofia e Sociologia, disciplinas que conseguiram fazer parte da
BNCC muito recentemente, se tornam optativas e com a inclusão da
formação técnica profissional, restam apenas 700 horas para o ensino
das demais disciplinas, como História, Geografia, Química, Física e
Biologia.
(3) A LEM era de escolha de cada escola. Com a MP, a Língua Inglesa se
torna obrigatória, não restando autonomia nenhuma às escolas.
(4) Pautados no projeto de vida do indivíduo, destacando aspectos
cognitivos e sócio emocionais, sem levar em conta a construção social
dos estudantes; Possibilita parcerias com ONGS, etc., para a oferta de
cursos técnicos de curta duração e segundo a demanda do mercado;
(5) Abertura total para pessoas não formadas atuarem na educação como
professores de acordo com notório saber, abertura ao mercado que irá
contratar essas pessoas, enfraquecimento dos sindicatos e
organizações profissionais docentes. Além disso, a BNCC, que será
dividida por áreas de conhecimento, implica na alteração das
licenciaturas, que deixariam de ser específicas. Por exemplo: um
professor de matemática poderia lecionar física e etc.

Outro aspecto da MP, é que o CNE continua sendo um órgão normativo


da educação, mas o UNDIME e CONSED que são associações políticas passa

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a ter autoridade para alterar a BNCC e além do mais, poderão pautar os
exames para ingresso no Ensino Superior.
Essas são algumas das características da MP, dentre tantas outras
providências que a constituem.
É necessário que seja feita uma reforma do ensino médio no país, mas
não de maneira autocrática, por meio de medida provisória. Fazer isso é
desconsiderar os conhecimentos acumulados até hoje no âmbito da educação
e as experiências que já foram realizadas. A MP 746 é um retrocesso à
educação conquistada após 192 anos de Regime Republicano.

2.2 Alguns aspectos socioeconômicos do Brasil

Não é possível desvincular as alterações sugeridas pela MP 746,


sem considerar o contexto socioeconômico em que vivemos. O capitalismo,
a luta de classes, são evidentes. E aproximadamente 85% dos jovens
adultos que frequentam as escolas públicas são oriundos da classe média e
baixa, sua grande maioria já está inserida no mercado de trabalho ou são
filhos de trabalhadores assalariados, ou que vivem como autônomos,
realizando “bicos”.
Segundo o repositório da CEPAL, de 2014, no Brasil, o número de
pessoas que viviam em situação de pobreza e indigência, em 2005,
respectivamente era de 36,4% e 10,7%. Em 2012, a pobreza se encontra
em 18,6% e a indigência em 5,4%. Já em 2013, em 18,0% e 5,9%
respectivamente. Podemos tirar duas conclusões:
a) Por mais que a pobreza tenha reduzido em quase 50% desde
2005, o número de pessoas que se encontram nessa situação
ainda é muito alto.
b) É preocupante que de 2012 a 2013, a situação de pobreza
tenha diminuído muito pouco e a indigência tenha aumentado.
O fato é que as pessoas que se encontram em situação de pobreza
extrema não conseguem frequentar a escola, pois precisam trabalhar e
ajudar no sustento da família. Ou ainda existem aqueles casos em que as
famílias moram em regiões muito afastadas de qualquer núcleo estudantil.
As classes que se encontram em uma situação um pouco mais privilegiada
é que conseguem ter acesso à educação.
A MP 746 ao invés de propor uma solução à inclusão dessa
população marginalizada, sem acesso à educação, restringe ainda mais o
acesso dessas pessoas à escola, visto que amplia as horas de
permanência dentro da instituição e não têm um programa de incentivo dos

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estudantes ao Ensino Superior, mas sim ao ensino técnico
profissionalizante.

2.3 Universidades e escolas contra a MP

Entre o mês de outubro e novembro estudantes se mobilizaram e


ocuparam escolas e instituições em todo o Brasil, em forma de protesto contra
a MP 746 e a PEC 241.

No mesmo dia em que foi enviada a medida provisória, dia 23 de


setembro, estudantes de São Paulo ocuparam a primeira escola. No dia 28 do
mesmo mês dezenas de estudantes ocuparam o campus central do Instituto
Federal do Rio Grande do Norte, em Natal e também o de Mossoró o que deu
inicio à mobilização estudantil em todo o Brasil e principalmente no Paraná.
Segundo o site de noticias BBC BRASIL, as ocupações começaram realmente
no Paraná dia 08 de outubro, e no dia 28 do mesmo mês já somava cerca de
850 escolas, 3 núcleos e 14 universidades participando do movimento, de
acordo com o índice apresentado pelo Ocupa Paraná. Porém os números eram
um pouco confusos, já que a Secretaria da Educação falou em 672 escolas,
pois ocorreu na mesma semana a desocupação de algumas escolas no
Paraná.

As ocupações foram muito criticadas, entre as críticas esta o prejuízo da


falta de aulas e que terão que ser respostas final do ano, a falta de aulas às
vésperas de vestibulares e o uso do movimento secundarista para pressionar o
governo de Michel Temer e Beto Richa. O governador do Paraná chegou a
dizer que os estudantes não sabem o real motivo do protesto, segundo o
mesmo, os estudantes são usados e doutrinados por movimentos sindicais,
pela CUT e PT. Segundo o site de noticias EL PAÍS, Michel Temer, atual
presidente do Brasil também se colocou contra o movimento em um discurso
em Brasília, durante o seminário sobre economia, alegando que as ocupações
não utilizam um argumento intelectual.

Os estudantes secundaristas alegam que a MP impossibilita um debate


com a sociedade e impõe sem avisos uma Reforma no Ensino às pressas e

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essa é uma das pautas principais das ocupações, que pedem um maior diálogo
com estudantes e a sociedade.

Essas alterações na estrutura de modelo educacional atual fomentaram


em menos de um ano duas tituladas pelos intelectuais como “primavera
estudantil”, onde protagonizou a militância de estudantes secundarias por uma
reforma justa e autônoma da educação brasileira.

A internet e em particular as redes sociais tiveram um papel


importantíssimo para que esses movimentos tivessem sucesso. Segundo o
relatório da CEPAL, os jovens reivindicam hoje nas manifestações como meio
de alcançar uma maior participação política e para que as decisões do Estado
sejam tomadas de forma mais democrática:

Geralmente, os e as jovens consideram que a melhor forma de lograr


mudanças sociais é por intermédio da participação política. Mas as
formas de participação das novas gerações se transformaram e o
espaço privilegiado para que se materialize são os movimentos
sociais e as organizações juvenis. (...) Esse impulso traduziu-se em
mobilizações que em sua maioria catalisam o descontentamento dos
cidadãos, que se organizam por meio das novas plataformas e que
centralizam a atenção tanto dos meios de comunicação de massa
como dos governos (...) A insuficiente representação dos e das
jovens e de sua pluralidade na política e na tomada de decisões influi
na qualidade democrática das instituições, o que tem facilitado o
surgimento de movimentos como os descritos. A inadequação de
políticas para a juventude tem custos significativos para todos, tanto
porque agrava os problemas expostos nas seções anteriores como
pelas consequências de não incluir de forma apropriada esta
população no desenvolvimento econômico, fazendo com que se
desperdice sua criatividade e energia. Isto é, se despreza um círculo
virtuoso e se potencia um círculo vicioso (CEPAL, 2014).

2.4 Programa de Ensino Médio Inovador

O Programa do ensino Médio Inovador, foi instituído pela portaria Nº

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971, de 9 outubro de 2009. O programa visa ações de desenvolvimento e
melhorias da qualidade do ensino médio não profissionalizante, dando ênfase
nos projetos que promovem educação cientifica e humanística, a valorização
de leitura, da cultura, o aprimoramento da relação teórica e prática de
metodologias criativas e emancipadoras.

"O objetivo do EMI é apoiar e fortalecer os Sistemas de Ensino


Estaduais e Distrital no desenvolvimento de propostas curriculares
inovadoras nas escolas de Ensino Médio, disponibilizando apoio
técnico e financeiro, consoante à disseminação da cultura de um
currículo dinâmico, flexível, que atenda às expectativas e
necessidades dos estudantes e às demandas da sociedade atual"
(MEC, 2009).

O EMI estabelece em seu Documento Base um referencial de


tratamento curricular, indicando as condições básicas para implantação do
Projeto de Redesenho Curricular (PRC). São 14 implementações, dentre elas:

a) Foco em ações elaboradas a partir das áreas de conhecimento,


conforme proposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio e que são orientadoras das avaliações do ENEM;
b) Ações que articulem os conhecimentos à vida dos estudantes, seus
contextos e realidades, a fim de atender suas necessidades e
expectativas, considerando as especificidades daqueles que são
trabalhadores, tanto urbanos como do campo, de comunidades
quilombolas , indígenas, dentre outras;
c) Foco na leitura e letramento como elementos de interpretação e de
ampliação da visão de mundo, basilar para todas as áreas do
conhecimento;
d) Atividades teórico-práticas que fundamentem os processos de iniciação
científica e de pesquisa, utilizando laboratórios das ciências da natureza,
das ciências humanas, das linguagens, de matemática e outros espaços
que potencializem aprendizagens nas diferentes áreas do conhecimento;
e) Atividades em Línguas Estrangeiras/Adicionais, desenvolvidas em
ambientes que utilizem recursos e tecnologias que contribuam para a
aprendizagem dos estudantes;

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f) Fomento às atividades de produção artística que promovam a ampliação
do universo cultural dos estudantes;

O ministério da Educação seria responsável por propor encontros e


coordenadorias para implementação em 2017, com objetivo de monitoramento,
dialogo e ações integradas.

Em contraponto, a conjuntura política atual propõe sob a LDB, uma


proposta de medida provisória que encaminha a educação em rumo oposto ao
programa proposto ao programa de um Programa de Ensino Médio Inovador
(EMI).

2.5 Ensino médio na Finlândia


Países como a Finlândia, são conhecidos principalmente pelo melhor
sistema educacional do mundo, ocupando o 3º lugar no ranking do PISA
(Programa Internacional de Avaliação de Alunos), aplicado em 76 países, pela
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, no ano de 2015
onde o Brasil ocupa o 60º lugar.
A Finlândia se destaca também por apresentar um modelo educacional
diferente de outros países, por exemplo, quase não há tarefas de casa e a
preocupação maior é com a qualidade dos profissionais da área, dos
ambientes escolares e da infraestrutura. Também não ocorrem avaliações
padronizadas dos estudantes como no Brasil e em outros países. Todo o
sistema é financiado pelo Estado, possibilitando assim que todos os estudantes
tenham acesso ao mesmo nível de aprendizado em escolas públicas gratuitas.
Apenas 2% das escolas são partículas, sendo elas mantidas por fundos
públicos e os estudantes não pagam mensalidade da mesma forma. As
crianças da Finlândia entram nas escolas a partir dos sete anos de idade ao
contrario do Brasil que é com dois anos, pois o país preza pela infância das
crianças no ambiente familiar. Outra característica bastante presente das
escolas da Finlândia comparada ao Brasil e outros países é que não há
escolas com tempo integral, muito pelo contrario muitas vezes a jornada é mais
curta, pois acreditam que a quantidade de não significa a qualidade do ensino.
Toda a mudança no cenário educacional da Finlândia não ocorreu de
uma hora para outra, muito pelo contrário. Os debates a respeito de todo o
ensino deram inicio em meados de 1970 trazendo mudanças. Para que toda a
revolução finlandesa acontecesse foi necessário o compromisso da sociedade
e o interesse de todos para tornar igualitário o acesso a uma educação de
qualidade. Sendo assim, participando de forma democrática de todas as
situações que estavam em questão. Essa ideia de escola pública de qualidade
para todos os finlandeses, após muitos debates foi um consenso nacional
construído desde a Segunda Guerra Mundial e que não foi mexido deste então,

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somente feito alguns ajustes. Além da atenção muito voltada aos estudantes, a
profissão de professor também deve ser vista com importância, pois os
profissionais trazem consigo o propósito de fazer a diferença na vida dos
jovens, portanto a profissão é tão bem vista quanto à de médicos, advogados,
o que não ocorre no Brasil, pois muitas vezes o professor trabalha em
situações ruins, sem a infraestrutura e o incentivo necessário.
As tecnologias educacionais, muitas vezes presente no ensino brasileiro
não é uma característica dos estudantes finlandeses, pois a preocupação maior
é com a qualificação de professores e não a tecnologia em si. A preocupação
com o gasto público, a carga horária dos alunos, a quantidade de alunos por
professores e a qualificação dos professores, todos esses aspectos influenciam
no ensino de qualidade da Finlândia, tal preocupação não ocorre por parte do
governo brasileiro.

2.6 Possíveis Cenários

a) Michel Temer continua na presidência até 2018;


Se Michel Temer continuar na presidência até as próximas eleições, além
da MP 746 e da PEC 241, ele colocará em vigor outras leis que caminharão do
lado oposto ao processo de diminuição da desigualdade social para o qual
estávamos caminhando durante os últimos anos. Isso implicará em anos de
retrocesso e em uma crise da qual vamos demorar pra nos recuperar. O fato é
que ele já demonstrou que suas políticas são voltadas para a melhoria da
situação de vida dos mais privilegiados, cortando os gastos de programas
sociais que trabalham em prol de uma população mais igualitária.

b) Michel Temer é preso pela Lava-jato;


Temer está sendo investigado também pela Lava-jato, por corrupção.
Além de que existe um processo de Impeachment contra ele, desde que ele
era vice-presidente. O fato é que se Temer perder o cargo de presidente, quem
assume é o presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB. Que também
está sendo investigado pela Lava-jato.

c) Lula vence as eleições de 2018;


Se Lula vencer novamente as eleições para Presidente da República em
2018, boa parte da população ficará descontente e será difícil ele se manter
como presidente se ele não tiver o apoio do senado. Mas supondo que ele

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conseguisse governar, continuaria com os programas sociais que incentivam
tanto à educação, como outras áreas. Quando era presidente conseguiu
reduzir o número de analfabetos, implantou programas de financiamento
estudantil e bolsas de permanência dos alunos na graduação e incentivo à pós-
graduação, especializações e doutorados. No seu governo, através do ENEM,
milhares de jovens de classe média e baixa foram inseridos no Ensino
Superior.

2.7 Tomada de Decisão

O fato é que o presidente da República, Michel Temer, têm o apoio do


Senado Federal e isso implica nas aprovações de suas leis. As manifestações
feitas por uma parcela da população, por mais que tenham sido fortes não
conseguiram impedir que tais medidas fossem aprovadas. É necessário que
haja uma greve geral no país. Dessa maneira conseguiremos ser ouvidos e
uma das pautas dessa greve deve exigir que como Reforma do Ensino Médio,
seja implantado o Programa do Ensino Médio Inovador, visto que esse já foi
dialogado com os profissionais da área da educação e desenvolvido
diretamente por eles, com o verdadeiro intuito de melhorar a educação do
ensino médio brasileiro, considerando as classes mais desfavorecidas. A
proposta se apresenta na conjuntura atual como uma possível solução para
uma educação que se apresenta em crise desde aproximadamente 1980 pós-
ditadura, onde o sujeito em foco é o aluno que demanda sua especificidade e
apresenta suas questões como protagonista do projeto pedagógico. E somente
uma greve geral da população teria força para reivindicar tais mudanças.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos estudos e reflexões feitos sobre o tema, a Medida


Provisória 746 é um regresso na educação do país, visto que retoma alguns
princípios centrais das primeiras escolas do século XX, visa à capacitação da
mão de obra para atender demandas do mercado e uma formação geral. Ela

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acaba com a escola com ênfase em uma formação mais humanística e volta
com o tecnicismo da ditadura civil-militar.

Ao mesmo lado em que ela promete uma melhoria na educação do


Ensino Médio, está em tramitação a PEC 241, que congela os gastos públicos
com saúde e educação por 20 anos. Sendo assim, é inviável que uma Reforma
com tais conteúdos seja aplicada em um país que se encontra atualmente em
crise e sem recursos para serem investidos em educação.

É necessário que medidas urgentes sejam tomadas para que a MP não


seja aprovada, pois ela acarretará em danos severos à educação e ela fere
também a democracia, visto que impede o diálogo com a população e os
profissionais da educação.

REFERÊNCIAS

CEPAL. Panorama Social da América Latina. Síntese. Santiago do Chile,


2014.
ALVES José Matias. Organização, gestão e projeto educativo das escolas.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005,


42.ª edição.

FREIRE, Paulo. Política e Educação. São Paulo: Cortez Editora, 7ª edição,


2003, 119 p.

BRASIL. Disponível em:


http://brasil.elpais.com/brasil/2016/11/08/politica/1478630093_854955.html
Acesso em: 11/11/2016 às 13:30
BRASIL. Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-37797123
Acesso em: 10/11/2016 às 15:16
BRASIL. Disponível em: http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/10/estao-
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Acesso em: 13/11/2016 às 12:03
BRASIL. Disponível em:
http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/37706/1/S1420848_pt.pdf
Acesso em: 01/11/2016 às 13:00
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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias

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=13249-doc-orientador-proemi2013-novo-pdf&category_slug=junho-2013-
pdf&Itemid=30192 Acesso em: 20/10/2016 às 19:30
BRASIL. Disponível em: http://www.nesef.com.br/paginas.php?noticia=notas-
sobre-a-mp-746-2016 Acesso em: 20/10/2016 às 19:40

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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias
=48601-mp-746-ensino-medio-link-pdf&category_slug=setembro-2016-
pdf&Itemid=30192 Acesso em: 12/11/2016 às 13:45
BRASIL. Disponível em: http://esquerdaonline.com.br/2016/10/07/primavera-
estudantil-e-onda-de-ocupacoes-no-parana-os-estudantes-gritam-ocupa-brasil/
Acesso em: 11/11/2016 às 13:30
BRASIL. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ensino-medio-
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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias
=50331-ensino-medio-inovador-webconferancia-31102016-
pdf&category_slug=novembro-2016-pdf&Itemid=30192 Acesso em: 08/11/2016
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sso em: 04/11/2016 às 09:19

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