Sunteți pe pagina 1din 3

Pedro Henrique de Castro Falci 19.

1 3972

O tempo havia chovido nos últimos dias, o que deixava o caminho para a escola um
tanto barrento, fazendo também com que no chão da escola houvesse um trilhar sem fim de
marcas de sapatinhos sujos de lama.

Esse era meu segundo ano indo para a escola e acredito que ainda pouco que
acostumara com os aspectos daquele ambiente. Destacada de tudo o que lhe rodeava, como um
quadrado cinzento num mundo de formas curvas e coloridas, o prédio da escola que frequentava
nesse período de minha vida atuava como uma imã entre nós garotos no horário do meio dia:
todos sendo puxados e drenado, como se escoassem rumo aquele ambiente, igualmente
caracterizados com blusas brancas que haviam de estar impecavelmente engomadas, calça de
tecido azul, preferencialmente livre de barro, e sapatos pretos de sola dura. Ao contrário disso
poderíamos voltar para casa.

Minhas costas doem só de lembrar desses anos. As cadeiras, que diziam eles ser
projetadas para que não virássemos mocorongos desajustados, e sim que andássemos
emplumados como verdadeiros senhores, era dura e angulosa. Sentávamos quase todos juntos
em bancos compridos com uma mesa enorme, em grupo de uns quinze eu diria, enfileirado em
três ou quatro grupos, todos ali. Algo que se me recordo bem veio a mudar e depois cada um
tinha sua própria cadeira, mas isso foi no finalzinho, quando já estava por terminar os estudos.

Fato é que a sala era formatada de uma maneira muito simples, pelo menos onde eu
estudava, contendo a mesa do professor, grande e referencial bem na frente da sala, contando
com uma cadeira consideravelmente mais confortável que a nossa. Ao seu lado tinha uma lousa
de escrever, aonde muitas vezes íamos até ela timidamente para resolver operações matemáticas
ou algum exercício de português. Havia também uns dois mapas, nossas mesas e grandes
janelas, essas que não davam pra ver muita coisa, pois da escola, afastada do centro urbano
movimentado, não se sabia muito do que acontecia na rua. Apesar da proposta de um lugar bem
ordenado e constituído, o ambiente daquela escola parecia um pouco pesado muitas vezes,
porque acabava que ela ficava suja com a terra de nossos sapatos, pedaços de papel espalhados
pelo chão no fim do dia e principalmente por nossas caras fechadas de estar ali.

Esse último ponto é algo bem memorável e perceptível não só em mim, mas em muitos
de meus colegas. A nossa presença ali, significava para nós crianças na época um confronto
com que tínhamos de mais eminente dentro de nós, a descontração e espontaneidade. Olhando
hoje para aqueles anos percebo a escola como uma instituição que queria nos lapidar e nos
transformar em algum tipo de projeto deles, e acredito, aliás, que muito do que sou é por causa
disso, inclusive algumas cobranças. Não se podia brincar com o colega, fazer palhaçadas ou até
mesmo rir, havia de ter seriedade e postura, sempre. Eram nos ensinadas uma série de posturas
morais, o que pensar e não pensar, como lidar e portar-se em alguma situação, sobretudo
tínhamos de ser eficientes.

E falando em eficiência, tudo devia seguir essa lógica, inclusive o tempo. Assim, tudo
era muito bem dividido, tudo tinha hora. Desde o momento que entramos na escola até o que
saíamos, tudo tinha seu momento, e não era atoa. Se tivéssemos algum tipo de comportamento
que causasse uma desordem nesse planejamento, nossa atenção era duramente chamada, algo
que nos constrangia de tal forma que só os mais bagunceiros e corajosos se ousavam a cometer
tal crime. O professor, quem nos dava essas broncas, era sempre um homem mais de idade, pelo
menos nos meus anos escolares, e normalmente era bravo e rude, colocando-nos em situações
de comparação e rivalidade. Tudo isso, segundo eles, eram para nosso próprio bem, para
percebemos o desalinhamentos que estávamos nos tornando, para envergonhamos e termos uma
atitude de querer mudar. Muitas vezes, por pressão dava certo, em outras acabava que se
carregava aquele fardo posto a nós até o fim da vida escolar, remoendo na vida adulta.

A figura do professor era algo muito marcante em nossas cabeças, por diversos motivos,
inclusive a temível palmatoria, usada conosco se tivéssemos algum comportamento indevido ou
até mesmo se tivéssemos uma dificuldade em algum conteúdo que o mestre achasse que fosse
por preguiça. Pra mim, isso era o pior. Os castigos físicos atuavam como o ápice de toda uma
imposição e um adestramento do que a gente era. Lá fora, quando não estávamos na escola, era
tudo muito divertido e amplo, corríamos leves e soltos pra onde quiséssemos, fazíamos
bagunça, tampávamos pedra nas coisas e inventávamos uma série de histórias que nasciam da
liberdade que era permitida dentro de nós. Dentro da escola era como se fosse tudo sintetizado e
invertido, implementado de dentro pra fora em nós, e ai de alguma relutância quanto ai isso, era
castigo!

O que mais me confunde a cabeça é que quando terminei a escola, já mais moço, pensei
comigo que poderia agora por o restinho que me restou internamente daquele tempo de correria
nas ruas em prática, como um suspiro na minha vida sem a escola, sem a palmatória e sem a
cadeira dura. Mas parecia que o mundo tinha virado a escola, e aonde eu ia e me relacionava
aquela lógica chata da escola tinha tingido tudo. Será que meus professores tinham dominado o
mundo? Então tudo que eles me falavam em relação ao modo que eu deveria ser era verdade?
Realmente não consigo entender isso. Não sei se fico gratos à eles por me avisarem e tentarem
me ajudar impetuosamente ou se fico bravo por se esparralharem por todo lado. De toda forma
preciso tocar minha vida, não duvido nada que haja por ai alguma palmatória ajustada pra vida
de novos adultos, e que tudo que me foi posto sobre disciplina, ordem, postura, compromisso e
racionalização estejam disfarçados por ai vigiando se eu fracasso ou não, para assim me
punirem misteriosamente com algum desalento ou tristeza. Se entendi bem o que disseram a
mim todos esses anos, vou me esforça para me adequar, pelo menos posso conseguir uma
cadeira mais macia.

S-ar putea să vă placă și