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A SURVIVABILITY DE
HELICÓPTEROS COMO UM DOS
FATORES PREPONDERANTES NA
AVIAÇÃO DE SEGURANÇA
PÚBLICA DO BRASIL
Dezembro 2009
Brasil
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Conteúdo
ABSTRACT
RESUMO
INTRODUÇÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Currículo do Autor
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RESUMO
São apresentadas sugestões para diminuir a exposição aos riscos e ameaças das
tripulações em ambientes hostis. Foram revistos os conceitos emprego operacional em
áreas condensadas com civis residentes misturados com criminosos e a aplicação da
doutrina de segurança de vôo com a inserção de ferramentas que contribuirão para
quantificar e qualificar as causas e conseqüências do emprego operacional de
helicópteros.
ABSTRACT
This article lists the importance of implementing the survivability of helicopters in the
design of aircraft for aviation public security in Brazil, a position requiring public
bodies to manufacturers, with the proposal to build a dream project and the election of a
helicopter really meets there requirements of public safety.
Were contextualized three universes grace revolving around aviation public security in
Brazil, and are as follows:
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Suggestions for reducing exposure to risks and threats of crews in hostile environments.
We reviewed the operational employment concepts in condensed areas with civilians
living mixed with criminals and application of the doctrine of flight safety with the
inclusion of tools that help to quantify and describe the causes and consequences of the
operational use of helicopters.
Finally, we observed the processes and steps of risk management as an important tool to
resolve risks in hostile environments to which these crews are exposed, reducing the
possibility of inaccuracies of the crew, contributing to the rise of a broad situational
awareness, away from incidents or aircraft accidents.
INTRODUÇÃO
Para se fazer uma relação, evidencia-se um exemplo positivo que, com certeza,
contribuirá num futuro próximo para a consolidação profissional da aviação de
segurança pública do Brasil.
O exemplo que deve ser seguido pela aviação de segurança pública, refere-se à postura
do governo brasileiro e da Força Aérea, em colocar inúmeros requisitos para a compra
de aeronaves tipo caças, exigindo dos fabricantes estrangeiros um elenco de
características com a adição do fator “transmissão de tecnologia”. Este fato revigora
uma velha norma de regência do mercado comercial e dita o seguinte para o caso: o
órgão que detém condições financeiras para comprar um lote elevado de aeronaves,
obterá sobreposição de barganha para exigir dos fabricantes um perfil de aeronave que a
sua demanda requer. E é este o foco que se está propondo no presente artigo.
1º) Velocidade combinada com motor confiável (aumentar o tempo de resposta) “speed
element”;
2º) Disponibilidade de potência ou reserva de potência associada a uma execelente
manobrabilidade;
3º) Componentes aeronáuticos (acessórios) aptos a se agregarem às necessidades de
emprego operacional do equipamento e que realmente detenham a certificação
aeronáutica por autoridades certificadoras, legalmente reconhecidas.
Quanto aos estágios básicos de um projeto, podem ser expressas as seguintes fases:
Portanto, a compra de uma aeronave com características que só poderão ser atendidas
por um determinado fabricante, define que somente ele detém a tecnologia para a sua
fabricação, justificando a contratação direta por inexigibilidade de licitação. Há,
contudo, que se comprovar a necessidade da utilização daquele bem, sob pena de estar à
administração pública direcionando a contratação e favorecendo um determinado
fabricante.
As ações de combate das tripulações em operações com estado de guerra, guerra civil
ou guerrilha são mais permissivas, através de um amplo respaldo na legislação para o
combate pontual em áreas condensadas mesmo com a presença de civis. Mas como o
Brasil não está em estado de guerra oficialmente declarada, a Constituição Federal, a
legislação penal e processual penal, não respaldam ações policiais de “combate urbano”,
especificamente no que diz respeito ao risco em potencial de alvejarmos do helicóptero,
pessoas inocentes, residentes ou transeuntes, localizados próximos à posição dos
criminosos / atiradores.
Sabe-se que existe uma “guerra” dos criminosos contra os órgãos de segurança pública
no Brasil. Essas operações aéreas são uma “caixa de pandora”. Caso, uma ou mais
pessoas inocentes sejam inadivertidamente alvejadas (com ou sem mortes) em áreas
condensadas por projéteis disparados pela tripulação da aeronave, ocorrerá naturalmente
a responsabilização penal, civil, administrativa com conseqüências sociais “cobrando”
das tripulações e das instituições, as quais essas tripulações pertencem. É um efeito
litisconsorciado que atinge simultaneamente vários seguimentos do poder público e da
sociedade civil.
Caso ocorra o emprego do helicóptero nestes ambientes hostis com vôos pairados, em
baixa velocidade, próximos ao solo e com tripulação exposta externamente junto as
portas e esquis da aeronave, o helicóptero e sua tripulação será identificado como um
alvo bem “silhuetado”, ou seja, fácil de ser alvejado.
O piloto em comando deve ter a plena consciência que a condução das manobras de vôo
não são do próprio piloto, isto quando se trata de uma aeronave pertencente aos órgãos
de segurança pública. O vôo é institucional, ou seja do manual de vôo, das regras de
tráfego aéreo e abrangidos pelo sistema de gerenciamento da segurança de vôo (SMS-
Safety Management Systems) da ANAC.
Atenção redobrada deve-se ter é com a “política de heroísmo”. Muitas vezes o piloto
por iniciativa própria com elevada vaidade ou incentivado pela tripulação para se
mostrar destemido ou herói perante os companheiros em vôo e da unidade aérea, coloca
excessivamente e sem necessidade, a aeronave numa condição de vôo em ambientes
extremamente hostis, recheados de ameaças e riscos em potencial. Riscos esses
produzidos pelo homem, pela natureza ou muito próximos a obstáculos físicos, tudo
com o objetivo de obter um rótulo de destemor, em muitos casos sem um resultado de
êxito operacional naquela missão. A conseqüência desse comportamento fisiológico
incide em lesões à doutrina de emprego e à segurança de vôo.
Por fim, outro fato para as unidades aéreas analisarem, é se os helicópteros e suas
tripulações não estão sendo empregados incorretamente para resolver “todos os
problemas” de segurança pública nestes locais condensados de criminalidade. Se estão
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São sete os passos que o gerente deverá cumprir metodologicamente dentro do processo
de gerenciamento do risco para obter um excelente êxito e excelência de gestão. São os
seguintes: 1) identificar o problema; 2) identificar os riscos; 3) analisar os riscos; 4)
avaliar os riscos; 5) tratar os riscos; o risco é dinâmico e sujeito a mudanças constantes.
Assim, o processo inclui na seqüência: 6) Monitorar e revisar os riscos e 7) Comunicar
e consultar os riscos (CYRILLO, 2009).
O gerente poderá usar três métodos para a avaliação do risco: 1°) Avaliação subjetiva
envolvendo o tipo de missão e riscos, probabilidade, gravidade, exposição conjugados
com o risco aceitável; 2º) Uma matriz de gerenciamento do risco obtendo a
quantificação da insegurança ou o “método tricolor” (verde, amarelo e vermelho), e; 3º)
Método MSGR avaliando a probabilidade de níveis de risco e as categorias de
severidade do risco (CYRILLO, 2009).
Como gestores, deveremos dirimir a exposição ao risco nas operações aéreas, inserindo
para as tripulações um comportamento operacional de risco aceitável e apresentando
como proposta, um “envelope” criterioso que defina os limites dessas operações,
contribuindo para padronizar e disciplinar a aplicação de etapas e métodos de
gerenciamento do risco na segurança operacional de vôo (PINTO, 2000).
Como meta a ser alcançada pela administração da unidade aérea ou da direção do órgão
público, a decisão de cancelar ou empregar helicópteros em ambientes hostis com
ameaças e riscos, deve-se priorizar a aplicação da segurança operacional de vôo em
detrimento do cumprimento da missão. Essa é a grande responsabilidade do gestor
proceder com prevenção.
Uma estratégia operacional que deve ser avaliada para diminuir a exposição das
tripulações ao risco em ambientes hostis, é operar com a aeronave na condição
doutrinária como plataforma de observação aérea usando componentes tecnológicos de
localização e monitoramento de pessoas à distância ou altitude levando potentes
câmeras que permitem visualizar de grande altitude o movimento de veículos e
pedestres, usados nos UAVs (Unmanned Aerial Vehicle), também chamados de Vants
operados pela Polícia Federal e fabricados em Israel. “Poderemos chegar a lugares que
hoje não chegamos e ver os alvos de cima sem risco de sermos atingidos”, explicou o
delegado Alessandro Moretti, coordenador do Cintepol da Polícia Federal.
Por fim, de nada adianta a aviação de segurança pública do Brasil eleger, através dos
fabricantes, um projeto de helicóptero ideal, aplicando e prevenindo nesse projeto, todos
os aspectos de suscetibilidade e vulnerabilidade de survivability de helicópteros;
também não adianta empregar a aeronave em ambientes hostis com blindagem para
projéteis ponto 50 ou ponto 30, tanque de combustível auto-selante entre outros, se não
existir a aplicação de doutrina de segurança de vôo para o emprego operacional, bem
como a contextualização dos três universos que gravitam em torno da aviação de
segurança pública do Brasil, elencados no presente artigo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAILEY, Norman. The helicopter Pilot’s Manual.2 ed. The Crowood Press
Ltd.Ramsbury, 2008.
CYRILLO, Wagner. Notas e slides de Aula. São José dos Campos: MP Safety/ITA,
2009.
HENDY, Keith C. A Tool for Human Factors Accident Investigation, Classification and
Risk Management . Defence R&D Canada Toronto. Technical Report. Toronto, 2002.
PINTO, Milton Kern. Definição dos Limites Operacionais com a Proposta para a
Criação dos Critérios de Risco, conjugados às Operações no Grupo de
Radiopatrulhamento Aéreo da Polícia Militar de Santa Catarina. Florianópolis:
Monografia de Pós Graduação. Universidade do Sul Santa Catarina, 2000.
RAMOS, Roberto Luiz da Cunha Barroso. Notas e slides de aula ref. Survivability de
helicópteros. São José dos Campos: MP-Safety-ITA, 2009.
REASON, J. Human Error. New York, USA: Cambridge University Press, 1990.