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FORTALEZA – CEARÁ
2011
1
Fortaleza – Ceará
2011
2
FOLHA DE APROVAÇÃO
3
AGRADECIMENTOS
Vinícius de Morais
6
RESUMO
Educação Física Escolar e Saúde em Escolas Públicas Municipais de Fortaleza:
Proposta de Ensino Para Saúde. Orientador: Prof. Dr. José Jackson Coelho Sampaio.
Autor: Heraldo Simões Ferreira. Tese de Doutorado. Curso de Doutorado em Saúde
Coletiva (Associação Ampla UECE/UFC/UNIFOR). Centro de Ciências da Saúde.
Universidade Estadual do Ceará, 2011.
ABSTRACT
Physical Education and Health in Fortaleza Municipal Public Schools: Proposal for
Education in Health. Advisor: Prof. Dr. José Jackson Coelho Sampaio. Author: Heraldo
Simões Ferreira. Doctoral Thesis. Doctorate in Colective Health (Wide Association
UECE / UFC / UNIFOR). Health Sciences Center, Ceará State University, 2011.
Understands current health care as the result of physical, social, psychological and
human material. The physical activity is also understood as a requirement for purchase
of health. Physical Education is an important part of the processes of knowledge
production and health in school. Its inclusion in school curricula responds to a social
concern about the search for a healthy life. The objective of this study was to analyze
the relationship between teaching physical education and health based on this analysis
and propose ways of teaching and learning on the subject. For both questions were
formulated investigative activity guides, including: What is the understanding of health
of students and teachers of the discipline? As teachers develop and apply the
theme? We used an analytical, critical, predominantly qualitative. As a theoretical
framework used to Minayo (1992), the Paramêtros Curriculares Nacionais (BRAZIL,
1998) and Darido (2003, 2005). The field of research was the municipal school of
Fortaleza, represented by six schools, one from each Regional Executive Office. The
study consisted of 914 students and all teachers who taught Physical Education in the
participating schools, a total number equal to nine. Data collection was performed in
two steps: first we applied a questionnaire to students and then teachers were
interviewed. The survey responses were analyzed by descriptive statistics and content
analysis (Bardin, 1977), as well as interviews. In the end, we analyzed the data
collected through a methodological triangulation. Resolution No. 196/96 of the National
Health Council, was the guideline for ethical procedures of the study. The main results
related to the data collected from the students point out that the participants
understand that physical education is the area of health, understand that the practice of
exercise alone can not provide health realize that the Physical Education class is
offered asdoes not contribute to the acquisition of knowledge about health, health
conceptualize supported in simple expressions, realize that other actions are
necessary to achieve health, and the practice of exercise, like that in class, the theme
'physical activity relationship/health’ were effectively addressed. The main results
obtained with the teachers revealed that information: formulate their concepts of health
concept endorsed by the WHO to undertake prevention is the goal, when the subject is
included in Physical Education classes, do not hold classes and lectures on
field content, the relation 'physical activity/health' is the most important content to be
addressed in the vision of teachers during classes, and believe that students are not
improving their knowledge of health through physical education, the way it is
administered. After analyzing the results formulated a proposal for inclusion of the
health issue of discipline in the classroom consists of two parts. The first presented a
project with the objective of structuring a healthy environmet in scholl and the second
offered specific suggestions for how to enter the subject of health content in Physical
Education. By analyzing the main goal, it was concluded that the pedagogical
relationship between physical education and school health program has not decisive,
hence the need to adopt innovative approaches, like the one advocated in this thesis.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 11
1.1 Motivação 11
1.2 Problematização 12
1.3 Justificativas 13
1.6 Problemas 18
1.7 Hipóteses 18
1.8 Tese 19
1.9 Objetivos 20
2. REVISÃO DE LITERATURA 21
2.2.6 Psicomotricidade. 48
2.2.7 Construtivista. 49
2.2.8 Desenvolvimentista. 49
2.2.9 Críticas. 50
Escolar
3. METODOLOGIA 65
3.2 Cenário 67
3.3 Participantes 71
5.3 Aplicação do tema saúde nos conteúdos da Educação Física Escolar 118
(jogos, esportes, ginásticas, lutas e danças)
5.7 A Educação Física e a melhoria dos conhecimentos sobre saúde dos 126
10
alunos.
6.2 Parte II: Sugestões de inserção do tema saúde nos conteúdos da 143
Educação Física
6.2.7 Sugestões da proposta para inclusão do tema saúde nas aulas de 154
Educação Física baseada nos resultados da pesquisa com os docentes e
discentes envolvidos no estudo.
REFERÊNCIAS 163
ANEXO 167
APÊNDICES 168
11
1 INTRODUÇÃO
Aristóteles
1.1 Motivação
1
Biologicismo: visão majoritária na Educação Física para explicar os procedimentos da
disciplina. Afirma-se nos aspectos biológicos que consideram o indivíduo como um aglomerado
de ossos, músculos e articulações, em que os contextos sociais, culturais, econômicos e
históricos do indivíduo não são levados em consideração. Pode ser considerado como uma
justificativa e reforço de padrões comportamentais da sociedade por meio do biológico. A
Educação Física escolar, em muitos casos, é regida pelo biologicismo, que defende a prática
de atividade física, e tão somente, como sinônimo de saúde (GLOBO, 2010)
12
1.2 Problematização
2
A Saúde Coletiva considera aspectos sociais como relevantes para a saúde dos indivíduos.
São características da Saúde Coletiva: humanização, cuidado, vínculo, diálogo, integralidade,
equidade, universalidade, entre outros.
3
Entre eles o IX Congresso dos Secretários e Secretarias do Ceará (2009), a I Conferência
Esporte Educacional (2009), o Congresso Brasileiro de Atividade Física (2008), Congresso
Nacional de Atividade Física (2007), Congresso Brasileiro de Psicomotricidade (2007), III
Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde (2005) e a 57ª Reunião Anual
da SBPC (2005).
13
1.3 Justificativas
4
Um dos integrantes desta equipe é a Professora Yara Maria de Carvalho, renomada
pesquisadora da Educação Física na área da Saúde Coletiva voltada para o Sistema Único de
Saúde-SUS. Ver portal em http://pes.incubadora.fapesp.br/portal
15
fins da Educação Física Escolar, entretanto ainda não existe uma proposta
pedagógica eficaz para sua efetivação. Verificaram também que grande parte
dos estudos possuía como objetivos analisar a avaliação física, composição
corporal e nutricional dos alunos. Concluíram, então, afirmando a necessidade
de novos debates e possibilidade da criação de uma proposta didático-
pedagógica que aborde a saúde como objetivo da Educação Física Escolar,
sobretudo com preocupações com os contextos sócio culturais de seus alunos,
visando ao cidadão crítico.
Palma (2001) já alertava para a urgente necessidade de abandonar o
conceito restrito de saúde, reinante na Educação Física Escolar, que
desconsidera os aspectos socioeconômicas e ignora o diálogo com outras
ciências, como a Antropologia, a Filosofia e a Psicologia.
Defrontando a dificuldade, e querendo de fato compreender como a
saúde pode ser realmente integrada à proposta pedagógica da Educação
Física Escolar, buscou-se refúgio numa literatura, que é pequena, mas
crescente e consistente. Isto proporcionou diálogo com vários autores
instigantes, em campos diversos, como Educação Física, Medicina,
Antropologia, Psicologia e Filosofia. A percepção da importância do tema
Saúde parece estar relacionada com a formação humanística de cada
pesquisador.
Além disso, a discussão sobre saúde na escola, em muitos casos é
catalisada pela Educação Física. Darido e Rangel (2005) argumentam,
fundamentadas nas discussões da Saúde Pública e Coletiva, que os problemas
de saúde em todo o mundo estão relacionados às múltiplas desigualdades
sociais e as carências de cuidado com os estilos de vida.
É importante ressaltar que o debate, envolvendo Educação Física e
saúde, deve ser considerado em vista da complexidade do tema que extrapola
as discussões relacionadas somente ao exercício físico (DARIDO, RANGEL,
2005).
Considerando o papel que a Educação Física pode ter na escola, busca-
se compreender o entendimento, de professores da disciplina e jovens
escolares, sobre a relação entre saúde e Educação Física Escolar e analisar
como os saberes da temática saúde são aplicados pedagogicamente nas aulas
da disciplina.
16
1.6 Problemas
1.7 Hipóteses
1.8 Tese
1.9 Objetivos
2 REVISÃO DE LITERATURA
Sócrates
5
Higienismo: movimento nos campos da Medicina e das políticas públicas de saúde. Espécie
de policiamento sanitário que incorpora a lógica militar na linguagem, no planejamento e na
forma de realizar as práticas de saúde (GLOBO, 2010).
6
A eugenia é um termo criado por Francis Galton (antropologista, meteorologista, matemático
e estatístico inglês, nascido em 1822 e morto em 1911), que a definiu como o estudo dos
agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das
futuras gerações seja física ou mentalmente (GLOBO, 2010).
27
7
Tendências da Educação Física: são relacionadas com os períodos históricos do Brasil. Suas
características acompanham do contexto sócio-cultural que o país atravessa.
8
Abordagens da Educação Física: são entendimentos da Educação Física por autores, ou
grupo de autores, onde cada qual procura explicar os conteúdos, sistemas e métodos da
disciplina dentro de sua própria experiência teórica e prática.
38
FERREIRA, 2000). Tais discussões fazem surgir outro cenário, marcado pela
ruptura com o biologicismo reinante.
Desta forma, a Educação Física avança para a ampliação de seus
conteúdos e percepção do corpo e do movimento, voltando-se, então, para a
compreensão da cultura corporal (BRACHT, 1996; COLETVO DE AUTORES
1992). Betti (1992) concorda com o avanço, e explica que a Educação Física
“deve preocupar-se com a formação do cidadão que irá usufruir, partilhar,
produzir, reproduzir e transformar as formas culturais da atividade física”.
(BETTI, 1992, p.285).
A seguir, se apresentam as principais abordagens da Educação Física
Escolar, na visão de Darido (2005), e sua relação com a saúde.
2.2.6 Psicomotricidade
2.2.7 Construtivista
2.2.8 Desenvolvimentista
2.2.9 Críticas
9
Reconhecido como uma abordagem no livro Educação Física na Escola, de Darido e Rangel
(2005)
53
deixa de ser humano. Cuidado, assim, pode ser representado pelo carinho,
solidariedade, perdão, atenção e cooperação com os outros. Observa-se que a
disciplina Educação Física Escolar evoluiu em suas propostas, saindo do
cuidar apenas corporal e físico, passando a preocupar-se também com os
aspectos psíquicos, mentais e afetivos. A simples preocupação do professor de
Educação Física em saber como o outro está, o que sente e o que pensa,
produz sentimento positivo ao próximo, personalizando assim o ato do cuidado.
Existem vários fatores que podem desencadear falhas no processo
humanizatório do cuidado, entre os quais fatores se encontram as tecnologias.
As tecnologias na saúde são fatores operacionais importantes para a cura,
diagnósticos e prevenção de doenças, entretanto também podem ser perigosas
para a humanização do cuidado em saúde. De acordo com Foucault (1984), é
no corpo do homem que as tecnologias são aplicadas, potencializando-os
como força de produção. Ayres (2005) aponta que as tecnologias na saúde
promovem fatores positivos, como a aumento da eficácia e eficiência nas
intervenções médicas, no entanto, também podem decretar pontos negativos
como o encarecimento dos tratamentos, a não atenção aos aspectos
psicossociais dos pacientes e a excessiva segmentação dos doentes em
órgãos e funções.
As tecnologias na Educação Física configuram elemento que requer
atenção para profissionais da área. Máquinas e aparelhos de musculação,
bolas, colchonetes, pesos e outros apetrechos utilizados para a prática de
atividades físicas não podem ser considerados o centro das sessões. Os
sujeitos, profissional e indivíduo a ser cuidado, são os agentes principais. Neste
ato, as tecnologias não podem ser um fim em si mesmo, devem ser um meio
de intervenção, porém não podem criar barreiras de relacionamento. Para a
interação humana, não há necessidade de máquinas, é solicitado apenas que
existam duas pessoas dispostas ao relacionamento
Convém lembrar que a utilização de tecnologias na saúde não pode
nem deve, transformar o profissional de saúde em um mero expectador e
aplicador tecnológico. O aparelho que traz a tecnologia não há de ser o centro
do processo, muito pelo contrário, deve ser o um elo entre o paciente e o
profissional. A humanização dos cuidadores em saúde não pode ser dominada
pela manipulação de objetos (AYRES, 2005). Afinal, como se deve cuidar?
62
3 METODOLOGIA
análise, aceder com mais segurança ao universo dos fatos” (PEQUENO, 2003,
p.22).
A escolha pelo estudo de natureza analítica decorreu da busca de uma
compreensão do problema proposto, para sínteses e críticas posteriores. Os
achados possibilitaram desenvolver propostas de solução para a pesquisa,
contribuindo desta forma com os agentes e com o tema envolvido. Portanto,
este estudo também é crítico, já que utilizará o discernimento criterioso, em
contextos históricos bem demarcados, aceitando ou discordando de ideias
formuladas pelo conhecimento humano, recorrendo-se, então, à lógica
dialética. A abordagem da dialética compreende os fatos e as quantidades
como faces dos fenômenos, não expressão fiel ou totalidade (MINAYO et
al.,1994). A compreensão e a relação com o todo, buscando a interiorização e
exteriorização como constituintes do fenômeno social, que deve ser entendido
nas suas determinações e transformações dadas pelos sujeitos, são objetivos
do estudo crítico.
O estudo, em parte, é quantitativo, pois determinados resultados, na
fase descritiva, foram verificados por meio de técnicas estatísticas, entretanto,
é predominantemente qualitativo, já que foram utilizadas lógicas e ferramentas
interpretativas, valorativas, levando em conta a compreensão dinâmica dos
fenômenos sociais e o significado que lhe atribuem os agentes. Deste modo,
pratica-se a abordagem metodológica qualitativa e quantitativa. De acordo com
Matos e Vieira (2001, p.37), a quantificação deve ser qualificada, pois “os
números têm significado, expressam situações, valores, emoções, e precisam
ser traduzidos dentro de contextos diferenciados”. Os dados numéricos
expressam valores e fornecem indicações sobre as situações estudadas,
superando assim a aparência e a positividade.
Matos e Vieira (2001) lecionam que a melhor forma de se proceder nos
estudos sociais é combinar métodos qualitativos e quantitativos, pois desta
forma o pesquisador terá maior flexibilidade no pensar e no agir. Na mesma
linha de raciocínio, Minayo e Sanches (1993) sugerem que os métodos
qualitativos e quantitativos se completam.
67
3.2 Cenário
3.3 Participantes
10
Aproximadamente 27% do número inicial, conforme assessoria técnica em Estatística do Professor
Doutor Maia Pinto, docente do Curso de Mestrado Acadêmico em Saúde Pública da Universidade
Estadual do Ceará (UECE).
72
11
Novamente conforme assessoria técnica em Estatística do Professor Doutor Maia Pinto, docente do
Curso de Mestrado Acadêmico em Saúde Pública da Universidade Estadual do Ceará (UECE)
73
aulas. Foi solicitado aos professores o plano de curso anual de suas turmas do
nível fundamental II, porém eles não foram disponibilizados. Percebeu-se que a
demanda foi compreendida como cobrança, avaliação persecutória de
desempenho, e, desta forma, os professores não se dispuseram a colaborar.
A análise documental é uma das técnicas para a pesquisa em ciências
sociais e humanas. Saint-Georges (1997, p. 30) ressalta que “a pesquisa
documental apresenta-se como um método de recolha e de verificação de
dados: visa o acesso às fontes pertinentes, escritas ou não, e, a esse título, faz
parte integrante da heurística da investigação”.
Nas escolas das SER II, III e V, o resultados são semelhantes: maior
número de votos para saúde, seguida de educação, artes e outras. Nas
escolas pertencentes às SER I, IV e VI, há inversão nas duas primeiras
colocações: a mais votada é a opção educação, seguida por saúde.
79
12
Discóbolo ("O arremessador do disco") do escultor grego Miron, feito em mármore, datado de 450 a.C. (sec V
aC). Atualmente, cópias em bronze encontram-se em vários museus europeus, como o Nazionale Romano,
Itália, e o de Berlim, Alemanha. O arremesso do disco, criada na Grécia clássica, é considerada a mais antiga
prova de arremesso do atletismo. Supõe-se que os primeiros discos eram de pedra e não tinham o formato
atual, ou seja, aperfeiçoaram-se através dos tempos até alcançarem o formato circular de hoje. Esse esporte
tornou-se bastante popular, inclusive levando vários artistas a estudá-lo, provavelmente pela variedade de
posições que o corpo adota durante o arremesso. Na estatuária, destacam-se os discóbolos de Alcamenes e de
Miron. O CONFEF aprovou o Discóbulo de Mirón como símbolo oficial dos Profissionais de Educação Física do
Brasi:”SÍMBOLO: Discóbolo - por estar baseado nos movimentos do corpo humano em ação. O corpo, na
escultura de Míron, revela um cuidadoso estudo de todos os movimentos musculares, tendões e ossos que
fazem parte da ação; as pernas, os braços e o tronco inclinam-se para imprimir maior impulso ao golpe; o rosto
não parece contorcido pelo esforço, mas calmo e confiante na vitória. (CONFEF, 2002).
81
Quadro 10 - Questão 04 (Por Escola): Você acredita que, a saúde pode ser
obtida somente com a prática de exercícios?
Educação Física pode utilizar para a discussão sobre saúde. Nas escolas
participantes, observou-se presença de laboratório de Informática, inclusive
com um professor especializado para atender as turmas e professores de
outras disciplinas. Em conversa informal com os professores destes
laboratórios, foi transmitida a informação de que os professores de Educação
Física não utilizam o laboratório para suas aulas, com exceção do professor da
SER II.
Saúde para mim é melhorar minha vida, não ficar com dores.
(8º ano, SER II).
É ter energia, paz, correr, pular e não ter dor. (9º ano, SER I).
disposição, para muitos dos alunos pesquisados, é similar a possuir saúde ou,
ambiguamente, condição para se ter saúde.
É um bom desempenho, comer bem e estar disposto. (7º ano,
SER I).
Saúde é uma coisa que nos deixa com mais disposição e com
mais vontade de estudar. (6º ano, SER IV).
É você ter disposição para praticar exercícios e uma boa
alimentação. (9º ano, SER III).
Cora Coralina
13
As categorias mais freqüentes nas respostas dos alunos foram: Alimentação (n = 245 aparições),
Praticar Exercícios (n = 226) e Ausência de Doenças (n = 143).
14
Questão 03 do questionário aplicado aos discentes da pesquisa.
114
15
Grifo do autor.
116
16
Idem
117
Nas falas citadas nota-se que a aula teórica é o caminho único para
tratar o tema nas sessões de Educação Física, pois, para a maioria destes
docentes, a aula prática não é o local ideal para a aplicação do tema saúde.
Ressalte-se o fato de que 1/3 dos entrevistados defende a transmissão
do conteúdo em aulas teórico-práticas:
Nas aulas teóricas, com trabalhos e pesquisas, na parte
prática principalmente na questão de alongamento, postura,
na importância da atividade física. (SER I, Prof. 1).
(...) eu venho trabalhando mais as ginásticas e em sala de
aula eu tenho trabalhado o Yoga, que é ai que eu vou fazendo
meus trabalhos em grupo. (SER II, Prof. 1).
(...) de forma indireta, dependendo da série, a gente utiliza
esse tema saúde de forma bem diversificada, se for trabalhar
da 1ª á 4ª séria você pode trabalhar o tema de forma mais
recreativa (...) geralmente eu abordo na própria aula prática
(...) dentro da própria aula a gente sai abordando o tema, isso
não que dizer que a gente não possa abordar da forma de
trabalho, um trabalho que passei esse ano foi sobre
obesidade, onde eles tinham que pesquisar calcular o IMC
deles. Eu abordo de forma indireta mais que poderia ser
aprofundado muito mais. (SER VI, Prof. 1).
que os conteúdos das aulas teóricas são inseridos na práxis dos alunos
mediante a realização do gesto motor imbuído de cultura corporal.
Todas as aulas podem ser divididas em dois momentos: segmento
teórico e segmento prático, como defendem Mattos e Neira (2000). Para esses
autores, a parte teórica objetiva a compreensão de conceitos e a parte prática
objetiva vivenciar o que foi assimilado na teoria.
As aulas teóricas na Educação Física ainda são escassas. Zimbres
(2001) demonstra a afirmação e explica que os principais motivos são: os
conhecimentos teóricos são relacionados aos interesses dos professores e não
direcionados aos interesses dos alunos; tanto professores como alunos
compreendem que as aulas teóricas devem ter como ambiente exclusivo a sala
de aula ou qualquer outro ambiente fechado; grande parte dos professores não
possui embasamento teórico e domínio de técnicas criativas para transmitir os
conteúdos aos alunos, independentemente do cenário; muitos professores se
mantêm reféns da concepção de que teoria é metafísica, especulação, perda
de tempo nas aulas.
A presente pesquisa identifica a utilização de aulas práticas e teóricas
para a transmissão do conceito de saúde. Deduz-se, portanto, que somente a
minoria dos docentes entrevistados compreendem que teoria e prática se
completam.
As categorias inseridas nas falas dos docentes que surgiram com maior
frequência foram: relação atividade física/saúde, com seis aparições; higiene,
com três aparições; alimentação, postura e qualidade de vida, cada qual com
duas aparições; e saúde bucal, cuidado de si, autonomia, doenças
sexualmente transmissíveis, drogas, conceito de saúde, repouso, estresse,
fisiologia e corpo/estética, cada qual como uma aparição.
A maior parte dos alunos demonstrou interesse em compreender as
causas, efeitos e mitos na relação entre a prática da atividade física e a saúde.
Da mesma forma, a maioria dos professores envolvidos no estudo reúne esta
categoria como o conteúdo mais relevante para abordar o tema saúde.
Tal resultado vai de encontro ao pensamento de Darido (2004), quando
a autora assinala que a Educação Física deve oferecer autonomia ao aluno
para que ele, após o período escolar, possa compreender a necessidade de
manter um programa de atividade física regular sem o auxílio de especialistas,
se assim o quiserem.
do que foi relatado pelos discentes. As aulas teóricas são os momentos eleitos,
pela maioria, para a aplicação do tema saúde.
Para os docentes, realizar a prevenção é o objetivo maior, quando se
inclui o assunto saúde nas aulas de Educação Física.
Mais um ponto discordante das respostas dos alunos foi verificado,
quando se perguntou aos professores se realizavam atividades de pesquisa ou
de informática sobre temas ligados a saúde. Somente um deles relatou não
realizar estas atividades.
Foi constatado nas entrevistas o fato de que os docentes não realizam
aulas de campo e palestras sobre o conteúdo saúde, situação semelhante às
respostas dos alunos.
Também foi verificado que a relação ‘atividade física/saúde’ é o
conteúdo mais importante a ser abordado na visão dos docentes durante aulas
sobre saúde. O mesmo resultado foi encontrado nos dados obtidos com os
discentes.
Por fim, o maior número dos docentes acredita que os alunos não estão
melhorando seus conhecimentos sobre saúde por meio da Educação Física, da
forma como é administrada, resultado similar ao dos discentes. Percebem
ainda suas falhas, mas não sabem como superá-las.
132
Rubem Alves
bloco conhecimentos sobre o corpo, que tem conteúdos não incluídos nos
demais.
Para cada conteúdo citado, serão apresentados meios de inserção do
tema saúde nas dimensões procedimentais, atitudinais e conceituais.
A prática de jogos, esportes, lutas, danças e ginásticas é compreendida,
e dominada pelo senso comum, como sinônimo de saúde. Essa relação
incondicional de causa e efeito é estimulada pela mídia e indústria da saúde,
ao cultivar e estimular valores de corpos ideais. É também citada como
“método infalível no combate ao uso abusivo de álcool, fumo e drogas, e como
recurso de integração social do jovem e do adolescente” (BRASIL, 1997, p 37).
Durante todo o texto desta tese, uma preocupação foi fundamentada,
teorizada e amplamente discutida: saúde não é adquirida com o simples ato de
praticar atividade física. Os requisitos para a consecução da saúde são mais
amplos do que o pensamento positivista biológico. É necessário reforçar este
entendimento e ao propor um projeto para a disciplina, o estudo baseia-se nos
preceitos da Saúde Coletiva e não puramente biomédica.
Queria saber como brincar ajuda a ter saúde (8º ano, SER 5).
Quadro 22: Tema saúde inserido nos Bloco 1 - Jogos e Brincadeiras, Esportes,
Ginásticas e Lutas; e, Bloco 2 - Atividades Rítmicas e Expressivas
sugere uma classificação boa quando 80% dos critérios estabelecidos forem
satisfeitos. Para classificar a escola e a aula de Educação Física, é
estabelecido um ponto de corte – bom – na escala ordinal. Com base neste
ponto, considera-se a assistência de boa qualidade, ou seja, representada pela
frequência de 80% no preenchimento dos critérios.
É importante ressaltar que a presente pesquisa apenas apresenta o
instrumento como um meio de colaboração à ciência, e que o mesmo deve ser
validado em futuros estudos.
Para melhor entendimento, a pontuação em percentual deve ser
entendida como se apresenta:
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Jackson Sampaio
7.2 Conclusões
REFERÊNCIAS
CDC. Center For Chronic Disease Prevention And Halth Promotion (Dhhs/Cdc).
School Health Index for Physical Activity and Healthy Eating: A Self
Assessment and Planning Guide. Elementary school. USA, 2000.
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
PALMA, A. Educação Física, Corpo e saúde: uma reflexão sobre outros modos
de olhar. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Campinas: Autores
Associados. V. 22, n. 2, p. 2339, 2001.
SABEH, E.N., VERDUGO, M.A. Revisión critica del uso del concepto de
calidad de vida en la infância. Manuscrito no publicado, Universidad de
Salamanca, 2000.
_____________________________________
Aluno pesquisador: Heraldo Simões Ferreira
Fone para contato: 88014256
_____________________________________
Pesquisador Responsável: Prof. Dr. José Jackson Coelho Sampaio
Fone para contato: 31019808
Concordo que meu filho participe como voluntário (a) no estudo acima citado.
Declaro ter sido informado (a) pelo pesquisador sobre o desenvolvimento da pesquisa,
os procedimentos nela envolvidos, as finalidades, assim como os possíveis riscos e
benefícios decorrentes da participação.
Fortaleza, ______ de _________________ de 20____.
_____________________________________
Assinatura do pai ou responsável pela criança envolvida
179
_____________________________________
Aluno pesquisador: Heraldo Simões Ferreira
Fone para contato: 88014256
_____________________________________
Pesquisador Responsável: Prof. Dr. José Jackson Coelho Sampaio
Fone para contato: 31019808
180
APÊNDICE C
Modelo de questionário aplicado aos alunos envolvidos na pesquisa
a. Sim ( ) b. Não ( )
4. Você acredita que, a saúde pode ser obtida somente com a prática de
exercícios?
a. Sim ( ) b. Não ( )
9. Questões abertas:
APÊNDICE D
Roteiro da entrevista realizada com os professores envolvidos:
APÊNDICE E
Termo de Anuência - SME
___________________________________________________
Responsável pela instituição
183
APÊNDICE F
Os espaços da escola são liberados aos finais de semana para jogos e atividades
recreativas?
Sim ( ) 5 pontos Não ( ) Nenhum ponto
184
d) O currículo aborda temas, tais como: abuso de drogas, álcool e tabaco; doenças
sexualmente transmissíveis; violência e saúde; doenças coronarianas, diabetes,
educação e saúde; higiene corporal; moradia, saneamento e saúde; trabalho, lazer e
ócio; saúde bucal; e aspectos socioculturais relacionados à saúde.
Sim ( ) 5 pontos Não ( ) Nenhum ponto
f) Há coleta dados sobre a situação da saúde dos alunos da escola uma vez ao ano?
Sim ( ) 5 pontos Não ( ) Nenhum ponto
Parte II Tema Saúde nos Conteúdos da Educação Física (Ìndice: 285 pontos –
100%)
c) É expandida a todos os alunos, sem exceção, inclusive aqueles que estão liberados
da prática, por atestado médico ou por outro motivo, que neste caso devem realizar
aulas teóricas sobre saúde?
Sim ( ) 5 pontos Não ( ) Nenhum ponto
f) Possui número de alunos/professor de forma similar a outras matérias, para que não
haja superlotação e todos tenham oportunidade de orientação adequada?
Sim ( ) 5 pontos Não ( ) Nenhum ponto
c) São solicitadas pesquisas sobre jogos populares praticados pelos seus pais para
verificar como eram ativos e como estão realizando atividades físicas na atualidade?
Sim ( ) 5 pontos Não ( ) Nenhum ponto
d) são realizados debates sobre as reações que o corpo sofre durante as atividades
físicas?
Sim ( ) 5 pontos Não ( ) Nenhum ponto
2.2 Esportes
c) São realizados debates sobre dopping ou uso de drogas e álcool entre atletas?
Sim ( ) 5 pontos Não ( ) Nenhum ponto
2.3 Lutas
2.4 Ginástica