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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ (UESPI)

CAMPUS POETA TORQUATO NETO


CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS (CCSA)
DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA JURÍDICA
PROFESSORA: PÂMELA LAURENTINA

RESUMO: O DESPERTAR DA ANTROPOLOGIA


JURÍDICA
Aluno: Antonio Soares Rocha Neto

TERESINA
Julho/ 2019
Thais Luzia Colaço.
O despertar da Antropologia Jurídica in Elementos de Antropologia Jurídica. 2ª
ed. São Paulo: Conceito, 2010.
Resenha de Antonio Soares Rocha Neto

A doutora em Direito e mestre em História Thais Luzia Colaço busca, nesse texto,
esclarecer e ressaltar a importância da Antropologia Jurídica para o estudante de
Direito. O texto tem sua divisão na apresentação do que seria a antropologia geral,
determinando sua conceituação e histórico e por fim, apresentando a antropologia
jurídica, buscando fornecer os elementos que ressaltam a importância de tal área para
o Direito, dando destaque para o Direito nas sociedades ágrafas, o qual sua existência
foi objeto de inúmeros debates entre os juristas.

A autora determina que a antropologia, entendida como a ciência que estuda o


homem em seus aspectos biológicos, culturais e sociais, não pode ser desvencilhada
daquilo que é conhecido como cultura, sendo esta um “complexo que inclui
conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou
hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade” (COLAÇO, 2011).
Ou seja, a cultura é um núcleo da antropologia jurídica. A contraposição entre o “eu’
e o “outro” também é apresentada como fundamental para a disciplina em questão,
visto que a fricção dessas duas dimensões amplia o horizonte para a compreensão
do homem e suas objetivações, como objeto da antropologia.

A jurista também analisa a posição etnocêntrica e colonizadora que a antropologia


assumiu nos seus primeiros momentos, também ressaltando a relação genética desta
com a sociologia. Enquanto a sociologia tentou desvendar o funcionamento da
nascente sociedade moderna burguesa, a antropologia buscou a apreensão do
caráter das sociedades ditas primitivas pelo olhar do europeu colonizador, o que
ressalta a ideia da fricção entre o “eu” e o “outro”. Porém, na concepção atual dos
objetivos da pesquisa antropológica, se busca uma posição mais ativa por parte do
antropólogo, visando a conhecer as outras culturas e a sua própria.

Em seguida, a antropologia é exposta em seu desenvolvimento histórico, o qual


parte do renascimento, onde os europeus tiveram contato com outros povos e passou
a ter um discurso sobre o não europeu. A antropologia manteve relações íntimas com
o expansionismo e colonialismo europeu dos séculos XVI a XVIII, e com o
imperialismo do século XIV, a qual teve seus núcleos de abordagem divididos em três
temas: o pragmático (dominação), o romântico (fascínio) e o científico (compreensão).
A influência evolucionista e positivista dessas práticas não é deixada de lado,
salientando-se que as culturas eram compreendidas em uma escala de evolução que
ia do simples ao complexo, do inferior ao superior. A ruptura com esses paradigmas
partiu de Franz Boas e Brosnilaw Malinowski, os quais perceberam que os métodos
das ciências naturais não se aplicavam às sociedades, e com isso, foi surgindo o caro
conceito de relativismo cultural. A autora expõe de forma didática todo o percurso
histórico da ciência, que vai das expansões marítimas europeias ao estruturalismo de
Claude Lévi-Strauss.

Passando ao tema principal do texto, Colaço busca desvelar a ideia do que seria
a antropologia jurídica, entendendo-a como o estudo do Direito nas sociedades
simples e contemporâneas, tendo em seu cerne a ideia de pluralismo jurídico, ou seja,
a multiplicidade e diversidade práticas jurídicas em um mesmo espaço sociopolítico,
em suas dimensões materiais, sociais e culturais. A ideia central e moderna que
Colaço apresenta para a disciplina jurídica em questão é de que ela é uma
contraposição às ideologias positivistas do monismo jurídico, o qual apenas vê o
Direito como uma emanação do Estado.

A partir dessa contraposição, a autora expõe a existência do Direito nas


sociedades ágrafas, distanciando-se do eurocentrismo jurídico e realçando a gênese
do Direito, este estando inicialmente em relação de quase unidade com a moral e a
religião. A fonte do fenômeno jurídico, de acordo com o texto, é a cultura humana, ou
seja, o Direito é um complexo haurido das objetivações do ser social. Logo depois, é
traçado um histórico da variante jurídica da antropologia, o qual inicialmente buscava
compreender a normatividade das sociedades do “outro”, tendo sempre um viés
positivista e evolucionista, até sua revolução ontológica, onde as análises passam a
realmente compreender os ordenamentos jurídicos das sociedades simples e
complexas, buscando uma maior apreensão da totalidade social do homem.

Como foi dito inicialmente, o objetivo do texto de Thais Luzia Colaço era mostrar
a importância da Antropologia Jurídica para os estudantes do Direito, e pode-se
afirmar que o resultado da empreitada é positivo. O texto expõe a disciplina
propedêutica do Direito realçando seu caráter de humanização do Direito, rompendo
com a tradição liberal-conservadora e possibilitando um maior desenvolvimento da
compreensão do fenômeno jurídico e das sociedades as quais ele incide e busca
efetivar transformações. A apresentação das ideias é didática e de fácil entendimento,
mostrando como se desenvolveu o estudo de tal ciências, desde suas raízes coloniais
até suas abordagens modernas e estruturalistas. A produção de Thais Luzia Colaço é
de muita utilidade para adentrar no campo da antropologia jurídica e começar a buscar
alternativas e concepções para entender tanto o “eu” como principalmente o “outro”,
a fim de aperfeiçoar o sistema de justiça vigente, ou quem sabe transformá-lo
substancialmente.

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