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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS


MISSÕES – URI – SÃO LUIZ GONZAGA

BRUNO ROSA DO CARMO

PLANEJAMENTO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO CONSIDERANDO


GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

São Luiz Gonzaga (RS)


2019
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BRUNO ROSA DO CARMO

PLANEJAMENTO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO CONSIDERANDO


GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Trabalho apresentado à disciplina de


sistemas de energia, do curso de
Engenharia Elétrica da Universidade
Regional Integrada do Alto Uruguai e
das Missões – URI – São Luiz Gonzaga.

Orientador: Alison Fernando


Marchioro

São Luiz Gonzaga (RS)


2019
3

SUMÁRIO
1. RESUMO......................................................................................................................... 4
2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 4
3. SISTEMA DE DISTRIBUIÇAO..................................................................................... 7
4. PLANEJAMENTO DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO ........................................... 8
5. ENERGIA EOLICA........................................................................................................ 9
6. ENERGIA SOLAR ....................................................................................................... 12
7. GERACÃO DISTRIBUÍDA ......................................................................................... 14
7.1 Perspectivas da GD ................................................................................................ 14
7.2 Consequências........................................................................................................ 16
7.3 Impactos na rede elétrica....................................................................................... 17
8. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 18
9. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................... 18
4

1. RESUMO

Desde sempre a geração de energia elétrica no Brasil é baseada em geradores de


grande porte, como hidrelétricas, que são instaladas longe dos centros de carga, e
interligadas a esses por meio de linhas de transmissão com grandes extensões.

Em consequência do encarecimento dos recursos não renováveis, cresceu-se a


necessidade de produção de energia elétrica através de fontes renováveis, em vista disso
aumentou a instalação de pequenos geradores baseados neste tipo de fontes,
especialmente geração solar e eólica.

Esses novos caminhos de geração permitem disponibilidade de energia perto do


local de consumo, assim, diminuindo os impactos ambientais causados pela geração
convencional. Esse tipo de geração conta ainda com tempos de implantação menores
quando comparada a criação de grandes usinas e reforços nas linhas de transmissão.

As redes de distribuição são impactadas pela interligação da geração distribuída


ao sistema de distribuição, tais como alterações nos níveis de perdas elétricas, parâmetros
de qualidade da energia, estabilidade do sistema, regulação de tensão, corrente de curto-
circuito, carregamento de condutores e, principalmente, carregamento dos
transformadores de distribuição. Em virtude desses geradores se localizarem ao longo de
toda a rede de distribuição, cria-se o desafio de se planejar, projetar, operar e manter o
sistema elétrico.

Portanto é preciso dedicar uma atenção especial aos impactos provocados nas
redes de distribuição pela entrada desses geradores, tanto impactos técnicos quanto
econômicos, devendo ser considerada, inclusive, a possibilidade de alterações em normas
técnicas. É importante que seja analisado o que cada impacto representa, tanto
tecnicamente quanto em relação aos seus custos, para que as redes de distribuição não
sejam empecilho ao crescimento da geração distribuída.

2. INTRODUÇÃO

O pressuposto básico que oferece sustentação inicial ao termo geração distribuída


é a ideia de contraposição à geração centralizada de energia, que é o formato adotado por
5

praticamente todo o mundo para seus setores energéticos. Nele, a oferta de energia é
formada por grandes unidades de geração, distantes dos grandes centros consumidores.
Toda essa energia é então levada aos consumidores através de extensas linhas de
transmissão e complexa rede de distribuição. [1]

A geração próxima aos centros de carga foi incentivada pelo governo brasileiro
devido à crise energética ocorrida em 2001 no país, que motivou a Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL) a propor medidas emergenciais para incentivar o incremento
desta geração. A GD constitui-se um importante alternativa para o aumento de eficiência
e confiabilidade, com potencial de aumento da oferta de energia bem como de redução de
perdas técnicas e de custos de interrupção de fornecimento ao consumidor. [2]

A GD tem crescido bastante nas últimas décadas. A construção de grandes usinas,


normalmente distantes dos centros de carga, exige investimentos em extensas linhas de
transmissão. Ao contrário, a instalação de unidades locais de geração de pequeno porte
posterga investimentos, melhoria os níveis de tensão ao longo da rede de distribuição e
reduzem as perdas no sistema elétrico. A energia gerada pode ser utilizada para suprir a
carga própria das residências, comércios e indústrias e o excedente pode ser injetado
diretamente no sistema de distribuição. [3]

Desta forma, a GD é uma opção atrativa para atender ao crescimento da demanda


e minimizar os custos associados com construção de novas subestações,
recondutoramento e recapacitação de subestações e transformadores, opções tradicionais
de planejamento da expansão da distribuição. Complementarmente, uma GD conectada
em um alimentador de distribuição pode ajudar na eliminação de violações de tensão e
carregamento durante transferências de carga, reduzindo o tempo de restabelecimento de
consumidores interrompidos por uma falha. Além disso, este tipo de geração pode suprir
áreas de um alimentador isoladas por falha e desenergizadas pela rede durante o reparo
do componente defeituoso. Por outro lado, se os montantes de penetração de GD forem
inadequadamente excessivos e/ou se os pontos de inserção não proporcionarem uma boa
acomodação pelo sistema, a GD pode impactar negativamente, sob a forma de
sobretensões na rede e/ou violação de capacidade de ativos, como por exemplo,
sobrecarregar trechos de alimentadores e transformadores. [2]

Dentre as formas de GD, destacam-se a energia fotovoltaica e a energia eólica.


Essas utilizam a radiação solar e a força dos ventos como fonte primária de energia. A
6

conversão direta da energia solar ou eólica em eletricidade apresenta enormes vantagens,


tais como baixos custos de manutenção, ausência de emissão de poluentes na atmosfera
e fornecimento inesgotável pela natureza dos insumos para produção de energia. Essas
características são de grande importância, principalmente quando instaladas em locais
isolados, desprovidos da rede elétrica. [3]

Quando a GD é conectada diretamente ao sistema elétrico, os painéis fotovoltaicos


ou os geradores eólicos operam como usinas geradoras em paralelo com as usinas
convencionais. Pelo fato de os sistemas estarem conectados à rede elétrica, em períodos
de radiação solar insuficiente ou ausência de ventos, existe a necessidade de a demanda
elétrica da instalação ser suprida pela rede convencional. [3]

Nos casos de conexão direta da GD à rede de distribuição da concessionária é


necessária ainda a utilização de inversores de frequência, utilizados com objetivo de
converter a corrente gerada na forma contínua (CC) para alternada (CA) . [4]

A interligação da GD diretamente ao sistema de distribuição causa impactos nas


redes da distribuidora de energia elétrica, tais como alterações nos níveis de perdas
técnicas e qualidade da energia, alterações na estabilidade do sistema, nos padrões de
regulação de tensão, nos níveis de corrente de curto-circuito, dentre outros. [5]

Atualmente não é definido um limite para inserção máxima da GD em cada ponto


da rede de distribuição. Diferentes critérios são utilizados para limitar a potência máxima,
tais como potência nominal dos transformadores, seção reta dos condutores elétricos,
percentual da energia gerada em uma região, percentual da potência produzida pelo país,
dentre outros. [5]

A legislação relativa à GD, incluindo seus aspectos regulatórios, é um tema


essencial para a promoção deste tipo de geração em bases consistentes, podendo tanto
constituir obstáculos como definir mecanismos de fomento à sua expansão. [3]

É necessário que ocorra a uniformização dos padrões de interconexão da GD de


forma a garantir a segurança e a confiabilidade, tanto das redes de distribuição, quanto
das instalações de GD, visto que os distúrbios causados por uma instalação podem
provocar reflexos em outra. [3]

Existem normas técnicas de projeto, construção, proteção e de materiais a serem


instalados quando da construção de redes de distribuição de energia elétrica. Porém,
7

devido ao ainda baixo nível de inserção de GD proporcionalmente ao total da potência


instalada, as redes de distribuição usualmente são planejadas e construídas sem a devida
análise dos impactos causados por essa forma de geração. [3]

Entretanto, tendo em vista a crescente inserção da GD, é importante que as normas


técnicas, principalmente as de planejamento considerem os impactos causados por essas
pequenas injeções de potência ao longo das redes. É importante que seja analisado o que
cada impacto representa, tanto tecnicamente quanto em relação aos seus custos, para que
as redes de distribuição não sejam empecilho à inserção da GD. [3]

Uma parte da energia que é transmitida por meio das redes elétricas é dissipada
no sistema de distribuição. São decorrentes das leis físicas relativas aos processos de
transporte, transformação de tensão, medição e corresponde à soma de três parcelas: joule,
corona e magnética. Essas perdas são chamadas de perdas técnicas e são inerentes ao
processo de transmissão de energia. [3]

A redução das perdas técnicas depende, basicamente, do nível tecnológico dos


equipamentos utilizados, da manutenção aplicada à mesma, do carregamento dos
condutores e transformadores e no modo de operação do sistema elétrico. [3]

A correta definição do quantitativo de perdas técnicas em um sistema de


distribuição não é um processo simples, devido principalmente à grande quantidade de
elementos que constituem o sistema elétrico e ao caráter aleatório e dinâmico do
comportamento das cargas. A redução de perdas elétricas nas redes de distribuição,
impacto causado pela conexão da GD, é altamente benéfica ao sistema elétrico. [3]

As alterações nos perfis de tensão ocorrem quando há injeção de potência pelos


geradores distribuídos. Essas injeções de potência podem trazer benefícios para o sistema
elétrico se forem feitas em locais apropriados ao longo da rede. [3]

3. SISTEMA DE DISTRIBUIÇAO

O sistema de distribuição é a parte da rede elétrica que está localizada entre as


subestações de distribuição e os consumidores, sejam eles alimentados em média tensão
(MT) ou em baixa tensão (BT). A partir desta definição (considera-se que o sistema de
distribuição é composto pelas subestações de distribuição, alimentadores e ramais laterais
8

primários (MT), transformadores abaixadores de MT para BT, geradores distribuídos com


seus respectivos sistemas de controle, sistema de proteção e circuitos secundários (BT)).
Na Figura 1 demostra a estrutura de um sistema de distribuição típico. [6]

Figura 1- Sistema de distribuição de energia elétrica – Estrutura básica [6]

4. PLANEJAMENTO DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO

O planejamento de sistemas de distribuição de energia elétrica (PSDEE) tem por


objetivo determinar onde, quando e que tipos de linhas, estruturas e equipamentos devem
ser instalados e/ou construídos ao longo do período de planejamento de modo a satisfazer
as necessidades do serviço de distribuição de energia elétrica, o qual está sujeito às
especificações técnicas e operacionais referentes à qualidade e continuidade do serviço
de fornecimento de energia. O PSDEE de curto prazo para um sistema de distribuição de
energia elétrica que atende um conjunto fixo de consumidores e considerando o
9

crescimento da demanda, deve considerar ações que visem atender a necessidade da


expansão da rede através de: [6]

• Construção de novos circuitos e/ou troca das linhas existentes por outras de
maior capacidade;
• Construção de subestações e ampliação das existentes;
• Instalação de bancos de capacitores e reguladores de tensão;
• Planejamento da confiabilidade da rede com a construção de circuitos de
interconexão, alocação de chaves de manobras e dispositivos de controle e
proteção.

O planejamento é um processo de tomada de decisões e necessário para a


elaboração do projeto da rede. Através desse processo, busca-se identificar o melhor
plano de expansão para a rede de distribuição, para alcançar as metas das empresas de
distribuição. Essas metas incluem diferentes considerações, tais como: [6]

• Técnicas: buscar ações de planejamento das redes para melhorar a qualidade do


serviço, padrões de confiabilidade e flexibilidade operacional futura;
• Econômicas ou financeiras: minimizar os custos dos investimentos, minimizar
os custos operacionais e maximizar os benefícios;
• Sociais: Redução nos impactos ambientais e preservar e melhorar a imagem da
empresa de distribuição junto à comunidade.

Um dos primeiros aspectos que deve ser considerado para fazer o planejamento
de um sistema de distribuição de energia elétrica é definir claramente o período de tempo
que este planejamento deve abranger. O problema de PSD pode ser dividido em dois
tipos: planejamento de curto prazo (de 2 a 5 anos) e planejamento de longo-prazo (de 5 a
12 anos). Os períodos de planejamento de médio e longo prazo são estabelecidos pelas
empresas em função de suas políticas de investimentos e metas de crescimento da carga
e necessidades de fornecer informações técnicas e de investimentos aos acionistas e às
agências reguladoras. [6]

5. ENERGIA EOLICA
10

A geração eólica é definida como a transformação da energia cinética do vento


em energia elétrica através de uma turbina eólica. Este tipo de tecnologia vem se
desenvolvendo desde a década dos anos 70 e na atualidade é uma das mais importantes
fontes de energia renovável no mundo. Atualmente as turbinas eólicas podem prover
potência ativa e reativa assim como uma capacidade de recuperação de faltas do sistema.
Os sistemas de geração eólica atuais consistem de três componentes básicos: uma torre
na qual é instalada a turbina eólica, o rotor com pás giratórias e um sistema de controle.
As tecnologias modernas para o controle de potência fornecida pelo gerador eólico são
de dois tipos: o primeiro é um controlador eletrônico que verifica a potência de saída da
turbina com uma taxa de amostragem de n vezes por segundo e quando a potência de
saída é muito alta, um mecanismo desliza ligeiramente o rotor para diminuir a velocidade
de giro da máquina. Por outro lado, se a potência de saída é muito baixa, o dispositivo de
controle do rotor volta para a sua posição original; o segundo tipo de controle, é projetado
segundo as características geométricas e aerodinâmicas das pás do rotor, como um
controle de parada quando a turbulência gerada pelos momentos de velocidade de vento
muito altas que podem danificar o funcionamento do rotor. A operação no sistema elétrico
desde tipo de tecnologia implica uma modelagem que considere as incertezas no
comportamento da velocidade do vento segundo a região geográfica que o gerador está
instalado. [7]

O Brasil possui um grande potencial de geração de energia eólica (Figura 2) por


ter um volume de ventos duas vezes maior do que a média mundial e por ter baixa
oscilação da velocidade, o que garante maior previsibilidade à geração de eletricidade.
[3]

Em 2016 a capacidade instalada total de energia eólica no mundo alcançou 486


GW, sendo China o país com maior incremento na sua instalação. Na América Latina o
incremento na instalação de geração eólica aumentou em 2016 em 6,5% com relação ao
ano de 2015 Estes dados mostram o crescente interesse no setor elétrico e o impacto
socioeconômico devido a este tipo de tecnologia, que fornece uma fonte de energia limpa
e inesgotável. [7]
11

Figura 2 – Sistema eólico [8]


A produção de eletricidade a partir da fonte eólica alcançou 48.475 GWh em 2018,
equivalente a um aumento de 14,4% em relação ao ano anterior, quando se atingiu 42.373
GWh. Em 2018, a potência instalada para geração eólica no país expandiu 17,2%.
Segundo o Banco de Informações da Geração (BIG), da Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL), o parque eólico nacional atingiu 14.390 MW ao final de 2018. [9]

O gráfico da figura 3 mostra a capacidade instalada em MW para geração eólica,


onde podemos ver o grande aumento de potência instalada para geração eólica. O parque
eólico nacional cresceu cerca 1.400 MW de 2018 a 2019, chegando a pouco mais de
15.000 MW em setembro de 2019.
12

Figura 3 - Capacidade Instalada de Geração eólica.


Fonte: Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS – 2019.
Disponível em: < http://www.ons.org.br>. Acesso em: 24 nov 2019

6. ENERGIA SOLAR

Com intuito de descongestionar os sistemas de geração, transmissão e distribuição


de energia elétrica, em alguns países da Europa como na Alemanha, Espanha e Itália, o
cenário tem favorecido para a geração distribuída, onde os consumidores acabam por
gerar parte ou toda energia necessária para suprir suas necessidades, principalmente
através de células fotovoltaicas, sendo que a energia não utilizada e excedente pode ser
entregue ao sistema elétrico, ou ainda atuar exclusivamente como gerador fornecendo
toda a energia gerada para o sistema elétrico, graças às políticas públicas implantadas
para este setor. [10]
13

A energia solar fotovoltaica é a energia obtida com a conversão direta da luz em


eletricidade (efeito fotovoltaico). Um painel, ou módulo, fotovoltaico é um conjunto de
células fotovoltaicas conectadas em série ou em paralelo para produzir as tensões e
correntes desejadas. A corrente de saída do módulo é determinada pela quantidade de área
superficial e eficiência por unidade de uma célula individual no módulo. Um módulo
pode converter cerca de 10% da radiação disponível em energia elétrica utilizável. Por
exemplo, ao meio-dia solar em um dia claro, um painel fotovoltaico pode receber 1.000
W/m2 de radiação. Os painéis fotovoltaicos são conectados a conversores estáticos que
processam a energia e a disponibilizam para uma carga ou para a rede elétrica. [3]

A energia solar fotovoltaica possui baixo impacto ambiental e é considerada uma


fonte de energia renovável e inesgotável. A tecnologia tem ótimas possibilidades de ser
aplicada no Brasil, pois é um país ensolarado por natureza e possui grande extensão
territorial. [3]

À implantação de grandes usinas fotovoltaicas é uma tendência crescente,


principalmente com os avanços tecnológicos recentes que tem tornado à eficiência das
células cada vez maiores, e aliado a isto, também a redução dos custos de fabricação
devido à forte concorrência no mercado internacional. [10]

Uma das vantagens dos sistemas fotovoltaicos é a possibilidade de aplicação em


meios urbanos, onde é grande o consumo da energia gerada da forma convencional. Esses
sistemas podem ser instalados em edifícios, condomínios residenciais, casas isoladas,
indústrias e comércios. [3]

O outro modo de instalação de um sistema fotovoltaico é a conexão dos módulos


fotovoltaicos à rede elétrica convencional. Dessa maneira, toda a energia gerada, ou
somente o excedente, é injetada no sistema elétrico. [3]

A vantagem da instalação integrada à edificação é a geração junto ao ponto de


consumo, sem a necessidade de sistemas de transmissão e distribuição, com consequente
diminuição dos custos envolvidos. Nesses sistemas o inversor utilizado tem como uma
de suas principais atribuições a transformação da energia fotovoltaica, originalmente
gerada em corrente contínua, para corrente alternada. [3]

Os sistemas fotovoltaicos podem apresentar muitos benefícios para o sistema


elétrico. A geração da energia diretamente no local de consumo reduz as perdas nas linhas
14

de transmissão e nas redes de distribuição da energia e postergam investimentos em


expansão. [3]

Pela característica de geração exclusivamente diurna, os sistemas fotovoltaicos


são considerados como fontes não despacháveis de energia e a eles são atribuídos
normalmente fatores de capacidade baixos. Mas a instalação desses sistemas em redes de
distribuição com carga elevada no período diurno, com grande concentração de aparelhos
de ar-condicionado, por exemplo, faz com que os sistemas fotovoltaicos contribuam
efetivamente na redução do pico da demanda. [3]

7. GERACÃO DISTRIBUÍDA

No decorrer dos anos, foi visto o início de um processo de profundas mudanças


tecnológicas no setor elétrico, tendo como característica mais visível deste processo o
ciclo expansionista de fontes renováveis e alternativas na matriz elétrica, está dinâmica
está basicamente atrelada a difusão da energia eólica e solar fotovoltaica. [11]

Embora essa difusão ocasione benefícios ambientais, redução da necessidade de


investimentos na expansão da rede de transmissão e redução de perdas, existem muitos
custos relacionados a necessidade de lidar com a crescente intermitência da geração e
impactos sobre a rede, impactos esses, muito relevantes no âmbito do equilíbrio
econômico e financeiro das concessionárias de distribuição em função da redução do
volume de energia vendido nos seus mercados. Por outro lado, haverá o aumento da
necessidade de novos investimentos para adaptar e adequar a rede a este novo paradigma
tecnológico. [11]

7.1 Perspectivas da GD

A motivação por uma economia de baixo carbono, é um importante fator para


promover investimentos em fontes alternativas e renováveis de geração de energia
elétrica. Porém, existem grandes desafios relacionados à natureza intermitente e a
presença de fluxos bidirecionais de energia. Para que a disseminação em larga escala
ocorra, são impostos muitos desafios técnicos, econômicos e regulatórios ao setor
15

elétrico, sendo necessária uma dinâmica e estratégica articulação entre a expansão da


nova tecnologia, o equilíbrio econômico financeiro entre o velho e o novo negócio e a
rota regulatória.

O crescimento da geração distribuída no Brasil, a qual ultrapassou o valor de 1


GW de potência instalada em 2019. De 2006 a 2019, foram conectados 131.172 sistemas
de geração distribuída (solar, eólica, hidráulica e térmica), totalizando 1.6 GW de
potência instalada. Só no ano de 2019, até o mês de novembro, foram conectadas 73.150
unidades de geração distribuída, totalizando 957,2 MW, um aumento bastante
significativo comparado aos anos anteriores. [12]

No entanto, existem muitas barreiras para a ampliação da geração solar fotovoltaica


em nosso país, tanto do ponto de vista do consumidor, quanto das distribuidoras. As
barreiras ligadas ao consumidor englobam basicamente aspectos financeiros,
institucionais/regulatórios e comerciais. No que se refere às distribuidoras destacam-se:
[13]

• Dúvidas acerca do papel da concessionária na realização da conexão da unidade


geradora com a rede elétrica;
• Aumento da instabilidade da rede, posto que a geração distribuída é composta por
fontes renováveis, essencialmente intermitentes;
• Aumento do grau de complexidade nos procedimentos e na execução de
manutenções, medidas de segurança e planejamento do sistema;
• A disseminação de unidades de geração distribuída vai reduzir o fator de
utilização da rede de distribuição e determinar aumento nas tarifas de energia
elétrica;
• Déficits financeiros nas contas das geradoras, transmissoras e distribuidoras
decorrentes do aumento do número de unidades de microgeração.

No Brasil, a realização de investimentos em sistemas fotovoltaicos por parte de


consumidores conectados na rede de baixa tensão tende a se tornar mais atrativo devido
aos patamares elevados que as tarifas de energia elétrica se encontram. Logo, é possível
observar que as perspectivas de difusão da micro e mini geração solar fotovoltaica são
fortemente influenciadas pelas diretrizes regulatórias vigentes e de eventuais políticas de
incentivos. [11]
16

7.2 Consequências

A integração dos recursos energéticos distribuídos representa um grande desafio, não


apenas do ponto de vista tecnológico, mas também econômico e político-regulatório. A
intermitência da geração descentralizada, a necessidade de reforço e adequação de redes,
a questão da capacidade de resposta da geração despachada, a qualidade do produto e a
infraestrutura de medição são variáveis que precisam ser consideradas numa lógica de
custo-benefício.

De fato, o caráter renovável, a menor necessidade de investimentos na expansão


de geração e rede de transmissão, e sua contribuição para diversificação da matriz elétrica,
são benefícios que motivam o incentivo a essas fontes. Em contrapartida, existem custos
envolvidos que necessitam serem considerados, é preciso examinar as alternativas a
serem implementadas para garantir a segurança e qualidade do suprimento em um
contexto de crescimento da participação das fontes intermitentes na matriz elétrica, além
da necessidade de investimentos na rede para lidar com fluxos bidirecionais de energia.
[11]

A expansão das fontes intermitentes, como é o caso da energia solar fotovoltaica,


torna o sistema ainda mais sensível a questão da geração não controlável, este aumento
implica em um custo relevante para rede em termos de aumento da complexidade técnica
e de operação do sistema a nível do sistema nacional, associado a uma menor controle da
geração, o que torna a garantia do suprimento energético e elétrico mais complexo. Desse
modo, é consistente afirmar que a difusão da micro e mini geração solar fotovoltaica irá
impor custos as concessionárias de distribuição que não estão devidamente predicadas
pelo marco regulatório vigente. [11]

Sob a ótica de distribuição dos custos associados a difusão da microgeração e da


minigeração, a tarifa aplicada aos que aderem a este tipo de geração será subsidiada pelos
que não aderem. Em linhas gerais, a premissa básica do modelo regulatório vigente e
remunerar a atividade de distribuição com base no volume de energia demandado pelos
consumidores. Dessa forma, dada a receita requerida pela distribuidora para cobertura de
seus custos operacionais e a remuneração de sua base de ativos, uma redução do seu
mercado derivado da expansão da microgeração e da minigeração solar fotovoltaica
17

significará um faturamento menor do que seria necessário para garantir a viabilidade


econômico e financeira da concessionária. [11]

A solução adotada pelo regulador para garantia da receita da distribuidora, diante


de um cenário de redução de mercado, será o aumento da tarifa. É perceptível que esse
aumento da tarifa fortalece ainda mais o incentivo a migração para a realização de
investimentos em sistemas de microgeração e de minigeração solar fotovoltaica.

7.3 Impactos na rede elétrica

Tradicionalmente, o setor elétrico brasileiro estruturou-se com base na geração de


energia por meio de unidades de grande porte, com predominância das centrais
hidroelétricas e em menor grau de termoelétricas convencionais. Atualmente, existe uma
forte tendência de expansão da participação de fontes alternativas na matriz energética
brasileira. A difusão dessas novas unidades geradoras na rede elétrica leva a uma
alteração no paradigma de geração do setor, uma vez que as fontes eólicas e solar possuem
como características principais a intermitência. Consequentemente, o setor elétrico passa
por uma transição de paradigma marcada pelos seguintes e principais aspectos: [11]

• O aumento da variabilidade da geração, dado que a matriz se torna cada vez mais
diversa;

• Redução da previsibilidade, em razão do caráter intermitente da energia fornecida pelas


fontes alternativas;

• Redução da despachabilidade, uma vez que a geração a partir de fontes intermitentes é


pouco controlável e que o modelo de expansão hidrelétrica com base em usinas com
grandes reservatórios está acabado.

O principal impacto da microgeração distribuída, no caso da geração solar


fotovoltaica, é a distorção da curva de carga em torno do meio dia quando se tem a maior
intensidade da luz solar. Nesse período a curva de carga é distorcida consideravelmente
para baixo, invertendo o fluxo de potência, de maneira que a microgeraçãoo alimenta a
rede elétrica. Isto não é desejável do ponto de vista operacional, uma vez que traz
dificuldades quanto ao controle de tensão, eleva as perdas de transmissão, piora qualidade
do serviço de fornecimento de eletricidade e exige uma maior capacidade ociosa do
18

sistema. Uma solução técnica que possui capacidade de amenizar significativamente esse
efeito deformador é a expansão das tecnologias de armazenamento de energia. [11]

A tensão da rede é outro aspecto afetado pela expansão da geração distribuída, por ter que
se manter entre 95% e 105% do seu valor nominal. A manutenção, deste parâmetro é
dificultada pela intermitência de fontes como a fotovoltaica e pela própria alteração de
tensão trazida pelos núcleos de microgeração.

8. CONCLUSÃO

O setor elétrico está passando por uma transformação marcada pela inserção da
geração distribuída. Atualmente a infraestrutura, e as características operativas, ainda não
se encontram adaptadas a esta iminente mudança. Questões técnicas relacionadas ao
controle de tensão, fluxo de potência reverso, aumento de perdas, entre outras, deverão
ser consideradas nas decisões de investimento das distribuidoras, passando pela
adaptação da rede física.

Com o incentivo do uso de geração distribuída, as concessionárias devem se


reinventar, adotando novos modelos de negócio, apostando em inovação tecnológica e
buscando soluções para garantir seu negócio aliado à prestação de serviço com qualidade.

9. BIBLIOGRAFIA

[1] W. N. M. M. A. B. G. S. H. F. d. O. Roberto Zilles, SISTEMAS FOTOVOLTAICOS


CONECTADOS À REDE ELÉTRICA, São Paulo: Oficina de Textos, 2012.

[2] D. F. BOTELHO, PLANEJAMENTO DA GERAÇÃO DISTRIBUIDA COM FOCO NA


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[3] F. J. SANTOS, PLANEJAMENTO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO CONSIDERANDO GERAÇÃO


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[4] J. A. H. Electo Eduardo Silva Lora, Geração Distribuída: Aspectos Tecnológicos,


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[5] A. t.-e. d. u. s. h. d. g. d. p. a. a. c. i. d. A. Publicação, Avaliação técnico-econômica de um


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[7] J. M. H. ORTIZ, Análise Comparativa de um Modelo de Programação Convexa e


MetaHeurística para o Planejamento de Redes de Distribuição de Energia, Ilha Solteira,
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[9] M. d. M. e. Energia, “Empresa de Pesquisa Energética,” 2019. [Online]. Available:


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[10] A. G. C. O. C. J. R. C. B. Gerson M. Tiepolo, ontes Renováveis de Energia e a Influência no


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[11] G. D. R. B. M. M. R. R. Nivalde De Castro, Perspectivas e Desafios da Difusão da Micro e


da Mini Geração Solar, 2016.

[12] ANEEL, Geração distribuída, 2019.

[13] V. A. Martins, ANÁLISE DO POTENCIAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA VIABILIDADE DE


GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NO BRASIL, Rio de Janeiro, 2015.

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