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Universidade Federal do Tocantins

Campus de Miracema do Tocantins


Aluna: Cimaria da Silva Noleto
Março de 2019

Fichamento Bibliográfico da obra


“Feminismo, diversidade sexual e serviço social”
Mirla Cisne e Silvana Mara Morais dos Santos

Sobre as Autoras:

Mirla Cisne - Possui graduação em Serviço Social pela Universidade Estadual


do Ceará (2002), mestrado em Serviço Social pela Universidade Federal de
Pernambuco (2004), doutorado em Serviço Social na Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ), com estágio doutoral na Universidade de Paris 7, sob
orientação das Professoras Elaine Behring e Jules Falquet, respectivamente.
Bolsista Produtividade em Pesquisa pq - CNPq Coordenadora do Núcleo de
Estudos sobre a Mulher Simone de Beauvoir (NEM) e vice-líder do Grupo de
Estudos e Pesquisa das Relações Sociais de Gênero e Feminismo (GEF).
Professora Adjunta IV da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Tem
experiência na área de Serviço Social. Atua em projetos nos seguintes temas:
feminismo, movimentos sociais, serviço social, relações sociais de sexo, "raça"-
etnia e classe.

Silvana Mara Morais dos Santos - Docente dos Cursos de Graduação e Pós-
Graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN). É Professora Associada do Departamento de Serviço Social da UFRN.
Possui graduação em Serviço Social pela Universidade Estadual do Ceará
(1991), mestrado (1995) e doutorado (2005) em Serviço Social pela
Universidade Federal de Pernambuco. Coordena o Grupo de Estudos e
Pesquisa - Trabalho, Ética e Direitos (GEPTED/UFRN) e coordenou o Programa
de Pós-Graduação em Serviço Social da UFRN(2006-2008 e 2012-2014).
Desenvolve estudos e pesquisas na área de Serviço Social, atuando
principalmente nos seguintes temas: Serviço Social, Ética, Direitos Humanos;
Diversidade Humana e Movimentos Sociais com ênfase na questão da
diversidade sexual e na organização política da categoria dos assistentes
sociais. Ex- conselheira do Conselho Federal de Serviço Social, eleita para a
Gestão (CFESS) (2005-2008 e 2008-2011) e membro da Gestão da ABEPSS,
na condição de vice-presidente da Região Nordeste (1997-1998) e (1999-2000).

Capítulo 2 – Gênero: uma análise histórico-crítica em


torno de suas abordagens teóricas

As autoras no segundo capítulo da obra analisam a relação do sistema


capitalista com a posição social da mulher e a questão de gênero, além da
abordagem das “novas” questões sociais abordadas pela ótica pós-modernista.
Os estudos de gênero surgem no final do século 20, inseridos no
movimento feminista, onde haveria então um retrocesso, a partir deste ponto,
para a luta feminista no momento que se passa a enfatizar as relações de poder
relacionada a gêneros e as diferenças em detrimento a real questão que seriam
as causas da dominação/exploração.
As autoras colocam que as questões de gênero vieram para analisar as
opressões sofridas pelas mulheres, por homens. Porém segundo o que diversos
autores afirmam é que a questão de sexo é diferente de gênero, onde sexo seria
uma constituição biológica e a de gênero a cultural, relacionada como o ser
humano se apresenta frente a sociedade.
Ao longo da obra as autoras citam diversos estudiosos e autores que
colocam a questão de gênero e a visão pós-modernista, como uma forma de
retrocesso, pois os estudos passaram a focar mais nas diferenças e menos nas
semelhanças, enfraquecendo assim a luta feminina, assim para estes deve-se
retomar a visão marxista dos estudos com ênfase nas classes e nas questão
relacionadas a elas, pois segundo eles apenas desta forma pode-se abordar o
tema de forma global e progressista, já que as visões pós modernas passaram
a ser consideradas como novas roupagens para velhas tradições. Desta forma
ao longo da obra as autoras irão debater as diferenças sobre as perspectivas
marxistas e pós-moderna, tentando fazer um contraponto entre as duas.

Ao longo do capítulo é apontado um crescente número de estudos com


abordagens desconstrutivistas do gênero e um crescente número de estudos
sobre os homens. Com o aumento da diversidade e enfoque dos estudos
observou-se um aumento nas mulheres que saíram para militar sem
embasamento teórico por falta de estudos focados na área, segundo as autoras
esse novo comportamento enfraquece o movimento pois há uma falsa ideia de
igualdade atingida, sem perceber que as mulheres trabalhadoras e de baia renda
são as que sofrem mais e comprovam desta forma que o enfoque não é o gênero
e sim a luta de classes.
De forma geral, para as autoras, os estudos de gênero se distanciam da
pratica se tornando teorias com vazio de sentido, além disso para elas as
perspectivas descontruídas monopolizaram o discurso e enfocaram nas
diferenças e as diferenças unem seus grupou, já a classe divide dentro da ordem
do capital.
Conforme colocado a classe separa como cada sujeito dentro do seu
grupo irá vivenciar as opressões e essa é diferente entre classe trabalhadora e
a classe dominante. Assim a luta de classes não é contraditória as demais lutas,
apenas acredita que é um erro dar ênfase as diferenças, pois é na contradição
de classes que surge as desigualdades, assim o ponto de unificação das
mulheres deve ser a luta da identidade de classe. Conforme afirmam as autoras,
a emancipação feminina só virá com a ruptura do capitalismo.
Ao se tratar da forma de abordagem do tema para as autoras e os outros
autores mencionados por elas, as abordagens desconstrutivistas ao analisarem
gênero o fazem de forma incompleta, pois, não relacionam as demais categorias
como classe, raça, etnia, etc.
A preocupação sobre as novas abordagens conceituais se dá pela
expansão e difusão de estudos rasos e conservadores, distantes da realidade
que atrapalha a real luta por focar nas diferenças.
A análise sob a perspectiva marxista engloba as diferenças sem
fragmenta-las em acordo com a realidade analisando as relações e fenômenos
sociais. Acredita-se que através da teoria social marxista o movimento feminista
e os estudos de gênero terão instrumentos para realizar mudanças nas
opressões sofridas pelas mulheres, pois a teoria de Karl Marx possibilita a
análise crítica das relações sociais em sua totalidade observando todas as suas
diferenças. A teoria das autoras é que somente através do marxismo que o
feminismo pode ter uma ação política transformadora, pois é na contradição de
classes que surgem as desigualdades.
Segundo a análise da obra de Karl Marx por Engels (1977) a família e a
subordinação da mulher seriam a primeira forma de propriedade surgida no
capitalismo, com a “escravidão” da mulher e os filhos ao homem.
Assim através do enfoque dos novos movimentos sociais, embasados na
teoria da pós-modernidade a questão social é deslocada do foco central para as
questões culturais onde as desigualdades sociais seriam fenômenos isolados.
Desta forma perde-se a dimensão da totalidade enfraquecendo a luta contra o
modelo social.
As autoras citam que outros autores defendem a tese da inexistência de
uma nova questão social onde o que se teria seria apenas novas expressões e
manifestações da velha questão social e que para solucionar a questão não é
possível a manutenção do capitalismo. Assim a luta contra as questões culturais
são apenas fragmentos da desigualdade social de classes.
O gênero assim é colocado como apesar de ser algo comum causa da
opressão nas mulheres, as diferenças das classes que determinarão como a
mesma será abordada guiando a própria luta.

“O conceito de gênero veio também no sentido de analisar de maneira


relacional a subordinação da mulher ao homem, ou seja, os estudos sobre
as mulheres não deveriam limitar-se à categoria mulher, mas esta deve ser
p. 78 analisada de forma relacional ao homem. Portanto, gênero se constitui
como uma categoria relacional. ”

Setembro de 1969.

“(...) Gênero seria a construção social do sexo, e o sexo seria o eu é


p. 79
determinado biologicamente, fisiologicamente, portanto, naturalmente. ”
“(...) sexo não pode ser compreendido como apenas um “dado corporal
sobre o qual o construto do gênero é artificialmente imposto, mas como
uma norma cultural que governa a materialização dos corpos””

p. 81 “ Donna Haraway, bióloga e historiadora de ciências, também compartilha


desta crítica à categoria de gênero, alertando que ela não comtempla a
historicidade necessária para a categoria sexo, o que implica ideias
perigosas relacionadas com identidades essenciais de mulher e homem.
Isso se dá a medida que se insiste no caráter de construção social do
gênero, em detrimento da historicização da natureza e do sexo.”

“ A categoria gênero irá, pois, incidir contrariamente ás vertentes


homogeneizadoras, generalizantes e supostamente neutras, como o
positivismo, e, como visto, naturaliza papéis a que se subordinam as
p. 82
mulheres e se utilizam dessa naturalização para alcanças o “equilíbrio” e a
“harmonia” sociais pela responsabilização social da mulher e a
desresponsabilização do Estado.”

“Muitas feministas estão voltando seus estudos e sua militância para


essas novas abordagens, quando a realidade das condições de vida das
milhares de trabalhadoras ainda permanece enormemente precarizada. E,
apesar dessa precariedade, muitas não percebem sua condição de mulher,
subordinada e explorada nesta sociedade, o que contraria a enorme
necessidade de organização dessas mulheres para lutarem por uma nova
ordem societária”
p. 84-85

“São as mulheres trabalhadoras, de baixa renda, as mais atingidas


por este modelo econômico e cultural da sociedade pois elas são
exploradas, oprimidas e discriminadas pelo sexo e pela classe, vivendo no
limite da sobrevivência com relação às suas necessidades básicas,
inclusive a, de alimentação. As mulheres pobres, em geral, priorizam a
alimentação do marido e dos (as) filhos (as), só permitindo-se à alimentação
quando sobra algo, sempre com acesso menor e em pior quantidade que
os homens. Por isso, essas mulheres sofrem mais com subnutrição do que
os homens pertencentes a mesma classe. ”

“ No debate crítico surge o consenso de que as perspectivas


desconstrutivistas – que têm monopolizado o discurso teórico feminista,
apagando a voz de outras correntes -, sublinham exageradamente as
diferenças, reagindo ainda aos primeiros momentos do feminismo. As
p. 87 participantes na discussão teriam interesse na teoria que informasse as
práticas feministas, que colaborasse para gerar e sustentar os movimentos
de mulheres. Ao desenvolver, por exemplo, perspectivas que oferecessem
meios para reconhecer nessas diferenças e, ao mesmo tempo, formar uma
nova base de solidariedade entre as mulheres. ”

“(...) os movimentos sociais devem ter como cerne a luta de classes, ainda
que sem se limitar a essa dimensão, tampouco desconsiderar ou subsumir
as demais (raça/etnia, gênero, geração, sexualidade). “

“(...)lutar por emancipação plena liberdade, exige a defesa de valores


libertários – que não cedem espaço para a existência de preconceitos,
discriminações, subordinações – antes, garantem aos sujeitos sociais o
p. 88 - 89 direito da livre expressão de suas subjetividades. “

“O que se defende não é a neutralização ou anulação das diferenças, mas


a percepção de que o movimento feminista deve convergir para os aspectos
políticos e social. Do contrário, só se fragmenta e pulveriza as mulheres. ”

“(...) a cultura é determinada nas e pelas relações sociais, não de forma


linear, homogênea ou fragmentada em exacerbações de diferenças, mas
dentro das contradições que determinam a produção e a reprodução desta
sociedade.
Em outras palavras, é necessário analisar gênero no bojo da contradição
entra capital e trabalho e das forças sociais conflitantes das classes
fundamentais que determinam essa contradição. Sendo a contradição o
foco das desigualdades sociais, e o conflito a luta ente as classes sociais
(o que determina o movimento da sociedade, ou como diria Marx: o motor
da história), faz-se imprescindível relacionar a luta das mulheres como um
movimento legítimo contra as desigualdades, na e com a luta da classe
trabalhadora. ”

“ A teoria marxista está voltada fundamentalmente para a transformação e


a superação da sociedade burguesa. Possui portanto, objetivos explícitos
p. 94
de intervenção política, com fins em um processo revolucionário, mediante
o compromisso e os interesses da classe trabalhadora.”

“ Essa teoria, ao expor em bases materiais concretas as determinações da


subordinação da mulher, permite engendrar ações pela transformação
desta situação, transformação essa, em torno da busca pela liberdade
p. 95 substantiva. Enfim, a teoria marxista vai ao cerne, ao foco das
desigualdades sociais analisando dentro de uma dimensão materialista e
de uma perspectiva de uma totalidade a opressão e a exploração da
mulher, (...)”

“ A “questão social”, portanto, não é um novo fenômeno. Claro que


atualmente ela se apresenta com novas configurações. Há, mundialmente,
um crescente e alarmante índice de desemprego, inclusive, nos chamados
p. 101 de primeiro mundo. Essas novas configurações no entanto, são
determinadas pelo processo de reestruturação do capital, ou seja, pelas
novas formas de gestão e/ ou estratégias do modo de produção capitalista
para se manter e se fortalecer na sociedade.”

“Reafirma-se, portanto, a necessidade de trabalhar gênero articuladamente


com uma visão de classe, partindo da compreensão de que, para a
p.107 superação das desigualdades sociais, é insuficiente que as mulheres da
classe trabalhadora percebam e lutem por iguais condições com os
homens, é necessário que possuam a identidade de classe para que
possam compreender a situação como trabalhadoras e lutar pelo fim da
opressão de classe, o que exige uma ruptura com sócio metabólica do
capital.”

“ Partindo das análises até aqui apresentadas apreende-se a problemática


de gênero como uma mediação de classe, uma das expressões da “velha
questão social”, em vez que essas, mediante as diferenças construídas
p. 108
socialmente entre homens e mulheres, reproduzem desigualdades ao
serem apropriadas e refuncionalizadas pelo capital. Favorecendo a
manutenção e o fortalecimento da classe dominante. ”

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