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MANUAL
Este manual tem o intuito de esclarecer os principais aspectos para inscrição nas duas
principais modalidades de cursos realizados pela ESAF pelos órgãos integrantes do
Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União. Esclarece sobre a natureza “não jurídica”
da Escola. Elucida sobre a desnecessidade de procedimentos de licitação (inclusive dispensa
e inexigibilidade) para inscrição nos cursos. Esclarece sobre a possibilidade de formalização
de cursos com turmas fechadas, mediante a formalização de TED – Termo de Execução
Descentralizada, instrumento previsto no inciso III do art. 1º do Decreto 6.170/2007.
1) Sobre a ESAF
Destarte, a ESAF não é uma autarquia e muito menos uma entidade privada de prestação de
serviços. Suas capacitações são voltadas para órgãos públicos do âmbito do Poder Executivo Federal,
estendidos a outros Poderes e também para Estados e Municípios. A ESAF tem ainda capacitações voltadas
à cidadania fiscal. A Escola realiza ainda concursos públicos e cursos de formação de carreira para vários
órgãos da Administração Pública Federal, entre outros.
A ESAF, como escola de governo, tem amparo constitucional, conforme dispõe o § 2º do art.
39 da lei maior:
A ESAF possui terminologias específicas para os cursos que oferece. Em seus projetos
identifica o evento de acordo com o público alvo. Assim, a escola oferta, comumente, aos órgãos externos:
I. Cursos Abertos: são demandas comuns do serviço público federal, identificadas pela
própria ESAF. São executados com recursos orçamentários do MF. São divulgados no
sítio da Escola. Exemplo: Formação de Pregoeiro, Fiscalização de Contratos, SIAFI, etc.
II. Cursos Fechados: ou “In Company”. São realizados com turmas fechadas para um ou
mais órgãos. Atualmente são realizados apenas com órgãos integrantes do
Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União, por intermédio da formalização de
TED – Termo de Execução Descentralizada.
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Há ainda outros tipos de nomenclaturas internas para cursos na ESAF, que tem mais a ver
com a sua organização e execução, não afetando a relação externa da ESAF com o público interessado.
A ESAF, de acordo com o seu PPP – Projeto Político-Pedagógico, realiza capacitações (abertas
ou fechadas) em quatro macroprocessos fazendários:
I. Macroprocesso de Gestão;
II. Macroprocesso Orçamentário-Financeiro;
III. Macroprocesso do Crédito Tributário; e
IV. Macroprocesso da Promoção e Defesa da Atividade Econômica.
As inscrições para os “cursos abertos” são individuais, cabendo ao interessado obter login e
senha no sistema e, posteriormente, buscar o curso no qual pretende fazer a inscrição. A confirmação da
vaga só se dá mediante a anexação da nota de empenho (NE), ou, quando for o caso, da GRU de
recolhimento, referente ao custo da inscrição. O manual do SISFIE encontra-se disponível no endereço
http://www.esaf.fazenda.gov.br/acesso-a-informacao/centros-regionais/parana/arquivos/1orientacoes-
gerais-para-inscricoes-em-eventos-da-esaf.pdf
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O SISFIE não substitui a página de divulgação dos cursos da ESAF. Portanto, as informações e
condições completas de cada curso, antes de inscrição no SISFIE, deverão ser lidas no sítio da ESAF. Para os
eventos do Centresaf/PR, as informações encontram-se no endereço
http://www.esaf.fazenda.gov.br/acesso-a-informacao/centros-regionais/parana/@@consultar_eventos .
Direto ao ponto:
Se o recurso é da União e a ferramenta de Empenho é o SIAFI, o empenho (em favor da ESAF)
será emitido diretamente no SIAFI (para a UG 170009 Gestão 00001), com a classificação “08 – Não se
aplica”.
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Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste
entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um
acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações
recíprocas, seja qual for a denominação utilizada. (Grifo nosso)
Observe que pelas expressões grifadas, evidencia-se que a Lei regula as relações da
Administração Pública, quando está contratando “terceiros”. Mesmo as hipóteses ressalvadas (dispensa e
inexigibilidade) tratam de contratos com “terceiros”. Não há previsão legal para a Administração contratar
a si mesma (órgãos/entes de sua própria estrutura: Poderes e Ministérios).
“28. Com efeito, segundo demonstrado no Relatório, a escolha da Esaf por entes da
Administração, para realizar concursos públicos, não requer o procedimento da
licitação, a qual é dispensável na hipótese, nos termos do art. 24, inciso XIII, da Lei
8.666/1993, verbis:
29. Essa possibilidade foi reconhecida por este Tribunal na resposta à consulta
veiculada no Acórdão 1.111/2010 – Plenário, cuja fundamentação mencionou a Esaf
como exemplo de ente qualificado nos termos do aludido dispositivo da Lei de
Licitações. O sumário daquela deliberação bem sintetiza a questão então enfocada,
que também se amolda ao caso presente:
- O art. 24, inciso XIII, da Lei n.º 8.666, de 1993, autoriza a contratação direta,
por meio de dispensa de licitação, de instituição qualificada na forma do
dispositivo, ainda que seja viável a competição.
30. Também restou bem demonstrado que, sendo a Esaf e o MPOG órgãos vinculados
a uma única pessoa jurídica – a União –, não caberia a figura do contrato, haja vista a
absoluta ausência do pressuposto essencial do acordo de vontades, o que requer a
existência de duas ou mais pessoas. Essa dicção já foi assentada pelo Tribunal, por
exemplo, no Acórdão 1.266/2004-2ª Câmara (Relação 83/2004 - Gab. do Min. Subst.
Marcos Bemquerer), referente às atividades da Imprensa Nacional.
31. Dessa forma, a Selog considera acertada a solução adotada no caso concreto pelo
MPOG, que foi o termo de cooperação em lugar do contrato.
32. Não obstante essa conclusão, a unidade instrutiva considera que, mesmo no caso
em análise – em que o contrato é juridicamente inviável – ainda caberia seguir os
procedimentos definidos no art. 26 da Lei de Licitações para a hipótese de dispensa de
licitação. E, assim, propõe “que se dê ciência ao Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão que a contratação entre órgãos [sic] da administração direta,
seja por dispensa ou inexigibilidade, deve seguir os ditames do art. 26 da Lei
8.666/1993.”
34. Isso porque, conforme demonstrado, não cabe, na espécie, a figura do contrato.
35. E, nesse ponto, considero que o uso incidental das palavras “contrato” ou
“contratação” tanto na instrução da Selog quanto nas peças do procedimento
administrativo interno do MPOG que culminou com designação da ESAF para realizar
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36. Também não existe, nessa relação, o elemento de onerosidade do serviço, pois,
como visto, tanto a Esaf quanto o MPOG são órgãos da União. Assim, os custos do
concurso não implicam “pagamentos” – na acepção jurídica do termo – à Esaf, mas
sim uma descentralização de crédito, conforme evidenciado pelo próprio título do
documento que formalizou a designação da Escola para conduzir o certame: “Termo
de Cooperação para Descentralização de Crédito 17, de 7/6/2013” (peça 68 e §16 do
Relatório).
37. Nessa mesma linha, Marçal Justen Filho, ao tratar do assunto, leciona que:
"Se houver execução direta do objeto pela própria Administração, não será
necessária licitação. Afinal, nem sequer existirá contrato pois contrato
modalidade de ato jurídico bilateral (que exige participação de duas partes).
Não teria sentido determinar desnecessidade de licitação para atividades
realizadas no âmbito interno de cada pessoa integrante da Administração. Em
tais hipóteses, quem está desenvolvendo atividade material jurídica é própria
pessoa (por seus órgãos)."
38. Também nesse sentido, a Portaria Conjunta 8/2012, editada pelas Secretarias
Executivas do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, do Ministério da
Fazenda e da Controladoria-Geral da União, ao padronizar os termos de cooperação
para descentralização de créditos entre órgãos e entidades federais, consigna
expressamente que
Nota: O instrumento Termo de Cooperação Técnica para Descentralização de Crédito teve o nome alterado
para “Termo de Execução Descentralizada (TED)”, a partir de 2013, por intermédio do Decreto 8.180/2013
que alterou redação do Decreto 6.170/2007.
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Observe que mesmo a análise e Voto do Ministro do TCU ter sido efetuada relativamente ao
instrumento “Termo de Cooperação”, o fato é que há um arrazoamento sobre a impossibilidade de se
contratar órgão da própria Administração, por intermédio de licitação ou mesmo dispensa e inexigibilidade.
Também temos que considerar que se partirmos da premissa que não é possível contratar, logo, em sentido
inverso, não é possível licitar, dispensar ou inexigir, pois o contrato teria que surgir, necessariamente, a
partir de uma dessas três possibilidades.
Na mesma lógica, há um parecer elaborado por advogado(a) da AGU do Estado de São Paulo,
disponibilizado no endereço http://www.agu.gov.br/page/download/index/id/24789808 que corrobora a
decisão do Ministro do TCU. Segue:
“Os autos aportaram nesta CJU com vistas à obtenção de parecer sobre a inscrição de
servidores em curso ministrado pela ESAF.
2. Em uma consulta específica sobre esse tema, submetida pela Divisão de
Administração do Núcleo Estadual em São Paulo do Ministério da Saúde (NUESP), foi
emitido o PARECER Nº 1220/2014/SAZP/CJU-SP/CGU/AGU, da lavra do Dr. Sérgio
Augusto Zampol Pavani, do qual se extrai os seguintes trechos elucidativos:
48. Pois bem, o art. 76 da Constituição da República esclarece que o Poder Executivo no
Brasil é exercido pelo Presidente da República, com auxílio dos Ministros de Estado, sendo a Lei
nº 10.683, de 28 de maio de 2003, o diploma legal que organiza a Presidência da República e
seus Ministérios. Integram a estrutura básica dos Ministérios os órgãos especificados no art.
29 da citada Lei, fazendo parte do Ministério da Fazenda a Escola de Administração Fazendária
(ESAF) . Ela é regida pela Portaria MF nº 106, de 03 de junho de 2008 .
49. Pelo fato da ESAF ser um órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, o qual não possui
também personalidade jurídica, integrando ambos a pessoa jurídica de direito público União,
assim como a CJU/SP e o NUESP, permitir a contratação do NUESP com a ESAF equivaleria a
celebrar um contrato da União com a própria União. Ninguém faz contrato consigo mesmo,
mas com outra pessoa física ou jurídica, pois o contrato é um tipo de negócio jurídico, o qual já
possui uma natureza bilateral, no mínimo.
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50. É nesse sentido que a ESAF costumava elaborar “Termo de Cooperação” ou “Termo de
Cooperação para Descentralização de Crédito”.
51. Contudo, com o advento do art. 1º, parágrafo 1º do Decreto nº 8.180/2013, não mais
se adota o Termo de Cooperação, mas o “Termo de Execução Descentralizada”.
3. Pois bem, uma vez fixado que não se trata de contrato, por ser uma mesma
pessoa jurídica, no despacho de aprovação se registrou que, pelo mesmo motivo,
também não se trata de convênio, cuidando-se então de ato de gestão administrativa.
Inclusive o Decreto 8.180, de 2013, no §1º do seu artigo 12-A estabelece que esse ato
configura delegação de competência para a unidade descentralizada promover a
execução de programas, atividades ou ações previstas no orçamento da unidade
descentralizadora.
2. Diferentemente do colega, e com todo respeito à opinião dele, que inclusive pode ser
atualmente majoritária, entendo que não é necessário o parecer jurídico quando se inscreve
servidores em cursos de escola de governo da Administração Direta.
3. Isso porque, como bem ressaltou o colega, de contrato não se trata, porque são uma
só pessoa, um só organismo composto de vários órgãos. E pela mesma razão que não se
contrata também não se faz convênio; também não é juridicamente possível fazer um
convênio consigo mesmo.
4. Ou seja: A Lei 8.666, de 1993, não se aplica no presente caso. Nem na sua definição de
contrato, do parágrafo único do art. 2º (todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da
Administração Pública e particulares), nem na definição doutrinária de convênio.
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5. Nesse sentido, o Decreto 6.170, de 2007, com a redação do Decreto 8.180, de 2014,
estabelece no art. 12-A, §1º, que a celebração de termo de execução descentralizada nas
hipóteses dos incisos I a III do caput configura delegação de competência para a unidade
descentralizada promover a execução de programas, atividades ou ações previstas no
orçamento da unidade descentralizadora.
6. Em sendo uma delegação, isso deixa nítido que a inscrição de servidores em curso é
ato de gestão administrativa, mais especificamente de gestão de pessoas, e bem por isso não
precisa e nem deve ser submetido a órgãos jurídicos, sem que haja alguma dúvida que motive
a isso. Não há questão jurídica ou obrigatoriedade normativa de parecer, então simplesmente
não é tema afeto às consultorias, ao menos, é claro, que surja alguma dúvida jurídica. Nessa
hipótese, a dúvida será objeto da consulta, e não a inscrição no curso e a descentralização do
recurso.
9. Mesmo assim, pode haver casos em que os particulares ou outros entes ofereçam
capacitação parecida a um preço muito mais acessível, de modo que ao invés de capacitar um
número x de servidores, seria possível capacitar duas ou mais vezes esse número. Nessas
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condições, como o objetivo maior é a capacitação, pode ser que uma escola do governo venha
a ser preterida em uma decisão administrativa fundamentada.
10. Mas deve ser hipótese rara. A pesquisa de preço seria mais um cuidado do gestor,
inclusive dispensável. Em havendo preços muito altos na escola de governo, isso deve ser
tratado junto a essa, sem impor o dever a todos os demais órgãos interessados de terem que
se certificar dos valores praticados. É presumível que estejam na adequada faixa de preços,
porque se trata de um outro órgão público.
11. De qualquer forma, esse cuidado o gestor pode ter, sobretudo no início, nas primeiras
delegações à determinada escola de governo, para se certificar da justeza do preço. Depois,
essa “pesquisa” só se tornaria mais uma burocracia no meio de tantas que já assolam a
administração. Poderia, a meu ver, ser relegada a casos bem pontuais, uma vez já constatado
que aquela Escola pratica preços justos.
Todavia, nos chamados “cursos abertos” não se faz TED, porque não se trata de um evento
de capacitação exclusivo para o órgão, mas abertos aos interessados da estrutura da União, Estados e
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Municípios. Até se poderia fazer TED para inscrever servidores federais nos “cursos abertos”, mas o
fracionamento dos valores a serem transferidos por inscrição resultaria em trabalho dispendioso, podendo
gerar até 30 termos por evento de capacitação, o que resultaria em trabalho altamente custoso e moroso,
conflitando com os princípios da eficiência e racionalidade administrativa. Logo, para os cursos abertos,
adota-se a divulgação do valor público do custo da inscrição, que poderá ser recolhida via Nota de Empenho
(em favor da UG/Gestão da ESAF). O valor é recolhido em código específico junto ao Tesouro Nacional,
sendo posteriormente aplicado no FUNTREDE – Fundo Especial de Treinamento e Desenvolvimento,
previsto na Lei Federal nº 9.443/1997, sob a gestão do MF/ESAF.
Frise-se que a Nota de Empenho para recolhimento do custo da inscrição em cursos da ESAF,
neste caso, também se trata de ato de gestão orçamentária/financeira e não de CONTRATAÇÃO. Assim,
como já explicado neste documento, o empenho deverá ser elaborado diretamente no SIAFI, na natureza
de despesa/classificação 33.91.39.48, com a classificação “08 – Não se aplica” no campo Licitação. Portanto,
não se deve abrir um processo de contratação no SIASG para inscrição em cursos da ESAF, pois tal sistema é
utilizado para as CONTRATAÇÕES (serviços, compras) e certamente obrigará a indicação de um
procedimento licitatório. Deve-se, tão somente, elaborar a Nota de Empenho no SIAFI, conforme
informado.
Nota de fixação:
A Nota de Empenho elaborada com a indicação de processo licitatório (inclusive dispensa ou
inexigibilidade), para serviços certos e imediatos, tem efeito de CONTRATO, conforme art. 62 da Lei
8.666/93. Assim, dentro da lógica já evidenciada neste documento, por não ser possível CONTRATAR a
ESAF, o empenho não poderá ser elaborado indicando procedimento licitatório (inclusive dispensa ou
inexigibilidade). Portanto, só resta a elaboração da Nota de Empenho diretamente no SIAFI, com a
classificação “08 – Não se aplica”. Nesta forma, o Empenho não estará substituindo o Contrato, pois será
apenas ato de gestão orçamentária/financeira entre órgãos federais.
Ministério da Fazenda
A fim de facilitar o trâmite processual nos órgãos federais, sugere-se a adoção do seguinte
procedimento, quando da inscrição em “cursos abertos” da ESAF:
I. Instrução de procedimento de liberação da inscrição do(a) servidor(a) interessado(a),
em conformidade com as regras de capacitação do órgão;
II. Indicação da Dotação Orçamentária onde será empenhado o valor a ser recolhido à
ESAF (Tesouro Nacional/Funtrede);
III. Encaminhamento para empenho, no SIAFI, sem abertura de qualquer procedimento
no SIASG, tendo em vista toda a explanação sobre a impossibilidade de realização de
procedimento licitatório (inclusive dispensa ou inexigibilidade), quando da inscrição
em cursos da ESAF;
IV. Enviar cópia digital da Nota de Empenho à ESAF, exclusivamente pelo SISFIE, a fim de
confirmação da inscrição do(a) servidor(a) interessado(a);
V. Ao final do evento de capacitação, elaborar a GR do Empenho no SIAFI e efetuar o
recolhimento.
Apenas como título de sugestão, segue texto para fundamentar a inscrição de servidores em
cursos da ESAF:
(...)
XIII – priorizar, no caso de eventos externos de aprendizagem, os cursos ofertados pelas escolas de
governo, favorecendo a articulação entre elas e visando à construção de sistema de escolas de governo
da União, a ser coordenado pela Escola Nacional de Administração Pública – ENAP;
(...)
Ministério da Fazenda
Neste contexto, a Escola de Administração Fazendária – ESAF é uma escola de governo do Poder
Executivo Federal, sendo um órgão do Ministério da Fazenda, que promove a formação e o
desenvolvimento de servidores públicos, principalmente em quatro macroprocessos fazendários:
Macroprocesso de Gestão; Macroprocesso Orçamentário-Financeiro; Macroprocesso do Crédito
Tributário e Macroprocesso da Promoção e Defesa da Atividade Econômica. As capacitações são
ofertadas aos três níveis do governo: federal, estadual e municipal. Em 06.08.1975, ocorreu a
institucionalização da Escola como Órgão Central de Direção de Atividades Específicas do Ministério da
Fazenda, sendo em 1976 aprovado seu regimento interno (vide última alteração de 2008),
caracterizando-a como um sistema de Educação Permanente e, desde então, tem estado presente na
seleção e no desenvolvimento de servidores públicos. A continuidade e o aperfeiçoamento de suas
ações nos campos da seleção, formação, capacitação e desenvolvimento dos servidores públicos
ampliaram os seguimentos de atuação da Escola.
Ainda, a realização das atividades de capacitação pela Escola de Administração Fazendária – ESAF,
definidas nos autos do Processo Administrativo nº........................., trarão benefício para a(o)
......................................................, uma vez que a Inscrição no evento em questão busca incrementar a
capacitação dos seus servidores.
Diante de todo o exposto e por ser a ESAF órgão integrante da estrutura do Ministério da Fazenda,
ambos integrantes da pessoa jurídica União, ou seja, a mesma pessoa jurídica deste órgão/ente;
vinculados ao mesmo orçamento fiscal e de seguridade social, gerenciados pelo Tesouro Nacional, não
se tratando, portanto, de “pagamento de serviços” à ESAF, mas tão somente do recolhimento de custo
de inscrição junto ao próprio Tesouro Nacional/Funtrede, e, também, por tratar-se de despesa
intraorçamentária; autorizo a emissão da Nota de Empenho diretamente no SIAFI, aplicando no campo
Licitação o código “08 – Não se aplica”.”
III. A ESAF não fornece cópias de empenhos de outros órgãos visando a instruir
processos internos (justificativa de preços). Não faz sentido que uma Escola de
Governo da União tenha seus preços comparados com os do mercado. O valor
recolhido à ESAF sai do cofre do Tesouro Nacional para o próprio Tesouro Nacional.
IV. A ESAF não dá aceites em Notas de Empenho, como se fosse um fornecedor de
serviços. A relação contratual é inexistente, não havendo qualquer possibilidade de
sanção com fulcro na Lei 8.666/93, já que os órgãos são a mesma pessoa jurídica, ou
seja, inexiste a bilateralidade (duas partes), pressuposto básico para a relação
contratual.
Comentário Final:
Processo custa tempo e dinheiro à Administração Pública Federal e, por consequência, ao cidadão.
Ao insistirmos em efetuar os trâmites de forma burocrática sem que haja razão ou motivo que os
justifiquem; envolvendo pessoas, órgãos e instituições num procedimento longo e desnecessário
que ao final não terá qualquer efeito/eficácia; estaremos, certamente, ferindo o princípio da
eficiência e o da racionalidade administrativa. Neste caso específico, estaremos inflando o custeio da
máquina com dispensa e inexigibilidade de licitação com pseudocontratações, quando, de fato, não
se tratam de contratações, mas de serviços prestados, internamente, no âmbito da própria
Administração Pública Federal, ou melhor, no âmbito da mesma pessoa jurídica União.
Ministério da Fazenda
(...)
No artigo 12-A do mesmo Decreto, há a previsão para os tipos de TED possíveis. Grifos
nossos:
IV - ressarcimento de despesas.
Atualmente, para dar agilidade ao processo, a ESAF é quem elabora o TED e seus anexos
(Proposta de Realização de Capacitação(ões) e Plano de Trabalho). À parte Descentralizadora cabe indicar a
dotação orçamentária (Programa de Trabalho / Projeto / Atividade / Fonte / Ação) das naturezas de
despesas a serem executadas no projeto e todo os dados do Representante Legal do Órgão.
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Atenção! a execução dos valores transferidos por TEDs obedece à Lei 8.666/93 (quando da
contratação de serviços de terceiros ou de aquisição de materiais, entre outros). Ainda, considera os
regulamentos internos relacionados à gratificação de encargo de curso e concurso (Lei 8.112/1990 e
regulamentações).
Este documento não é parecer jurídico, no entanto faz a síntese e a análise lógica de pareceres elaborados
por autoridades competentes a emitir pareceres, que estão devidamente citadas no corpo deste
instrumento. Caso haja dúvida, recomenda-se que para se adotar os procedimentos aqui sugeridos que cada
órgão que integre o Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União e/ou integre a pessoa jurídica da
União faça, ao menos uma vez, a devida consulta jurídica junto a seus órgãos competentes.