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SÍNTESE DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

A PRODUTIVIDADE DE REGRAS FORMADORAS DE ADJETIVOS


A PARTIR DE NOMES EM PORTUGUÊS
Geraldo Majela Bernardino Silva
RESUMO: Análise da produtividade de algumas RFP’s [X] N  [ [X]N -suf ]A
- Objetivo: Analisar como se dá a formação de adjetivos derivados sufixados a
partir de nomes, e quais as condições de análise.
Questões básicas quanto à produtividade lexical:
i. Na Língua Portuguesa contemporânea formam-se novos adjetivos por
derivação sufixal
a partir de nomes?
ii. Que regras morfológicas se utilizam dos sufixos adjetivais mais freqüentes?
Linha de trabalho: produtividade lexical.
 Produtividade é a “potencialidade de um elemento ou processo de formação na
produção e/ou no reconhecimento de formas”. (BASÍLIO, 1980:91)
 Não se pretende formalizar ou discutir a derivação sufixal em si, nem
apresentar uma lista de sufixos adjetivais como faz a tradição gramatical.
 Tem-se a intenção de se construir uma teoria capaz de descrever estruturas
léxicas realizadas e fundamentalmente de dar conta da criatividade dos
falantes.
Conclusões da análise efetuada:
- Há diferentes graus de produtividade nas RFP’s.
- Adoção das terminologias gerativas: produtividade, semiprodutividade e
improdutividade.
Organização do trabalho se dá em 5 capítulos:
1. INTRODUÇÃO
1.1 Observações Preliminares:
Tema: Estudo da produtividade das regras morfológicas formadoras de adjetivos
sufixados derivados de nomes em português.
 Numa gramática há regras fonológicas, sintáticas e lexicais.
 O sentido lingüístico de regra contrasta com o sentido da G.T.
G.T. Recomendações para uso G.G.T. Não fornece listas de formas.
considerado correto. Ausência de Regras explícitas, ordenadas de descrição
atenção especial ao aspecto criativo mais econômica e sistemática.
da língua. (ROULET,1978)
CHOMSKY (1965) Gramática gerativo-transformacional = sistema de regras-da-
base (reescrita). Estrutura profunda e estruturas superficiais.
Ex: João declarou que iria sair. (Estrutura Profunda) (BASÍLIO, 1980:29)
A declaração de João (de que ele iria sair). (Estrutura Superficial)
João escreveu uma declaração de que ele iria sair. (Estrutura Superficial)
ARONOFF (1993:1) reconhece que o termo Morfologia (do al. Morphologie
através do fr.) foi inventado por Goethe (Göthe) em 1822. (Dicionário Etimológico Nova
Fronteira de A.G.Cunha).

Base: Elemento que constitui o núcleo de uma construção morfológica, forma


sobre a qual um processo atua para a formação de uma nova palavra. (BASÍLIO,
1989:90)
Base livre: Apresenta-se como uma palavra da língua. (ROCHA, 1998:108)
cartoonesco, postural, maracutaico.
Base presa: Radicais gregos e latinos. (id. 120) (diacronia) Ex: soteropolitano,
freático, nanotecnológico.
RAE: análise de palavras cristalizadas, institucionalizadas. animalesco, braçal,
teatral.
RAE transparente:
a)- composição fonética do sufixo é identificável sem ambigüidade. (Ver acima)
b)- função e/ou significado do sufixo que especifica é definida com precisão, assim
como a classe das bases com que este sufixo pode ser combinado. (BASÍLIO,
1980:52)
RAE opaca: Quando alguma destas condições acima é violada. Estrutura
diferente ou indivisível. (id. 53) aromático por que não arômico? - emotivo
(emoção) - clientelístico por que não clientélico? - cauístico de caos? Mas existe
caótico. E metifítica ?
RFP: É acionada quando há criação de palavras novas, não lexicalizadas:
pasquinesca, clentelística, reducionista, salvacionista, exitosa, postural.
Regras morfológicas que se utilizam dos sufixos adjetivais: -aco, -aico, -al, -ano,
-ão, -ar, -az, -ário, -eiro, -engo, -enho, -eno, -ense, -ento, -eo, -ês, -esco, -este,
-estre, -eta, -eu, -ício, -ico, -il, -ino, -into, -isco, -ista, -ita, -onho, -oso, -ota, -oto,
-udo.
Arcabouço teórico:
Noam Chomsky (1970) Morris Halle (1973) Ray Jackendoff (1975)
Mark Aronoff (1976, M. Basílio (1979-1980- Sérgio Scalise (1984)
1994) 1987)
A. J. Sandmann (1991) Francis Katamba (1993) Graça Rio-Torto (1994)
Ieda Maria Alves (1994) L.C.A. Rocha (1998) Etc...
1.2 A tradição gramatical e os sufixos
Tratamento dado pela G.T. aos sufixos em português não é suficiente porque
a. não se detém ao aspecto criativo da língua;
b. utiliza-se de critérios imprecisos de análise, misturando sincronia com diacronia;
c. desconsidera a possível ausência de elementos morfêmicos sem significado
preciso;
d. pouco explícita em suas análises valendo-se de listas de exemplos sem
generalizações.
1.3 A Hipótese Lexicalista: produtividade
1.3.1 Pressupostos teóricos da Hipótese Lexicalista.
Princípio: Morfologia, juntamente a outros níveis sintáticos, fonológicos e
semânticos é um nível autônomo na gramática possuindo um modelo teórico que
dê conta da competência lexical do falante. (ARONOFF, 1993:8 - base em BAZELL, 1949,
1952 e BEARD 1981, 1987).

i. O Modelo de Chomsky: “Remarks on Nominalization” (CHOMSKY, 1970)


 Não está propondo uma teoria morfológica, mas sugere sua existência.
(ARONOFF, 1976 - BASÍLIO, 1980:29).
 Fenômenos resistentes ao estudo da sintaxe e da fonologia podem ser
elucidados dentro de um nível morfológico.
 Falante-ouvinte ideal deve estar “situado numa comunidade lingüística
completamente homogênea”. (CHOMSKY, 1975:83 apud BASÍLIO 1980:13)
Logo, listas de itens são, em princípio, específicas de uma comunidade
lingüística. (ROCHA 1998:66)
- Em “Linguagem e Pensamento” (CHOMSKY, 1977:21) dá-nos um indício da
natureza do pensamento.
 Citando HUARTE nos dá a entender a nossa competência enquanto falantes: a
inteligência tem três níveis:
a. o mais baixo, “inteligência dócil” - de Aristóteles “nada existe no pensamento
que não lhe seja transmitido simplesmente pelos sentidos”.
b. inteligência humana normal - o ser humano “ajudado pelo sujeito, sem auxílio
de qualquer corpo, produzirá milhares de conceitos de que nunca ouviu falar...
inventa e diz coisas nunca ouvidas...” (cria novas palavras).
c. inteligência criativa: “... alguns, sem arte ou estudo, dizem coisas tão sutis e
surpreendentes, verdadeiras, que nunca foram ditas, ouvidas ou escritas, nem
sequer pensadas.”
 Citando DESCARTES diz que linguagem é um bem particular da espécie
humana. O aspecto criativo da linguagem gira em torno de três observações:
a. O uso da linguagem é inovador.
b. o uso normal da linguagem é livre do controle de estímulos perceptíveis, quer
externos quer internos.
c. o uso normal da linguagem é coerente e adequado à situação.
Conclusão: Estamos longe de entender exatamente aquilo que permite a um ser
humano falar de modo inovador, livre de controle. Isto é um desafio.
ii. Modelo de Morris Halle: “Prolegomena to a Theory of Word Formation” (Halle,
1973)
- Coordenadas gerais que estabelecem um componente morfológico:
A morfologia consiste de três componentes distintos:
a. uma lista de morfemas;
b. RFP’s;
c. Um filtro contendo as propriedades idiossincráticas da palavra.
- Diferenças entre Filtro e Restrição.
Filtro Restrição
1. Só se aplica à estrutura resultante de um 1. Se aplica a dois estágios
conjunto determinado de Regras. sucessivos na derivação.
2. É considerado mais geral, Universal e 2. Limita a aplicação de regras
limitador na construção da teoria. específicas.
3. Bloqueia a geração de uma sentença 3. Bloqueia a aplicação de um
sem levar em conta o conjunto de regras conjunto específico de regras
que foi aplicada. para produzir a sentença.

iii. Modelo de Ray Jackendoff: “Morphological and Semantic Regularities in the


Lexicon” (JACKENDOFF, 1975)
Segundo grande momento de relevância da Hipótese Lexicalista.
- Abandona-se a idéia proposta por Chomsky das entradas lexicais neutras e
adota-se a de entradas lexicais relacionadas, mas separadas.
- Este modelo promove a distinção entre 3 tipos de situações derivacionais:
a. a que envolve palavras formadas por processos regulares; convencional,
religioso
b. a que envolve palavras compostas cujas bases não são palavras autônomas;
biologico, oligopolístico, nanotecnológico.
c. a das regularidades. Prozaquiano, hollywoodiano, vieiriano, romariano...
Prevê-se o significado de -ano = “de, ou pertencente ou relativo a Nb”.
iv. Modelo de Mark Aronoff: “Word Formation in Generative Grammar ” (ARONOFF,
1976)

Terceiro momento relevante para a Morfologia Gerativa Derivacional.


- Dá realce especial aos fenômenos de produtividade lexical.
- Que classes de palavras novas um falante pode criar.
- Princípios da proposta:
a. uma morfologia baseada em palavras; [X]N  [ [X]N y]A ambos os elementos são
formas livres. [braço]N  [ [braço]N -al]A = braço e braçal são formas livres.
b. uma noção de bloqueio de importância crucial para a teoria morfológica, pois
determina as classes vocabulares possíveis no léxico; braçal bloqueia braçano,
bracista, brácico
c. uma noção de regras de truncamento. [ [ nomin + ate]V ee]N nominatee sofre
regra de truncamento de que resulta nominee. As regras de truncamento não são
suficientes para manter a proposta de Aronoff. (BASÍLIO, 1980:39)
Ex: [ [espasmo]N + -tico] espasmotico sofre regra de truncamento de que resulta
espástico. Ex: espástico (Showbiss 6-96). Existe também espasmódico.
- Para Aronoff não é o alto índice de ocorrência que identifica a produtividade
lexical, o que deve definir uma regra como produtiva é o fato de se prestar à
formação de novos itens no léxico. (MIRANDA, 1979)
- Admite diferença entre classes de palavras reais e possíveis no léxico:
 RFP’s são regras acionadas para criar novas palavras e RAE's são regras para
analisar palavras já existentes.
 Apenas RFP’s podem servir como RAE's; a recíproca não é verdadeira.
- Conseqüências positivas da preocupação de Aronoff com as classes de palavras
possíveis:
Três propriedades estabelecidas relativas à produtividade das RFP’s:
a. relação entre restrições morfológicas de base e produtividade;
b. relação direta entre coerência semântica e produtividade;
c. fenômeno do bloqueio que ocorre pela existência de outra forma que já
preenche o seu papel no léxico.

v. Modelo de Margarida Basílio: “Estruturas Lexicais do Português: Uma


Abordagem Gerativa” (BASÍLIO, 1980).
- Basílio apresenta uma morfologia baseada não em palavras ou radicais,
enquanto tais, mas em elementos lexicais detectáveis, sejam formas livres ou
formas presas.
- A noção de competência - conhecimento que o falante tem de sua língua é um
dos conceitos básicos na teoria gerativa.
- Léxico não pode ser considerado como uma mera lista de entradas lexicais.
- Competência lexical do falante nativo inclui:
a. o conhecimento de uma lista de entradas lexicais;
b. o conhecimento da estrutura interna dos itens lexicais e relação entre vários
itens;
c. conhecimento subjacente à capacidade de formar entradas lexicais novas.
2- A formação de adjetivos a partir de nomes.
- Adotamos o termo nominalização para tratar da formação derivacional de
adjetivos a partir de nomes.
- Em Remarks, nominalização é o processo de formação derivacional de nomes a
partir de verbos (os nomes são então chamados deverbais)
- BASÍLIO (1987:14) denomina o processo de formação de palavras por derivação
de processo de combinação binária entre uma base e um afixo.
- COSTA (1993), tomando como base a combinação binária entre uma base e um
afixo distribui os processos morfofonológicos em dois grandes grupos:
a. Processo dos afixos - modificação da forma dos sufixos condicionada por
alguma propriedade da base. (sufixos adjetivais alomórficos) jazzístico, aromático,
prozaquiano
b. Processo das bases - um conjunto de processos que modificam a forma
fonológica das bases que são condicionados pela formação de itens lexicais por
derivação. acional (ação), cardíaco (cord), cipriota (Chipre), sabático (Sábado),
polaco (Polônia), puritano (purismo)
- Para determinação dos elementos sufixais, não levamos em consideração o
caráter diacrônico da introdução desses elementos em português.
- Alguns objetivos perseguidos por este trabalho são:
= Dar a conhecer alguns paradigmas derivacionais do português brasileiro
contemporâneo.
= Equacionar alguns aspectos da problemática que a identificação dos
paradigmas suscita.

Quadro teórico e metodológico que permite identificar o mecanismo


derivacional de produção lexical:
2.1 Metodologia
Objetivo: Estudar a produtividade lexical no Português do Brasil, e as regras
morfológicas formadoras de adjetivos sufixados derivados de nomes.
Objetivos teóricos:
 Analisar como se dá a formação de palavras por derivação sufixal na
Lingüistica Gerativa.
 Avaliar a capacidade do falante compreender e produzir adjetivos a partir de
nomes.
 Analisar fenômenos relacionados ao processo de formação de palavras não
abordados pela G.T. a partir de novas perspectivas da teoria lexical na
Gramática Gerativa
- Observação: O objetivo não é a formalização ou discussão da derivação sufixal
em si, mas a descrição de algumas regras que fazem uso de sufixos adjetivais
mais relevantes do português.
Objetivos metodológicos:
 Coletar dados de introspecção, sobre a formação de adjetivos derivados de
nomes.
 Relacionar dados de introspecção – enquanto falante nativo, cidadão que vive
em contato com outros falantes (colegas e alunos), com a mídia falada (rádio e
TV) e escrita (revistas e jornais) e professor de Língua Portuguesa da Escola
Pública / M.G.
 Construir uma teoria capaz de, não apenas descrever as estruturas lingüísticas
efetivamente realizadas, mas fundamentalmente, dar conta da criatividade dos
falantes - sua capacidade de produzir e compreender estruturas léxicas
desconhecidas.
Objetivo prático:
 Fornecer subsídios teóricos para a análise do processo de formação de
palavras, derivação por sufixação – adjetivos produtos de nomes pelo
acréscimo de sufixos adjetivais.
2.2 Paradigmas derivacionais: (RIO-TORTO, 1994:319)
i. É essencialmente de natureza aditiva a operação que sustenta o processo
léxico-genético do português: a derivação.
ii. A derivação consiste na adjunção de uma base e de um operador afixal.
iii. Um dos processos que envolve operações de afixação em português é a
sufixação.
iv. Uma RFP define-se por uma relação semântico-categorial mas não
necessariamente unicategorial. A serviço de cada paradigma de derivação por
sufixação estão operadores afixais (sufixos).
v. Determinar o conjunto de RFP’s duma língua implica ser capaz de abstrair das
regularidades derivacionais observáveis as relações derivacionais sistêmicas que
consubstanciam as regras de produção lexical dessa língua.
vi. A identificação da estrutura construída de cada produto derivacional requer a
consideração conjunta da estrutura mórfica e da estrutura semântica deste.
- RIO-TORTO propõe paráfrases para representar, de forma simplificada, a
significação genérica dos produtos derivacionais.
- Produtos adjetivos não deverbais. Processos que derivam Adjetivos de Nomes.
- Sufixos adjetivais apresentam:
a. aspecto fonético: seqüência de sons;
b. aspecto funcional: formador de adjetivos sufixados a partir de nomes;
c. aspecto semântico: os sentidos adquiridos na sufixação.
 Sufixos “homófonos”: apresentam a mesma seqüência de sons (aspecto
fonético) a mesma função (aspecto funcional) mas de aplicação ou sentidos
diferentes. (BAUER, 1983:244 - ROCHA, 1998:109) africano, clintoniano, republicano,
corintiano
 Sufixos “concorrentes”: distintos sob o ponto de vista fonético, apresentando
o mesmo sentido e/ou função. (ROCHA, 1998:112) siríaco, aramaico, torresão,
brasileiro, hondurenho, chileno, cearense, francês, lisboeta, europeu, céltico,
londrino, uruguaio, paulista, israelita, cairota, espanhol, asiático
 Sufixos “categoriais”: mudam a categoria lexical da base nome para a
categoria lexical produto adjetivo. (ROCHA, 1998:114) (ver acima)
 Sufixos “significativos”: em que se pode apontar algum componente
semântico. (id.)
 Formação Esporádica (FE): “nonce-formation” = palavra complexa nova,
criada sob o impulso do momento, para satisfazer necessidade imediata.
(BAUER, 1983:45) newtista, maracutaico, romariano, cartoonesca, baianês,
paulistês, zagalista, itamarista
- FE é criada de acordo com as RFP’s e passa a ser (FI) Formação
Institucionalizada quando o item se torna familiar. (ROCHA,1998)
2.3 RESTRIÇÕES E BLOQUEIOS
- RESTRIÇÕES:
Há duas restrições ou condições de ordem pragmática à produtividade lexical:
a. Existência do objeto a ser designado (BAUER, 1983:85).
b. Nomealidade: só se cria uma nova palavra quando o falante sente necessidade
dela por não encontrar outra no léxico para a expressão do que pretende.
Tipos de Restrições:
a. Fonológicas: “cada língua dispõe de regras fonotáticas específicas, que
descrevem a combinabilidade de fonemas nas diversas posições (no início,
meio ou fim da sílaba)”. (BUSSMAN, 1983 apud SANDMANN 1991:61)
bondoso, bondadoso, messiânica, messíaco, aromático, arômico
b. Semânticas: determinado sufixo seleciona a base com que vai unir, pela
categoria sintática a que a mesma pertence. Sarnento (sarna + -ento),
falcatruento, (falcatrua + ento) mas não se forma florento (de flor)
c. Sintáticas: muitos sufixos se unem, exclusiva e preferencialmente a bases
pertencentes a determinada categoria gramatical ou classe de palavras e não a
outras: formoso (nome + -oso), braçal (nome + -al), lanranjal (nome + -al)
d. Morfológicas ou morfofonológicas: Certas palavras primitivas com determinada
característica de base, seleciona invariavelmente um sufixo. acional,
lampiônico
e. Sintagmáticas: restrições à produtividade lexical e aspectos de estilística:
“Quanto menos uma regra é utilizada, tanto mais forte é o efeito de seu
desempenho lingüístico criativo” (MOTSH, 1977:186 apud SANDMANN,
1991:70) policialesco, topetudo possuem força de conteúdo que une função
representativa às de exteriorização psíquica e apelo. (BÜHLER, 1934:12 apud
SANDMANN, 1991:70)
Função representativa = sentido das bases (polícia, topete).
Função psíquica e apelativa = sentimento depreciativo (pejoratividade).
BLOQUEIO:
- Quando já existe no léxico outra forma já cristalizada que desempenha a
mesma função que a nova forma desempenharia (CAVALCANTI, 1988:12).
- Tipo de restrição. Não é realmente um princípio geral da organização do léxico,
mas a expressão de uma tendência direcionada a economia no léxico.
(KATAMBA, 1993)
Ex: Não se forma roubador porque já existe ladrão (BAUER, 1983:87 apud
KATAMBA, 1993:73), agrupamento bloqueia ?agrupação. Não quer dizer que ?
agrupação seja impossível, estrelado bloqueia ?estreludo. Não quer dizer que ?
estreludo não seja possível,
efetuação bloqueia ?efetuamento. Mas é possível que se diga ?efetuamento.
- Espera-se que em condições normais não sejam produzidos: roubador,
agrupação, estreludo e efetuamento

3- O ESTUDO DAS REGRAS DE FORMAÇÃO DE ADJETIVOS A PARTIR DE


NOMES:
3.1 Regras produtivas: com sufixos -ano, -ista, -ense. Aquelas que, hoje em dia,
são mais acionadas pelos falantes para a criação de novas palavras.
3.1.1 REGRA Nb + -ano  A
3.1.1.1 Introdução
Paráfrases para representar, de forma simplificada, a significação genérica dos
produtos derivacionais: relativo a, naturalidade - procedência, seita, partido
3.1.1.2 -ANO “naturalidade - procedência”
RAE RFP
tijucano - romano - alagoano - peruano hollywoodiano - frankfurtiano ?Jupiteriano
3.1.1.2.1 Regras concorrentes na formação de adjetivos étnicos, pátrios, gentílicos
-aco, -aico, -ão, -eiro, -enho, -eno, -ense, -ês, -eta, -eu, -ico, -ino, -io, -ista, -ita,
-ota, -ol, -tico
3.1.1.2.2 Produtividade da Regra Nb + -ano  A
3.1.1.3 -ANO “referente a”
RAE RFP
hegeliano, wagneriano, elizabetano clintoniano, romariano, glauberiano
3.1.1.3.1 Produtividade da RFP Nb + -ano  A
?basiliano (M.Basílio), ?cardosiano (F.H.Cardoso), ?macediano (E.Macedo)
3.1.1.4 -ANO “seita”
RAE RFP
luterano, ?macediano (E.Macedo), ?joniano (J.Jones) ?asahariano
maometano (Asahara)
3.1.1.4 Regra concorrente
romariano, clintoniano, itamarista, newtista, zagalista, malufista
glauberiano
?romarista, ?clintonista, ? ?itamariano, ?newtoniano, ?zagaliano, ?
glauberista malufiano
3.1.1.5 Outras aplicações da Regra Nb + -ano  A
craniano, esofagiano, faringiano, laringeano,ovariano,tiroidiano
corintiano, atleticano, americano, sorocabano, curitibano
3.1.2 REGRA Nb + -ista  A
3.1.2.1 Introdução
Paráfrases para representar, de forma simplificada, a significação genérica dos
produtos derivacionais: relativo a, procedência, seita, partido, filiação.
3.1.2.2 -ISTA “filiação”
RAE RFP
budista, vitorista, janguista, itamarista, newtista, quercista, varguista
sebastianista, stalinista, florianista, ?cirista, ?lulista, ?eneísta
guevarista

petista (PT), peemedebista (PMDB), peessedebista (PSDB, pefelista (PFL),


pedetista (PDT)
3.1.2.3 -ISTA “naturalidade”
paulista, nortista, sulista, campista, santista, sefardista
3.1.2.4 -ISTA “simpatizante, torcedor”
flamenguista, gremista, santista
calvinista, Katinguelista, taekwondista
3.1.3 REGRA Nb + -ense  A
3.1.3.1 Introdução:
Paráfrases para representar, de forma simplificada, a significação genérica dos
produtos derivacionais: relativo a, naturalidade, simpatizante, torcedor.
3.1.3.2 -ENSE “naturalidade – procedência"
alagoense, Amazonense, Barbacenense, Piedense, São-joanense,
Uberlandense
3.1.3.3 -ENSE “simpatizante, torcedor”
botafoguense, banguense, cruzeirense, palmeirense, matonense, fluminense,
ceebense (CEB)

3.2 Regras semiprodutivas com os sufixos: -ico, -al, -esco, -ento, -oso, -udo
3.2.1 Introdução: O termo semiprodutivo pode ser utilizado em lingüística com
referência a formas que têm uma criatividade limitada ou ocasional. Não têm a
recorrência das regras produtivas.
3.2.2 REGRA Nb + -ico  A
RAE RFP
espástico, messiânico, babilônico, clientelístico, gengiscânico, lampiônico,
famélico, napoleônico, apocalíptico, estalônico, narcísico, aidético (AIDS)
pantagruélico
3.2.3 REGRA Nb + -al  A
braçal, cerebral, espacial, global, patronal, autoral, anual, semanal, teatral, vital
acional, adicional, condicional, educacional, emocional, ficcional, nacional,
regional
3.2.4 REGRA Nb + -esco  A
3.2.4.1 Introdução: Paráfrases para representar, de forma simplificada, a
significação genérica dos produtos derivacionais: “pejoratividade”, “relativo a”,
“nexo”.
3.2.4.2 -ESCO “pejoratividade
RAE RFP
animalesco, folhetinesco, livresco, cerberesco, pasquinesco,
novelesco cartoonesco
3.2.4.1.1 Sufixos adjetivais concorrentes com -esco na aplicação de
pejoratividade.
literateiro, mexeriqueiro catarrento, piolhento chifrudo, cornudo, bundudo
3.2.4.1.2 Nb substantivos nome de autores + -esco
alencaresco, dantesco, disneyesco, lopesco, machadesco, orwellesco,
queirosesco
3.2.5 REGRA Nb + -ento  A
3.2.5.1 Introdução
3.2.5.2 -ENTO “pejoratividade”
piolhento, pulguento, lesmento, farrapento, melento, suarento,
visguento
3.2.5.3 palavras de conotação negativa + -ENTO
intriguento, violento, xexelento, catarrento, remelento, peçonhento,
gosmento
3.2.5.4 –ENTO “posse”
barrento, ciumento, poeirento, sedento, vidrento
3.2.6 REGRA Nb + -oso  A
3.2.6.1 Introdução: Paráfrases para representar, de forma simplificada, a
significação genérica dos produtos derivacionais: que tem ou possui X ou que
pratica X.
3.2.6.1 -OSO “posse”
crimonoso, afetuoso, famoso, tuberculoso, preguiçoso, leitoso, montanhoso,
brioso
bondoso, calamitoso, caridoso, curioso, idoso, piedoso, vaidoso
3.2.7 REGRA Nb + -udo  A
3.2.7.1 Introdução
3.2.7.2 –UDO “pejoratividade”
aspudo, chifrudo, cornudo, galhudo, guampudo
barrigudo, bochechudo, ?braçudo, ?coxudo, ?pezudo, ?
narigudo, pentelhudo, pestanudo, ?sobrancelhudo
pelancudo
Sem traço negativo
carnudo, forçudo, polpudo, pontudo, sisudo, sortudo

3.3 Regras Improdutivas com os sufixos: -aico, -ar, -eno, -enho, -eo, -ino, -il,
-ário, -eiro, -ício, -onho, -ão, -eu, -eta, -ita, -ota, -oto, -ês, -isco, -este, -estre,
-engo
3.3.1 Introdução: Aquelas regras que embora tenham sido usadas para formação
de adjetivos já cristalizados, fossilizados, hoje em dia não são mais acionadas.
3.3.2 REGRA Nb + -aico  A
3.3.2.1 Introdução
3.3.2.2 -AICO “naturalidade” Judaico, caldaico, aramaico, hebraico
3.3.2.3 -AICO “de semelhança, similitude” prosaico, epopaico, maracutaico
3.3.3 REGRA Nb + -ar  A
3.3.3.1 Introdução
3.3.3.2 -AR “relação” escolar, hospitalar, parlamentar, peninsular, solar
3.3.3.3 -AR “tipicidade” familiar, militar, secular
3.3.3.4 -AR “órgãos e partes do corpo” alveolar, glandular, pulmonar, ocular
3.3.3.5 -AR “pessoas” ancilar, consular, popular
3.3.4 REGRA Nb + eno  A
3.3.4.1 Introdução
3.3.4.2 -ENO “naturalidade” chileno, nazareno, madrileno, santareno, tirreno
3.3.4.3 -ENO “tipicidade” terreno
3.3.5 REGRA Nb + enho  A
3.3.5.1 Introdução
3.3.5 3.3.5.2 -ENHO = “naturalidade” extremenho, hondurenho, limenho
3.3.5.3 -ENHO = “similitude” ferrenho, roufenho
3.3.6 REGRA Nb + -eo  A
3.3.6.1 Introdução
3.3.6.2 -EO = “partes do corpo” faríngeo, laríngeo, ósseo
3.3.6.3 -EO = “tipicidade” argênteo, áureo, lígneo (bases presas)
3.3.7 REGRA Nb + -ino  A
3.3.7.1 Introdução
3.3.7.2 -INO = “naturalidade” belorizontino, argelino, londrino, marroquino
3.3.7.3 -INO = “tipicidade” alabastrino, cristalino, purpurino
“semelhança ou propriedade” aquilino, bovino, canino, ovino
“semelhança ou similitunde” afonsino, draculino, manuelino
3.3.7.4 -INO = “simpatizante – torcedor” são paulino, vascaíno, bragantino
3.3.8 REGRA Nb + -il  A
3.3.8.1 Introdução
3.3.8.2 -IL = “posse – que tem ou possui” febril, fabril, mercantil
3.3.8.3 -IL = “semelhança” estudantil, infantil, meninil, mongil, mulheril
3.3.9 REGRA Nb + -ário  A
3.3.9.1 Introdução
3.3.9.2 -ÁRIO = “tipicidade” aeroviário, bancário, imobiliário, portuário,
rodoviário
3.3.10 REGRA Nb + -eiro  A
3.3.8.2 Introdução
3.3.8.3 -EIRO = “naturalidade” brasileiro, campineiro, costeiro, mineiro
3.3.10.3 -EIRO = “tipicidade” hoteleiro, caseiro, domingueiro, ordeiro
3.3.10.4 -EIRO = “pejoratividade” arteiro, fofoqueiro, literateiro, patrioteiro
3.3.11 REGRA Nb + -ício  A
3.3.11.1 Introdução
3.3.11.2 -ÍCIO = “relação” abortício, natalício, vitalício, adventício
3.3.12 REGRA Nb + -onho  A = “Hábito” enfadonho, medonho, risonho
3.3.13 REGRA Nb + -ão  A “naturalidade” beirão, coimbrão, torresão
3.3.14 REGRA Nb + -eu  A “naturalidade” caldeu, cananeu, europeu
3.3.15 REGRAS Nb +-eta  A, Nb +-ita  A, Nb +-ota  A e Nb +-oto  A
“procedência” belemita, israelita, cairota, cipriota, lisboeta, minhoto
3.3.16 REGRA Nb + -ês  A “naturalidade” albanês, chinês, Japonês
3.3.17 REGRA Nb + -isco  A “naturalidade” mourisco, levantisco
3.3.18 REGRAS Nb + -este  A e Nb + -estre  A “pertença” : celeste,
agreste,
alpestre, campestre, silvestre,
rupestre.
3.3.19 REGRA Nb + -engo  A “semelhança ou propriedade”: avoengo,
mulherengo,
realengo,
vilarengo
4. CONCLUSÃO
 Depreensões de nossa intuição:
 Na lista de sufixos estudados, todos são elementos realmente reconhecidos
e analisados como sufixos.
 reconhecimento dos componentes morfológicos separados (bases e
sufixos) exerceu papel fundamental na análise.
 Grande parte dos sufixos adjetivais é passível de atribuição semântica,
condicionada às características da base.
 Sufixos isoladamente são elementos vazios de significado.
 Alguns sufixos adjetivais são mais usados pelos falantes que outros.
 A competência do falante nativo em criar novos adjetivos está inerente à
G.U. internalizada como se fosse uma informação genética.
 A RFP Nb + -sufixo  A é amplamente utilizada pelo falante da Língua
Portuguesa.
- As regras morfológicas são:
 Produtivas: com sufixos adjetivais: -ano e -ense para formar adjetivos
gentílicos, pátrios ou étnicos, principalmente -ense. Com sufixos adjetivais:
-ano e -ista a partir de nomes.
 Semiprodutivas: com sufixos adjetivais: -al, -ar, -ário, -eiro, -esco, -tico, -oso,
-udo
 Improdutivas (a maioria): com os sufixos adjetivais: -aco, -aico, -ão, -az, -engo,
-enho, -eno, -eta, -lento, -eo, -este, -estre, -eu, -ício, -ico, -il, -ino, -az, -ita, -ota,
-oto

Respondendo às Perguntas iniciais:


i. Como, hoje, nós, falantes da Língua Portuguesa, formamos adjetivos derivados
sufixados novos com o acréscimo de sufixos adjetivais a nomes?
ii. Formam-se novos adjetivos derivados sufixados a partir de nomes na Língua
Portuguesa contemporânea?
 RFP não é tão freqüente quando a RAE, muito menos como a regra sintática
que é obrigatória a cada momento (diferença crucial entre elas)
 As RFP’s estão aí à disposição na gramática internalizada do falante,
conferindo vivacidade à língua.
 Fatos novos, evoluções científicas e tecnológicas, bem como relações sociais
e políticas novas sugerem adjetivos novos. New-unionistas.
Outras perguntas que poderiam ser matérias de maiores investigações:
i. Quais são os textos que são particularmente favoráveis à formação de novos
adjetivos a partir de nomes?
ii. É possível fazer alguma relação entre um tipo de texto e de sufixo adjetival?
 Não nos ativemos a estas perguntas, mas podemos em princípio dizer que:
 Percebemos a formação de novos adjetivos em textos narrativos
jornalísticos tanto na mídia escrita quanto falada (em 181 exemplos, 59 são
formações inéditas).
 O mesmo não podemos dizer de textos narrativos, como os que ocorrem
em exemplos dos 5 volumes do PGPF - NURC, em cujo levantamento de
adjetivos derivados sufixados não encontramos sequer um exemplo que
contivesse adjetivo novo entre as 264 frases.
Este é um problema que demandaria um outro tipo de estudo.
Esperamos que o nosso trabalho sobre a situação de algumas RFP’s possa
contribuir para o desenvolvimento de estudos lexicais, principalmente relativos à
formalização e à discussão de derivação sufixal.

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