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3 ASPECTOS PASTORAIS

De forma panorâmica, observamos nossas comunidades, no que dizem respeito as


celebrações litúrgicas: ritos e formas. Ao nos depararmos com as realidades de nosso povo,
percebemos a grande sede de mudanças por uma liturgia que envolva a todos e cada um na sua
singeleza. Por outro lado, temos o grande desafio que é o catolicismo radicalizado, puramente
tradicional que se apresenta como um retrocesso para uma liturgia que não é estática, mas está
em pleno movimento. Em outro extremo temos os laxistas que fazem uma má interpretação das
normas litúrgicas e dos documentos do magistério da igreja e, assim chegam ao outro extremo
onde tudo “pode”, esvaziando assim o sentido litúrgico.

Essa busca por uma liturgia mais próxima do povo não é de hoje. Podemos perceber
que já desde o Concilio, as igreja da América Latina eram desejosas de mudanças. As respostas
conciliares, parecem ter encontrado receptividade nessas igrejas: “Haviam homens e mulheres
exigindo uma Igreja mais fiel ao evangelho e atenta à realidade do povo, capaz de se expressar
e celebrar a fé da maneira mais compreensiva e ligada ao cotidiano da vida” (coleção sendas da
CNBB vol.7.p.11)

Neste sentido abordaremos, neste capítulo algumas questões que possam auxiliar
na compreensão da celebração litúrgica em nossa igreja. Apresentaremos um pouco a questão
da inculturação, como aplicar isso na prática litúrgica, sem transgredir o ritual celebrado?
Traçar pontos que leve nossos fieis a adentrar no espirito litúrgico; apresentando assim uma
uniformidade para a vivencia universal da liturgia; faremos um apanhado histórico sobres as
vestes dos celebrantes e dos ministros – isso distancia o povo do padre? Também, neste capitulo
faremos um panorâmico do concilio de Trento ao concilio vaticano II, o que mudou? Foi bom
para o povo? Em via de buscar resposta a essas questões, comecemos então por este último
ponto para termos uma melhor compreensão de nossa vida litúrgica.
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3.1 Reforma litúrgica: Trento e vaticano II (p.75, 84, 87)

O concilio de Trento

O dossiê reunido pelo Concilio de Trento no que tangia à reforma litúrgica referia-
se antes de mais na à celebração da missa e ao oficio divino. Neste sentido, o Decretum de
observandis et evitandis in celebratione Missae (Decreto do que se deve observar e evitar na
celebração da Missa), foi um dos decretos emitidos em 17 de setembro de 1562, na Sessão XXII
do Concílio de Trento, no terceiro e último período tridentino do concílio (1562-1563).

Entre outros aspectos, o documento emitiu uma breve porém contundente proibição
das "músicas, onde assim no órgão, como no canto se mistura alguma coisa impura e lasciva".
Na sessão XXII do Concílio de Trento (17 de setembro de 1562), foram definidas as questões:
“Doutrina do sacrifício da Missa; Decreto do que se deve observar e evitar na celebração da
Missa; Decreto da Reforma; Decreto sobre a petição da concessão do cálice e a Publicação da
sessão seguinte” (Martimort, 1988, p.77).

Conforme Martimort, a solução dos problemas fundamentais colocados pelos


reformadores “dependia essencialmente das decisões dogmáticas que tomaria o concilio a
respeito do sacrifício da missa e a eficacidade dos sete sacramentos”, ao mesmo tempo teria
que dar resposta “às questões relativas à introdução da língua vulgar no culto e à comunhão em
duas espécies” (Cf. Martimort 1988, p.77). Ele ainda salienta que por ocasião da 22ª sessão, “o
Concillio definiu solenemente o valor sacrifical da missa, bem como a legitimidade dos ritos
que celebram”, colocando em destaque as duas mesas da assembleia eucarística: “a da palavra
e a do corpo do Senhor que, por si mesma”, é um convite à comunhão dos fieis toda vez que
participam da missa”.

3.2 Aspectos gerais do decreto

Após informar que "se tem introduzido muitas coisas contrárias à dignidade de um
tão grande sacrifício", o decreto determinou que "os bispos ordinários dos lugares tenham
particularíssimo cuidado e estejam obrigados a proibir e abolir tudo o que se tem introduzido".

Entre as proibições estão a cobrança indevida de esmolas e serviços, a celebração


de Missa por sacerdote desconhecido ou criminosos, a celebração de Missas em casas
particulares, as "músicas, onde assim no órgão, como no canto se mistura alguma coisa impura
e lasciva", a celebração de Missas fora das horas prescritas e a celebração de certo número de
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Missas com de certo número de velas. Paralelamente, o decreto determina que "expliquem ao
povo donde provém principalmente o precioso e celestial fruto desse santíssimo sacrifício" e
"exortem também o mesmo povo a que, nos domingos e festas maiores, concorra com
frequência às suas paróquias".

3.3 Vaticano II

O papa João XXIII solenemente deu início ao Concílio Vaticano II, atendendo à
voz do Espírito que impelia à abertura de portas e janelas para a entrada de novos ventos na
Igreja. Esse grande acontecimento do Espírito do Senhor, seguido pelas Conferências de
Medellín (1968), Puebla (1979), Santo Domingo (1992) e Aparecida (2007), marcou a vida e a
missão da Igreja.

O concílio propôs uma volta às origens, redefinindo a liturgia como cume e fonte e
como lugar privilegiado da experiência de salvação realizada pelo mistério pascal de Cristo
Senhor, centro e mediador da história salvífica. Uma liturgia celebrada de forma ativa, plena,
consciente e frutuosa por todo o povo de Deus, povo sacerdotal (sacerdócio comum e ordenado)
que possui costumes, língua e riquezas culturais muito próprias (cf. SC 5-8; 10.14).

O Concílio Vaticano II mudou também o conceito e o jeito de ser da Igreja.


Lembrou à Igreja que ela é povo de Deus. A Igreja é o povo de Deus, corpo de Cristo, do qual
ele é a cabeça (LG, n.9-17).

A Igreja é então constituída por um povo de batizados. O concílio valorizou ainda


o sacerdócio comum dos fiéis, ressaltando que todo o povo, batizado participa do sacerdócio de
Cristo. Também destacou a diversificação dos ministérios litúrgicos como expressão da Igreja-
comunhão, Igreja corpo de Cristo, em que cada membro tem a sua tarefa específica em função
do bem comum da comunidade.

As mudanças provocadas pelo Vaticano II nos princípios teológicos das mais


diversas áreas da vida eclesial (teologia litúrgica, eclesiologia etc.) tiveram repercussão na
prática da Igreja.

Por exemplo, sendo a Igreja todo o povo de Deus, nas celebrações todos devem
participar. O concílio pede: “Nas celebrações litúrgicas, cada qual faça tudo e só aquilo que
pela natureza da coisa ou pelas normas litúrgicas lhe compete” (SC 28). Ninguém deve
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acumular funções na liturgia (SC 28-29). Cada membro é sujeito e tem a sua função específica
em favor do bem comum da comunidade.

Os padres conciliares aprovarão a constituição Sacrosanctum Conlilium em 04 de


dezembro de 1963. Hoje nos perguntamos: como foi a recepção das orientações do concilio?
Até que ponto o espirito das reformas entrou no “estilo” do nosso celebrar? A compreensão
que, hoje em dia, grande parte dos católicos tem da liturgia é bem melhor e, em geral a
participação litúrgica cresceu, como desejava o concilio ( Cf. SC, 1-2,10,14 etc).

O Vaticano II é muito importante para a Igreja de hoje, não queremos aqui


desmerecer o Concílio de Trento que também foi um passo significativo na vida da Igreja, à
sua época. Contudo o Concílio Vaticano II, teve maior abertura no seguimento litúrgico. Pois
sabemos que não basta mudar os livros litúrgicos, para melhorar a qualidade da liturgia. Para
fazer da vida um verdadeiro louvor agradável à Deus, é necessário, antes de tudo, mudar o
coração.

3.4 Realidade que temos e o que desejamos

Traçando um perfil litúrgico de nossa realidade, nos deparamos com diversas


formas: ora aparece de modo simples, isso se dá em uma igreja moderada, que tentar agir dentro
das normas litúrgicas levando em conta as circunstâncias pastorais. Por outro lado, nos
deparamos com uma liturgia tradicionalista, que tende a fazer ao pé da letra e acaba por reprimir
a participação do povo, como suscita o Vaticano II. Por fim encontramos uma liturgia do
laxismo: do tudo pode. Isso acaba, por degradar a liturgia ao qual se deseja: “onde cada um faz
aquilo que lhe compete” sem transgredir a normas da liturgia.

Conforme Gesse (2016, p.87), liturgicamente falando a proposta de Jesus é uma


Igreja fervorosa para resistir a força de tradições e a própria atuação velada do diabo no
ambiente do culto. Destarte, se infere que não devemos, em uma ação litúrgica, fazer nada mais
que aquilo que é estabelecido pela Santa Igreja, levando em conta sempre as circunstâncias
pastorais.

A configuração de Igreja. Atualmente percebemos uma igreja atuante, porém


individualista: “as pessoas querem optar pela sua preferência religiosa sem ser importunadas
pela ideia de uma liturgia de caráter comum” (Gesse, 2016, p.88). Neste sentido, temos, assim
uma liturgia que se adeque aquilo que eu goste, como quero que seja.
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É muito comum se observar fieis que vivem em uma paróquia, mas como a liturgia
ou a homilia do padre não são de acordo com os moldes pensados, estes migram para outras
paróquias ou comunidades, onde atendam suas necessidades. Tudo isso se configura como uma
liturgia seletiva: vou onde me agrada. Isso no perfil de grandes cidades. Porém nas pequenas
cidades, e ou comunidades, estes fieis quando não, deixam de ir às missas e ficam em casa
assistindo aquela missa pela TV. Ou ainda preferem ficar em casa ao ter que ir ouvir aquele
padre ou pregador. Conforme Romano Gaudini (1985 – 1968), “a liturgia não diz Eu, mas Nós...
A liturgia apoia-se não no individuo, mas na comunidade dos fieis” (Cf. O espirito da liturgia
– tradução RIBEIRO F. A., edição particular, p.43).

Esse modo de vida é contrário ao estilo de vida litúrgica que a Igreja procura viver:
“A Igreja procura constantemente fazer da liturgia a fonte de sua vida espiritual, de modo que,
associados pelos ‘mistérios pascais’, os cristãos vivam ‘unidos no amor’ e sejam fieis na vida
a quanto recebem pela fé” (CNBB: Coleção sendas. Vol. 3).

Eis o desafio de nossa atual realidade: convenção pastoral. Uma volta as origens.
Para sermos fieis a tradição, é preciso ter coragem de mudar! Pois a tradição vive de mudança.

3.5 Pastoral da Liturgia

Uma visão geral da liturgia abre caminhos novos para a vida da Igreja e não
dissimula, mas ressalta os grandes desafios que urge enfrentar. Promover a liturgia já é ação
pastoral. “O coração e celebro desta pastoral é a equipe de pastoral litúrgica em nível nacional,
diocesano e paroquial” (Doc. CNBB, 43, n.186). Portanto, Cabe-lhe com a CNBB, com o bispo
ou com o pároco planejar, nos respectivos campos de ação, a pastoral litúrgica, aprofundar
sempre mais seu conteúdo teológico, formar agentes e organizar sua ação. No Brasil a pastoral
litúrgica é organizada em três setores: o setor da celebração propriamente dito (mais conhecido
como pastoral litúrgica), o setor de canto e música litúrgica, o setor do espaço litúrgico e da
arte sacra.

A pastoral litúrgica implica ainda cuidados com a preparação, a realização e a


avaliação das celebrações, com a formação do povo e dos ministros e também com a
organização da vida litúrgica nos vários níveis eclesiais. Como escreve Pe. Gregório Lutz1:

1
LUTZ, Gregório. “Pastoral litúrgica”, in: SEMANA DE LITURGIA, 22, 2008, São Paulo. Pastoral
litúrgica 40 anos depois de Medellín: memória, desafios e perspectivas. São Paulo, 2008. Apostila.
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“Esta divisão corresponde, portanto, a um tríplice objetivo da pastoral litúrgica, que é promover
celebrações autênticas, a formação litúrgica, a organização da vida litúrgica”. Esses três
objetivos, como afirma Pe. Gregório, encontramos na organização da
Constituição Sacrosanctum Concilium do Vaticano II: dos números 5 a 13 o documento trata
da celebração litúrgica, dos números 14 a 29 da formação de seus agentes e dos números 41 a
46 da organização da pastoral litúrgica.

Em algumas de nossas realidades, a pastoral da liturgia nem existe, em outros casos


existe, porém, apenas em função de fazer as divisões de leituras e, de modo ainda que tímido.
Pois na maioria das vezes nem se reúnem. Apenas fazem divisão de tarefas. Essa falta de
preparação, tem impacto direto na celebração: Não ajuda os fiéis a celebrar, se envolver. E o
despreparo não atinge somente paróquias e comunidades, mas por vez às catedrais, as quais
deveriam ser o exemplo. É muito comum nas cidades grande existir a assim chamada, “pastoral
do laço”: os primeiros a chegar na Igreja são os que fazem as leituras.

É verdade que há um esforço, das equipes de liturgia, em organizar. Há também


formações a nível diocesano, porém muito pouco colocado em prática na paróquias. Isso porque
há no entanto o comodismo de se contentar somente com as formações a nível diocesana. Não
se promove formações nas paroquias, semestral ou mensal. Se espera muito pelas formações
anuais das dioceses.

A final, qual o papel da equipe de liturgia? Estas são encarregadas diretamente das
celebrações da palavra de Deus, da eucaristia (missas), do batismo, do matrimônio, das exéquias
e das bênçãos nas paróquias e comunidades. Dessas equipes, especialmente, fazem parte os
leitores, os ministros da sagrada comunhão eucarística, os recepcionistas, os salmistas, os
cantores e instrumentistas, os animadores, o comentarista e os ministros que presidem etc.
Podemos afirmar que os principais serviços de uma equipe de liturgia são: “animação da vida
litúrgica, planejamento, coordenação, formação, assessoria e avaliação” (Cf. CNBB. Guia
litúrgico-pastoral. 2ª ed. Brasília, 2006, p. 122). Primeiramente, “a equipe deve ser constituída
por pessoas que de fato amam e vivem a liturgia. Exige carisma e dom. Exige ainda
conhecimento, uma formação básica ou mais aprofundada” (Cf. mais elementos em:
CNBB. Guia litúrgico-pastoral. 2ª ed. Brasília, 2006, pp. 123-125).

Podemos então concluir que uma equipe de liturgia (regional, diocesana, paroquial
e comunitária) deve ser constituída levando em conta os três setores (o setor da celebração
propriamente dito, mais conhecido como pastoral litúrgica, o setor de canto e música litúrgica,
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o setor do espaço litúrgico e da arte sacra). Essas equipes cuidam da vida litúrgica, animando-
a e articulando-a, com atenção às celebrações, à formação e à organização.

3.6 De quem é a responsabilidade por uma formação litúrgica adequada?

Conforme a coleção sendas da CNBB, vol.7 (2016, p30), “o cuidado com a


formação litúrgica sempre esteve presente nas conferencias dos bispos das Igrejas das Américas
Latina e do Caribe”. Na dinâmica da Sacrosanctum Concilium, encontramos a formação como
condição para a participação na liturgia e para a concretização da renovação litúrgica conciliar.

Esta deve ser iniciada pelos “pastores/padres” (cf. SC, n. 14), que serão formados
nos seminários, nas casas religiosas e nos institutos de teologia por professores devidamente
preparados (cf. SC, n. 15). Não basta, porém, a formação acadêmica; é necessário que os
“pastores estejam imbuídos do espírito e da força da liturgia e dela se tornem mestres” (cf. SC,
n. 14). O código de Direito canônico, por sua vez, indica que a liturgia se encontra sob a direção
do “bispo diocesano”, pelo poder a ele confiado pela santa Sé (Cf. CDC, n. 835;837 e 838).

A liturgia deve ser fonte da vida espiritual dos presbíteros e seminaristas.


Participem dela de todo o coração tanto pela própria celebração quanto pelos outros exercícios
de piedade. É preciso também aprender a observância das “leis litúrgicas”, para “que a vida nos
seminários seja impregnada do espírito litúrgico” (cf. SC, n. 17). Nesse sentido entendemos que
é nos seminários e casas religiosas, que os formados adquirem a formação litúrgica, com
competente orientação para que possam entender as cerimonias sagradas e nelas participar de
todo coração.

Enfim, todos os pastores bem formados, conforme nos indica a Sacrosancto


Concilium, se empenharão em proporcionar adequada formação para todo o povo e,
particularmente, para os que exercem serviços e ministérios. Essa formação se dará por meio
de cursos, escolas etc., bem como “com o próprio exemplo” (cf. SC, n. 19).

Por outro lado, os meios de comunicação (rádio e televisão…) também formam.


Não é por acaso que a Sacrosanctum Concilium, falando de formação, afirma: “As transmissões
por rádio e televisão das funções sagradas, particularmente em se tratando da santa missa,
façam-se com discrição e decoro” (SC, n. 20).

Para nós se apresenta como urgente “uma formação litúrgica integral”, que envolva
todas as dimensões do ser humano e todas as dimensões da liturgia: “a ação ritual, seu sentido
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teológico, sua espiritualidade. (…) Nesta formação estamos incluindo a música e a organização
do espaço litúrgico”2.

Segundo ABREU (1997, p. 9), a formação litúrgica é um processo pedagógico, que


tem por “objetivo final a participação ativa, exterior e interior, consciente, plena e frutuosa de
todo o povo de Deus nas celebrações litúrgicas”. E também, visa “atingir a pessoa humana
como um todo, é preciso operar com a dimensão corporal, relacional, intelectual, afetiva,
intuitiva, imaginária, simbólica e experiencial da mesma”.

3.7 Dificuldades para uma vida litúrgica integral

Ainda existem desafios e dificuldades como: carência de formação humana e de


uma solida iniciação cristã que se revela nas atitudes de alguns presbíteros preocupados com a
criatividade sem fundamento teológico-ritual e espirito litúrgico, pelo desconhecimento da
natureza da liturgia e das orientações dos livros litúrgicos. O Catecismo da Igreja Católica
(CIgC), aponta nos números 1071 e 1072 que a liturgia é obra de Cristo mas também ação de
sua igreja. E, ela realiza e manifesta a Igreja como sinal visível da comunhão de Deus e dos
homens por Cristo; empenha os fiéis na vida nova da comunidade, e implica uma participação
“consciente, ativa e frutuosa” de todos (SC, n.10).

Conforme a SC, n.9, “a liturgia não esgota toda a ação da Igreja”. “Deve ser
precedida pela evangelização, pela fé e pela conversão, e só então pode produzir os seus frutos
na vida dos fiéis: a vida nova segundo o Espírito, o empenhamento na missão da Igreja e o
serviço da sua unidade” (CIgC, n. 1072). Por isso se requer maior preparação, no que se refere
ao espaço dado à liturgia no processo formativo teológico-pastoral nos seminários.

A coleção sendas da CNBB, vol.2, p.10, enfatiza que a formação litúrgica jamais
poderá ser reduzida a aulas teóricas. Pois isso pode cair num “exagero estético desprovido do
espirito orante e contemplativo”. Se percebe ainda como desafios a ausência de uma pastoral
litúrgica organizada, refletida, acompanhada pelos bispos e avaliada nas instancias de pastoral
e nos encontros de presbíteros. Nesse sentido a escassa formação litúrgica ao longo do processo
formativo dos seminários e casas de formações, que por vezes se limitam apenas às tarefas da
faculdade e institutos de teologia que, consequentemente dedicam um tempo reduzido na carga
horaria “para tão importante disciplina” (Cf. SC, n.16)

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Ione Buyst. “Formação litúrgica integral”, in: CNBB. Formação litúrgica em mutirão II. ficha 30.
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Assim sendo, faz-se necessário “uma renovação profunda e eficaz”, que sem
dúvida, devem começar “pelas casas de formações, nos seminários e institutos de teologia, tidos
como centros irradiadores de um novo espirito e estilo eclesial participativo e ministerial das
ações litúrgicas” (Cf. coleção sendas. CNBB, 2016, p.11). Há no entanto a necessidade de uma
formação permanente em todos os níveis em vista da vida litúrgica do povo de Deus. E isso se
dar através de um estilo de vida “orante e pascal de uma celebração que germina e amadurece
nas experiências fortes de avaliações sistemáticas das práticas celebrativas” (Cf. coleção
sendas. CNBB, 2016, p.11).

Para tanto, se faz necessário um formação de experiência litúrgica que coloque o


formando, bem como os demais fieis, no coração da experiência litúrgica e vice versa, na qual
sejam iniciados na participação consciente e ativa da celebração do mistério de Cristo, pois
como ministros, os seminaristas, serão os principais animadores das celebrações da igreja e da
consequente liturgia da vida, em espirito e verdade (Jo, 4,24).

O documento 43 da CNBB (animação da vida litúrgica no Brasil), traz uma lista de


desafios entre estes: “participação; criatividade e adaptação; civilização urbano-industrial; a
palavra de Deus; o ano litúrgico; a piedade popular; a aculturação e enculturação”. Conforme
o documento apresenta: “todos estes desafios deixam claro quanto e como é necessário
desencadear um processo de formação litúrgica sistemática e permanente”. Mas uma “formação
que se baseia na compreensão teológica da liturgia e faça superar tanto o néo-urbanismo quanto
a improvisação arbitraria” (Cf. documento 43 da CNBB, n. 28 – 35).

Essa formação litúrgica, supõe um aprendizado que leva em consideração os


seguintes aspectos: a sensibilidade com o sagrado e suas realidades simbólicas; formar para a
realidade; formar o espirito de comunhão eclesial; formar para a arte celebrativa; formação para
o discernimento criativo; orientação e avaliação do formando; formar professores e mestres em
liturgia. Com relação a isso a Sacrosancto Concilium, é muito transparente: “as dioceses devem
promover um ou mais especialistas em sagrada liturgia” (SC, n. 15 – 17). E a liturgia, ao nosso
ver é de tamanha importante, que o próprio Cristo envia discípulos para prepararem o ambiente
para a Ceia (Mt 26,17-30).

Em nossa liturgia, um desafio sempre presente, diz respeito ao modo de celebrar, muitas
vezes alheio e indiferente aos acontecimentos e à capacidade de ler os “sinais dos tempos”. Medellín,
antecede uma liturgia como cume e fonte de “uma pastoral em saída”, como propõe o Papa Francisco.
Mais que um deslocamento espacial, significa ter a capacidade “trazer presente”, “fazer memória”,
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“entrar em comunhão” com os acontecimentos que sinalizam a proximidade, ou o distanciamento do


Reinado de Deus. A liturgia pode gerar uma mudança de mentalidade, de atitude, de abertura eclesial
e missionária.

3.8 Papa Francisco e a liturgia

Em outubro do ano vigente, aconteceu em Itaici – Indaiatuba-Sp, a 33ª semana se


liturgia. Na carta de divulgação, destaca que o Papa Francisco desde o momento em que
assumiu a cátedra de Pedro, tem se mostrado uma pessoa de palavras e gestos profundamente
significativos para a vida da Igreja. E nesse sentido, relembra que ele como um filho legítimo
do Concilio Vaticano II, tem convocado a Igreja a retomar o caminho indicado pela assembleia
conciliar à luz da experiência originária: Ser Igreja Discípula de Jesus, pobre, a serviço dos
pobres. Segundo o relato da carta, este é o eixo do pontificado de Francisco como foi o do
Concilio, assumido criativamente em nossa América Latina por Medellín. E é em função de
uma Igreja viva, que Francisco defende uma liturgia viva.

Em outro momento, se recorda que "não se trata de reconsiderar a reforma revendo


as suas escolhas, mas de conhecer melhor as razões subjacentes (...), assim como de interiorizar
os seus princípios inspiradores e de observar a disciplina que a regula". E afirma "com
autoridade magistral que a reforma litúrgica é irreversível" (RL 267, p. 17]. Recentemente, na
assembleia plenária da Congregação para o Culto Divino [RL, 273, p. 29), enfatizou a
importância da formação litúrgica para o povo, para o clero e demais ministros, porque a "a
liturgia é a via mestra através da qual passa a vida cristã em todas as fases do seu crescimento".
Diante dos ataques e retrocessos que ameaçam os princípios ditados pela Sacrossanctum
Concilium, o Papa Francisco nos anima e encoraja a retomar o processo que vivemos no Brasil
graças ao árduo trabalho da CNBB.

Segundo o site da diocese de Joinville durante a semana de estudo se percebeu que


– diante as descontinuidades da Reforma Litúrgica no Brasil, as memórias e as contribuições
do Papa Francisco para a melhor compreensão da liturgia – há um grande empenho no Brasil
para aplicar o Concílio Vaticano II no contexto da realidade do país. O encontro concluiu, ainda
conforme o site, que a igreja no Brasil colheu bons frutos com os mais de 50 anos de renovação
litúrgica. Porém foi constatado que há muitas dificuldades e desafios, mas há perspectivas e
esforços para caminhar na unidade.
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(http://www.diocesejoinville.com.br/noticias/noticias/noticias-da-igreja/diocese-de-

joinville-participa-da-33-semana-de-liturgia)

Já para Padre Flávio, um dos participantes do encontro, as reformas propostas "são aquelas
que unificam a Igreja de um modo geral, em especial sob aspectos que regem nossa realidade
como, por exemplo, a tradução de documentos e a Oração Eucarística V ".
(http://www.diocesedebarretos.com.br/noticias/assessor-diocesano-de-liturgia-participa-da-33-
semana-nacional-de-liturgia)

Segundo Pe. Danilo Cesar, o Papa “Francisco não é mais uma pessoa. Ele já é um espírito, um
sinal que aponta para Jesus e uma janela aberta para o evangelho”. Francisco, enfatiza o padre,
“é uma oportunidade para uma Igreja e uma liturgia renovada, porque ele se faz pontífice entre
o nosso tempo e o Concílio Vaticano II, como hora do Espírito para a Igreja”. “Somos chamados
a honrar o evangelho, é o nosso compromisso de batizados, assim como faz o Papa Francisco”,
falou o presbítero. Também o seminarista Raone Barglini, da Diocese de Cachoeiro,
destacou: "Segundo o Papa Francisco, 'a liturgia é vida para todo povo da igreja'.

Percebemos que de fato o pontificado de Francisco tem dado muita abertura para a reforma
litúrgica. O papa tem chamado atenção para os textos litúrgicos e bem como para inculturação
que é um bem para a vida dos diversos povos com suas culturas e tradições. Em 7 de julho de
2007 o papa escreveu a carta, Summorum Pontificum, em forma de motu próprio, chamando
atenção para o uso dos textos litúrgicos. Deste se compreende que a experiência e a formação
precisam caminhar juntas. Certamente esta é uma exigência fundamental para que padres e
leigos possam responder com competência aos desafios da pastoral litúrgica da Igreja.

(http://www.diocesecachoeiro.org.br/site/conteudo.asp?codigo=3868)

3.9 Inculturação

A enculturação é considerada, segundo Neunheuser (1999, p.232) “o último passo


obrigatório da reforma pós-conciliar”. Por isso, afirma ele que “a igreja e o mundo cristão estão
se movendo sempre mais consciente e ativamente nessa direção”. A questão de uma liturgia
inculturada, não é de hoje, o Vaticano II, já insistia “numa rígida uniformidade universal da
liturgia, e também, admite e solicita a adaptação às diversas culturas” (SC, n.37 – 40).

A congregação para o culto divino, escreveu no preâmbulo da instrução “A liturgia


Romana e a Inculturação”, que “ainda hoje, uma diversidade de formas e famílias litúrgicas, a
Igreja considera que estas diversidades, não prejudicam a sua unidade, mas antes, valoriza”
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(n.1). Para tanto, a referida instrução afirma no n. 5, que “a inculturação tem o seu lugar no
culto, como nos outros domínios da vida da Igreja”.

Conforme percebemos o tema da inculturação do evangelho e da liturgia sempre


estiveram na agenda dos debates das Conferências Gerais do Episcopado Latino-Americano e
do Caribe. Vista como o grande desafio em um continente com tantos povos e diferentes
culturas. Compreendemos que a necessidade de adaptar os rituais da Igreja à identidade de cada
pais é um processo necessário (Cf. coleção sendas, CNBB, vol.7, p.36).

Mas porque essa necessidade é tão urgente para os nossos dias? Basta vermos o
clamor dos povos: negros, quilombolas, afro-descendentes etc. Estes se sentem como
estrangeiros dentro de sua própria igreja, porque, muito embora a Igreja denuncie a
discriminação e o racismo destes povos no brasil, a sociedade e a Igreja não souberam incluir
os valores culturais deles. A liturgia da Igreja não adaptou os valores desses povos (a música,
os instrumentos e o próprio jeito de rezar). “Os elementos culturais afro-brasileiros não foram
incorporados no rito romano, mesmo existindo na Igreja a presença de afro-descendentes”
(Costa, 2009, p. 91).

Nesse sentido temos que levar em consideração a necessidade de levar o evangelho


a todos os povos. E a inculturação, torna-se assim, uma aliada desta mensagem. Pois ela, trata
exatamente de uma relação de aproximação, existente “entre a fé cristã e as diferentes culturas”.
Dessa forma temos que ter consciência que “a inculturação não é modismo, mas uma
necessidade inerente à revelação, à evangelização e à reflexão teológica” (Costa, 2009, p.94).

É importante frisar que a Igreja sempre esteve aberta às culturas. Embora se constata
um esquecimento por parte da Igreja nos primeiros séculos do segundo milênio, no que dizem
respeito ao tema da inculturação. Toda via após o vaticano II, reaparece, novamente, a
preocupação com a inculturação. E para nossa realidade de Brasil, sobretudo, a região Pan-
Amazonica, por ocasião do sínodo realizado em outubro do ano corrente, está muito presente a
preocupação com a inculturação.

A Igreja Pan-Amazonica, clama por um rito próprio inculturado à sua realidade.


“Nesse sentido, apresentamos três elementos que podem ser catalisadores de uma Igreja com
rosto amazônico, a saber: ministérios, defesa da natureza e incorporação de elementos culturais
à realidade celebrativa” (Cf. vida pastoral, maio-junho de 2019, p. 28). Certamente, com o motu
proprio Magnum Principium, do Papa Francisco, está sendo germinada essa ideia no que tange
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à tradução dos textos para as línguas usualmente faladas, contudo cabe insistir para que essa
posição seja aplicada a todos os tomos litúrgicos que compõem os rituais católicos.

No entanto o processo de inculturação no Brasil deve respeitar a coexistência de


diversos grupos culturais atuando em nossas Igrejas. Somos um país naturalmente diverso,
portanto este litúrgico processo deve “incorporar na liturgia os ritos, símbolos, expressões
religiosas, músicas e instrumentos que ajudem a celebrar a fé” (SD, n.248). “A inculturação é
necessária para restaurar o rosto desfigurado do mundo” (SD, n. 13). Pois “com a inculturação
da fé, a igreja se enriquece com novas expressões e valores, manifestando e celebrando cada
vez melhor o mistério de Cristo” (Costa, 2009,p.98).

O grande perigo para a inculturação, segundo Costa (2009, p. 93), é a “aculturação”


( processo de transformação provocado pela convivência de grupos humanos de culturas
diferentes), “enculturação” ( processo de iniciação do individuo à sua própria cultura),
“transculturação” ( o transporte de elementos culturais e imposição dos mesmos a uma outra
cultura normalmente dominada) e a “adaptação” ( ajustamento do evangelizador e da mensagem
cristã à cultura destinatária através do modo de ser, agir, e tradução de textos para a língua
vernácula).

Por fim precisamos abraçar a inculturação, como processo de evangelização dos


povos em suas realidades culturais e sociais. Precisamos neste sentido, “ter a coragem de
encontrar os novos sinais, os novos símbolos, [...] para a transmissão da palavra” (EG, n.167).
Sem essa inculturação, a liturgia pode reduzir-se a uma “peça de museu”, ou a “uma possessão
de poucos” (EG, n.95).

Pois a celebração da fé deve realizar-se de maneira inculturada, a fim de ser


expressão da própria experiência religiosa e vinculo de comunhão da comunidade que celebra.
Uma liturgia inculturada será também caixa de ressonância para as lutas e aspirações das
comunidades, e impulso transformador. Tudo isso só será possível, se de fato tomarmos
consciência e agir seguindo o exemplo de São Paulo, que quis tornar-se grego com os gregos,
procurando adaptar-se “o mais possível a todos” (1 Cor 9,19-23).

Os impulsos e aspirações importantes para esta almejada inculturação se encontram,


conforme o Instrumentum Laboris (n.113), no magistério da Igreja e no itinerário eclesial latino
americano, de suas conferencias Episcopais (Medellín, 1968; Santo Domingo,1992 e
Aparecida, 2007), de suas comunidades, de santos e de seus mártires.
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3.10 Perigos para a liturgia atual

A impressão que temos é que os pregadores e os litúrgicos vêm se transformando


em animadores de auditórios, bem distante do que Paulo disse: “que os homens nos considerem
como ministros de Cristo, e despenseiros dos ministérios de Deus” (1 Cor 4,1). “A pós-
modernidade e a globalização baniu os valores da liturgia bíblica e do evangelho tirando-a da
vida real” (Gesse 2016, p.92). Neste sentido, a coleção sendas da CNBB, vol.3 (2015, p.25),
enfatiza que “a liturgia deve conduzir e não seduzir, isto é, apontar caminhos para Deus e não
para si mesmo”.

O volume 2 da mesma coleção (2015, p.22) chama a atenção para os modelos de


celebrativos: “quem preside a eucaristia e a vida da comunidade em atitude fraterna e serviçal
contagiará o seu povo”. Não é uma atitude cabível por parte de quem preside, chamar para si a
atenção e, ocultar a ação do Cristo, ou seja, ao invés de deixar cristo crescer na ação litúrgica,
diminui-lo (Jo 3,30). Com tudo, o “ato de presidir deve alimentar um diálogo orante com Deus
e conduzir à escuta da palavra”. Toda via presidir a celebração da Eucaristia é graça. Assim,
cada gesto deve estar em sintonia com o papel presidencial: gesto simples, mas não banal; olhar
atento, mas não controlador.

A Igreja recomenda “presidir com dignidade e humildade” (IGMR, n.93). A


dignidade, porém, está no fato de que quem preside o faz in persona Christi. Por tanto, a atitude
de quem exerce o ministério da presidência deve ser de “instrumento e não protagonista (=
“primeiro ator”). Por isso ele deve esquivar-se de chamar atenção sobre si. Pois somente Cristo
deve aparecer. Dessa forma, não condiz com a liturgia o “estilo show” que chama demais a
atenção sobre a pessoa (ator) e deixa espaço limitado a Jesus e ao Espirito (cf. coleção sendas
da CNBB, vol. 2, p.27)

3.11 Espiritualidade litúrgica

É muito comum ouvirmos falar de “mística” ou “espiritualidade”. Não faltam


também adjetivos para estas palavras: “mariana”, franciscana”, leiga”, etc. vivemos num mundo
plurirreligioso. “Para o cristianismo, a mística é a experiência de um Deus encarnado” (EG,
n.97). Assim, toda espiritualidade cristã aprofunda suas raízes no Espírito Santo, o primeiro
dom do ressuscitado (Jo 20,19-23). Dessa forma, toda expressão de espiritualidade requer o
cultivo da espiritualidade pessoal.
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De acordo com o documento 43 da CNBB (n.160), a espiritualidade litúrgica é o


exercício autentico da vida cristã, como vida em Cristo, enraizada nos sacramentos da iniciação
cristã e que se atualiza nas diversas ações litúrgicas especialmente na participação ativa na
eucaristia, da qual nasce e para qual tende o testemunho na esperança da feliz realização do
Reino.

A espiritualidade, ou seja a vida que o espirito implanta na escuta da palavra, na


construção da comunidade, na Fração do Pão, é a vida dos seguidores de Cristo. E é para
alimenta-la que ele se encontra no centro da liturgia.

Neste sentido, de certa forma, a liturgia deve levar a um compromisso social. De


modo que o cristão celebrante seja sinal vivo do mistério pascal e portanto instrumento de
salvação integral. Esta liturgia “é fonte de toda vida e expressão celebrativa da vida da
comunidade eclesial”. Por ela homens e mulheres são conduzidos ao mais alto patamar da
comunhão com Deus, na qual “a criatura amada e redimida por seu senhor, dilata seu coração
numa perene ação de graças” (Doc. 43, CNBB, n.153).

Compreendemos que a “vida espiritual é uma vida orientada e alimentada pelo


Espírito, que Cristo prometeu e derramou em Pentecostes”. E, desde “então é o próprio Espírito
que nos leva a viver como irmão e irmãs e a construir o mundo, sinal do Reino, que Deus quer
para sua família” (Doc. CNBB, n. 149).

Diante do já exposto nos perguntamos: o que de fato se entende por espiritualidade


litúrgica? Podemos responder que ela estilo de, conforme nos indica Matias Augé (1982, p.339),
“uma atitude permanente ou um estilo de vida cristão baseado na assimilação ou identificação
com Cristo”.

De fato a liturgia da igreja retira se alimento da tradição mais antiga e genuína,


sobretudo da sagrada Escritura, nas diversas formas de oração e no canto dos salmos ou nele
inspirados. A Sacrosancto Concilium diz ainda, neste sentido que “dia a pós dia, a liturgia vai
nos transformando interiormente em templos santos do Senhor e morada espiritual de Deus”
(SC, n. 2).

Lembrando que, através da participação na liturgia, a vida cristã se alimenta e


aperfeiçoa rumo à maturidade: “celebração e vida formam uma unidade, enquanto ambas são
expressões inseparáveis do único culto espiritual do Novo testamento” (Ione, 1990, p.76).
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É conveniente ainda, fazermos o seguinte questionamento: depois de uma


celebração litúrgica – da palavra, da Eucaristia, da Liturgia da Horas ou de outro sacramento –
fizemos de fato uma experiência de fé e de verdadeira espiritualidade? Hoje em dia, pessoas
afirmam “sentir” a presença de Deus nas devoções pessoais, nas novenas ou nas expressões de
oração “carismática), quando não nas igrejas “pentecostais”, mais do que nas celebrações por
terem pouco silencio e excesso de movimentos e palavras, ou seja uma escassa espiritualidade.

Por fim convêm recordar que a oração da Igreja em uma longa histórica de
espiritualidade da bíblia. Neste sentido, a palavra de Deus proclamada e explicada (homilia) faz
ecoar o mistério de Deus. A espiritualidade, portanto, com respiro bíblico e eclesial, abre
horizontes e mostra caminhos para unir liturgia e vida, em uma expressão autentica de fé e de
amor” (Aldazarbal, 2013, p.138-139).

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