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PONTIFÍCIA UNIVERDIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

Licenciatura em Letras – 4º período


TDE 9h – Temas da Literatura brasileira
Acadêmica: Camila dos Santos Bortot

Dos mais notáveis temas da Literatura brasileira, pode-se destacar o


Realismo, que aqui foi construído a partir das grandes contribuições de Machado
de Assis. O movimento literário do Realismo, teve seu surgimento na segunda
metade do século XIX, época a qual havia uma crise ideológica causada pela
burguesia, que pregava liberdade, igualdade e fraternidade, e que, contudo, era
a maior geradora de conflitos e injustiças sociais. Tal movimento se caracteriza
por sua crítica ao Romantismo, movimento exaltador dos valores burgueses, que
começaram a entrar em crise num contexto histórico-social. O Realismo trata,
com objetividade e contemporaneidade, temas como o adultério, anticlericalismo
e crítica social, sempre ressaltando as intempéries da classe burguesa. No
Brasil, como dito anteriormente, o movimento se consolidou com Machado de
Assis, em 1881, com a publicação de seu primeiro romance realista Memórias
Póstumas de Brás Cubas.
A obra constitui-se uma das mais célebres de sua época, assim como da
Literatura brasileira, através de uma forte crítica à elite brasileira, Assis
consegue, de maneira ora jocosa, ora séria, retratar a realidade mesquinha de
tal classe social. Por ser um dos livros mais experimentais do século XIX – por
apresentar uma linguagem metaficcional, sempre mantendo uma conversa
irônica com o leitor de romances usuais – , através de um vocabulário rebuscado,
sempre com a ironia e o pessimismo presentes, Assis consegue construir um
retrato fiel da chamada elite brasileira, que mesmo não tendo uma tradição
burguesa (como a europeia), coloca-se em um patamar acima de sua realidade,
é arrogante, equivalendo-se a um repertório clássico, que pode ser observado
pela fala e referências do próprio personagem-narrador, Brás Cubas. Ademais,
Assis expõe como questões raciais e exploratórias são naturalizadas pela elite,
o que a degrada ainda mais aos olhos do leitor crítico. É possível observar que
o retrato feito pelo autor, ilustra como a civilização é apenas um verniz no Brasil,
onde a burguesia se mostra, acima de tudo, hipócrita ao defender ideais arcaicos
e liberais que não levam em conta externos à sua classe.
Mais tarde, no século XX, o contexto das primeiras três décadas fora
marcado pelo crescimento econômico mundial, a libertação dos costumes, assim
como o aparecimento das vanguardas artísticas. Contudo, em meados de 1930,
uma crise no sistema econômico global vigente, o capitalismo, entra em apuros.
A crise ideológica, que abalava a sociedade burguesa do século anterior, ganha
proporções mundiais, com o início da segunda guerra mundial, a depressão, o
desemprego, a ascensão do nazi-facismo, é possível observar uma crescente
angústia mundial, que se estende às artes. No Brasil, tal quadro não era distante,
já que com a crise econômica, o golpe do Estado Novo, a censura na Literatura,
entre outras aflições, demarcou-se, nas artes literárias, o chamado Romance de
Trinta, que era caracterizado pela produção com ausência de humor e de
esperanças, e a presença de um forte engajamento social.
Dentre muitos romances importantes de tal tendência literária no Brasil na
década de trinta, Vidas Secas de Graciliano Ramos, publicado em 1938, se
destaca nesta análise. O romance retrata a trajetória de uma família que enfrenta
a seca do sertão nordestino para buscar uma qualidade de vida melhor. Uma
característica marcante de Ramos na obra, é a representação dos personagens,
tão secos, como o ambiente em que vivem; o autor apresenta animais
humanizados, como a cachorra Baleia, e humanos animalizados, como Fabiano
e sua família. Um ponto a ser destacado é o caráter cíclico da obra, já que ela
começa com a família em um período de extrema seca no sertão, em busca de
uma moradia onde houvesse água e alimentos; e se encerra com a saída do
grupo em busca de uma nova moradia que lhes forneça o que a anterior deixou
de oferecer, por conta do ambiente. Ramos trás como tal busca desse grupo,
que representaria uma grande parcela da população brasileira, resulta em
explorações de trabalho e condições de vida extremamente precárias, que
colocam o grupo em um nível de animais humilhados, totalmente à margem da
sociedade, distantes de qualquer ajuda governamental que precisavam. O grupo
se vê desiludido perante a vida, o que pode ser percebido por seus próprios
horizontes e expectativas, que são extremamente modestos; quando possuem
uma possibilidade de civilização, não conseguem se encaixar. Ramos desperta
no leitor, através de uma realidade cruel, a consciência da situação do ser
humano marginal: humilhado e negligenciado pelo Estado, animalizado por seu
contexto, e seco por sua cruel realidade. A Literatura é o espelho de seu contexto
histórico-social, e Graciliano Ramos consegue representar, através de sua dura
Literatura, seu duro contexto.
Em torno do mesmo período, como dito anteriormente, as vanguardas
estavam aflorando nas artes mundiais, e no Brasil, também foram sentidos sua
influência e impacto. O movimento que as abrangeu foi denominado
Modernismo, que é caracterizado pela tradição de ruptura e experimentação,
valorização da originalidade do artista, decaída da representação do real e
ascensão das impressões do real. Como um bom representante de tal arte
experimental no Brasil no teatro, destaca-se Nelson Rodrigues com sua peça
teatral Vestido de Noiva, encenada pela primeira vez em 1943. Na obra,
Rodrigues inova ao intercalar ações que ocorrem sem linearidade, além de
animar corpos de personagens construídos pela memória e imaginação,
dividindo sua peça em três momentos/planos: imaginação, realidade e
alucinação. Suas contribuições para o novo teatro brasileiro vão desde a estética
e estrutura, até a recepção do público, que entorna em sentimentos de
perplexidade. Através de sua intensidade dramática e pela força expressiva de
sua linguagem e técnica, o autor é capaz de retratar os pequenos dramas da
classe média carioca. Nelson Rodrigues, consegue agradar seu público, ao
mesmo tempo que o insulta. Tal crítica pode ser encontrada além do
antagonismo entre Lúcia e Alaíde, nas relações conflitantes entre as
personagens, ele mostra os laços familiares de tal classe estremecidos, já que,
na representação, as relações de desejo, são também, as de ódio. A obra mostra
uma série de ambivalências, como a angústia da culpa e a ternura amorosa, que
florescem sob o signo do ridículo; numa sociedade que depende sua dignidade
na materialidade, valores como a honra perdem o sentido; Rodrigues se
beneficia das descobertas da psicanálise para trazer uma realidade psíquica à
sua obra. Vestido de noiva desmascara a hipocrisia social, o teatro passa a ser
uma ferramenta de denúncia e revelação das mazelas da sociedade.

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