Uso do Reforçamento Positivo como método de
intervenção
Objetivos: Compreender a principal metodologia da análise
do comportamento para intervenção.
Define-se reforçador positivo como um evento que, quando
apresentado imediatamente após um comportamento, faz
com que este aumente en frequência.
Quando um operante é seguido por reforçador, este
operante se fortalece.
Metodologia para intervenção baseada em reforçamento
positivo:
1 - Selecionar o comportamento a ser fortalecido:
Deve-se especificar uma classe de comportamento e
posteriormente especificar os comportamentos que fazem
parte desta classe
2- Escolher reforçadores:
É importante selecionar estímulos que são reforçadores
eficazes para o indivíduo com o qual será feita a
intervenção.
Também é fundamental a escolha por reforçadores
positivos (estímulos adicionados após a resposta) e não
reforçadores negativos.
Os reforçadores positivos podem ser divididos em
categorias: consumíveis, atividades, manipuláveis,
privilégios e sociais.
Talvez seja necessário fazer um levantamento ou avaliação
para determinar quais reforçadores utilizar.
3- Operações motivacionais:
Saciação e privação são exemplos de operações
motivacionais. É preciso considerar estas variáveis no
planejamento da intervenção
4- Dimensão do reforçador:
O tamanho, quantidade ou magnitude do reforçador deve
ser avaliado para que tenha efeito eficaz sobre a resposta.
5- Instruções: utilize as regras
É importante que instruções sejam fornecidas ao invidíduo
sobre o funcionamento da intervenção para acelerar o
processo de aprendizagem
6- Contiguidade do reforçador
Para o máximo de eficácia, o reforçador deve ser liberado
imediatamente após a emissão da resposta. Caso não seja
possível liberar o reforçador imediatamente, deve-se
programar eventos intermediários que sinalizam o
reforçador.
7 - reforço contingente versus não contingente
Para que o programa de intervenção funcione o reforço
deve ser sempre contingente ao comportamento alvo.
Reforços não contingentes não produzirão o efeito
desejado
8 - Término do programa e reforçamento natural
É importante avaliar ao término do programa a
manutenção do comportamento alvo através de
reforçamento natural. Espera-se que o comportamento
alvo fique mantido sob reforçamento natural.
Exercício comentado
O desenvolvimento de programas de intervenção baseado
em reforçamento positivo pode ser equivalente a uma
proposta de suborno.
PORQUE
Tais programas se utilizam de reforçadores arbitrários ou
programados que devem ser utilizados com cautela
Com base na leitura dessas frases, é CORRETO afirmar que
A) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
B) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
C) as duas afirmações são falsas.
D) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda é uma
justificativa correta da primeira.
E) as duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não é
uma justificativa correta da primeira
Resposta: A. A utilização de reforçamento arbitrário não se
equivale a suborno ou "troca". Uma intervenção baseada
em psicologia comportamental deve seguir normas éticas e
focar no desenvolvimento e melhora de qualidade de vida
do cliente e não em mudanças que sejam úteis a terceiros
em prejuízo do cliente. Um suborno geralmente é util para
aquele que ofereceu o suborno, além de ser ilegal e
antiético.
Ciladas do Reforçamento positivo
Efeitos indesejados:
O efeito do reforçamento positivo ocorre
independentemente do planejamento ou consciência do
processo. Assim é possível que diversos comportamentos
inadequados sejam reforçados de maneira positiva sem que
os envolvidos tenham conhecimento ou percepção do que
está ocorrendo.
Uma criança retraída, poderá atrair atenção de adultos
quando se isola. O adulto acredita que tem que "tirar" a
criança daquele estado. Na verdade pode estar reforçando
o comportamento de retrair-se.
Deveria reforçar quando a criança apresenta algum tipo de
comportamento de interação social.
Outras ciladas:
As principais ciladas são o uso de reforçadores não
diretamente contintêntes ao comportamento e explicações
simplistas sobre o reforçamento positivo, em geral
nominando reforçadores atrasados e não especificando os
reforçadores ou eventos que ocorrem imediatamente após
a emissão da resposta.
Diretrizes para aplicação eficaz do reforçamento positivo
1
- seleção de comportamentos específicos e que possam
ficar sob controle de reforçamento natural
- uso de reforçadores disponíveis, diversificados e que
possam ser apresentados imediatamente após a emissão
da resposta
- use reforços sociais e regras
- no desligamento do programa, gradualmente deixe de
fornecer os reforços arbitrários e introduza reforçamento
social
- observe se existem reforços naturais que possam manter
o comportamento
- faça avaliações periódicas para verificar a manutenção do
comportamento depois do término do programa
Exercício comentado:
Um estudante universitário estudou durante 3 horas para
uma prova que ocorreu no dia seguinte. Dois dias depois
descobriu que tirou 10.
A melhor especificação do que foi a consequência
reforçadora é:
I a nota 10 que tirou na prova
II provável diminuição de ansiedade depois que terminou
de estudar
III ter pensado na possibilidade de ir bem na prova quando
terminou de estudar
São corretas as afirmações
A) I
B) II
C) III
D) I e III
E) II e III
Resposta: E. Embora a nota 10 seja o último elo da cadeia
de comportamentos, o que reforçou o comportamento de
estudar é o que ocorreu imediatamente depois da emissão
da resposta, no caso diminuição da ansiedade (reforço
negativo) e ter pensado na possibilidade de ir bem na prova
(reforço positivo)
Bibliografia Básica: MARTIN, G; PEAR, J. Modificação de
Comportamento - O que é e Como Fazer? São Paulo:
Editora Roca, 2009. Cap 3
Exercício 1:
O esporte é uma das áreas na qual se aplica a modificação
do comportamento, há vários propostas de intervenção,
baseadas no reforçamento positivo, por exemplo:
I Palestras motivacionais que abordarão como os atletas
devem encarar o esporte e as competições.
II Estimular o atleta a monitorar a próprio desempenho,
através de autoregistro e automonitoramento individual,
para competir mais consigo mesmo do que com os outros.
III Identificar os medos do atleta e iniciar um programa de
psicoterapia.
São corretas as afirmações:
A-I
B - II
C - III
D - I e II
E - II e III
Exercício 2:
Uma paciente de um CAPS II (Centro de Atenção
Psicossocial II) se joga no chão e simula um desmaio toda
vez que percebe a equipe dando mais atenção a outro
paciente. Outros pacientes já repararam que antes de se
jogar ela sutilmente levanta as sobrancelhas, se aproxima
de um dos técnicos e grita: “Tô passando mal!”.
Invariavelmente um dos profissionais interrompe o outro
atendimento e vai socorrê-la e os outros pacientes também
ficam ao seu redor. A análise funcional deste caso poderia
apontar que:
I A equipe precisa planejar melhor em que momentos os
comportamentos da paciente serão reforçados com
atenção.
II A paciente tem motivações inconscientes que acabem
causando seu comportamento infantilizado.
III A equipe de punir positivamente a paciente para que ela
deixe de emitir estes comportamentos-problema.
São corretas as afirmações
A-I
B - II
C - III
D - I e II
E - II e III
Exercício 3:
A modificação do comportamento pode ser empregada
para ajudar pacientes a entenderem e controlarem suas
doenças, para reduzir os sintomas e para resolver
problemas. Dois dos sintomas que causam incomodo são os
delírios e alucinações. A proposta de interpretação não-
mentalista de delírios e alucinações, considera que:
I – Como qualquer outro comportamento a modificação dos
delírios e das alucinações pode ser feita através do uso do
reforço positivo e da extinção.
II - Para compreender o que mantém as alucinações e os
delírios é preciso registrar o que o paciente diz, faz, o que
relata ver e ouvir, a quem ele se dirige, quem o escuta;
enfim identificar em que circunstâncias cada um desses
eventos ocorre ou não.
III - É preciso identificar as anormalidades biológicas do
funcionamento cerebral responsáveis pela produção e
manutenção destes comportamentos.
São corretas as seguintes afirmações:
A-I
B - II
C - III
2
D - I e II
E - II e III
Exercício 4:
Uma técnica de natação planejou a liberação de uma
atividade de lazer no final de cada treino como uma
estratégia para fortalecer comportamentos de nadar dos
alunos. Tal estratégia tem baixa probabilidade de funcionar.
PORQUE:
A atividade de lazer (reforço) não é contingente ao
desempenho do aluno no treino
Com base na leitura dessas frases, é CORRETO afirmar que
A - a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
B - a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
C - as duas afirmações são falsas.
D - as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda é uma
justificativa correta da primeira.
E - as duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não
é uma justificativa correta da primeira.
Controle de Estímulos e Conhecimento:
Objetivos: compreender a visão behaviorista sobre
conhecimento e auto-conhecimento através do paragidma
do controle de estímulos
Abordaremos a explicação científica sobre conhecimento
na qual conhecer é comportar-se em contexto, sem
recorrer ao mentalismo. Por contexto entende-se o
ambiente no qual o comportamento ocorre.
Como explicar o conhecimento e o autoconhecimento?
Conheço melhor meu mundo interno ou o externo?
Na explicação mentalista o rato pressiona a barra porque
sabe, o sujeito fala e francês porque sabe francês.
Conhecimento é visto como uma coisa. Porém o
conhecimento explica comportamento? ou é o próprio
comportamento?
Os tipos de conhecimento tradicionais são divididos entre:
operacional (saber como), declarativo (saber sobre) e
autoconhecimento
Conhecimento operacional “saber como”:
O sujeito efetivamente se comporta. Ele sabe nadar, falar,
namorar, dirigir, brincar, etc.
É possível verificar isto publicamente (visão externa) ou
privadamente (visão do próprio indivíduo). Ou seja, você
verifica que sabe dirigir um carro quando você
efetivamente dirige um carro.
Em resumo este tipo de conhecimento é diretamente
relacionado ao comportamento operante, é comportar-se e
saber se comportar.
Conhecimento declarativo “saber sobre”
Neste tipo de conhecimento está envolvido o controle de
estímulos. O rato sabe “sobre” a barra? (o rato sabe que
deve pressionar a barra?) César sabe “sobre” aves? (ele
sabe nomear, explicar, imitar aves?)
Mas o que se “sabe”? – O que se sabe são respostas
apropriadas a estímulos discriminativos, ou seja, na
presença de um pardal, se sabe que o nome correto é
"pardal" e ao nomear desta forma a comunidade verbal
reforça o falante.
Concluindo, é mais útil falar de conhecimento como
processos de discriminação e reforço: controle de
estímulos. - Mais precisão técnica e menor chance de
confusão e redundância (mentalismo) e teoria mais
simples.
Tipos de estimulação discriminativa (relacionada ao
conhecimento):
Simples, compostos, condicionais, presentes, “ausentes (já
apresentados no passado e ainda com efeito)” e em cadeia
com reforçadores condicionados.
Verifique que a estimulação discriminativa pode estar
ausente, ou seja, quando se lê um aviso que diz "amanhã
não haverá aula" este estímulo terá efeito no dia seguinte
mesmo que esteja ausente do ambiente naquele momento.
O mentalismo geralmente usa comportamento privado
como explicação, usa “coisas” como explicação. Ex: fiz
porque sei, fiz porque tenho conhecimento, fiz pois prestei
“atenção”.
Behavioristas analisam o conhecimento focalizando as
condições em que ele ocorre. Controle de estímulo:
estimulo controla comportamento.
Exercício comentado:
Para a discussão da concepção de ‘conhecimento’ adotada
pelos analistas do comportamento, a relação entre
‘contexto’ e ‘resposta emitida’ é determinante para que
possamos compreendê-la.
Nesta perspectiva é necessária a distinção entre ‘controle
de estímulo’ e ‘eliciação estímulo – resposta’. Sobre isto
podemos afirmar que:
a) Os comportamentos induzidos ou eliciados são respostas
incondicionadas, selecionadas filogeneticamente.
b) A mudança do contexto causa a emissão de
comportamentos operantes.
c) Controle de estímulos é um conceito relacionado aos
reflexos e padrões fixos de ação
d) Estímulo discriminativo nada mais é que o contexto em
que um operante foi reforçado.
e) Os comportamentos eliciados ou induzidos dispensam
aprendizagem para que ocorram em um dado contexto.
Resposta: D. A diferença entre controle de estímulo e
reflexo se situa no fato de que no comportamento
operante além do contexto anterior é necessário que
existam consequências reforçadoras, assim o contexto
sinaliza a contingência de reforço.
Autoconhecimento: o que é e como se aprende?
3
 Para o mentalismo e senso comum: existe o mundo
interno subjetivo e mundo externo objetivo. O
behaviorismo não faz essa distinção.
Conheço melhor meu mundo interno ou o mundo externo?
Traduzindo em termos operacionaids: o que exerce mais
controle sobre meu comportamento? Estímulos públicos ou
privados? Ou, sob quais circunstâncias se diz que alguém
tem autoconhecimento?
Estímulos públicos versus Estímulos privados: A questão
reside no fato de existirem dificuldades para ensinar
discriminação de eventos privados.
Como que se ensina a uma pessoa que aquilo que ela está
sentindo tem um nome e um significado? Através de dicas
públicas colaterais: ex: dor (privado) – choro, ferimento,
queda (público)
Logo, ao observar ferimento e choro, supôe-se que a
pessoa esteja sentindo dor. Então se ensina a ela que o
nome daquela estimulação privada é "dor".
Sem dicas públicas ou com dicas mais sutís fica muito mais
difícil: “entrar em contato com meus sentimentos” como
fazer, zanga ou medo? Amor ou culpa? como interpretar a
informação?
O aprendizado do relato verbal baseado em estímulação
discriminativa privada acontece acompanhado sempre de
dicas públicas (mesmo que sutis ou pouco confiáveis).
Raiva, aperto no peito, engolir em seco, etc.
Logo o autoconhecimento depende dos mesmos tipos de
observação pública que o conhecimento sobre os outros e
não sobre informação privilegiada e inacessível aos outros
(visão convencional, cultural ou mentalista)
A questão não é a falta de estimulação (pública, privada,
passada e presente) mas falta de uma história de reforço
para discriminação de eventos privados.
Uma pessoa que não teve em sua história contexto e
reforçamento para discriminação de eventos privados,
poderá ser uma pessoa que se conhece muito pouco, que
tem pouco autoconhecimento.
Exercício comentado
“A noção de interpretação parece ser especialmente útil
para a Terapia Comportamental, uma vez que esta lida
primordialmente com o comportamento humano
complexo, o qual, por ser multideterminado, costuma
envolver variáveis difíceis de serem precisamente
identificadas. Assim, a Terapia Comportamental busca
identificar e descrever as relações de controle entre
ambiente e comportamento que estabelecem e mantêm o
repertório comportamental do cliente e sobre as quais ele
não está consciente. Entretanto, diante da dificuldade de se
identificar com precisão as variáveis de controle do
comportamento humano complexo e considerando-se que
o objetivo último da Terapia Comportamental é o
autoconhecimento ou consciência por parte do cliente,
pode-se afirmar que quando o cliente, durante o processo
terapêutico, hipotetiza sobre as contingências que
possivelmente controlam seus comportamentos ele está
emitindo comportamentos verbais de interpretação.”
Com base na idéia transmitida no trecho acima, analise as
frases abaixo:
I) O autoconhecimento permite uma clareza maior
das variáveis de controle do próprio comportamento,
permitindo também que ele altere seu ambiente de forma
mais conveniente para sí.
II) O autoconhecimento pode ser usado pelo cliente
diretamente na mudança de seus sentimentos e de suas
interpretações à respeito do mundo, melhorando sua
qualidade de vida.
III) Geralmente é mais difícil aprendermos a nomear
eventos internos do que externos, pois eventos internos
não estão acessíveis aos indivíduos que reforçam a
nomeação apropriada.
Estão corretas, apenas:
a) I e III.
b) II e III.
c) I e II.
d) I.
e) III.
Resposta: A. Veja que o ítem II apresenta uma visão
mentalista, na qual autoconhecimento (comportamento)
altera sentimentos (comportamento). Na visão
comportamental, comportamento envolve sempre
interação ambiente-organismo e mudanças ocorrem
sempre nessa interação e nunca na interação
comportamento-comportamento. Não ocorrem desta
forma pois se um comportamento afeta outro, surge a
pergunta: o que afetou o primeiro comportamento? Se um
pensamento muda seus sentimentos, então o que fez com
que você pensasse desta forma?
Bibliografia:
BAUM, W. M. Compreender o behaviorismo:
comportamento, cultura e evolução. Porto Alegre: ARTMED,
2ª edição, 2006 (cap. 6)
Pensamento e Comportamento Controlado por Regras:
Objetivos: compreender o ensino e seguimento de regras
sob a ótica da análise do comportamental.
Toda cultura tem suas regras que em geral ensinadas
explicitamente. Aprender regras requer papéis de falante e
ouvinte.
O que é comportamento controlado por regra? - é
comportamento sob controle de estímulo discriminativo
verbal.
Um SD verbal que indica uma contingência. Contingência:
“Se (ação) então (consequência)”
Exemplos: Chegue em casa até as X horas. Não fume.
4
Comportamento: controlado por regra Versus Modelado Resposta: B. Todas as pessoas (que se comportam
por contingências (modelado e mantido por contingências verbalmente) tem grande parte de seu comportamento
de reforço e punição não verbais). controlado por regras, porém estas não necessariamente
estão de acordo com a "lei" ou as "normas" culturais. Regra
Regras: depende do cpto verbal de outro, saber “sobre”,
é um conceito mais amplo do que lei, norma, ou diretriz.
Contingências: depende apenas do cpto do organismo, Regra é todo estímulo verbal que indica contingência e
saber “como”, nesse sentido mesmo os criminosos seguem regras. Seja
seu próprio "código de conduta" sejam as regras comuns a
Estudos indicaram que apesar de que as contingências
nossa cultura como "tome uma aspirina quando tiver dor
mantém o comportamento em última instância, que em
de cabeça".
geral, quando existe uma regra, as pessoas tendem a seguir
regras ficando menos sensíveis as contingências.
Assim, muitas pessoas que sofrem e procuram ajuda Aprendizagem de seguimento de regras – forte tendência
psicológica tem seus problemas relacionado ao seguimento das pessoas a fazer coisas conforme lhes dizem.
de regras, que muitas vezes não descrevem corretamente
Nós estamos expostos desdee muito cedo a contingências
as contingências.
próximas (pelos pais, professores, cultura)
Ordens, instruções e conselhos como regras: indicam
Seguir regra se torna então uma categoria funcional (classe
contingências (implícita ou explicitamente).
de comportamento).
Ex: Não brinque na rua, Direita volver, Conselhos de
Ocorre generalização – seguir regras se torna controlado
médicos, advogados, psicólogos.
por regras (ex: ouça os mais velhos)
São situações que indicam que caso a regra não seja
Seguimento de regras – permite a cultura, permite
seguida, consequências aversivas poderão ocorrer.
transmissão de conhecimento.
Quando envolve regra, sempre existem duas contingências:
Onde estão as regras? Internalizadas? (isso é mentalismo)
a última (longo prazo) – e a próxima (curto prazo)
Estão no ambiente – sob a forma de sons e sinais (são
Regra é reforço próximo.
estímulos discriminativos)
Seguir regras é um comportamento reforçado socialmente
Lacunas entre regras e comportamento: é possível existir
(reforço próximo) e pode ser reforçado também pelo
lacunas entre regras e comportamentos, ou seja, a regra
ambiente (reforço último). Este, em geral é definido de
não precisa estar presente no momento que o
maneira pouco precisa. Se refere a reforçadores
comportamento ocorre. Isso não significa que precisamos
incondicionados (saúde, sobrevivência, bem estar, etc –
lançar mão de um conceito mental como "memória" para
aptidão)
entender as regras.
Ex: não ande descalço
Quando alguém diz: "venha aqui amanhã", e a outra pessoa
Caso a pessoa use sapatos irá ser reforçada socialmente vai lá no dia seguinte. No momento em que ocorre o
pelo emissor da regra, e também vai se esquivar de comportamento a regra não está mais presente, mas o que
possíveis acidentes e doenças por andar descalço controlou o comportamento (o estímulo discriminativo) foi
a regra emitida no dia anterior.

Exercício comentado:
Exercício comentado:
Muitos crimes ocorrem em nossa sociedade.
O professor avisa os alunos que três capítulos do livro irão
PORQUE
cair na prova na próxima semana.
Nem todas as pessoas tem seu comportamento controlado
Podemos fazer as seguintes análises sob a perspectiva do
por regras.
comportamento controlado por regras:
Com base na leitura dessas frases, é CORRETO afirmar que
I - O aviso do professor é um estimulo discriminativo verbal
A) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
II - Os alunos que estudarem os três capítulos tem seu
B) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. comportamento controlado pela regra emitida pelo
professor
C) as duas afirmações são falsas.
III - Os alunos que não tem seu comportamento controlado
D) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda é uma
pela regra do professor pois se esqueceram desta instrução
justificativa correta da primeira.
São corretas as seguintes afirmações:
E) as duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não é
uma justificativa correta da primeira. a) I
b) II
c) III

5
d) I e II
e) I e III
Resposta: D. Os alunos que não tem seu comportamento
controlado por regras, podem ou não se esquecer da
instrução, sendo que lembrar ou não lembrar não é uma
variável que conta na análise de regras. Eventualmente
quem se esquece, pode não ter seu comportamento sob
controle de regras, mas mesmo quem se lembra da
instrução pode também não seguir a instrução
Bibliografia:
BAUM, W. M. Compreender o behaviorismo: ciência,
comportamento e cultura. Porto Alegre: ARTMED,1999.
(cap. 8)
Exercício 1:
Em nossa vida é muito comum estarmos envolvidos com
sequências de comportamentos, fazendo uma coisa para
poder fazer outra. Ir a aula para passar nas disciplinas, para
receber o diploma, para trabalhar. Ou abastecer o carro
para poder viajar. Entende-se tais sequências como:
A - O resultado de um comportamento tem dupla função:
de um lado serve como reforçador condicional para o
comportamento que o produziu (abastecer o carro) e de
outro como estímulo discriminativo para o próximo
comportamento da cadeia (viajar), que só ocorre em sua
presença.
B - Parte do processo natural de comportamento, pois todo
comportamento sempre ocorre em sequência sendo
desnecessário decompô-lo em partes para estudo ou
entendimento
C - Cadeias de interação entre comportamento, cognição e
ambiente. O condutor abastece o carro pois ele sabe que o
carro só anda com gasolina. O condutor sai de viagem com
o carro abastecido pois ele sabe que só assim chegará ao
seu destino.
D - Parte de um processo natural de comportamento. Todo
comportamento ocorre em sequência, todavia é necessário
apenas a descrição de cada elemento da cadeia
E - Uma demonstração evidente do papel da memória no
comportamento humano. É apenas com a consulta à
memória que as sequências são possíveis, caso contrário
um organismo iria se comportar apenas uma vez.
Exercício 2:
Nossa cultura aborda o tema "conhecimento" de uma
maneira mentalista. Diz que uma pessoa possui
conhecimentos de psicologia e o exibe ao falar ou praticar
psicologia. Nesse sentido o rato pressiona a barra porque
ele "sabe" que pressioná-la produzirá comida. Sobre as
posições da análise do comportamento sobre
conhecimento é incorreto afirmar que:
A - De maneira alguma um comportamento (conhecimento
ou conhecer) pode explicar outro comportamento (falar
sobre ou fazer)
B - Que a maneira mentalista de explicar comportamentos
"esconde" dentro do sujeito ou "inventa" causas fictícias
C - Os analistas do comportamento focalizam as condições
em que os comportamentos ocorrem, ou seja, em que
situações as pessoas exibem ou dizem que alguém tem
conhecimento?
D - Parte da explicação provém da história de
reforçamento, das relações entre contexto,
comportamento e consequências ao longo da história de
vida do sujeito
E - O auto conhecimento é um assunto a parte. Como se
trata de conhecimento acerca de si mesmo, só é possível
entender tal comportamento a luz da memória, percepção
e interpretação.
Exercício 3:
A sobrevivência humana sempre dependeu da
aprendizagem, ela está presente em quase tudo o que os
indivíduos fazem. A psicologia comportamental, como
outras teorias, reconhece a importância da aprendizagem,
mas discorda das explicações mentalistas sobre o processo.
A partir da ótica da psicologia comportamental poderíamos
afirmar que é possível considerar que um aluno aprendeu,
por exemplo, a resolver problemas de álgebra quando:
A - O aluno for bem sucedido na resolução dos problemas
de álgebra.
B - O aluno resolver os problemas de álgebra
independentemente dos resultados.
C - O aluno tiver esquemas que permitam assimilar dados
necessários para a resolução dos mesmos.
D - O aluno verbalizar que já aprendeu.
E - O aluno se sentir seguro para realizar a tarefa sem a
ajuda de terceiros.
Exercício 4:
Dois cientistas* demonstraram na década de 60, que era
possível ensinar a pombos a abistrair o "ser humano", ou
seja, conseguir identificar em fotografias a presença de
seres humanos independente do sexo, idade, número de
pessoas presentes, partes do corpo, etc. Até então não se
acreditava que animais como pombos possuíam tal
capacidade. Podemos dizer que os pombos conheciam o
que é o ser humano ou que tinham consciência do ser
humano, pois eles bicavam com prescisão na presença ou
ausência de pessoas nas fotografias.
I- Pode se explicar tal comportamento através do conceito
de consciência, pois o pombo irá bicar apenas quando tem
consciência se existe ou não um ser humano na fotografia.
II- Pode se explicar tal comportamento através do conceito
de conhecimento, pois o pombo irá bicar apenas se tiver
conhecimento que acertando, irá receber uma pelota de
alimento como reforço
III- Pode se explicar tal comportamento verificando que na
história desse experimento o comportamento de bicar na
presença de "ser humano" foi reforçado e bicar na ausência
de "ser humano" não foi reforçado
* Herrnstein, R.J., & Loveland, D.H. (1964). Complex visual
concept in the pigeon. Science, 146, 549-551. (p.255)
É correto o que se afirma em:
A - Apenas I
6
B - Apenas II
C - Apenas III
D - I e II
E - I e III
Exercício 5:
(Provão, 2003) Emoções são experiências complexas, para a
compreensão das quais estão envolvidos aspectos
biológicos, cognitivos, perceptuais, culturais. Sobre
emoção, é correto afirmar:
A - algumas expressões faciais de emoção tal como ira,
tristeza, felicidade, entre outras, são consideradas básicas
e, portanto, o seu reconhecimento dá-se apenas
intraculturalmente.
B - expressões de emoção podem favorecer a comunicação
entre as pessoas desde que os seus aspectos culturais
anulem os seus aspectos biológicos.
C - a existência de palavras culturalmente determinadas
para designar um estado emocional particular atesta a
independência entre os processos cognitivos e emocionais.
D - especificidades culturais nas expressões de emoção
demonstram a existência de mecanismos fisiológicos
transculturais.
E - uma possibilidade de aprendermos a identificar as
nossas próprias emoções é observar as manifestações de
emoção no outro.
Exercício 6:
A análise do comportamento tem uma forma particular de
entender o conhecimento que temos de outras pessoas e
de nós mesmos (autoconhecimento). Sobre esse assunto,
não podemos dizer que:
ambiente é entendido como externo ao comportamento,
não necessariamente externo ao organismo.
C - Relações entre comportamento e ambiente externo. O
ambiente é entendido como externo ao organismo.
D - Relações entre estímulos e resposta publicamente
observável. O mundo privado é inacessível ao observador
externo e portanto não é passível de estudo científico.
E - Condições de reforço e reflexo. A forma como o reforço
é administrado vai explicar o fenômeno da privacidade e da
subjetividade humana.
Exercício 8:
Qual o papel dos sentimentos na análise da privacidade e
subjetividade humana do ponto de vista do behaviorismo
radical?
I - Os sentimentos são entendidos como comportamentos
encobertos, tal qual o "pensar" ou pensamento.
II - Os sentimentos são entendidos como a dor de um nervo
inflamado, como estímulos encoberto.
III - Os sentimentos possuem características de estímulos
encobertos, mas não determinam outros comportamentos
dado que são em sí, subprodutos de contingências de
reforçamento
É verdadeiro o que se afirma em
A - Apenas I
B - Apenas II
C - Apenas III
D - I e II
E - I e III

A - O aprendizado acerca da nomeação de eventos internos

e externos ocorre a partir do reforço diferencial para o
relato sobre esses eventos.
B - Segundo a análise do comportamento há certa
dificuldade em nomear eventos internos. Essa dificuldade
não ocorre pela falta de estímulos discriminativos para os
mesmos, mas pela falta de uma história de reforço para os
relatos sobre esses eventos.
C - Autoconhecimento diz respeito ao quanto somos
capazes de nomear nossos eventos internos.
D - Eventos internos são pessoais de cada um e, por isso,
sabemos nomear mais facilmente esses eventos do que os
eventos externos.
E - O conhecimento que temos sobre os outros pode ser
dividido em conhecimento operacional (a partir do que
observo os demais fazendo) e conhecimento declarativo (a
partir da observação de certas respostas diante de
estímulos discriminativos).
Exercício 7:
A proposta behaviorista para a análise da privacidade ou
subjetividade humana se coloca contrária a uma concepção
internalista de homem, ou seja, explica os fenômenos de
privacidade e subjetividade através da(s):
A - Condições do próprio indivíduo que explicam seu
comportamento. A autodeterminação do comportamento.
B - Relações entre comportamento e ambiente externo. O