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Quando nos dirigimos para a maternidade naquela noite, estávamos longe de imaginar
o que iria acontecer no dia seguinte.
Embora o nosso cérebro tenha uma forma de nos proteger e nos dissesse que aquilo
não estava a acontecer.
Quem é pai (ou mãe), sabe qual o impacto que tem na sua vida o nascimento de um
filho.
Nós também sabíamos que o nascimento deste filho seria algo que mudaria as nossas
vidas.
É que, passados alguns minutos do seu nascimento, percebemos que algo não estava
bem.
Esteve lá durante 10 dias até ter sido autorizado a ir para casa, para junto de nós e do
seu mano mais velho (com 6 anos, na altura).
E tudo o que vivemos depois, durante quase quatro anos e meio em que o nosso
Davidinho esteve connosco.
Todas as lutas, todas as “discussões” com os médicos para tentar perceber o que se
passava, todas as vezes que rimos, todos os sustos que apanhámos, todas as
situações que não compreendíamos e ninguém nos conseguia explicar e todas as
vezes que chorámos e nos sentimos completamente impotentes…
Mas, acima de tudo, todo o amor que pudemos viver ao cuidar deste nosso filhote,
sem esquecer o outro, claro.
E todo o amor que pudemos experimentar das pessoas que nos estavam mais
próximas e de outras que, mesmo estando longe, sempre rezaram por nós.
Graças a Deus, nunca nos sentimos sozinhos e sempre nos sentimos acompanhados
pelos nossos familiares e amigos mais próximos e, sobretudo, pelo próprio Deus.
E, durante largos meses, estive a tentar recuperar física e mentalmente daqueles anos
de intenso desgaste.
Sabia bem o que não queria fazer mas não sabia exactamente o que queria fazer.
Já te aconteceu?
Lembro-me bem desses primeiros tempos e de qual era o meu verdadeiro desafio…
E, sobretudo, que a nossa vida não tinha acabado e ainda havia muito para viver!
Demorei bastante tempo até perceber que aquilo que eu queria fazer na vida passava
por inspirar os outros a fazer mais e melhor.
E contribuir com tudo o que pudesse para que tivessem mais sucesso no seu negócio
(e também na sua vida).
Mas porque é que estou a partilhar estas coisas tão íntimas contigo?
Porque acredito que o nosso desafio não é o cliente que temos à nossa frente.
O nosso verdadeiro desafio é viver como se a nossa vida não tivesse já acabado.
Não deixar que as coisas menos boas que nos aconteceram no passado (e todos
tivemos a nossa dose de problemas e tribulações), impeçam de vivermos plenamente
o hoje.
Não nos deixarmos paralisar por algum acontecimento passado, por mais difícil que
tenha sido.
Mas viver o dia de hoje com uma renovada esperança de que as coisas vão ser
melhores.
E ter fé.
Que, quando queremos algo e nos dedicamos com todo o nosso ser, não há nada que
não possamos alcançar.
Não interessa.