Penhane BOLETIM OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO DE APOIO E ASSISTÊNCIA JURÍDICA AS COMUNIDADES

Director Executivo: Rui de Vasconcelos* Sede: AAAJC* Telefone: 20030252*Cidade de Tete *Chingodzi* Editado em Português e Ing lês

Ajuda Popular da Noruega junta parceiros em retiro nacional em Tete

Estão reunidos desde ontem, Quarta-feira, na cidade de
Tete, todos parceiros da Ajuda Popular de Noruega (APN)
no país, para uma reflexão sobre as suas actividades desde o
início do ano económico 2019. A orçamentação e harmoniza-
ção dos seus planos de actividades, com os olhos postos no
futuro do projecto, estão em análise, visando a melhoria da
sua performance no ano que vem. Porque a APN é de opini-
ão de que novos regulamentos de processamento e relató-
rios dos mesmos bem como o sistema contabilístico que tem
função de carregamento orçamental, relatórios institucionais
requerem uma análise cuidada de cada relatório, incluindo
a definição da caixa e o modelo do seu funcionamento.
Do encontro cujo pano cai na tarde desta Quinta-feira, há
aspectos técnicos muito profundos, em que a APN cuida
também de cenários de parceiros que trabalham com mais
de um doador e as implicações no processamento das des-
pesas, salários, caixa, apoio técnico, contas do banco, dívi-
das dos funcionários ou devoluções de fundos de salário
adiantado, pedidos de fundos e o modelo da carta, controlo
interno e o conceito da auditoria, para além do tratamento
dos adiantamentos das viagens e o respeito das normas de
contabilidade bem como o controlo interno no quadro de
adiantamentos, pedido de cotação e comparação dos mes-
mos.
Ontem, o Tribunal Administrativo deu a conhecer a sua
participação no processo de descentralização em curso no
país, recordando as suas atribuições e até pontos críticos da
legislação sobre esta matéria. Aliás, a ORAM uma organiza-
ção parceira da APN entende que a lei de terras está a ficar
para trás no quadro da descentralização sobretudo nas atri-
buições da governação descentralizada. É um assunto pre-
ponderante, porquanto, embora com poderes descentraliza-
dos, um governador tem limitação de poderes sobre esta
matéria.
Em temáticas distintas, foram discutidos também os proces-
sos da descentralização em Moçambique, papel da Sociedade
Civil no contexto da descentralização, vastas apresentações e
debate, mudanças climáticas incidindo sobre a resposta à
emergência, a integração de género nos projectos da APN e
dinâmicas, resultados alcançados, discussão dos objectivos e
indicadores, desafios do processo de advocacia nas áreas de
petróleo e gás em Cabo Delgado, engajamento do sector pri-
vado e do Governo nos projectos, olhando para oportunida-
des e seus desafios.
Até porque a Associação de Apoio e Assistência Jurídica as
Comunidades, entende que a descentralização das funções
para níveis inferiores do Governo sem descentralização dos
recursos, sejam financeiros, materiais e humanos não faz
muito sentido. E admite que por razões históricas e da
natureza da economia política assente na procura de sistemas
clientilistas, muitos governos africanos têm a mesma
tendência de descentralizar certas funções do governo e a
prestação de serviços, mas mantendo o controlo dos recursos
fiscais disponíveis. Aqui, o nosso país não é excepção.

Recursos para Governos

Os Governos dos distritos continuam a ter recursos Há a Devolução que é a Descentralização democrática; e há a Descon-
insuficientes relativamente às suas funções de prestação de centração que funciona como Descentralização administrativa.
serviços e à sua quota-parte do orçamento nacional, apesar de
alguns ganhos significativos em relação ao statu quo anterior. A primeira é, em termos legais e em termos de políticas, enquadrada
Mas a descentralização em Moçambique teve muitos como o desenvolvimento dos municípios que são dotados de uma
significados e muitos rostos nos últimos 20 anos ou mais. certa autonomia fiscal e administrativa e têm eleições regulares para
Implicou um enorme esforço de muitas mulheres e homens de presidentes dos Conselhos Autárquicos e para as Assembleias Munici-
governos nacionais, provinciais e locais, de instituições pais.
estatais, dos partidos políticos, da sociedade civil e solidários
apoiantes internacionais para introduzir mudanças no Estado
central historicamente herdado – e consolidado durante o
monopartidarismo – e o seu modus operandi, ou seja, para
melhorar a prestação de serviços locais, criar mais democracia Parceiros:
local e reformar as relações institucionais e fiscais
intergovernamentais.

No nosso país, coexistem duas concepções e abordagens dife-

rentes da descentralização, inscritas na constituição moçambi-
cana desde a sua alteração parcial em 1996 e na legislação
específica.

Quem somos? Associação de Apoio e Assistência Jurídica as Comunidades (AAAJC), é uma organização da Sociedade Civil
Moçambicana, não-governamental, sem fins lucrativos, de âmbito nacional, fundada em 2008 e com os seus estatutos legal-
mente publicados em 2010 no Boletim da República nº. 2, III serie, 4º suplemento de 19 de Janeiro. A sede é na cidade de Tete.
 Penhane OFICIAL REPORT CARD OF THE ASSOCIATION FOR SUPPORT AND LEGAL ASSISTANCE TO COMMUNITIES

The Executive Director: Rui de Vasconcelos* Phone: 20030252*City of Tete-Mozambique* Edited in Portuguese & English
o
Edition n 212

Norwegian People's Aid Joins Partners at National Retreat in Tete

Since yesterday, in Tete city, all Norwegian People's Aid (NPA)
partners in the country have been meeting for a reflection on their
activities since the beginning of the 2019 economic year. The budget-
ing and harmonization of their plans for activities, with an eye on
the future of the project, are under review with a view to improving
its performance next year. Because NPA is of the opinion that new
reporting and processing regulations as well as the accounting sys-
tem that has a budget loading function, institutional reporting re-
quires careful consideration of each report, including the definition
of the box and the model of its operation.
From the meeting that falls on this Thursday afternoon, there are
very deep technicalities, where NPA also looks at scenarios of part-
ners working with more than one donor and the implications for
processing expenses, salaries, cash, technical support, bank accounts,
employees' debts or early paybacks, requests for funds and the char-
ter model, internal control and the audit concept, in addition to the
treatment of travel advances and compliance with accounting stand-
ards and internal control in the framework of advances, request for
quotation and comparison thereof.
Yesterday, the Administrative Court announced its participation in
the ongoing decentralization process in the country, recalling its
attributions and even critical points of the legislation on this matter.
Incidentally, ORAM, an NPA partner organization, believes that
land law is lagging behind in the framework of decentralization,
especially in the remit of decentralized governance. It is a prepon-
derant matter, because, although with decentralized powers, a gov-
ernor has limited powers in this matter.
On different topics, decentralization processes in Mozambique, role
of civil society in the context of decentralization, broad presentations
and debate, climate change focusing on emergency response, gender
mainstreaming in NPA projects and dynamics, results achieved
were also discussed. , discussion of objectives and indicators, chal-
lenges of the oil and gas advocacy process in Cabo Delgado, private
sector and government engagement in projects, looking at opportu-
nities and their challenges.
Also because the Association for Support and Legal Assistance
Communities, understands that the decentralization of functions to
lower levels of government without decentralization of resources,
whether financial, material and human does not make much sense.
And it admits that for historical reasons and the nature of the politi-
cal economy based on the pursuit of clientilistic systems, many Afri-
can governments have the same tendency to decentralize certain
functions of government and the provision of services, while retain-
ing control over available fiscal resources. Here, our country is no
exception.

Resources to the Government

District governments continue to have insufficient resources tion; and there is non-concentration that works as admin-
regarding their service functions and their share of the na- istrative decentralization.
tional budget, despite some significant gains from the previ-
ous status quo. But decentralization in Mozambique has had The first is, in legal and policy terms, framed as the devel-
many meanings and many faces in the last 20 years or so. It opment of municipalities that have a certain fiscal and
has involved a huge effort by many women and men from administrative autonomy and have regular elections for
national, provincial and local governments, state institutions, mayoral councils and municipal assemblies.
political parties, civil society and supportive international
supporters to bring about changes in the historically inherit-
Partners:
ed central state - and consolidated during mono-partisanship
- and its modus operandi, that is, to improve local service
delivery, create more local democracy and reform intergov-
ernmental institutional and fiscal relations.

In our country, two different conceptions and approaches to

decentralization coexist in the Mozambican constitution
since its partial amendment in 1996 and in specific legisla-
tion. There is devolution which is democratic decentraliza-

Who we are? Association for Support and Legal Assistance to Communities (AAAJC), is a non-governmental, non-profit,
Mozambican Civil Society organization, nationwide, founded in 2008 and with its statutes published in 2010 in Bulletin of Re-
public no. 2, III series, 4th supplement of 19 January. The headquarters is in the city of Tete.